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Monitorização da
pressão intracraniana
Prof. Ms.Mônica Ribeiro Ventura
Aspectos técnicos
Cateter de aproximadamente 23cm, de silicone e
radiopaco;
Sistema de tubagem possui conexão macho do tipo
luer-lock em uma extremidade, para adaptar ao
cateter ventricular;
Na outra extremidade: torneira de 3 vias, em que se
pode adaptar uma conexão com transdutor para
aferição da PIC;
Bolsa coletora descartável e exclusiva para drenagem
de LCR;
A maioria possui câmara de gotejamento;
Sistema de monitorização da PIC
Sistema de monitorização da PIC
Cont.
Bolsa possui escala em mmHg ou em cm H2O;
Drenagem do LCR é feita contra um gradiente de pressão hdrostática, ou seja, depende da altura em que se coloca a bolsa coletora aberta;
PIC normal=20mmHg, colocar bolsa ao nível do forame de Monroe;
A orelha pode corresponder mais aproximadamente a este elemento;
Podem haver variações individuais, para mais ou menos, de acordo com o tipo de patologia;
Cuidados imprescindíveis devem ser tomados quando da mudança de decúbito, alteração da altura da cabeceira e transporte do paciente, para se evitar a hipo ou hiperdrenagem de LCR.
Monitorização da PIC
O volume craniano de um adulto é de, aproximadamente, 1900ml e é ocupado com 80% de encéfalo, 10% de sangue e 10% de LCR.
O volume dos componentes deve ser compensado se houver aumento de um dos componentes ou aparecimento de outro elemento “que ocupe espaço”,pois o crânio é uma caixa
inextensível. O fluxo sangüíneo cerebral (FSC) é igual à relação entre a pressão
de perfusão cerebral (PPC) e a resistência vascular cerebral (RVC).
O fluxo sangüíneo cerebral é mantido estável à custa de adaptações da RVC, que é modificada por mecanismos de auto-regulação.
Para efeitos práticos, a pressão no interior das veias cerebrais é igual à PIC;
A pressão venosa cerebral deve ser mantida pouco acima da PIC,
para impedir o colapso das veias;
Quando a PIC sobe, a pressão nas veias cerebrais de paredes
finas aumenta na mesma proporção. Isto ocorre para evitar o
colapso das veias e consequente interrupção do fluxo sangüíneo
cerebral.
Por isso, a PPC, que consiste na diferença entre a pressão arterial
e a venosa, tem valor aproximado da diferença entre as pressões
arterial e intracraniana.
Estas relações podem ser sistematizadas na seguinte equação:
PPC= PAM – PIC
Deve-se ficar atento à gasometria arterial:
CO2= vasodilatador cerebral
O2 e pH altos= vasoconstrição
Considerações básicas para a monitorização da
PIC
O procedimento deverá causar lesão ou irritação mínima às estruturas intracranianas;
O risco de infecção deverá ser mínimo;
Manter a conexão entre o sistema ventricular ou subaracnoideo e os sistemas transdutores sem nenhum vazamento de líquido;
O equipamento deverá ser de fácil manuseio, confiável e de simples adaptação para o pessoal de enfermagem.
Indicações de monitorização da PIC Glasgow inferior a 9, com TC de cranio anormal (presença e
hematoma, contusões, edemas ou compressões de cisternas)
Glasgow inferior a 9 com TC normal, porém se apresentar dois ou mais fatores:
- idade superior a 40anos;
- PA sistólica inferior a 90mmHg;
- Postura anormal (descerebração/decorticação) uni ou bilateral.
Pacientes politraumatizados, com alteração do nível de consciência;
Seguimento após procedimentos neurocirúrgicos para tratamento de lesões expansivas intracranianas.
Complicações Infecção superficial no local da inserção (pouco frequente);
Meningite, encefalite e ventriculite (graves);
Hemorragia intracerebral ou intraventicular.
Atualmente pode-se considerar que a monitorização da PIC diminui a
mortalidade e a morbidade, facilita a orientação terapêutica, melhora o
prognóstico e os riscos do procedimento não excedem os benefícios.
Resultados esperados
Manutenção da PIC em valores inferiores a 20mmHg e da PPC superior
a 70mmHg;
Ausência de infecção associada ao uso do cateter de PIC;
Manutenção do cateter de PIC desobstruído e adequado funcionamento
do sistema;
Boa evolução neurológica para retirada precoce do cateter.
Pressão de Perfusão Cerebral
PPC = PAM – PIC
PPC normal: 70 mmHg
PPC abaixo de 60-70: aumento de mortalidade e seqüelas neurológicas.
Monitorização: saturação venosa do bulbo jugular.
Fluxo Sangüíneo Cerebral Encéfalo: 750 ml de sangue/min => 15% do DC e 20% do consumo
de O2 cerebral.
FSC normal: 50-60 ml/100g/min
Se o FSC cai: diminui função neuronal e depois, há lesão cerebral irreversível.
Se o FSC aumenta: edema cerebral e áreas de hemorragia.
Auto-regulação
Mecanismos que mantém o FSC constante mediante a flutuação da PAM.
↓ PPC = compensado por vasodilatação
↑ PPC = compensado por vasoconstrição