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Reportagem sobre os 15 anos do maior festival independente realizado em Portugal.
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agosto_2012 | gratuita | ano_1 | nº_8
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Nota positiva | agosto
boom festival 2012
mances, conferências e discussão política e, so-bretudo, da beleza – uma vida de notas positivas ao minuto.
Partilhamos algumas dessas notas e valores li-bertados durante a 15ª edição do festival, onde estiveram presentes, nos dias de lua cheia de agosto, cerca de 30 mil pessoas de 102 países.
E porque não são precisos motivos para cele-brar a natureza, esta é a forma que encontrámos para dizer que pode haver um pouco de Boom todos os dias, em todos os lugares.
Sejam felizes!
Com costas de verão e noites de lua cheia, a Nota Positiva decidiu lar-gar a calçada lisboeta por uns dias para mergulhar no mundo da cul-
tura livre, ecológica e psicadélica do Boom Festi-val, o maior festival independente realizado em Portugal. Mas chamar-lhe festival soa a pouco, porque o Boom, acima de tudo, é a experimen-tação e a prova de que há sistemas – e poemas – alternativos onde não existem hambúrgueres, cotoveladas, nem correrias sisudas no metro.
Alinhados com a natureza, o ser e o estar no Boom tornam possível – através da harmonia, respeito pelo ambiente, música e dança, perfor-
O transe de agOstO
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_equipa de repOrtagemTexto | rute Barbedo | [email protected] | diana Chaves | [email protected] da Cintura do Porto de Lisboa, Arm. 1, Loja 3 | 1200-109 Lisboa+351 21 886 93 17 | +351 96 649 22 54
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Boom! o mundo parou e desceu à terraA chegada à Herdade da Granja, entre as idanhas nova e velha, em ano de Boom Festival faz-se com uma questão: é um festival ou uma aldeia na linha do paraíso? O quadro é o de uma comunidade que encontrou a solução para viver em extâse contínuo à sombra do amor. Leem-se a lua cheia e o céu estrelado e ouve-se a batida, ao longe, a chamar a tribo para a dança sem intervalo.
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Numa cidade, o que a compõe são as ruas e as traves-mestras. Numa aldeia, são as pessoas. E é isso que marca o Boom, por-
que todos os que ali vão – este ano, foram cerca de 30 mil pessoas de 102 países –, querem mui-to dar as mãos.
Terreno de detalhes para bocas abertas, o espaço Sacred Fire é um bosque de sobreiros, luzes, cogumelos, morangos e borboletas. Os candeeiros são alimentados a energia solar e os ouvidos ao som do jazz, dub, afro-beat e música étnica.
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O Boom começou por ser uma festa de trance, mas alar-gou-se para toda uma cultura do bem-estar. Já vai na sua 15ª edição e hoje é o maior festi-val sem patrocínios realizado em Portugal, dedicado à cul-tura psicadélica e à natureza. Sem conversa fiada. Podemos caminhar descalços sem pisar copos de plástico – e se, por al-gum acaso, tropeçarmos num objeto estranho, apanhamo-lo e deitamo-lo ao lixo. Se por outro acaso sentirmos sede, alguém nos oferecerá uma fa-tia de melancia fresca. Se, ain-da, por um terceiro infortúnio, tivermos pó nas sobrancelhas, uma alma colorida passará para nos borrifar com água. No Boom acredita-se e as coi-sas acontecem.
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O Dance Temple é a meca psicadélica dos boomers. É aqui que, sob o sol ou a lua e com vaporizadores que ajudam a hidratar os corpos, a tribo se junta descalça para levantar pó nas batidas do trance progressivo, psicadélico ou dark.
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arrecadou diversos prémios na área da sustenta-bilidade e um convite da ONU para fazer parte de um projeto que visa promover a consciência ambiental junto do grande público. Novidades deste ano? 25 por cento do recinto foi movido a energias renováveis, reaproveitou-se óleo ve-getal usado nos geradores, trataram-se as águas residuais e as casas de banho compostáveis mantiveram-se com a frescura da natureza du-rante todo o festival.
A harmonia cola-se facilmente ao corpo e, por isso, o Boom mantém uma marca de respei-to em todo o mundo (ainda que muitas vezes seja alvo de notícias de cariz negativo, relativas ao uso e comercialização de substâncias ilícitas ou a comportamentos de excesso). O festival já
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e o Boom continua...
Abandonar a Herdade da Granja no último dia do festival é ir com um pedaço de Boom nas pernas. Aqui não se diz adeus. Por isso, com o mesmo espírito com que chegaram, muitos dos boomers pedem boleia até casa – seja ela em Espanha ou na Alemanha –, companhia para o After Boom (a celebração after para os incansáveis e resistentes) ou simplesmente amigos. O mural dos pedidos e desejos é aberto.
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Para o bem-estar do corpo e da mente, o equilíbrio com a natureza passa por todos os pontos que possamos imaginar. Por isso, há acupuntura, ioga, coca-cola orgânica, fruta e le-gumes, há dança e música até à aurora. Há esculturas de bambu e painéis solares. Há bebés pas-seados entre elefantes de pedra e oliveiras que pingam estrelas. São 150 hectares de realidade que mais parecem utopia.
De vez em quando é preciso isso: parar o mundo para des-cer à terra.
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