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1. PLANO DE AULASÉRIE: 3º DISCIPLINA: Sociologia DOCENTE: Tony S. Nakatani AULA: 13TEMA A SERTRABALHADO:Os movimentos sociais – do ponto de vista da questão fundiáriano paísObjetivo:Discutir a importância da atuação dos movimentos sociais no interior das sociedades, noquestionamentos às desigualdades e injustiças que estão presentes na vida dos cidadãos. Emparticular, a discussão a ser levantada, enfoca um dos movimentos sociais de maior envergadura nocenário nacional, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST, procurandoproblematizar a sua atuação no interior da sociedade brasileira.Conteúdo:Para compreendermos a discussão em torno dos movimentos sociais, deveremos levar emconta o nosso contexto histórico, como nos demonstra Valéria Pilão, em “Direito, cidadania e movimentos sociais”:Considerando que a sociedade capitalista tem sua organização e sua dinâmica marcadaspelas disputas e conflitos entre as classes sociais presentes nela, principalmente, entre asduas classes fundamentais, a burguesia e os trabalhadores, boa parte dos movimentossociais será motivada diretamente, por interesses de classe ou manifestará aspectosdaquelas disputas como são os casos dos movimentos sindical, de camponeses, dos sem- teto. (PILÃO, Valéria. 2007: 222)É importante lembrarmos essas duas classes fundamentais do capitalismo, que numpalavreado mais comum seria a dos patrões e donos de propriedades e os trabalhadores, que nãopossuem terra alguma e dependem apenas do que dizemos, em sociologia, “força de trabalho”. Nocaso da questão fundiária, trata-se dos trabalhadores rurais e dos grandes proprietários ou grandescorporações do agronegócio.Um dos pontos mais

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1. PLANO DE AULASRIE: 3 DISCIPLINA: Sociologia DOCENTE: Tony S. Nakatani AULA: 13TEMA A SERTRABALHADO:Os movimentos sociais do ponto de vista da questo fundiriano pasObjetivo:Discutir a importncia da atuao dos movimentos sociais no interior das sociedades, noquestionamentos s desigualdades e injustias que esto presentes na vida dos cidados. Emparticular, a discusso a ser levantada, enfoca um dos movimentos sociais de maior envergadura nocenrio nacional, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST, procurandoproblematizar a sua atuao no interior da sociedade brasileira.Contedo:Para compreendermos a discusso em torno dos movimentos sociais, deveremos levar emconta o nosso contexto histrico, como nos demonstra Valria Pilo, em Direito, cidadania e movimentos sociais:Considerando que a sociedade capitalista tem sua organizao e sua dinmica marcadaspelas disputas e conflitos entre as classes sociais presentes nela, principalmente, entre asduas classes fundamentais, a burguesia e os trabalhadores, boa parte dos movimentossociais ser motivada diretamente, por interesses de classe ou manifestar aspectosdaquelas disputas como so os casos dos movimentos sindical, de camponeses, dos sem-teto. (PILO, Valria. 2007: 222) importante lembrarmos essas duas classes fundamentais do capitalismo, que numpalavreado mais comum seria a dos patres e donos de propriedades e os trabalhadores, que nopossuem terra alguma e dependem apenas do que dizemos, em sociologia, fora de trabalho. Nocaso da questo fundiria, trata-se dos trabalhadores rurais e dos grandes proprietrios ou grandescorporaes do agronegcio.Um dos pontos mais importantes a se compreender aqui que em nosso pas a discusso emtorno do acesso terra nunca foi um assunto amplamente tratada pelos governantes e sempre foramfavorecidos os que detinham o poder poltico do Estado, desde a colonizao, passando peloimprio at os dias atuais. Fato que no impede a organizao do campesinato no sentido de lutarno somente pelo direito de acesso terra como tambm por melhorias de vida na zona rural. 2.O surgimento do MST, o mais importante movimento social da atualidade, data do fim dadcada de 1970, vindo a se organizar formalmente enquanto um grupo poltico, em 1984, numencontro realizado na cidade de Cascavel, no Paran. Atualmente conta com uma organizao emnvel nacional e integra a Via Campesina (Movimento Internacional de Camponeses). O movimentolevanta como objetivos principais de sua luta 1) A luta pela terra, 2) A luta pela reforma Agrria e3) A luta por uma sociedade mais justa e fraterna.Alm do latifndio, o MST combate adoo de uma poltica de produo agropecuria queela considera nociva para a nossa sociedade e que tambm tem marcado historicamente aocupao de terras em nosso pas , a questo da monocultura exportadora (podemos citar asplantaes de cana de acar, no perodo colonial, caf, no sc. XIX e incio do XX, e a sojaatualmente). Portanto, essas so as questes que esto no centro da luta: a mdia e pequenapropriedade e a agricultura familiar, com diversificao da produo de alimentos (sem a utilizaode agrotxicos) e voltado para o mercado interno.Dada a questo histrica acima, podemos observar os pontos de reivindicaes do MST ecomo ela se insere nas demandas sociais de nossa sociedade. Nesse intuito, as principais tticas deatuao do movimento, como forma de criar um fato poltico, atentando para os poderes pblicos dasituao fundiria no pas, so as ocupaes de terras no produtivas, ou seja, latifndios que noestejam cumprindo um dos artigos que est como um dos deveres da propriedade, em nossaConstituio Federal de 1988: a de que a propriedade deve atender sua funo social (Cap. I,Artigo 5, Item XXIII).Assim, podemos observar que h objetivos claros na atuao do movimento, com umaorganizao poltica definida em programa, que estabelecido nacionalmente, da mesma forma queos seus alvos so justamente as propriedades segundo a qual esto voltados contra os interessessociais, os latifndios que esto ociosos ou que no cumpram com suas funes sociais. E mesmoas propriedades que praticam a monocultura e que no estejam agindo de acordo com as legislaesvigentes em nossa sociedade, sejam elas trabalhistas e at mesmo ambientais.Concluso:A partir do entendimento que a sociedade no pode ser vista como um grupo homogneo e,especificamente em nosso tempo, e que convivemos numa estrutura social baseada na organizaoem classes sociais, os diversos grupos que a constituem encontram conflitos de interesses. E nesses conflitos que se conformaro as polticas sociais, tendo em vista o poder que cada grupo temde influir nas decises que sero tomadas pelo Estado, e que acarretaro nas formas deimplementao destas polticas sociais. 3. A atuao desses movimentos, portanto, no pode se dar sem um conflito que se configure deforma a que caracterizemos como violenta. Nesse sentido, a reflexo que teremos de realizar a deque violncia estamos falando. No caso do MST, por exemplo, as suas lutas esto voltadas parauma distribuio de terras e para formas e ocupao e explorao destas que sejam menos danosaspara os interesses sociais e nacionais, dada a conformao da ocupao que est sendo realizadaatualmente, com o latifndio monocultor e voltado para a exportao. Se podemos defender odireito propriedade do latifundirio, cabe nos informar que o papel do Estado estar voltado paraos interesses da nao e em sua soberania.A distribuio menos desigual das terras em nosso pas uma reivindicao histrica e amaioria nunca foi colocada nessa discusso, sempre feita revelia das condies de vida dapopulao, sobretudo a rural, tendo como uma das consequncias as migraes e o xodo rural,inchando desenfreada e desordenadamente as cidades, e, com a monocultura, nos tornandodependentes de produo de alimentos vindos de fora, o que acaba elevando os custos para comesse item do dia a dia. Cabe ressaltar que a atuao que o MST promove est embasado no apenasem pressupostos de justia social como uma coisa que vem do nada, mas que garantido pelaConstituio, portanto, dentro do mbito legal que estabelece as diretrizes regentes em nossasociedade.Bibliografia consultada:BOMENY, Helena; FREIRE-MEDEIROS, Bianca (coord.). Tempos modernos, tempos desociologia. So Paulo: Editora do Brasil, 2010. 1 edio.CAMARGO, Rosiane de; MOCELLIN, Renato. Histria em debate, volume 1: ensino mdio. SoPaulo: Editora do Brasil, 2010. 2 edio.COSTA, Ricardo Cesar Rocha da; OLIVEIRA, Luiz Fernando de. Sociologia para jovens do sculoXXI. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milnio, 2007. 1 edio.TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o ensino mdio. So Paulo: Saraiva, 2010. 2 edio.SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAO. Sociologia (vrios autores). Curitiba: SEED-PR,2006. 2 edio.Sites visitados:Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra: www.mst.org.brVia Campesina: www.viacampesina.org1. PLANO DE AULASRIE: 3 DISCIPLINA: Sociologia DOCENTE: Tony S. Nakatani AULA: 13TEMA A SERTRABALHADO:Os movimentos sociais do ponto de vista da questo fundiriano pasObjetivo:Discutir a importncia da atuao dos movimentos sociais no interior das sociedades, noquestionamentos s desigualdades e injustias que esto presentes na vida dos cidados. Emparticular, a discusso a ser levantada, enfoca um dos movimentos sociais de maior envergadura nocenrio nacional, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST, procurandoproblematizar a sua atuao no interior da sociedade brasileira.Contedo:Para compreendermos a discusso em torno dos movimentos sociais, deveremos levar emconta o nosso contexto histrico, como nos demonstra Valria Pilo, em Direito, cidadania emovimentos sociais:Considerando que a sociedade capitalista tem sua organizao e sua dinmica marcadaspelas disputas e conflitos entre as classes sociais presentes nela, principalmente, entre asduas classes fundamentais, a burguesia e os trabalhadores, boa parte dos movimentossociais ser motivada diretamente, por interesses de classe ou manifestar aspectosdaquelas disputas como so os casos dos movimentos sindical, de camponeses, dos sem-teto. (PILO, Valria. 2007: 222) importante lembrarmos essas duas classes fundamentais do capitalismo, que numpalavreado mais comum seria a dos patres e donos de propriedades e os trabalhadores, que nopossuem terra alguma e dependem apenas do que dizemos, em sociologia, fora de trabalho. Nocaso da questo fundiria, trata-se dos trabalhadores rurais e dos grandes proprietrios ou grandescorporaes do agronegcio.Um dos pontos mais importantes a se compreender aqui que em nosso pas a discusso emtorno do acesso terra nunca foi um assunto amplamente tratada pelos governantes e sempre foramfavorecidos os que detinham o poder poltico do Estado, desde a colonizao, passando peloimprio at os dias atuais. Fato que no impede a organizao do campesinato no sentido de lutarno somente pelo direito de acesso terra como tambm por melhorias de vida na zona rural.2. O surgimento do MST, o mais importante movimento social da atualidade, data do fim dadcada de 1970, vindo a se organizar formalmente enquanto um grupo poltico, em 1984, numencontro realizado na cidade de Cascavel, no Paran. Atualmente conta com uma organizao emnvel nacional e integra a Via Campesina (Movimento Internacional de Camponeses). O movimentolevanta como objetivos principais de sua luta 1) A luta pela terra, 2) A luta pela reforma Agrria e3) A luta por uma sociedade mais justa e fraterna.Alm do latifndio, o MST combate adoo de uma poltica de produo agropecuria queela considera nociva para a nossa sociedade e que tambm tem marcado historicamente aocupao de terras em nosso pas , a questo da monocultura exportadora (podemos citar asplantaes de cana de acar, no perodo colonial, caf, no sc. XIX e incio do XX, e a sojaatualmente). Portanto, essas so as questes que esto no centro da luta: a mdia e pequenapropriedade e a agricultura familiar, com diversificao da produo de alimentos (sem a utilizaode agrotxicos) e voltado para o mercado interno.Dada a questo histrica acima, podemos observar os pontos de reivindicaes do MST ecomo ela se insere nas demandas sociais de nossa sociedade. Nesse intuito, as principais tticas deatuao do movimento, como forma de criar um fato poltico, atentando para os poderes pblicos dasituao fundiria no pas, so as ocupaes de terras no produtivas, ou seja, latifndios que noestejam cumprindo um dos artigos que est como um dos deveres da propriedade, em nossaConstituio Federal de 1988: a de que a propriedade deve atender sua funo social (Cap. I,Artigo 5, Item XXIII).Assim, podemos observar que h objetivos claros na atuao do movimento, com umaorganizao poltica definida em programa, que estabelecido nacionalmente, da mesma forma queos seus alvos so justamente as propriedades segundo a qual esto voltados contra os interessessociais, os latifndios que esto ociosos ou que no cumpram com suas funes sociais. E mesmoas propriedades que praticam a monocultura e que no estejam agindo de acordo com as legislaesvigentes em nossa sociedade, sejam elas trabalhistas e at mesmo ambientais.Concluso:A partir do entendimento que a sociedade no pode ser vista como um grupo homogneo e,especificamente em nosso tempo, e que convivemos numa estrutura social baseada na organizaoem classes sociais, os diversos grupos que a constituem encontram conflitos de interesses. E nesses conflitos que se conformaro as polticas sociais, tendo em vista o poder que cada grupo temde influir nas decises que sero tomadas pelo Estado, e que acarretaro nas formas deimplementao destas polticas sociais.3. Nesse sentido, a existncia dos movimentos sociais demonstram o quanto h desigualdade de todos os nveis na estrutura social do capitalismo. Desigualdades que, em ltima instncia, acarreta consequncias para a grande maioria da populao, muitas vezes, destitudas de condies bsicas de sobrevivncia e impedidos de uma convivncia mais justa para com o todo da sociedade. A atuao desses movimentos, portanto, no pode se dar sem um conflito que se configure deforma a que caracterizemos como violenta. Nesse sentido, a reflexo que teremos de realizar a deque violncia estamos falando. No caso do MST, por exemplo, as suas lutas esto voltadas parauma distribuio de terras e para formas e ocupao e explorao destas que sejam menos danosaspara os interesses sociais e nacionais, dada a conformao da ocupao que est sendo realizadaatualmente, com o latifndio monocultor e voltado para a exportao. Se podemos defender odireito propriedade do latifundirio, cabe nos informar que o papel do Estado estar voltado paraos interesses da nao e em sua soberania.A distribuio menos desigual das terras em nosso pas uma reivindicao histrica e amaioria nunca foi colocada nessa discusso, sempre feita revelia das condies de vida dapopulao, sobretudo a rural, tendo como uma das consequncias as migraes e o xodo rural,inchando desenfreada e desordenadamente as cidades, e, com a monocultura, nos tornandodependentes de produo de alimentos vindos de fora, o que acaba elevando os custos para comesse item do dia a dia. Cabe ressaltar que a atuao que o MST promove est embasado no apenasem pressupostos de justia social como uma coisa que vem do nada, mas que garantido pelaConstituio, portanto, dentro do mbito legal que estabelece as diretrizes regentes em nossasociedade.Bibliografia consultada:BOMENY, Helena; FREIRE-MEDEIROS, Bianca (coord.). Tempos modernos, tempos desociologia. So Paulo: Editora do Brasil, 2010. 1 edio.CAMARGO, Rosiane de; MOCELLIN, Renato. Histria em debate, volume 1: ensino mdio. SoPaulo: Editora do Brasil, 2010. 2 edio.COSTA, Ricardo Cesar Rocha da; OLIVEIRA, Luiz Fernando de. Sociologia para jovens do sculoXXI. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milnio, 2007. 1 edio.TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o ensino mdio. So Paulo: Saraiva, 2010. 2 edio.SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAO. Sociologia (vrios autores). Curitiba: SEED-PR,2006. 2 edio.Sites visitados:Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra: www.mst.org.brVia Campesina: www.viacampesina.org