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1 O CHAT NA EAD ON-LINE: Uma potencial ferramenta para o favorecimento da discussão e participação através de dinâmicas de grupo Celso Augusto dos Santos Gomes Resumo Este trabalho apresenta uma reflexão sobre a ferramenta chat, dentro das perspectivas pedagógicas da educação a distância (EaD) suportada pelas tecnologias da informação e comunicação (TIC). Por meio de identificações de suas características e recursos ferramentais; e confrontando com algumas tendências funcionais que tal modalidade educacional trilhou e vem se direcionando, objetiva-se aqui, a um despertar no leitor, por um olhar crítico e projetivo frente às potencialidades de desenvolvimento metodológico em atividades colaborativas baseadas sobre tal ferramenta o chat. Essa ferramenta inerente à constituição dos ambientes virtuais de aprendizagem e usadas nessa modalidade educacional, aqui é vislumbrada como uma plataforma para a sustentação de atividades em prol do estabelecimento e manutenção do processo de ensino-aprendizagem. Contudo, concebe-se aqui, e indo além dos usos simplificados que muito a é atribuída tais como o de bate-papo informal ou ainda o de tira-dúvidas, que tal ferramenta pode e deve ser vista como potencial sustentáculo para um aprendizado ao mesmo tempo autônomo e colaborativo característica tão evidenciada pela EaD nos dias de hoje. Palavras-chave: Chat. Educação a distância. Metodologia. Aprendizagem em rede. 1 Introdução Com as recentes mudanças operadas pelas tecnologias de informação e comunicação (TIC), observa-se que a produção cultural de nossa sociedade está também em transmutação. A maneira como as pessoas se posicionam frente às informações está cada vez mais relacionada ao que se denomina por cibercultura. Assim, por meio da Internet, essa cibercultura tende a se consolidar cada vez mais, principalmente, tendo em vista a grande tendência à inclusão digital, tão em voga nos dias de hoje e que se mostra cada vez mais promissora com o passar dos anos. Por esta, digamos, digitalização de nossa cultura, faz-se importante que a educação Mestrando em Tecnologias da Inteligência e Design Digital pela PUC-SP sob a área de concentração - Processos Cognitivos e Ambientes Digitais e pos-graduando em Tecnologias e EaD pelo Unis-MG. Tem pós-graduação em Docência em Educação a Distância pelo Unis-MG, em Psicopedagogia Institucional pela UCB e em Designer Instrucional para a EaD Virtual pela Universidade Federal de Itajubá. Atualmente é designer educacional do Centro Universitário do Sul de Minas nos cursos de graduação e pós-graduação na modalidade de EaD.

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O chat na Ead

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O CHAT NA EAD ON-LINE: Uma potencial ferramenta para o favorecimento da

discussão e participação através de dinâmicas de grupo

Celso Augusto dos Santos Gomes

Resumo

Este trabalho apresenta uma reflexão sobre a ferramenta chat, dentro das perspectivas

pedagógicas da educação a distância (EaD) suportada pelas tecnologias da informação e

comunicação (TIC). Por meio de identificações de suas características e recursos ferramentais;

e confrontando com algumas tendências funcionais que tal modalidade educacional trilhou e

vem se direcionando, objetiva-se aqui, a um despertar no leitor, por um olhar crítico e

projetivo frente às potencialidades de desenvolvimento metodológico em atividades

colaborativas baseadas sobre tal ferramenta – o chat. Essa ferramenta inerente à constituição

dos ambientes virtuais de aprendizagem e usadas nessa modalidade educacional, aqui é

vislumbrada como uma plataforma para a sustentação de atividades em prol do

estabelecimento e manutenção do processo de ensino-aprendizagem. Contudo, concebe-se

aqui, e indo além dos usos simplificados que muito a é atribuída tais como o de bate-papo

informal ou ainda o de tira-dúvidas, que tal ferramenta pode e deve ser vista como potencial

sustentáculo para um aprendizado ao mesmo tempo autônomo e colaborativo – característica

tão evidenciada pela EaD nos dias de hoje.

Palavras-chave: Chat. Educação a distância. Metodologia. Aprendizagem em rede.

1 Introdução

Com as recentes mudanças operadas pelas tecnologias de informação e comunicação

(TIC), observa-se que a produção cultural de nossa sociedade está também em transmutação.

A maneira como as pessoas se posicionam frente às informações está cada vez mais

relacionada ao que se denomina por cibercultura. Assim, por meio da Internet, essa

cibercultura tende a se consolidar cada vez mais, principalmente, tendo em vista a grande

tendência à inclusão digital, tão em voga nos dias de hoje e que se mostra cada vez mais

promissora com o passar dos anos.

Por esta, digamos, digitalização de nossa cultura, faz-se importante que a educação

Mestrando em Tecnologias da Inteligência e Design Digital pela PUC-SP sob a área de concentração - Processos Cognitivos

e Ambientes Digitais e pos-graduando em Tecnologias e EaD pelo Unis-MG. Tem pós-graduação em Docência em Educação

a Distância pelo Unis-MG, em Psicopedagogia Institucional pela UCB e em Designer Instrucional para a EaD Virtual pela

Universidade Federal de Itajubá. Atualmente é designer educacional do Centro Universitário do Sul de Minas nos cursos de

graduação e pós-graduação na modalidade de EaD.

Page 2: O Chat na EaD

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esteja em estado de atenção. Ou seja, ela deve estar sempre investigando em como seus

aprendentes estão se colocando frente suas realidades, tendo em vista a concepção de que o

aprendizado não pode ser uma prática isolada do cotidiano. Assim, este artigo objetiva a um

vislumbrar de algumas potencialidades pedagógicas em atividades via Internet. Mais

especificamente, as atividades, que usam o recurso de conversação ou bate-papo em tempo

real.

Tal recurso, comumente denominado por Chat, e que é um instrumento inerente a essa

cibercultura, vem se mostrando como uns dos recursos para a promoção do ato de ensino-

aprendizagem, disponíveis na modalidade educacional denominada por educação a distância

(EaD on-line)1. Pois, sua presença nos ambientes virtuais de aprendizagem (AVA),

amplamente usados por essa modalidade, vem se mostrando como algo consolidado, o que faz

entender que esse é, certamente, um recurso indispensável à constituição de tais ambientes.

Decorrente a essa constituição, objetiva-se aqui a reflexão do chat como ferramenta

que dá suporte para um dos gêneros comunicacionais mais populares na Internet na atualidade.

Para isso, basta observarmos a quantidade de programas, disponíveis de forma gratuita e que

propiciam esse tipo de interação tais como: o ICQ, o MSN, o Skype, o UMD, o Yahoo!, o

Messenger, o Paltalk, o Trillian Basic, dentre tantos outros. Além das possibilidades, também

gratuitas, de serviços semelhantes e disponíveis diretamente em sites como o Meebo e o

Google talk.

Tecnicamente denominada por Internet Relay Chat (IRC), essa ferramenta constituiu-

se por um meio de envio e recebimento de mensagens instantâneas, usadas em rede de

computadores, e que se presta pelo suporte à comunicação em grupo ou privada, que se dá em

tempo real.

Essa ferramenta comunicacional é certamente, um elemento importante para a

constituição da, aqui já referida, cibercultura. Tal como o princípio da fractalidade, que

exprime no individual o todo de uma cultura através de sua bagagem contextual, esse tipo de

escrita on-line é um reflexo desta cultura digital. Dessa forma, constitui-se, o chat, como um

dos gêneros digitais de discurso mais praticados atualmente, o que serviu de motivação para

1 Quando se diz EaD on-line, refere-se à modalidade de educação a distância que se centra no aprendizado

colaborativo entre sujeitos, sejam professores ou alunos, que através da internet constroem seus conhecimentos

mediados pelas tecnologias da informação e comunicação.

Page 3: O Chat na EaD

3

este trabalho no sentido de se poder vislumbrá-lo como um recurso para o favorecimento

produtivo frente ao processo de ensino-aprendizagem no contexto da EaD on-line.

2 Recursos e características da ferramenta

Com essa busca por possibilidades pedagógicas e metodológicas para o uso síncrono

na EaD on-line, observa-se contudo uma necessária, mesmo que superficial, determinação

preliminar de algumas características de aplicativos de chat mais comumente utilizados por

usuários desses dispositivos. Esta tentativa de enunciá-los se destina, entretanto, por um

conjeturar de suas principais potencialidades frente às atividades educacionais que serão

descritas no item quatro deste trabalho. Diz-se tentativa, devido à grande variedade de versões

e recursos, resultantes de constantes aprimoramentos e que conduzem estas ferramentas

comunicacionais a suportarem, segundo Fonseca (2002), a um dos gêneros digitais com maior

expressividade de utilização na Internet.

2.1 Recurso de ligação ponto a ponto2

Também chamado de recurso de ligação entre dois participantes, é o uso mais popular

dessa ferramenta. Caracteriza-se pela conversa entre duas pessoas, proporcionando uma

comunicação dialógica, via escrita de texto. Tal como o correio e o telefone, essa forma de uso

do chat é composta por mensagens que têm remetente e destinatário precisos, ou seja, são

bipolares – ligam dois pontos. Do correio, assemelha-se pelo fato de que a mensagem é

apresentada de forma escrita. Contudo, está mais próxima ao telefone devido à sua

característica temporal síncrona, ou seja, de interação imediata, onde a o receptor pode

responder imediatamente após o recebimento da mensagem do emissor, criando uma relação

comunicacional de fluxo duplo. Essa possibilidade é normalmente usada nos AVA‟s, sob a

função de tira-dúvidas entre professores e alunos e para a interação de alunos, normalmente de

forma ocasional, ou seja, bate-papo informal.

2.2 Recurso de ligação entre vários pontos

2 Ou um para um. São termos usados por Lévi (1998, p. 44), onde ele define os meios de comunicação como o

correio e o telefone. Sendo esses, os que desenham um esquema em rede, ponto a ponto, „um para um‟, onde as

mensagens podem ser endereçadas com precisão e sobretudo trocadas, com reciprocidade.

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Também chamado de recurso de ligação entre vários participantes é de uso menos

freqüente que o recurso de ligação ponto a ponto, principalmente em softwares, apesar de

existir essa possibilidade, é a forma mais popular dessa atividade em sites de discussão.

Normalmente essa atividade é dividida em salas virtuais com áreas de interesses, as quais

Swales (1992, p. 8) apud Araújo (2004, p. 1281) define por comunidades discursivas, ou seja,

grupos sócio-retóricos heterogêneos que compartilham objetivos e interesses ocupacionais ou

recreativos em comum.

Nessas salas virtuais, observa-se a existência de algumas possibilidades de fluxo de

comunicação: a) um para todos; b) um para um, enquanto o(s) outro(s) assiste(em); e c) um

para alguns, enquanto os outro(s) assiste(em).

Muitas vezes denominado por chat aberto, essa forma de interação, inerente ao

ciberespaço, pode ser concebida tal como a uma rede comunicacional, entrelaçando caminhos

de bate-papo, parecidas com o que ocorre em ambientes de descontração como bares, festas,

reuniões de amigos. Nesse formato, várias pessoas estão reunidas em uma ambiente virtual

onde se estabelecem vários fluxos de conversação, permeadas pelo mesmo interesse ou estilo

pessoal. Nesta modalidade, as pessoas se dirigem geralmente para uma ou duas pessoas.

Contudo todos esses diálogos têm em comum uma zona de convergência, que se configura na

sala virtual mediada pelo computador ligado à internet. Nessa sala onde as conversas são

vistas por todos, denota-se, no entanto, pela possibilidade de inferência em outros fluxos de

conversação, por qualquer participante, ou ainda, em uma troca de direção entre interlocutores,

o que denota por uma espécie de zona de convergência conversacional.

Observa-se também, que alguns sites ou programas de chat oferecem o recurso da

comunicação reservada ou cochicho, ou seja, um para um sem que os outros participantes da

mesma seção possam ler tais mensagens, o que neutraliza a convergência entre os fluxos dos

diálogos dos participantes.

Neste tipo de chat, tal como em ambientes informais, reuniões de amigos e recepções,

observa-se por uma não existência da homogeneidade de difusão da discussão entre os

participantes. Contudo, esse recurso tende a ocasionar, no contexto da EaD on-line, um não

aprofundamento no assunto abordado, devido a não promoção de igualdade entre os

participantes decorrente da diferença entre a intimidade com o teclado ou com a velocidade

Page 5: O Chat na EaD

5

com que as mensagens são colocadas na tela. Proporcionando assim, um texto não linear, onde

uma pessoa pergunta para outra e a resposta geralmente vem após outras colocações entre

outros participantes, dando a sensação de conversa cruzada, ou atravessada.

Ainda existe a possibilidade do uso de salas de chat para a realização de entrevista com

convidado, ou chat com convidado, visto que essa opção é freqüentemente usada sob

plataformas disponíveis em sites. Dessa forma, essa atividade liga várias pessoas, contudo,

direcionadas para um único pólo – o entrevistado – pois, um mediador elege as melhores

questões propostas pelos participantes, e apenas essas serão respondidas pelo entrevistado,

visto aqui como ligação todos para um.

2.3 Recurso hipertextual

É o recurso determinado pela possibilidade de inserção de hiperlinks, também

denominados por hiperligações ou simplesmente links. Este recurso permite que se possa

inserir ligações a outro documento ou site, dentro do diálogo da seção. Onde ao se clicar

sobre, aciona-se tal ligação, proporcionando aos participantes o acesso direto a tal documento

ou site.

Observa-se que esse recurso pode ser muito útil no contexto da EaD on-line,

principalmente em atividades síncronas em chats, principalmente no sentido de, durante a

seção, se ter a possibilidade de um navegar em sites como forma de enriquecimento ao assunto

em discussão.

2.4 Interface gráfica3

De uma forma geral, todas as possibilidades de dispositivo IRC pesquisadas

mostraram-se com uma interface semelhante, apontando para uma característica paradigmática

em sua constituição. Tal interface se mostra, de forma geral, constituída por dois quadros

3 Também chamada de interface gráfica do usuário ou do utilizador, refere-se ao ambiente gráfico projetado para

tornar prática a utilização ou manuseio do computador através de representações visuais do sistema operacional.

É o mecanismo de interação do homem com o computador por meio do mouse ou teclado; e do computador com

o homem, por meio do monitor e das caixas de som. Nessa interação o usuário é capaz de selecionar símbolos e

manipulá-los de forma a obter inferências práticas na máquina e seus softwares.

Page 6: O Chat na EaD

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alinhados verticalmente. O quadro superior denominar-se-á neste trabalho aqui por quadro

público, pois todos os participantes da seção de diálogo vêem seu conteúdo em comum. Neste

se encontram visíveis, todas as mensagens inseridas pelos participantes de forma cronológica,

de baixo para cima, onde a mais recente sempre se encontrará em sua extremidade inferior. Ao

obedecerem a essa hierarquia de entrada, as mensagens nunca se sobrepõem umas sobre as

outras, ou seja, só entra uma mensagem de cada vez. Em tal quadro, geralmente, o texto, ao

ser inserido, é precedido pelo nome de seu autor, e em alguns casos com o horário da inserção.

O quadro inferior, conseqüentemente, será chamado aqui por quadro de entrada. Este é

o espaço onde cada participante escreve sua mensagem, geralmente em forma de frase, para

em seguida poder inseri-la no quadro público, tornando visível aos outros participantes da

seção de diálogo, como mostrado na figura 1. Essa inserção da frase do quadro de entrada para

o quadro público é acionada por um comando que geralmente é realizada por meio do

acionamento de um botão virtual designado por enviar, ou pela tecla “enter” do teclado do

computador.

2.5 Customização e acessibilidade

Normalmente o tamanho, a cor e o formato da fonte utilizada, por um participante

podem ser customizadas, ou seja, transformadas ou adequadas às necessidades desse

indivíduo. Muito usado para destacar visualmente a fala entre os participantes e para a

Figura 1 – interface gráfica - MSN

Quadro público

Quadro de entrada

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7

facilitação de leitura. Percebe-se que muitas vezes, esse controle não se apresenta disponível,

principalmente para a adaptação do tamanho da fonte, talvez devido a esse recurso se

encontrar, geralmente, disponível nos navegadores que comportam esses dispositivos.

Existem ainda, outras possibilidades de customização como em cores e figuras para

plano de fundo dos quadros e janelas; e na inclusão de fotos ou avatares4 para identificação

dos participantes.

Outro item que pode ser encontrado é o da possibilidade de inserção rápida de

expressões, que quando selecionados se apresentam automaticamente após o nome do

participante que escreve a mensagem, e que são usadas para o direcionamento do diálogo,

como por exemplo: João fala para..., João pergunta para..., João responde para..., João

concorda com..., João discorda de..., desculpa-se com..., João surpreende-se com... e outras

similares. Essas expressões podem ser seguidas de outro recurso de inserção rápida que se

constitui pela escolha do direcionamento da fala, usados principalmente em seções com mais

de duas pessoas. Tal recurso é usado para suprir a inexistência de nuances corporais como o

direcionamento do olhar para interpelar este ou aquele participante (FONTES, 2001, p. 61).

Entretanto outro recurso muito utilizado é o uso de imagens chamadas de emoticons5,

que ao serem introduzidas no texto se transformam automaticamente em figuras ou animações.

Esse recurso é utilizado para espécie de transcrição das nuances da comunicação humana

verbal e corporal para a modalidade textual, pois como nos diz Fontes (2001, p. 59): “em suma

os gêneros digitais sintetizam as múltiplas formas de comunicação humana num único meio

que reúne as condições para transformar todos os códigos a partir de uma mesma base: a

digital”.

2.6 Banco de dados

Dispositivos de organização de registros, que nos IRC‟s se prestam para armazenar as

4 Avatar, aqui se refere à representação gráfica de um participante de um site, jogo ou chat na internet. Uma

forma de identificação, uma espécie de versão gráfica para o pseudônimo. Pode variar desde um sofisticado

modelo 3D até uma simples foto ou figura. 5 Palavra oriunda da junção dos termos ingleses: emotion (emoção) com icon (ícone). São também denominados

por emotions, smiley ou caractereta (junção das palavras: caractere com careta), são compostos dela combinação

de caracteres tipográficos que resultam em construções de expressões faciais. Essas tendem a simbolizar

expressões como por exemplo: o sorriso, :-) ,onde os dois pontos simbolizam os olhos e o parêntese a boca em

forma de sorriso e traço o nariz.

Page 8: O Chat na EaD

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seções de conversação, o que proporciona a possibilidade de se acessar as conversações

realizadas em forma de um texto diálogo, proporcionando assim um acesso à discussão após

sua realização. Contudo, em alguns aplicativos, esse recurso deve ser habilitado, pois o texto

pode ser perdido no ato de se fechar tais aplicativos.

Esse recurso geralmente é utilizado, no contexto da EaD on-line, para que a discussão

possa ser analisada posteriormente pelos participantes ou ainda por pessoas que não

participaram da atividade, proporcionando a essas uma interação vicária6 e assíncrona em

relação à discussão.

3 Aspecto síncrono versus aspecto assíncrono

A leitura da realidade na EaD on-line indica que essa modalidade, cada vez mais

difundida nos dias de hoje, certamente pode contribuir e se convergir com um emergente

formato educacional adequado às nuances da realidade que está por vir. Deste modo,

entreveja-se por particularidades metodológicas específicas e, consequente e inevitavelmente,

por problemas a serem resolvidos.

Assim um desses problemas evidenciado por essa modalidade, é certamente a visão de

que o chat é apenas uma ferramenta circunstancial de bate-papo. Tal concepção pode ser

observada nos dizeres dos respeitados autores da EaD – Rena M. Palloff e Keith Pratt a seguir:

O desafio de ministrar uma reunião ou seminário sincrônico é o de coordenar o

tempo e propiciar a todos as „vozes‟ o direito de se manifestarem em um grupo que

se apresenta disperso. Embora muitos grupos requeiram a discussão sincrônica

(chat), consideramos que ela só raramente favorece a discussão e a participação

produtivas, além de freqüentemente se resumir a contribuições pouco profundas cuja

extensão não é maior do que uma linha (PALLOFF & PRATT, 2002, p. 74).

Não obstante, essa afirmação faz emanar a seguinte indagação: será que o uso de

atividades síncronas na modalidade de EaD on-line, onde a característica assíncrona é um dos

principais fatores que a destaca da modalidade presencial, não está a determinar de forma

paradigmática, que a EaD on-line aponta por um processo integralmente assíncrono?

Se aceita, entretanto, que o aspecto da dificuldade da coordenação do tempo, ou seja,

do horário de participação entre os participantes, pode causar dificuldades no agendamento de

atividades nessa ferramenta, o que pode ser um empecilho para a realização dessa atividade

6 A interação vicária é aquela em que o sujeito interage com o assunto abordado observando, ou seja, interagindo

silenciosamente, com a discussão/interação de outrem, sem colocar nenhuma contribuição à interação observada.

Page 9: O Chat na EaD

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com toda uma turma no contexto da EaD on-line. Mas o que suscita por maiores

questionamentos, e conseqüentemente por uma investigação, é o fato de considerar a discussão

em chat como algo que raramente possibilite a igualdade de manifestações entre os

participantes e a dificuldade denunciada pela característica dispersiva que o grupo se

apresenta. O que aponta para uma das características, já descritas neste trabalho ao mencionar

o chat aberto e sua analogia com a conversa informal, onde se nota uma similaridade com

conversações peculiares a ambientes como reuniões de amigos, recepções ou na conversa

cotidiana.

Percebe-se que tal acepção, entretanto, tende a conduzir-nos à seguinte indagação: não

estaria, tal atividade ferramental, sendo concebida metodologicamente com o mesmo espectro

do chat aberto? Ou ainda, se a metodologia usada nesta atividade não seria calcada na mesma

usada na ferramenta de discussão assíncrona denominada dentro dos AVA‟s por fórum?

Fundamente-se essa última indagação na menção que estes mesmos autores fazem a

sua práxis em algumas linhas antes à citação aqui destacada e que diz: “Nossa preferência,

fundamentada em muitos anos de prática com o ensino on-line, é pelo ambiente assíncrono”.

(PALOFF e PRATT, 2002, p. 73).

Contudo, respeitando e compreendendo a posição desses educadores e, percebendo por

uma possibilidade de se tentar somar, a partir dessa colocação, um pouco a mais à reflexão

sobre a educação a distância, este trabalho foi ainda mais motivado. Essa motivação aqui se

deu principalmente pela colocação da conjunção concessiva – embora – na citação já aqui

exposta: “Embora muitos grupos requeiram a discussão sincrônica (chat)...” (PALOFF, 2002,

p. 74); e na requisição dessa prática por muitos grupos na EaD on-line. Pois, se entende que

isso faz emergir por uma possível utilização desta atividade síncrona, com o uso de uma

metodologia adequada e peculiar.

Baseia-se no pressuposto de que a ênfase na questão da pesquisa da prática de sala de

aula, na qual se realiza uma ação auto-reflexiva, onde, a proposição da relação do diálogo com

outros campos de conhecimento e com um olhar amplo, exige constantes balaços críticos das

técnicas, dos métodos e das teorias, para deles se apropriar e alçar novas possibilidades frente

à práxis pedagógica. Nesse processo, criam-se respostas novas sobre a natureza do fenômeno

do ensino aprendizagem, suas causas, conseqüências e remédios, assumindo um caráter ao

mesmo tempo explicativo e projetivo (PIMENTA, 2002).

Page 10: O Chat na EaD

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4 Possibilidades metodológicas aplicadas ao chat educacional

Pode-se perceber que na modalidade de EaD on-line, a qual se baseia em uma

aprendizagem autônomo-colaborativa também denominada por aprendizagem em rede7, onde

o papel da interação se mostra como elemento fundamental para a constituição do

conhecimento no e pelo aprendente. Pois, como exposto, em entrevista, por Maia & Mattar

(2007, p. 18) ao consultar o professor Wilson Azevedo, temos a seguinte concepção da, aqui

denominada, EaD on-line:

Educação on-line é antes de tudo, educação. E educação é um processo humano e

social, que acontece na e pela interação de seres humanos(...)

A aprendizagem humana é por natureza colaborativa. Direta ou indiretamente,

formal ou informalmente, aprendemos colaborando uns com os outros.

Partindo dessa premissa, percebe-se que o grupo, na aprendizagem proposta por essa

modalidade de EaD, tem um papel de destaque. Vê-se, contudo, que a constituição desse

elemento não se resume em apenas reunir um número determinado de pessoas, mesmo que

estas pessoas tenham interesses em comum. Um grupo é verdadeiramente constituído nesse

contexto pela imprescindível existência de um fator – a interação entre seus componentes.

Não obstante a isso, este trabalho buscará por algumas possibilidades de aplicação do

chat como um ferramental que suporte algo mais que um bate-papo informal, ou uma

reprodução síncrona de atividades como o fórum de discussão, muito praticado na EaD on-

line.

Contudo, as técnicas que aqui serão descritas são baseadas no trabalho socializado e

suas potencialidades em aproximar, integrar, aquecer, ou seja, humanizar os AVA‟s com o

contato síncrono entre pessoas. Estas, que por muitas vezes são referidas como dinâmicas de

grupo, serão aqui transpostas dos modelos descritos por Rivas (2003) no artigo “Dinâmicas de

Grupo”, para o meio virtual da EaD on-line, onde se almeja por uma adaptação aos recursos

desta modalidade de ensino. Isso se dará, para que os aspectos de funcionabilidade técnica no

meio digital sejam aferidos e para que assim se possa, com tais dados, se ter mais subsídios

para uma futura averiguação e confrontação com a práxis educacional em meio virtual.

7 Adaptação feita pelo autor deste artigo do termo inglês networked learning. O que vem a denotar por uma

construção processual do conhecimento pelos aprendentes, que ocorre com o trabalho ou ação que se dá em uma

rede ou teia cooperativa estabelecida, entre os sujeitos envolvidos neste processo de ensino e aprendizagem, via

internet ou intranet.

Page 11: O Chat na EaD

11

As dinâmicas aqui escolhidas para a transposição são caracterizadas, originalmente na

versão presencial, pela discussão de um tema por algumas pessoas, assistidas por um

auditório. São compostas por um professor, os expositores e a platéia. Ao professor, cabe

dirigir a participação dos expositores, decidir e orientar sobre o tempo disponível para cada

um argumentar, determinar a ordem das intervenções ao definir o direito da palavra, além de

motivar os expositores e zelar para que esses se mantenham dentro do tema. Contudo, o tempo

para que cada debatedor dispõe para argumentar pode ser substituído, no meio virtual, por um

tamanho médio de texto, pré-definido anteriormente à atividade.

Geralmente o professor não emite sua opinião perante o debate, para que assim sua

função seja especificamente em gerenciar a atividade.

Os expositores são aqueles que se preparam para a discussão. Dessa forma, esses

devem ser orientados a fazerem colocações sucintas e ordenadas para que não ocorram desvios

ao tema, além de zelarem pelo cumprimento às normas acordadas por todos anteriormente à

atividade (RIVAS, 2003). Lembrando que se presume normalmente ao professor o papel de

professor, porém este papel pode ser assumido por um aluno eleito para tal.

Essa técnica tem a possibilidade de ser realizada sincronicamente apenas com o grupo

de discussão e o professor, devido à possibilidade de armazenamento da seção do chat e assim,

com a publicação para a platéia em forma de documento de texto. Não necessitando da platéia

presente em sincronia temporal com a atividade. Possibilitando assim, que o chat seja um

recurso de fomentação da turma para a discussão assíncrona do tema estudado.

O professor pode optar por realizar essas atividades, tendo como base sub-temas do

tema escolhido. Assim existe a possibilidade de realização de várias dessas seções, com temas

relacionados e elencados entre si. Nessa situação existe a possibilidade de revezamento do

grupo de expositores, onde um maior número de alunos poderá ter a oportunidade de

participar sincronicamente. Lembrando que se deve avaliar essa possibilidade dependendo do

perfil dos alunos da turma, pois existem alunos que interagem melhor com atividades

síncronas e outros com assíncronas.

Essas atividades podem ser em formato de:

4.1 Mesa redonda

Esse tipo de atividade é aplicado em temas que apresentam distintas tendências ou

Page 12: O Chat na EaD

12

abordagens e é caracterizada pelos seguintes passos:

4.1.1 Preparação:

a. Determina-se, o mais especificamente possível, o tema a ser discutido, motivando à

pesquisa e munindo os expositores com material que se relacionem com cada tendência

do assunto a ser abordado.

b. Determinam-se as regras para o funcionamento da atividade ao estabelecer a ordem de

exposição dos expositores.

c. O professor faz a apresentação do assunto a ser discutido, podendo ser no início da

própria atividade, ou ainda lançar mão de apresentações pré-publicadas para todos em

forma de slides, textos, áudios e outros recursos, todos que se relacionem com o tema

em questão.

4.1.2 Desenvolvimento:

a) Cada debatedor faz a sua colocação sobre o tema, dentro de um tempo limite ou dentro

de um limite de tamanho de texto.

b) O professor, ao término de todas as exposições, faz um resumo imparcial das idéias

desenvolvidas por cada um e destaca as diferenças.

c) Cada expositor pode esclarecer, ampliar ou defender seu ponto de vista após esse

resumo, dentro de um limite de tempo ou tamanho de texto definido igualmente para

todos.

d) O professor publica o chat todo e emite então um resumo final procurando ser o mais

imparcial possível.

e) Em fórum assíncrono toda a turma tem alguns dias para formular perguntas para os

expositores, onde esses se restringirão a não mais debaterem entre si.

f) Outro fórum assíncrono pode ser aberto para discussão aberta sobre o assunto.

4.2 Técnica painel

Porém, se o professor desejar optar por trabalhar um só ponto de vista de um tema,

essa possibilidade se mostra como uma boa indicação. Isso ocorre, pois todos os expositores

apresentam um distinto aspecto ou ponto de um mesmo tema, o que permite a cada expositor

Page 13: O Chat na EaD

13

por um completar ou ampliar, se necessário, o ponto de vista dos outros. O número de

expositores pode variar de 4 a 6 pessoas, cada uma especializada ou capacitada no ponto que

lhe corresponde.

4.2.1 Preparação:

a. Determina-se, o mais especificamente possível, o tema a ser discutido, motivando à

pesquisa e munindo os expositores com material que se relacionem com cada item do

assunto a ser abordado.

b. Determinam-se as regras para o funcionamento da atividade ao estabelecer a ordem de

exposição e os subitens relacionados ao tema.

c. O professor faz a apresentação do assunto a ser discutido, podendo ser no início da

própria atividade, ou ainda lançar mão de apresentações pré-publicadas para todos em

forma de slides, textos, áudios e outros recursos, todos que se relacionem com o tema

em questão.

4.2.2 Desenvolvimento:

a) O professor coloca a primeira pergunta a todos os expositores, que fazem suas

colocações sobre o tema, dentro de um tempo limite ou dentro de um limite de

tamanho de texto. O professor deve também lembrar, a todos, sobre a possibilidade de

cada expositor completar ou ampliar, se necessário, o ponto de vista dos outros dentro

de sua exposição.

b) O professor pode fazer novas perguntas que podem ajudar a tocar em pontos que ainda

não foram mencionados por um ou mais expositores.

c) Ao finalizar o tempo de exposições o professor pede a cada um dos expositores que

faça um resumo de suas idéias.

d) O professor, ao término de todas as exposições, faz um resumo imparcial das idéias

desenvolvidas por cada um destacando por particularidades de cada exposição.

e) O professor publica o chat todo e emite então um resumo final procurando ser o mais

imparcial possível.

f) Em fórum assíncrono, toda a turma poderá formular perguntas para os expositores e

assim poderão desenvolver uma discussão aberta sobre o assunto.

Page 14: O Chat na EaD

14

4.3 Grupo de cochicho

Contudo, para um maior envolvimento de toda a turma no processo de preparação dos

expositores, pode-se aplicar esta técnica. Nesta opção a turma é dividida em grupos de

tamanhos iguais, onde cada grupo, por meio de fórum assíncrono, chat, portfólio de grupo ou

e-mail; debate, elege e prepara um representante, para participar como debatedor de uma

discussão síncrona em chat. Lembrando que tal discussão pode ser desenvolvida em formato

de mesa redonda ou técnica painel, como anteriormente descritas ou ainda em outros formatos

de dinâmicas de grupos transpostas para o meio virtual.

5 Conclusão

Em decorrência dessas metodologias aqui descritas, pode-se concluir que a resposta

para o desafio de ministrar uma reunião ou seminário sincrônico em EaD on-line, de se

propiciar a todos as „vozes‟ e o direito de se manifestarem, colocados na afirmação de Palloff

& Pratt (2002, p. 74), só será possível se essa reunião for organizada e conduzida com um

tratamento diferenciado da que se faz usualmente em contextos informais também

denominados por chat abertos. Pois a prática de conversação em chat aberto acabou por

estabelecer, contudo, um paradigma na utilização desta ferramenta, que ao ser aplicada em

finalidades educacionais, tende por um não favorecimento à discussão, a não participação dos

alunos de forma produtiva e com curta extensão e rasa profundidade.

Embasa-se esse argumento, tendo em vista a concepção da equivalência entre a

conversa cotidiana e o chat aberto. Equivalência baseada nas argumentações de Araújo (2004)

ao defender o chat aberto como um elemento transmutado do gênero que lhe pré-existiu, que

com a superposição de semioses, como a escrita, o som e a imagem deflagram a percepção de

índices de transmutação e conversão da conversa do cotidiano para a web.

A partir dessa perspectiva, podemos entender que essa equivalência não está presente

da mesma forma, entre as atividades não presenciais de discussão com o fórum assíncrono.

Pois se percebe que no fórum, a própria característica assíncrona, trata-se por organizar, de

certa forma, as colocações dos participantes. O que não ocorre no chat aberto, nem em uma

conversa presencial e aberta entre várias pessoas, denotando por uma demanda por

organização, mesmo em contextos formais.

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Sendo assim, conclui-se que o chat, no contexto da EaD on-line, não pode ser

abordado da mesma forma que o chat aberto, tampouco como o fórum assíncrono. Assim se

afirma baseando-se na concepção bakhtiniana (2000) que tende a vislumbrar as atividades de

discussão como a mesa redonda e a técnica painel como gêneros complexos. Pois, esses

gêneros complexos são assim chamados por não atenderem as necessidades de uma esfera

simples, como por exemplo, a conversa cotidiana. Contudo, esses gêneros tendem com sua

complexidade própria, em decorrência de sua esfera formal, dentar por um estabelecimento

organizacional da discussão presencial em pequenos e grandes grupos de pessoas.

Podemos entender, contudo, que o chat metodologicamente situado na EaD on-line

está para as atividades de discussão, chamadas de dinâmicas de grupos, assim como o chat

aberto está para a conversa cotidiana. Assinalando, contudo, por uma necessidade de se tratar

as atividades em chat na EaD on-line com a mesma formalidade que se dispensa às atividades

em pequenos ou mesmo em grandes grupos de pessoas em sala de aula presencial.

Quanto à resposta para a freqüente questão de como coordenar o horário para a

participação de todos os alunos de uma turma em atividades de chat, as possibilidades

metodológicas aqui descritas mostram que essa atividade não necessita da participação

sincrônica de todos os alunos de uma turma. Onde a possibilidade de armazenamento e

publicações das seções, pode ser elemento de ligação assíncrona e vicária entre todos os

alunos com a discussão. O que pode ser usado como ponto de partida para a discussão em

fórum assíncrono posteriormente, denotando o chat como uma ferramenta articulável com

outras dentro do contexto da EaD on-line.

Pois nessa perspectiva, o chat não foi concebido como fim, mas sim como meio de se

obter o aquecimento do grupo, ou seja, na humanização do AVA e a fomentação para a

interação entre os participantes e desses com o conhecimento. Como em uma atividade em

grupo em sala de aula presencial, as atividades realizadas nesta ferramenta devem ser usadas

como recursos de produção de conhecimento e não averiguação final. O que mostra por uma

necessidade especial na concepção e aplicação da avaliação nesse contexto, direcionando-a de

forma processual, ou seja, formativa.

Faz-se imprescindível, a essa altura e com os entenderes aqui vislumbrados, que se

possa experimentar e aplicar tais metodologias para que, com a coleta de dados, seja possível

averiguar e assim lapidar tais fazeres em prol do processo de ensino e aprendizagem com a

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aplicação do chat com as metodologias aqui almejadas. Pois se visualiza aqui, que o uso do

chat com metodologia adequada, potencialmente se mostra como um plausível e produtivo

meio de discussão e de participação no contexto da EaD on-line, principalmente tendo em

vista o objetivo, que essa modalidade educacional, tem ao almejar o aprender, ou seja, um

aprender que se dá com autonomia. Lembrando, que nesse contexto, o termo autonomia tende

a ir além do significado – independência – o que remete ao isolamento, mas sim atingindo,

contudo a acepção – interdependência –, ou seja, de uma auto-construção do conhecimento no

sujeito através da cooperação com seus semelhantes. O que não deixa esquecer Paulo Freire

(1983, p. 79), ao significar a educação como uma prática humano-social, ao dizer que:

“ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém se educa a si mesmo: os homens se

educam em comunhão, mediatizados pelo mundo”. Então se pode entender que o chat pode e

deve ser usado, experimentado e (re)significado no sentido de fomentar, de desenvolver e de

suscitar de forma colaborativa o aprendizado nos aprendentes.

THE CHAT IN WEB-BASEAD LEARNING: A potential tool for the facilitating of the

discussion and participation through group dynamics.

Abstract

This paper presents a reflection on the chat tool within the educational prospects of e-

learning supported by information and communication technologies (ICT). Through

identification of their characteristics and resources, and confronting with some functional

trends that this educational method has been directing, objective here the awakening in a

reader, for the critical eye and your potential development methodological in collaborative

activities based on this platform – the chat. This tool, inherent in the creation of virtual

environments for learning and used this method educational, here is envisioned as a platform

to support activities in favor of the establishment and maintenance of the teaching and learning

process. However, conceives itself here, and going beyond the simplified uses that much is

allocated to such as the informal chat or to strip-doubt, that this tool can and should be seen as

potential cornerstone for learning the same time autonomous and collaborative – as evidenced

by the characteristic of e-learning today.

Keywords: Chat. E-learning. Methodology. Networked Learning.

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17

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