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No. 18 * Jul 2006 NOTÍCIAS DA ICSS Fundada em 1997 e publicadas duas vezes por ano pela Comissão Internacional de Estudos Salesianos (ICSS) dos Oblatos de S. Francisco de Sales O QUE E O “ESPIRITO DE CHABLAIS?” I. Introdução Num ensaio intitulado “Delicadeza Salesiana e Humildade em Ação: o Apostolado Missionário de São Francisco de Sales no Chablais,” na última edição do Boletim informativo de ICSS (Nº. 17 [janeiro-fevereiro de 2006], pp. 3-5, 12), refletimos sobre dois aspectos chave, mas freqüentemente despercebidos, da missão de São Francisco de Sales no Chablais (1594-98). Primeiramente, abrimos com a reconstrução sólida do contexto histórico original da missão de Chablais como um exemplo da atividade missionária da Igreja na Europa que fazia parte da reforma inicial católica moderna, e isso é um precedente da nova e evangelização no amanhecer do terceiro milênio cristão. No segundo lugar, estudamos o distintivo espírito salesiano que animava a missão de Chablais: o relacionamento pastoral-ecclesial de Francisco, o “método salesiano” de ganhar os corações por meio de gentil persuasão, diálogo orientado que procura a base de concordância e restabelece a unidade através da reconciliação, e humildade no serviço de ministério cooperativo com colegas missionários com quem Francisco nem sempre estava de acordo, e vice-versa. Nesta edição continuaremos refletindo sobre a missão de Francisco no Chablais ao considerar o termo, o “Espírito de Chablais,” que, há pouco, faz parte do vocabulário salesiano. Uma olhada sobre os diversos modos como esse termo ou seu equivalente é usado em vários documentos e 1

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No. 18 * Jul 2006

NOTÍCIAS DA ICSS

Fundada em 1997 e publicadas duas vezes por ano pela Comissão Internacional de Estudos Salesianos (ICSS)

dos Oblatos de S. Francisco de Sales

O QUE E O “ESPIRITO DE CHABLAIS?” I. Introdução

Num ensaio intitulado “Delicadeza Salesiana e Humildade em Ação: o Apostolado Missionário de São Francisco de Sales no Chablais,” na última edição do Boletim informativo de ICSS (Nº. 17 [janeiro-fevereiro de 2006], pp. 3-5, 12), refletimos sobre dois aspectos chave, mas freqüentemente despercebidos, da missão de São Francisco de Sales no Chablais (1594-98). Primeiramente, abrimos com a reconstrução sólida do contexto histórico original da missão de Chablais como um exemplo da atividade missionária da Igreja na Europa que fazia parte da reforma inicial católica moderna, e isso é um precedente da nova e evangelização no amanhecer do terceiro milênio cristão. No segundo lugar, estudamos o distintivo espírito salesiano que animava a missão de Chablais: o relacionamento pastoral-ecclesial de Francisco, o “método salesiano” de ganhar os corações por meio de gentil persuasão, diálogo orientado que procura a base de concordância e restabelece a unidade através da reconciliação, e humildade no serviço de ministério cooperativo com colegas missionários com quem Francisco nem sempre estava de acordo, e vice-versa.

Nesta edição continuaremos refletindo sobre a missão de Francisco no Chablais ao considerar o termo, o “Espírito de Chablais,” que, há pouco, faz parte do vocabulário salesiano. Uma olhada sobre os diversos modos como esse termo ou seu equivalente é usado em vários documentos e

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publicações leva a pensar que não haja ainda um consenso quanto a seu significado exato e sua definição. Esta reflexão, como a anterior no Boletim informativo da ICSS, Nº 17, é empreendida para ajudar os Oblatos De Sales nos seus esforços para examinar este episódio inicial do ministério de Francisco para explicar seu sentido em vista do apostolado do missionário da Congregação no 21º século, como também para o trabalho do Fundo Chablais das Missões que visa garantir a viabilidade financeira das missões. E, o que não é menos importante, estes dois ensaios procuram também contribuir para a conversação permanente e vital entre os estudantes salesianos no que diz respeito à missão de Francisco no Chablais, e destacar a compreensão daquele episódio como apresentada por este conjunto de peritos, e compartilhar com a família salesiana mais ampla como um dos seus membros interpretou a narrativa do apostolado missionário de Francisco no Chablais. II. Definindo o Termo

Termo de “Espírito Chablais” foi cunhado para servir como um complemento espiritual para o serviço financeiro do Fundo Chablais das Missões.1 Isto condiz com a Constituição 199 dos Oblatos De Sales (“Os Oblatos missionários continuam a obra de São Francisco de Sales que começou sua vida sacerdotal nesse caminho”), e Constituição 202 (“O Oblato, trabalhando nas missões, procurará adquirir as virtudes do Apóstolo de Chablais”). Com referência à Constituição anterior, observou-se que o “Espírito de Chablais… caracteriza a abordagem do Oblato no que diz respeito aos esforços missionários da Igreja,” e, mais amplamente, é “o espírito missionário da Congregação.” 2 Estendendo mais a definição, foi sugerido que o “‘Espírito de Chablais '… representa a dimensão 'missionária´ de nossa vocação de Oblatos como seguidores de São Francisco de Sales,”3 e que deveria ser um elemento de formação para Oblatos4 e um critério de avaliação para todos os ministérios dos Oblatos, conforme a definição seguinte do “Espírito de Chablais”:

1. Uma comunidade de Oblatos que possui o Espírito de Chablais está bem arraigada no ensinamento da Igreja e no espírito salesiano.

2. Tal comunidade de Oblatos está aberta para as necessidades novas na Igreja, dentro da Província ou Região própria como também no âmbito mundial.

3. Ela identifica essas necessidades por um processo de discernimento intercambiado.

4. Ela está disposta a avançar, enfrentando situações novas e lugares novos, e a assumir o diálogo com outras culturas e regiões.

5. Está sempre aberta e à procura de modos novos e mais apropriados de divulgar o nosso carisma salesiano.5 Os estudiosos salesianos refletem sobre a missão de Francisco no

Chablais com a atenção dirigida menos a um determinado projeto ou

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atividade apostólica e mais à história.6 Esta focalização na história ajudou a descobrir a contribuição pessoal de Francisco para a missão no Chablais que é considerada como aquilo a que se deve o sucesso desse empenho. A intenção aqui é não apresentar uma visão exaustiva da totalidade da pesquisa erudita, mas oferecer uma avaliação das linhas principais de idéias e seu desenrolar.

Indubitavelmente um dos tratados mais extensos e importantes da missão de Chablais se encontra na magistral biografia sobre Francisco da mão de E. - J. Lajeunie, OP, Saint François de o Sales: L'homme, la pensée, l'action, 2 vols. (Paris: Éditions Guy Victor, 1966), com uma tradução inglesa que aparece vinte anos depois (Bangalore: S.F.S. Publications, 1986-87) .7 Para este grande perito, a essência propriamente dita e o cerne da missão de Chablais de Francisco (o que bem pode ser chamado o “Espírito de Chablais”) é que Lajeunie chama de “método salesiano”. Numa palavra, o “método salesiano” consistiu em ganhar corações por persuasão gentil para proporcionar aos habitantes do Chablais, que tinham ficado debaixo da dominação calvinista durante quase sessenta anos, uma impressão rápida do rosto de Jesus manso e humilde de Mateus 11:29, a quem Francisco abraça como o “um modelo sem igual” para o seu ministério sacerdotal e, posteriormente, episcopal.

Segundo Lajeunie, o “método salesiano” dramaticamente contrasta, por um lado, com a força e violência empregadas pelo Calvinistas para coagir o Chablais à submissão, e, por outro, com as estratégias agressivas e de confronto dos companheiros missionários de Francisco, especialmente o fogoso frei Capuchinho Chérubin de Maurienne cujo “zelo” e extremismo chegou a ser julgado impróprio por seus inimigos e, no final, por seus companheiros igualmente. Embora a abordagem de Francisco foi criticada, até pelo querido amigo dele, Antônio Favre, por ser demasidao delicada e pacífica, não suficientemente zelosa e rigorosa, e também demasiada lenta em obter resultados, ele não mudou, porque estava convencido de que era o modo de proceder do Evangelho. De sua parte, Francisco era cauteloso quanto ao zelo excessivo que - achava ele - conduz à polarização e sectarismo que impedem a Igreja de servir como um instrumento de paz e reconciliação. Anos mais tarde, no seu livro mais famoso, um êxito de venda, chamado Introdução à Vida Devota (1609), Francisco dá esta formulação memorável do “método salesiano”: “quem ganha o coração de alguém, ganhou a pessoa toda” (Pt. 3, cap.. 23).8

A interpretação de Lajeunie da missão de Chablais foi antecipada — para citar só dois exemplos — pela descrição de Papa Pio XI deste episódio na sua encíclica (1923) sobre Francisco, Rerum omnium, nº 6-9, escrita para comemorar o terceiro centenário da morte do santo, como também pela biografia de Francisco, da mão de Michael de la Bedoyere, baseada nas cartas do santo.9 Além disso, essa interpretação é apoiada pela preponderância de estudos subseqüentes realizados por peritos em assuntos salesianos. Por exemplo, Elisabeth Stopp indica que as Meditações sobre a Igreja de Francisco (ou Controvérsias, o título com que essa obra é mais conhecida), uma parte integrante da missão de Chablais, era sem precedente de duas maneiras: “é a primeira tentativa

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[jamais] de uma obra informal de Teologia, escrita na língua francesa,”10 e era “uma tentativa genuína de diálogo, de uma verdadeira conversação sobre pontos divergentes”11 com os anciões calvinistas de Thonon que tinham jurado a nunca ir escutar Francisco e tinham proibido a suas comunidades de assistir aos sermões dele. Em vez de um livro, a forma original de Meditações era uma série de oitenta folhas de notícias semanais (copiadas à mão, possivelmente até impressas), explicando a verdadeira natureza da Igreja, que eram entregues pessoalmente aos anciões, muitos dos quais eram conhecidos de Francisco, alguns desde sua infância. O “método salesiano” destaca-se nessa obra: Francisco “nunca fala das alturas [aos anciões], não os ataca nunca pessoalmente, dirigindo-se a eles como a ‘irmãos separados`, uma cortesia inaudita naquela época de polêmicas ferozes. Dirigia-se a eles como a amigos e pleiteava para ser escutado.” 12

André Ravier, SJ, vê Francisco como mudando ou desenvolvendo-se durante a missão de Chablais, já que, durante estes anos, ele se afastou da instransigência de um jurista no que diz respeito ao Protestantismo para passer a uma aproximação pastoral e apostólica que procurava restabelecer a unidade pela reconciliação.13 Ravier observa que Francisco “tratou com respeito e caridade esses protestantes que se mantinham afastados dele, que - às vezes - o insultavam ou o assaltavam, e, antes de mais nada, ele os levou a sério.… Ao falar, sem dúvida, mas especialmente por toda sua vida…, [ele] tinha que revelar aos seus irmãos separados o espírito e o [manso e humilde] coração de Jesus Cristo.” 14

Wendy M. Wright, na sua introdução compreensiva à tradição espiritual salesiana, apresenta esta avaliação do ministério de Francisco no Chablais:

Havia conversões proeminentes que eram celebradas e posteriormente lembradas, e a prática ritual católica era reintroduzida na região. De maneira mais significativa, a missão de Chablais confirmou a intuição do prelado jovem que a persuasão — falando a partir de um coração enamorado — era preferível à batalha, seja armada ou na forma de um debate intelectual injurioso. 15

Em outra parte Wright elucida a fundamentação teológica e espiritual dos contatos de Francisco:

Mas as artes de conversação respeitosa, de apologética

construtiva, e de predicação persuasiva eram para o jovem [Francisco] não simplesmente meios para um fim. Seus métodos respeitosos estavam baseados numa afirmação real da dignidade e do valor intrínsecos do ser humano que há de ser reverenciado

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como tal, mesmo quando as idéias que eles — talvez a maioria — sustentam ou as afiliações que reivindicam os fazem um “inimigo.” … Francisco de Sales era um homem de reconciliação genuína, um homem para quem o amor e sua realização não era simplesmente o objetivo mas o meio.16

De forma parecida, James F. Cryan, OSFS, chama a atenção ao lugar

central que ocupa o diálogo, como também às suas implicações mais amplas na missão de Chablais:

No seu ministério de Chablais, Francisco de Sales abandonou o

estilo polêmico… e escolheu o diálogo…. “Eu quero discutir, não debater,” ele disse a Beza….

O diálogo busca área de concordância, busca transcender a diferença. Está orientado para o outro, enquanto a situação de aperto está orientada em si mesmo. No diálogo não promovemos nossa própria agenda; respondemos a preocupações de outrem….

Tal inversão de papéis, um esvaziar-se de si mesmo que permite a substituição de si pelo outro, permeia todo o pensamento salesiano.… 17 Lajeunie trata extensamente da natureza colaboradora da segunda fase

da missão de Chablais (1597-98), e do papel fundamental que a maneira humilde, desinteressada e delicada de Francisco desempenhou, atingindo sucesso naquilo que, às vezes, era um processo colaborador difícil e desafiador. Mais recentemente, Jill R. Fehleison estudou esta fase até mais detalhadamente, enquanto escrevendo crônicas da mudança do relacionamento pessoal e individual da primeira fase (1594-97), para o apelo mais dramático e público da segunda fase, especificamente as solenes, prodigiosas e visualmente impactantes celebrações das Quarenta Horas, realizadas em Annemasse (7-9 de setembro de1597) e Thonon (20-22 de setembro de 1598, e 1-3 de outubro de 1598). Ela explica:

No caso das Quarenta Horas, os missionários no ducado de Chablais empregaram, conscientemente, palavras, imagens, ações, e sons na forma de rituais, procissões, e apresentações teatrais para atrair os sentidos das pessoas em vez dos seus intelectos. Convencidos de que a natureza introspectiva de Calvinismo carecia de apelo emocional pública, os missionários enfatizaram aspectos da fé católica que tinham um apelo emocional para as pessoas. Os missionários esperaram mover-se na paisagem emocional existente da região Alpina para suscitar uma mudança dramática no seu contorno confessional.18 Esta pesquisa breve da diversidade de significados atribuidos ou

atribuíveis ao termo, o “Espírito Chablais,” sugere que, até agora, a formulação de uma definição única e universalmente aceita se tem provado evasiva. Não é de surpreender-se de que alguns confessam que

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estão perplexos sobre o significado deste termo, enquanto outros expressam a preocupação com que a definição proposta para descrever um indivíduo ou grupo que possuem o “Espírito Chablais”, parece genérica e aplicável a qualquer número de congregações religiosas.19 Talvez um outro modo para abordar esta questão seja voltar à narrativa que é o ponto de partida dessas definições diversas. Esta atenção à história é bem salesiana, pois o próprio Francisco era um fino narrador de histórias, como ficou claro, por exemplo, por seu Tratado do Amor de Deus (1616) no qual suas “parábolas de grande beleza… tornam claro e prontamente compreensível o que se encontra além da esfera consciente.” 20

No exemplo presente, a história é um episódio da biografia de Francisco, e, como é freqüentemente o caso em narrações biográficas, esta história tem dois discerníveis, mas inseparáveis e mutuamente relacionadas dimensões: a história exterior e a história interior. Focalizar o dinamismo entre o interioro e o exterior também é algo muito salesiano. Por exemplo, na Introdução, Parte 3, capítulo 23, Francisco declara: “Quanto a mim, Filotea, eu nunca pude aprovar o método daqueles que começam pelo exterior… para reformar uma pessoa. Pelo contrário, parece-me que devíamos começar pelo interior…. Como o coração é o manancial das ações, elas são tais como o coração.” Igualmente, em todo o Diretório Espiritual, Francisco dá preferência constantemente à disposição e oração interiores como o manancial e a fonte de toda ação externa. A história de Chablais deve ser “recomposta” em sua integridade, se há qualquer esperança de chegar a uma definição de “o Espírito Chablais” a qual, fiel e exatamente, reflita esta narração arquetípica.

III. Recompondo a Narrativa da Missão de Chablais de Francisco

A história exterior da missão de Chablais é talvez a que é muito conhecida e popular. Seu contexto básico é o seguinte: Depois de que o Tratado de Nyon (1589) devolveu o Chablais (uma região que hoje faz parte da França, ao longo do lago de Genebra, numa extensão de trinta por quinze milhas) para o Duque da Sabóia, este pediu ao Bispo Claude de Granier de Annecy que enviasse cinqüenta padres para restabelerem o Catolicismo na região que estivera sob a ocupação Calvinista durante quase sessenta anos. Dentro de dois anos, Calvinistas de Genebra atacaram o Chablais, ocuparam Thonon (a cidade principal do Chablais), baniram os cinqüenta padres, e destruiram as igrejas. A incerteza da reivindicação quanto ao Chablais foi finalmente resolvida, quando o Rei Henri VI da França abjurou o Protestantismo e ofereceu uma trégua no dia 31 de julho de 1593. Novamente o duque pediu ao Bispo Granier que enviasse padres ao Chablais.

A pedido do Bispo de Granier, Francisco, recém ordenado, empreende a missão para re-catolizar o Chablais contra muitas circunstâncias adversas: a oposição vigorosa do seu pai que se preocupava pela segurança do filho, como também pela desonra que fracasso ocasionaria para o nome da família; pessoal limitado (na primeira fase da missão [1594-97] só seu primo Louis, e na segunda fase [1597-98] um grupo pequeno de missionários); recursos financeiros limitados e pouco, freqüentemente relutante, apóio do Duque da Sabóia. Confiando completamente em Deus

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para ser bem-sucedido numa situação que, humanamente falando, tinha muito pouca expectativa de um bom resultado, Francisco foi finalmente exitoso depois de suportar quatro anos de trabalho árduo e, muitas vezes, desanimador, como também sofrimento pessoal, perigo, e privações. No fim, os esforços heróicos de Francisco produziram fruta, e a “retidão” da sua “loucura” foi justificada diante de todos, quando foi proclamado “Apóstolo do Chablais” pelo duque.

Sem dúvida alguma, a história exterior da missão de Chablais é chamativa que, quando contada com paixão e vivacidade, pode captar a imaginação e despertar generosidade e entusiasmo para empreender o projeto mais desafiador e difícil. Ao mesmo tempo, isso é só a metade da história. O contexto da história exterior se assemelha à uma quantidade de histórias das façanhas heróicas dos santos - e até de heróis de literatura imaginativa sem ser de ficção - que superaram o que, considerados a partir de uma perspectiva humana, pareciam ser obstáculos e sofrimentos insuperáveis para alcançar seu objetivo ou fim. Definindo o “Espírito Chablais” somente a partir da história exterior da missão de Chablais também pode aparecer genérico, a não ser que os elementos específicamente salesianos da história exterior são distinguidos e esta definição é ilustrada bem por meio de exemplos da própria vida e ministério de Francisco, como também complementada pela história interna. Outra preocupação é que esta versão do episódio de Chablais não parece encarar bem a natureza primeiramente colaboradora da segunda fase da missão que foi precipitada pela ameaça de Francisco de resignar se ele não recebesse apoio e reforços.21

A focalização da história interna da missão de Chablais não está tanto no “quê,” como na história exterior, no “como”. Atenção cuidadosa ao detalhe, seja de tempo, de lugar, ocasião, ou pessoa(s), é uma das características do ministério de Francisco e da espiritualidade salesiana.22 A história interna da missão de Chablais nos permite entrar mais fácil e amplamente na particularidade deste episódio na biografia de Francisco, e talvez em grau superior que a história exterior. Mostra como Francisco foi mudado por esta missão na qual ele se desenvolvia mais, experimentava e aprimorava o seu modo distintivo de proceder no ministério e na interação humana. Na realidade, é essa história interior que foi o assunto de reflexão extensa no Boletim informativo de ICSS, Nº 17. Aqui é suficiente apresentar uma sinopse daquela argumentação.

Vários fatores contribuíram ao sucesso da missão de Chablais, mas talvez nenhum mais significativamente do que o método e o modo de abordagem de Francisco para realizar essa missão e superar os desafios encontrados. O modelo pessoal de Francisco no ministério de Chablais, como por todo seu sacerdócio e episcopade, era o Jesus de Mateus 11:29 (o versículo bíblico favorito de Francisco), que se revela como “manso e humilde de coração.” Desde sua juventude, Francisco era atraído a contemplar, descansar em, e ser sustentado pelo coração de Jesus. No Chablais, a apropriação de Francisco do coração manso e humilde de Jesus atingiria uma profundeza sempre maior, que foi ocasionada no crisol dos sofrimentos e esforços desta missão, e nutrida por longas horas de

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oração diante do fresco românico de Cristo Glorioso na capela da fortaleza de Allinges. O processo de Francisco de imitatio Christi encontrou expressão concreta e tangível no “método salesiano” de ganhar os corações por persuasão delicada, diálogo voltado ao outro que procura uma base de concordância e restabelece a unidade pela reconciliação e a humildade no serviço de ministério colaborador que era, freqüentemente, difícil e desafiador.

“Reconstituir” a narrativa de Chablais não significa preferir a história interior à exterior, ou vice-versa. Antes tem como objetivo abraçar o conjunto sem costura da tapeçaria da narração deste momento determinante na vida e no ministério de Francisco que continua durante outro quarto de século e se desdobra em modos e com uma riqueza que só são vislumbros no seu apostolado missionário no Chablais. (Deveria ser recordado que o Chablais continuou sendo uma “dor de cabeça administrativa” para Francisco, especialmente durante a sua gestão como bispo.23) Uma definição adequado e precisa do “Espírito de Chablais” integrará ambos os elementos salesianos distintos, quer dizer, da história exterior a qual tem que distinguir, como também a particularidade da história interior cujo cerne narrativo é a apropriação, por parte de Francisco, do coração do Jesus manso e humilde de Mateus 11:29, manifestada pelo método salesiano e seus elementos constitutivos.

IV. O Carisma Chablais dos Missionários de São Francisco de o Sales

Para um componente da família salesiana, os Missionários de São Francisco de Sales (também conhecido como o Fransalianos), a missão de Chablais de Francisco é a inspiração e o paradigma para o carisma particular e a missão deles na Igreja. Os Fransalianos, a congregação missionária salesiana por excelência, foram fundados em 1838 para re-catolizar Annecy e seus arredores durante o período de recuperação do trauma da Revolução francesa e seus resultados negativos. Tanto o fundador dos Fransalianos, Pierre-Marie Mérmier (1790-1862), como também o bispo de Annecy, na época, Pierre Joseph Rey (1770-1842), sentiram que o manto do Apóstolo do Chablais tinha caído sobre eles naquele momento da história cristã. Os Fransalianos articulam o seu charisma desta maneira:

O novo texto das nossas

Constituições, enquanto enfatizando o fato que somos chamados para ser missionários segundo a maneira de São Francisco de Sales, determina e estabelece que é o “Apóstolo do Chablais” que há de ser o ícone de nossa inspiração e imitação. Esta indicação minúscula “Apóstolo do Chablais”, aparecendo primeiro no Prólogo e depois no Artigo 5 do Texto diz muito sobre o charisma específico de ser um Missionário no espírito de

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São Francisco de o Sales. O desafio para cada MSFS não só é imitar São Francisco de Sales mas assimilar e manifestar o zelo apostólico como mostrado por ele no seu apostolado no Chablais…. Por isso, um Fransaliano, enquanto sondando as profundidades da espiritualidade salesiana é chamado a fazer da “experiência de Chablais” a origem e fonte do seu zelo missionário.24

Para que os Fransalianos sempre se lembrassem que o próprio deles

era o espírito missionário do Apóstolo do Chablais, Bispo Rey confiou a eles o cuidado da fortaleza de Allinges onde o Francisco se refugiava cada noite durante a sua missão de Chablais; aquela tem ficado sob o cuidado deles até o dia de hoje. No princípio, os Fransalianos exerciam seu ministério exatamente na mesma parte do mundo onde Francisco atendia como padre e bispo. No entanto, lá os esforços deles eram tão bem-sucedidos, que lhes pediram sem demora que estendessem o ministério deles para a África e Índia onde sua pastoral se concentrou hoje em dia.25

O segundo de três documentos, preparados para o Capítulo Geral dos Fransalianos em 2007, exemplifica como esta congregação assimila a narrativa da missão de Chablais de Francisco como seu carisma (disponível na página web dos Fransalianos: www.fransalians.com). A maneira como este documento trata de “São Francisco de Sales, Um Líder Missionário” evidencia como os Fransalianos integraram os componentes exteriores e internos da narrativa de Chablais no conjunto unificado que é o carismo deles. O resumo seguinte dos temas principais desse papel serve a fazer este processo de integração acessível para a família de salesiana mais ampla.

Depois de uma seção introdutória sobre o carisma de Chablais dos Fransalianos (mencionado acima), esse documento orienta o leitor, ao dar informação básica sobre o local geográfico e a história do Chablais. À medida que o documento avança na narração da missão de Chablais, seu método é, primeiramente, apresentar uma exposição de elementos particulares da história do apostolado missionário no Chablais de Francisco, e, então, sugerir sua aplicação hodierna à vocação missionária fransaliana. Por exemplo, a dificuldade da missão de Chablais, com a recente lembrança da expulsão de cinqüenta padres, e a relutância inicial de Francisco e, depois, a resposta afirmativa ao Bispo de Granier, encontra seu complemento hoje:

Não deveríamos estranhar que

haverá poucos voluntaries para missões difíceis como as do Chablais. O apelo constante à dimensão

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missionária da nossa vocação, o orgulho pelo trabalho de nossos missionários de fronteira, o encorajamento para ver além da futilidade aparente de esforços dispensados a sementes escondidas que esperam brotar com vida nova, esses [são as] atitudes que criarão um clima missionário na Congregação para evocar uma resposta missionária dos membros (1.5.3).

Naquilo que segue, observa-se em detalhes a preparação sólida de

Francisco para a missão de Chablais. O primeiro lugar, claro, ocupava a preparação espiritual para esta missão: Francisco não só pediu que todos rezassem por ele, mas ele também se dedicou à oração, ao jejum e à penitência para dispor cada fibra do seu ser a ser repleta com a “unção spiritual” de Deus. Outros elementos da preparação de Francisco incluíram: o conhecimento da situação da missão; a preparação intelectual e refletivo para enfrentar os desafios da missão; levando um companheiro consigo para testemunhar a vida em comum (uma das mensagens indispensáveis e poderosas do Evangelho) e para prevenir “a si mesmo de ser uma vítima de farisaísmo e arbitrariedade” (1.6.3); e preparação mental para o sofrimento físico e a privação.

Então as abordagens missionárias de Francisco são consideradas. O método de salesiano de delicadeza e acessibilidade “é uma abordagem simples mas uma que vale para todos os tempos. Contatos pessoais genuínos, honestos e respeitosos pavimentam o caminho para o diálogo sério e honesto até em assuntos sobre os quais há discordância, enquanto se permite à verdade que se revele” (1.7.1.2). Também são realçadas a perseverança, a criatividade, e, especialmente, a discrição de Francisco no meio de um ambiente sumamente volátil:

Francisco escutou conselho do

Barão d'Hermance de não começar a missão com a celebração da Missa que era um ponto importante de divergência entre e os Calvinistas e os Católicos. Em vez disso, ele reunia as pessoas e dava palestras e conferências sobre [a] fé [e] sacramentos e respondeu às dúvidas e perguntas deles ….

A discrição é uma estratégia muito saudável de respeito e interesse pelo outro que tem opinião e convicção diferentes. Enquanto ela mostra respeito por diferenças, pavimenta o

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caminho para o diálogo e a mútua franqueza que conduzem à descoberta de verdade. Quando nos lançamos a uma região nova de missão, sempre deveria ser uma questão de discrição para observar e estudar a situação local antes de começar qualquer coisa que hostilizaria as pessoas (1.7.2.1-2).

Outras abordagens que Francisco aplicava no seu ministério no Chablais eram: predicações dialécticas visavam ganhar os corações dos seus ouvintes e suscitar a fé católica neles; asceticismo pessoal de oração, jejum, e penitência de forma que ele poderia servir melhor como um instrumento espiritual nas mãos de Deus; e disposição pronta a retrocessos temporários, para feridas, lesões, e esgotamento.

Finalmente se trata da natureza colaboradora da segunda fase da missão de Chablais, e de sua relevância duradoura. O papel de Francisco neste ministério colaborador é um modelo para os ministros e missionários em toda parte, em qualquer época.

Francisco insistia em trabalhar

juntos como uma equipe de pastores. Ele os reunia periodicamente e os convidava a compartilhar os seus problemas pastorais e experiências. Ele lançou luz sobre esses assuntos pastorais. Aprofundava o conhecimento deles e os familiarizava com habilidades pastorais. Ajudava-os a descobrir que na união está a força.

Às vezes, o trabalho missionário não progride satisfatoriamente por causa da falta de união entre os padres e os religiosos. A insalubre mentalidade competitiva, a crítica negativa de um para com o outro os impede empregar a força e o vigor de trabalho em equipe…. Onde há falta de organização de pessoas e programas, o trabalho de missão carece de direção, e há dissipação de energia, de tempo e talentos de todos os envolvidos. Temos muito para aprender de Francisco quanto ao modo como ele organizou a Missão de Chablais (1.7.6.2-3).

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V. A Missão de Chablais de Francisco e o Carisma Salesiano

A parte do documento dos Fransalianos sobre Francisco como líder missionário apresenta uma olhada atraentre sobre a assimilação, por parte dessa congregação missionária salesiana, da exposição arquetípica do apostolado missionário de Francisco no Chablais como carisma particular dessa congregação na Igreja. Outros membros da família salesiana também exaltam e têm muita veneração por esse episódio, enquanto integram a sua reflexão sobre isso com o carisma próprio deles. Por exemplo, os Oblatos De Sales, fundados em 1876, quase quatro décadas depois dos Fransalianos, têm seu próprio ponto de partida distinto. Como os Fransalianos e muitos outros membros da família salesiana, os Oblatos De Sales formam também parte do “Pentecostes Salesiano” do século 19. 26

A Madre Maria de Sales Chappuis (1793-1875), a inspiradora para a fundação dos Oblatos de Sales, e Pe. Luís Brisson (1817-1908), o seu fundador, consideravam o humanismo cristão de Francisco de Sales, com a visão generosa de um mundo de corações divinos e humanos, como o remédio para a rigidez do Jansenismo e o secularismo irreligioso daquela época. Em vez de destacar separadamente um episódio na vida de Francisco (como fizeram os Fransalianos) ou um tema nos escritos dele, a Madre Chappuis e Pe. Brisson acolheram o rico conjunto do espírito e da doutrina de Francisco de Sales (sintetizado no Diretório Espiritual) que sempre era maior do que a soma de suas partes, ou qualquer uma de suas partes.

As pesquisas de Pe. Alexander T. Pocetto, OSFS, documentaram meticulosamente que não só a Madre Chappuis estava impregnada dos escritos de Francisco de Sales e tinha uma porção considerável da sabedoria dele, mas também que ela se considerava, e era percebida igualmente por seus contemporâneos, como uma ardente e infatigável “Apóstola do Espírito salesiano.” A Madre Chappuis teve uma noção muito clara sobre aquilo a que Deus estava chamando a Pe. Brisson para que este o realizasse, quer dizer, para fundar a comunidade masculina que Francisco não chegou a criar devido à sua morte precoce, e que o carisma singular e missão dessa comunidade seriam viver e disseminar por seus diversos ministérios (“a educação cristã da juventude… as missões [e] em todas as formas de ministério” [Constituição 13]) o espírito e a doutrina de Francisco de Sales. Esta visão se realizou com a fundação dos Oblatos De Sales da qual a Madre Chappuis sabia que era a obra a que Deus a estava chamando desde o tempo que ela entrou no noviciado da Visitação em Friburgo e a qual era sua própria razão de ser. Fr. Brisson dá seguimento à visão sobre a fundação para os Oblatos De Sales assim:

Estejamos plenamente conscientes de que somos Oblates de São Francisco de o Sales…. Há, como se sabe, outras

comunidades estabelecidas com o nome de São Francisco de Sales, e que se baseiam na doutrina dele.

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Outros podem ter a doutrina de São Francisco de Sales — mais ou menos; mas é certo que so Oblates são os que possuem essa doutrina em sua integridade. A Visitação herdou-a…. É a Boa Madre [Madre Chappuis] que transmitiu a nós a compreensão dessa doutrina e desse tesouro confiado à Visitação.

Santa Joana de Chantal pediu a São Francisco de Sales que fundasse um instituto de padres: “Forme padres que serão como o senhor, que preservarão seu espírito.” E somos nós que — três séculos mais tarde — chegamos para adquirir essa herança.… 27

Visto da perspectiva do carisma salesiano em sua integridade (o

patrimônio espiritual dos Oblatos De Sales), a missão de Chablais de Francisco e o “Espírito Chablais” ocupam seu lugar entre uma série de narrativas arquetípicas salesianas cada uma dos quais cativa a imaginação e tem significado espiritual e poder irresistíveis. Ao lado da narrativa de Francisco como o Apóstolo do Chablais, há as narrativas salesianas de, entre outras, Francisco como o bispo pos-tridentino modelo, Francisco o apóstolo da palavra falada e impressa, Francisco o diretor espiritual, Francisco o campeão e professor da chamada universal à santidade e à vida devota, Francisco o fundador da Ordem de Visitação, Francisco o teólogo, Francisco o santo Cavalheiro, Francisco o doutor da Igreja, Francisco o padroeiro dos escritores e jornalistas, e Francisco o precursor do Concílio Vaticano Segundo.

Muitos dos elementos constitutivos da missão de Chablais que surgiram no início do ministério de Francisco anunciavam o que mais tarde se tornariam os elementos essenciais da doutrina e espiritualidade salesianas cuja maturidade e riqueza completas se desdobravam durante o restante quase quarto de século do ministério de Francisco — as suas cartas de direção espiritual, sermões, Introdução à Vida Devota, Tratado do Amor de Deus, e a fundação da Ordem da Visitação. E, como a finada Irmã Marie-Patricia Burns, VSM, nos fez lembrar na ocasião do quarto centenário do primeiro encontro de Francisco e Santa Joana Francisco de Chantal, em Dijon, em 1604, sem este encontro - que floresceu na amizade espiritual deles e a fundação da Ordem da Visitação - não haveria o carisma salesiano como o conhecemos, Francisco poderia não ter sido canonizado e declarado doutor da Igreja, e congregações como a das Irmãs Oblatas e a dos Oblatos De Sales não teriam sido fundadas (um ponto igualmente sublinhado pela anteriormente mencionada cita de Fr. Brission) .28

VI. Considerações finais

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Enquanto esta edição do Boletim informativo de ICSS vai à gráfica, a Igreja e a família salesiana celebram a solenidade do Sagrado Coração de Jesus. Há uma simetria nisto como esta festa nos reconduz ao coração manso e humilde de Jesus que alimentava, sustentava e formava o ministério de Francisco na missão de Chablais e durante os anos depois. O próprio Francisco foi mudado para sempre pelo poder transcendente e transformativo do coração manso e humilde do seu amado Jesus. Francisco trabalhava incansavelmente para afastar o mundo que ele habitava da violência a qual estava onipresente, para levar os corações dos que ele atendia a bater em harmonia com o manso e humilde coração do Salvador. O “método salesiano” dele que era a forma distintiva que a sua imitação de Cristo assumiu, estava separada, por um lado, da força e violência empregadas pelos Calvinistas para coagir o Chablais à submissão, e, por outro, da estratégia agressiva e das ameaças empregadas por seus companheiros missionários. O modo de Francisco de estar em um mundo violento, o seu “método de Salesian,” é uma mensagem tão permanente e vigorosa para o nosso mundo igualmente ou mais violento, como o era para o seu próprio tempo e lugar.

Joseph F. Chorpenning, O.S.F.S.

1. L. Fiorelli (depois de consulta com o Conselho Geral), “Reflections on Oblate Missions: Past, Present and Future” (January 2002), pp. 7, 10.

2. The General’s News, 19 (2002).

3. Committee on Oblate Missions in the 21st Century, “Developing a Comprehensive Plan for Missions” (October 2003).

4. Book of Proposals, General Chapter XVIII of the Oblates of São Francisco de Sales, Fockenfeld, Germany, 31 July – 11 August 2006, Proposal C1, p. 19.

5. Ibid., Proposal A1, p. 6.

6. Sobre a importância da história ao estudar a espiritualidade cristã, ver P. Sheldrake, Spirituality and History: Questions of Interpretation and Method, rev. ed. (Maryknoll, N.Y.: Orbis Books, 1995), e W. Principe, “Broadening the Focus: Context as a Corrective Lens in Reading Historical Works in Spirituality,” in Minding the Spirit: The Study of Christian Spirituality, eds. E. Dreyer and M. Burrows (Baltimore: Johns Hopkins Univ. Press, 2005), pp. 42-48.

7. Na edição original francesa, 138 páginas são dedicadas ao assunto do missão de Francisco no Chablais (1:223-361). As referências seguintes se encontram na tradução inglesa de dois volumes de Fr. Rory O’Sullivan, OSFS da obra de Lajeunie.

8. Lajeunie, 1:178-340, esp. 194, 203, 269, 299, 302-303.

9. François de Sales (New York: Harper & Brothers, 1960), pp. 56-79. For example, Bedoyere comments: “[We] must distinguish between [Francisco’s] attitude to heresy as a political evil and his attitude

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towards the person of the heretic…. He could not … conceive of a Catholic State giving equal rights to heretics and to Catholics. The Duc de Savoie would have been fully within his rights to use political and military force to drive heresy and obstinate heretics out of his country…. But because de Sales, as a person of deep spiritual insight, understood very well the difference between the method of love and Christian charity and the method of force, whether political or military, he himself was only personally interested in conversions by purely spiritual means…. It should also be remembered that the leaders of the Protestants who had used force to Protestantize the [Chablais] saw no more virtue in toleration than the most rabid of Catholics…. The unusual circumstances on both sides might have been designed to enable a saint to show the world how a true Christian apostolate should be carried out” (pp. 65-66). Cf. St. Jane Frances de Chantal’s testimony for Francisco’s canonization process, which, while giving ample attention to the Chablais mission’s perils and seemingly insurmountable difficulties and to Francisco’s extraordinary courage and trust in God, attributes the success of the mission to Francisco’s particular method whereby he prevailed, namely, his gentleness, which translated into “a special gift for conversion”: “when [hardened opponents of the faith] turned to look at his friendly face it calmed down their fury. And indeed, this is just how it would affect people, for his face was all gentleness and peace when he looked at you” (São Francisco de Sales: A Testimony by St. Chantal, ed. and trans. with an introduction by E. Stopp [Hyattsville, Md.: Institute of Salesian Studies, 1967], pp. 52, 49 [hereafter Testimony]).

10. “The Art of the Writer,” in her A Man to Heal Differences: Essays and Talks on São Francisco de Sales (Philadelphia: Saint Joseph’s University Press, 1997), 75-84, at 80-81 (originally published in The Month, new series, vol. 3, no. 1 [January 1967]: 46-52).

11. “Meditations on the Church (1595-96),” in her A Man to Heal Differences, pp. 51-74, at 51 (originally published in Salesian Studies, vol. 4, no. 4 [Autumn 1967]: 53-69).

12. Stopp, “The Art of the Writer,” p. 80.

13. A. Ravier, Francisco de Sales: Sage & Saint, trans. J. Bowler (original French edition, 1986; San Francisco: Ignatius Press, 1988), pp. 92-93.

14. Ibid., pp. 76-77.

15. Heart Speaks to Heart: The Salesian Tradition (London: Darton, Longman and Todd, 2004), p. 29.

16. Seeking God’s Will Together: Discernment in the Salesian World of Hearts (Wilmington, De.: Oblates of São Francisco de Sales, 2003), p. 5.

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17. “Alterity: At the Heart of the Salesian Matrix,” in Human Encounter in the Salesian Tradition, forthcoming.

18. “Appealing to the Senses: The Forty Hours Celebrations in the Duchy of Chablais, 1597-98,” Sixteenth Century Journal 36 (2005): 375-96, at 377. Also see Fehleison, “Visitor and Villager: Communal Dynamics and the Status of Local Religion in the Diocese of Geneva-Annecy during the Time of Catholic Reform, 1579-1640,” Ph.D. diss., Ohio State University, 2001.

19. See, e.g., “Wilmington-Philadelphia Province Report on Regional Discussions in Preparation for the General Chapter of 2006” (31 May 2006), pp. 2-3, and “Answer from the Netherlands Province to the Paper of the Committee on Oblate Missions in the 21st Century.”

20. E. Stopp, “François de Sales,” in The Study of Spirituality, eds. C. Jones et al. (New York: Oxford Univ. Press, 1986), pp. 379-385, at 384. Stopp returns to this facet of Francisco’s literary art in the final article she wrote before her death (1996): “François de Sales: The Writer and His Reader,” in The Art of Reading: Essays in Memory of Dorothy Gabe Coleman, eds. P. Ford and G. Jondorf (Cambridge: Cambridge French Colloquia, 1998), pp. 75-83, esp. 78. Francisco’s liberal use of stories, images, and allegories was licensed by Jesus’s own prodigal use of these in his preaching and ministry, and consequently highlighted Francisco’s imitation of Christ and the perception of his contemporaries that he “reflected the Son of God as a living image” (“Letter from Jane Frances de Chantal to Dom Jean de Saint-François [December 1623],” in Testimony, pp. 165-72, at 172).

21. See Fehleison, “Appealing to the Senses,” p. 393.

22. On attention to the particular as a hallmark of Salesian spirituality, see ICSS Newsletter, No. 14 (July 2004), p. 3, and No. 15 (January-February 2005), p. 3.

23. de la Bedoyere, p. 71.

24. “São Francisco de Sales, A Missionary Leader, Fr. Mermier in His ‘I Want Mission Experience,’” Working Paper 2, for General Chapter 2007, Missionaries of São Francisco de Sales (available at www.fransalians.com), 1.1.2. Subsequent references to this paper are to its numbered sections.

25. See ibid., 1.2, and Wright, Heart Speaks to Heart, pp. 113-18.

26. On this “Salesian Pentecost,” see Wright, Heart Speaks to Heart, pp. 110-72, which is also the basis of the account of the foundation of the Oblatos De Sales that follows.

27. The True Understanding of the Congregation According to Father Brisson, Texts of Fr. Brisson chosen by Fr. Roger Balducelli, OSFS, for use by his confreres (Rome: Generalate, 1989), Text No. 9, pp. 30-32, at 30. Cf. Constitution 17.

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28. See “The Flowering of a Friendship,” in Human Encounter in the Salesian Tradition, forthcoming.

África BENIN No início de julho, Pe. Jean-Luc Leroux, OSFS, um dos fundadores das missões de Benin, voltará como Superior Regional. O seu objetivo principal será preparar os jovens Oblatos de Benin a assumir gradualmente a responsabilidade pela região. Como mencionado em nossos Boletins informativos anteriores, ele era muito ativo em RES (Recherches et Études Salésiennes) como Presidente e promovendo o carisma salesiano dos Oblatos em diversos apostolados. Sua experiência adquirida será utilizada para as Conferências Salesianas anuais realizadas em Benin pela família salesiana que não só envolvem Oblates mas também Sacerdotes de S. Francisco de Sales, Salesianos de Don Bosco, e Salesianas da Visitação. Fr. Leroux estará presente para a ordenação sacerdotal de três Oblatos de Benin no mês de julho. Região da Ásia WEBSITE NOVO Com uma subvenção da ICSS e as perícias do Pe. Herbert Winklehner, OSFS, um membro da ICSS e seu webmaster, foi criado um sítio novo, www.osfs-asia.net, referente à Missão na Ásia para poder dar informação de forma mais eficiente sobre o trabalho de lá, as atividades, os planos, etc. Fr. Winklehner colocou mapas da Índia e das Filipinas, como também um globo no qual várias fundações de Oblatos ficam situadas nestes dois países e pelo mundo afora. Vale a pena visitor o sítio. ÍNDIA Sob a liderança de Pe. Sebastian Leitner, OSFS, Superior Regional, todos os membros professos têm a oportunidade para formar o futuro da região. Pede-se de todos os Oblatos que participem do encontro geral anual. Na reunião de outubro de 2005, os participantes foram solicitados para refletir e compartilhar as suas idéias sobre tópicos como os aspectos positivos e negativos do seu ministério e como este poderia ser melhorado, a sua visão como sacerdote Oblato, e o que os ajudou a crescer como Oblato. Os membros discutiram as propostas para o Capítulo Geral de 2006, a fundação nas Filipinas, a situação financeira da região, a escola sugerida, e aspectos importantes do programa de formação. O theologado será situado agora numa casa alugada em Mangalore, de forma que os seminaristas podem freqüentar o seminário diocesano para os estudos teológicos. Isso estende a fundação dos Oblatos na Índia até

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outro local, no estado de Karnataka. Pe. Fred Smuda, OSFS, foi nomeado como o superior dessa nova comunidade. Na qualidade de Diretor do Fundo Chablais das Missões, Pe. James O'Neil, OSFS, visitou a região para adquirir maior informação sobre as necessidades e recursos da mesma. Aproveitou também a ocasião para dar várias palestras sobre a espiritualidade salesiana, enfatizando especialmente as virtudes salesianas. AS FILIPINAS Os Oblatos indianos decidiram que apoiariam uma fundação nesse país, mas não podem enviar pessoa alguma de imediato. Enquanto isso, Pe. Josef Költringer, OSFS, pôs a base para essa fundação importante. Ele realizou cerimônia formal para bendizer a casa, generosamente emprestada aos Oblatos por uma viúva Filipina para servir-lhe agora de sua residência. O bispo local já prometeu enviar a Pe. Koltringer algumas centenas de meninos para este selecionar possíveis candidatos para os Oblatos, mas não poderá começar um programa de formação até que ele tiver diversos outros Oblatos para ajudá-lo. Költringer considera a missão filipina como um trampolim para, eventualmente, enviar missionários para China. Esta é precisamente a visão do Papa Bento XVI que vê a Igreja filipina como desempenhando um papel fundamental na evangelização da Ásia e, particularmente, China. Europa PROVÍNCIA DA ÁUSTRIA-ALEMANHA DO SUL Na ocasião do 100º aniversário da revista salesiana LICHT, o Papa Bento XVI conferiu a bênção apostólica a todos os autores, colaboradores e leitores da revista. Na sua carta, o Papa escreveu: “Que a revista LICHT seja também um médio apropriado no futuro para mostrar aos seres humanos o modo de viver a vida como cristãos na espiritualidade de S. Francisco de Sales que está repleta da luz da fé e do amor a Deus.” O texto completo da carta, como também informação adicional sobre a revista salesiana LICHT, podem ser encontrados em: www.zeitschrift-licht.de. Para comemorar seu 100º aniversário, a Província criou um website novo com o domínio www.eslebejesus.de (Jesus Viva). Contém informação sobre a história da Província, seus membros atuais e atividades apostólicas, como também os eventos diversos durante o ano do jubileu. O website também tem documentação histórica, organizada por Pe. Franz Wehrl, OSFS. Essa documentação está disponível também num panfleto intitulado, “Dokumentation der Oblaten des hl. Franz von Sales. Schwerpunkt: Österreichisch-Süddeutsche Provinz anlässlich ihres 100-jährigen Bestehens” (Documentação sobre os Oblatos de S. Francisco de Sales: Província da Áustria.-Alemanha do Sul na ocasião do seu 100º aniversário de existência).

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Com a colaboração de Alfons Wittmann e Monika Rauh, dois componentes do pessoal da biblioteca da Universidade Católica de Eichstätt-Ingolstadt (Alemanha), Pe. Herbert Winklehner, OSFS, um membro da ICSS, organizou a primeira enciclopédia on-line sobre S. Francisco de Sales e a espiritualidade salesiana. Este website pode ser encontrado em: www.franzvonsaleslexikon.de. Todos os peritos salesianos de fala alemã são convidados a apresentar temas salesianos para essa enciclopédia. DUTCH PROVINCE Pe. Dirk Koster, um membro da ICSS cujo biografia de S. Francisco de Sales recebeu muito boa recensão em âmbito mundial, completou recentemente uma biografia de Pe. Luís Brisson, o fundador das Irmãs Oblatas e dos Oblatos de S. Francisco de Sales. A versão holandesa desta biografia está sendo traduzida atualmente para o alemão e o inglês. Fr. Winklehner estabeleceu um website especial sobre Pe.. Brisson em: www.louisbrisson.org. No dia 25 de março de 2006, o Superior Geral, Pe. Lewis S. Fiorelli, OSFS, inaugurou a Residência Provincial nova localizada na cidade de Schijndel. Há uma capela, sala de conferência, e biblioteca, e é suficientemente grande para acomodar grupos de até cinqüenta pessoas para conferências. A residência está sendo utilizada atualmente pelos Oblatos De Sales também, e outros grupos salesianos. De 26 maio a 2 de junho de 2006, houve uma peregrinação salesiana a Annecy com aproximadamente quarenta participantes. O Provincial, Pe. Kees Jongeneelen, e Pe. Koster acompanhavam o grupo como peritos em assuntos salesianos e diretores espirituais. A título de cooperação com a Universidade (católica) Radboud em Nijmegen, a Província holandesa mantém conversações com Pe. Rob Faesen, S.J., professor de Literatura Mística Holandesa Medieval e o Corpo docente da Cadeira Ignatiana e Jesuitica na Universidade de Teologia na Universidade Católica de Leuven (Bélgica), com a finalidade de identificar um perito que se interessaria em pesquisas sobre direção espiritual de acordo com S. Francisco de Sales a partir das suas cartas e encontros (por exemplo, Louise de Charmoisy, Jacqueline Favre, Angélique Arnauld, Jean-Pierre Camus, e o diplomata Antoine de Hayes). PROVINCIA FRANCESA A Conferência Salesiana anual, Échanges Salésiens, com o patrocínio de RES (Recherches et Études Salésiennes), será realizada este ano (10-14 de julho) em Troyes, a cidade onde foram fundados as Irmãs Oblatas e os Oblatos De Sales. O tema será Pelerins d'amour: du quotidien à l'éternité, “Peregrinos do dia a dia para a eternidade.” Este ano foi acrescentado algo novo. Haverá sessões para jovens que desejam familiar-se com a espiritualidade salesiana. A respeito dessa conferência, se pode entrar em contato com Pe. Jean-Luc Leroux, OSFS, via: [email protected].

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As contribuições de Pe. Jean Gayet, OSFS, anteriormente Superior Provincial da Província francesa e membro do ICSS, têm sido incalculáveis para a promoção dos estudos salesianos. Além dos muitos retiros, conferências, palestras, etc., que ele tem dado durante seus sessenta anos do sacerdote Oblato, freqüentemente mencionamos o seu trabalho monumental de escanear a edição de Annecy dos Oeuvres. Já escaneou vinte e três dos vinte e sete volumes e os colocou em CD-ROM. Esses foram uma ajuda inestimável a peritos salesianos em muitas partes do mundo, não só na França, mas também nos Estados Unidos, na Irlanda, e Argentina, especialmente para os que trabalham numa tese doutoral. É de grande interesse para a Congregação o avanço alcançado no trabalho que se realiza para conseguir a suspensão, aplicada à causa de beatificação da Madre Chappuis. A suspensão foi ordenada em 1921 pela Congregação dos Ritos depois que a Santo Sé determinara que “os escritos da Madre Chappuis não podiam ser tolerados” (tolerari non posse). Graças à bondade e compreensão das autoridades competentes, foi possível para Pe. Roger Balducelli, OSFS, Arquivista da Congregação, ter acesso à documentação relativa a essa suspensão e empreender um estudo tranqüilo da mesma. Esse estudo continua em andamento. Um estudo paralelo está sendo conduzido nas cartas da Boa Madre, dirigidas a Pe. Regnouf (1000 páginas impressas por computador!). O conjunto dos resultados será submetido às autoridades romanas, de forma que estas podem julgar se as circunstâncias que requeriam ou condicionaram a suspensão ainda merecem a mesma consideração como nos anos 1920. Pe. Balducelli continuará seu não solicitado mas útil trabalho enquanto for possível, mas le sable est bas dans le sablier, como dizem os franceses (ou, traduzido do ingles, “o nível de areia está baixo na ampulheta” = já lhe sobra pouco tempo). Ele tem quase oitenta e sete anos de idade. O Serviço de Formação de Fé para Adultos da Diocese de Annecy, em colaboração com a estação de rádio católica de Haute-Savoie (RCF Haute-Savoie), realizou duas discussões de painel, uma para estudantes e outra para o público geral, depois de duas exibições do filme, o “Da Vinci Code” num dos cinemas da cidade. O painel estava formado por Pe. Michel Tournade, OSFS, Provincial francês e membro anterior da ICSS, e Jean-Yves Thomas, um teólogo leigo. Foi avaliada a adaptação do livro e do filme de Dan Brown como um exemplo de marketing muito inteligente, apelando à credulidade do público e sua propensão para coisas esotéricas e conspirativas. A capela original da Visitação (La Sainte Source) foi totalmente restaurada. A capela tem sido o centro para católicos italianos que moram em Annecy desde os anos vinte do século passado, mas em 2000 os Salesianos foram solicitados a assumir este serviço. Os Salesianos conseguiram uma subvenção do governo italiano para a restauração da capela junto ao Ministério de Cultura. Eles argumentaram que Francisco de Sales e a Visitação surgiram naquilo que era essencialmente um estado

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italiano em 1610, e que o impacto do espírito salesiano e das comunidades da Visitação era grande por toda Itália, no decorrer do século 16 e 17. Em todo caso, o Ministério italiano de Cultura deu uma resposta favorável. O projeto de restauração foi apoiado e completado. O interior da capela está maravilhosamente renovado. Visitantes e turistas em Annecy vêm agora visitar mais freqüentemente essa parada importante no trajetório salesiano. Uma exposição com o nome “Regard sur la Visitação” (Uma Olhada sobre a Visitação), está permanentemente exposta no Musée Bourbonnais em Moulins, onde o terceiro monastério de Visitação foi fundado e onde Sta. Joana Chantal faleceu. A exposição foi tornada possível pelos esforços combinados de vinte e oito monastérios na França e Bélgica, fazendo disponível o seu patrimônio de objetos de arte abrangendo cinco séculos. Também contém objetos pessoais que pertenciam aos fundadores e objetos que evocam a vida diária de uma Visitandina. Para obter um panfleto colorido muito bonito da exposição, escreva ao Musée Bourbonnais 4, place de l'Ancien Palais 03000 Moulins, França, ou telefone: 04 70 44 39 03. PROVINCIA ITALIANA Pe. Emilio Testa, OSFS, que tem tido uma experiência prolongada e frutífera tratando com o Vaticano e os diversos dicasteries deste em nome dos Oblatos, está orientando a introdução da causa de beatificação de Pe. Louis Brisson. Ele ajudou Pe. Roger Balducelli, OSFS, ao preparar a quantidade enorme de documentação apresentada à Congregação para as Causas de Santos. A Visitação de Salò concordou benevolamente em traduzir o Boletim Informativo da ICSS em italiano. As irmãs fizeram um trabalho excelente preparando uma versão italiana do folheto de ICSS L'Autorità nella tradizione salesiana (Liderança na Tradição Salesiana) que foi distribuído aos monastérios da Visitação na Itália. A versão italiana do Boletim informativo o fará disponível em seis idiomas no website de ICSS, e será particularmente acessível para Salesianos de Don Bosco, muitos dos quais sabem italiano. A última edição deste Boletim informativo comunicou a publicação recente do livro fundamental de Pe. Morand Wirth, SDB, François de Sales et l'éducation (Paris: Éditions Don Bosco, 2005). Essa obra foi traduzida em italiano com o título Francesco di Sales e l'educazione. Formazion umana e umanesimo integrale e publicada pelo Libreria Ateneo Salesiano. Uma descrição breve em italiano do conteúdo desse obra pode ser vista no website do Università Pontificale Salesiana: http://www.ups.urbe.it/index.php?method=news&action=zoom&id=78. Pode ser encomendada on-line. at http://las.ups.urbe.it/wwwroot/web/catalogo.html. MÔNACO

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Os que saber ler francês encontrarão uma história interessante sobre a maneira como a responsabilidade pela paróquia de St. Charles neste principado foi confiada aos Oblatos pelo papel importante desempenhado neste apostolado por Pe. J. Francis Tucker, OSFS, seu primeiro Pároco Oblato e Capelão para o Príncipe Ranier. Basta abrir: http://www.eglise-saint-charles.com/StFrancois1.htm#toppre. FILHAS DE S. FRANCISCO DE SALES No website www.franz-von-sales.org das Filhas de S. Francis de o Sales, agora é possível lançar perguntas sobre S. Francisco de Sales. Pe. Herbert Winklehner OSFS, um membro da ICSS, responderá a essas perguntas. Por meio do botão “Angefragt” (solicitado), estas respostas estarão à disposição nesse website. O grupo suíço das Filhas se alegra por obtido um novo Diretor Espiritual Geral, Pe. Thomas Falak da Polônia. Ele é Sacerdote de S. Francis de Sales e aconselha os dois grupos poloneses das Filhas em Varsóvia e Lodz. Apresentamos-lhe nossos melhores votos, ao empreender esta responsabilidade adicional. O grupo austríaco das Filhas celebrou a consagração de Rosemarie Hofmayer realizada no dia 24 de junho de 2006, depois de um programa de formação de dois anos. A consagração aconteceu durante a celebração da Eucharistia, na Abadia de Seckau em Styria, Áustria. Rosemarie fez os votos diante do diretor espiritual do grupo, Pe. Leo Liedermann, e na presença de familiares convidados e do Grupo da Áustria Ocidental das Filhas em serviço. A peregrinação comum a Annecy será o destaque do ano para os Grupos da Áustria Oriental e Ocidental. Acontecerá 2-9 de setembro de 2006. Região sul- Americana A edição do boletim informativo da Região de novembro de 2005, Encontro dos Oblatos, menciona a reunião dos superiores religiosos maiores, realizada em Roma sobre a Vida Consagrada. Diversas virtudes que eles elencaram e que são necessárias para desenvolver atitudes novas para tempos novos, são características da espiritualidade salesiana, particualmente a não-violência/delicadeza e um espírito de liberdade. Isto reafirma a relevância da espiritualidade salesiana para nosso mundo. A região iniciou formalmente sua celebração do 100º aniversário no dia 21 de abril de 2006. United States PROVÍNCIA DE TOLEDO-DETROIT A Província ergueu recentemente a Comunidade Regional Brisson que consiste em seis membros que vivem em áreas geográficas diversas e não

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estão ligados a uma das comunidades da Província. A idéia surgiu do Irmão Jim Petrait, OSFS que foi designado coordenador regional do grupo. Celebram quatro reuniões anualmente on-line. O Irmão. Jim indica leituras dos escritos de S. Francisco de Sales ou artigos sobre a espiritualidade salesiana, sendo cada um dos membros convidado a dar, por e-mail ou telefone, uma reflexão pessoal sobre as leituras, junto com as notícias mais recentes sobre si mesmo. Até agora, houve 100% de participação. Fr. David Whalen, Provincial, observa: “Isso é uma iniciativa nova para nós e bem pode ser bem uma iniciativa entre comunidades religiosas nos EUA Evidentemente, o modo como essa Região funcionará será muito diferente da maneira como outras comunidades regionais operam, e levará tempo e paciência para entender exatamente como será. O importante é que agora está funcionando.” “Dançando na Escuridão: Uma Espiritualidade de Esperança em Qualquer Época” será o tema da 24ª Conferência Anual Joseph F. Power, OSFS, sobre a Espiritualidade de Francisco de Sales e Joana de Chantal. Será realizada do dia 3 a 6 de agosto no Hilton Durham, em Durham, Carolina do Norte. Alguns dos oradores destacados e os seus temas são os seguintes: Pe. James Yeakel, OSFS, “Dancing Through Life: Living Jesus in Challenging Times”; Irmã Mary Greenan, FMA, “Dancing with Aliens and Angels: The Young in the Church Today”; Irmã Jacqueline Burke, VHM, “Outliving St. Francis and St. Jane: The Gift of Salesian Wisdom”; Pe. Roland Calvert, OSFS, “Francis and Jane in the Political Arena.” Para mais informação e inscrição on-line, entrar em contato com De Sales Ministries e Resources via: www.desalesresource.org. Na reunião anual da Província nos dias 21 a 24 de junho de 2005, Pe. David Whalen, OSFS, apresentou o tema da semana, “Understanding and Managing Anger, Ours and Other´s,” que foi auxiliado pelo senhor Lynn Levo, SSJ. O boletim informativo da Província Bondings, resumiu o tema desta forma: “Aprender a entender, sentir e dominar a raiva é pelo menos difícil. Explodir, e causar dano a relações, a si mesmo ou propriedade não é a escolha acertada. Nem encher com isso bolsas de granadas, elevar a pressão sanguínea, nem desenvolver uma disposição deprimente, nem uma personalidade de porco-espinho. S. Francisco de Sales que reconheceu sofrer desse problema, esperava estar livre de todos os sentimentos de raiva quinze minutos depois da sua morte, e na sua Introdução à Vida Devota aconselhou: ‘é melhor procurar um modo de viver sem raiva do que pretender fazer uso moderado e discreto dela.'” A mesma edição de Bondings contém um obituário de Pe. Anthony Ceresko, OSFS, a quem damos homenagem na última edição deste Boletim informativo. O artigo acentua o compromisso dele para promover justiça e observa: “Tudo do seu ensinamento e pesquisa, e, realmente, a sua chamada a responder de modo completamente radical, estava fundamentado na sua profissão religiosa e no seu amor e dedicação a toda a espiritualidade salesiana. Ele sempre estava procurando modos para

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aproveitar os elementos tradicionais da nossa espiritualidade e mostrar como eram compatíveis com estudos bíblicos sólidos e teologia genuine, não dependendo do nome que estava atualmente em voga.” Vários artigos dele sobre o pensamento salesiano estão disponíveis no seu livro, St. Francis de Sales and the Bíble (Bangalore: SFS Publications, 2005) que foi publicado um pouco antes da morte dele como também on-line no website do Salesian Center for Faith and Culture em: http://www4.desales.edu/SCFC/SalStudies2.htm#Ceresko. Pe. Paul Henry que encabeça o Escritório do Ministério Especial de Espiritualidade da Arquidiocese de Baltimore apresenta uma recensão muito favorável, na edição de Bondings da primavera de 2006, do livro Direção Espiritual: Uma Metodologia de Pe. Devasia Manalel, MSFS. Pe. Henry caracteriza o livro como “um trabalho sistemático na metodologia de direção espiritual salesiana.” A paróquia de Gesù em Toledo, Ohio, cujo pároco é Pe. James Cryan, OSFS, apresentou, na quaresma, uma série de quatro sessões muito bem aceitas sobre virtudes salesianas. PROVINCIA DE WILMINGTON-FILADELFIA A edição da primavera de 2006 de Mosaic, uma publicação da Holy Family University, caracteriza Pe. Albert Smith, OSFS, agora aposentado depois de dezoito anos de serviço dedicado como Capelão/Ministro do Campus da Universidade. O seu ministério prolongado e frutífero, não só para estudantes mas também para o pessoal e corpo docente, foi marcado por otimismo, acessibilidade, e amabilidade salesianos. Pe. Smith embebeu sua vida e trabalho com o espírito salesiano e promoveu isto em toda ocasião. Parabéns e os votos mais cálidos a Pe. Smith agora que embarca numa nova fase da sua vida de sacerdote Oblato! Honra a Pe. Michael Murray, OSFS, e ao Centro de Espiritualidade Salesiana (DSC) por completar Fase I de um processo permanente para traduzir recursos salesianos para o espanhol. Os recursos espanhóis seguintes foram colocados no website do DSC: (1) Domingos Salesianos, reflexões de uma página sobre o Lecionário dos Dias de Domingo/Solenidade/Festa pelo fim do Ano Litúrgico de 2005/2006; (2) dezessete partes de Orações do Coração; (3) seis volumes de Perspectivas Salesianas; (4) duas versões do Diretório Espiritual; (5) as dez Meditações da Introdução à Vida Devota, Parte I; (6) Cada Dia com S. Francisco de o Sales, oferecendo um pensamento de Francisco de Sales para cada dia do ano, apresentado num formato mensal. Há agora mais de 200 recursos salesianos distintos em espanhol disponíveis na página web principal nova do DSC: http://www.oblates.org/spirituality/es no idioma espanhol /. O DSC oferece, com muito prazer, Seminários de Aprendizagem Salesiana para comunidades paroquiais de fé. O objetivo desses seminários de um dia de duração é ajudar a formar um grupo central de pessoas que

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colaborarão com a liderança e os responsáveis paroquiais para ajudar outros a aprender, a viver, e a compartir a abordagem prática, concreta da espiritualidade salesiana com o fim de abraçar o Evangelho, de “Viver Jesus.” Para mais informação, por favor entre em contato com o diretor executivo via [email protected]. Dave Herrington, diretor regional da Região de Flórida do Centro de Espiritualidade Salesiana, convidado pela Diocese de Venice, deu uma apresentação a professores e catequistas do Centro por um conjunto de conferências de verão, no início de junho. O seu tema foi “Um Ramalhete Salesiano: Realizar o Comum de um Modo Extraordinário.” Dave, um oficial militar aposentado, é um dos colaboradores seculares mais entusiásticos e comprometidos dos Oblatos. Pe. Joseph Chorpenning, OSFS, membro e presidente da ICSS, ajudou na exposição, “Emblemata Sacra: Livros Emblema da Biblioteca Maurits Sabbe, Katholieke Universiteit Leuven,” expostos durante a primavera de 2006 na Francis A. Biblioteca de Drexel na Saint Joseph University em Filadélfia. Ele também editou e contribuiu com um ensaio para o catálogo que acompanhou a exposição. A exiposião abriu uma visão sobre o mundo de símbolos e imagens no qual S. Francisco de Sales vivia e exercia seu ministério. Quatorze estudantes e quatro Oblatos da De Sales University concluiram o seu programam de um ano no Instituto de Liderança Salesiana (SLI), sob o patrocínio do Centro Salesiano para Fé e Cultura (SCFC) e com subvenção generosa de Frank Ryan e a Fundação Ryan. Uma equipe de Oblatos (Pe. Douglas Burns, Pe. Peter Leonard, Pe. Mark Plaushin, e Pe. Christopher Hudgin), sob a liderança de Pe. Thomas Dailey, OSFS, Diretor de SCFC, trabalhou em colaboração com o pessoal do Instituto de Liderança Católico para integrar a espiritualidade salesiana com seu programa. O programa tem dois componentes principais: L.E.A.P (Leaders Experiential Adventure Program) que focaliza a descoberta do perfil pessoal da pessoa e o desenvolvimento da missão pessoal da pessoa, e B.E.I.T (Being Energized and Inspired Together) que enfatiza a reflexão pessoal e discussão grupal com ajudantes treinados em liderança salesiana. Quatorze estudantes novos participarão no programa no ano letivo que vem. Mais informação sobre o SLI está disponível no website de SCFS: http://www4.desales.edu/SCFC/Leadership/SLI-front.htm. Em parte ajudado por uma subvenção da ICSS, Pe. Alexander Pocetto, OSFS, membro e presidente anterior da ICSS e agora editor responsável do Boletim informativo da ICSS, digitou exitosamente dois livros na Coleção Salesiana da Biblioteca Trexler na De Sales University. O livro Uma Revolução em Caridade de Ruth Kleinman foi digitado, salvo como um arquivo em pdf, e colocado no Web como uma experiência; está agora disponível em: http://nt1.desales.edu/courses/Charity.pdf. Era usado como um subsídio num curso novo on-line, desenvolvido e ensinado em

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março e abril de 2006 por Pe. Pocetto, “Uma Civilização Salesiana de Amor.” A primeira tradução inglesa do Tratado no Amor de Deus (1630) também foi digitada com êxito e será colocada logo no World Wide Web, de forma que está disponível a estudiosos salesianos em âmbito mundial. Esta tradução de Miles Carr, em inglês elizabetano, pode ser estudado a partir de muitas perspectivas, das quais não sendo a menor o impacto da espiritualidade salesiana no catolicismo inglês durante um período de intensa perseguição. Dois cursos novos on-line foram oferecidos pelo SCFC. Eram “Escritos Salesianos,” que examinam a maneira como S. Francisco de Sales assimilou os ensinamentos da Bíblia Sagrada e os incorporou no seu próprio modo de pregar e escrever, com exemplos dos seus sermões dele e sua Exposição Mística sobre o Cântico dos Cânticos, encaminhada por Pe. Dailey; e “Uma Civilização Salesiana de Amor,” encaminhada por Fr. Pocetto (veja acima). A Escola Preparatória Nativity que abriu no ano 2003 formou sua primeira classe de sete alunos em junho. Todos esses estudantes foram aceitos em escolas secundárias privadas, na região de Wilmington, Delaware. O Irmão Edward Ogden, OSFS, diretor da Escola Preparatória Nativity, confia que todos poderão enfrentar os desafios do programa da sua escola secundária. A Escola Preparatória Nativity, em três breves anos, está bem encaminhada para preparer futuros líderes a partir de circunstâncias desfavoráveis com seu programa rigoroso e exigente, imbuído no charisma e espírito salesiano. Em maio, a Associação de Nações Unidas dos Estados Unidos, em cooperação com as Nações Unidas, foi anfitriã da sétima conferência anual de salas de aula globais modelo ONU, no edifício da sede da ONU, na Cidade de Nova Iorque. Mais de 2.300 estudantes de toda a parte dos E.U.A. e dezessete outras nações participaram nesta convenção. Os Padres John Hurley, OSFS, e John Spellman, OSFS, conduziram uma delegação em conjunto de cinqüenta estudantes das escolas secundárias Father Judge, Salesianum, Northeast Catholic Highshool a ganharem o campeonato mundial nesse debate acadêmico mais prestigioso a nível global. À “Equipe Salesiana” foi entregue a placa do Secretário Geral como a melhor equipe do mundo. Nossas sinceras congratulações para a “Equipe Salesiana” e para seus dirigentes Oblatos. Há nenhuma dúvida de que a própria ONU poderia aproveitar uma infusão da espiritualidade salesiana. Missionários de S. Francisco de Sales (Fransalianos) Preparações estão em andamento para o Capítulo Geral dos Fransalianos em 2007. Para esse fim, uma quantidade de recursos está colocada no website deles (www.fransalians.com), inclusive um esboço sumário, folheto preparatório e orações, horário, e um conjunto de três documentos de trabalho. Estes são de interesse particular, porque contêm reflexões

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profundas sobre três temas atuais: (1) Jesus o Missionário, Jesus o Líder; (2) S. Francisco de o Sales, um Líder Missionário, e Pe. Mermier no seu “Eu quero experiência de missão”; e (3) Desafios de Ser um Líder Missionário Hoje. Os Fransalianos foram fundados, em 1838, por Pierre Mermier, sob o patrocínio de S. Francisco de Sales como o Apóstolo do Chablais, que para eles é “o ícone de inspiração e imitação.” Daí, o missionário de Chablais é o carisma deles. Publicações novas LIVROS Elisabeth Stopp, Adrien Gambart’s Emblem Book: The Life of St. Francis de Sales in Symbols (Philadelphia: Saint Joseph’s University Press, 2005). Este volume inclui o estudo recente, previamente inédito, de Elisabeth Stopp de La vie symbolique du bienheureux François de Sales (1664), um ensaio introdutório de Agnès Guiderdoni-Bruslé que atualiza e completa a obra de Stopp, e um fac-símile do livro de emblema de Gambart. Jose Kumblolickal, MSFS, La unión con Dios en San Juan de la Cruz y San Francisco de Sales: Estudio comparativo de su propuesta doutrinal (União com Deus em S. João da Cruz e S. Francisco de Sales: Um Estudo Comparativo da Doutrina Espiritual deles) (Burgos, Espanha: Editorial Monte Carmelo, 2002). Um índice detalhado em inglês pode ser visto em: http://www.fransalians.com/sfs-visões/kumblolickal-j.htm. Está disponível para compra em http://www.montecarmelo.com Benni Grigoriose Koottanal, MSFS, Eucharist Is Love: A Dogmatic and Hermeneutic Understanding of Salesian Eucharistic Theology in the Calvinistic Era (Bangalore: SFS Publications, 2005). Um esboço muito detalhado de cada capítulo está disponível em: http://www.fransalians.com/sfs-views/kootanal-b.htm. Han Urs von Balthasar (1905-1988), Love Alone Is Credible, trans. D. C. Schindler (San Francisco: Ignatius Press, 2004). A sobrecapa do livro afirma nesta tradução nova que von Baltasar “cava mais profundamente na sua exploração daquilo que significa o amor, em que consiste o amor divino de Deus, e como temos que nos tornar amantes de Deus no rasto de santos como Francisco de Sales, João da Cruz e Teresa de Lisieux.” Philippe Legros, François de Sales, un maître en pédagogie (Paris, Éditions Don Bosco, 2005). Stefan Hauptmann, padre da paróquia de Markt Indersdorf perto de Münich e um admirador de S. Francisco de Sales, publicou uma Novena Salesiana que, pela primeira vez, foi usada na sua paróquia para preparar Pentecostes de 2006. Como indica o título, consiste em nove dias de preparação espiritual para a solenidade de Pentecost no espírito de S. Francisco de Sales. Qualquer interessado em saber mais sobre essa

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novena pode entrar em contato com Pe. Hauptmann por e-mail: [email protected]. Anne Hoffmann, Mit der Kraft des Lächelns. Von der Lust neue Wege zu beschreiten - Aus Leben des heiligen Franz von o Sales (Com o Poder de um Sorriso. Sobre o Prazer de Empregar uma Abordagem Nova: A Vida de S. Francisco de Sales) (Münich: Don Bosco Verlag, 2006). Esse panfleto pequeno contém uma breve biografia refrescante de S. Francisco de Sales da série de “Lebensgeschichten aus der Don Bosco Familie” (Histórias da Família de Don Bosco). Antony Kolencherry, MSFS, Von Herz zu Herz. Mystische Dialoge (De Coração a Coração. Diálogos Místicos) (Eichstätt: Franz Sales Verlag, 2006). Essa obra consiste numa série de artigos previamente publicados que colocam, de maneira tipicamente salesiana, o coração e o misticismo de coração no centro da vida espiritual. Está bem escrita e apresenta o ensinamento de S. Francisco de Sales de maneira acessível. André Compte-Sponville, A Small Treatise on the Great Virtues: The Uses of Philosophy in Everyday Life (New York: Metropolitan Books, 2001). (Um Tratado Pequeno sobre as Grandes Virtudes: O emprego da Filosofia na Vida Diária) Entre as virtudes tratadas estão a delicadeza e o amor. O ensaio sobre o amor inclui um comentário bom sobre o Tratado do Amor de Deus. Pe. James Cryan, OSFS, escreve que ele o usa como um vade-mécum. Não previamente mencionados nestes páginas, mas de possível interesse para alguns de nossos leitores, são os seguintes. Mino Bergamo, L’Anatomie de l’âme: De François de Sales à Fénélon (Paris: Jérôme Millon, 1994); Tullio Poli, Punta Suprema Dell’Anima: virtù teologali, preghiere semplice e adesione alla volontà divina secondo S. Francesco di Sales (Roma: Università Gregoriana Editrice, 1982). Infelizmente, ambos os livros estão esgotados agora. Artigos Binu Edathumparambil, “Incarnational Love: A Salesian Response to Deviations and Disintegration in Society Today,” Indian Journal of Spirituality 18 (July-September 2005): 326-32. David Frank Allen, “St. Francis de Sales and the Hospitaller Knights of St. John of Jerusalem,” Downside Review 123 (July 2005): 170-79. Patricia Siegel, “The Unsung Hero of the Reformation: Saint Francis de Sales,” in War and Its Uses: Conflict and Creativity, eds. J. Kleist and B. Butterfield (New York: Peter Lang, 1999), 47-59. Glen C. Scorgie, “Yearning for God: The Potential and Poverty of the Catholic Spirituality of Francis de Sales,” Journal of the Evangelical

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Theological Society (Sept. 1998). Este artigo oferece visões muito interessantes sobre a maneira como Evangélicos vêem ou deveriam ver a espiritualidade salesiana, e está disponível on-line via: http://www.findarticles.com / p/articles/mi_qa3817/is_199809/ai_n8813437. O website dos Fransalianos tem uma “Thematic Easy Reference to Salesian Perspectives on Various Topics. Uma Lista de cerca de 70 Tópicos do ´Abandono´ à ‘Vontade de Deus'” em: http://www.fransalians.com/sfs-views/salesian-views.htm. John McCaslin, autor do “Inside the Beltway”, coluna para The Washington Times e um colunista contribuinte em Townhall.com, escreveu um artigo na sua coluna de 24 de janeiro de 2006 sobre Francisco de Sales como padroeiro de jornalistas. In The General’s News XXVI (April-May 2006), pp. 4-6, Fr. Lewis Fiorelli, OSFS, indica alguns paralelos entre as idéias sobre o amor de Francisco de Sales e do Papa Bento XVI na primeira parte da encíclica, Deus caritas est. John Sankarathil, OSFS, “Papa João Paulo II e S. Francisco de Sales,” Diário Indiano de Espiritualidade 18 (abril-junho de 2005), estuda os temas dos sermões dados por Papa João Paulo II durante sua visita à França em 4-7 de outubro de 1986, como também da carta do Papa emitida no dia 23 de novembro de 2002 para marcar o quarto centenário da ordenação episcopal de S. Francisco de Sales.