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 Lúcia Maria Cardoso Rosas  Monumentos Pátrios A arquitectura religiosa medieval - património e restauro (1835-1928) 2. Catálogo Analítico e Anexo Documental Porto 1995

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Lúcia Maria Cardoso RosasMonumentos PátriosA arquitectura religiosa medieval - património e restauro (1835-1928)2. Catálogo Analítico e Anexo DocumentalPorto 1995Lúcia Maria Cardoso RosasMonumentosPátriosA arquitectura religiosa medieval - património e restauro (1835-1928)2. Catálogo Analítico e Anexo DocumentalDissertação de doutoramento em História de Arte apresentada à Faculdade de Letras da Universidade do PortoPorto 1995Catálogo AnalíticoCatálogo AnalíticoCatál

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Lcia Maria Cardoso Rosas

Monumentos PtriosA arquitectura religiosa medieval - patrimnio e restauro (1835-1928)

2. Catlogo Analtico e Anexo Documental

Porto 1995

Lcia Maria Cardoso Rosas

Monumentos

Ptrios

A arquitectura religiosa medieval - patrimnio e restauro (1835-1928)

2. Catlogo Analtico e Anexo Documental

Dissertao de doutoramento em Histria de Arte apresentada Faculdade de Letras da Universidade do Porto

Porto 1995

Catlogo Analtico

Catlogo Analtico

Catlogo Analtico

Sumrio do segundo volume Catlogo Analtico Nota prvia 11

1. Os edifcios 1.1 - Restauros e projectos de restauro Abade de Neiva (Santa Maria) Abrago (S. Pedro) guas Santas (Santa Marinha) Alcobaa (Mosteiro de Santa Maria) Arnoso (S. Salvador) Batalha (matriz - Santa Cruz) Batalha (Mosteiro de Santa Maria da Vitria) Boelhe (S. Gens) Braves (S. Salvador) Caminha (Santa Maria dos Anjos, matriz) Carmo (Nossa Senhora do Vencimento do Monte do) Crquere (Santa Maria) Castelo de Alter do Cho Castelo da Feira Castelo de Leiria Cedofeita (S. Martinho) - Igreja e Casa do Captulo 14 18 20 25 38 40 42 70 75 78 79 90 92 94 96 98

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Catlogo Analtico

Cerca fernandina de Lisboa Cete (S. Pedro) Claustro do Convento de S. Domingos de Guimares - Museu da Sociedade Martins Sarmento Claustro do Mosteiro de Santa Maria de Celas Claustro do Mosteiro de Santo Tirso (S. Bento) Conceio Velha ( Igreja de Nossa Senhora da Conceio) Convento da Conceio de Beja Convento de Cristo Convento da Madre de Deus Coucieiro (S. Joo) Goleg (Nossa Senhora da Conceio, matriz) Igreja de Jesus de Setbal Jernimos (Mosteiro de Santa Maria de Belm) Lea do Balio (Santa Maria) Mono (Santa Maria dos Anjos, matriz) Nossa Senhora da Graa de Santarm Nossa Senhora da Oliveira de Guimares - Igreja, torre e claustro Noudar (runas da povoao, castelo e igreja) Odivelas (S. Dionsio) Pao condal de Barcelos - projecto de restauro Pao de Sousa (S. Salvador) Palcio Nacional de Sintra Palcio real de vora (Palcio de D. Manuel)

101 102

104 106 110 112 117 118 130 152 153 155 158 184 191 193 198 214 215 216 220 227 235 3

Catlogo Analtico

Rates (S. Pedro) Rio Mau (S. Cristvo) Roriz (S. Pedro) S. Brs (ermida) S. Francisco de vora S. Francisco de Guimares S. Francisco do Porto S. Joo de Alporo (Santarm) S. Joo Baptista de Tomar S. Miguel do Castelo Santa Clara de Vila do Conde Santa Cruz de Coimbra Santa Maria de Marvila Santa Maria do Olival Santiago de Antas Santiago de Coimbra S de Faro S da Guarda S de Lisboa S de Silves S Velha S de Viseu Torre de Belm

242 246 253 258 260 264 271 273 277 280 285 291 300 301 308 311 317 318 324 365 367 381 383

Catlogo AnalticoValdreu (S. Salvador) Valena (Santa Maria dos Anjos) Viana do Castelo (Santa Maria Maior,matriz) Vila Boa de Quires (Santo Andr) Vila do Conde (Igreja da Misericrdia, Matriz) Vilar de Frades (S. Salvador) 386 387 388 390 391 396

1.2. - Demolies e reutilizaes

Alcova de Elvas - porta "Alfndega Velha" do Porto (janela) Casa contgua ao Mosteiro da Batalha (janela) Casa manuelina da Rua das Flores Casa medieval da rua da Reboleira (janela) Castelo de Braga Castelo de Coimbra Castelo de Torres Novas Muralha da Covilh S. Cristvo de Coimbra S. Domingos de Santarm S. Martinho de Portalegre

406 408 409 410 411 412 418 419 420 421 423 424

Catlogo Analtico

1.3. Edifcios descritos antes dos restauros da D.G.E.M.N.

Arnia Capela de S. Jorge de Aljubarrota Castelo de Almourol Castelo de Bragana Castelo de vora-Monte Castelo de Guimares Castelo e convento de Palmela Castelo de Porto de Ms Castelo de S. Jorge Castro de Avels (S. Salvador) Ermlo Estevaes (S. Mamede) Freixo de Baixo (S. Salvador) Lourinh (igreja matriz) Lufrei (S. Salvador) Mancelos (S. Martinho) Meinedo (Nossa Senhora das Neves, matriz) Pombeiro (Santa Maria) S. Salvador de Coimbra S. Vicente da Ch (Montalegre) Sande (S. Martinho) S do Porto - "Claustro velho"

426 427 429 430 432 433 435 436 438 439 441 442 443 444 446 447 448 449 450 451 453 454

Catlogo Analtico

Souto (S. Salvador)

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Sumrio do Apndice Documental

1. A.H.M.O.P. 1.1. Processo Individual de Lucas Jos dos Santos Pereira 457

2. A.M.A.P. - Guimares 2.1. Cmara Municipal de Guimares - Correspondncia 2.2. Copiador da primeira repartio - Actas 459 464

3. A.N./T.T. 3.1. Correspondncia artstica e scientifica nacional e estrangeira com J. Possidnio da Silva

467

3.2. A.H.M.F. - Casa do Salvador dos Cnegos Seculares de S. Joo Evangelista em Villar de Frades, A.H.M.F.

483

4. B.M.C. 4.1. Manuscritos de Antnio Augusto Gonalves - Apontamentos relativos S Velha 4.2. Manuscritos de Antnio Augusto Gonalves - Projecto e anotaes para uma publicao sobre

486

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Catlogo Analticoa S Velha de Coimbra e o seu restauro 4.3. Manuscritos de Antnio Augusto Gonalves - Anotaes para palestras 4.4. Manuscritos de Antnio Augusto Gonalves - Manuscritos vrios Igreja de Cedofeita Mosteiro de Alcobaa Mosteiro da Batalha Palcio Nacional de Sintra Nossa Senhora da Oliveira de Guimares - claustro e tmulos Mosteiro de Pao de Sousa 506 506 507 507 491

504

508 510

5. M.O.P. - Porto Nota Prvia 5.1. Inqurito de 1864 5.2. Obras em igrejas 511 512 530

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Catlogo Analtico

Siglas

A.D.P. - Arquivo Distrital do Porto A.H.M.F. - Arquivo Histrico do Ministrio das Finanas - no A.N./T.T. A.H.M.O.P. - Arquivo Histrico do Ministrio das Obras Pblicas A.M.A.P. - Arquivo Municipal Alfredo Pimenta (Guimares) A.N./T.T. - Arquivo Nacional da Torre do Tombo A.U.C. - Arquivo da Universidade de Coimbra B.M.C. - Biblioteca Municipal de Coimbra D.G.E.M.N. - Direco Geral dos Edifcios e Monumentos Nacionais M.O.P. - Ministrio das Obras Pblicas M.O.P.C.I. - Ministrio das Obras Pblicas, Comrcio e Indstria R.A.A.C.A.P. - Real Associao dos Arquitectos Civis e Arquelogos Portugueses

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Catlogo Analtico

Catlogo Analtico

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Catlogo Analtico

Nota Prvia A diviso deste catlogo analtico em trs partes obedece aos seguintes critrios: 1) A primeira parte, nuclear no nosso trabalho, diz respeito aos edifcios que foram restaurados ou tiveram projectos de restauro no perodo que nos propomos tratar. No obstante a nossa anlise sobre os conceitos e as obras de restauro incidir na arquitectura religiosa medieval, a incluso neste catlogo de edifcios de arquitectura civil reside no facto de estes exemplares permitirem ampliar a viso sobre o fenmeno da conservao do patrimnio, nas suas motivaes, solues e desagravos. Naturalmente no merecero o mesmo desenvolvimento conferido aos edifcios religiosos, mas o registo das suas obras ou projectos, realizados ou no, contribui para um melhor entendimento dos temas que pretendemos tratar e torna mais significante a sua elucidao. 2) A segunda parte regista informaes sobre edifcios medievais demolidos, ou elementos de arquitectura medieval reaproveitados, dois aspectos no menos importantes num estudo sobre conceitos e valores do patrimnio edificado. Os exemplos que cabem nesta categoria so em nmero reduzido porque as fontes consultadas so mais omissas nestes casos do que nos exemplos de edifcios que tiveram obras, e tambm porque os edifcios conservados constituem um grupo mais vasto do que aqueles que foram demolidos. 3) A terceira parte dedicada exclusivamente amostragem de edifcios descritos ou representados graficamente nos sculos XVIII e XIX, e que ento possuam elementos que entretanto desapareceram, como galils, torres, coroamentos de merles, etc. Estes dados, importantes para o conhecimento da arquitectura medieval, tantas vezes tranformada, indiciam tambm, na forma como so descritos, a cultura artstica dos autores e a valorizao das construes medievais, duas importantes vertentes do nosso trabalho. O catlogo no , naturalmente, exaustivo, em nenhuma das suas partes, nem poderia pretender alcanar esse objectivo. O alargamento da gama de fontes em trabalhos dedicados poca contempornea com certeza necessrio e desejvel e foi precisamente essa multiplicidade que procurmos. Mas tambm sabido que a quantidade de fontes para o estudo de qualquer fenmeno do sculo XIX muito vasta e impossvel de esgotar num s trabalho. Fizemos uma seleco das fontes, tambm condicionada pelo tempo disponvel para a investigao, com o objectivo de recolher o mximo possvel de dados, incidindo nos exemplares que ao longo da pesquisa se foram demonstrando mais significativos para o nosso inqurito.

Devemos ainda esclarecer alguns critrios que utilizamos na ficha-tipo criada para este catlogo analtico: 1) A alfabetao utilizada na ordenao do catlogo adapta-se frequentemente forma comum e tradicional de designar os edifcios. No faria sentido que a Igreja de Jesus de Setbal entrasse na ordem alfabtica por Jesus, mas sim pela designao anterior. J no caso de Rio Mau faz sentido que a entrada se faa por esse nome, porque a igreja

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Catlogo Analtico assim conhecida e designada. A ordenao de cada edifcio foi feita atravs da ordem alfabtica do local ou do orago, acompanhada contudo de uma flexibilidade coordenada com as designaes habituais. 2) as referncias bibliogrficas no seguem a norma adoptada nas listas bibliogrficas, ou seja o ltimo nome do autor no surge em primeiro lugar, porque nos parece que o mtodo que adoptamos mais consentneo com este tipo de catlogo. 3) No recorremos elaborao de grficos dos custos porque as fontes no permitem obter concluses sobre esta matria, salvo excepes como as dos restauros do mosteiro da Batalha ou da S da Guarda. As contas publicadas pelo Ministrio das Obras Pblicas poucas vezes distinguem as verbas atribudas dos gastos efectivos. Quando se trata de donativos e oramentos de outras origens raramente as fontes nos fornecem os gastos. No podamos por estas razes somar oramentos com despesas reais, sob pena de viciarmos as contas das obras de restauro e o custo da mesmas. Registamos oramentos e custos sempre que possvel estabelecer essa distino. Em muitos casos as verbas atribudas pelo Ministrio das Obras Pblicas no so utilizadas, mas no deixam de constituir por isso elementos importantes, porque demonstram tanto as intenes como a inoperncia das instituies responsveis pelas obras de restauro. 4) A seleco das fontes iconogrficas obedeceu a dois objectivos. Por um lado as imagens fornecem dados sobre o estado dos edifcios antes, durante e depois das obras de restauro, permitindo a deteco das intervenes, de forma frequentemente mais unvoca do que as fontes manuscritas, embora tenhamos que atender idealizao figurativa patente em vrias gravuras, por outro lado a iconografia dos monumentos e a sua difuso constituem por si s um elemento de anlise da valorizao dos edifcios enquanto monumentos, da eleio de estilos arquitectnicos ou de exemplares de determinado estilo, elementos de grande poder sugestivo na prossecuo do presente trabalho. Apresentamos fotografias actuais s quando nos esclarecem sobre os restauros realizados na poca que tratamos, como por exemplo no caso e S. Francisco de Guimares, porque o arranjo actual de igrejas e mosteiros corresponde, quase sempre, s obras de restauro realizadas depois de 1929. A data atribuda s imagens corresponde sua publicao, excepto quando os dados disponveis permitem uma maior preciso, sendo esses casos devidamente assinalados.

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Catlogo Analtico

1. Os edifcios

1.1 - Restauros e projectos de restauro

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Catlogo AnalticoAbade de Neiva (Santa Maria) * Local - Abade de Neiva, Barcelos poca da construo medieval ** - incios do sculo XIV. Outras intervenes Descrio -1732 - "Existiu em frente um cabido ou galil que em 1732 se mandava consertar, em acto de visita (...) de tudo o que for necesario para que no chegue a arruinar-se, o qual (...) desapareceu." Teotnio da Fonseca, O Concelho de Barcelos Aqum e Alm-Cvado, I-Aqum-Cvado, Barcelos, 1948, p.49; 1756 - na Visitao deste ano mandam-se reformar as paredes da igreja, ordem que j havia sido consignada em 1732, sem ter sido cumprida. Em 1780 o visitador considera a igreja primorosamente asseada, parecendo indicar que as obras foram concretizadas. Idem, ibidem, p. 50; 1831 - continuando a a utilizar ^Visitaes como fonte o autor supracitado refere o estado de runa da igreja, nesta data. Idem, ibidem, p. 50; 1897 - "Ao lado esquerdo do templo apruma-se uma torre quadrangular, semi-medieval, da qual ha passadio para o coro da Igreja." A. Soucasaux, A Igreja de Santa Maria do Abbade, "A Lagrima", Barcelos, 6o ano, nl, 1/1/1897, p. 2; Data das obras de restauro/reparao/conservao -1904***; Motivao -1904 - estado de runa da fachada principal; Intervenientes -1904 - D. Manuel Baptista da Cunha, Arcebispo de Braga; Autores Encomendadores -1904 - D. Manuel Baptista da Cunha, Arcebispo de Braga; Autores Fiscalizadores Artfices Agentes de opinio Obras -1904 - "Esta igreja foi visitada em 1904 pelo arcebispo D. Manuel Baptista da Cunha e na respectiva pastoral manda fazer obras de reconstruo da parede da frente que ameaa runa (...)." Teotnio da Fonseca, O Concelho de Barcelos Aqum e Alm-Cvado, I -AqumCvado, Barcelos, 1948, p.50; Fontes escritas - as supracitadas; Fontes iconogrficas -1887 - 1) desenho, segundo fotografia, da fachada principal e torre in Jos Augusto Vieira, O Minho Pittoresco, Lisboa, v.2, 1887, p. 149; 1897 - 2) fotogravura da fachada principal da igreja e da torre,"A Lagrima", Barcelos, 6o ano, nl, 1/1/1897, p.l; 1914 (anterior a) - 3) fotografia da fachada principal e parte da torre, Joaquim de Vasconcelos, Arte Romnica em Portugal, Porto, Marques Abreu, 1918*, fotografia Hl; *apesar de esta obra ter sido publicada em 1918, as fotografias que apresenta foram expostas no Ateneu Comercial do Porto em 4 de Janeiro de 1914, sendo fruto de quinze anos de trabalho, conforme se refere na obra citada, p.l. Obs. - Restaurada pela D.G.E.M.N. - Boletim n 90, Dez., 1957. * No obstante as informaes sobre as obras nesta igreja serem limitadas, no deixamos 14

Catlogo Analticode as referenciar porque nos indicam intervenes - no sculo XVIII e em 1904 - que no alteraram o modo romnico de construir. Apesar de no termos o registo de que a ordem consignada na Visitao de 1904 foi cumprida, a fotografia de Marques Abreu de c. de 1914, parece confirmar a realizao de obras. Devemos notar que o aspecto tardio das paredes laterais e respectivos cachorros e a largura da nave, relativamente cabeceira, podem ter sido sublinhados pela interveno do sculo XVIII, o que no significa que no correspondam a elementos medievais mais tardios que a bside. ** A informao sobre as dataes dos edifcios foi recolhida na bibliografia mais actualizada de Histria da arquitectura portuguesa romnica, gtica e manuelina, que consta da bibliografia geral - Cfr. V.l deste trabalho. *** A data das obras de restauro indica, geralmente, o incio das respectivas obras. S quando possumos documentao mais sistemtica e seriada que indicamos a data do final das mesmas.

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Catlogo Analtico

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Catlogo Analtico

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Catlogo AnalticoAlcobaa (Mosteiro de Santa Maria) Local - Alcobaa poca da construo medieval - sculos XIII (igreja) e XIV (claustro). Outras intervenes - sculos XVI, XVII e XVIII. Descrio -1609 - (8 de Dezembro) - "He a igreja e Casa toda de obra gtica, de naves estreitas posto que muito compridas (...). A Capella h de obra drica, e assi parese moderna, andasse por detrs porque as naves a vo cercando." Joaquim Verssimo Serro, (direco de) Viagens em Portugal de Manuel Severim de Faria, 1604-1609-1625, Lisboa, 1974, p. 134; 1839 - "o mosteiro tem sete dormitrios." "Universo Pittoresco", Lisboa, v.l, n6, p. 82; 1840 - " a abobada (da igreja) duma espcie de tufo." "O Panorama", v.4, n151, 11/4/1840, p.115; 1846- "Le clotre offre l'aspect du dlabrement le plus complet quoiqu'il ne soit pas encora tout fait en ruines." C.A. Raczynski, Les arts en Portugal (...), Paris, 1846, p 455; 1863 - "Compem-se o mosteiro de sete dormitrios, das hospedarias, do noviciado, cinco claustros (...)." I. Vilhena Barbosa, Mosteiro de Santa Maria de Alcobaa, "Archivo Pittoresco", Lisboa, t. 6,n26, 1863,p.201; 1868 - " grande a ruina do claustro superior. N'algumas partes caram telhados e abobadas." A. Filipe Simes, "Archivo Pittoresco", Lisboa, t.ll, n 33, 1868, p.258; 1881 - no dia 22 de Maro deu-se o demonoramento de uma das torres da igreja. Eduardo A. Da Rocha Dias, A Real Associao dos Architectos Civis eArcheologos Portuguezes desde a sua fundao at 11 de Novembro de 1889 (...), Lisboa, 1907, p. 22; 1885 - Vieira Natividade refere que o pavimento primitivo foi alteado, pelos frades, em cerca de um metro. "E sabemos isto (...) pelo elegante e fino mozaico que ha annos apareceu n'umas escavaes, mozaico que formava o pavimento. (1) (1) A este respeito escreve-nos o nosso amigo e illustre archeologo sr. Possidonio da Silva: - "Emquanto no antigo pizo da igreja era feito com pequenssimos tijollos vidrados, tendo 0,m 12 por lado e da grossura de 25 millimetros. O primitivo pizo esta hoje mais inferior, e n'uma profundidade superior a 38 centmetros. Tenho em meu poder um d'esses ladrilhos, etc." M. Vieira Natividade, O Mosteiro d'Alcobaa, Coimbra, 1885, p. 75; "No refeitrio construiu-se o theatro alcobacense; a sala do capitulo foi estupidamente despida de todas as campas e trabalhos apreciveis que possua em abundncia, e apenas o claustro de D. Diniz, meio destrudo, ficou para nos mostrar a arte." idem, ibidem, p. 88; Data das obras de restauro/reparao/conservao -1857; c.1881 ; c.1894; 1905 (obras em curso: estava concludo o restauro do claustro e iniciavam-se as obras na charola); Motivao -1857 - um "edifcio monumental"; estado de runa e abandono; 1881 - idem; runa de uma das torres, causada por um raio;

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Catlogo Analtico1905 - estado de runa; Intervenientes -1857 - MOR; 1881-M.O.R; 1905 - Comisso dos Monumentos Nacionais; M.O.P. Autores -1857 - um arquitecto civil (contas do M.O.P.); 1905 - Augusto Fuschini, engenheiro e director daquela Comisso foi o autor do projecto de restauro do claustro; Encomendadores -1857 - M O R ; 1881 - M.O.P; 1905 - M.O.P; Fiscalizadores -1881 - Lucas Jos dos Santos Pereira, nesta data arquitecto- chefe de seco das obras de restauro da Batalha, chamado a Alcobaa como abaixo se indica. Artfices Agentes de opinio -1890 - Haupt regista o estado de runa do conjunto monstico, assim como o seu abandono propiciador ao roubo de todo o tipo de materiais. Considera que "Os "trabalhos de reconstituio" no exterior contrastam deploravelmente com a pavorosa devastao do interior." Albrecht Haupt, A Arquitectura do Renascimento em Portugal, Editorial Presena, Lisboa, 1985, p. 151, (a edio original, em alemo, de 1890) Obras - 1857 - reparaes nos telhados. No ano seguinte prosseguem "reparos" de maior vulto como se pode verificar pelas despesas efectuadas. "Ministrio das Obras Pblicas, Commercio e Industria. Conta da Gerncia do anno Econmico de 1857-58", Lisboa, v.2, p. 172; idem, 1858-59, p. 202; Obras na igreja e no mosteiro, idem 1860-61, p. 236; - "Tendo-se dado principio aos reparos e concertos indispensveis para a conservao da egreja do extincto mosteiro de Alcobaa, considerado, como effectivamente , edifcio monumental, pararam ha mezes as obras comeadas, sem motivo justificado ou causa conhecida, ficando a mesma igreja, hoje parochial, em estado de se no poderem celebrar os officios divinos; (...)." Requerimento do deputado por Alcobaa, Hermenegildo Augusto de Faria Blanc apresentado Cmara dos Deputados em 16/3/1860, "Dirio da Camar dos Deputados", Lisboa, v. 1, n4, Imprensa Nacional, 1860, p 141; 1881 - "A necessidade de uma direco e uma fiscalizao permanente durante o apeamento de cantarias da cupula da torre do mosteiro de Alcobaa fulminada pelo raio, levou-me a determinar ao arquitecto chefe de seco da Batalha, que estivesse em Alcobaa enquanto a sua presena fosse alli indispensvel (...)." A.H.M.O.P - Processo Individual de Lucas Jos dos Santos Pereira. Carta dirigida ao Director Geral das Obras Pblicas pelo director das Obras Pblicas do Distrito de Leiria, 26 de Maro de 1881. Cfr. Apndice documental. - "Levo ao conhecimento de V. Exa que hoje retiraram os operrios que aqui andavam trabalhando nos concertos da Egreja do Mosteiro desta Villa, indo dar principio a um novo Templo na Marinha Grande, esperando por nova verba destinada para se continuarem os trabalhos. Vou pois expor a V Exa como principal protector d'est Monumento, as obras concludas e estas so a Sacristia do Templo perfeitamente reparada das fendas que ameaavam a sua ruina. O tecto da parte do Templo do claustro de D. Dinis feito e concludo, uma das grandes obras, attendendo a deteriorao que as aguas faziam nas paredes d'aquelle lado.

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Catlogo AnalticoOs tectos do Templo e capellas renovadas. Os peges do tecto da Capella Mr concludos. Resta pois com a devida urgncia tirar as aguas da Caza dos tmulos, e concluir a torre que se acha desigual a outra (...)." A.N./T.T. - Correspondncia artstica e scientifica nacional e estrangeira com J. Possidnio da Silva, t. XIV (8o) doe. 3383, Carta dirigida a Joaquim Possodnio Narciso da Silva, pelo proco de Alcobaa, 4 de Julho de 1885. Cfr. Apndice documental. 1894 - "Alcobaa 2 de novembro 94 A Igreja foi limpa a ferro. Toda a cilharia est picada recentemente. No se limitaram a simples lavagem foi a ferro. Nos topos das seces das columnas que foram em outro tempo cortadas (provavelmente em reforma fradesca) alindaram, fantasiando umas decoraes (...). As juntas caiadas e a cantaria remendada. As abobadas (os panos de entre as nervuras) caiadas de branco cru (?), muito desagradvel. O encarregado da restaurao, (representante do Motta) chama-se Librio., B.M.C.ms. de Antnio Augusto Gonalves, B.M.C., Manuscritos vrios - cfr. Apndice documental. 1905 - "Ha poucos meses concluiu-se a restaurao do claustro de D. Dinis e iniciaramse as reparaes nas capellas da Charola". Antnio Jos Mimoso Ruiz, Mosteiros Reaes. Palestra, "Boletim da Associao dos Conductores de Obras Publicas", Lisboa, v.9, n4, 1905, p.124; - "O piso inferior, primitivamente coberto com telhado, foi tranformado em terrao e o claustro foi ampliado com uma segunda galeria, mandada fazer por D. Manoel I, assim como os novos aposentos do abbade, contguos a este e feitos custa de uma parte do Dormitrio commum, recinto este modernamente transformado em escadaria, segundo um plano de restauro bem infeliz do engenheiro Fuschini, ao tempo exercendo a direco dos Monumentos Nacionais. Mas no se limitou a commeter esta barbaridade que aliaz, nada explica, visto o acesso do 2o pizo do claustro j se encontrar regulado por uma escada de espiral, revellando o intelligente espirito de adaptao do mestre Castilho (1), que para esta obra escolheu uma dicula existente no lano collateral do templo, alteando este no estylo da poca e collocando na face superior correspondente s arcadas da galeria uma curiosa janella de feio perfeitamente mudejar. Esta ampliao de Castilho, perfeitamente integrada na restante obra da sua authora, foi apeada sem justificao e nem, sequer, tal explicam razes de excessiva tendncia purista, pois a ellas devia ento sacrificar-se toda a galeria superior manoelina."(...)

(1) D'esta interessante pea de architectura, que ainda existia intacta ha uns 30 anos, reproduziu Haupt um trecho do interior. As cantarias provenientes da demolio da parte superior encontram-se no claustro." Ernesto Korrodi, Monumentos de Portugal, Alcobaa, n 4, Porto, 1929, p.49-50;

Custos*1857-1858 1858-1859 1859-1860 1860-1861 -

M.O.P. - reparaes nos telhados M.O.P. - reparos M.O.P. M.O.P. - obras na igreja obras no mosteiro

422$340 6:228$831 849$018 1:772$ 140 2:602$132

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Catlogo Analtico- obras na igreja - idem - conservao - conservao - conservao - reparos isolamento da casa dos tmulos 36$900 420$004 41$040 41$040 119$250 179$460 113$790 274$440 370$000 1:387$020 500$000 1:200$000 1:600$000 500$000

1861-1862 1862-1863 1869-1870 1870 1871 1871-1872 1872-1873 -

M.O.P. M.O.P. M.O.P. M.O.P. M.O.P. M.O.P.

1877-1878 1880-1881 1881-1882 1882-1883 1884-1885 1885-1886 1886-1887 -

M.O.P. M.O.P. M.O.P. M.O.P. M.O.P. M.O.P. M.O.P. -

* "Ministrio das Obras Publicas, Commercio e Industria. Conta da Gerncia", Lisboa; - A fonte utilizada para os custos atribudos pelo M.O.P. normalmente a mesma, pelo que nos abstemos de a repetir em cada edifcio. Quando utilizarmos outra fonte faremos a respectiva citao. Fontes escritas - as supracitadas Fontes iconogrficas -1839 -1) gravura da fachada ocidental do mosteiro, "Universo Pittoresco", Lisboa, v.l, n 6; 1840 - 2) gravura da fachada ocidental do mosteiro, "O Panorama", v.4, n151, 11/4/ 1840,p. 113; 1847 - 3) gravura da fachada ocidental do mosteiro, Ferdinand Denis, Portugal Pittoresco ou Descripo histrica deste reino, Lisboa, v.4, 1847, s/p.; 1863 - 4) gravura da fachada ocidental da igreja e de parte do mosteiro, "Archivo Pittoresco", Lisboa, t. 6, n 22, 1863, p.169; 1866 - 5) gravura do claustro, "Archivo Pittoresco", Lisboa, t.9, n 5, 1866, p.33; 1868 - 6) gravura do claustro, "Archivo Pittoresco", Lisboa, t.ll, n 33, 1868, p.257; 1890 (anterior a) - 7) 2 desenhos do claustro, Albrecht Haupt, A Arquitectura do Renascimento em Portugal, Editorial Presena, Lisboa, 1985, fig. 135-136, (a edio original, em alemo, de 1890); 8)1 desenho da caixa de escada do claustro, idem, ibidem, fig. 139. 1906 - 9) fotografia do claustro, "Illustrao Portugueza", Lisboa, 2a s., 11/6/1906, p.491;

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meetf/us#r Movteiru dt Santa liaria de Ali-ulmra Desenho de Nogueira da Silva

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Claustro do SiLancio, no mosteiro u