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ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL: PORQUE AS EMPRESAS DEIXAM DE PARTICIPAR? Janaína da Silva Ferreira Mestranda em Ciências Contábeis Bolsista da Fapesc com apoio da Capes - Universidade Federal de Santa Catarina Rua Beija-Flor, 149, Serraria, São José, CEP.: 88115-485 [email protected] Suliani Rover Doutora em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo USP Professora do Programa de Pós-Graduação em Contabilidade Universidade Federal de Santa Catarina Rua Eng. Agron. Andrei Cristian Ferreira, S/N, Trindade, Florianópolis/SC. CEP: 88040-900 [email protected] Ernesto Fernando Rodrigues Vicente Doutor em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo USP Professora do Programa de Pós-Graduação em Contabilidade Universidade Federal de Santa Catarina Campus Universitário Reitor João David Ferreira Lima. Trindade. Florianópolis-SC. CEP: 88040-900 [email protected] RESUMO Os negócios tem se adaptado ao conceito de Triple Botton Line que integra desempenho econômico, social e ecológico (Elkington, 2004). Índices de Sustentabilidade surgiram em todo o mundo, inclusive no Brasil que em 2005 criou o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). As empresas que participam da carteira atendem a requisitos específicos e são percebidas como sendo aquelas com desempenho empresarial sustentável e, portanto, confiáveis para investimento no longo prazo. Quando a empresa deixa de participar do índice, instiga os stakeholders a conhecer o que causou seu desligamento e se continua sendo um bom negócio. O objetivo deste trabalho é identificar os fatores que influenciam na saída das empresas do ISE. O trabalho inovou ao buscar entender os motivos da saída das empresas do ISE ao invés da entrada. A metodologia aplicada foi regressão logística para dados em painel, realizando o teste de Hausman com resultado de efeito fixo e processo de stepwise retirando as variáveis não significativas do modelo. A amostra é composta de 51 empresas que participaram da carteira teórica ISE nos anos de 2006 a 2015. Como variável dependente utilizou-se a saída do ISE e as variáveis independentes: Novo Mercado (NM), Tamanho (TAM), Alto Impacto (AI), Relatório de Sustentabilidade (RS), Concentração Acionária (CA), Localização (LO), American Depositary Receipt (ADR), Empresa de Propriedade Estatal (PE) e Valor Adicionado (VA). A probabilidade de ocorrência da saída de empresas do ISE é influenciada por Propriedade Estatal, Relatório de Sustentabilidade, American Depositary Receipt e Alto Impacto. O modelo possui poder explicativo pelo valor do Pseudo R2 0,1870.

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ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL: PORQUE AS EMPRESAS

DEIXAM DE PARTICIPAR?

Janaína da Silva Ferreira

Mestranda em Ciências Contábeis

Bolsista da Fapesc com apoio da Capes - Universidade Federal de Santa Catarina

Rua Beija-Flor, 149, Serraria, São José, CEP.: 88115-485

[email protected]

Suliani Rover

Doutora em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo – USP

Professora do Programa de Pós-Graduação em Contabilidade

Universidade Federal de Santa Catarina

Rua Eng. Agron. Andrei Cristian Ferreira, S/N, Trindade, Florianópolis/SC. CEP: 88040-900

[email protected]

Ernesto Fernando Rodrigues Vicente

Doutor em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo – USP

Professora do Programa de Pós-Graduação em Contabilidade

Universidade Federal de Santa Catarina

Campus Universitário Reitor João David Ferreira Lima. Trindade. Florianópolis-SC. CEP:

88040-900

[email protected]

RESUMO

Os negócios tem se adaptado ao conceito de Triple Botton Line que integra desempenho

econômico, social e ecológico (Elkington, 2004). Índices de Sustentabilidade surgiram em

todo o mundo, inclusive no Brasil que em 2005 criou o Índice de Sustentabilidade

Empresarial (ISE). As empresas que participam da carteira atendem a requisitos específicos e

são percebidas como sendo aquelas com desempenho empresarial sustentável e, portanto,

confiáveis para investimento no longo prazo. Quando a empresa deixa de participar do índice,

instiga os stakeholders a conhecer o que causou seu desligamento e se continua sendo um

bom negócio. O objetivo deste trabalho é identificar os fatores que influenciam na saída das

empresas do ISE. O trabalho inovou ao buscar entender os motivos da saída das empresas do

ISE ao invés da entrada. A metodologia aplicada foi regressão logística para dados em painel,

realizando o teste de Hausman com resultado de efeito fixo e processo de stepwise retirando

as variáveis não significativas do modelo. A amostra é composta de 51 empresas que

participaram da carteira teórica ISE nos anos de 2006 a 2015. Como variável dependente

utilizou-se a saída do ISE e as variáveis independentes: Novo Mercado (NM), Tamanho

(TAM), Alto Impacto (AI), Relatório de Sustentabilidade (RS), Concentração Acionária

(CA), Localização (LO), American Depositary Receipt (ADR), Empresa de Propriedade

Estatal (PE) e Valor Adicionado (VA). A probabilidade de ocorrência da saída de empresas

do ISE é influenciada por Propriedade Estatal, Relatório de Sustentabilidade, American

Depositary Receipt e Alto Impacto. O modelo possui poder explicativo pelo valor do Pseudo

R2 0,1870.

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Palavras-chave: Índice de Sustentabilidade Empresarial; ISE; Triple Botton Line; Regressão

Logística; Dados em Painel.

Área Temática: Contabilidade para Usuários Externos (CUE).

1 INTRODUÇÃO

Não bastasse a dificuldade em definir a ideia de sustentabilidade, colocá-la em prática

é ainda mais desafiador para as empresas. Isso porque o ser humano sempre está em busca de

angariar mais riqueza, não apenas para suprir suas necessidades básicas, mas para alcançar

sucesso, dinheiro e poder. Esse consumismo desenfreado vem sendo criticado e novas ideias

amadurecidas, especialmente após eventos em que se percebeu os limites da natureza. Nesse

intuito, as empresas que não captaram essa nova realidade podem comprometer seu futuro. De

fato, sustentabilidade não é modismo e nem marketing. Trata-se de visão sistêmica e

compromisso de longo prazo (Almeida, 2009).

Tal perspectiva corrobora o entendimento de Responsabilidade Social Corporativa

(RSC) em que Nunes, Teixeira, Nossa e Galdi (2010) recuperam a discussão entre Carroll

(1979) e Friedman (1970). Carroll (1979) interessa-se em responder o que estaria incluído em

RSC, quais questões sociais a organização deve abordar e como é a capacidade de resposta

desta organização na parte social. Enquanto Friedman (1970) explica que ao maximizar o

lucro das empresas, seu papel social estaria cumprido, uma vez que geraria o bem estar para a

sociedade como um todo.

De modo a tentar compilar e definir todos estes argumentos surgiu o conceito de

Triple Botton Line conhecido como tripé da sustentabilidade que integra desempenho

econômico, social e ecológico (Elkington, 2004). O esforço para alcançar a sustentabilidade

empresarial está além de discursos. Elkington (1998) reforça que novas parcerias deverão ser

realizadas e para o longo prazo, seja entre empresas privadas e públicas, ativistas e empresas

ou entre acionistas e o governo, de modo a propiciar maior eficiência na utilização dos

recursos naturais e continuidade dos negócios.

Com evidências de que um novo ciclo estava surgindo, o mercado financeiro passou a

se interessar em como auxiliar os shareholders na escolha de empresas que englobassem esses

“novos” conceitos em sua estrutura. Beato, Souza, Parisotto (2009) relatam que algumas

bolsas de valores criaram índices específicos de sustentabilidade, tais como a Bolsa de

Valores de Nova York com o Dow Jones Sustainability Index em 1999, a Bolsa de Londres

conjuntamente com o Financial Times, o FTSE4Good em 2001 e a Bolsa de Joanesburgo com

o JSE SRI Index em 2004. Moraes, Perera, Milani e Kerr (2014) discutem a preferência dos

investidores por organizações com práticas sustentáveis, sendo condição pertinente para gerar

e agregar valor a longo prazo, incluindo capacidade de superar-se em períodos de

instabilidade.

No Brasil, o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) em 2005 surgiu semelhante

a estes descritos. A finalidade deste índice é evidenciar um grupo de empresas que possuam

as melhores práticas no que tange o comprometimento com a sustentabilidade ao distinguir as

empresas que o compõe “em termos de qualidade, nível de compromisso com o

desenvolvimento sustentável, equidade, transparência e prestação de contas, natureza do

produto, além do desempenho empresarial nas dimensões econômico-financeira, social,

ambiental e de mudanças climáticas” (Bolsa de Valores Mercadorias e Futuros

[BM&FBOVESPA], 2016). O índice tem por meta destacar as empresas que têm as melhores

performances no ambiente de investimentos e primam pela responsabilidade e ética das

companhias (BM&FBOVESPA, 2016).

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Para que uma empresa esteja apta a participar do ISE é realizado um questionário entre

as empresas mais líquidas da BM&FBovespa, sendo este o primeiro critério. Este documento

é avaliado, auditado e por fim, uma carteira de empresas é disponibilizada para quem tiver

interesse. Contudo, tanto as empresas como os stakeholders, especialmente a comunidade

acadêmica se interessam em conhecer as variáveis que estabeleceram a entrada destas

companhias no ISE. Tais anseios podem ser observados nos trabalhos de Nunes et al. (2010),

Teixeira e Nossa (2010), Machado, Macedo, Machado e Siqueira (2012) e Silva e Costa

(2017).

A sociedade deseja conhecer as empresas em todos os seus aspectos, sua preocupação

em ter uma troca positiva com o meio ambiente e sua visão quanto ao retorno de sua produção

e economia sustentável seja para o investidor, para o consumidor e usuários em geral. A

conjuntura universal da empresa impacta toda a sociedade, pois cada empresa tem seu papel

dentro do contexto econômico e social, se ela deixa de existir, uma cadeia de negócios se

desfaz e desde o acionista até o empregado são afetados negativamente.

E se uma empresa se apresenta listada no índice em dado momento e em outro não,

surge a curiosidade sobre o que levou esta empresa a deixar de participar deste índice. Haja

vista a necessidade de continuamente estarmos vigiando as empresas quanto a seu

desempenho sustentável. Nessa perspectiva, este trabalho busca responder a seguinte pergunta

de pesquisa: Quais os fatores que influenciam na saída das empresas do Índice de

Sustentabilidade Empresarial? O objetivo deste trabalho é identificar os fatores que

influenciam na saída das empresas do Índice de Sustentabilidade Empresarial.

Pertencer ao Índice de Sustentabilidade Empresarial é importante para as empresas

que além de explorar a evidência na seleção das empresas, esclarece ao mercado sobre suas

práticas e postura de economia sólida. Percebe-se tal posicionamento nas notícias que

circulam sobre a entrada das empresas no índice: “Cielo é incluída no Índice de

Sustentabilidade Empresarial de 2015 (Ongaratto, 2014, novembro)”; “EDP integra o Índice

de Sustentabilidade Empresarial da BM&FBovespa pelo 11º ano consecutivo (EDP, 2016,

novembro)”; “Braskem integra o índice de sustentabilidade da BM&FBovespa pelo 12º ano

(Braskem, 2016, novembro)”; “ Embraer integra o Índice de Sustentabilidade Empresarial

(ISE) da BM&FBovespa para 2017 (Embraer, 2016, novembro).

No contraponto, as empresas que saem do ISE buscam analisar o que motivou sua

saída. Um exemplo é da Companhia Vale. De forma especulativa, o site globo.com publicou

sobre a possível causa da exclusão da Cia Vale do ISE. A notícia informa que a exclusão

acorreu após o desastre ambiental envolvendo a Samarco em Mariana (MG) no rompimento

da Barragem. A empresa lamenta a saída do ISE e reforça que o ocorrido não destrói todos os

seus esforços em visão sistêmica sustentável. A BM&F Bovespa diz não poder fornecer

declarações sobre as empresas individualmente (Globo.com, 2015, novembro). A notícia foi

amplamente divulgada demonstrando a insatisfação da empresa sobre a situação (Plurale,

2015, novembro; Correio Braziliense, 2015, novembro).

As notícias elencadas demonstram a relação entre o Índice de Sustentabilidade

Empresarial e o Mercado, aproximando as pesquisas acadêmicas sobre o tema da utilização

prática destes conhecimentos. Esta pesquisa diferencia-se dos trabalhos de Nunes et al.

(2010), Teixeira e Nossa (2010), Machado et al. (2012), Mazzioni, Diel, Diel, Kruger e Klann

(2013), Andrade, Bressan, Iquiapaza e Moreira (2013), Fávaro e Rover (2014), Santos e

Tomio (2016) e Silva e Costa (2017), no que tange a amostra por se tratar de todas as

empresas que participaram de uma ou mais carteiras do ISE, bem como a análise de todo o

período de sua vigência até o ano de 2015. Além disso, o estudo busca sinalizar as variáveis

que explicam a saída das empresas do ISE, situação oposta aos dos trabalhos citados.

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A seguir o trabalho está organizado em revisão de literatura, seguido de metodologia,

resultados e a conclusão da pesquisa.

2 REVISÃO DE LITERATURA

Como forma de subsidiar a investigação de pesquisa proposta nesse estudo,

inicialmente será discutido o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) conjuntamente

com o Disclosure e Estudos Anteriores, e na sequência os Pressupostos na formulação das

hipóteses da pesquisa.

2.1 Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), Disclosure e Pesquisas Anteriores

O Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) foi criado no ano de 2005 financiado

inicialmente pela International Finance Corporation (IFC) e trata-se de iniciativa pioneira na

América Latina. Em seu website próprio, o ISE (2016) discute o seu posicionamento e relata

que vai além de uma ferramenta comparativa. Está comprometido com grupos e empresas

preocupados com a sustentabilidade que se diferem dos demais em termos de “qualidade,

nível de compromisso com o desenvolvimento sustentável, equidade, transparência e

prestação de contas, natureza do produto, além do desempenho empresarial nas dimensões

econômico-financeira, social, ambiental e de mudanças climáticas”.

Para participar as empresas precisam estar entre as que possuem as 200 ações mais

líquidas da bolsa e estas serão convidadas a responder um questionário que contempla entre

outros, aspectos sociais, ambientais e econômico-financeiros. Com as respostas, o ISE realiza

a apuração e monta o índice do ano seguinte com cerca de 40 empresas. (BM&FBOVESPA,

2016).

Ao compor o índice as empresas tornam-se mais evidentes para os stakeholders que

estarão instigados em conhecer seu diferencial (Nunes et al., 2010). As integrantes do ISE

tendem a evidenciar suas informações com maior qualidade e menor gerenciamento de

resultados (Silva & Costa, 2017). Iudícibus (2009) destaca que o disclosure está entre os

objetivos da contabilidade em transmitir informações diferenciadas e necessárias sem tornar

as demonstrações enganosas aos usuários. Para Hendriksen e Van Breda (2009) muitos são os

motivos alegados pelas empresas para não fornecerem informações financeiras, contudo estes

não devem limitar a capacidade de transmissão destas informações.

A evidenciação corrobora com a Teoria dos Stakeholders, que conforme Freeman e

McVea (2001) prevê que os processos gerenciais da empresa, bem como sua continuidade no

longo prazo, dependem da aprovação de diferentes grupos de stakeholders que somente o

farão se suas demandas estiverem satisfeitas, sendo utilizado para isto o disclosure como

canal de comunicação. Vale ressaltar, que as empresas da carteira ISE não são escolhidas pelo

nível de divulgação de informações em seus relatórios, mas pela combinação de análise

quantitativa (pontuação no questionário), análise qualitativa (verificação dos documentos) e

avaliação e decisão do Conselho do Índice de Sustentabilidade Empresarial (CISE).

(BM&FBOVESPA, 2016).

O contexto de sustentabilidade é um desafio permanente e infinito. Almeida (2009)

relata a entrevista realizada com o presidente de Holcim Brasil, Sr. Carlos F. Buhler que

afirma: “empresas de todo o mundo têm buscado um modelo de produção mais equilibrado na

utilização dos recursos naturais e capaz de gerar benefícios para toda a sociedade, mas a

verdade é que esse processo demandará ajustes de rumo e aperfeiçoamentos”. Almeida (2009)

aponta ainda formas como as empresas operam ou podem atuar, por meio de relatos dos

gestores de companhias que buscam a sustentabilidade em suas operações, como a

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preocupação com os ecossistemas do planeta, recursos hídricos, aquecimento global,

tecnologias socioambientais, diálogo com empregados, sociedade e das partes interessadas,

modelo de negócio que combina busca do lucro com gerenciamento de impactos

socioambientais.

Muitas destas estratégias estão sendo questionadas pelo Índice de Sustentabilidade,

mas Ziegler and Schroder (2010) ao se referirem aos índices de ações Dow Jones de

Sustentabilidade, mas que se pode inferir sobre o ISE também, afirmam que os grupos de

empresas avaliadas mudam a cada ano e que muitas nem participam do processo de seleção e,

portanto não podem ser incluídas no Índice de Sustentabilidade, independentemente das suas

atividades ambientais ou sociais. A primeira limitação para o ISE é o processo ser realizado

com as empresas que possuam as 200 ações mais líquidas da bolsa. Contudo, o ISE não deve

ser visto como um fim. A prática sustentável agregará valor a todos os envolvidos no processo

de fabricação, mas também aos clientes e especialmente ao planeta.

Com a carteira anunciada, torna-se conhecida a lista das empresas mais sustentáveis

conforme a metodologia do ISE, que desde seu surgimento tem provocado a curiosidade dos

pesquisadores para distinguir as vantagens de uma empresa listada no ISE das que não estão e

quais são as semelhanças e diferenças deste grupo de empresas.

Algumas pesquisas buscaram identificar o impacto nos financiamentos das empresas

como Teixeira e Nossa (2010) que verificaram que as empresas que evidenciaram

responsabilidade social obtiveram relação negativa com endividamento e risco,

diferentemente das que não compunham o índice. Em relação a investimentos

socioambientais, Machado et al. (2012) sugerem a partir de seus resultados que as empresas

que investem na comunidade por qualquer meio são as que possuem maior chance de compor

a carteira teórica do ISE.

Outros estudos focaram em investigar os motivos por meio de variáveis que explicam

a participação no ISE. Para Nunes et al. (2010) as variáveis que motivam as companhias a

aderirem ao ISE, são tamanho da empresa e setor de atividade; enquanto concentração

acionária, localização do controle acionário, ser emissora de ADR e ser de propriedade estatal

não apresentaram influência. Andrade et al. (2013) apontaram que possuir maior tamanho,

maior rentabilidade e ser de alto impacto ambiental aumentam as chances de participação no

ISE e que o valor de mercado tem relação positiva, exceto pelo período pós-crise financeira

de 2008, que apresentou relação negativa.

Ainda sobre os determinantes de entrada no ISE, Fávaro e Rover (2014) verificaram

que os indicadores econômico-financeiros associados à entrada no ISE são: Ativo, Valor de

Mercado, Receita e Lucro. Santos e Tomio (2016) relacionaram os fatores discriminantes

entre o índice de sustentabilidade empresarial e os indicadores econômico-financeiros das

empresas brasileiras de energia e de papel e celulose e revelaram que as variáveis mais

discriminantes dos grupos são: o ebitda (EBIT), tamanho (TAM) e o capital circulante líquido

(CCL).

Há ainda as pesquisas que relacionaram as empresas pertencentes ao ISE e a

Demonstração do Valor Adicionado (DVA) entre empresas que responderam o questionário

ISE, diferenciando-as entre grupo participante e excluído da carteira. Tadim, Kassai e Cintra

(2011) apontaram que a maior parte da obtenção de riqueza de todas as empresas ocorre de

forma direta e que sua distribuição ocorre para empregados (carteira ISE) e governo

(excluídas). As empresas da carteira têm suas atividades setoriais classificadas como de médio

e alto impacto ambiental. Mazzioni et al. (2013) analisaram que as empresas do ISE

apresentaram valores adicionados superiores aos das outras empresas e que quanto a

remuneração, as empresas do ISE o fazem mais para capital próprio e as demais empresas

para capital de terceiros.

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Ainda sobre a DVA, Giusti (2012) apurou que no que tange aos indicadores de

desempenho na DVA das empresas do ISE, ao segregar os resultados por setores, as empresas

apresentam diferenças ao separar as empresas por maior ou menor participação no ISE. Já em

relação gerenciamento de resultados, Silva e Costa (2017) sugerem uma relação negativa

entre os accruals discricionários e a participação no ISE. Considerando que não é a entrada no

ISE que leva as empresas a gerenciarem menos os resultados, mas sim os critérios

estabelecidos pela BM&FBovespa para participação no índice, tais como relatório de

sustentabilidade, tamanho e nível de governança.

No âmbito internacional também há o interesse dos pesquisadores em índices de

sustentabilidade. Knoepfel (2001) verificou que os investidores estão buscando cada vez mais

por empresas sustentáveis, pois analisam as vantagens a longo prazo. Para isso, o índice Dow

Jones Sustainability é grande aliado, sendo constantemente revisado em busca de melhor

qualidade e padronização. Ziegler and Schroder (2010) investigaram os determinantes de

empresas europeias participarem do Índice Dow Jones de Sustentabilidade. Os principais

resultados apontam por meio de análise econométrica 1999-2004 para o DJSI World e de

2001 a 2004 para o DJSI Stoxx um efeito positivo no tamanho da firma, medido por (o

logaritmo natural) e vendas, bem como o impacto negativo da saúde financeira, medida pela

relação entre as vendas e ativos totais.

Artiach, Lee, Nelson and Walker (2010) investigaram os fatores que impulsionam

altos níveis de corporate sustainability performance (CSP) e os resultados indicaram que

empresas líderes em CSP são significativamente maiores, têm níveis mais elevados de

crescimento e um maior retorno sobre o patrimônio líquido do que as empresas

convencionais. Contrariamente às previsões, as empresas líderes CSP não tem fluxo de caixa

livre maior ou alavancagem menor do que outras empresas.

No item 2.2 estão apresentados os pressupostos na formulação das hipóteses da

pesquisa.

2.2 Pressupostos na Formulação das Hipóteses da Pesquisa

Com base no problema de pesquisa e reflexões acerca de estudos anteriores, foram

formuladas nove hipóteses, apresentadas no Quadro 1, com respectivos argumentos e

fundamentação.

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Quadro 1: Argumentos e hipóteses da pesquisa

Estudos Anteriores Hipóteses Sinal

Esperado

Silva e Costa (2017) verificaram que o fato de a

empresa pertencer a alto nível de governança

corporativa aumentam as chances das empresas

participarem do ISE.

H1: Empresas que não participam do

Novo Mercado influenciam na

probabilidade de a empresa sair do ISE.

+

Nunes et al. (2010), Andrade et al. (2013), Fávaro

e Rover (2014), Santos e Tomio (2016), Silva e

Costa (2017) apontaram que o tamanho da

empresa têm relação de influência para a inclusão

das empresas ao ISE.

H2: Empresas com menor tamanho

influenciam na probabilidade de a

empresa sair do ISE.

_

Nunes et al. (2010) e Andrade et al. (2013)

argumentam que o setor de atividade (alto

impacto) auxilia na determinação das empresas

participantes do ISE. Já Fávaro e Rover (2014) não

encontraram correlação.

H3: Empresas não pertencentes ao alto

impacto influenciam na probabilidade de

a empresa sair do ISE.

+

Silva e Costa (2017) argumentam que as empresas

que divulgam relatórios de sustentabilidade,

possuem melhor qualidade da informação e

subsidia as empresas a participarem do ISE.

H4: Empresas que não divulgam

Relatórios de Sustentabilidade

influenciam na probabilidade de a

empresa sair do ISE.

+

Nunes et al. (2010) verificaram que a concentração

acionária não apresentou relação de influência para

a inclusão das empresas ao ISE.

H5: Empresas com maior concentração

acionária influenciam na probabilidade de

a empresa sair do ISE.

-

Nunes et al. (2010) verificaram que a localização

não apresentou relação de influência para a

inclusão das empresas ao ISE.

H6: Empresas estrangeiras influenciam

na probabilidade de a empresa sair do

ISE.

+

Nunes et al. (2010) e Favaro e Rover (2014)

verificaram que a emissão de ADR não apresentou

relação de influência para a inclusão das empresas

ao ISE.

H7: Empresas brasileiras que emitem

ADR influenciam na probabilidade de a

empresa sair do ISE.

+

Nunes et al. (2010) verificaram que ser de

propriedade estatal não apresentou relação de

influência para a inclusão das empresas ao ISE.

H8: Empresas de propriedade estatal

influenciam na probabilidade de a

empresa sair do ISE.

+

Mazzioni et al. (2013) apontaram em seu estudo

que as empresas integrantes do ISE possuem maior

valor adicionado que as demais empresas da

Bovespa.

H9: Empresas com menor valor

adicionado influenciam na probabilidade

de a empresa sair do ISE.

-

Fonte: dados da pesquisa (2016)

As hipóteses foram formuladas a partir dos estudos vinculados a entrada das empresas

no ISE para que se possa inferir sobre os fatores explicativos da saída do índice.

3 METODOLOGIA

Este trabalho se enquadra como pesquisa explicativa quanto aos objetivos, por buscar

esclarecer os fatores que determinam ou contribuem para que um fenômeno ocorra. Em

relação aos procedimentos caracteriza-se como pesquisa documental por utilizar documentos

que não receberam tratamento analítico e também que já foram de alguma forma analisados.

Quanto a abordagem do problema classifica-se como quantitativa ao utilizar o método

estatístico de regressão logística para dados em painel. O método permite responder a

pergunta de pesquisa no que tange a saída das empresas do ISE (Gil, 2002).

A população da pesquisa compreende as empresas listadas na BM&FBOVESPA.

Destas, optou-se por uma amostra não probabilística intencional composta das empresas

participantes da carteira teórica do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) em um ou

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mais anos entre 2006 e 2015. O período refere-se a criação do ISE, desde a primeira mudança

de carteiras de modo a caracterizar a saída das empresas do ISE. Para a escolha da amostra

considerou-se a relevância do ISE que têm por objetivo “atuar como indutor de boas práticas

no meio empresarial brasileiro e ser uma referência para o investimento socialmente

responsável” (BM&FBOVESPA, 2016).

A amostra inicial é composta de 69 empresas. Contudo, por motivo de cancelamento

de participação na BM&FBovespa, cisão, fusão e compra por outras empresas, foi necessário

a exclusão das empresas: Acesita, Am Inox Br, Anhanguera, Aracruz, Arcelor Brasil,

Bicbanco, Cielo, Fleury, JSL, Perdigão, Redecard, Sadia, Suzano Petro, Tam, Telemar Part,

Unibanco, VCP e Vivo. Com base no exposto, a amostra final é composta por 51 companhias

abertas, relacionadas no Quadro 2.

Quadro 2: Empresas que participaram de carteira ISE entre os anos 2006 a 2015. Aes Eletropaulo Aes Tiete All Amer Lat B2W Digital Bco Brasil

Bradesco Braskem Brf S.A CCR S.A Celesc

Cemig Cesp Coelce Copasa Copel

CPFL Energia Dasa Duratex Ecorodovias Eletrobras

Embraer Energias Br (EDP) Even Fibria Gerdau

Gerdau Met Gol Inds Romi Iochp-Maxion Itausa

Itauunibanco Klabin S.A Light S.A Localiza Lojas Americanas

Lojas Renner Natura Odontoprev Oi Petrobras

Sabesp Santander Br Sul America Suzano Papel Telefonica Brasil (Telef)

Tim Part S.A Tractebel (Engie) Ultrapar Usiminas Vale

Weg

Fonte: dados da pesquisa (2016)

Para a coleta de dados esta pesquisa utilizou dados secundários coletados nas fontes

mencionadas no Quadro 3 dos anos de 2006 a 2015 com suporte de planilhas do software

Excel® no período de maio a julho de 2016. Ressalta-se que na coleta de dados mais de uma

fonte fora utilizada quando a informação não estava disponibilizada na principal busca. Os

construtos norteadores do trabalho estão apresentados no Quadro 3.

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Quadro 3: Construtos norteadores do trabalho

Variável Construtos Proxy Fonte da coleta de

dados

ISE (dependente)

Empresas que

participaram do

ISE

Variável dummy Carteiras

disponibilizadas pela

Bovespa.

D=1 – empresas não participam do ISE

D=0 – empresas participam do ISE

Novo Mercado

(NM) (explicativa)

Empresas que

participam do NM

Variável dummy Demonstrações

Financeiras

Padronizadas;

Demonstrações

Financeiras Completas.

D=1 – empresas não participam do NM

D=0 – empresas participam do NM

Tamanho (TAM)

(explicativa) Ativo Total Logaritmo do Ativo Total

Economática®;

Demonstrações

Financeiras

Padronizadas;

Informações Anuais;

Formulário de

Referência.

Alto Impacto (AI)

(explicativa)

Empresas que

participam do AI

Variável dummy Na lei 10.165/2000 no

anexo de grau de

poluição

D=1 – empresas não participam do AI

D=0 – empresas participam do AI

Relatório de

Sustentabilidade

(RS) (explicativa)

Empresas que

divulgam RS

Variável dummy

Website das empresas D=1 – empresas não divulgam RS

D=0 – empresas divulgam RS

Concentração

Acionária (CA)

(explicativa)

Existência de

acionistas

Controladores

Percentual da soma dos 05 maiores

acionistas com poder de voto

Economática®;

Informações Anuais;

Formulário de

Referência.

Localização (LO)

(explicativa)

Controle acionário

que indica o país de

origem do acionista

controlador.

Variável dummy: Demonstrações

Financeiras

Padronizadas;

Demonstrações

Financeiras Completas.

D=1 – empresas brasileiras

D=0 – empresas estrangeiras

American

Depositary Receipt

(ADR)

(explicativa)

Papel emitido e

negociado nos

EUA.

Variável dummy: Demonstrações

Financeiras

Padronizadas;

Demonstrações

Financeiras Completas.

D=1 – empresas não emissoras de ADR

D=0 – empresas emissoras de ADR

Empresa de

Propriedade Estatal

(EST) (explicativa)

Empresa que tenha

participação do

governo.

Variável dummy: Demonstrações

Financeiras

Padronizadas;

Demonstrações

Financeiras Completas.

D=1 – empresas de propriedade não

estatal

D=0 – empresas de propriedade estatal

Valor Adicionado

(VA) (explicativa) Valor Adicionado Logaritmo do Valor Adicionado

Demonstrações

Financeiras

Padronizadas;

Demonstrações

Financeiras Completas.

Fonte: dados da pesquisa (2016)

As variáveis “ativo total” e “valor adicionado” foram transformadas em logaritmo

natural, uma vez que algumas empresas podem apresentar valores discrepantes.

Na coleta de dados limitações foram encontradas nas variáveis: valor adicionado (VA)

e concentração acionária (CA). Quanto ao valor adicionado, as ocorrências sugiram porque a

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Demonstração do Valor Adicionado (DVA) passou a ser exigida a partir de 2008 por meio da

Lei n. 11.638/2007. Sendo assim, no ano de 2006, as empresas que não divulgaram esta

demonstração foram: Aes Eletropaulo, Aes Tietê, All Amer Lat, B2W Digital, Bradesco, CCR

S.A., Copasa, Duratex, Ecorodovias, Even, Lojas Americanas, Lojas Renner, Sul América,

Suzano Papel e Weg. Já em 2007, foram as empresas: All Amer Lat, Lojas Americanas e Sul

América. Foram encontrados ainda valores negativos na DVA das Cias: Aes Tietê em 2007 e

Usiminas em 2015. A empresa Gerdau Met não apresentou DVA consolidada nos anos de

2006 e 2007.

Quanto à concentração acionária, dois motivos foram encontrados para a falta de

informação: não estava especificado por não possuir os documentos IAN e FR (Cias Coelce

em 2009 e Ecorodovias em 2010); e as empresas mencionaram que não havia controlador

(Cias Dasa em 2006, 2008; Embraer em 2006; Inds Romi em 2008; Localiza em 2006 e 2009

e Lojas Renner em 2006).

O objetivo da pesquisa é identificar os fatores que influenciam na saída das empresas

do Índice de Sustentabilidade Empresarial, sendo assim, a ampla coleta de dados

contemplando todas as empresas que já participaram do Índice e o período desde sua criação

até o ano de 2015 possibilita a utilização do modelo de regressão logística de dados em painel.

Duarte, Lamounier e Takamatsu (2007, p.2) explicam que o modelo de dados em

painel “consiste de observações de n entidades para dois ou mais períodos de tempo”. Fávero,

Belfiore, Silva e Chan (2009, p. 440) discutem a regressão logística como técnica para

“descrever o comportamento entre uma variável dependente binária e variáveis independentes

métricas ou não métricas”. Além disso, na regressão logística há o “interesse em avaliar a

probabilidade p de ocorrência de um determinado evento com base no comportamento de

variáveis explicativas (Fávero, Belfiore, Takamatsu & Suzart, 2014)”.

O modelo de regressão logística para dados em painel com efeitos fixos, que

representa o objetivo desta pesquisa é estabelecido pela Equação 1, que segue:

ISE= β0 + β1 NM dummyit + β2 TAMit + β3 AI dummyit + β4 RS dummyit + β5CAit + β6 LO

dummyit + β7ADR dummyit + β8 EST dummyit + β9 VAit + µit

Onde:

ISE: Variável binária, na qual é atribuído 1 (um) quando a empresa i sai do ISE no período t-

e (0) zero nos demais casos;

β0: Coeficiente da regressão;

β1nmdummyit: Variável independente do Novo Mercado da empresa i, no período t;

β2tamit: Variável independente Ln do Ativo Total da empresa i, no período t;

β3aidummyit: Variável independente do Alto Impacto da empresa i, no período t;

β4rsdummyit: Variável independente do Relatório Social da empresa i, no período t;

β5cait: Variável independente da Concentração Acionária da empresa i, no período t;

β6lodummyit: Variável independente da localização da empresa i, no período t;

β7adrdummyit: Variável Independente binária que indica a emissão de ADR da empresa i, no

período t

β8estdummyit: Variável Independente binária que indica propriedade estatal da empresa i, no

período t

β9vait: Variável independente Ln do Valor Adicionado da empresa i, no período t;

εit: Termo de erro da regressão.

Para a análise estatística foi utilizado o software Stata® Statistics/Data Analysis,

versão 11.1, Special Edition para realizar a técnica estatística de regressão logística para

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dados em painel. O teste de Hausmam foi realizado para verificar que efeito o método

estatístico requer: aleatório ou fixo, resultando em fixo. Após rodar a regressão logística em

dados em painel, realizou-se stepwise para inferir as melhores variáveis.

4 RESULTADOS

A análise das variáveis está apresentada em cálculos estatísticos conforme proposta do

estudo que busca obter informações da composição da amostra e seus dados. Primeiramente,

na Tabela 1, é apresentada a estatística descritiva da variável binária dependente Índice de

Sustentabilidade Empresarial (ISE) e, das variáveis independentes: Novo Mercado (NM),

Tamanho (TAM), Alto Impacto (AI), Relatório de Sustentabilidade (RS), Concentração

Acionária (CA), Localização (LO), American Depositary Receipt (ADR), Empresa de

Propriedade Estatal (PE) e Valor Adicionado (VA).

Tabela 1: Estatística Descritiva Geral

Variáveis Obs Média Desvio Padrão Mínimo Máximo

ISE_ 510 0,3843137 0,4869102 0 1

NM 510 0,5745098 0,4949026 0 1

TAM 510 16,64827 1,704282 12,40528 21,08616

AI 510 0,7843137 0,4117014 0 1

RS 510 0,2176471 0,4130513 0 1

CA 500 0,5594978 0,1799871 0,111631 1

LOC 510 1 0 1 1

ADR 510 0,6058824 0,4891401 0 1

PE 510 0,8235294 0,3815943 0 1

VA 486 15,18698 1,331904 10,97567 19,07883

Fonte: dados da pesquisa (2016)

A matriz de correlação de Pearson, como mostra a Tabela 2, mede o grau da

correlação entre a variável dependente e as variáveis independentes.

Tabela 2: Matriz de correlação de Pearson

ISE NM TAM AI RS CA LOC ADR PE VA

ISE 1,0000

NM -0,0219 1,0000

TAM -0,2471 0,3311 1,0000

AI -0,1113 -0,2909 -0,2334 1,0000

RS 0,3747 -0,0590 -0,2046 0,1516 1,0000

CA -0,1596 0,0399 -0,0148 0,2558 -0,1710 1,0000

LOC . . . . . . .

ADR 0,0365 0,0238 -0,2673 0,1313 0,1794 -0,0493 . 1,0000

PE 0,0691 -0,1005 -0,2421 -0,1206 0,1467 -0,0321 . 0,0703 1,0000

VA -0,2461 0,3056 0,8781 -0,1836 -0,2260 0,0065 . -0,3625 -0,2720 1,0000

Fonte: dados da pesquisa (2016)

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Entre a variável dependente ISE e as independentes observam-se correlações fracas de

modo geral. Destaque pode ser dado para as correlações negativas das variáveis Tamanho

(TAM) e Valor Adicionado (VA) e para a correlação positiva da variável Relatório de

Sustentabilidade (RS). Entre as variáveis explicativas, observa-se alta correlação entre

tamanho e valor adicionado (0,8781), podendo indicar problema de multicolinearidade.

Para verificar qual o melhor modelo de dados em painel para explicar a relação entre

as variáveis do estudo e o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), foi realizado o teste

de Hausman. O resultado do teste rejeitou a hipótese nula (efeito aleatório) e indica que o

modelo de efeito fixo é o mais adequado com chi2(6) = 52.12 e Prob>chi2 = 0.0000.

Para a aplicação estatística, primeiramente, procedeu-se a Regressão Logística para

Dados em Painel – Efeitos Fixos apresentada na Tabela 3, a fim de verificar a significância

das variáveis no modelo.

Tabela 3: Regressão Logística de Dados em Painel - Efeitos Fixos

ISE Coef. Std. Err. Z P>|z| [95% Conf. Interval]

NM 0,0181716 0,6307459 0,03 0,977 -1,218068 1,254411

TAM 0,4370278 0,4994645 0,87 0,382 -0,541905 1,41596

AI (omitted)

RS 2,674392 0,60314 4,43 0,000 1,492259 3,856524

CA 4,062149 1,729825 2,35 0,019 0,6717534 7,452545

LOC (omitted)

ADR 0,1150106 0,598823 0,19 0,848 -1,058661 1,288682

PE (omitted)

VA -0,9701558 0,532613 -1,82 0,069 -2,014058 0,0737465

Number of obs 338 LR chi2(6) 51,90

Number of groups 36 Prob > chi2 0,0000

Obs per group: min 8

Avg 9,4

Max 10

*omitted – o Stata, no modelo de efeitos fixos, omitiu as variáveis categóricas que não

sofreram alterações ao longo do período analisado

Fonte: dados da pesquisa (2016)

Com a intenção de se obter regressões com melhores especificações utilizou-se o

procedimento stepwise, retirando passo a passo as variáveis consideradas sem significância

estatística no modelo inicial, o qual o software Stata informou como sendo: valor adicionado

(p = 0, 5445), novo mercado (p = 0,5276) e concentração acionária (p = 0,2458).

Os resultados da regressão logística para dados em painel após o processo de stepwise

são mostrados na Tabela 4, sendo o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) a variável

dependente.

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Tabela 4: Regressão logística em dados em painel

ISE Odds Ratio Std. Err. Z P>|z| [95% Conf. Interval]

PE 0,5406304 0,1641634 -2,03 0,043** 0,2981478 0,9803232

TAM 0,6136872 0,0554357 -5,41 0,0000* 0,5141102 0,732551

AI 0,2138063 0,0614219 -5,37 0,0000* 0,1217555 0,3754501

RS 8,854062 2,544833 7,59 0,0000* 5,040693 15,55231

ADR 0,65299 0,1530837 -1,82 0,069*** 0,4124346 1,033851

N° Obs. 477

LR chi2(5) 117.86

Prob > chi2 0.0000

Pseudo R2 0.1870

Nível de significância: *** 0,10; ** 0,05; * 0,01

Fonte: dados da pesquisa (2016)

Percebe-se que no geral o modelo se mostrou significante, pois a probabilidade da

estatística Prob > chi2= 0, 0000 apresentou valor de p (p-value) menor que 0,05. Entre as

variáveis explicativas, as variáveis TAM, AI e RS mostraram significância estatística ao nível

de 1%. A variável PE apresentou significância ao nível de 5% e a variável ADR ao nível de

10%. O valor de Pseudo R2 mostra que o modelo explica 18,70% dos motivos que levam as

empresas a deixarem de participar da carteira ISE.

A Tabela 5 apresenta as hipóteses aceitas e rejeitadas do modelo proposto neste

estudo.

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Tabela 5: Hipóteses aceitas e rejeitadas HIPÓTESE ACEITA REJEITA COMENTÁRIOS

H1: Empresas que não

participam do Novo Mercado

influenciam na probabilidade

de a empresa sair do ISE.

X

A variável não apresentou influência como

motivação da saída do ISE. O estudo de Silva e

Costa (2017) apontam a variável como fator para a

inclusão das empresas no ISE.

H2: Empresas com menor

tamanho influenciam na

probabilidade de a empresa

sair do ISE.

X

O modelo apresentou significância para esta

variável, podendo-se inferir que empresas de maior

tamanho possuem maior probabilidade de saírem do

ISE. Cabe a discussão de que se as maiores

empresas integram o índice como apontam os

estudos de Nunes et al. (2010), Andrade et al.

(2013), Fávaro e Rover (2014), Santos e Tomio

(2016), Silva e Costa (2017), então a saída de uma

empresa de maior tamanho é o mais comum a

ocorrer.

H3: Empresas não

pertencentes ao alto impacto

influenciam na probabilidade

de a empresa sair do ISE.

X

O modelo apresentou significância para esta

variável, podendo-se inferir que empresas que não

pertencem ao alto impacto influenciam a

probabilidade de saída do ISE. A análise descritiva

aponta que 78,43% das empresas da amostra não são

de alto impacto, isso pode estar relacionado a saída

das empresas de alto impacto do índice, por não

serem normalmente o perfil da carteira.

H4: Empresas que não

divulgam Relatórios de

Sustentabilidade influenciam

na probabilidade de a empresa

sair do ISE.

X

A variável apresentou influência como motivação da

saída do ISE, corroborando com o especificado na

metodologia do ISE, na dimensão geral em que se

avalia a elaboração do Relatório de Sustentabilidade.

H5: Empresas com maior

concentração acionária

influenciam na probabilidade

de a empresa sair do ISE.

X

Esta variável não apresentou influência para inclusão

das empresas no ISE no estudo de Nunes et al.

(2010) e no modelo proposto nesta pesquisa,

também não foi significativa para esclarecer os

motivos apontados para a saída.

H6: Empresas estrangeiras

influenciam na probabilidade

de a empresa sair do ISE.

X

Esta variável não apresentou influência para inclusão

das empresas no ISE no estudo de Nunes et al.

(2010) e no modelo proposto nesta pesquisa,

também não foi significativa para esclarecer os

motivos apontados para a saída. Não ocorreu

variação neste item que pudesse determinar um

fator.

H7: Empresas brasileiras que

emitem ADR influenciam na

probabilidade de a empresa

sair do ISE.

X

Nunes et al. (2010) e Fávaro e Rover (2014) não

encontraram influência desta variável na entrada do

ISE, porém ela se mostrou significante para a saída.

Uma possível explicação é o fato de a variável não

ser um requisito procurado pelos gestores que

montam a carteira, ou seja, não está previsto na

metodologia do ISE.

H8: Empresas de propriedade

estatal influenciam na

probabilidade de a empresa

sair do ISE.

X

Nunes et al. (2010) não encontraram influência desta

variável na entrada do ISE, porém ela se mostrou

significante para a saída.

H9: Empresas com menor

valor adicionado influenciam

na probabilidade de a empresa

sair do ISE.

X

Esta variável não apresentou influência para inclusão

das empresas no ISE no estudo de Mazzioni et al.

(2013) e no modelo proposto nesta pesquisa,

também não foi significativa para esclarecer os

motivos apontados para a saída.

Fonte: dados da pesquisa (2016)

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Conforme a Tabela 5, das nove hipóteses construídas, cinco foram rejeitadas. Desta

forma infere-se da necessidade de angariar novas variáveis que expliquem a saída das

empresas do Índice de Sustentabilidade Empresarial, após elas terem participado de uma

carteira.

5 CONCLUSÃO

Este trabalho teve por objetivo identificar os fatores que influenciam na saída das

empresas no Índice de Sustentabilidade Empresarial. Para formular as hipóteses da pesquisa e

elaborar o modelo, buscaram-se os fatores explicativos em pesquisas que investigaram as

variáveis que justificassem a entrada das empresas no Índice de Sustentabilidade Empresarial

(Nunes et al., 2010; Teixeira & Nossa, 2010; Machado et al., 2012; Mazzioni et al., 2013;

Andrade et al., 2013; Fávaro & Rover, 2014; Santos & Tomio, 2016; Silva & Costa, 2017).

As variáveis que compuseram o modelo foram: Novo Mercado (NM), Tamanho (TAM), Alto

Impacto (AI), Relatório de Sustentabilidade (RS), Concentração Acionária (CA), Localização

(LO), American Depositary Receipt (ADR), Empresa de Propriedade Estatal (PE) e Valor

Adicionado (VA) para explicar a saída das empresas do ISE.

O método estatístico empregado foi regressão logística para dados em painel devido a

análise ser longitudinal. Foi realizado o teste de Hausmam para identificar se o método seria

aplicado por efeitos aleatórios ou fixos, sendo que a hipótese nula foi rejeitada e o modelo

adequado para a amostra foi o de efeitos fixos, com chi2(6) = 52.12 e Prob>chi2 = 0.0000. Ao

aplicar a regressão logística de dados em painel pelo software Stata, parte das variáveis não se

mostraram significantes. Para obter melhores especificações, aplicou-se o processo de

Stepwise em que as variáveis menos significantes são removidas pelo software Stata que

foram: valor adicionado (p = 0, 5445), novo mercado (p = 0,5276) e concentração acionária (p

= 0,2458).

Removidas estas variáveis, o modelo apresentou significância ao nível de confiança de

1% para Relatório de Sustentabilidade (RS), Tamanho (TAM) e Alto Impacto (AI); 5% para

Propriedade Estatal (PE) e 10% para American Depositary Receipt (ADR). O coeficiente

positivo da Matriz de Correlação de Pearson de PE, RS e ADR indicam que estas possuem

relação positiva com a saída das empresas do ISE, ou seja, as companhias que são de

propriedade estatal, que não divulgam relatório de sustentabilidade e que emitem ADRs

tendem a sair do ISE. O coeficiente negativo da Matriz de Correlação de Pearson TAM e AI

apontam que empresas maiores e de alto impacto ambiental tendem a sair do ISE. O valor do

Pseudo R2 explica cerca de 18,70% dos motivos que levam as empresas a deixarem de

participar da carteira ISE.

O modelo proposto foi elaborado por meio de nove hipóteses sendo 4 aceitas e 5

refutadas. Os resultados descritos aceitam as hipóteses: H3: empresas não pertencentes ao alto

impacto tendem a sair do ISE (p-value 0,0000); H4: empresas que não divulgam Relatórios de

Sustentabilidade tendem a sair do ISE (p-value 0,0000) e H7: empresas brasileiras que

emitem ADR tendem a sair do ISE (p-value 0,069); H8: empresas de propriedade estatal

tendem a sair do ISE (p-value 0,043).

Os resultados discutem de forma análoga o estudo de Silva e Costa (2017) quanto ao

Relatório de Sustentabilidade; também correspondem aos critérios de seleção destacados na

dimensão geral do questionário enviado para as empresas, que avalia a elaboração do relatório

de sustentabilidade. E de forma contrária aos apontamentos de Nunes et al. (2010), Andrade

et al. (2013), Fávaro e Rover (2014), Santos e Tomio (2016) e Silva e Costa (2017) no que

tange as demais variáveis, seja por encontrar significância na saída do ISE e os autores não

encontraram na inclusão do índice (Propriedade Estatal e ADR) ou por informarem as

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mesmas variáveis e de igual tendência que na entrada do ISE, devido ao coeficiente negativo

(Tamanho e Alto Impacto).

Dentre as hipóteses rejeitadas estão: H1: empresas que não participam do Novo

Mercado tendem a sair do ISE; H2: empresas com menor tamanho tendem a sair do ISE (p-

value 0,0000); H5: empresas com maior concentração acionária tendem a sair do ISE; H6:

empresas estrangeiras tendem a sair do ISE; H9: empresas com menor valor adicionado

tendem a sair do ISE. Destas, a H1 foi contrária ao estudo que o subsidia, Silva e Costa

(2017) e H2 aos estudos de Nunes et al. (2010), Andrade et al. (2013), Fávaro e Rover (2014),

Santos e Tomio (2016), Silva e Costa (2017). Os demais não apresentaram influência para a saída

do ISE, assim como não foram identificados para a inclusão no índice nos estudos de Nunes

et al. (2010) e Mazzioni et al. (2013).

Quanto as limitações do estudo pode-se apontar a exclusão de 18 empresas, bem como

algumas informações das empresas listadas como falta de valor da DVA nos anos 2006 e

2007. Richardson (2008) destaca que a utilização da abordagem quantitativa não permite

reconhecer todas as variáveis intervenientes, o que impossibilita a generalização dos dados.

Este estudo contribui para as pesquisas desta área especialmente porque abrange todas

as empresas que participaram em um ou mais anos do Índice de sustentabilidade Empresarial

desde sua criação em 2005 até o ano de 2015. Outro diferencial é que as pesquisas de modo

geral se preocuparam em identificar os fatores que permitem a inclusão das empresas no

índice, porém há de se julgar importante que as empresas se mantenham nele, e portanto os

motivos que levam as empresas a saírem do índice. Perceber que as empresas não se

mantinham na carteira e que divulgaram sua insatisfação em sair do ISE, como no caso da

Companhia Vale, motivou esta pesquisa.

Para estudos futuros recomenda-se a inclusão de outras variáveis que possam

influenciar os fatores relacionados a saída das empresas do ISE e também o aumento da

amostra das empresas estudadas, incluindo aquelas que participam da seleção e que não estão

na carteira final.

REFERÊNCIAS

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motivações de gestores e empresas. Rio de Janeiro: Elsevier – 6ª reimpressão.

Andrade, L. P., Bressan, A. A., Iquiapaza, R. A., & de Melo Moreira, B. C. (2013).

Determinantes de Adesão ao Índice de Sustentabilidade Empresarial da BM&FBOVESPA e

sua Relação com o Valor da Empresa. Revista Brasileira de Finanças, 11(2), 181.

Artiach, T., Lee, D., Nelson, D., & Walker, J. (2010). The determinants of corporate

sustainability performance. Accounting & Finance, 50(1), 31-51.

Beato, R. S., Souza, M. T. S. de, & Parisotto, I. R. dos S. (2009). Rentabilidade dos índices de

sustentabilidade empresarial em bolsas de valores: um estudo do ISE/BOVESPA DOI:

10.5585/RAI. v6i3. 472. RAI: revista de administração e inovação, 6(3), 108-127.

Bolsa de valores, mercadorias e futuros. Índice Empresarial de Sustentabilidade - ISE.

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