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CENTRO DE ESTUDOS E ACOMPANHAMENTO PSICANALÍTICO E PSICOPEDAGÓGICO DANIEL BRUNO ANUNCIAÇÃO NOBRE NOÇÕES BÁSICAS DE NEUROANATOMIA E NEUROFISIOLOGIA GENÉTICA

Neuroanatomia e Psicanálise

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Neuroanatomia e Psicanálise

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Page 1: Neuroanatomia e Psicanálise

CENTRO DE ESTUDOS E ACOMPANHAMENTO PSICANALÍTICO E PSICOPEDAGÓGICO

DANIEL BRUNO ANUNCIAÇÃO NOBRE

NOÇÕES BÁSICAS DE NEUROANATOMIA E NEUROFISIOLOGIA GENÉTICA

SALVADOR2015

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CEAPPCENTRO DE ESTUDOS E ACOMPANHAMENTO PSICANALÍTICO E

PSICOPEDAGÓGICO

Atividade Flex apresentada ao curso de Psicanálise Infantil, Módulo IV na disciplina XXV NOÇÕES BÁSICAS DE NEUROANATOMIA E NEUROFISIOLOGIA GENÉTICA, como requisito para avaliação final da disciplina ministrada pela Profa. Claudia Borges.

SALVADOR2015

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RESENHA

Daniel Nobre1

O artigo científico Fatores genéticos e ambientais na manifestação do transtorno

bipolar, escrito por Michelon e Vallada(2005), traz a importância do fator genético e

ambiental relacionado a origem do Transtorno Bipolar(TB).

Para isso, se apoiaram através da metodologia do estudo de gêmeos para acercar-se da

hereditariedade do TB. Assim, buscaram reconhecer a variante genética nos cromossomos e a

contribuição dos prováveis genes à etiologia do TB.

O texto começa de uma forma pertinente ao conceituar o TB como uma alteração do

humor, com episódios depressivos e maníacos recorrentes ao longo da vida. E, também por

situar-nos ante o quadro numérico significativo dos que são vítimas dessa psicopatologia.

Diante de pesquisas no Medline que apontaram a hereditariedade como um dos

aspectos da etiologia desse transtorno, os autores associam o genoma dos gêmeos idênticos

(monozigóticos) e a contraposição da criação em diferentes meios, para fazer um paralelo

entre o genético e psicossocial.

No entanto, os autores esclarecem que o TB é uma doença geneticamente complexa,

que não segue ipsis litteris as leis mendelianas, necessitando de uma variação de genes e de

relações, também, complexas entre eles para que ocorra; além da exigência de determinadas

variáveis ambientais para que se expresse geneticamente.

O estudo ainda aponta os fatores ambientais como um dos fatores do desenvolvimento

do transtorno, assim foram investigadas variáveis como sexo, idade, situações de nascimento,

fatores socioeconômicos, eventos de vida estressantes, antecedentes familiares, e fatores

médicos, etc. Mas, enquanto todos esses fatores tornam difíceis interpretações de sua

influência no TB por suas inúmeras variáveis associadas, questões como histórico familiar

positivo, e a relação dos fatores ambientais com o subtipo da doença apresentada mereceram

dos autores maior atenção devido à sua significação nesse processo.

1 Pedagogo (2007, UEFS), Especialista em Ed. Especial e Inclusiva (UNIASSELVI), Especialista em Psicopedagogia e Gestão, Coordenação e Orientação Escolar (CAIRU, 2013), Especializando em Psicanálise Clínica (CAIRU, 2013-).

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Os autores apresentam metodologias de investigação genética do TB. Pela

citogenética, foi possível encontrar prováveis sítios dos genes envolvidos. Também, o estudo

das ligações gênicas, das associações, da repetição de trinucleotídeos evidenciam prováveis

repercussões da doença, mas ainda, são inconclusivos os estudos diante da complexidade da

questão.

Outro método, o do imprinting, busca justamente fazer um estudo além dos quadros

mendelianos, o que mostrou que a ocorrência dos transtornos nas mulheres eleva o índice de

chance dos descendentes em serem também afetados pelo transtorno. Outra importante

ferramenta é a dada pelo avanço das tecnologias na identificação da expressão gênica, o que

torna possível perceber os genes envolvidos na etiologia e na fisiopatologia da doença. Já a

farmacogenômica possibilita identificar a expressão gênica a determinado psicofármaco.

No texto ainda é retratado o aconselhamento genético em TB, onde se pode afirmar

uma alta probabilidade diante do número de parentes com histórico positivo, mas não se pode

dar uma certeza da ocorrência do transtorno na prole. Assim, consideram que em doenças

complexas não há correspondência direta entre genótipo e fenótipo.

Esse artigo é indicado aos estudantes e especialistas da área de psicologia, psiquiatria e

psicanálise que lidem com o TB. Posicionando o leitor de maneira segura frente à influência

genética, nos apresenta possibilidades diante dos estudos, e revela a complexidade da

manifestação do transtorno que envolve não só os fatores genéticos, mas, também, as

influências psicossociais em seu desenvolvimento. Dando dados, para possíveis prevenções e

tratamentos futuros do transtorno.

REFERÊNCIAS

MICHELON, L.; e VALLADA, H. Fatores genéticos e ambientais na manifestação do transtorno bipolar. Psiq. Clín. 32, supl 1; 21-27, 2005.