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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI CAMPUS TANCREDO DE ALMEIDA NEVES CURSO DE BACHARELADO EM ZOOTECNIA NUTRIGOAT: Cálculo de rações para cabras em lactação LORENA RODRIGUES PALMEIRA SÃO JOÃO DEL-REI/MG DEZEMBRO DE 2015 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI

NUTRIGOAT: Cálculo de rações para cabras em lactação · pasteurização e/ou produção de queijos finos. Contudo, a exemplo do Nordeste, a produção de leite de cabra nestas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI

CAMPUS TANCREDO DE ALMEIDA NEVES

CURSO DE BACHARELADO EM ZOOTECNIA

NUTRIGOAT: Cálculo de rações para cabras em lactação

LORENA RODRIGUES PALMEIRA

SÃO JOÃO DEL-REI/MG

DEZEMBRO DE 2015

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI

II

CAMPUS TANCREDO DE ALMEIDA NEVES

CURSO DE BACHARELADO EM ZOOTECNIA

NUTRIGOAT: Cálculo de rações para cabras em lactação

LORENA RODRIGUES PALMEIRA Graduando em zootecnia

SÃO JOÃO DEL-REI/MG

DEZEMBRO DE 2015

LORENA RODRIGUES PALMEIRA

III

NUTRIGOAT: Cálculo de rações para cabras em lactação

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Bacharelado em

Zootecnia, da Universidade Federal de São João del-Rei/Campus Tancredo de

Almeida Neves, como parte das exigências para a obtenção do diploma de

Bacharel em Zootecnia.

Comitê de Orientação:

Orientador (a): Daniel de Noronha Figueiredo Vieira da Cunha (UFSJ/CTAN)

SÃO JOÃO DEL-REI/MG

DEZEMBRO DE 2015

Lorena Rodrigues Palmeira

IV

AGRADECIMENTOS

Primeiramente а Deus que permitiu que tudo isso acontecesse, ao longo de

minha vida, е não somente nestes anos como universitária, mas em todos оs momentos.

Agradeço toda minha família pelo apoio, especialmente meu pai, João, que apesar de

todas as dificuldades me fortaleceu е que para mim foi muito importante, a minha mãe,

Luciana, heroína que me deu apoio, incentivo nas horas difíceis, de desânimo е cansaço

e ao meu irmão, Sávio. Minha formatura é dedicada a vocês, que muitas vezes

trabalharam dobrado, sacrificando seus sonhos em favor dos meus.

Ao meu namorado, Daniel, que de forma especial е carinhosa me deu força е

coragem, me apoiando nos momentos de dificuldades.

Ao Curso de Zootecnia da Universidade Federal de São João Del Rei, е às

pessoas com quem convivi аo longo desses cincos anos. А experiência compartilhada

cоm os amigos nesses anos foram а melhor experiência dа minha formação acadêmica.

Аоs amigos que continuarão para sempre comigo, pеlаs alegrias, tristezas е

dores compartilhas. A todos aqueles quе dе alguma forma estiveram е estão próximos

dе mim, fazendo esta vida valer cada vеz mais а pena.

Ao meu eterno quarteto, com quem passei tantas dificuldades, alegrias, vitórias

nesses cinco anos. Tamara, Jéssica e Mayra vocês fizeram parte dа minha formação е

vão continuar presentes еm minha vida cоm certeza.

A todos оs professores pоr mе proporcionar о conhecimento nãо apenas

racional, mаs а manifestação dо caráter е afetividade dа educação nо processo dе

formação profissional. E principalmente ao Prof Fernando, que me proporcionou muitas

oportunidades e muito me ensinou, sem em momento algum desanimar.

A Prof Janaína e Prof Daniel que aceitaram sem resignação me ajudar nesta

etapa e que dentro das dificuldades encontradas durante nossa caminhada em momento

nenhum deixou-se vencer.

V

EPÍGRAFE

“Não confunda derrotas com fracasso nem vitórias com sucesso. Na vida de um

campeão sempre haverá algumas derrotas, assim como na vida de um perdedor sempre

haverá vitórias. A diferença é que, enquanto os campeões crescem nas derrotas, os

perdedores se acomodam nas vitórias.”

Roberto Shinyashiki

VI

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - VARIÁVEIS UTILIZADAS NO SOFTWARE, SIGNIFICADOS E UNIDADES. ........ - 19 -

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – REPRESENTAÇÃO DIAGRAMÁTICA DO SOFTWARE NUTRIGOAT. ................. - 20 -

FIGURA 2 - FORMULÁRIO DE ACESSO ........................................................................... - 26 -

FIGURA 3 - FORMULÁRIO PRINCIPAL ............................................................................ - 27 -

FIGURA 4 - FORMULÁRIO DE EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS ............................................. - 27 -

FIGURA 5 - FORMULÁRIO DE COMPOSIÇÃO DOS ALIMENTOS ........................................ - 28 -

FIGURA 6 - FORMULÁRIO DE FORMULAÇÃO DE RAÇÕES. .............................................. - 29 -

VII

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ - 1 -

2. REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................... - 2 -

2.1.CAPRINOCULTURA NO BRASIL E NO MUNDO .................................................... - 2 -

2.2. EXIGÊNCIAS DE ENERGIA PARA CABRAS EM LACTAÇÃO ........................ - 4 -

2.2.1. MANTENÇA .................................................................................................... - 5 -

2.2.2. GESTAÇÃO ................................................................................................... - 10 -

2.2.3. LACTAÇÃO ................................................................................................... - 11 -

2.3. EXIGÊNCIAS DE PROTEÍNA PARA CABRAS EM LACTAÇÃO ................... - 12 -

2.3.1. MANTENÇA .................................................................................................. - 12 -

2.3.2. GESTAÇÃO ....................................................................................................... - 14 -

2.3.3. LACTAÇÃO ................................................................................................... - 15 -

2.4. EXIGÊNCIAS DE MINERAIS PARA CABRAS EM LACTAÇÃO .................... - 15 -

2.4.1. MANTENÇA .................................................................................................. - 15 -

2.4.2. GESTAÇÃO ................................................................................................... - 16 -

2.4.3. LACTAÇÃO ............................................................................................... - 16 -

3. PROCESSOS DE FORMULAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DE RAÇÃO ............................ - 16 -

4. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ - 18 -

5. CONCLUSÃO ................................................................................................................ - 29 -

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ - 29 -

VIII

RESUMO

Objetivou-se desenvolver um software livre com interface amigável e de fácil

utilização, para cálculo de rações de custo mínimo para cabras em lactação. O programa

NUTRIGOAT foi desenvolvido em linguagem Basic, com a utilização do pacote Visual

Basic 2015, para utilização em plataforma Windows 7 e 8. Para cálculo das exigências

nutricionais de energia e proteína foram utilizadas as equações propostas no AFRC

(1993) e por Sahlu et al (2004) e para exigências de minerais foram utilizadas as

recomendações do ARC (1980). O método de otimização empregado foi o Simplex. O

algoritmo de otimização foi desenvolvido com auxílio de uma DLL, implementada no

programa, disponibilizada livremente pela empresa Solver Foundation. O programa foi

estruturado com um formulário principal contendo ícones de acesso aos formulários

secundários. O formulário de exigências nutricionais foi desenvolvido para permitir a

entrada de dados, de acordo com AFRC (1993), Luo et al. (2004) e ARC (1980). O

formulário de composição dos alimentos foi desenvolvido com um banco de dados

composto, pela composição bromatológica de 160 alimentos. O formulário de

balanceamento de rações foi estruturado para executar os procedimentos de

balanceamento e otimização do custo das rações, além de gerar gráficos e relatórios e

exportar resultados para planilhas Microsoft Excel.

Palavras chave: Alimentação, Caprinos leiteiros, Otimização, Produção de leite

ABSTRACT

The objective was to develop a free software with user friendly interface and easy to

use, for least-cost ration calculation for lactating goats. NUTRIGOAT program was

developed in Basic language, using Visual Basic 2015 package, for use in Windows

platform 7 and 8. To calculate the nutritional requirements of energy and protein they

used the equations proposed in AFRC (1993) and Sahlu et al (2004) and for mineral

requirements we used the ARC's recommendations (1980). The optimization method

used was the Simplex. The optimization algorithm was developed with the help of a

DLL, implemented in the program made available freely by the Solver Foundation

company. The program was structured with a main form containing icons to access

secondary forms. The form of nutritional requirements has been developed to allow the

input data according AFRC (1993), Luo et al. (2004) and ARC (1980). The form of the

food composition was developed with a database composed by the chemical

composition of 160 foods. The feed balancing form has been structured to perform the

IX

balancing procedures and optimization of the cost of feed, and generate charts and

reports and export results to Microsoft Excel spreadsheets.

- 1 -

1. INTRODUÇÃO

Práticas alimentares de animais, seja para produção de leite ou carne, são

dependentes das exigências nutricionais destes e da qualidade dos alimentos

disponíveis. Isso requer informações de exigências específicas para cada função

produtiva, do consumo de alimentos e a contribuição de cada alimento em atender as

exigências nutricionais, para que atinja a lucratividade do sistema de produção.

Para implementar condições que tornem a atividade leiteira um negócio

sustentável e competitivo é imprescindível uma nova visão de gestão de propriedades,

implementando processos administrativos modernos e profissionais, buscando maior

agilidade e acerto nas decisões (Yamaguchi, 2004).

Os programas computacionais são capazes de fornecer a melhor relação custo-

benefício, pois o que irá demandar a qualidade será o banco de dados e saber executa-lo

de forma correta e consciente. Os programas quando bem utilizados pelos usuários,

fornecem inúmeras possibilidades de misturas, limitações ou combinações que, por

métodos analíticos dificilmente seriam obtidas.

Deste modo torna-se de grande importância, ao se adquirir um programa para

cálculo de ração, que este seja capaz de conter um robusto banco de dados com a

composição nutricional de alimentos, de realizar cálculos precisos de exigências

nutricionais dos animais, de utilizar algoritmos para minimização de custos de ração,

além da capacidade de importação e/ou exportação de dados, gerando relatórios em

arquivos do tipo doc, pdf, ou txt. Quando bem utilizados, esses programas se tornam

importantes ferramentas para auxílio à tomada de decisões.

Segundo Cunha et al. (2010), no Brasil, embora ainda existam barreiras culturais

e econômicas à utilização da informática na agropecuária, tem havido nos últimos anos

rápido aumento do número de propriedades que adotam essa tecnologia. Contudo, no

- 2 -

setor da produção primária do agronegócio, tem se observado prioritariamente o uso de

planilhas eletrônicas, uma vez que os fabricantes de softwares específicos ainda não se

adaptaram aos consumidores desse segmento e o número de empresas que se dedicam

ao mercado agropecuário ainda é muito pequeno. Destarte, a ausência de competição faz

com que os softwares destinados ao setor agropecuário brasileiro possuam preços

elevados, o que dificulta ainda mais o uso dessa tecnologia.

Softwares para balanceamento de rações de custo mínimo para cabras em

lactação, em língua portuguesa, gratuitos, confiáveis e de fácil utilização não estão

disponíveis atualmente no mercado, com isso, o objetivo deste trabalho foi desenvolver

um software de fácil utilização, com interface amigável, para cálculo de exigências

nutricionais e formulação de rações de custo mínimo para cabras em lactação.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1.CAPRINOCULTURA NO BRASIL E NO MUNDO

A caprinocultura é parte da Zootecnia que trata do estudo e da criação de

caprinos, sendo uma atividade desenvolvida desde os primórdios da história humana e

tem se destacado no agronegócio brasileiro devido a sua importância sócio-econômica.

É provável que a criação de caprinos tenha sido a primeira atividade zootécnica

desenvolvida pelo homem, uma vez que esta espécie foi a primeira a ser domesticada.

Os primeiros registros em pinturas rupestres dão testemunho deste princípio, há cerca de

dez mil anos atrás (Zeuner, 1963; Zeder e Hesse, 2000).

A produção de caprinos na América do Sul é pequena, sendo o Brasil o maior

produtor do continente, com rebanho estimado em 14 milhões de animais, distribuído

em 436 mil estabelecimentos agropecuários, colocando o país em 18º lugar do ranking

mundial de exportações (MAPA, 2014).

- 3 -

O Brasil é primeiramente no Nordeste brasileiro, fazendo desta região a maior

produtora desses animais. Segundo Cordeiro & Cordeiro (2009), 92% do rebanho

caprino brasileiro concentra-se nessa região. Houve uma rápida dispersão destes

animais devido sua fácil adaptação aos mais variados ambientes. Como a caprinocultura

no Nordeste não era feita de forma controlada ocorreu cruzamento de várias raças

distintas, dando origem aos animais sem raça definida (SRD) gerando, em alguns casos,

animais com pouca aptidão para produção leiteira, mas com qualidades genéticas

valiosas como rusticidade e prolificidade.

De maneira geral, a caprinocultura ainda é conduzida de forma empírica e

extensiva, com baixos níveis de tecnologia, não somente no Brasil, mas em várias partes

do mundo (Dubeuf et al., 2004; Correia & Borges, 2009). No entanto, a caprinocultura

leiteira é uma atividade muito lucrativa, que pode ser implantada em pequenas

propriedades e com baixo custo de investimento, aumentando de forma significativa sua

participação no cenário agropecuário brasileiro, superando o constante desafio de

conquistar e manter novos mercados para o leite de cabra e seus derivados (Borges &

Bresslau, 2002).

Existem bacias leiteiras já sedimentadas nas regiões Sudeste e Sul do País.

Sendo que, no Sudeste a produção se concentra nos Estados de Minas Gerais e Rio de

Janeiro. Já, na região Sul, o Rio Grande do Sul é o destaque de produção de leite de

cabra. Nestes estados, maior parte do leite produzido tem como destino as usinas de

pasteurização e/ou produção de queijos finos. Contudo, a exemplo do Nordeste, a

produção de leite de cabra nestas bacias leiteiras tem origem em sistemas de produção

do tipo familiar ou pequenos produtores (Holanda Júnior et al., 2008).

A produção de leite de cabra na região Sudeste do Brasil caracteriza-se pelo uso

de sistemas de produção intensivos confinados, na sua grande maioria em pequenas

- 4 -

áreas próximas das regiões metropolitanas e centros urbanos. Nesses sistemas, animais

de raças leiteiras especializadas (Saanen, Alpina e Toggenburg) ou mestiços destas

raças são mantidos em áreas restritas ou galpões, sendo toda a alimentação fornecida no

cocho (Borges, 2003).

Segundo Lopes et al. (2007) a caprinocultura leiteira como fonte de renda nas

propriedades mantém-se em sua maior parte (78,57%) como atividade secundária e

apenas 10,71% exploram-na como atividade principal. O regime de criação

predominantemente adotado é o extensivo (78,57% das propriedades entrevistadas

contra 21,42% que adotam o sistema semiextensivo). Foi constatada que a maioria das

propriedades possui rebanhos pequenos destinados a produção leiteira, sendo que

53,57% possuem até 50 animais destinados à exploração leiteira; 28,57% possuem entre

51 e 100 animais; 7,14% possuem de 101 a 200 animais e 10,71% acima de 200

cabeças.

Conforme Holanda Júnior et al. (2006), além da sua importância na produção de

alimento saudável, a caprinocultura leiteira é uma atividade que permite fluxo de

recursos mais regular para a agricultura familiar. Segundo os autores, o Rio de Janeiro é

uma alternativa de mercado aberto para carne, leite e pele de caprinos, despertando

também interesse em outros estados e regiões do país.

No Brasil, de maneira geral, é baixo o número de caprinocultores que

armazenam os dados provenientes da atividade de criação de cabras. Em países

desenvolvidos essa prática ocorre em quase todas as propriedades (Lôbo, 2002).

Comparando-se a produção mundial com a nacional, conclui-se que a caprinocultura

leiteira brasileira se encontra ainda em fase de desenvolvimento.

2.2.EXIGÊNCIAS DE ENERGIA PARA CABRAS EM LACTAÇÃO

- 5 -

Com o passar do tempo, os caprinos passam a exibir melhores índices produtivos

(ganho de peso, conversão alimentar, rendimento de carcaça, produção leiteira), com

isso, suas exigências nutricionais tornaram-se mais elevadas.

As exigências nutricionais são influenciadas por vários fatores, como condições

ambientais, raça, idade, condições fisiológicas, entre outras. No Brasil, os sistemas de

alimentação mais utilizados são o britânico, Agricultural and Food Research Council

(AFRC) o americano, National Research Council (NRC); o francês, Institut National

de La Recherche Agronomique (INRA); e o australiano, Commonwealth Scientific and

Industrial Research Organisation (CSIRO). Estes diferem nos valores indicados para as

exigências nutricionais, em função das metodologias, nos fatores de correção e

eficiências de utilização adotados por estes sistemas.

2.2.1. MANTENÇA

O ARC (1980) definiu as exigências de mantença de um animal como

quantidade de nutrientes ou energia necessários para que os processos vitais do seu

corpo permaneçam normais, de forma prática poderia ser contemplada quando um

animal não está em produção e nem sofrendo alterações no seu peso e na sua

composição corporal. Entre os fatores que influenciam as exigências de mantença

destacam-se: peso corporal, raça, sexo, idade, condição fisiológica, nível de produção,

condições ambientais, estresse e exercício.

A exigência de energia para mantença é tida como o consumo de oxigênio do

corpo, sendo a metade dessas necessidades utilizada pelas paredes do trato

gastrintestinal e fígado para absorção e metabolismo de nutrientes digeridos, um terço

pela pele, rins e tecido nervoso e o restante para as atividades musculares básicas (Seal

e Reynolds, 1993). Variações no nível de atividades desses tecidos em função do

- 6 -

genótipo, idade, estado fisiológico, nível de alimentação, secreção de ureia e condições

ambientais modificam os requerimentos de energia para mantença.

Segundo o AFRC (1998) as exigências de mantença para caprinos, com base no

peso metabólico, são maiores que para ovinos e similares a bovinos, concluindo que isto

deve ser devido ao maior metabolismo basal dos caprinos e bovinos, comparados aos

ovinos. Por outro lado, Sahlu et al. (2004) indicaram que a exigência de energia

metabolizável de mantença (EMm) para ovinos pode ser utilizada para caprinos, o que

está de acordo com o CSIRO (1990).

Em que:

G= genótipo

S= sexo

FC= fator de correção

PC0,75

= peso metabólico, kg

IDa= idade do animal em anos

EMprodrução= energia metabolizável para produção, Mcal/dia

EMpastejo= energia metabolizável para pastejo, Mcal/dia

EMacli= energia metabolizável para aclimatização, MJ/dia

Para caprinos, Sahlu et al. (2004) não encontraram diferenças entre raças

específicas, entretanto conseguiram agrupá-las em grandes grupos, em função de suas

aptidões (carne: >50% Boer; leite: raças leiteira; nativas, e angorá), e este foi o critério

adotado pelo NRC. Desta forma, o NRC (2006) preconizou valores fixos de energia

metabolizável para mantença em função do genótipo, a saber: animais em aleitamento,

125 e 107 kcal/kg de peso corporal em jejum (PCJ) para machos e fêmeas,

respectivamente; animais de aptidão leiteira em crescimento, 128 kcal/kg de PCJ para

- 7 -

machos inteiros, castrados ou fêmeas; animais adultos, 120 kcal/kg de PCJ para fêmeas

e machos castrados e 130 kcal/kg de PCJ para machos inteiros.

Outro fator que afeta as exigências de mantença é a idade do animal. Em geral,

os sistemas de exigências não utilizam a correção para idade preconizada pelo CSIRO

(1990), a qual utiliza a expressão exponencial, . Esta correção baseou-se na

constatação de que o metabolismo em jejum decresce com a idade em uma taxa de 8%

ao ano, chegando a estabilização aos seis anos de idade. Assim sendo, aos seis anos o

metabolismo basal será 16% do valor inicial.

Devido as diferenças na composição corporal em função do sexo dos animais,

normalmente são utilizadas correções para a condição sexual, sendo que é considerado

que os machos inteiros apresentam metabolismo basal 15% maior que as fêmeas e

castrados (CNCPS-S, 2004; NRC, 2006; CSIRO, 2007).

O NRC (1981; 1985), INRA (1988) e AFRC (1998) não consideram em seus

cálculos o efeito do nível de ingestão na estimativa de EMm. O NRC (2000) estimou,

para bovinos de corte, um decréscimo de 20% nas exigências de EMm durante o tempo

em que os animais estão submetidos a um baixo plano nutricional e que mesmo após

mudança para plano alimentar mais elevado observa-se efeito da baixa nutrição sobre os

valores de EMm, por 2 a 3 meses. Para avaliar a severidade do plano nutricional, este

comitê utilizou o escore de condição corporal (EC) e % menor para animais com EC 1

comparados a aqueles com EC 5. Baseado nessas recomendações, Sahlu et al. (2004)

utilizou as mesmas correções para caprinos, adotadas pelo NRC para esta espécie.

- 8 -

Em que:

FC= fator de correção

EC= escore de condição corporal (escala de 0 a 5)

R= tempo de restrição em semanas

O NRC assumiu para calcular os requerimentos de energia de mantença na

temperatura de conforto (20ºC), se os animais estiverem submetidos a temperatura

diferentes é recomendado o ajuste na equação, a qual foi adaptada do CSIRO (1990) e

NRC (2000), de 0,70 caprinos.

De acordo com CSIRO (2007), quando a quantidade de ingestão de energia

metabolizável (EM) é conhecida e o desempenho animal é predito, utiliza–se seguinte

equação.

Em que:

PC0,75

= peso metabólico, kg

EM= energia metabolizável

Tp= temperatura media mensal, °C

O CSIRO recomenda o ajuste para aclimatação também levando em

consideração a idade do animal, não somente peso corporal e a temperatura.

- 9 -

Em que:

EMm= energia metabolizável para mantença

Tp= temperatura media mensal, °C

PC0,75

= peso metabólico, kg

IDa= idade do animal em anos

Km= eficiência de utilização da EMm

Mais um aspecto que tem sido levado em consideração para ajustes nas

estimativas das exigências de energia metabolizável para mantença é a atividade do

animal. Assim, conhecendo que os caprinos são animais mais ativos que bovinos e

ovinos, espera-se maior perda de energia com atividade (Sahlu et al.,2004).

Cannas (2004) utilizou para animais a pasto a indicação do ARC (1980), a qual

leva em consideração o deslocamento horizontal e vertical dos animais.

Em que:

EMatividade= energia metabolizável para atividade

PC= peso corporal, kg

DH= distância horizontal, km

DV= distância vertical, km

O CSIRO leva em consideração à distância horizontal percorrida, relação entre a

intensidade de pastejo utilizada e o potencial da pastagem, a disponibilidade de

forragem, nº de animais por hectare e a inclinação do terreno.

Em que:

EMpastejo= energia metabolizável para pastejo

CMS= consumo de matéria seca, g/dia

DH= distância horizontal, km

PC= peso corporal, kg

Km= eficiência de utilização da EMm

- 10 -

Têm sido realizados estudos, no Brasil, avaliando o comportamento de animais

em pastejo, os quais observaram que os animais aumentaram suas atividades de pastejo

com a redução da qualidade da pastagem sem, contudo, elevar o consumo (Pedroso et

al., 2004). O que está de acordo com o ajuste indicado pelo NRC (2006) e CSIRO

(2007).

2.2.2. GESTAÇÃO

De acordo com o ARC (1984), para se obter a exigência de energia

metabolizável para gestação é necessário conhecer além da energia metabolizável para

mantença, que irá incluir o incremento na produção de calor devido a gestação, o

crescimento e a energia depositada no útero grávido e no úbere, pois ocorrem

modificações, devido a sua preparação para início de secreção láctea.

O modelo mais aceito para descrever as taxas de acréscimo de energia e

nutrientes durante o crescimento fetal e produtos do útero grávido é a equação de

Gompertz, que estima energia e nutrientes depositados em função da idade gestacional.

Em que:

Y= energia depositada

a e b = parâmetros sem significado biológico

t= dias de gestação

Para estimar a energia metabolizável de todos componentes do útero grávido e

da glândula mamária de caprinos, o NRC considerou os dias de gestação, número de

fetos (NF) e peso das crias ao nascer para estimar a energia (Sahlu et al, 2004).

- 11 -

Em que:

EMges= energia metabolizável para gestação

PCN= peso das crias ao nascer

Tges= tempo de gestação

NF= número de fetos

2.2.3. LACTAÇÃO

As exigências para lactação dizem respeito a quantidade de energia necessária

para uma dada produção de leite, assim, para sua estimativa devem ser levadas em

consideração a produção e a composição do leite (Resende et al., 2008).

O CNCPS estimou as exigências de energia para produção de leite em função da

gordura, proteína verdadeira e produção de leite em kg/dia. Considerou, ainda a

mobilização dos tecidos em função de mudanças no escore de condição corporal

observadas no início do período de lactação e final de período de gestação em relação

ao peso do corpo em jejum (Cannas et al., 2004).

Em que:

ELl= energia liquida para lactação

G= gordura

Pv= proteína verdadeira

Pleite= proteína do leite

PCJinicial= peso do corpo em jejum inicial

PCJfim= peso do corpo em jejum final

MT= mobilização dos tecidos

Para as exigências de energia metabolizável para cabras em lactação, o NRC

preconizou valores fixos de 1,25 Mcal/kg de leite com 4% de gordura no leite e 1,45 g

de proteína/g de proteína metabolizável para síntese de proteína do leite.

- 12 -

O CSIRO estimou as exigências de energia líquida baseado apenas no teor de

gordura do leite e considerou que a quantidade de energia e gordura do leite de cabra é

similar ao leite de vaca.

Em que:

ELl= energia liquida para a lactação

G= gordura

2.3. EXIGÊNCIAS DE PROTEÍNA PARA CABRAS EM LACTAÇÃO

2.3.1. MANTENÇA

Estimar as exigências para proteína através da proteína liquida é a maneira mais

precisa, embora trabalhos dessa natureza seja escassos (Sahlu et al.,2004). As

exigências de proteína liquida para mantença (PLm) são consideradas como sendo as

perdas de nitrogênio metabólico fecal (NFE), endógeno urinário (NU), além das perdas

de nitrogênio pela descamação da pele e queda de pelos (ARC, 1980).

Das exigências proteicas para mantença, crescimento, gestação e lactação em

ruminantes, de 60 a 85% é atendida pela proteína microbiana sintetizada no rúmen

(Timmermans Jr. et al., 2000), sendo o restante, atendida pela proteína dietética não

degradada no rúmen digerida no intestino (Paulino et al., 1999). Com isso, na

determinação das exigências de proteína metabolizável se faz necessário, além da

estimativa da produção fecal, o conhecimento do volume urinário, da digestibilidade e

degradabilidade do alimento.

Para animais em pasto é necessário a estimativa de ingestão de nitrogênio.

Marques (2007) estimou a PLm através da relação da quantidade diária de nitrogênio

retida (NR) no corpo vazio e a quantidade diária de N ingerida pelos animais.

- 13 -

Em que:

Y= perda endógena

Ningerido= nitrogênio ingerido

Multiplicando o valor de Y por 6,25, Marques (2007) encontrou o valor da PLm.

Segundo CANNAS et al. (2004), a eficiência de conversão de PM para PL por

contribuições endógenos urinárias e fecais foi adotada como sendo 0,67, que é o mesmo

coeficiente utilizado no modelo CNCPS (Fox et al., 2004) e é semelhante ao valor 0,7

utilizados por CSIRO (1990, 2007). A exigência de PB endógena fecal é variável e

aumenta à medida que o consumo de matéria seca (CMS) aumenta. Isto é consistente

com o modelo CNCPS (Fox et al., 2004); no entanto, o INRA (1989) e AFRC (1993)

sugerem que a proteína endógena fecal seja função do peso corporal.

2.3.1.1.Perdas de nitrogênio endógeno urinário (NUE)

O nitrogênio endógeno urinário é a quantidade de nitrogênio excretada na urina,

que é proveniente da oxidação dos aminoácidos e do custo da mantença associado à

reciclagem de nitrogênio. Este inclui ureia, creatinina, bilirubina, alantoína, ácido úrico,

ácido hipúrico e aminoácido 3 metil-histidina (CSIRO, 1990). As perdas de NUE são

consideradas menores que as perdas de nitrogênio metabólico fecal.

Para caprinos, o NRC recomendou o valor médio de 1,031

g/PC0,75

de NUE, conforme o que foi preconizado por Sahlu et al. (2004).

2.3.1.2.Perdas de nitrogênio metabólico fecal (NFE)

Os sistemas de alimentação estimam a perda de nitrogênio metabólico fecal em

função de consumo de matéria seca. Para caprinos, Sahlu et al. (2004)

- 14 -

recomendaram 26,7 g/kg CMS/d de NFE, que foi o valor adotado pelo NRC para esta

espécie.

2.3.1.3.Perdas por descamação (PD)

As perdas de nitrogênio por descamação da pele são estimados em função do

peso corporal. Sendo que de maneira geral o valor recomendado é 0,2 g/kg PC0,6

de

NDP (NRC, 2006).

Desta forma, as exigências de proteína líquida para mantença (PLm) serão

estimadas a partir do somatório do nitrogênio perdido na urina, fezes e descamação da

pele. E para estimativa da PMm deve-se dividir a PLm pela eficiência de utilização da

proteína, que segundo o NRC é de 0,67 para perdas fecais e urinárias e 0,60 para perdas

na pele (NRC, 2006)

2.3.2. GESTAÇÃO

Para caprinos, o NRC considera os dias de gestação, número de fetos (NF) e

peso das crias ao nascer para estimar proteína líquida para gestação. Conforme

recomendou Sahlu et al. (2004).

Em que:

PMges= proteína metabolizável para gestação

PCN= peso das crias ao nascer

Tges= tempo de gestação

- 15 -

NF= número de fetos

2.3.3. LACTAÇÃO

A proteína metabolizável para a lactação (PMl) para caprinos é calculada a partir

verdadeiro teor de proteínas lácteas (Tedeschi et al., 2008).

Em que:

PMl= proteína metabolizável para lactação

PP= proteína verdadeira do leite real de um dia especifico da lactação

Yn= produção de leite real em um determinado dia de lactação

Kpl= eficiência de proteína metabolizável a PL para a gestação

2.4.EXIGÊNCIAS DE MINERAIS PARA CABRAS EM LACTAÇÃO

2.4.1. MANTENÇA

A subnutrição é comumente aceita como uma das limitações mais prejudiciais

aos animais nos países tropicais. Deficiências de minerais são responsáveis por baixa

produção, bem como por distúrbios reprodutivos amplamente observados entre os

ruminantes (Conrad et al., 1985).

As exigências dietéticas de um elemento mineral são obtidas a partir da divisão

da exigência liquida do mineral pela disponibilidade do mineral nas diversas fontes

dietéticas (ARC, 1980). Com isso, os requerimentos dietéticos preconizados pelo NRC

(2007) foram calculados utilizando as equações sugeridas por Meschy (2000).

- 16 -

Em que:

Ca= cálcio

P= fósforo

Mg= magnésio

Na= sódio

K= potássio

IMS= ingestão de matéria seca

PV= peso vivo

2.4.2. GESTAÇÃO

As estimativas de exigências diárias podem ser calculadas assumindo-se uma

biodisponibilidade de 50% para Fe e Zn (Ferrel et al., 1982); para Na e K, 91% e 100%,

respectivamente (ARC, 1980) e 20% para Mg (Haenlein, 1992). Para o S, utiliza-se o

valor de 80%, referente à eficiência de incorporação de S na proteína microbiana, que é

similar à usada para a incorporação de nitrogênio da uréia (ARC, 1980).

Em que:

Y = conteúdo de mineral no componente da gestação;

A, B e C = constantes obtidas pela análise de regressão

x = tempo de gestação

2.4.3. LACTAÇÃO

A exigência líquida de minerais para lactação corresponde à quantidade desses

mesmos minerais secretados no leite, esta exigência é dividida pela disponibilidade do

mineral nas diversas fontes dietéticas, sendo o resultado expresso como exigência

dietética (ARC, 1980).

3. PROCESSOS DE FORMULAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DE RAÇÃO

Para a otimização de sistemas é necessário a utilização de uma ferramenta que

seja capaz de ajustar vários fatores que influenciam a tentativa de reproduzir o melhor

- 17 -

resultado. Muitos desses processos são influenciados por mais de um fator, assim tenta-

se buscar uma combinação de fatores que otimize o sistema ou conduza a uma melhor

resposta (Morgan et al., 1990). O sucesso de um método de otimização depende da sua

eficácia para encontrar o ótimo corretamente (Hedlund e Gustavsson, 1999).

Formular uma dieta implica compatibilizar os conhecimentos relacionados às

exigências dos animais, às características nutricionais dos alimentos e à relação

custo/benefício (Alves et al., 2006). Segundo Lanna et al., (1999), nem sempre uma

dieta de menor custo reverte em maior lucratividade. A dieta de custo mínimo pode não

ser a de maior lucratividade, pois pequenos incrementos no custo podem resultar em

grandes aumentos de desempenho.

Segundo Silva (2009) os modelos em pesquisas operacional assumem a forma de

equações ou inequações para traduzir a condição de que variações controladas só podem

ser manipuladas dentro de limites, assim, somente apresentará soluções dentro de seus

limites mínimos e máximos.

Diversos métodos de otimização foram elaborados para atender formulações que

exigiam um elevado padrão qualitativo a um baixo custo. Um destes métodos para

otimização denominado Simplex destacou-se na resolução de variáveis lineares. O

Simplex foi formalizado por George B. Dantzig em 1947, sendo denominado por seu

autor como Simplex Primal. Logo após, sua versão dual surgiu com Lemke (1954), que

consiste numa especialização do método primal simplex para resolução do problema

dual.

Devido a importante aplicação nos métodos de otimização linear inteiro ou

parcialmente misto, o método dual simplex tem atraído interesse os quais resolvem uma

sequencia de problemas de otimização linear, com característica de que uma solução

básica dual factível de boa qualidade é sempre disponível para o problema seguinte da

- 18 -

sequência (Maros, 2003). O método de otimização mostra uma boa concordância com

os resultados encontrados na literatura (Bona et al., 2000).

Glória et. al., (2010) realizaram simulações de dietas para cabras leiteiras

utilizando a ferramenta Solver do Microsoft Excel®2007, com adaptações do CNCPS

para sistemas nacionais de produção, principalmente visando a digestibilidade da fibra.

Os autores utilizaram a técnica de Programação Não Linear Geral (PNLG). Os autores

concluíram que a ferramenta Solver é capaz de otimizar dietas para cabras leiteiras em

mantença e em ganho diário fixo, nas situações de não linearidade simuladas.

Também Santos et al., (2006) desenvolveram um modelo computacional para

formulação de rações de mínimo custo para pequenos ruminantes, com modificações na

utilização da fibra por pequenos ruminantes, entretanto utilizando programação linear.

O processo utilizado pelos autores objetivou o seguimento de três etapas de formulação:

estimativa das exigências nutricionais dos animais; cálculo dos nutrientes fornecidos

pelos alimentos e modelagem do problema para a obtenção de uma ração que possa

otimizar o desempenho animal a um mínimo custo. O modelo foi desenvolvido com

auxílio da ferramenta Microsoft Visual Studio .NET 2003. Os autores concluíram que o

modelo pode auxiliar os produtores quanto a alimentação animal e redução dos custos

de produção podendo gerar maior rentabilidade ao setor de produção.

4. MATERIAL E MÉTODOS

O software NUTRIGOAT foi desenvolvido em linguagem Basic, com o uso do

pacote Visual Basic 2015 versão Express. O método de otimização usado foi o

SIMPLEX, implementado com assistência de uma DLL de uso livre, compatível com a

linguagem Basic, disponibilizada pela empresa Solver Foundation.

As variáveis utilizadas no Software, bem como seus significados e unidades,

encontram-se na tabela abaixo.

- 19 -

Tabela 1 - Variáveis utilizadas no Software, significados e unidades.

Var. Significado Unidade

Energia Bruta Mcal/kg

Extrato Etéreo % da Matéria seca

Energia Líquida Mcal/kg

Energia Líquida para Atividades Mcal/kg

Energia Líquida para Mantença Mcal/kg

Energia Metabolizável Mcal/kg

Energia Metabolizável para Ganho Mcal/kg

Energia Metabolizável para Mantença Mcal/kg

Energia Metabolizável Fermentável Mcal/kg

Energia Metabolizável Total Mcal/kg

Matéria Seca % da Matéria natural

Fibra Detergente Neutro % da MS

Ganho de Peso Corporal kg / dia

Ingestão de Matéria Seca kg/dia

Fator de Utilização da Energia Líquida para Ganho -

Fator de Utilização da Energia Líquida para Mantença -

Ingestão de EM em Nível de Mantença X Mantença

Matéria Seca Fornecida % da MS predita

Proteína Bruta g/dia

Proteína Bruta Microbiana g/dia

Proteína Digestível no Rumem g/dia

Proteína Microbiana Metabolizável g/dia

Proteína Não Digestível no Rumem g/dia

Proteína Não Digestível no Rumem Verdadeiramente Digestível g/dia

Proteína Metabolizável -

Proteína Metabolizável para ganho g/dia

Proteína Metabolizável para Mantença g/dia

Proteína Metabolizável Total g/dia

Quantidade de Energia Metabolizável na Energia Bruta EB/EM

Peso Corporal Kg

Peso Corporal Metabólico Kg

Demanda de Proteína/ Mcal de EMF g/Mcal de EMF

O software contém seis formulários integrados, evidenciados na Figura 1. O

formulário de identificação foi criado para conferir o acesso dos usuários, permitindo

- 20 -

somente que os indivíduos credenciados tenham acesso ao software. A verificação

correta da senha permite a visualização do formulário principal do programa.

Figura 1 – Representação diagramática do software Nutrigoat.

O formulário principal permitirá o acesso aos formulários de composição dos

alimentos e de exigências nutricionais, assim como para controlar o encerramento do

programa. O formulário principal não foi interconectado com o formulário de

formulação de rações, de forma que a formulação e otimização das rações será

condicionada a entrada de dados para cálculo das exigências nutricionais e a seleção dos

alimentos disponíveis, com suas respectivas composições nutricionais.

O formulário de composição dos alimentos foi desenvolvido a partir de um

banco de dados com a composição nutricional de 160 alimentos. A composição inicial

Formulário de

identificação

Formulário principal

Formulário de

composição dos

alimentos

Formulário de

exigências nutricionais

Formulário de

modificações das

exigências nutricionais

Formulário de

formulação e otimização

de ração

- 21 -

dos alimentos foi baseada nas Tabelas Brasileiras de Composição de Alimentos para

Bovinos (Valadares et al. 2012). O formulário foi implementado para permitir a edição

da composição nutricional de cada alimento e o cálculo da concentração energética dos

alimentos.

Para ter acesso ao formulário de formulação e otimização de rações será

necessária a seleção de um subconjunto de alimentos disponíveis para formular as

rações. O formulário de composição de alimentos foi desenvolvido também com a

possibilidade de geração de relatórios, com a composição nutricional dos alimentos

contidos no banco de dados.

O formulário de exigências nutricionais foi arquitetado para conter caixas de

texto para entrada de variáveis como identificação do lote, número de animais e o preço

de venda determinado em R$ / kg de peso vivo. Além disso, foram criadas caixas de

texto, cujo evento de preenchimento foi unido a execução do algoritmo de cálculo das

exigências nutricionais. Essas caixas de texto foram desenvolvidas para receber valores

de variáveis, como peso corporal e ganho de peso diário.

O formulário de exigências nutricionais foi desenvolvido ainda com variáveis de

entrada para parâmetros relacionados ao perfil da ração a ser formulada. Com estas

variáveis é possível determinar a quantidade de matéria seca fornecida em porcentagem

da IMS predita, a concentração desejada de FDN na ração em porcentagem da MS e a

quantidade desejada de EE da ração. Também como variável de entrada foi adicionada

ao formulário uma caixa de entrada que permite a determinação da quantidade de

alimento concentrado desejada na ração.

O formulário de exigências nutricionais foi desenvolvido para permitir também

a geração de relatórios das exigências calculadas. As exigências nutricionais calculadas

- 22 -

pelo programa podem ser alteradas, caso o usuário considere necessário, utilizando-se o

formulário de modificações das exigências nutricionais.

Para obtenção de estimativas de ingestão de matéria seca foi utilizada a equação

recomendada por Luo et al. (2004), obtida a partir da correção da equação de predição

de consumo adotada no AFRC (1998).

Em que:

ã

ã ã ã

A exigência de energia líquida de mantença foi estimada como a soma da

produção de calor em jejum, em condições de termoneutralidade (Cannas et al., 2010),

com a energia necessária para movimentação voluntária diária dos animais (AFRC,

1993). A exigência de energia metabolizável de mantença foi obtida por meio do

quociente entre a energia líquida de mantença e a eficiência de utilização da energia

metabolizável de mantença (AFRC, 1993; CSIRO, 1995; CSIRO, 2007). A eficiência de

utilização de energia metabolizável de mantença foi assumida como variável

dependente da metabolizabilidade da ração, tal como recomendado pelo AFRC (1993).

- 23 -

Em que:

çã ã ã ã ã ã

A exigência de energia metabolizável de gestação foi calculada como

recomendado pelo AFRC (1993).

Em que:

Para obtenção de estimativas de exigência de energia metabolizável para ganho

de peso foram utilizadas as equações recomendadas por Luo et al. (2004).

- 24 -

Em que:

ã

ã ã ã

A exigência de energia metabolizável de lactação foi estimada tal como

recomendado pelo AFRC (1993).

Em que:

ã ã

As exigências de proteína metabolizável de mantença, gestação, ganho de peso e

lactação foram estimadas tal como recomendado pelo AFRC (1993).

Em que:

- 25 -

Em que:

Em que:

Em que:

Para estimativa das exigências de minerais foram utilizadas as equações

sugeridas no ARC (1980).

O formulário de formulação e otimização de rações foi desenvolvido com a

possibilidade de permitir a seleção das restrições desejadas, para o processo de

otimização dos custos da mistura de alimentos. Com isso o usuário poderá determinar

quais restrições serão atribuídas no algoritmo de otimização. Foi implementada ainda a

possibilidade da edição da margem de erro aceita para o atendimento de cada restrição,

de forma que o atendimento das restrições poderá ser flexibilizado, conforme a

necessidade do usuário. Esse formulário permite também a edição das restrições

- 26 -

relativas as porcentagens mínimas e máximas de inclusão de cada alimento na ração.

Além disso, foi implementada a geração de relatórios com as informações das rações

formuladas.

4. RESULTADO E DISCUSSÃO

Ao abrir o programa, é exibido um formulário de acesso onde o software exige a

digitação de uma senha (Figura 2).

Figura 2 - Formulário de acesso

Com a digitação da senha correta o software carrega o formulário principal

(Figura 3). Na parte superior do formulário principal estão localizados botões de

comando que permitem acesso aos formulários e exigências nutricionais e de

composição de alimentos. O botão de comando que encerra o programa também se

encontra no formulário principal.

- 27 -

Figura 3 - Formulário principal

O formulário de exigências nutricionais permite inserção dos dados para cálculo

das exigências de energia, proteína e minerais (Figura 4).

Figura 4 - Formulário de exigências nutricionais

No formulário de exigências nutricionais estão presentes caixas de texto e caixas

de listagem nas quais podem ser inseridas informações relativas ao animal e ao

- 28 -

ambiente. O formulário calcula e exibe todos os componentes de exigências nutricionais

e permite a geração de relatórios. Conforme se modificam os dados de entrada do

formulário, as exigências nutricionais apresentadas na região direita do formulário são

recalculadas automaticamente. Essas informações podem ser salvas no programa, como

também exibidas em relatórios.

O formulário de composição dos alimentos utiliza os dados de entrada da

composição dos alimentos para realização dos cálculos de estimativas da concentração

energética, de acordo com o recomendado por Weiss (1993) e adotado pelo NRC (2001)

(Figura 5). Esse formulário permite a seleção de alimentos para alteração da

composição e a escolha de alimentos para formulação da ração. O formulário de

composição de alimentos permite ainda a geração de relatórios, com a composição de

todos os alimentos listados.

Figura 5 - Formulário de composição dos alimentos

O formulário de balanceamento de rações permite a formulação de rações de

custo mínimo (Figura 6). Nesse formulário é possível determinar a margem de erro

- 29 -

aceitável, no atendimento de cada componente das exigências nutricionais e as

porcentagens mínima e máxima de cada alimento na ração. É possível gerar gráficos e

relatórios. Nesse formulário o usuário tem a possibilidade de determinar as quantidades

que cada ingrediente deve entrar na formulação, modificando os valores de mínimo e

máximo. O balanceamento pode ser feito também através da tentativa de erros e acertos,

onde as porcentagens são inseridas manualmente, como também pelo método de

otimização que o programa oferece.

Figura 6 - Formulário de formulação de rações.

5. CONCLUSÃO

O software NUTRIGOAT possui interface amigável e é de fácil utilização. O

método de otimização implementado permite formular rações de custo mínimo,

atendendo as exigências nutricionais dos animais, com seus respectivos intervalos de

tolerância, além das restrições de quantidades máximas e mínimas de cada alimento

selecionado.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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