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Órgão Informativo do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Caçapava, Jacareí, Santa Branca e Igaratá ANO 29 - Nº 975 www.sindmetalsjc.org.br De 16 a 20 de janeiro de 2012 A VIDA VALE MAIS QUE O LUCRO Não à desocupação do Pinheirinho A insanidade e a irresponsabilidade da Prefei- tura do PSDB e da Justiça estão prestes a provocar uma tragédia em São José. O prefeito Eduardo Cury e a juíza Márcia Loureiro insistem em uma desocupação do Pinheirinho, que pode ocorrer a qualquer momento. A situação é grave e merece a atenção de toda a população joseense. Afinal, a desocupação violenta em uma área que abriga cerca de 9 mil pessoas, com certeza, resultará em mortos e feridos. Ações semelhantes em outros locais do país tiveram um resultado trágico. Basta lembrar de Eldorado de Carajás, em 1996, e da reintegração na ocupação Sonho Real, em Goiânia, em 2005. A violência da polícia, também comandada por governos do PSDB, assassinou dezenas de pessoas e feriu outras centenas. Ao que parece, Cury quer fazer o mesmo em São José. Com quem deve ficar o Pinheirinho? Diante da ordem de despejo, a pergunta de todos os moradores é uma só: “por que forçar uma desocupação violenta e desumana, se seria mais fá- cil concluir o processo de regularização já iniciado?” Além disso, o que está em jogo é se o terreno deve ficar com o povo pobre para garantir o di- reito à moradia, previsto na Constituição, ou com o especulador Naji Nahas, criminoso condenado por corrupção, lavagem de dinheiro, famoso por aplicar fraudes milionárias e que nunca pagou imposto à Prefeitura. Nahas quer o terreno ape- nas para lucrar com especulação imobiliária. A Ocupação do Pinheirinho já criou raízes em São José. Com quase oito anos de existên- cia, a área ganhou vida própria, com casas de alvenaria, ruas planejadas, comércio, planta- ções, praça e igrejas.Toda essa estrutura, en- tretanto, foi construída sem qualquer ajuda do poder público. Não é justo despejar milhares de pessoas e deixar mulheres, crianças e idosos sem um teto para morar, para ficar perambulando pela cidade. Isso sim criaria um caos social em São José, deixando pessoas sem perspectiva e aumentando a insegurança. A luta por moradia não é caso de polícia. É um direito social e responsabilidade dos governos. O prefeito Eduardo Cury e o governador Geraldo Alckmin podem impedir essa tragédia anunciada, mas se insistirem na desocupação serão responsáveis pela morte de inocentes. Fotos: Lucas Lacaz Ruiz/A13 É preciso impedir essa medida desumana e que pode se tornar uma tragédia Fotografia original de Roberto Jacinto Aparecido durante manifestação contra a Fiesp no ano de 2000 (errata referente à edição 638 do Jornal do Metalúrgico) Errata JORNAL 975xx.indd 1 16/01/2012 20:34:50

Não à desocupação do Pinheirinho - sindmetalsjc.org.br · aplicar fraudes milionárias e que nunca pagou imposto à Prefeitura. Nahas quer o terreno ape- ... R$ 49 milhões na

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Page 1: Não à desocupação do Pinheirinho - sindmetalsjc.org.br · aplicar fraudes milionárias e que nunca pagou imposto à Prefeitura. Nahas quer o terreno ape- ... R$ 49 milhões na

Órgão Informativo do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Caçapava, Jacareí, Santa Branca e Igaratá

Ano 29 - nº 975www.sindmetalsjc.org.br

De 16 a 20 de janeiro de 2012

A VIDA VALE MAIS QUE O LUCRONão à desocupação do Pinheirinho

A insanidade e a irresponsabilidade da Prefei-tura do PSDB e da Justiça estão prestes a

provocar uma tragédia em São José. O prefeito Eduardo Cury e a juíza Márcia Loureiro insistem em uma desocupação do Pinheirinho, que pode ocorrer a qualquer momento.

A situação é grave e merece a atenção de toda a população joseense. Afinal, a desocupação violenta em uma área que abriga cerca de 9 mil pessoas, com certeza, resultará em mortos e feridos.

Ações semelhantes em outros locais do país tiveram um resultado trágico. Basta lembrar de Eldorado de Carajás, em 1996, e da reintegração na ocupação Sonho Real, em Goiânia, em 2005.

A violência da polícia, também comandada por governos do PSDB, assassinou dezenas de pessoas e feriu outras centenas. Ao que parece, Cury quer fazer o mesmo em São José.

Com quem deve ficar o Pinheirinho?Diante da ordem de despejo, a pergunta de

todos os moradores é uma só: “por que forçar uma desocupação violenta e desumana, se seria mais fá-cil concluir o processo de regularização já iniciado?”

Além disso, o que está em jogo é se o terreno deve ficar com o povo pobre para garantir o di-reito à moradia, previsto na Constituição, ou com o especulador Naji Nahas, criminoso condenado por corrupção, lavagem de dinheiro, famoso por aplicar fraudes milionárias e que nunca pagou imposto à Prefeitura. Nahas quer o terreno ape-

nas para lucrar com especulação imobiliária.A Ocupação do Pinheirinho já criou raízes

em São José. Com quase oito anos de existên-cia, a área ganhou vida própria, com casas de alvenaria, ruas planejadas, comércio, planta-ções, praça e igrejas.Toda essa estrutura, en-tretanto, foi construída sem qualquer ajuda do poder público.

Não é justo despejar milhares de pessoas e deixar mulheres, crianças e idosos sem um teto

para morar, para ficar perambulando pela cidade. Isso sim criaria um caos social em São José,

deixando pessoas sem perspectiva e aumentando a insegurança. A luta por moradia não é caso de polícia. É um direito social e responsabilidade dos governos.

O prefeito Eduardo Cury e o governador Geraldo Alckmin podem impedir essa tragédia anunciada, mas se insistirem na desocupação serão responsáveis pela morte de inocentes.

Fotos: Lucas Lacaz Ruiz/A13

É preciso impedir essa medida desumana e que pode se tornar uma tragédia

Fotografia original de Roberto Jacinto Aparecido durante manifestação contra a Fiesp no ano de 2000 (errata referente à edição 638 do Jornal do Metalúrgico)

Errata

JORNAL 975xx.indd 1 16/01/2012 20:34:50

Page 2: Não à desocupação do Pinheirinho - sindmetalsjc.org.br · aplicar fraudes milionárias e que nunca pagou imposto à Prefeitura. Nahas quer o terreno ape- ... R$ 49 milhões na

Orgão informativo do Sindicato dos Metalúrgicos de S. J. Campos, Caçapava, Jacareí, Santa Branca e Igaratá • Rua Maurício Diamante, 65 - 12209-570- (12) 3946.5333 - Fax: 3922.4775 - site: www.sindmetalsjc.org.br - e-mail: [email protected] - São José dos Campos - SP - Responsabilidade: Diretoria do Sindicato - Edição: Ana Cristina Silva - Redação: Eliane Mendonça - Editoração Eletrônica e Ilustração: Bruno César Galvao. Fotolito e Impressão: UniSind Gráfica Ltda (11) 3271-1137

Expediente

Nossa conquista

PLR dos trabalhadores da GM supera os R$ 11 mil; 2ª parcela sai ainda este mêsParticipação nos Lucros vai injetar, este mês, R$ 49 milhões na economia da região

Os metalúrgicos da General Mo-tors irão receber, em janeiro, a

segunda parcela da PLR 2011, no valor de R$ 5.468. Com isso, a PLR vai totalizar R$ 11.268,40, superando inclusive a meta de 100% estipulada pela montadora. Considerando que a PLR será paga a cerca de 9 mil traba-lhadores, será injetado um total de R$ 101 milhões (entre primeira e segunda parcela) na economia da região.

O valor só confirma o quanto os trabalhadores suaram a camisa em 2011, produzindo em São José dos Campos e São Caetano 404 mil carros no ano e garantindo milhões em lucros para a GM. No dia 2 de janeiro, a fá-brica de São José iniciou a produção do novo modelo da pick-up S10, líder de vendas na categoria.

Em 2010, os trabalhadores rece-beram uma PLR de R$ 9.909, equi-valente a 120% das metas.

Em 2011, a indústria automobi-lística bateu recorde de vendas no mercado brasileiro. Foram vendidos 3,4 milhões de carros, o que repre-senta um crescimento de 2,9% em relação a 2010. Foi o quinto recorde consecutivo de vendas registrado pelas montadoras no país.

“Os metalúrgicos trabalharam

muito em 2011 e continuarão na luta por direitos em 2012. Não podemos esquecer que os trabalhadores rea-lizaram uma greve de 24 horas para pressionar a montadora a aumentar o valor de PLR. Aquela foi uma grande vitória da categoria”, afirma o diretor do Sindicato, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá.

Trabalhadores da GM durante entrada na fábrica, após assembleia

Distribuição de senhas para o Carnaval vai até dia 3A distribuição de senhas para o sorteio do Carnaval na Colônia de Férias do Sindicato já começou e vai até o dia 3 de fevereiro. O sorteio acontece no dia 4, às 9h, na sede do Sindicato. O pacote é de quatro dias: de 18 a 21/2. Para participar é preciso ser sócio e apresentar a carteirinha no momento da inscrição, que deve ser feita na sede e nas subsedes, das 8h às 18h.

Jornal do Metalúrgico 4

Período para inscrição de chapas vai até sexta-feira, dia 20Estão abertas as inscrições das

chapas que concorrerão à direção do Sindicato dos Metalúrgicos até a próxima sexta-feira, dia 20.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José, o maior da região, terá eleição para definir a nova diretoria da entidade nos dias 29 de fevereiro e 1º de março. A próxima diretoria terá mandato de três anos, na gestão 2012-2015.

Para se inscrever, um representante das chapas deve comparecer pessoal-mente, na sede do Sindicato, nos dias úteis, de segunda a sexta-feira, das 9h

Eleição no Sindicato

às 12h e das 14h às 18h. O Sindicato fica na Rua Maurício Diamante, 65, Centro, São José dos Campos.

O edital de convocação das elei-ções e o edital complementar foram publicados nos dias 20 e 21 de de-zembro de 2011, no jornal O Vale, como determina o Estatuto. Além da divulgação em jornais de grande circu-lação, o edital está afixado na sede e subsedes do Sindicato e nas principais empresas metalúrgicas da base.

O Regimento Eleitoral, com as regras do processo eleitoral, também já está disponível na sede do Sindica-

to e no site da entidade. Tudo para garantir que o processo ocorra de forma transparente e democrática.

A Comissão Eleitoral, que coor-dena os trabalhos de eleição no Sin-dicato, foi eleita democraticamente no último dia 7, e é formada por João Zafalão (secretário de política sindical da Apeoesp Estadual), Mar-cílio Alves de Medeiros (presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios) e Josias de Melo (presi-dente da Associação Democrática dos Metalúrgicos Aposentados e Pensionistas – Admap).

Chato-mórO pessoal do 2º turno do F60/1, da Embraer, não

aguenta mais o supervisor Wander. Dizem que o cara é um tremendo de um chato,

que fica o tempo todo amea-çando os funcionários da área. Se isso não bastasse, em suas reuniões fica só falando boba-gem, contando piadinhas sem

graça e falando dos lugares que já trabalhou. Se esses

lugares eram tão bons, por que não ficou por lá mesmo, hein,

seu chatão?

Lesionados na miraEstá cada dia pior a pressão em cima dos trabalhadores lesionados, no 1º turno do

MVA, na GM. Todo dia a mes-ma coisa: exigem hora extra e quem se recusa é ameaçado de demissão. Isso sem contar

as demissões que já ocorreram. Será que a empresa se esque-ceu que a Convenção Coletiva garante estabilidade aos lesio-

nados até a aposentadoria? Estamos de olho...

Colaborar à força?Na RFCom o problema tam-

bém é a pressão em cima dos trabalhadores para fazer hora

extra, com frequência.O chefe Marcio, além de pres-

sionar ainda ameaça de de-missão quem não “colaborar”.

Perdeu a noção do perigo?

Precarização totalO pessoal da Utilkit, empresa terceirizada da Cabletech, não aguenta mais tanta exploração e precarização. Além da jorna-da de trabalho extenuante, e da falta de benefícios básicos, como convênio médico, a em-presa ainda se vê no direito de exigir horas extras dos traba-lhadores quase todos os dias, principalmente, aos sábados,

domingos e feriados.E, quando os trabalhadores

chegam à exaustão e acabam doentes, a empresa ainda

faz os trabalhadores irem ao pronto-socorro público de ônibus. Dá pra acreditar?

Demitidos da Panasonic aprovam proposta da empresaOs demitidos da Panaso-

nic aprovaram em assembleia a proposta de compensação financeira apresentada du-rante a audiência realizada no TRT de Campinas, dia 10.

Com o acordo, o processo de dissídio coletivo não vai mais a julgamento. Agora, os advogados das duas partes entram com um pedido de arquivamento do processo. Uma cópia da negociação também será anexada ao processo.

Fim do impasse

Estabilidade - A empresa concordou e vai pagar integralmente a estabili-dade para quem estava às vésperas da aposentadoria, gestantes e cipeiros. Os lesionados serão reintegrados.

Convênio médico - Será mantido por um ano para todos os demitidos que tinham mais de um ano de empresa. Para as gestantes, será estendido até que a criança complete um ano de idade. Quem tinha menos de um ano de em-presa, o plano de saúde será em tempo proporcional (6 meses de trabalho = seis meses de convênio)

Cesta básica - A empresa vai fornecer cesta básica, no valor de R$ 50, a todos os demitidos, por oito meses.

Compensação financeira - Quanto à compensação financeira, a proposta ficou assim: R$ 500 para quem tem até um ano de empresa, R$ 1.000 pra quem tem de 1 a 5 anos, R$ 1.500 pra quem tem de 5 a 10 anos, R$ 2.000 pra quem tem de 10 a 15 anos e R$ 3.000 pra quem tinha mais de 15 anos de trabalho.

Confira os pontos do aCordo:

Tanda Melo

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