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Movimentos Sociais e Mobilização Social Profª: Nuara Aguiar Fortaleza/CE, fevereiro de 2015

Movimentos Sociais e Mobilização Social - Apresentação - EM PDF

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Apresenta um trabalho sobre os movimentos sociais e sua mobilização social, em meio a uma sociedade conservadora e tradicional.

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Movimentos Sociais e Mobilização Social

Profª: Nuara Aguiar

Fortaleza/CE, fevereiro de 2015

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Capital� é uma categoria peculiar, específica do

sistema capitalista, e portanto o qualifica, o define, o determina. A compreensão e o correto uso deste termo apresenta-nos uma categoria explicativa do modo de produção capitalista.

� Portanto, deve ser entendido como base em duas dimensões: ele remete a uma determinação econômico-política, assim como uma relação social determinada. (p. 78)

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Capital� O capital NÃO é apenas um volume de

dinheiro.� É processo de valorização do dinheiro

através do “modo de produção capitalista que valoriza o dinheiro com a produção da mais-valia pelo trabalhador”.

� A produção de mais-valia (pelo trabalhador) que valoriza o dinheiro e o transforma em capital.

� A apropriação da mais-valia (pelo capitalista), que torna o possuidor de dinheiro e dos meios de produção em capitalista.

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Capital� Para ter acesso aos meios de produção o

trabalhador vende sua força de trabalho.� Nesse sentindo é constituído o que

podemos chamar de RELAÇÃO SOCIAL:� no instante em que existe uma separação entre

produtor (trabalhador) e meios de produção (propriedade do capital);

� nem o capitalista pode acumular sem incorporar força de trabalho alheia, nem o trabalhador pode produzir sem se vincular ao capital.

� CAPITAL E TRABALHO, CAPITALISTAS E TRABALHADORES, precisam estabelecer uma relação (Necessária e ineliminável no MPC).(p. 78 e 79)

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Capital Variável – força de trabalho

� Trabalho como categoria ontológica do ser social.

� O trabalho é assim uma atividade teleológica (orientada conscientemente por finalidades e condições racionalmente compreendidas), de transformação da natureza (onde o homem se relaciona com a natureza, para, dados seus limites, transformá-la).

� O trabalho como fundante do ser social –em articulação com a linguagem e a sociabilidade.

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Capital Variável – força de trabalho

� O trabalho por ser atividade teleológica e consciente, em que o ser social escolhe o resultado desejado, e a partir da avaliação das condições (causalidades) escolhe por um caminho determinado, o trabalho constitui não apenas o fundamento ontológico do ser social, mas também constitui o fundamento da liberdade.

� Liberdade começa quando o trabalho deixa de ser determinado por necessidade e utilidade e passa a ser o exercício da capacidade consciente de optar e escolher por finalidade e caminhos. (p. 80)

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O Trabalho no Modo de Produção Capitalista

� O trabalho no MPC acontece com a venda da força de trabalho do trabalhador sob a troca de salário, o que chama-se de relação de emprego, relação salarial.

� Essa relação (entre capital e trabalho), longe de realizar a “liberdade” (no sentido apontado), é uma relação de exploração e alienação.

� Portanto, o trabalho, ontologicamente determinante do ser social e da liberdade, na sociedade comandada pelo capital promove a exploração e alienação do trabalhador – o trabalho assalariado, portanto, desumaniza o trabalhador. (p. 81)

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O Trabalho no Modo de Produção Capitalista

� Sociedades pré-capitalistas o desemprego e a pauperização são o resultado (para além da desigualdade na distribuição da riqueza) do insuficiente desenvolvimento da produção de bens de consumo ou da escassez de produtos.

� Na sociedade capitalista a pobreza (pauperização absoluta ou relativa) é o resultado da acumulação privada de capital, mediante a exploração (da mais-valia), na relação entre capital e trabalho, donos dos meios de produção e donos de mera força de trabalho, exploradores e explorados. (p. 81)

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O Trabalho no Modo de Produção Capitalista

� O desenvolvimento no capitalismo não promove maior distribuição de riqueza, mas maior concentração de capital, portanto, maior empobrecimento (absoluto e relativo), ou seja, maior desigualdade. (p. 81)

� As LUTAS DE CLASSES são o instrumento que o trabalhador tem tido para diminuir essa desigualdade, ora conquistando leis e normas que regulem a relação salarial, ora inibindo relativamente o poder do capital. (p. 81)

� A estratificação social: castas, estamentose classes.

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O Trabalho no Modo de Produção Capitalista

CASTAS E ESTAMENTOS ≠ CLASSES

� As classes conformam grupos sociais não definidos por questões hereditárias (sem ignorar o fato de que nascer numa família de uma ou outra classe condiciona relativamente seu pertencimento futuro a ela), nem por leis ou privilégios especiais que as diferenciem (representando uma igualdade formal), remetendo a uma dimensão estritamente econômica, seja diferenças no mercado ou na produção. (p. 83)

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O Trabalho no Modo de Produção Capitalista

CONCEPÇÃO WEBERIANA

� Coincide com uma compreensão corriqueira de classe social, determinada em função do acesso ao mercado, da capacidade de consumo, diferenciando as classes segundo o poder aquisitivo: ricos e pobres, classe alta, média e baixa. (p. 84)

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O Trabalho no Modo de Produção Capitalista

MAX

� as classes fundamentais, constituem-se principalmente a partir da polarização entre os produtores diretos da riqueza (os escravos, os servos, os trabalhadores) e os proprietários dos meios de produção (a terra, a indústria, a ferramentas, as máquinas, os recursos materiais), e é essa relação polarizada entre os criadores e usurpadores de riqueza que caracteriza um determinado tipo de sociedade, um modo de produção.

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O Trabalho no Modo de Produção Capitalista� A classe social é considerada como uma

categoria propriamente dialética e em movimento, sendo fundada em um modo de produção específico.

1º ela apresenta uma dimensão estrutural que determina sua gênese e simultaneamente contém contradições e formas de enfrentamento que marcam seu movimento –no MPC a primeira determinação é a relação capital-trabalho;

2º assume determinações diversas em variados contextos históricos – no centro e na periferia do capital, em contextos de expansão ou recessão, de correlações de força diversas;

3º ela é inseparável da consciência de classe e das lutas de classes.

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O Trabalho no Modo de Produção Capitalista

MAX ≠ WEBER

� Para Marx, diferentemente de Weber, as classes sociais não correspondem, a não ser a primeira vista, ao tipo e volume de suas rendas, mas se determinam inicialmente na esfera produtiva. No modo de produção capitalista, se constituem em função do papel que desempenham e o lugar que ocupam os sujeitos no processo produtivo. Ou seja,

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O Trabalho no Modo de Produção Capitalista

� Não é na esfera do mercado, mas no âmbito da produção que se determinam originalmente as classes;

� Não é pela capacidade de consumo, mas pela função na produção que os indivíduos passam a pertencer a uma classe social;

� Não é pelo tipo de renda que recebem, mas pelo papel social na produção de riqueza.

� Ou seja, o tipo e o volume da renda, a capacidade de consumo, o acesso ao mercado são os elementos determinantes das classes, o lugar e o papel na esfera produtiva são os aspectos determinantes. Sua função na produção de riqueza é a causa, sua participação no mercado a conseqüência. (p. 86)

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O Trabalho no Modo de Produção Capitalista

� No entanto, mesmo sem se verificar uma bipolarização das classes no concreto espaço cotidiano da sociedade capitalista, existindo hoje uma forte “desproletarização”, um crescimento das classes médias e uma pluralidade heterogênea de classes, isso não nega o caráter fundante das classes capitalista e trabalhadora, e uma contradição central, a exploração da força de trabalho pelo capital. A especificidade do MPC radica na exploração da mais-valia produzida por trabalhadores livres, porém obrigados a vender sua força de trabalho para o capital, donos dos meios fundamentais de produção. Isso faz dessas duas, classes fundamentais do MPC.(p. 90)

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O Trabalho no Modo de Produção Capitalista

� A heterogeneidade da classe trabalhadoranão pode nos fazer perder de foco o seu caráter central e universal, no MPC: toda ela constitui-se em homens e mulheres “livres”, meros proprietários de força de trabalho, despossuídosdos meios fundamentais de produção e consumo, obrigados assim a vender sua força de trabalho para o capital, em troca do salário.

� Classe trabalhadora hoje exige ir além do proletariado e operariado, ou trabalhador fabril. O trabalhador pode ser “produtivo” (participa na elaboração de mais-valia) ou “improdutivo”(sem produzir mais-valia).

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O Trabalho no Modo de Produção Capitalista

� Eles podem ter contratos temporários ou estáveis, ganhar salário fixo ou por comissão, com direitos trabalhistas ou não. Eles podem representar o setor mais empobrecido da população, integrar grupos de consumo médio ou apresentar um elevado padrão de vida.

� Podem apresentar uma relação direta e formal, ou apresentar uma relação informal com o capital (trabalhadores terceirizados, camelôs, microempresas subcontratadas etc.) (p. 94)

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“Classe em si” e “Classe para si”

Classe em si

� é constituída pela população cuja condição social corresponde com determinado lugar e papel no processo produtivo, e que, independentemente de sua consciência e/ou organização para a luta na defesa de seus interesses, caracterize uma unidade de interesses comuns em oposição aos de outras. Remete à mera existência de uma classe.

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“Classe em si” e “Classe para si”

Classe para si

� caracteriza outra dimensão possível da constituição e da análise da classe. Conforma uma classe para si aquela que, consciente de seus interesses e inimigos, se organiza para a luta na defesa destes. (98)

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“Classe em si” e “Classe para si”

� A dominação de classe se apresenta como dominação das ideias; assim, oculta-se a dominação e a exploração dos homens, e a divisão social de classes, surgindo a ideologia como valores ilusoriamente comuns. (p. 107)

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“Classe em si” e “Classe para si”

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“Classe em si” e “Classe para si”� Para isso, para tornar as ideias da classe dominante

em ideias dominantes, a “ideologia burguesa” na forma de ver e viver a realidade e os valores burgueses em valores socialmente aceitos, a burguesia precisa de alguns artifícios, como a naturalização e o ocultamento da realidade social (tornando os processos sociais como coisas naturais e incompreensíveis aos sujeitos), a fetichização (que atribui às coisas, à mercadoria, fundamentalmente, propriedades supostamente “naturais”, como se não fossem produto dos sujeitos históricos, da história) e a reificação ( como um aspecto da alienação, que “coisifica” os sujeitos e as relações sociais, ou seja, os transforma em coisas, mercadorias, dominadas pelas leis “naturais” do mercado). (p. 107)

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“Classe em si” e “Classe para si”

� Consciência social e consciência de classe; � Caracterização da vida cotidiana;� A primeira forma de consciência social na

vida cotidiana;� Consciência e alienação;� Consciência reivindicatória e sindical;� Consciência e ideologia;� Consciência de classe; � Consciência de classe e o intelectual.

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Referência Bibliográfica

MONTAÑO, Carlos e DURIGUETTO, Maria Lúcia. Estado, Classe e Movimento Social. Biblioteca Básica do Serviço Social. São Paulo, Editora Cortez, 2010. Parte I, Capítulo 2. Tópicos 1, 2 e 3.