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O chat na Ead
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O CHAT NA EAD ON-LINE: Uma potencial ferramenta para o favorecimento da
discussão e participação através de dinâmicas de grupo
Celso Augusto dos Santos Gomes
Resumo
Este trabalho apresenta uma reflexão sobre a ferramenta chat, dentro das perspectivas
pedagógicas da educação a distância (EaD) suportada pelas tecnologias da informação e
comunicação (TIC). Por meio de identificações de suas características e recursos ferramentais;
e confrontando com algumas tendências funcionais que tal modalidade educacional trilhou e
vem se direcionando, objetiva-se aqui, a um despertar no leitor, por um olhar crítico e
projetivo frente às potencialidades de desenvolvimento metodológico em atividades
colaborativas baseadas sobre tal ferramenta – o chat. Essa ferramenta inerente à constituição
dos ambientes virtuais de aprendizagem e usadas nessa modalidade educacional, aqui é
vislumbrada como uma plataforma para a sustentação de atividades em prol do
estabelecimento e manutenção do processo de ensino-aprendizagem. Contudo, concebe-se
aqui, e indo além dos usos simplificados que muito a é atribuída tais como o de bate-papo
informal ou ainda o de tira-dúvidas, que tal ferramenta pode e deve ser vista como potencial
sustentáculo para um aprendizado ao mesmo tempo autônomo e colaborativo – característica
tão evidenciada pela EaD nos dias de hoje.
Palavras-chave: Chat. Educação a distância. Metodologia. Aprendizagem em rede.
1 Introdução
Com as recentes mudanças operadas pelas tecnologias de informação e comunicação
(TIC), observa-se que a produção cultural de nossa sociedade está também em transmutação.
A maneira como as pessoas se posicionam frente às informações está cada vez mais
relacionada ao que se denomina por cibercultura. Assim, por meio da Internet, essa
cibercultura tende a se consolidar cada vez mais, principalmente, tendo em vista a grande
tendência à inclusão digital, tão em voga nos dias de hoje e que se mostra cada vez mais
promissora com o passar dos anos.
Por esta, digamos, digitalização de nossa cultura, faz-se importante que a educação
Mestrando em Tecnologias da Inteligência e Design Digital pela PUC-SP sob a área de concentração - Processos Cognitivos
e Ambientes Digitais e pos-graduando em Tecnologias e EaD pelo Unis-MG. Tem pós-graduação em Docência em Educação
a Distância pelo Unis-MG, em Psicopedagogia Institucional pela UCB e em Designer Instrucional para a EaD Virtual pela
Universidade Federal de Itajubá. Atualmente é designer educacional do Centro Universitário do Sul de Minas nos cursos de
graduação e pós-graduação na modalidade de EaD.
2
esteja em estado de atenção. Ou seja, ela deve estar sempre investigando em como seus
aprendentes estão se colocando frente suas realidades, tendo em vista a concepção de que o
aprendizado não pode ser uma prática isolada do cotidiano. Assim, este artigo objetiva a um
vislumbrar de algumas potencialidades pedagógicas em atividades via Internet. Mais
especificamente, as atividades, que usam o recurso de conversação ou bate-papo em tempo
real.
Tal recurso, comumente denominado por Chat, e que é um instrumento inerente a essa
cibercultura, vem se mostrando como uns dos recursos para a promoção do ato de ensino-
aprendizagem, disponíveis na modalidade educacional denominada por educação a distância
(EaD on-line)1. Pois, sua presença nos ambientes virtuais de aprendizagem (AVA),
amplamente usados por essa modalidade, vem se mostrando como algo consolidado, o que faz
entender que esse é, certamente, um recurso indispensável à constituição de tais ambientes.
Decorrente a essa constituição, objetiva-se aqui a reflexão do chat como ferramenta
que dá suporte para um dos gêneros comunicacionais mais populares na Internet na atualidade.
Para isso, basta observarmos a quantidade de programas, disponíveis de forma gratuita e que
propiciam esse tipo de interação tais como: o ICQ, o MSN, o Skype, o UMD, o Yahoo!, o
Messenger, o Paltalk, o Trillian Basic, dentre tantos outros. Além das possibilidades, também
gratuitas, de serviços semelhantes e disponíveis diretamente em sites como o Meebo e o
Google talk.
Tecnicamente denominada por Internet Relay Chat (IRC), essa ferramenta constituiu-
se por um meio de envio e recebimento de mensagens instantâneas, usadas em rede de
computadores, e que se presta pelo suporte à comunicação em grupo ou privada, que se dá em
tempo real.
Essa ferramenta comunicacional é certamente, um elemento importante para a
constituição da, aqui já referida, cibercultura. Tal como o princípio da fractalidade, que
exprime no individual o todo de uma cultura através de sua bagagem contextual, esse tipo de
escrita on-line é um reflexo desta cultura digital. Dessa forma, constitui-se, o chat, como um
dos gêneros digitais de discurso mais praticados atualmente, o que serviu de motivação para
1 Quando se diz EaD on-line, refere-se à modalidade de educação a distância que se centra no aprendizado
colaborativo entre sujeitos, sejam professores ou alunos, que através da internet constroem seus conhecimentos
mediados pelas tecnologias da informação e comunicação.
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este trabalho no sentido de se poder vislumbrá-lo como um recurso para o favorecimento
produtivo frente ao processo de ensino-aprendizagem no contexto da EaD on-line.
2 Recursos e características da ferramenta
Com essa busca por possibilidades pedagógicas e metodológicas para o uso síncrono
na EaD on-line, observa-se contudo uma necessária, mesmo que superficial, determinação
preliminar de algumas características de aplicativos de chat mais comumente utilizados por
usuários desses dispositivos. Esta tentativa de enunciá-los se destina, entretanto, por um
conjeturar de suas principais potencialidades frente às atividades educacionais que serão
descritas no item quatro deste trabalho. Diz-se tentativa, devido à grande variedade de versões
e recursos, resultantes de constantes aprimoramentos e que conduzem estas ferramentas
comunicacionais a suportarem, segundo Fonseca (2002), a um dos gêneros digitais com maior
expressividade de utilização na Internet.
2.1 Recurso de ligação ponto a ponto2
Também chamado de recurso de ligação entre dois participantes, é o uso mais popular
dessa ferramenta. Caracteriza-se pela conversa entre duas pessoas, proporcionando uma
comunicação dialógica, via escrita de texto. Tal como o correio e o telefone, essa forma de uso
do chat é composta por mensagens que têm remetente e destinatário precisos, ou seja, são
bipolares – ligam dois pontos. Do correio, assemelha-se pelo fato de que a mensagem é
apresentada de forma escrita. Contudo, está mais próxima ao telefone devido à sua
característica temporal síncrona, ou seja, de interação imediata, onde a o receptor pode
responder imediatamente após o recebimento da mensagem do emissor, criando uma relação
comunicacional de fluxo duplo. Essa possibilidade é normalmente usada nos AVA‟s, sob a
função de tira-dúvidas entre professores e alunos e para a interação de alunos, normalmente de
forma ocasional, ou seja, bate-papo informal.
2.2 Recurso de ligação entre vários pontos
2 Ou um para um. São termos usados por Lévi (1998, p. 44), onde ele define os meios de comunicação como o
correio e o telefone. Sendo esses, os que desenham um esquema em rede, ponto a ponto, „um para um‟, onde as
mensagens podem ser endereçadas com precisão e sobretudo trocadas, com reciprocidade.
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Também chamado de recurso de ligação entre vários participantes é de uso menos
freqüente que o recurso de ligação ponto a ponto, principalmente em softwares, apesar de
existir essa possibilidade, é a forma mais popular dessa atividade em sites de discussão.
Normalmente essa atividade é dividida em salas virtuais com áreas de interesses, as quais
Swales (1992, p. 8) apud Araújo (2004, p. 1281) define por comunidades discursivas, ou seja,
grupos sócio-retóricos heterogêneos que compartilham objetivos e interesses ocupacionais ou
recreativos em comum.
Nessas salas virtuais, observa-se a existência de algumas possibilidades de fluxo de
comunicação: a) um para todos; b) um para um, enquanto o(s) outro(s) assiste(em); e c) um
para alguns, enquanto os outro(s) assiste(em).
Muitas vezes denominado por chat aberto, essa forma de interação, inerente ao
ciberespaço, pode ser concebida tal como a uma rede comunicacional, entrelaçando caminhos
de bate-papo, parecidas com o que ocorre em ambientes de descontração como bares, festas,
reuniões de amigos. Nesse formato, várias pessoas estão reunidas em uma ambiente virtual
onde se estabelecem vários fluxos de conversação, permeadas pelo mesmo interesse ou estilo
pessoal. Nesta modalidade, as pessoas se dirigem geralmente para uma ou duas pessoas.
Contudo todos esses diálogos têm em comum uma zona de convergência, que se configura na
sala virtual mediada pelo computador ligado à internet. Nessa sala onde as conversas são
vistas por todos, denota-se, no entanto, pela possibilidade de inferência em outros fluxos de
conversação, por qualquer participante, ou ainda, em uma troca de direção entre interlocutores,
o que denota por uma espécie de zona de convergência conversacional.
Observa-se também, que alguns sites ou programas de chat oferecem o recurso da
comunicação reservada ou cochicho, ou seja, um para um sem que os outros participantes da
mesma seção possam ler tais mensagens, o que neutraliza a convergência entre os fluxos dos
diálogos dos participantes.
Neste tipo de chat, tal como em ambientes informais, reuniões de amigos e recepções,
observa-se por uma não existência da homogeneidade de difusão da discussão entre os
participantes. Contudo, esse recurso tende a ocasionar, no contexto da EaD on-line, um não
aprofundamento no assunto abordado, devido a não promoção de igualdade entre os
participantes decorrente da diferença entre a intimidade com o teclado ou com a velocidade
5
com que as mensagens são colocadas na tela. Proporcionando assim, um texto não linear, onde
uma pessoa pergunta para outra e a resposta geralmente vem após outras colocações entre
outros participantes, dando a sensação de conversa cruzada, ou atravessada.
Ainda existe a possibilidade do uso de salas de chat para a realização de entrevista com
convidado, ou chat com convidado, visto que essa opção é freqüentemente usada sob
plataformas disponíveis em sites. Dessa forma, essa atividade liga várias pessoas, contudo,
direcionadas para um único pólo – o entrevistado – pois, um mediador elege as melhores
questões propostas pelos participantes, e apenas essas serão respondidas pelo entrevistado,
visto aqui como ligação todos para um.
2.3 Recurso hipertextual
É o recurso determinado pela possibilidade de inserção de hiperlinks, também
denominados por hiperligações ou simplesmente links. Este recurso permite que se possa
inserir ligações a outro documento ou site, dentro do diálogo da seção. Onde ao se clicar
sobre, aciona-se tal ligação, proporcionando aos participantes o acesso direto a tal documento
ou site.
Observa-se que esse recurso pode ser muito útil no contexto da EaD on-line,
principalmente em atividades síncronas em chats, principalmente no sentido de, durante a
seção, se ter a possibilidade de um navegar em sites como forma de enriquecimento ao assunto
em discussão.
2.4 Interface gráfica3
De uma forma geral, todas as possibilidades de dispositivo IRC pesquisadas
mostraram-se com uma interface semelhante, apontando para uma característica paradigmática
em sua constituição. Tal interface se mostra, de forma geral, constituída por dois quadros
3 Também chamada de interface gráfica do usuário ou do utilizador, refere-se ao ambiente gráfico projetado para
tornar prática a utilização ou manuseio do computador através de representações visuais do sistema operacional.
É o mecanismo de interação do homem com o computador por meio do mouse ou teclado; e do computador com
o homem, por meio do monitor e das caixas de som. Nessa interação o usuário é capaz de selecionar símbolos e
manipulá-los de forma a obter inferências práticas na máquina e seus softwares.
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alinhados verticalmente. O quadro superior denominar-se-á neste trabalho aqui por quadro
público, pois todos os participantes da seção de diálogo vêem seu conteúdo em comum. Neste
se encontram visíveis, todas as mensagens inseridas pelos participantes de forma cronológica,
de baixo para cima, onde a mais recente sempre se encontrará em sua extremidade inferior. Ao
obedecerem a essa hierarquia de entrada, as mensagens nunca se sobrepõem umas sobre as
outras, ou seja, só entra uma mensagem de cada vez. Em tal quadro, geralmente, o texto, ao
ser inserido, é precedido pelo nome de seu autor, e em alguns casos com o horário da inserção.
O quadro inferior, conseqüentemente, será chamado aqui por quadro de entrada. Este é
o espaço onde cada participante escreve sua mensagem, geralmente em forma de frase, para
em seguida poder inseri-la no quadro público, tornando visível aos outros participantes da
seção de diálogo, como mostrado na figura 1. Essa inserção da frase do quadro de entrada para
o quadro público é acionada por um comando que geralmente é realizada por meio do
acionamento de um botão virtual designado por enviar, ou pela tecla “enter” do teclado do
computador.
2.5 Customização e acessibilidade
Normalmente o tamanho, a cor e o formato da fonte utilizada, por um participante
podem ser customizadas, ou seja, transformadas ou adequadas às necessidades desse
indivíduo. Muito usado para destacar visualmente a fala entre os participantes e para a
Figura 1 – interface gráfica - MSN
Quadro público
Quadro de entrada
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facilitação de leitura. Percebe-se que muitas vezes, esse controle não se apresenta disponível,
principalmente para a adaptação do tamanho da fonte, talvez devido a esse recurso se
encontrar, geralmente, disponível nos navegadores que comportam esses dispositivos.
Existem ainda, outras possibilidades de customização como em cores e figuras para
plano de fundo dos quadros e janelas; e na inclusão de fotos ou avatares4 para identificação
dos participantes.
Outro item que pode ser encontrado é o da possibilidade de inserção rápida de
expressões, que quando selecionados se apresentam automaticamente após o nome do
participante que escreve a mensagem, e que são usadas para o direcionamento do diálogo,
como por exemplo: João fala para..., João pergunta para..., João responde para..., João
concorda com..., João discorda de..., desculpa-se com..., João surpreende-se com... e outras
similares. Essas expressões podem ser seguidas de outro recurso de inserção rápida que se
constitui pela escolha do direcionamento da fala, usados principalmente em seções com mais
de duas pessoas. Tal recurso é usado para suprir a inexistência de nuances corporais como o
direcionamento do olhar para interpelar este ou aquele participante (FONTES, 2001, p. 61).
Entretanto outro recurso muito utilizado é o uso de imagens chamadas de emoticons5,
que ao serem introduzidas no texto se transformam automaticamente em figuras ou animações.
Esse recurso é utilizado para espécie de transcrição das nuances da comunicação humana
verbal e corporal para a modalidade textual, pois como nos diz Fontes (2001, p. 59): “em suma
os gêneros digitais sintetizam as múltiplas formas de comunicação humana num único meio
que reúne as condições para transformar todos os códigos a partir de uma mesma base: a
digital”.
2.6 Banco de dados
Dispositivos de organização de registros, que nos IRC‟s se prestam para armazenar as
4 Avatar, aqui se refere à representação gráfica de um participante de um site, jogo ou chat na internet. Uma
forma de identificação, uma espécie de versão gráfica para o pseudônimo. Pode variar desde um sofisticado
modelo 3D até uma simples foto ou figura. 5 Palavra oriunda da junção dos termos ingleses: emotion (emoção) com icon (ícone). São também denominados
por emotions, smiley ou caractereta (junção das palavras: caractere com careta), são compostos dela combinação
de caracteres tipográficos que resultam em construções de expressões faciais. Essas tendem a simbolizar
expressões como por exemplo: o sorriso, :-) ,onde os dois pontos simbolizam os olhos e o parêntese a boca em
forma de sorriso e traço o nariz.
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seções de conversação, o que proporciona a possibilidade de se acessar as conversações
realizadas em forma de um texto diálogo, proporcionando assim um acesso à discussão após
sua realização. Contudo, em alguns aplicativos, esse recurso deve ser habilitado, pois o texto
pode ser perdido no ato de se fechar tais aplicativos.
Esse recurso geralmente é utilizado, no contexto da EaD on-line, para que a discussão
possa ser analisada posteriormente pelos participantes ou ainda por pessoas que não
participaram da atividade, proporcionando a essas uma interação vicária6 e assíncrona em
relação à discussão.
3 Aspecto síncrono versus aspecto assíncrono
A leitura da realidade na EaD on-line indica que essa modalidade, cada vez mais
difundida nos dias de hoje, certamente pode contribuir e se convergir com um emergente
formato educacional adequado às nuances da realidade que está por vir. Deste modo,
entreveja-se por particularidades metodológicas específicas e, consequente e inevitavelmente,
por problemas a serem resolvidos.
Assim um desses problemas evidenciado por essa modalidade, é certamente a visão de
que o chat é apenas uma ferramenta circunstancial de bate-papo. Tal concepção pode ser
observada nos dizeres dos respeitados autores da EaD – Rena M. Palloff e Keith Pratt a seguir:
O desafio de ministrar uma reunião ou seminário sincrônico é o de coordenar o
tempo e propiciar a todos as „vozes‟ o direito de se manifestarem em um grupo que
se apresenta disperso. Embora muitos grupos requeiram a discussão sincrônica
(chat), consideramos que ela só raramente favorece a discussão e a participação
produtivas, além de freqüentemente se resumir a contribuições pouco profundas cuja
extensão não é maior do que uma linha (PALLOFF & PRATT, 2002, p. 74).
Não obstante, essa afirmação faz emanar a seguinte indagação: será que o uso de
atividades síncronas na modalidade de EaD on-line, onde a característica assíncrona é um dos
principais fatores que a destaca da modalidade presencial, não está a determinar de forma
paradigmática, que a EaD on-line aponta por um processo integralmente assíncrono?
Se aceita, entretanto, que o aspecto da dificuldade da coordenação do tempo, ou seja,
do horário de participação entre os participantes, pode causar dificuldades no agendamento de
atividades nessa ferramenta, o que pode ser um empecilho para a realização dessa atividade
6 A interação vicária é aquela em que o sujeito interage com o assunto abordado observando, ou seja, interagindo
silenciosamente, com a discussão/interação de outrem, sem colocar nenhuma contribuição à interação observada.
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com toda uma turma no contexto da EaD on-line. Mas o que suscita por maiores
questionamentos, e conseqüentemente por uma investigação, é o fato de considerar a discussão
em chat como algo que raramente possibilite a igualdade de manifestações entre os
participantes e a dificuldade denunciada pela característica dispersiva que o grupo se
apresenta. O que aponta para uma das características, já descritas neste trabalho ao mencionar
o chat aberto e sua analogia com a conversa informal, onde se nota uma similaridade com
conversações peculiares a ambientes como reuniões de amigos, recepções ou na conversa
cotidiana.
Percebe-se que tal acepção, entretanto, tende a conduzir-nos à seguinte indagação: não
estaria, tal atividade ferramental, sendo concebida metodologicamente com o mesmo espectro
do chat aberto? Ou ainda, se a metodologia usada nesta atividade não seria calcada na mesma
usada na ferramenta de discussão assíncrona denominada dentro dos AVA‟s por fórum?
Fundamente-se essa última indagação na menção que estes mesmos autores fazem a
sua práxis em algumas linhas antes à citação aqui destacada e que diz: “Nossa preferência,
fundamentada em muitos anos de prática com o ensino on-line, é pelo ambiente assíncrono”.
(PALOFF e PRATT, 2002, p. 73).
Contudo, respeitando e compreendendo a posição desses educadores e, percebendo por
uma possibilidade de se tentar somar, a partir dessa colocação, um pouco a mais à reflexão
sobre a educação a distância, este trabalho foi ainda mais motivado. Essa motivação aqui se
deu principalmente pela colocação da conjunção concessiva – embora – na citação já aqui
exposta: “Embora muitos grupos requeiram a discussão sincrônica (chat)...” (PALOFF, 2002,
p. 74); e na requisição dessa prática por muitos grupos na EaD on-line. Pois, se entende que
isso faz emergir por uma possível utilização desta atividade síncrona, com o uso de uma
metodologia adequada e peculiar.
Baseia-se no pressuposto de que a ênfase na questão da pesquisa da prática de sala de
aula, na qual se realiza uma ação auto-reflexiva, onde, a proposição da relação do diálogo com
outros campos de conhecimento e com um olhar amplo, exige constantes balaços críticos das
técnicas, dos métodos e das teorias, para deles se apropriar e alçar novas possibilidades frente
à práxis pedagógica. Nesse processo, criam-se respostas novas sobre a natureza do fenômeno
do ensino aprendizagem, suas causas, conseqüências e remédios, assumindo um caráter ao
mesmo tempo explicativo e projetivo (PIMENTA, 2002).
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4 Possibilidades metodológicas aplicadas ao chat educacional
Pode-se perceber que na modalidade de EaD on-line, a qual se baseia em uma
aprendizagem autônomo-colaborativa também denominada por aprendizagem em rede7, onde
o papel da interação se mostra como elemento fundamental para a constituição do
conhecimento no e pelo aprendente. Pois, como exposto, em entrevista, por Maia & Mattar
(2007, p. 18) ao consultar o professor Wilson Azevedo, temos a seguinte concepção da, aqui
denominada, EaD on-line:
Educação on-line é antes de tudo, educação. E educação é um processo humano e
social, que acontece na e pela interação de seres humanos(...)
A aprendizagem humana é por natureza colaborativa. Direta ou indiretamente,
formal ou informalmente, aprendemos colaborando uns com os outros.
Partindo dessa premissa, percebe-se que o grupo, na aprendizagem proposta por essa
modalidade de EaD, tem um papel de destaque. Vê-se, contudo, que a constituição desse
elemento não se resume em apenas reunir um número determinado de pessoas, mesmo que
estas pessoas tenham interesses em comum. Um grupo é verdadeiramente constituído nesse
contexto pela imprescindível existência de um fator – a interação entre seus componentes.
Não obstante a isso, este trabalho buscará por algumas possibilidades de aplicação do
chat como um ferramental que suporte algo mais que um bate-papo informal, ou uma
reprodução síncrona de atividades como o fórum de discussão, muito praticado na EaD on-
line.
Contudo, as técnicas que aqui serão descritas são baseadas no trabalho socializado e
suas potencialidades em aproximar, integrar, aquecer, ou seja, humanizar os AVA‟s com o
contato síncrono entre pessoas. Estas, que por muitas vezes são referidas como dinâmicas de
grupo, serão aqui transpostas dos modelos descritos por Rivas (2003) no artigo “Dinâmicas de
Grupo”, para o meio virtual da EaD on-line, onde se almeja por uma adaptação aos recursos
desta modalidade de ensino. Isso se dará, para que os aspectos de funcionabilidade técnica no
meio digital sejam aferidos e para que assim se possa, com tais dados, se ter mais subsídios
para uma futura averiguação e confrontação com a práxis educacional em meio virtual.
7 Adaptação feita pelo autor deste artigo do termo inglês networked learning. O que vem a denotar por uma
construção processual do conhecimento pelos aprendentes, que ocorre com o trabalho ou ação que se dá em uma
rede ou teia cooperativa estabelecida, entre os sujeitos envolvidos neste processo de ensino e aprendizagem, via
internet ou intranet.
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As dinâmicas aqui escolhidas para a transposição são caracterizadas, originalmente na
versão presencial, pela discussão de um tema por algumas pessoas, assistidas por um
auditório. São compostas por um professor, os expositores e a platéia. Ao professor, cabe
dirigir a participação dos expositores, decidir e orientar sobre o tempo disponível para cada
um argumentar, determinar a ordem das intervenções ao definir o direito da palavra, além de
motivar os expositores e zelar para que esses se mantenham dentro do tema. Contudo, o tempo
para que cada debatedor dispõe para argumentar pode ser substituído, no meio virtual, por um
tamanho médio de texto, pré-definido anteriormente à atividade.
Geralmente o professor não emite sua opinião perante o debate, para que assim sua
função seja especificamente em gerenciar a atividade.
Os expositores são aqueles que se preparam para a discussão. Dessa forma, esses
devem ser orientados a fazerem colocações sucintas e ordenadas para que não ocorram desvios
ao tema, além de zelarem pelo cumprimento às normas acordadas por todos anteriormente à
atividade (RIVAS, 2003). Lembrando que se presume normalmente ao professor o papel de
professor, porém este papel pode ser assumido por um aluno eleito para tal.
Essa técnica tem a possibilidade de ser realizada sincronicamente apenas com o grupo
de discussão e o professor, devido à possibilidade de armazenamento da seção do chat e assim,
com a publicação para a platéia em forma de documento de texto. Não necessitando da platéia
presente em sincronia temporal com a atividade. Possibilitando assim, que o chat seja um
recurso de fomentação da turma para a discussão assíncrona do tema estudado.
O professor pode optar por realizar essas atividades, tendo como base sub-temas do
tema escolhido. Assim existe a possibilidade de realização de várias dessas seções, com temas
relacionados e elencados entre si. Nessa situação existe a possibilidade de revezamento do
grupo de expositores, onde um maior número de alunos poderá ter a oportunidade de
participar sincronicamente. Lembrando que se deve avaliar essa possibilidade dependendo do
perfil dos alunos da turma, pois existem alunos que interagem melhor com atividades
síncronas e outros com assíncronas.
Essas atividades podem ser em formato de:
4.1 Mesa redonda
Esse tipo de atividade é aplicado em temas que apresentam distintas tendências ou
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abordagens e é caracterizada pelos seguintes passos:
4.1.1 Preparação:
a. Determina-se, o mais especificamente possível, o tema a ser discutido, motivando à
pesquisa e munindo os expositores com material que se relacionem com cada tendência
do assunto a ser abordado.
b. Determinam-se as regras para o funcionamento da atividade ao estabelecer a ordem de
exposição dos expositores.
c. O professor faz a apresentação do assunto a ser discutido, podendo ser no início da
própria atividade, ou ainda lançar mão de apresentações pré-publicadas para todos em
forma de slides, textos, áudios e outros recursos, todos que se relacionem com o tema
em questão.
4.1.2 Desenvolvimento:
a) Cada debatedor faz a sua colocação sobre o tema, dentro de um tempo limite ou dentro
de um limite de tamanho de texto.
b) O professor, ao término de todas as exposições, faz um resumo imparcial das idéias
desenvolvidas por cada um e destaca as diferenças.
c) Cada expositor pode esclarecer, ampliar ou defender seu ponto de vista após esse
resumo, dentro de um limite de tempo ou tamanho de texto definido igualmente para
todos.
d) O professor publica o chat todo e emite então um resumo final procurando ser o mais
imparcial possível.
e) Em fórum assíncrono toda a turma tem alguns dias para formular perguntas para os
expositores, onde esses se restringirão a não mais debaterem entre si.
f) Outro fórum assíncrono pode ser aberto para discussão aberta sobre o assunto.
4.2 Técnica painel
Porém, se o professor desejar optar por trabalhar um só ponto de vista de um tema,
essa possibilidade se mostra como uma boa indicação. Isso ocorre, pois todos os expositores
apresentam um distinto aspecto ou ponto de um mesmo tema, o que permite a cada expositor
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por um completar ou ampliar, se necessário, o ponto de vista dos outros. O número de
expositores pode variar de 4 a 6 pessoas, cada uma especializada ou capacitada no ponto que
lhe corresponde.
4.2.1 Preparação:
a. Determina-se, o mais especificamente possível, o tema a ser discutido, motivando à
pesquisa e munindo os expositores com material que se relacionem com cada item do
assunto a ser abordado.
b. Determinam-se as regras para o funcionamento da atividade ao estabelecer a ordem de
exposição e os subitens relacionados ao tema.
c. O professor faz a apresentação do assunto a ser discutido, podendo ser no início da
própria atividade, ou ainda lançar mão de apresentações pré-publicadas para todos em
forma de slides, textos, áudios e outros recursos, todos que se relacionem com o tema
em questão.
4.2.2 Desenvolvimento:
a) O professor coloca a primeira pergunta a todos os expositores, que fazem suas
colocações sobre o tema, dentro de um tempo limite ou dentro de um limite de
tamanho de texto. O professor deve também lembrar, a todos, sobre a possibilidade de
cada expositor completar ou ampliar, se necessário, o ponto de vista dos outros dentro
de sua exposição.
b) O professor pode fazer novas perguntas que podem ajudar a tocar em pontos que ainda
não foram mencionados por um ou mais expositores.
c) Ao finalizar o tempo de exposições o professor pede a cada um dos expositores que
faça um resumo de suas idéias.
d) O professor, ao término de todas as exposições, faz um resumo imparcial das idéias
desenvolvidas por cada um destacando por particularidades de cada exposição.
e) O professor publica o chat todo e emite então um resumo final procurando ser o mais
imparcial possível.
f) Em fórum assíncrono, toda a turma poderá formular perguntas para os expositores e
assim poderão desenvolver uma discussão aberta sobre o assunto.
14
4.3 Grupo de cochicho
Contudo, para um maior envolvimento de toda a turma no processo de preparação dos
expositores, pode-se aplicar esta técnica. Nesta opção a turma é dividida em grupos de
tamanhos iguais, onde cada grupo, por meio de fórum assíncrono, chat, portfólio de grupo ou
e-mail; debate, elege e prepara um representante, para participar como debatedor de uma
discussão síncrona em chat. Lembrando que tal discussão pode ser desenvolvida em formato
de mesa redonda ou técnica painel, como anteriormente descritas ou ainda em outros formatos
de dinâmicas de grupos transpostas para o meio virtual.
5 Conclusão
Em decorrência dessas metodologias aqui descritas, pode-se concluir que a resposta
para o desafio de ministrar uma reunião ou seminário sincrônico em EaD on-line, de se
propiciar a todos as „vozes‟ e o direito de se manifestarem, colocados na afirmação de Palloff
& Pratt (2002, p. 74), só será possível se essa reunião for organizada e conduzida com um
tratamento diferenciado da que se faz usualmente em contextos informais também
denominados por chat abertos. Pois a prática de conversação em chat aberto acabou por
estabelecer, contudo, um paradigma na utilização desta ferramenta, que ao ser aplicada em
finalidades educacionais, tende por um não favorecimento à discussão, a não participação dos
alunos de forma produtiva e com curta extensão e rasa profundidade.
Embasa-se esse argumento, tendo em vista a concepção da equivalência entre a
conversa cotidiana e o chat aberto. Equivalência baseada nas argumentações de Araújo (2004)
ao defender o chat aberto como um elemento transmutado do gênero que lhe pré-existiu, que
com a superposição de semioses, como a escrita, o som e a imagem deflagram a percepção de
índices de transmutação e conversão da conversa do cotidiano para a web.
A partir dessa perspectiva, podemos entender que essa equivalência não está presente
da mesma forma, entre as atividades não presenciais de discussão com o fórum assíncrono.
Pois se percebe que no fórum, a própria característica assíncrona, trata-se por organizar, de
certa forma, as colocações dos participantes. O que não ocorre no chat aberto, nem em uma
conversa presencial e aberta entre várias pessoas, denotando por uma demanda por
organização, mesmo em contextos formais.
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Sendo assim, conclui-se que o chat, no contexto da EaD on-line, não pode ser
abordado da mesma forma que o chat aberto, tampouco como o fórum assíncrono. Assim se
afirma baseando-se na concepção bakhtiniana (2000) que tende a vislumbrar as atividades de
discussão como a mesa redonda e a técnica painel como gêneros complexos. Pois, esses
gêneros complexos são assim chamados por não atenderem as necessidades de uma esfera
simples, como por exemplo, a conversa cotidiana. Contudo, esses gêneros tendem com sua
complexidade própria, em decorrência de sua esfera formal, dentar por um estabelecimento
organizacional da discussão presencial em pequenos e grandes grupos de pessoas.
Podemos entender, contudo, que o chat metodologicamente situado na EaD on-line
está para as atividades de discussão, chamadas de dinâmicas de grupos, assim como o chat
aberto está para a conversa cotidiana. Assinalando, contudo, por uma necessidade de se tratar
as atividades em chat na EaD on-line com a mesma formalidade que se dispensa às atividades
em pequenos ou mesmo em grandes grupos de pessoas em sala de aula presencial.
Quanto à resposta para a freqüente questão de como coordenar o horário para a
participação de todos os alunos de uma turma em atividades de chat, as possibilidades
metodológicas aqui descritas mostram que essa atividade não necessita da participação
sincrônica de todos os alunos de uma turma. Onde a possibilidade de armazenamento e
publicações das seções, pode ser elemento de ligação assíncrona e vicária entre todos os
alunos com a discussão. O que pode ser usado como ponto de partida para a discussão em
fórum assíncrono posteriormente, denotando o chat como uma ferramenta articulável com
outras dentro do contexto da EaD on-line.
Pois nessa perspectiva, o chat não foi concebido como fim, mas sim como meio de se
obter o aquecimento do grupo, ou seja, na humanização do AVA e a fomentação para a
interação entre os participantes e desses com o conhecimento. Como em uma atividade em
grupo em sala de aula presencial, as atividades realizadas nesta ferramenta devem ser usadas
como recursos de produção de conhecimento e não averiguação final. O que mostra por uma
necessidade especial na concepção e aplicação da avaliação nesse contexto, direcionando-a de
forma processual, ou seja, formativa.
Faz-se imprescindível, a essa altura e com os entenderes aqui vislumbrados, que se
possa experimentar e aplicar tais metodologias para que, com a coleta de dados, seja possível
averiguar e assim lapidar tais fazeres em prol do processo de ensino e aprendizagem com a
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aplicação do chat com as metodologias aqui almejadas. Pois se visualiza aqui, que o uso do
chat com metodologia adequada, potencialmente se mostra como um plausível e produtivo
meio de discussão e de participação no contexto da EaD on-line, principalmente tendo em
vista o objetivo, que essa modalidade educacional, tem ao almejar o aprender, ou seja, um
aprender que se dá com autonomia. Lembrando, que nesse contexto, o termo autonomia tende
a ir além do significado – independência – o que remete ao isolamento, mas sim atingindo,
contudo a acepção – interdependência –, ou seja, de uma auto-construção do conhecimento no
sujeito através da cooperação com seus semelhantes. O que não deixa esquecer Paulo Freire
(1983, p. 79), ao significar a educação como uma prática humano-social, ao dizer que:
“ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém se educa a si mesmo: os homens se
educam em comunhão, mediatizados pelo mundo”. Então se pode entender que o chat pode e
deve ser usado, experimentado e (re)significado no sentido de fomentar, de desenvolver e de
suscitar de forma colaborativa o aprendizado nos aprendentes.
THE CHAT IN WEB-BASEAD LEARNING: A potential tool for the facilitating of the
discussion and participation through group dynamics.
Abstract
This paper presents a reflection on the chat tool within the educational prospects of e-
learning supported by information and communication technologies (ICT). Through
identification of their characteristics and resources, and confronting with some functional
trends that this educational method has been directing, objective here the awakening in a
reader, for the critical eye and your potential development methodological in collaborative
activities based on this platform – the chat. This tool, inherent in the creation of virtual
environments for learning and used this method educational, here is envisioned as a platform
to support activities in favor of the establishment and maintenance of the teaching and learning
process. However, conceives itself here, and going beyond the simplified uses that much is
allocated to such as the informal chat or to strip-doubt, that this tool can and should be seen as
potential cornerstone for learning the same time autonomous and collaborative – as evidenced
by the characteristic of e-learning today.
Keywords: Chat. E-learning. Methodology. Networked Learning.
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