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Publica: Associação Antigos Alunos La Salle Rua Irmãos de La Salle 859, 4755-054 - Barcelos Telf.: (+351) 253 831 49 [email protected] Coordenação geral: Carlos Borrego Grafismo e paginação: Pedro Falcão www.facebook.com/antigosalunos.lasalle 20 de Dezembro 2019 Boletim nº 8 o boletim No La Salle somos+ As emergências climáticas Salvar o planeta é salvar-nos 60 anos da Fundação do Colégio La Salle de Abrantes Viemos para aprender-saímos para servir.

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Publica: Associação Antigos Alunos La SalleRua Irmãos de La Salle 859,

4755-054 - BarcelosTelf.: (+351) 253 831 49

[email protected]ção geral: Carlos Borrego

Grafismo e paginação: Pedro Falcãowww.facebook.com/antigosalunos.lasalle

20 de Dezembro 2019Boletim nº 8

o boletim

No La Salle somos+

As emergências climáticas

Salvar o planeta é salvar-nos

60 anos da Fundação do Colégio La Salle de

Abrantes

Viemos para aprender-saímos para servir.

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Associação Antigos Alunos La Salle

Dezembro 2019

Nota de AberturaPor José Carlos Ferreira, Presidente da Direcção

da Associação de Antigos Alunos de La Salle

Este XIX ano do Século XXI ficará gravado na memória de todos os Lassalistas como um Ano de Ouro. Nele “fomos La Salle” e pudemos comemorar os 300 Anos do Fundador com eventos signifi-cativos, dos quais destacamos:

- Em Abrantes a Inauguração da Praça São João Batista de La Salle, já no ano passado;

- Em Santa Marta do Bouro, terra natal do Be-ato Ir. Mário Félix, no mês de Maio, celebrámos uma Eucaristia comemorativa do Beato. Foi pre-sidida pelo Senhor Arcebispo Primaz de Braga, D. Jorge Ortiga;

- Em Barcelos, e durante o mês de Novembro, uma Semana Cultural culminou as celebrações deste Ano Jubilar. Nela tivemos Exposições, Conferências, Poesia e Fado. No encerramento o Irmão Esteban da Vega, Provincial da Congre-gação dos Irmãos de La Salle, honrou-nos com a sua presença e agradeceu o trabalho feito pela Associação.

Estas iniciativas da Associação de Antigos Alu-nos contaram com a colaboração do Colégio La Salle e da Comunidade dos Irmãos.Ao longo do ano que agora finda a Asociação promoveu encontros de convívio e partilha com o espirito de La Salle sempre presente, nomea-damente no Porto, Abrantes, Barcelos e Bujedo. Valeu a pena!

Neste Boletim nº 8 continuamos a dar visibili-dade ao Universo La Salle. Assim, partimos de África e passamos pela pro-blemática das alterações climáticas e entrevis-tamos ex-alunos. Neste breve percurso pode-mos sentir o orgulho e a responsabilidade de sermos La Salle.

Da Pastoral da província lassalista de Espanha

e Portugal, ARLEP, chega-nos uma mensagem sobre o futuro dos Irmãos e das vocações las-salistas.

O Boletim traz-nos, ainda, uma douta crónica sobre o Encontro de Bujedo assinada pelo João Oliveira e também contém uma reportagem de-talhada da Semana Cultural, da autoria do Da-vid Macedo. As entrevistas aos Ex-Alunos de Abrantes foram conduzidas pelo nosso colega Albino Ramalho. E, para concluir, temos algumas notícias breves e um esboço de agenda para o ano de 2020. Apresento a todos os colaborado-res e autores os meus agradecimentos.

Para concluir esta Nota de Abertura cumpre-me lembrar que é a última do mandato de três anos que nos confiaram e por isso deixo um bem haja a todos aqueles que nos ajudaram a tornar as coisas mais fáceis, nomeadamente à Direção da SOPRO, à Direção do Colégio e à Comunidade dos Irmãos de La Salle.

Uma palavra de gratidão muito especial a todos os elementos dos Órgãos Sociais da Associação de Antigos Alunos de La Salle pela disponibili-dade, colaboração e solidariedade que sempre manifestaram ao longo do mandato. Obrigado! “Entramos para Aprender e Saímos para Servir.” A todos Feliz Natal e Bom Ano Novo.

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Associação Antigos Alunos La Salle

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O filósofo Immanuel Kant estabeleceu um dos maiores cânones da compreensibilidade humana: “O espaço e o tempo são os princípios a priori da inteligibilidade”. O tempo. Os anos e os dias. No devir da humanidade cada ano é um marco. Cada século é designado por uma ideia força ou por um pensamento e revela um estádio da evolução da humanidade. Na compreensão das etapas da história e da sua incidência nos tempos actuais temos necessidade de arrumar os factos nas prateleiras dos séculos e das décadas. E atribuímos a cada século uma desig-nação abrangente. E o ano de 2019 aparece-nos como convergência

de memoriais que assinalam datas de retrocessos

e também de progressos.

De entre os factos negativos poder-se-á assi-nalar: - 80 anos da implantação da ditadura espanhola (1939-1975), depois de uma guerra civil sangrenta que provocou um milhão de mortos. -80 anos do começo da II Guerra Mundial (1939-1945), com 50 milhões de mortos. Nestas sinalizações de hecatombes ocorre lem-brar o velho mito do eterno retorno, que vem desde os gregos de Parménides. Ele tornou-se numa dou-trina em Nietzche e teve repercussões em Sigmund Freud . Na aplicação do mito, estas hecatombes e

o bem e o mal seriam comandados pelo destino e repetíveis ciclicamente. O filósofo e romancista Milan Kondera reflectiu sobre este tema. Importa lembrar que nasceu em 1929, na Checoslováquia , e que lhe foi retirada a nacionalidade checa em 1979, aquando da invasão soviética que depôs Alexander Dubchek da “ Prima-vera de Praga”. Já no dia 5 deste mês de Dezembro de 2019, 40 anos depois, num gesto simbólico de elementar justiça foi-lhe devolvida a nacionalidade pelo governo da República Checa. No livro que a marcou as gerações da sua época, “A Insustentável Leveza do Ser” (1983), afirma que a a aceitação da teoria do eterno retorno “passaria a erguer-se como um bloco perdurável cuja estupidez não teria remissão”. A humanidade não suportaria esse peso. Ao contrário disso, só poderá erguer-se a leveza do esquecimento perante a fugacidade dos factos. E assim não será repetível a guilhotina de Robes-pierre. De outra maneira os franceses passariam a olhar para a sua revolução como pesadelo, pois ci-clicamente as suas cabeças rolariam para o chão. E, diremos nós, que a ditadura espanhola não repetirá ciclicamente a perseguição aos derrotados da guer-ra, nem será repetível o Holocausto, nem as fo-gueiras da Inquisição. Cada vida, cada facto, morrerá definitivamente. “ As nuvens alaranjadas do poente iluminam todo o encanto da nostalgia e do efémero, mesmo a guilhotina”.

DAS EFEMÉRIDES E DAS EMERGÊNCIAS ÀS ESPERANÇAS Por Carlos Borrego

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Associação Antigos Alunos La Salle

Dezembro 2019

Também o ano de 2019 nos aparece para assina-

lar memórias de progresso:

-500 anos da Viagem de Circum-Navegação por Fernão de Magalhães, para provar a esfericidade da Terra, constituindo um passo decisivo para uma nova compreensão do mundo e da sua finitude, an-tecipando Galileu Galilei. -60 anos da Declaração Universal dos Direitos das Crianças. Em 1959, sob a égide das Nações Unidas, os países membros subscreveram o documento. Um dos seus considerandos invoca que “a humanida-de deve à criança o melhor que tem para dar”. E o princípio Nº 7 proclama que “a criança tem direito à educação, a qual deve ser gratuita e obrigatória, pelo menos nos graus elementares”. 300 anos an-tes um iluminado de Reims e de Paris, Monsieur de La Salle, punha em prática os pressupostos destes direitos. -50 anos da ida à Lua. Na madrugada do dia 21 de Julho de 1969 pudemos ver Neil Armstrong a dar o primeiros passos no nosso satélite natural e ouvir a sua voz na frase: “é um pequeno passo para o Homem, um salto gigantesco para a Humanidade”. -30 anos da queda do muro de Berlim. No dia 9 de Novembro de 1989, o muro que dividia as duas Ale-manhas e o mundo em blocos -a Guerra Fria- tinha colapsado. E com ele deu-se o desmoronamento da União Soviética. Os estudantes romperam o medo e o muro. Outros muros terão de cair. Inevitavelmen-te. -60 anos do Colégio La Salle de Abrantes. Os Ho-mens-Bons de Abrantes e a Congregação de La Salle e o seu “Cônsul” em Portugal, Irmão Luciano Pacien-te , foram os obreiros do melhor colégio português entre 1959 e 1975. Dos seus 2000 alunos saíram muitas elites que nos cinco continentes empreen-deram desenvolvimentos em muitos sectores da vida pública. -300 anos de La Salle. S. João Baptista de La Salle foi o primeiro homem da história a compreender e a encetar um programa de educação para todas as crianças e a reconhecer o seu papel redentor das classes desfavorecidas. E não ignorou a educação de elites, quando fundou, a pedido de entidades oficiais, um colégio para nobres irlandeses residen-tes em França. Para essa tarefa teve a luz pioneira de criar uma Congregação de monjes/leigos (não sacerdotes), para a dedicação exclusiva às escolas.

Criou Escolas de Magistério, substituiu o ensino de latim pela língua materna a fim habilitar os alunos para a empregabilidade nos sectores do comércio e dos ofícios, substituiu o ensino individual pelo ensi-no de grupos e de classes e escreveu manuais es-colares e de pedagogia. Foi proclamado Padroeiro Universal dos Professo-res pelo Papa Pio XII, em 1952.

As emergências. A par destas memórias dos anos termina-dos no número 9 (designado em algumas publica-ções como número da sabedoria e da eternidade ou como símbolo das diversas tríades ou grupos de três), temos sobre os nossos ombros ameaças e sobressaltos, como os fenómenos das migrações e dos refugiados, da pobreza e da fome, das guerras e das perseguições, da corrupção e das emergên-cias climáticas. Na sequência de anteriores boletins da AAALaSALLE parece urgente voltar ao tema do cuidado do planeta Terra. Não se pretende fornecer informação ou pareceres. Eles estão disponíveis em todo o lado. Pretende-se colaborar no choque cívico, na mobilizaçlão individual, grupal e global, no con-vencimento de que esta cadeia em movimento será uma ferramenta ao nosso alcance para provocar decisões dos poderes políticos, sociais e empresa-riais, estes tão ausentes de todas cimeiras mundiais e tão alheios ao frémito da juventude e dos povos. É que salvar o planeta é salvar-nos. Focaremos, mesmo assim, alguns pontos : - Chega-se agora à conclusão que o conjunto de medidas programadas na Cimeira de Paris não che-

ga para limitar a subida da temperatura global a apenas a 1,5 graus célsius em 1930 . - Os microplásticos invadem os oceanos e a vida marinha, a par da contaminação oceânica provoca-da por toda a classe de navios. -Portugal já perdeu 13 km quadrados de território pelo galgamento marítimo da orla costeira. - Apesar dos movimentos cívicos os países produ-tores de petróleo e as companhias petrolíferas “as-sobiam para o lado” . Não aparecem nas cimeiras nem nos debates. Estão fora do planeta. -Os países mais poluidores não abrandam, na pressa dos ganhos na competitividade. - Mas as nações do sul serão e já são hoje as que mais sofrem com as transformações climáti-

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cas. Veja-se o fenómeno das migrações e da fome instalada. Mas não se lhes pode exigir o rigoroso cumprimento das medidas globais, quando isso põe em causa a sustentabilidade das suas nações e das suas gentes . Se os países desenvolvidos, pre-dadores das suas matérias primas, não prestarem colaboração activa no seu desenvolvimento , não será possível convergir para soluções eficazes . O problema é reconhecido pela OCDE e pelo seu res-ponsável, o português Moreira da Silva. Mas encontramos sinais de esperança: -A mobilização da juventude será a esperança maior. A apelidada geração rasca dos anos 90, que baixava as calças às ideologias e à política, apare-ce-nos hoje como uma juventude de causas. Os jo-vens sabem que não é a geração dos seus pais que vai sofrer as consequências das variações cli-máticas. Serão eles próprios. Agregam-se à volta dos seus ícones , como Greta Thumberg, e de mo-vimentos organizados como o “Fridays for Future”. E ainda nesta semana jovens oriundos de todas as paragens do mundo e concentrados em Madrid or-ganizaram uma “Contracimeira para o Clima” para forçarem os políticos da Conferência das Partes-COP 25- a tomarem medidas convincentes. Eles desper-tam a sociedade e os média para o grande con-fronto.- A Declaração de Emergência Climática pelo Parla-mento da União Europeia no dia 28 de Novembro deste ano de 2019 veio dar almofada política para a tomada das melhores decisões por parte da Comis-são Europeia e dos governos nacionais da União. E a mensagem da Comissão presidida por UrsulaVon derLeyen é aliciante: o “green deal” que ela defende incluirá o objectivo de reduzir em 55% as emissões de gases com efeito de estufa até 2030, contra o compromisso anterior de 40%. Assim a U.E. quere-rá liderar as estratégias mundiais a favor do clima. Recorde-se que o Parlamento Português aprovou o estado de emergência climática em 5 de Julho des-te ano, graças à pressão de jovens portugueses do movimento “Fridays for Future” à porta do Altice Arena, facto de que o nosso Boletim Nº 7 se fez eco. -Também podemos ver pistas de esperança em muitos responsáveis institucionais de grandes or-ganizações mundiais: Em Guterres e na ONU. Na U E. Na OCDE , no Papa Francisco e nos membros

progressistas da Igreja Católica e de outras igrejas cristãs. -Os grandes fóruns mundiais são palco para vitó-rias e de diplomacia convergente amiga do ambien-te. Não faltarão hipocrisias nestes contextos, mas esperamos compromissos .justos e eficazes.-Também a Igreja Católica vem prestando força à consciência colectiva. O Papa Francisco convocou para o Sínodo Pan-Amazónico todos os bispos dos territórios circundantes do grande rio Amazonas. Na busca de caminhos para uma nova intervenção no documento final os Bispos denunciaram as amea-ças que pairam sobre os seus povos:” negação dos direitos humanos, sociais , culturais e económicos, exploração ilimitada da floresta segundo a lógica de um sistema económico predador e consumista”. Espera-se que o magistério de influência do Papa e dos Bispos possa alcançar frutos valiosos na salva-ção da floresta da Amazónia, na questão indígena e na salvação do chamado bioma da Mata Atlântica. Igualmente o Sínodo abriu vias para o exercício de uma nova pastoral religiosa, com a possibilidade de ordenação sacerdotal de casados e a elevação do estatuto das mulheres para missões mais elevadas e mais responsáveis na hierarquia católica. São si-nais de novas expectativas.

E na quadra natalícia que se aproxima elevamos o coração para uma esperança superior, para aquilo que nos transcende e para a alegria dos anjos, dos pastores e de todos os homens de boa vontade pe-rante a “eterna criança” que abraçará , mais tarde, toda a sorte de excluídos e nos ensinará a rezar a oração fabulosa do “pai-nosso”, aquela que pede ao Pai o pão nosso de cada dia para todos nós.

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É UM ORGULHO SER DE LA SALLEParabéns pelos 300 anos do Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs

Por David Macedo

A Comunidade Educativa de La Salle de Barcelos e a Associação dos Antigos Alunos foram os organi-zadores da Semana Cultural que encerrou as cele-brações dos 300 anos da existência do Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs, a qual decorreu entre os dias 18 a 22 de novembro, na Biblioteca Municipal de Barcelos. Os organizadores da efeméride estão de parabéns porque elaboraram um programa rico, com sessões onde se ouviu boa música; onde se declamaram belíssimos e variados poemas; onde se apresentaram ideias inovadoras e promisso-ras sobre a escola de hoje e de amanhã e falou--se também do empreendedorismo e motivação: “No La Salle somos +!”. José Carlos, presidente da Associação dos Antigos alunos de La Salle, no final da Semana, era uma pessoa feliz, porque segundo ele “tudo correu muito bem. Superou as expecta-tivas iniciais. Houve variedade na programação, as conferências foram proveitosas e a música e poesia emergiram naturalmente com muito profissionalis-mo e encanto. Reconheço também o apoio genero-so dos Irmãos que realizaram uma grande exposi-ção. Uma Semana que deu visibilidade ao La Salle em Barcelos e em Portugal”.

As celebrações do tricentenário de “La Salle – 1719-2019 – um Coração, um Compromisso, uma Vida” culminaram com a Semana Cultural que se realizou em novembro, programada a rigor acabou por ser

um sucesso e um “grito” de que La Salle quer conti-nuar em Barcelos por muitos mais anos.Neste ponto devemos destacar duas pessoas que foram incansáveis e tudo fizeram para que nada falhasse: o Irmão Óscar Lerones, atual diretor da Comunidade dos Irmãos de Barcelos e José Carlos Ferreira, presidente da Associação dos Antigos Alu-nos de la Salle. Estão de parabéns!

Programa rico e variado:Dia 18 - No ato inaugural da Semana, que se reali-zou na Biblioteca Municipal de Barcelos, intervie-ram José Carlos Ferreira, presidente da Associação dos Antigos Alunos de la Salle, Carla Figueiredo,

diretora pedagógica do colégio La Salle e o Ir. Óscar Lerónes, diretor da Comunidade dos Irmãos de Barcelos. O Coro do colégio, ensaiado pela professora Rosa Oliveira, a todos deliciou com duas belas canções “Stand by me” e “imagine”. Por úl-

timo, inaugurou-se a espetacular exposição, pensa-da e concretizada pelo Ir. Óscar, na qual podemos percorrer todos os âmbitos lassalistas: da escola à catequese; dos valores ao estilo pedagógico; da fraternidade ao serviço. Espetacular e original, a

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exposição destacou o nascimento de um santo; a sua obra, fruto da “loucura”, uma obra maravilhosa reconhecida mundialmente, e finalmente as terras portuguesas que tiveram o privilégio de ter os Ir-mãos como educadores.

DIA 19 – Empreendedorismo e InovaçãoDois antigos alunos: António Ressurreição e Ma-nuel Cortez, apresentaram as qualidades de um

bom empreendedor e a importância da Ino-vação no mundo dos negócios. Ambos em-preendedores, refor-çaram o conteúdo das intervenções com a sua própria história de vida, na qual, ambos, reforçaram a impor-

tância da educação recebida no La Salle para as fu-turas caminhadas encetadas por eles. Destacaram dentro dessa formação lassalista: o gosto pela lei-tura, a disciplina, a música, a cultura do trabalho, o exemplo dos Irmãos… A moderação esteve a cargo de Luís Miguel Novais, um jovem empreendedor, e também ele antigo aluno do La Salle.

Dia 20 – Noite de PoesiaA poesia abrilhanta, condimenta a Semana Cultu-

ral. As declamações estiveram a cargo de Aurelino Costa, advo-gado da Póvoa de Var-zim, que se fez acom-panhar do guitarrista Carlos Costa e de Má-rio Vale Lima, médico Psiquiatra oriundo de

Vila Cova, Barcelos. Ambos declamaram com re-quintado profissionalismo poemas belíssimos escri-tos pelos grandes poetas portugueses.

No dia 21 – Que Escola para Hoje? E para Amanhã?Sandra Macedo, professora e formadora, e Artur Rodrigues, professor universitário e antigo aluno, falaram sobre os novos desafios que hoje a escola moderna exige aos alunos e professores, dos novos paradigmas da escola que se pretende para o futu-ro e das metas que o sistema educativo português exige aos alunos no fim da escolaridade obrigató-ria. Artur Rodrigues, baseando-se em sondagens e estudos realizados ultimamente, destacou alguns dos problemas que emergem do sistema educati-vo português e defendeu, a exemplo da Holanda,

que a escola deveria ser livre para escolher o seu Projeto Educativo, a exemplo da Escola de La Salle. A moderação esteve a cargo da Armandina Saleiro, professora e vice-presidente da Câmara Municipal de Barcelos.

22 – Noite de FadosEsteban de Véga, Ir. Provincial do setor de Vallado-lid, ao qual o colégio La Salle de Barcelos perten-ce, deslocou-se a Portugal para fazer o discurso de encerramento da Semana Cultural; nele, para além de descrever todas as atividades que se realizaram ao longo do ano, no âmbito da efeméride, elogiou e agradeceu profundamente a todos os que esti-veram envolvidos nessas atividades que serviram para honrar o Fundador e para prestigiar obviamen-te uma obra tão nobre e honrar os 300 anos da fun-dação das Escolas Cristãs.

João Guiomar, antigo aluno do Colégio de La Salle de Abrantes, que leva La Salle no coração, profes-sor por profissão e fadista por vocação, deu um ex-celente concerto de fado acompanhado por Mike Martins na guitarra por-tuguesa e Daniel Paredes

em guitarra clássica.

O público, presente no auditório, adorou o espetá-culo, aplaudiu efusivamente cada fado que o João interpretava, chegando mesmo a cantar com ele. Noite bela que encerrou com uma “lagrimazinha de saudade” e da melhor forma possível uma Semana Cultural que ficará para memória futura.

Agradecimentos:1.- APC Instrumentos Musicais Ldª (Braga) pela ce-deram de dez guitarras portuguesas pintadas à mão pelo artista Norberto Nunes, ilustrando os X Cantos d’Os Lusíadas, que embelezaram o palco onde de-correram as atividades durante a semana. 2. “Som das Palavras” – pela montagem do som na noite do Fado.2.- À Câmara Municipal de Barcelos pela cedência do espaço da Biblioteca Municipal de Barcelos onde decorreram os espetáculos e esteve patente ao pú-blico a Exposição.3.- Ao La Salle - Barcelos e AaadelaSalle (Associa-ção de antigos alunos)4.- Aos antigos alunos: Rogério Duarte, Francisco Areias, António Oliveira e Fernando Paulo

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ENCONTRO DE BUJEDOCrónica de João Oliveira

No fim de semana de 27 a 29 de setembro dete ano de 2019, numa aventura dinamizada pela As-sociação dos Antigos Alunos de La Salle, um grupo de 22 audaciosos e convictos lassalistas fizeram-se à estrada para participarem em mais um encontro desta grande família na casa-mãe da Congregação na Península Ibérica, o “Monastério de Santa Maria de Bujedo”.

1º Dia – Rumo ao DestinoToda a logística foi assumida pelo Presidente da Di-reção da Associação, José Carlos Ferreira. Parabéns pela sua capacidade organizativa e agregadora de consensos.Partida: Colégio S. Caetano, Braga. Destino: Valla-dolid e Bujedo.Tendo viagem decorrido sem sobressaltos, chega-mos à Residência de Aracas Reales, em Valladolid, onde fomos recebidos de forma carinhosa pelos Ir-mãos Pedro Ozalla, AmâncioTudanca, Pablo de Blás e Pablo Santamaria, que ficaram encantados por nos reverem. Já no final do almoço, e apelando à boa vontade do Irmão Aquilino, pudemos visitar o Irmão Emílio Lopez Mazariegos, que foi colega, pro-fessor e diretor, em Barcelos e em Abrantes. Apesar da sua saúde débil, foi um momento de muita emo-ção poder cumprimentar e trocar afectos com esta figura marcante da nossa juventude.Na viagem para Bujedo fizemos uma paragem téc-nica em Pancorbo, povoação encravada na muralha

rochosa dos Montes Obarenes, num desfiladeiro apertado, onde as tropas napoleónicas foram der-rotadas pelas forças peninsulares.Passámos depois pelo bucólico e belo Monumen-to ao Pastor, em Ameyugo. É constituído por três grandes esculturas de pedra das quais se destaca a figura de um pastor com cerca de 7 metros de altura. Foi inaugurado em 1961 pelo General Fran-cisco Franco, então Chefe de Estado de Espanha. O colega de viagem, Carlos Borrego, testemunha vivo do acto inaugural, contou que , quando o grupo de escolásticos se encontravam no único corredor estreito e prontos para cantar a Ave Maria de Pa-lestrina, logo foram sacudidos pela Guarda Civil, e tiveram, literalmente, de encolher as barrigas para deixar passagem ao General.Já em Bujedo fomos recebidos pelo Director da casa, o Irmão César Ruíz, nosso conhecido de Braga, onde foi Director do Colégio de S. Caetano.Quase em simultâneo também chegou um nume-roso grupo de ex-alunos de La Salle de Valladolid, cerca de 60. São uma mostra genuína e sincera de amizade e de cultivo dos valores de La Salle. E tem sido com eles que lassalistas portugueses, também já há alguns anos, temos partilhado alegrias e con-fianças. São também uma razão de ser da nossa ida a terras bujedanas.

2º Dia – À descoberta do património.Visitamos o Museu/ Biblioteca do mosteiro. Acede-

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mos a este espaço através de uma imponente es-cadaria em cujas paredes estão suspensos enormes quadros alusivos aos Irmãos das Escolas Cristãs. O volumoso corrimão, em madeira de riga, foi produ-zido nas oficinas do Colégio S. Caetano, em Braga. O Museu ocupa um enorme espaço distribuído por várias salas, mesmo assim exíguo para albergar o seu enormíssimo espólio. A visita foi orientada pelo Irmão Carlos Cantalapiedra, responsável pela biblioteca e museu, a que apresentamos felicita-ções e agradecimentos.Seguiu-se subida a uma colina sobranceira ao con-vento, com uma cruz no alto, donde se contempla uma paisagem esplendorosa.Empreendemos depois a visita a Cellorigo, vila altaneira, configurada como “Púlpito de La Rioja”. Desfruta-se uma vista fabulosa sobre as planícies da Rioja e Castela e é enquadrada bem ao longe pela Sierra de La Demanda. A visita a esta localida-de permitiu reviver aventuras antigas por parte dos ex-escolásticos.De tarde partimos para a cidade de Santo Domingo de La Calçada. A sua catedral tem a particularida-de de albergar permanentemente um galo e uma galinha, com substituições periódicas. Com uma lenda semelhante à história do galo de Barcelos e de outras lendas referenciadas nos caminhos de Santiago, quer-se provar que os crimes imputado aos peregrinos eram sempre manobra de crimino-sos locais.À noite, e já depois do jantar, a esposa do autor destas linhas, Filomena Oliveira, retribuindo gestos

de amizade, ofereceu a todos os elementos femini-nos uma pequena lembrança: um anjinho feito com cápsulas de café, que foi do agrado de todos. Ter-minada a refeição, demos início a um momento de animação musical. A plenos pulmões e com grande entusiasmo, cantamos as mais diversas canções, desde as mais populares às mais eruditas. A pla-teia ficou entusiasmada com a qualidade vocal, a afinação e a euforia dos “portugas”. A interpretação da canção “Grândola Vila Morena”, de Zeca Afonso, foi a mais apreciada e tivemos de a repetir várias vezes.

3º Dia – Eucaristia, despedida e regresso a BragaPelas 10 horas participamos no momento mais alto da nossa viagem. Com toda a comunidade parti-lhamos a Eucaristia, celebrada na igreja românico/gótica conventual. Foi uma hora de excelência, na fé, no abraço fraternal, na música e na sonoridade do órgão de tubos, na renovação dos compromissos em La Salle.Terminada a Santa Missa, o Irmão Esteban de La Vega, Visitador Adjunto, o Irmão César Ruiz, Diretor de Bujedo, o Irmão Tomás Vega Garcia, responsável por toda a logística da nossa estadia, e os restantes Irmãos que passaram por Portugal foram presente-ados por nós com os melhores vinhos portugueses.Seguiu-se uma visita ao “museu” das mariposas. Com o Irmão Pantaleón, engenheiro agrónomo de formação, a dissertar, tivemos o privilégio de admi-rar a maior e mais preciosa colecção do género de toda a Espanha. Uma beleza e uma ciência.

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AKUABA UM CENTRO LASSALISTA FORA DO NORMAL

Texto do Irmão David, Professor/Educador e Director do Colégio S. Caetano de Braga. Nos últimos anos foi missionário na Costa de Marfim, e está novamente em Braga. Descreveu para o Boletim Nº 8 este testemunho. Tradução de Cesáreo de Dios Cid.

Momento muito importante para todos nós foi a ida ao cemitério onde repousam os restos mortais dos Irmãos que, de alguma forma, marcaram as nossas vidas. Entre outros referimos os que faleceram em 2019: o Irmão Iglésias Gil (Diretor do Colégio de Bar-celos entre 1954-58; 1966-70 e 1982-86) e o Irmão Javier Riaño Bastamante. Pela voz de Carlos Borre-go, em nosso nome, foi-lhes prestada uma sentida homenagem.

Após o almoço, reunimo-nos para as fotografias de família e encetamos a viagem de regresso, que de-correu com toda segurança.

Fez-se uma paragem para o jantar. E antes de rei-niciarmos a marcha, o decano do grupo e Presiden-te da Assembleia Geral da Associação dos Antigos Alunos de La Salle, Carlos Borrego, em seu nome pessoal e do Presidente da Direção, agradeceu a todos a presença e a partilha de momentos de ami-zade e boa disposição e, de uma forma muito espe-cial, agradeceu a presença das esposas dos antigos alunos pela sua jovialidade e companheirismo.

Pelas 22 horas chegamos ao local de partida, o Co-légio de S- Caetano. Em Braga.Parabéns a todos pela amizade e pela camarada-gem demonstradas. A vida tem destas coisas. Va-mos continuar a desfrutá-la.

Estamos na Costa de Marfim, um país localizado na África Ocidental. Limita ao Oste com a Libéria e Guiné Conakri, a Norte com Mali e Burkina Faso e a Este com Ghana. Possui paisagens diversas, tais como a savana desértica e a selva virgem. No Sul há praias enor-

mes. A zona mais pluviosa caracteriza-se por gran-des plantações de produtos para a exportação: café, cacau, bananas, borracha. Continua as boas relações com a França, desde a sua independência em 1960. A diversificação da agricultura e o estímulo dos investimentos fizeram da Costa do Marfim um dos países mais prósperos da África. 77% da população é considerada costa-marfi-nense, agrupada em diferentes etnias e grupos linguísticos. Falam-se em 65 idiomas. Um dos mais comuns é o dioula. O francês é o idioma oficial, e é ensinado nas escolas. Aproximadamente 20% da população são traba-lhadores dos países vizinhos: Libéria, Burkina Faso e Guiné, facto que provoca uma tensão crescente, pois os marfinenses vêem-se privados das suas terras e invadidos por estrangeiros. Entre 2010/2011 veio a verificar-se uma crise po-lítica e social: após as eleições, os dois candidatos

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concorrentes proclamaram-se vencedores. Os con-frontos geraram a morte de 3000 pessoas e a des-localização de quase um milhão de pessoas. A violência está considerada como uma atividade normal e legítima. A realidade é que, tanto o Estado e a comuni-dade civil falharam na educação de muitas crian-ças. Podemos encontrar crianças da rua em bairros com uma grande concentração humana nos quais, empurrados pelos pais, são obrigados a assumir a responsabilidade de se alimentar e alimentar a fa-mília.A isto junta-se a dificuldade da planificação familiar. Há famílias com 15 filhos.

LA SALLE ENTRA EM ACÇÃO. Os Irmãos das Escolas Cristãs, desejosos de vi-ver o seu carisma na esfera eduacativa ao servi-ço dos pobres, criaram uma nova comunidade: Le Foyer Akwaba. Lar La Salle em Abobo Avocatier, em 18 de fevereiro de 1996. Nesse mesmo ano a BICE (Bureau International Catholique de l´Enfance), juntamente com o município de Abidjan, decidiram apoiar e construir o lar. Em Dezembro de 1998, com o financiamento da “Agencia de Cooperación Española”, da ONG Proy-de de Espanha-Madrid, começaram as construções, que finalizaram no princípio do ano lectivo 1999-2000. O Lar Akwaba, é também conhecido como Lar De La Salle. E no dia 8 de Abril de 2000 teve lugar a inauguração oficial do Centro na presença das au-toridades do governo, autoridades religiosas e di-versas ONG, com capacidade para 50 crianças, em regime de internato. O Lar está situado num bairro de gente pobre, com muita miséria e sujidade. Muitas das suas ruas estão, literalmente, cobertas de porcaria, águas su-jas e dejectos. Existem poucos passeios e o alcatrão é um privilégio. As casas, lentamente, vão-se mo-dernizando com vários quartos, quarto de banho, água e eletricidade, embora a água, muitas vezes, tenha de ser comprada. O Centro parece um OASIS no meio de uma zona degradada e mal cuidada. Está dentro de uma cerca e no interior existem vários edifícios. Tem uma sala de jantar, cozinha para crianças, 3 dormitórios, um edifício administrativo e biblioteca. No Lar trabalha-se fundamentalmente com crian-ças resgatadas da rua, e que foram recrutadas pelos Irmãos, pelas autoridades e pelos juízes da tutela e gente de boa vontade nos bairros problemáticos. As crianças da cidade estão na rua e nela vivem e dormem. Na realidade não têm pais ou fugiram de casa. Outras são crianças da guerra que se de-

dicam à prostituição ou são conotadas com a bru-xaria. Vivem mendigando, roubando, dançando ou apelando à compaixão, mostrando as suas chagas, tinha ou sarna.

OBJETIVOS A CURTO PRAZO: O internato acolhe as crianças durante o tempo necessário para conseguirem estabilização, e por um período de 4 anos. Procura-se as suas famílias, tentando a reconciliação e reinserção familiar e or-ganizar projectos.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Para conseguir o desenvolvimento integral e a inclusão social dos chamados “Meninos da Rua” e outros em situação de risco, o Lar La Salle propôs--se os seguintes OBJETIVOS: Facilitar a atenção e ajuda a crianças que vivem na rua em risco de exclusão social - Estabelecer uma relação de acompanhamento para consigam fazer a sua própria avaliação – Envolver neste projecto os associados, os utentes e os gestores - Reinserir len-tamente as crianças no sistema educativo através da escola ou da aprendizagem – Educar nos valores e ajudando-as a confiar nas suas forças e recursos – Estabelecer vínculos com os pais para que os filhos voltem para suas casas e recuperem o sentido da responsabilidade. Os pilares do centro: a escola, a organização e um regulamento interno. Há reuniões periódicas com os 6 grupos, assim divididos: Grupo das Abelhas, para os mais peque-nos, Grupo dos Galos, Grupo das Águias, Grupo dos Lobos, Grupo dos Leões, Grupo dos Castores. As reuniões são conhecidas pelo nome de Tu-torias. Apresenta-se um tema de estudo com per-guntas pertinentes que devem ser respondidas por grupos. Posteriormente é feita uma aposta em co-

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mum na base da palavra Apatam. Cada grupo é formado por um chefe e um sub-chefe, encarregados de manter a ordem e controlar o comportamento do seu grupo. E aos domingos, ao anoitecer, ao ar livre, faz-se uma reunião por cada grupo, onde se apresenta e examina o respectivo comportamento. O controlo de cada aluno é feito de forma rigorosa, para se saber em cada momento onde se encontra. Faz-se através de cânticos para que se apresentem imediatamente nas concentra-ções, a fim de iniciar uma nova atividade. Qualquer atraso é sancionado. PARA FINALIZAR Este árduo trabalho da missão lassalista repre-senta um pequeno milagre que faz com que a criança da rua possa voltar um dia para o seu lar, e tal não seria possível sem a presença do Centro La Salle. A comunidade de Irmãos de La Salle é consti-

tuída, neste momento, por Josep Enrique Escaño Durán (Catalunha), Régis Palenfo de Burkina Faso e David Cachazo (Salamanca) Colabora com os irmãos um grupo admirável de comunidades religiosas: Irmãs de Notre Dame de Nevers, na escola. E as Irmãs de L’Ange Gardien recebem no seu dispensário todas as crianças para consultas médicas.

ENTREVISTA A ARTUR RODRIGUESEx aluno do La Salle

Por David MacedoQuem é o Artur Rodrigues?Doutorado em Ciências Empresariais (Universidade do Minho), do Departamento de Gestão é professor Associado com Agregação.Atualmente, com 48 anos de idade, é membro do Departamento de Gestão da Universidade do Minho e membro da unidade de investigação NIPE.Desempenha desde Outubro 2011 o cargo de Vice-Presidente da Escola de Econo-mia e Gestão da Universidade do Minho, tendo assumido o cargo de Presidente do Conselho Pedagógico da mesma Escola entre Abril de 2013 e Outubro de 2017. Foi diretor adjunto do Departamento de Gestão.

Colaborou, entre outras entidades, com o Tribunal de Contas, o Ministério da Economia, a Universidade de Milão - Bicocca, a Universidade de Roma - Tor Vergata.Foi Auditor Júnior da Ernst & Young.

Artur - “ Foi no La Salle que comecei a criar o meu projeto pessoal de vida”

… Família?ARTUR - Nasci em Barcelos, a 26 de agosto de 1971, morei um ano em Alvelos e depois a minha família fixou-se cá, em Barcelinhos. Sou o primogénito da família, filho de Laurindo Rodrigues e Luzia Pereira; tenho dois irmãos; estou casado e com dois filhos.

…Percurso escolar? Artur - Depois da Primária, ingressei no colégio La Salle, em 1981, onde permaneci cinco anos; fiz o secundário em Alcaides de Faria. Depois de cinco anos no Porto, acabei a licenciatura em Economia;

um ano depois, contrariando a minha vontade de não querer ser professor, entrei na Universidade do Minho, onde tirei o doutoramento. O meu trabalho atual está entre a Economia e a Gestão. Gosto de ser mais académico do que gestor académico.…Recordar a passagem pelo La Salle como aluno?Artur - Uma escola que me marcou muito. Embora tenha alguma dificuldade em me lembrar de cer-tos pormenores, recordo bem a minha chegada ao colégio. Fomos carinhosamente recebidos. Éramos poucos, duas turmas, uma de Francês e outra de Inglês, 60 alunos ao todo. Entramos acompanhados

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dos pais e fomos recebidos pelo Ir. Martinho Curral, diretor pedagógico, que a todos nos entusiasmou. Ao longo da minha estada no La Salle, sempre senti um ambiente de proximidade, grande familiarida-de, uma grande abertura por parte da Comunidade dos Irmãos e dos professores, muita alegria, muita camaradagem. Quando saí, no final do nono ano de escolaridade, o colégio tinha crescido muito e o ambiente era muito bom. Havia muito desporto, ati-vidades variadas, visitas de estudo, respeito e dis-ciplina. Tudo fluía, porque existia um Projeto Edu-cativo sólido, assente num Ideário Lassalista, o qual oferecia aos alunos uma educação integral. É difícil encontrar uma escola que tenha marcado tanto os alunos.

…havia algo mais para além da dimensão acadé-mica?Artur – A dimensão académica de colégio, hoje, re-conheço ser melhor do que a do meu tempo, claro que as realidades são diferentes. Mesmo assim, no meu tempo, havia bons alunos graças a um ensi-no de qualidade, ligado a uma cultura do trabalho onde os “furos” não existiam, por exemplo. O que distinguia o colégio era e é o seu Projeto Educativo que procurava dar resposta a outras apetências e necessidades que iam muito para além do aspe-to académico. Havia, e nós sentíamos que nos era apresentada, uma proposta de Educação em Valo-res, concretamente no valor da responsabilidade, criatividade, justiça, convivência, interioridade e transcendência.

… uma escola que permitia uma abertura à trans-cendência? Artur – O La Salle foi de facto, e acredito que ain-da o seja, uma escola que convida e ajuda toda a Comunidade Educativa a descobrir a sua dimensão transcendente. Como escola Cristã, possibilita viver a experiência do compromisso Cristão, fundamen-

tado no Evangelho e nos valores de Jesus de Nazaré, descobertos em processos de crescimento pessoal no seio da comuni-dade. Nós os alunos, a partir das nossas escolhas pessoais, encontrávamos opor-tunidades para traçarmos os nossos pró-prios itinerários pessoais acompanhados pelos adultos, celebrando a nossa fé e o nosso compromisso.

…Estiveste nos primórdios dos Grupos Cristãos?Artur – O Grupo Cristão começou mais a sério quando eu andava no oitavo ano, o

nosso orientador era o Ir. Joaquim, o qual procura-va incutir-nos certos valores humanistas, ajudan-do-nos a personalizar mais a nossa fé, a ver Jesus como alguém muito próximo e amigo, a aprofundar a fé a partir da leitura dos Evangelhos. Com a che-gada do Ir. Alberto Ortiaga, que entrou no colégio quando eu estava de saída, a atividade dos grupos evoluíram para melhor. Nós, que entretanto tínha-mos abandonado o colégio, continuávamos a ter, semanalmente, a reunião do grupo, e no final do ano tínhamos atividades de verão, onde íamos aju-dar famílias para as aldeias profundas.

… Uma formação especial que exigia ação, compro-missos?Artur – A formação que recebíamos nos grupos obri-gava-nos a olhar para dentro desde uma perspeti-va de fé e nos exigia um compromisso. Nos nossos projetos pessoais entrava a generosidade. Sentí-amos que era importante sermos generosos com o nosso tempo, por isso nasceu as Campanhas de Natal, a campanha “Um Livro para Moçambique”, os Campos de Trabalho. Um dos últimos passos neste percurso interior era a vida em Comunidade. Reco-nheço que foi um sonho da juventude, que ainda hoje continua a ser alimentado. Ainda hoje tenho um grupo de amigos com os quais partilho a minha vida e a minha fé. Temos reuniões semanais e sen-timo-nos em comunidade.

… e a SOPRO… como surgiu?Artur – A SOPRO (solidariedade e promoção) surgiu naturalmente, na sequência de muitas ações que tínhamos iniciado e estávamos a fazer. Como disse anteriormente, participávamos ativamente na Cam-panha de Natal, um projeto da escola, sustentado nos grupos e nos professores; nos Campos de tra-balho, que se realizavam no 11º ano, onde ajudáva-mos famílias carenciadas… Para muitos de nós isso não era suficiente, queríamos mais. Foi então que o

Artur – segunda fila, o terceiro da direita

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Natural de Abrantes, embora se sinta do Tramagal, aluno do Colégio La Salle de Abrantes no 6.º e 7.º anos do liceu. Engenheiro de formação e profis-são, com exercício de importantes cargos ao longo

ENTREVISTA A ENG. CARLOS ALBERTO MINEIRO AIRES BASTONÁRIO ORDEM DOS ENGENHEIROS

(Antigo aluno Colégio La Salle de Abrantes 1967-1969)

Ir. Manuel nos desafiou a olhar para Moçambique, a primeira atividade foi uma simples campanha: “Um Livro para Moçambique”. Correu muito bem. O Ir. Manuel foi fulcral neste trabalho e desafiou-nos a fazer muito mais do que isso, e a partir dai nasceu a SOPRO. Para nós “ser cristão é ver que o que temos não é só nosso, é um dom de Deus para por ao ser-viço dos outros, para o mundo”.

…Na sociedade de hoje há lugar para uma Escola Cristã?Artur - Na discussão que houve a propósito do fim das Escolas com Contrato de Associação, muitas de-las ligadas à igreja, eu manifestei-me contra o en-cerramento. Sobre esse assunto, tenho uma visão clara. Concordo que o Estado deve ser laico, mas não anti anticlerical ou contra outras manifestações de fé. O Estado tem de garantir, a quem quiser, uma educação laica, neutra, onde haja lugar para todos. Contudo, concordo que no nosso país, a exemplo de vários outros na Europa, há lugar para outros Projetos Educativos independentes ou ligados à di-mensão religiosa. Os pais deveriam poder escolher o Projeto Educativo para os seus filhos. Formatar tudo e todos da mesma forma, a mim choca-me. O projeto de La Salle, que era muito mais do que um

projeto educativo cristão, tinha tudo para dar certo. E foi um erro, uma injustiça acabar com ele.

… Como vês o futuro o La Salle, como escola parti-cular?Artur - Por questões ideológicas, em 2017 o Go-verno português fechou muitas das escolas com contrato de Associação, acabando dessa forma com Projetos Educativos abertos a todos e os quais eram estimados e queridos pelos pais e pela comunidade envolvente. O colégio, como está hoje, tem pernas para andar. Precisa de apostar na excelência e con-tinuar aberto a projetos como o “FASA”, a fim de proporcionar a alunos mais carenciados a possibili-dade de permanecer na escola.

Entrevista conduzida por Albino Ramalho

da vida no âmbito empresarial e da administração pública. Actual bastonário da Ordem dos Engenhei-ros, reeleito para um segundo mandato iniciado em Fevereiro de 2019. Foi na sede desta Ordem que gentilmente acedeu a testemunhar, e em discurso directo, para este Boletim, as suas recordações do Colégio. Gratos por isso.

Boletim: Quais, em sua opinião, as motivações dos seus pais ao proporcionar-lhe uma instituição de ensino como o La Salle de Abrantes?Carlos Mineiro Aires: Vou ser muito franco. Talvez não tivesse sido a primeira escolha dos meus pais, se no contexto de Abrantes houvesse outras alter-nativas. Com um pai oficial do Exército teria sido re-lativamente fácil o meu ingresso no Colégio Militar. Mas, para a minha mãe os filhos deveriam estar ao pé dos pais. Não fosse isso, o meu destino seria o Colégio Militar e o da minha irmã o Instituto de Odi-velas. Como a minha mãe estava em casa, e o tra-

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balho das mães era dedicado à educação e o cuida-do da casa e dos filhos, foi essa a razão principal por ter ido para o La Salle. Acresce que os meus amigos já lá andavam e tinha boas referências. Se o Colégio fosse mau, certamente não tinha ido para lá.

Boletim: Tendo entrado para o antigo 6.º ano do liceu, apenas dois anos frequentou o Colégio. Que impressões iniciais e que memórias guarda hoje desse tempo?Carlos Mineiro: Confesso que não tive dificuldade em adaptar-me. Como já referi, muitos dos meus amigos já lá andavam. Como qualquer jovem, entrei muito apreensivo porque não sabia o que me es-perava. Quando se entra num colégio com a marca de uma congregação religiosa como a do La Salle, isso causa-nos alguma apreensão. E a surpresa foi encontrar um corpo docente e a estrutura de todo o Colégio em que os Irmãos, é deles que falo, eram pessoas normais, nossos amigos. Alguns percebiam as nossas preocupações e ansiedades. Se me viam triste ou menos bem, abordavam-me no sentido de perceber o motivo. Aconteceu-me várias vezes. Não no sentido de tentarem entrar na minha vida, mas de me ajudar. E a verdade é que me aperce-bi que tinha ali ao meu lado um irmão mais velho, nalguns casos um pai, com o qual eu tinha um rela-cionamento que, em alguns casos, não tinha com o meu pai, e a quem era capaz de contar coisas que em casa não contaria. Isso ajudou-me muito. Pessoas e ensino de excelência; sem pressões para me obrigarem ir à missa, apesar do ambiente re-ligioso do Colégio; a liberdade, hoje politicamente incorrecta, de os alunos mais velhos já poderem fu-mar; mentalidade aberta à discussão de quaisquer temas, da sexualidade à política e até a visão e discussão de filmes censurados à época... marcas indeléveis da singularidade educativa do Colégio.

Boletim: Em sua opinião, que aspectos especial-mente inovadores da dinâmica educativa do La Sal-le ainda hoje válidos para a formação de cidadãos empenhados no desenvolvimento e melhoria da sociedade?

“O Colégio ajudou-me a ultrapassar a barreira da gaguez”

Carlos Mineiro: O colégio tinha duas ou três ver-tentes que importa realçar: instalações e meios de excelência, em que nada faltava, e professores de excelência. Independentemente da faixa etária, uns mais velhos, outros bastante novos, todos conse-guiam encaixar dentro de nós. Éramos muitos, in-

ternos e externos, turmas muito grandes, mas os professores conheciam cada um de nós exacta-mente à medida. E uma das coisas que não pos-so esquecer é que eu na altura era extremamente gago, tinha mesmo grande dificuldade em falar e confesso que a gaguez passou um bocado ali no Colégio. Era tímido, tinha medo de quase tudo, de falar, de abordar as pessoas e o ambiente de con-fiança e de relaxamento criados, ajudou-me muito a vencer aquela barreira. Foi assim que me libertei de uma preocupação constante que era a aproxi-mação aos outros.

Boletim: No actual contexto da educação em Portu-gal, ainda hoje se justificam instituições educativas do género do La Salle que frequentou? Carlos Mineiro: Acho que há aspectos em que o Co-légio se antecipou em décadas. Hoje chamam-se "soft skills", capacidades que paralelamente vamos adquirindo. O Colégio distinguia-se pelas manifes-tações culturais: uma grande aposta na música, com a tuna e o conjunto rock "Os Tunos", as discus-sões suscitadas em torno das sessões de cinema, tudo isso contribuía para nos despertar para as-suntos que complementam a educação. Na minha óptica, com as devidas adaptações, estes modelos devem ser mantidos na educação. Trata-se, na ver-dade, de formar para a vida, com valores que não podem ser postos em causa, os valores humanos universais, valores que têm de continuar a ser incu-tidos às pessoas para que cada um ao longo da vida saiba perceber o que está bem e o que está mal e como deve interagir. No fundo, estamos a falar de questões éticas, deontológicas e comportamentais. E esses valores novos estavam lá, basta ler a carta de princípios do Colégio, valores que são a essência da preparação de quem quer ser alguém na vida e para estar bem consigo mesmo, pois se é importan-te estar bem com os outros, muito mais o é estar bem consigo mesmo.

Boletim: Olhando para o seu percurso pessoal e profissional, em que medida a sua passagem pelo Colégio influenciou esse percurso? Carlos Mineiro: Não tenho dúvidas de que há dois aspetos que me influenciaram. Passei em muitos sí-tios, mas o único de que guardo memórias foi des-te. E guardo memórias do 1.º e 2.º anos da Univer-sidade. Depois o meu pai foi para Angola e eu fui lá ter com ele. Foram anos muito marcantes, esses entre os 16, 19 ,20 anos, ligados a muita coisa boa, as amizades, que perduram para toda a vida, como as que vêm do banco da escola. Acabei o curso da universidade com a média de 14 valores. Para a al-

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tura não era mau, mas não fui um aluno brilhante. Preferia tocar viola do que fazer exames. Tinha aliás consciência do que meu pai me dizia ": Óh Carlos, quando eu morrer, vais ficar com a rua para passe-ar! É o que te deixo". Tinha comigo a convicção de que devia aproveitar as oportunidades. Foi o que realmente fiz, mas também o Colégio me abriu os olhos e a mente para essa realidade.

Boletim: Como engenheiro, e pelas funções que de-sempenha, qual a sua opinião sobre a formação e qualidade dos nossos engenheiros e sobre o futuro da Engenharia?

“Quem não dominar o digital está liquidado, por-que o digital vai tomar conta de tudo. “

Carlos Mineiro: Portugal tem a felicidade de ter ex-celentes universidades e excelentes institutos po-litécnicos. Neste momento, os nossos jovens são procurados avidamente. Aliás aqui na Ordem, de dois em dois ou de três em três meses, há reuni-ões de recrutamento internacional de engenheiros por parte de países mais ricos. Reino Unido, Bélgica, França, Países Nórdicos, Dinamarca, Noruega, entre outros, vêm aqui montar umas bancas e levam-nos. E a razão é simples: são excelentes profissionais, muito bem preparados, falam e escrevem correcta-mente em inglês e não lhes custaram nada. Enquan-to em Portugal, a um destes engenheiros oferecem 500 ou 600€, entram para lá na base dos 5100€. No entanto, no que toca à qualidade e à formação dos engenheiros e ao futuro da própria Engenharia, neste momento há uma grande discussão, reflecti-da num diploma novo, uma lei que adapta o quadro de ensino aos novos desafios. A Engenharia hoje já não é o que foi, vai ser diferente. Não faço a mínima ideia do que vai ser de aqui a cinco anos e de aqui a três tenho muitas dúvidas. Tudo está em evolu-ção. Tudo vai passa por tecnologias, por soluções até há pouco impensáveis. E quem não dominar o digital está liquidado, porque o digital vai tomar conta de tudo. Com riscos, como a desumanização, e os ataques de cibersegurança. A cibersegurança é actualmente dos problemas mais graves. Imagine um ataque informático, por exemplo, a um hospital totalmente informatizado, uma realidade para bre-ve. Subitamente estão 200 ou 300 pessoas a ”bater com o pé” sem saberem porquê. Sujeitamo-nos a estes riscos. É um mundo novo que está aí e te-mos de pensar que nada vai ser como dantes. E sob o ponto de vista ético-moral as dificuldades e as complicações vão ser grandes. quanto mais digita-lizados estivermos, menos ligados estaremos uns

aos outros. A tendência é que quanto mais ligamos ao digital, mais desligamos do que é humano e, neste aspeto,temos de ter muito cuidado.

Boletim: Como se sente o engenheiro Carlos Minei-ro Aires, na pele de Bastonário da Ordem dos Enge-nheiros Portugueses?

“Ser bastonário é uma missão”

Carlos Mineiro: É algo que nunca me passou pela cabeça. Um dia, estava tranquilo em casa, quando o anterior bastonário me telefona a perguntar se me queria candidatar à região Sul da Ordem dos Enge-nheiros. Nunca tinha entrado e nunca tinha vindo aqui. Fiquei a pensar e aceitei. Fui eleito presidente da Região Sul, onde fiz dois mandatos e, na sequên-cia, candidatei-me a Bastonário. Fui eleito e agora reeleito para segundo mandato. Não era de todo um objectivo de vida, mas para quem tem a men-talidade, como descrevi, de servir os outros, isto entranha-se muito. Confesso que é uma verdadei-ra luta e que nunca trabalhei tanto na minha vida. Sou o primeiro a entrar, às 7h45 ou 8h da manhã e só saio depois das 8h da noite. Faço uma média de 4000Km por mês a conduzir, para além dos inú-meros voos internacionais... sem fins-de-semana, sem nada. Obviamente que isto afecta as relações com os amigos e a família. É uma missão. Mas, como diz o povo, quem corre por gosto não cansa. Tive muitos cargos importantes que muito me reali-zaram, mas do que mais gostei de fazer até hoje foi ser dirigente da Ordem. E volto ao que disse atrás, talvez porque muito possivelmente deveria ter sido médico pelo gosto de servir outrém.

Boletim: Por fim, que mensagem deseja enviar aos seus antigos colegas e aos Associados da Associa-ção La Salle de Portugal?Carlos Mineiro: Podia dizer a coisa mais simples: BOAS FESTAS E FELIZ ANO NOVO! Mas não, porque acho que esta altura é um período de reflexão. Em que sinto muitas saudades dos meus pais e dos que foram desaparecendo ao longo da vida. Um perío-do importante para nos lembramos de como somos efémeros e de como devemos preocupar-nos um pouco mais pelos outros, ter aquele espírito natalí-cio que leve a pensar que há pessoas sem confor-to, sem companhia para passar o Natal. É tempo de pensar que devemos dar as mãos, mas ao longo ao longo de todo o ano. Acho que a mensagem funda-mental do Natal se resume a isso.

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“Os Irmãos ensinaram-me a viver com valores muito dignos e respeito pelo próximo”

Manuel António Borrrega Nabeiro, de Campo Maior, foi alu-no do Colégio La Salle de Abrantes de 1961 a 1966. Entre vá-rias facetas do seu percurso profissional destacam-se 25 anos de docência, interrompidos por problemas de saúde, depois mudados para actividade empresarial a que continua ligado como sócio-gerente da A. Nabeiro & Nabeiro SL.

O Boletim muito lhe agradece a disponibilidade dispensada para esta entrevista.

ENTREVISTA A MANUEL ANTÓNIO BORREGA NABEIRO (Antigo aluno do Colégio La Salle de Abrantes 1961-1966)

Entrevistado por Albino Ramalho

Solicitado a falar-nos um pouco de si, da família, dos negócios e das preocupações para lá desses âmbitos, Manuel Nabeiro confessa-se originário de uma família de trabalhadores de Campo Maior, onde se manteve até ao final do primeiro ano liceal. O pai, ao tomar conhecimento do Colégio La Salle de Abrantes através de um amigo de Alferrarede, e das exigências no ensino e disciplina nele prati-cadas, logo pensou que o futuro do filho teria de passar por ali como garantia de uma educação dife-rente e com mais responsabilidade. Após o Colégio conclui o liceu em Portalegre onde destaca o papel do Prof. José Garção Nunes que “complementou a minha educação e o gosto pelo estudo e criou os pilares para poder fazer um curso superior “, concluído após o serviço militar no ISC-TE com a licenciatura em Organização e Gestão de Empresas.Ao serviço militar seguiram-se 25 anos de docên-cia do ciclo preparatório ao secundário, tendo assu-mido o cargo de presidente do conselho directivo. Também passou pela actividade sindical fazendo parte do sindicato de professores (SINDEP) onde desempenhou funções junto da direcção.

O desporto, o movimento associativo e cultural, as empresas, o empenhamento político continuou no centro das suas preocupações num exercício de ci-dadania consciente, esclarecida e interventiva que o levaram a acompanhar o seu “saudoso” Sporting Campomaiorense nos vários campeonatos em que participou; a comentador desportivo na Rádio Por-talegre e a presidente no gabinete de justiça da Associação de futebol de Portalegre; a Director da

Banda 1.º de Dezembro de Campo Maior; ao conse-lho fiscal dos BVCM; a vereador e deputado Muni-cipal de Campo Maior; à liderança/colaboração em várias empresas de âmbito familiar ou local.

Sobre as primeiras impressões do colégio diz-nos: “quando cheguei ao colégio e os meus saudosos pais me deixaram, apeteceu-me correr atrás do automóvel, pois tinha sido a primeira vez que iria viver o meu dia a dia sem eles, deixar o convívio com o meu saudoso irmão Carlos (que passado um ano também foi para o mesmo colégio e por doen-ça grave nos deixou em Agosto de 2019), e também dos meus primos familiares e amigos.

Apesar das saudades iniciais, rapidamente supe-radas, a adaptação ao estudo e à disciplina pro-cessou-se com normalidade, pois “passados quinze dias, quando fui passar o primeiro fim de semana a casa, já estava habituado à dinâmica do colégio e não tive qualquer problema em voltar. Adaptei--me de tal forma com a disciplina, que a aceitava com normalidade. A actividade física que adorava, tal como a comida, passou a ser irrecusável, como muitas vezes fazia em casa dos meus pais. Ao fim do primeiro ano de frequentar o LA SALLE minha mãe teve de fazer novo enxoval, pois cresci mais ou menos 18cm e engordei 20kg. Participei ativa-mente no desporto escolar, praticando quase todas as atividades desportivas (hóquei, vólei, basquete, e principalmente futebol onde era capitão de equi-pa). Chegámos a disputar o campeonato federado de juniores pelo Sporting de Abrantes. Na altura a equipa foi um sucesso, pois tínhamos uma equipa

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ENTREVISTA A FERNANDO RUFINO COSTA RAMOS (Antigo aluno Colégio La Salle de Abrantes)

Entrevista de Albino RamalhoNatural de Lisboa. Frequentou o La Salle como aluno interno de 1967 a 1971, onde confessa ter passados dos melhores anos da sua vida. Como empresário de sucesso, continua à frente das suas empresas às quais dedica todo o seu engenho, dinamismo e zelo. Por gentileza do colega e amigo do La Salle, Mineiro Aires, bastonário Ordem dos Engenheiros, foi na sua sede que acedeu a uma amável conversa sobre a sua experiência nos anos do La Salle.

Em rápida revista ao passado pessoal, confessa-nos ter nascido no seio de uma família abastada. O pai, proprietário duma das maiores metalomecânicas do país antes do 25 de Abril, perante o mau apro-veitamento do menino no primeiro ano do colégio

muito coesa, um treinador-Irmão que sabia do ofí-cio e um defesa central que era o melhor marcador da equipa.Manuel Nabeiro sente-se especialmente feliz, quando nos encontros/convívios dos antigos alu-nos do LA SALLE pode rever os amigos e que lhe acrescentam a vontade de lutar pela vida e tentar ultrapassar alguns problemas de saúde, para ten-tar ajudar os netos e educá-los passando o teste-munho dos valores recebidos dos pais além da sua passagem pelo colégio LA SALLE de Abrantes.

O mistério da máquina de cinema do Colégio. Uma das marcas distintivas do Colégio eram as famosas sessões de cinema do Colégio: ao cair da noite, aos domingos, no ginásio, como alívio das sauda-des do fim de semana e entrada suave nas rotinas do internato; às quartas-feiras, as aulas e sessões temáticas do cineclube. E a máquina de projectar, de onde e como chegou? Deixemos ao nosso en-trevistado o relato, um testemunho da boa colabo-ração entre Família e Colégio:“ O meu Pai, como gerente da T. Camelo LDA e uma prima como Gerente da T. Camponesa LDA, foram os responsáveis pela introdução da máquina de ci-nema no Colégio LA SALLE, pois na altura as tro-cas comerciais não eram autorizadas com a vizinha Espanha. Devido ao comércio de café entre Portu-gal e a Espanha (chamado contrabando, mas com impostos pagos) e com facilidade de passagem na fronteira, um dia foi café para Espanha e no retor-no, aproveitando o transporte, veio a referida má-

quina de cinema e mais tarde os instrumentos para a nossa tuna.Ficou bem patente a utilidade da referida máquina, com benefício para os alunos, educadores e cola-boradores, com as sessões de cinema no final dos domingos e as famosas aulas de cinema no auditó-rio (lembro que um colega nosso deu os primeiros passos na sua atividade profissional com muito su-cesso no seu futuro).

Uma Condecoração Real. Manuel Nabeiro foi alvo de uma distinção especial, como nos conta: “Este ano, quando os problemas de saúde mais compro-metiam o meu futuro, tive o prazer e a alegria de ser condecorado pela Casa Real de Saboia com o grau de Comendador de Mérito. Agradeço publica-mente ao representante da Casa Real de Saboia, Comendador Paulo Falcão Tavares.Como remate desta agradável entrevista deixa-nos esta bela mensagem: “Por fim, quero agradecer a todos os Irmãos de S. João Batista de LA SALLE e aos seus colaboradores que conseguiram ensinar--me a viver com valores muito dignos e respeito pelo próximo.

SE NÃO TIVESSE SIDO ALUNO DO COLEGIO LA SALLE JAMAIS TINHA CONSEGUIDO OS OBJECTIVOS QUE O MEU PAI ME PROPÔS. Um abraço forte a todos os antigos alunos e um melhor mundo para todos nós. Por último um bem-haja para todos e um Santo Na-tal.

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em Vila Franca de Xira, achou que a maneira de o "pôr na linha" era metê-lo de interno num colé-gio de confiança. Qual a instituição? O La Salle de Abrantes. Lá permaneceu durante 4 anos, saindo após a conclusão do 5.º Ano do liceu. No fim do 7.º Ano, matriculou-se em Engenharia, e ficou por ali, porque houve o 25 de Abril e roubaram-nos tudo, um desgosto causador da morte do pai, por sua vez responsável porque o filho ficasse sem cabeça para fazer qualquer tipo de curso. Uma empresa sem dí-vidas ao tempo em que foi ocupada, quiseram mais tarde devolvê-la com um buraco de um milhão de contos. Não, muito obrigado- respondeu. Tirou daí a ideia. O pai suicidou-se por desgosto e a partir daí constituí as minhas empresas, até hoje.Sobre o que levou os pais a colocarem o filho num colégio de interno, Fernando Rufino é peremptório: Eu não conhecia o Colégio. A minha mãe não queria o menino num colégio interno. Mas o pai achou que sim. A maneira de dizer ao menino que era preciso levar as coisas a sério era metê-lo de interno num colégio, fechado. Em Vila Franca não havia colégios bons e Lisboa era o medo de me mandar para lá. Era preciso pôr o menino fechado num colégio. E a melhor solução era o Colégio La Salle. "The best of the best"? O La Salle. E fui para o La Salle.

Boas instalações, alimentação, qualidade de ensino, disciplina condições que concitavam a solução ide-al que os pais procuravam para a educação do seu filho. A adaptação à disciplina, aos horários, aos es-tudos não constituíram obstáculos. Pelo contrário: quando cheguei - como gosta de afirmar - adorei o Colégio e as pessoas, adorei lá estar. As boas recor-dações desse tempo afloram-lhe em tiradas recor-rentes: Nunca mais vou esquecer da vida que levei no Colégio. Se ainda estivesse em funcionamento, não tenho dúvida que seria o colégio do meu filho Frederico.Proximidade com os alunos, vida com regras, com humanidade, amizade, companheirismo. Referindo-se a que pessoas que pela sua postu-ra e personalidade o tenham marcado, recorda-se de todos os Irmãos, sem excepção, uns mais duros connosco, de todos só tenho a dizer bem. Mesmo quando confrontado com conceitos de rigor e dis-ciplina, hoje condenados, considera que temos de olhar para isso como sendo de épocas diferentes e o que verdadeiramente valoriza desse tempo do Colégio foi o sentido de proximidade com os alunos, a vida com regras, mas com humanidade, amizade e companheirismo. Considera os ensinamentos e orientações recebi-das no Colégio decisivos para o seu futuro e a eles

deve ter-se mantido no rumo certo: Podia-me ter acontecido meter-me por caminhos obscuros. Um jovem que tinha tudo e no dia seguinte não tem nada, que sofre a perda dum pai pelo desgosto de lhe subtraírem o fruto do trabalho de toda uma vida e não se ter desviado, não ter ido por maus caminhos... Acho que isso é fruto da educação que recebi no Colégio. E é com certo orgulho que se con-sidera o melhor exemplo dessa educação.

Posto perante os aspectos especialmente inovado-res que na dinâmica educativa encontrou no Colé-gio, acha que na altura dos anos 60, tudo ali era novidade. a forma como os Irmãos actuavam quer no desporto, levávamos aquilo tudo muito a sério, os filmes à quarta-feira (temáticas em voga e de interesse para os jovens desde científica, filosófica, política, sexualidade...), tudo para educar e fazer re-flectir como pessoas e cidadãos completos. Por isso acha que como formação para a vida, nas suas pa-lavras, o que recebi no Colégio me ajudou a tentar ser um homem honesto, bom patrão, um homem justo, concluindo que isso é que é educar.

“Desencanto pelo encerramento do Colégio”

Por isso que foi com profunda mágoa e desencan-to que recebeu a notícia do seu encerramento, não encontrando razão aceitável para tal decisão. E daí se interrogar: Como é que todos os colégios em Portugal, todos os colégios religiosos, pelo menos aqui em Lisboa, aguentaram e têm anos de espera e como é que o La Salle de cada vez está a morrer mais? Questão a interpelar todos aqueles a quem a causa La Salle não deixa indiferentes.

Como pessoa envolvida no mundo empresarial manifesta grandes preocupações pela grave lacuna existente no actual sistema educativo decorrente da extinção das antigas escolas técnicos e por isso a ausência de mão-de-obra especializada ao nível do ensino médio o que constitui uma grande dificulda-de para as empresas. Referindo-se a profissões de grande utilidade no dia-a-dia das empresas e das pessoas, constata a falta que fazem bons electricis-tas, mecânicos, torneiros, que não se encontram, E isto porque o ensino técnico em geral foi destruído. Isto é uma grande falha na educação em PortugalPara terminar, e como é próprio da quadra, o nosso entrevistado a todos deseja bem como às famílias Acima de tudo, saúde, união entre todos. Um Bom Natal e um feliz Ano Novo

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Noticias e Avisos AssociativosCongresso Mundial de Antigos Alunos de La Salle. Nos dias 21,22 e 23 de Novembro deste ano de 2019 realizou-se o 7º Congresso Mundial da Associação Mundial de antigos Alunos e Alunas Lassalistas ( U M A E L, União Mundial de Anciens Eleves de La Salle) em Minneapolis, Minnesota, nos Estado Unidos da América. Esta associação interna-cional tem três objectivos principais: 1)defender e promover a liberdade de educação, 2)colaborar e apoiaras instituições católicas para a promoção da liberdade da educação e 3) trabalhar para que a educação esteja ao alcance de todos os jovens.

Receberemos em breve notícias sobre esse evento.

O Superior Geral da Congregação dos Irmãos de La Salle é o norteamericano Irmão Robert Schieler- A residência oficial é Casa Generalícia, Via Aurélia – Roma.

Irmão lassalista norteamericano declarado Beato. Chama-se James Alfred Miller. Exercia a sua vida de Irmão Lassalista como missionário num in-ternato indígena de Guatemala. Foi assassinado pe-los “esquadrões da morte “ em 1982 e declarado Beato pelo Papa Francisco na sua deslocação a Gua-temala em 2018.

Antigo aluno lassalista foi declarado Santo. Luis Martin e sua esposa Zélia Guerin eram pais de Santa Teresinha do Menino Jesus ( Santa Tere-sa de Lisieux). Foram canonizados conjuntamente em 2015. Luis Martin tinha recebido formação cristã num centro lassalista em França. Era relojoeiro.

Agenda da AAALaSalle pra o ano de 2020: Dia 19 de Março- Dia de S. José - Encontro do AA das Oficinas de S. José do Porto. Dia 25 de Abril-Sábado- Encontro dos AA do Colé-gio La Salle de Abrantes Abrantes. Dia 30 de Maio. Encontro dos AA do C. La Salle de Barcelos – Assembleia Geral dos Associados da AAALaSALLE para discussão e aprovação dos docu-mentos oficiais e Eleição dos membros dos órgãos sociais da Associação. Dia 31 de Maio- Encontro dos AA do Colégio de S. Caetano de Braga. Mês de Setembro. Visita aos Centros Lassalistas

de Valladolid e Bujedo. Dezembro: Intervenções sociais em cooperação com O N G lassalista SOPRO.

Bolsa de Estudante: Continuaremos neste ano lectivo de 2019/2020 a participar no pagamento de uma bolsa de estudante para um aluno carenciado que frequente o Colégio La Salle de Barcelos. Para isso pode-se enviar o apoio financeiro para o Co-légio La Salle. IBAN:PT50 0035 2008 003 8990 8308 0 – OBS: ao remeter o montante financeiro é necessário enviar um mail a informar a transferência financeira a fim de por ser enviado o recibo financeiro ou a confir-mação da operação . Email: «[email protected].

Pagamento de Quotas. Agradecemos a todos os associados a liquidação da quota anual de 12 euros. IBAN:PT 50 0046 0122 0060 0338 0441 2. OBS : Só com email a informar da transferência bancária se poderá remeter recibo e agradecimentos. Email: «[email protected]».

Correccção e pedido de desculpas ao AA Va-lentim Ribeiro de Almeida. O Coordenador Geral do Boletim nº 7 e autor do artigo “Portugueses em Bujedo” Carlos Borrego, pede desculpas ao AA Va-lentim Ribeiro de Almeida por ter omitido, por lap-so, o seu nome na lista de AA que fizeram parte da sua formação em Bujedo. Para memória futura fica, por este meio, o testemunho da sua passagem formativa neste centro lassalista de Bujedo.