O enigma têxtil

O enigma têxtil Marcos Gouvêa de Souza (mgsouza), diretor-geral da GS&MD – Gouvêa de Souza Recentemente foi anunciado o fechamento de empresas na área industrial têxtil, de vestuário e moda, em São Paulo, num momento em que o setor continua se expandindo e com grandes perspectivas de superar o crescimento médio do varejo no Brasil em 2011. O setor tem vivido nos últimos anos um enigma que não consegue ser equacionado, pela impossibilidade de um diálogo mais maduro e estrategicamente orientado. O inimigo comum é o já elevado e ainda crescente volume de importações, em especial da China, mas também de outros países asiáticos, que tiveram forte expansão de suas vendas para o Brasil à medida que foram criadas barreiras para os produtos chineses. Simples coincidência. A realidade global, precipitada por um menor crescimento econômico e das vendas do varejo, em especial nos países mais desenvolvidos, tem sido a busca incessante de opções para se oferecer mais por menos aos consumidores, o que tem direcionado o varejo do mundo para um maior volume de compras nos mercados asiáticos, destacando-se China e Índia, que desenvolveram competência e capacitação invejáveis para atender essa necessidade. Ambos os países oferecem produtos com crescente qualidade, preços decrescentes e apenas não desenvolveram, ainda, marca e distribuição, o que pode ser a próxima e mais estrutural ameaça para o segmento em escala global. E será apenas uma questão de tempo para que isso aconteça. No setor varejista brasileiro temos a convergência de algumas tendências que desenham uma nova e irreversível realidade, com os principais players consolidando participação de mercado, ancorados no crédito aos consumidores emergentes e com a clara estratégia de desenvolver marcas próprias. Entre os maiores operadores (Riachuelo, Renner, Marisa,

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