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Notícias da Construção - 142 - Conservar a água

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A edição 142 da revista que reúne as informações do setor da construção civil no Brasil apresenta a relevância da construção civil sustentável para fazer frente à crise hídrica. Além de avanços na busca de indicadores de produtividade do setor, as reuniões do Comitê de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP e muito mais.

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3revista notícias da construção / Março 2015

Só ajuste fiscal não basta

Os governos precisam investir parareconquistar a confiança do mercado

E D I T O R I A L

Não podemos nos acomodar com a perspectiva de crescimento negativo do PIB e do produto da construção neste ano. A situação é grave e os governos da União, dos Estados e dos Municípios precisam re-agir, estimulando setores que impulsionam a economia, como o da construção.

Esta é a linha que o SindusCon-SP tem adotado em suas manifestações públicas. Os governantes têm o dever de adotar pro-vidências adicionais para que a retomada do crescimento econômico não dependa somente do ajuste fiscal.

Um instrumento poderoso em mãos do governo é o Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que gera muito mais do que moradias, conforme mostrou estudo realiza-do pela FGV, promovido por SindusCon-SP, Abrainc, Apeop, CBIC e Secovi-SP, e publi-cado na revista Conjuntura da Construção.

De maio de 2009, quando iniciou suas operações, até junho de 2014, o MCMV havia contratado mais de 3,5 milhões de unidades habitacionais, das quais 2 milhões haviam sido concluídas, 800 mil estavam em produção e 700 mil em fase inicial.

As moradias concluídas movimentaram R$ 256,9 bilhões. Geraram 2,866 milhões de empregos diretos e indiretos, além de R$ 123,2 bilhões de valor agregado. E foram responsáveis por uma arrecadação de R$ 33,5 bilhões em tributos federais, estaduais e municipais. Isto corresponde a 49% dos subsídios destinados às famílias beneficiadas pelo programa.

No período, o déficit habitacional havia

se reduzido em 8%. A infraestrutura foi ampliada. O grande número de famílias beneficiadas teve acesso a saneamento bási-co, luz e pavimentação, o que proporcionou melhora nas condições de saúde e menos gastos do SUS.

O MCMV levou as empresas envolvidas a investirem em industrialização e moder-nização de seus processos produtivos. Mas o estudo também mostrou a extensão dos conhecidos gargalos: 67% das construtoras informaram ter dificuldades em realizar in-vestimentos, principalmente devido ao custo do capital e à elevada incidência tributária na adoção de processos industrializados.

O desafio continua: estima-se que até 2024 se formem 16 milhões de novas famílias no Brasil, das quais 58% na faixa de renda entre 1 e 3 salários mínimos. Para estas, será necessário construir 11,2 milhões

de habitações sociais.Entretanto, até o fe-

chamento desta edição o governo ainda não havia iniciado a contratação das prometidas 350 mil uni-dades habitacionais da

fase 2 nem lançado as diretrizes da fase 3 do programa, que requer aperfeiçoamentos para cumprir a meta de contratar outras 3 milhões de moradias.

Em paralelo, os governos precisam acabar com os atrasos dos pagamentos das obras de infraestrutura. Urge retomar as concessões de obras públicas e de PPPs com atratividade e garantias de governo de cumprimento dos contratos. Instituições financeiras públicas e privadas têm que re-tomar a concessão de financiamentos para expansão da infraestrutura.

Medidas como essas certamente anima-rão os investidores nacionais e estrangeiros, cuja confiança é urgente reconquistar.

JOSÉ ROMEUFERRAZ NETO é presidente do SindusCon-SP,vice-presidente da CBIC e conselheiro da Fiabci-Brasil e da Adit

Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temaspara esta coluna: [email protected]

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4 revista notícias da construção / Março 2015

REGIONAIS ............................................... 34

• Santos realiza seminário sobre segurança

• SindusCon-SP apoia Fórum de Resíduos

• Almoço reúne autoridades em Sorocaba

• Caixa orienta contratação de empreendimento

• Prefeito de Bauru recebe sugestões

• Santo André forma mestres de obra

• Mogi forma turma de mestre

• Campinas retoma parceria com ABCP

PRODUTIVIDADE ....................................... 14

• Busca por indicadores avança

• As alavancas da produtividade, segundo a EY

• Sistemática é o principal desafio

• Quando a crise vira oportunidade

• Senai-SP tem escola itinerante

IMOBILIÁRIO ............................................ 21

• Informatização da SEL avança

SINDUSCON-SP EM AÇÃO .......................... 22

• Sehab reavalia os programas do setor

• Aldo Rebelo inaugura o Isitec

• MCMV: recolhimento de 1% vale até 2018

RELAÇÕES CAPITAL-TRABALHO ................. 25

• Ministério do Trabalho assume CPR

• Presidente do TRT elogia sindicato

RESPONSABILIDADE SOCIAL ..................... 29

• Seconci-SP alerta sobre calor e pouca água

• Prevenção ao mosquito requer cuidados extras

C A P ACONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL PODEFAZER FRENTE À CRISE HÍDRICA ........6

• Recuperação pode durar até 25 anos

C O L U N A S

VIA CRUCISEmbora algumas instâncias de governo se mostrem mais ágeis na análise de projetos de empreendimentos do que antigamente, outras ainda apresentam morosidade, especialmente na área ambiental. Em plena era da informação, quando teremos pessoal suficiente e eficiência na aprovação por parte desses órgãos?

Moises LavanEngenheiro, São Paulo

ESCREVA PARA ESTA SEÇÃOE-MAIL: [email protected]: R. Dona Veridiana 55, 2º andar, 01238-010, São Paulo-SP

V O Z D O L E I T O R

S U M Á R I O

“O papel desta revista foi feito commadeira de florestas certificadas FSC

e de outras fontes controladas.”

PRESIDENTEJosé Romeu Ferraz Neto

VICE-PRESIDENTESEduardo Carlos Rodrigues NogueiraEduardo May ZaidanFrancisco Antunes de Vasconcellos NetoHaruo IshikawaJorge BatlouniLuiz Antônio MessiasLuiz Claudio Minnitti AmorosoMaristela Alves Lima HondaMaurício Linn BianchiOdair Garcia SenraPaulo Rogério Luongo SanchezRoberto José Falcão BauerRonaldo Cury de Capua

DIRETORES DAS REGIONAISElias Stefan Junior (Sorocaba)Fernando Paoliello Junqueira (Ribeirão Preto)Germano Hernandes Filho (São José do Rio Preto)Márcio Benvenutti (Campinas)Mario Cézar de Barros (São José dos Campos)Mauro Rossi (Mogi das Cruzes)Paulo Edmundo Perego (Presidente Prudente)Ricardo Aragão Rocha Faria (Bauru)Ricardo Beschizza (Santos)Sergio Ferreira dos Santos (Santo André)

REPRESENTANTES JUNTO À FIESPEduardo Ribeiro Capobianco, Sergio PortoCristiano Goldstein, João Claudio Robusti

ASSESSORIA DE IMPRENSARafael Marko - (11) 3334-5662Fabiana Holtz - (11) 3334-5701

CONSELHO EDITORIALDelfino Teixeira de Freitas, Eduardo May Zaidan, José Romeu Ferraz Neto, Maurício Linn Bianchi, Francisco Antunes de Vasconcellos Neto, Odair Senra, Salvador Benevides, Sergio Porto

EDITOR RESPONSÁVELRafael Marko

REDAÇÃOFabiana Holtz (São Paulo) com colaboração das Regionais: Ester Mendonça (São José do Rio Preto); Giselda Braz (Santos); Geraldo Gomes e Maycon Morano (Presidente Prudente); Enio Machado, Elizânio Silva e Tatiana Vitorelli (São José dos Campos); Marcio Javaroni (Ribeirão Preto); Ana Diniz e Simone Marquetto (Sorocaba); Sueli Osório (Santo André); Vilma Gasques (Campinas).Secretaria: Antonia Matos

ARTE E DIAGRAMAÇÃOMarcelo da Costa Freitas/Chefe de Arte

PUBLICIDADE• Dias Lima Agência Assessoria e Representação Ltda. (Pedro Dias Lima) - (11) 9212-0312• Raízes Representações (Vando Barbosa) -(11) 99614-2513 / [email protected]• Área Comercial - (11) 3334-5659

ENDEREÇOR. Dona Veridiana, 55, CEP 01238-010, São Paulo-SP

Central de Relacionamento SindusCon-SP(11) 3334-5600

CTP/ impressão: Pancrom Indústria Gráfica

Tiragem desta edição: 14.000 exemplares

Opiniões dos colaboradores não refletem necessariamente posições do SindusCon-SPnoticias@sindusconsp.com.brwww.sindusconsp.com.brfacebook.com/sindusconsptwitter.com/sindusconspyoutube.com/sindusconspmkt

Disponível na App Store e no Google Play

Conjuntura | Robson Gonçalves .............................5

Gestão Empresarial | MaRia anGelica l. PedReti ......20

Jurídico | Paulo antonio nedeR .............................26

Saúde | JussaRa MaRchesano GasPaRotto ...................30

Empreendedorismo | luiz MaRins ......................32

Soluções Inovadoras | GildeR nadeR, Paulo José saiz

JabaRdo e GabRiel boRelli MaRtins ................................40

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5revista notícias da construção / Março 2015

ROBSON GONÇALVES é professor dos MBAs da FGV e consultor da FGV Projetos

Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna:[email protected]

Certa vez, um amigo gaúcho me pergun-tou, com uma expressão séria no olhar: “Você sabe qual é o lema da cidade do Alegrete?” Como o assunto eram os regionalismos brasi-leiros, a primeira coisa que me veio à mente foi alguma expressão em latim. Mas resolvi não arriscar. Ele então esclareceu. “É assim: o mundo é uma porção de terra ao redor do Alegrete”. E dizem que, se você for até lá e olhar ao redor, de fato, o mundo está todo à sua volta...

Brincadeiras à parte, essa sensação de ser o centro do mundo, com tudo girando ao redor, é comum no Brasil, inclusive entre economistas. Não é exclusividade dos gaúchos do interior.

A frase infeliz “o Brasil é uma ilha de prosperidade num mar tempestuoso” foi dita em 1973, quando o governo militar tentava nos convencer de que a crise global não chegaria ao país. O que se viu na sequência foram tentativas improvisadas de esconder os desajustes no campo macroeconômico, o que nos empurrou rapidamente para a década perdida de 1980.

Desde 2009, quando nos recuperamos em velocidade recorde da crise financeira inter-nacional, esse sentimento de sermos o centro do mundo ressurgiu. O devaneio econômico foi sendo minado pela corrosão progressiva dos pilares da estabilidade econômica: déficit das contas públicas e externas, inflação em alta, crescimento zero. Então, se for possível aprender com as lições da história, o que es-perar para o futuro?

A economia norte-americana está em lenta recuperação e os europeus, quase em desespero, anunciaram medidas fortemente expansivas na política monetária em meio a uma nova crise grega. Ali ao lado, a Rússia, solapada pelos preços cadentes do petróleo e do gás, também vacila à beira do abismo de uma nova moratória, tudo isso em meio às tensões com a Ucrânia.

Se, de um lado, não somos uma ilha de prosperidade –ilha mesmo é Cuba–, por ou-tro, a tempestade global ainda não passou. E, navegando nesse mar tumultuado, vamos ter que fazer o ajuste doméstico, dolorido, mas necessário. Juntando tudo, nem mesmo o mais pessimista ou o mais irado opositor do atual

governo poderia dizer que estamos, nova-mente, diante de uma década perdida. Mas, um triênio perdido... bem... talvez.

Em 2014, tive-mos crescimento zero ou quase. Para 2015, as expectativas são de algo assim ou pior. Faz sentido. As elevações de diversos preços de referência, como dólar e energia, têm efeitos contracionistas sobre o nível de atividade. Somem-se a isso as políticas fiscal e monetária mais rigorosas. A angústia surge quando se nota que o investimento, público e privado, também está sendo afetado negativamente. Nossos gargalos de infraestrutura já eram grandes há dois anos. O colapso em alguns segmentos, como energia, só foi adiado pelo baixo nível de atividade. Se não rompermos esse círculo vicioso, o país cairá no que os economistas chamam de “armadilha de baixo crescimento”: não se investe porque não se cresce e não se cresce porque não se investe. Isso é quase uma maldição, coisa que vem com os ventos da Patagônia. Esconjuro!

Entre Alegrete e Patagônia

Evitemos o círculo vicioso que levaà armadilha do baixo crescimento

C O N J U N T U R A

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6 revista notícias da construção / Março 2015

C A P A

SindusCon-SP mostrarelevância da construção

sustentável para fazerfrente à crise hídrica

Conservar a água

FABIANA HOLTZRAFAEL MARKO

O enfrentamento da crise hídrica requer medidas mais fortes do que as adotadas até o momento e a construção civil está pronta a cooperar com o poder público para implementá-las. Esta foi a mensagem transmitida pelo presidente do SindusCon- SP, José Romeu Ferraz Neto, na abertura do Fórum Água – Contribuições da Construção Civil para os Desafios da Crise Hídrica, realizado em fevereiro pelo CTQ (Comitê de Tecnologia e Qualidade) e pelo Comasp (Comitê de Meio Ambiente) do sindicato, com a participação de 270 pessoas, na sede da entidade.

Ferraz Neto destacou a necessidade de “estímulos concretos à adoção de práticas e tecnologias necessárias para adaptação do ambiente construído e para os novos empre-endimentos, tendo como princípio a gestão atual e futura da oferta e da demanda de água, integrada aos conceitos da construção sustentável”.

“Isto contribuirá para a valorização dos empreendimentos e obras comprometidos

com soluções que visem o uso racional dos recursos naturais e as práticas de sustenta-bilidade. Também precisamos avançar na discussão e na adoção de normas técnicas, e envolver a sociedade nesta mobilização, de forma permanente.”

Lembrando o pioneirismo do Sin-dusCon-SP na disseminação do tema da construção sustentável entre as empresas, o presidente da entidade agradeceu à Se-cretaria Estadual de Recursos Hídricos e à Secretaria Municipal de Finanças de São Paulo, pela interlocução com o sindicato sobre o assunto.

A secretária adjunta de Recursos Hídri-cos, Mônica Porto, destacou que o Sindus-Con-SP tem se mostrado “muito pró-ativo e importante para o uso da água com susten-tabilidade”. Ela enfatizou a colaboração da construção “desde o início da obra, depois entregando edifícios com consumo racional e contribuindo para as políticas públicas”.

PPPs e concessõesO presidente da Apeop (Empresários de

Obras Públicas), Luciano Amadio, afirmou que o setor está pronto a “investir por meio de concessões e Parcerias Público-Privadas”, para captar mais água e reduzir perdas, bem como em projetos de dessalinização.

A presidente da Abrasip (Engenharia de Sistemas Prediais), Maria Luisa Passe-rini, preconizou o enfrentamento da crise hídrica “sem detrimento da qualidade de vida” e com medidas de reflorestamento e

Milene (Asbea), Maria Luisa (Abrasip), Ferraz Neto (SindusCon-SP), Mônica (Recursos Hídricos), Amadio (Apeop) e Ventura (Abrainc): em busca de soluções estruturadas com o poder público

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7revista notícias da construção / Março 2015

de punição a transgressores.As entidades do setor podem contri-

buir para que o poder público legisle com conhecimento técnico “evitando ações equi-vocadas”, enfatizou a diretora de Sustentabi-lidade da Asbea (Escritórios de Engenharia e Arquitetura), Milene Abla.

Tanto ela como o diretor executivo da Abrainc, Renato Ventura, defenderam a adoção de incentivos. Ventura preconizou a disseminação de experiências e inovações, bem como a adequação do arcabouço regu-latório sobre o tema.

IPTU verdeEm mesa redonda, a coordenadora

de Assuntos Econômicos da Secretaria Municipal de Finanças, Suiane Fernandes, anunciou que a Prefeitura deverá enviar à Câmara, ainda neste ano, um projeto de lei instituindo o IPTU verde. A proposta visará criar incentivo tributário para práticas de sustentabilidade.

Mediador da mesa, Alexandre de Oli-veira, membro do CTQ, defendeu o combate à “cultura do desperdício”. Segundo ele, “as construtoras precisam ensinar os usuários a utilizarem a tecnologia embarcada de sustentabilidade nas edificações modernas”.

No debate, Mônica mostrou ser esta a crise hídrica mais grave desde 1906, mas festejou que 80% dos consumidores tenham recebido bônus por economizar água em dezembro. Ela defendeu uma política de resiliência –a capacidade maior de resistir à crise com menos impacto–, mediante mais reservatórios, mais interligações para garantir o abastecimento e diminuição do consumo.

Américo Sampaio, coordenador de Sa-neamento da Secretaria, defendeu a adoção de programas de substituição em massa de chuveiros e bacias sanitárias, como aconte-ceu em Nova Iorque e Cidade do México. Segundo ele, a redução na conta de água na troca por um vaso sanitário economizador pagaria o investimento em nove meses. Relatou que a Sabesp investirá R$ 6 bilhões

nos próximos anos, na reforma da rede de abastecimento.

Comentando que as construções verdes economizam 40% de água, Marcelo Morga-do, assessor do vereador Gilberto Natalini (PV), informou que estão em elaboração projetos de lei para agilizar o licenciamento de obras que reduzam perdas e melhorem o abastecimento, e para monitorar a qualidade do conteúdo de caixas d’água e cisternas.

Fato consumadoO reúso do esgoto para consumo hu-

mano, segundo o consultor Plínio Tomaz, diretor presidente da Agência reguladora dos Serviços Públicos e Saneamento Básico de Guarulhos (AGRU), é uma realidade, um fato consumado. “A tecnologia nessa área avançou muito. Existem diversos sistemas de segurança que garantem a qualidade da água para o consumo”, afirmou o especia-lista durante o fórum.

Ele participou da mesa-redonda sobre avanços necessários na legislação, projetos e normas técnicas para uso de fontes al-ternativas, tecnologias e equipamentos de gestão, ao lado do consultor e coordenador de programas de uso racional da água, Plínio Grisolia, e do vice-presidente da Abrasip, Sérgio Cukierkorn. A mesa foi coordenada por Renato Sofiatti, membro do CTQ.

Segundo Tomaz, Guarulhos trata 50% do seu esgoto e estuda atingir a meta de 100% em dois anos. Ele destacou que o tratamento de esgoto é distribuído em três esferas (primária, secundária e terciária) e tecnicamente executado apenas até a fase secundária. “Precisamos fazer o tratamento terciário, chegando aos rios. Sem ele, esse problema não terá solução”.

Com relação às discussões técnicas, Tomaz lembrou que não há norma de reúso

Morgado (PV), Suiane (Prefeitura), Oliveira (CTQ), Mônica e Sampaio (Recursos Hídricos): incentivos junto com mudança de cultura

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8 revista notícias da construção / Março 2015

CAPA

e isso não depende apenas da ABNT. “Quem faz as normas somos nós, precisamos ser mais propositivos”, disse.

Sergio Cukierkorn, da Abrasip, conside-rou que evoluir tecnicamente sobre o assunto é uma questão urgente.

Grisolia, que coordena diversos progra-mas de uso racional da água, destacou que a ABNT tem discutido um Anexo Informativo. Seu texto deve ser claro, principalmente, porque precisa ser entendido pela sociedade e não apenas pelos técnicos.

Para ele, o uso racional da água está pre-sente em praticamente todos os segmentos da sociedade (saúde, transporte, alimenta-ção, lazer, hoteleiro), mas ainda existe uma resistência no residencial. “Infelizmente, muitos produtos economizadores de vazão não atendem às peculiaridades do uso resi-dencial convencional.”

Na busca de soluções práticas para a questão, Cukierkorn se disse impressio-nado com alguns números para análise de

consumo fornecidos pela Sabesp e outras empresas do meio. Segundo a empresa, 85% do fornecimento de água segue para consumo residencial e o chuveiro respon-deria por 45% do consumo dentro de uma residência.

Como resultado da pesquisa, o vice-presidente da Abrasip apresentou uma lista de ações para um consumo consciente re-comendada para condomínios residenciais, como a utilização de aparelhos redutores de vazão e planilhas individuais de controle do consumo.

Em um cenário mais otimista, Aron Zylberman, presidente executivo do Instituto Cyrela, avaliou que voltaremos a atingir uma situação confortável de abastecimento em cinco anos. “Sinceramente, acredito que isso pode demorar até 25 anos e sinto que a população não tem ideia da dimensão da cri-se.” O executivo fez a afirmação no último painel do fórum, uma reflexão sobre o papel do consumidor e dos formadores de opinião, que contou com as parti-cipações dos vice-presidentes do sindicato Francisco Vasconcellos e Maurício Bianchi.

Para Zylberman, a omissão tem sido o maior erro e estamos tratando o assunto como se a crise não tivesse sido provocada por nós. “Somos omissos ao sermos pouco propositivos. Vivemos uma crise de saúde pública e segurança”, alertou. Para exem-

plificar a falta de conscientização da população, ele perguntou para a plateia quantas pessoas conheciam o projeto Aliança pela Água e apenas 5% das pesso-as se manifestaram. Criada em outubro de 2014, o Aliança pela Água é uma rede formada por mais de 40 entidades da sociedade civil para alertar e apre-sentar propostas que ajudem o Estado de São Paulo a lidar com a crise e construir uma nova cultura de uso, economia e conservação de água. Zylberman co-mentou que, da mesma forma que o excesso de água (enchentes) desperta solidariedade na população, a escassez provoca agressividade e disputa.

Bianchi concordou em que passamos por uma mudança profunda de patamar. “Ou nos adaptamos a ela ou fechamos as portas”.

Vasconcellos, por sua vez, destacou a falta de cultura do setor em levantar e cruzar da-dos, fator determinante para a tomada de decisões. “Temos muitos números, mas eles não são reunidos, cruzados e divul-gados de forma organizada”, afirmou.

Recuperação pode demorar de 5 a 25 anos

Reúso da água de esgoto é fato consumado, disse Plínio Tomaz

Vasconcellos, Bianchi e Zylberman refletiram sobre o papel do consumidor e dos formadores de opinião

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10 revista notícias da construção / Março 2015

CAPA

Debate sobre consumo racional começou na década passada

Consciente da importância do uso racio-nal da água para a indústria da construção, o SindusCon-SP iniciou uma ação pela mudança de cultura do setor com relação ao assunto há mais de 10 anos. Em 2005, em parceria com a Fiesp e a ANA (Agência Nacional de Águas), o sindicato publicou o Manual de Conservação e Reúso da Água, com informações e orientações para cons-trutoras, incorporadoras, projetistas, gestores públicos e privados. Reeditado e atualizado, o material acaba de ganhar nova versão.

Segundo Francisco Vasconcellos, vice- presidente do SindusCon-SP, nos últimos anos as construtoras têm trabalhado a ques-tão em três frentes: na etapa de projeto e de-finição do produto; na execução da obra com técnicas da chamada “construção seca”; e no uso racional da água pelo cliente final, por meio da utilização dos redutores de vazão em torneiras e chuveiros, bacias sanitárias de baixo consumo, medidores individualizados nas unidades etc.

Hoje, estas ações veem sendo intensi-ficadas pelas construtoras, e a utilização de fontes alternativas como a água de reúso, passam a ser cada vez mais frequentes.

No entanto, tais ações tem um alcance de médio e longo prazo e para enfrentar a

crise hídrica atual, as construtoras têm adotado nas suas obras em execução soluções mais próxi-mas àquelas já adota-das pela população em geral, tais como o consumo consciente da água potável nos canteiros. Também podemos observar, a captação e amaze-namento da água de chuva, a compra de água através de caminhões pipa, e até o uso da água captada na drenagem dos subsolos.

Com propostas de aplicação práticas e de fácil aplicação, o Manual reeditado servi-rá como um guia para as empresas do setor na obtenção de bons resultados na redução do consumo de água potável.

RodízioO setor está bastante apreensivo, prin-

cipalmente quando se trata das obras em execução, com o impacto que a implantação de um sistema de rodízio no fornecimento de água pela Sabesp poderá gerar. “De certa forma, nossa preocupação é a mesma de qualquer outro cidadão, mas por se tratar de um setor que emprega milhares de pessoas, este impacto poderia no limite, obrigar a uma paralização das obras, e isto seria catastrófi-co”, acrescentou Vasconcellos.

Neste sentido, o quanto antes forem divulgadas as estratégias da Sabesp e da Secretaria de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, para fazer frente à atual cri-se, maior será a capacidade das empresas construtoras de se adaptarem, e portanto de reagirem à escassez de água.

SindusCon-SP tem trabalhado a questão da escassez de água em três frentes, diz Vasconcellos

Manual teve sua 2ª edição lançada em 2006

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12 revista notícias da construção / Março 2015

CAPA

ReúsoO setor da Construção desde 2005,

tem plena consciência da importância da utilização da água de reúso como fonte alternativa, mas apesar de vária empresas terem adotado esta fonte para fins menos nobres, persiste a falta de Normas Téc-nicas que regulem e deem a segurança necessária ao uso desta água.

Importante também seria a elaboração

de Norma Técnica que trate do Uso Racio-nal da Água, com enfoque na gestão deste precioso recurso.

Atento a esta situação, o SindusCon- SP está trabalhando junto ao CB-02 (Co-mitê Brasileiro da Construção Civil) da ABNT, para a abertura de uma Comissão Técnica que estruture e proponha uma ou mais normas que atendam estas urgentes necessidades.

Situação pede soluções práticasAjustes técnicos para o reúso da água

têm se mostrado obrigatórios diante da perspectiva de rodízio de água na cidade de São Paulo. De acordo com o engenhei-ro Renato Genioli, membro do CTQ do SindusCon-SP e diretor da construtora R. Yazbek, alguns condomínios já estu-dam a possibilidade de utilizar a água de drenagem –que não serve para consumo humano e seria descartada– para a lavagem da garagem e áreas externas, bem como para o jardim.

Genioli destacou que, além da gestão diária do hidrômetro, as construtoras e condomínios da cidade estão optando por saídas básicas e eficientes como a troca dos arejadores das torneiras e chuveiros por modelos mais econômicos, instala-ção de temporizadores, individualização do hidrômetro no caso dos condomínios, construção de poços artesianos e compra de caixas d’água.

“Sei de casos em que a água cinza (de chuveiros e lavatórios) já é tratada dentro do condomínio”, acrescentou.

No caso de empreendimentos em construção ou entregues recentemente, o engenheiro considerou que grande parte já conta com redutores de vazão nos chu-veiros e torneiras.

“O custo de algumas soluções tecno-lógicas para se reduzir o consumo é con-siderável, especialmente se você precisa

construir uma estação de tratamento, mas o resultado compensa”, afirmou o engenheiro.

Nos canteiros As construtoras

já têm optado pelo uso de água do len-çol freático em suas obras, sempre que possível, afirmou Ge-nioli. Aliado a isso, a água de reúso tam-bém sido aplicada para diversas ativida-des na execução e na operação do canteiro.

O SindusCon-SP tem debatido com outros representantes da cadeia a intro-dução de equipamentos de racionalização do uso e conservação da água nos pro-jetos de empreendimentos imobiliários. O sindicato também tem dialogado com representantes da Sabesp e da prefeitura.

Entre os esforços da população para minimizar os efeitos da crise hídrica, já existem estabelecimentos coletando a água que escorre do ar condicionado (que rende aproximadamente 15 litros por aparelho/dia), cidadãos projetando cisternas parti-culares e restaurantes trocando copos de vidro por material descartável.

(FH)

Condomínios já estudam o uso da água de drenagem para limpeza das áreas comuns, disse Genioli

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14 revista notícias da construção / Março 2015

P R O D U T I V I D A D E

Busca por indicadores avançaO foco na industrialização da cons-

trução e no aumento da produtividade do setor são pilares da atuação do SindusCon- SP. Ao partir desta premissa, o Comitê de Tecnologia e Qualidade (CTQ), através do seu Grupo de Gestão e Produtividade, tem tratado a questão da produtividade em três níveis: no canteiro de obras, nas empresas e setorialmente.

A falta de uma maior industrializa-ção no setor, a escassez de mão de obra especializada e necessidade de uma ges-tão empresarial mais robusta, aliados à piora no cenário econômico nacional, aos desdobramentos da crise hídrica e à volta do risco de uma crise energética, deixam pouca margem de manobra às construtoras e justificam cada vez mais, um foco no au-mento de produtividade como alternativa para enfrentar o quadro atual.

Segundo Jorge Batlouni, vice-presi-dente de Tecnologia e Qualidade e coor-denador do CTQ, é necessário a criação de indicadores de produtividade para o setor, principalmente nos serviços executados no canteiro de obras, que possam ser utiliza-dos como benchmarks (referenciais) de mercado pelas construtoras, na melhoria de seus processos produtivos.

Para Batlouni, estes indicadores para mensuração da produtividade dos serviços no canteiro, precisam ser simples e de fá-cil entendimento. “Essa medição precisa ser simples e acessível, pois só assim ela entrará na rotina das empresas”, afirmou.

Nesta direção, desde sua criação em 2013, o Grupo de Gestão e Produtividade do CTQ, coordenado pelo vice-presidente, Francisco Vasconcellos, tem conversado com universidades e empresas de consulto-ria, visando o desenvolvimento de estudos e diagnósticos que sinalizem os caminhos para a atuação do sindicato, nos três níveis anteriormente citados.

Entre as ações em curso, Vascon-cellos, destacou uma parceria com a aca-demia para definição dos indicadores de produtividade de serviços no canteiro de obras, o desenvolvimento de estudos e mo-delos para melhoria da gestão de empresas construtoras e por fim, as tratativas para atualização de um estudo – “Produtivida-de: a chave do desenvolvimento acelerado no Brasil” – da empresa de consultoria McKinsey, produzido em 1998.

Próximos passosAo abordar a questão da produtividade

no âmbito das empresas, o Grupo de Gestão e Produtividade do CTQ se apoiou em um estudo de 2014, desenvolvido pela empre-sa de consultoria EY (Ernst & Young) em parceria com a Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP, que produziu um diagnóstico sobre as causas da baixa produtividade das empresas do setor inti-tulado “Estudo sobre a produtividade na construção civil: desafios e tendências no Brasil”. Segundo Vasconcellos, “a intenção

Atacar a questão da baixa produtividade é o foco de Vasconcellos e Batlouni

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15revista notícias da construção / Março 2015

O “Estudo sobre produtivida-de na construção civil: desafios e tendências no Brasil”, produzido por uma equipe de pesquisadores do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP coordenados pelo professor Eduardo Zancul, e pelos profissio-nais da EY, coordenados pelo sócio e líder de Real Estate da EY para o Brasil e América Latina, André Vio-la Ferreira, apresenta um panorama sobre a urgência do tema para as construtoras e incorporadoras, defi-nindo e conceituando as principais alavancas de produtividade do setor.

Neste estudo, grandes obras de infraestrutura, como portos, rodovias e aeroportos, não foram incluídas no levantamento.

A pesquisa indica como alavancas relevantes para o aumento da produtividade: a melhoria do planejamento de empreendimentos; a adoção de novos métodos de gestão de processos; a utilização intensiva de equipamentos; a utilização de métodos construtivos industrializados ou semi industriali-zados; as melhorias de projetos e uma maior qualificação da mão de obra. De acordo com o estudo, devido ao seu potencial para viabilizar o crescimento contínuo do setor e impacto na

lucratividade, a produtividade está no topo da agenda dos executivos do setor.

O levantamento apurou que, embora tenham registrado um aumento de 50% na receita líquida entre 2007 e 2011, as cons-trutoras e incorporadoras consultadas tive-ram alta nos custos de até 60% no período. Como consequência, o que se observou foi uma redução das margens dessas empresas.

Em sua conclusão, o estudo defende que para recuperar suas margens as em-presas de construção civil precisam adotar um programa abrangente de aumento de produtividade, com múltiplas iniciativas coordenadas.

A pesquisa ouviu 74 executivos que trabalham no setor, sendo 50% em empresas de grande porte. (FH)

Alavancas da produtividadeé irmos além e a partir do diagnóstico da EY queremos propor medidas que auxiliem as empresas na escolha das ações a serem adotadas”.

Por se tratar de um setor com ciclos longos de produção, o coordenador do estudo pela Escola Politécnica da USP, professor Eduardo Zancul, acredita que qualquer ação para mudança do cenário diagnosticado no estudo, terá seus resulta-dos no médio prazo, e portanto, tais ações são urgentes e imediatas, se as empresas estão realmente comprometidas com o aumento da produtividade.

O estudo da EY e Escola Politécnica entre outros pontos, evidencia a necessi-dade das empresas se capacitarem para um melhor planejamento da execução dos empreendimentos, para uma melhoria da gestão interna e para a adoção de sistemas e subsistemas mais industrializados.

Segundo Vasconcellos, conforme o estudo aponta, um dos grandes gargalos da produtividade na indústria da construção está na falta de capacitação para análise de processos produtivos. “Ainda temos muita dificuldade em achar profissionais com esse tipo de conhecimento, e tanto o planejamento como a gestão dos proces-sos dependem muito deste profissional”, observou.

Para Batlouni, a partir do diagnóstico apresentado pelo es-tudo fica mais claro a definição das priorida-des a serem adotadas pelas empresas.

“A discussão é longa e para dar certo exigirá a dedicação de todos os elos da cadeia, pois a cons-trutora sozinha não terá como resolver o problema”, afirmou.

(Fabiana Holtz)

Tema está no topo da agenda dos executivos do setor, diz Zancul

Estudo sobre produtividade na construção civil: desafios e tendências no Brasil

TMRio2016

Ernst & Young agora é EY.

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16 revista notícias da construção / Março 2015

PRODUTIVIDADE

Sistemática é o principal desafioA falta de uma sistemática para men-

surar a produtividade é o primeiro pro-blema a ser encarado pelas empreiteiras, segundo Maria Angelica Covelo Silva, diretora da NGI Consultoria e Desenvolvi-mento. “Não é a habilidade de cada traba-lhador o fator determinante para se chegar a um indicador de produtividade. Temos os aspectos do projeto e a continuidade que ele proporciona, organização do canteiro e logística e vários outros itens que afetam cada serviço de forma diferente. Saber identificar estes fatores e dimensionar a equipe com dados seguros de produtivi-dade em condições semelhantes é o pri-meiro passo. Mas para isso é preciso uma metodologia adequada”, afirmou. Segundo ela, o segredo está em saber identificar o que afeta a produtividade para cada tipo de serviço.

Manter a equipe motivada em tempos de baixa atividade também merece atenção e pode ser considerado um ponto chave para garantir um bom desempenho. “Em tempos como hoje a motivação do trabalhador se volta para aspectos básicos de garantia da sua subsistência. Ele precisa ter um mínimo de segurança de que não irá perder o emprego”, observou a consultora, citando os princípios básicos da pirâmide de motivação, teoria do psicólogo norte-americano Abraham Maslow. De acordo com ele, as necessidades humanas podem ser agrupadas em cinco níveis: fisiológicas, de segurança, sociais, de autoestima e de auto-realização.

Teoria e práticaOutro grande entrave no caminho da

produtividade, apontou a especialista, está no ensino de Engenharia e Arquitetura praticado no país. Essa questão, segundo Maria Angelica, afeta não apenas a pro-dutividade, mas pontos essenciais como desempenho, tecnologia e qualidade. O

problema, porém, não deve ser atribuído ex-clusivamente à grade curricular. “Hoje temos inúmeros docentes en-sinando temas que nun-ca praticaram ou nem sequer sabem como ocorrem na prática nas empresas e no processo de projeto e produção de bens da construção civil. Com as mesmas disciplinas que exis-tem hoje seria possível atingir resultados de formação muito melhores.” A questão, segundo ela, pede ações práticas e efetivas do Ministério da Educação.

IncentivosEmbora algumas empresas já estejam

promovendo melhorias de gestão e tec-nologia, Maria Angelica considerou que ainda estamos longe de ações setoriais efetivas para a solução dos gargalos de produtividade. Ela lembrou que é preciso agir como grupo para se conquistar estí-mulos do governo à industrialização do processo de produção da construção civil. Nesse ponto, disse acreditar que o setor só avançará quando as empresas deixarem de pensar individualmente, buscando solu-ções que atendam a toda a cadeia.

A falta de respaldo do governo à pro-dutividade tem impacto considerável nesse cenário e também exige uma ação mais integrada do setor, concluiu a especialista. “Ainda somos um país em que fazer uma esquadria no canteiro (escolha que com-promete a qualidade e a produtividade) acaba sendo a opção de muitos por causa da tributação diferenciada entre fazer no canteiro e fazer em fábrica.” (FH)

Maria Angelica: É preciso identificar o que afeta a produtividade em cada tipo de atividade

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18 revista notícias da construção / Março 2015

Quando a crise vira oportunidadeAgir, sair do imobilismo, diferencian-

do-se da concorrência pelo comprometi-mento. Essa é a receita de José Carlos de Arruda Sampaio, diretor da JDL Qualidade e Segurança do Trabalho e Meio Ambiente e colunista da Notícias da Construção, para enfrentar o momento de baixa ativi-dade previsto para 2015.

Segundo Sampaio, as maiores oportu-nidades estão nos piores momentos. Crises institucionais, políticas, econômicas ou sociais, lembrou o especialista, fazem parte da história da humanidade e sempre foram superadas com grandes avanços – principalmente tecnológicos. “Esses episódios são necessários para dar uma chacoalhada em todo mundo. Sem eles a gente não cresce”, afirmou.

Estar preparado estrategicamente para os picos de baixa é fundamental, acrescen-tou Sampaio, principalmente em setores de ciclo longo, como a construção civil. “Vejo a má gestão como um dos grandes gargalos para a produtividade. Em cenários como esse, com perspectiva de crescimento próximo de zero, quem vê a oportunidade e não se deixa paralisar pelo medo, com certeza sairá na frente”, afirmou.

Na sua avaliação, a construção bra-sileira ainda trabalha com um sistema de produção arcaico. Prova disso, acrescen-tou, é que a produtividade brasileira no setor corresponderia a um terço da norte--americana.

De acordo com o especialista, o momento é ideal para o empresário rever seus processos internos de gestão e pla-nejamento, investindo na conquista do comprometimento de seus trabalhadores. “Só se fala em custo e prazo. Raramente vejo um processo real de gestão de pessoas dentro das empresas.”

Para começar a corrigir essa falha, ele recomendou a adoção de programas

internos que levem o trabalhador a se sentir parte do processo pro-dutivo. Isso é possível através da informação e da participação dentro dos canteiros. “O com-prometimento deve ser recíproco. Para ter uma equipe engajada é preci-so que ela se sinta valo-rizada pelo empregador, sendo parte do processo produtivo e não apenas uma peça descartável”, destacou Sampaio.

(FH)

Afinado com as tendências e necessi-dades da indústria da construção, o Senai-SP tem circulado pelo Es-tado de São Paulo com duas unidades itineran-tes promovendo cursos de qualificação de 160 horas. Segundo Abílio Weber, diretor da Escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo, no Tatuapé, entre as formações oferecidas pelas duas unida-des estão: pedreiro de alvenaria, revestimento em argamassa, carpinteiro de formas, pintor de obras, eletricista instalador, montador de andaimes e instalador hidráulico.

No primeiro trimestre deste ano, uma das unidades cir-cula por Coronel Macedo, Taquaritinga e Peruíbe, atendendo 120 alunos. A segunda unidade roda pelos municípios de São José dos Campos, Itapeva, Itararé e Porangaba e deve atender 180 alunos. Uma terceira unidade, com curso de esquadria de alumínio, percorre neste semestre Franca, Santo André, Taubaté e Alumínio.

Senai-SP tem escola itinerante

Trabalhador precisa se sentir valorizado, diz Sampaio

PRODUTIVIDADE

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20 revista notícias da construção / Março 2015

MARIA ANGELICA LENCIONE PEDRETI é professora de Contabilidade e Finanças da FGV e mestra em Administração de Empresas; trabalha em Planejamento Estratégico

Cuide das pessoas

Seleção, carreira e reconhecimentosão estratégicos para produtividade

G E S T Ã O E M P R E S A R I A L

O fator humano é fundamental na busca por produtividade, pois permite obtê-la inte-grada à qualidade. Estudos comprovam que o fator mais importante no desenvolvimento de um país é a capacidade de sua força de trabalho produzir bens e serviços de qualidade e com alta produtividade, o que se aplica a nossas empresas.

O fator humano é responsável por elevar a produtividade das estruturas das empresas, por meio de processos mais inteligentes, da introdução de inovações (em materiais e em conceitos, produtos, processos), da sua capacidade de gerar novo conhecimento ou de absorver conhecimento externo e aplicá-lo produtivamente. Vejamos algumas ações que, juntas, levam a uma força de trabalho que cumpra toda esta tarefa.

Primeiro vem o recrutamento e a seleção de pessoas cujo perfil e habilidades sejam desejáveis para a função. Mas se você quer ver a coisa voar alto, selecione funcionários que compartilhem dos valores de sua organi-zação: elas não precisarão aprender os valores, porque já os possuem interiorizados, e eles norteiam suas atitudes. Elas desempenharão suas funções sem conflitos com crenças pró-prias e contribuirão para a organização por acreditarem nela.

Selecionadas as pessoas certas para as funções corretas, o próximo passo é o treina-mento. Inicialmente, claro, para a função. Mas experimente mostrar que você está treinando seu funcionário para cargos superiores (você precisa mostrar que existe um plano de carrei-ra, para que ele enxergue e decida o que quer

trilhar). A chance de reter os talentos da com-panhia é maior quando eles compartilham seus valores, trabalham no que gostam e pelo que acreditam e podem vislumbrar crescimento e oportunidades futuras.

Além disso, dar a oportunidade de aper-feiçoamento, de aquisição de novos conheci-mentos e habilidades significa que a empresa acredita no potencial deste funcionário, ou seja, é puro reconhecimento.

Retomando: seleção, treinamento, reco-nhecimento e... recompensa.

Para cada tipo de funcionário, para cada função desempenhada, para cada nível edu-cacional ou até sociocultural, a recompensa é diferente. Novamente recorro a pesquisas que comprovam que quanto mais alto é o nível intelectual do funcionário, menos efeito

terá uma recompensa material ou financeira e mais efeito terá uma recompensa de cunho mais social ou até de auto-realização.

É a famosa Teoria de Maslow: trata-se de uma pirâmide em que as necessidades mais básicas estão nos níveis mais baixos, seguidas pelas necessidades de segurança, sociais e de auto-realização. Quando um nível de necessi-dade é satisfeito, o ser humano passa a buscar o próximo, o que explica que funcionários mais humildes se sintam recompensados com um prêmio material, enquanto um cientista Phd se sentirá recompensado por obter um labo-ratório e uma equipe para finalmente dispor dos recursos físicos e humanos para poder comprovar sua teoria.

Mas nada se compara a sentir-se tratado com justiça e respeito, se bem que isso nem se precisa falar...

Seleção, treinamento, reconhecimento e recompensa. Pense nisso!

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21revista notícias da construção / Março 2015

Paula Motta Lara: rumo ao licenciamento expresso em cinco dias úteis

I M O B I L I Á R I O

Informatização da SEL avançaA SEL (Secretaria Municipal de Licen-

ciamento) da Prefeitura de São Paulo está trabalhando na reformulação do Sistema Eletrônico de Licenciamento de Construções (SLCe). Segundo a secretária Paula Motta Lara, na primeira etapa do novo SLCe, residências unifamiliares poderão ser licen-ciadas expressamente, em cinco dias úteis, com os alvarás de Aprovação e de Execução emitidos em um único documento. Nas eta-pas seguintes, o licenciamento expresso será implementado para outros usos.

Também estão em andamento a agili-zação do fornecimento de Fichas Técnicas e da produção do Boletim de Dados Técni-cos; a digitalização de plantas do cadastro urbanístico; e a formação um núcleo de geoprocessamento, para integrar todos os sistemas de informação da SEL.

Para estes e outros procedimentos que agilizam a aprovação de projetos de constru-ção, o órgão tem contado com a colaboração do projeto Plantas On Line 2, articulado por SindusCon-SP, AsBea e Secovi-SP.

Recorde de aprovaçõesEm 2014, a SEL aprovou 3.103 proces-

sos de edificação, um recorde em relação ao realizado pela Prefeitura nos últimos cinco anos. O número representa um acréscimo de 22,5% na comparação com os 2.533 processos aprovados em 2013, primeiro ano de funcionamento da Secretaria e da gestão do prefeito Fernando Haddad.

No ano passado, a SEL indeferiu 4.117 processos de edificação, por descumpri-mento da legislação. Os indeferimentos visam evitar que os requerentes protocolem projetos inadequados, para posteriormente os modificarem diversas vezes no decorrer da análise –o que prejudica o mercado ao retardar o tempo que os funcionários pode-riam dedicar à análise dos demais pedidos de aprovação.

Segundo a SEL, se o interessado protocolar um pedido que cumpra todas as exigências legais, a aprovação poderá sair em até 90 dias.

Dentre os projetos aprovados no ano passa-do, 251 deverão resultar na construção de 22.193 unidades habitacionais po-pulares: 15.426 unidades de Habitação de Interesse Social (HIS) e 6.767 de Habitação de Mercado Popular (HMP).

O número representa aproximadamente 40% da meta da atual gestão, de viabilizar 55 mil dessas unidades até o final de 2016. Entre julho de 2013 (quando a SEL foi criada) e dezembro do mesmo ano, outras 7.298 unidades já haviam sido aprovadas. Atualmente, há cerca de 500 projetos de moradia popular em análise.

A Secretaria também publicou três decretos para ajustar as normas municipais às exigências do programa Minha Casa, Minha Vida. Criou uma coordenadoria para tratar do assunto, e uma subcomissão para licenciar grandes empreendimentos de HIS.

Outros avançosA SEL já informatizou o licenciamento

de elevadores, escadas e esteiras rolantes, criando um cadastro eletrônico que substi-tuiu os alvarás de instalação e funcionamen-to, antes obtidos em papel. De julho de 2014, quando o sistema entrou no ar, a janeiro deste ano, 2.246 equipamentos foram cadastrados.

A secretaria também passou a emitir o Certificado de Edificações de forma eletrô-nica. O documento mostra se um imóvel está regular ou não, além de fornecer o histórico da edificação. (Rafael Marko)

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22 revista notícias da construção / Março 2015

Watanabe colocou o SindusCon-SP à disposição do instituto voltado à inovação

S I N D U S C O N - S P E M A Ç Ã O

Aldo Rebelo inaugura o IsitecO ex-presidente e conselheiro do

SindusCon-SP, Sergio Watanabe, participou em fevereiro da solenidade de abertura do Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec), do qual é conselheiro. Watanabe es-teve acompanhado do membro do Conselho Consultivo do SindusCon-SP Marcos Rober-to Campilongo Camargo. O ex-presidente, que também integra o Conselho Consultivo, colocou o sindicato à disposição para auxi-liar na colocação dos profissionais que se formarem no Isitec, voltado à inovação.

A aula inaugural foi proferida pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo.

Na avaliação de Rebelo, o país está preparado para vencer os desafios do desen-volvimento. O ministro, porém, observou que o país se depara também com grandes dificuldades, como se superar em ciência, tecnologia e inovação e aumentar a compe-titividade da indústria nacional. “Somos a

sétima economia do mundo, mas estamos muito mal em inovação.” Em recente análise do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a exportação de alta tecnologia caiu muito, e a de baixa tecno-logia aumentou. “O Brasil está perdendo o emprego industrial, e sabemos que a classe média urbana clássica é um fenômeno da industrialização.” Para ele, o país está num processo de perda substancial de sua indústria.

A aula inaugural também contou com o deputado federal Paulo Teixeira (PT), os vereadores paulistanos Eliseu Gabriel (PSB) e Gilberto Natalini (PV), os presidentes do Confea, José Tadeu da Silva; do Crea-SP, Francisco Kurimori; e do Sinaenco, José Roberto Bernasconi; a vice-presidente da SBPC, Dora Fix Ventura; o secretário de Serviços do Município de São Paulo, Simão Pedro; e o presidente do Inpe, Leonel Fer-nando Perondi.

MCMV: recolhimento de 1% vale até 2018A Lei 13.097, de 19 de janeiro de 2015

(DOU de 20/1/2015), introduziu alterações em diversas legislações vigentes. Abaixo, a Assessoria Jurídica do SindusCon-SP destaca algumas delas:

• altera a Lei 10.931/04 para estender até 31 dezembro de 2018 o prazo de vigên-cia de recolhimento tributário unificado no percentual de 1% incidente sobre receita mensal recebida pelas incorporações in-cluídas no programa Minha Casa, Minha Vida e iniciadas a partir de 31 de março de 2009. Anteriormente, esse prazo estava previsto para expirar em 31 de dezembro de 2014;

• altera a Lei 12.024/09 para estender até 31 dezembro de 2018 o prazo de vigên-cia do recolhimento tributário unificado no percentual de 1% sobre a receita auferida

pela construção de unidades habitacio-nais de valor até R$ 100 mil, no âmbito do programa Minha Casa Minha Vida. Anteriormente esse prazo estava previsto para expirar em 31 de dezembro de 2014;

• dispõe sobre o artigo 32-A, da Lei 8.212/91, para dispensar do pagamento de multas pela não entrega da GFIP, ou pela entrega da guia com incorreções, no período compreendido entre 27 de maio de 2009 e 31 de dezembro de 2013, desde que nesse período não tenha ocorrido fato gerador da contribuição previdenciária;

• dispõe sobre o artigo 32-A, da Lei 8.212/91, para anistiar as multas lançadas até o dia 20/1/2015 pela não entrega da GFIP, desde que a guia tenha sido entregue até o último dia do mês subsequente ao previsto para a entrega.

Veja a íntegra da Lei 13.097:www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13097.htm

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23revista notícias da construção / Março 2015

Secretaria estadual da Habitaçãoreavalia os programas do setor

O novo secretário estadual da Habita-ção, Nelson Luiz Baeta Neves Filho, deverá traçar as diretrizes da CDHU e da Casa Paulista após uma reavaliação, buscando melhorar sua eficiência.

Foi o que informou ao presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, e ao vice-presidente de Habitação Popu-lar, Ronaldo Cury, em audiência, no final de janeiro. Acompanhados do gerente de Produção e Mercado, Elcio Sigolo, os di-rigentes colocaram o sindicato à disposição da secretaria.

Ferraz Neto e Cury registraram a importância da interlocução mantida com aquele órgão e manifestaram a intenção de seguir contribuindo com as discussões das políticas e dos programas de habitação – em especial o Casa Paulista, dada a sua im-portância no contexto do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), considerando o aporte financeiro do Estado para viabilizar o programa federal no território paulista.

Baeta Neves mostrou-se muito recep-tivo ao diálogo e disse esperar contar com as contribuições do SindusCon-SP.

Minha Casa: mudançasSobre o MCMV, Baeta Neves comen-

tou que o convênio assinado com o governo federal por ocasião da segunda etapa do programa estava encerrado. Assim, para a fase 3 do programa, cujas diretrizes não haviam sido lançadas pelo governo federal até o fechamento desta edição, haverá ne-cessidade de novo convênio.

O secretário destacou que poderá haver alterações no formato e nas condições da participação do Estado no programa, em função do contingenciamento decretado pelo governo estadual.

Baeta Neves informou que iria republi-

car o edital da PPP da Habitação na região central de São Paulo, com vistas aos lotes 2, 3 e 4. Esta primeira PPP objetiva a Concessão Administrativa des-tinada à Implantação de 14.124 Habitações de Interesse Social, Habitações de Mercado Popular e requalificação urbana no cen-tro da capital.

Por conta do edital da con-corrência, publicado em setem-bro do ano passado, houve a apresentação de proposta somente do lote 1, localizado no distrito da Barra Funda e que prevê a construção de 3.683 unidades. Em dezembro, a proposta foi classificada por cumprir todos os requisitos exigidos.

O SindusCon-SP reforçou a importân-cia do papel do Graprohab (órgão estadual colegiado de análise integrada de projetos de empreendimentos).

Meta atingidaA CDHU atingiu sua meta em 2014,

informou a Secretaria da Habitação. Foram 63 mil atendimentos, entre unidades habi-tacionais entregues, unidades em obras, famílias beneficiadas por obras de urbani-zação de favelas e outras em obras, cartas de crédito e auxílios moradias, segundo dados do órgão.

Entre obras em andamento, a compa-nhia tinha em fevereiro contratos firmados com 150 construtoras, além de 135 obras contratadas pelos municípios, por meio dos convênios do Programa de Parceria com Municípios. Na ocasião, a CDHU realiza-va obras de edificação e urbanização em 9 municípios da Região Metropolitana e 187 em cidades do interior.

(RM)

Baeta Neves: fase 3 do Programa Minha Casa exigirá novo convênio com o governo federal

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24 revista notícias da construção / Março 2015

LUIZ ANTÔNIO MESSIAS é vice-presidente de Obras Públicas do SindusCon-SP

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Sair do imobilismo

Infraestrutura precisa ser ampliadacom legalidade e de forma eficiente

A ampliação da infraestrutura é in-dispensável neste grave momento da vida nacional.

A exemplo de ocasiões semelhantes na história recente do Brasil, para evitar a recessão, estimular a confiança dos investi-dores privados e melhorar o ambiente geral da economia, é fundamental que a União, os Estados e os Municípios ampliem os inves-timentos em obras de energia, saneamento, transportes e comunicações, dentre outras.

As empresas nacionais têm plenas con-dições de levar adiante esta tarefa, podendo consorciar-se entre si ou com empresas estrangeiras que tragam novos equipamen-tos e tecnologia, agilizando e barateando a execução de obras públicas, em benefício do contratante e da sociedade que irá usufruir dos serviços derivados das obras quando estiverem concluídas.

Para tornar eficientes e ágeis as lici-tações e o gerenciamento dos respectivos contratos, os governos precisam desenvolver um conjunto de ações como: agilizar plane-jamentos; providenciar projetos executivos; dar andamento aos cronogramas de contra-tação e execução; desburocratizar processos internos nos órgãos públicos que entravam o andamento das obras e, sobretudo, honrar contratos, principalmente mantendo os pa-gamentos nas datas acordadas, sem o que se confere um poder discricionário ao gestor público, com nefastas consequências.

No entanto, sistematicamente ocorrem atrasos de pagamento em obras públicas. Re-cursos orçamentários são contingenciados,

postergando o início de novas obras. Novas licitações são adiadas.

Esses e outros fatores têm dificultado a obtenção de financiamentos para a am-pliação da infraestrutura. Por este motivo, as instituições financeiras oficiais deveriam intensificar as operações de suas linhas de crédito.

Programas de concessões e as Parcerias Público-Privadas (PPPs) devem ser retoma-das com toda a premência e tais iniciativas precisam se tornar cada vez mais atrativas e seguras para os investidores privados.

O sucesso de todas estas ações também dependerá da mais estrita observância das le-gislações que regem as licitações públicas, as concessões e as PPPs. Estes diplomas legais têm por princípio assegurar a mais ampla concorrência de mercado, em benefício do Estado e da sociedade.

O Congresso de-verá retomar neste ano a discussão sobre mudanças destas le-gislações, com a intro-dução de mecanismos

do Regime Diferenciado de Contratações. É preciso cuidado redobrado para que, a pre-texto de se agilizarem as licitações, o direito à concorrência não seja cerceado.

Em outra frente, é necessário avançar nas atualizações das composições de preços unitários, utilizadas nas licitações públicas e pelos órgãos de controle. Tais tabelas devem servir única e exclusivamente como parâme-tro para orçamentos e não como teto para se licitar e fiscalizar, o que certamente ampliará ainda mais a concorrência entre as empresas.

Se os governos conseguirem levar esta agenda adiante, em breve voltaremos a ter crescimento econômico com desenvolvi-mento social sustentável.

O B R A S P Ú B L I C A S

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25revista notícias da construção / Março 2015

Ministério do Trabalho assume CPRAntônio Pereira do Nascimento, auditor

fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), assumiu em fevereiro a coordena-ção do Comitê Permanente Regional - São Paulo (CPR-SP), que trata das condições e meio ambiente do trabalho na indústria da construção. A posição era ocupada pelo vice- presidente de Relações Capital-Trabalho e Responsabilidade Social do SindusCon-SP, Haruo Ishikawa, desde fevereiro de 2013.

Ishikawa agradeceu o apoio do grupo na consolidação da NR-18 e colocou o sindicato à disposição da nova coordenação.

A posse de Pereira foi acompanhada pela auditora fiscal Viviane Jesus Forte, chefe da seção de Segurança e Saúde no Trabalho da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, e Elias Alves Teixeira, do Sindicato dos Trabalhadores de Marília

(representando a Feticom-SP). Na ocasião, além de novidades na re-

visão da NR-18, foram apresentadas duas palestras sobre boas práticas e novas tecnolo-gias. Dentro do esquema de rodízio adotado pelo comitê tripartite, um representante dos trabalhadores deve assumir a coordenação em 2017. (FH)

Presidente do TRT elogia o sindicatoA presidente do TRT de São Paulo, Sil-

via Regina Pondé Gastão Devonald, elogiou a colaboração e parceria do SindusCon-SP nas ações institucionais do tribunal. A manifes-tação foi feita na abertura da solenidade de lançamento da Pesquisa sobre Trabalho Es-cravo e Tráfico de Pessoas no Estado de São Paulo, no final de janeiro. O vice-presidente Haruo Ishikawa, acompanhado do coordena-dor da Assessoria Jurídica, Renato Romano, representou o sindicato no evento.

Na ocasião, a coordenadora do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (NETP) da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, Juliana Felicidade Armede, apresentou a publicação “Tráfico de Pessoas e Trabalho Escravo no Estado de São Paulo – Análise dos procedimentos judiciais e extra-judiciais do Ministério Público do Trabalho e Ministério Público Federal”.

A publicação traz os resultados da pes-quisa “Mapeamento sobre Tráfico de Pessoas

e Trabalho Escravo no Estado de São Paulo”, realizada conjuntamente por especialistas da Secretaria de Gestão Pública e pelo NETP, com dados daqueles Ministérios Públicos. O trabalho apresenta os casos registrados de 2012 a novembro de 2014 ocorridos no Bra-sil, objetivando subsidiar as políticas públicas do governo estadual relativas à questão.

O Ministério Público Federal registrou 11 casos de exploração laboral na construção civil no país, envolvendo 281 trabalhado-res, segundo estimativa dos pesquisadores. Destes casos, 7 ocorreram no Estado de São Paulo, sendo 3 na Região Metropolitana da capital, e 1 em cada uma das regiões de São João da Boa Vista, Piracicaba, Limeira e Campinas.

Já o Ministério Público do Trabalho registrou 21 casos na construção civil brasi-leira, envolvendo estimados 1.024 trabalha-dores. O levantamento não informa quantos ocorreram no Estado. (RM)

Teixeira, Viviane, Ishikawa e Pereira, durante reunião no SindusCon-SP

R E L A Ç Õ E S C A P I T A L - T R A B A L H O

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26 revista notícias da construção / Março 2015

Nos contratos de venda de imóveis para entrega futura, além dos valores pagos com recursos próprios pelos compradores, via de regra há montantes a serem financiados por estes junto às entidades financeiras.

Havendo atraso na outorga da escritura, os juros continuam a incidir sobre o valor a ser financiado e este acaba por ficar majo-rado. Para exemplificar, suponha-se que o valor do financiamento seja de R$ 100 mil; tendo havido um atraso de 6 meses na en-trega da obra, o agente financeiro acresceu R$ 10 mil de juros.

Nessa situação, há decisões judiciais acolhendo a pretensão dos adquirentes em responsabilizar os empreendedores pelos juros decorrentes do atraso da obra (inclusive atraso na obtenção do “habite-se”). Segundo tais decisões, o empresário deve arcar com a diferença apurada.

A porta é estreita para eximir-se da responsabilidade, já que o Código de Defesa do Consumidor (e mesmo o Código Civil) prevê a responsabilização do fornecedor. Pode-se alegar, por exemplo, a existência de prazo de carência/tolerância (tem-se adotado 180 dias, o que vem sendo aceito) ou eventualmente alegar casos fortuitos e de força maior para o inadimplemento (há argumentos para não se acolher esta última hipótese, como se verá adiante).

O Código de Defesa do Consumidor, aplicável à espécie quando se refere a relações de consumo, não economiza dis-posições resguardando os adquirentes, de-terminando “a efetiva prevenção e reparação

de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos”.

E, para agravar, a responsabilidade do empresário em relações de consumo é objetiva, ou seja, independe da existência de culpa (o que pode gerar alguma discus-são sobre a possibilidade de se alegar caso fortuito ou força maior para não suportar o ônus decorrente do atraso).

Pode haver comprador, de boa ou má-fé, que se negue a assinar as escrituras, agra-vando o problema. Até se podem imaginar situações em que o adquirente, não tendo condições para obter o financiamento (renda insuficiente, cadastro negativo etc.), busque criar argumentos para postergar a obrigação, o que exige agudeza de percepção do em-presário no sentido de se averiguar se não é mero expediente para evitar a mora.

Finalmente, mas não por último, é de se aventar a hipótese de o adquirente pretender danos morais. No que se refere a estes, ainda que exista o problema, não é o caso de, em

nosso entender, serem acolhidos, pois esta-riam no campo do “aborrecimento”, distinto do “dano”.

Deveras, um aborrecimento (ou trans-torno) está longe de ser considerado como motivo para tornar-se dano indenizável. Porém, não se deve desprezar a hipótese de o pedido de danos morais ser acolhido, desde que haja relação de causa e efeito entre um problema causado pelo empreendedor ao adquirente, decorrente dos fatos de não haver assinatura da escritura ou de não obtenção da posse, e que afetem psicologicamente o comprador (por exemplo, necessidade de pagar aluguel e privação de posse do imóvel adquirido).

Atraso em obra

A Justiça têm responsabilizado oempreendedor por juros adicionais

J U R Í D I C O

PAULO ANTONIO NEDER é advogado e membro do Conselho Jurídico doSindusCon-SP

Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: [email protected]

Page 27: Notícias da Construção - 142 - Conservar a água

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Page 28: Notícias da Construção - 142 - Conservar a água

Preparando oPessoal de Obrapara o e-Social7 de abril, em São Paulo

e-Social - Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas• 9 de abril, em São Paulo• 15 de abril, em Ribeirão Preto

e-Social - Legislação Trabalhista x Previdenciária 16 de abril, em São José dos Campos

Compensação de Débitos de Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta – CPRB • 23 de abril, em Mogi das Cruzes• 29 de abril, em Ribeirão Preto

Entendendo a Construção Civil na Área Previdenciária 24 de abril, em Bauru

Gestão Estratégica de Pessoas:uma Nova Visão de Gestão de Pessoas nas Organizaçõesna Era do e-Social 27 de abril, em São Paulo

Consórcio de Obras deConstrução Civil e asObrigações Previdenciárias 28 de abril, em Santos

Capacitação nos Requisitos da Norma de Desempenho24 e 25 de abril, em Santo André

ISS e INSS - Contratação de Empreiteiros14 de abril, em São Paulo

Gestão de Custos na Construção Civil14 de abril, em São Paulo

Fundamentos Fiscais sobre o ICMS, IPI e ISS, aplicados à Construção Civil6 de abril, em Presidente Prudente

Controladoria, Administração dos Custos e Gestão Econômica13 de abril, em São José do Rio Preto

Gestão de Pessoas nas Organizações15 de abril, em São Paulo

PLR sem Segredos: Como Transformar o PLR num Eficaz Instrumento de Gestão16 de abril, em São Paulo

Orçamentos para Licitações Públicas• 7 de abril, em São José dos Campos• 28 de abril, em São Paulo

Licitações Públicas de Obras e Serviços de Engenharia9 de abril, em São Paulo

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Page 29: Notícias da Construção - 142 - Conservar a água

29revista notícias da construção / Março 2015

Xiomara adverte: águas de reúso e de chuva não são potáveis

Angela recomenda atenção também para os terrenos em volta do canteiro

R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L

Seconci-SP alerta sobre calorelevado e escassez de água

É preciso redobrar os cuidados com a saúde nos canteiros de obras por conta do extremo calor e da escassez de água. O alerta é da médica Xiomara Salvetti, gerente de Medicina Ocupacional do Seconci-SP (Serviço Social da Construção).

Em verões muito quentes, aumenta o número de casos de desidratação. “Sede, olhos fundos, boca seca, redução do suor, dor de cabeça, tontura, fraqueza, aumento da frequência cardíaca são sintomas clássicos. Em estágios mais avançados, podem ocor-rer queda da pressão, convulsões e choque, levando até à morte”, explica Xiomara.

Ela ainda alerta que, em temperaturas acima de 24 graus, os casos de mortes por infarto sobem 11%. “O suor em excesso pro-move a concentração de colesterol, a queda da pressão e deixa o sangue mais denso, condições ideais para a ocorrência de infarto e acidente vascular cerebral.”

Quanto maior o esforço físico como ocorre na construção civil, maiores serão a atividade do metabolismo, a produção de

calor no corpo e a necessidade de dissipá-lo. Também não se devem manter os alimentos fora da geladeira antes e após o preparo das refeições.

Como medidas preventivas, a gerente do Seconci-SP recomenda:

• usar uniformes de algodão e cores claras, com mangas. Esse tecido facilita o mecanismo de evaporação, pois absorve rapidamente a água, auxiliando o controle do equilíbrio térmico;

• usar capacete com protetor de nuca, não se expor no período de descanso, aplicar o protetor solar 30 minutos antes do início da exposição ao sol e reaplicar a cada 2 horas;

• beber de 2 a 3 litros de água por dia. Isto ajuda a minimizar os impactos das altas temperaturas e a baixa umidade;

• não utilizar águas de chuva ou de reú-so para consumo humano. A água de reúso não é tratada e, portanto, não é potável. E a de chuva pode conter contaminantes como partículas sólidas, grãos de poeira, fuligem e gases em suspensão.

Combate ao mosquito requer cuidados extrasO clima quente e a maior conservação

de água de reúso e de chuva nos canteiros de obras remetem a um cuidado redobrado na prevenção do mosquito transmissor da dengue e da chicungunya. É o que reco-menda a coordenadora de Serviço Social do Seconci- SP, Angela Nogueira Braga da Silva, ao advertir que os casos da doença têm se elevado, no Estado de São Paulo. Para reforçar a prevenção, Angela recomenda:

• no canteiro de obras, impeça acúmulo de água em latões, galões, tubos de PVC, baldes, poços de elevador, lonas, entulho, caixas d’ água, masseiras e carrinhos de mão;

• não jogue cascas de frutas, copos

descartáveis, latas, garrafas, tampas e outros resíduos nos terrenos baldios vizinhos à obra ou à sua residência;

• em casa, evite acúmulo de água em garrafas vazias, ralos e vasos sanitários sem uso, lixos, entulhos, pneus etc.;

• encha os vasos de plantas com areia até a borda;

• tampe caixas de água, ralos, vasos sanitários e baldes com água de reúso;

• remova folhas das calhas e mantenha -as desobstruídas;

• renove constantemente a água das va-silhas dos bichinhos de estimação e lave- as com escova e sabão.

Para solicitar palestras sobre o tema em canteiros de obras: (11) 3664-5059 ou [email protected]

Page 30: Notícias da Construção - 142 - Conservar a água

30 revista notícias da construção / Março 2015

Cuidados no calor

P R E V E N Ç Ã O E S A Ú D E

Além de queimaduras, micoses e outras doenças de pele relatadas por esta coluna na edição anterior, o verão também pode trazer outros desconfortos à saúde.

A concentração de calor, aumento do suor e da oleosidade da pele fazem as glândulas sudoríparas se inflamarem, po-dendo acarretar brotoejas. Elas acometem principalmente as crianças e aparecem es-pecialmente no tronco e pescoço, na forma de lesões, “bolinhas ou bolhinhas” averme-lhadas associadas com coceira. Aliás, devido ao ato de coçar, as brotoejas podem evoluir para quadros mais intensos. Para tratá-las, o indicado é evitar a exposição solar, perma-necer em ambiente fresco, usar roupas leves e tomar banhos frios.

Outro problema frequente nessa época do ano é o chamado bicho geográfico. Trata -se de uma doença causada pelo contato com areia contaminada com dejetos de cães e gatos pelo parasita Ancylostoma caninum. A larva, ao entrar em contato com a pele, causa um vermelhão e coceira intensa, for-mando um trajeto que lembra um mapa, daí o seu nome popular de bicho geográfico. O tratamento é feito com vermífugo. A melhor prevenção é evitar a presença de cães e gatos nas praias.

A exposição solar prolongada pode interferir na imunidade e ocasionar o apa-recimento do herpes labial naquelas pessoas que possuem o vírus. Se isso acontecer, devem-se lavar bem as mãos se entrarmos em contato com a lesão, não manipulá-la e

restringir o contato com outras pessoas. O beijo, por exemplo, deve ser evitado, até que as feridas do herpes tenham cicatrizado, para que não haja a transmissão do vírus.

A recomendação é iniciar o tratamento o mais cedo possível, para reduzir os sintomas, como bolhas, vermelhidão e coceira. O mais comum é o uso de pomada antiviral, que deve ser receitada por um médico. Nos casos mais graves, em que o herpes demora muito tempo para desaparecer, pode ser necessário o uso associado de comprimidos antivirais.

Há também a foliculite, que é uma infecção dos folículos pilosos, ou seja, os pelos, causada por uma bactéria do tipo Estafilococos. Esse quadro pode acontecer espontaneamente ou ser favorecido pelo suor

ou pela raspagem dos pelos ou depilação. Acomete tanto adultos como crianças, e as lesões vão desde um vermelhão ao redor do pelo até vesículas

com pus, podendo acarretar coceira e dor. O tratamento é feito com medicações tópicas ou via oral, dependendo da gravidade do caso, o que deverá ser avaliado por um médico. O mais indicado é que, durante o tratamento, sejam afastados os fatores que favoreçam a doença, como a depilação.

A recomendação geral é evitar tomar sol no horário de maior incidência do calor, que vai das 10 às 16 horas, e sempre usar protetor solar, mesmo nos dias nublados. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil o câncer mais frequente é o de pele, correspondendo a cerca de 25% dos tumores diagnosticados em todas as regiões geográficas e que tem como seu maior agente causador a radiação ultravioleta natural, pro-veniente do sol. Portanto, previna-se!

Previna-se de bicho geográfico,foliculite, herpes labial e câncer

JUSSARA MARCHESANO GASPAROTTO é dermatologista do Seconci-SP, formada em Medicina pela Universidade Severino Sombra, de Vassouras (RJ), com especialização em Dermatologia, pela Faculdade de Medicina de Minas Gerais

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Page 31: Notícias da Construção - 142 - Conservar a água

31revista notícias da construção / Março 2015

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R E G I O N A I S

Seminário sobre segurança abre atividades em Santos

A Regional Santos iniciou o ano com um bem-sucedido evento de segurança, em parceria com Trabalho e Vida - Instituto para Promoção do Trabalho Empreendedor. O seminário técnico Segurança e Saúde na Indústria da Construção atraiu quase cem pessoas, entre engenheiros, técnicos e repre-sentantes da área de recursos humanos, que lotaram o auditório da Regional.

Segundo o engenheiro civil e de se-gurança do trabalho Juarez Correia Barros Júnior, coordenador técnico do seminário, as mudanças da NR-18 na gestão dos cantei-ros de obra têm atraído grande interesse de empresas do setor. No evento também foram feitos esclarecimentos sobre a aplicação da NR-35 e a respeito da implementação e gestão do e-Social na construção civil.

“Esta foi a sexta edição do seminário em Santos. Procuramos inovar acrescentando

informações para torná-lo sempre atrati-vo”, comentou o coordenador. A gestão de segurança e saúde do trabalhador, para ele, é uma área carente de informações, o que justifica a realização anual de um seminário sobre o tema.

Segundo o diretor da Regional, Ricardo Beschizza, o tema segurança e saúde do trabalhador é uma preocupação constante. Exemplo disso, afirmou Beschizza, são as ações realizadas anualmente pelo sindicato, como a Megasipat, o ConstruSer e o Pro-grama SindusCon-SP de Segurança (PSS). “Esse programa é ininterrupto e permite que as empresas esclareçam suas dúvidas duran-te as visitas programadas de nosso técnico de segurança, Waldir Santana, aos canteiros de obras, onde inclusive ele realiza palestra e faz visitas preventivas, dando todo o suporte às construtoras”. (Giselda Braz)

SindusCon-SP apoia o 6º Fórum Internacional de Resíduos Sólidos

O 6º Fórum Internacional de Resíduos Sólidos, que será realizado em São José dos Campos entre 10 e 13 de junho, no Centro de Convenções e Eventos do Parque Tec-nológico da cidade, contará com o apoio da Regional do SindusCon-SP. A decisão foi anunciada em reunião do diretor da Regio-nal, Mario Cezar de Barros, com o diretor-

presidente da Urbam, Boanésio Ribeiro.Realizado anualmente pelo Instituto

Venturi, o Fórum acontecerá pela primeira vez no município com parceria da Urbam.

Simultaneamente ao Fórum será reali-zado um evento sobre resíduos da construção civil e a importância da reciclagem destes materiais.

A iniciativa tem como objetivo difundir e aprofundar conhecimentos na área de tecnologias para reciclagem, tratamento e disposição de resíduos só-lidos. “Este evento é muito importante para a conscientização das pessoas. Muitos ainda jogam lixo nas ruas e, com as chuvas os efeitos são catastrófi-cos”, afirmou Barros. (Camila Garcêz)

Barros (de camisa listrada) e o diretor-presidente da Urbam, Ribeiro, durante reunião

Page 32: Notícias da Construção - 142 - Conservar a água

32 revista notícias da construção / Março 2015

Prepare-se para correr!

Acabou 2014. E que ano louco! Foi um ano para corações fortes. Copa do Mundo e eleições, competições e surpresas, escân-dalos por todos os lados. Um ano para ser esquecido por muitos e lembrado por alguns.

E como será 2015? Não quero ser um cavaleiro do Apocalipse, mas ele será mais difícil ainda. Precisaremos ter ainda mais energia, muita garra e entusiasmo para vencer os desafios e as emoções que virão. Assim, terá medo de 2015 a empresa, o empresário e o profissional que ficarem esperando a “crise” passar e não agirem, dentro de suas possibilidades e condições para enfrentá-la, pois, com certeza, mais cedo ou mais tarde a crise passará e precisa-remos estar preparados para acelerar quando a neblina passar.

É hora de sentar em cima do caixa, de planejar bem investimentos e gastos, de dife-renciar ainda mais nossa empresa buscando encantar e surpreender nossos clientes, pois eles igualmente estarão mais seletivos e exi-gentes. Isso é mais fácil dizer do que fazer. Mas precisamos acreditar que não nos resta outro caminho para vencer em 2015.

Assim, terão medo de 2015 a empresa que ainda estiver inchada, gorda, lenta, burocratizada, e o profissional acomodado, que não investe em si próprio, que fica re-clamando em vez de agir em direção a seu aperfeiçoamento pessoal e profissional.

Este novo ano nos mostrará com ainda mais clareza a verdade de que os competen-tes sobreviverão e vencerão – e terão mais uma vez o gosto da vitória.

Conta uma velha história que um ame-ricano e um japonês (hoje seria um chinês) estavam caçando na África e ficaram sem munição. De repente viram um enorme leão que se aproximava. O japonês tirou os sapatos e começou a calçar o seu tênis de corrida. Ao ver o japonês colocando seu tênis, o america-no lhe disse espantado: Você acha que de tênis correrá mais que o leão? Ao que o japonês respondeu: Não preciso correr mais que o leão. Preciso apenas correr mais do que você!

Eis aqui uma boa lição para o ano que se inicia. No mundo de hoje, extremamente competitivo, na “selva” em que vivemos, precisamos correr, pois, para sobreviver-mos num mundo em que não é o maior que vencerá o menor, mas sim o mais ágil que vencerá o mais lento, devemos ter a

velocidade necessária para correr mais que nossos concorrentes, deixando-os, e não a nós, como presas do mercado. Para isso

temos que decidir com rapidez, empreender novas ideias, enfim, agir.

Seja você patrão, empregado, profis-sional liberal ou autônomo, o momento não é o de ficar esperando para ver as coisas acontecerem. É hora se ser proativo e não apenas reativo. É hora de acreditar em sua capacidade de vencer obstáculos, de correr mais que o leão e de atingir o sucesso e não só sobreviver.

E para correr mais que o leão você tem que estar preparado e com o equipamento certo. Por isso, antes de sair correndo, lembre-se de se preparar bem, investir em você, estudar, ler e participar de todas as oportunidades que possam fazer de você um vencedor.

Pense nisso. Sucesso!

Empresas e profissionais precisamagora investir em sua capacitação

E M P R E E N D E D O R I S M O

LUIZ MARINS éprofessor, antropólogo, e consultor.Autor de 26 livros.www.anthropos.com.br

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Page 33: Notícias da Construção - 142 - Conservar a água

33revista notícias da construção / Março 2015

REGIONAIS

Almoço reúne empresários e autoridades de SorocabaO presidente do SindusCon-SP, José

Romeu Ferraz Neto, participou em fevereiro de almoço oferecido pela Regional Sorocaba para autoridades e empresários da região. Alinhado com a posição defendida pelo prefeito da cidade, Antonio Carlos Pannun-zio, sobre a extrema importância da união de setores fortes, Ferraz Neto afirmou que o momento não é para pessimismos. “Em 2015, o mercado terá de encontrar o equilí-brio e nós esperamos que o governo federal incentive as concessões, as PPPs (Parcerias Público-Privadas) e cumpra o que prometeu em relação à fase 3 do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV)”, afirmou.

Também presente ao encontro, Erinal-do Alves da Silva, prefeito de Votorantim, comentou que é necessário acompanhar o mercado, com atenção ao setor imobiliário. Silva ainda aproveitou para renovar a parce-ria com a Regional Sorocaba na realização do ConstruSer, que acontecerá no Sesi Vo-torantim, em 28 de março.

Para a vice-presidente de Obras Públi-cas do SindusCon-SP Maristela Honda, o momento é de cautela, mas não de desânimo. “Vamos colocar em prática nossas experiên-cias para superar essa fase com dedicação e dar continuidade a um trabalho que faz a diferença em Sorocaba e região.”

Ao dar as boas vindas aos presentes no

restaurante La Doc, o diretor da Regional, Elias Stefan Junior, fez questão de demons-trar uma atitude pró-fortalecimento do setor, ao comentar que as previsões a curto e médio prazo para a construção civil em 2015 não são boas. Segundo ele, “neste momento de transição econômica, nossa bandeira é unir esforços junto aos nossos associados fortalecendo-os”, disse.

No evento, Fernando Stecca Filho, presidente da Construtora Alavanca, recebeu de Maristela Honda uma placa de congratu-lação por serviços prestados à Regional, por ele ter sido o seu primeiro diretor. Também estiveram no almoço os deputados Vitor Lippi e Maria Lúcia Amary, representantes do Secovi, Ciesp, Sebrae, Sesi, Caixa, asso-ciados e parceiros. (Lívia Lopes)

Prefeito Pannunzio, Ferraz Neto, prefeito Alves da Silva e Maristela, entre outras autoridades, representantes do SindusCon-SP e parceiros (da esq. para a dir)

Page 34: Notícias da Construção - 142 - Conservar a água

34 revista notícias da construção / Março 2015

REGIONAIS

Caixa orienta sobre contratação de empreendimentoA Caixa Econômica Federal e a Regio-

nal Presidente Prudente promoveram em fevereiro uma palestra sobre como contratar a construção de empreendimentos habitacio-nais na região. O encontro, acompanhado de café da manhã, reuniu executivos de cons-trutoras, engenheiros e arquitetos.

Em sua palestra, a superintendente regional da Caixa, Célia Marisa Molinari de Mattos, destacou que a ideia é avançar nas alternativas já existentes no setor da construção civil em Presidente Prudente e na região. “Mostramos as inovações em termos de elaboração de projetos, buscando facilitar a execução e a participação de novos empresários neste ramo da construção”, afirmou Célia.

De acordo com o diretor adjunto da Regional Prudente, Luís Gustavo Ribeiro, a parceria com a Caixa é antiga. Sobre a palestra, o engenheiro destacou que a ideia

é buscar soluções para as dificuldades que o mercado deve encontrar em 2015.

“É um ano muito incerto para todos os segmentos. Além disso, a Caixa já visualiza um segmento que é o de construções até R$ 110 mil, pois existe um déficit muito grande nesta faixa habitacional, além dos outros setores que podem ser estudados pelos incorporadores e investidores”, res-saltou Ribeiro.

(Maycon Morano)

Representantes da Caixa apresentam caminhos para facilitar a execução, em Presidente Prudente

Page 35: Notícias da Construção - 142 - Conservar a água

35revista notícias da construção / Março 2015

Prefeito de Bauru recebe sugestões do SindusCon-SP

A diretoria da Regional Bauru entregou ao prefeito Rodrigo Agostinho durante reu-nião, em fevereiro, um ofício com sugestão de agenda positiva. O objetivo do encontro também foi discutir as diretrizes para 2015.

No ano passado, o município passou por momentos turbulentos com o entrave na aprovação de novos projetos pela ausência de uma lei que regulamentasse o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV). Posteriormen-te, ela deverá retornar à Câmara Municipal de Vereadores para que mais ajustes sejam feitos. O texto foi publicado no Diário Ofi-cial do Município em 21 de fevereiro.

O diretor Regional em Bauru, Ricardo Aragão, salientou que entre as prioridades apontadas pelo sindicato estão: melhoria no

atendimento ao cliente da Secretaria Muni-cipal de Planejamento (Seplan), atualização e efetivação do Plano Diretor do Município e ajustes e regulamentações dos corredores comerciais que foram cancelados.

Também foram pedidos a implemen-tação do EIV/RIV, o desenvolvimento de projetos de lei para a transferência do Di-reito de Construir, para operações urbanas consorciadas e para o direito de superfície.

Agostinho salientou que o Termo de Referência Técnica (TRT) já foi produzido pela Seplan. (Bruna Dias)

Agostinho se reuniu em fevereiro com representantes da Regional

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36 revista notícias da construção / Março 2015

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Santo André com o Senai-SP, o sindicato comemorou em fevereiro a formatura de 45 alunos do curso de mestre de obras, que receberam seus certificados no Senai A. Jacob Lafer. Durante a capacitação, que teve 600 horas de aula teórica, os alunos foram estimulados a desenvolver quali-dades pessoais de gestão, liderança, com-petitividade e empreendedorismo. “Essa turma demonstrou ter muito interesse e o aproveitamento foi excelente. Houve aluno que até foi convidado a ser mestre de obras por conta do curso”, comentou o professor Carlos Evaristo Falcão.

Segundo o aluno Roberto Luiz Gon-çalves, 41 anos, da Construtora Pellegrini, associada do SindusCon-SP, o curso foi bem completo, abrangendo a obra como um todo dos pontos de vista construtivo, executivo, administrativo e organizacional.

“Os temas foram abordados de forma

a dirimir qualquer dúvida que possa surgir no decorrer do desempenho da função. No meu caso, o curso servirá como embasa-mento e enriquecimento do conhecimento, pois, apesar de atuar em uma construtora, minha função é a de comprador e, com o curso, terei base para discussão e busca por alternativas viáveis dentro de uma obra, proporcionando possível redução de custo final”, afirmou.

Gonçalves considerou também impor-tante o fato de que, em muitos momentos, os alunos expuseram suas vivências diárias. “Enfim, compartilhamos experiências sobre como lidar com o ser humano”, acrescen-tou.

Para Sergio Ferreira dos Santos, diretor da Regional Santo André, é essencial inves-tir no aperfeiçoamento desses profissionais, pois, além de reduzir o desperdício de ma-teriais na obra, o serviço executado por eles será de melhor qualidade. (Sueli Osório)

Page 37: Notícias da Construção - 142 - Conservar a água

37revista notícias da construção / Março 2015

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Mogi forma 11ª turma de mestre de obrasEm parceria com o Senai, a Delegacia

de Mogi das Cruzes formou neste início de ano sua 11ª turma de mestres de obra. Com o objetivo de complementar a experiência dos profissionais, a capacitação preparou

23 trabalhadores.“Esse curso traz um upgrade profissio-

nal, porém é importante seguir buscando o aperfeiçoamento”, destacou o diretor Mau-ro Rossi na formatura. (Camila Garcêz)

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38 revista notícias da construção / Março 2015

REGIONAIS

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Campinas retomaparceria com ABCP

Para atender a demanda por qualidade nos materiais usados na construção, a Regional Campinas ampliou sua atuação e a parceria com a Associação Brasileira de Ci-mento Portland, a fim de levar informações aos associados sobre novos produtos e tecnologias. “Com a parceria temos a oportunidade de mostrar o que queremos e a indústria se adapta para atender as demandas e buscar desenvolver produtos de qualidade”, destacou o diretor da Regional, Márcio Benvenutti.

O acordo prevê a realização de sete eventos durante 2015 sobre sistemas à base de cimento; estruturas de con-creto, revestimentos de argamassa, alvenaria estrutural e de vedação e parede de concreto. (Vilma Gasques)

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39revista notícias da construção / Março 2015

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Domando o ventoS O L U Ç Õ E S I N O V A D O R A S

Quando se realiza o projeto de uma edificação, é necessário que as forças do vento nas paredes e coberturas sejam dimen-sionadas com muita segurança. Projetos in-corretos ocasionam dois problemas típicos: obras superdimensionadas, que trazem gas-tos elevados e desnecessários à construção, ou subdimensionadas, que poderão ruir em parte ou totalmente, quando ocorrer uma rajada de vento.

O túnel de vento (Figura 1) é a ferra-menta adequada para se determinar com segurança as ações do vento numa estrutura da construção civil. Seu uso é ainda mais amplo, pois é utilizado tam-bém para es-tudos de conforto ambiental, dispersão de contaminantes e avaliação de projetos de helipontos sobre edificações.

A Norma Técnica ABNT NBR 6123:1988 – Forças Devidas ao Vento em Edificações traz os parâmetros para dimensio-namento de várias estruturas, tais como casas, galpões, silos e reservatórios cilíndricos, chaminés, edifícios de múltiplos pavimen-tos e estruturas reticuladas (como torres de transmissão). A norma atende muito bem aos formatos clássicos dessas construções, pois estes foram exaustivamente ensaiados em túneis de vento em diversos países, e então se estabeleceram os valores padrões de coe-ficientes de pressão e força nessas estruturas.

Com os aprimoramentos tecnológicos dos materiais e sistemas construtivos, os projetos de edificações puderam ser cada vez mais ousados, apresentando, por exemplo, superfícies curvas e coberturas que vencem grandes vãos. Tais aprimoramentos também permitiram a construção de edifícios cada

vez mais altos e esbeltos, mantendo uma relação de largura por altura acima de 1/10, como, por exemplo, edifícios com 13 m de largura por 130 m de altura, ou edifícios com alturas superiores a 200 m, havendo uma tendência a se construírem edifícios com alturas superiores a 1.000 m. Nestes casos o comportamento dinâmico da edificação, devido à ação do vento, pode gerar proble-mas na estrutura, nos revestimentos, nos sistemas de vedação das janelas e também de desconforto (mal-estar) dos usuários devido às oscilações.

Túnel de ventoPara realização de ensaios de edifi-

cações em túnel de vento há necessidade de se simular o vento natural do local. A Norma 6123 faz a divisão em cinco tipos de rugosidade do terreno, que influenciam nas características do perfil de velocidades do vento e, consequentemente, na distribuição de forças que o vento realiza sobre uma estrutura. As rugosidades do terreno são divididas entre as Categorias I e V, onde a primeira se refere ao mar calmo e a última aos grandes centros de cidades.

Outro fator que altera as características do perfil de velocidades do vento é a topo-grafia do terreno. Se uma edificação será construída no alto de um talude ou morro, por exemplo, haverá um aumento da velo-cidade do vento nesta região, acarretando maiores forças do vento na estrutura. Por outro lado, se for construída em vales pro-tegidos do vento em quaisquer direções, os esforços serão menores. Para se determinar

Envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: [email protected]

PAULO JOSÉ SAIZ JABARDO é doutor em Engenharia - Poli/USP

GABRIEL BORELLI MARTINS é mestrando em Engenharia - Poli/USP

GILDER NADER é dr. em Engenharia - Poli/USP

Ensaio avalia também itens comoconforto ambiental e helipontos

Os autores são pesquisadores do Laboratório de Aerodinâmica Industrial e Engenharia do Vento do IPT

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com maior exatidão as ações do vento em regiões com topografia acidentada, como as descritas, deve-se construir um modelo reduzido reproduzindo a topografia do ter-reno para então realizar o ensaio em túnel de vento.

A capacidade de modelar as edificações, a topografia do terreno e o vento natural do local garantem ao túnel o fornecimento de valores com boa exatidão de carre-gamento estático do vento e de resposta dinâmica da edifi-cação, permitindo dimensionar uma estrutura de forma otimi-zada e com segurança.

Carregamento estático do ventoNos ensaios de carregamento estático

do vento são instalados sensores de pressão e de força no modelo reduzido. Procura-se ter uma maior concentração de sensores de pressão próximos às quinas das edificações e na cobertura, pois nestas regiões ocorrem sucções elevadas.

Para que se realize o ensaio incidindo o vento no modelo por todas as direções, este é fixado sobre uma mesa giratória (Figura 2) e tipicamente são realizados ensaios de 0º até 360º, com medições efetuadas a cada 15º. Assim, determina-se a distribuição de pressões estáticas sobre o modelo.

Os ensaios em túnel de vento indicam que na face a barlavento o carregamento máximo do vento está em cerca de 3/4 e 2/5 da altura do edifício, como indicado pela cor vermelha na Figura 3. Acima dessa altura o carregamento diminui (Figura 3).

No entanto, a Norma 6123 sugere que se faça o cálculo do carregamento com o valor sempre crescente com altura do edifício de múltiplos pavimentos. Portanto, somente por este resultado do túnel de vento é possível perceber que se pode utilizar um menor di-mensionamento, por exemplo, nos caixilhos e janelas, assim como se obtém também um menor momento fletor.

Ensaios em túneis de vento indicam tam-bém regiões onde há um carregamento acima do calculado por norma, pois muitas vezes a influência de edificações vizinhas causa um aumento na sucção ou sobrepressão sobre uma determinada área da edificação.

A torre da TV Digital de Brasília (Figura 4), projeto de Oscar Niemeyer, demonstra a importância do uso de túnel de vento para determinação com segurança das forças devidas ao vento. A torre possui 182m de altura por 10m de diâmetro em sua base. É uma estrutura alta e esbelta. Projetos deste tipo podem necessitar de fundações muito bem estruturadas para evitar a queda da construção devido à ação do vento. Os resultados obtidos no túnel de vento do IPT indicaram que os esforços causados pelo vento eram cerca de 4 vezes menores que os calculados pelo projetista estrutural, baseado em normas. Neste caso, a fundação da torre foi construída com os valores maiores, que haviam sido calculados previamente, pois garantiam a segurança da estrutura.

Túnel de vento permite edificarconstruções altas com segurança

Figura 1 - Túnel de vento do IPTFigura 2 - Modelo reduzido posicionado sobre a mesa giratória do túnel de vento

Figura 3 - Mapa de distribuição de pressão obtida em túnel de vento para edifício de 180 m de altura

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Ensaios dinâmicosA Norma 6123 afirma que edificações

com frequências naturais abaixo de 1 Hz podem apresentar significativa resposta flu-tuante na direção do vento médio e, nestes casos, devem-se realizar ensaios em túnel de vento para se obter a resposta dinâmica da edificação.

Desde o acidente ocorrido com a ponte de Tacoma Narrows nos EUA em 1940, que ruiu sob uma ventania a cerca de 60 km/h devido ao fenômeno de drapejamen-to, todas as pontes pênseis e estaiadas são ensaiadas previamente em túnel de vento. Para tais ensaios são construídos modelos aeroelásticos, que reproduzem, em escala, as características de inércia, rigidez e amor-tecimento da ponte. Desta forma, podem ser determinadas as velocidades críticas em que ocorrem as vibrações induzidas por vórtices (VIV), galope, martelamento (ou golpe) e drapejamento.

No caso de edifícios de múltiplos pavi-mentos (Figura 5), utilizam-se duas técnicas para determinação da resposta dinâmica da edificação: a de modelo aeroelástico, similar ao utilizado em pontes, e o método denomi-nado High Frequency Pressure Integration (HFPI). Graças à melhoria dos sensores de pressão de múltiplos canais, a técnica HFPI tem sido a mais utilizada e fornece resul-

tados com excelente exatidão. No entanto, ela é utilizada somente para edifícios, pois os deslocamentos devem ser pequenos, de modo que não haja alterações significativas na interação do vento com a estrutura.

Utilizando a técnica HFPI se determi-nam os modos de vibração da edificação devido à ação do vento. Na Figura 6 são mos-

trados o primeiro e o sexto modo de vibração. Nota-se que o sexto modo apresentava torção da edificação, e

de acordo com os resultados obtidos das frequências e amplitudes de vibração, po-dem ser necessários dimensionamentos do revestimento e dos elementos de vedação diferentes dos sugeridos por normas, pois o comportamento dinâmico da estrutura pode induzir rachaduras e quebras desses elementos de construção.

Ensaios de estruturas em túnel de vento são realizados desde o fim do século 19 e foram aprimorados ao longo das décadas. Especificamente na década de 1960 foi de-senvolvida a metodologia de ensaio de edifi-cações utilizada nos dias atuais. A evolução desde então se deu nos sensores de pressão e força, obtendo-se assim resultados cada vez mais confiáveis e possibilitando a realização de ensaios em pouco tempo. O que permite atender uma grande demanda, já que as edificações atuais têm sido cada vez mais ousadas e altas, necessitando de ensaios em túnel para se ter maior segurança e economia na execução de um projeto.

Ensaio pode levar a mudançasno revestimento e nas vedações

Figura 4 - Modelo da torre da TV Digital de Brasília no túnel de ventoFigura 5 - Edifício de múltiplos pavimentos ao vento e a vizinhança modelada

Figura 6 - Exemplos dos modos 1 e 6 de vibração de um edifício alto e esbelto ensaiado em túnel de vento

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POLÍTICA ECONÔMICAA FOLHA É CONTRA A

“O Brasil precisa crescer de forma equilibrada, ficando menos suscetível a turbulências internacionais. Ajustes necessários, ainda que pouco populares, devem ser feitos o quanto antes e de forma gradual, para que a população não seja submetida a choques. É preciso reduzir os gastos públicos e a dívida pública já e a meta oficial da inflação no médio prazo. É preciso reduzir a carga de impostos. É preciso aumentar o investimento público em infraestrutura. E deve-se direcionar a política industrial para a inovação e a tecnologia. A eficiência do serviço público precisa ser aumentada. A Previdência precisa de reformas, entre elas o aumento da idade mínima para a aposentadoria. É preciso acabar já com a guerra fiscal entre os Estados.” Essa é a posição da Folha.

Concordando ou não, siga a Folha, porque ela tem suas posições, mas sempre publica opiniões divergentes.

ATUAL.EU TAMBÉM.

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