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As raízes da sustentabilidade As raízes da sustentabilidade estão na silvicultura. No início do século XVIII, a mineração de prata, base da economia da Saxônia, teve sua existência ameaçada devido a uma grande escassez de madeira. Florestas inteiras haviam sido devoradas pelas escavações para exploração de minério e utilização do carvão à lenha para fornos de fundição. Inspetor geral de mineração do estado da Saxônia, von Carlowitz criticou o pensamento da época, orientado ao lucro em curto prazo, argumentando que o lucro rápido acaba com o bem-estar. Exigiu então que a madeira fosse tratada de forma “cuidadosa”, determinando que para cada quantidade de madeira cortada, fosse plantado um número de árvores equivalente que pudesse voltar a crescer. A partir desse conceito da silvicultura, segundo o qual deve-se garantir sempre um estoque de madeira para as gerações futuras, foi estabelecido o conceito da “sustentabilidade“ ou do “sustainable development”, o desenvolvimento sustentável. Naquele tempo, assim como hoje, a idéia de sustentabilidade nasceu a partir de uma crise. Tornou-se popular nos anos 1970 quando pela primeira vez, também por meio do relatório do Clube de Roma tornaram-se visíveis os “limites do crescimento”. Definição de sustentabilidade pela Comissão Brundtland O conceito de sustentabilidade alcançou reconhecimento internacional por meio do relatório da Comissão Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas (conhecido como Comissão Brundtland) e intitulado Nosso futuro comum, publicado em 1987. A comissão, presidida pela Primeira Ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland, desenvolveu a definição do conceito de sustentabilidade, hoje universalmente aceita. Define o desenvolvimento sustentável como sendo “aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer as possibilidades de gerações futuras atenderem suas próprias necessidades”. Trata-se basicamente da igualdade intergeracional. A

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As razes da sustentabilidadeAs razes da sustentabilidade esto na silvicultura. No incio do sculo XVIII, a minerao de prata, base da economia da Saxnia, teve sua existncia ameaada devido a uma grande escassez de madeira. Florestas inteiras haviam sido devoradas pelas escavaes para explorao de minrio e utilizao do carvo lenha para fornos de fundio. Inspetor geral de minerao do estado da Saxnia, von Carlowitz criticou o pensamento da poca, orientado ao lucro em curto prazo, argumentando que o lucro rpido acaba com o bem-estar. Exigiu ento que a madeira fosse tratada de forma cuidadosa, determinando que para cada quantidade de madeira cortada, fosse plantado um nmero de rvores equivalente que pudesse voltar a crescer. A partir desse conceito da silvicultura, segundo o qual deve-se garantir sempre um estoque de madeira para as geraes futuras, foi estabelecido o conceito da sustentabilidade ou do sustainable development, o desenvolvimento sustentvel. Naquele tempo, assim como hoje, a idia de sustentabilidade nasceu a partir de uma crise. Tornou-se popular nos anos 1970 quando pela primeira vez, tambm por meio do relatrio do Clube de Roma tornaram-se visveis os limites do crescimento. Definio de sustentabilidade pela Comisso BrundtlandO conceito de sustentabilidade alcanou reconhecimento internacional por meio do relatrio da Comisso Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento das Naes Unidas (conhecido como Comisso Brundtland) e intitulado Nosso futuro comum, publicado em 1987. A comisso, presidida pela Primeira Ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland, desenvolveu a definio do conceito de sustentabilidade, hoje universalmente aceita. Define o desenvolvimento sustentvel como sendo aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer as possibilidades de geraes futuras atenderem suas prprias necessidades. Trata-se basicamente da igualdade intergeracional. A sustentabilidade exige que ns deixemos aos nossos filhos uma herana que no seja essencialmente pior do que aquela que ns prprios herdamos. Em outras palavras: devemos viver de dividendos e deixar intacto o capital.ECO 92 e o modelo da sustentabilidade de trs pilares Em 1992 aconteceu no Rio de Janeiro a primeira Conferncia das Naes Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (UNCED). A conferncia focalizou a relao entre a determinao de metas ambientais e as polticas de desenvolvimento. Na conferncia, que teve participao de cerca de 10 mil delegados, foram promulgados, alm da Declarao Rio 92, sobretudo a Agenda 21. A agenda 21 um programa de ao para o desenvolvimento sustentvel global, que tornou o conceito de sustentabilidade um princpio poltico formal. Reconheceu-se ento que a proteo ambiental global s possvel, se forem considerados tambm os aspectos econmicos e sociais. A Unio Europia formulou os trs pilares da sustentabilidade na Conferncia de Cpula de Copenhague e no Tratado de Amsterd de 1997. Esse princpio, denominado Modelo de Sustentabilidade de Trs Pilares, declara que a sustentabilidade no apenas abrange a herana da natureza que transmitimos para as prximas geraes. Significa tambm que a sustentabilidade inclui as realizaes econmicas e as instituies sociais, como por exemplo, a formao do desejo pela democracia ou pela soluo pacfica de conflitos. O desenvolvimento sustentvel, portanto, funda-se em cada um dos pilares ecolgico, econmico e social. Se um dos trs pilares se rompe, a construo da sustentabilidade desmorona. O elo entre os trs pilares de sustentabilidade A questo sobre quando ocorrer um desenvolvimento sustentvel positivo permanece incerta. Ser que para isso necessrio que todas as trs reas da sustentabilidade apresentem um desenvolvimento positivo, ou basta que somente um dos pilares se desenvolva de forma positiva? Especialmente controversa a relao entre os trs pilares fundamentais da sustentabilidade. permitido, por exemplo, que as trs reas de sustentabilidade substituam-se mutuamente? Poderia assim um alto nvel de crescimento econmico compensar a degradao do meio ambiente? Se fosse permitida uma possibilidade de compensao entre os trs pilares, se falaria ento de uma frgil sustentabilidade; se no, de uma forte sustentabilidade. Mas, em razo das constantes ameaas sobre o ambiente e a ampla escassez de recursos naturais leva a uma ampliao da importncia da sustentabilidade, e a enxerg-la como fundamento da sustentabilidade e no apenas como um pilar equivalente aos outros. Somente quando as funes ambientais bsicas so asseguradas possvel realizar-se um desenvolvimento econmico e social. Estratgias para a consolidao do princpio de sustentabilidade na poltica e sociedadeA Cpula Mundial para o Desenvolvimento Sustentvel aconteceu em Johanesburgo, em 2002, dez anos aps a ECO 92. O seu objetivo foi avaliar os progressos em termos de desenvolvimento sustentvel desde a conferncia do Rio de Janeiro. Os resultados, porm revelaram-se desanimadores: na maioria dos pases do mundo, a situao do meio ambiente e da populao at se agravou. Decidiu-se ento por uma agenda composta de cinco reas de prioridade: at 2015 o nmero de pessoas sem acesso a instalaes sanitrias dever ser reduzido pela metade, os impactos negativos sobre a sade das pessoas devero ser minimizados, a reduo dos estoques de peixes em todo o mundo dever ser interrompida, a perda da biodiversidade dever ser detida, e estratgias sustentveis devero ser desenvolvidas. J em 2001 em Gteborg, a Unio Europia adotou sua prpria estratgia de sustentabilidade, com o objetivo de complementar a de Lisboa, voltada para o desenvolvimento ambiental da UE. As reas de concentrao so: mudana climtica, energia limpa, sade pblica, desenvolvimento demogrfico e migrao, gesto dos recursos naturais, e pobreza global e desenvolvimento. Atualmente, quase todos os estados membros da UE adotaram sua prpria estratgia de sustentabilidade. Em 2002 a Alemanha iniciou uma estratgia de sustentabilidade nacional. Alguns estados federativos, como por exemplo Schleswig-Holstein, Saxnia, Rennia-Palatinado e Baden-Wrttemberg, esto empenhados em concretizar mais intensamente o princpio da sustentabilidade por meio de iniciativas sustentveis. Em muitos casos as estratgias de sustentabilidade se destacam pela estreita integrao de atores sociais, como associaes, organizaes ambientais e comunidades. O motivo simples: um desenvolvimento sustentvel no pode ser prescrito apenas por leis, mas tambm pela contribuio de todos os participantes. Olhando para o futuro qual deve ser o destino do percurso?Hoje a sustentabilidade aceita como princpio. Agora se deve tratar de transpor esse princpio para a ao concreta. Nesse aspecto, muitas empresas oferecem bons exemplos. crescente o nmero de empresas que implementaram sistemas de gesto ambiental ou sustentvel, publicaram um relatrio de sustentabilidade ou que so integrantes do Pacto Global das Naes Unidas, tendo como objetivo entre outros, uma gesto empresarial voltada para uma maior responsabilidade ambiental e social. A Global Reporting Initiative (GRI) elaborou padres mundiais de sustentabilidade que as empresas podem utilizar em seus relatrios. Embora no sejam obrigatrios, os critrios so considerados hoje vlidos como padro para relatrios de sustentabilidade. No mbito da ISO est sendo desenvolvida atualmente uma norma para a gesto da sustentabilidade corporativa. O setor privado certamente est um passo frente do setor pblico. Tambm na poltica, na administrao e na esfera municipal, o desenvolvimento sustentvel precisa ser fortemente consolidado. Um grande incio seria o estabelecimento de critrios ambientais e sociais para as compras feitas pelo estado, abrangendo desde a gesto energtica municipal at a ao de planejamento para a estruturao da mudana demogrfica. Em ltima anlise, a sustentabilidade significa tambm que os oramentos do setor pblico se orientem pelos critrios da sustentabilidade. A sustentabilidade precisa se tornar um componente firmemente consolidado e obrigatrio de todas as decises polticas e sociais. S assim possvel chegar-se do princpio implementao.

Educao para a Sustentabilidade: a criao de um novo paradigmaTodo nascimento nos leva a pensar no presente e a planejar um futuro melhor, pois nos remete ao novo, ao princpio.O ano de 2010 marcou o nascimento de um projeto que tem o p no presente e o olhar para o futuro.O Projeto Educao para a Sustentabilidade conta com a participao de professores de diferentes reas do conhecimento e estudantes do 1 ano do Ensino Mdio que compartilham o desejo de planejar aes para a construo de uma escola e um planeta mais sustentvel.Transformar esse desejo em realidade no uma tarefa nem simples, nem pequena.O conceito de Sustentabilidade, apesar de muito conhecido e difundido, muito pouco compreendido e, menos ainda, vivenciado.Para construirmos uma sociedade mais sustentvel preciso inicialmente compreender o que as pessoas pensam sobre o assunto e como agem no seu dia a dia.Por isso, nessa etapa inicial do projeto, estamos fazendo um grande levantamento com os alunos do Ensino Fundamental II: o que sabem, o que pensam e como agem.Com esses resultados em mos, a ideia propor campanhas de comunicao e aes que envolvam toda a comunidade escolar, agregando de forma efetiva novos valores s prticas j desenvolvidas dentro da escola e das salas de aula.A Educao tem se mostrado um dos melhores caminhos para promover mudanas duradouras de atitudes e comportamentos.Esperamos contar com todos nessa jornada.Coordenadores doProjeto Educao para a SustentabilidadeEducao para a SustentabilidadePoluio. Desmatamento. Reciclagem. Preservao.O que essas palavras significam para voc? Sustentabilidade? Reveja seus conceitos!Ns modificamos os nossos, ao entrarmos no projeto Educao para a Sustentabilidade.Sustentabilidade engloba tambm os conceitos sociais e econmicos. Pequenas aes dirias podem fazer toda a diferena para o ambiente; apagar as luzes, fechar a torneira e reciclar, por exemplo. Mas, para fazer um mundo sustentvel, preciso ultrapassar o limite ambiental e atuar em outras reas, como na econmica, consumindo conscientemente, e na social,diminuindo as desigualdades, s para citar dois exemplos.Alm disso, aprendemos que apenas saber no basta. preciso agir. Demos nosso primeiro passo, criando esse blog. Prestigie!Um mundo sustentvel ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente vivel. Papo sobre arquitetura sustentvel No dia 22/08, de metr e bicicleta, chegamos regio central de So Paulo, bem ao lado do Minhoco.L, tivemos a chance de visitar o privilegiado apartamento do arquiteto Alan Borger, que hoje atua na empresa Fbrica de Projetos.Privilegiado por vrias razes.Primeiro porque a cobertura do prdio, portanto, o ex-aluno da Escola da Cidade teve a possibilidade de aproveitar a luz do dia atravs do teto de vidro nos 20 m2 da antiga varanda, agora parte da sala, e da extensa janela que ocupa uma parede inteira do apartamento. Segundo porque uma janela to grande possibilitou a Alan olhar todo o dia para o corao da nossa cidade e refletir sobre a aparncia dos prdios, do Minhoco, etc. e ter a motivao para continuar na carreira e assim, tentar mudar a nossa cidade para uma mais bonita e melhor estruturada.

Arquitetura sustentvel na prtica.Dentro de sua nova casa, a opo foi utilizar o mnimo de material, alm de aproveitar ao mximo a luz natural e optar por lmpadas de LED, muito mais econmicas e durveis. O design minimalista conta somente com o necessrio para um homem solteiro viver com conforto o que, com a ajuda da ausncia de paredes separando os cmodos (na verdade s uma mantendo a privacidade do quarto), contribui para que o apartamento parea muito maior do que realmente .Grupo do EpS no apartamento do arquiteto Alan Borger.Nessa visita aprendemos que arquitetura uma grande interao entre o ser humano e tudo o que o envolve, desde os fenmenos naturais at as cincias humanas e que, alm disso, no podemos nos esconder dentro de uma bolha, mas sim viver a cidade, aprender com ela e mudar o que achamos estar errado.Feira (mais) sustentvelCom o intuito de avaliar a Feira de Cincias do Colgio Bandeirantes e torn-la cada vez mais sustentvel, o projeto Educao para a Sustentabilidade convidou o professor de Qumica do Band, Rodolfo Aureo Tasca que tambm formado em Gesto Ambiental para palestrar sobre o tema no ltimo dia 08 de agosto.Segundo Rodolfo, normalmente o gerenciamento ambiental feito com o objetivo de tratar, reciclar ou reutilizar os resduos. Porm, a prioridade deveria ser a preveno, ou seja, procurar evitar ao mximo a produo de tais resduos.Aps a palestra, o grupo criou um planejamento para a realizao de um diagnstico do evento, que levar em considerao desde o transporte que os visitantes e alunos utilizam para chegar escola, at o uso e destino de materiais como garrafas plsticas, papel, isopor, papelo, banners, produtos qumicos, madeira, entre outros.Depois de elaborado, o diagnstico da feira ser encaminhado aos organizadores com os principais nmeros do evento e sugestes sobre como aprimor-lo para 2014.Sustentabilidade apresenta-se no SINPROPublicado em 21/06/2013 por Colband Uma das maiores recompensas no desenvolvimento de um projeto ter seu mrito reconhecido por entidades de respeito. O projeto Educao para Sustentabilidade, desenvolvido no 1.o e 2.o anos do Ensino Mdio, teve a oportunidade de apresentar um pouco de sua metodologia e dos resultados alcanados nos ltimos 4 anos no SINPRO, Sindicato dos Professores de So Paulo, durante o evento Virada Sustentvel.Prof. EdsonTemos desenvolvido um modo bastante particular de trabalhar com os alunos envolvidos, mesclando a teoria complexa por trs do conceito de sustentabilidade a aes prticas dentro do ambiente escolar, ou seja, estamos utilizando a escola como um verdadeiro espao democrtico de criao e aprendizado, explica o professor Edson Grandisoli, responsvel pelo projeto. A oportunidade de apresentao do projeto no SINPRO foi viabilizada mediante um resumo enviado previamente ao sindicato, que o escolheu como um dos 3 projetos a serem apresentados naquele dia. Procuramos levar nosso projeto, sempre que possvel, para ser apresentado fora da escola em eventos diferenciados, para que possam nos ajudar a melhorar ainda mais, comentou.O 1.o semestre do projeto sempre voltado formao terica dos participantes. Alm de aulas, debates e palestras, so realizadas diversas visitas a instituies e a profissionais renomados que atuam hoje na rea da sustentabilidade como arquitetos, engenheiros, economistas, entre outros, mostrando novas possibilidades de atuao futura de nossos alunos em suas respectivas reas.No 2.o semestre, os alunos so estimulados a dedicar-se prtica, ou seja, a criarem e executam intervenes na escola, a fim de torn-la mais sustentvel. Nesse ano, nosso tema gerador energia. Aguardem novidades nesse sentido, promete Edson.Publicado em Sustentabilidade | Marcado com apresentao, projeto, sustentabilidade, virada | Comentar Alunos do EpS visitam o ISA (Instituto Socioambiental)Publicado em 23/05/2013 por edson Como parte importante da formao dos estudantes do projeto Educao para a Sustentabilidade, realizamos uma visita ao Instituto Socioambiental. Os principais pontos discutidos nessa visita esto expostos no texto da aluna Giovanna Frate (2H2).Nilto Tatto ( esquerda) recebe alunos do EpS no Instituto Socioambiental. Foto: Edson GrandisoliA visita ao ISA (Instituto Socioambiental) foi muito enriquecedora e proveitosa para o grupo de alunos e professores do Projeto Educao para a Sustentabilidade.Atravs dessa experincia pudemos enxergar de uma forma mais abrangente como a sustentabilidade aplicada no meio social e como desenvolvida no Brasil, especialmente quando referente s pequenas comunidades, at ento, muito pouco mencionadas nos meios miditicos ou inseridas naeconomiae no cenrio urbano e catico, no qual vivemos atualmente.Estas comunidades, assistidas pelo ISA, so constitudas principalmente por indgenas, pequenos produtores agrcolas e quilombolas que, num passado no muito distante, contriburam de forma expressiva ao nosso patrimnio cultural e histrico, e mesmo assim, so muito pouco valorizados pelo governo ou reconhecidos pelo prprio povo brasileiro. Afinal, muitos at hoje nem fazem ideia de que ainda existem muitas comunidades quilombolas espalhadas pelo pas.Apesar dessas comunidades terem conquistado muitos direitos com o passar do tempo, muitos deles ainda no so respeitados. exatamente a que o ISA atua.O que me chamou mais ateno nessa visita (10/05) foi o fato de como a situao dessas comunidades delicada e, ao mesmo tempo, deixada de lado por ns, que estamos distantes dessa realidade, e pelos governantes do nosso pas. Outro fato relevante discutido com o coordenador do projeto quilombola, Sr. Nilto Tatto, como os interesses econmicos de uma minoria esto to acima dos prprios direitos dessas comunidades, que precisam ser notadas e ouvidas.Por meio desse encontro, tambm pudemos entender melhor, no mbito social, o que de fato est acontecendo na Amaznia em relao aos movimentos de resistncia instalao da usina hidreltrica de Belo Monte.Mesmo com tantos problemas apontados, foram tambm mencionadas possveis solues, como por exemplo, a verba destinada merenda das escolas pblicas que poderia ser parcialmente revertida em investimentos no micronegcio agrrio dessas comunidades, trazendo benefcios tanto para os pequenos agricultores como para as instituies de ensino que estariam recebendo alimentos mais sustentveis e com menos produtos qumicos.Enfim, como todos os outros encontros que o nosso projeto realiza, a visita ao Instituto Socioambiental foi muito produtiva, e como sempre, nos fez pensar ainda mais sobre a complexidade da aplicao da sustentabilidade nos dias de hoje, e dessa vez, de um ponto de vista mais humano, o social.Papel: Reciclar precisoA agenda da sustentabilidade j parte de nossas vidas, seja no transporte, nos hbitosdirios ou na compra de novos produtos. O grupo de Educao para a Sustentabilidade do Band, queestuda o tema, resolveu investir na conscientizao da coleta de papel e reciclagem.Em uma poca em que o uso da tecnologia digital, como os tablets , se intensifica, odesperdcio de papel se torna uma ao cada vez mais insustentvel. Jogamos a ideia nogrupo e deixamos que os alunos decidissem a melhor maneira de divulg-la. Eles escolheramfazer um vdeo para incentivar que todos reciclassem o papel, explicou Rosiani Telles,professora orientadora do Grupo.Recebemos a notcia que funcionrios do Band j faziam coleta especfica de papel parareciclagem, e decidimos expandir essa ideia para o Colgio inteiro, espalhando cestosespeciais, explicou o aluno Lucas Nakamura.Os alunos ento filmaram, produziram e editaram um vdeo, que procura incentivar a coleta depapel. A divulgao parte das aes do grupo de Educao para a Sustentabilidade que inspira cada vez novasideias dentro e fora do Band.A invaso dos squeezesO projeto Educao para a Sustentabilidade do Colgio Bandeirantes tem como um de seus principais objetivos avaliar o dia a dia da escola, a fim de mudar antigos costumes e introduzir hbitos mais sustentveis.Atualmente, o grupo composto 7 alunos do primeiro ano e as professoras Rosiani Carla Baron Telles, Cristiana Mattos Assumpo e Thais Milani Bianco, e tambm pelo consultor em sustentabilidade, Prof. Edson Grandisoli.A mais recente ao do projeto foi distribuir squeezes a toda a comunidade Bandeirantina, praticamente tirando de circulao os criticados copinhos plsticos.De acordo com um levantamento da equipe do projeto, em uma semana, mais de 30 mil copinhos eram utilizados e descartados. Uma das maiores discusses nossas sobre sustentabilidade a grande dificuldade que temos em mudar os costumes das pessoas. Porm, com esforo e dedicao isso possvel, explicou a aluna participante do projeto, Juliana Reimberg. Foi o que observamos com os professores. Alguns j utilizavam garrafinhas, outros mudaram seus hbitos e passaram a utilizar os squeezes. Acho que o importante foi que, de alguma forma, todos repensaram suas aes e tentaram trazer essa mudana para o seu dia a dia, completou.Foram meses de esforo e persistncia para a ideia se concretizar. Os estudantes fizeram vrias pesquisas, procurando qual seria a melhor opo aos copos. Pesquisaram preos, higiene, acessibilidade, tudo com um pensamento sustentvel, explicou a professora Cristiana Assumpo. Depois de ter o projeto pronto, recebemos o apoio de todos os setores do Band.Para colaborar ainda mais com as mudanas de hbito, o colgio precisou passar por uma pequena reforma no fornecimento de gua. No incio do ano, todos os bebedouros foram trocados. Mais modernos e com maior presso, eles foram alterados especialmente para facilitar o enchimento dos squeezes, que agora circulam por todo o espao do Band.O novo Cdigo FlorestalO cdigo( que traz mudanas em relao ao cdigo atual em pontos importantes como as reas de Preservao Permanente (APP) e a reserva legal)j havia sido aprovado na Cmara em maio de 2011, quando a base aliada aprovou, mesmo com orientao contrria do governo. Depois, o texto passou pelo Senado, em dezembro de 2011 e, por ter sido modificado pelos senadores, voltou para a Cmara, onde teve a votao concluda.

Uma ideia de sustentabilidade

A casa ecolgica localizada em um stio em Passo Fundo foi criada por Alexandre Zaffari exemplo de economia e sustentabilidadeA ideia de ecologia, reciclagem e reaproveitamento sempre esteve presente na vida do casal, Alexandre e Analice Zaffari. Foi quando, em 2009, surgiu a ideia de construir uma casa sustentvel. As influncias para a construo da casa, foram muitas, como por exemplo, o movimento escoteiro, que Alexandre participava quando criana. Para ele, o escotismotraz o amor pela natureza e tambm a ideia da ecologia. Participando do movimento escoteiro, fui estimulado a gostar de sustentabilidade e tambm a ser criativo. conta.A criatividade que Alexandre se refere, reflete tambm no interior da casa. Diversos mveis so resultado do reaproveitamento, como os banquinhos, feitos de latas de tinta vazias. Na casa sustentvel, Alexandre e sua esposa guardam boas histrias.As ideias que trouxe, para a construo da casa, vieram das experincias que tive em minha vida. J viajei por 17 pases, ento, de cada lugar que visitei trago uma histria fala Alexandre.A construo da casa sustentvel envolveu o apoio de muitas pessoas, principalmente da esposa, Analice Zaffari. A ideia foi toda dele, a criatividade dele, mas eu sempre apoiei e ajudei no que precisou. conta Analice.Outro exemplo de apoio que Alexandre recebeu foi de um amigo, que pesquisava sobre a tcnica chamadaSuperadobe, e deu a ideia das paredes serem construdas de terra.

ConstruoA base da casa feita de pneus cheios de terra, dificultando a entrada da umidade. Foram usados 27 postes de madeira para sustentar a casa e as paredes seguiram a tcnica do Superadobe, com terra e rfia. Todos detalhes internos da casa, foram feitos com sobras de construes e vidros reaproveitados.Algumas paredes internas e mveis da casa so feitas com amadeiraOSB,cultura dos Estados Unidos. A gua vem de um poo e aquecida por painis solaresque captam a energia do sol, aquecendo a gua das torneiras e chuveiros da casa.O casal enfrentou alguns problemas na construo da casa: uma parede cedeu um pouco e teve que ser reforada e uma parede interna feita de bambu teve que ser retirada por problemas com caruncho.J o forro da casa sustentvel de caixas de leite e isopor, no deixando o calor entrar. Segundo Alexandre, a parte da eletricidadefoi bem complicada. Nenhum eletricista aceitou fazer a fiao da casa, ento tive que fazer um curso de eletricidade, e completei a instalao conta.Prximos planosOs planos de sustentabilidades do casal no param com a construo da casa. Eles ainda planejam terminar o muro de pneus (confira na galeria de fotos abaixo), captar a energia do catavento que tem na frente da casa, implantar um projeto de aproveitamento da gua da chuva e instalarpainis fotovoltaicospara aproveitar a energia solar.