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DEFESA O COTIDIANO DE QUEM TRABALHA PELA SOBERANIA GUATEMALA OBRA RODOVIÁRIA MARCA A ESTREIA NO PAÍS A REINVENÇÃO PERMANENTE NOVAS FRONTEIRAS

Novas fronteiras: a reinvenção permanente

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defesa o cotidiano de quem trabalha pela soberania

guatemala obra rodoviária marca a estreia no país

a reinvençãopermanente

n o v a s f r o n t e i r a s

Novos negócios, novos lugares, novos tempos. Novas fronteiras. Uma rodovia na Guatemala. Uma indústria de bioenergia em Angola. Submarinos para o monitoramento da costa brasileira. Exemplos da revigorante notícia de que há aprendizados a caminho. Sintonia com um mundo em rápida e profunda transformação. Uma trajetória empresarial que se renova, uma Organização que rejuvenesce com os desafios que enfrenta e supera. Uma capacidade de trabalho que se amplia. Um espírito de servir que se fortalece.

contribuição

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RESPONSáVEL POR COMuNICAçãO NA ODEBREChT S.A.Sérgio Bourroul

RESPONSáVEL POR CONTEúDO, MARCA E COMuNICAçãO INTERNA NA ODEBREChT S.A.Karolina Gutiez

COORDENAçãO EDITORIALVersal Editores Editor José Enrique BarreiroEditor Executivo Cláudio Lovato Filho Editora de Fotografia Holanda CavalcantiArte e Produção Gráfica Rogério Nunes

Tiragem 2.809 exemplares Pré-impressão e Impressão Ipsis

REdação: Rio de Janeiro (55) 21 2239-4023São Paulo (55) 11 3641-4743e-mail: [email protected]

Você pode ler a revista Odebrecht Informa também: • na internet, no site www.odebrechtinforma.com.br, onde poderá acessar vídeos e outras reportagens • pelo iPad, baixando gratuitamente o aplicativo Revista odebrecht na app Store

Fazem parte da organização odebrecht:

Negóciosodebrecht Engenharia Industrial odebrecht Infraestrutura – Brasil Odebrecht Infraestrutura – África, Emirados Árabes e Portugal odebrecht Infraestrutura – américa Latinaodebrecht Estados Unidos odebrecht Realizações Imobiliárias odebrecht ambiental odebrecht Latinvest odebrecht Óleo e Gás odebrecht Properties odebrecht TransPort Braskem odebrecht agroindustrial Enseada Indústria Naval odebrecht defesa e Tecnologia

InvestimentosFundo odebrecht Brasil odebrecht africa Fund odebrecht Latin Fund

Empresa Auxiliaresodebrecht Serviços de Exportação odebrecht Corretora de Seguros odebrecht Engenharia de Projetos odebrecht Previdênciaodebrecht Comercializadora de Energia

Ação SocialFundação odebrecht

Soluçõesem toda parte

Melhorar a qualidade de vida das pessoas, onde quer que estejam, é um dos objetivos da Organização Odebrecht. Para isso, suas equipes se multiplicam em 20 países de quatro continentes. Levam tecnologias e disposição para atender demandas complexas num mundo em constante transformação. Novas soluções são desenvolvidas, a todo momento, para vencer os novos desafios e apoiar países e regiões na busca do que mais almejam: vida digna e prosperidade.

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Soluçõesem toda parte

Melhorar a qualidade de vida das pessoas, onde quer que estejam, é um dos objetivos da Organização Odebrecht. Para isso, suas equipes se multiplicam em 20 países de quatro continentes. Levam tecnologias e disposição para atender demandas complexas num mundo em constante transformação. Novas soluções são desenvolvidas, a todo momento, para vencer os novos desafios e apoiar países e regiões na busca do que mais almejam: vida digna e prosperidade.

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E D I T O R I A L

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É um movimento contínuo e em constante reinvenção. A

internacionalização e a diversificação de negócios da Odebrecht, iniciadas na década de 1970, renovam-se permanentemente para acompanhar as transformações do mundo. Atender clientes planeta afora é uma missão que não admite anacronismos. É uma jornada que requer olhos no horizonte, mesmo que, como sempre, dependa-se do legado das gerações anteriores para que ela dê os frutos esperados.

O processo, dinâmico, segue sempre em frente, porém planejado e realizado com a cautela que a experiência ensina e com a maturidade de quem quer dar passos certeiros, pois disso dependerá a completa satisfação daqueles – comunidades e países – que precisam de serviços eficazes para crescer.

Nesta edição, você será apresentado a novas oportunidades de negócios da Organização Odebrecht, surgidas, com frequência, em ambientes nos quais suas equipes atuavam, tradicionalmente, apenas em prestação de serviços de infraestrutura. Seja como prestadora

A cApAcidAde de Se reiNveNtAr

de serviços ou produtora de bens, seja como investidora, como parceira de joint ventures ou como empresa concessionária, a Odebrecht desenvolve hoje, em nações de quatro continentes, novas formas de atuar, que lhe possibilitam se renovar como organização empresarial destinada a servir – e, assim, fortalecer-se para servir ainda melhor.

É um novo cenário, no qual os princípios explicitados na tecnologia empresarial Odebrecht (teO) continuam sendo a base para a relação com clientes, comunidades e parceiros, que, agora, recebem, como você verá nas reportagens desta edição, os aportes dos novos tempos, com suas diferentes e desafiadoras demandas, as quais só poderão ser devidamente atendidas por aqueles que entenderem que é crucial se reinventar todos os dias, de modo que o passar do tempo, em vez de obstáculo, seja o maior e mais decisivo aliado.

reinventar-se, entretanto, algumas vezes significa empreender uma retirada em busca de novos caminhos. É o caso de Odebrecht Informa, que deixa de circular, temporariamente, a partir desta edição. ]

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3Odebrecht informa

π Fábio rodrigues no Laboratório do Banco Óptico do míssil A-dArter, na sede da Mectron

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d e s t a q u e s

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Processo de internacionalização e diversificação de negócios da Odebrecht, iniciado no fim da década de 1970, é dinâmico e experimenta, na atualidade, acentuado fortalecimento

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Novas Fronteiras

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Em seu primeiro projeto no país, Odebrecht executa a duplicação e ampliação da Rodovia Centro Americana 2, pela qual circula a maior parte do PIB nacional

Guatemala

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Biocom, indústria de bioenergia que incorpora tecnologia de ponta nos processos agrícolas, representa a oportunidade de carreira para a população da região de Cacuso

Integrante da Biocom em laboratório na sede da empresa, em Cacuso, Angola.Foto de Juca Varella.

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RepÚBlIca DOmINIcaNaTermelétrica Punta Catalina, em construção na província de Baní, contribuirá de maneira decisiva para o fortalecimento e a diversificação da matriz energética dominicana

DeFeSaFabricante de mísseis e radares, a Mectron, empresa criada em 1991 e integrada à Organização em 2011, tem, nos testes de campo realizados por suas equipes, desafios de alta complexidade

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5Odebrecht informa

Conheça um pouco das ideias e das paixões de Natalie Dowsley, Saulo Rezende, Elias Lages e Rodney Carvalho

GeNte

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FuNDaÇÃO ODeBRecHtDois integrantes de projetos desenvolvidos no Baixo Sul da Bahia compartilham suas experiências de trabalho e de vida no Programa Jovem Construtor América Latina

eNGeNHaRIa INDuStRIalUma história iniciada na década de 1980, no Brasil, apresenta hoje resultados em vários países, com destaque para aportes nos quais se sobressai uma expertise diferenciada

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20Miguel Peres, Diretor-Superintendente Internacional da Odebrecht Ambiental, fala do processo de chegada da empresa ao exterior

Marcelo Arantes analisa o movimento de internacionalização da Braskem e salienta a importância da prática da Tecnologia Empresarial Odebrecht para o alcance dos objetivos esperados

eNtRevISta

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C A P A

π Biocom: primeira indústria de bioenergia de Angola, país em que a Odebrecht está presente desde 1984

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7Odebrecht informa

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FRONteIRaS que Se expaNDemPROCESSO DE INTERNACIONALIzAçãO E DIVERSIFICAçãO DE NEgóCIOS DA ODEBREChT ExPERIMENTA ACENTUADO FORTALECIMENTO

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Novas formas de trabalhar em lugares onde já se estava há muito tempo, mas também novos lugares e os desafios inerentes às estreias. No conjunto de reportagens que começa na página ao lado, você conhecerá exemplos das novas fronteiras internacionais e de negócios da Organização Odebrecht. Na República Dominicana, a Termelétrica Punta Catalina é o primeiro projeto da Organização no país que envolve engenharia industrial. Angola vê nascer, com a Biocom, uma indústria moderna e automatizada, dotada de tecnologia de ponta em processos agrícolas, sua primeira no setor de bioenergia. Na atuação das equipes da Odebrecht Defesa e Tecnologia reside um dos ícones do constante dinamismo do processo de diversificação da Odebrecht, representado, nesse caso, por um trabalho diretamente relacionado à soberania nacional brasileira. Na Guatemala, a nação mais populosa da América Central, a atuação da Odebrecht começou há menos de dois anos. Lá, as equipes constroem a Rodovia Centro Americana 2. É um novo ambiente para a Organização, que fortalece sua tradicional presença na América Latina. Histórias que falam do apreço pelo novo e do desejo de manter-se em sintonia com os novos tempos e suas exigências. Acima de tudo, relatos sobre decisões e realizações de pessoas desejosas de aprender, crescer e servir unidas em uma organização empresarial que, desde sua origem, tem compromisso permanente com a construção do futuro.

π rodovia centro Americana 2, na Guatemala: atuação da Odebrecht amplia-se na América Latina

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texto Patrick Cruz | Foto André Valentim

o time de houstonEqUIPE ESPECIALIzADA PRESTA SERVIçOS DE PROCUREMENT EM APOIO AOS DIVERSOS NEgóCIOS DA ORgANIzAçãO

Os planos de atuação fora do Brasil entraram na pauta da Organização na década de 1970, mas tal-vez nem o mais visionário de seus protagonistas pudesse antecipar a profundidade desse proces-so de internacionalização - uma cultura hoje tão arraigada na Odebrecht que lhe permite a realiza-ção de iniciativas até surpreendentes, como inje-tar sotaque argentino em uma base de operações de engenharia industrial em Houston, no estado norte-americano do texas. Sim, há um pouco (ou um tanto) de Odebrecht Argentina na presença da Organização nos estados Unidos.

esse reforço dado pelos argentinos come-çou a ser desenhado em junho de 2013, quando a Odebrecht engenharia industrial decidiu instalar uma unidade de apoio estratégico a seus projetos: a Odebrecht procurement center (Opc). Houston foi a cidade escolhida por ser um centro mundial da indústria de petróleo e gás, setor que tem re-lação direta com os projetos de engenharia in-dustrial, com os quais a Opc atua. O objetivo é, no futuro, a prestação de serviços de procurement também para outras empresas da Organização, com a maximização de possíveis sinergias entre os diversos Negócios.

“A adaptação tem sido muito boa, mesmo com o desafio de organizar a nova vida em um país com normas e processos bem diferentes dos que esta-mos habituados”, diz ricardo Unzner, diretor de procurement. Unzner mudou-se, com a família, da Argentina para os estados Unidos, para assu-mir as novas funções. Naquele primeiro momen-to, mudaram-se também os argentinos Fernando rodríguez e Juan Manuel Baya. Logo depois, o ti-me foi reforçado pelos compatriotas emmanuel contreras e ezequiel Adamo.

A equipe da Opc trabalha como uma espécie de central de abastecimento dos projetos e busca aproveitar o máximo de sinergia para a sua relação com os fornecedores. essa equipe trabalha para os contratos e em alinhamento com eles. cuida das

requisições de materiais, compras e abastecimen-to daqueles itens previamente acordados com os contratos. Os integrantes argentinos são maioria na equipe porque já possuíam experiência espe-cífica em procurement, perfil adequado para a in-ternacionalização e disponibilidade para assumir o desafio nos Estados Unidos. Hoje, a equipe é for-mada por 14 pessoas – e ainda há planos de re-forçar o grupo, à medida que os contratos assim o requeiram. com a experiência já acumulada por terem formado o time de estreia da nova operação, os profissionais argentinos são importantes não apenas por seu pioneirismo, mas também pelo pa-pel de orientadores que devem assumir em breve.

“estamos pensando em como capacitar e inte-grar pessoas nos diferentes países com os quais vamos trabalhar”, diz Unzner. A ideia é expatriar esses profissionais por curtos períodos de tem-po e prepará-los para trabalhar em sintonia com a equipe da Opc baseada em Houston.

todos os membros da Opc estão capacitados para as atividades de compra e gestão dos pedi-dos de equipamentos e materiais que chegam dos projetos. essa tarefa inclui negociação de preços e controle de demanda para evitar que peças e má-quinas faltem ou cheguem em excesso aos cantei-ros de obra.

Um time jovemO time é jovem: a média de idade é de 32 anos. Mesmo com as diferenças culturais que existem entre Argentina e estados Unidos, o trabalho de apoio à engenharia industrial mudou pouco des-de a criação da Opc. “tenho orgulho de estar aqui não porque pretendo deixar uma ‘marca argentina’ nas operações da companhia nos estados Unidos, mas por causa do desafio que é fazer parte de uma equipe que está abrindo uma nova frente de traba-lho na Organização”, diz emmanuel contreras.

ricardo Unzner acredita que ele, seus com-patriotas e os demais integrantes da equipe têm

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conseguido deixar uma identidade própria na ope-ração. “implementamos com êxito um método de trabalho que une os benefícios de uma adminis-tração descentralizada por projetos aos da centra-lização do contato com os fornecedores”, diz ele. É o princípio da descentralização, um dos pilares da tecnologia empresarial Odebrecht (teO) combi-nada com o trabalho de uma equipe que concentra o relacionamento com as empresas que fornecem materiais e equipamentos.

A atuação da Opc não se restringe aos estados Unidos. O primeiro projeto executi-vo de que a Opc participou foi a construção do poliduto pascuales-cuenca, no equador. O con-trato, no valor de US$ 369 milhões, era comple-xo, e os técnicos tiveram que quebrar a cabeça para manter a engenharia industrial abastecida: o terminal pascuales, o ponto inicial do poliduto, fica na região de Guaiaquil, ao nível do mar. A par-tir dali, são 210 km de tubos de aço até cuenca, na cordilheira dos Andes. pelos dutos passarão gaso-lina, diesel e gás liquefeito de petróleo.

Novos desafios já se avizinham para os argenti-nos e seus colegas da Opc. em 2015, eles atuarão, por exemplo, no apoio à construção do Gasoduto Sul peruano. O projeto é grandioso em suas cifras e em seus desafios logísticos. Orçado em cerca de US$ 4 bilhões, o gasoduto se estenderá pelos mais de 1.000 km entre a cidade de cusco, nos Andes, e o porto de ilo, na região de Moquegua. “certamente nos trará mais um grande aprendiza-do”, diz Unzner. e a lição, ele e seus colegas argen-tinos passarão adiante. ]

π poliduto pascuales-cuenca, no equador: primeiro projeto executivo com a participação da Opc

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π ricardo Uzner: capacitação e integração de pessoas

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π poliduto pascuales-cuenca, no equador: primeiro projeto executivo com a participação da Opc

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produzindo crescimento

texto Cláudio Lovato Filho | Foto Erika Santelices - AFP

TERMELéTRICA PUNTA CATALINA, PRIMEIRA OBRA DA ODEBREChT NA REPúBLICA DOMINICANA qUE ENVOLVE ENgENhARIA INDUSTRIAL, gARANTIRá ENERgIA MAIS BARATA PARA O PAíS

π emanuel Ximenes (à esquerda) e david carvalho Neto no canteiro de obras da termelétrica, na província de peravia: atendimento aos mais rigorosos padrões relacionados a procedimentos ambientais

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O capixaba José Luiz Rocha olha com fisiono-mia compenetrada para as águas azuis do Mar do caribe, na costa da província dominicana de peravia, próximo ao ponto em que o rio catalina tem sua foz. ele tem 27 anos de Odebrecht, é encarregado de portos e trabalha hoje nas obras da central termelétrica punta catalina, que incluem a construção de um terminal marítimo. A seriedade está estampada no rosto, mas as palavras revelam grande otimismo, e elas são convincentes, não ape-nas pelo tom e conteúdo, mas porque vêm embala-das na convicção de quem é dono de um currículo exemplar: “Temos enfrentado desafios com a cra-vação das tubulações, mas está tudo certo”. diante da pergunta sobre o cronograma dos serviços, evi-dencia-se um traço bastante conhecido no veterano encarregado: o bom humor. “Opa! Nunca atrasei a entrega de uma obra. Aliás, sempre antecipei! Não vai ser diferente aqui!”

São palavras que o presidente da república dominicana, danilo Medina, gostaria muito de ou-vir. Não que ele já não tenha recebido essa garantia da equipe responsável pela obra, em execução pe-la Odebrecht, a italiana technimont e a dominica-na estrella, parceiras do país na busca pelo alcance de seu maior objetivo relacionado ao crescimento: a produção de energia. A república dominicana tem um déficit energético que gira em torno de US$ 1.2 bilhão por ano. “São destinados 15% do orçamento do país ao pagamento desse défi-cit”, diz Marco cruz, diretor-Superintendente da Odebrecht na república dominicana.

A decisão de construir uma usina termelétri-ca a carvão foi tomada com base na relação custo /benefício para o país, que não produz gás nem ou-tros tipos de combustível. O carvão é um insumo de preço relativamente baixo, o que possibilitará a geração de energia de baixo custo. A decisão do uso do carvão também resultou da certeza de que as empresas responsáveis pelo empreendimento uti-lizariam o que existe de mais avançado no mundo em termos tecnológicos. “das caldeiras às turbinas e aos geradores, estamos trazendo para a república dominicana aquilo que há de mais moderno e am-bientalmente recomendável para a execução de usi-nas termelétricas a carvão”, salienta Marco cruz.

“Este projeto muda o país”As obras foram iniciadas em dezembro de 2013 e estarão concluídas em 2017. O contrato é do tipo epc (engenharia, procura e construção) green field, ou seja, executado a partir do zero abso-luto. A capacidade de geração será de 720 MW,

π emanuel Ximenes (à esquerda) e david carvalho Neto no canteiro de obras da termelétrica, na província de peravia: atendimento aos mais rigorosos padrões relacionados a procedimentos ambientais

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em duas unidades de 360 MW. O projeto inclui 55 km de linhas de transmissão, entre a usina e a subestação, em Santo domingo, de maneira que ocorra a integração ao sistema nacional de geração. O terminal portuário, na própria área do canteiro de obras, será formado por uma ponte de 1.300 m de extensão e um píer de atracação com 300 m, no qual os navios (provavelmente vindos dos estados Unidos e da colômbia) des-carregarão o carvão.

“Este projeto muda o país”, afirma David carvalho Neto, diretor de contrato da Odebrecht. “Haverá energia mais barata, com operação pró-pria, feita pelo Governo, por meio da cdeee [corporação de empresas elétricas estatais], o nos-so cliente. Sinto-me pessoalmente recompensado, pela certeza que tenho de que a energia termelétri-ca é o melhor caminho para o país e por estarmos usando o melhor da tecnologia mundial, que atende aos mais rigorosos padrões no que diz respeito aos procedimentos ambientais”, ele acrescenta.

O avanço da obra, hoje, é de 12%. No momento, aproximam-se do fim as obras pesadas de infraes-trutura, como a terraplenagem da área de 1 milhão de m2 na qual a usina está sendo construída. com isso, vão tendo início os serviços de montagem in-dustrial, que a Odebrecht realiza pela primeira vez na república dominicana.

O visual da usina será condizente com sua condição de maior obra que envolve engenharia civil e industrial já realizada na história do país. As caldeiras terão 72 m de altura, e a chaminé, que será fabricada in loco, 160 m. Haverá 3 km de tubulações, com estruturas de 2,5 m de diâ-metro. A logística é um desafio complexo: todas as peças virão, pré-fabricadas, de fora do país. para fazê-las chegar ao canteiro será colocada em prática uma estratégia multimodal, com priorida-de para o modal marítimo.

Um dos destaques tecnológicos e metodológicos da obra será a utilização de um sistema de descar-ga sem correia a céu aberto, com o transporte do carvão ocorrendo de forma confinada, para evitar a dispersão do pó na atmosfera. Os cuidados relacio-nados ao solo também são especiais, por causa de seu alto potencial de liquefação, que produz insta-bilidade. Mas não é só isso. “estamos em zona de terremotos, furacões e tsunamis”, informa emanuel Magno Brito Ximenes, da Odebrecht, responsável por engenharia. “isso nos levou a realizar aqui um amplo estudo de solo e correntes marítimas, que está sendo devidamente documentado e que será um dos legados da obra para o país”, ele ressalta.

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A preparação das equipesOs legados serão muitos, em vários aspectos. provavelmente, o mais importante deles este-ja relacionado a instrutores e alunos juntos em salas de aula em oficinas, em uma iniciativa de capacitação chamada programa creer. No pico da obra, que ocorrerá entre novembro de 2015 e abril de 2016, haverá em torno de 7.500 pessoas no canteiro. É um número que ajuda a entender o porquê da necessidade de um amplo trabalho de qualificação de profissionais para ofícios da engenharia industrial. A existência desse tipo de profissional é escassa no país.

O programa creer, desenvolvido com ba-se no Programa de Qualificação Profissional continuada Acreditar, vem tendo papel fun-damental no enfrentamento desse desafio. “O país dispõe de trabalhadores para obras civis, como carpinteiros e pedreiros, mas possui pou-cos profissionais para projetos industriais, co-mo soldadores”, diz pedro Leitão, Gerente de pessoas e Organização. “e o nível de exigência aqui será muito alto, de uma forma sem prece-dentes no país.”

em 9 de dezembro, a equipe de Odebrecht Informa teve a oportunidade de acompanhar a cerimônia de formatura de 184 pessoas no pro-grama creer, realizada em Baní, principal cidade da província de peravia. elas passaram por três meses de curso, nos quais receberam orienta-ções teóricas e práticas sobre os ofícios pelos quais optaram.

“Os alunos têm muita força de vontade e muito desejo de crescer”, destaca o alagoano victor paulino, 25 anos, um dos três instru-tores do Serviço Nacional de Aprendizagem industrial (Senai) que atuam em punta catalina. A instituição brasileira é encarregada de trans-ferir conhecimento e tecnologia ao dominica-no instituto Nacional de Formação técnico-Profissional (Infotep). “Os profissionais do Senai baseiam sua atuação em critérios técnicos cla-ros. Houve muita integração entre nós”, diz o instrutor do infotep cristian pelaez, 41 anos, nascido em Santo domingo.

Quem mais ganhou com isso foram os alu-nos, claro. “Foi uma experiência extraordinária. Quero dar prosseguimento aos estudos”, garan-te Juan ernesto Guerrero, 35 anos, que se capa-citou como caldeireiro. “estou feliz. Uma nova porta se abriu”, diz Yesenia estefania Figuereo, 24 anos, que se formou como mecânica monta-dora industrial. ]

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15Odebrecht informa

texto Bruno Galba | Foto Johan Ordanez - AFP

ancestral e modernoODEBREChT FAz SUA ESTREIA NA gUATEMALA, BERçO DA CIVILIzAçãO MAIA E hOJE A MAIOR ECONOMIA DA AMéRICA CENTRAL

“para servirlo”, dizem os guatemaltecos sempre que alguém agradece por algum trabalho realiza-do. A cultura do espírito de servir, manifestada em uma expressão do cotidiano, evidencia-se na atuação da Odebrecht na Guatemala. Nação mais populosa da América central, com, aproxima-damente, 15 milhões de habitantes distribuídos em um território de 109 mil km2, a Guatemala é o mais novo país a entrar no mapa de presença internacional da Organização.

O projeto de estreia da Odebrecht na Guatemala é a reabilitação e duplicação de 140 km dos 300 km da rodovia centro Americana 2 (cA-2), obra iniciada em junho de 2013. A estra-da corta o sul do território guatemalteco, ten-do papel fundamental na logística nacional. ela

atravessa a principal região produtiva do país, que concentra grandes fazendas produtoras de cana-de-açúcar, borracha e gado, facilita o es-coamento de produtos importados que chegam pelo porto Quetzal e serve como principal ca-nal de comércio exterior entre a Guatemala, o México e el Salvador. Segundo o Governo Federal, pela cA-2 circula o equivalente a 65% do piB do país.

Apesar de sua importância, a cA-2 tornou-se uma rodovia saturada pelo desenvolvimento ur-bano. Atualmente, trafegam por ela, em média, 13 mil veículos por dia, a uma velocidade média de 17 km/h. Ali ocorrem cerca de mil acidentes por ano. “Ao chegar, avaliamos os projetos prio-ritários visualizados pelo Governo, e nos chamou

π cidade da Guatemala: capital do país mais populoso da América central

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π desafios técnicos: construção de 76 pontes faz parte do escopo de trabalho da Odebrecht no projeto

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a atenção a cA-2, por sua importância estratégi-ca para o país", explica Marcos Machado, diretor-Superintendente da Odebrecht na Guatemala. “tomamos a iniciativa de consultar diversos líde-res políticos e empresariais. Foi unânime a com-preensão do projeto como essencial para a com-petitividade do país. Ficou claro que a obra não era apenas objetivo de um governo, mas, sim, de inte-resse nacional”, acrescenta Marcos.

Culturas em sintoniaObra conquistada, foco no trabalho. A realização do projeto impõe grandes desafios técnicos, como a construção de 76 pontes, e de produtividade, já

que é preciso conviver com o alto índice pluvio-métrico, entre 4 e 5 mil mm/ano, com maior in-tensidade de maio a outubro. Some-se a isso a ne-cessidade de realizar todo o trabalho sem impedir o livre trânsito de veículos na pista.

Hoje, trabalham na obra mais de 1.750 pes-soas, com muita vontade de desenvolver-se e ter uma profissão. A maioria trabalhava ape-nas seis meses por ano, durante a safra de ca-na-de-açúcar. ”Ao chegar a um país novo, te-mos a preocupação de transmitir nossa cultura, fazê-los entender que cada um deve cuidar do seu negócio, pois é dessa forma que a empresa funciona”, afirma o diretor de contrato carlos

π cidade da Guatemala: capital do país mais populoso da América central

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Tecnologia e produtividade

A obra da Rodovia Centro Americana (CA-2) foi organizada em três trechos de, aproximadamente, 45 km cada, onde operam simultaneamente 18 frentes de trabalho, com atividades de terraplenagem, construção de pontes e pavimentação. O concreto asfáltico utilizado na pavimentação está sendo produzido em duas centrais industriais instaladas nas margens dos rios Nahualate e Ocosito, com capacidade para produzir até 130 t/hora. Elas estão instaladas em locais estratégicos, para facilitar a logística e apoiar a produção das equipes de pavimentação. Aproveitando a proximidade com as fazendas de borracha, a equipe da CA-2 desenvolveu um projeto que incorporou látex natural à fabricação de emulsão asfáltica termoaderente. A ideia, além de produzir um material de melhor qualidade e aderência, diminuiu os custos de produção em 3,65% e estreitou a relação entre a empresa e os produtores locais. A proatividade da Odebrecht também ajudou a mudar a maneira de fazer cimento da Guatemala. Após concluir que as estruturas de concreto no país apresentavam baixa durabilidade, a equipe da obra sugeriu à Cementos Progreso – empresa líder na fabricação nacional – que utilizasse um cimento de baixa reação álcali-agregado (fenômeno químico que pode causar expansões e fissuras, por exemplo), gerando um novo produto com maior durabilidade e menos custo de produção. “Isso permitiu uma opção melhor de cimento não apenas para a CA-2, mas para o país”, afirma o Diretor de Contrato Carlos Eduardo Rosa.

π pavimentação: mais qualidade, com custos menores

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A C ULTURA DA EVOLUÇÃOGUATEMALA VALORIZA O PASSADO PARA CRESCER COM SABEDORIA

15 milhõesde habitantesdistribuídos em um território de

109 mil km2

US$ 50,3 bilhõesPIB

Montanhas e lagos vulcânicosfazem parte das riquezas naturais que o país oferece

BERÇO DACIVILIZAÇÃOMAIA,a Guatemala tem alguns dos mais fascinantes sítios arqueológicos das Américas, com pirâmides, templos, antigos centros comerciais e residências, além de um rico acervo de esculturas desse período

Espanholé o idioma oficial, mas há outras

22 línguas deorigem indígena

faladas por comunidadesresidentes no interior do país

C R E S C I M E N T O E C O N Ô M I C O M É D I O

3,5% ao ano

L O C A L I Z A Ç Ã O

CIDADE DAGUATEMALA

N o v a s F r o n t e i r a s

eduardo rosa. “Felizmente, a aceitação tem sido excelente.”

exemplos dessa sintonia entre as culturas da Guatemala e da Odebrecht podem ser encontrados tanto entre os jovens quanto entre os mais expe-rientes. O engenheiro mecânico Jaime escobar, com mais de 20 anos de experiência em plantas de tri-turação, abandonou o trabalho de consultor técni-co e toda sua carteira de clientes para ingressar na Odebrecht. “Fiquei muito motivado com o desafio de liderar grandes plantas industriais e pela possibili-dade de crescimento na empresa. Além disso, é cla-ro, pesou a possibilidade de escrever meu nome na história do desenvolvimento do meu país, com esta grande obra.” Jaime foi integrado como responsável pelas plantas industriais de Asfalto.

π Marcos Machado: diálogo com líderes políticos

e empresariais

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financeira entre todas as que já acompanhei. A boa impressão é geral, entre nós e entre os trabalhadores”, ressalta Jaime Laj, chefe da Supervisão do Ministério de comunicações, infraestrutura e Moradia, responsável por fis-calizar a obra. Segundo carlos eduardo rosa, isso decorre da transparência da relação da Odebrecht com o cliente. “ele tem a confiança de que vamos entregar um produto diferencia-do”, assinala.

Assim como em todos os países em que a Odebrecht atua, o objetivo é chegar para fi-car. “depois de termos conquistado o primei-ro projeto e experimentado o que é a opera-ção na Guatemala, esperamos estar aqui por muito tempo, tendo a cA-2 como uma refe-rência para novas conquistas”, observa Marcos Machado. “estamos estudando novos proje-tos, públicos e por meio de parcerias públi-co-privadas. No radar, estão novas estradas, hidrelétricas, gasodutos e projetos de mobili-dade urbana”, ele acrescenta. Um crescimento com base no oferecimento de uma contribui-ção qualificada à Guatemala, para servirla. ]

Nasce uma associaçãoUma estrada recuperada e duplicada significa mais segu-rança, produtividade e oportunidades de negócio para o país. Entretanto, outras “vias” de desenvolvimento estão sendo desenhadas. Uma delas é o projeto Calzados Nahualate, idealizado e liderado pela Odebrecht e que oferece alternativa de geração de trabalho e renda à comunidade que dá nome ao projeto. Hoje, 18 moradores estão sendo capacitados para a produção e comercialização de calçados, colocando-se, assim, em con-dições de romper o paradigma local: sobreviver de pequenos trabalhos esporádicos. De início, o foco são as sandálias artesanais, para atender à demanda local. Para mais adiante, está prevista a produção de outros tipos de calçado, para escolas e indústrias. Além de proporcionar capacitação téc-nica, a Odebrecht construirá a sede da associação e fornecerá todos os equipamentos necessários. “É uma grande oportunidade para mim e para meus compa-nheiros, especialmente para nós mulheres, que, em geral, só trabalhávamos como donas de casa”, diz Eugenia Garcia, 30 anos. “Estamos aqui para, com fé em Deus, nos tor-narmos empresários. Não estamos apenas trabalhando, mas aprendendo muito, principalmente porque aqui as pessoas têm nos apoiado totalmente.”

perla ruiz e Jacobo Ortiz, que estão entre os 21 Jovens parceiros do empreendimento, têm grande expectativa em relação ao desenvolvi-mento de suas carreiras. “conhecendo agora a empresa e as oportunidades que ela dá, me ani-ma muito a possibilidade de um dia liderar um grande projeto, seja aqui ou no exterior”, afirma Jacobo. em contraponto, perla não se vê fora do país, mas projeta voos igualmente altos. “eu gostaria de chegar a uma função de liderança em projetos sociais que realmente façam diferença para a vida das pessoas. espero contribuir para ver o meu país mudar”, salienta.

Relação de confiançaA satisfação no relacionamento entre a Organização e o povo guatemalteco trafega em via de mão dupla. O cliente, que mantém os olhos rígidos na execução do contrato (no va-lor de US$ 384 milhões, um dos maiores in-vestimentos já realizados no país em todos os tempos), elogia o andamento do trabalho. "A Odebrecht foi a empresa que apresen-tou a melhor infraestrutura física, técnica e

π integrante da associação em Nahualate: rompimento de paradigmas

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Os anos 1980 foram decisivos na Organização para a formação da base daquilo que hoje é o coração do trabalho da Odebrecht engenharia industrial. A incorporação da técnica Nacional de engenharia (tenenge), em 1986, foi o em-brião para um novo ciclo de crescimento. A empresa já apresentava extensa lista de grandes obras, presença consolidada no segmento de engenharia industrial no Brasil e enorme po-tencial para as missões que seriam assumidas em seguida pela Organização Odebrecht.

“O processo de integração da tenenge à Odebrecht foi gratificante, pois representa-va, para a Organização, um evolução dentro e fora do Brasil”, diz Fausto Aquino, integran-te da Organização há 35 anos, responsável por pessoas e Organização na Odebrecht engenharia industrial.

de 1986 a 1991, no chile, a tenenge, já in-corporada à Organização Odebrecht, enfren-tou seu primeiro grande desafio internacional na área industrial: foram executados diversos projetos industriais nesse período, nas áreas de mineração, siderurgia, energia, petróleo e pa-pel e celulose. entre os destaques estavam as obras realizadas para a enap (empresa Nacional de petróleo), como a construção de plataformas fixas offshore em punta Arenas, no extremo sul do continente americano, a execução do com-plexo industrial para beneficiamento de co-bre de Quebrada Blanca, no norte do chile, na cordilheira dos Andes, a 4.500 m de altitude, e a construção de uma nova planta de produ-ção de celulose para o cliente privado celulosa Arauco y construcción, em carampague, na re-gião de concepción.

Diversificação e transversalidadeem 1979, a Odebrecht dava início à constru-ção da central Hidrelétrica charcani v, em Arequipa, no peru, e ingressava nos setores de petróleo e gás, criando a Odebrecht perfurações

Ltda. (OpL), e de petroquímica, por meio da aquisição de um terço do capital da companhia petroquímica camaçari (cpc), na Bahia. Novos caminhos iam surgindo. No início dos anos 1990, a Odebrecht assumiu o controle acioná-rio da poliolefinas e participou da ampliação da central petroquímica do Sul (copesul), no polo petroquímico de triunfo (rS).

Foram empreendimentos que colocaram a Odebrecht a caminho da liderança em química e petroquímica. O que se realizou nesses proje-tos foi agregado ao acervo de experiências e co-nhecimento do qual a Organização lançou mão quando criou a Braskem, em 2002. A Odebrecht engenharia industrial participou dessa trans-formação. Hoje a empresa dá sua contribui-ção para que o México concretize o sonho de ver surgir o complexo petroquímico Braskem idesa – etileno XXi, no estado de veracruz, fruto de investimento da joint venture da Braskem e a mexicana idesa.

O maior desafio, neste momento de inten-sificação do processo de saída da Odebrecht engenharia industrial para o mundo, é a pre-paração e integração de pessoas. A internacio-nalização envolve circunstâncias cada vez mais complexas, como a necessidade de formar uma nova geração de pessoas com perfil de atuação internacional e lideranças locais nos países de atuação, planejar a formação de substitutos e transferir conhecimento.

Desafios na América Latinacom isso em mente, os líderes da Odebrecht engenharia industrial foram a campo. A América Latina vem se configurando um am-biente de grandes oportunidades para a em-presa. Na Argentina, está em andamento um amplo projeto de ampliação de gasodutos, em âmbito nacional, que envolve a instalação de mais de 2.100 km de tubulações, além de 25 plantas compressoras. Um novo contrato torna

uma empresa do mundo

texto Luiz Carlos Ramos

ANgOLA, ESTADOS UNIDOS, MéxICO, VENEzUELA: CRESCE A PRESENçA INTERNACIONAL DA ODEBREChT ENgENhARIA INDUSTRIAL

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π Quebrada Blanca, no chile: complexo para beneficiamento de cobre teve papel de destaque no desenvolvimento da engenharia industrial na Odebrecht

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realidade a ampliação dos gasodutos-tronco da Argentina.

As equipes da empresa vão proporcionan-do o acúmulo de experiência e o comparti-lhamento de conhecimento. diego casarín, engenheiro nascido em córdoba, 41 anos, há sete na Odebrecht, trabalhou no oeste da Argentina, nas obras da planta de potás-sio de río colorado, com o engenheiro brasi-leiro carlos Nascimento, que era diretor de contrato. Hoje, casarín está no equador, como Gerente de produção das estações terminais do poliduto pascuales-cuenca, uma sequência de 210 km de dutos, cinco estações e o terminal

de La troncal. “Aprendi a me adaptar às mu-danças”, afirma diego.

Nascimento, por sua vez, assumiu, no peru, as funções de diretor de contrato do Gasoduto Sul peruano, que atravessará 1.132 km para levar gás das reservas de camisea, em Las Malvinas, na planície Amazônica, passando pelos Andes e pelas cidades de cusco e Arequipa, até chegar a três portos do pacífico. ele destaca a aplicação, na obra, do programa creer peru, que tem como base o programa de Qualificação profissional continuada Acreditar. “dos atuais 380 inte-grantes, vamos chegar a 7 mil”, ele informa.” A Odebrecht lidera o consórcio com 75%, e a

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π construção da refinaria de puerto La cruz, na venezuela: obra estratégica encomendada pela pdvSA

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π Ampliação de gasodutos na Argentina: instalação de mais de 2.100 km de tubulações e de 25 plantas compressoras

enagás, da espanha, tem 25% para a conces-são do gasoduto por 34 anos. A Odebrecht engenharia industrial atua em sinergia com a Odebrecht infraestrutura e com a Latinvest, braço da Organização para investimentos na América Latina.

A engenharia industrial está presente tam-bém na venezuela, onde concluiu a primeira etapa das obras da refinaria de puerto La cruz para a empresa estatal petroleo de venezuela (pdvSA), e cuida da modernização da usina de açúcar e álcool central Guanare, além da im-plantação de novas usinas de açúcar e álcool pa-ra a pdvSA Agrícola. próxima missão: o projeto Gás Anaco, formado por centros para recoletar,

comprimir e transferir o gás produzido em cin-co cidades venezuelanas. Na região da América central e caribe, a central termelétrica punta catalina (veja reportagem sobre a obra nesta edição), garantirá mais 720 MW de energia elé-trica à república dominicana.

Novos projetos estão sendo visualizados em Angola e nos estados Unidos. Angola é um dos maiores produtores de petróleo da África, mas precisa de uma grande refinaria para ter gaso-lina e óleo diesel a preços mais acessíveis. As equipes da Odebrecht engenharia industrial estão prontas e motivadas para ajudar seus clientes a alcançarem esses objetivos. ]

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e N T R e v i s T A N o v a s F r o n t e i r a s

O INícIO De uma NOva e INteNSa jORNaDaMIgUEL PERES, DS INTERNACIONAL DA ODEBREChT AMBIENTAL

texto Bruna Paulino | Foto Guilherme Afonso

“A oportunidade de continuar aprendendo é o que faz brilhar meus olhos”, diz Miguel Peres.

Há 31 anos na Organização, ele chega à Odebrecht Ambiental com o desafio de traduzir a

excelência na prestação de serviço e o compromisso com a melhoria da qualidade de vida do

Negócio em linguagem universal. O Diretor-Superintendente (DS) Internacional terá como

grande aliada sua própria experiência: Miguel viveu 28 anos no exterior, continuamente.

Trabalhou em países como Peru, Venezuela, Colômbia, México, Estados Unidos e Moçambique.

De volta ao Brasil, ele afirma: “Estou me adaptando novamente, mas trabalhar com o que tenho

experiência faz que eu me sinta em casa”.

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π Considerando sua trajetória de 28 anos no exte-rior, para você, o que é mais desafiador quando se vive fora do país de origem?São muitos desafios. destaco alguns, como o idioma, as particularidades da cultura local e a adaptação pes-soal e familiar. Mas todos esses fatores, quando bem trabalhados, levam ao conhecimento da idiossincrasia e à integração à cultura local de cada país.

π Quais aprendizados você destaca no tempo em que viveu fora do Brasil? Qual país mais o marcou?dois países foram muito marcantes nessa minha tra-jetória e, talvez, não por coincidência, o primeiro e o último em que vivi. O peru foi marcante, não só por ter sido a primeira experiência de expatriação, mas, principalmente, pelos desafios profissionais e pessoais que se apresentaram. era um período difícil para o país, que enfrentava não só uma grave crise econômica, mas também um momento delicado de ordem pública, com atuações ainda muito fortes de movimentos guer-rilheiros. No meio desse quadro, tive oportunidades importantes de crescimento na minha carreira, e, ao mesmo tempo, ocorreu uma adaptação familiar muito boa. tão boa que minha esposa e eu decidimos que dois de nossos três filhos nasceriam no país. A expe-riência mais recente, em Moçambique, foi também marcante e a minha primeira no continente africano, em um mercado que, guardadas as devidas proporções, se assemelhava, em termos de desafios, às primeiras experiências que tive no peru.

π Você assumiu o programa como DS Internacional da Odebrecht Ambiental em agosto de 2014. Como você vê esse desafio?estar na Odebrecht Ambiental, um Negócio novo em minha trajetória dentro da Organização, é altamente motivador. Além de poder contar com forte time de empresários-parceiros, há prospecções para a atuação da empresa em países que já conheço bem, por ter residido ou feito negócios. essa será uma jornada intensa e, com certeza, recompensadora!

π Como você analisa a internacionalização dentro do processo de crescimento da Odebrecht Ambiental?Assim como ocorreu com a Odebrecht nos últimos 35 anos, a internacionalização da Odebrecht Ambiental é um caminho natural de crescimento. A empresa desenvolveu modelos de negócios de sucesso no Brasil, e enxergamos oportunidades interessantes para repli-cação desses modelos em outros países.

π Nesse contexto, quais são os principais desafios para a Odebrecht Ambiental, que é uma empresa relativamente nova?estamos em uma etapa de desenvolvimento de novos negócios e temos o grande desafio de identificar oportuni-dades diferenciadas em cada mercado, por meio das quais possamos aportar a experiência adquirida pela empresa desde sua criação. Apesar de sua “juventude”, a empresa acumulou, ao longo dos últimos anos, muitas experiências que nos qualificam para desenvolver negócios diferen-ciados no Brasil e no exterior.

π Como sua experiência no desenvolvimento e implantação de novos negócios no exterior agregará ao processo de internacionalização da Odebrecht Ambiental?Meu principal papel é o de trabalhar com nossos empresários-parceiros que atuam nos diferentes países em que temos prospecções, sempre trabalhando a pedagogia da presença, aportando o conhecimento adquirido nos vários países pelos quais passei, coorde-nando os apoios necessários das áreas corporativas da empresa e buscando catalisar positivamente as siner-gias internas e externas.

π Quais as principais diferenças em se fazer negócio no Brasil e no exterior, principalmente nos segmentos de atuação da Odebrecht Ambiental (Água e Esgoto, Resíduos e Utilities)?É difícil generalizar, pois cada país traz seus próprios desafios. Há mercados extremamente desenvolvidos, como os estados Unidos, e outros ainda em etapa inicial de institucionalização, no que diz respeito ao nosso negócio, como é o caso de Angola. No Brasil, temos modelos de negócio desenvolvidos e conhe-cimentos adquiridos que podem ser perfeitamente adaptados a cada um dos mercados internacionais, sempre tendo em conta as adequações à legislação local e à necessidade das comunidades, clientes e usuários-clientes beneficiados pelos nossos projetos. esse é o nosso desafio.

“tEmOS O gRANDE DESAfIO DE IDENtIfICAR OpORtUNIDADES DIfERENCIADAS Em CADA mERCADO”

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π A sinergia com outros Negócios ajuda na hora de levar a Odebrecht Ambiental aos países em que a Organização já atua? Como é feita essa troca de conhecimento?A sinergia com outros Negócios da Organização é fundamental em nossa estratégia de internacionali-zação. Nossos mercados foram definidos em países nos quais a Odebrecht já tem atuação consolidada. A troca de conhecimento se dá, fundamentalmente, no dia a dia, por meio da presença e atuação de nossos empresários-parceiros.

π A Odebrecht Ambiental analisa oportunidades de negócios em Angola, no méxico, nos Estados Unidos e no peru. Como você vê essas possibilidades de atuação?cada mercado tem suas peculiaridades, mas já temos oportunidades bem trabalhadas em cada um deles. em Angola, estamos focados em contratos de prestação de serviço de assistência técnica e treinamento. No peru, além de oportunidades de sinergia com a Ode-brecht infraestrutura, estamos desenvolvendo alguns programas de gestão delegada de água e esgoto. No México, temos oportunidades em concessões munici-pais de água e esgoto, e, no segmento de Utilities, estamos com empresas como [a estatal do setor de petróleo e gás] pemex e a Braskem. Nos

estados Unidos, estamos desenvolvendo uma inicia-tiva privada na área de água de reúso no texas e parti-cipando, em sinergia com a Odebrecht infraestrutura, de um programa de água e esgoto no âmbito de uma parceria público-privada na Flórida.

π Como a Odebrecht Ambiental pode reforçar o compromisso com o desenvolvimento de integrantes locais e com a melhoria da qualidade de vida nesses países em que começa a atuar?temos plena convicção de que o desenvolvimento de integrantes locais é fundamental para nosso processo de crescimento e integração à cultura de cada país. estamos trabalhando desde já na identificação de profissionais locais, aproveitando os programas que já existem na Organização, como o Jovem parceiro, para incorporar jovens com potencial para crescimento. também estamos utilizando as redes de conhecimento de pessoas que a empresa desenvolveu ao longo dos anos de presença em cada mercado. Nossos serviços são, por natureza, dedicados à melhoria da qualidade de vida, principalmente por meio da eficiência e qualidade do tratamento e/ou reciclagem de água e esgoto, atividades altamente relacionadas ao bem-estar da população. É um segmento no qual é prazeroso atuar. ]

π Luanda, Angola: foco no país são os contratos de assistência técnica e treinamento

Juca

Var

ella

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O primeiro eBook da TEO agora também em espanhol!

Depois de ser lançada em português, a versão digital de Sobreviver, Crescer e Perpetuar foi também disponibilizada no idioma espanhol.

Os livros escritos por Norberto Odebrecht já podem ser lidos em seu computador, tablet ou smartphone. Para adquirir os eBooks da TEO, acesse:

WWW.FUNDACAOODEBRECHT.ORG.BR/TEO/LIVROS

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um projeto de novas energias

texto Guilherme Bourroul | Foto Juca Varella

INDúSTRIA DE BIOENERgIA PIONEIRA NO PAíS, BIOCOM REPRESENTA A PRIMEIRA OPORTUNIDADE DE TRABALhO PARA MUITOS ANgOLANOS

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π A Biocom, em cacuso, província de Malanje: parte do polo industrial de capanda

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pelo rádio de sua caminhonete, virgílio Manuel dá orientações a um colega angolano. “dênis, está na es-cuta? Acabo de passar na Fazenda 1 e tem um pon-to desatrelado na rede de água. Leve dois integrantes contigo e ajuste, por favor.”

virgílio lidera 51 pessoas (entre as quais seus dois irmãos) que trabalham no turno A da área de irrigação da Biocom em Angola. ele foi um dos primeiros an-golanos a chegar ao projeto, há quase três anos, e os poucos conhecimentos que tinha em irrigação havia aprendido no curso técnico de agronomia. “Sabia no-ções básicas, mas toda a prática eu aprendi aqui.”

Muitos angolanos tiveram a primeira oportunida-de profissional na Biocom. “Quando retornava para a minha cidade natal, em vez de dar dinheiro a quem precisava e me pedia, eu oferecia trabalho. A Biocom recebe a pessoa mesmo que ela não tenha conheci-mento técnico e a capacita. É uma grande escola”, des-taca.

A Biocom compõe o polo Agroindustrial de capanda, que tem como pano de fundo a intenção do governo angolano de desenvolver a agricultura e incrementar a economia local. para tanto, disponibi-lizou 400 mil hectares no norte do país, dos quais 37 mil terão cana-de-açúcar da Biocom, com possi-bilidade de expansão.

A primeira indústria de bioenergiaA 400 km de Luanda fica a cidade de Cacuso, on-de está situada a Biocom, uma indústria moderna e automatizada, dotada de tecnologia de ponta nos

processos agrícolas, resultante de um investimento que totaliza US$ 750 milhões. trata-se da primeira indústria de bioenergia e um dos principais empreen-dimentos em Angola.

O pioneirismo tem seu preço. para atualizar a es-trutura no país voltada à agricultura, a Biocom pre-cisou criar, por exemplo, uma estação meteorológica dentro da unidade, que capta diariamente informa-ções de temperatura, vento e chuva. Outros serviços indispensáveis para a realização da operação estão em fase final de implantação, como a fábrica de calcário e o laboratório de análise de solo.

Já em um estágio mais avançado de desenvolvi-mento está o sistema de mudas pré-brotadas (MpB), método que acelera o desenvolvimento de novas va-riedades de cana. O trabalho é liderado no dia a dia por Gabriela Hilário, que foi colega de classe de virgílio no ensino médio focado em agronomia.

ela e sua equipe de 25 pessoas são responsáveis pelo plantio diário de mais de 10 mil mudas. depois de tanta prática, hoje Gabriela reconhece facilmente as diferentes variedades de cana. “vejo a diferença pe-la folha, pela cor, pelo entrenó. elas têm características próprias”, conta.

O trabalho consiste em experimentar essas novas variedades, acompanhar o crescimento delas, multi-plicá-las com rapidez e testá-las dentro do ambiente de solo e clima do projeto. “temos uma curva de cres-cimento que indica a competição de cada variedade”, diz Gabriela. Atualmente, 98% do censo varietal da Biocom está concentrado em apenas cinco variedades

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π virgílio Manuel: “A Biocom é uma grande escola”

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em escala comercial. Já estão em multiplicação 27 es-pécies novas sendo testadas em campo.

Gabriela sonha em ir ainda mais longe: “todo mundo aqui está com vontade de aprender e cres-cer. pretendo continuar na Biocom e aumentar o nível acadêmico, fazer faculdade de agronomia”, projeta.

CapacitaçãoSulfitação, caleação, decantação. José Kissambo Junior tem na ponta da língua todo o processo industrial e relata com precisão e orgulho o que acontece com a cana, desde a chegada da matéria-prima até o ensaque do açúcar. ele nunca havia ouvido falar nesses termos. “tudo o que sei sobre indústria aprendi aqui. Sempre trabalhei na área administrativa.”

ele foi um dos 317 angolanos que participaram do programa de capacitação industrial desenvolvido pe-la Biocom em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem industrial (Senai) para a formação de operadores industriais e profissionais de manutenção. “A empresa está ajudando muito no desenvolvimento da região, especialmente dos jovens. temos um traba-lho que nos dá conhecimento e oportunidade de cres-cimento. Acredito que, nas próximas safras, poderei reter mais e mais conhecimento”, afirma.

em um processo de transferência de conhecimento e tecnologia, cada área da indústria tem um líder bra-sileiro e um líder angolano, que está sendo preparado

para assumir novas responsabilidades. Junior traba-lha à frente da fábrica de açúcar. “Nos próximos anos, surgirão novas indústrias em Angola, e estaremos preparados para passar esse conhecimento adquirido”, ele estima.

esperança da Silva foi outra aprovada nos cursos do Senai. ela já trabalhava na área agrícola da Biocom, mas viu que, com mais qualificação, novas oportuni-dades surgiriam. Foi o que a motivou a fazer o cur-so de analista de laboratório industrial. responsável por realizar a análise das amostras provenientes da fermentação, esperança relata: “vejo a porcentagem de álcool, pH, produtividade, acidez. Agradeço muito pela oportunidade que a Biocom tem me dado. Quero me desenvolver muito ainda”.

O laboratório industrial conta hoje com 16 analis-tas, todos angolanos e capacitados pelo Senai, sob a liderança de dois brasileiros que já tinham experiência na área. “Quando temos dúvidas, eles sempre estão disponíveis para nos orientar”, diz esperança.

“este projeto ajuda muita gente em Angola, de muitas províncias diferentes”, destaca virgílio Manuel. “Seria bom investir em outros projetos iguais, porque o país cresce estruturalmente”, ele acrescenta. Até poucos anos, cacuso não tinha agências bancá-rias. Hoje tem mais de cinco. “Nascemos com o pro-pósito de contribuir e deixar um mundo melhor. Fico feliz com a Biocom. Quem nascer amanhã, já nascerá em um país mais avançado.” ]

π Biocom terá 37 mil hectares de cana-de-açúcar

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é super e é nosso

texto Guilherme Bourroul | Foto Kamene Traça

REDE DE SUPERMERCADOS NOSSOSUPER gERA TRABALhO E DESEMPENhA IMPORTANTE PAPEL NO INCREMENTO DA PRODUçãO AgRíCOLA ANgOLANA

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π Jaime Mendoza (à esquerda) e Aristides chicomo: investimento na capacitação

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primeiro filho de uma família de oito irmãos, Aristides chicomo iniciou sua trajetória no nossosuper em fevereiro de 2008, como auxi-liar administrativo. Foi sua primeira oportuni-dade de trabalho formal. em pouco tempo, tor-nou-se gerente de loja e, hoje, é o responsável pela compra de equipamentos e pela monta-gem de lojas de toda a rede angolana de super-mercados administrada pela Odebrecht Africa Fund, que soma 34 lojas – 15 na capital Luanda e 19 nas demais províncias do país.

“O crescimento veio de forma rápida e natu-ral. O nossosuper foi pioneiro no varejo. então pude crescer junto com ele. Sou um privilegia-do. tenho orgulho de trabalhar aqui”, afirma Aristides.

A rede é uma das principais geradoras de oportunidades de trabalho em Angola. São 1,8 mil postos diretos, com 98% deles pre-enchidos por angolanos. Mais que gerar va-gas, o nossosuper oferece possibilidades de crescimento. todos os gerentes de lojas são angolanos, e alguns gerentes regionais, tam-bém. Um dos irmãos de Aristides é gerente da loja de Laúca, próxima ao Aproveitamento Hidrelétrico de Laúca, em construção pela Odebrecht. “Minha mãe é viúva. eu tinha que sustentar sozinho meus sete irmãos e meus três filhos. depois que indiquei meu irmão para trabalhar no nossosuper, ele divide co-migo as despesas familiares”, relata Aristides. “Fico feliz por vê-lo se desenvolvendo em uma empresa que investe e acredita nas pessoas”, acrescenta. Aristides pretende indicar também seus irmãos mais novos, conforme eles se qua-lificarem profissionalmente. “O nossosuper é uma família. Só conseguimos mostrar o que sa-bemos quando temos oportunidade. Foi o que aconteceu comigo”, afirma.

de acordo com Jaime Mendoza, diretor comercial do nossosuper, o desafio da capaci-tação das pessoas é um dos maiores enfrenta-dos. “Queremos dar muito embasamento para que os angolanos assumam cargos estratégicos e substituam os expatriados”, salienta.

Nesse sentido, a rede passou a utili-zar, em 2013, o programa Jovem parceiro, da Organização Odebrecht. Kitoco Bengui, graduado em gestão de empresas, trabalha em uma das lojas de Luanda e participou da pri-meira turma. “comecei pela matriz, percorri todas as áreas. Agora estou passando pelos se-tores da loja. Sou encarregado pela mercearia”,

explica, com orgulho. “preciso conhecer bem todos os processos, pois estou sendo formado para ser gerente de loja”, complementa.

Compromisso com a produção localAlém da geração de oportunidades de trabalho, a rede desempenha importante papel no incre-mento da produção agrícola do país. Segundo Jaime Mendoza, estimular a “produção nacio-nal” faz parte da estratégia de negócio da re-de. “Atuamos em duas frentes: com pequenos camponeses, que fornecem produtos às pró-prias províncias onde estão localizados, e com fazendas maiores, que fornecem a maior parte dos alimentos frescos”, diz. Os principais pro-dutos fornecidos são folhagens, batata, cebo-la, tomate, berinjela, pepino, abóbora e banana, entre outros. “Queremos mudar a realidade de-les e fortalecer a economia local. Oferecemos suporte técnico e tudo o mais que eles preci-sam”, acrescenta Mendoza.

Uma das lojas da rede, situada na cidade de Ndalatando, é abastecida por agricultores que integram o projeto de agricultura familiar Kukula Ku Moxi. Desenvolvido pela Odebrecht desde 2009, o programa congrega quase 800 agricultores de pequena escala que produzem na região da província de Malanje. O leque de produtos oferecidos pelo projeto ao nossosuper Ndalatando é diversificado. Apenas em 2014, 18 itens foram comercializados.

Segundo Lauren pereira, responsável pe-lo programa Kukula Ku Moxi, cada agricultor produz a partir de um kit de semente padrão, o que os torna aptos a entregar ao nossosuper. “considerando que o nossosuper é um cliente que vai recomercializar o produto, fazemos um controle de qualidade de apresentação estética mais rígido no momento de atender ao seu pe-dido, comparado a esses clientes que são os re-feitórios”, esclarece. cada produto é pesado na própria comunidade, registrado e depois repas-sado aos clientes, que depositam os pagamen-tos em uma conta do Kukula Ku Moxi. Desse valor, 10% é descontado para cobrir custos de logística e assistência técnica.

Perspectivaspara 2015, o nossosuper tem metas ousadas. Além de abrir mais oito lojas e ampliar ou-tras existentes, a expectativa é inaugurar uma padaria industrial que abasteça toda a rede. “Será um ano muito desafiador. Queremos nos

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aproximar ainda mais dos consumidores e, para isso, faremos lojas em locais que lhes permitam estar inseridas nos bairros tradicionais”, ante-cipa Jaime Mendoza. A maioria das lojas será em Luanda. Afinal, dos mais de 20 milhões de pessoas que vivem em Angola, 8 milhões estão na capital.

Outro foco de concentração do nossosuper diz respeito aos produtos de marca própria. Os consumidores terão à disposição alimentos

diversos, como artigos de charcutaria, leites e massas, além de bebidas e produtos de ven-da a granel – entre eles, feijão, arroz, farinha e açúcar, este como resultado da sinergia en-tre o nossosuper e a Biocom (veja reportagem sobre a Biocom nesta edição). em uma área de atuação nova para a Organização Odebrecht, a rede de supermercados cresce comprometida em oferecer alimento de qualidade ao povo an-golano. ]

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π Nossosuper: estímulo à produção agrícola nacional é prioridade na estratégia negocial da rede

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A R G U M e N T O

em 2010, oito anos depois de sua criação, a Braskem come-çou a dar os primeiros passos em direção à internacionalização. em fevereiro daquele ano, anunciamos a aquisição dos ativos de polipropileno da Sunoco chemicals, nos estados Unidos, e, no ano seguinte, a incorporação das plantas da dow chemical, fortalecendo a nossa presença também na europa.

As novas fronteiras permitiram a consolidação de uma em-presa mais forte, mas essa trajetória não teria sido bem-suce-dida sem a nossa principal base de crescimento: a tecnologia empresarial Odebrecht (teO). Logo no início do processo, buscamos entender a cultura de cada empresa incorporada e percebemos que os conceitos da teO conquistariam os no-vos integrantes. Por ser baseada na confiança, que se consoli-da na descentralização e na delegação planejada, precisávamos fortalecer a prática da parceria entre líder e liderado e da res-ponsabilização dos empresários-parceiros, não somente pelos resultados a serem gerados, mas pela formação de pessoas de conhecimento em cada local.

Aprendemos, com nossa experiência, que é preciso

adotar constantemente ações de educação pelo trabalho e de educação para o trabalho para que a teO seja disseminada e as equipes se integrem à cultura local. em primeiro lugar, é preciso que haja um processo contínuo de capacitação sobre a nossa cultura, e, para reforçarmos o aprendizado no dia a dia, que existam pessoas com experiência, aptas a dividir o seu conhecimento. Além disso, é de extrema importância o de-senvolvimento de integrantes locais, de maneira que tenham oportunidades de assumir novos desafios e praticar o que foi aprendido. Um exemplo dessa possibilidade foi a escolha de um norte-americano para liderar nosso negócio na europa, cargo assumido posteriormente por um indiano.

depois de quase cinco anos de internacionalização, alcan-çamos um conjunto de resultados tangíveis e intangíveis que demonstram nosso comprometimento com o processo de for-talecimento da TEO. Nossos desafios, porém, não param. O ano de 2015 será importante para a história da Braskem e fi-cará marcado pelo início da operação do projeto etileno XXi, o maior investimento privado no México, realizado em parceria com a idesa. Até o início das operações, vamos atrair e capaci-tar cerca de 700 integrantes, que atuarão diretamente no aten-dimento das necessidades dos nossos clientes. É um projeto de grandes dimensões, em que, mais uma vez, olhamos para o nosso principal bem, o ser humano, e apostamos nele para continuar a escrever uma história de sucesso. ]

A FOrçA QUe NOS MOveM A R C e L O A R A N T e s

Marcelo Arantes é Responsável por Apoio ao Empresariamento (RAE) Pessoas e Organização, Tecnologia da Informação e Suprimentos na Braskem

"ALCANçAMOS RESULTADOS qUE DEMONSTRAM NOSSO COMPROMETIMENTO COM O PROCESSO DE FORTALECIMENTO DA TEO"

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C O M U N i D A D e

dia 27 de janeiro de 2012. eram 4 horas da tar-de de uma sexta-feira chuvosa quando edinaldo Lima, ex-metalúrgico, hoje auxiliar de almo-xarifado no consórcio corredor d. pedro i, em itatiba (Sp), estava voltando do trabalho. Aquele dia mudou sua vida.

“eu estava de moto e iria entrar em uma cur-va. Ao desviar de outra moto, derrapei e caí. como teria prova na faculdade [de Automação industrial], levantei e segui em frente, mas não consegui concluir o teste, porque sentia muita dor. Fui levado ao hospital, e os médicos consta-taram fraturas no joelho esquerdo. Fui operado, fiquei 10 meses em tratamento, vivendo com o auxílio que recebia da previdência Social.”

edinaldo tem 32 anos. trabalhou como me-talúrgico desde os 14 anos, até o dia do aciden-te. Sem salário, não pôde mais pagar a mensali-dade da faculdade, mas não entregou os pontos. Matriculou-se em um curso técnico, gratuito e, quando o consórcio corredor d. pedro i lan-çou o programa de reabilitação profissional, em parceria com a agência do iNSS de itatiba, viu surgir uma oportunidade para recomeçar. “eu ti-nha uma carreira como metalúrgico, que precisei abandonar por não conseguir ficar em pé o dia inteiro na linha de produção, mas a vida me deu nova chance.”

De volta ao mercado de trabalho“A parceria com o iNSS de itatiba resultou em benefícios para todos os envolvidos”, afir-ma João roberto tavares, responsável por pessoas e Organização no consórcio vinculado à Odebrecht infraestrutura. “Sobretudo, ganharam os próprios profissionais, com a possibilidade de voltar à ativa.”

apOIO paRa a RetOmaDa

texto Thereza Martins | Foto Holanda Cavalcanti

PROgRAMA DE REABILITAçãO PROFISSIONAL Dá OPORTUNIDADE PARA NOVOS COMEçOS NA TRAJETóRIA DE VIDA E TRABALhO

A iniciativa foi do consórcio, que procurou a agência do iNSS em itatiba e propôs a parce-ria. Foram selecionados 20 beneficiários, entre os 150 em condições de reabilitação profissio-nal no município, e sete deles participaram da primeira turma de treinamento. “Nosso objetivo não é apenas cumprir a cota legal, mas plantar uma semente que já está dando frutos”, afirma João roberto. A demanda do consórcio é de 16 pessoas. Assim, novas turmas já estão sendo or-ganizadas.

São pessoas que estão afastadas de seu anti-go posto de trabalho por doença ou acidente. A reinserção exige treinamento nas novas funções, o que pode durar de 45 a 90 dias. Os sete par-ticipantes da primeira fase do programa, todos eles da região de Itatiba, receberam certificado e foram contratados pelo consórcio em diferentes funções: são zeladores, auxiliares de serviços gerais, motoristas, ajudantes de produção, auxi-liares de laboratório de qualidade e auxiliares de serviços gerais.

Segundo Fabíola Furegatti, gerente executiva da agência do iNSS no município, um dos maio-res méritos do programa de reabilitação profis-sional é devolver a autoestima aos participantes. “eles se sentem produtivos novamente.”

essa é, também, a opinião de Andreia Aparecida da costa, 41 anos, contratada como zeladora pelo consórcio corredor d. pedro i. “eu era gari em uma empresa de limpeza pú-blica em itatiba, mas fui afastada do trabalho após diagnóstico de artrose aguda.” A doença não tem cura, mas a rotina na atual função é outra, e Andreia está se saindo bem. “Agarrei essa oportunidade como quem realiza um sonho.” ]

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π edinaldo Lima: “A vida me deu nova chance”

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VIAgEM

FAMíLIA

Natalie dowsley nasceu em recife (pe). Seu pai, djalma, trabalha no iNSS, cuidando de idosos. Sua mãe, edinar, é médica pediatra. Natalie formou-se em psicologia. “talvez por influência de meus pais, desenvolvi forte preocupação com o bem-estar das pessoas”, diz ela. Natalie é coordenadora de pessoas na concessionária rota do Atlântico, onde atua desde junho de 2012. Sua equipe conta com duas pessoas e apoia as 175 que integram a concessionária – cerca de 60% das quais são mulheres. “passamos mais tempo no trabalho que com a família. daí nossa preocupação em desenvolver um ambiente corporativo harmonioso e respeitoso, como temos em nossas casas”, explica Natalie.

Cuidado e transparência

π Saulo com familiares: paixão pela natureza

π Natalie: influência dos pais

O prazer das descobertasde Bonito, no pantanal mato-grossense, muita gente já ouviu falar. O que Saulo carrijo rezende descobriu em costa rica (MS), onde trabalha como supervisor agrícola de enfardamento de palha da Unidade da Odebrecht Agroindustrial, instalada na cidade, é outro paraíso que merece uma visita. trata-se do parque Natural Salto do Sucuriu, com uma belíssima cachoeira e infraestrutura para turismo ecológico. “para quem gosta de rafting e de tirolesa, esse parque é o que há”, diz Saulo. Aos 33 anos, solteiro, esse engenheiro agrônomo, goiano de Mineiros, está na Organização há cinco anos, sempre na Odebrecht Agroindustrial. “Quando descubro lugares assim, encantadores, aproveito ao máximo”, completa.

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texto Eliana Simonetti

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ESPORTE CULTURA

Emoção até o último segundo Um apaixonado pelas letras

π rodney: o basquete no coração

O carioca rodney carvalho está na Odebrecht há 32 anos. Hoje trabalha no peru, onde é diretor da Área de Gasodutos da Odebrecht Latinvest, atuando como diretor-presidente do Gasoducto Sur peruano. rodney é apaixonado pelo basquete da NBA (the National Basketball Association), liga de times masculinos dos estados Unidos. Fã ardoroso do denver Nuggets, tem o Miami Heat como seu segundo time, e, quando possível, vai à American Airlines Arena, construída pela Odebrecht, casa do Miami Heat. pela tv ou ao vivo, assiste a todas as 82 rodadas do campeonato. Além disso, há mais de sete anos vai aos jogos das estrelas (All Star Games), que se realizam em fevereiro, em diferentes cidades norte-americanas. “No basquete é assim: a disparidade entre os times é pequena, e, faltando dois segundos para terminar o jogo, você ainda não sabe quem vai ganhar, o que é sempre emocionante.”

Aos 4 anos, Beatriz, a filha mais velha de elias Lages e sua esposa, danila, já escolhe os livros de que gosta e as histórias que quer ouvir. Miguel, de 1 ano, já vem se acostumando ao mundo da fantasia. Elias é um aficionado da leitura. Na Organização, quando era líder do projeto rota dos coqueiros, em 2012, implantou o via escola, para a formação continuada de professores e a implantação de bibliotecas em escolas. Um episódio de que ele não se esquece: na inauguração da biblioteca da escola José rodovalho, em Jaboatão dos Guararapes, recebeu um livro feito com escritos das crianças. Atualmente, elias é diretor de investimento e diretor presidente da concessionária rota do Atlântico, que executa o projeto renovando Nossa escola, com visão de longo prazo. “Vamos ficar 30 anos por aqui, e gostaria que as crianças que hoje têm 5 anos estivessem bem preparadas para integrar nossa equipe daqui a duas décadas”, afirma.

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π Elias: aficionado da leitura

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imersão no conhecimento

texto João Marcondes

TRANSFERêNCIA DE TECNOLOgIA é O PONTO CENTRAL DO PROJETO PROSUB-EBN, qUE TORNARá POSSíVEL A CONSTRUçãO DO PRIMEIRO SUBMARINO BRASILEIRO COM PROPULSãO NUCLEAR

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π Natalie: influência dos pais

π Submarino convencional em construção pela icN em itaguaí: previsão de conclusão para 2017

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Nos anos 1980, o Brasil tentou implantar uma indústria de submarinos. cléber Siqueira, en-tão com 25 anos, era um promissor oficial da Marinha. engenheiro Naval, realizou um comple-mento de estudos na Universidade de São paulo (USP). Em um fim de semana de treinamento no rio de Janeiro, desceu a escotilha de um subma-rino pela primeira vez na vida. era uma visita ao tonelero, de fabricação inglesa.

A primeira sensação foi de confinamento. O corredor tinha menos de 1 m de largura (70 cm), e a cama não chegava a meio metro do chão. era um

beliche. Ao olhar para o alto, o nariz encostava na cama superior. No corredor exíguo, outro tripu-lante deitava em uma maca suspensa pelos colegas e encaixada em um batente. O ar tinha cheiro de óleo de cozinha e diesel. entrar naquele ambiente claustrofóbico provocou uma decisão de vida pa-ra cléber: desde então, sua trajetória foi permeada pelo sonho de participar da construção do primei-ro submarino nuclear brasileiro.

Hoje, aos 54 anos, cléber é diretor Operacional da itaguaí construções Navais (icN). A empresa, controlada pela Odebrecht defesa e tecnologia

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π Ufem: local de montagem das embarcações com material vindo da França

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(Odt), é responsável pela construção de qua-tro submarinos convencionais (modelo francês Scorpène) e do primeiro submarino de propul-são nuclear brasileiro. "poder um dia entrar nesse submarino seria a coroação de uma carreira", des-taca Siqueira.

construir um submarino de propulsão nuclear é um salto gigantesco. coisa para um clube res-trito: estados Unidos, rússia, inglaterra, França e China. Para o Brasil, significa o controle absoluto sobre a sua "Amazônia Azul", uma área marítima de 3,5 milhões de km2, caminho de 95% das ex-portações e importações brasileiras, das atividades pesqueiras e da exploração de recursos biológicos e minerais (95% do petróleo nacional).

do ponto de vista da soberania nacional, esse controle representa a capacidade de dissuasão de ameaças estrangeiras. Não é demais lembrar: foi um submarino nuclear, enviado pela primeira-ministra Margaret thatcher, que decidiu a Guerra das Malvinas em favor dos ingleses. Até então, a esquadra argentina levava vantagem.

por isso, existe o programa de desenvolvimento de Submarinos (prosub), idealizado pela Marinha do Brasil. A icN, sediada em itaguaí (rJ), é uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) entre a Odebrecht e a dcNS, empresa francesa com mais

de 350 anos de tradição na construção naval. O ponto central desse projeto é a transferência de tecnologia.

Além dos submarinos, o prosub inclui a cons-trução de um complexo de infraestrutura, que en-globa o estaleiro e a Base Naval (eBN) e a Unidade de Fabricação de estruturas Metálicas (Ufem, já pronta, onde são montadas as embarcações com material vindo da França), obras a cargo da Odebrecht infraestrutura – Brasil.

Autonomia e discriçãopor que é tão importante ter um submari-no de propulsão nuclear? Justamente por sua

π cléber Siqueira: “coroação da carreira”

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do conhecimento", explica André Amaro, Líder empresarial da Odt. "O desenvolvimento dessa indústria, aqui no Brasil, possibilita a preserva-ção de nossos melhores cérebros e a produtiva vinda de estrangeiros", acrescenta. André sa-lienta: "temos que ser os designers, criadores de ideias, e não apenas integradores de tecno-logia alheia". Nesse aspecto, o Brasil poderá se tornar exportador de tecnologia de defesa para a região.

O primeiro submarino construído no prosub pela ICN ficará pronto no segundo semestre de 2017. O nome deverá ser riachuelo, homena-gem à batalha de mesmo nome na Guerra do paraguai. O de propulsão nuclear possivelmen-te estará concluído entre 2023 e 2025. Até lá, o processo de transferência de expertise da dcNS para a indústria nacional terá sido completo.

"Os submarinos convencionais já trazem tec-nologia dos nucleares. Sua construção é uma etapa para se chegar ao nuclear", comenta o presidente da icN, o engenheiro naval pascal Le roy, francês nascido na Bretanha, terra com forte tradição na formação de trabalhadores do mar. "Hoje estamos consolidando uma iden-tidade aqui na icN, uma empresa que mistu-ra o melhor destas culturas, a do Brasil e a da França", ele diz.

A transferência de tecnologia é feita por meio de um modelo de gestão de conhecimento. "A metodologia da dcNS é acompanhada, regis-trada e multiplicada passo a passo. Algo pare-cido com as comunidades de conhecimento da Odebrecht, só que, aqui, restrito ao âmbito da icN, por causa do sigilo que envolve esse pro-jeto", explica o diretor-Administrativo carlos Alberto Oliveira.

Treinamento na Françacerca de 150 pessoas foram à França, para trei-namento – de engenheiros a soldadores, co-mo patrícia Leme da Silva, 34 anos, moradora do bairro de campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Sozinha, com uma filha para criar, ela trabalhou de garçonete e vendedora, até fa-zer o curso de soldadora no Serviço Nacional de Aprendizagem industrial (Senai). ingressou na icN e viajou duas vezes para a região da Normandia. Além de desenvolver a técnica, vi-sitou paris e museus. "Foco, detalhismo e habi-lidade manual são características que me ajudam nesse trabalho", diz patrícia. "Hoje sou guardiã e multiplicadora desse conhecimento", afirma. ]

capacidade de autonomia e discrição (não ser detectado). Os submarinos convencionais, mo-vidos por uma combinação de energia elétrica e óleo diesel, precisam emergir praticamente todo o mês, para resgate de ar e recarga de baterias. O de propulsão nuclear pode ficar seis meses de-baixo da água. Ou até mais. ele é maior, mais rápido, vai mais fundo e é quase invisível. O ar é tratado ali dentro mesmo. "O único limite desse submarino é o psicológico da tripulação", expli-ca Siqueira.

O desenvolvimento da indústria de defesa, no entanto, não se resume à estratégia militar. "É nesse setor que se dá o domínio estratégico

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trabalho de alta precisão

texto Luiz Carlos Ramos | Foto Fred Chalub

CRIADA EM 1991, A MECTRON, EMPRESA DA ODEBREChT DEFESA E TECNOLOgIA PRODUz MíSSEIS E RADARES

π O míssil MAA-1 piranha: campanha de lançamento envolveu testes em canoas (rS)

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Os gritos que ecoam de um hangar da base da Força Aérea Brasileira (FAB) em canoas, na região metropo-litana de porto Alegre, transmitem a sensação de uma sequência de gols. Lá dentro, porém, percebe-se a única semelhança entre esse barulho e o do futebol: a alegria pela vitória, após longa luta. essa euforia, qua-se no fim de 2014, é da celebração do sucesso de mais uma ação da equipe de testes de mísseis de defesa de-senvolvidos para a FAB. Os alvos foram atingidos com precisão. Missão cumprida.

Militares e civis abraçam-se. eles fazem parte da mesma equipe, na campanha de lançamento de 10 mísseis de terceira geração MAA-1A piranha, na qual também foram utilizados aviões e modernos equi-pamentos. A 1.100 km de canoas, as comemorações são compartilhadas por engenheiros e técnicos da Mectron, empresa da Odebrecht defesa e tecnologia (Odt), no polo de tecnologia Aeroespacial de São José dos campos (Sp), local de fabricação dos mísseis.

“É um extenso e cuidadoso trabalho de equipe, em que ninguém pode errar”, conta o engenheiro carlos Alberto de paiva carvalho, da Mectron, que produz mísseis e radares. Na fábrica de São José dos campos e em testes em bases aéreas, ele checa detalhes e vibra com as conquistas. “O momento de testar o produto é decisivo para deixá-lo em condições de uso e en-tregá-lo ao cliente, a FAB. Antes, cada componente é testado, na fábrica”, explica à Odebrecht Informa, após voltar de canoas.

A Mectron foi criada em 1991, por cinco engenhei-ros recém-formados pelo instituto tecnológico de Aeronáutica (itA), em São José dos campos. A em-presa evoluiu, completou 20 anos em 2011, época em que a Odebrecht defesa e tecnologia (Odt) assumiu seu controle acionário. Quatro fundadores permane-ceram após a aquisição da Mectron, e hoje trabalham em programas na própria empresa e na Odt.

Decolando para CanoasManhã de 2 de novembro, domingo. O avião da FAB decola do Aeroporto de São José dos campos levando a equipe da Mectron à Base Aérea de canoas, para os testes do MAA-1. previsão: duas semanas de exercí-cios.

O voo de duas horas para o rio Grande do Sul permite a carlos Alberto trocar ideias com o enge-nheiro Michael José Fonseca dos Santos, paulista de São José dos campos, Líder na Área de engenharia da Mectron, responsável pela equipe e pela campanha de lançamento. diante de seu laptop, Michael revê os passos anteriores, os testes desse lote de mísseis na Base Aérea de Santa cruz, no rio de Janeiro, em agosto, até chegar à projeção para o final. “Tudo certo”, diz Michael. eles conversam também sobre os avan-ços dos países produtores de mísseis. O Brasil, hoje, é uma dessas nações.

em canoas, os 10 mísseis MAA-1A piranha estão sendo montados. A FAB equipa seus aviões com esses

π A partir da esquerda, Michael dos Santos, paulo rogério pereira, paulo Morais, Felipe Fonseca, Wesley Barros, Julio

césar Lage e Júlio Florêncio: equipe coesa e motivada para operações que exigem absoluta exatidão

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mísseis para patrulhar o território e as fronteiras do Brasil.

As duas semanas de testes são agitadas, tensas. Às vezes, até meia-noite, sem tempo para o lazer. Além de carlos Alberto e Michael, a equipe da Mectron é formada por Julio césar Lage, paulo rogério Aparecido pereira, Wesley Mendes da Silva Barros, paulo Alves de Morais, Felipe do Amaral Fonseca (o gerente do programa) e Júlio Florêncio, o Julinho, de Guaratinguetá (Sp), ex-sargento da FAB, 16 anos de Mectron. ele testou outros mísseis em três ba-ses, além de canoas: Santa cruz, no rio, Barreira do inferno, em Natal, e Serra do cachimbo, no pará. “O piranha faz parte da história”, ele analisa. O avião dos testes é o AMX.

Balanço de Michael ao terminar a missão de canoas, em 15 de novembro: “tivemos 14 decolagens, 10 lançamentos com sucesso, sendo atingido o alvo idealizado. É hora de voltar a São José dos campos”. Os gritos da equipe a cada alvo atingido parecem compreensíveis, ao estilo do futebol. cada alvo, uma conquista.

Avanço da internacionalizaçãoNa prática, os modernos mísseis ar-ar, usados a par-tir de um avião contra outro, não são simples ogivas ocas disparadas a esmo pelo piloto. A tecnologia criou

motores propulsores de velocidade supersônica e uma calota dianteira com “cérebro” de observação do alvo para correção do rumo, o que amplia o índice de pre-cisão. A evolução garante a detecção da radiação infra-vermelha do alvo – saída da turbina do avião inimi-go ou do aquecimento cinético da estrutura –, e isso possibilita o disparo preciso. Os explosivos ficam na área central do míssil.

O piranha, de terceira geração, é parte da moder-nização dos mísseis dos caças da FAB, mas a Mectron produz outras versões inovadoras, como o MAA-1B, de quarta geração, o A-darter, de quinta geração, e o radar Scp-01, de tecnologia italiana, multifuncional para aviões AMX. para o exército, há o míssil superfí-cie-superfície MSS-1.2, para agir no solo contra tan-ques.

O A-darter, ou Agile darter, é um projeto que envolve, desde 2007, a brasileira Mectron e a sulafricana denel Aerospace, para garantir novos mísseis à FAB e à South African Air Force. Após testes na África do Sul, com a participação de Michael Fonseca e equipe da Mectron, o modelo está em fabricação. O A-darter será integrado aos caças F-5 e aos futuros aviões suecos Gripen da FAB. Darter é o nome inglês de um pássaro conhe-cido no Brasil como anhanga ou carará. É ágil no voo e sabe mergulhar na água.

Espoleta deproximidade

Seção de controlee guiamento

Canards

Empenas

Cabeça-de-guerra

Motor-foguete

Cabides de fixação (3)

Além do Piranha, de terceira geração, a Mectron produz outras versões inovadoras, como o MAA-1B, de quarta geração, e o A-Darter, de quinta geração. Para o Exército, há o míssil superfície-superfície MSS-1.2, para agir no solo contra tanques.

MAA-1APIRANHASEU DESENVOLVIMENTO É

FRUTO DA MODERNIZAÇÃO DOSMÍSSEIS DE CAÇAS DA FAB

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O engenheiro carlos Alberto de paiva carvalho fa-la, nesta entrevista, sobre os primeiros 23 anos da fá-brica que nasceu e cresceu em São José dos campos, e a chegada da Odebrecht, em 2011. ele integra a equipe de engenharia corporativa da Mectron, empresa que aju-dou a criar em 1991 e que tem hoje André Amaro como diretor-presidente.

π O que mais favoreceu a criação da mectron?Nada teria sido possível se não existisse o itA [instituto tecnológico de Aeronáutica], instituição de ensino su-perior do Comando da Aeronáutica, que fica no DCTA [departamento de ciência e tecnologia Aeroespacial], em São José dos campos, no vale do paraíba, em São paulo. essa escola de engenharia nasceu em 1950, pelo idealismo do coronel-engenheiro casimiro Montenegro Filho [1904-2000], com o apoio do professor norte-ame-ricano richard Smith, do Mit [Massachussetts institute of technology]. O itA e o ctA, atual dctA, ligados ao comando da Aeronáutica, tornaram-se o embrião da embraer e de outras empresas. eu me formei no itA, em 1985, fiz amizades e aventuras até a fundação da Mectron, em 1991, época difícil para a tecnologia no Brasil.

π Como se consolidou a amizade que possibilitou abrir a empresa?

No fim dos anos 1980, quando o Brasil e os Estados Unidos ainda eram parceiros do iraque, vários engenhei-ros do itA foram trabalhar lá. Fui um deles. A situação complicou-se com a invasão do Kuwait pelo Iraque, em 1990. com ameaça de guerra, nós, brasileiros, fomos re-tirados de modo dramático. de volta, criamos a Mectron. Éramos cinco: Wagner campos do Amaral, de Minas Gerais, Antonio rogerio Salvador, do espírito Santo, Azhaury da cunha Filho, de pernambuco, renato Zanetta, de São paulo, e eu, de Minas. renato deixou a sociedade há alguns anos. A pequena empresa cresceu e aperfeiçou mísseis para a FAB. O sonho de casimiro era ver militares e civis trabalhando juntos.

π para um pioneiro da mectron, o que significou a chegada da Odebrecht?

O controle acionário da Odebrecht significa evolução. precisávamos de um grande parceiro. Surgiu a Odebrecht, que, além de tudo, é brasileira, do jeito que queríamos. e a tecnologia empresarial Odebrecht [teO] coincide com a cultura que já praticávamos aqui.

Uma história que tem o ITA em sua origem

π O missíl MAA-1 piranha: campanha de lançamento envolveu testes em canoas (rS)

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Job: 21343-034 -- Empresa: africa -- Arquivo: AFF-21343-034-BRASKEM-REV-ODEBRECHT INTEGRANTES-450X275_pag001.pdfRegistro: 160137 -- Data: 18:55:04 01/12/2014

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Job: 21343-034 -- Empresa: africa -- Arquivo: AFF-21343-034-BRASKEM-REV-ODEBRECHT INTEGRANTES-450X275_pag001.pdfRegistro: 160137 -- Data: 18:55:04 01/12/2014

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eles também são construtores

texto Livia Montenegro | Foto Edson Machado

JOVENS DO BAIxO SUL DA BAhIA COMPARTILhAM SUAS hISTóRIAS DE TRABALhO E DE VIDA EM ENCONTROS NA COLôMBIA E NO PERU

π Quésia em Bogotá: relato da vivência como agricultora

N o v a s F r o n t e i r a s

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51Odebrecht informa

Quésia Santos, 18 anos, e Marcelo roma, 24, vive-ram, na Colômbia e no Peru, dias que ficarão para sempre em sua memória. eles compartilharam suas histórias de trabalho e de vida no programa Jovem construtor América Latina (JcAL). Organizado pela Odebrecht infraestructura, a iniciativa bus-ca acelerar o processo de desenvolvimento de Jovens parceiros, por meio do contato com diversos Negócios da Organização, tendo como foco a con-dução da tarefa empresarial.

Na edição realizada em Bogotá, Quésia relatou sua experiência como agricultora. Ela finalizou, em 2014, o curso de Educação Profissional Técnica em Agronegócio integrado ao ensino Médio na casa Familiar rural de igrapiúna (cFr-i). A instituição faz parte do pacto de Governança do programa de desenvolvimento e crescimento integrado com Sustentabilidade do Mosaico de Áreas de proteção Ambiental do Baixo Sul da Bahia (pdciS). “Ao in-gressar na casa, minha história ganhou capítulos diferentes. Até então, eu sequer tinha sonhos. Hoje sou agente de transformação de minha família, da comunidade e do lugar onde vivo”, afirmou.

O pdciS, um dos programas apoiados pela Fundação Odebrecht e parceiros públicos e privados,

promove, simultaneamente, a educação de qualidade no campo aliada à geração de trabalho e renda, com cidadania e respeito ao meio ambiente.

Já Marcelo roma, ex-aluno da casa Familiar rural de presidente tancredo Neves (cFr-ptN) e associado da cooperativa dos produtores rurais de presidente tancredo Neves (coopatan), institui-ções também ligadas ao pdciS, participou da edi-ção do JcAL realizada em Lima. “Quero mostrar a todos que o campo move a cidade, move o mundo. Meu foco é na zona rural, e sou dono do meu negó-cio”, disse.

Segundo carlos Lucena, coordenador Acadêmico do JcAL, a troca de experiências foi o diferencial dos módulos do curso. “É interessante que os jovens apresentem o que fazem e expliquem como funcio-nam as ações apoiadas no Baixo Sul, pois torna a interação mais fluida, aproxima e facilita o entendi-mento dos participantes”, afirma.

“vimos de perto como a tecnologia empresarial Odebrecht transcende o âmbito da Organização e chega às pessoas que não fazem parte dela, trans-formando a vida e desenvolvendo-as”, ressalta Maria Alejandra Quintana, da equipe Jurídica da Odebrecht peru e uma das participantes do JcAL.

diego Zegarra, responsável pelo programa de equipamentos do projeto costa verde da Odebrecht peru e Jovem parceiro, acrescenta: “A maior lição aprendida é que podemos levar às comunidades do entorno das obras a provocação de ações sociais que buscam o desenvolvimento sustentável, tendo como exemplo os projetos em andamento no Baixo Sul da Bahia”.

eduardo Queiroz, vice-presidente do conselho de curadores da Fundação, ressalta que a sinergia com a Organização Odebrecht é fundamental para que os integrantes saibam a dimensão e o potencial do programa desenvolvido no Baixo Sul. “Nosso compromisso é contribuir para a construção de uma sociedade sustentável, e é isso que nos inspira e motiva a crescer”, salienta.

vera Gaspar, coordenadora empresarial do JcAL e responsável pelos programas de desenvolvimento da Odebrecht infraestrutura - América Latina, com-partilha dessa ideia e acredita que a interação com a Fundação Odebrecht é fundamental. “Os partici-pantes do curso serão os líderes de amanhã e terão, como empresários, perante a sociedade, responsabi-lidades que vão além daquelas relacionadas às rique-zas materiais. para isso, precisam deixar como lega-do riquezas morais na busca da sustentabilidade. A experiência no Baixo Sul é um exemplo para todos”, enfatiza. ]

π Marcelo em Lima: experiência na atuação

em cooperativa

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a aRte eSSeNcIal De lIDaR cOm aS DIFeReNÇaS

π Como foi o processo de formação da joint venture Etileno XXI?este projeto é da Braskem, que se associou à mexicana idesa e venceu uma licitação da pemex [empresa estatal que controla o petróleo e gás no país], para a execução de um com-plexo voltado à produção de polieti-leno. A Odebrecht engenharia indus-trial entrou no negócio para liderar o contrato epc [engenharia, procura e construção], realizado em parceria com a icAFluor e a technip. O projeto foi iniciado em 2010. O objetivo do complexo é suprir cerca de 70% do mercado interno mexicano de polie-tileno. estamos falando de um dos maiores investimentos na América Latina no momento.

π Quais são os maiores desafios do projeto?Acredito que o maior desafio seja a gestão da diversidade cultural, considerando o cliente, os sócios, os integrantes e as comunidades. temos mais de 17 mil pessoas no canteiro de obras. A grande maioria delas é mexi-

Integrante da Organização desde 1999, Paulo Levita já trabalhou em seis países. Em 2013, ele chegou ao México, para atuar como Responsável Administrativo da joint venture Etileno XXI, formada pela Odebrecht Engenharia Industrial, a Technip e a ICAFluor, a cargo das quais está a construção de um dos maiores complexos petroquímicos do mundo, na região de Coatzacoalcos, no estado de Veracruz.

PAULO LEVITA, RESPONSáVEL ADMINISTRATIVO DA JOINT VENTURE ETILENO xxI

texto Luiz Assumpção

cana, mas também há trabalhadores de outras 22 nacionalidades. Já entre os sócios, encontramos grandes dife-renças em relação à cultura empre-sarial. respeitar essas diferenças e lidar com elas é fundamental para o sucesso de nosso trabalho.

π Como tem sido administrar o cotidiano desses mais de 17 mil trabalhadores em uma região com carências de infraestrutura?contratamos e treinamos muitos pro-fissionais locais. Alguns deles nunca tinham trabalhado em construção. Os contratados de outras regiões e países [que somam cerca de 5 mil], foram alocados em coatzacoalcos, cidade maior que Nanchital, onde o com-plexo está sendo construído. A admi-nistração de pessoal é extremamente complexa, abrangendo segurança, logística de transporte, alimentação e a folha de pagamento, que, no México, é semanal.

π O projeto é um dos maiores do mundo no setor petroquímico. Qual

o significado e o possível legado disso?É extremamente gratificante quando se alia a satisfação do cliente e a geração de resultado para o acionista com o desenvolvimento das comu-nidades do entorno do projeto. É a oportunidade de realizar um projeto que muda a condição socioeconômica das pessoas, melhorando sua quali-dade de vida. Quando há esse nível de investimento, transforma-se, efeti-vamente, a dinâmica da região. Já é notável, por exemplo, a expansão de novos negócios nas cidades. O montante relacionado a subcontratos na região gira em torno de US$ 250 milhões. isso possibilita grande salto econômico. ]

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RESPONSáVEL POR COMuNICAçãO NA ODEBREChT S.A.Sérgio Bourroul

RESPONSáVEL POR CONTEúDO, MARCA E COMuNICAçãO INTERNA NA ODEBREChT S.A.Karolina Gutiez

COORDENAçãO EDITORIALVersal Editores Editor José Enrique BarreiroEditor Executivo Cláudio Lovato Filho Editora de Fotografia Holanda CavalcantiArte e Produção Gráfica Rogério Nunes

Tiragem 2.809 exemplares Pré-impressão e Impressão Ipsis

REdação: Rio de Janeiro (55) 21 2239-4023São Paulo (55) 11 3641-4743e-mail: [email protected]

Você pode ler a revista Odebrecht Informa também: • na internet, no site www.odebrechtinforma.com.br, onde poderá acessar vídeos e outras reportagens • pelo iPad, baixando gratuitamente o aplicativo Revista odebrecht na app Store

Fazem parte da organização odebrecht:

Negóciosodebrecht Engenharia Industrial odebrecht Infraestrutura – Brasil Odebrecht Infraestrutura – África, Emirados Árabes e Portugal odebrecht Infraestrutura – américa Latinaodebrecht Estados Unidos odebrecht Realizações Imobiliárias odebrecht ambiental odebrecht Latinvest odebrecht Óleo e Gás odebrecht Properties odebrecht TransPort Braskem odebrecht agroindustrial Enseada Indústria Naval odebrecht defesa e Tecnologia

InvestimentosFundo odebrecht Brasil odebrecht africa Fund odebrecht Latin Fund

Empresa Auxiliaresodebrecht Serviços de Exportação odebrecht Corretora de Seguros odebrecht Engenharia de Projetos odebrecht Previdênciaodebrecht Comercializadora de Energia

Ação SocialFundação odebrecht

Soluçõesem toda parte

Melhorar a qualidade de vida das pessoas, onde quer que estejam, é um dos objetivos da Organização Odebrecht. Para isso, suas equipes se multiplicam em 20 países de quatro continentes. Levam tecnologias e disposição para atender demandas complexas num mundo em constante transformação. Novas soluções são desenvolvidas, a todo momento, para vencer os novos desafios e apoiar países e regiões na busca do que mais almejam: vida digna e prosperidade.

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defesa o cotidiano de quem trabalha pela soberania

guatemala obra rodoviária marca a estreia no país

a reinvençãopermanente

n o v a s f r o n t e i r a s

Novos negócios, novos lugares, novos tempos. Novas fronteiras. Uma rodovia na Guatemala. Uma indústria de bioenergia em Angola. Submarinos para o monitoramento da costa brasileira. Exemplos da revigorante notícia de que há aprendizados a caminho. Sintonia com um mundo em rápida e profunda transformação. Uma trajetória empresarial que se renova, uma Organização que rejuvenesce com os desafios que enfrenta e supera. Uma capacidade de trabalho que se amplia. Um espírito de servir que se fortalece.

contribuição

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XLII | JA

N.FEV.M

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2015

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