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FACULDADE IDEAL – FACI CURSO TECNOLÓGICO EM ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS MOOC: UMA ALTERNATIVA PARA A DISSEMINAÇÃO DO SABER ACADÊMICO NO BRASIL. BELÉM 2013

MOOC: UMA ALTERNATIVA PARA A DISSEMINAÇÃO DO SABER ACADÊMICO NO BRASIL

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O presente trabalho aborda a temática da disponibilização e acesso doconhecimento acadêmico, utilizando-se os cursos abertos e massivos como meioalternativo. Justifica-se pelos baixos índices de formação acadêmica na sociedadebrasileira e sua necessidade de aquisição de saber técnico-científico. O objetivodesta pesquisa é apresentar uma nova modalidade de ensino a distância,denominada MOOC (Massive Open Online Courses), ou cursos abertos e massivos,a qual conta com o apoio das mais renomadas instituições de ensino do mundo taiscomo Harvard, Princeton e Yale University, para ser utilizado como alternativa parapromoção da universalização e disponibilização online do saber acadêmico apopulação brasileira. Para embasamento teórico, utilizamos ideias de autores comoGeorge Siemens e sua teoria sobre conectivismo. A fim de comprovar a eficiênciadesse novo modelo em Educação a Distância, optamos por trabalhar com um estudode caso no qual desenvolvemos em uma plataforma educacional Moodle, um cursosobre Tópicos Iniciais em Física I, nos moldes de um MOOC, tendo como espaçoamostral uma turma de alunos do curso de Sistemas de Telecomunicações do IFPA,a fim de analisar por meio de um questionário fechado a eficiência do curso emtransmitir conhecimentos. Por intermédio da avaliação obtida, foi possível comprovartanto a sua capacidade para levar novos conhecimentos, como a disposição dosparticipantes em aprender em plataformas online. Observou-se alguns pequenosentraves técnicos na criação do MOOC na plataforma Moodle, mas nada queinviabilizasse a pesquisa.Palavras chaves: Disponibilização. Técnico-Científico. Modalidade. Conhecimento.

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  • FACULDADE IDEAL FACICURSO TECNOLGICO EM ANLISE E DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS

    MOOC: UMA ALTERNATIVA PARA A DISSEMINAO DO SABERACADMICO NO BRASIL.

    BELM2013

  • IVAN CAVALCANTE DE OLIVEIRA

    MOOC: UMA ALTERNATIVA PARA A DISSEMINAO DO SABERACADMICO NO BRASIL.

    Monografia apresentada FaculdadeIdeal - FACI, como requisito paraobteno do grau de Tecnlogo emAnlise e Desenvolvimento de Sistemas.Prof. Orientador: Prof. M.Sc. WandersonQuinto. Coorientador Prof. M.Sc. MrcioWariss Monteiro.

    BELM2013

  • IVAN CAVALCANTE DE OLIVEIRA

    Monografia apresentada como trabalho de concluso de curso Tecnolgico emAnlise e Desenvolvimento de Sistemas pela Faculdade Ideal FACI, defendida eaprovada em _____/_____/_______ pela banca examinadora constituda pelosprofessores:

    Orientador: ____________________________Prof: M.Sc. Wanderson Alexandre da Silva Quinto

    Coorientador: ______________________________ Prof. M.Sc. Mrcio Wariss Monteiro

    Membro: ______________________________Prof: M.Sc. Iranildo Ramos da Encarnao

    Membro: ______________________________Prof. M.Sc. Atila Siqueira Soares

  • minha av Marta Cavalcante Ribeiro, inmemorian, que com seus exemplos debenevolncia e solidariedadeproporcionaram-me os melhoresensinamentos sobre humanidade.

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeo a minha me, Marlene Ribeiro, e a minha tia, Maria Vidal deOliveira, por todo apoio dado durante a vida, em especial aos seus esforos parapossibilitar a minha formao acadmica.

    Ao Prof. Mrcio Monteiro, pelo seu empenho e viso crtica, fundamentaispara a viabilizao deste trabalho. Foi um privilgio t-lo como orientador.

    A todos os colegas da Secretria de Informtica do Tribunal Regional dotrabalho da 8 Regio, que muito contriburam para o meu amadurecimentoprofissional durante o perodo de estgio.

    A minha supervisora de estgio, Mnica Rego, pelos incentivos,ensinamentos sobre liderana e esprito de equipe, que certamente tornaram-se umdiferencial na minha formao profissional.

    Ao servidor do Tribunal Regional do Trabalho da 8 Regio, Jos Maria Trrio,pela boa vontade e disposio em sempre estar ensinando coisas novas, emespecial por ter apresentado o universo dos CMS (Content management system).

    Aos alunos do curso de Sistemas de Telecomunicao do IFPA, 1 semestre,pela ajuda e disposio.

    Ao professor Wanderson Quinto e aos demais membros do corpo docente daFaculdade Ideal, pelas aprendizagens durante o curso acadmico.

    A todos que contriburam de alguma maneira para a concretizao deste tcc.

  • No possvel refazer este pas, democratiz-lo,humaniz-lo, torn-lo srio, com adolescentesbrincando de matar gente, ofendendo a vida,destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se aeducao sozinha no transformar a sociedade, semela tampouco a sociedade muda.

    (Paulo Freire)

  • RESUMO

    O presente trabalho aborda a temtica da disponibilizao e acesso doconhecimento acadmico, utilizando-se os cursos abertos e massivos como meioalternativo. Justifica-se pelos baixos ndices de formao acadmica na sociedadebrasileira e sua necessidade de aquisio de saber tcnico-cientfico. O objetivodesta pesquisa apresentar uma nova modalidade de ensino a distncia,denominada MOOC (Massive Open Online Courses), ou cursos abertos e massivos,a qual conta com o apoio das mais renomadas instituies de ensino do mundo taiscomo Harvard, Princeton e Yale University, para ser utilizado como alternativa parapromoo da universalizao e disponibilizao online do saber acadmico apopulao brasileira. Para embasamento terico, utilizamos ideias de autores comoGeorge Siemens e sua teoria sobre conectivismo. A fim de comprovar a eficinciadesse novo modelo em Educao a Distncia, optamos por trabalhar com um estudode caso no qual desenvolvemos em uma plataforma educacional Moodle, um cursosobre Tpicos Iniciais em Fsica I, nos moldes de um MOOC, tendo como espaoamostral uma turma de alunos do curso de Sistemas de Telecomunicaes do IFPA,a fim de analisar por meio de um questionrio fechado a eficincia do curso emtransmitir conhecimentos. Por intermdio da avaliao obtida, foi possvel comprovartanto a sua capacidade para levar novos conhecimentos, como a disposio dosparticipantes em aprender em plataformas online. Observou-se alguns pequenosentraves tcnicos na criao do MOOC na plataforma Moodle, mas nada queinviabilizasse a pesquisa.

    Palavras chaves: Disponibilizao. Tcnico-Cientfico. Modalidade. Conhecimento.

  • ABSTRACT

    This research presents the subject MOOC like an alternative in providing theacademic knowledge. It is justified for the low indexes of academic qualification inBrazilian society. Our goal is to present a new modality of distance learning, calledMOOC (Massive Open Online Courses), or Curso Aberto e Massivo. It has thesupport of renowned educational institutions such as Harvard, Princeton and YaleUniversity. The course is going to be used as an alternative to universalize andprovide online academic knowledge to the Brazilian population. To have a theoreticalfoundation, we used the ideas of authors such as George Siemens with his theoryabout connectivism. In order to prove the efficiency of this new model of distancelearning, we chose to work with a case-study in which we developed a Moodleeducational platform, a course on Initial Topics in Physics I, following the moulds ofMOOC, having as sample space a group of students of the course Sistemas deTelecomunicaes (IFPA), to analyze the efficiency of the course in transmittingknowledge, using a closed questionnaire. Through this evaluation, it was possible toprove not only its capacity of bringing new knowledge, but also the receptivity of theparticipants in being learning using online platforms. We observed some smalltechnical problems in the launch of MOOC using Moodle platform, but this fact hasnot rendered its creation and management.

    Key words: Provision. Scientific-Technical. Mode. Knowledge.

  • SUMRIO

    INTRODUO ................................................................................................... 091 EAD .................................................................................................................. 111.1 DEFINIES ................................................................................................. 111.2 A EDUCAO A DISTNCIA NO BRASIL...................................................... 121.3 EAD NA CIBERCULTURA............................................................................... 141.4 USO DAS TECNOLOGIAS NA EDUCAO ADISTNCIA...........................

    18

    2 MOOC ................................................................................................................ 222.1 CONCEITOS INICIAIS .................................................................................... 222.2 ORIGENS ........................................................................................................ 242.3 ABORDAGENS METODOLGICAS DENTRO DOS MOOCS ...................... 272.4 PERFIL DOS USURIOS DOS MOOCS ........................................................ 302.5 MODELOS DE NEGCIOS............................................................................. 312.6 O PAPEL DOS MOOCS NA ATUAL REALIDADE BRASILEIRA ................... 332.6.1 Iniciativas nacionais na abordagem dos Moocs ..................................... 363 ESTUDO DE CASO............................................................................................ 373.1 DESCRIO GERAL ...................................................................................... 373.2 CONTRATAO DO SERVIO DE HOSPEDAGEM .................................... 383.3 BANCO DE DADOS ........................................................................................ 393.4 ENVIO VIA FTP .............................................................................................. 393.5 INSTALAO NO SERVIDOR ....................................................................... 413.6 CRIAO DO CURSO ................................................................................... 483.6.1 Auto-inscrio ............................................................................................ 473.6.2 Disposio dos contedos ....................................................................... 493.7 ESPAO AMOSTRAL..................................................................................... 553.8 AVALIAO..................................................................................................... 553.9 CRITRIO DE INCLUSO............................................................................... 553.10 ANLISE DOS DADOS................................................................................. 55CONSIDERAES FINAIS .................................................................................. 54REFERNCIAS .................................................................................................... 56ANEXOS ............................................................................................................... 58

  • INTRODUO

    O acesso ao conhecimento tcnico-cientfico no Brasil ainda algo bastanterestrito aos grandes centros acadmicos de origem particular e ou privada. Emboranos ltimos anos exista um maior interesse do poder pblico por intermdio de suaspolticas em proporcionar um melhor acesso ao ensino superior, a maior parte dapopulao brasileira no consegue adquiri-los. Alguns dos principais motivos paraisso so os altos custos para obteno da educao superior, as poucas vagas nasuniversidades pblicas e a indisponibilidades por parte dos alunos para estaremcursando sua graduao em uma instituio regular.

    De posse desse cenrio, o grande desafio foi encontrar uma maneira pelaqual o saber acadmico pudesse ser disseminado gratuitamente, utilizando-se paraisso meios tecnolgicos e de colaborativismo para a seu desenvolvimento. Oobjetivo dessa pesquisa apresentar os Cursos Massivos e Online, Massive OpenOnline Course (MOOC), como uma vivel alternativa para a disponibilizao dosaber tcnico-cientfico a populao brasileira, a fim de promover tanto a suauniversalizao como para contribuir para que a nossa sociedade torne-se maisinstruda e com mais possibilidades de acesso educao de nvel superior.

    Segundo dados do Censo de 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro deGeografia e Estatstica (IBGE), apenas 7,9% da populao possui graduaouniversitria. A resoluo em carter definitivo desse problema complexa e parater eficincia precisa tambm contar com alternativas tecnolgicas e de grandealcance. Nessa perspectiva, a proposta de ensino promovida pelo MOOC, o qualconta com abordagens do ensino a distncia e do conectivismo, seria perfeitamentecabvel para combater esse problema.

    Para embasamento da nossa pesquisa, optamos por utilizar como fonteslivros, artigos cientficos, matrias publicadas na internet e dados estatsticos. Parauma melhor anlise da viabilidade desse modelo educacional optamos por utilizarum estudo de caso, no qual implantamos em um determinado espao amostral, umcurso nos moldes de um MOOC, em uma plataforma Moodle para avaliao dosparticipantes por intermdio de um questionrio fechado a respeito da eficincia damodalidade em transmitir-lhes novos conhecimentos.

  • A fim de melhor organizar esta pesquisa, organizamos ela em trs captulos,nos quais abordamos assuntos relevantes ao objetivo pretendido.

    O primeiro tem como foco central a educao a distncia, bem como a suarelevncia para a sociedade brasileira, seu contexto na cibercultura e o papel do usodas tecnologias para a sua concepo.

    O segundo fala sobre os MOOCs. Retrata aspectos relacionados as suasorigens, s abordagens metodolgicas utilizadas e ao pblico que participa. Falatambm a respeito de alguns modelos de negcios afim de torn-los auto-sustentveis, alm de comentar sobre a relevncia do incentivo a essa modalidadena atual realidade brasileira.

    O terceiro aborda aspectos relacionados ao estudo de caso, como detalhestcnicos da implementao do Moodle em um servio de hospedagem, detalhes arespeito da criao do curso dentro da plataforma educacional, bem como a anlisedos dados sobre a avaliao dos participantes do curso.

  • 1 EAD

    1.1 DEFINIES

    possvel compreender Educao a Distncia como um processo deensino/aprendizagem, pelo qual professores e alunos esto separadosgeograficamente e temporalmente uns dos outros. Uma definio mais precisa dada pelos autores:

    Educao a distncia pode ser definida como a famlia de mtodosinstrucionais nos quais os comportamentos de ensino soexecutados em separados dos comportamentos de aprendizagem,incluindo aqueles que numa situao presencial (contgua) seriamdesempenhados na presena do aprendente, de modo que acomunicao entre o professor e o aprendente deve ser facilitadapor dispositivos impressos, eletrnicos, mecnicos e outros.(MOORE,1973, apud BELLONI, 2006).Educao a distncia um mtodo de comunicar conhecimento,competncias e atitudes que racionalizado pela aplicao deprincpios organizacionais e de diviso do trabalho, bem como pelouso intensivo de meios tcnicos, especialmente com o objetivo dereproduzir material de ensino de alta qualidade, o que torna possvelinstruir um grande nmero de estudantes, ao mesmo tempo, ondequer que eles vivam. uma forma industrializada de ensino eaprendizagem. (PETERS,1973, apud BELLONI, 2006).O termo educao a distncia cobre vrias formas de estudo, emtodos os nveis, que no esto sob a superviso contnua e imediatade tutores presentes com seus alunos em salas de aula ou nosmesmos lugares, mas que no obstante beneficiam-se doplanejamento, da orientao e do ensino oferecidos por umaorganizao tutorial. (HOLMBERG, 1977, apud BELLONI, 2006).

    exceo da definio de Peters o qual aplica um paradigma econmico,ps-fordismo, as descries dos autores acima so bastante descritivas e definemmuito mais a EAD pelo que ela no , ou seja, a partir da perspectiva do ensinoregular e tradicional dentro das salas de aulas. Entretanto, em qualquer uma delas, oelemento da distncia em termos de espaos entre professores e alunos sersempre presente.

    De todas as definies, segundo Belloni (2006), as definies de Moore,inspiradas no behaviourista, so as que mais reforam a importncia essencial naEAD do uso da tecnologia na educao juntamente com uma estrutura maiscomplexa.

  • Moore tambm elenca outros parmetros essenciais para a caracterizao daEducao a distncia: separao professor/aluno, uso dos meios de comunicaotecnicamente disponveis, segmentao do ensino em duas reas (preparao edesempenho em sala de aula) que na EaD so ambas realizadas em separado dosestudantes. Desenvolvimentos posteriores desta corrente introduziram outrasnoes importantes: a maior segmentao do ensino e a possibilidade maior deescolha do aluno (KEEGAN,1983, p.10, apud BELLONI, 2006).

    Quando fala-se em Aprendizagem a Distncia, uma outra concepo que lheacompanha, fundamental para o seu sucesso, a de autoaprendizagem. Na EaD osucesso do aluno (isto , a eficcia do sistema) extremamente dependente damotivao e das condies para a prtica do estudo. Logo, um certo grau dematuridade, at para que seja possvel uma auto-gesto nos estudos importante.Bem como uma srie de recursos tcnicos e de infraestrutura para acomodar oaluno.

    Por "aprendizagem autnoma" entende-se um processo de ensino eaprendizagem centrado no aluno, cujas experincias so aproveitadas comorecurso, e no qual o professor deve assumir-se como recurso do aluno, consideradocomo um ser autnomo, gestor de seu processo de aprendizagem. Este modelo deaprendizagem apropriado a adultos com maturidade e motivao necessrias auto-aprendizagem e possuindo um mnimo de habilidades de estudo (TRINDADE,1992. p.32; CARMO, 1997. p.300; SAYERS, 1993, apud BELLONI, 2006).

    1.2 A EDUCAO A DISTNCIA NO BRASIL.

    Dentro da realidade brasileira, a aplicao do Ensino a Distncia algo que jh algum tempo vem sendo utilizado para superar os tpicos desafios que aspropostas da EaD abarcam. Inclusive, as suas modalidades mais comuns, tais comocursos de carter profissionalizantes e at universidades, so comumenteobservveis no cotidiano dos brasileiros. A seguir comentaremos sobre alguns dosprincipais acontecimentos nas ltimas dcadas para a consolidao da Ead Emnosso Pas.

  • 1996 criada a Secretaria de Educao a Distncia (SEED), peloMinistrio da Educao, dentro de uma poltica que privilegia a democratizao e aqualidade da educao brasileira. neste ano tambm que a Educao a Distnciasurge oficialmente no Brasil, sendo as bases legais para essa modalidade deeducao, estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional n9.394, de 20 de dezembro de 1996, embora somente regulamentada em 20 dedezembro de 2005 pelo Decreto n 5.622 (BRASIL, 200 5) que revogou os Decretosn 2.494 de 10/02/98, e n 2.561 de 27/04/98, com n ormatizao definida na PortariaMinisterial n 4.361 de 2004 (PORTAL MINISTRIO DA EDUCAO , 2010).

    2000 formada a UniRede, Rede de Educao Superior a Distncia,consrcio que rene atualmente 70 instituies pblicas do Brasil comprometidas nademocratizao do acesso educao de qualidade, por meio da Educao aDistncia, oferecendo cursos de graduao, ps-graduao e extenso. Nesse ano,tambm nasce o Centro de Educao a Distncia do Estado do Rio de Janeiro(CEDERJ), com a assinatura de um documento que inaugurava a parceria entre oGoverno do Estado do Rio de Janeiro, por intermdio da Secretaria de Cincia eTecnologia, as universidades pblicas e as prefeituras do Estado do Rio de Janeiro.

    2002 o CEDERJ incorporado a Fundao Centro de Cincias deEducao Superior a Distncia do Rio de Janeiro (Fundao CECIERJ).

    2004 vrios programas para a formao inicial e continuada deprofessores da rede pblica, por meio da EAD, foram implantados pelo MEC. Entreeles o Proletramento e o Mdias na Educao. Estas aes conflagraram na criaodo Sistema Universidade Aberta do Brasil.

    2005 criada a Universidade Aberta do Brasil, uma parceria entre o MEC,estados e municpios; integrando cursos, pesquisas e programas de educaosuperior a distncia.

    2006 entra em vigor o Decreto n 5.773, de 09 d e maio de 2006, quedispe sobre o exerccio das funes de regulao, superviso e avaliao deinstituies de educao superior e cursos superiores de graduao e sequenciaisno sistema federal de ensino, incluindo os da modalidade a distncia (BRASIL,2006).

    2007 entra em vigor o Decreto n 6.303, de 12 de dezembro de 2007, quealtera dispositivos do Decreto n 5.622 que estabel ece as Diretrizes e Bases da

  • Educao Nacional (BRASIL, 2007).2008 em So Paulo, uma Lei permite o ensinomdio a distncia, onde at 20% da carga horria poder ser no presencial.

    2009 entra em vigor a Portaria n 10, de 02 julho de 2009, que fixa critriospara a dispensa de avaliao in loco e deu outras providncias para a Educao aDistncia no Ensino Superior no Brasil (BRASIL, 2009).

    2011 A Secretaria de Educao a Distncia extinta. Torna-se importantecitar que entre as dcadas de 1970 e 1980, fundaes privadas e organizaes nogovernamentais iniciaram a oferta de cursos supletivos a distncia, no modelo detele-educao, com aulas via satlite, complementadas por kits de materiaisimpressos, demarcando a chegada da segunda gerao de Educao a Distncia nopas. Somente na dcada de 1990, que a maior parte das Instituies de EnsinoSuperior brasileiras mobilizou-se para a Educao a Distncia com o uso de novastecnologias de informao e comunicao. Um estudo realizado por Schmitt et al.,2008, mostrou que no cenrio brasileiro, quanto mais transparentes forem asinformaes sobre a organizao e o funcionamento de cursos e programas adistncia, e quanto mais conscientes estiveram os estudantes de seus direitos,deveres e atitudes de estudo, maior a credibilidade das instituies e mais bem-sucedidas sero as experincias na modalidade a distncia. O Ministrio daEducao, por meio da Secretaria de Educao a Distncia (SEED), agia como umagente de inovao tecnolgica nos processos de ensino e aprendizagem,fomentando a incorporao das tecnologias de informao e comunicao, e dastcnicas de Educao a Distncia aos mtodos didtico-pedaggicos. Alm disso,promovia a pesquisa e o desenvolvimento, voltados para a introduo de novosconceitos e pr- ticas nas escolas pblicas brasileiras (PORTAL MINISTRIO DAEDUCAO, 2010). Devido extino recente desta secretaria, seus programas eaes estaro vinculados a novas administraes (PORTAL MINISTRIODAEDUCAO, 2011).

    1.3 EAD NA CIBERCULTURA

    Para uma melhor compreenso das potencialidades da educao a distnciadentro do contexto tecnolgico, social e contemporneo no qual vivemos imprescindvel falar sobre cibercultura.

  • Seu entendimento muito amplo. Como ponto de partida, podemos ter emmente que se refere aos desdobramentos das relaes tecnolgicas que seestabelecem na sociedade atual. Dentre eles e um dos mais significativos semdvida o acesso s fontes mais numeras e diversas de informaes que transitamno ciberespao, dando inclusive a possibilidade que o ouvinte passivo torne-se umprodutor de conhecimentos e formador de opinies. Papel esse que sempre foirestrito aos grandes meios de mdia pr-digital.

    Uma definio ainda mais precisa dado por Lemos (2002, p. 95):

    A cibercultura se constitui como uma cibersocialidade [...] forma-se,precisamente, da convergncia entre o social e o tecnolgico, sendoatravs da incluso da socialidade na prtica diria da tecnologia queela adquire seus contornos mais ntidos.

    Podemos entend-la tambm como a relao entre o social e o digital,atravs de meios que facilitam a vida cotidiana, melhoram a comunicao eeconomizam o tempo, como por exemplo para o pagamentos de contas, as diversasrelaes comerciais que se estabelecem, troca de informaes, relaesinterpessoais etc.

    Quanto aos movimentos sociais que trouxerem para nosso contexto atual acibercultura h divergncias: h quem defenda que ela resultado dos que lutavampela popularizao dos computadores, outros defendem que os responsveis naverdade foram as instituies burocrticas visando um maior controle da informaoe da populao em geral.

    A prpria palavra cibercultura est intrinsecamente relacionada stecnologias informacionais, entretanto importante ter em mente que a suaabrangncia socialmente muito mais ampla do que apenas aquilo que realizadodentro de ambientes digitais.

    A cibercultura est implicada em tudo o que de mais socialmenteimportante vem luz no mundo contemporneo, na medida em quetodos os objetos, procedimentos e processos doravantepredominantes dependem, em alguma medida, da matriz informticada tecnologia. (TRIVINHO, 2001a, p. 60, apud MONTEIRO, 2006).

  • Das implicaes da cibercultura na educao a distncia podemos ressaltaras mudanas nas relaes de mediao entre professor e aluno, a potencialidade deinteratividade, a flexibilizao ao limite da educao e a necessidade do cuidado emtransformar essa quantidade quase infinita de informao em algo verdadeiramentetil. No necessariamente todo e qualquer conhecimento que venha a serdisponibilizado na internet possui um carter cientfico, assim como nem todas asinformaes que a so vinculadas gozam de imparcialidade. necessrio tambmter muita criticidade a cerca daquilo que publicado na rede. Decorre disso,inclusive, a importncia das instituies educacionais produtoras de saber, que htantos anos formam profissionais em nosso pas e no mundo, so portantoreferencias, aproveitarem esse gancho tecno informacional e disponibilizarem seusconhecimentos de maneira universal, contribuindo assim para uma sociedade maiscrtica e instruda.

    A cibercultura no possui limitaes geogrficas e temporais, emboranecessite de uma determinada infraestrutura para que ocorra o seu funcionamento.Por intermdio de ambientes educacionais na internet possvel disponibilizarcontedos coletivamente e co-criar conhecimento.

    O ciberespao permite trabalhar com mltiplas linguagens, temporalidadesdistintas, promovendo a democratizao dos saberes na qual o conhecimento no mais hierarquicamente ligado a figura do professor detentor do conhecimento, mastorna-se algo mais acessvel a todos, inclusive contemplando o modelo sciointeracionista proposto por Vygotsky.

    Os ambientes informacionais so potencialmente interativos e a culturaproduzida neles e por meio deles advm justamente da colaborao dosconhecimentos e expresses de pensamentos.

    A docncia online acaba por combater, desconstruir um perfil autoritrio detransmisso de conhecimento. A prpria escola no mais o nico lugar em que osaber gerado e difundido.

    No polo oposto a esse paradigma, existem profissionais que no conseguiramadequar-se completamente e ainda apresentam resistncia a trabalhar com asnovas tecnologias, necessitando, portanto, de um melhor preparo para lidar comelas.

    Em entrevista ao programa Salto para a Cultura, da Tv Escola, Trivinho fala arespeito da necessidade do preparo para o uso das tecnologias, ressaltando a

  • importncia de polticas pblicas que promovam uma formao continuada doprofessor para lidar com as novidades tecnolgicas que potencialmente auxiliam namelhoria da aprendizagem.

    Na mesma entrevista, Trivinho fala sobre a necessidade de polticas pblicasque promovam uma verdadeira reconfigurao nos currculos educacionais, comdisciplinas que digam respeito s tecnologias informacionais para o desenvolvimentode dromoaptides. Decorre-se disso a preocupao que o governo deva ter em nomarginalizar a populao em relao aos paradigmas tecnolgicos. O pesquisadortambm comenta sobre a importncia de parcerias entre o poder pblico, iniciativaprivada, terceiro setor, ONG's, igrejas etc. no sentido de propiciar todas aspossibilidades que a educao online capaz de promover.

    At como consequncia desse fluxo frentico de informao, nos esbarramosem um fenmeno, at anteriormente mencionado, denominado dromoaptido. Essaidia, desenvolvida por Trivinho, fundamental para contextualizar a cibercultura nonosso dia-dia. Pode ser entendida como uma necessidade de rapidez tanto naaquisio material de novos equipamentos tecnolgicos, quanto de conhecimentospara oper-los.

    Em entrevista concedida ao jornalista Bruno de Pierro para o portalBrasilianas.org, Trivinho comenta que a dromoaptido passa a ter um status de valordentro da sociedade, um requisito de sobrevivncia do indivduo dentro dela.

    inegvel o impacto que a cibercultura trouxe no s para a Educao adistncia, mas para a prpria maneira pela qual o conhecimento transmitido e asrelaes decorrentes. Sua relativa ilimitao geogrfica perfeitamente absorvidapela proposta da EAD em levar o saber a diferentes locais. Ainda que para esse parfuncione com perfeio, uma srie de requisitos precisam ser atendidos que vodesde aquisio de equipamentos fsicos que ainda possuem custo elevado,infraestruturas de redes, infovias e dromoaptides para lidar com todo esse aparatotecnolgico, ainda assim o ensino a distncia por intermdio da ciberculturaconsegue alcanar um nmero expressivo de pessoas, muito maior que qualqueroutra modalidade de ensino e assim promover uma verdadeira democratizao dosaber. Se por um lado existe toda essa necessidade de pr-requisitos, por outro dever do Estado investir em polticas pblicas que tragam para mais prximo darealidade do cidado o paradigma tecnolgico. Nenhum governo que preze oprogresso deve ignorar isto, ao contrrio, deve ter como metas principais a incluso

  • digital para no correr o risco de ficar obsoleto, aqum daqueles que so potncias eque s permanecem nesse posto quando investem em educao e tecnologia.

    1.4 USO DAS TECNOLOGIAS NA EDUCAO A DISTNCIA

    A tecnologia sempre desempenhou um papel em conjunto com a pedagogia,seus recursos funcionam como um meio para promover a educao. Embora essautilidade fique mais evidente nos dias de hoje, com os avanas tecnolgicos e demeios comunicacionais, essa parceria bem mais antiga.

    Para Belloni (2006), a prpria sala de aula, giz e o quadro negro soexemplos de tecnologias educacionais, ao passo que desempenham uma funomediadora no processo de aprendizagem. Uma definio mais exata sugerida porLinard (1996, p. 191, apud SILVA e MACHADO, 2009) diz que a tecnologia umconjunto de discursos, prticas, valores, e efeitos sociais ligados a uma tcnicaparticular num campo particular.

    Quando fala-se de educao a distncia, na qual a mediao entre professore aluno so indiretas, a importncia desempenhada pelas tecnologias torna-se aindamais evidente. bem verdade que as experincias humanas de comunicaosempre foram realizadas por intermdio de algum processo de socializao oulinguagem, mas na modernidade, entende-se adventos das mdias de massas(impresso, sinais eletrnicos), que observar-se a intermediao tambm por essesoutros novos meios. Tanto o impresso quanto as mdias eletrnicas funcionam comomodalidades de reorganizao do tempo e do espao, no apenas refletem asrealidades, como de certa maneira as transformam.

    Para Belloni (1999, p.56), Nipper identifica trs geraes de modelos de EaDa partir de uma perspectiva do uso de inovaes tecnolgicas de comunicao noprocesso de aprendizagem do indivduo. A primeira delas vem a ser ainda no sculoXVIII, na qual a educao a distncia era feita por correspondncia. Evans e Nation(1993, p.203, apud BELLONI, 1999) consideram que a interao entre professor ealuno era lenta, esparsa e limitada s respostas que os alunos enviavam para obterseus certificados. Esses autores ressaltam a pouca flexibilidade desse modelo emque o aluno at possui a liberdade de decidir quando e onde estudar, porm nopodia interferir em relao a prazos e escolha de currculos.

  • A segunda gerao vem a ser caracterizada pelo ensino de multimeios adistncia ao utilizar os meios de comunicao audiovisuais. Nas dcadas de 20 e 30no sculo XX, o rdio tornou-se um grande difusor do conhecimento, s tendo suaimportncia diminuda no final da dcada de 60 com a chegada do aparelho deteleviso. Entretanto, ambas as mdias citadas tiveram seu espao reduzido com odesenvolvimento e comercializao do microcomputador que, segundo Pierre Lvy(1999, p.31), j existia desde 1945. A acessibilidade do uso do computador populao aconteceu posterior dcada de 1970. A partir disso surgiu o chamadoPC (personal computer), j que antes o uso dos computadores era restrito ao usomilitar e cientfico. Nos anos 1960, a precursora da internet conhecida comoARPANET (Advanced Research Projects Agency net) foi desenvolvida pelo rgo doDepartamento de Defesa norte americana. A ARPANET tinha o objetivo de criaruma rede de comunicao que pudesse sobreviver guerra nuclear e a outrosdesastres, da a estratgia de uma rede sem hierarquia e comando central, quemesmo perdendo alguns de seus pontos, continuaria a funcionar (MATTAR NETO,2002. p.106). Teeler (2000) comenta que a inteno original da Arpanet era asimples troca de informaes entre pessoas que trabalhavam distantes umas dasoutras.

    Proporcionalmente, com o aumento de computadores interligados rede, aspessoas comearam a enviar mensagens que acabaram se transformando numaplataforma de comunicao entre os usurios da comunidade acadmica e, commelhorias para facilitar seu uso, acabaram transformando-se no que hoje conhecido como internet.

    A terceira gerao comea a surgir nos anos 1990, com o desenvolvimento edisseminao das NTICs. Kenski (2003, p.23) defini-as como as mdias maisutilizadas pelas pessoas e que so passveis de serem utilizadas no ensino formal,como por exemplo a televiso, computadores e seus acessrios multimiditicos,bem como a internet. Para ele as NTICs interferem em nosso modo de pensar,sentir, agir, de nos relacionarmos socialmente e adquirirmos conhecimento. Criamuma nova cultura e um novo modelo de sociedade.

    Nessa perspectiva, Belloni (2003, p.65) define NTICs como aquelas -recheadas de informtica que permitem a estocagem e a transmisso deinformaes em quantidade, qualidade e velocidade inditas na histria dahumanidade e que tem como caracterstica essencial a imaterialidade de sua

  • matria prima, a informao. Com a relativa popularizao da internet, muitos novosservios passaram a ser oferecidos, bem como a ampliao dos antigos. Alm do e-mail e das salas de bate-papo, pginas passaram a ser mais populares e at cursoson-line tornaram-se parte da nossa rotina. O uso do e-mail ou correio eletrnicocomo meio de comunicao assncrono, isto , onde o receptor recebe a informaonum momento posterior emisso da mensagem, aumenta a igualdade entreparticipantes de um curso online. J as salas de bate-papo ou chats so sncronas,isto , as pessoas se comunicam em tempo real. Alm dessas ferramentas,podemos ainda utilizar listas de discusso, que so um sistema de armazenamentoe distribuio de mensagens eletrnicas para grupos especficos que tambmauxiliam no aumento da igualdade entre participantes e que ajudam na criao deuma comunidade de discusso virtual (CAMPOS, ROQUE e AMARAL, 2007.p.47,apud CAMILLO, 2010).

    possvel afirmar que as NTICS constituem uma revoluo tecnolgicavivenciada pelo homem contemporneo, suas inovaes e comodidades mudaram aprpria maneira pela qual as relaes humanas passaram a decorrer a parti deento. necessrio que haja um esforo constante para que essas novidades sejamassimiladas a favor da aprendizagem. Um bom exemplo disso so redes sociais(Fabebook, Youtube, Orkut e etc) que de uns tempos pra c passaram a ter umagrande penetrabilidade na vida das pessoas, muitas das vezes levandoentretenimento, sendo por isso at mal vista pelos mais conservadores, mas comuma grande potencialidade de levar conhecimento a qualquer usurio. Para ilustrarmelhor essa capacidade, podemos exemplificar com a proposta de uma rede decompartilhamento de vdeos chamada Youtube, a qual possui diversos canais quedisponibilizam gratuitamente a qualquer usurio no s vdeos de cunho pessoal ede diverso, mas tambm alguns a respeito do ensino de idiomas, cincias naturais,contedos de vestibulares, concursos pblicos e tantos outros tutorias. Quem nuncatentou pesquisar na internet ou nas redes sociais o como se faz de umadeterminada coisa?

    A educao, no s a distncia, precisa continuar a encontrar formas deabsorver essas novidades, encarando-as como aliadas e no como empecilhos paraa construo do saber.

    At as melhores e mais caras universidades do mundo j contam com aestrutura de campi virtuais e oferecem EaD via internet. Assim, o ensino mediado

  • por computadores tem sido mais difundido e o papel do professor tende a serreformulado. Tambm so mais interrogados os modelos pedaggicos e suasprticas, tornando-se necessria uma pedagogia on-line. Essas prticas precisamestar em maior sintonia com o momento atual da sociedade, que precisa de pessoascapazes de trabalhar em grupos, colaborativamente e com maior preocupao coma aprendizagem coletiva que com a individual. Para tanto, as novas tecnologias deinformao e comunicao podem ter um papel essencial.

  • 2 MOOC

    2.1 CONCEITOS INICIAIS

    Os cursos online abertos e massivos, MOOC (Massive Open OnlineCourse),so iniciativas de ensino online, projetados para a utilizao em larga escala pordiferentes pessoas, de diversos segmentos da sociedade, com a finalidade de levarconhecimentos tcnicos e cientficos oriundos de renomadas instituies de ensinodo mundo, de maneira gratuita, flexiva, colaborativa, e utilizando-se como meio paraisso a internet, com sua possibilidade de alcance global e os mltiplos recursos daWeb 2.01.

    Os MOOCs so um recentemente fenmeno na Aprendizagem a Distncia eque vm ganhando bastante impulso e notoriedade nos ltimos tempos. Paracontextualizar melhor os impactos que suas iniciativas proporcionam em nossasociedade, segue o que o autor fala:

    Considerando que a capacidade de crescer e distribuir alimentosdefini a economia agrria, assim como a capacidade para fabricar edistribuir produtos definem a economia industrial, a capacidade paracriar e aplicar o conhecimento define a economia digital ps-industrial. Neste contexto, a prosperidade sustentvel depende dacapacidade de uma sociedade para criar e aplicar o conhecimentopara resolver problemas. Enquanto as tecnologias digitais aumentamexponencialmente a taxa de criao e distribuio, simultaneamentereduzem as barreiras para a sua criao e consumo. No simplesmente um verso maior, mais rpida do capitalismo industrial,este ps-industrial, o capitalismo rpido est mudando astradicionais hierarquias de comandos e controles comrelacionamentos pedaggicos de monitoramento, treinamento eaprendizagem organizacional (Cope & Kalantzis, 2000, p. 11,MCAULEY, et al. 2010).

    Dentro dessa perspectiva, o modelo de aprendizagem proposto pelo Mooc muito apropriado para queles que desejam prosperar dentro da economia. Suaforma aberta de participao e seu carter universalizante, bem como a

    1 um termo criado em 2004 pela empresa americana O'Reilly Media1 para designar uma segunda geraode comunidades e servios, tendo como conceito a "Web como plataforma", envolvendo wikis, aplicativosbaseados em folksonomia, redes sociais e Tecnologia da Informao. Embora o termo tenha uma conotaode uma nova verso para a Web, ele no se refere atualizao nas suas especificaes tcnicas, mas auma mudana na forma como ela encarada por usurios e desenvolvedores, ou seja, o ambiente deinterao e participao que hoje engloba inmeras linguagens e motivaes. (WIKIPEDIA, 2013).

  • flexibilizao s disponibilidades do participante, so elementos chave desseprocesso. Do ponto de vista terico, criado uma ampla forma de "participaoperifrica legtima" (WENGER, 1991), que proporciona aos indivduos apossibilidade de serem arrastado para dentro da comunidade da prtica, de maneiraconfortvel. Do ponto de vista pragmtico, esta estrutura permite o acesso a umgrande nmero de pessoas que poderiam ser excludas por razes que vo daindisponibilidades de horrios, localizao geogrfica das instituies de ensinos,pr-requisitos formais, dificuldades financeiras dos interessados.

    A grandeza da comunidade que conta com vrias centenas, a vrios milharesde participantes, maximiza a possibilidade de que qualquer pessoa tenha chancesde encontrar, compartilhar conhecimentos, assim como experincias entre alunoscom interesses em comum. Isso significa tambm que o conhecimento especfico dofacilitador pode atingir um maior nmero possvel de interessados em acessar essaexperincia. Essa dinmica importantssima para o funcionamento dos MOOCs.

    A natureza emergente, auto-definida do MOOC, capitaliza os pontos fortesdos indivduos e traz para dentro de si experincias, conhecimentos e habilidadesdos seus participantes, juntamente com uma gama de software colaborativo eambientes pedaggicos para a negociao bem sucedida e colaborativa.

    Para a compreenso do funcionamento dos MOOCs importante levar emconsiderao essa enorme heterogeneidade do corpo discente, que com seusconhecimentos e habilidades possibilitam que o facilitador no tenha a tarefaimpossvel de responder individualmente s dvidas de cada aluno. Um exemploprtico e funcional, j observado na internet de uma maneira mais geral, daeficincia dessa abordagem so os fruns sobre linguagem de programao, noqual por intermdio do colaborativismo de seus usurios, dvidas e esclarecimentosso dados para quem ali procura.

    Embora existam vrias das convenes de um curso normal, como existnciade cronogramas e temas semanais, avaliaes de atividades e desempenhosrealizados, o acesso aos seus gratuito, no exige formalmente que o estudantepossua conhecimentos prvios do assunto e o acesso conforme a sua curiosidade,no necessariamente conforme sua rea de formao, tal qual aconteceria emcursos acadmicos regulares.

    Os Moocs podem ser vistos como uma recente evoluo do ensino adistncia, ao passo que democratizam o conhecimento, ao mesmo tempo em que

  • promovem um integracionismo interativo em escala global, nunca antes observadona difuso do saber acadmico online.

    Embora seu carter solidrio esbarre em alguns empecilhos tais como anecessidade da existncia de infraestrutura de redes, computadores edromoaptides, bem como outros possveis recursos prvios, a tendncia, podemoscitar como exemplo o Brasil que nos ltimos anos vem conseguindo ampliar oacesso da internet a sua populao por intermdio das suas polticas pblicas, queessas barreiras estruturais sejam paulatinamente superadas, afinal de contasdificilmente uma nao escolheria ficar alheia as modernidades tecnolgicas e correro risco de ficar obsoleta perante as potncias mundiais.

    2.2 ORIGENS

    Para vislumbrar as origens dos MOOCs, necessrio retomar para quandoGeorge Siemens, em seu artigo cientfico intitulado Connectivism: A Learning Theoryfor the Digital Age apresenta ao mundo uma polmica teoria alternativa deaprendizagem. O Conectivismo postula que o conhecimento se constri atravs deuma rede de conexes, sendo a aprendizagem a capacidade de construirconhecimento em conexo. Neste sentido, o conhecimento estaria disponibilizadopor meio de redes e o ato de aprender no seria nada alm do que a capacidade deconstruir uma ampla rede de conexes.

    Segundo Inamorato e Mota (2012), a fim de ampliar as discusses pertinentesao tema foi ofertado por David Wiley, em 2007, um curso sobre Connectivism andConnective Knowledge (Conectivismo e Conhecimento Conectivo) na Utah StateUniversity.

    Tal iniciativa contava com 25 alunos pagantes da Universidade de Manitoba(Canad) e outros 2300 estudantes que puderam participar do curso gratuitamentepela internet. Todo o contedo foi disponibilizado atravs de RSS feeds e os alunospoderiam participar com as ferramentas de sua escolha: discusses segmentadasem Moodle, blogs, Second Life e reunies on-line sncronas. A denominao MOOCfoi cunhada um ano aps por George Siemens e Stephen Downes, na AthabascaUniversity no Canad

  • Dando prosseguimento a evoluo dos moldes daquilo que os MOOCs seriammais tarde, no outono de 2011, a Universidade de Stanford lanou trs cursos, cadaum deles obteve algo em torno de 100.000 alunos matriculados. Dentre eles, o cursode Introduo a inteligncia artificial, lanado por Sebastian Thrun e Peter Norvig,que atingiu rapidamente a taxa de aproximadamente 160 mil alunos inscritos. Duassemanas aps o anncio do primeiro curso, dois outros Moocs foram anunciados porAndrew Ng e Jennifer Widom.

    Com a grande aceitao de tais cursos Daphne Koller e Andrew Ng visando acriao de tecnologias que dinamizassem melhor essa proposta de universalizaodo saber, deram incio a plataforma educacional online chamada Coursea, aondediversas instituies de ensino superior do mundo todo utilizam-a para disponibilizardiversos contedos de seus cursos tradicionais. Nela, quando so cumpridos osrequisitos de notas e atividades, os estudantes ainda recebem um certificado deconcluso. Os cursos contam com vdeos, enquetes e fruns colaborativos emvrias disciplinas, dentre elas: administrao, medicina, cincias sociais, literatura,matemtica e cincia da computao, entre outras.

    Em entrevista ao site Porvir, Shirley Tilghman, presidente de Princeton disse:

    A plataforma Coursera possibilita que nossa faculdade explore novasformas de ensino e melhore o aprendizado em sala. Permite tambmque os professores proporcionem oportunidades educativasexcepcionais, disponveis bem alm dos limites do campus.

    Na sua poca de lanamento da Coursera, em declarao ao site Porvir, MarySue Coleman, presidente da Universidade de Michigan disse:

    Os membros da nossa universidade esto ansiosos para dividir seusconhecimentos globalmente e nossos estudantes tambm estoempolgados para experimentar essa nova abordagem doaprendizado.

    O Coursera nasce como uma iniciativa de Stanford e chegando a ter, noscursos que j ofereceu, mais de 300 mil alunos de 172 pases diferentes.

  • Paralelo ao nascimento do Coursera, o MIT preocupado com acomercializao da educao online, lana uma outra plataforma educacional, semfins lucrativos chamada MITx. Um pequeno tempo aps isso, a Universidade deHavard apoiou essa iniciativa e se juntou ao projeto, juntando esforos paradesenvolver uma plataforma gratuita e de cdigo aberto, a qual passou chamar-se apartir de ento de edX. Essa plataforma on-line, surgida em parceria com essasduas instituies, oferece cursos livres e gratuitos para milhares de alunos de todo omundo simultaneamente. Com aporte de U$S 30 milhes de cada universidade, aMIT nasce com a misso de disseminar conhecimento qualificado pelo mundo, comcursos disponveis gratuitamente, objetivando que as instituies entendam melhorcomo os alunos aprendem, quanto cada parte das aulas bem compreendida equais reas demandam mais explicaes e informaes.

    Durante entrevista coletiva no lanamento da Edx, o presidente de Harvard,Drew Faust, disse:

    Ns no vamos apenas tornar o conhecimento mais acessvel,tambm iremos entender mais sobre o processo de aprendizagem. Dois dos meus compromissos mais importantes como presidente deHarvard tm sido aumentar o acesso educao e fortalecer oensino-aprendizado. A edX vai nos permitir avanar nesses doispropsitos de formas inimaginveis.

    As funcionalidades disponibilizadas aos alunos por intermdio dessaplataforma vo desde grupos de discusso, laboratrios on-line, aprendizado deforma colaborativa baseado nos formatos wiki e avaliaes progressivas deaprendizagem. Para os estudantes que cumprirem os requisitos ao longo do curso, tambm dado um certificado de concluso.

    Segundo o MIT, a nova plataforma vai muito aqum das simples vdeos aulasna qual nenhuma interao possvel.

    Iremos alm do modelo padro de educao on-line que se baseia emassistir o contedo de vdeo. Vamos oferecer uma experincia interativa, afirma auniversidade no site em que explica a plataforma.

    A presidente do MIT, Susan Hockfield, falou a publicao MIT News que aedX ser uma expedio compartilhada para explorar as fronteiras da educao

  • digital. Para ela a plataforma uma grande ferramenta de pesquisa eaprendizagem. O que descobrirmos juntos vai nos ajudar a melhorar o que jfazemos no campus e, ao mesmo tempo, vai aumentar as oportunidadeseducacionais para alunos e professores de todo o planeta.

    Hockfield umas das que defendem que a educao on-line no deveria serencarada como inimiga da educao tradicional presente nas escolas e sim comoaliada inspiradora e libertadora. A inteno que novas instituies faam parte doprojeto e mais pessoas possam colaborar. Sendo por isso um dos motivos pelo quala edX foi construda em software livre, a fim de possibilitar que outros pesquisadorese desenvolvedores acrescentem suas sugestes.

    No final de 2012, no Reino Unido a Open University lanou uma plataformaMOOC britnica, a Futurelearn, incluindo o fornecimento de MOOCs de parceirosno-universitrio. Em maro de 2013, em um movimento semelhante para a criaode uma plataforma local, a Austrlia tambm criou a sua, a Open2Study. A intenode ambas plataformas aproveitar as experincias de suas instituies fundadoraspara a democratizao do conhecimento atravs da Educao a Distncia. H aexistncia de outras plataformas de Moocs em outros pases, incluindo Iversity naAlemanha e no rtimo que as coisas vm dando-se, muitas outras estaro por vir.

    2.3 ABORDAGENS METODOLGICAS DENTRO DOS MOOCS

    Em seu artigo cientfico intitulado MOOC, uma revoluo em curso', Mota eInamorato, defendem que apesar da existncia dos MOOCs ainda possuir umcarter de certa forma experimental, em virtude do pouco tempo de existncia, emsua dinmica atual esto gerando duas correntes distintas, as quais parecemmesmo divergir, com baixas chances de reencontro posterior, dado diferir emobjetivos e mtodos. George Siemens(http://www.slideshare.net/gsiemens/designing-and-running-a-mooc) entende que osdois ramos derivados podem ser associados aos denominados cMOOCs, tipo-CCKMOOCs, e os xMOOCs, tais como Coursera e edX.

    Os cMOOCs seriam mais baseados na teoria do Conectivismo. Dentre oselementos que o ajudariam a caracteriz-lo o estaria:

  • 1) A associao direta da aprendizagem e conhecimento mximadiversidade de opinies;

    2) Adequao do processo de aprendizagem aos processos de conexo afontes especializadas de informao;

    3) A valorizao do desenvolvimento da capacidade do aprender mais. 4) Capacidade de enxergar conexes entre os campos de conhecimentos,

    ideias e conceitos constitui uma habilidade central; 5) A aprendizagem, nesta modalidade, depende de mquinas conectadas e

    demais infraestrutura tecnolgica associada, bem como das facilidades de conexocomo elementos essenciais para possibilitar uma aprendizagem que flua semdificuldades.

    Os cMOOCs se caracterizam pela utilizao do contedo como ponto departida e os seus participantes so encorajados a expandir e produzirconhecimentos em conformidade de seus prprios interesses e buscas na rede.

    Diferentemente dos cursos tradicionais onde o contedo esttico e definidopreliminarmente, durante o curso, aps o seu incio, novos contedos sopermanentemente adicionados ao curso, tendo como base a interatividade entre osprofessores responsveis e os alunos participantes, todos vistos como construtoresdo cMOOC. Outro ponto bastante relevante a associao entre o materialespecfico preparado para o curso com outros contedos que forem oferecidos nodecorrer do curso. A constante customizao permite que o material sejaconstantemente redesenhado de modo a adequar-se s necessidades dos alunos,viabilizando o atingimento dos seus objetivos especficos.

    O Compartilhamento associado ao fato que o material redesenhado deveser distribudo a todos os demais participantes do curso atravs de suas mltiplasplataformas (blogs, wikis, websites e redes sociais as mais variadas), alm dapriorizao da interatividade entre os participantes. O cMOOC, portanto, no todoplanejado desde o incio, a experincia evolui conforme o curso se desenvolve.

    Os xMOOCS, diferentemente dos cMOOCS, so mais recentes ainda e sebaseiam num formato que tende a ser mais estruturado e tradicional, a seguir umdeterminado fluxo, a partir de conhecimento pr-definido pelo professor,compartilhado de um para muitos. Neste modelo a figura do professor central,geralmente eles so professores doutores de universidades renomadas. Os

  • responsveis, os contedos so definidos a priori pela instituio e no se prioriza ainteratividade entre os participantes.

    Em qualquer das modalidades, cMOOCs ou xMOOCs, possvel perceber aimportncia da abertura dos seus conhecimentos, e inferir que aquelas instituiesque ainda insistem em um modelo mais fechado de disseminao do saber, estona realidade operando de uma maneira menos competitiva. Os estudantes estocada vez mais aproveitando a abertura de conhecimento das universidades comouma vitrine para a escolha de como e onde estudar, uma vez que tm acesso aprofessores, contedos, modelos pedaggicos e tecnologias antes nocompartilhadas.

    Outra caracterstica muito presente nas instituies que adotam o Mooc ouso de plataformas adptativas, que dotadas de inteligncia computacional,disponibilizam ambiente virtuais de aprendizagem, com contedos agrupados,entregues das mais diversas formas. Contam ainda com algoritmos capazes desugerir ao aluno a forma como ele tende a aprender melhor se por vdeo, texto,atividades interativas ou outras. A cada aluno a ferramenta vai oferecer sugestespersonalizadas, conforme o tempo que gasta em cada atividade, o tipo de exerccioque prefere fazer, o tipo de erro que costuma cometer e outros fatores. Quanto maiso estudante se dedica plataforma, mais a ferramenta aprende sobre ele e maisespecficas so suas sugestes.

    Dependendo da opo ou do desenvolvimento prprio por parte da instituio,determinadas caractersticas estaro presentes e sero um diferencial naabordagem escolhida.

    A prpria edX e a Coursera so exemplos de plataformas Educacionais ouAdaptativas, desenvolvidas para a finalidade do Mooc, agregando em seu interiordiversos cursos de diferentes reas e instituies de ensino. Ainda assim cada umaconta com abordagens metodolgicas prprias sobre o desenvolvimento daaprendizagem, a edX por exemplo muito mais voltada para o conectivismo.

    Existem aquelas instituies que preferem criar a sua prpria plataformaeducacional e disponibilizar nela seu MOOC. Um bom exemplo disso a plataformaMOOC britnica Futurelearn desenvolvida pela Open University.

    H ainda outras instituies que optam por utilizar solues educacionais decdigos abertos j existentes, a exemplo do nosso estudo de caso que utilizou aplataforma Moodle para disponibilizar um curso sobre Fsica I.

  • 2.4 PERFIL DOS USURIOS DOS MOOCS

    O pblico que os cursos massivos e online atende numeroso, observa-se aparticipao tanto de pessoas com alguma formao acadmica, nenhuma formaoou ainda aqueles que utilizam os contedos disponibilizados para complementarquilo que est sendo ensinado nas salas de aulas das universidades.

    Em entrevista ao Porvir, Anant Agarwal, presidente do edX, comenta sobre aparticipao de 800 mil usurios na plataforma, contabilizando 192 pasesparticipantes. Fora do campus universitrios existem vrios tipos de pessoasfazendo os cursos. Dos quais 5% so do ensino mdio e 45% universitrios, entre18 e 25 anos. O grupo majoritrio, 50%, formado por pessoas em busca deaprendizado contnuo, usurios acima dos 25 anos, que esto fazendo os cursos poreles mesmos, fora da universidade. E claro, os cursos tambm so usados poruniversidades, como o caso da San Jos State University, na Califrnia, quelicenciou cursos para ensin-los no seu campus. No total, 86 estudantes fizeram ocurso do edX, mesmo pagando mensalidade para a universidade. Os resultadosforam muito bons: os estudantes assistem aos vdeos, vo para laboratrios, fazemos exerccios na plataforma. Depois vo para a sala de aula, interagem comprofessores e colegas, no modelo de ensino hbrido.

    Daphne Koller, co-fundador da Coursera, afirmou em matria publicada pelothe chronicle of higher education, em 30 de maio de 2013 que a maioria das pessoasque participaram de cursos no Coursera j possuam diploma universitrio. Namesma matria citado um estudo da Universidade de Stanford sobre um grupomais geral de alunos "aprendizes ativos", mostrando uma proporo de gnero muitodesequilibrada. Sessenta e quatro por cento dos alunos do ensino mdio e quecursavam mais ativamente os cursos da plataforma eram do sexo masculino. Jpara aqueles que j possuem alguma graduao ou ps graduao, a discrepncia ainda maior, totalizando uma participao mais ativa de 88% de pessoas do sexomasculino.

    Apesar dos MOOCs ainda serem muito recentes e uma boa parte dapopulao ainda nem terem ouvido falar em tal modalidade, significativa aamplitude de pessoas que so beneficiadas com os seus contedos. bastanteinteressante tambm observar a expressiva participao da populao brasileira,

  • ficando frente de pases como Canad, Reino Unido e Austrlia. Tais indicadorespossivelmente apontam para uma grande aceitabilidade da populao brasileira paraesse novo formato de ensino, a necessidade de adquirir-se mais conhecimentostcnicos-cientficos em um momento de crescimento econmico, bem como ummaior acesso aos recursos computacionais e de internet pela populao brasileira.

    Conforme essa modalidade passe a ser mais divulgadas e iniciativas locaisdesenvolvam cursos na lngua falada pelo seu povo, a tendncia que o nmero depessoas atendidas cresa exponencialmente.

    2.5 MODELOS DE NEGCIOS

    Os MOOCs so vistos por muitas pessoas como uma parte importante dasinovaes que esto a acontecer no ensino superior. A maneira universalizante dedispor conhecimentos vai de contra aos modelos tradicionais pautados na venda doconhecimento tal qual uma mercadoria. H inclusive quem acredite que os MOOCspodem ser uma ameaa ao modelo de negcio atualmente vigente nasuniversidades.

    Os prprios servios oferecidos nas universidades hoje em dia tendem a setornarem mais fragmentados, voltados tanto os alunos cursantes das instituiesregulares de ensino, assim como para os j formados. Dentre estes se inclui apesquisa, elaborao de currculos, gerao de contedo (como livros) de ensino,avaliao, certificao (como a concesso de graus) e colocao do aluno.

    Naturalmente existe uma certa preocupao no sentido de permitir que essamodalidade seja autossustentvel e ainda consiga gerar algum lucro, sem noentanto perder o seu carter universalizante na disponibilizao do saberacadmico. Ainda no existe um modelo exato de como fazer isso, existempropostas e caminhos para viabilizarem isso.

    Com este novo modelo de negcio, os alunos ainda teriam de ter que pagarpara aquisio dos seus ttulos e certificados, mas no para o processo conducenteaquisio dos conhecimentos. Se o acesso gratuito a um currculo de concesso degrau viesse a ocorrer, o modelo de negcio do ensino superior iria mudardrasticamente e de forma irreversvel.

  • Dentre eles, um possvel modelo de negcio eficaz seria o freemium,elaborado a partir do Vale do Silcio por empresas como o Google. Nele, o produtobsico - o contedo do curso - dado de graa, mas os servios premium tais comoa certificao ou as colocaes seriam cobrados taxas para a sua obteno.

    A Coursera comeou a cobrar taxas de licenciamento para as instituies deensino que usam materiais da sua plataforma. Alguns cursos muito populares e compossibilidades de muitos inscritos serviriam como uma espcie de gancho para aobteno de inscritos. Nesse sentido, as universidades participantes dos Moocsseriam beneficiadas a medida que atrassem novos alunos para seus cursos, ouainda poderiam estar disponibilizando, paralelamente aos contedos gratuitos umatendimento presencial para quem pagasse uma determinada taxa.

    A Coursera e a Udacity comearam a cobrar taxas das empresas quedesejam contratar os melhores alunos participantes dos cursos de suas plataformas.Os alunos tambm tem a possibilidade de estarem pagando para realizar examessupervisionados a fim de obteno de certificados que mais tarde at poderiam estarvalendo como crdito acadmico. O Coursera poder estar cobrando uma taxa emtorno de US $ 20 a US $ 50 para obteno dos seus certificados de concluso.

    Em entrevista ao porvir, Anant Agarwal, presidente do edX comenta sobre o odesenvolvimento dos seus modelos de negcios.

    O edX uma organizao sem fins lucrativos que recebeu,inicialmente, uma doao de US$ 60 milhes de Harvard e do MIT e,posteriormente, outros valores dos novos parceiros. Mas queremos,sim, nos tornar sustentveis. Eu j tive cinco empresas, o edX aminha primeira sem fins lucrativos. Estamos buscando formas deconseguir recursos como, por exemplo, pela ideia de cobrar porcertificados, que por ora so de graa, mas que podem passar a terum pequeno custo por emisso. Outra fonte de renda seriam oscursos licenciados para outras universidades. Pegamos um cursoque pode ser licenciado para a universidade de San Jose ouqualquer outra e cobramos por isso. Chamamos esse modelo SPOC,Small Privaty On-line Course. (PORVIR, 2013).

    De posse dessas colocaes possvel tambm inferir que dado o seucarter beneficiador, incentivos governamentais para a sua manuteno e promooso perfeitamente cabveis. Dificilmente qualquer outro investimento, gastando-setanto quanto gastaria-se para incentivar e mater os MOOCs, teria um alcance to

  • global e ao mesmo tempo to democrtico em termos de disponibilizao deconhecimentos tcnicos-cientfico populao em geral.

    2.6 O PAPEL DOS MOOCS NA ATUAL REALIDADE BRASILEIRA

    O Brasil vive um raro momento de expanso da incluso digital. notvel ointeresse governamental em elevar o nmero de acesso a internet para maispessoas, por intermdio de polticas pblicas como o decreto que regulamenta oregime especial de tributao do Programa Nacional de Banda Larga paraImplantao de Redes de Telecomunicaes (REPNBL-Redes). A inteno deleseria reduzir as diferenas regionais; modernizar as redes de telecomunicaes eelevar os padres de qualidade propiciados aos usurios e massificar o acesso sredes e aos servios de telecomunicaes que suportam acesso internet embanda larga.

    Como economia emergente, notvel tambm o acesso crescente aosrecursos informacionais. Foi observado no Brasil um novo aumento das vendas decomputadores pessoais no ano passado. O mercado brasileiro de Pcs fechou oprimeiro trimestre de 2012 com um nmero 4% maior que o mesmo perodo do anopassado, segundo dados do estudo Brazil Quartely PC Tracker, realizado pela IDCBrasil. Segundo o estudo foram comercializados 3,6 milhes de equipamentos.Dessas mquinas, 54% so notebooks e netbooks, outros 46% so desktops.

    Para o mercado domstico foram 67% das vendas, e para o corporativo, 27%.Governo e educao fecham a conta com 6% do total. A expectativa, segundo oestudo, que o mercado cresa 13% em relao ao ano passado e feche 2013 coma marca de 15,4 milhes de computadores comercializados.

    Em conformidade com esses dados, a Cisco do Brasil divulgou em 17/05/13um estudo que analisa as conexes fixas e mveis do pas at dezembro de 2012 efez projees sobre a internet para os prximos cinco anos. No ano passado, oBrasil alcanou um total de 25,8 milhes de conexes de banda larga, umcrescimento de 18,6% em relao a 2011. Em 2017, o Pas deve superar 42,6milhes de conexes. O estudo, conduzido pela consultoria IDC na Amrica Latina,aponta elevao de 9,1% nas conexes fixas nos ltimos seis meses de 2012,enquanto as mveis (excluindo smartphones e celulares) cresceram 10,6% no

  • mesmo perodo. A crescente demanda de aplicativos e contedos online fez comque ambas as modalidades (fixo e mvel) crescessem em taxas similares.

    No Brasil j existem 35 conexes mveis de banda larga para cada 100 fixas.O Barmetro considera o acesso mvel as conexes para PC e via modem, semincluir navegao por celular e smartphone.

    As conexes de banda larga fixa atendem 9,7% da populao com presenaem 32,5% dos lares brasileiros. A chamada Banda Larga 2.0 (com velocidades de 2Mbps ou mais) superou 10,98 milhes de conexes, o que significa uma penetraode 5,6% por cada 100 habitantes. J as assinaturas mveis superaram 6,7 milhesou 3,4% da populao. Durante o ltimo semestre de 2012 houve uma migrao deconsumidores para planos de banda larga com velocidades maiores. A Banda Larga2.0 cresceu 13,4% no perodo, enquanto a chamada Banda Larga 1.0, de 128 Kbpsa 2 Mbps, teve uma leve diminuio, de 2,2%. No final do ano passado, 57,6% dasconexes de banda larga fixa eram 2.0, 42,2% eram de 10 Mbps ou mais. Avelocidade mdia cresceu em 346 Kpbs no ltimo semestre de 2012 e 606 Kbps noltimo ano, chegando a 4,68 Mbps em dezembro de 2012. Para 2017 o estudo prevque a Banda Larga 2.0 represente 73,5% das conexes fixas, enquanto os acessosmveis devam equivaler a 31% do total de conexes.

    De posse desses estudos possvel deduzir que embora o Brasil ainda sofracom diversos problemas histricos de infraestrutura e acesso a computadores,medidas esto sendo tomadas para a ampliao do acesso ao mundo digital. Se porum lado as solues educacionais baseadas em internet e seus inmeros benefciosno conseguem atingir uma determinada parcela da populao, que carece derecursos, por outro seu carter universalizante do saber permanece inalterado poisas limitaes so principalmente de infraestrutura, as quais tendem a seremsuperadas. Afinal de contas, para uma nao emergente economicamente como oBrasil, o progressivo investimento tecnolgico e educacional inevitavelmente umimperativo para que o pas consolide-se como potncia, e continue sendocompetitivo s outras potncias das BRICS, as quais investem consideravelmenteem desenvolvimento tecnolgico.

    Ou seja, dentro da atual realidade que o pas encontra-se em que os nmerosde computadores e acesso a banda larga so expressivos, iniciativas como osMOOCs so viveis para levar o acesso a conhecimentos acadmicos para asociedade.

  • Se observarmos os dados do Censo de 2010 realizado pelo Instituto Brasileirode Geografia e Estatstica (IBGE), que apontam que embora tenha havido umcrescimento no nmero de brasileiros com diploma universitrio na ltima dcada,de 4,4% em 2000 para 7,9% em 2010, nem mesmo com esforos e polticaspblicas voltadas para a insero do brasileiro no ensino superior, nem 10% danossa populao ainda possui um diploma universitrio.

    Quando fazemos um comparativo com um outro membro da BRICS, a China,que Segundo Keith Bradsher, do New York Times, em matria publicada na Folhade So Paulo, na ltima dcada elevou seu nmero de faculdades e universidades,para 2.409, caminhando para uma equiparao em termos de porcentagem, dentrode sete anos, com o atual ndice de jovens de 18 anos formados no ensino mdiodos EUA, de 75%, chega a ser preocupante uma taxa ainda to pequena em nossoPas.

    Infelizmente os motivos que impedem que a populao no tenha acesso aoscentros acadmicos e consequentemente aos conhecimentos que ali so produzidosso diversos. Podemos mencionar as poucas vagas na rede pblica de ensinosuperior, dificuldades pessoais para conciliar famlia, trabalho e estudos, dificuldadesfinanceiras para bancar os custos com a educao superior, o valor elevado dasmensalidades das faculdades particulares e alguns outros. Outro fator que dificultamuito o acesso o prprio modelo de ensino superior em que os conhecimentos soextremamente monopolizados pelas instituies, as quais alm de oferecerem umnmero de vagas menor que a demanda de alunos, como meio de seleo utilizamexames admissionais, o famoso vestibular, que dificilmente leva em considerao asaptides dos interessados, promovendo uma verdadeira excluso daqueles que nose adaptam ao seu modelo avaliativo.

    Portanto, a proposta inovadora e democratizante de ensino proporcionadospelos MOOCs perfeitamente vivel dentro da nossa atual realidade de crescimentotecnolgico, econmico e necessidade de qualificao de mo de obra.

    2.6.1 Iniciativas nacionais na abordagem dos Moocs

  • Acompanhando essa tendncia global dos Mocs, algumas das maisrenomadas instituies do nosso Pas adotaram recentemente iniciativas nessesentido para democratizar o saber. Dentre elas:

    FGV Online: A Fundao Getulio Vargas oferece cursos pela internet comcarga horria entre 5 e 30 horas sobre finanas pessoais, empreendedorismo, direitoe sustentabilidade.

    Unicamp: A Universidade Estadual de Campinas disponibiliza todo o materialde algumas disciplinas no portal Opencourseware. O centro de computao dainstituio tambm oferece minicursos relacionados tecnologia da informao.

    PUC: Utiliza a plataforma redu para disponibilizar um MOOC sobre a lnguaportuguesa, atualmente conta com uma mdia de inscrio de 5088 alunos.

    USP: Lanou recentemente o plataforma eaulas na qual disponibilizacontedos de diferentes reas do conhecimento humano, inspirada em iniciativasdas precursoras dos MOOCs na disponibilizao dos seus contedos.

    Conforme essa modalidade for ganhando popularidade e at sendo melhortestada e observada, a tendncia nacional segue a global no sentido de maisiniciativas nos moldes daquilo que vem a ser um MOOC sejam criadas. Sejautilizando-se plataformas educacionais como o Edx, Coursera ou mesmo as criadaspela prpria instituio a fim de atingir objetivos ainda mais especficos.

  • 3 ESTUDO DE CASO

    3.1 DESCRIO GERAL

    O presente estudo de caso objetiva demonstrar a implantao de um curso deConceitos Iniciais em Fsica I no formato do MOOC, bem como o seu processo decriao dentro de uma plataforma Moodle, ressaltando detalhes tcnicos da suainstalao em um servidor remoto e por meio de um questionrio fechado avaliar,segundo a opinio dos participantes, a potencialidade e eficincia de ensino docurso.

    Levando-se em considerao as necessidades educacionais daquele espaoamostral, sinalizado em conversas informais dentro de sala de aula, optamos portrabalhar a disciplina de Fsica I, mas especificamente alguns dos tpicos iniciaisdessa matria.

    O curso foi estruturado em 4 aulas, as quais eram compostas de exerccios evdeo aulas, alm da disponibilizao de um livro em formato .pdf. Para a confecodesses materiais utilizou-se contedos disponibilizados livres e gratuitamente nainternet. As aulas eram ministradas pelo professor e Doutor da Unicamp Luiz MarcoBrescansin em um projeto em parceria com o Univesp TV, do qual a universidadetambm disponibiliza no seu canal do Youtube e em plataformas como o VERDUCA,cursos relativos a matrias ministradas em suas dependncias, no formato de vdeo-aulas. Os exerccios de cada umas das quatro aulas eram condizentes com oassunto ministrado na respectiva vdeo-aula, os quais foram obtidos a partir dediversos vestibulares de universidades do Brasil inteiro. O livro o qual os alunospoderiam estar usando para consulta foi o Fundamentos de Fsica, de Halliday eResnick, 8 edio. Para evitar-se possveis problemas em termos de direitosautorais, escolhemos, a exceo dos exerccios que eram questes de vestibularespassados, no carregar nenhum contedo diretamente para dentro da plataforma,ao invs disso utilizamos tags html de incorporao do contedo de sites deterceiros, tais como Youtube e Scrib. Dentro da perspectiva do MOOC muitoimportante que conhecimentos sejam criados e disponibilizados gratuitamentedentro das plataformas, mas para fins didticos de comprovar a eficincia dessemodelo em disseminar conhecimentos acadmicos, a utilizao de conhecimentostcnico-cientfico produzido por terceiros foi perfeitamente cabvel. At a finalizao

  • do curso no recebemos nenhuma notificao a cerca da utilizao dos materiaisdisponibilizados.

    Para oferecer o curso de forma prtica e online, optamos por utilizar umaplataforma educacional e de cdigo aberto, at mesmo visando a possibilidade defuturas customizaes e melhorias em seu cdigo. A nossa escolha foi a plataformaMoodle a qual referncia em Educao a Distncia no mundo inteiro.

    3.2 CONTRATAO DO SERVIO DE HOSPEDAGEM

    Um dos primeiros passos a serem realizados foi a contratao de um planode hospedagem paga, em uma plataforma Linux, com suporte a linguagem deprogramao PHP e banco de dados MySQL, juntamente com um servidor webapache, os quais so imprescindveis para o funcionamento de ambientes baseadosem Moodle.

    De posse de experincias pessoais passadas com a contratao de seusservios, escolhemos a empresa Kinghost para estar fazendo a hospedagem dosite. O plano contratado oferecia banco de dados MySQL verso 5.5 contando com5 GB para base, PHP5, e-mail e alguns outros recursos oferecidos pela empresa.

    Feito isso, optou-se por registrar um domnio grtis com a prpria contratanteda hospedagem, o qual ficou como http://cursostelecom.kinghost.net/ .

    . Preenchido os devidos formulrios e efetuado o pagamento, partimos paraos aspectos seguintes.

  • estudo de caso foi o MySQL, nele criamos a base para a sua instalao. Para isso autenticamos-nos no Cpanel do servio de hospedagem KingHost,

    fomos at a sesso Gerenciar bancos MySQL para realizar as necessriasparametrizaes.

    Na aba Nova Base de Dados, nomeamos de cursostelecom a nossa base,bem como optamos por utilizar uma senha bem forte, mesclando-se caracteres alfa-numricos, letras em caixa alta e baixa, alm de nmeros.

    Normalmente quem instala em servidor local est acostumado a fazer essetrabalho de criao de base e usurios via ferramenta phpMyAdmin, utilizando-se asua interface grfica ou at mesmo a sintaxe sql. Entretanto, como caracterstica doplano de hospedagem, essas criaes foram realizadas pela ferramenta Cpanel,diga-se de passagem o nome do usurio foi o mesmo da base, o qual utilizava asenha criada no momento da criao da base em questo (cursostelecom).

  • Figura 2: Criao da Base de Dados.

    3.4 ENVIO VIA FTP

    Aps essa parametrizao inicial da base de dados, prosseguimos noprocesso de instalao no servidor. Entramos no site oficial do Moodle(http://download.moodle.org/) e baixamos a mais nova verso estvel do seu CMS, averso 2.5.

    Figura 3: Download do pacote Moodle de instalao.

    Descompactamos o arquivo zipado para o diretrio desktop, do computadorutilizado para esse processo. O prximo passo foi a utilizao de um Servidor FTPpara o envio dos ficheiros Moodle. No nosso estudo de caso optamos por utilizar ocliente FileZilla 3.7.0.2. Aps execut-lo, fizemos as devidas parametrizaes nos

  • campos Host, Nome de Usurio e senha com as respectivas informaes que oservio de hospedagem forneceu-nos.

    Host FTP: ftp.cursostelecom.kinghost.netUsurio FTP: cursostelecomSenha: *********

    Figura 4: Envio de arquivos via cliente FTP Filizilla.

    Aps isso, foi necessrio fazer o upload dos arquivos referentes ao pacoteMoodle.

    3.5 INSTALAO NO SERVIDOR

    Aps ter feito o envio dos arquivos via FTP, o passo seguinte foi a instalaodo moodle no servidor.

  • Ao acessar o domnio do site, a seguinte tela apresentada solicitando alinguagem a ser utilizada na instalao.

    Figura 5: Escolha de idioma-Moodle.

    Aps isso, uma outra tela apresentada solicitando a confirmaes doscaminhos de instalao no servidor.

    Figura 6: Caminhos para instalao na hospedagem.

    Na outra solicitado o driver pertinente a base de dados escolhida parainstalao.

  • Figura 7: Escolha do Banco de Dados.

    Na janela seguinte requisitado os parmetros da base de dados, criada paraa instalao da plataforma:

    Host para coneco: mysql.cursostelecom.kinghost.netNome da base de dados: cursostelecomSenha: ***********************

    Figura 8: Configuraes da base de dados.

  • Em seguida so apresentadas notas de direito autoral, aps l-lasprosseguimos com o boto continuar.

    Figura 9: Termos de Licena do Moodle.

    Em seguida o sistema apresenta um check list de alguns parmetros doservidor.

    Figura 10: Verificaes do Servidor.

    Aps passar essa fase, a instalao apresentou o seguinte erro:(ModleTrouble)

  • Para solucionar foi necessrio acessar mais uma vez o Cpanel do servio dehospedagem, ir at a sesso Configurao PHP e alterar o valor da varivelRegister Globals para o valor off.

    Figura 11: Definio de parmetros do PHP.

    Na janela posterior foi possvel observar o progresso da instalao de cadaum dos componentes e clicar no boto continuar.

    Figura 11: Progresso da instalao dos componentes Moodle.

    Nesta janela foi possvel inserir os dados relativos a administrao daplataforma.

  • Figura 12: Configuraes do Administrador.

    Em seguida parametrizamos com os dados relativos ao nome do nosso curso:

    Figura 13: Parametrizao do Curso.

  • Finalmente a instalao foi finalizada:

    Figura 14: Tela inicial do curso.

    A fim de averiguar melhor o sucesso do processo de instalao na suarespectiva base de dados, autenticamo-nos para na ferramenta phpMyAdmin,disponibilizada pelo servio de hospedagem, e realizamos uma consulta SQLsimples.

    Figura 15: consulta via PhpMyAdmin.

  • Como aparentemente estava tudo em ordem, retornamos s configuraes daplataforma Moodle.

    3.6 CRIAO DO CURSO

    Aps as devidas instalaes e resolues de bugs, foi o momento de criardentro da plataforma toda estrutura daquilo viria a ser o curso.

    3.6.1 Auto-inscrio

    Aps a criao do curso, somos levadas a tela de inscrio de usurios.Dentro da proposta do curso, achamos interessante habilitar a opo de auto-inscrio dos usurios. Em outras palavras, permitir que quando entrassem naplataforma pela primeira vez, eles tivesses a possibilidade de sozinhos realizaremsuas inscries sem a necessidade de um terceiro estar cadastrando seus dados.Utilizando-se como meio de autenticao o e-mail que viria a ser informado no atode inscrio.

    Para habilitar esse recurso no Moodle 2.5, fomos at seo lateral do site emAdministrao do Site/Plugins/ Autenticao/ Gerenciar Autenticao e habilitamos aopo Autenticao via correio eletrnico e logo abaixo habilitamos o recurso deAuto-registro, com Autenticao via correio eletrnico. Opcionalmente tambmescolhemos no habilitar o acesso de visitantes ao curso.

    Figura 17: Configurao da Auto-inscrio.

    O prximo passo diz repeito a configurao do e-mail, para isso fomos atAdministrao do Site/ Plugins/ Sada de Menssagens/ Email e configuramos osseguintes campos:

  • Servidores SMTP: smtp-web.kinghost.netUsurio do SMTP: [email protected]: ********

    Em seguida fomos novamente em Administrao do Site/Servidor/ Contatopara suporte tcnico e alteramos o campo Email de suporte, para o e-mailcadastrado anteriormente: [email protected].

    Feitas essas parametrizaes, partimos para a elaborao do curso dentro daplataforma.

    3.6.2 Disposio dos contedos

    Aps o trabalho inicial para configurar adequadamente o processo de autoinscrio dos usurios, decidimos configurar a maneira pela qual nosso curso estariaestruturado, bem como a povoao dos seus contedos.

    Optamos por fazer isso em seis tpicos, do quais quatro seriam destinadospara aulas. Os outros dois para armazenar o livro e o formulrio avaliativo do curso.

    Para a criao dos seis tpicos fomos, assim como para qualquer outraimplementao dentro da plataforma, precisamos estar logado comoadministradores. De posse disso, fomos at a coluna lateral esquerda emAdmistrao/ Editar Configurao. Na janela aberta fomos at formato do curso eoptamos por formato tpicos e em nmero de sees para 6.

  • Figura 18: Configuraes da organizao dos cursos na plataforma Moodle.

    Habilitamos o boto Ativar Edio para realizar as demais configuraes. Aoclicar no cone da rosca metlica configuramos o nome do tpico conforme a aulaou aspecto tratado. Para disponibilizar o material do curso fomos at o botoAdicionar uma atividade ou recurso e escolhemos os recurso de Questionrio ePgina para por seu intermdio disponibilizar as questes referentes a aulacorrespondente e suas vdeo-aulas, respectivamente.

  • Figura 19: Configurao dos tpicos

    Foram elaborados quatro questionrios utilizando questes de diversosvestibulares passados, cada um com cinco questes. Quando selecionvamos orecurso de questionrio ramos levados a uma pgina solicitando um nome euma descrio das atividades as quais parametrizamos conforme a aulacorrespondente. Aps isso salvamos no boto Salvar e Voltar ao Curso e na telaque ramos redirecionados selecionamos o boto Editar questionrio para estarinserindo os dados da questo, bem como escolhendo o modelo de formulrio a sertratado.

  • Figura 20: Configurao do questionrio.

    Quando a escolha da atividade do tpico era pgina, ramos redirecionados a umaoutra solicitando um nome e uma descrio, os quais parametrizamos conforme aaula correspondente. Nessa mesma tela era solicitado o seu contedo o qual era foifeito, inserido tags html de incorporao do youtube, tal qual no exemplo de cdigoabaixo utilizado em nosso estudo de caso:

  • Figura 21: Configurao da pgina.

    Aps isso salvamos no boto Salvar e Voltar ao Curso. Tambm optamos por utilizar o recurso de pgina para incorporar o livro do

    site SCRIB. Assim como tambm para incorporar o formulrio avaliativo do curso.Esse formulrio online utilizado para coletar dados dos usurios do curso foiproduzido por intermdio da ferramenta Google Drive.

    Figura 22: Formulrio avaliativo do curso.

  • Afim de melhorar a acessibilidade, optamos por distribuir dentro dele bannerscom imagens significativas, lincando para locais especficos de dentro do prpriosite. Para isso acrescentamos blocos html ao seu redor, nos quais inserimos asimagens com os links que ao serem clicados pelo usurio, estes eramredirecionados. O cdigo abaixo um exemplo de parte da realizao dessa tarefa efoi retirado do nosso estudo de caso.

    O ltimo procedimento foi a escolha do Layourt que a plataforma iria exibir.Para isso fomos at Administrao do Site/Temas/Seletor de temas e optamos pelotema FormFactor

    Figura 23: Troca de Tema

  • 3.7 ESPAO AMOSTRAL Como espao amostral utilizamos uma turma de alunos do 1 semestre do

    curso de Sistemas de Telecomunicao do IFPA, os quais tiveram total autonomiapara realizar suas inscries gratuitas conforme o interesse em participar, bem comoa possibilidade de utilizar meios prprios para isso e para o acesso aos contedosdisponibilizados. Aps assistirem s aulas e realizar os exerccios, os alunos eramlivres para preencher o formulrio avaliativo do curso e posteriormente solicitar seucertificado de 5 horas de atividades extra-curriculares, o qual foi emitido pelo Centrode Extenso da Faculdade Ideal.

    3.8 AVALIAOAo decorrer do curso o participante pode estar respondendo um questionrio

    (vide anexo), de maneira online, a cerca da eficincia do curso em estarproporcionando-lhe aprendizagens.

    3.9CRITRIO DE INCLUSO Foi possvel responder ao questionrio quem inscreveu-se regularmente nocurso . Em nosso estudo de caso, todos os participantes optaram por responder oformulrio avaliativo.

    3.10 ANLISE DOS DADOSComo mtodo, tendemos a utilizar uma estatstica mais analtico-descritiva.

    Aps aplicao do questionrio e anlise dos dados, os mesmos foram tabulados eos resultados foram analisados utilizando-se ferramentas do Google Drive.

    Figura 24: Respostas n. 1.

  • Dos 23 participantes que participaram do curso, 16 pessoas, 70%, indicaramj ter participando de algum curso online anteriormente. Outros 7 inscritos, 30%,estavam a fazer pela primeira vez um curso na modalidade online.

    Figura 25: Respostas n 2.

    Todos, 100% dos inscritos, informaram ter obtido conhecimentos novos com ocurso online.

    Figura 26: Respostas n 3 do formulrio.

    Todos, 100% dos inscritos, concordaram que o o curso, nos moldes que foiprojetado, teria a capacidade de complementar conhecimentos que viessem a seradquiridos regularmente em sala de aula.

  • Figura 27: Respostas n 4 do formulrio.

    Do total de respostas, 2 pessoas acharam ruim o nvel de interatividadeproporcionado pelo curso, 9%. Outros 13 participantes concordaram que esse nvelfoi bom, 57 %. Houve tambm os que acharam que esse nvel foi timo, 35%.

    Figura 28: Respostas n 5 do formulrio.

    Quanto a capacidade em geral que os cursos online para ensinar coisasnovas, 4%, 1 pessoa, achou que ela ruim. Outras 9 pessoas, 39 %, acharam queessa capacidade boa. Outras 13 pessoas, 57 %, acharam que ela tma.

  • CONSIDERAES FINAIS

    Este trabalho que teve como temtica central a universalizao doconhecimento acadmico por intermdio dos cursos massivos e online, conseguiuao seu termino demonstrar a eficincia dessa modalidade, baseando-se em dadosnacionais, internacionais e do prprio estudo de caso.

    A abordagem dos MOOC algo bem recente quando leva-se em conta aprpria histria da educao a distncia, da qual h relatos de existncia desde osculo XIX. Embora ainda existam diversas dvidas a cerca de como esseparadigma educacional ir desenvolver-se, bem como modelos para suamanuteno e gesto, certo que uma vez endossado pelas grandes universidadesdo globo, a tendncia que essa onda de disponibilizao daquilo que ensinadodentro da sala de aula das universidades, para a populao em geral de modogratuito e online, cresa com a participao de mais e mais centros acadmicos aoredor do planeta .

    Se observamos o cenrio mundial das grandes potncias mundiais emascenso econmica, notvel a procura cada vez maior pela formao a nvelsuperior e a necessidade de mo-de-obra realmente qualificada para a realidade degrandes empresas. Podemos ir mais alm e inferir que a disponibilizao deconhecimentos gratuitos e de qualidade na internet uma necessidade nos diasatuais. Para isso, ningum estaria mais habilitado que as prprias instituies queformam os profissionais do mercado de trabalho.

    Nesse cenrio de desenvolvimento econmico, observamos uma carnciamuito grande de formao profissional da populao brasileira, a qual no cheganem a 10% do total. Os motivos para isso so os mais diversos, indo desde os altoscustos de educao, as poucas vagas nas faculdades pblicas e indisponibilidadespor parte dos alunos para estarem cursando sua graduao em uma instituioregular. Como o conhecimento acadmico em nosso pas muito restrito sinstituies, conclui-se que que o mesmo encontra-se indisponvel para a maioria dapopulao. Por outro lado, observamos um interesse governamental, por meio depolticas pblicas, para a incluso digital do brasileiro, as quais j demonstramresultados como o aumento do nmero de computadores nas residncias e aampliao do acesso a banga larga. Com os constantes crescimentos anuais, observvel uma forte tendncia de contemplao de mais e mais pessoas no futuro.

  • Com essa realidade, a proposta do MOOC uma perfeita alternativa para estarlevando a um contingente crescente de brasileiros com mais acesso ao meiosdigitais, os conhecimento tcnico-cientfico.

    A escolha da plataforma Moodle possibilitou uma instalao prtica e rpida,no servidor do servio de hospedagem da Kinghost, foi necessria apenas umapequena parametrizao de uma varivel do php. De um total de quase trinta alunosdo curso de Sistemas de Telecomunicaes do IFPA, os quais eram livre pararealizar a inscrio, observou-se uma participao de vinte e trs ao total.

    Os alunos utilizavam as redes sociais, mais especificamente um grupofechado no facebook, para reportarem dvidas do curso e possveis dificuldades nouso da plataforma. Foi observado uma grande incidncia de dificuldadesrelacionadas ao processo de auto-inscrio. Para amenizar esse quadro,produzimos um vdeo tutorial o qual disponibilizamos em um player do youtube,encorporado na prpria descrio do curso.

    Esse um campo de pesquisa bastante vasto e ainda precisa ser melhorestudo no sentido de trazer melhorias em diversas reas, tais como modelos denegcios, design educacional e tecnologias que melhorem cada vez mais essamodalidade de ensino.

    De posse da grande aceitabilidade dos alunos em estarem participando, dorelato de aprendizagens de novos conhecimentos e do reconhecimento dacapacidade da educao online em ensinar, com base na avaliao dosparticipantes do nosso estudo de caso possvel concluir que o MOOC umaalternativa vivel para a disponibilizao do conhecimento acadmico.

  • REFERNCIAS

    ALVES, Lucineia. Educao distncia: conceitos e histria no Brasil e no mundo.Revista