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DESTAQUE. Os trabalhadores da Junta de Freguesia de Alverca recla- mam o cumprimento da Lei da Opção Gestionária por igual. E prometem continuar a luta pelos seus direitos. p.2,3 SOCIEDADE. Continua a discussão em torno do traçado da futura vari- ante de Alverca. A opção a nascente da linha férrea perde força, mas a câmara “não deve desistir da ideia”. p.4 OPINIÃO. Luís Ferreira Lopes e Rui Vitória falam sobre a tragédia na ilha da Madeira. E dão a receita, sob diferentes pontos de vista, para a recuperação daquele povo devas- tado. p.5 e 13 LOCAL. No ano de celebração do centenário da República, os alunos do Colégio José Álvaro Vidal evo- caram a partir de uma interpretação livre da primeira travessia aérea do Atlântico Sul, alguns dos portugue- ses que mais se distinguiram du- rante o século XX. p.11 DESPORTO. A equipa de Futsal do Grupo Desportivo dos Bombeiros Voluntários de Alverca vai represen- tar Portugal na Taça do Mundo de Bombeiros. O conjunto orientado por Carlos Pereira ficou orgulhoso com esta convocatória p.12 Março_10 Ano 26 Nº 262 Gratuito Director António Castanho Pub na Notícias de Alverca ENTREVISTA Valentina, 10 anos no combate à droga Valentina Chitas, coordenadora do Plano Integrado de Prevenção das Toxicodependências, faz o balanço do tra- balho de 10 anos de combate à droga no concelho de Vila Franca de Xira. p.7 REPORTAGEM “O difícil não é deixar a droga, é mudar comportamentos.” Tânia Gomes, psicóloga clínica e coordenadora do NAT de Alverca, explica de que forma este serviço tem procurado ajudar pessoas a largar as dependências, mediante o recurso ao Programa de Substituição pela Metadona. p.8,9 Vá ao teatro com o na vida Retomar a estrada da p.16

Notícias de Alverca

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Edição 262 Março 2010

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Page 1: Notícias de Alverca

DESTAQUE. Os trabalhadores daJunta de Freguesia de Alverca recla-mam o cumprimento da Lei daOpção Gestionária por igual. Eprometem continuar a luta pelosseus direitos.

p.2,3

SOCIEDADE. Continua a discussãoem torno do traçado da futura vari-ante de Alverca. A opção a nascenteda linha férrea perde força, mas acâmara “não deve desistir da ideia”.

p.4

OPINIÃO. Luís Ferreira Lopes eRui Vitória falam sobre a tragédiana ilha da Madeira. E dão a receita,sob diferentes pontos de vista, paraa recuperação daquele povo devas-tado.

p.5 e 13

LOCAL. No ano de celebração docentenário da República, os alunosdo Colégio José Álvaro Vidal evo-caram a partir de uma interpretaçãolivre da primeira travessia aérea doAtlântico Sul, alguns dos portugue-ses que mais se distinguiram du-rante o século XX.

p.11

DESPORTO. A equipa de Futsal doGrupo Desportivo dos BombeirosVoluntários de Alverca vai represen-tar Portugal na Taça do Mundo deBombeiros. O conjunto orientadopor Carlos Pereira ficou orgulhosocom esta convocatória

p.12

Março_10 Ano 26 Nº 262 Gratuito

DirectorAntónio Castanho

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ENTREVISTA

Valentina, 10 anosno combate à droga

Valentina Chitas, coordenadora do Plano Integrado dePrevenção das Toxicodependências, faz o balanço do tra-

balho de 10 anos de combate à droga no concelho deVila Franca de Xira.

p.7

REPORTAGEM

“O difícil não é deixar a droga,é mudar comportamentos.”Tânia Gomes, psicóloga clínicae coordenadora do NAT deAlverca, explica de que formaeste serviço tem procuradoajudar pessoas a largar asdependências, mediante orecurso ao Programa deSubstituição pela Metadona.

p.8,9

Vá ao teatrocom o na

vidaRetomar a estrada da

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Page 2: Notícias de Alverca

Mário Caritas

“Há funcionáriosda junta que hámais de 12 anos

que não fazem a progressão nacarreira. Estamos a falar de pes-soas que auferem salários muitobaixos, nalguns casos abaixo dosalário mínimo nacional”, refereJoão Paulo Vieira, sindicalistado STAL – Sindicato dos Tra-balhadores da AdministraçãoLocal, que, em Fevereiro, par-ticipou num protesto que jun-tou mais de três dezenas detrabalhadores da Junta deFreguesia de Alverca (JFA), amaioria deles pessoal operário,

reivindicando “o cumprimentoda lei da opção gestionária e amelhoria das condições de tra-balho, nomeadamente a realiza-ção das obras há muitoprometidas no balneário mas-culino” (ler caixa).A pequena manifestação, rea-lizada a 11 de Fevereiro, tevelugar à porta do edifício da au-tarquia local, mas antes disso ospontos foram debatidos emforma de plenário no refeitórioda JFA. João Paulo Vieira expli-cou, na altura, aos presentes quea autarquia não está a cumprirna íntegra as regras da opçãogestionária, ou seja, não está areconhecer a progressão na car-reira de todos os funcionários

que a merecem, tal como mandaa lei (que existe desde 1998).“O que os trabalhadores pedemé que se reconheça a sua pro-gressão na carreira, nomeada-mente daqueles cujas últimasclassificações de serviço foram«bom». No entanto, houve seistrabalhadores que progrediramna carreira, logo pensamos queestá a haver discriminação.”No fundo, a progressão ou nãona carreira tem directamente aver com o chamado sistema deavaliação e desempenho. Osfuncionários são avaliados pelosrespectivos encarregados, sendoessa avaliação posteriormenteavalizada pelo executivo defreguesia. “O artigo 48 do

Código do Trabalho é muitoclaro: o que a lei diz é que, paraprogredir na carreira, o trabal-hador tem de ter dois «exce-lentes», ou três «muito bons» oucinco «bons» consecutivos; hátrabalhadores que já tiveramesses cinco «bons» e que aindanão progrediram.”

“Colocariaem causafuncionamentoda junta”

Ao “NA”, o presidente da JFA,Afonso Costa, referiu que ac-tualmente a junta não tem orça-mento para reconhecer a

progressão na carreira aos seusquase 100 trabalhadores. “Issoimplicaria uma verba de aproxi-madamente 32.000 euros para2010, o que colocaria inclusiva-mente em causa o próprio fun-cionamento normal da junta.”Quanto àqueles que tiveramessa progressão, “é porque foramavaliados com a nota de «exce-lente» ou «muito bom»; aliás em2009 progrediram seis trabal-hadores na carreira e 10 em2008, mas não temos verba paraconseguir aplicar isso a todos”.No entanto, João Paulo Vieiraconsidera injusta essa medida.“Porque é que nalguns casos seaplica o sistema de avaliação edesempenho e noutros não? Eu

não sei se quem progrediu foiavaliado com «excelente» ou«muito bom», mas há traba-lhadores que não progrediram eque já tiveram cinco menções de«bom». O senhor presidente dizque não tem dinheiro – e euacredito – mas ele teve todo oano de 2009, em que o STALenviou ofícios para as juntas defreguesia e câmaras municipaisde todo o país relativamente àopção gestionária, para trabalharesta questão.”Ou seja, segundo o sindicalista,“não está em causa a progressãona carreira destes seis trabal-hadores, o que está em causa é ofacto disso não ter acontecidocom outros que também es-

02 | Notícias de Alverca Março 2010

Opção gestionária da Junta coDESTAQUE. Mais de 30 trabalhadores da Junta de Freguesia de Alverca manifestaram-se, em Fevereiro

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Março 2010 http://noticiasalverca.wordpress.com | 03

ontestada pelos trabalhadoreso, exigindo o cumprimento da lei da opção gestionária “para todos e não apenas para seis trabalhadores”

tavam em condições de ser abrangidos(e que iriam receber os retroactivos re-lativos a 2009). Creio que é injusto eimoral, e há naturalmente trabal-hadores que se sentem. Repare algunsdeles ganham 400 e poucos euros pormês e há mais de 12 anos que não têmuma promoção na carreira. Por isso, ire-mos continuar a batalhar até o senhorpresidente tomar consciência dasituação”.

“Porque é que nosdesvalorizam assim?”

Maria do Céu, 49 anos, é funcionária

desta junta há 15 anos. Foi uma dascontestatárias do passado dia 11 deFevereiro, apesar de reconhecer que noseu caso ainda não tinha direito à pro-gressão na carreira. Mas há colegas comesse direito que não foram contempla-dos, por isso associou-se à pequenamanifestação. “O senhor presidente dizque não tem dinheiro, mas se não temdinheiro para todos então também nãodevia ter para seis, além de ter dado umbónus a outros 10 trabalhadores.”Esta funcionária trabalha na área da jar-dinagem, sendo actualmente respon-sável no Jardim Municipal José ÁlvaroVidal. Já foi promovida desde que estána junta? “Fui apenas uma vez. Nós tí-

nhamos uma subida de escalão de trêsem três anos, mas entretanto conge-laram as promoções e nunca mais subide escalão, nem eu nem mais ninguém,evidentemente.”Maria do Céu, casada e com dois filhos,ganha “limpos” cerca de 500 eurosmensais. “Em bruto são 518,35 euros,com os descontos vai para os 400 e taleuros, mas com o subsídio de refeiçãoconsigo chegar aos 500. Se trabalhocomo os outros trabalham, porque éque uns ganham mais do que os ou-tros?”De facto, alguns euros a mais nacarteira davam sempre algum jeito. “Dehoje para amanhã reformamo-nos e é

evidente que isso faz muita diferença.Vamos supor que cada pessoa seria au-mentada 50 euros – que penso que foio que aconteceu com aqueles seis tra-balhadores, nalguns casos até mais –,parece que não mas dava muito jeito.Já não digo que é importante para“hoje” mas sim para “amanhã”, parapensarmos na nossa reforma. Porquequanto menos recebermos hoje, menosteremos amanhã.”Esta trabalhadora sabe que foi avaliadacom «bom». No entanto, ainda nãoatingiu os cinco «bons» consecutivosporque esteve de baixa durante 16meses, na sequência de duas inter-venções cirúrgicas a que foi sujeita.

“Nesse tempo em que estive de baixa,evidentemente que não pude teraproveitamento. Mas houve colegasminhas que não estiveram de baixa e,no entanto, ficaram como eu fiquei, ouseja, não levaram nada – e tiveram sem-pre «bom» nos últimos cinco anos. Issoestá errado!”Por isso, Maria do Céu e outros trabal-hadores sentem-se injustiçados.“Porque é que nos desvalorizam destamaneira? Achamos que não é justo evamos continuar a lutar. Ou o senhorpresidente cede ou nós não vamos ficarparados e em breve iremos expor esseproblema em sede de Assembleia deFreguesia.”

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Instalações não satisfazem

Obalneário masculino da JFA está muitodegradado e os trabalhadores (operários)

reivindicam o cumprimento de uma alegadapromessa do actual presidente do executivo.“Os balneários estão muito deteriorados,

têm muita humidade; o senhor presidente hámais de dois anos que diz que faz obras, masaté hoje ainda nada fez. Aquilo está uma lás-tima e põe inclusive em risco a saúde dostrabalhadores”, refere João Paulo Vieira.Afonso Costa reconhece as actuais carênciase explica que, no futuro, “os balneários serãoremodelados e redimensionados”. Entretanto

aguarda-se pela realização da obra camaráriade reabilitação dos antigos Lavadourospúblicos (situados junto às Finanças) paraonde passará a sede do grupo etnográficolocal e que servirão também para acolher oparque automóvel da junta. “Após isso,adaptaremos a actual sede do grupo etnográ-fico, situada na Quinta da Vala, para servir

de apoio aos funcionários que trabalham daestrada nacional para sul; ao passo que osrestantes trabalhadores continuarão a utilizaros actuais balneários (situados junto à sededa JFA) que serão alvo de uma intervençãode fundo.”

Page 4: Notícias de Alverca

04 | Notícias de Alverca Março 2010

Opólo de Alverca do Museu do Ar está fechado desdeJaneiro e só abre para visitas de grupos previamente mar-

cadas. A FAP propõe um protocolo que garanta, para além devisitas previamente organizadas, a abertura do pólo de Alvercauma vez por semana ao público em geral, mas exige que seja aautarquia a pagar a dois ou três militares para assegurarem a se-

gurança do complexo. A edilidade está disposta a aceitar oacordo, mas pretende que a curto prazo seja feita uma avaliaçãodo número de visitas para um eventual alargamento progressivodos dias semanais de abertura.Maria da Luz Rosinha disse entretanto ao “NA” que a autarquiadeverá optar nesta fase por realizar um volume de obras menos

significativo, estimado em cerca de um milhão de euros, sendoque a FAP propôs duas soluções: uma intervenção mais ambi-ciosa de ampliação e modernização do pólo estimada em quatromilhões e outra menos profunda orçada em um milhão deeuros.

JT

SOCIEDADE. O vice-presidente da câmara disse recentemente que a futura variante de Alverca poucas hipóteses tem de pas-

sar a nascente da via férrea, “a menos que se mude a Lei da Servidão Aeronáutica”.

“Interesse público” pela variantedo lado de lá do comboio

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Museu do Ar abre só uma vez por semana

Mário Caritas*

Forças políticas e sociedadecivil recusam que a Câ-mara Municipal de Vila

Franca de Xira baixe os braços noque diz respeito à construção deum troço da futura circular urbanade Alverca do lado de lá (nascente)da linha do caminho-de-ferro.Recordamos que, em Fevereiro, ovice-presidente da edilidade, Al-berto Mesquita, admitiu seremmuitas reduzidas as possibilidadesde alterar a posição da Força AéreaPortuguesa (FAP), que recusa li-minarmente a construção da vari-ante em terrenos que constituemservidão militar, ligados ao De-pósito Geral de Material da ForçaAérea e à OGMA.O assunto foi discutido entreeleitos da autarquia vila-fran-quense e o Chefe de Estado-Maiorda Força Aérea (CEMFA), o ge-neral Luís Araújo, tendo AlbertoMesquita ficado convencido que

nem o governo conseguirá de-mover a FAP desta posição,porque o CEMFA sustenta queaquilo que lhe pedem seria come-ter uma ilegalidade e isso não fará.Restar-lhe-ia a possibilidade de al-terar a servidão militar, o que émuito complicado. Mesquita es-clareceu ainda que a câmara tam-bém já colocou o problema aoministro da Defesa, Augusto San-tos Silva. “Mas não creio que osenhor ministro contrarie uma de-cisão de carácter militar, assentenas prerrogativas da Lei daServidão Aeronáutica, que é im-possível de ultrapassar, a menosque se mude a lei.”O autarca admitiu inclusive tersaído da referida reunião “com asensação de que tivemos o últimoepisódio acerca do traçadonascente, pelo que teremos de tra-balhar noutro traçado pois umadas partes está absolutamentefechada e irredutível”. Quem nãoaceita esta posição da câmara é João

Pedro Rodrigues, um dos elemen-tos mais activos da comissão demoradores desta cidade que têmacompanhado o processo de perto.“A lei foi feita na altura da guerrado ultramar, mas hoje já não secoloca a questão da segurança mi-litar. Portanto, não se deve deixarcair aquela hipótese por terra; oque tem de se fazer é alterar a lei”,sustenta aquele morador naQuinta das Drogas que, há algunsanos, foi o primeiro a aventar ahipótese da variante passar anascente da via férrea (substi-tuindo a ideia inicial, entretantoabandonada, de passar pela RuaEng.º Vilar Queirós). “Resta agoraà senhora presidente da câmarafalar com o governo no sentido dese alterar a lei e portanto desafectaraquela área de servidão militarpara passar a ser civil.”

“Não háinteresse políticoem avançar ”

João Rodrigues recusa a hipótese davia alternativa passar do lado de cá(poente) da linha da CP, justifi-cando que “existem muitas condi-cionantes, entre estas oinvestimento de cerca de cinco mil-hões de euros que está previsto pararemodelar a Escola Pedro Jacquesde Magalhães (EPJM) e que dessaforma deixaria de fazer sentido;além disso implicaria demolirhabitações e realojar pessoas”.Também Luísa Vaz, residente naQuinta da Vala e membro dareferida comissão, não aceita outra

hipótese que não seja a da variantepassar do lado de lá da linha docomboio. “A senhora presidenteda câmara comprometeu-seconnosco, em Outubro do anopassado, que iria falar com o mi-nistro da Defesa para que essasolução fosse avante. Se essahipótese não for viável e quiseremfazer a estrada do lado de cá dalinha, isso irá prejudicar muitagente. Penso que não cabe nacabeça de ninguém a FAP nãoceder pois tratam-se de terrenosque estão completamente desacti-vados. Logo cabe ao governo ex-propriar aquela área, devendo omunicípio fazer pressão nesse sen-tido.” Isilda Moço, residente naAvenida Infante D. Pedro (rua daestação), alinha no mesmo dia-pasão: “A edilidade deve pressionaro governo, até porque têm amesma cor política.”Para o vereador da CDU, NunoLibório, “a câmara já deveria terproposto ao governo a declaraçãode interesse público para a zona,dada a importância desta infra-es-trutura; sabemos que há uma forteresistência da parte da FAP mas,por esta ordem de ideias, será quea quadruplicação da linha férreatambém não terá sido ilegal?”.Libório acrescenta que “o municí-pio deverá ter uma postura maiscombativa, pois fica a ideia queesta câmara não tem interessepolítico em avançar com a vari-ante; basta consultar o orçamentopara 2010 e constatar a verba in-significante (pouco mais de mil-hão e meio de euros) que estádestinada ao desenvolvimento e

execução deste projecto”.

“Não podemosestar mais20 anos à espera”

O executivo camarário admiteavançar com o processo de decla-ração de interesse público, mas e-xiste o receio de que, por essa via,a construção da nova estrada seatrase ainda mais. Por isso, AlbertoMesquita, em reunião pública doexecutivo, frisou que “muitas vezesmais vale ter uma solução menosboa do que não ter solução ne-nhuma”. Afonso Costa, presidenteda Junta de Freguesia de Alverca,partilha dessa opinião. “Se é im-possível construir do lado de lá dalinha, então há que encontrar umaalternativa. Se não puder ser dolado Este, que seja do lado Oeste,pois seguramente que encon-traríamos solução para as pessoasque ali habitam e que teriam desair para outro lado. Não podemosé estar mais 20 anos à espera quese altere a lei!”E a hipotética construção da vari-ante do lado de cá da linha iria, denovo, mexer com o projecto dofuturo Centro de FormaçãoDesportiva do FC de Alverca?Hélder Dias, presidente da direcçãodo clube, responde, peremptório:“Não! A câmara acautelou noPlano Director Municipal essaquestão, sendo que a variante pas-saria sobre a bacia de retenção quelá construímos e que cada vez maisfaz menos sentido com a obra deregularização do rio Crós-Cós.”

Rui Rei, vereador da Coligação“Novo Rumo” (PSD/CDS-PP),não abre, no entanto, mão daprimeira hipótese, a única ver-dadeiramente viável. “O melhortraçado é do lado de lá da linha enão conheço nenhum impedi-mento intransponível para que talnão aconteça. Por isso, não tenhodúvidas que câmara vai continuara pressionar quem de direito.Recordo apenas que construir avariante do lado de cá da via férreasignificaria fazê-la passar por cimade uma escola e do interface rodo-ferroviário, implicando também adestruição de prédios e casas. Nestecaso o interesse público deverá so-brepor-se aos interesses particularesquaisquer que estes sejam.”Por fim, o ambientalista FernandoNeves de Carvalho, elemento doMovimento Cívico Xiradania, dáuma no cravo e outra na ferradura.“Convergem aqui dois interessespúblicos (o da câmara e o da FAP).Mas mais importante, em meuentender, deve ser pensar-se aquestão da mobilidade a uma es-cala metropolitana e que não passaapenas pela criação de infra-estru-turas que, no fundo, irão servir deacesso a novas urbanizações. Noentanto, quero apenas recordarque, antes das eleições, a presi-dente Maria da Luz Rosinhagarantiu aos moradores da estaçãoque este processo estava bem en-caminhado e que o governogarantira que estava tudo ulti-mado para a variante passar dolado de lá da linha férrea.”

* com Jorge Talixa

João Rodrigues reclama variante para lá do comboio

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Março 2010 http://noticiasalverca.wordpress.com | 05

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Madeira: defender o que é nosso

Luís Ferreira Lopes

Editor de Economia da [email protected]

Pega de Caras

As imagens da tragédiachocaram Portugal inteiro e oscasos de desalojados e de

famílias que ficaram apenas com aroupa que tinham no corpo co-moveram o povo do continente e dasilhas. De imediato, multiplicaram-se osactos de solidariedade: as pessoas en-viaram roupa e alimentos; os bancos eempresas criaram contas e fundos deapoio financeiro; e o governo daRepública também foi solidário,criando linhas de crédito, enviando mi-litares e protecção civil e activando aju-das europeias.Depois de semanas de feroz lutapolítico-partidária no Parlamento (efora dele) por causa da lei das finançasregionais, durante a qual a Madeira foi“diabolizada” e usada como arma de ar-remesso na duríssima conjuntura das

contas públicas de Portugal, o primeiro-ministro e o presidente do governo re-gional estiveram à altura dosacontecimentos trágicos e enterraram,por agora, o machado de guerra. Éirónico que tenha sido preciso haver umautêntico dilúvio, com dezenas demortes e milhões de prejuízo, para queSócrates e Jardim se comportassemcomo governantes que são, com os de-feitos e virtudes que cada um terá.O importante, contudo, é ajudar aquelamagnífica região, pérola do turismo dequalidade, apesar dos excessos urbanís-ticos dos últimos anos. Devemos sersolidários com a população pobre quemais pobre ficou, enviando dinheiro ououtros bens materiais, mas devemoscuidar do que é nosso. Por exemplo,comprando produtos regionais (vinho,frutos ou doçaria) e fazendo turismo na

Madeira e também no Porto Santo. Istonão significa que deixemos de ter umaperspectiva crítica perante a construçãoexagerada e vários aspectos da vida / li-derança política e social da ilha –porque nem tudo é um paraíso.Ainda no ano passado estive no Fun-chal nas férias de Verão com a família,depois de ter estado no Algarve, e volteilá em trabalho em Outubro. 2009 foium ano de recessão, mas no Verão aMadeira e o Porto Santo recuperaramdo primeiro semestre fraco graças aoturismo continental e, claro, britânico.É fácil perceber que a qualidade / preçorivaliza com outras regiões do país, de-masiado cheias de gente em Agosto. Háuma oferta hoteleira e de restauração in-vejável que é fruto de um serviço commais de 150 anos de tradição. Estamosperante gente de trabalho que leva asério o turismo. Este negócio representaa principal fonte de riqueza da regiãoautónoma. Há cuidado com a culturaregional, com os jardins, com a Históriae, nesse aspecto, a Madeira é uma liçãopara todo o país.

No ano passado, tal como este ano, fizquestão de fazer “férias cá dentro”porque, como optimista e patriota,considero que, especialmente em al-turas de crise grave, devemos tratar bemdo que é nosso e que deu muito tra-balho aos nossos antepassados a mantercom a bandeira lusitana. Quando via-jamos pelos Açores, Alentejo, Madeirae outras regiões que ainda conservam abeleza dos elementos essenciais da Na-tureza, estamos a deixar dinheiro nonosso país.Estamos a ajudar a criar riqueza (e amanter empregos…) através da procurainterna, numa altura em que as expor-tações não descolam e a retoma daeconomia está, infelizmente, muitofraca, senão estagnada. Se fizermos umtipo de turismo que não estrague o am-biente envolvente, estamos a respeitar aNatureza – e isso (num cenário devisíveis alterações climáticas) é cada vezmais importante porque ela pode serferoz e mortífera, como todos vimos emFevereiro “naquela terra distante” que éum dos mais belos pedaços de Portugal.

Dê a sua opinião emhttp://noticiasalverca.wordpress.comwww

O importante é ajudar

aquela magnífica região.

Por exemplo, comprando

produtos regionais

(vinho, frutos ou doçaria)

e fazendo turismo na

Madeira e também no

Porto Santo. Isto não

significa que deixemos

de ter uma perspectiva

crítica perante a

construção exagerada

e vários aspectos da

vida/liderança política

e social da ilha

Page 6: Notícias de Alverca

06 | Notícias de Alverca Março 2010

STOP à Pobreza Infantil!

Olga Fonseca

Psicóloga ClínicaPresidente da [email protected]

Representando a Fundação CEBIe estando integrada no Grupode Trabalho para a Política de

Intervenção do Eurochild, participei emJaneiro na última reunião daquela orga-nização, em Bruxelas. O Eurochild éuma rede de organizações e indivíduosque trabalham em toda a Europa parapromover os direitos das crianças e me-lhorar a qualidade de vida de crianças ejovens. O trabalho do Eurochild é fun-damentado nos princípios consagradosna Convenção das Nações Unidas sobreos Direitos da Criança.A questão essencial de discussãonaquele Encontro foi a estratégia da UEsobre os Direitos da Criança, que seráadoptada e transmitida pela ComissãoEuropeia (CE), em Novembro/Dezem-bro de 2010. Anna Zito, responsávelpolítica em matéria de Direitos Funda-mentais e Direitos da Criança no DGJustiça, Liberdade e Segurança da CE,esteve presente e será quem irá dar vozàs recomendações do Eurochild juntoda CE.Entre as recomendações que resultaramdos trabalhos no referido Encontro, re-fira-se a da necessidade de adopção deuma estratégia mais ambiciosa eabrangente, que vise a integração dosDireitos da Criança em todas as políticasda UE. Esta e outras recomendaçõesforam apresentadas no Parlamento Eu-ropeu, num momento integrado nos tra-balhos que decorreram no Eurochild,tendo sido apresentado aos membros doparlamento o Primeiro Estudo Compa-rativo da Situação das Crianças que seencontram com Medidas de ProtecçãoAplicadas – a viver aos cuidados quer deoutras pessoas que não os pais, quer deinstituições – em 30 países europeus,entre os quais Portugal.Aquele estudo mostra que aproximada-mente 1% das crianças na UE (cerca deum milhão) estão a viver sob cuidadosalternativos aos dos pais, nomeadamenteentregues a instituições de acolhimento,com apoio de famílias da comunidadee/ou aos cuidados de elementos dafamília alargada.Embora a institucionalização de umacriança seja reconhecida como a solução

de protecção de último recurso, quandose encontra em situação de perigo, onúmero de crianças em instituições temsido estável ou até mesmo crescente emvários países da UE. Tal como aconteceem Portugal, constatou-se também noreferido estudo que a prática de colocarcrianças com menos de três anos eminstituições ainda existe em vários países,apesar de estar comprovado e ser consen-sual que a colocação de crianças daquelafaixa etária numa instituição, durantevários meses, pode causar danos irrever-síveis no desenvolvimento cerebral. Ainstitucionalização de crianças com defi-ciência continua também a ser umagrande preocupação em muitos países daUE.Consensual e de sublinhar foi também oreconhecimento de que a pobreza e aprivação material não podem ser razãopara a institucionalização de uma cri-ança, apesar de se verificar que continuaa sê-lo em muitos países. Na verdade, afalta de dados sobre a relação entre a po-breza, a exclusão social e a instituciona-lização de crianças dificulta as decisõessobre as medidas a aplicar como estraté-gia de prevenção mais adequada a desen-volver a favor da promoção dos seus

direitos e da sua protecção.Por isso, defende-se um mais alto nívelde compromisso político que mobilizemais recursos para a intervenção precocee prevenção, no sentido de acabar com apobreza infantil e promover o fortaleci-mento das famílias e o seu acesso aserviços de qualidade. As estatísticasdisponíveis provam inequivocamenteque as crianças que viveram fora do con-texto das suas famílias de origem – emparticular, em contextos de cuidadosinstitucionais – têm maior probabilidadede acabar na rua, de desenvolver com-portamentos de marginalidade, de terfilhos antes dos 20 anos e de virem a teros seus próprios filhos aos cuidados dossistemas de protecção.Atendendo assim aos dados do estudomencionado, o Eurochild apresentou aoParlamento Europeu um conjunto depropostas e recomendações, das quais sedestacam: A liderança da UE adoptardefinições comuns e melhorar a recolhade dados comparáveis sobre as criançasem cuidados alternativos nos vários es-tados europeus; A acção imediata paraapoiar a desinstitucionalização de cri-anças; Acabar com a institucionalizaçãode crianças com menos de três anos;Maior ênfase na formação para ocuidado das crianças; O compromissopolítico para acabar com a pobreza in-fantil; O suporte para a aplicação das di-rectrizes das Nações Unidas relativas àprotecção de crianças em todos os esta-dos membros da UE; A participação dascrianças, jovens e suas famílias, tanto nosprocessos de decisão que os afectam di-rectamente, como no desenvolvimentode políticas de promoção e protecçãodos seus direitos.No âmbito do Ano Europeu de 2010contra a Pobreza e Exclusão Social, o Eu-rochild lançou também um site de cam-panha, o “End Child Poverty Now!”,onde corre uma petição e onde se pre-tende reunir 100.000 assinaturas aolongo do ano, que serão depois en-tregues aos decisores políticos europeus.Qualquer pessoa pode aceder ao site,assinar a petição e enviar uma mensagemem http://www.endchildpoverty.eu Seria bom que todos participassem!

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Defende-se um compromisso

político para acabar

com a pobreza infantil

e promover o fortalecimento

das famílias. As estatísticas

provam que as crianças que

viveram fora do contexto

das suas famílias de origem

têm maior probabilidade

de acabar na rua

e desenvolver comportamentos

de marginalidade

naFo

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ês

No final da Estrada da Senhora da Graça,para quem conduz no sentido Rua 9 de

Agosto – rotundas da A1, não há meio decortarem os arbustos que tiram a visibilidade aquem quer virar à esquerda rumo às rotundas daauto-estrada. O “NA” alertou há pouco tempopara esta situação mas, até ao momento, aindanada foi feito!

Arbustos “entopem” visão

Page 7: Notícias de Alverca

Março 2010 http://noticiasalverca.wordpress.com | 07

“Menos consumos não quer dizerque o risco tenha acabado”ENTREVISTA. Protocolado em Abril de

2000, o Plano Integrado de Prevenção das

Toxicodependências (PIPT) constitui-se hoje

como a principal arma de combate à droga

no concelho de Vila Franca de Xira. Dez anos

depois de iniciado o trabalho, Valentina Chitas,

a coordenadora do projecto, garante que o

concelho não figura entre os considerados

problemáticos, mas avisa que isso não

significa que o risco tenha diminuído

Foi há dez anos que Vila Franca de Xiraapostou na criação de um projecto para re-

forçar o combate à droga. Protocolado emAbril de 2000, o Plano Integrado de Prevençãodas Toxicodependências tem hoje um papelfundamental na prevenção, principalmente,nas escolas e bairros sociais. Ao mesmo tempoapoia a recuperação e integração dos consumi-dores problemáticos que têm ao seu dispor trêsnúcleos de atendimento a toxicodependentes,descentralizados no concelho. Percorridos dez anos de trabalho, muitos dosobjectivos traçados para o futuro são de con-tinuidade. Quem o garante è Valentina Chitas,

que sublinha que, “os próximos anos passarãopor continuar o que começámos, até porque,vamos continuar a ter jovens com comporta-mentos de risco”. A coordenadora do projectosalienta, de resto, que “as ligeiras diminuiçõesnos consumos não querem dizer que a pro-blemática do risco tenha acabado”, até porque“o desemprego está a aumentar, isso vai terconsequências na organização das famílias e vaicriar situações disruptivas. O insucesso é umfactor preocupante, continuam a haver muitasfamílias em situação de risco, as comissões deprotecção estão a abarrotar de processos e con-tam com o apoio do projecto na linha preven-

tiva, porque não há outras respostas”. Ainda que tudo aponte para a continuidade doprojecto, o futuro do PIPT é, por agora, uma“incógnita relativa”, isto porque, tal como su-blinha Valentina Chitas, o protocolo celebradocom o Instituto da Toxicodependência temuma validade de dois anos e termina em Junho. “A avaliação é bastante positiva, mas estamos aaguardar directrizes sobre a sua continuidade.Estamos em crise económica que se reflecte nosorçamentos das mais diferentes instituições.Mas esperamos continuar, até porque, há aquirespostas que dificilmente poderiam ser inter-rompidas de um dia para o outro”, conclui.

PIPT foi criado há dez anos

“Não há outras respostas”

Ana Filipa de SousaMário Caritas

Noticias de Alverca - VilaFranca está neste trabalhohá quase dez anos. O que é

que mudou? Valentina Chitas - Há mudanças nosconsumos, com um ligeiro de-créscimo das drogas duras, como aheroína, e alguma estabilização doconsumo de outras substâncias comoo haxixe. Há novos consumos dedrogas de carácter recreativo, comoo êxtase, ainda que, também aqui,nos últimos anos esteja a haver umaestabilização. Vila Franca nunca foiencarado como um dos concelhosmais problemáticos. Só estamos umpouco acima no consumo do álcool.

E consegue-se perceber porque é queisso acontece?São questões meramente culturais.Provavelmente, os jovens do con-celho de Vila Franca frequentammenos alguns contextos nocturnosonde o consumo de outras substân-cias está mais presente e frequentammais o circuito do próprio concelho.As ofertas estão sempre ligadas aotipo de hábitos dos jovens e depoisaos consumos da população adulta.O álcool, sendo uma droga social-mente aceite e muito inserida nocontexto das relações sociais, é umasubstância que é consumida pelapopulação em geral.

E isso está a acontecer em idadescada vez mais precoces?A idade média de iniciação do con-sumo da maioria das substâncias noconcelho, exceptuando o haxixe quecomeça aos 16, anda em torno dos13 anos

Se há dez anos o consumo estava di-rectamente relacionado com as dro-gas duras, hoje o cenário é outro?A situação mudou. O fenómeno de

rua, dos toxicodependentes na ruadiminuiu porque o avanço nasrespostas de tratamento permitiu umenquadramento social destes indiví-duos e isso reflectiu-se no concelho.

Essa foi uma das vantagens do PIPT?Ajudar a acabar com o fenómeno derua?A visão de quem cá habita é que senada tivesse sido feito continuaria ahaver indivíduos desinseridos social-mente. Hoje temos um grandenúmero de pessoas que conseguiramencontrar formas de reinserção,através do programa de metadona eoutras formas de tratamento, e estãomais estabilizados.

Onde é que é mais urgente intervirno concelho?Há núcleos que continuam a serproblemáticos e vulneráveis. Nonorte do concelho, os bairros sociaiscontinuam a ser um foco, apesar dea intervenção ter minimizado algu-mas questões. Não nos podemos es-quecer que os consumos têm formasde expressão altamente diferenciadasem função dos grupos. As raparigasconsomem menos, têm menos com-portamentos de risco. Depois temossubgrupos altamente vulneráveis quesão os miúdos com insucesso escolarrepetido que estão inseridos nos cur-sos de educação e formação ondeexistem prevalências muito elevadasdeste tipo de comportamentos.

O consumo de certas drogas conti-nuam associadas a certos contextossociais?É obvio que as condições de pobrezae exclusão social são factores associ-ados a mais comportamentos derisco a todos os níveis, mas ser umaminoria ética não é um factor derisco. A população jovem africanaconsome menos substâncias do queos jovens de origem caucasiana. Oque não quer dizer que depois a po-pulação africana não esteja mais ex-

posta a outros comportamentos derisco. Isso leva a que não possamosintervir de forma isolada, direc-cionamo-nos para a problemática derisco no geral.

Os jovens estão hoje mais despertospara os riscos do consumo?Têm mais informação, mas quandodesenvolvemos os nossos programasnas escolas percebemos que os jovenstêm muitas falsas informações ecrenças acerca dos efeitos. Depois,não é só a informação que conta,mas também as expectativas que têmsobre as consequências das mesmas.As pessoas consomem a pensar queas drogas têm efeitos positivos, queajudam a resolver algumas tensões, adescontrair e até facilitam os contac-tos sociais. O acesso à informaçãotem um papel importante mas não éo que é necessariamente importante.Há toda a dimensão efectiva e socialque vai muito para lá da informaçãosobre os efeitos na condição física epsicológica.

Nos núcleos de atendimento temhavido um crescimento na procurade ajuda?Tem havido uma estabilização, comalgumas flutuações. Houve o“boom” do início, porque foi umaresposta nova que apareceu e porquenessa altura havia muitas pessoasque não estavam enquadradas, masdepois começou a haver umatendência de estabilização. Não nospodemos esquecer que esta popu-lação tem muitas recaídas e, porisso, nunca se pode dizer que otratamento começa aqui e acaba ali.Normalmente, estende-se ao longode muitos anos porque existemvárias flutuações deste comporta-mento. Mas, há a re-gistar resulta-dos positivos a nível da reinserção eda abstinência do consumo de sub-stâncias.

Page 8: Notícias de Alverca

Ana Filipa de Sousa

André Porêlo

Os primeiros utentescomeçam a chegarpouco depois das

cinco da tarde. Na sala de esperafala-se da última jornada defutebol. O fim-de-semana cor-reu bem aos sportinguistas e avitória sobre os dragões dá omote à conversa. Nesta terça-feira a afluência está, no en-tanto, um pouco abaixo dohabitual, a espera para a toma dametadona é pequena e o diálogoé, por isso mesmo, circunstan-cial. Um fim de dia atípico noNúcleo de Atendimento a Toxi-codependentes de Alverca(NAT) onde, quem ali trabalha,já se habituou a ver a fila de es-pera prolongar-se, tantas e tan-tas vezes, rua fora. É ali na Loja direita do número10 da Rua dos Lavadouros, no

Choupal, que o concelho deVila Franca de Xira trava a lutacontra a droga e tenta a rein-serção de todos aqueles queacreditam na abstinência e am-bicionam um futuro melhor. Éassim há nove anos, desde que oPlano Integrado de Prevençãodas Toxicodependências (PIPT)decidiu pôr em prática um con-junto de respostas locais voca-cionadas para o tratamento eabriu os NAT de Alverca ePovos. “Percebeu-se que a populaçãotoxicodependente do concelhosó tinha respostas em Lisboa -que para muitos era umaresposta muito longe e que haviauma franja de pessoas que nãoteriam sucesso no tratamentoporque desistiam pela distânciae houve necessidade de criaruma resposta de proximidade”.A explicação ajuda a percebercomo surgiram os núcleos deatendimento e é dada por Tânia

Gomes, psicóloga clínica e coor-denadora do NAT de Alverca.Em quase uma década de tra-balho, o Programa de Substituiçãopela Metadona acabou por as-sumir um papel de relevo, masas 165 pessoas que o requentam,actualmente, não esgotam a ac-tividade do NAT, que é muitomais abrangente. “Temos cercade 300 pessoas em acompa-nhamento. Somos um centrolocal de apoio a toxicodepen-dentes e isso abrange várias situ-ações. Temos pessoas a tomar ametadona, outras que fazemoutros tratamentos medicamen-tosos, pessoas que tomam me-

dicação psiquiátrica e temos osque fazem acompanhamentopsicoterapêutico. Pessoas comconsumos, que já não con-somem, ou até mesmo fami-liares que também são afectadospela problemática e precisam deajuda”, explica Tânia Gomes.Envolvida no projecto há cincoanos, a técnica não tem dúvidasde que a abertura do Núcleo deApoio a Toxicodependentes veioaproximar as pessoas das respostase que o facto de quem precisa deajuda saber onde a pode encon-trar ajudou a transformar a rea-lidade do concelho. “Hámudanças significativas porque

há um sítio onde as pessoas queprecisam de ajuda podem vir eonde são ajudadas. Isto acabapor funcionar como um centrode dia, onde os utentes vêm etêm uma porta aberta que os re-cebe sem critérios de exclusão.Sejam eles seropositivos, tuber-culosos, mulheres que se prosti-tuíram ou jovens quecometeram um crime. E só essefacto faz toda a diferença paraessa população”. Entre o ano de 2001 e os dias dehoje, muita coisa mudou na lutacontra a droga. Quem trabalhatodos os dias no terreno sabe,por exemplo, que entre as pes-

soas que procuravam ajuda hánove anos e as que hoje chegamdispostas a enterrar um passadode dependência, há, cada vezmais, diferenças.Se durante os primeiros anos deactividade, os utentes do NATeram, essencialmente, pessoascom consumos pesados deheroína e que, por isso mesmo,chegavam, do ponto de vistafísico, altamente degradados,sem emprego há muito tempo emuitas deles encaminhados pelaDirecção Geral de ReinserçãoSocial, hoje o cenário é outro. “Temos cada vez mais jovenscom consumos de haxixe a pedir

08 | Notícias de Alverca Março 2010

NAT de Alverca traz esperança REPORTAGEM. Nem tudo acaba com a droga. Não tem de ser assim. Basta querer viver, acreditar que é possível

É este o trabalho que o Núcleo de Atendimento a Toxicodependentes de Alverca desenvolve há quase uma década.

São cada vez mais pessoas diferenciadas, com curso, casa e filhos,um padrão de vida diferente e que começaram a consumir e, quandoderam por isso, tinham a vida completamente desestruturada“

Page 9: Notícias de Alverca

ajuda e pessoas com consumosde cocaína, mas com padrões devida diferenciados. Aquelepadrão do heroinómano, arru-mador de carros, que vivia narua, com um ar desgraçado queas pessoas identificam logocomo toxicodependente já nãorepresenta o perfil de quem bateà nossa porta e se quer tratar”,assevera Tânia Gomes, queacrescenta que, “são cada vezmais pessoas diferenciadas, comcurso, casa e filhos, um padrãode vida diferente e quecomeçaram a consumir e,quando deram por isso, tinhama vida completamente desestru-turada”.

Um caso,um projecto

Cada caso é um caso. A frasefeita é recorrente, mas aplica-sena perfeição. É assim que aequipa de psicólogas do NAT de

Alverca rege o seu trabalho. Oacompanhamento é diferenci-ado e cada caso representa umprojecto de vida diferente. Há,no entanto, uma certeza. É quese para quem está em processode recuperação a ajuda medica-mentosa é preciosa, o acompan-hamento psicológico não é desomenos importância.“O difícil não é deixar a droga,é mudar comportamentos.Porque não adianta deixar osconsumos com a tal substituiçãoe ajuda de medicamentos se nãoconseguirmos mudar o pensa-mento marginal e, por isso, éque o acompanhamento psi-coterapêutico é fundamental”,frisa Tânia Gomes.Tendo em conta que a pro-blemática da droga é transversal,não restam duvidas de que oproblema não se limita – e nãose esgota – só no indivíduo con-sumidor. Por isso mesmo, não éde estranhar que a imagem dada

pela coordenadora seja uma es-pécie de quadro vivo daquiloque é a adição. “É aquela pedraque se atira ao lago e que atingetodos quantos estão à volta”.Família e amigos são, pornorma, quem é “arrastado” parao problema, que começa deforma silenciosa, mas que vaidesestruturando tudo à medidaque o tempo passa. Na maiorparte dos casos, esse tempo é de-masiado rápido. Tão rápido quenão deixa margem para a vida seimpor e lutar por si. “Há situ-ações em que se torna urgenteum acompanhamento maisalargado. Apostar na terapia decasal, é um dos exemplos,porque há relações que ficam al-tamente fragilizadas. Mas tam-bém há situações em que oapoio se estende às mães oumulheres que estão deprimidas,muito aflitas, e que gritam poruma espécie de socorro”, con-forme esclarece a coordenadora

do NAT de Alverca.

Reinserção,o futuroQuando se perde a estrada davida, nem que seja por umperíodo curto de tempo, voltar aencontrar o trilho certo – oupelo menos aquele que nos façade novo ser aceites pelas normasda sociedade – é tarefa nem sem-pre bem sucedida.É isto que se impõe quando seinicia um processo de reabili-tação. Não basta só limpar ocorpo, retirar-lhe as amarras quea droga tece com a sua posturasevera e rígida. Limpar a mente,libertar o espírito e acreditar noamanhã são posturas necessárias.Só assim se abre caminho á metaque é a reinserção. Um voltar àrealidade, depois da escuridãoque é a droga.“Nenhum tratamento está com-pleto sem as pessoas estarem

reinseridas. A reinserção é muitoimportante, social, familiar eprofissionalmente”. É destaforma que se desenvolve o tra-balho do NAT junto daquelesque ali procuram ajuda. Mas nãoacaba aqui, ou melhor, não selimita a ser um objectivo, umameta. Há que estruturar essa en-trada no “mundo novo”. Talcomo diz Tânia Gomes, o de-safio daquela estrutura “é ensinaras pessoas a viverem com o quetêm e a aceitar aquilo que têm,mesmo não sendo o melhor dosmundos”.Nesta viagem de volta, há um pas-sageiro “clandestino” chamado re-caída. No entanto, não se penseque é um “papão” que põe fimao processo de tratamento ereinserção. “Há quem tenha decair duas ou três vezes paratomar consciência de que é pre-ciso fazer um processo diferente.Não basta trocar um traficantepelo NAT”.

Março 2010 http://noticiasalverca.wordpress.com | 09

à população toxicodependente

Como funciona

Os Núcleos de Atendimento a Toxicodependentes(NAT), de Alverca e Povos, funcionam em estreita ar-ticulação com os Centros de Saúde e a Equipa de

Tratamento de Xabregas. O NAT de Alverca abrange também Arcena, Bom Sucesso eas freguesias da Calhandriz, Forte da Casa, Póvoa de SantaIria, Sobralinho, São João dos Montes e Vialonga. O NAT de Povos abrange as freguesias das Cachoeiras, Cas-tanheira do Ribatejo, Vila Franca de Xira, Alenquer e Car-regado. Estas duas últimas freguesias, embora não pertençamao Concelho de Vila Franca, sempre que solicitado, o NATdá resposta à população destas áreas geográficas.Cada NAT possui uma equipa composta por psicólogos, umtécnico de Serviço Social, um técnico psicossocial e dois en-fermeiros (estes últimos apenas presentes no NAT de Alverca,onde funcionam os Programas de Substituição).Os centros de saúde, através dos médicos de família e clínicosgerais, são responsáveis pelo acompanhamento médico doscasos, e a equipa de Xabregas assegura a formação específicados médicos de família/clínicos gerais.Ao nível da reinserção, os NAT articulam assim a sua inter-venção com as diferentes respostas existentes no Concelho(Serviço Local de Acção Social, Centro de Emprego, Empre-sas de Inserção, Centro de Formação), tendo vindo a ser di-namizada, no último ano, em articulação com o ProgramaVida Emprego, uma rede local de suporte à reinserção destapopulação.

voltar a entrar na engrenagem que é a sociedade, sem a adição que, um dia, quebrou o ciclo normal da vida.

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Há quem tenhade cair duas

ou três vezespara tomar

consciência deque é preciso

fazer umprocesso

diferente. Nãobasta trocar

um traficantepelo NAT

165 pessoas tentam deixar a droga através da metadona

Tânia Gomes,psicóloga,

trabalhano projecto

há 5 anos

Page 10: Notícias de Alverca

10 | Notícias de Alverca Março 2010

Casa São Pedro de AlvercaOs conteúdos desta rúbrica são da responsabilidade da Casa de S. Pedro. O jornal pode ser levantado pelos sócios da IPSS na sua sede.

Lar de Idosos – InternatoCentro de Dia – na InstituiçãoApoio Domiciliário – no Domicílio

Actividades Complementares:Ginástica, Hidroginástica, Pintura,Costura e Escolinha dos Avós

Salão de Chá e Jardins

Local agradável onde pode tomar oseu café e conviver com familiares eamigos. Aberto todos os dias, in-cluindo Sábados e Domingos, das10h00 às 18h30m, encerrando das11h45m às 14h00.

Dinâmica da Casa S. Pedro

As actividades de recreio e lazer sãoas mais participadas e englobam: pas-seios, colónias de férias, alomoços--convívio, festas, sardinhada, etc.

Dia 2: Celebração dos aniver-sários de Fevereiro dos UtentesDia 8: Dia Internacional daMulherDia 25: Confissões dos utentes

na nossa CapelaDia 26: Dia Mundial doTeatroDia 31: Celebração dos aniver-sários de Março dos Utentes

Actividades de Março

Actividades

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ASSEMBLEIA-GERAL ORDINÁRIACONVOCATÓRIA

Nos termos das competências que me são conferidas pelo Art.º 29º dos Estatutose para cumprimento do disposto na alínea c) Art.º 26º e n.º 2 do Art.º 30º, convocoa Assembleia-Geral da Casa S. Pedro de Alverca para reunir em sessão ordinária,na sua Sede, pelas 20H30, do dia 25 de Março de 2010, com a seguinte Ordemde Trabalhos:

1. Apresentação, discussão e votação do relatório de contas de gerência do ex-ercício de 2009

2. Informações

Nota: Se à hora marcada para o início da sessão não estiverem presentes a maio-ria dos Associados, a sessão terá início uma hora depois, em segunda convo-catória, conforme estipula o n.º 3 do Art.º 29º dos Estatutos.

Alverca, 1 de Março de 2010

O Presidente da Mesa da Assembleia-Geral José Sabino Ferreira Lopes

130 mil eurospara ajudar 400 famílias

Mário Caritas

ASociedade Central de Cervejas e Be-bidas (SCC), cuja fábrica está sedeadaem Vialonga, renovou, em Fevereiro,

o protocolo com o município de Vila Francade Xira com o objectivo de apoiar famíliascarenciadas do concelho. No total, esta empresadisponibiliza 130 mil euros para, em época decrise, a edilidade poder ajudar quem mais pre-cisa, naquela que é uma demonstração dapolítica de responsabilidade social seguida pelaSCC nos últimos anos.Se em 2009 foram cerca de 290 os agregadosfamiliares apoiados, em 2010 “contamos ajudar

perto de quatro centenas de famílias, dis-tribuindo os bens que adquirimos com a verbaque é atribuída através das instituições particu-lares de solidariedade social que actuam no ter-reno”, sublinhou a presidente do executivovila-franquense, Maria da Luz Rosinha, su-gerindo depois que, “em ano de muito futebol,nomeadamente com a realização do campe-onato do mundo, a Sagres possa aumentar esteapoio devido ao esperado acréscimo dereceitas”.O presidente da comissão executiva da SCC,Alberto da Ponte, registou o pedido e prometeu“canalizar parte da esperada boa época de vendade cerveja a favor da Câmara de Vila Franca”.Antes referiu que “este apoio já é uma tradição,

que demonstra que a grandeza das empresasnão se mede apenas por quotas ou pelo volumede negócios, mas também pela sua capacidadede dar resposta às necessidades das populações”.

SOCIEDADE. À semelhança dos últimos anos, a Central de

Cervejas distribui uma verba para apoiar famílias carenciadas.

Page 11: Notícias de Alverca

Março 2010 http://noticiasalverca.wordpress.com | 11

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Carnaval da CEBIrecreou século XX portuguêsLOCAL. Figuras e acontecimentos que marcaram o século XX português foram recreados no Desfile de Carnaval da Fundação CEBI

Mário CaritasNuno Lopes

Com o mau tempo aatrapalhar o plano ini-cial de desfilar nalgu-

mas ruas do centro de Alverca,o Desfile de Carnaval da Fun-dação CEBI acabou por se re-alizar dentro de portas, masmantendo o brilho dos car-navais de anos anteriores. Maisde um milhar de figurantes,entre alunos e educadoras/fun-cionários, recrearam vários mo-mentos e figuras que marcaramo século XX português, tendocomo mote central a celebraçãodos 100 anos da implantação daRepública e queda da Monar-quia (1910-2010).E assim lá foram todos à descoberta,

trajados inicialmente à aviador,tal como o fizeram GagoCoutinho e Sacadura Cabral nacélebre Primeira Travessia Aéreado Atlântico Sul Portugal-Brasil(1922). Algumas réplicas dohidroavião então utilizadocruzaram mesmo o céu daCEBI, num momento cénicobastante vistoso. “Está a sermuito giro, muito divertido. Es-tamos mascarados a tudo:primeiro somos aviadores, de-pois médicos, escritores e agoraaté vamos ser fadistas…”, dizia-nos, entusiasmado, o pequenoDaniel Silva, de 10 anos.De facto, mais do que recordarpersonagens ilustres, os alunosencarnaram a pele de algumasdas grandes figuras que mar-caram o século. “É um elogioaos portugueses”, dizia, por seu

turno, a pequena Rita Antunes,10 anos. “E uma homenagemaos principais momentos danossa história”, acrescentava ocolega, Manuel Costa.

“É um elogio aosportugueses!”

Tudo culminou com a evocaçãoda conquista da Liberdadeatravés do movimento doscapitães, em sinal da liberdadealcançada com a Revolução do25 de Abril de 1974. Antes dissohomenageou-se o escritor epoeta Fernando Pessoa, oPrémio Nobel da Medicina EgasMoniz, o futebolista Eusébio e afadista Amália Rodrigues, entreoutros. E enquanto iam desfi-lando tão ilustres personalidades– ligadas à Ciência, às Artes, àLiteratura e ao Desporto –,ouvia-se como pano de fundoum cantor da Liberdade e dosideais de Abril: Zeca Afonso.Joana Fraga, Bruna Bicha e InêsVicente, todas de 12 anos, vinhamvestidas de vermelho, com umcravo da mesma cor na mão:“Nós representamos a liberdade,representamos a libertação daspessoas que estavam presas antesda Revolução dos Cravos quesignifica a conquista da liber-

dade de expressão.” Os colegasPaulo Ferreira e Gonçalo Costa,ambos vestidos como os solda-dos do MFA – Movimento dasForças Armadas, foram os seuslibertadores: “Foi o fim da di-tadura e o início da liberdade!”Goreti David, responsável pelaorganização, explicou que omote foi dado com a comemo-ração dos 100 anos da implan-tação da República e a viagemno tempo fez-se à boleia do céle-bre hidroavião de GagoCoutinho e Sacadura Cabral.“Foi como que uma incursãopelo século, realçando pessoas emomentos considerados por nósimportantes. Este tema foi tra-balhado em todas as salas deaula desde os dois anos, ade-quando os conteúdos às idadesdos alunos – fizeram-se, porexemplo, jogos de palavras paratrabalhar Fernando Pessoa, can-tou-se com eles e ouviram-sefados da Amália, por issoficaram tão empolgados.”O corso de carnaval desta insti-tuição movimenta sensivel-mente um milhar de alunos edezenas de funcionários, pro-porcionando sempre eventos degrande qualidade, integralmentegerados pela criatividade da“prata da casa” da Fundação.

Page 12: Notícias de Alverca

Mário Caritas

Aequipa de futsal doGrupo Desportivo dosBombeiros Voluntários

de Alverca vai participar na Taçado Mundo de Bombeiros, queirá decorrer em Albufeira (Al-garve) entre os dias 16 e 18 deAbril. O convite endereçado aoemblema alverquense, pela Ke-brostress (entidade organi-zadora), enche de satisfação os

seus responsáveis. Até porquesão eles e a equipa da corporaçãode bombeiros da Guarda queirão representar as cores na-cionais, frente a conjuntos detodo o mundo.“Quando recebemos o conviteficámos muito satisfeitos! Só nosperguntámos: porquê nós? Estaprova reúne equipas debombeiros de todo o mundo,nomeadamente EUA, Irlanda,Espanha, Brasil, Venezuela,Suíça, Holanda, Bélgica, An-

gola, Cabo Verde, Finlândia,Lituânia, etc. Estamos radi-antes”, sublinha Carlos Pereira,treinador desta equipa que éconstituída exclusivamente por“soldados da paz” e que disputaactualmente o CampeonatoDistrital de Lisboa Inter-Bombeiros. “É a primeira vezque participamos neste tipo decompetições e estamos muitobem classificados; os jogadoressão todos bombeiros porque oregulamento assim o exige.”

“Queremos fazer omelhor possível”

Este conjunto é composto por15 atletas, com idades com-preendidas entre os 16 e os 40anos. “As nossas aspirações nataça do mundo são fazer o mel-hor possível, chegar o maislonge possível e, essencial-mente, participar. Só a partici-pação é espectacular! Penso quetalvez tenhamos sido escolhidosdevido à nossa maneira de estarno futsal, com disciplina, rigor,empenho e atitude. Esta secçãoexiste há cerca de nove anos e,nos últimos dois anos, tem sido

exclusivamente formada porbombeiros. Empenhamo-nos eesforçamo-nos cada vez maispara representar bem esta casa.”Coloca-se agora a questão daobtenção de apoios para osbombeiros alverquenses parti-ciparem na taça do mundo.“Estamos a tentar obter apoiosa nível local e não só, pois nofundo seremos os represen-tantes do distrito de Lisboa! Játemos algumas entidadesapalavradas, mas falta o pretono branco. Para estarmos àvontade, precisaríamos decerca de 2.500 euros; entre-tanto pensamos também pediro apoio da Câmara Municipalde Vila Franca de Xira e Juntade Freguesia de Alverca”, sus-tenta Carlos Pereira, empe-nhado em que os seus atletasfaçam boa figura na prova:“Isto está a mexer com todos,há muita ansiedade, penso quevai ser muito bom. O impor-tante é jogarmos com atitude,disciplina, fair-play e entrega;isso sobrepõe-se à partedesportiva – pois o emblemaque eles têm ao peito tem deser respeitado.”

12 | Notícias de Alverca Março 2010

DESPORTO. A equipa de futsal dos Bombeiros de Alverca vai participar, em Abril,

na Taça do Mundo da modalidade. Os responsáveis procuram agora os necessários apoios.

Bombeiros participamna Taça do Mundo

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Cadetes da CEBI voam alto

Aequipa de cadetes (sub-16) de basquetebol da FundaçãoCEBI foi segunda classificada no seu grupo na 2ª fase do

XXII Campeonato Distrital de Sub-16 Masculinos, que ter-minou no passado dia 19 de Fevereiro. Os alverquenses im-puseram-se desta forma a emblemas de respeito, tais como:Maria Pia, Basket Queluz, Estoril Basket, Academia 1.º deJunho e A.C.Moscavide “B”.“Conseguimos afirmar-nos e consolidar um excelente grupo detrabalho que, ao longo da época, foi marcando passos grandesmas seguros no que diz respeito à formação de atletas, relegandoos resultados para segundo plano”, sustenta o coordenador damodalidade, João Leote. Esta equipa irá agora disputar a terceirafase do distrital, onde serão apurados do 9.º ao 14.º classificados,tendo como pretensão “continuar a formar os jogadores,sabendo que ainda temos muito trabalho pela frente”.

MC

Karateca Cheila Henriquesapura-se para o nacional

Akarateca do FC de Alverca, Cheila Henriques, obteve oterceiro lugar na especialidade de Kata Individual – Se-

niores Femininos, no Campeonato Regional Centro Sul daFederação Portuguesa de Karaté, disputado em Fevereiro noPavilhão Municipal de Santarém. Cheila irá agora disputar ocampeonato nacional da categoria.

MC

Notícias do “Futsal Dinâmico”

Continua a decorrer a terceira época desportiva do “FutsalDinâmico”, em Alverca, nos campos sintéticos situados

junto à EN10. Além da realização de três ligas – Superliga,Liga de Honra e Liga B –, está a disputar-se a Taça“Gatorade” que envolve todos os emblemas. Entretanto estáem perspectiva a realização de uma maratona de futsal, noprimeiro fim-de-semana de Junho, com prémios monetáriospara os vencedores. Para mais informações consulte o site:www.futsaldinamico.com

Carlos Pereira, treinador da equipa dos “soldados da paz”

Page 13: Notícias de Alverca

Março 2010 http://noticiasalverca.wordpress.com | 13

Caminhada da Mulher realiza-se a 13

DESPORTO.A IV Caminhada

Comemorativa

do Dia Interna-

cional da Mulher

tem lugar no

próximo dia 13

e irá passar

pelas Salinas

de Alverca

Mário Caritas

No próximo dia 13(sábado), Alverca re-cebe a quarta edição

da Caminhada Comemorativado Dia Internacional da Mu-lher, numa organização con-junta da autarquia local esecção de atletismo da UniãoJuventude de Alverca (UJA).A iniciativa está agendadapara as 16h00 e são esperadascerca de 400 participantes(unicamente do sexo femi-nino), de todas as idades (apartir dos 12 anos), que terãooportunidade de experimen-tar um percurso que irá passarpelas Salinas e, no final, rece-

ber uma reconfortante mas-sagem.Esta caminhada pedestre teráuma extensão de aproximada-mente 8.000 metros, com aconcentração das caminhantesjunto ao Jardim MunicipalJosé Álvaro Vidal, percor-rendo depois algumas artériasda cidade em direcção às Sali-nas onde, a meio do percurso,existirá uma curta paragempara refrescamento e abaste-cimento, regressando ao localde concentração pelo mesmotrajecto.Segundo Alexandre Monteiro,um dos organizadores doevento, a realização desta ini-ciativa “denota que a secçãode atletismo da UJA tem uma

forte preocupação em alargara prática desportiva e de ac-tividades de convívio/lazer atodas as pessoas e escalõesetários, conciliando-as com ainevitável componente com-petitiva que dinamizamos”.Este refere ainda que está emestudo “a criação de um cir-cuito de caminhadas, a re-alizar com uma periodicidademensal, cujos participantes

usufruirão de benefícios simi-lares aos dos seccionistas eatletas da UJA, nomeada-mente no que concerne adescontos em lojas de artigosalimentícios, desportivos e delazer/bem-estar”.Quanto à caminhada do dia13, esta constitui pois umaoportunidade para home-nagear mães, filhas e netas, deforma saudável e aprazível,

“sendo as actividades de ca-minhada, ginástica e convíviouma forte aposta para estaépoca, visando a aproximaçãodo clube à comunidade”. Asinscrições para esta cami-nhada são gratuitas e poderãoser efectuadas, individual-mente ou em grupo, [email protected] ou pelotelefone 93 920 1018.

Anatureza fez das suas naMadeira! Se havia terra

no mundo onde não seimaginava tamanha cruel-dade, a Madeira era umadelas.A força das águas trouxemuita tristeza… Mas tam-bém trouxe grandes lições devida. Lições essas que im-porta reter e que osmadeirenses, sem querer, astêm mostrado a quem querver esta realidade com outrosolhos.Tal como acontece imensasvezes no desporto, este foium “jogo” muito difícil emque não havia forma de der-rotar um adversário tãoforte. A natureza ganhou…O homem perdeu! Mas foisó um jogo. Uma derrota! Esão muitas vezes as derrotasque nos fazem evoluir, ga-nhar força para enfrentarnovos desafios e ultrapassarnovos obstáculos.Os madeirenses têm vindo,ao longo destes dias, amostrar-nos isso. Ainda afazer o luto da tragédia, fasci-nou-me a força, a determi-nação e o optimismo dostestemunhos ouvidos nestesdias. Para o madeirense nãobasta recompor a ilha damadeira, esta é uma oportu-nidade para torná-la aindamais bonita. E todos têm anoção que não o conseguemsozinhos. É preciso umagrande união e solidariedadepara que o objectivo sejaalcançado.No Desporto, tal como navida, são estas convicçõesque distinguem osCampeões dos derrotados. Operdedor faz de uma oportu-nidade um problema, ovencedor faz de um pro-blema uma oportunidade.E, tal como os dedos de umamão – se estiverem juntostêm muito mais força do queestando afastados –, tambémos madeirenses sabem que,mais do que nunca, têm queestar unidos, solidários e,acima de tudo, acreditar eagir.Que, quem anda nodesporto, aproveite os ensi-namentos que esta tragédianos trouxe!

As lições da ilhada Madeira!

Rui Vitória

Professor de Educação Fí[email protected]

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Page 14: Notícias de Alverca

14 | Notícias de Alverca Março 2010

BEM-ESTAR. O tratamento da celulite pode ser feito recorrendo

a diversos métodos, que são aconselhados em função do grau de de-

senvolvimento ou fase e tipologia da celulite, histórico e patologias

associadas, mas também em função do objectivo de cada pessoa.

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Celuliteprevenir e tratarcom novas tecnologias

Afamosa “casca de laranja”afecta mais de 80% dasmulheres, logo após a

adolescência, principalmente nasfases sujeitas a alterações hor-monais como a puberdade, o usode pílulas anticoncepcionais e agravidez, sendo um dos factoresde maior incómodo e insatis-fação estética, influenciando di-rectamente a auto-estima e asocialização, e também com con-sequências na saúde.O que é a celulite? Em lin-guagem médica, a celulite ouLipodistrofia corresponde a umaalteração inflamatória das célulasadiposas na camada mais pro-funda da pele (hipoderme), ouseja, trata-se de uma deformaçãodas células gordas subdérmicasque, se não for tratada desdecedo, pode evoluir para estadosde gravidade com real impactona saúde e bem-estar.Na sua fase inicial, registam-seapenas algumas irregularidadesdérmicas e metabólicas, por vezessó perceptíveis ao apertar da pele.Nas fases mais desenvolvidas, ascélulas de gordura agregam-se emnódulos de dimensões progressi-vamente maiores, atrofiando acirculação sanguínea e a oxige-nação. No entanto, a estagnaçãovenosa é apenas o início de umconjunto de acontecimentos quese auto-deterioram num ciclo vi-cioso inevitável: pernas pesadas eedemas, ao mesmo tempo que aacumulação de toxinas conduz aum processo inflamatório graveque, em situações extremas, podeoriginar fibrose acompanhada deuma sensação dolorosa ao toque.Assiste-se assim à desestrutu-ração das fibras de elastina e co-lagénio do tecido conjuntivo,com o consequente envelheci-mento cutâneo (devido a irri-gação deficiente), numa clara eprogressiva deterioração doscapilares venosos e arteriais.As principais causas conhecidaspara o aparecimento da celulitepodem classificar-se em endóge-

nas (estruturais e hereditárias) eexógenas (hábitos e estilos devida adoptados, incluindo cuida-dos e tratamentos preventivos).O aumento do peso é um dosfortes contributos para o agrava-mento da celulite, já que a com-pressão dos adipócitos sobre osvasos sanguíneos e linfáticosconduz à formação de edemas efibrose, sendo mais atingidas aszonas com maior propensão paraa acumulação de gordura.

As respostas damedicina estética

O tratamento pode ser feitorecorrendo a diversos métodos,que são aconselhados em funçãodo grau de desenvolvimento oufase e tipologia da celulite,histórico e patologias associadas,mas também em função do ob-jectivo de cada pessoa. É funda-mental que o profissionalproceda a uma correcta avali-ação, para adequar o tratamentomais eficaz ao quadro em análise.Entre os diversos métodos te-rapêuticos possíveis, destacam-seos mais recentes e tecnologica-mente avançados, com benefí-cios e segurança comprovados –desde a Endermoterapia, aMesoterapia e a Ultralipólise,passando por um conjunto detécnicas drenantes como aDrenagem Linfática e a Pres-soterapia, até aos tratamentosmais rápidos como a Lipocavi-tação e a Radiofrequência parasituações mais graves. Estes últi-mos, por penetrarem mais pro-fundamente na pele, conseguemmelhorar a oxigenação celular,reajustar o metabolismo, reduziro edema linfático e revitalizar ostecidos e fibras do tecido con-juntivo de forma mais rápida eintensiva.Em muitos casos, a associação degordura localizada e flacideztorna mais complexa a abor-dagem do tratamento, sendonecessária uma intervenção mul-

tidisciplinar que permita inverteras principais tendências que in-terferem no agravamento da pa-tologia. Por isso, é importanteplanear e escolher uma clínicaespecializada, assegurando a di-versidade e variedade de trata-mentos disponíveis. Certamenteterá aquele que melhor se ade-qua ao seu perfil, ao seu orça-mento, necessidades eobjectivos.

Como prevenir

Considerando a predisposiçãohereditária e alterações hormo-nais que podem estar envolvidas,a celulite não poderá ser total-mente evitada, mas muito sepode fazer para prevenir e tratardesde cedo, evitando a degene-ração do tecido conjuntivo e de-terioração celular. É vital adoptarum estilo de vida saudável,aplicar produtos e tratamentosdireccionados para a estimulaçãoda circulação e reactividade dofluxo linfático, sem esquecer avascularização profunda e a re-dução da massa adiposa.Aqui ficam alguns conselhosúteis: 1) Evite estar acima do seupeso ideal. Dietas milagrosas nãoexistem, é preferível fazer umareeducação alimentar, mudandoos hábitos que levam ao au-mento do peso. Evite gorduras,doces e reduza o sal; 2) É impor-tante uma actividade física queinduza ao desgaste metabólico;3) O stress leva a um desequi-líbrio de todo o organismo, éimportante procurar actividadesou hobbies para renovar ener-gias; 4) Beba bastante água(mínimo 1,5L/dia) para estimu-lar a função renal e a eliminaçãode toxinas; 5) Aplicação tópicade produtos funcionais. Acon-selhe-se sobre o mais adequadoao seu caso e transforme estecuidado num ritual diário.

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Fonte: Vitalplus

Page 15: Notícias de Alverca

Março 2010 http://noticiasalverca.wordpress.com | 15

LAZER.

Cubaa ilha que enfeitiça

De silhueta oblonga eestreita, a maior ilhadas Caraíbas é um

autêntico convite a descobrir assuas gentes, cidades e praias. EmLa Habana, a capital de Cuba,está a essência do próprio país:uma cidade nostálgica que re-siste ao passar do tempo. É umadas mais bonitas do Mundo e omelhor conjunto monumentalcolonial da América Central, re-conhecido como Património daHumanidade.No seu interior, a ilha guarda

verdadeiros paraísos naturais.Existem seis zonas declaradaspela Unesco como ReservasMundiais da Biosfera e maisde uma centena de áreas natu-rais protegidas com 14 Par-ques Nacionais.

As praias

Mas... o mar é indubitavel-mente outro dos grandesatractivos que esta ilha podeoferecer, com mais de 7.000km de costa e mais de 300 pra-

ias. A apenas 142 km de LaHabana encontra-se Varadero,o principal centro turístico dailha, onde se pode desfrutar demagníficas praias – uns 20 kmde areia branca e fina e águastransparentes rodeadas depalmeiras; é também um lugarde grande animação, onde adiversão, a música e a simpatiaestão asseguradas.Existem à partida voos directosde Lisboa, semanais, que per-mitem fazer férias de uma se-mana (ou mais), em hotéis e

resorts em regime de tudo in-cluído. A oferta é muito vari-ada, bem como os preçospraticados, mas recomenda-seuma informação cuidadosaquanto ao hotel a escolher paraevitar surpresas menosagradáveis. Surgem também, aolongo do ano, algumas boaspromoções, imperdíveis paraquem não esteja sujeito a viajarapenas em épocas de maiorprocura.

Fonte Mundiclasse

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Pub institucional

Em Cuba, a maior ilha das Caraíbas,

pode conhecer a riquíssima história de

La Habana e passear nas magníficas

praias de Varadero.

Por alimentos entende-se tudo o que é indispensável ao sustento,habitação e vestuário. Como é consabido, na vigência da sociedade

conjugal, entre outros deveres, há o dever de assistência, o qual com-preende também a obrigação de quaisquer dos cônjuges a prestar ali-mentos. No entanto, com a dissolução da sociedade conjugal cadacônjuge deve prover à sua subsistência, conforme resulta da última al-teração ao Código Civil, pois o direito a alimentos não pode ser eterno,até porque o cônjuge credor de alimentos tem que ter uma atitude pró-activa de forma a conseguir por si os meios necessários e suficientes paraa sua subsistência.Mas o ex-cônjuge pode ter direito a alimentos, desde que alegue e provenão só o facto que a tal o legitima (sociedade conjugal e a consequenteseparação de facto ou divórcio) mas também a impossibilidade de terrendimentos do trabalho ou outros que possam assegurar uma vidacondigna.Demonstrado que o ex-cônjuge carece de alimentos, teremos então delançar mão dos critérios para fixar o montante para a prestação de ali-mentos, os quais são: a duração do casamento, a colaboração prestadaà economia do casal, a idade e estado de saúde dos cônjuges, as suasqualificações profissionais e possibilidades de emprego, o tempo queterão de dedicar à criação de filhos comuns, aos seus rendimentos e, deum modo geral, todas as circunstâncias que influam sobre as necessi-dades do cônjuge que recebe os alimentos e as possibilidades do que ospresta, as quais têm que ser actuais.É claro que há circunstâncias que podem excluir a obrigação de prestaralimentos: quando o obrigado a alimentos prove que o respectivo paga-mento colocaria em perigo a sua própria subsistência, violando assim odireito fundamental a uma subsistência com dignidade; quando o cre-dor já não necessitar dos alimentos; se o alimentado celebrar novo casa-mento, ou se tornar indigno do benefício pelo seu comportamentomoral. A obrigação cessa com a morte do obrigado ou do alimentado.Acresce ainda que a obrigação de alimentos devida aos filhos menoresdo cônjuge devedor prevalece sobre os alimentos devidos ao ex-cônjuge;dito de outra forma, em circunstância alguma pode o tribunal limitaro valor dos alimentos devidos aos filhos para que o obrigado possa fazerface ao cumprimento da obrigação de alimentos ao ex-cônjuge.Questão ultrapassada, com a última alteração ao Código Civil, foi a dese saber se os alimentos teriam que permitir ao ex-cônjuge a possibili-dade de manter o mesmo nível de vida que tinha antes da dissoluçãodo casamento. O legislador afastou esta possibilidade porquanto veio aconsagrar que o cônjuge credor não tem o direito de exigir amanutenção do padrão de vida de que beneficiou na constância domatrimónio.E se não houver divórcio mas sim separação de facto, será que o deverde assistência se reconduz tão-só à prestação alimentar como nos re-portámos acima? Não, pois o conteúdo do direito de alimentos em vir-tude do divórcio é mais limitado, transportando em si, como se disse,o fundamental para a habitação, vestuário e sustento. Já a obrigação dealimentos, fixados na sequência da separação de facto, é aferida tendocomo referência a condição social e económica da família. Assim, paraalém do mais, na obrigação de alimentos deve ser considerado um de-terminado valor para alguns encargos que decorrem das obrigações so-ciais do credor da obrigação de alimentos. Concluindo, na separaçãode facto a obrigação de alimentos tem a mesma extensão que teria se oscônjuges continuassem a viver em comum.Por fim, ainda que os alimentos tenham sido fixados por acordo dosinteressados, havendo uma alteração de circunstâncias, podem aquelesvir a ser reduzidos ou aumentados, podendo mesmo vir a ser outras pes-soas obrigadas a prestá-los.

Alimentos devidos a ex-cônjuges

Carlos Mendes

[email protected]

Fotos IBEROJET

Page 16: Notícias de Alverca

Mário Caritas

De 1 a 31 de Março, sobeao palco a 4.ª Amostrade Teatro de Alverca,

organizada pelo Cegada Grupo deTeatro (CGT). Este evento bienal,que começou em 2004, reúnedesta vez 17 grupos, oriundos doconcelho de Vila Franca de Xira ede vários outros pontos do país,contribuindo desta forma paraque a iniciativa mantenha o níveldas edições anteriores.A amostra acontece num mês emque o Cegada assinala 24 anos devida (dia 9), facto que só por siconstitui um marco de vitalidadee perseverança deste grupoamador. José Teles, ensaiador eresponsável máximo pelo CGT,explicou, durante a conferência deimprensa de apresentação daamostra, que “temos sabido ultra-passar as dificuldades no que toca

à questão da eterna falta de apoios,assumindo-nos como um impor-tante veículo de intervenção sociale cultural no concelho”.Os espectáculos desta quartaamostra terão lugar sobretudo àssextas-feiras e sábados à noite, eainda nas tardes de domingo parao público infanto-juvenil; no en-tanto, haverão actuações fora

destes dias nomeadamente no quetoca a assinalar datas consideradasespeciais, com destaque para o járeferido aniversário do Cegada. Asentradas na maioria dos espectácu-los são pagas (quatro euros para opúblico em geral), havendodescontos para idosos (idade igualou superior a 65 anos), estudantese crianças até aos 12 anos.

Teatro, debate,poesia e tertúlia

Está pois prometido teatro paratodos os gostos. “Esta amostra éum projecto muito ambicioso,muito exigente, mas tambémmuito gratificante. Acreditamosque a população irá aderir, tal

como aconteceu nas anterioresedições”, sublinha José Teles. Amaioria dos espectáculos decorremno Espaço Cegada (Praceta 25 deAbril), mas excepcionalmente serátambém utilizado o grande au-ditório da Sociedade FilarmónicaRecreio Alverquense (SFRA). Osespectáculos de rua, os debates, asnoites de poesia e as tertúliastemáticas são outros atractivos.Desta vez, os responsáveis qui-seram também prestar home-nagem ao carismático cantor deAbril, Zeca Afonso, que será recor-dado numa tertúlia marcada parao serão do dia 20, com o mote:“Venham mais Cinco.” Recordamos que actualmente oCegada tem em cena duas peças:“A Fan… Farra”, de Karl Valentim(estreada em 2009), e “Os Ou-tros” de Jaime Salazar Sampaio(2007). Para mais informações,poderão consultar:http://cegada.blogspot.com.

16 | Notícias de Alverca Março 2010

na Ficha Técnica

Redacção, Publicidade e DirecçãoMorada:Qta. de Stª. Maria – E.N. 10,2615-376 Alverca do Ribatejo Contactos:Tel. 219589130Fax. 219589145E-mail’s:[email protected]@[email protected]@gmail.comDirector: António CastanhoDirector-adjunto: Nuno LopesEditor: Mário CaritasRedacção: Ana Filipa de Sousa eJorge TalixaColaboradores:Adriano Gabriel; Ana Ameixa;Paula Gadelha; Rui Vitória(Desporto); Carlos Mendes (Di-reito); Luís Ferreira Lopes (Eco-nomia) e Olga Fonseca (Sociedade)Grafismo e Paginação:André PorêloFotografia:André Porêlo e Mário CaritasPublicidade:Jorge Ferreira93 874 6366Secretariado:Isabel Pinto e Lurdes FarinhaImpressão: CIC - Centro deImpressão CorazeTiragem: 13.500 exemplaresPropriedade: CCS – Cultura eComunicação Social, S.A.Contribuinte: 502788569 Registo ICS: 109974Depósito legal: 78298/94Fundado em: 1984Medalha de Mérito CulturalCidade de Alverca’ 2004

Último minuto Cegada organiza4.ª Amostra de TeatroSOCIEDADE. Em Março, 17 grupos dão vida a este evento bienal de Alverca onde, além do teatro, haverão

debates, espectáculos de rua, noites de poesia e tertúlias temáticas.

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“Alverc'Arte”. Arranca dia 7 aFeira de Artes e Artesanato.Com periodicidade mensal,realizar-se-á todos os primeirosdomingos de cada mês, ex-cepção feita a Abril, em queesta terá lugar no primeiroSábado. A iniciativa vai decor-rer nas imediações da SFRA.

Casos de Polícia. A 16 deFevereiro, foi detido emAlverca um são-tomense de37 anos por permanência ile-gal em território nacional.Sobre este indivíduo pendiaainda um mandado de De-tenção e Condução.A 20 de Fevereiro foram deti-dos dois brasileiros, com 24 e29 anos, por coacção sob fun-cionário e permanência ilegalem território nacional.

6 Março 21h307 Março 16h

OFERTA

5bilhetes

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gratuito.

Válido para os primeiros

cinco espectadores