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CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA PRÁTICA VOCAL I Prof. Manoel Roberto Lopes NOTAS DE AULA 1 NOTAS INTRODUTÓRIAS. FISIOLOGIA DA VOZ RESPIRAÇÃO CORRETA - SENSAÇÕES INTERNAS/ MUSCULARES NA RESPIRAÇÃO - USO DO APOIO - APARELHO FONADOR A voz humana é um instrumento (também musical), porém nenhum outro instrumento pode ser comparado à voz, pois somente ela tem o privilégio de unir texto e música! Entretanto, para o cantor fazer uma boa interpretação, é necessário sensibilidade e conhecimento. Além das notas e palavras, há algo invisível, impalpável, que é preciso sentir e expressar... e que não está escrito. A voz humana libera sentimentos e pensamentos que não poderiam ser liberados de outra forma. Entre VOZ e CORPO, há uma íntima relação! Através disso é que o cantor exterioriza sua arte e faz a ligação entre a obra e o público. Uma boa emissão vocal depende primeiramente da pressão vocal. Os exercícios de respiração demandam que se tenha em mente que ao inspirarmos corretamente, poderemos sentir as “costelas se abrindo”. O DIAFRAGMA separa o tórax do abdômen e parece um “guarda-chuvaaberto. Através dele, podemos controlar o ar que sai dos pulmões. TÉCNICA VOCAL As técnicas vocais são um conjunto de procedimentos facilitadores da voz. As técnicas vocais estão incluídas em todos os procedimentos fonoaudiológicos na prevenção, reabilitação e no aperfeiçoamento vocal. (Jackson & Menaldi,1992) 1 consideraram importante realizar um estudo das técnicas vocais. Esses autores consideram imprescindível para a educação vocal a experiência prévia do canto, que propicia um ótimo treinamento auditivo, uma vez que permite captar os mais sutis matizes da emissão, razão pela qual consideram ainda que um fonoaudiólogo deve experimentar a técnica do canto se deseja ocupar-se com os problemas de voz. 1 Do livro “La voz Normal” (Menaldi, Jackson. La voz normal. Buenos Aires: Editorial Médica Panamericana S.A. 1992

Notas de Aula 1 Prática Vocal

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Notas de Aula 1 Prática Vocal

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Page 1: Notas de Aula 1 Prática Vocal

CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA

PRÁTICA VOCAL I – Prof. Manoel Roberto Lopes

NOTAS DE AULA 1 – NOTAS INTRODUTÓRIAS.

FISIOLOGIA DA VOZ – RESPIRAÇÃO CORRETA - SENSAÇÕES

INTERNAS/ MUSCULARES NA RESPIRAÇÃO - USO DO APOIO -

APARELHO FONADOR

A voz humana é um instrumento (também musical), porém nenhum outro

instrumento pode ser comparado à voz, pois somente ela tem o privilégio de

unir texto e música!

Entretanto, para o cantor fazer uma boa interpretação, é necessário

sensibilidade e conhecimento. Além das notas e palavras, há algo invisível,

impalpável, que é preciso sentir e expressar... e que não está escrito.

A voz humana libera sentimentos e pensamentos que não poderiam ser

liberados de outra forma.

Entre VOZ e CORPO, há uma íntima relação! Através disso é que o cantor

exterioriza sua arte e faz a ligação entre a obra e o público.

Uma boa emissão vocal depende primeiramente da pressão vocal. Os

exercícios de respiração demandam que se tenha em mente que ao

inspirarmos corretamente, poderemos sentir as “costelas se abrindo”.

O DIAFRAGMA separa o tórax do abdômen e parece um “guarda-chuva“

aberto. Através dele, podemos controlar o ar que sai dos pulmões.

TÉCNICA VOCAL

As técnicas vocais são um conjunto de procedimentos facilitadores da voz. As técnicas vocais estão incluídas em todos os procedimentos fonoaudiológicos na prevenção, reabilitação e no aperfeiçoamento vocal. (Jackson & Menaldi,1992)1 consideraram importante realizar um estudo das técnicas vocais. Esses autores consideram imprescindível para a educação vocal a experiência prévia do canto, que propicia um ótimo treinamento auditivo, uma vez que permite captar os mais sutis matizes da emissão, razão pela qual consideram ainda que um fonoaudiólogo deve experimentar a técnica do canto se deseja ocupar-se com os problemas de voz.

1 Do livro “La voz Normal” (Menaldi, Jackson. La voz normal. Buenos Aires: Editorial Médica Panamericana S.A. 1992

Page 2: Notas de Aula 1 Prática Vocal

Uma boa emissão vocal depende primeiramente da pressão vocal. Os

exercícios de respiração demandam que se tenha em mente que ao

inspirarmos corretamente, poderemos sentir as “costelas se abrindo”.

PULMÕES O ar é o componente básico da fala (é ele que fornece a energia necessária para a fonação). A corrente de ar utilizada na fonação é posta em movimento pelas paredes pulmonares, pelos músculos intercostais e pelo diafragma. O ar

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sai dos pulmões, passa pela laringe e sai: (a) pela cavidade bucal; (b) pela cavidade nasal, ou (c) por ambas as cavidades. O DIAFRAGMA separa o tórax do abdômen e parece um “guarda-chuva“

aberto. Através dele, podemos controlar o ar que sai dos pulmões.

Durante a inspiração, o diafragma se contrai e com a distenção, aumenta-se a

capacidade toráxica. Assim, para compensar o vazio gerado, o ar tende a

entrar nos pulmões.

Por outro lado, na expiração (expulsão do ar) o diafragma relaxa.

A LARINGE é um órgão curto (tem a forma de um tubo) e conecta a faringe

com a traquéia.

A laringe também desempenha função na produção de som, que resulta na fonação. Na sua superfície interna, encontramos uma fenda na qual estão as 2 PREGAS VOCAIS, que tem a forma de duas membranas elásticas. NA LARINGE PODEMOS VARIAR A ALTURA DO SOM:

LARINGE ABAIXA: SOM GRAVE

LARINGE LEVANTA: SOM AGUDO

Para isso, é preciso mudar a pressão expiratória modulando o grau de

TONICIDADE MUSCULAR RETO-ABDOMINAL

VEMOS PORTANTO COMO É IMPORTANTE O CONTROLE DAS

SENSAÇÕES INTERNAS. É FUNDAMENTAL QUE SE TENHA O CONTROLE

DAS SENSAÇÕES MUSCULARES...NO ABDÔMEN, NO MÚSCULO DO

DIAFRAGMA, NA LARINGE, NAS CAVIDADES E PREGAS (SÃO 2!) , NA

ARTICULAÇÃO DAS VOGAIS E CONSOANTES, DOS LÁBIOS, BOCA,

LÍNGUA, PALATOS MOLE E DURO...

A condição essencial para que a voz tenha alcance é o controle destas

sensações: trabalhos dos músculos, movimentos dos órgãos, etc.

Além disso, a escuta da própria voz é importante: o rendimento acústico é

controlado pelo ouvido, permitindo a avaliação e qualidade dos sons. De um

lado, dominamos nossa voz que escutamos por via aérea e por outro lado,

através de um conjunto de vibrações buco-faríngeas, nasais e laríngeas, que

chegam ao nosso ouvido interno através da via óssea.

A aquisição da voz cantada se dá com o uso dessas sensações, resultantes

das atitudes e das relações complexas cuja conscientização é indispensável

para a qualidade e estabilidade vocal.