Monografia Pritsch Usina de reciclagem da construcao Civil

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    FELIPE RAFAEL PRITSCH

    IMPLEMENTAO DE USINAS PARA RECICLAGEM DE

    RCD CLASSE A -

    METODOLOGIA PARA ANLISE DE CUSTOS

    JOINVILLE - SC

    2010

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    UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC

    CENTRO DE CINCIAS TECNOLGICAS - CCT

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

    FELIPE RAFAEL PRITSCH

    IMPLEMENTAO DE USINAS PARA RECICLAGEM DE

    RCD CLASSE A -

    METODOLOGIA PARA ANLISE DE CUSTOS

    Trabalho de Graduao apresentado ao Cursode Engenharia Civil da Universidade doEstado de Santa CatarinaUDESC comorequisito para colao de grau como Bacharel

    em Engenharia Civil

    Orientador: Dieter Neermann

    JOINVILLE - SC

    2010

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    FELIPE RAFAEL PRITSCH

    IMPLEMENTAO DE USINAS PARA RECICLAGEM DE

    RCD CLASSE A -

    METODOLOGIA PARA ANLISE DE CUSTOS

    Trabalho aprovado como requisito para obteno do grau de Bacharel, no cursode graduao em Engenharia Civil da Universidade do Estado de Santa Catarina-UDESC

    Banca Examinadora:

    Orientador: .Dieter Neermann

    Membro: .Marco Otvio Bley do Nascimento

    Membro: .Kurt Morriesen Jr.

    JOINVILLESC 16/05/2010

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    AGRADECIMENTOS

    Agradeo primeiramente a minha famlia, que mesmo estando longe, nunca me deixou

    sentir que realmente estivesse. Pela educao, pelo amor e por me ensinarem a sempre fazer o

    bem incondicionalmente. Pelos momentos que passamos juntos e por serem pra mim sempre,

    objeto de adorao e admirao.

    Agradeo a minha namorada, por ter sido compreensiva, carinhosa e prestativa durante

    esta etapa. Por me mostrar que o amor no somente um sentimento e sim um objetivo mais

    para se buscar em nossas vidas.

    Agradeo aos meus amigos, pela fora e por serem sempre pessoas em que pude

    confiar.

    Finalmente, agradeo a Deus por tornar tudo isso possvel.

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    RESUMO

    A indstria da construo civil o setor da economia que mais consome materiais

    naturais, e tambm uma grande geradora de resduos. Alm disto, o Brasil possui um grande

    dficit habitacional. Desta forma, a reciclagem de resduos de construo e demolio um

    instrumento para a reduo dos impactos gerados por esta indstria, alm de possibilitar a

    produo de materiais de construo mais baratos.

    O objetivo deste trabalho determinar os custos de implantao, operao e

    manuteno de usinas de reciclagem de resduos de construo e demolio (RCD), bem

    como os custos totais envolvidos neste processo durante um perodo de tempo determinado e

    os possveis ganhos com a utilizao do agregado reciclado no lugar dos naturais, atravs da

    elaborao de uma planilha de custos seguindo a metodologia apresentada. Foram

    consideradas quatro hipteses para elaborao de um estudo comparativo entre os custos de

    usinas de reciclagem levando em considerao a aquisio ou aluguel de terreno, mquinas e

    veculos envolvidos no processo.

    Desta forma, foi necessrio determinar o tamanho da usina, a rea requerida, os

    equipamentos necessrios, mo-de-obra e todos os custos envolvidos; alm de identificar os

    os equipamentos necessrios para implantao de uma usina de reciclagem de RCD e suas

    principais caractersticas. Para a obteno das informaes necessrias para o

    desenvolvimento do presente estudo foram contatados os responsveis pelas usinas de

    reciclagem dos municpios de Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais e Campinas,

    Piracicaba e So Carlos, no estado de So Paulo. Tambem foram feitas visitas empresa

    Medeiros em Joinville com a mesma finalidade. Aps a anlise dos resultados, verificou-se

    viabilidade econmica nas quatro hipses consideradas, devendo-se buscar a adoo de

    polticas pblicas de incentivo para implementao destas usinas.

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    ABSTRACT

    The construction industry is the sector of the economy that consumes more natural

    materials, and is also a major generator of waste. Moreover, Brazil has a severe housing

    shortage. Thus, recycling of construction waste and demolition is an instrument for reducing

    the impacts generated by this industry, besides enabling the production of building materials

    cheaper.

    The aim of this study is to determine the costs of implanto, operation and

    maintenance of recycling plants RCD (construction and demolition waste) and the total costs

    involved in this process over a period of time and the possible gains from the use of aggregate

    recycled instead of natural aggregates, by developing a spreadsheet of costs following the

    methodology presented. We consider four hypotheses for the preparation of a comparative

    study between the costs of recycling plants considering the purchase or rental of land,

    machinery and vehicles involved.

    Thus it was necessary to determine the size of the plant, the area required, the

    necessary equipment, manpower and all costs involved, and also identify the equipment

    needed to implement a recycling plant RCD and its main characteristics. To obtain the

    information necessary for the development of this study were contacted those responsible for

    recycling plants in the cities of Belo Horizonte, in Minas Gerais and Campinas, Piracicaba

    and So Carlos in So Paulo, were also made visits to Medeiros company in Joinville with the

    same purpose. After analyzing the results, there was economic viability in the four hippos

    considered, one should seek the adoption of public policies to encourage factories to

    implement these.

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    LISTA DE QUADROS

    Quadro 3.1 - Sistema aberto de reciclagem (fonte: JADOVISKI, 2005, pg.60 ).....................47

    Quadro 3.1 - Sistema fechado de reciclagem (fonte: JADOVISKI, 2005, pg. 60)...................48

    Quadro 2.3 - Segunda gerao de planta de reciclagem (fonte: JADOVISKI, 2005, pg.

    61).............................................................................................................................................49

    Quadro 3.1 - Poder Pblico X Geradores de Resduos da Construo Civil (fonte:

    Autor)........................................................................................................................................81

    Quadro 4.1 - Fluxograma do processo de reciclagem utilizado nos municpios de Joinville,

    So Carlos e Belo Horizonte (fonte: Autor)............................................................................113

    Quadro 6.2 - Fluxograma de atividades (fonte: Autor)...........................................................115

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 2.1 - Dados operacionais - Usinas de reciclagem de RCD em Belo Horizonte / MG

    (SLU, 2010)..............................................................................................................................29

    Tabela 2.2 - Preo dos agregados reciclados - Usina em So Carlos / SP (fonte: PROHAB,

    2010).........................................................................................................................................37

    Tabela 2.3 - Indicadores de porte do empreendimento (fonte: MEDEIROS, 2010)................40

    Tabela 2.4 - Locao de mo-de-obra (fonte: MEDEIROS, 2010)..........................................40

    Tabela 2.5 - Investimentos (fonte: MEDEIROS, 2010)............................................................41

    Tabela 3.1 - Estimativa da gerao de RCD (fonte: Jhon & Agopyan, 2000)..........................42

    Tabela 3.2 - Dimenses - Alimentador Vibratrio (fonte: Maqbrit, 2010)...............................53

    Tabela 3.3 - Dados tcnicos - Alimentador Vibratrio (fonte: Maqbrit, 2010)........................54

    Tabela 3.4 - Dimenses - Calha Vibratria (fonte: Maqbrit, 2010)..........................................56

    Tabela 3.5 - Dados tcnicos - Calha Vibratria (fonte: Maqbrit, 2010)...................................56

    Tabela 3.6 - Dimenses - Britador de Mandbulas (fonte: Maqbrit, 2010)..............................59

    Tabela 3.7 - Dados tcnicos - Britador de Mandbulas (fonte: Maqbrit, 2010)........................59

    Tabela 3.8 - Porcentagem de material produzido com APF de 50mm - Britador de Mandbulas

    (fonte: JADOVISKI, 2005, pg.67)............................................................................................61

    Tabela 3.9 - Dados tcnicos para britador de mandbulas - fabricante: vrios (fonte:

    JADOVISKI, 2005, pg.68).......................................................................................................62

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    Tabela 3.10 - Dimenses - Britador de Impacto (fonte: Maqbrit, 2010)..................................64

    Tabela 3.11 - Dados tcnicos - Britador de Impacto (fonte: Maqbrit, 2010)............................66

    Tabela 3.12 - Dimenses - Peneira Vibratria (fonte: Maqbrit, 2010).....................................69

    Tabela 3.13 - Dados tcnicos - Peneira Vibratria (fonte: Maqbrit, 2010)..............................70

    Tabela 3.14 - Dimenses - Grelha Vibratria (fonte: Maqbrit, 2010)......................................72

    Tabela 3.15 - Dados tcnicos - Grelha Vibratria - fabricante: FURLAN (fonte: JADOVISKI,

    2005, pg.78)..............................................................................................................................72

    Tabela 3.16 - Dados tcnicos - Grelha Vibratria - fabricante: Maqbrit (fonte: Maqbrit,

    2010).........................................................................................................................................72

    Tabela 3.17 - Dados tcnicos - Transportador de Correia - fabricante FURLAN (fonte:

    JADOVISKI, 2005)..................................................................................................................76

    Tabela 5.1 - rea requerida para usina de reciclagem em funo da capacidade de produo

    (fonte: Autor)............................................................................................................................89

    Tabela 5.2 - Valor unitrio do terreno em funo da populao e da rea requerida (fonte:

    SACEF, 2010)...........................................................................................................................89

    Tabela 5.3 - Preos mdios de aquisio para equipamentos de britagem (fonte:

    Fabricantes)...............................................................................................................................92

    Tabela 5.4 - Composio da equipe de operao de usinas de reciclagem de RCD (fonte:

    Autor)........................................................................................................................................94

    Tabela 5.5 - Custo dos equipamentos de proteo individual (fonte: CCOP, 2009)................95

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    Tabela 5.6Potncia mdia dos equipamentos para britagem (fonte: Fabricantes)................97

    Tabela 5.7 - Custo de troca das peas de desgaste dos equipamentos de britagem (fonte:

    Maqbrit, 2010)........................................................................................................................100

    Tabela 5.8 - Quantidade de horas mensais de mo-de-obra para manuteno preventiva dos

    equipamentos de britagem (fonte: JADOVISKI, 2005, pg. 119)............................................101

    Tabela 5.9 - Custo de manuteno preventiva de mquinas e veculos prprios (fonte:

    JADOVISKI,2005, pg. 120)...................................................................................................102

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    LISTA DE GRFICOS

    Grfico 1.1 - Composio dos resduos slidos urbanos (fonte: PINTO, 1999)......................20

    Grfico 6.1Composio mdia dos RCD (fonte: Leite, 2001)...........................................109

    Grfico 6.2 Custo de implantao usinas de reciclagem, capacidade de produo

    40ton/h....................................................................................................................................116

    Grfico 6.3 - Custos variveis, tipo 01....................................................................................117

    Grfico 6.4 - Custos variveis, tipo 02....................................................................................118

    Grfico 6.5 - Custos variveis, tipo 03....................................................................................119

    Grfico 6.6 - Custos variveis, tipo 04....................................................................................119

    Grfico 6.7 - Custo total do empreendimento.........................................................................120

    Grfico 6.8 - Receita total do empreendimento......................................................................121

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 2.1 - Unidade de Reciclagem de Entulho Pampulha (fonte: SLU, 2010)......................27

    Figura2.2 - Unidade de Reciclagem de Entulho Estoril (fonte: SLU, 2010)...........................28

    Figura 2.3 - Unidade de Reciclagem de Entulho BR-040 (fonte: SLU, 2010).........................28

    Figura 2.4 - Unidade de Reciclagem de Entulho Campinas (fonte: Maqbrit, 2010)................29

    Figura 2.5 - Unidade de Reciclagem de Entulho Piracicaba (fonte: Maqbrit, 2010)................33

    Figura 2.6 - Fbrica de Artefatos de Cimento da PROHAB (fonte: PMSC, 2010)..................35

    Figura 2.7 - Fbrica de Artefatos de Cimento da PROHAB (fonte: PMSC, 2010)..................35

    Figura 2.8 - Unidade de Reciclagem de Entulho So Carlos (fonte: PMSC, 2010).................37

    Figura 2.9 - Usina de reciclagem de RCD da Medeiros (fonte: Terraplenagem Medeiros,

    2010).........................................................................................................................................39

    Figura 2.10 - Usina de reciclagem de RCD da Medeiros (fonte: Terraplenagem Medeiros,

    2010).........................................................................................................................................39

    Figura 3.1 - Alimentador vibratrio (fonte: MAQBRIT, 2010)...............................................52

    Figura 3.2 - Detalhe genrico do alimentador vibratrio (fonte: MAQBRIT, 2010)...............52

    Figura 3.3 - Calha vibratria (fonte: Maqbrit, 2010)................................................................54

    Figura 3.4 - Detalhe genrico - Calha Vibratria (fonte:Maqbrit, 2010)..................................55

    Figura 3.5 - Britador de Mandbulas (fonte: Maqbrit, 2010)....................................................57

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    Figura 3.6 - Detalhe genrico - Britador de Mandbulas (fonte: Maqbrit, 2010).....................58

    Figura 3.7 - Britador de Impacto (fonte: Maqbrit, 2010)..........................................................63

    Figura 3.8 - Detalhe genrico - Britador de Impacto (fonte: Maqbrit, 2010)...........................64

    Figura 3.9 - Peneira Vibratria (fonte: Maqbrit, 2010)...........................................................67

    Figura 3.10 - Detalhe genrico - Peneira Vibratria (fonte: Maqbrit, 2010)............................68

    Figura 3.11 - Grelha Vibratria (fonte: Maqbrit, 2010)...........................................................71

    Figura 3.12 - Detalhe genrico - Grelha Vibratria (fonte: Maqbrit, 2010).............................71

    Figura 3.13 - Transportador de Correia, Usina de Reciclagem de So Jos do Rio Preto / SP

    (fonte: Maqbrit, 2010)...............................................................................................................73

    Figura 3.14 - Detalhe genrico - Transportador de Correia (fonte: Maqbrit, 2010).................75

    Figura 6.1 - Primeira visita (fonte: Autor)..............................................................................106

    Figura 6.2 - Segunda visita (fonte: Autor)..............................................................................107

    Figura 6.3 - Terceira visita (fonte: Autor)...............................................................................108

    Figura 6.4 - Agregado reciclado produzido pela Medeiros (fonte: Autor).............................111

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    LISTA DE SIGLAS

    RCD: Resduo de Construo e Demolio;

    URPV: Unidade de Recebimento de Pequenos Volumes;

    PROHAB: Programa Habitacional;

    CONAMA: Conselho Nacional de Meio Ambiente;

    LP: Licena Prvia;

    LI: Licena de Instalao;

    LO: Licena de Operao;

    NBR: Norma Brasileira Regulamentadora;

    TCPO: Tabela de Composio de Preos para Oramento;

    CCOP: Catlogo de Custos Para Obras Pblicas.

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    SUMRIO

    1.INTRODUO....................................................................................................................19

    1.1.JUSTIFICATIVA................................................................................................................19

    1.2.OBJETIVOS.......................................................................................................................20

    2.CONTEXTO NACIONAL..................................................................................................22

    2.1. BELO HORIZONTE / MG................................................................................................23

    2.2.CAMPINAS / SP................................................................................................................29

    2.3. PIRACICABA / SP............................................................................................................31

    2.4. SO CARLOS / SP...........................................................................................................32

    2.5. JOINVILLE / SC...............................................................................................................37

    3. RECICLAGEM DOS RESDUOS DE CONSTRUO E DEMOLIO..................41

    3.1.TIPOS DE PLANTAS PARA BENEFICIAMENTO DE RESDUOS DE

    CONSTRUO E DEMOLIO...........................................................................................42

    3.1.1. Plantas fixas....................................................................................................................43

    3.1.2. Plantas semi-mveis........................................................................................................44

    3.1.3. Plantas mveis.................................................................................................................44

    3.2. TIPOS DE PROCESSOS DE BENEFICIAMENTO DE RCD.........................................46

    3.2.1. Primeira gerao de plantas............................................................................................46

    3.2.2. Segunda gerao de plantas............................................................................................47

    3.2.3. Terceira gerao de plantas.............................................................................................49

    3.3. EQUIPAMENTOS PARA BENEFICIAMENTO DE RCD.............................................50

    3.3.1. Alimentadores.................................................................................................................50

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    3.3.1.1. Alimentador Vibratrio................................................................................................50

    3.3.1.2. Calha Vibratria...........................................................................................................51

    3.3.2. Britadores........................................................................................................................55

    3.3.2.1. Britador de Mandbulas...............................................................................................56

    3.3.2.2. Britador de Impacto.....................................................................................................62

    3.3.3. Peneiras e grelhas............................................................................................................65

    3.3.3.1. Peneiras Vibratrias.....................................................................................................66

    3.3.3.2. Grelha Vibratria.........................................................................................................69

    3.3.4. Transportadores de correia..............................................................................................72

    4. LEGISLAO APLICADA AOS RESDUOS............................................................75

    4.1. Resoluo 307 / 2002 do CONAMA.................................................................................75

    4.2. Licenciamento ambiental...................................................................................................80

    4.3. Normas brasileiras regulamentadorasNBR....................................................................82

    4.3.1. NBR 15112 / 2004..........................................................................................................82

    4.3.2. NBR 15113 / 2004..........................................................................................................82

    4.3.3. NBR 15114 / 2004..........................................................................................................83

    4.3.4. NBR 15115 / 2004..........................................................................................................83

    4.3.5. NBR 15116 / 2004..........................................................................................................83

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    5. METODOLOGIA PARA O ESTUDO DOS CUSTOS DE IMPLANTAO,

    OPERAO E MANUTENO DE USINAS DE RECICLAGEM DE RCD................84

    5.1. CUSTOS DE IMPLANTAO........................................................................................86

    5.1.1. Custo de Aquisio do Terreno.......................................................................................87

    5.1.2. Custo de Obras Civis.....................................................................................................89

    5.1.3. Custo de Aquisio de Equipamentos.............................................................................89

    5.1.4 Custo de Instalao de Equipamentos..............................................................................91

    5.1.5. Custo de Aquisio de Mquinas e Veculos Prprios...................................................91

    5.2. CUSTOS DE OPERAO...............................................................................................92

    5.2.1. Custo de Mo-de-obra de Produo................................................................................93

    5.2.2 Custo de Veculos, Mquinas e Equipamentos Alugados................................................94

    5.2.3 Custo de Operao de Veculos, Mquinas e Equipamentos Prprios............................95

    5.2.4 Custo dos Insumos de Produo......................................................................................96

    5.2.5 Custo de Despesas Administrativas.................................................................................97

    5.2.6 Custo de Aluguel do Terreno...........................................................................................97

    5.3 CUSTOS DE MANUTENO..........................................................................................97

    5.3.1 Custo de Troca de Peas de Desgaste..............................................................................98

    5.3.2 Custo de Manuteno Preventiva dos Equipamentos de Britagem..................................99

    5.3.3 Custo de Manuteno Preventiva das Mquinas e Veculos Prprios...........................100

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    5.3.4 Custo de Manuteno Corretiva.....................................................................................101

    5.3.5 Custo de Depreciao de Equipamentos........................................................................101

    5.3.6 Custo de Depreciao de Mquinas e Veculos Prprios..............................................101

    5.3.7 Custo de Manuteno das Obras Civis, Terraplenagem e Contenes..........................102

    5.3.8 Custo de Depreciao das Obras Civis.........................................................................102

    6. COMPARATIVO DE CUSTOS PARA USINAS DE RECICLAGEM DE RCD -

    ESTUDO DE CASO PARA JOINVILLE..........................................................................103

    6.1. IDENTIFICAO DOS MATERIAIS RECICLVEIS................................................103

    6.2 DETERMINAO DO CUSTO / BENEFCIO DA RECICLAGEM............................112

    6.2.1 TIPO 01 - Terreno, equipamentos, mquinas e veculos prprios..............................116

    6.2.2

    TIPO 02 - terreno alugado, equipamentos, mquinas e veculos prprios.................117

    6.2.3 TIPO 03 - terreno e equipamentos prprios e mquinas e veculos alugados............117

    6.2.4 TIPO 04 - terreno, mquinas e veculos alugados e equipamentos prprios..............118

    6.2.5 Custo Total..................................................................................................................119

    6.2.6 Custo x Receita..........................................................................................................119

    7. CONCLUSO.................................................................................................................122

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS................................................................................123

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    1. INTRODUO

    1.1. JUSTIFICATIVA

    At meados dos anos 80, a indstria da construo civil brasileira tinha conscincia de

    gerar desenvolvimentos sem degradar o meio ambiente, porm no os aplicava. Este contexto

    comeou a ser modificado com o tempo e de acordo com a leis e resolues criadas para

    moderar os impactos causados por tais processos. At ento no havia uma preocupao

    quanto ao esgotamento dos recursos no renovveis e a destinao dada aos resduos gerados(entulho), situao esta que j havia resultado em gastos ambientais e perdas irreparveis ao

    meio ambiente.

    Gastos ambientais so aqueles relacionados, direta ou indiretamente, ao processo de

    gerenciamento ambiental, compreendendo todos aqueles relacionados a atividades inerentes

    ao controle, preservao e proteo do meio ecolgico, alm da recuperao de reas

    contaminadas (PAIVA, 2008).

    Considerada uma atividade de extrema impotncia para o desenvolvimento econmico

    e social das cidades, a construo civil responsvel por 61% dos resduos slidos urbanos de

    acordo com os valores indicados por Pinto (1999, pg. 11 e 12) representados no grfico

    abaixo:

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    Grfico 2.1 - Composio dos resduos slidos urbanos (fonte: PINTO, 1999)

    Esses resduos so provenientes de construes, reformas ou demolies e em muitos

    casos so jogados clandestinamente em terrenos baldios ou prximos a cursos de gua eacabam sendo responsveis pela proliferao de vetores, assoreamento de rios e obstruo de

    ruas e canais (CUNHA, 2007).

    A transformao de resduos de construo civil em agregados reciclados uma das

    alternativas que mais traz benefcios ao meio ambiente e proporciona uma reduo de 75%

    nos custos de descarte destes resduos nos aterros municipais. A diminuio do volume destesentulhos nos aterros proporciona um aumento da vida til destes, minimizando o impacto

    ambiental e contaminao de novas reas, evitando assim, a incidncia de doenas, devido

    poluio proveniente do extrativismo de recursos naturais (SCHENINI, BAGNATI e

    CARDOSO, 2004).

    Apesar dos entulhos parecerem ser um problema, eles devem ser vistos como umafonte geradora de materiais que podem ser de grande utilidade para o setor da construo

    COMPOSIO DOS RESDUOS SLIDOSURBANOS

    61%

    28%

    11%

    CONSTRUO CIVIL DOMICILIARES OUTROS

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    civil. Para a maioria das aplicaes, onde o resduo reaproveitado, possvel obter

    desempenhos similares aos dos produtos convencionais no reciclados (SCHENINI,

    BAGNATI e CARDOSO, 2004).

    Desta forma os resduos reaproveitados atravs do processo de reciclagem podero ser

    utilizados em servios mais simplificados, utilizando os agregados naturais somente em

    servios mais complexos e que exijam maior qualidade dos mesmos.

    1.2.OBJETIVOS

    Com o crescimento desenfreado dos centros urbanos, torna-se cada vez mais

    necessrio aplicar uma prtica que diminua o enorme volume de resduos gerados pelas

    construes e demolies.

    Este trabalho tem por objetivo apresentar algumas usinas de reciclagem de RCD

    (Resduo de Construo e Demolio) apontando os principais fatores envolvidos no processo

    de reciclagem bem como os custos necessrios para se administrar tal processo.

    Ser apresentado tambm um estudo sobre os equipamentos que podem ser

    empregados em tal processo, bem como uma srie de informaes (custos de instalo,

    manuteno, operao) adquiridas junto aos fabricantes de tais equipamentos.

    A reciclagem de resduos de construo e demolio no um assunto novo. Aps a

    Segunda Guerra Mundial e at o ano de 1955 foram reciclados de 400 a 600 milhes de m de

    resduos de construo e demolio na Alemanha, sendo produzidos 11,5 milhes de m de

    agregados, os quais foram utilizados na construo de aproximadamente 175 mil unidades

    habitacionais (JADOVISKI apud SCHULZ; HENDRICKS, 1992, p.165).

    Os custos devem ser considerados como ponto fundamental em todas as etapas, sendo

    necessrio desenvolver uma metodologia especfica para anlise dos custos de processos de

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    reciclagem (JOHN, 2000, p. 42). No Brasil, poucos trabalhos identificam com rigor os custos

    de produo de agregados reciclados e a viabilidade econmica de implantao de usinas de

    reciclagem de RCD.

    Dentro deste panorama, o presente trabalho busca estabelecer critrios para a

    formulao do custo de produo de agregados reciclados, sendo que seu objetivo principal

    determinar os custos relacionados a tal atividade.

    Ademais seus objetivos so:

    a) determinar o tamanho da usina e a rea requerida para sua implantao em funo

    da capacidade de produo;

    b) identificar a mo-de-obra necessria para operao deste tipo de usina;

    c) identificar os equipamentos necessrios para implantao de uma usina de

    reciclagem de RCD, bem como suas caractersticas;

    d) determinar os custos de implantao, operao e manuteno de uma usina de

    reciclagem de RCD e os custos de produo de agregados reciclados.

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    2. CONTEXTO NACIONAL

    O objetivo desta breve anlise das usinas de reciclagem de RCD no pas foi obter

    dados referentes aos tipos de equipamentos utilizados atualmente, a demanda destes

    equipamentos assim como suas caractersticas de funcionamento (modelo, marca,

    desempenho, produtividade, limitaes, potncia instalada, vantagens e desvantagens).

    Buscou-se tambem identificar todos os parmetros que influenciam nos custos gerados pelos

    mesmos.

    Entender o funcionamento destas usinas corresponde em levantar dados sobre a forma

    de operao e seu fluxo de atividades, caracterizando as possveis equipes para manuteno e

    operao das mesmas. Dentro destas equipes se enquadram: auxiliares, profissionais,

    operadores de mquina, mecnicos, setor administrativo e encarregados. Buscando definir os

    envolvidos no processo de gerenciamento, problemas de vizinhana e em torno ao

    investimento e medidas mitigatrias para minimizar os danos ambientais gerados no processo.

    Para tal estudo foram pesquisados custos de manuteno das usinas com relao ao

    desgaste de peas, bem como manuteno corretiva e preventiva relacionada troca e

    depreciao de equipamentos. Custos relacionados ao consumo de gua, energia, telefonia,

    terreno, instalaes prediais e transporte de resduos, conhecidos como custos operacionais.

    Analisar o funcionamento dos instrumentos de gesto dos resduos de construo e

    demolio tambm se torna uma etapa indispensvel a este trabalho, uma vez que o

    desempenho das usinas de reciclagem de RCD depende diretamente do gerenciamento

    eficiente dos mesmos.

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    2.1. BELO HORIZONTE / MG

    O municpio de Belo Horizonte possui aproximadamente 2.350.000 habitantes, que

    geram aproximadamente 4.000ton/dia de resduos slidos urbanos, sendo que os resduos de

    construo e demolio podem representar at 45% deste montante em massa. Atualmente, o

    sistema de gesto de RCD do municpio composto por uma parceria com os carroceiros, 29

    unidades de recebimento de pequenos volumes (URPV) e 3 usinas de reciclagem instaladas e

    em funcionamento (Estoril, Pampulha e BR-040) (SERVIO...-SLU/PMBH, 2010).

    O Programa Carroceiros constitudo por 400 carroceiros cadastrados pela prefeitura

    para fazer a retirada do entulho gerado em casa por reformas e construes, ou mesmo de

    mveis velhos (SERVIO...-SLU/PMBH, 2010).

    Os carroceiros so orientados em palestras que explicam os cuidados com o meio

    ambiente, formas de associao e trato dos animais. Eles aprendem que jogar o entulho em

    vias pblicas, lotes vagos e cursos d'gua causam prejuzo ao meio ambiente urbano. Todos

    recebem uma carteira com os dados pessoais e a identificao do cavalo. Os animais tm

    assistncia dos veterinrios da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), incluindo

    vacinao e exames de preveno de doenas. A Universidade tambm desenvolve o

    melhoramento gentico das raas com o objetivo de obter um animal de boa trao para o

    trabalho (SERVIO...-SLU/PMBH, 2010).

    Criado em 1997, o projeto considera o carroceiro como parceiro da administrao

    pblica por atuar como agente de limpeza urbana ao coletar e destinar corretamente os

    pequenos volumes recolhidos pela cidade at as URPV. O material depois enviado para uma

    das Usinas de Reciclagem do municpio. O Programa Carroceiros um dos mais premiados

    da Prefeitura. O trabalho j foi reconhecido pela Fundao Getlio Vargas, Fundao

    Oswaldo Cruz, pela ONU e pela Revista Superinteressante (SERVIO...-SLU/PMBH).

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    As URPV so equipamentos pblicos destinados a receber materiais como entulho,

    resduos de poda, pneus, colches, eletrodomsticos e mveis velhos, dispostos diretamente

    em continers especficos, at o limite dirio de 2m por obra. A populao pode entregar o

    material gratuitamente nesses locais ou contratar um carroceiro para busc-lo. As URPV no

    recebem lixo domstico, lixo de sacolo, resduos industriais ou de servios de sade, nem

    animais mortos (SERVIO...-SLU/PMBH).

    O material recebido nas URPV separado em caambas e recolhido regularmente pela

    Prefeitura. O entulho limpo encaminhado para uma das Estaes de Reciclagem de Entulho,

    onde transformado em agregado reciclado que pode novamente ser reintroduzido na cadeia

    da construo civil (SERVIO...-SLU/PMBH).

    Cada URPV possui aproximadamente 300m, e serve de base para os carroceiros

    dispondo de banheiro e telefone para que a comunidade entre em contato, seja para tirar

    dvidas, seja para contatar os servios dos mesmos. Do montante captado nas URPV 27% do

    material vai para reciclagem e os outros 73% so destinados ao aterro sanitrio (SERVIO...-

    SLU/PMBH).

    Nas usinas de reciclagem, em diversos pontos de trfego, aspergida gua para evitar

    poeira no ptio da mesma, assim como barreira vegetal a fim de evitar a proliferao tambm

    de poeira para a vizinhana (SERVIO...-SLU/PMBH).

    Ao ser recebido o material ainda dentro da caamba analisado visualmente e as

    caambas com o montante inferior a 10% de materias estranhos ao RCDclasse A (plsticos,

    papelo, papel, etc) so aceitas. J as caambas com este valor acima de 10% so rejeitadas

    (SERVIO...-SLU/PMBH).

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    Aps aceita a deposio do material, o mesmo espalhado com o auxlio de uma p

    carregadeira e uma equipe de oito homens realiza a separao manual das parcelas

    indesejadas tais como papis, papelo, gesso e matria orgnica. As peas maiores que 30 cm

    so quebradas com auxlio de marretas e encaminhadas ao alimentador vibratrio

    (SERVIO...-SLU/PMBH).

    Existe a classificao visual de RCD em funo de sua cor e natureza mineralgica,

    como cinza com predominncia de concreto e como vermelhos com predominncia de

    material de cermica vermelha. Isto porque, nas usinas de Belo Horizonte, o RCD cinza

    usado para produo de blocos de vedao na prpria usina, enquanto o vermelho usado

    para obras de aterro ou sub-bases da Prefeitura ou ainda vendido para a populao pela

    quantia simblica de R$2,40 / m (SERVIO...-SLU/PMBH).

    As usinas da Pampulha e BR-040 trabalham em horrio comercial normal, porm a

    estao de Estoril, por estar inserida em uma rea residencial, opera das 9 horas at s 18

    horas, com intervalo das 12 s 14 horas (SERVIO...-SLU/PMBH).

    A equipe de operao prevista inicialmente para cada usina era de 8 uncionrios,

    sendo 1 encarregado, 1 funcionrio na recepo, 1 funcionrio na horta e jardim, 1

    funcionrio no britador e 4 funcionrios no ptio de triagem. No entanto, cada equipe atua na

    realidade com 14 funcionrios, sendo 1 auxiliar de escritrio, 1 encarregado, 2 funcionrios

    na horta e cozinha, 2 funcionrios no britador e 8 funcionrios no ptio de triagem

    (SERVIO...-SLU/PMBH).

    As peas de desgaste do britador de impacto so trocadas em um perodo de 4 meses e

    as correias dos motores a cada 3 meses. A Usina de Estoril possui uma rea de 8.000 m a

    Usina da Pampulha 12.000 m e a Usina da BR-040 30.000m. Cada usina possui rea

    construda aproximada de 100m. Na usina da Pampulha opera uma mquina eltrica manual

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    para fabricao de blocos de concreto. Os resduos de concreto so separados e fabricados por

    uma equipe de 10 funcionrios, sendo 4 nas peneiras manuais e 6 operando na betoneira e

    prensa (SERVIO...-SLU/PMBH).

    Estas trs usinas aliadas ao sistema eficiente de coleta, separao e destinao dos

    resduos faz de Belo Horizonte sem dvida uma cidade modelo em reciclagem de ressuos da

    construo civil. Graas ao trabalho em conjunto entre a comunidade e a prefeitura, o

    municpio deixa de depositar cerca 116.000 toneladas de RCD por ano em seus aterros, ruas,

    terrenos e outros. O sistema funciona desde 1997 e desde ento divulgado, fiscalizado e

    comentado para que funcione de maneira a atender a demanda das usinas de reciclagem,

    garantindo que as mesmas no entrem em ociosidade.

    O modelo de gesto de resduos slidos foi implantado gradativamente, atravs de

    experincias piloto, que contriburam para consolidar o programa, que possui como alicerce

    trs pontos fortes: qualificao da mo de obra, consistncia tecnolgica e participao

    popular.

    As figuras 2.1 a 2.3 representam respectivamente as usinas de reciclagem de RCD da

    Pampulha, Estoril e BR-040.

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    Figura 2.1 - Unidade de Reciclagem de Entulho Pampulha (fonte: SLU, 2010)

    Figura2.2 - Unidade de Reciclagem de Entulho Estoril (fonte: SLU, 2010)

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    Figura 2.3 - Unidade de Reciclagem de Entulho BR-040 (fonte: SLU, 2010)

    A seguir apresentado a tabela resumo das usinas de reciclagem de resduos de

    construo e demolio de Belo Horizonte. No qual esto dispostas informaes pertinentes

    aos custos de aquisio de equipamentos e custos operacionais do empreendimento. Estas

    informaes foram obtidas junto aos responsveis pelo programa de reciclagem da cidade, os

    quais informam que j existe um estudo para implantao da quarta usina de reciclagem de

    resduos da construo civil.

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    ESTORIL PAMPULHA BR-040TIPO DE BRITADOR impacto impacto impacto

    CAPACIDADE DE PRODUO ton/h 15 30 50

    CUSTO DE AQUISIO R$65.000(usado)

    140.000 490.000

    CUSTO DE IMPLANTAO R$ 35.000 50.000 330.000TOTAL DE EMPREGADOS un 14 14 16

    ADMINISTRAO un 1 1 1ENCARREGADO un 1 1 1

    OPERADOR DE BRITADOR un 2 2 2TRIAGEM un 8 8 10

    SERVIOS GERAIS un 2 2 2REA TOTAL m 8.000 12.000 30.000

    REA CONSTRUDA m 100 100 150CUSTO DE PRODUO R$/ton 7,91 7,14 6,90

    USINAunidadeITEM

    Tabela 2.6 - Dados operacionais - Usinas de reciclagem de RCD em Belo Horizonte (SLU, 2010)

    2.2 CAMPINAS / SP

    Segundo Vedroni, (2007) o municpio de Campinas gera cerca de 540 mil toneladas deentulho por ano. Parcela desta que sendo reciclada, e utilizada em obras de pavimentao por

    exemplo, poderia render uma economia de at R$ 4,5 milhes ao ano para os cofres da cidade.

    A prefeitura optou por implantar um sistema de coleta e reciclagem eficiente. O

    material resultante deste processo utilizado para obras da prefeitura tais como: recuperao

    de trechos destrudos do asfalto urbano ou tapar valetas e cascalhamento de estradas rurais.

    A usina de reciclagem de Campinas foi instalada em 2004 pela Prefeitura, com uma

    capacidade nominal de reciclagem aproximada de 60 m/h. composta por um alimentador

    vibratrio, um britador de impacto, um separador magntico suspenso de limpeza automtica,

    uma peneira vibratria de 4 decks e diversos transportadores de correia(MIRANDA, 2005,

    p.29).

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    O entulho recebido triado manualmente por 35 funcionrios de uma cooperativa

    mantida com o lucro da venda dos materiais considerados contaminantes da frao de origem

    mineral. Aps a triagem e a partir de um alimentador vibratrio, os resduos so lanados no

    britador e, aps passarem pelo separador magntico, so armazenados em cone (no caso da

    produo de brita corrida) ou levados para a peneira vibratria que os separam em at 5

    fraes granulomtricas (MIRANDA, 2005, p.29).

    A seguir pode-se visualizar na figura 2.4 a usina de reciclagem de RCD de Campinas,

    com uma grande rea para operao das mquinas, e ao fundo uma barreira em forma de

    talude para proteo contra rudos e poeira.

    Figura 2.4 - Unidade de Reciclagem de Entulho Campinas (fonte: Maqbrit, 2010)

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    2.3 PIRACICABA / SP

    Com cerca de 355.000 habitantes o municpio de Piracicaba, na busca por solues

    para os grandes bota-fora e inmeras deposies irregulares de entulho, que tanto

    degradavam o ambiente, teve instituida uma parceria (Prefeitura Municipal, Coletores,

    Construtores, Instituies de Pesquisa, Associaes para a Coleta Seletiva e Instituies de

    Ao Social) que deu incio ao programa de gesto de resduos de construo e demolio da

    cidade (EMDHAP, 2010).

    O programa constitudo por reas pblicas para descarte de pequenos volumes. So

    mais de 21 locais que facilitam a captao de resduos em pequenos volumes como entulhos,

    lixo seco reciclvel e podas (EMDHAP, 2010).

    Para os resduos de grande volume, geralmente oriundos de obras privadas de porte

    maior, exigido um Plano de Destinao de Resduos. Os coletores devem ser cadastrados e o

    entulho encaminhado para uma das duas reas de Transbordo e Triagem ou ainda para a rea

    de Reciclagem. Estas reas so particulares de operao privada e prontas para receber os

    grandes volumes (EMDHAP, 2010).

    A prefeitura tem a responsabilidade de dar apoio tecnolgico, regulamentar a operao

    e sempre incentivar o uso de resduos reciclados assim como seu uso em obras pblicas

    (EMDHAP, 2010).

    A usina de reciclagem de RCD composta por um britador de mandbulas com

    capacidade de 25 ton/h e por um rebritador de martelos, alm de alimentador vibratrio,

    correias transportadoras e peneiras. A usina de reciclagem foi instalada em 1996 em um

    terreno de aproximadamente 10.000 m e o custo de aquisio do equipamento foi de R$

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    350.000,00. Desde 2007 a usina vem processando uma mdia de 280 toneladas dirias de

    entulho (EMDHAP, 2010).

    A equipe de produo composta por quatro funcionrios, sendo um operador de

    retroescavadeira, um operador do britador e dois funcionrios na triagem fina do material.

    Uma primeira triagem realizada pela cooperativa de catadores em um ptio de transbordo

    operado pela associao dos transportadores de caambas, aonde so retirados materiais

    reciclveis e reaproveitveis, tais como plsticos, madeiras e metais (EMDHAP, 2010).

    O custo da caamba de tele-entulho no municpio de Piracicaba varia de R$

    40,00/caamba R$ 60,00/caamba. So recebidas diariamente no ptio de transbordo 600

    toneladas de RCD e so conduzidas para reciclagem aproximadamente 120 m/dia. O perodo

    de troca dos martelos de 3 meses, sendo que o custo de cada jogo de martelos de R$

    450,00. A usina chegou a trabalhar com capacidade mxima por dezoito meses, apresentando

    somente aps este perodo a necessidade de troca das mandbulas e das placas de revestimento

    (EMDHAP, 2010).

    Segundo Emdhap (2010), o agregado grado de predominncia cermica aplicado

    em obras de pavimentao, inclusive para trfego pesado. O agregado mido de

    predominncia tambm cermica vendido para a populao para o assentamento de

    alvenarias. J a frao cinza de RCD (que separada da vermelha visualmente quando o

    resduo chega na usina) est sendo utilizada para produo de blocos de vedao e bloquetes

    para pisos que so usados pela prpria Prefeitura. Testes iniciais foram realizados nestes

    blocos em parceria com a Associao Brasileira de Cimentos Portland (ABCP), mas sem se

    tornar uma etapa contnua da produo.

    Um ponto interessante no processo de reciclagem de RCD da usina a triagem do

    resduo. O RCD despejado neste terreno pelos caambeiros da cidade, formando pilhas. Em

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    cada pilha existe um grupo pr-definido de pessoas (de 6 a 10) que, trabalhando em forma de

    cooperativa com a ajuda de uma p carregadeira da Prefeitura, removem outros tipos de

    resduos misturados ao classe A, como metais, madeira, plsticos e papis. Estes materiais

    removidos so vendidos pela cooperativa e os resduos classe A so levados para a reciclagem

    (EMDHAP, 2010).

    Figura 2.5 - Unidade de Reciclagem de Entulho Piracicaba (fonte: Maqbrit, 2010)

    2.4 SO CARLOS / SP

    O municpio de So Carlos gera entre 250 e 450 ton/dia de resduos de construo e

    demolio. Para amenizar o impacto deste montante no meio ambiente o PROHAB (Programa

    Habitacional) de So Carlos desenvolveu o Programa de Sustentabilidade Ambiental e Social

    (PROHAB, 2010).

    O programa visa a reduo dos custos unitrios de determinados produtos (blocos,

    piso de concreto, pavimentao, etc.) produzidos em uma fbrica de artefatos de cimento do

    prprio PROHAB, com os agregados reciclados (figura 2.6 e figura 2.7) (PROHAB, 2010).

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    Figura 2.6 - Fbrica de Artefatos de Cimento do PROHAB (fonte: PMSC, 2010)

    Figura 2.7 - Fbrica de Artefatos de Cimento do PROHAB (fonte: PMSC, 2010)

    A usina de reciclagem de ressuos da construo civil do PROHAB foi inaugurada em

    2006, com capacidade de produo na triagem/britagem de 20 ton/h8h/dia, totalizando 160

    ton/dia, uma quantidade bem prxima da gerao do municpio (250 ton/dia), levando em

    conta que somente os resduos RCD sero transbordados no ptio de triagem da Usina

    (PROHAB, 2010).

    A usina aceita para reciclagem os seguintes materiais:

    Fragmentos de alvenaria de componente cermico

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    Fragmentos de alvenaria de blocos de concreto

    Fragmentos de concreto armado ou no, sem formas

    Fragmentos de lajes e de pisos

    Argamassa de cal, de cimento ou mistas, de assentamento ou revestimento

    Componentes de concreto ou cermico: blocos, tijolos, telhas, lajotas para laje, etc

    Fragmentos de pedra britada ou areia natural sem presena de terra

    Os resduos so transbordados na usina atravs de uma parceria com as empresas

    coletoras de entulho da cidade de So Carlos. Essa parceria contribuiu com o fechamento de

    um circuito muito importante para o aumento da vida til do aterro (PROHAB, 2010).

    Atividades desenvolvidas na usina de reciclagem:

    Recepo e anlise visual dos resduos a serem recebidos

    Disposio em reas para triagem

    Triagem e retirada de contaminantes dos resduos

    Manejo, estocagem e expedio de rejeitos, alimentao do ncleo de reciclagem

    Processamento dos resduos (pr-classificao, britagem, peneiramento, rebritagem

    e transporte)

    Retirada de contaminantes aps a britagem ( impurezas metlico-ferrosas e outras)

    Formao de pilhas de agregado reciclado na forma de brita corrida

    Formao de pilhas de agregados reciclados peneirados

    Estocagem de agregado reciclado

    Expedio

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    Figura 2.8 - Unidade de Reciclagem de Entulho So Carlos (fonte: PROHAB, 2010)

    Os agregados reciclados, alm de serem utilizados para fabricao de blocos pela

    fbrica de artefatos de cimento do PROHAB, so vendidos para a comunidade por preos

    inferiores ao dos agregados naturais (conforme tabela abaixo), sendo a comunidade instruda

    sobre as possveis utilizaes dos agregados reciclados (PROHAB, 2010).

    TIPO DE AGREGADO PREO UTILIZAO

    Bica Corrida4,80 / m +

    frete

    sub-base de pavimentaes,recuperao de vias rurais,

    servios de tapa-buraco

    Areia Grossa7,00 / m +

    freteargamassa de assentamento

    Pedrisco7,00 / m +

    freteartefatos de cimento, bloco de

    vedao e piso intertravado

    Pedra 017,00 / m +

    freteconcreto no estrutural,

    drenagens

    Tabela 2.7 - Preo dos agregados reciclados - Usina em So Carlos / SP (fonte: PROHAB, 2010)

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    2.5 JOINVILLE / SC

    O municpio de Joinville atualmente enfrenta problemas devido a falta de locais para

    destinao dos resduos de construo e demolio e ainda conta com a ausncia deste tipo de

    atividade. Desde 2005, uma empresa de terraplenagem denominada Terraplenagem Medeiros

    aguardava o licenciamento para iniciar oficialmente suas atividades. A licena foi concedida

    em Novembro de 2009 podendo desde ento entrar em operao (MEDEIROS, 2010).

    A empresa ja vinha desenvolvendo testes para operao da usina de reciclagem desde

    2004, recebendo pequenas quantidades de resduos, como peas de concreto armado ou no e

    cermicas, e processando este material em um britador de mandbulas que era utilizado para

    britagem de agregados naturais em obras executadas pela empresa (MEDEIROS, 2010).

    A usina tem o objetivo inicial de processar 170m de RCD por ms, considerando 22

    dias de funcionamento por ms num regime de 8 horas dirias, reciclando pouco menos de

    8m por dia de entulho (MEDEIROS, 2010).

    As figuras 2.9 e 2.10 a seguir mostram respectivamente a correia transportadora em

    funcionamento, vista lateralmente, e o britador de mandbulas, visto de cima, da usina de

    reciclagem da empresa.

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    Figura 2.9 - Usina de reciclagem de RCD da Medeiros (fonte: Terraplenagem Medeiros, 2010)

    Figura 2.10 - Usina de reciclagem de RCD da Medeiros (fonte: Terraplenagem Medeiros, 2010)

    Com uma rea de aproximadamente 30.000m a a usina opera com um rompedor

    hidrulico, uma retroescavadeira, uma moega alimentadora, um britador de mandbulas uma

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    correia transportadora e uma p carregadeira. A usina pretende adquirir um separador

    magntico, peas novas para o britador e novas correias transportadoras com o objetivo de

    aumentar sua produo (MEDEIROS, 2010).

    A tabela a seguir apresenta os principais indicadores de porte do empreendimento.

    ITEM Quantidade ( m, m)rea de Armazenamento de matria-prima 2976 mrea de Armazenamento de material reciclado 2036 mrea total do lote 29892 mQuantidade de matria-prima a receber, mensal 250 m

    Quantidade de produto comercializado, mensal 170 m Tabela 2.8 - Indicadores de porte do empreendimento (fonte: MEDEIROS. 2010)

    A tabela abaixo apresenta a locao de mo-de-obra ao empreendimento bem como a

    funo e o equipamento utilizado na operao.

    Descrio da Operao Qtdade Equipamento Funo

    Recebimento doMaterial

    1 Controle de Entrada e Sada demateriais

    Rompimento 1Rompedor hidrulico

    acoplando aretroescavadeira

    Desagregao do concreto empeas menores

    Segregao 2Tesoura corta ferro e

    marretasSegregao manual entre ferro e

    concretoAlimentador do

    Britador1

    P carregadeira conchafrontal

    Alimentao do britador compeas adequadas

    Controle do Britador 1 Controle operacional do britador

    Tabela 2.9 - Locao de mo-de-obra (fonte: MEDEIROS, 2010)

    A tabela seguinte demonstra os principais investimentos realizados ao longo do tempo

    em que a empresa aguardava o lincenciamento para iniciar as atividades.

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    ITENS Investimentos, R$1. Servios de terraplenagem 2976 m , R$ 38.000,00

    2. Obra de drenagem 2976 m, R$ 15.000,003. Aquisio de Rompedor hidrulico 2036 m, R$ 68.000,00

    4. Aquisio de Retroescavadeira 29892 m , R$ 242.500,005. Aquisio de Moega alimentadora 250 m , R$ 9.000,00

    6. Aquisio de britador de mandibulas 170 m , R$ 328.000,007. Aquisio de Correia transportadora R$ 18.000,00

    8. Aquisio de P carregadeira R$ 280.000,00TOTAL R$ 998.500,00

    Tabela 2.10 - Investimentos (fonte: MEDEIROS, 2010)

    A empresa desde ento vem divulgando o seu interesse em receber o resduo de

    construo civil que processa, praticando polticas de divulgao entre os caambeiros do

    municpio ( cobrada uma taxa simblica de R$ 5,00 por metro cbico) para que os mesmos

    contribuam com o funcionamento da usina de reciclagem que visa a comercializao do

    agregado reciclado (MEDEIROS, 2010).

    O municpio j possui um plano de Gesto para tais resduos, o plano est sendo

    implantado aos poucos para que medidas de controle possam ser feitas corrigindo assim as

    possveis falhas no sistema (SOUZA, 2004).

    Atualmente existem em operao 3 Unidades de Recebimento de Pequenos Volumes

    (URPV) de um total de 22 propostas para integrar o plano de gesto. Estas URPV esto sendo

    implantadas junto as Secretarias Regionais, as quais juntamente com os demais veculos de

    assistncia social e ambiental da prefeitura so os responsveis pela divulgao e fiscalizao

    do sistema (MEDEIROS, 2010).

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    3. RECICLAGEM DOS RESDUOS DE CONSTRUO E DEMOLIO

    Atualmente tem-se a disposio todas as condies tecnolgicas eficazes para

    reciclagem dos resduos das atividades construtivas, podendo-se viabilizar a maior

    sustentabilidade a qualquer instante.

    Em pases como ustria, Finlndia, Sucia e Inglaterra, o desempenho significativo,

    chegando a 50% de resduos de construo e demolio reciclados. Essa porcentagem ainda

    maior se examinarmos os ndices encontrados na Blgica, Dinamarca e Holanda, que podem

    chegar at 80% (FREIRE & BRITO, 2001).

    Em pases como Frana, Alemanha, Irlanda e Luxemburgo verifica-se um ndice

    crescente na ordem de 20% (FREIRE & BRITO, 2001).

    A tabela a seguir apresenta uma estimativa anual da gerao de resduos de construo

    e demolio em alguns pases.

    Mton/ano Kg/hab.Sucia 1,2 - 6 136 - 680Holanda 12,8 - 20,2 820 - 1300EUA 136 - 171 463 - 584UK 50 - 70 880 - 1120Blgica 7,5 - 34,7 735 - 3359Dinamarca 2,3 - 10,7 440 - 2010

    Itlia 35 - 40 600 - 690Alemanha 79 - 300 963 - 3658Japo 99 785Portugal 3,2 325Brasil 76 230 - 660

    PasQuantidade Anual

    Tabela 3.1 - Estimativa da gerao de RCD (fonte: Jhon & Agopyan, 2000)

    A reciclagem j se encontra avanada em outros pases desenvolvidos, como Estados

    Unidos, Canad e Japo. Pode-se notar que a associao entre tecnologia adequada, poltica,

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    legislao e fiscalizao eficientes representa o diferencial naqueles pases com ndices

    elevados de RCD reciclados.

    A reciclagem de resduos de construo e demolio aceita mundialmente, e de

    forma lenta comea a ser colocada em prtica no Brasil pela implantao de Usinas de

    Reciclagem. Pesquisadores reconhecem seu potencial e sua viabilidade tcnica e econmica.

    O crescimento urbano gera a renovao, que por sua vez, leva a demolio de casas,

    edifcios e indstrias, o que provoca um considervel aumento da massa de resduos slidos

    ocasionando um srio problema devido a inexistncia de locais adequados para sua disposio

    (SCHENINI, BAGNATI e CARDOSO,2004).

    A indstria da construo civil possui um ndice de perdas muito elevado. Causadas

    por falhas na elaborao e execuo de projetos, falta de planejamento e acompanhamento

    tcnico nos canteiros de obras e na produo, m qualidade e mau acondicionamento dos

    materiais, uso de tcnicas de construo inadequadas e principalmente a inexistncia de uma

    cultura sobre o reaproveitamento e a reciclagem dos materiais utilizados pelos geradores

    (SCHENINI, BAGNATI e CARDOSO,2004).

    3.1. TIPOS DE PLANTAS PARA BENEFICIAMENTO DE RESDUOS DE

    CONSTRUO E DEMOLIO

    Segundo Brito Filho (1999), a implantao de usinas de reciclagem de resduos de

    construo e demolio um passo muito importante para a incluso do programa de

    reciclagem dentro do sistema de gesto. Sempre devendo levar em considerao a capacidade

    operacional do equipamento utilizado e o tipo de benficiamento do resduo.

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    Para tal incluso de extrema importncia conhecer o volume de RDC que poder ser

    reciclado, o tipo de material e sua aplicao assim como o local de implantao da unidade de

    reciclagem.

    Conforme Brito Filho (1999) as usinas de reciclagem devem ser instaladas longe de

    reas residnciais ou centrais que sejam densamente povoadas. Sendo recomendada a sua

    implantao o mais prximo possvel de suas fontes geradoras e de aterros, que j possuem

    uma infra-estrutura instalada, essas medidas contribuiro para tornar o programa de

    reciclagem vivel, diminuindo custos e contribuindo para que os coletores atuem de forma

    benfica.

    O beneficiamento de RCD pode ser feito em plantas com diferentes caractersticas em

    relao sua instalao, podendo ser fixas, semi-mveis e mveis (SCHENINI, BAGNATI e

    CARDOSO,2004).

    3.1.1. PLANTAS FIXAS

    As instalaes fixas so empregadas em empreendimentos de localizao definitiva,

    tais como pedreiras, mineraes, fbricas de artefatos de cimento. So caracterizadas pela

    utilizao de equipamentos maiores e mais potentes que possibilitam melhor processo de

    britagem, retirada de impurezas e peneiramento que os equipamentos utilizados em plantas

    mveis (METSO,2005)

    A vantagem para este tipo de planta na reciclagem a possibilidade de obteno de

    produtos reciclados mais diversificados e de melhor qualidade que os produzidos pelas

    plantas mveis.

    Metso (2005) aponta como desvantagens, altos investimentos e de disponibilizao de

    grande rea, cerca de 50.000 m, para instalao da planta de processamento. No entanto, de

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    acordo com as usinas de reciclagem estudas no captulo 2 deste trabalho, uma rea inferior

    20.000 m suficiente, para se operar uma usina de reciclagem de RCD.

    3.1.2. PLANTAS SEMI-MVEIS

    So empregadas em empreendimentos de mdio prazo, com tempo de montagem

    limitado, tais como, instalaes para barragens hidreltricas e pedreiras para construo de

    estradas, em virtude de sua facilidade, rapidez e economia de montagem (METSO, 2005).

    As principais caractersticas das instalaes semimveis so a sua construo sobre

    bases de estrutura metlica, a baixa altura (facilita a montagem e manuteno e diminui o

    comprimento das correias transportadoras intermedirias) e a simplicidade de instalao.

    Deve-se evitar construes civis nos locais de implantao da usina, pois os gastos envolvidos

    so muito altos e as estruturas construdas no so reutilizveis (METSO, 2005).

    3.1.3. PLANTAS MVEIS

    As instalaes mveis so indicadas para os empreendimentos que requerem

    mobilizao constante e tempo mnimo de montagem. Eliminam os inconvenientes e os

    custos das sucessivas montagens, desmontagens e transporte (METSO, 2005).

    Segundo Metso (2005) so comumente empregadas em servios de manuteno de

    estradas, prospeco geolgica e explorao de jazidas espalhadas em uma determinada rea,

    estas plantas mveis so caracterizadas pela sua flexibilidade.

    As plantas mveis no necessitam obras civis, podendo ser relocadas facilmente,

    utilizam pouca mo-de-obra (4 operrios), necessitam pouco tempo de instalao e

    desinstalao (aproximadamente 4 horas) e podem ser dispostas junto ao depsito do material

    a ser britado, diminuindo as distncias de transporte do material de demolio at a planta de

    reciclagem (METSO, 2005).

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    Conforme Nortec (2004), as plantas mveis utilizam equipamentos de pneus para

    transportes maiores e esteiras para locomoo no local de britagem. Tambm interessante

    considerar a utilizao de conjuntos mistos (semi-mvel / mvel), podendo ser deslocveis ou

    arrastveis.

    3.2 TIPOS DE PROCESSOS DE BENEFICIAMENTO DE RCD

    Os processos de beneficiamento de RCD so classificados pela primeira, segunda e

    terceira gerao. O processo de primeira gerao o mais simplificado de todos, pois a

    remoo dos contaminantes realizada de maneira manual e os metais ferrosos so removidos

    por eletrom, sendo dos trs processos o mais barato (HANSEN, 1992, p.13).

    J o processo de segunda gerao incorpora procedimentos mais sofisticados de

    limpeza e triagem dos resduos, e as plantas de terceira gerao possuem equipamentos mais

    avanados para tal fim.

    No Brasil, as plantas de reciclagem de RCD caracterizam-se por ser de primeira

    gerao e, conforme Angulo (2000, p.23), voltadas para a parcela inorgnica no-metlica

    destes resduos, enquanto que nos Estados Unidos existe a reciclagem de outras parcelas dos

    resduos, tais como metais e madeiras.

    3.2.1 PRIMEIRA GERAO DE PLANTAS

    Uma planta de primeira gerao caracteriza-se por possuir, alm dos equipamentos

    convencionais de britagem, apenas dispositivos (ms magnticos) para remoo de barras de

    ao e outros elementos metlicos (HANSEN, 1992, p.13; CARNEIRO, 2001a, p.156). O

    sistema de britagem pode ser aberto ou fechado, como indicado nos quadros 3.1 e 3.2.

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    Quadro 3.1 - Sistema aberto de reciclagem (fonte: JADOVISKI, 2005, pg.60 )

    Quadro 3.2 - Sistema fechado de reciclagem (fonte: JADOVISKI, 2005, pg. 60)

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    No sistema fechado, aps o peneiramento, o material no passante na peneira de maior

    abertura granulomtrica, retorna para britagem, enquanto que no sistema aberto todo o

    material estocado, de acordo com a sua granulometria, aps o peneiramento.

    Em ambos os sistemas, os resduos devem estar livres de impurezas (madeiras,

    plsticos, papis, vidros e terra). No sistema aberto, o produto final apresenta granulometria

    menos contnua e com menor definio do dimetro mximo, porm possui maior capacidade

    de produo que o sistema fechado.

    3.2.2. SEGUNDA GERAO DE PLANTAS

    Nas plantas de segunda gerao, as impurezas de maior dimenso (madeiras, metais,

    plsticos e papis) so retiradas manual ou mecanicamente antes da britagem. Aps a

    britagem, os resduos so limpos e classificados por via seca ou mida e a parcela menor que

    10 mm descartada, com a finalidade de se eliminar a possibilidade de uso de impurezas de

    tamanho reduzido, como gesso e terra (GEHO, 1997, apud CARNEIRO, 2001).

    Aps isto, feita a britagem secundria e um novo peneiramento. O processo de

    separao do resduo via mida tem maiores benefcios que o processo de separao via seca,

    devido menor quantidade de p gerada, melhor separao e classificao, e o agregado

    obtido fica praticamente livre de impurezas orgnicas (GEHO, 1997, apud CARNEIRO,

    2001).

    O fluxo bsico das plantas de segunda gerao apresentado na quadro 3.3.

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    Quadro3.3 - Segunda gerao de planta de reciclagem (fonte: JADOVISKI, 2005, pg. 61)

    3.2.3. TERCEIRA GERAO DE PLANTAS

    As plantas de terceira gerao visam a remoo praticamente integral de todos

    materiais secundrios considerados como contaminantes dos agregados reciclados. Esta

    eliminao de impurezas pode ser realizada por processos secos, midos, trmicos ou ainda

    por uma combinao destes (GEHO, 1997, apud CARNEIRO, 2001).

    Estes processos empenham custos ainda maiores, podendo-se utilizar equipamentos de

    separao e classificao, como separador magntico para remover materiais ferrosos e

    metlicos, tanques de depurao por flutuao para separar por densidade madeiras e

    plsticos, processos midos utilizando jatos de gua e imerso dos resduos e classificador por

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    ar para separar partculas leves e de densidades diferentes pelo escoamento de ar horizontal e

    vertical (GEHO, 1997, apud CARNEIRO, 2001).

    Para as plantas de terceira gerao, o material reciclado deve ser fornecido, processado

    e vendido sem a necessidade de transporte de grandes quantidades de material residual, tanto

    no ponto de processamento do resduo, como no de gerao do mesmo. Para obteno de

    agregados reciclados de melhor qualidade so necessrios processos de gesto do resduo pelo

    gerador que permitam a separao preliminar dos contaminantes durante a demolio (GEHO,

    1997, apud CARNEIRO, 2001).

    3.3. EQUIPAMENTOS PARA BENEFICIAMENTO DE RESDUOS DE CONSTRUO E

    DEMOLIO

    3.3.1. Alimentadores

    Os alimentadores so necessrios toda vez que queremos gerar um fluxo uniforme de

    fraes secas ou midas de rocha e de minerais. De modo geral, so classificados pelo

    tamanho do material de alimentao (METSO, 2005).

    So equipamentos utilizados para alimentao de britadores primrios, retomada de

    materiais sob silos e pilhas, alimentao com dosagem de rebritadores e moinhos, entre outras

    (FAO, 1985, p.1-01).

    Segundo Metso (2005) os principais tipos de alimentadores so o alimentador

    vibratrio (apoiado ou suspenso) e a calha vibratria, sendo descritos a seguir. Alm destes,

    tambm existem os alimentadores de sapatas, de gavetas e de correias. Os alimentadores

    vibratrios apresentam capacidade de alimentao desde 15 m/h at 250 m/h e potncia

    instalada desde 5 CV at 30 CV.

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    3.3.1.1 Alimentador Vibratrio

    O alimentador vibratrio (figura 3.1) empregado na alimentao de britadores

    primrios e de tranportadores de correia, no transporte de materiais grandes para a

    alimentao de britadores e na retomada de materiais grados (METSO, 2005).

    Figura 3.1 - Alimentador vibratrio (fonte: MAQBRIT, 2010)

    Compe-se basicamente de uma mesa vibratria revestida com placas de desgaste

    (tremonha) de ao mangans, grelhas de trilhos com abertura regulvel na parte final da mesa

    para separao prvia de fragmentos menores (MAQBRIT, 2010).

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    Figura 3.2 - Detalhe genrico do alimentador vibratrio (fonte: MAQBRIT, 2010)

    A tabela a seguir apresenta as dimenses disponibilizadas pelo fabricante, podendo as

    mesmas sofrerem alteraes, ou ainda serem produzidos sob encomenda.

    MODELO A B C D E F G HAV20040 2000 400 1800 2650 1145 2200 525 1400AV20050 2000 500 1900 2650 1245 2200 525 1400AV27060 2700 600 2100 3450 1350 3250 570 1450AV27070 2700 700 2200 3450 1450 3250 570 1450AV28080 2800 800 2730 3700 1800 3740 650 1990AV40090 4000 900 3100 5200 2030 4800 680 2120

    DIMENSES (mm)

    Tabela 3.2 - Dimenses - Alimentador Vibratrio (fonte: Maqbrit, 2010)

    Tem como vantagens alta segurana de funcionamento, pequena altura, separao

    prvia dos finos, bom controle da alimentao e manuteno fcil e de baixo custo.

    Caracteriza-se pela sua versatilidade, pois permite a variao de fluxo alm de mesclar as

    funes de pr-classificao e alimentao (FAO, 1985, p.8-05).

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    A separao de materiais com granulometria inferior a 2 mm tem um custo

    operacional muito alto, porm reduz o teor de impurezas do agregado reciclado (MAQBRIT,

    2010), sendo esta caracterstica muito importante para a produo de agregados reciclados

    para concreto.

    Maqbrit (2010) aponta como desvantagens a alta potncia instalada, no pode ser

    carregado diretamente, necessitando de um prsilo, no pode ser usado para elevar o material

    e sua capacidade diminui com aumento de material argiloso, podendo tornar-se inoperante.

    A seguir (tabela 3.3) so apresentadas informaes tcnicas para os respectivos

    modelos de alimentador vibratrio.

    CV PLOSAV20040 1600 4 IV 2 15 A 40 800 A 1200AV20050 2000 5 IV 2,2 17 A 50 801 A 1200

    AV27060 2300 7,5 IV 2,7 25 A 75 802 A 1200AV27070 2500 10 IV 3 30 A 90 803 A 1200AV28080 3600 12,5 IV 3,5 40 A 120 804 A 1200

    AV40090 4900 15 IV 5 60 A 180 805 A 1200

    MODELO

    DADOS TCNICOS

    Peso (kg)MOTOR

    TREMONHA (m) PRODUO (m/h) RPM

    Tabela 3.3 - Dados tcnicos - Alimentador Vibratrio (fonte: MAQBRIT, 2010)

    3.3.1.2 Calha Vibratria

    A calha vibratria (figura 3.3) utilizada para alimentao de transportadores de

    correia e retomada de materiais de granulometria mdia de silos e pilhas pulmo o que

    possibilita a alimentao de transportadores de correias ou outros tipos de equipamentos.

    Proporciona fluxo uniforme do material e uma melhor descarga das pilhas intermedirias ou

    do produto final (METSO, 2005).

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    Figura 3.3 - Calha vibratria (fonte: Maqbrit, 2010)

    Apresenta vantagens como baixo custo, boa segurana de funcionamento, manuteno

    fcil e de baixo custo e pequenas dimenses, e como desvantagens a difcil regulagem de

    fluxo, no pode trabalhar com materiais maiores que 10 (25cm) e sua capacidade diminui

    com aumento de material argiloso, podendo tornar-se inoperante, da mesma forma que o

    alimentador vibratrio (MAQBRIT, 2010).

    A figura a seguir apresenta um detalhe genrico de uma calha vibratria,

    indentificando seus principais componentes e as medidas do equipamento para projeto.

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    Figura 3.4 - Detalhe genrico - Calha Vibratria (fonte:Maqbrit, 2010)

    A tabela abaixo apresenta as medidas disponveis no mercado para a calha vibratria,

    podendo as mesmas sofrerem alterao pelo fabricante ou ainda serem alteradas sob

    encomenda.

    MODELO A B C D E F G HCVS1005 1000 500 1100 1200 930 620 200 930CVS1308 1300 800 1450 1600 1100 900 200 970CVS1510 1500 1000 1650 1800 1400 1100 200 995

    DIMENSES (mm)

    Tabela 3.4 - Dimenses - Calha Vibratria (fonte: Maqbrit, 2010)

    So descritos na tabela a seguir os dados tcnicos para os modelos de calha vibratria

    disponveis no mercado pelo fabricante.

    CV PLOSCVS1005 2 IV 4 30 a 80 at 100 50 x 40CVS1308 4 IV 4 70 a 150 at 200 80 x 70CVS1510 5 IV 4 100 a 200 at 300 90 x 90

    DADOS TCNICOSMOTOR

    MODELOQUANT.MOLAS

    PRODUO(m/h)

    ALIMENTAO(mm)

    BOCA DAPILHA (cm)

    Tabela 3.5 - Dados tcnicos - Calha Vibratria (fonte: Maqbrit, 2010)

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    3.3.2. Britadores

    Conceitua-se britagem como a fase grosseira da cominuio de minerais (FBRICA...

    FAO, 1985, p.2-02), sendo que os britadores merecem ateno especial, pois so os

    equipamentos mais importantes em uma usina de reciclagem e determinam a maior parte das

    propriedades dos agregados produzidos.

    Os equipamentos de britagem so construdos para apresentar alta resistncia ao

    impacto, onde se exige resistncia mecnica e maleabilidade, tais como mandbulas e cunhas

    para britadores, barras para britadores de impacto, martelos para britadores primrios e placas

    de revestimento para moinhos. Os principais tipos de britadores so os de mandbulas,

    impacto e giratrios e os rebritadores hidrulicos, de cones e de rolos (METSO, 2005).

    3.3.2.1 Britador de Mandbulas

    Segundo Metso (2005) os britadores de mandbula (figura abaixo) fraturam o material

    por esmagamento das partculas. So dotados de uma cmara de britagem onde o material

    literalmente mastigado por mandbulas.

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    Figura 3.5 - Britador de Mandbulas (fonte: Maqbrit, 2010)

    A quebra do material ocorre pela ao da fora de compresso, aplicada atravs do

    movimento peridico de aproximao e afastamento de uma superfcie de britagem mvelcontra outra fixa (METSO, 2005).

    A figura abaixo demonstra as partes integrantes principais de um britador de

    mandbulas e algumas dimenses que variam de acordo com a capacidade de produo dos

    mesmos.

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    Figura 3.6 - Detalhe genrico - Britador de Mandibulas (fonte: Maqbrit, 2010)

    A tabela a seguir apresenta as dimenses para os diferentes britadores de mandbulas

    produzidos, podendo variar de acordo com o fabricante ou ainda serem produzidos sob

    encomenda.

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    MODELO A B C D E F G H BM1006 420 380 360 250 55 185 240 180 11BM1408 700 750 485 460 80 390 350 280 16

    BM2010 600 660 570 460 80 320 380 310 13BM2015 930 840 600 520 100 450 500 400 25BM2515 970 840 700 520 100 450 500 400 25BM3020 1140 980 926 520 120 620 700 470 25BM4025 1450 1265 1315 900 200 690 700 770 25BM5030 1780 1450 1360 900 200 815 800 800 32BM6040 2150 1590 1630 1080 250 845 980 975 32RM6013 1560 915 1380 800 180 380 380 425 25RM8013 1720 1060 1710 850 200 410 460 1060 32RM9026 2250 1230 1850 900 210 580 700 1190 32

    DIMENSES (mm)

    Tabela 3.6 - Dimenses - Britador de Mandbulas (fonte: Maqbrit, 2010)

    Abaixo esto indicados na tabela os dados tcnicos dos modelos de britador de

    mandbulas fornecidos pelo fabricante.

    CV PLOSABERTURADE SADA

    (mm)m/h

    BM1006 80 2 IV 380 A 400 3,2 A 12,7 0,2 A 0,4 100 X 60BM1408 250 5 IV 350 A 400 6,4 A 19,1 1,2 A 1,8 140 X 80BM2010 320 7,5 IV 350 A 400 6,4 A 25,4 1,5 A 3,0 200 X 100BM2015 490 10 IV 340 A 380 6,4 A 38,1 2,0 A 4,8 200 X 150BM2515 620 12,5 IV 340 A 350 6,4 A 41,3 2,5 A 5,5 250 X 150BM3020 1500 15 IV 320 A 340 25,4 A 63,8 3,5 A 6,5 300 X 200BM4025 3200 25 IV 310 A 330 19,1 A 63,8 7 A 15 400 X 250

    BM5030 3900 30 IV 300 A 310 25,4 A 89,0 10 A 25 500 X 300BM6040 6800 40 IV 280 A 300 38,1 A 101,7 15 A 40 600 X 400RM6013 1800 15 IV 340 A 350 6,4 A 25,4 4 A 8 600 X 130RM8013 3200 25 IV 320 A 340 6,4 A 25,4 6 A 12 800 X 130RM9026 5500 40 IV 300 A 320 19,1 A 63,8 20 A 35 900 X 260

    DADOS TCNICOS

    PESO(kg)

    MOTOR PRODUO BOCA DEALIMENTAO

    (mm)RPMMODELO

    Tabela 3.7 - Dados tcnicos - Britador de Mandbulas (fonte: Maqbrit, 2010)

    Existem britadores primrios de um e de dois eixos. Os primeiros so utilizados em

    britagem primria para pequenas e grandes pedreiras. J os britadores de dois eixos so

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    indicados para britagem primria de materiais extremamente resistentes, duros e abrasivos,

    em pedreiras e mineraes, caracterizando-se pelo baixo consumo de peas de desgaste

    (METSO, 2005).

    Conforme Metso (2005), o britador de mandbulas apresenta uma operao simples e

    barata para britagem de material argiloso (telhas, tijolos e ladrilhos), pois este tipo de material

    tem baixa dureza e boa britabilidade. Suas vantagens so:

    a) alta produo, apesar de apresentarem menor produtividade que os britadores de

    impacto (PINTO, 1997, p.33);

    b) produto uniforme: o perfil da mandbula escolhido de acordo com o material

    britado, sendo que a produo de agregados depende muito das caractersticas da matria-

    prima (METSO, 2005).

    c) regulagem simples e rpida (METSO, 2005);

    d) baixo custo de operao e manuteno (METSO, 2005);

    e) alta resistncia mecnica: possui eixos forjados em ao especial, mandbulas em ao

    mangans austentico e carcaas em ao fundido (METSO, 2005).

    Segundo Pinto (1999) uma das desvantagens da utilizao destes britadores que

    necessitam de rebritagem em moinhos de martelo ou britadores de mandbula de pequeno

    porte, aumentando o consumo de energia. Esta rebritagem aumenta o custo do processo, ou

    impe seu uso somente em recicladoras em que o material no rebritado.

    No h um consenso em relao ao fator de reduo deste tipo de equipamento.

    Podendo a relao de reduo variar de 3:1 (midos:grados) at 8:1 (midos:grados)

    dependendo do autor do estudo, uma vez j constatado que a forma das partculas britadas

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    variam de acordo com o equipamento e principalmente de acordo com as caractersticas da

    matria-prima, no caso o resduo de construo e demolio (PINTO, 1997 pg.33 a 35).

    Estes britadores produzem apenas 20% de finos abaixo de 4,8 mm e conforme

    observa-se na tabela a seguir, que apresenta suas curvas granulomtricas, a produo de areia

    somente 9%, alterando-se a APF (abertura da posio fechada) para 25 mm, a produo de

    areia aumenta para aproximadamente 14% (JADOVISKI, 2005, pg.67).

    Pricemaq Piacentini Furlan

    Brita 3 25 65 67 62 65Brita 2 19 25 7 5 9 7Brita 1 9,5 19 13 13 12 13Brita 0 4,8 9,5 6 6 8 7Areia 4,8 9 9 9 9

    MdiaPorcentagem produzida (%)

    FabricanteDimenso

    mxima (mm)

    Dimensomnima(mm)

    Material

    Tabela 3.8 - Porcentagem de material produzido com APF de 50mm - Britador de Mandbulas (fonte: JADOVISKI, 2005,pg.67)

    Outra desvantagem deste equipamento que a presena de resduos metlicos e de

    madeira de maiores dimenses podem provocar a quebra do eixo do britador, caso no

    disponham de dispositivo de alvio (LIMA, 1999, pg.30).

    Metso (2010) informa que este dispositivo funciona atravs de sistema hidrulico que

    acionado quando h a presena de material no britvel dentro da cmara de britagem,

    fazendo com que a mandbula recue, evitando sua quebra. Indica tambm que os materiais

    no britveis, como madeira e plsticos, promovem o entupimento da cmara de britagem,

    diminuindo a produtividade.

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    Alm disto, Lima (1999, p.30) tambm aponta a alta emisso de rudo deste tipo de

    equipamento. Outro aspecto importante que h disponibilidade de compra e venda de

    britadores de mandbulas usados no mercado nacional, enquanto que o mesmo no ocorre

    com os britadores de impacto (MAQBRIT, 2010).

    Na tabela a seguir so apresentados alguns dados de britadores de mandbulas,

    conforme informaes tcnicas de fabricantes variados.

    Fabricante ModeloCapacidade de

    Produo

    Tamanho daboca de

    entrada (mm)

    Peso(kg)

    PotnciaInstalada

    Potncia /Capacidade de

    Produo(kw.h/ton)

    806 HD 75 a 110 ton/h 800 x 550 9850 50 kw 0,54907 HD 85 a 115 ton/h 900 x 650 13200 75 kw 0,75BM 400 11 a 14 m/h 400 x 250 2850 20 cv 0,74BM 500 21 a 26 m/h 500 x 300 4700 25 cv 0,49BM 600 20 a 28 m/h 600 x 400 9800 50 cv 0,96

    4230 12 m/h 420 x 300 3200 25 hp 0,974535 15 m/h 450 x 350 3900 25 hp 0,786240 25 m/h 620 x 400 6800 40 hp 0,754575 35 m/h 450 x 750 11000 75 hp 1

    JC 8060 45 a 57 m/h 800 x 550 10000 75 cv 0,67

    JC 9070 47 a 60 m/h 900 x 650 13000 100cv 0,86

    SANDVIK

    PIACENTINI

    PRICEMAQ

    FURLAN

    Tabela 3.9 - Dados tcnicos para britador de mandbulas - fabricante: vrios (fonte: JADOVISKI, 2005, pg.68)

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    3.3.2.2 BRITADOR DE IMPACTO

    O britador de impacto (figura abaixo) pode ser utilizado em britagem primria ou

    secundria. Possui cmara de impacto na qual o material britado atravs do choque de barras

    macias fixadas por um rotor e pelo choque com placas fixas (LIMA, 1999, p.30).

    Figura 3.7 - Britador de Impacto (fonte: Maqbrit, 2010)

    A seguir apresentado um detalhe genrico de um britador de impacto, indicando seus

    principais componentes.

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    Figura 3.8 - Detalhe genrico - Britador de Impacto (fonte: Maqbrit, 2010)

    Na tabela abaixo esto indicadas as dimenses disponibilizadas pelo fabricante,

    podendo as mesmas sofrerem alteraes ou ainda serem modificadas sob encomenda.

    MODELO A B C D E F

    BI6040 1250 800 1050 1200 320 450

    BI7565 1350 900 1500 1300 400 800

    BI9070 1600 1200 1650 1650 700 750

    BI10090 2600 1200 2200 2000 500 900

    DIMENSES (mm)

    Tabela 3.10 - Dimenses - Britador de Impacto (fonte: Maqbrit, 2010)

    Suas principais caractersticas so a alta produtividade, produo de materiais cbicos

    com boas caractersticas mecnicas (devido ruptura por impacto, que induz as partculas de

    RCD a romperem-se nas linhas naturais de ruptura do material) e alta porcentagem de finos

    com fator de reduo mdio de 10:1 (midos:grados), podendo dispensar a rebritagem

    (MAQBRIT, 2010).

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    Deve ser utilizado com materiais de baixo ndice de abraso (calcrio, dolomita e

    carvo), podendo ser utilizado com materiais duros como granito e basalto, porm com custo

    operacional maior que das instalaes convencionais. Possui ampla cmara de impacto que

    permite britagem de grandes blocos (JADOVISKI, 2005, pg.72).

    Os britadores de impacto apresentam vantagens como robustez, baixa emisso de

    rudo e fornecem agregados com distribuio granulomtrica mais adequada para obras

    rodovirias e de pavimentao, sendo considerados os melhores equipamentos para produo

    de agregados para pavimentao (LIMA, 1999, pg.30).

    Segundo Maqbrit (2010) os britadores de impacto possuem menor sensibilidade aos

    materiais que no podem ser modos, como madeira e barras de ao e aceitam materiais no

    britveis, tais como, plstico, papelo e borrachas. Possui menor consumo de energia, mais

    verstil e apresenta melhor resultado com RCD.

    Maqbrit (2010) aponta que o britador de impacto apresenta manuteno mais simples,

    sendo mais econmico quando se utiliza uma nica britagem, tambm aponta que os

    britadores de impacto de pequena capacidade possuem boca de entrada e rotor pequenos,

    limitando o tamanho do material