22
NULIDADES (INVALIDADES) NO PROCESSO CIVIL

NULIDADES (INVALIDADES) NO PROCESSO CIVIL. Atos meramente irregulares São os que desobedecem certa formalidade que não apresenta relevância para a validade

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: NULIDADES (INVALIDADES) NO PROCESSO CIVIL. Atos meramente irregulares São os que desobedecem certa formalidade que não apresenta relevância para a validade

NULIDADES (INVALIDADES) NO PROCESSO CIVIL

Page 2: NULIDADES (INVALIDADES) NO PROCESSO CIVIL. Atos meramente irregulares São os que desobedecem certa formalidade que não apresenta relevância para a validade

Atos meramente irregularesSão os que desobedecem certa formalidade que não apresenta relevância para a validade do ato processual (não provocam nenhuma consequência), como a rasura em um documento que não traga dúvida sobre a autenticidade do ato praticado.

Page 3: NULIDADES (INVALIDADES) NO PROCESSO CIVIL. Atos meramente irregulares São os que desobedecem certa formalidade que não apresenta relevância para a validade

Nulidade ocorre quando determinado ato processual é praticado sem a observância de um requisito de validade. Mas é importante distinguir a nulidade da irregularidade, pois esta não possui qualquer consequência. A nulidade também é diferente da inexistência, pois o ato nulo, a partir de determinado momento, será também sanável, ao passo que o ato inexistente nunca se convalida.Nulidades absolutas e relativasImportante diferenciar as nulidades absolutas das relativas. Embora em ambas ocorra inobservância da forma prescrita em lei, na nulidade absoluta a forma é imposta pelo interesse público, enquanto na relativa é imposta em observância aos interesses das próprias partes. A seguir, um quadro comparativo das diferenças.

Page 4: NULIDADES (INVALIDADES) NO PROCESSO CIVIL. Atos meramente irregulares São os que desobedecem certa formalidade que não apresenta relevância para a validade

Diferenças  Nulidade absoluta Nulidade relativa

01 A forma do ato processual é imposta pelo interesse público A forma do ato processual é imposta em observância aos interesses das próprias partes

02 Pode ser decretada de ofício pelo juiz Deve ser alegada pela parte a quem a nulidade interessa

03O prejuízo é presumido, não só ao litigante, mas ao desenvolvimento válido e regular do processo, ou à aplicação da jurisdição

O prejuízo deve ser demonstrado por algum dos litigantes

04

Pode ser arguida a qualquer tempo no curso do processo (salvo recurso especial e extraordinário, que exigem prequestionamento), e eventualmente até depois do trânsito em julgado, no prazo decadencial de 2(dois) anos da ação rescisóriaObs.: até as nulidades absolutas precluem em determinado momento, seja após o esgotamento dos recursos cabíveis, ou quando muito da ação rescisória

Sujeita-se à preclusão, se não arguida pela parte interessada na primeira oportunidade em que couber a ela manifestar-se nos autos (CPC, art. 245)   

05

Pode ser arguida por qualquer dos participantes do processo (partes, juiz, Ministério Público), ainda que não sofra prejuízo, já que pode ser conhecida até mesmo de ofício pelo juizAtenção: “há casos de nulidades absolutas que só poderão ser invocadas por aqueles que tiveram prejuízo. É o caso das decorrentes da falta de intervenção do Ministério Público quando atua como auxiliar da parte e do curador especial, quando atua em favor de um dos litigantes. Entende-se que só poderá ser alegada se a parte em favor de quem intervém o Ministério Público ou o curador especial tiver sucumbido. Se não tiver sofrido prejuízo, inexistirá a nulidade”62

Só pode ser arguida por quem tenha interesse, por ter sofrido algum prejuízo em decorrência do ato

Page 5: NULIDADES (INVALIDADES) NO PROCESSO CIVIL. Atos meramente irregulares São os que desobedecem certa formalidade que não apresenta relevância para a validade

Atos processuais inexistentesA inexistência é o vício mais grave que pode afetar um ato processual, e consequentemente o próprio processo, e sua compreensão relaciona-se com os pressupostos processuais de existência e de validade.Se houver infração aos pressupostos processuais de existência, estaremos diante de um ato inexistente, gerando vício insanável. Por consequência, a infração aos pressupostos processuais de validade gera ato nulo.O ato inexistente pode ser alegado no curso do processo (caso em que o juiz determinará as providências necessárias para saná-la), ou mesmo depois do trânsito em julgado, a qualquer tempo, mesmo depois do prazo da ação rescisória.A parte prejudicada com o ato inexistente pode postular a sua declaração por meio da ação declaratória de inexistência de ato judicial (sentença), ou querela nullitatis insanabilis.

Page 6: NULIDADES (INVALIDADES) NO PROCESSO CIVIL. Atos meramente irregulares São os que desobedecem certa formalidade que não apresenta relevância para a validade

Princípio da instrumentalidade das formasDo princípio da instrumentalidade das formas resulta que não será declarada a nulidade (absoluta ou relativa) de um ato processual se não houver prejuízo.O processo não é um fim em si mesmo, mas um instrumento para a realização do direito das partes, e por isso não haverá vício no ato processual (nem nulidade ou inexistência) se este alcançou o resultado para o qual foi previsto, nos termos do art. 244 do CPC. A propósito, reputam-se válidos os atos que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial (CPC, art. 154).

Page 7: NULIDADES (INVALIDADES) NO PROCESSO CIVIL. Atos meramente irregulares São os que desobedecem certa formalidade que não apresenta relevância para a validade

Efeito expansivo das nulidadesAlguns atos processuais estão interligados a outros que os antecedem, pois tais atos são encadeados de forma lógica, daí a nulidade de um pode prejudicar a dos posteriores que dele dependam, mas não prejudicará os atos que com ele não guardam relação, nos termos do art. 248 do CPC.Ou seja, declarada a nulidade, o juiz deverá invalidar os atos subsequentes que dele dependam, preservando-se os que com ele não estejam relacionados, do que se extraem as seguintes consequências:a) a nulidade de um ato processual não pode atingir os que lhe são antecedentes, mas apenas os posteriores;b) só serão atingidos os atos posteriores que sejam dependentes daquele cuja nulidade foi declarada;c) a nulidade de um ato no processo não afetará os que dele sejam independentes.

Page 8: NULIDADES (INVALIDADES) NO PROCESSO CIVIL. Atos meramente irregulares São os que desobedecem certa formalidade que não apresenta relevância para a validade

Existem determinados atos dos quais todos os posteriores são dependentes, como a citação. Se ela for declarada nula, tudo em seguida também será.Mas existem atos que podem ser isolados, cuja nulidade não prejudicará nenhum ato subsequente, ou afetará apenas uma parte do processo, a exemplo de quando o juiz nomeia um perito impedido, onde haverá nulidade da prova pericial, e não dos atos que não possuam qualquer relação com a perícia.O juiz, ao pronunciar a nulidade, deve declarar quais atos serão atingidos, e que devam ser repetidos ou retificados, nos termos do art. 249 do CPC. O erro de forma do processo deverá acarretar a anulação dos atos processuais que não possam ser aproveitados, sendo que deverão ser aproveitados os atos desde que não resulte prejuízo à defesa (CPC, art. 250).

Page 9: NULIDADES (INVALIDADES) NO PROCESSO CIVIL. Atos meramente irregulares São os que desobedecem certa formalidade que não apresenta relevância para a validade

PRAZOS PROCESSUAIS E PRECLUSÃO

Page 10: NULIDADES (INVALIDADES) NO PROCESSO CIVIL. Atos meramente irregulares São os que desobedecem certa formalidade que não apresenta relevância para a validade

01

Inicial

Momento em que se inicia a contagem do prazo (dies a quo). Atenção: o “início do prazo” não se confunde com o “início da contagem do prazo”, porque no cômputo dos prazos nunca entra o dia em que foi realizada a intimação, citação ou ato semelhante (o prazo tem início a partir do primeiro dia útil após a intimação ou ato equivalente)

Final Momento em que o prazo se expira, sujeitando o titular do ônus ou do dever à respectiva consequência (dies ad quem)

02

Legal Fixado em lei (nem as partes nem o juiz podem dispor)

Judicial Fixado pelo juiz

Convencional Fixado de comum acordo entre as partes (CPC, art. 181)

03Comum Os que fluem ao mesmo tempo para todas as partes

Particular Os que fluem apenas para uma das partes, como o prazo para contestação

04

Dilatório Prazo legal que comporta ampliação ou redução pela vontade das partes e também por ato do juiz (exemplos: CPC, arts. 454, § 3º, e 265)

Peremptório São aqueles inalteráveis pelo juiz ou pelas partes (CPC, art. 182). Exemplos: prazo para contestar e recorrer.

Page 11: NULIDADES (INVALIDADES) NO PROCESSO CIVIL. Atos meramente irregulares São os que desobedecem certa formalidade que não apresenta relevância para a validade

05

Próprio

Dizem respeito à prática de atos processuais das partes, do Ministério Público (quando atua no processo como substituto processual ou como parte) e de terceiros interessados. A desobediência gera preclusão

Diferença entre prazos próprios e impróprios. “A diferença fundamental entre ambos está em que, nos prazos próprios, o descumprimento do ônus processual de praticar determinado ato implica consequências processuais típicas. Se se deixar de cumprir o prazo para a resposta do réu, por exemplo, a consequência processualImpróprio

Prazos do Juiz ou dos servidores do Poder Judiciário, para a prática de atos processuais que lhes caibam realizar no processo. A desobediência gera sanção administrativa (Corregedoria do Tribunal, CNJ, processo administrativo etc.), ou seja, consequências “disciplinares”

     

será geralmente a aplicação dos efeitos da revelia. Já os prazos impróprios não acarretam consequências processuais, mas disciplinares, conforme dispõem os arts. 194 e 198 do CPC (aplicáveis, respectivamente, aos serventuários e aos juízes)” (Wambier

Page 12: NULIDADES (INVALIDADES) NO PROCESSO CIVIL. Atos meramente irregulares São os que desobedecem certa formalidade que não apresenta relevância para a validade

06

Suspensão

Paralisação temporária (pausa) na contagem do prazo processual, em virtude de determinado ato ou fato, sendo que tal prazo continua a correr assim que tal acontecimento cessar (CPC, art. 180)

Diferença entre suspensão e interrupção do prazo processual: “via de regra, salvo a exceção do recurso de embargos de declaração (art. 538), os prazos não se interrompem, mas apenas se suspendem. A diferença entre estes dois fenômenos está em que, na suspensão, o prazo continua a correr, depois, do dia em que parou. Assim, se determinado prazo de 10 dias for suspenso quando já tenham decorrido 4 dias, ao final da suspensão restarão mais 6 dias do prazo. No caso da interrupção, o que ocorre é que, interrompido o prazo, ele não mais levará em conta o período já decorrido, antes da interrupção, mas começará a correr novamente, como se não tivesse havido qualquer prazo anterior. Assim, no exemplo dado acima, do prazo de 10 dias, se ocorrer interrupção no quarto dia, cessada a interrupção o prazo recomeça desde seu início (mais 10 dias)” (Wambier)

Interrupção

“Descontinuação entre o que antecedeu a parada e o que lhe sucedeu. Logo, na interrupção de prazo, por exemplo, o tempo anterior não se soma ao posterior, devendo-se, portanto, proceder a uma nova contagem”, como ocorre no recurso de Embargos de Declaração (CPC, art. 538,caput)

Page 13: NULIDADES (INVALIDADES) NO PROCESSO CIVIL. Atos meramente irregulares São os que desobedecem certa formalidade que não apresenta relevância para a validade

Quanto à interrupção do prazo processual, além da hipótese de recurso de Embargos de Declaração, o legislador faculta ao juiz a limitação do litisconsórcio multitudinário (com exagero de autores ou réus), nos termos do parágrafo único do art. 46 do CPC, hipótese em que haverá interrupção do prazo de resposta do réu.O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa. O desmembramento pode ser feito de ofício pelo juiz. Se isto não ocorrer, as partes podem requerer. O(s) réu(s) pode(m) fazê-lo no prazo de resposta, sendo que o pedido de desmembramento interrompe o prazo para defesa, que só começará a correr quando as partes forem intimadas da decisão do juiz. Ocorrerá a interrupção, independente da decisão do juiz, “se o juiz perceber que a parte formulou o pedido de má-fé, apenas para obter mais prazo de resposta, deve aplicar as penas da litigância de má-fé. Não poderá, porém, retirar do pedido a sua eficácia interruptiva, que decorre da lei”

Page 14: NULIDADES (INVALIDADES) NO PROCESSO CIVIL. Atos meramente irregulares São os que desobedecem certa formalidade que não apresenta relevância para a validade

REGRAS SOBRE A CONTAGEM DE PRAZOS PROCESSUAIS

01Sobre o início da contagem de prazo

Salvo disposição em contrário, conta-se o prazo excluindo o dia do início e incluindo o do vencimento (CPC, art. 184, caput). Atenção: o “início do prazo” não se confunde com o “início da contagem do prazo”, porque no cômputo dos prazos nunca entra o dia em que foi realizada a intimação, citação ou ato semelhante (o prazo tem início a partir do primeiro dia útil após a intimação ou ato equivalente)

02Quando a citação for pelo correio

Começa a correr o prazo da data da juntada aos autos do aviso de recebimento (CPC, art. 241, I)

03Quando a citação for por oficial de justiça

Começa a correr o prazo da data da juntada aos autos do mandado cumprido (CPC, art. 241, II)

04Quando houver vários réus (litisconsórcio passivo)

Começa a correr o prazo da data da juntada aos autos do último aviso de recebimento ou mandado cumprido (CPC, art. 241, III)

Page 15: NULIDADES (INVALIDADES) NO PROCESSO CIVIL. Atos meramente irregulares São os que desobedecem certa formalidade que não apresenta relevância para a validade

05

Quando a citação ocorrer em cumprimento de carta de ordem, carta precatória ou carta rogatória

Começa a correr o prazo da data de sua juntada aos autos devidamente cumprida (CPC, art. 241, IV)

06 Quando a citação for por edital

Começa a correr o prazo ao final do prazo determinado pelo juiz para o edital (CPC, art. 241, V, c/c o art. 232, IV)

07

Na hipótese de litisconsórcio passivo, se estes contratarem diferentes procuradores (advogados)

O prazo para contestar será contado em dobro (CPC, art. 191)

08 Quando o réu for assistido por Defensor Público

O prazo para contestar será contado em dobro (Lei n. 1.060/50, art. 5º, § 5º, e Lei Complementar n. 80/94, art. 128, I)

Page 16: NULIDADES (INVALIDADES) NO PROCESSO CIVIL. Atos meramente irregulares São os que desobedecem certa formalidade que não apresenta relevância para a validade

09 Defensor dativoNão tem prazo em dobro. Ou seja, o profissional liberal (advogado) nomeado como defensor dativo não tem prazo em dobro.

10 Quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público

O prazo para contestar é contado em quádruplo (CPC, art. 188), exceto para:– contestar ação rescisória (CPC, art. 491 )– contestar ação popular (Lei n. 4.717/65, art. 7º, IV;– nos Juizados Especiais Federais Para “recursos”, o prazo é contado em dobro (CPC, art. 188)

11 Caso a citação for nula, e o réu tenha comparecido apenas para alegar a nulidade

O prazo só tem fluência a partir da data da intimação ao réu ou seu advogado da decisão que decretou a nulidade da citação (CPC, art. 214, § 2º)

12

Se a citação foi realizada durante recesso ou feriado, o que é autorizado, para evitar o perecimento do direito (CPC, art. 173, parágrafo único)

O prazo para contestar somente começa a fluir no primeiro dia útil seguinte ao recesso ou feriado 

13 Se o autor ajuizar ação contra vários réus, e desistir de um deles ainda não citado

O prazo para a resposta correrá da intimação do despacho que deferir a desistência (CPC, art. 298, parágrafo único)

14

Se na comarca ou seção judiciária for determinado fechamento do fórum em determinado dia pelo Tribunal competente (expediente interno, luto forense etc.)

Prorroga-se o prazo para o primeiro dia útil seguinte (consultar provimentos ou demais atos normativos expedidos pelo respectivo Tribunal – TJ ou TRF). CPC, art. 184, § 1º, I

Page 17: NULIDADES (INVALIDADES) NO PROCESSO CIVIL. Atos meramente irregulares São os que desobedecem certa formalidade que não apresenta relevância para a validade

15

Se o fórum for encerrado antes da hora normal (Atenção e cuidado: por questões práticas procurar imediatamente a direção do fórum para esclarecimentos)

Prorroga-se o prazo para o primeiro dia útil seguinte (CPC, art. 184, § 1º, II)

16Se o juiz não fixar prazo judicial para a prática de determinado ato, e não havendo preceito legal sobre o referido prazo

Será de 5 (cinco) dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte (CPC, art. 185)

17 Regra sobre o início da contagem dos prazos 

Os prazos são contados a partir da intimação, salvo disposição em contrário. E as intimações consideram-se realizadas no primeiro dia útil seguinte, se tiverem ocorrido em dia que não tenha havido expediente forense (CPC, art. 240)

18 Início da contagem de prazos para a interposição de recursos

Conta-se da data em que os advogados são intimados da decisão, da sentença ou do acórdão (CPC, art. 242)Atenção: reputam-se intimados na audiência, quando nesta é publicada a decisão ou sentença

19 Prazos para resposta do réu (contestação, exceção, reconvenção) no procedimento comum ordinário 15 dias. Consultar o CPC, arts. 297 e 298

20Prazos para recursos (iniciam-se com a intimação dos advogados). CPC, arts. 242 e 506 

– APELAÇÃO, EMBARGOS INFRINGENTES, RECURSO ORDINÁRIO, RECURSO ESPECIAL, RECURSO EXTRAORDINÁRIO E EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA: 15 dias (CPC, art. 508)– EMBARGOS DE DECLARAÇÃO: 5 dias (CPC, art. 536), independente de preparo (custas).– AGRAVO (Cuidado: existem vários tipos de agravo, e para cada um existe um prazo específico). Agravo de instrumento (10 dias, CPC, art. 522), Agravo retido (na audiência); Agravo Interno/Regimental (5 dias, CPC, art. 557, § 1º); Agravo Interno contra decisão que não admite embargos infringentes (5 dias, CPC, art. 532), Agravo contra decisão que nega seguimento a Recurso Especial e Recurso Extraordinário (Agravo nos próprios autos em 10 dias, CPC, art. 544, caput).

Page 18: NULIDADES (INVALIDADES) NO PROCESSO CIVIL. Atos meramente irregulares São os que desobedecem certa formalidade que não apresenta relevância para a validade

21 Restituição do prazo

Se houver “justa causa” (acontecimento imprevisto, excepcional, alheio à vontade da parte e que a impediu de praticar o ato), o juiz pode restituir o prazo (CPC, art. 183, § 1º)

22Quando a intimação for feita pelo correio ou por oficial de justiça

Inicia-se o prazo na data da juntada aos autos, respectivamente, do aviso postal de recebimento (AR) ou do mandado cumprido pelo oficial de justiça

23 Quando a intimação for por jornal O prazo inicia-se na data da publicação

24

Dia sem expediente forense. O prazo, estabelecido pela lei ou pelo juiz, é contínuo, não se interrompendo nos feriados

Só influi no início ou no fim da contagem. O feriado (vide CPC, art. 175) que cair no meio da contagem não influi em nada, uma vez que os prazos são contínuos, não se interrompendo nos feriados (CPC, art. 178)

25“Feriado forense” (no período de Natal/Ano Novo)

Suspendem a contagem do prazo. Nesta hipótese, o prazo suspenso recomeça a correr no primeiro dia após as férias forenses, pelo tempo que havia restado. Se a citação foi feita nas férias forenses, o prazo de resposta começa a correr no primeiro dia útil posterior às fériasAtenção: em regra, o feriado, a exemplo do domingo ou outro dia determinado em lei (CPC, art 175), só não se conta quando é o primeiro dia da contagem, ou o último, mas se estiver na “fluência” do prazo, conta-se normalmente, pois os prazos são contínuos (CPC, art. 178). Mas no caso do “feriado forense” de Natal/Ano Novo, o prazo “que está fluindo” deverá ser suspenso

Page 19: NULIDADES (INVALIDADES) NO PROCESSO CIVIL. Atos meramente irregulares São os que desobedecem certa formalidade que não apresenta relevância para a validade

26 Pedido de reconsideração Não suspende a fluência do prazo

27 Prazos em anos e meses

A contagem é diferente. O prazo de um ano termina na mesma data no ano seguinte. O prazo de um mês termina no mesmo dia do mês seguinte, não importando o número de dias que tenha cada mês.Atenção: não confundir “prazo de um mês”, com “prazo de 30 dias” (Lei n. 810/49)

28 Prazos em hora e minutos Conta-se minuto a minuto

Page 20: NULIDADES (INVALIDADES) NO PROCESSO CIVIL. Atos meramente irregulares São os que desobedecem certa formalidade que não apresenta relevância para a validade

PreclusãoConceito de preclusão (CPC, art. 183)Preclusão é o encerramento ou perda do exercício de um ato processual em razão de inércia da parte litigante, que deixou de praticar certo ato dentro do prazo legal ou judicial, impedindo que o processo se inicie ou prossiga. Perda de um direito subjetivo processual pelo seu não uso no tempo e no prazo devidos. O processo nasce para terminar e vive numa dimensão temporal. Ou seja, a preclusão é o impedimento de se voltar a fases ou oportunidades já superadas no processo.

Page 21: NULIDADES (INVALIDADES) NO PROCESSO CIVIL. Atos meramente irregulares São os que desobedecem certa formalidade que não apresenta relevância para a validade

Preclusão temporalDecorre do simples descumprimento do prazo para a prática de determinado ato processual. É a modalidade de preclusão que mais diretamente se liga à necessidade de que o processo caminhe para a frente. Exemplo: “A” tinha prazo de 10 dias para agravar da decisão que lhe foi prejudicial no processo. Não o fez no prazo legal e no décimo primeiro dia não mais poderá recorrer por agravo, porque terá havido a preclusão temporal.Preclusão consumativaConsumado o ato para o qual havia prazo, a consequência prática da ocorrência da preclusão é que o prazo restante deixa de existir, não mais podendo a parte realizar novamente o mesmo ato processual. A preclusão consumativa ocorre quando o ato que se deveria praticar o é, no prazo legal, não podendo ser, portanto, repetido. A interposição do recurso de agravo, por exemplo, deve ocorrer em 10 dias. Se ocorresse no 5º dia do prazo de 10 dias, determinaria que, imediatamente, ocorresse a preclusão consumativa. Não poderia a parte pôr ao recurso já interposto, nos outros dias “restantes” de seu prazo, assim como não poderia substituir seu recurso por outro, melhor elaborado, no prazo final

Page 22: NULIDADES (INVALIDADES) NO PROCESSO CIVIL. Atos meramente irregulares São os que desobedecem certa formalidade que não apresenta relevância para a validade

Preclusão lógicaA preclusão lógica não depende diretamente do fator tempo no processo, mas é resultado da prática de outro ato, incompatível com aquele que se deveria realizar no prazo processual respectivo. Exemplo dessa situação é o do réu, condenado em ação de reparação de danos, que, no prazo para o recurso de apelação, apresenta planilha do cálculo e deposita o valor que entende devido, requerendo que o credor seja informado para vir receber o que lhe cabe. Este réu terá praticado ato incompatível com o direito de recorrer.Preclusão pro judicatoPreclusão para o juiz, que pode assumir a feição de preclusão consumativa e, eventualmente, lógica. Verifica-se que as preclusões temporal, consumativa e lógica ocorrem para as partes. Ao juiz somente podem atingir as preclusões consumativa e lógica, sendo, portanto, descabido falar-se nas hipóteses de preclusão temporal pro judicato, já que não há, de fato, qualquer consequência processual para o juiz, pelo descumprimento dos prazos (temporais). Há, todavia, preclusão consumativa e, em certos casos, lógica, pois o juiz, a não ser diante de novas alegações ou de fatos novos, não pode, em princípio, decidir contraditoriamente, cabendo à parte, se isso ocorrer, o controle desses atos pela via recursal.