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Mário Lino não avisou Refer que Linha do Tua ficará submersa com barragem da EDP NELSON GARRIDO Seguir recomendações do Governo implica investir num troço que ficará debaixo de água. Famílias com queixas da CP Carlos Cipriano e Pedro Garcias A Refer, enquanto gestora da rede ferroviária nacional, ainda não sabe que uma boa parte da Linha do Tua ficará submersa com a construção da barragem da EDP no rio que o nome àquela via-férrea. Por isso, segundo o PÚBLICO apurou, a ad- ministração da empresa tem dado indicações a toda a estrutura técnica para assegurar a manutenção da li- nha como se ela estivesse para durar, admitindo também investir milhões de euros na sua modernização para acabar de vez com os acidentes, na sequência, aliás, das recomendações do Governo. Os relatórios agora tornados pú- blicos relativos ao descarrilamento de 22 de Agosto confirmam o que o PÚBLICO tinha avançado sobre as causas do acidente: um empeno na via-férrea, conjugado com anomalias na automotora, que, segundo os peri- tos, poderá não ser a mais adequada para aquela linha.

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Mário Lino não avisou Refer que Linha do Tuaficará submersa com barragem da EDP

NELSON GARRIDO

Seguir recomendaçõesdo Governo implicainvestir num troçoque ficará debaixo de água.Famílias com queixas da CP

Carlos Cipriano e Pedro Garcias

• A Refer, enquanto gestora da redeferroviária nacional, ainda não sabe

que uma boa parte da Linha do Tuaficará submersa com a construçãoda barragem da EDP no rio que dáo nome àquela via-férrea. Por isso,segundo o PÚBLICO apurou, a ad-

ministração da empresa tem dadoindicações a toda a estrutura técnica

para assegurar a manutenção da li-nha como se ela estivesse para durar,admitindo também investir milhõesde euros na sua modernização paraacabar de vez com os acidentes, nasequência, aliás, das recomendaçõesdo Governo.

Os relatórios agora tornados pú-blicos relativos ao descarrilamentode 22 de Agosto confirmam o que oPÚBLICO tinha avançado sobre ascausas do acidente: um empeno navia-férrea, conjugado com anomaliasna automotora, que, segundo os peri-tos, poderá não ser a mais adequadapara aquela linha.

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Tanto a comissão de inquérito, quetrabalhou com a Faculdade de Enge-nharia do Porto e com peritos suíçose espanhóis, como o Gabinete de In-vestigação e de Acidentes Ferroviá-rios - que recorreu apenas aos órgãostécnicos da Refer e da CP - são muitocríticos em relação aos "defeitos gros-seiros" da Linha do Tua.

O troço onde ocorreu o acidente,perto de Brunheda, não é renovadodesde meados dos anos noventa (verPÚBLICO de 20/10/2008) e daí parabaixo, até à foz do Tua, não houverenovação da via desde os anos oiten-

ta, embora a Refer ali tenha investidona consolidação de trincheiras paraevitar desabamentos. Estes troçossão precisamente os mais escarpa-dos - e os mais interessantes do pontode vista paisagístico e que fazem daLinha do Tua um cx librís da enge-nharia do séx. XIX -, mas também os

que deverão ficar submersos com a

construção da barragem. Por isso é

de questionar se vale a pena proce-der à renovação integral da via, porforma a seguir as recomendações dascomissões de inquérito e do Governo,tendo em conta que se trata de uminvestimento elevado e que implicatrabalhos realizados em condiçõesdelicadas em pleno desfiladeiro. Umapergunta que o PÚBLICO fez váriosvezes ao Ministério das Obras Públi-cas e Transportes, mas da qual nuncaobteve resposta.

O trauma dos feridosEntretanto, a família da única vítimamortal do último acidente na Linhado Tua, uma mulher de 47 anos, na-

tural de Vimioso, ainda não decidiu se

vai exigir responsabilidades à Refer, àCP e ao Metro de Mirandela. "Aindanão reunimos a família para decidir-mos o que vamos fazer, nem sei se

temos direito a alguma coisa", disseao PÚBLICO o pai da vítima, que dei-xou um filho de 23 anos.

Vítor Simões, de Coimbra, um dosferidos do acidente, ainda estava a lero relatório da comissão de inquéritoquando foi contactado pelo PÚBLI-CO. "Apanhado de surpresa com al-

guns dos detalhes técnicos contidosno relatório, nada me passa pela ca-

beça neste momento", disse. A com-panheira, ferida com gravidade, che-

gou a correr risco de vida, e, tal comoVítor Simões, ainda se encontra emconvalescença.

Um outro ferido grave, uma mulherdo concelho de Chaves, está a fazerfisioterapia no centro médico da CP

em Lisboa e a ser acompanhada porum psiquiatra e uma psicóloga. Noentanto, o marido, que sofreu feri-mentos ligeiros, não poupa nas crí-ticas à CP, bem como ao médico da

empresa que acompanhou os feridos

logo após o acidente. "A CP não vê as

sequelas deixadas nos sinistrados esó entrou em contacto comigo umavez, quando a pressão dos meios de

comunicação social era mais forte.Recebi cartas dos hospitais a pedir o

pagamento das taxas, mas a CP man-dou-me devolvê-las, alegando que isso

era da responsabilidade do Metro deMirandela", escreveu no seublogue,com o endereço http://ferrado-d.e-ca-broes-euroluso.blogspot.com/.

Tâmega, Corgo e TuaCP não tem outrasautomotoras para a viaestreita

Os LRV (Lightßail Vehicule)não são adequados à Linha doTua? Então também poderãonão o ser para as linhas do

Tâmega (Livração-Amarante)e do Corgo (Régua-Vila Real).E, se assim for, o Instituto daMobilidade e dos TransportesTerrestres (IMTT) poderá ditara suspensão da circulaçãonaquelas vias, o que significariao fim da rede de via estreita,pois a CP, simplesmente,não tem mais materialcirculante para lá colocar.

Aquela empresa e a Refer,seguindo as recomendações doGoverno, estão a analisar se as

homologações das automotorassão as adequadas, sendocerto também que as linhasdo Tâmega e do Corgo têmcaracterísticas diferentes das doTua ao nível do carril utilizadoe dos raios de curvatura. Os

resultados deste estudo serão

entregues ao IMTT que tomarádepois uma decisão. CarlosCipriano

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Linha do Tua

Pedida demissão de Mário LinoFERNANDO PIRES

[email protected]

No mesmo dia em que a comis-são de Obras Públicas aprovou a

audição do ministro Mário Lino

no Parlamento sobre as conclu-

sões do relatório do acidenteferroviário na linha do Tua, Os

Verdes pedem a sua demissão.Manuela Cunha, dirigente d'Os

Verdes, considera que o ministrodas Obras Públicas, Transportese Comunicações (MOPTC), de-via pedir deixar o cargo. "Se tiverdignidade, devia tomar a mesmaatitude que Jorge Coelho tomouquando aconteceu o acidente na

ponte de Entre-os Rios. Demitir-se", afirma

Aquela dirigente do PEV con-sidera que, neste caso, "estamos alidar com uma enorme irrespon-sabilidade" por parte de quem tu-tela as obras públicas e os trans-portes do nosso país. Declaraçõesque surgem no mesmo dia em quea comissão de Obras Públicas

aprovou a audição a Mário Lino ede ter ficado disponível, no sítiodo Ministério, os resultados do in-

quérito ao acidente na linha, en-tregue, há uma semana, pela co-missão técnica (CT)..

A conjugação de "defeitos gros-seiros" na via-férrea e "anomalias"na composição do Metro de Miran-dela terão sido os factores que le-varam ao acidente, afastando o ce-nário de erro humano. Diferentes

pareceres solicitados pela CT

apontam para problemas ao longoda infra-estrutura, com particularincidência no local do acidente."Deficiências que dificultam o con-tacto entre a roda e o carril, sufi-cientes para justificar a ocorrênciado descarrilamento, nomeadamen-te numa curva com medidas desa-

dequadas, defeitos de alinhamen-to, de empeno, bem como travessas

que necessitam de substituiçãoimediata", adianta o relatório.

Está igualmente escrito que há18 anos que as travessas não são

substituídas, sendo que "algumasjá terão cerca de 40 anos". Os pa-receres apontam também falhasàs automotoras do Metro de Mi-randela, onde é referido que "as

suas características são desade-

quadas, assinalando problemasnas rodas, falta de lubrificação e

pouco amortecimento, com a sus-

pensão demasiado pesada".A equipa da Faculdade de En-

genharia da Universidade do Por-to (FEUP), uma das entidades a

quem a CT solicitou parecer, con-sidera que todos estes factoresconjugados são motivo para aocorrência deste acidente, acres-centando que "os valores eleva-dos de empeno da via dão lugarfundamentalmente a um movi-mento de balanço dos veículos e,

quando combinados com irregu-laridades do alinhamento da via eanomalias na suspensão dos veí-culos, são a causa mais frequentede descarrilamento, especialmen-te a baixas velocidades". ¦

LEONEL DE CASTRO

Relatório aponta deficiências da via e das composições que circulam na Linha do Tua

"E os utentesda Linhado Tâmegacorrem riscos?"0 autarca de Amarante quersaber se os utilizadores da

Linha do Tâmega correm

riscos, já que as carruagens ali

usadas são as mesmas da

Linha do Tua. Armindo Abreu

quer ainda saber se a REFER

aceita o relatório de inquéritoao acidente na Linha do Tua

que aponta como causa o

desajuste do material circu-

lante desta via. Armindo Abreu

diz ter ficado surpreendidocom este relatório e quer

respostas da empresa respon-sável pela rede ferroviária

portuguesa. "A iniciativa quevou tomar é a de contactar a

REFER para perguntar se o

plano de requalificação da

linha está a avançar e pedir

explicações sobre se um

acidente idêntico ao do Tua

poderia acontecer aqui na

Linha do Tâmega".A Comissão de Defesa da Linha

do Tâmega considera estranha

as conclusões do inquérito.

"Quando parte dos autarcas da

região já se venderam aoGoverno e aceitam a barragem.Só o presidente da câmara de

Mirandela é que se opõe", diz

Alfredo Gonçalves.

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TRANSPORTES

Refer e CP descartam responsabilidades no Tua

Alexandra Noronha

[email protected]

As conclusões da Comissão de In-

quérito sobre o acidente na linha do

Tua, que fez um morto, quatro feri-dos graves e 39 feridos ligeiros nãosão pacíficas. Ainda que tenham che-

gado à conclusão de que as condi-

ções gerais da linha são bastante

más, os responsáveis que assinaram

o relatório, dois representantes daRefer e três da CP e do Metro de Mi-randela, acabam por apresentarduas conclusões diferentes. Os pri-meiros enfatizam o papel da com-

posição no acidente, enquanto os se-

gundos reduzem a "factores cumu-lativos", ou seja, pouco importantesno acidente.

A discordância nas conclusões

ontem publicadas no âmbito da pró-pria Comissão de Inquérito é, no mí-

nimo, estranha, e acaba mesmo porser abordada pela secretária de Es-

tado, Ana Paula Vitorino, no despa-cho que manda a Refer e a CP con-duzir um processo de averiguaçõesinternas para indagar responsabili-dades. Além disso, o despacho obri-

ga à aprovação das medidas correc-tivas que melhorem a segurança da

linha, mas não fala em encerramen-to permanente.

A razão principal, apontada norelatório, tem a ver com a falta de

condições da linha naquele troço em

que ocorreu o descarrilamento no

passado mês de Agosto. Os proble-mas da linha, onde já se deram mais

dois acidentes, estão relacionadoscom o empeno, uma medida impor-tante para aferir as condições doscarris e que, neste caso, por estar emvalores anormais, levou a que a rodada frente do veículo tenha perdidocontacto com os carris. Além disso,

o facto de a composição ser leve e se

deslocar devagar, também parece tercontribuído para o acidente.

Entre os estudos tidos em contaestá um da Faculdade de Engenha-ria do Porto e outro dos caminhos-de-ferro suíços. Estes últimos refe-

rem que o empano na linha foi con-

jugado com a "insuficiente suspen-são da automotora". Além disso há

questões como os defeitos e insufi-

ciências quer da via-férrea, quer da

automotora.

As explicaçõesda Refer...

•Linha e comboioAcidente deveu-se a problemas na

linha, em conjugação com "desade-

quadas características do materialcirculante". Entre os problemas, os

dois representantes da Refer apon-tam para uma assimetria de cargadas rodas. Baixa velocidade tam-bém terá tido culpa.

... e o que dizema CP e o Metro•Ênfase na linha

Desvalorização do papel da compo-

sição no acidente. As segundas con-

clusões do relatório - ponto 5 - assi-

nadas pelos representantes das em-

presas de material circulante classi-

ficam de "factores cumulativos" os

que estão relacionados com a com-

posição. Diz mesmo que os proble-mas na linha "ultrapassam, no veí-

culo, os limites característicos de fle-

xibilidade e suspensão".

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Relatório aponta diversas lacunas graves

Unha do Tua semcondições de segurança

A Comissão de Inquérito ao acidente de 22 de Agosto na Linha do Tua concluiu que, tanto a via, como omaterial circulante, não respeitavam os requisitos mínimos de segurança.

Págs. 2-3

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Um curva com medidas desa-

dequadas, defeitos de alinhamento,de empeno, travessas que necessi-

tam de substituição imediata são

alguma das falhas apontadas. Orelatório explicita mesmo que há

algumas traves que há 18 anos quenão são substituídas, sendo que al-

gumas têm mesmo 40 anos de vida;

de um modo geral, as traves foram

colocadas entre 1968 e 1990.

Os pareceres apontam também

filhas às automotoras do Metro-

politano de Superfície de Miran-dela, responsável pelo serviço de

transporte de passageiros há cerca

de uma década, referindo-se "às

desadequadas características domaterial circulante".

Dos estudos técnicos feitos à

automotora acidentada, conhecida

como LRV, ressaltam problemasnas rodas, falta de lubrificação e

amortecimento insuficiente.

A Faculdade de Engenharia da

Universidade do Porto (FEUP),uma das entidades que estudou o

caso, deixa claro que todos estes

factores conjugados são motivo

para a ocorrência de um acidente

desta natureza: "Valores elevados

de empeno da via dão lugar fun-damentalmente a um movimentode balanço dos veículos e, quandocombinados com irregularidadesdo alinhamento da via e anoma-lias na suspensão dos veículos, são

a causa mais frequente de descar-

rilamento especialmente a baixas

velocidades".A 22 de Agosto, a LRV transpor-

tava 47 pessoas e seguia a uma ve-

locidade de 38 quilómetros por hora

na altura do descarrilamento, segun-do apurou a Comissão de Inquérito,nomeadamente através do disco de

tacógrafo. Esta automotora do Me-

tro de Mirandela era a mesma quetinha descarrilado dois meses antes,

a 6 de Junho, nas mesmas condições,ferindo dois passageiros.

Afastado ficou qualquer "indí-cio de actos de intervenção dolosa

ou negligente produzidos por in-

tervenção humana", segundo con-

cluiu a Policia Judiciária, que tam-bém participou nas investigações.

A Linha do Tua mantém-se en-

cerrada desde o acidente de 22 de

Agosto, que fez um morto, quatroferidos graves e 39 feridos ligeiros.Este foi o quarto acidente no espaçode ano e meio, sendo que, ao todo,

quatro pessoas perderam a vida em

descarrilamentos na mesma zona

da linha.O relatório final faz também

referência aos 17 minutos que um

passageiro teve de percorrer a péaté encontrar rede no seu telemó-vel para pedir socorro, numa zona

onde não há comunicações; o único

telefone existente na automotora fi-

cou inoperacional no acidente.

O relatório final faz ainda várias

recomendações que levaram o mi-nistro Mário Lino a determinar a

concepção e concretização de um

plano com as "necessárias medi-das correctivas". A implementaçãodestas recomendações será coorde-

nada pelo Instituto de Mobilidade

e Transportes Terrestres (IMTT),com o apoio da REFER e CP, com

a assessoria técnica de entidades

externas.

Refere o relatório final do inquérito ao acidente de 22 de Agosto

Linha do Tua cheia de"defeitos grosseiros"Tanto a automotora

LRV2OGO, como a prépri

linha apresentam uma

série de deficiências

que explicam quatroacidentes em ano e

meioO relatório final do inquérito ao

último acidente na Linha do Tua

aponta uma série de defeitos gros-seiros na via férrea e anomalias na

automotora, sendo que estes factos

conjugados terão originado o des-

carrilamento a 22 de Agosto.O relatório final está disponível

desde segunda-feira à noite na pá-

gina do Ministério das Obras Públi-

cas, Transportes e Comunicações,três dias após o ministro MárioLino ter anunciado medidas cor-

rectivas e de segurança, sem adian-

tar pormenores da investigação.Os diferentes pareceres reco-

lhidos pela Comissão de Inquérito

apontam no mesmo sentido: pro-blemas ao longo da linha, especial-mente no local do acidente e defi-

ciências que dificultam o contacto

entre a roda e o carril. "A via no lo-cal do acidente apresenta defeitos

grosseiros e facilmente identificá-veis e suficientes para justificar a

ocorrência do descarrilamento",lê-se nas conclusões.

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CORTINA DE SEPARAÇÃO

Recomendaçãode 2007 ficouna gavetaUma das recomendações queconsta deste relatório já tinhasido feita depois do descar-

rilamento de Fevereiro de

2007, mas o que é certo é que,

passado ano e meio, a citada

recomendação continua porconcretizar. Este foi o mais

grave dos quatro acidentes queocorreram na Linha do Tua noúltimo ano e meio, sendo que,neste caso, houve três mortes a

lamentar.Com efeito, os peritos reco-mendam que seja colocada

uma cortina entre o maquinis-ta e os passageiros, de molde

a evitar distracções. Esta

medida tem também como

propósito impedir os efeitos

de reflexão no vidro diantei-

ro da iluminação interna da

automotora, numa linha onde

vigora, em vários troços, osistema de marcha à vista, em

que a velocidade tem de ser

reduzida para o maquinista

poder detectar e travar perante

qualquer obstáculo.

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CP e REFER investigamoutros casos perigosos

Analisaroutraslinhas

A realização de averi-

guações internas pela CP e

REFER para o apuramentodas causas que conduziramàs anomalias identificadas

pelo relatório ao acidenteno Tua, foi uma das reco-

mendações do Ministériodas Obras Públicas Trans-

portes, numa reunião queteve lugar na última sexta-feira e onde participaramo titular da pasta, MárioLino, a secretária de Estadodos Transportes, Ana Pau-la Vitorino, os presidentesdo Instituto da Mobilida-de e Transportes Terres-tres (IMTT), CrisóstomoTeixeira, da CP, Cardosodos Reis, e da REFER, LuísPardal. Na reunião, o mi-nistério aprovou as reco-

mendações expressas nosrelatórios quanto à ne-cessidade de estabelecermedidas correctivas quemelhorem as condições de

segurança da via, do mate-rial circulante e da presta-ção do serviço de transpor-te. Além das averiguaçõesinternas, a CP e a REFER fi-caram de verificar imediata-mente a existência de outraslinhas onde possam não es-

tar a ser cumpridos os requi-sitos de segurança. Foi aindadecidido manter a suspen-são da circulação na Linhado Tua enquanto não foremconcretizadas as recomen-

dações definidas, sendo quea. reabertura só acontecerá se

estiverem reunidas todas as

condições de segurança.

COMSSSÁO OE OBRAS PUBLICAS

Mário Lino ouvidono ParlamentoA comissão de Obras Públicas

aprqvou ontem a audição do

ministro Mário Lino no Parla-

mento, a pedido do PCP, PEVe BE, sobre as conclusões dorelatório do acidente ferrovi-ário na Linha do Tua ocor-rido em Agosto. Um outro

requerimento do PSD a pedira audição de Mário Lino foi

rejeitado pela maioria PS, se-

gundo disse à Lusa o deputadoFernando Santos Pereira. "Foi

rejeitado porque a maioriaPS achou que tinha uma lin-

guagem desadequada, o quenão se percebe", criticou o

parlamentar social-democrata,afirmando que o requerimento"fazia a fundamentação do

pedido". Na próxima reuniãoda comissão, será analisado

e votado um requerimentodo CDS/PP para ouvir os

responsáveis da REFER, da

CP, do Metropolitano Ligeirode Mirandela, e do Institutode Mobilidade e Transpor-tes Terrestres, disse à Lusa o

deputado democrata-cristão

Abel Baptista.

INVESTIGAÇÃO ALTERNATIVA

GISAF também não

poupa a linha

Após conduzir uma investiga-ção própria ao caso, o Gabine-te de Investigação de Segu-

rança e Acidentes Ferroviários

(GISAF) relaciona o acidentede 22 de Agosto na Linha do

Tua com o que ocorreu dois

meses antes, a 6 de Junho, emcircunstâncias idênticas. Tal

como o relatório da Comissãode Inquérito, as conclusões

do GISAF apontam diversas

deficiências na linha, emborade forma mais contundente:"A causa directa do aciden-te foi o resultado da acção

produzida pelos sucessivos e

alternados empenos existen-tes na via, atingindo valoresinadmissíveis no local ondeser verificou o descarrila-mento".

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DE ACORDO COM DOIS ESTUDOS

«Culpa» da vala nãofoi provadaA abertura de uma vala

ao longo da Linha do Tua,

que levantou suspeitas noacidente de 22 de Agosto, foianalisada em sede de in-

quérito, sem que tenha sido

encontrada relação directacom o descarrilamento. Dois

pareceres técnicos fazemreferência à vala aberta e

fechada a 16 de Agosto pelaReferTelecom para instalaçãode fibra óptica ao longo daLinha do Tua. Uma equipade especialista suíços da SBB

CFF FFS concluiu que "nãoé de excluir completamenLeque a abertura da vala possater influência no estado da

via", nomeadamente numa

"ligeira depressão no local"do acidente, "que pode teroriginado a alteração nobalastro e a deslocação davia". Ao contrário da hipóteselevantada pelos suíços, a equi-pa da Faculdade de Engenha-ria da Universidade do Portonão encontrou consequênciassuficientes para influenciar a

segurança da via.

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TECNOLOGIA

Microsoft à procura deestudantes nacionaispara a "Imagine Cup"? Estão abertas as inscrições parao "Imagine Cup", a maior compe-tição mundial de tecnologia paraestudantes. Uma iniciativa da em-presa norte-americana Microsoftcom nove diferentes áreas decompetição. Ontem, uma equipada empresa deslocou-se à Facul-dade de Engenharia da Universi-dade do Porto (FEUP) para lançaro desafio aos estudantes de En-genharia Informática e Compu-tação daquela instituição.

"A Imagine Cup tem como ob-jectivo aumentar os horizontesdos estudantes e como há muita

gente com os olhos postos neste

concurso é também uma boa ram-

pa de lançamento para o mercadode trabalho", referiu ao JN Gonça-lo Chaves, da área académica daMicrosoft Portugal.

A categoria rainha da compe-tição é o Design de Software.Aqui, os alunos têm de pegar notema - este ano é "Resolver os

problemas mais difíceis do Mun-

do" -, formar e desenvolver umaaplicação e submetê-la a ava-liação. Depois, todos os seleccio-nados irão a uma final nacional deonde sairá a equipa que represen-tará Portugal na final internacio-nal no Cairo e onde os vencedo-res poderão ganhar prémios mo-netários e estágios na empresa,entre outros.

O director do curso de En-genharia Informática e Compu-tação da FEUP, Augusto Sousa, re-feriu que os seus alunos têm "po-tencial para se destacarem noconcurso; a questão é saber seterão disponibilidade para parti-cipar por causa dos vários projec-tos que têm em mãos".

Refira-se, ainda, que entre asoutras categorias do concurso,mas que já têm um processo de

selecção online, encontram-se as

artes digitais, a fotografia e tam-bém a parte mais "core" da ciên-cia informática como a algoritmiae a administração de redes. nu.

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? Teixeira dos Santos mantém umalinguagem próxima do cidadão - comum indisfarçável sotaque nortenho."Tem uma linguagem simples, as pes-soas entendem-no. Não fala econo-mês", analisa Lello. Artur Penedos,outro amigo de longa data, traçou àFocus outra característica do ministro:a paciência. "Consegue explicar-secom a maior das calmas, para procurarconsensos", analisou o deputado so-

cialista, pouco depois de Teixeira dos

Santos ter sido nomeado. Santos Silva,

colega na FEP e amigo há quase trin-ta tanos, aponta-lhe duas caracterísit-cas pessoais: "Seriedade e serenida-de." Mas, à semelhança do primei-ro-ministro, esgotados os argumentos,"é capaz de se irritar", revelou Pene-

dos, para depois acrescentar que o

amigo "é razoável, mas decidido".A personalidade tipicamente norte-

nha revela-se em outros aspectos, co-mo a paixão pelo emblema que repre-senta a Invicta. Teixeira dos Santos é

um ferrenho adepto do FC Porto. Mes-mo que não se desloque com frequên-cia ao estádio, por inerência do cargoque ocupa, tem alma de dragão. "Sal-

ta, fala, exalta-se quando marcam go-lo", revelou Penedos. Lello, por sua

vez, recorda as picardias que tinhacom Teixeira dos Santos quando o seu

Boavista, agora na II Liga, enfrentavaos azuis e brancos.

0 Porto sempre esteve presente navida do ministro. Estudou no liceu D.Manuel 11, Iniciou a sua vida profissio-nal na FEP, depois de se ter licenciadoem Economia. E ainda hoje mantém aresidência oficial na zona de Pararmos,na Rua Manuel Laranjeira, ainda quetenha deixado de morar na cidade há

quase dez anos. Nem quando estevenos EUA para o doutoramento emEconomia Internacional e FinançasPúblicas se desligava da cidade, comocontou à Focus José Costa, director daFEP, que acompanhou Teixeira dos

Santos na odisseia. "Ele tentava sem-

pre estabelecer pontes entre os cole-

gas, nesta altura difícil em que estáva-mos longe de Portugal." Junto dos

alunos e funcionários da FEP, revela-va-se "acessível" e mostrava sempreuma "enorme disponibilidade", quali-dades que o levam a ser saudado

quando visita a instituição.Apesar de manter uma imagem pú-

blica de algum recato, os amigos des-crevem-no como uma pessoa bem-dis-

posta, com sentido de humor. Não

gosta de ser o centro das atenções,mas nos convívios tem sempre "ópti-mos apartes" e "piadas desconcertan-

tes". Faceta que se tornou visível

aquando da apresentação do Orça-mento, ao referir que "até um compu-tador Magalhães abria o documento"- o que se revelou um tiro no pé. A in-formalidade, irreverência até, tambémconstitui uma imagem de marca. Atéhá pouco tempo, era possível vê-lo

passear no Porto de jeans, t-shirt e

óculos escuros, ou a tomar café e com-

prar os jornais no comércio junto à suacasa do Porto. Ficou conhecida, tam-bém, a viagem que fez, há anos, namítica Route 66, em que cruzou os Es-tados Unidos de costa a costa.

Hoje em dia, o ministro prefere pas-sar os fins-de-semana na sua casa de

campo, em Vila Nova da Cerveira,onde reúne familiares e amigos paraalmoços e jantares. A disponibilida-de para a família - é casado com umaprofessora da faculdade e tem dois fi-lhos - revela-se em pequenos porme-nores, como quando se vestiu de Pai

Natal para animar a consoada passa-da na Carolina do Norte. Na casa de

campo, para relaxar, ouve jazz e mú-sica clássica e dedica-se à leitura(prefere livros de História e ficçãocientífica) e à jardinagem. A fotogra-fia é outra das paixões. Durante asemana, as rotinas de Teixeira dos

Santos são diferentes. O trabalhorouba-lhe grande parte do dia. Entra

por volta das nove no Ministério e

sai ao serão. Como gosta de passear,por vezes desloca-se a pé do Salda-nha, onde reside, até à praça do Co-mércio. Acompanha a imprensa e pre-para os dossiês com minúcia, para nãoser apanhado desprevenido quandovai à Assembleia. Cuidado que se iráredobrar esta semana, já que a partirde quarta-feira, dia 29, se inicia o de-bate do Orçamento de Estado, tipifica-do como " eleitoralista "

. ¦Pedro Barros Costa

5

¦a

UNIVERSIDADE - Na Faculdade de Economia do Porto, Teixeira dos Santos

licenciou-se, iniciou a carreira de professor universitário e conheceu a mulher

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GALARDÃO DA CTOC

Advogadoe economistalevam prémioSousa Franco

Moura Portugal I Sócio da ABBC

foi um dos dois contemplados.

O advogado António MouraPortugal, sócio da ABBC (Azeve-do Neves, Benjamim Mendes,Bessa Monteiro, Carvalho e As-

sociados) e José Miguel Santos

Oliveira, docente da Faculdadede Economia da Universidade do

Porto, foram os galardoados como Prémio Sousa Franco, instituí-do pela Câmara dos TécnicosOficiais de Contas (CTOC).

"A Dedutibilidade dos Custos

na Jurisprudência Fiscal Portu-

guesa" é o tema da obra que va-leu a atribuição do prémio ao ju-rista Moura Portugal e lhe pro-porcionou, à semelhança de JoséSantos Oliveira, um verba de

7.500 euros.A distinção, instituída em me-

mória do ex-ministro e primeirocoordenador do gabinete de es-

tudos da CTOC, visa premiarobras no domínio da fiscalidade

e é o corolário da actividade deMoura Portugal.

Sócio da ABBC desde 2003,licenciou-se na faculdade de Di-reito da Universidade de Coim-bra e é, actualmente, assistente de

Lisboa.

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A freguesia de Paranhos e aFaculdade de Medicina Dentáriado Porto iniciam hoje, pelas 9hoo,o rastreio oral gratuito de alunos

da Escola Básica Agra do Amial. 0rastreio visa promover a saúde oralde toda a comunidade escolar dafreguesia.

Rastreio oral começa hoje na freguesia de Paranhos

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ENTREVISTA GONÇALO CASTILHO DOS SANTOS Sec. de Estado da Administração Pública

"Mobilidade especial noEstado poupa 1,5 milhões"POR CADA TRABALHADOR em mobilidade especial, o Estado

poupa cerca de dois mil euros, por ano, em salários.

J Bruno Proençal_ [email protected]

Gonçalo Castilho dos San-

tos, em entrevista ao DiárioEconómico, por escrito, re-vela alguns dos resultadosda reforma da Administra-ção Pública Só com a mobi-lidade especial, o Executivoconta poupar 1,5 milhões de

euros este ano. De Janeiro aOutubro foram colocados

669 trabalhadores do Esta-do nesta bolsa de excedentá-

rios, o que significa que cada

um permitirá uma poupan-ça média de cerca de doismil euros.

Quais as mudanças introdu-zidas na reforma da Admi-nistração Pública que já vãoter forte impacto no próxi-mo ano?Por exemplo, tal como em2008, no próximo ano, ostrabalhadores que exercemfunções públicas progredi-rão nas respectivas carrei-ras, nos termos da lei, bemcomo, tendo em conta a res-

pectiva avaliação do desem-

penho, poderão ser premia-

dos. Já hoje as famílias e em-presas sentem, por exemplo,as vantagens na prestaçãodo serviço público decor-rentes do SIMPLEX e da

reorganização territorial dos

serviços públicos.A revisão das carreiras espe-ciais pode levar a que algu-mas delas passem a ser inte-

gradas em carreiras gerais?Nos termos da lei, devemcontinuar a ser revistas em2009 as carreiras especiaisda Administração Pública.O Governo continua empe-nhado em continuar a traba-lhar nesse sentido. Comefeito, a par da carreira dosdocentes do ensino básico e

secundário, cuja revisão jáocorreu, no essencial, porocasião da aprovação do Es-tatuto da Carreira Docente,decorrem já as negociaçõessindicais no sentido de se re-verem as carreiras médica ede enfermagem. Neste sen-tido, a maioria dos trabalha-dores inseridos em carreiras

'especiais já está ou estaráem breve inserido em car-reiras especiais revistas à luzda legislação que materiali-

zou a Reforma da Adminis-tração Pública. Outros pro-cessos de revisão se segui-rão ainda, nomeadamentenas carreiras especiais dos

diplomatas, dos bombeiros,das forças de segurança, noensino superior, na área da

justiça, nas carreiras de ins-

pecção e de informática,bem como das carreiras tri-butária e aduaneira, porexemplo.O SIADAP é outro dos ramosprincipais da reforma Quaisos últimos números sobre acobertura da avaliação noEstado. Já todos os funcioná-rios públicos vão ser avalia-dos segundo o QUAR?Neste momento, 98% dos

serviços e organismos da

Administração directa e in-directa do Estado estãoaprovados e publicados, nostermos da lei. A atribuição,pela primeira vez, de pré-mios de desempenho, bemcomo a concretização deprogressões na carreira,atestam que o SIADAP temvindo a ser aplicado na nos-sa Administração. Nos ter-mos da lei do SIADAP, só no

final do ano é que os minis-térios apresentarão relató-rios de balanço da aplicaçãodos sistemas de avaliação de

desempenho em 2008.Qual a estimativa de gastoscom prémios e progressõesem 2009?

Essa informação poderáser obtida através da con-sulta aos orçamentos dos

serviços e organismosoportunamente aprovadospelas tutelas.Quais as poupanças conse-

guidas com a mobilidade es-

pecial até agora?Em 2008, estima-se umapoupança 1,5 milhões deeuros.

"Durante esta

legislatura,até ao momento,saíram já da

AdministraçãoPública 51.486pessoas".

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Há o receio da saída da Fun-

ção Pública dos quadrosmais qualificados, o que reti-raria qualidade aos serviços.Como é que se consegue darincentivos para manter estesfuncionários no Estado?

Ao assegurar-se, por exem-plo, um efectivo sistema de

diferenciação de desempe-nho, em que se premeiamos trabalhadores quese distinguem peloseu mérito. De igualforma, destaco a

aposta contínua em metasambiciosas de formação e

de qualificação dos traba-lhadores.Os aumentos salariais sãouma forma?A actualização salarial anualé, naturalmente, um factorrelevante de incentivo.E há margem para negociaraumentos salariais acima de

2,9% para o próximo ano?O Governo, quando apre-sentou a sua proposta aos

sindicatos, teve já oportuni-

dade de esclarecer essa

questão: trata-se de umaproposta que é avançadapelo Governo com sentidode responsabilidade e, nocontexto do sucesso do pro-cesso de consolidação orça-mental, também de com-pensação pelo esforço pedi-do aos funcionários públi-cos nos últimos anos.

Quanto se conseguiu pou-par nas despesas com pes-soa] com a saída de funcio-nários públicos?O controlo das admissões,ao evitar a substituição de

cada saída, permi-tirá uma poupançade cerca de 400milhões de eurosem 2008/ 2009.

Durante estalegislatura,até ao mo-mento, saí-

ram já daAdminis-tração Pú-blica 51.486

pessoas. ¦

Reformas da AdministraçãoPública em debate-' Entre hoje e amanhã decorre o sexto congressonacional da Administração Pública, organizado peloInstituto Nacional de Administração (INA). A edição deste

ano tem como tema geral "Os grandes passos da

reforma", sendo analisadas e debatidas as alteraçõeslegislativas em curso, apresentados projectos, iniciativas eboas práticas que visam modernizar a administração. O

ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, e GonçaloCastilho dos Santos, secretário de Estado da

Administração Pública, estarão nas sessões de abertura eencerramento. ¦

Gonçalo Castilho dos

Santos, secretário de

Estado da AdministraçãoPública

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Nutrição ajuda no combate ao cancro¦ Uma alimentação adequada e

saudável é fundamental para a re-cuperação de um doente oncológi-co,afirmouontemanutricionistaeinvestigadora do Instituto de Me-dicina Molecular da Universidadede Lisboa Paula Ravasco, no lança-mento do seu livro 'AlimentaçãoparaoDoente Oncológico!

"Noventa por cento dos doentes

em fase de tratamento melhora-ram significativamente com umaalimentação adequada", revelou anutricionista com base em expe-

riências feitas no decorrer de vá-rias investigações.

Isabel Monteiro Grilo, directora

do serviço de Oncologia e de Radio-

logia dos hospitais Santa Mariae Pulido Valente, reconheceu os

avanços da profilaxia através de

umadietadireccionada,lembrando

que em Portugal existem "30 000novos casos de cancro por ano "

"A nutrição é uma ferramentabásica no tratamento de doentes

oncológicos porque não existe ne-nhum caso onde o tratamento nu-

tricional não seja favorável " disse

Isabel Monteiro Grilo.

Aperdadepeso dos doenteson-

cológicos ocorre em cerca de 65 a

70 por cento dos casos , sendo que a

quimioterapia ou a radioterapiapodem causar falta de apetite,alterações no gosto e cheiro dos

aumentos.O livro aconselha o doente a se -

guir uma alimentação regrada,dando indicações sobre o que fazer

se tiver falta de apetite, alteraçõesdo gosto ou vómitos. ¦ IF.

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PCP propõemanuais grátis efim das propinasProjecto. Comunistas dizem

que livros escolares gratuitoscustam 65 milhões ao Estado

O PCP anunciou ontem prqjectos-leicom vista a garantir todos os graus de

ensino gratuitos, o fim das propinasnas universidades e manuais escola-

res grátis para responder à "escala-da de preços com a anuência do Go-verno".

As propostas anunciadas peloPCP naAssembleia da República in-cluem também um projecto de reso-

lução com vista à suspensão do pro-cesso de avaliação dos professores.Um dos projectos de lei do PCP, apre-sentado pelo deputado Miguel Tia-

go, é uma alteração à lei do financia-

mento do ensino superior, "eliminan-do a propina ou qualquer prestação".O PCP lembrou o objectivo central o

cumprimento do princípio da Cons-

tituição da "gratuitidade progressi-va do ensino" em todos os seus graus.

Os comunistas vão também ter"iniciativas para a criação de uma es-

tratégia nacional para a progressivagratuitidade do ensino" e apresentarum projecto de lei para o alargamen-to da escolaridade obrigatória para12 anos. O PCP quer igualmente con-

sagrar agratuitidade dos manuais es-

colares como resposta "à escalada de

aumento dos preços verificado coma anuência do Governo" e acusa o

executivo de se preparar para priva-tizar o ensino. Segundo cálculos dos

comunistas, a medida dos manuaisescolares gratuitos poderá custar aos

cofres do Estado cerca de 65 milhões

deeuros.iLUSA

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Natalidade Houve mais 2100 "testes do pezinho" até Setembro do que no ano passado

Número denascimentosestá a aumentareste anoEspecialistas dizem que é precisoesperar para ver se a tendência seconfirma. Mas a quebra da natalidadefoi parada, dizem os números

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• Depois de dois anos consecutivosde quebra acentuada da natalidade- fenómeno que nos fez atingir mí-nimos históricos -, o número de nas-cimentos está a aumentar este ano.Mas é demasiado cedo para festejar,avisam os especialistas.

Primeiro os factos: até ao final deSetembro, o Instituto de GenéticaMédica Jacinto de Magalhães fezmais 2100 "testes do pezinho" do

que no mesmo período de 2007. Amanter-se esta tendência até ao fi-nal do ano, vamos poder dizer, comalívio, que este ano nasceram maiscerca de dois milhares de bebés,prevê, satisfeito, o presidente daComissão Nacional do DiagnósticoPrecoce, Rui Vaz Osório. "Os últimosanos foram muito maus", lembra es-

te responsável, sugerindo que piorera quase impossível: "Estávamos abater no fundo...".

Exagero? Nem por isso: em 2006,nasceram quase menos quatro mil

crianças do que em 2005 e, em2007, o fenómeno repetiu-se, coma quebra de nascimentos a rondaros três mil e o saldo natural a reve-lar-se negativo, o que não aconteciadesde a gripe espanhola de 1918; onúmero médio de filhos por mulherem idade fértil desceu para 1,33, omais baixo de sempre (2,1 é o neces-sário para garantir a substituição de

gerações).

Aumento pouco significativoOs "testes do pezinho" são um indi-cador bastante fiável das oscilaçõesda natalidade em Portugal. O Insti-tuto de Genética Médica Jacinto deMagalhães, no Porto, centraliza aanálise das amostras de sangue re-colhidas através da picada no calca-nhar do recém-nascido, e são poucosos bebés que escapam: estas análisescobrem actualmente 99,6 por do to-tal dos nascimentos.

Entre Janeiro e Setembro desteano, foram feitos 78.578 testes. O anoarrancou logo bem, com mais de dezmil análises em Janeiro. Julho voltoua ser um mês muito produtivo, talcomo Setembro. À excepção de dois

meses, em todos os outros houvemais nascimentos do que em 2007 edificilmente este saldo positivo seráalterado até ao final do ano.

Os demógrafos e os sociólogosolham, porém, com cautela para es-te acréscimo que não chega sequerpara compensar a perda verificadaentre 2006 e 2007. "O aumento nãoé muito significativo", comenta Má-rio Leston Bandeira, presidente da

Associação Portuguesa de Demogra-fia. Para além de os números aindaserem provisórios, "esta pode seruma variação puramente conjuntu-ral", acentua.

Uma variação idêntica a tantasoutras que se têm verificado ao lon-

go dos últimos anos (ver gráfico)."Aquilo que para já não passa de umbom sinal apenas se tornará uma boanotícia se esta tendência se confir-mar nos próximos anos", defende.

Alexandra Campos

Efeito dos incentivos?"Podemos estar aqui perante dois

cenários", especula a demógrafaAna Fernandes, docente na EscolaNacional de Saúde Pública. Este nú-mero pode representar simplesmen-te uma variação conjuntural, justi-ficável, por exemplo, pela eventualexistência de mais mulheres em ida-

de fértil, ou pode ser uma situaçãoconjuntural provocada pelas novaspolíticas de incentivo à natalidadeanunciadas em 2007 pelo Governo(abono para grávidas, reforço doabono de família em função do nú-mero de filhos). "Inclino-me mais

para a primeira", diz, sublinhandoque o acréscimo de bebés não se tra-duz necessariamente num aumentoda fecundidade. "Não me parece queeste aumento seja uma tendência nasociedade portuguesa, nem que asmedidas anunciadas sejam suficien-temente eficazes." Ana Fernandesrecorda o pico de nascimentos veri-ficado em 2000 para sustentar quenão se pode estabelecer um para-lelo. Esse pico foi "explicado peloguterrismo" - a conjuntura era po-sitiva, com a possibilidade de com-

pra de novas habitações, maior es-tabilidade no emprego, entre outrascondições. "Não é essa a situaçãoactual", frisa.

Também Sofia Aboim, socióloga einvestigadora do Instituto Superiorde Ciências do Trabalho e Empresa,defende que é preciso esperar paraver o que acontece nos próximosanos. "Estas flutuações anuais po-dem ficar a dever-se a uma série defactores aleatórios. Tenho dúvidasde que a taxa de natalidade aumentemuito na próxima década, sem quehaja uma melhoria das condiçõeseconómicas".

Novas políticasde incentivoà natalidadepodem tercontribuído parao aumento dosnascimentosem 2008

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Ser mãe em 2ÕÓB, o ano da crise

"Quem quer muito ter um filho

pensa: Tudo se resolve'"

Reportagem

Andreia Sanches

• Há sempre lugar para mais um,arranjar-se-á sempre maneira desustentar mais uma criança. É estaa convicção de Madalena Pinto, de40 anos. Vive em Oeiras, tem novefilhos, está grávida do décimo. "Sermãe é um dom", dizia ontem, a

meio de mais um dia como tantosoutros: superpreenchido. O filhomais velho tem 15 anos, o maisnovo 19 meses.

Madalena formou-se emEconomia, trabalhava num banco,mas decidiu ficar em casa quandonasceu a segunda criança. Àmedida que a família foi crescendo,foi preciso ir reorganizando o

orçamento familiar, até porquehavia um salário a menos. "Corta--se nos cinemas, nos jantares forade casa, nos espectáculos, nos

brinquedos, nos telemóveis... nasactividades extracurriculares...Mas acho que eles têm tudo o querealmente precisam."

O marido é vendedor de brindese os abonos de família de cada

criança, somados, rendem àvolta de 400 euros mensais. "Selhe dissesse qual é, no total, o

orçamento que temos para gerirsurpreender-se-ia." Não diz qual é.Diz só que é preciso fazer algumaginástica. E que a alimentação vem

sempre em primeiro lugar.Madalena foi uma das seis mães a

quem o PÚBLICO perguntou o queé que se pondera quando se decideter um filho. Susana, de 31 anos,Gabriela, 34, Marina, 30, Raquel,32, e Joana, também 30, têm emcomum o facto de terem sido mãesem 2008.

Decidiram ter filhos num ano queficará para a história marcado pelacrise financeira, pelo fantasma darecessão e do desemprego. "Acho

que não há nenhum casal que não

pense nisso", diz Susana Peralta,duas crianças, a mais nova com trêssemanas.

Mas quase todas garantem queas despesas de mais uma boca paraalimentar são aquilo em que menosse pensa na hora de aumentar afamília. "Acho que é sobretudouma questão emocional. O querealmente pesa na opção dos casaisé o desejo, a vontade. Se queremmuito ter um filho, então pensam:'Tudo se resolve'", diz JoanaMiranda, investigadora científicaem Lisboa, mãe de Beatriz, umamenina com um mês, a sua

primeira filha. "Acho, aliás, quequem tem mais dinheiro faz maiscontas, porque quer manter umcerto nível de vida."

"No nosso caso, sempre foitudo planeado e achamos queagora era oportuno ter o segundofilho", diz Susana, uma gestorade economato numa instituição

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particular de solidariedade socialcasada com um informático

que trabalha por conta própria."Achámos que tínhamos a nossavida controlada, que tínhamos feitoalgumas poupanças para enfrentarimprevistos e avançámos. Mascreio que o mais importante é queo casal tenha estabilidade, quehaja cumplicidade para fazer faceàs exigências de ter um filho. Nãoé preciso ter casa própria" ou umordenado chorudo.

Já Raquel Rodrigues, bióloga, diz

que o que mais pesou na decisãode ter o André agora (ele acabade fazer seis meses) foi o facto de"ter a vida arrumada". Terminouo doutoramento, comprou casa,estava com 30 anos, era o timingque tinha planeado para ter umfilho. "Estava na hora." E à suavolta, entre colegas e amigas,algo parecido ter-se-á passado:mulheres na casa dos 30 esperarampor "arrumar a vida", foramadiando a maternidade. Até agora."Conheço muitas que foram mãesrecentemente."

Gabriela, de 34 anos, e João, de

36, ela jornalista, ele criativo numaagência de publicidade, fazem

parte do grupo. Vicente nasceu há20 dias. E os pais estão a habituar--se a tudo: não sabem ao certo qualé o preço de um pacote de fraldas;já perceberam que as despesascom a água e a luz vão disparar,tal é a quantidade de roupa que

passaram a lavar; o único "estudo"

que procuraram fazer comantecedência foi no "mercado" dascreches. E já sabem que vão pagaruma mensalidade de cerca de 400euros por aquela que escolheram."De resto, não fizemos contas.Sei que estamos numa situaçãoprivilegiada. Temos uma situaçãoprofissional estável, ordenadosrazoáveis, um empréstimo parapagar", mas sem apertos, dizGabriela. "Tenho noção que nestaaltura muitas pessoas que queremter filhos têm mais dificuldades." E

quando se fala tanto da necessidadede fomentar a natalidade "seriamuito importante que existissemmais infantários públicos", ondenão fosse preciso gastar centenasde euros.

Aumentar os abonosde família não chega, diztambém Marina Aldeias."Para uma família comdificuldades, não faz assimtanta diferença", dizesta formadora numaoperadora de telemóveis.Tem um filho com cincoanos e uma meninacom sete meses. "PeloAfonso recebo cercade 28 euros pormês." Não será isso

que estimularáas pessoas aterem mais filhos,acredita.

"Manif " com carrosde bebés vaziosUm ano depois de o primeiro--ministro ter anunciadoo arranque, em 2008, do

programa especial de incentivoà Procriação MedicamenteAssistida (PMA), a AssociaçãoPortuguesa de Fertilidadeorganiza hoje uma originalacção de sensibilizaçãoem frente à Assembleia daRepública. É uma manifestaçãocom carrinhos de bebés vazios,para protestar contra o atrasono apoio prometido para esteano às pessoas com problemasde fertilidade.

Os responsáveis daassociação lembram as contasfeitas pelo ex-ministro daSaúde, quando este anunciou aconcessão de apoios aos casais

que necessitam de tratamentosde PMA para poderem ter filhos:

"1 750 crianças poderiam ternascido" já este ano, casoestes incentivos tivessemsido concretizados.

A comparticipaçãoestatal de uma parte dos

tratamentos em centrosprivados foi adiada para2009. Este ano estãoa avançar as obras de

adaptação nos centros. públicos que fazem PMA,' situação que está a dificultar

ainda mais os tratamentosno Serviço Nacional de Saúde

e a agravar a lista de espera.Alexandra Campos

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Em 2007

Estrangeiras são

responsáveis por9,6 por cento dosnascimentos

Natália Faria

• Dos 102.492 bebés que nasceramem Portugal em 2007 - ano em quea população entrou em crescimentonatural negativo -, 9,6 por cento nas-ceram de mães estrangeiras, segundoos dados demográficos do InstitutoNacional de Estatística (INE).

O aumento dos imigrantes em Por-

tugal tem sido, aliás, um dos travõesao declínio demográfico. E, em ter-mos de natalidade, os números doINE mostram que, entre 2002 e 2007,a proporção de nados-vivos de mãesde nacionalidade estrangeira aumen-tou 6,7 para os 9,6 por cento regis-tados o ano passado. Se somarmosos casos em que é o pai a ter nacio-nalidade estrangeira, a percentagemaumenta de 8,8 para 11,8 por cento,no mesmo período.

Em termos absolutos, as mães es-

trangeiras residentes em Portugal ti-veram 9.887 crianças no ano passado,o que dá uma média de 27 bebés pordia. Destes, 6.676 nasceram de pai emãe estrangeiros e 2.881 nasceramde mãe estrangeira e pai português(os restantes 330 aparecem comofilhos de pais cuja nacionalidade é

ignorada).Estes números traduzem um au-

mento relativamente a 2006, anoem que nasceram 9.544 crianças demães estrangeiras, o equivalente anove por cento do total de nascimen-tos registados nesse ano.

A esta luz, não admira que os ca-samentos entre portugueses e es-

trangeiros estejam a aumentar. Em2002, apenas 4,8 por cento dos ca-samentos se referiam a casamentosentre portugueses e estrangeiros. Jáem 2007, dos 46.329 casamentos ce-

lebrados, 12,3 por cento foram entreportugueses e estrangeiros. É um va-lor suDerior em dois Dontos Dercen-

-9/'~N\ f~y 7 As estrangeiras

y~^ y~^ / residentes emj^ A. )I Portugal tiveram

9.887 criançasem 2007. Destas,6.676 nasceramtambém de paisestrangeiros

tuais aos 10,3 registados em 2006.Analisando por sexo, sobressaem os

casamentos de homens portuguesescom mulheres estrangeiras (8,4 porcento do total).

Por outro lado, se, em Dezembrode 2007, a população residente emPortugal registava um aumento de18.480 indivíduos face ao ano ante-rior, tal crescimento ficou a dever--se maioritariamente aos imigrantes.Nesse ano, solicitaram autorização deresidência em Portugal 60.117 estran-

geiros, maioritariamente do Brasil,Roménia e Ucrânia. E, em contrastecom o envelhecimento patente napopulação de origem portuguesa, a

pirâmide etária dos estrangeiros comautorização de residência retrata, ain-da segundo o INE, uma populaçãoconcentrada entre os 20 e os 49 anos,ou seja, em idade de ter filhos.

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