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ATAIDE GONÇALVES ALCOOLISMO E TRANSITO: ENFOQUE PARA O ENSINO DA FUNÇÃO ALCOOL, DESPERTANDO INTERESSE PELA QUIMICA. Bandeirantes 2009

Na sociedade moderna a escola passou a ocupar um papel ... · 1 Prof. Ataíde Gonçalves – Qumica Colégio Etadual Prof. Mailon Medeiros – EFMP – [email protected]

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ATAIDE GONÇALVES

ALCOOLISMO E TRANSITO: ENFOQUE PARA O ENSINO DA FUNÇÃO ALCOOL, DESPERTANDO INTERESSE PELA QUIMICA.

Bandeirantes 2009

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ATAÍDE GONÇALVES1

ALCOOLISMO E ACIDENTES DE TRANSITO: ENFOQUE PARA O ENSINO DA FUNÇÃO ALCOOL, DESPERTANDO INTERESSE PELA QUIMICA.

Artigo apresentado ao PDE da SEED, como requisito para a conclusão do curso: Orientadora: Profª. Mestra Maria da Graça Neves Correa2

1 Prof. Ataíde Gonçalves – Qumica Colégio Etadual Prof. Mailon Medeiros – EFMP – [email protected] Profª. Mestra Maria da Graça Neves Correa - Professora da Universidade Estadual do Norte do Paraná - [email protected]

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Bandeirantes2009

RESUMO

Este estudo foi proposto visando estabelecer uma relação entre ingestão de bebidas alcoólicas e os acidentes de transito, através das aulas de Química Orgânica, especificamente nas Funções Orgânicas - Função Álcool, ministradas aos alunos da 3ª série do Ensino Médio, do Colégio Estadual Prof. Mailon Medeiros EFMP. Objetivando despertar o interesse dos alunos do ensino médio pelo aprendizado da Química, desenvolveu-se um Projeto de Implementação Pedagógica, utilizando-se as metodologias: Questionário, Palestra, Visita Usiban e A.A. (Alcoólicos Anônimos) e Desenvolvimento da Produção Pedagógica – Material Multimídia no laboratório de informática e de ciências, fundamentadas na capacidade que tem o aluno de se organizar e dominar os conteúdos, com motivação, interesse pessoal e profissional dando ênfase a função álcool. A disciplina de Quimica, espaço de ensino e aprendizagem, deverá nortear o seu olhar para a prevenção ao uso e abuso de bebidas alcoólicas e de acidentes de transito, garantindo a valorização da vida. Os resultados deste trabalho são relevantes para a melhoria da qualidade do ensino através da construção do conhecimento adquirido de maneira simples e objetiva.

Palavras–chave: Álcool, Educação, Química, Pratica Pedagógica.

ABSTRACT

This study aimed at establishing some relationship between consumption of alcoholic beverages and the traffic accidents through the Organic Chemistry classes, specifically towards the Organic Functions – Alcohol Function, applied to the students of the third year of Professor Mailon Medeiros Elementary, High and Professional School, seeking to make the students–School - more interested in the learning of Chemistry. It was developed a Pedagogical Implementation Project which used the following methodologies: Questionnaire, Talks, Visits to Usiban and to the A.A. (Alcoholics Anonymous) and the Development of the Pedagogical Production – Multimedia Resources in the computer science laboratory, based on the capacity that the student has to organize and dominate the contents, with motivation, personal and professional interest giving emphasis to the alcohol function.The subject Chemistry, a teaching and learning arena, should orientate his/her vision towards the prevention of the use and abuse of alcoholic beverages and traffic accidents, guaranteeing the value of life. The results of this research are relevant for the improvement of the quality of the teaching through the construction of the acquired knowledge in a simple and objective way.

Key-words: Alcohol, Education, Chemistry, Pedagogical Practice.

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INTRODUÇÃO

Objetivando despertar a curiosidade e estimular o interesse do aluno, de

modo a aplicar suas idéias, descobrindo novas soluções para a resolução de um

problema e desenvolvendo o hábito de estudo, em particular da Química,

respeitando as regras, convenções, notações etc. que foram criados para facilitar a

comunicação e investigação científica, realizou – se esta pesquisa bibliográfica, de

caráter exploratório e explicativo. A metodologia escolhida constituiu-se em um

processo indutivo, procurando que estratégias devem ser utilizadas para que a

disciplina de Química contribua na sensibilização dos estudantes, a fim de

compreenderem os efeitos negativos do álcool e sua relação com acidentes no

trânsito.

Contextualizando um assunto relevante e atual entre os jovens e orientando

os alunos sobre as conseqüências do uso do álcool, através dos seus efeitos no

organismo, relacionando o conhecimento químico com problemas atuais da

sociedade, modos de produção e desenvolvimento tecnológico, a aula de Química

poderá ser mais atrativa e proveitosa. Motivados, pretendeu-se também socializar

informações e sensibilizá-los para os graves efeitos do consumo de álcool e a

direção de veículos motorizados, através de uma prática educacional

conscientizadora e informativa para o efetivo exercício da cidadania, no resgate

social e humano dentro da escola, com reflexos na família e na sociedade.

Na medida em que ascende a consciência da necessidade de uma prática de

educação básica de qualidade no Paraná e para que os alunos tenham êxito, é

aconselhável trabalhar sempre inovando. Sendo o principal objetivo da escola a

promoção da aprendizagem, o êxito ou fracasso obtido reflete na quantidade e na

qualidade de aprendizagem que se realiza.

A disciplina de Química, espaço de ensino e aprendizagem, poderá nortear o

seu olhar para a prevenção do uso e abuso de bebidas alcoólicas e de acidentes de

transito, garantindo a valorização da vida.

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1. PRODUÇÃO PEDAGOGICA – MATERIAL MULTIMIDIA

As tecnologias de informação em conjunto com a informática, fornecem

perspectivas para a melhoria das práticas educacionais, disponibilizando novos

recursos para a atuação do professor e para que o educando possa reelaborar a

informação de forma ativa e criativa, expressando um trabalho de reflexão

pessoal. (Machado e Santos 2004)

[...] Um projeto pedagógico escolar adequado não é avaliado pelo número de exercícios propostos e resolvidos, mas pela qualidade das situações propostas, em que os estudantes e os professores, em interação, terão de produzir conhecimentos contextualizados. (BRASIL, 2006, p.106)

Referente ao Ensino Médio e suas finalidades, o Artigo 35 da Lei de Diretrizes

e Bases da Educação Nacional (LDBN) diz:

II. A preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar

aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas

condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;

III. O aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética

e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;

IV. “A compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos

produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.”

Com destaque para educação tecnológica básica, no Artigo 36, em seu

parágrafo primeiro, a LDB prescreve: “Os conteúdos, as metodologias e as formas

de avaliação serão organizados de tal forma que ao final do ensino médio o

educando demonstre:

I. Domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção

moderna;

A informática, enquanto componente curricular contextualiza e aproxima o

mundo tecnológico e científico do mundo real em que o aluno vive. A informação e a

forma predominante de ver o mundo na sociedade provêm da mídia, que influenciam

na formação e concepção da Química nos alunos do Ensino médio. Utilizar a

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informática na educação possibilita ao professor (figura determinante do sucesso ou

do fracasso de uma abordagem de ensino) desempenhar suas aulas de forma mais

interessante, motivada e atualizada.

Os ambientes integrados pelas tecnologias da informação e comunicação

(TIC) contribuem na comunicação, no processamento de dados e a construção do

conhecimento torna-se mais atrativa, acontecendo de forma aberta e integrada. Os

ambientes computacionais são instrumentos de mediação, socialmente criados e

dotados culturalmente de significados, constituindo-se em verdadeiras ferramentas

cognitivas que possibilitam o desenvolvimento cognitivo dos sujeitos. Permitem

interagir e trabalhar em grupo para resolução de problemas, formando comunidades

cognitivas possibilitando criar uma atmosfera de responsabilidade individual/social

na resolução de tarefas compartilhadas dentro de um sistema social no qual a

argumentação, atenção, respeito, encontram-se presente. (PASSERINO &

SANTAROSA, 2000, p. 8)

O ensino contextualizado e interativo de Química facilita o processo de

ensino-aprendizagem, desenvolve a consciência crítica e favorece a democratização

do acesso aos recursos tecnológicos existentes na escola, valorizando formas de

ensino e estimulando praticas pedagógicas inovadoras.

2. QUIMICA E CIDADANIA

O mundo atual, complexo e em transformação, requer um cidadão capaz de

compreender os fenômenos que ocorrem na natureza e interferir de forma crítica nas

decisões sobre o cotidiano que o cerca. Um ensino, transcendente da abordagem

tradicionalmente utilizada, que contemple as interações sociais vivenciadas,

despertando uma participação ativa do aluno na construção do seu conhecimento e

responsabilizando – o pela sua própria formação como cidadão, deve ser norteador

para se fazer uma escola de qualidade.

Para a concretização dessa escola, torna-se necessário a qualificação do

professor e a construção de saberes deve ocorrer através de um trabalho crítico e

de estratégias sempre renovadas do professor na sua atuação em sala de aula,

ensina Tardif (2002, p. 74). Isto implica em transformar os professores de objetos em

sujeitos das relações pedagógicas, assumindo-se como autores de suas próprias

práticas, através da construção de competência, de crítica e de argumentação, o

que os leva a um processo dinâmico e criativo. É dever da escola a contribuição

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para a formação integral do aluno, estimulando-o e incentivando-o a se tornar um

cidadão, solidário e responsável.

Nesse sentido a preocupação é com uma escola que:

[...] promova no indivíduo, tanto em termos de desenvolvimento pessoal, quanto em termos do desenvolvimento social, quando ele poderá questionar e posicionar se, por exemplo, quanto à hegemonia das nações que detêm o poder do conhecimento científico-tecnológico. (GRINSPUN, 1999, p. 28).

É preciso promover a melhoria da qualidade do ensino ofertado, caso

contrário, será impossível atender à demanda de recursos humanos cada vez mais

qualificados para acompanhar as mudanças.

A educação assume um papel-chave como componente das políticas para

diminuir o grau de desigualdade social e promover a melhoria da distribuição de

renda, contribuindo, desta forma, para a superação dos principais entraves ao

crescimento econômico sustentável na região, comenta Maranhão (1998).

Com relação aos conteúdos de química direcionados a formação do cidadão,

é preciso assimilar que,

“Os temas químicos sociais desempenham papel fundamental no ensino de Química para formar o cidadão, pois propicia a contextualização do conhecimento químico com o cotidiano do aluno, conclusão essa enfatizada pelos educadores como sendo essencial para o ensino em estudo. Além disso, os temas químicos permitem o desenvolvimento das habilidades básicas relativas à cidadania (...), pois trazem para a sala de aula discussões de aspectos sociais relevantes”. (SANTOS & SCHNETZLER 1996, p.30)

Para enfatizar a relação entre Química e cidadania, o Plano Curricular Nacional

(PCN) diz:

[...] a Química pode ser um instrumento da formação humana que amplia os horizontes culturais e a autonomia no exercício da cidadania. Se o conhecimento químico for promovido como um dos meios de interpretar o mundo e intervir na realidade, se for apresentado como ciência, com seus conceitos, métodos e linguagens próprios, e como construção histórica, relacionada ao desenvolvimento tecnológico e aos muitos aspectos da vida em sociedade. ((BRASIL, 2002, p.87),

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A Química deve propiciar aos alunos a capacidade de compreender a

realidade em que estão inseridos e buscar sua transformação. O ensino deve buscar

propiciar que a Química seja um instrumento de leitura da realidade e facilitadora da

aquisição de uma visão crítica da mesma. Aprender ciências é mais eficaz quando

aulas expositivas são complementadas com a oportunidade de praticarem,

concretamente os conceitos transmitidos pelos professores. (O ENSINO DE QUÍMICA

COM VISTAS A TEMATICA AMBIENTAL)

3. EDUCAÇÃO, ESCOLA E SOCIEDADE

Na sociedade moderna a escola passou a ocupar um papel central na

integração do indivíduo à sociedade. Considerada como a principal responsável pela

inclusão ou exclusão social dos membros de determinada sociedade, a educação

formal torna-se também, a preocupação dos governos, caracterizando-se como

política pública. Passando a ser cada vez mais, um instrumento vital para que os

seres em sociedade possam enfrentar os desafios contemporâneos, escreve Aranha

(1996, p.45).

Essa sociedade pode ser definida como um corpo orgânico estruturado em

todos os níveis da vida social, com base na reunião de indivíduos que vivem sob

determinado sistema econômico de produção, distribuição e consumo, sob um dado

regime político, e obediente a normas, leis e instituições necessárias à reprodução

da sociedade como um todo (SIMON, 1999).

A educação e a escola não podem ser compreendidas à margem da história,

mas inserida no contexto em que os homens estabelecem suas relações consigo

mesmos e com os meios de produção e trabalho.

Impossível separar as questões da educação e do poder, pois a educação

não é um processo neutro, encontra-se comprometida com as questões sociais,

econômicas e políticas de seu tempo (ARANHA - pg. 38).

Ensina Tardif (2000) que no processo cíclico de ensinar e aprender do

professor vão desaparecendo os alunos-objetos e emergindo os participantes -

sujeitos e esse movimento sinalizam o aprender a aprender como um tempo todo

presente, da superação da aula reproduzida e copiada.

O professor é agente capaz de desenvolver mudanças necessárias em uma

sociedade. Sua função deverá propiciar ao aluno as competências necessárias para

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a vida em sociedade, contribuindo para a formação social do mesmo e a escola é o

espaço ideal para a conscientização do cidadão. O trabalho do professor é com os

estudantes e, por isso, também deve compartilhar e contextualizar a produção e a

validade dos conhecimentos científicos para um ensino significativo (DCQ – pg. 32)

A escola deve focar todas as suas atenções na aprendizagem dos alunos. O

sucesso escolar deve ser o objetivo central da gestão das escolas e essa

preocupação deve ser trazida para o dia-a-dia do trabalho dos professores. É no

ambiente escolar que o aluno compreende seu papel de cidadão e começa a

integração sociedade e cultura, percebe o mundo, os valores e sua participação no

contexto social. A escola é, por excelência, o lugar onde se lida com o

conhecimento científico historicamente produzido. (DCQ – pg.31)

4. ÁLCOOL E ACIDENTES DE TRÂNSITO: UMA RELAÇÃO INFELIZ

A idéia que se faz do álcool como produto estimulante é mito. A sensação

estimulante provocada pelo álcool, quer dizer a diminuição da inibição. O álcool é

depressivo e a sua ação pode induzir ao sono, reduzindo a capacidade mental e

física, diminuindo a habilidade para a realização de tarefas mais complexas como,

por exemplo, conduzir um veículo. Na corrente sanguínea afrouxa a percepção e o

retardamento dos reflexos e a dosagem excessiva conduz à perigosa diminuição da

percepção e à total lentidão dos reflexos, reduzindo a consciência do perigo.

Um dos principais motivos para a possibilidade de ocorrer um acidente grave

de trânsito pode ser a combinação nada perfeita jovem, álcool e direção. Álcool e

acidente de trânsito têm uma relação de alta incidência. Conscientizar para um

trânsito seguro é uma das alternativas para que se desvincule o álcool da direção.

A relação álcool-volante revela facetas cruéis. Em 75% dos acidentes com

vítimas fatais nas ruas e rodovias de nosso país existe um motorista alcoolizado

envolvido. O Brasil está no topo da lista de países com maior número de acidentes

de trânsito no mundo, com um milhão de acidentes por ano. Para o tenente-coronel

Gilceu de Souza (revista desafios 2007),

"a relação matemática entre o número de acidentes de trânsito e o número de condutores sob efeito do álcool não é grande, porem o problema não pode ser percebido apenas pelo

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aspecto estatístico, pois dirigir alcoolizado coloca vidas em risco". Um dos principais problemas reside na cultura de que o álcool é fator que motiva a alegria, "é preciso que as pessoas entendam que não devem depender do álcool para se sentir alegres e eufóricas, pois, na verdade, a bebida é um fator de risco".

É preciso continuar investindo para que crianças e adolescentes aprendam a

não depender de álcool, porque casos de dependência devem ser tratados com

internação e não no trânsito, avalia Souza.

De acordo com o Código Nacional de Trânsito, considera-se que o motorista

não reúne mais condições para dirigir com segurança a partir de 0,6 gramas de

álcool por litro de sangue. O ideal é evitar qualquer quantidade de bebida alcoólica

antes de dirigir, pois com relação ao binômio álcool/ substâncias psicoativas e

direção o CTB adotou um critério de “tolerância zero” no âmbito administrativo,

permanecendo válidos os testes e exames para aferição de alcoolemia, embriaguez

etílica ou efeito de outras substâncias psicoativas.

Para melhorar o transito de uma cidade precisamos ter consciência e

educação, respeitar a s leis e educação de transito A imprudência existe em todos

os sentidos. Os filhos devem ser educados, valorizando suas vidas e a dos outros.

Embora haja outros fatores que agravam a situação do transito (sinalização,

lombadas, educação, conscientização), é preciso orientar sobre o consumo de

álcool, pois este é um grande vilão nas estradas e nas ruas do município Se todos

conhecessem e respeitassem as leis, com certeza teríamos um transito melhor em

nossa cidade. Ingerindo bebidas alcoólicas em excesso, jovens procuram fugir dos

problemas, arriscando suas vidas e a vida de pessoas que se encontram em seu

redor. (Palestra DETRAN)

5. METODOLOGIA

A pesquisa foi realizada com 29 alunos da 3ª serie do Ensino Médio, período

matutino do Colégio Estadual Prof Mailon Medeiros – EFMP, município de

Bandeirantes. Cumprindo cronograma, o Projeto de Implementação, ocorreu durante

o primeiro semestre de 2009, utilizando-se as seguintes estratégias: 1) Questionário

elaborado com as questões separadas em blocos distintos. Esses blocos foram

representados por tabelas assim denominadas: Perfil do aluno, Com relação ao

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alcoolismo, Comportamento social, Nível de conhecimento e Inter relação da

Química e o Álcool. Teve como finalidade, avaliar o nível do conhecimento

relacionado ao álcool e uso desta droga, enfatizando a conexão com a Química e a

sociedade. 2) Palestra sobre alcoolismo e acidentes de transito. Através de uma

linguagem simples, a palestrante esclareceu assuntos relevantes e afins ao uso de

bebidas alcoólicas e suas conseqüências na sociedade e no trânsito, enfatizando a

relação entre o consumo de bebidas alcoólicas e os acidentes de trânsitos causados

por motoristas alcoolizados. 3) Visitas a Usiban e Reunião Alcoólicos Anônimos. Os

alunos participaram de uma reunião de AA no salão paroquial da capela São

Francisco (Igreja Católica) no município de Bandeirantes, onde tomaram

conhecimento que para ser membro de AA, basta apenas ter o desejo de parar de

beber. Ouviram relatos de pessoas que tentam se livrar do vicio do alcoolismo e, a

partir daí, realizaram-se debates e plenária sobre os relatórios confeccionados. Na

Usiban, acompanhados por técnicos da empresa, os alunos tiveram contato com a

tecnologia de produção do açúcar e do álcool. Conheceram o funcionamento da

usina e tiveram acesso a todas as etapas de fabricação do álcool, desde a chegada

da cana até a finalização do processo. No laboratório da empresa, conheceram os

processos químicos e o controle de qualidade do produto final. 4) No laboratório de

informática do Colégio,usando os computadores e a internet trabalharam com a

produção pedagógica – material multimídia. A didática e a metodologia utilizadas na

produção facilitaram o acesso à pesquisa, pois os conteúdos distribuídos em partes

seqüenciais atenderam as diretrizes da disciplina de química e foram contemplados

no Plano de Trabalho Docente do professor. Conhecendo a composição química do

álcool, os efeitos e doenças que ele causa no nosso organismo, corroboram as

conseqüências negativas do consumo de bebidas alcoólicas para o trânsito.

Disponibilizando textos (biblioteca) referentes à legislação brasileira de transito e

atualizando dados sobre acidentes de transito, o discente teve conhecimento das

penalidades e punições quanto ao uso e abuso de bebida alcoólica, aplicadas a

motoristas embriagados.

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1 Análise do Questionário

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Nesta etapa o trabalho foi desenvolvido através de aplicação de questionário

com 29 alunos da 3ª série do Ensino Médio do Colégio Estadual Prof. Mailon Medeiros

– EFMP., do município de Bandeirantes.

Todos os alunos responderam o questionário e através das respostas dadas, pode-

se perceber que alguns (colocar o número) não se preocuparam com as questões

referentes ao conteúdo (08 alunos) e com sugestões sobre a qualidade das aulas de

Química (10 alunos).

6.1.1- Quanto ao perfil dos alunos entrevistados, como demonstra a Tab. 01, é notório

que pertencem a uma classe média baixa, em concordância com perfil descrito no

PPP do Colégio (pg. 18). Na faixa etária entre 15 a 17 anos, 50% são do sexo

masculino e 50% do sexo feminino. Nos meninos, 50% apenas estudam e 50%

trabalham e estudam. 75% pertencem a uma família que ganha entre 3 e 5 salário

mínimo e em 25% as famílias sobrevivem com renda de um salário mínimo. Quanto às

meninas, 12,5% apenas estudam e 87,5% trabalham e estudam. 62,5% pertencem a

uma família que ganha entre 3 e 5 salário mínimo e em 37, 5% renda de um salário

mínimo.

Questionados sobre o consumo de bebidas, 50% dos meninos bebem em festas e fins

de semana. Outros 50% disseram que não bebem. 62,5% das meninas não ingerem

bebidas alcoólicas e 37,5% fazem uso em festas e fins de semana.

Com relação ao consumo de álcool, pode se adiantar que não há grande envolvimento

com bebidas alcoólicas. Segundo eles, em ocasiões festivas, é legal extravasar.

TAB. 1- Perfil dos alunos

IDADE ALUNOS

RENDA FAMILIAR ATIVIDADE CONSUMO DE BEBIDAS

ATÉ 2 SM 1 a 3 SM ESTUDATRABALHA E ESTUDA NÃO BEBE

FESTAS / FINS DE SEMANA

15 a 17 anos masc. 08 - 50% 02 - 25% 16 - 75% 04 - 50% 04 - 50% 04 - 50% 04 - 50%17 a 20 anos masc. 03 - 23% 01 - 34% 02 - 66% 02 - 34% 01 - 66% 01 - 34% 02 - 66%15 a 17 anos fem. 08 - 50% 03 - 37,5% 05 - 62,5% 01 - 12,5% 07 - 87,5% 05 - 62,5% 03 - 37,5%17 a 20 anos fem. 10 - 77% 06 - 66% 04 - 40% 07 - 70% 03 - 30% 07 - 70% 03 - 30%

Fonte: Ataíde Gonçalves - 2009

6.1.2 - Sobre o alcoolismo, a influência de amigos e propagandas para o inicio das

bebedeiras, como também o envolvimento em acidentes de transito e suas

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conseqüências, os alunos responderam as questões conforme resultados na tabela nº

02 .A maioria entendeu que a propaganda e os amigos podem motivar para o

consumo de bebidas alcoólicas. Nenhum deles teve ferimentos e nem prejudicaram

pessoas, estando alcoolizados, porem 12,5% dos meninos, 37,5% das meninas,

(entre 15 e 17 anos) e 40% das meninas (entre 17 e 20 anos) já tiveram perdas em

acidentes envolvendo motorista alcoolizado. Conforme o Instituto de Pesquisa

Econômica Aplicada (IPEA), o custo, para a sociedade, dos acidentes de trânsito,

somente nas rodovias brasileiras, é de 22 bilhões de reais por ano, o equivalente a 1,2

% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e mais do que o total do orçamento do

Ministério da Saúde. (Revista Desafios do Desenvolvimento, Edição 29. pg. 1

Dezembro/2006)

Tab.. 02 – Com Relação ao alcoolismo

Masculino 15 a 17 anos (08)

Masculino17 a 20 anos (03)

Feminino 15 a 17 anos (08)

Feminino 17 a 20 anos (10)

A propaganda pode influenciar para

o inicio do consumo de

bebidas?

03(sim)– 37,5% 05 (não) 62,5%

03 (sim) – 100%

06 (sim) – 75% 02 (não) – 25%

07(sim) – 70%03 (não) – 30%

Os amigos podem ter influencia para

o inicio do consumo de

bebidas?

06(não)-75% 02 (sim) – 25%

03 (não) – 100%

08 (não) -100% 08 (não) – 80%02 (sim) – 20%

Machucou – se ou machucou alguém em conseqüência uso do álcool?

Fonte:Ataíde Gonçalves-2009

08 (não) 100% 03 (não)100% 08 (não) 100% 10 (não)100%

6.1.3 - A Tabela nº 03 demonstra o pensamento do aluno no que se refere ao

comportamento social, relacionando o uso de bebidas alcoólicas e suas

conseqüências. Ficou evidente que o aluno não tem muita preocupação com

amigos alcoolizados, pois afirmam na tab. 02 que amizades não influem no

consumo de bebidas alcoólicas. Todos concordam que dirigir alcoolizado é um

comportamento errado e apenas um aluno (10%) se coloca contra o bafômetro.

Quanto ao motivo que leva a ingerir bebidas fez se referencia a euforia,

desinibição e garantia de noitada. Pode - se adiantar que, entre os entrevistados,

não há comprometimento com a bebida, isto é, não caracteriza um vicio, pois

25% (02) dos meninos entre 15 e 17 anos e 66% (02) bebem por timidez.

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Tab. 03 – Comportamento Social

Amigos que desaprovam dirigir alcoolizado

Masculino 15 a 17 anos (08)

Masculino17 a 20 anos (03)

Feminino 15 a 17 anos (08)

Feminino 17 a 20 anos (10)

04 (+ de 05) – 50%01 (1 a 3) - 12,5%03 (nenhum) – 37,5%

00(+ de 05)02(1 a 3) – 34%01(nenhum)-66%

05 (+ de 05) – 62,5%01 (1 a 3) – 12,5%02 (nenhum) – 25%

04 (+ de 05)- 40%05 (1 a 3) – 50%01 (nenhum) – 10%

Amigos que dirigem alcoolizados

03 (nenhum) -37,5%02 (1 a 3) – 25%03 (+ de 05) – 37,5%

00(nenhum)02(1 a 3) – 66%01(+ de 05) – 34%

04 (nenhum) – 50%02 (1 a 3) – 25%02 (+ de 05) – 25%

04 (nenhum) – 40%04 (1 a 3) – 40%02 (+ de 05) – 20%

Passageiro de motorista alcoolizado

04 (nunca) – 50%04 (se precisar) – 50%

01(nunca) – 34%02(se precisar) – 66%

06 (nunca) – 75%02 (se precisar) – 25%

07 (nunca) – 70%03 (se precisar – 30%

Recusa carona com motorista alcoolizado

06 (sim) -75%02 (depende) – 25%

01(sim) – 34%02 (depende)-66%

06 (sim) – 75%02 (depende )– 25%

09 (sim) – 90%01 (depende) -10%

Envolveu-se em acidentes de transito

07 (não) – 87,5%01 (sim) – 12,5%

03(não) – 100% 07 (não) – 87,5%01 (sim) – 12,5%

08 (não) – 80%02 (sim) – 20%

Dirigir alcoolizado e comportamento errado

08 (sim) – 100% 03 (sim) – 100% 08 (sim) – 100% 10 ( sim) – 100%

A favor do bafômetro 08 (sim) – 100% 03 (sim) – 100% 08 (SIM) – 100% 09 (SIM) – 90%01 (não) – 10%

Bebo para ficar mais eufórico 01 – 12,5% 01 – 10%

Bebo para ficar desinibido 02 – 25% 02 – 66% 02 – 20%l

Fonte: Ataíde Gonçalves - 2009

6.1.4 Para essas questões, foram comentados assuntos pertinentes a Leis de

transito. O Artigo 165 do Código de Trânsito estipulava um mínimo de 6

decigramas de álcool por litro de sangue para que a pessoa sofresse as punições

administrativas. Hoje, se flagrado dirigindo sob influência de álcool, em

quantidade superior a 2 decigramas de álcool por litro de sangue, o condutor é

multado por infração gravíssima, tem sua carteira apreendida, paga multa de

quase R$ 1 mil e fica impedido de dirigir por até um ano. A Lei 11.705/08, em

conjunto com o Decreto 6488/08, promoveu importantes alterações penal e

administrativa no Código de Trânsito Brasileiro, principalmente no que diz

respeito ao tratamento da embriaguez ao volante, penalidade acessória de

suspensão do direito de dirigir e aplicação da Lei 9099/95. É considerado falta

gravíssima conduzir automotor em via pública sob efeito de álcool, em qualquer

concentração no sangue ou sob a influência de outras substâncias psicoativas

que causem dependência, também em qualquer concentração.

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Quanto ao nível de conhecimento do aluno sobre transito e bebidas alcoólicas

a tabela 04 aponta diversidade e divergências nas respostas. Pode se relacionar

o fato com a indisposição do aluno em refletir sobre o assunto e também porque

a maioria ainda não se encontra em condições de dirigir ou obter uma carteira de

habilitação (100% de meninos e meninas entre 15 e 17 anos), haja vista estão

ainda na adolescência sendo, portanto, menores. Ressalta-se a porcentagem

dos alunos que não bebem (100% de meninos e meninas entre 15 e 17 anos) e,

se beberem, não pega volante, demonstrando responsabilidade como cidadãos

(100% de meninos e meninas entre 17 e 20 anos).

Tab. 04 – Nível de conhecimento

SE BEBER DEMAIS, QUE ATITUDE ADOTA?

Não dirijoNão bebo

Masculino 15 a 17 anos (08)

Masculino17 a 20 anos (03)

Feminino 15 a 17 anos (08)

Feminino 17 a 20 anos (10)

08 – 100%04 – 50%

01 – 34%03 – 100%

08 – 100%07 – 87,5%

07 – 70%10 – 100%

INFRAÇÃO DE TRANSITO MAIS GRAVE

Dirigir alcoolizadoUltrapassagem perigosaNão usar cinto de segurança

07 – 87,5%01 - 12,5%

03 – 100% 08 – 100%00 - 0%

06 – 60%02 – 20%02 – 20%

NÍVEL DE ÁLCOOL NO SANGUE (LEI BRASILEIRA)

0,06 g/l0,05 g/lNão sei

-06 – 75%02 – 25%

-02 – 66%01 – 34%

01 – 12,5%04 – 50%03 – 37,5%

-04 – 40%06 – 60%

Fonte: Ataíde Gonçalves – 2009

6.1.5 Neste bloco de questões, na tabela nº 05, a intenção era provocar o aluno,

objetivando buscar novas práticas pedagógicas para melhorar a qualidade das

aulas de química, e que compreendam temas mais amplos, discutam, dialoguem,

questionem e desenvolvam visão critica na busca de soluções de problemas da

sociedade em que vivem. SAVIANI (2002, p. 48): “Agir de modo intencional

significa agir em função de objetivos previamente definidos”.

Na contextualização com a Biologia, a maioria conhece as transformações

que o álcool provoca no organismo, pois, segundo eles, vivenciam esses fatos

em seu dia-a-dia. Em se tratando dos conteúdos de química, demonstraram

desconhecimento, pois citam apenas 02 conteúdos. Sobre as aulas de química,

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apenas 04 alunos afirmam que não gostam, 10 alunos ficaram indiferentes, 05

acham uma disciplina complicada e 10 alunos consideram interessante as aulas

de química. Ressalte– se a porcentagem dos alunos que reconhecem o álcool

com uma visão da química no dia a dia, 75% de meninos e meninas entre 15 e

17 anos, 100% de meninos e 70% entre 17 e 20 anos. Embora a maior parte dos

alunos não tenha respondido a questão, 60% das meninas 100% de meninos

entre 17 e 20 anos, 25% feminino e 62.5 masculino entre 15 e 17 anos, ficou

evidente que aula prática de laboratório é uma sugestão para melhorar o ensino

da química. É uma tentativa de minimizar a falta de interesse dos alunos durante

as aulas de Química e a não associação do conhecimento trabalhado em de sala

de aula ao seu cotidiano, sendo que a assimilação de conteúdos se torna mais

eficiente quando se coloca em pratica a curiosidade e a criatividade dos alunos.

Tab. 05 – Inter relação da Química e o Álcool

Tenho conhecimento das transformações químicas que ao álcool produz no organismo

Masculino 15 a 17 anos (08)

Masculino17 a 20 anos (03)

Feminino 15 a 17 anos (08)

Feminino 17 a 20 anos (10)

07 (sim) – 87,5%01 (não) – 12,5%

02 (sim) – 66%01 (não)- 34%

06 (sim) – 75%02 (não) – 25%

09(sim) – 90%01 (não) 10%

Conteúdos de química contemplados:SoluçõesEletroquímicaNão respondeu

07 – 87,5%-01 – 12,5%

01 – 33,33%01 – 33,33%01 – 33,33%

04 – 50%01 – 12,5%03 - 37,5%

06 – 60%01 – 10%03 – 30%

Sobre as aulas de químicaNão gostamInteressanteComplicadaIndiferentes

-03 – 37,5%01 – 12,5%04 – 50%

-01 – 34%

02 – 66%

02 – 25%03 – 37,5%01 – 12,5%02 – 25%

02 – 20%03 - 30%03 - 30%02 - 20%

Vejo química no meu cotidianoAlimento, combustível e limpezaCosméticos e bebidasNão respondeu

06 – 75%02 – 25%-

03 – 100%

-

06 – 75%02 – 25%-

07 – 70%02 – 20%01 - 10%

Sugestão para melhorar o ensino de químicaAula Pratica de LaboratórioNão respondeu

03 – 37,5%05 – 62,5% 03 – 100%

06 – 75%02 – 25%

04 – 40%06 – 60%

Fonte: Ataíde Gonçalves-2009

6.2. Palestra – A palestra, uma prática pedagógica com tendência de explanar

catedraticamente assuntos referentes a teores culturais e educacionais, a fim de

conceder um diferencial científico, esclareceu educando e educadores sobre os

benefícios e malefícios do álcool na sociedade. Vem de encontro com a Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 (LDBEN/96), que sempre

apontaram a necessidade de educação básica de qualidade para todos,

reorientando o sentido dos conteúdos escolares, as ênfases curriculares, as

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abordagens pedagógicas e outros elementos que perfazem um currículo de

formação.

A exposição esclareceu assuntos relevantes e afins ao uso de bebidas

alcoólicas e suas conseqüências na sociedade e no trânsito, enfatizando a relação

entre o consumo de bebidas alcoólicas e os acidentes de trânsitos causados por

motoristas alcoolizados. O paralelo traçado entre os benefícios e malefícios do

álcool, deixa claro que assim como a radioatividade, o álcool é muito útil para a

sociedade, em seus vários segmentos. Até mesmo para a saúde é recomendado

doses de vinho para prevenir determinadas complicações. Nas casas, hospitais,

laboratórios, farmácias, enfim em todas as camadas sociais a utilização do álcool é

indispensável.

Infelizmente fica mais evidente o destaque negativo que o álcool proporciona,

pois os acidentes de transito causados por motoristas embriagados são alarmantes

e preocupantes. O Ministério da Saúde (2007) relata que 10% da população

brasileira apresentam algum tipo de incapacidade física, sendo neste contexto

significativo o número de pessoas jovens, do sexo masculino, vitimadas em acidente

de trânsito. A segunda causa mais comum do acidente de transito é dirigir sob efeito

de álcool e pode – se dizer que 50% dos acidentes têm o álcool como componente

principal e o jovem como condutor do veículo, pois ele tem necessidade de auto-

afirmação e isto faz com que agrida e desrespeite o direito e a vida das pessoas.

Para os alunos a palestra sensibilizou no que diz respeito aos prejuízos causados pelo

uso abusivo das bebidas alcoólicas e a preocupação das famílias com relação aos acidentes

causados por essa droga. Sabendo que o corpo é constituído por 80% de água, é preciso

ingerir mais água e menos álcool para que sem tenha responsabilidade nos atos praticados.

Não é proibido beber, porém é necessário controlar a dose ingerida. O álcool é fonte de

energia limpa e um combustível fácil de fabricar tendo com principal matéria prima a cana de

açúcar. A quantidade de bebida tolerada pela legislação corresponde a menos que uma lata de

cerveja.

6.3 - Visitas a USIBAN e Reunião A.. A. - O espaço da sala de aula não é o único onde se

constrói o conhecimento e se aprende sobre cidadania. Criar espaços alternativos onde se

possa pesquisar e produzir conhecimentos interfere favoravelmente na construção de cidadãos

mais atuantes, reflexivos e autônomos. A observação dos espaços públicos, verificação de

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ações do governo na comunidade, visita a espaços histórico-culturais, descoberta e o

entendimento dos grupos sociais ali atuantes, entrevistas com os mais velhos da cidade acerca

da cultura popular local, o desvendar do mundo material e espiritual que integra a história da

cultura popular local, a conversa com as lideranças locais. Tudo isso estabelece uma relação

dialética entre o aprender os conteúdos a estudar e o ato político de educar. (EDUCAÇÃO

FISCAL NO CONTEXTO SOCIAL2008, p. 70).

Essas atividades proporcionam aos alunos a realização de observações

diretas, contribuindo para a alfabetização científica, na medida em que permitem

mediar o uso dos conhecimentos para compreender as situações reais, levando-os a

“reconhecer as relações entre o desenvolvimento científico e tecnológico da Química

e aspectos sócio-político-culturais”. (PCN - Ensino Médio).

“Além disso, o contato com ambientes, seres vivos, áreas em construção, máquinas em funcionamento, possibilita observações de tamanho, formas, comportamentos e outros aspectos dinâmicos, dificilmente proporcionados pelas observações indiretas” (Brasil, 1997a: 122).

A reunião no A. A. mostrou aos alunos que o alcoolismo sutilmente invade e

destrói famílias, amizades, emprego, confiança, felicidade e, sobretudo, a dignidade

da pessoa proporcionando danos morais e sociais irreversíveis. Vivenciaram essa

realidade e entenderam que o propósito primordial de um grupo de A.A é

permanecer sóbrio e ajudando outros alcoólatras a alcançarem a sobriedade.

“Quem você vê aqui, o que você ouve aqui, quando sair daqui, deixe que

fique aqui.”, é o pedido que se faz para quem visita uma reunião de Alcoólicos

Anônimos. Ali se ouve relatos de vidas que se perderam na imensidão da doença e

que, com dificuldade e força de vontade, tentam se libertar do vicio. Deve – se levar

apenas as impressões, pois a identidade dos participantes deve ser preservada.

A incontrolável vontade de experimentar, acrescida da maluquice de que será

uma única vez, meche com o íntimo da moléstia que aflora e dá origem à insopitável

paixão pelo álcool, não escolhendo classe ou sexo para maltratar. É difícil

reconhecer que são doentes, pois só eles sabem o quanto tiveram de ferir o próprio

ego a fim de admitirem a impotência perante o álcool e acreditarem que a sanidade

poderia voltar a reger suas vidas.

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É notável o prazer que os participantes sentem em relatar suas vidas, pois se

sentem úteis para contribuir com a recuperação do próximo, aconselhando e

alertando os outros companheiros que o maior problema está no primeiro gole

devendo ser, portanto, evitado. Também afirmam que muito mais do que força de

vontade, é necessário acreditar que amanhã vai ser melhor do que hoje, e “com fé

em Deus eu vou conseguir”. Uma frase como forma de gratidão: “Obrigado, mais 24

horas sem beber”. A reza; o sino; “Encerra – se a reunião”.

Os alunos, após a visita, teceram vários comentários e demonstraram

interesse em participar das atividades sobre função álcool propostas em sala de

aula.

Na visita a Usina de Açúcar e Álcool (USIBAN) os alunos compreenderam

que a tecnologia de fabricação do álcool consiste em um conjunto de atividades

humanas, associadas a sistemas de símbolos, instrumentos e máquinas, visando à

construção de obras e à fabricação de produtos por meio de conhecimento

sistematizado (VARGAS, 1994). Tecnologia é o conjunto de conhecimentos

científicos ou empíricos diretamente aplicáveis à produção ou melhoria de bens ou

serviços e está associada a impacto sócio- econômico sobre uma comunidade

(MANÃS, 2001& REIS, 2004).

Segundo as Diretrizes Curriculares do Paraná, é necessário perceber que o

experimento faz parte do contexto de sala de aula e que não se deve separar a

teoria da prática. Isso porque faz parte do processo pedagógico que os alunos se

relacionem com os fenômenos sobre os quais se referem os conceitos a serem

formados e significados (SEED, 2006, p. 20).

Levados pela motivação das visitas os alunos tornaram-se mais participativos

e interessados nas aulas de Química, facilitando a aprendizagem dos conteúdos e

assimilando as funções da química orgânica.

6.4 - Produção Pedagógica – Material Multimídia – Interagindo conhecimento

químico com o desenvolvimento tecnológico e científico, a Produção Pedagógica

(material multimídia) facilitou o entendimento do aluno que muitas vezes não associa

Química na realidade do seu dia a dia. Abordando um assunto atual, permitiu ao

aluno uma visão ampla da Química e suas aplicações.

O aluno assimilou a função química álcool, reconhecendo o grupo funcional, a

origem e a evolução tecnológica e social através da historia. Mostrando a produção

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do álcool em nossa cidade e, a localização das Usinas e Destilarias do Paraná e

finalizando com Práticas de Laboratório, a produção pedagógica contextualizou os

conteúdos e provocou curiosidades, facilitando a percepção dos conteúdos

estudados.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A introdução dos conhecimentos químicos e cientifico a partir de temas atuais

e relacionados ao cotidiano dos estudantes, além de despertar o gosto pela

Química, contribuiu para melhorar qualidade das aulas.

Possibilitou ao aluno o desenvolvimento de uma visão crítica do mundo,

podendo analisar, tendo condições de perceber e interferir em situações que

possam perturbar a sua qualidade de vida. Também reconheceram as relações

entre o desenvolvimento cientifico e tecnológico da Química e aspectos sócio –

político – culturais, éticos e morais da sociedade em transformação.

As estratégias utilizadas, tais como questionário, palestra, visitas e material

multimídia comprovam que aprender química é entender o desenvolvimento dessa

atividade humana ao longo dos anos.

Assim, a disciplina de Química contribui na sensibilização dos estudantes, a

fim de compreenderem os efeitos negativos do álcool e sua relação com acidentes

no trânsito, admitirem maior aproximação da Química com o dia-a-dia, melhor

assimilação e construção do conhecimento científico, superando o paradigma de

que é uma disciplina de difícil compreensão.

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VARGAS, M. Para uma filosofia da tecnologia. São Paulo: Alfa Omega, 1994.

AGRADECIMENTOS

A Profª. Mestra. Maria das Graças Neves Corrêa, pela fundamental orientação, e pela grandeza de suas palavras de incentivo, que fizeram muita diferença para conclusão deste trabalho.

À Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), em especial à Coordenação do PDE, pela oportunidade e acompanhamento.

Ao Governo do Estado do Paraná através do PDE que oportunizou aos servidores do Estado essa qualificação profissional.

Ao Núcleo Regional de Educação de Cornélio Procópio pela atenção, parceria, atendimento e acompanhamento durante o curso.

Aos alunos da 3ª série do Ensino Médio do Colégio Estadual Prof Mailon Medeiros pela participação na pesquisa, Equipe Pedagógica, em especial a pedagoga Marina Kikuta, pelo acompanhamento e orientação no processo de Implementação, aos colegas professores pela participação no Grupo de apoio a Implementação.

Aos colegas do curso, pela amizade, companheirismo, pelos ombros amigos nas horas de desânimo.

A Profª Drª. Mara Peixoto Pessoa, pela eficiência e dedicação nos passos para a confecção do artigo.

A Profª Mª Irene Batista de Oliveira Pedroso pela dedicação e disposição na aplicação do projeto e a todos que direta ou indiretamente colaboraram para a realização deste trabalho.