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O Essencial das O Essencial das O Essencial das O Essencial das Normas Normas Normas Normas de Auditoria de Auditoria de Auditoria de Auditoria Independente de Independente de Independente de Independente de Informação Informação Informação Informação Contábil Histórica Contábil Histórica Contábil Histórica Contábil Histórica

O Essencial Das Normas de Auditoria

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Page 1: O Essencial Das Normas de Auditoria

O Essencial das O Essencial das O Essencial das O Essencial das Normas Normas Normas Normas de Auditoria de Auditoria de Auditoria de Auditoria

Independente de Independente de Independente de Independente de Informação Informação Informação Informação

Contábil HistóricaContábil HistóricaContábil HistóricaContábil Histórica

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“... que ninguém se engane, só se consegue a simplicidade através de muito trabalho”. Clarice Lispector (1920-1977)

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SSSSUMÁRIOUMÁRIOUMÁRIOUMÁRIO

IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução ..................................................................................................................................................... 05 Resolução CFC n.º 1.202/2009Resolução CFC n.º 1.202/2009Resolução CFC n.º 1.202/2009Resolução CFC n.º 1.202/2009: Aprova a NBC TA 01 – Estrutura Conceitual para Trabalhos de Asseguração......................................................................................................... 11 Resolução CFC n.º 1.203/2009Resolução CFC n.º 1.203/2009Resolução CFC n.º 1.203/2009Resolução CFC n.º 1.203/2009: Aprova a NBC TA 200 – Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Condução da Auditoria em Conformidade com Normas de Auditoria................................................................................................................................. 19 Resolução CFC n.º 1.204/2009Resolução CFC n.º 1.204/2009Resolução CFC n.º 1.204/2009Resolução CFC n.º 1.204/2009: Aprova a NBC TA 210 – Concordância com os Termos do Trabalho de Auditoria .............................................................................................. 27 Resolução CFC n.º 1.205/2009Resolução CFC n.º 1.205/2009Resolução CFC n.º 1.205/2009Resolução CFC n.º 1.205/2009: Aprova a NBC TA 220 – Controle de Qualidade da Auditoria de Demonstrações Contábeis...................................................... 30 Resolução CFC n.º. 1.206/2009Resolução CFC n.º. 1.206/2009Resolução CFC n.º. 1.206/2009Resolução CFC n.º. 1.206/2009: Aprova a NBC TA 230 – Documentação de Auditoria........................................................................................................................................................... 33 Resolução CFC n.º 1.207/2009Resolução CFC n.º 1.207/2009Resolução CFC n.º 1.207/2009Resolução CFC n.º 1.207/2009: Aprova a NBC TA 240 – Responsabilidade do Auditor em Relação a Fraude, no Contexto da Auditoria de Demonstrações Contábeis ......................................................................................................................................................... 35 ResResResResolução CFC n.º 1.208/2009olução CFC n.º 1.208/2009olução CFC n.º 1.208/2009olução CFC n.º 1.208/2009: Aprova a NBC TA 250 – Consideração de Leis e Regulamentos na Auditoria de Demonstrações Contábeis ........................................ 41 Resolução CFC n.º 1.209/2009Resolução CFC n.º 1.209/2009Resolução CFC n.º 1.209/2009Resolução CFC n.º 1.209/2009: Aprova a NBC TA 260 – Comunicação com os Responsáveis pela Governança................................................................................................... 46 Resolução CFC n.º 1.2Resolução CFC n.º 1.2Resolução CFC n.º 1.2Resolução CFC n.º 1.210/200910/200910/200910/2009: Aprova a NBC TA 265 – Comunicação de Deficiências de Controle Interno ...................................................................................................... 49 Resolução CFC n.º 1.211/2009Resolução CFC n.º 1.211/2009Resolução CFC n.º 1.211/2009Resolução CFC n.º 1.211/2009: Aprova a NBC TA 300 – Planejamento da Auditoria........................................................................................................................................................... 53 Resolução CFC n.º 1.212/2009Resolução CFC n.º 1.212/2009Resolução CFC n.º 1.212/2009Resolução CFC n.º 1.212/2009: Aprova a NBC TA 315 – Identificação e Avaliação dos Riscos de Distorção Relevante por meio do Entendimento da Entidade e do seu Ambiente............................................................................................................... 57 Resolução CFC n.º 1.213/2009Resolução CFC n.º 1.213/2009Resolução CFC n.º 1.213/2009Resolução CFC n.º 1.213/2009: Aprova a NBC TA 320 – Materialidade no Planejamento e na Execução da Auditoria................................................................................. 67 Resolução CFC n.º 1.214/2009Resolução CFC n.º 1.214/2009Resolução CFC n.º 1.214/2009Resolução CFC n.º 1.214/2009: Aprova a NBC TA 330 – Resposta do Auditor aos Riscos Avaliados.................................................................................................................................. 71 Resolução CFC n.º 1.215/2009Resolução CFC n.º 1.215/2009Resolução CFC n.º 1.215/2009Resolução CFC n.º 1.215/2009: Aprova a NBC TA 420 – Considerações de Auditoria para a Entidade que Utiliza Organização Prestadora de Serviços ......... 74 Resolução CFC n.º 1.216/2009Resolução CFC n.º 1.216/2009Resolução CFC n.º 1.216/2009Resolução CFC n.º 1.216/2009: Aprova a NBC TA 450 – Avaliação das Distorções Identificadas durante a Auditoria............................................................................ 78 Resolução CFC n.º 1.217/2009Resolução CFC n.º 1.217/2009Resolução CFC n.º 1.217/2009Resolução CFC n.º 1.217/2009: Aprova a NBC TA 500 – Evidência de Auditoria........................................................................................................................................................... 83 Resolução CFC n.º 1.218/2009Resolução CFC n.º 1.218/2009Resolução CFC n.º 1.218/2009Resolução CFC n.º 1.218/2009: Aprova a NBC TA 501 – Evidência de Auditoria – Considerações Específicas para Itens Selecionados................................... 88 Resolução CFC n.º 1.219/2009Resolução CFC n.º 1.219/2009Resolução CFC n.º 1.219/2009Resolução CFC n.º 1.219/2009: Aprova a NBC TA 505 – Confirmações Externas............................................................................................................................................................. 92 Resolução CFC n.º 1.220/2009Resolução CFC n.º 1.220/2009Resolução CFC n.º 1.220/2009Resolução CFC n.º 1.220/2009: Aprova a NBC TA 510 – Trabalhos Iniciais – Saldos Iniciais................................................................................................................................................. 96 Resolução CFC n.º 1.221/2009Resolução CFC n.º 1.221/2009Resolução CFC n.º 1.221/2009Resolução CFC n.º 1.221/2009: Aprova a NBC TA 520 – Procedimentos Analíticos.......................................................................................................................................................... 99

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Resolução CFC n.º 1.222/2009Resolução CFC n.º 1.222/2009Resolução CFC n.º 1.222/2009Resolução CFC n.º 1.222/2009: Aprova a NBC TA 530 – Amostragem em Auditoria........................................................................................................................................................... 101 Resolução CFC n.º 1.223/2009Resolução CFC n.º 1.223/2009Resolução CFC n.º 1.223/2009Resolução CFC n.º 1.223/2009: Aprova a NBC TA 540 – Auditoria de Estimativas Contábeis, Inclusive do Valor Justo, e Divulgações Relacionadas..... 108 Resolução CFC n.º 1.224Resolução CFC n.º 1.224Resolução CFC n.º 1.224Resolução CFC n.º 1.224/2009/2009/2009/2009: Aprova a NBC TA 550 – Partes Relacionadas .. 113 Resolução CFC n.º 1.225/2009Resolução CFC n.º 1.225/2009Resolução CFC n.º 1.225/2009Resolução CFC n.º 1.225/2009: Aprova a NBC TA 560 – Eventos Subsequentes................................................................................................................................................ 117 Resolução CFC n.º 1.226/2009Resolução CFC n.º 1.226/2009Resolução CFC n.º 1.226/2009Resolução CFC n.º 1.226/2009: Aprova a NBC TA 570 – Continuidade Operacional .................................................................................................................................................... 121 Resolução CFC n.º 1.227/2009Resolução CFC n.º 1.227/2009Resolução CFC n.º 1.227/2009Resolução CFC n.º 1.227/2009: Aprova a NBC TA 580 – Representações Formais .............................................................................................................................................................. 126 Resolução CFC n.º 1.228/2009Resolução CFC n.º 1.228/2009Resolução CFC n.º 1.228/2009Resolução CFC n.º 1.228/2009: Aprova a NBC TA 600 – Considerações Especiais – Auditorias de Demonstrações Contábeis de Grupos, Incluindo o Trabalho dos Auditores dos Componentes............................................................................... 131 Resolução CFC n.º 1.229/2009Resolução CFC n.º 1.229/2009Resolução CFC n.º 1.229/2009Resolução CFC n.º 1.229/2009: Aprova a NBC TA 610 – Utilização do Trabalho de Auditoria Interna............................................................................................................. 135 Resolução CFC n.º 1.230/2009Resolução CFC n.º 1.230/2009Resolução CFC n.º 1.230/2009Resolução CFC n.º 1.230/2009: Aprova a NBC TA 620 – Utilização do Trabalho de Especialistas ....................................................................................................................... 137 Resolução CFC n.º 1.231/2009Resolução CFC n.º 1.231/2009Resolução CFC n.º 1.231/2009Resolução CFC n.º 1.231/2009: Aprova a NBC TA 700 – Formação da Opinião e Emissão do Relatório do Auditor Independente sobre as Demonstrações Contábeis.................................................................................................................... 141 Resolução CFC n.º 1.232/2009Resolução CFC n.º 1.232/2009Resolução CFC n.º 1.232/2009Resolução CFC n.º 1.232/2009: Aprova a NBC TA 705 – Modificações na Opinião do Auditor Independente.................................................................................................. 147 Resolução CFC n.º 1.233/2009Resolução CFC n.º 1.233/2009Resolução CFC n.º 1.233/2009Resolução CFC n.º 1.233/2009: Aprova a NBC TA 706 – Parágrafos de Ênfase e Parágrafos de Outros Assuntos no Relatório do Auditor Independente............. 158 Resolução CFC n.º 1.234/2009Resolução CFC n.º 1.234/2009Resolução CFC n.º 1.234/2009Resolução CFC n.º 1.234/2009: Aprova a NBC TA 710 – Informações Comparativas – Valores Correspondentes e Demonstrações Contábeis Comparativas................................................................................................................................................. 162 Resolução CFC n.º 1.235/2009Resolução CFC n.º 1.235/2009Resolução CFC n.º 1.235/2009Resolução CFC n.º 1.235/2009: Aprova a NBC TA 720 – Responsabilidade do Auditor em Relação a Outras Informações Incluídas em Documentos que Contenham Demonstrações Contábeis Auditadas .............................................................. 165 Resolução CFC n.º 1.236/2009Resolução CFC n.º 1.236/2009Resolução CFC n.º 1.236/2009Resolução CFC n.º 1.236/2009: Aprova a NBC TA 800 – Considerações Especiais – Auditorias de Demonstrações Contábeis Elaboradas de Acordo com Estruturas de Contabilidade para Propósitos Especiais .......................................... 167 Resolução CFC n.º 1.237/2009Resolução CFC n.º 1.237/2009Resolução CFC n.º 1.237/2009Resolução CFC n.º 1.237/2009: Aprova a NBC TA 805 – Trabalhos para a Emissão de Relatório sobre Demonstrações Contábeis Condensadas .................... 169 Resolução CFC n.º 1.2Resolução CFC n.º 1.2Resolução CFC n.º 1.2Resolução CFC n.º 1.238/200938/200938/200938/2009: Aprova a NBC TA 810 – Trabalhos para a Emissão de Relatório sobre Demonstrações Contábeis Condensadas .................... 172 Apêndice Apêndice Apêndice Apêndice I: I: I: I: Resolução CFC n.º 1.311/2010Resolução CFC n.º 1.311/2010Resolução CFC n.º 1.311/2010Resolução CFC n.º 1.311/2010: Aprova a NBC PA 290 – Independência – Trabalhos de Auditoria e Revisão. ............................................................ 177 Apêndice II: Apêndice II: Apêndice II: Apêndice II: GlossáGlossáGlossáGlossáriorioriorio ........................................................................................................................... 183

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introdução

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IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução A Contabilidade, desde a sua gênesis supostamente em Uruk1, sempre serviu como um sistema de informação, consubstanciando-se, em síntese, na linguagem do mundo dos negócios. Contudo, em face de particularidades culturais, idiomáticas e de divergências normativas, esse mesmo mundo recentia de padrão que possibilitasse o fácil entendimento das demonstrações contábeis, também denominadas de relatórios financeiros, elaboradas a partir de registros contábeis. Esse cenário começou a ser modificado com a adoção por vários países, entre eles o Brasil, das Normas Internacionais de Relatórios Financeiros, ou simplesmente IFRS da sigla em inglês, editadas pelo International Accounting Standards Board (IASB). As principais vantagens advindas desse processo é a eliminação de barreiras na interpretação de informações e de relatórios financeiros, facilitação do comércio e da abertura de capital, ampliação de investimentos, melhor comparabilidade entre os relatórios, a adoção de uma verdadeira linguagem universal no mundo dos negócios, entre outras. Todavia, não basta apenas que esses demonstrativos contábeis sejam elaborados com base em um único padrão, mas que sejam certificados por profissionais independentes pautados em normas de auditoria também de aceitação universal, o que proporcionará, sem semblante de dúvida, mais credibilidade ao mercado financeiro internacional e uma maior proteção às crises que de tempos em tempos costumam ocorrer. Razão pela qual o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), na condição de membro associado da International Federation of Accounting (IFAC), ou em livre tradução Federação Internacional de Contadores, devidamente autorizado, e com o apoio do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), adotou a política de tradução e reprodução de normas de

1 Um dos mais antigos indícios catalogados da escrita são inscrições do tipo cuneiforme , datadas do quarto milênio a.C. em plaquetas de barro – denominadas plaquetas de Uruk, que era uma cidade situada no que hoje é o sul de Bagdá, capital do Iraque – descoberta na região da Suméria . Segundo Jean (2002, p. 13), correspondem a fragmento de livro de contas, pois é constituído de “listas, relações de sacos de grãos, de cabeças de gado, estabelecendo uma espécie de contabilidade do templo”. Ele é categórico e surpreende ao afirmar que “os primeiros símbolos escritos são, pois, de contas agrícolas”. E vai além (p. 18): “A escrita, nascida tão modestamente por exigências de simples contabilidade, vai tornando-se, pouco a pouco, para os habitantes da Mesopotâmia, um sumário, um auxílio, depois uma maneira de guardar vestígios da língua falada, e, sobretudo, uma outra maneira de comunicá-la, até mesmo de pensar e de se expressar”.

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O Essencial das Normas de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica

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auditoria emitidas por essa associação, no âmbito do processo de convergência ao padrão internacional. Isso posto, pode-se concluir que as novas normas brasileiras de auditoria contábil decorrem de um processo de tradução e revisão das International Standards on Auditing (ISAs) editadas pela IFAC, desenvolvido conjuntamente pelo CFC e o Ibracon. Assim, objetivando deixar transparente a equivalência entre as normas brasileiras e as internacionais e também para facilitar as citações e revisões futuras, as normas ora aprovadas pelo CFC mantiveram a numeração original da IFAC. As normas de auditoria representam um conjunto de regras que objetivam estabelecer a melhor forma de se conduzir um trabalho auditorial. Elas abarcam requisitos sobre o profissional, sobre o planejamento e a execução, sobre a emissão do relatório de auditoria, entre outros atributos. Costuma-se afirmar que sem normas profissionais reconhecidas e aprovadas não se pode falar em auditoria independente. Mas quais os verdadeiros motivos dessas novas normas? Como é sabido e consabido, o mundo capitalista caminha a passos largos para o processo de extinção de fronteiras, normalmente criadas pela ficção e convenção humanas, e para o domínio das corporações multinacionais e dos grandes grupos e blocos econômicos. Dessa forma, como o mercado passa a ditar com mais veemência os padrões, é preciso cada vez mais que essas corporações que integram esse novo tipo de jogo observem regras específicas e universais para a elaboração de demonstrações contábeis, assim como para o processo auditorial que irá certificar ou não a adequação desses relatórios financeiros. Ciente dessa nova demanda e cumprindo a sua missão institucional e legal, o CFC desenvolve, como dito, iniciou o processo de convergência das suas normas de auditoria àquelas aprovadas pela IFAC. Assim, no curso de 2009 a 2011 foram aprovadas e ratificadas normas de auditoria que deverão vigorar no Brasil, de forma efetiva, a partir de 2011. Mas não basta apenas a aprovação dessas normas. Os desafios são inúmeros para que elas passem efetivamente a serem implementadas, tais como

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introdução

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simplificação, maior divulgação, formação de multiplicadores, programas de capacitação, disseminação, atualização de livros, novas pesquisas acadêmicas, aplicação das normas, atualização constante, efetivação do processo de convergência e transparência. As Normas Brasileiras de Auditoria estabelecem preceitos de conduta e padrões de procedimentos necessários para o adequado exercício profissional e são editadas no mesmo estilo utilizado nas normas internacionais. Elas são classificadas em dois grupos. Normas Profissionais do Auditor Independente (NBC PA) e Normas de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica (NBC TA). Portanto, estão em vigência as seguintes normas: • Normas Normas Normas Normas Profissionais do Auditor Independente Profissionais do Auditor Independente Profissionais do Auditor Independente Profissionais do Auditor Independente –––– NBC P NBC P NBC P NBC PAAAA

RESOLUÇÃO nºRESOLUÇÃO nºRESOLUÇÃO nºRESOLUÇÃO nº FINALIDADEFINALIDADEFINALIDADEFINALIDADE

1.201/09 NBC PA 01 - Controle de Qualidade para Firmas (Pessoas Jurídicas e Físicas) de Auditores Independentes

1.323/11 NBC PA 03 - Revisão Externa de Qualidade pelos Pares

1.311/10 NBC PA 290 - Independência - Trabalhos de Auditoria e Revisão

1.312/10 NBC PA 291 - Independência - Outros Trabalhos de Asseguração

821/97 NBC P 1 - Normas Profissionais de Auditor Independente

1.100/07 NBC P 1.6 - Sigilo

1.023/05 (alt. 1.042/05) NBC P 1.8 - Utilização de Trabalho de Especialistas

851/99 NBC P 1 - IT 1 - Regulamentação do item 1.9 da NBC P 1

976/03 NBC P - IT - 3 - Regulamentação do item 1.4 - Honorários

1.146/08 NBC P 4 - Educação Profissional Continuada

1.109/07 (alt. 1.147/08) NBC P 5 - Normas sobre o Exame de Qualificação Técnica

1.019/05 (art. 1.147/08) Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI)

Guia de Implementação - Controle de Qualidade para Firmas de Auditoria de Pequeno e Médio Porte

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O Essencial das Normas de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica

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• Normas Normas Normas Normas de Auditoria Independente de Informação Contábil de Auditoria Independente de Informação Contábil de Auditoria Independente de Informação Contábil de Auditoria Independente de Informação Contábil

Históricas Históricas Históricas Históricas –––– NBC TA NBC TA NBC TA NBC TA

RESOLUÇÃO nºRESOLUÇÃO nºRESOLUÇÃO nºRESOLUÇÃO nº FINALIDADEFINALIDADEFINALIDADEFINALIDADE

1.202/09 NBC TA 01 - Estrutura Conceitual para Trabalhos de Asseguração

1.203/09 NBC TA 200 - Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Condução da Auditoria em Conformidade com Normas de Auditoria.

1.204/09 NBC TA 210 - Concordância com os Termos do Trabalho de Auditoria

1.205/09 NBC TA 220 - Controle de Qualidade da Auditoria de Demonstrações Contábeis

1.206/09 NBC TA 230 - Documentação de Auditoria

1.207/09 NBC TA 240 - Responsabilidade do Auditor em Relação a Fraude, no Contexto da Auditoria de Demonstrações Contábeis

1.208/09 NBC TA 250 - Consideração de Leis e Regulamentos na Auditoria de Demonstrações Contábeis

1.209/09 NBC TA 260 - Comunicação com os Responsáveis pela Governança

1.210/09 NBC TA 265 - Comunicação de Deficiências de Controle Interno

1.211/09 NBC TA 300 - Planejamento da Auditoria de Demonstrações Contábeis

1.212/09 NBC TA 315 - Identificação e Avaliação dos Riscos de Distorção Relevante por meio do Entendimento da Entidade e do seu Ambiente

1.213/09 NBC TA 320 - Materialidade no Planejamento e na Execução da Auditoria

1.214/09 NBC TA 330 - Resposta do Auditor aos Riscos Avaliados

1.215/09 NBC TA 402 - Considerações de Auditoria para a Entidade que Utiliza Organização Prestadora de Serviços

1.216/09 NBC TA 450 - Avaliação das Distorções Identificadas durante a Auditoria

1.217/09 NBC TA 500 - Evidência de Auditoria

1.218/09 NBC TA 501 - Evidência de Auditoria - Considerações Específicas para Itens Selecionados

1.219/09 NBC TA 505 - Confirmações Externas

1.220/09 NBC TA 510 - Trabalhos Iniciais - Saldos Iniciais

1.221/09 NBC TA 520 - Procedimentos Analíticos

1.222/09 NBC TA 530 - Amostragem em Auditoria

1.223/09 NBC TA 540 - Auditoria de Estimativas Contábeis, Inclusive do Valor Justo, e Divulgações Relacionadas

1.224/09 NBC TA 550 - Partes Relacionadas

1.225/09 NBC TA 560 - Eventos Subsequentes

1.226/09 NBC TA 570 - Continuidade Operacional

1.227/09 NBC TA 580 - Representações Formais

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introdução

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RESOLUÇÃO nºRESOLUÇÃO nºRESOLUÇÃO nºRESOLUÇÃO nº FINALIDADEFINALIDADEFINALIDADEFINALIDADE

1.228/09 NBC TA 600 - Considerações Especiais - Auditorias de Demonstrações Contábeis de Grupos, Incluindo o Trabalho dos Auditores dos Componentes

1.229/09 NBC TA 610 - Utilização do Trabalho de Auditoria Interna

1.230/09 NBC TA 620 - Utilização do Trabalho de Especialistas

1.231/09 NBC TA 700 - Formação da Opinião e Emissão do Relatório do Auditor Independente sobre as Demonstrações Contábeis

1.232/09 NBC TA 705 - Modificações na Opinião do Auditor Independente

1.233/09 NBC TA 706 - Parágrafos de Ênfase e Parágrafos de Outros Assuntos no Relatório do Auditor Independente

1.234/09 NBC TA 710 - Informações Comparativas - Valores Correspondentes e Demonstrações Contábeis Comparativas

1.235/09 NBC TA 720 - Responsabilidade do Auditor em Relação a Outras Informações Incluídas em Documentos que Contenham Demonstrações Contábeis Auditadas

1.236/09 NBC TA 800 - Considerações Especiais - Auditorias de Demonstrações Contábeis Elaboradas de Acordo com Estruturas Conceituais de Contabilidade para Propósitos Especiais

1.237/09 NBC TA 805 - Considerações Especiais - Auditoria de Quadros Isolados das Demonstrações Contábeis e de Elementos, Contas ou Itens Específicos das Demonstrações Contábeis

1.238/09 NBC TA 810 - Trabalhos para a Emissão de Relatório sobre Demonstrações Contábeis Condensadas

O inteiro teor dessas resoluções e as respectivas atualizações podem ser obtidas facilmente no site do CFC: <http://cfcspw.cfc.org.br/>. Mas como compreender essa plêiade de normas? Este trabalho tem o objetivo exclusivo de apresentar uma visão simplificada e adaptada, por vezes integralmente reproduzidas, das novas Normas Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica (NBCTA). Contudo, em face da importância para a compreensão do processo de auditoria independente de informação contábil histórica, apresenta-se no Apêndice 1 a Norma Brasileira de Contabilidade Profissional do Auditor Independente (NBC PA) 290 – Independência – Trabalhos de Auditoria e Revisão. Já no Apêndice 2 é apresentado um Glossário de termos constantes nas normas em versão original. É oportuno registrar que informação financeira histórica compreende as “informações expressas em termos financeiros relacionadas a uma entidade específica, derivadas basicamente do seu sistema contábil, sobre eventos

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O Essencial das Normas de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica

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econômicos ocorridos em períodos passados ou sobre condições ou circunstâncias econômicas em momentos no passado”. Porém, é mais do que natural em um processo de elaboração de resumos normativos, englobando resoluções com mais de 1.500 páginas, que informações sejam perdidas. Portanto, ressalve-se, de logo, e por importante, que esse trabalho não possui caráter oficial, tampouco a veleidade de substituir a visão dos textos originais, que devem sempre ser buscados e consultados. Nada obstante, procurou-se preservar os tópicos essências e de maior relevância, por vezes, adaptando-se a redação original, em face de pequenas incorreções de tradução do documento original e na tentativa de tornar mais clara a leitura dos textos, principalmente para aqueles que iniciam os estudos de auditoria (público alvo). Embora voltado para estudantes universitários de contabilidade e de cursos de pós-graduação e para aqueles que se preparam para concursos públicos, nos quais a matéria auditorial é cada vez mais exigida, este livro pode ser utilizado por profissionais e especialistas envolvidos em trabalhos de auditoria de informação contábil histórica como fonte de consulta rápida. Recomenda-se aos benignos leitores, todavia, sempre que julgarem necessário a consulta aos textos normativos originais e a fonte doutrinária, que embora escassa, muito pode contribuir para o aprimoramento dos estudos, pois não podemos esquecer que, como bem lembra Clarice Lispector (1920-1977), “ninguém se engane, só se consegue a simplicidade através de muito trabalho.” A seguir, apresenta-se uma tentativa de simplificação das Normas de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica (NBC TA), que podem ser aglutinadas nos seguintes grupos:

SÉRIESÉRIESÉRIESÉRIE GRUPOSGRUPOSGRUPOSGRUPOS

000 Trabalhos de Asseguração

200 Princípios Gerais e Responsabilidades

300 e 400 Avaliação dos Riscos e Respostas aos Riscos Avaliados

500 Evidência de Auditoria

600 Utilização de Trabalho de Outros Profissionais

700 Conclusão de Auditoria e Emissão de Relatório

800 Considerações Especiais

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Série 000 – Trabalhos de Asseguração

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Resolução CFC n.º 1.202/2009Resolução CFC n.º 1.202/2009Resolução CFC n.º 1.202/2009Resolução CFC n.º 1.202/2009 Aprova a NBC TA 01 Aprova a NBC TA 01 Aprova a NBC TA 01 Aprova a NBC TA 01 –––– Estrutura Conceitual para Trabalhos de Estrutura Conceitual para Trabalhos de Estrutura Conceitual para Trabalhos de Estrutura Conceitual para Trabalhos de

AsseguraçãoAsseguraçãoAsseguraçãoAsseguração Esta Norma descreve os elementos e os objetivos de um trabalho de asseguração, executados por auditores independentes (auditores). Ela proporciona orientação e referência em trabalhos de asseguração. DefiniçãoDefiniçãoDefiniçãoDefinição • TTTTrabalho de asseguraçãorabalho de asseguraçãorabalho de asseguraçãorabalho de asseguração é aquele no qual o auditor expressa uma

conclusão com a finalidade de aumentar o grau de confiança acerca do resultado da avaliação ou mensuração de determinado objeto de acordo com critérios aplicáveis.

Os auditores que executam trabalhos de asseguração são também disciplinados pelo Código de Ética Profissional do Contabilista do CFC. PrecePrecePrecePreceitos Geraisitos Geraisitos Geraisitos Gerais Os princípios fundamentais da ética profissionalprincípios fundamentais da ética profissionalprincípios fundamentais da ética profissionalprincípios fundamentais da ética profissional para os auditores são: (a) honestidade (ou integridade); (b) objetividade; (c) competência e zelo profissionais; (d) sigilo; e (e) comportamento profissional. Os auditores podem executar dois tipos de trabalhos de asseguração: asseguração razoávelasseguração razoávelasseguração razoávelasseguração razoável (reduzir o risco do trabalho a um nível aceitável, considerando as circunstâncias como base para expressar uma opinião de forma positiva) e asseguração limitadaasseguração limitadaasseguração limitadaasseguração limitada (reduzir o risco a um nível aceitável, considerando as circunstâncias, mas em que o risco seja maior do que na asseguração razoável, como base para expressar uma opinião de forma negativa). Não são considerados trabalhos de asseguração os cobertos pelas Normas Técnicas para Serviços Correlatos (NBC TSC), a elaboração de declarações de impostos em que não se expresse qualquer forma de asseguração e trabalhos de consultoria ou de assessoria. O auditor deve aceitar um trabalho de asseguração somente se indicar que: (a) cumpre o Código de Ética, como independência e competência profissional; e (b) o trabalho contém as seguintes características: (i) objeto apropriado; (ii) critérios adequados e disponíveis; (iii) possibilita acesso as

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evidências; (iv) a conclusão puder constar em relatório escrito; e (v) propósito racional. Uma vez aceito o trabalho de asseguração, o auditor não pode alterar sua natureza para de não asseguração, assim como não pode alterar o alcance do trabalho de asseguração razoável para de asseguração limitada sem justificativa razoável. EEEElementos de trabalho de asseguraçãolementos de trabalho de asseguraçãolementos de trabalho de asseguraçãolementos de trabalho de asseguração a)a)a)a) Relacionamento entre as partesRelacionamento entre as partesRelacionamento entre as partesRelacionamento entre as partes AuditorAuditorAuditorAuditor: pode ser solicitado ao auditor que execute trabalhos de asseguração de várias naturezas. Em alguns casos, são necessários conhecimentos especializados, que podem encarecer o uso do trabalho de profissionais de outras áreas (especialistas). Parte responsávelParte responsávelParte responsávelParte responsável:::: pessoa responsável pelo objeto no trabalho ou responsável pela informação sobre o objeto. A parte responsável pode ser ou não a parte que contrata o auditor (parte contratante). Ela geralmente fornece ao auditor uma representação formal (carta de representação da administração). Usuários previstosUsuários previstosUsuários previstosUsuários previstos são as pessoas para quem o auditor submete seu relatório de asseguração. b)b)b)b) ObjetoObjetoObjetoObjeto apropriado apropriado apropriado apropriado O objetoobjetoobjetoobjeto do trabalho de asdo trabalho de asdo trabalho de asdo trabalho de asseguraçãoseguraçãoseguraçãoseguração pode ser: (a) desempenho ou condições financeiras (posição patrimonial e financeira histórica); (b) desempenho ou condições não financeiras (desempenho operacional); (c) características físicas (capacidade de instalação); (d) sistemas e processos (controle interno ou o sistema de tecnologia da informação); (e) comportamento (governança corporativa da entidade, conformidade com regulamentação, práticas de recursos humanos). Um objeto apropriado tem as seguintes característicascaracterísticascaracterísticascaracterísticas: (a) é identificável e passível de avaliação ou mensuração baseada em critérios; e (b) as informações sobre esse objeto podem ser submetidas a procedimentos que proporcionem evidência que permitam uma conclusão apropriada.

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c)c)c)c) Critérios adequadosCritérios adequadosCritérios adequadosCritérios adequados Os critérioscritérioscritérioscritérios são os pontos de referência (benchmarks) usados para avaliar ou mensurar o objeto, incluindo, sempre que relevante, referências para a apresentação e a divulgação. Os critérios podem ser formais (práticas contábeis adotadas no Brasil). Quando se relatar sobre controle interno, os critérios podem ser a estrutura conceitual estabelecida, ou objetivos de controle planejados. Quando se relatar sobre conformidade, os critérios podem ser lei, regulamento ou contrato. Os critérios menos formais são código de conduta desenvolvido internamente ou nível acordado de desempenho. São exigidos critérios adequadoscritérios adequadoscritérios adequadoscritérios adequados para a avaliação ou para a mensuração razoável de um objeto dentro do contexto de julgamento profissional. Sem uma base de referência proporcionada por critérios adequados, qualquer conclusão está sujeita à interpretação individual e a mal-entendidos. Os critérios podem ser: (a) estabelecidosestabelecidosestabelecidosestabelecidos, quando estão incorporados em leis ou em regulamentos, ou os que são emitidos por reconhecidas organizações de especialistas, de forma transparente; e (b) especificamente especificamente especificamente especificamente desenvolvidosdesenvolvidosdesenvolvidosdesenvolvidos para a finalidade do trabalho. Os critérios adequados apresentam as seguintes característicascaracterísticascaracterísticascaracterísticas: (a) relevânciarelevânciarelevânciarelevância: contribuem para a tomada de decisão; (b) integridadeintegridadeintegridadeintegridade: quando os fatores relevantes não foram omitidos; (c) confiabilidadeconfiabilidadeconfiabilidadeconfiabilidade: permitem a avaliação ou a mensuração razoavelmente uniforme; (d) neutralidadeneutralidadeneutralidadeneutralidade: contribuem para conclusões não tendenciosas; (e) entendimentoentendimentoentendimentoentendimento: possibilitam conclusões claras e completas e sem o risco de interpretações diferentes. A avaliação ou a mensuração com base nas próprias expectativas, avaliação ou a mensuração com base nas próprias expectativas, avaliação ou a mensuração com base nas próprias expectativas, avaliação ou a mensuração com base nas próprias expectativas, julgamentos e experiência individual do auditor não constituem julgamentos e experiência individual do auditor não constituem julgamentos e experiência individual do auditor não constituem julgamentos e experiência individual do auditor não constituem critérios adequadoscritérios adequadoscritérios adequadoscritérios adequados.

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d)d)d)d) EvidênciasEvidênciasEvidênciasEvidências apropriadas e suficientes apropriadas e suficientes apropriadas e suficientes apropriadas e suficientes O auditor planeja e executa o trabalho de asseguração com atitude de ceticismo profissional para obter evidênciaevidênciaevidênciaevidência apropriada e suficiente sobre se a informação relativa ao objeto está livre de distorções relevantes. Suficiência Suficiência Suficiência Suficiência é a medida da quantidade da evidência. AdequaçãoAdequaçãoAdequaçãoAdequação é a medida da qualidade da evidência (relevância e confiabilidade). Em um trabalho de asseguração razoável asseguração razoável asseguração razoável asseguração razoável o processo de obtenção de obtenção de obtenção de obtenção de evidênciaevidênciaevidênciaevidência considera: (a) entendimento das circunstâncias; (b) determinação dos riscos; (c) resposta aos riscos identificados; (d) execução de procedimentos adicionais pelo uso de combinação de inspeção, observação, confirmação, recálculo, reexecução, procedimentos analíticos e indagação; e (e) avaliação da suficiência e adequação da evidência. Em um trabalho de asseguração limitada asseguração limitada asseguração limitada asseguração limitada o processo de obtenção de evidência inclui a compreensão do objeto e de outras circunstâncias do trabalho, cujos procedimentos são limitados em relação a trabalho de asseguração razoável. O auditor considera a materialidadematerialidadematerialidadematerialidade, o riscoriscoriscorisco, a quantidadequantidadequantidadequantidade e a qualidadequalidadequalidadequalidade das evidências quando planeja e executa o trabalho de asseguração, em especial quando determina a natureza, a época ou a extensão dos procedimentos de obtenção de evidência. Ao considerar a materialidadematerialidadematerialidadematerialidade, o auditor compreende e avalia quais fatores podem influenciar as decisões dos usuários previstos. O risco do trabalhorisco do trabalhorisco do trabalhorisco do trabalho de asseguração é o risco de que o auditor expresse uma conclusão inapropriada caso a informação sobre o objeto contenha distorções relevantes. O risco do trabalho de asseguração pode ser assim composto: (a) o riscoriscoriscorisco de ddddistorções relevantesistorções relevantesistorções relevantesistorções relevantes, que consiste em: (i) risco inerenterisco inerenterisco inerenterisco inerente é a suscetibilidade da informação sobre o objeto a uma distorção, pressupondo que não haja controles; e (ii) risco de controlerisco de controlerisco de controlerisco de controle é o risco de que uma distorção possa ocorrer e não ser evitada, ou detectada e corrigida, em tempo hábil por controles internos; e (b) risco de detecçãorisco de detecçãorisco de detecçãorisco de detecção é o risco de que o auditor não detecte uma distorção relevante.

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Embora existam exceções, a evidênciaevidênciaevidênciaevidência é mais confiávelconfiávelconfiávelconfiável quando: (a) for obtida de fontes independentes; (b) se obtida internamente, os controles internos são eficazes; (c) for obtida diretamente pelo auditor; (d) quando for obtida em forma documental (papel, forma eletrônica ou outro meio); (e) for proporcionada por documentos originais; (f) for obtida de diferentes fontes ou de natureza distintas. O auditor planeja e executa o trabalho de asseguração com atitude de ceticismo profissionalceticismo profissionalceticismo profissionalceticismo profissional, reconhecendo que podem existir circunstâncias que façam com que a informação sobre o objeto contenha distorções relevantes. A atitude de ceticismo profissional significa que o auditor faz uma avaliação crítica, mantendo-se de forma questionadora, com referência à validade da evidência obtida e mantém-se alerta para qualquer evidência que contradiga ou ponha em dúvida a confiabilidade de documentos ou representações da parte responsável. O trabalho de asseguração raramente envolve a autenticação de documentos e o auditor não está treinado para ser, nem se espera que ele seja, especialista nesse tipo de autenticação. Contudo, o auditor deve considerar a confiabilidade da informação a ser usada como evidência. Tanto os trabalhos de asseguração razoávelasseguração razoávelasseguração razoávelasseguração razoável como os de asseguração asseguração asseguração asseguração limitadalimitadalimitadalimitada requerem a aplicação de habilidades e técnicas para a obtenção de evidências, no contexto do processo de trabalho sistemático e repetitivo, que inclui a obtenção de entendimento do objeto e de outras circunstâncias do trabalho. e)e)e)e) Relatório de asseguração escrito na forma apropriadaRelatório de asseguração escrito na forma apropriadaRelatório de asseguração escrito na forma apropriadaRelatório de asseguração escrito na forma apropriada O auditor apresenta relatório contendo uma conclusão que expresse a segurança obtida acerca da informação sobre o objeto auditado. As normas de auditoria estabelecem os elementos básicos dos relatórios de asseguração. Adicionalmente, o auditor considera outras responsabilidades referentes à emissão de relatório, inclusive a comunicação com os responsáveis pela governança. Em trabalho baseado em afirmações, a conclusão do auditor pode ser redigida: (a) em termos da afirmaçãotermos da afirmaçãotermos da afirmaçãotermos da afirmação da parte responsável (“Em nossa opinião, a afirmação da parte responsável de que os controles internos são eficazes, em todos os aspectos relevantes, de acordo com os critérios XYZ, é adequada”); ou (b) diretamente em termos do objeto etermos do objeto etermos do objeto etermos do objeto e dos critérios (“Em

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nossa opinião, os controles internos são eficazes, em todos os aspectos relevantes, de acordo com os critérios XYZ”). As formas de opinião são: (a) Em trabalho de asseguração razoávelasseguração razoávelasseguração razoávelasseguração razoável, o auditor expressa a conclusão de forma positivaforma positivaforma positivaforma positiva, por exemplo: “Em nossa opinião, os controles internos são eficazes, em todos os aspectos relevantes, de acordo com os critérios XYZ”. (b) Em trabalho de asseguração limitadaasseguração limitadaasseguração limitadaasseguração limitada, o auditor expressa a conclusão de forma negativaforma negativaforma negativaforma negativa, por exemplo, “Com base em nosso trabalho, descrito neste relatório, não temos conhecimentonão temos conhecimentonão temos conhecimentonão temos conhecimento de nenhum fato que nos leve a acreditar que os controles internos não são eficazes, em todos os aspectos relevantes, de acordo com os critérios XYZ”. O auditor expressa uma opinião com modificação quando existirem as seguintes circunstâncias: • limitação no alcance; • nos casos em que: (i) a conclusão do auditor seja redigida em termos

da afirmação da parte responsável e que essa afirmação não seja adequada; ou (ii) a conclusão do auditor seja redigida diretamente em termos do objeto e dos critérios e a informação sobre o objeto contenha distorção relevante, o auditor expressa uma conclusão com ressalva ou adversa, dependendo de quão relevante ou disseminado seja o assunto;

• quando for identificado que os critérios são inadequados ou que o objeto não é apropriado para o trabalho de asseguração, o auditor expressa: (i) uma conclusão com ressalva ou adversa, dependendo de quão relevante ou disseminado seja o assunto, quando critérios ou objetos não apropriados induzirem os usuários previstos a erro; ou (ii) uma conclusão com ressalvas ou uma abstenção de conclusão, dependendo de quão relevante ou disseminado seja o assunto, nos demais casos.

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Diferenças entre trabalho de asseguração razoável e de asseguração Diferenças entre trabalho de asseguração razoável e de asseguração Diferenças entre trabalho de asseguração razoável e de asseguração Diferenças entre trabalho de asseguração razoável e de asseguração limitadalimitadalimitadalimitada

Tipo de Tipo de Tipo de Tipo de trabalhotrabalhotrabalhotrabalho de de de de asseguraçãoasseguraçãoasseguraçãoasseguração

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo Procedimentos de obtenção de Procedimentos de obtenção de Procedimentos de obtenção de Procedimentos de obtenção de

evidênciaevidênciaevidênciaevidência Relatório de Relatório de Relatório de Relatório de AsseguraçãoAsseguraçãoAsseguraçãoAsseguração

RazoávelRazoávelRazoávelRazoável

Reduzir o risco do trabalho a um nível aceitável, para expressar uma opinião positiva.

É obtida evidência como parte de processo de trabalho que inclui: • entendimento das circunstâncias; • determinação dos riscos; • resposta aos riscos identificados; • execução de procedimentos adicionais pelo uso de combinação de inspeção, observação, confirmação, recálculo, reexecução, procedimentos analíticos e indagação; e

• avaliação da suficiência e adequação da evidência.

Descrição das circunstâncias do trabalho e da forma positiva de expressão da conclusão.

LimitadaLimitadaLimitadaLimitada

Reduzir o risco de trabalho a um nível aceitável, mas do que em trabalho de asseguração razoável, para expressar uma opinião negativa.

É obtida evidência como parte de processo de trabalho que inclui a obtenção de compreensão do objeto e de outras circunstâncias do trabalho, cujos procedimentos são deliberadamente limitados em relação a trabalho de asseguração razoável.

Descrição das circunstâncias do trabalho e da forma negativa de expressão da conclusão.

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Resolução CFC n.º 1.203/2009Resolução CFC n.º 1.203/2009Resolução CFC n.º 1.203/2009Resolução CFC n.º 1.203/2009 Aprova a NBC TA 200 Aprova a NBC TA 200 Aprova a NBC TA 200 Aprova a NBC TA 200 –––– Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Condução da Auditoria em Conformidade com Normas de AuditoriaCondução da Auditoria em Conformidade com Normas de AuditoriaCondução da Auditoria em Conformidade com Normas de AuditoriaCondução da Auditoria em Conformidade com Normas de Auditoria

Esta Norma versa sobre as responsabilidades gerais do auditor independente (auditor) na condução da auditoria de informação contábil histórica (auditoria de demonstrações contábeis), elaborada sob a responsabilidade da administração, com supervisão dos responsáveis pela governança, em conformidade com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Em resumo, esta Norma expõe os objetivos gerais do auditor e explica a natureza e o alcance da auditoria de demonstrações contábeis para possibilitar o cumprimento desses objetivos. Objetivo Objetivo Objetivo Objetivo O objetivo da auditoria de informação contábil histórica (auditoria de demonstrações contábeis) é apresentar uma opinião, em conformidade com as normas de auditoria e exigências éticas, sobre se essas demonstrações foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, observando-se uma estrutura de relatório financeiro aplicável, possibilitando uma maior confiança por parte dos seus usuários. DDDDefiniçõesefiniçõesefiniçõesefinições: • Asseguração razoávelAsseguração razoávelAsseguração razoávelAsseguração razoável é, no contexto da auditoria de demonstrações

contábeis, um nível alto, mas não absoluto, de segurança. • AuditorAuditorAuditorAuditor é usado em referência à pessoa ou pessoas que conduzem a

auditoria, geralmente o sócio do trabalho ou outros integrantes da equipe do trabalho, ou, quando aplicável, à firma de auditoria.

• Ceticismo profissionalCeticismo profissionalCeticismo profissionalCeticismo profissional é a postura que inclui uma mente questionadora e alerta para condições que possam indicar possível distorção devido a erro ou fraude e uma avaliação crítica das evidências de auditoria.

• Demonstrações contábeisDemonstrações contábeisDemonstrações contábeisDemonstrações contábeis são a representação estruturada de informações contábeis históricas, incluindo notas explicativas, com a finalidade de informar os recursos econômicos ou obrigações da entidade em determinada data ou as suas mutações durante um período de tempo, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro.

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• DistorçãoDistorçãoDistorçãoDistorção é a diferença entre as informações referentes ao valor, à classificação, à apresentação ou à divulgação de uma demonstração contábil e aquelas relacionadas à estrutura de relatório financeiro aplicável. As distorções podem originar-se de erro ou fraude.

• Estrutura de relatório financeiroEstrutura de relatório financeiroEstrutura de relatório financeiroEstrutura de relatório financeiro aplicávelaplicávelaplicávelaplicável é a estrutura (normas de contabilidade) adotada pela administração e, quando apropriado, pelos responsáveis pela governança na elaboração das demonstrações contábeis, que é aceitável em vista da natureza da entidade e do objetivo das demonstrações contábeis ou que seja exigida por lei ou regulamento.

• Evidências de auditoriaEvidências de auditoriaEvidências de auditoriaEvidências de auditoria são as informações utilizadas pelo auditor para fundamentar suas conclusões. As evidências devem ser suficientes (quantidade) e adequadas (qualidade, relevância e confiabilidade).

• InfoInfoInfoInformação contábil históricarmação contábil históricarmação contábil históricarmação contábil histórica é a informação expressa em termos financeiros, derivada principalmente do sistema contábil da entidade, a respeito de eventos econômicos ocorridos em períodos passados ou de condições ou circunstâncias econômicas em determinada data no passado.

• Julgamento profissionalJulgamento profissionalJulgamento profissionalJulgamento profissional é a aplicação do treinamento, conhecimento e experiência relevantes, dentro do contexto fornecido pelas normas de auditoria, contábeis e éticas, na tomada de decisões.

• Risco de auditoriaRisco de auditoriaRisco de auditoriaRisco de auditoria é o risco de que o auditor expresse uma opinião inadequada quando as demonstrações contábeis contiverem distorção relevante.

• Risco de detecçãoRisco de detecçãoRisco de detecçãoRisco de detecção é o risco de que os procedimentos executados pelo auditor para reduzir o risco de auditoria a um nível aceitável não detectem uma distorção que possa ser relevante, individualmente ou em conjunto.

• Risco de distorção relevanteRisco de distorção relevanteRisco de distorção relevanteRisco de distorção relevante é o risco de que as demonstrações contábeis contenham distorção relevante. As distorções são consideradas relevantes se for razoável esperar que, individual ou conjuntamente, elas influenciem as decisões econômicas dos usuários tomadas com base nas demonstrações contábeis.

Estrutura de relatório financeiro aplicável Estrutura de relatório financeiro aplicável Estrutura de relatório financeiro aplicável Estrutura de relatório financeiro aplicável Uma estrutura de relatório financeiro aplicávelestrutura de relatório financeiro aplicávelestrutura de relatório financeiro aplicávelestrutura de relatório financeiro aplicável muitas vezes abrange normas de contabilidade estabelecidas por órgãos normatizadores ou por exigências legislativas ou regulamentares. Outras vezes abrange: (a) o ambiente legal e ético, incluindo estatutos, regulamentos, vereditos e obrigações éticas profissionais em relação a assuntos contábeis; (b)

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interpretações contábeis emitidas por organizações normatizadoras, profissionais ou reguladoras; (c) pontos de vista publicados de diferentes autoridades sobre assuntos contábeis emergentes, emitidos por organizações normatizadoras, profissionais ou reguladoras; (d) práticas gerais e de setor amplamente reconhecidas e prevalecentes; e (e) literatura contábil. A elaboração das demonstrações contábeis exige que a administração exerça julgamento ao fazer estimativas contábeis que sejam razoáveis nas circunstâncias, assim como ao selecionar e ao aplicar políticas contábeis apropriadas. Esses julgamentos são estabelecidos no contexto da estrutura de relatório financeiro aplicável. As exigências da estrutura de relatório financeiro também determinam o que constitui conjunto completo de demonstrações contábeis. No Brasil, as demonstrações contábeis destinam-se a fornecer informações a respeito da posição patrimonial e financeira, desempenho e fluxos de caixa da entidade. Para tais estruturas, o conjunto completo de demonstrações contábeis incluiria balanço patrimonial, demonstração do resultado, demonstração das mutações do patrimônio liquido, demonstração dos fluxos de caixa e respectivas notas explicativas. Para as companhias abertas, exige-se ainda a demonstração do valor adicionado. Para outras estruturas de relatório financeiro, uma demonstração contábil isolada e as notas explicativas podem constituir o conjunto completo de demonstrações contábeis. Objetivos do auditor Objetivos do auditor Objetivos do auditor Objetivos do auditor De forma específica, ao conduzir uma auditoria de demonstrações contábeis, os objetivos do auditor são: • obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis como um

todo estão livres de distorção relevante, independentemente se causadas por fraude ou erro, possibilitando assim que o auditor expresse sua opinião sobre se essas demonstrações foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro aplicável; e

• apresentar relatório sobre as demonstrações contábeis e comunicar-se em conformidade com as suas constatações.

Em todos os casos em que não for possível obter segurança razoável e a opinião com ressalva no relatório for insuficiente nas circunstâncias para

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atender aos usuários, o auditor deve se abster de emitir sua opinião ou renunciar ao trabalho, quando for possível. As normas de auditoria exigem que o auditor exerça o julgamento profissional e mantenha o ceticismo no planejamento e na execução da auditoria e, entre outras coisas: (a) identifique e avalie os riscosidentifique e avalie os riscosidentifique e avalie os riscosidentifique e avalie os riscos de distorção relevante, independentemente se causados por fraude ou erro, com base no entendimento da entidade e de seu ambiente, inclusive o controle interno; (b) obtenha evidência apropriadaobtenha evidência apropriadaobtenha evidência apropriadaobtenha evidência apropriada e suficientee suficientee suficientee suficiente para concluir se existem distorções relevantes por meio do planejamento e aplicação de procedimentos de auditoria apropriados aos riscos; e (c) forme forme forme forme uma opiniãouma opiniãouma opiniãouma opinião a respeito das demonstrações contábeis com base em conclusões obtidas das evidências. Opinião do auditorOpinião do auditorOpinião do auditorOpinião do auditor Ao emitir sua opiniãoopiniãoopiniãoopinião, o auditor deve obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis como um todo estão livres de distorção relevante. Asseguração razoável é um nível elevado de segurança, que é conseguido quando o auditor obtém evidência apropriada e suficiente para reduzir a um nível aceitável o risco de risco de risco de risco de auditoriaauditoriaauditoriaauditoria (risco de que o auditor expresse uma opinião inadequada quando as demonstrações contábeis contiverem distorção relevante). Entretanto, a opiniãoopiniãoopiniãoopinião do auditor não assegura, por exemplo, a viabilidade futura da entidade nem a eficiência ou eficácia com a qual a administração conduziu os negócios. Em algumas situações, porém, lei e regulamento aplicáveis podem exigir que o auditor forneça opinião sobre outros assuntos específicos, tais como a eficácia do controle interno ou a compatibilidade de um relatório separado da administração junto com as demonstrações contábeis. A opinião expressa pelo auditor é se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro aplicável. A forma da opinião do auditor, porém, depende da estrutura de relatório financeiro e de lei ou regulamento, que sejam aplicáveis. Assim: • Quando a estrutura de relatório financeiro refere-se à apresentação

adequada, como geralmente ocorre no caso de demonstrações contábeis para fins gerais, a opinião exigida é se as demonstrações se as demonstrações se as demonstrações se as demonstrações

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contábeis foram apresentadas adequadamente, em todos os contábeis foram apresentadas adequadamente, em todos os contábeis foram apresentadas adequadamente, em todos os contábeis foram apresentadas adequadamente, em todos os aspectos relevantesaspectos relevantesaspectos relevantesaspectos relevantes.

• Quando a estrutura de relatório financeiro refere-se à conformidade (compliance), a opinião exigida é sssse as demonstrações contábeis e as demonstrações contábeis e as demonstrações contábeis e as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com a estruturaconformidade com a estruturaconformidade com a estruturaconformidade com a estrutura.

Requisitos éticos Requisitos éticos Requisitos éticos Requisitos éticos O auditor está sujeito a exigências éticas, inclusive as relativas à independência (vide a NBC PA 290, Apêndice I), no que diz respeito a trabalhos de auditoria de demonstrações contábeis. No Brasil, essas exigências abrangem o Código de Ética Profissional do Contabilista, relacionados à auditoria bem como as normas de contabilidade aplicáveis. Os princípios fundamentais de ética profissional relevantes para o auditor estão implícitos no Código de Ética Profissional do Contabilista e na Norma Brasileira de Contabilidade NBC PA 01, que trata do controle de qualidade e estão em linha com os princípios do Código de Ética da IFAC, que são: • Integridade; • Objetividade; • Competência e zelo profissional; • Confidencialidade; e • Comportamento (ou conduta) profissional. A independênciaindependênciaindependênciaindependência abrange postura mental independente (ser independente) e independência na aparência (demonstrar que é independente). A independência do auditor frente à entidade salvaguarda a capacidade de se formar uma opinião sem ser afetado por quaisquer influências. A independência aprimora a capacidade do auditor de atuar com integridade, ser objetivo e manter postura de ceticismo profissional. O ceticismo profissionalceticismo profissionalceticismo profissionalceticismo profissional inclui estar alerta, por exemplo, a: (a) evidências contraditórias; (b) informações que coloquem em dúvida a confiabilidade dos documentos e respostas a indagações de auditoria; (c) condições que indiquem possível fraude; e (d) circunstâncias que sugiram a necessidade de procedimentos de auditoria adicionais. A manutenção do ceticismo profissional ao longo da auditoria é necessária para que o auditor reduza os riscos de: (a) ignorar circunstâncias não usuais;

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(b) generalização excessiva ao tirar conclusões das observações de auditoria; e (c) uso inadequado de premissas ao determinar a natureza, a época e a extensão dos procedimentos de auditoria e ao avaliar os seus resultados. Não se pode esperar que o auditor desconsidere a experiência de honestidade e integridade da administração e dos responsáveis pela governança. Contudo, a crença de que eles são honestos e têm integridade não exonera o auditor da necessidade de manter o ceticismo profissional ou permitir que ele se satisfaça com evidências de auditoria menos persuasivas na obtenção de segurança razoável. O julgamento profissionaljulgamento profissionaljulgamento profissionaljulgamento profissional é essencial para a condução da auditoria. A interpretação das exigências éticas e profissionais relevantes, das normas de auditoria e as decisões requeridas ao longo de toda a auditoria não podem ser feitas sem a aplicação do conhecimento e experiência relevantes para os fatos e circunstâncias. O julgamento profissional é necessário nas decisões sobre: (a) materialidade e risco de auditoria; (b) a natureza, a época e a extensão dos procedimentos aplicados para o cumprimento das exigências das normas de auditoria e a coleta de evidências; (c) avaliar se foi obtida evidência suficiente e apropriada e se algo mais precisa ser feito para que sejam cumpridos os objetivos das normas; (d) avaliação das opiniões da administração na aplicação da estrutura de relatório financeiro; (e) obtenção de conclusões baseadas nas evidências, por exemplo, pela avaliação da razoabilidade das estimativas feitas na elaboração das demonstrações contábeis. O julgamento profissional precisa ser exercido ao longo da auditoria e deve ser adequadamente documentado. Nesse aspecto, exige-se que o auditor elabore documentação de auditoria suficiente para possibilitar que outro auditor experiente, sem nenhuma ligação com a auditoria, entenda os julgamentos significativos exercidos para se atingir as conclusões sobre assuntos relevantes. Risco de auditoriaRisco de auditoriaRisco de auditoriaRisco de auditoria O risco de auditoriarisco de auditoriarisco de auditoriarisco de auditoria é uma função dos riscos de distorção relevante e do risco de detecção. A avaliação dos riscos baseia-se em procedimentos para a obtenção de informações necessárias para essa avaliação e de evidências ao longo de toda a auditoria. A avaliação dos riscos é antes uma questão de julgamento profissional que uma questão passível de mensuração precisa.

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O risco de auditoria está relacionado ao processo de auditoria. Ele não se refere aos riscos de negócio do auditor, tais como perda decorrente de litígio, publicidade adversa ou outros eventos surgidos em conexão com a auditoria das demonstrações contábeis. Os riscos, portanto, podem ser classificados em de distorção relevantedistorção relevantedistorção relevantedistorção relevante e de detecçãodetecçãodetecçãodetecção.

• Os riscos de distorção relevanteriscos de distorção relevanteriscos de distorção relevanteriscos de distorção relevante podem existir: (a) no nível geral da demonstração contábil; e (b) no nível da afirmação para classes de transações, saldos contábeis e divulgações.

a) Riscos de distorção relevante no nível geral da Riscos de distorção relevante no nível geral da Riscos de distorção relevante no nível geral da Riscos de distorção relevante no nível geral da

demonstração contábildemonstração contábildemonstração contábildemonstração contábil referem-se aos riscos de distorção relevante que se relacionam de forma disseminada às demonstrações como um todo e que afetam potencialmente muitas afirmações.

b) Os riscos de distorção relevante no nível da afirmaçãoriscos de distorção relevante no nível da afirmaçãoriscos de distorção relevante no nível da afirmaçãoriscos de distorção relevante no nível da afirmação são

avaliados para que se determine a natureza, a época e a extensão dos procedimentos adicionais de auditoria necessários para a obtenção de evidência de auditoria apropriada e suficiente. Os riscos de distorção relevante no nível da afirmação consistem em dois componentes: risco consistem em dois componentes: risco consistem em dois componentes: risco consistem em dois componentes: risco inerente e risco de controleinerente e risco de controleinerente e risco de controleinerente e risco de controle.

• O risco inerenterisco inerenterisco inerenterisco inerente é a suscetibilidade de uma afirmação a respeito de uma

transação, saldo contábil ou divulgação, a uma distorção relevante. O risco de controlerisco de controlerisco de controlerisco de controle é o risco de que uma distorção relevante possa ocorrer em uma classe de transação, saldo contábil ou divulgação e que não seja prevenida, detectada e corrigida tempestivamente pelo controle interno da entidade.

• O risco de detecçãorisco de detecçãorisco de detecçãorisco de detecção se relaciona com a natureza, a época e a extensão

dos procedimentos que são determinados pelo auditor para reduzir o risco de auditoria a um nível aceitável. Portanto, é uma função da eficácia do procedimento de auditoria e de sua aplicação pelo auditor.

Limitação inerente da auditoriaLimitação inerente da auditoriaLimitação inerente da auditoriaLimitação inerente da auditoria O auditor não é obrigado e não pode reduzir o risco de auditoria a zero, e, portanto, não pode obter segurança absoluta de que as demonstrações

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contábeis estão livres de distorção relevante devida a fraude ou erro. Isso porque uma auditoria tem limitações inerentes, e, como resultado, a maior parte das evidências que propiciam ao auditor obter suas conclusões são persuasivas ao invés de conclusivas. As limitações inerentes de uma auditoria originam-se da: (a) natureza das informações contábeis e dos procedimentos de auditoria; e (b) necessidade de que a auditoria seja conduzida dentro de um período de tempo razoável e a um custo razoável. Para reduzir o risco, é necessário que o auditor: (a) planeje a auditoria de modo que ela seja executada de maneira eficaz; (b) dirija o esforço de auditoria às áreas com maior expectativa de distorção relevante devida a fraude ou a erro, com esforço correspondentemente menor dirigido a outras áreas; e (c) aplique testes e outros meios para examinar populações em busca de distorções. Planejamento adequado; designação apropriada de pessoal para a equipe de trabalho; aplicação de ceticismo profissional; e supervisão e revisão do trabalho, ajudam a aprimorar a eficácia do procedimento de auditoria e de sua aplicação e reduzem a possibilidade de que o auditor possa selecionar um procedimento de auditoria inadequado, aplicar erroneamente um procedimento de auditoria apropriado ou interpretar erroneamente os resultados da auditoria.

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Resolução CFC n.º 1.204/2009Resolução CFC n.º 1.204/2009Resolução CFC n.º 1.204/2009Resolução CFC n.º 1.204/2009 Aprova a NBC TA 210 Aprova a NBC TA 210 Aprova a NBC TA 210 Aprova a NBC TA 210 –––– Concordância com os Termos do Trabalho de Concordância com os Termos do Trabalho de Concordância com os Termos do Trabalho de Concordância com os Termos do Trabalho de

AuditoriaAuditoriaAuditoriaAuditoria Esta Norma versa sobre a responsabilidade do auditor em estabelecer os estabelecer os estabelecer os estabelecer os termos do trabalho termos do trabalho termos do trabalho termos do trabalho com a administração e, se aplicável, com os responsáveis pela governança. Objetivo Objetivo Objetivo Objetivo O objetivo do auditor é aceitar ou continuar um trabalho somente quando as condições de realização forem estabelecidas por meio de: (a) existência das condições prévias; e (b) entendimento comum entre o auditor e o auditado sobre os termos do trabalho. Condições préviasCondições préviasCondições préviasCondições prévias As condições préviascondições préviascondições préviascondições prévias para um trabalho de auditoria correspondem à adoção de uma estrutura de relatório financeiro (normas de contabilidade) aceitável na elaboração das demonstrações contábeis e a concordância da administração em relação ao pressuposto em que a auditoria é conduzida. Ao obter a concordância da administração, o auditor deve determinar se ela entende sua responsabilidade: (i) pela elaboração das demonstrações contábeis de acordo com a estrutura de relatório; (ii) pelo controle interno; e (iii) em fornecer ao auditor: (iii.1) acesso as informações relevantes; (iii.2) informações adicionais; e (iii.3) acesso irrestrito ao pessoal da entidade. Não existe uma estrutura conceitual de contabilidade para fins gerais universalmente reconhecida. As normas de contabilidade estabelecidas por organizações reconhecidas podem ser usadas, desde que sejam elaboradas por meio de processo estabelecido e transparente, envolvendo a deliberação e consideração das partes interessadas. Exemplos dessas normas: (a) Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS) editadas pelo Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB); (b) Normas Internacionais de Contabilidade do Setor Público (IPSASs) editadas pelo Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade do Setor Público da Federação Internacional de Contadores (IFAC); e princípios contábeis editados por organização reconhecida, como é o caso das práticas contábeis adotadas no Brasil.

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Práticas contábeis adotadas no Brasil compreendem a legislação societária, as Normas de Contabilidade, emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), os pronunciamentos, as interpretações e as orientações emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e homologados pelos órgãos reguladores, e práticas adotadas pelas entidades em assuntos não regulados, desde que atendam à Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis emitida pelo CFC e, por conseguinte, em consonância com as normas contábeis internacionais. Em alguns casos, as normas de contabilidade podem ser complementadas por lei ou regulamento. Se o auditor concluiu que a estrutura de relatório financeiro prevista em lei ou regulamento não seria aceitável, ele deve aceitar o trabalho somente se a administração fornecer divulgações adicionais nas demonstrações contábeis e reconhecer que: (i) o relatório incluirá um parágrafo de ênfase sobre as divulgações adicionais; e (ii) a não ser por exigência legal, a opinião do auditor não incluirá frases como as demonstrações contábeis “apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes” ou “apresentam uma visão verdadeira e justa” de acordo com a estrutura de relatório financeiro. O auditor só deve declarar observância das normas de auditoria, se atendidos todos os requisitos relevantes dessas normas. Quando lei ou regulamento determina o formato ou o texto do relatório em forma diferente e o auditor conclui que uma explicação adicional não reduz os mal-entendidos, ele pode incluir declaração em seu relatório de que a auditoria não foi conduzida de acordo com as normas. Os fatores relevantes para o auditor aceitar a estrutura de relatóriofatores relevantes para o auditor aceitar a estrutura de relatóriofatores relevantes para o auditor aceitar a estrutura de relatóriofatores relevantes para o auditor aceitar a estrutura de relatório a ser aplicada na elaboração das demonstrações contábeis são: (a) natureza da entidade; (b) objetivo e natureza das demonstrações contábeis; e (c) se a lei ou o regulamento prevê a estrutura de relatório financeiro aplicável. Formalização dos termos do trabalhoFormalização dos termos do trabalhoFormalização dos termos do trabalhoFormalização dos termos do trabalho Os termos do trabalho de auditoria estabelecidos devem ser formalizados, por escrito, na carta de contratação que deve incluir: (a) o objetivo e o alcance da auditoria; (b) as responsabilidades do auditor e da administração; (c) a identificação da estrutura de relatório financeiro aplicável; e (d) referência à forma e ao conteúdo do relatório e uma declaração de que esse pode ter forma e conteúdo diferente do esperado.

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É interesse da entidade e do auditor que esse envie uma carta de contratação antes do início dos trabalhos para evitar mal-entendidos. Quando relevante, esses assuntos podem ser incluídos na carta de contratação: (i) acordos relacionados com o envolvimento de outros auditores, especialistas, auditores internos e outros membros do auditado; (iii) acordos a serem feitos com o auditor antecessor; (iv) qualquer restrição de imputar responsabilidade ao auditor; (v) referência a acordos adicionais entre o auditor e a entidade; (vi) quaisquer obrigações de fornecer documentação da auditoria a outras partes. Se uma lei ou um regulamentolei ou um regulamentolei ou um regulamentolei ou um regulamento detalha os termos da auditoria, o auditor não precisa formalizá-los em uma carta de contrataçãocarta de contrataçãocarta de contrataçãocarta de contratação, exceto o fato de que esses requisitos se aplicam e que a administração reconhece suas responsabilidades. Em auditorias recorrentes, o auditor deve avaliar se há necessidade de revisão dos termos do trabalho e de lembrar a entidade da existência deles. Sem justificativa razoável, o auditor não deve concordar com uma mudança nos termos do trabalho. Se, antes de concluir o trabalho, o auditor for solicitado a mudar o alcance para um nível menor de asseguração, o auditor deve determinar se há justificativa razoável. Se o auditor não concordar com a mudança e a administração não permitir a continuidade do trabalho original, o auditor deve: (a) retirar-se do trabalho, quando permitido; e (b) determinar se há obrigação de relatar as circunstâncias a outras partes interessadas. Uma solicitação da entidade para que o auditor mude os termos do trabalho pode ser decorrente de mudança nas circunstâncias que afetam a necessidade pelo serviço, um mal-entendido sobre a natureza da auditoria conforme originalmente solicitada ou uma restrição no alcance do trabalho imposto pela administração ou causado por outro fatores.

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Resolução CFC n.º 1.205/2009Resolução CFC n.º 1.205/2009Resolução CFC n.º 1.205/2009Resolução CFC n.º 1.205/2009 Aprova a NBC TA 220 Aprova a NBC TA 220 Aprova a NBC TA 220 Aprova a NBC TA 220 –––– Controle de Qualidade Controle de Qualidade Controle de Qualidade Controle de Qualidade da Auditoria de da Auditoria de da Auditoria de da Auditoria de

Demonstrações ContábeisDemonstrações ContábeisDemonstrações ContábeisDemonstrações Contábeis Esta Norma versa sobre as responsabilidades específicas do auditor em relação aos procedimentos de controle de qualidade da auditoria. Sistema de Controle de QualidadeSistema de Controle de QualidadeSistema de Controle de QualidadeSistema de Controle de Qualidade Os sistemas, as políticas e os procedimentos de controle de qualidade são de responsabilidade da firma de auditoria, que tem por obrigação estabelecer e manter sistema de controle para obter segurança razoável que: (a) as normas de auditoria e as exigências legais e regulatórias aplicáveis são observadas; e (b) os relatórios emitidos são apropriados nas circunstâncias. O sistema de controle de qualidade inclui políticas e procedimentos que tratam de: (i) responsabilidades da liderança pela qualidade na firma; (ii) exigências éticas; (iii) aceitação e continuidade de relacionamentos com clientes e trabalhos específicos; (iv) recursos humanos; (v) execução do trabalho; e (vi) monitoramento. A revisão de controle de qualidade do trabalho fornece avaliação objetiva dos julgamentos relevantes feitos pela equipe e das conclusões alcançadas ao elaborar o relatório. A tempestiva revisão do controle de qualidade permite que assuntos significativos sejam resolvidos na data ou antes da data do relatório. A extensão da revisão do controle de qualidade depende, entre outros, da complexidade do trabalho, se o auditado é companhia aberta, e do risco do relatório não ser apropriado. A realização de uma revisão de controle de qualidade não reduz as responsabilidades do sócio encarregado pelo trabalho de auditoria. SóSóSóSócio encarregado cio encarregado cio encarregado cio encarregado ---- Atribuições Atribuições Atribuições Atribuições O sócio encarregado deve assumir a responsabilidade pela qualidade de todos os trabalhos de auditoria e deve permanecer alerta, observando e fazendo indagações, conforme necessário, para evidenciar o não cumprimento de exigências éticas pelos membros da equipe. Ao assumir a responsabilidade pela qualidade geral da auditoria, o sócio encarregado deve enfatizar: (a) a importância da qualidade da auditoria em:

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(i) realizar trabalhos de acordo com as normas técnicas e exigências legais e regulatórias; (ii) cumprir as políticas e procedimentos de controle de qualidade da firma; (iii) emitir relatórios; e (iv) na capacidade da equipe de abordar assuntos sem receio de represálias; e (b) o fato de que qualidade é essencial na execução da auditoria. O sócio encarregado deve concluir sobre o cumprimento dos requisitos de independênciaindependênciaindependênciaindependência. Assim, ele deve: (a) obter informações para identificar e avaliar circunstâncias e relacionamentos que criam ameaças à independência; (b) avaliar as informações sobre violações identificadas de políticas e procedimentos de independência da firma para determinar se elas representam ameaça ao trabalho; e (c) adotar as medidas para eliminar essas ameaças ou reduzi-las a um nível aceitável, ou, retirar-se do trabalho, quando possível de acordo com lei ou regulamento. O sócio encarregado do trabalho deve estar satisfeito de que a equipe e o especialista têm a competência e habilidades apropriadas para: (a) executar trabalhos de auditoria de acordo com as normas técnicas, exigências legais e regulatórias; e (b) possibilitar a emissão de relatório. Ele também deve assumir a responsabilidade pela: (a) direção, supervisão e execução de auditoria de acordo com as normas técnicas e exigências legais e regulatórias; e (b) emissão do relatório. Revisão de controle de qualidadeRevisão de controle de qualidadeRevisão de controle de qualidadeRevisão de controle de qualidade Para auditoria de demonstrações contábeis de companhias abertas, e para outros trabalhos de auditoria para os quais a firma determinou a necessidade de revisão do controle de qualidade, o sócio encarregado deve: (a) determinar que foi designado um revisor do controle de qualidade; (b) discutir assuntos significativos que surgem durante a auditoria, incluindo os identificados durante a revisão do controle de qualidade, com esse revisor; e (c) não datar o relatório até que se conclua a revisão. O revisor deve realizar uma avaliação dos julgamentos da equipe e as conclusões constantes no relatório. Essa avaliação deve envolver: (a) discussão de assuntos significativos com o sócio encarregado; (b) revisão das demonstrações contábeis e do relatório proposto; (c) revisão da documentação de auditoria relativa aos julgamentos feitos pela equipe e das conclusões obtidas; e (d) avaliação das conclusões ao elaborar o relatório e consideração sobre se ele é apropriado.

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MonitoramentoMonitoramentoMonitoramentoMonitoramento Um sistema de controle de qualidade efetivo inclui um monitoramento que forneça segurança de que as políticas e procedimentos relacionados com esse sistema são relevantes, adequados e estão operando de maneira correta. DocumenDocumenDocumenDocumentação tação tação tação O auditor deve incluir na documentação de auditoria: (a) assuntos referentes ao cumprimento das exigências éticas e como foram resolvidos; (b) conclusões sobre o cumprimento dos requisitos de independência, e quaisquer discussões relevantes que suportam essas conclusões; (c) conclusões obtidas referentes à aceitação e continuidade de relacionamentos com clientes e trabalhos de auditoria; (d) a natureza e o alcance das consultas, e as conclusões delas resultantes, feitas no curso da auditoria.

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ResoResoResoResolução CFC n.º. 1.206/2009lução CFC n.º. 1.206/2009lução CFC n.º. 1.206/2009lução CFC n.º. 1.206/2009 Aprova a NBC TA 230 Aprova a NBC TA 230 Aprova a NBC TA 230 Aprova a NBC TA 230 –––– Documentação de Auditoria Documentação de Auditoria Documentação de Auditoria Documentação de Auditoria

Esta Norma trata de documentação de auditoria, denominada anteriormente de papéis de trabalho. DDDDefiniçãoefiniçãoefiniçãoefinição e finalidade e finalidade e finalidade e finalidade Documentação de auditoriaDocumentação de auditoriaDocumentação de auditoriaDocumentação de auditoria é o registro tempestivo dos procedimentos, das evidências relevantes e conclusões alcançadas pelo auditor, com a finalidade de: • auxiliar no planejamento e execução da auditoria; • registrar assuntos; • permitir inspeções externas; • contribuir para a supervisão dos trabalhos de auditoria e o controle de

qualidade; • permitir a responsabilização. Objetivos da documentação de auditoriaObjetivos da documentação de auditoriaObjetivos da documentação de auditoriaObjetivos da documentação de auditoria A documentação de auditoria, preparada de modo a permitir que um auditor experiente compreenda o processo auditorial, independentemente de esclarecimento adicional, objetiva fornecer evidência para a opinião do auditor quanto ao cumprimento do objetivo da auditoria, bem como se os exames foram planejados e executados em conformidade as normas de auditoria e exigências legais e regulamentares aplicáveis. A documentação de auditoria, de propriedade exclusiva do auditorpropriedade exclusiva do auditorpropriedade exclusiva do auditorpropriedade exclusiva do auditor, pode ser registrada em papel, em formatos eletrônicos ou outros meios. São exemplos de documentação de auditoria: (a) programas de auditoria; (b) análises; (c) memorandos; (d) resumos de temas relevantes; (e) cartas de confirmação e representação; (f) listas de verificação; (g) correspondências, inclusive correio eletrônico. A forma, o conteúdo e a extensão da documentação de auditoria dependem de fatores como: (a) tamanho e complexidade da entidade; (b) natureza dos procedimentos; (c) riscos de distorção relevante; (d) importância da evidência; (e) natureza e extensão das exceções identificadas; (f) necessidade de documentar a conclusão; (g) metodologia e as ferramentas de auditoria usadas.

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O auditor pode considerar útil preparar e considerar como parte da documentação de auditoria um resumo (conhecido também como memorando de conclusão) que descreva os assuntos significativos identificados e como eles foram tratados. Revisão da documentação de auditorRevisão da documentação de auditorRevisão da documentação de auditorRevisão da documentação de auditoriaiaiaia Ao documentar a natureza, a época e a extensão dos procedimentos de auditoria executados, bem como todos os assuntos relevantes, o auditor deve registrar as características dos assuntos testados, o responsável pela execução e a revisão dos trabalhos. O requisito de documentar a revisão não implica na necessidade de que cada documento de trabalho evidencie essa revisão, porém significa demonstrar que o trabalho de auditoria foi revisado, quem revisou e quando foi feita a revisão. Prazo para guardaPrazo para guardaPrazo para guardaPrazo para guarda A documentação de auditoria devidamente revisada deve ser arquivada em arquivada em arquivada em arquivada em prazo não superior a 60 diasprazo não superior a 60 diasprazo não superior a 60 diasprazo não superior a 60 dias após a data do relatório e guardada por guardada por guardada por guardada por período não inferior a cinco anosperíodo não inferior a cinco anosperíodo não inferior a cinco anosperíodo não inferior a cinco anos a contar também da data desse relatório. Se for necessário modificar a documentação de auditoria após a montagem do arquivo final, o auditor deve documentar as razões, quando e por quem foram executados e revisados.

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Resolução CFC n.º 1.207/2009Resolução CFC n.º 1.207/2009Resolução CFC n.º 1.207/2009Resolução CFC n.º 1.207/2009 Aprova a NBC TA 240 Aprova a NBC TA 240 Aprova a NBC TA 240 Aprova a NBC TA 240 –––– Responsabilidade do Auditor em Relação a Responsabilidade do Auditor em Relação a Responsabilidade do Auditor em Relação a Responsabilidade do Auditor em Relação a Fraude, no Contexto da AuditoriFraude, no Contexto da AuditoriFraude, no Contexto da AuditoriFraude, no Contexto da Auditoria de Demonstrações Contábeisa de Demonstrações Contábeisa de Demonstrações Contábeisa de Demonstrações Contábeis

Esta Norma versa sobre a responsabilidade do auditor no que se refere à fraude na auditoria de demonstrações contábeis. Objetivos do auditorObjetivos do auditorObjetivos do auditorObjetivos do auditor Os objetivos do auditor são: (a) identificar e avaliar os riscos de distorção relevante nas demonstrações contábeis decorrente de fraude, ou simplesmente fraude; (b) obter evidências de auditoria sobre os riscos identificados de fraude, por meio da definição e implantação de respostas apropriadas; e (c) responder adequadamente em face da fraude ou da suspeita de fraudes identificada. Generalidades Generalidades Generalidades Generalidades As distorções nas demonstrações contábeis podem originar-se de fraude ou erro. O que difere fraude de erro é o fato de a ação que resulta em distorção nessas demonstrações ser, respectivamente, intencional ou não. Portanto, fraude é o ato intencional da administração, dos responsáveis pela governança, empregados ou terceiros, que envolva dolo para obtenção de vantagem injusta ou ilegal. A fraude muitas vezes envolve a manipulação dos processos de informação financeira mediante registro não apropriados. Isso pode ocorrer ao longo de todo o período ou ao seu final, ou por meio de ajustes de valores informados nas demonstrações contábeis que não estão refletidos nos lançamentos do livro diário, como por exemplo, aqueles ajustes e reclassificações provenientes do processo de consolidação das demonstrações contábeis. As informações contábeis fraudulentas podem decorrer de: (i) manipulação, falsificação ou alteração de registros contábeis ou documentos que serviram de base à elaboração de demonstrações contábeis; (ii) falsidade ou omissão intencional nas demonstrações contábeis de eventos, operações ou outras informações significativas; e (iii) aplicação incorreta intencional dos princípios contábeis relativos a valores, classificação, forma de apresentação ou divulgação.

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A administração pode perpetrar fraude da seguinte forma: (i) registrar lançamentos fictícios; (ii) ajustar indevidamente as premissas e alterar os julgamentos utilizados para estimar saldos; (iii) omitir, antecipar ou atrasar o reconhecimento de eventos; (iv) ocultar ou não divulgar fatos que possam afetar os valores registrados; (v) contratar operações complexas, que são estruturadas para refletir erroneamente a situação patrimonial ou o desempenho da entidade; (vi) alterar registros e condições relacionados a operações significativas e não usuais. A fraude também envolve a apropriação indevida de ativos, tais como: (i) alterar documentos (apropriando-se de valores cobrados ou desviando valores recebidos relativos a contas já baixadas para as suas contas bancárias); (ii) furtar ativos físicos ou propriedade intelectual (furtar estoques para uso pessoal ou venda, roubar sucata para revenda, entrar em conluio com concorrentes para repassar dados tecnológicos em troca de dinheiro); (iii) fazer a entidade pagar por produtos e serviços não recebidos (pagamentos a fornecedores fictícios, propina paga por fornecedores aos compradores da entidade em troca de preços inflacionados, pagamentos a empregados fictícios); (iv) utilizar ativos da entidade para uso pessoal. Os fatores de risco de fraude relacionados a informações contábeis fraudulentas e apropriação indevida de ativos são classificados com base em três condições: (i) incentivo ou pressão para perpetrar fraude; (ii) oportunidade percebida de cometer fraude; (iii) capacidade de racionalizar a ação fraudulenta. Responsabilidades Responsabilidades Responsabilidades Responsabilidades A principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é da administração e dos responsáveis pela governança. A responsabilidade do auditor é obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis, como um todo, não contém distorções relevantes, causadas por fraude ou erro. O auditor preocupa-se com a fraude que provoque distorção relevante nas demonstrações contábeis decorrentes de informações fraudulentas e da apropriação indébita de ativos. Apesar de o auditor poder suspeitar ou, em raros casos, identificar a ocorrência de fraude, ele não define juridicamente se ela realmente ocorreu.

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CetiCetiCetiCeticismo profissionalcismo profissionalcismo profissionalcismo profissional O auditor deve manter o ceticismo profissional durante a auditoria, considerando o potencial da administração burlar os controles, e de reconhecer o fato de que procedimentos de auditoria eficazes na detecção de erros podem não ser eficazes na detecção de fraude. O auditor deve ser cético durante a auditoria, reconhecendo a possibilidade de existir fraude, não obstante a sua experiência em relação à honestidade e integridade da administração e dos responsáveis pela governança. Manter o ceticismo profissional requer contínuo questionamento sobre se a evidência obtida sugere a possibilidade de fraude. Isso inclui considerar a confiabilidade da informação a ser utilizada como evidência e os controles sobre sua elaboração e manutenção, quando for pertinente. Procedimentos de avaliação de risco e atividade relacionadaProcedimentos de avaliação de risco e atividade relacionadaProcedimentos de avaliação de risco e atividade relacionadaProcedimentos de avaliação de risco e atividade relacionada Risco Risco Risco Risco O risco de não ser detectada uma fraude relevante é mais alto do que o risco de não ser detectado um erro. Isso porque a fraude pode envolver esquemas sofisticados e cuidadosamente organizados, destinados a ocultá-la, tais como falsificação, omissão deliberada no registro de operações ou prestação intencional de falsas representações ao auditor. O risco de o auditor não detectar uma fraude da administração é maior do que no caso de fraude cometida por empregados, porque a administração frequentemente tem condições de manipular, direta ou indiretamente, os registros contábeis, apresentar informações contábeis fraudulentas ou burlar procedimentos de controle. Ao aplicar procedimentos de avaliação de risco e atividades relacionadas para conhecer a entidade, seu ambiente e o seu controle interno, o auditor deve procurar obter as informações a serem usadas na identificação de riscos de fraude. O auditor deve fazer indagações à administração e a outros responsáveis, para determinar se eles têm conhecimento de quaisquer casos reais, suspeitas ou indícios de fraude.

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O auditor pode fazer indagações sobre a existência ou suspeita de fraude a: pessoal sem envolvimento direto no processo de elaboração de informação contábil; empregados com diferentes níveis de alçada e envolvidos na iniciação, processamento ou registro de operações complexas ou não usuais e os que supervisionam ou monitoram esses empregados; assessores jurídicos internos; diretor de ética ou equivalente; e pessoas responsáveis por lidar com alegações de fraude. O auditor deve indagar aos responsáveis pela auditoria interna para determinar se eles têm conhecimento de quaisquer casos reais, suspeitas ou indícios de fraude, e obter sua opinião sobre os riscos de fraude, incluindo os procedimentos aplicados, se for o caso, para detectar fraude e se a administração respondeu satisfatoriamente aos fatos identificados. O auditor deve avaliar se variações inesperadas ou não usuais identificadas durante a aplicação dos procedimentos de revisão analítica, podem indicar riscos de fraude. Procedimentos de resposta ao riscoProcedimentos de resposta ao riscoProcedimentos de resposta ao riscoProcedimentos de resposta ao risco É importante que o auditor obtenha entendimento dos controles que a administração planejou, implementou e mantém para impedir e detectar fraude. Ao fazer isto, o auditor pode descobrir, por exemplo, que a administração escolheu conscientemente aceitar os riscos associados à falta de segregação de funções. Independentemente da sua avaliação de que a administração burle controles, o auditor deve definir e aplicar procedimentos para: (a) testar a adequação dos registros contábeis; e (b) revisar estimativas em busca de critérios ou resultados tendenciosos e avaliar se representam risco de fraude. Ao identificar e selecionar lançamentos contábeis e outros ajustes para testar e determinar o método apropriado de exame o auditor deve considerar relevante: (i) avaliação dos riscos de distorção relevante decorrente de fraude; (ii) controles que foram implementados para lançamentos contábeis e outros ajustes; (iii) processo de elaboração de informações contábeis da entidade e a natureza da evidência que podem ser obtidos; (iv) características dos lançamentos contábeis fraudulentos ou outros ajustes; (v) natureza e complexidade das contas; (vi) lançamentos contábeis ou outros ajustes processados fora do curso normal do negócio.

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A elaboração de demonstrações contábeis requer que sejam feitos os julgamentos ou premissas que afetam significativamente as estimativas contábeis e monitore continuamente a razoabilidade de tais estimativas. A informação contábil fraudulenta, muitas vezes, é conseguida por distorção intencional de estimativas contábeis. Isso é conseguido, por exemplo, superestimando ou subestimando todas as provisões da mesma maneira, de modo a obter resultados constantes ao longo de dois ou mais períodos contábeis ou a conseguir um nível de resultado escolhido para enganar os usuários das demonstrações contábeis, influenciando suas percepções quanto ao desempenho e lucratividade da entidade. Exemplos de circunstâncias que indicam a possibilidade de fraudecircunstâncias que indicam a possibilidade de fraudecircunstâncias que indicam a possibilidade de fraudecircunstâncias que indicam a possibilidade de fraude: (i) discrepâncias nos registros contábeis; (ii) evidências conflitantes ou ausentes: (iii) relações problemáticas ou não usuais entre o auditor e a administração; e (iv) outros. Para operações significativas anormais, ou não usuais, o auditor deve avaliar se a justificativa de negócio das operações (ou a ausência dela) sugere que elas podem ter sido realizadas para gerar informações contábeis fraudulentas ou para ocultar a apropriação indevida de ativos. Se, como resultado de uma fraude ou suspeita de fraude, o auditor encontrar circunstâncias excepcionais que coloquem em dúvida sua capacidade de continuar a realizar a auditoria, este deve: (a) determinar as responsabilidades profissionais e legais aplicáveis à situação, inclusive se é necessário ou não informar a quem aprovou a contratação da auditoria ou, em alguns casos, às autoridades reguladoras; (b) considerar se seria apropriado retirar-se do trabalho, quando for possível; e (c) caso o auditor se retire: (i) discutir com a administração a saída do trabalho e as razões para a interrupção; e (ii) determinar se existe exigência profissional ou legal de comunicar a saída do trabalho e as razões da saída a quem contratou a auditoria ou, em alguns casos, às autoridades reguladoras. As circunstâncias excepcionais que podem surgir e que podem colocar em dúvida a capacidade de o auditor continuar a executar a auditoria incluem: (i) a entidade não toma a ação apropriada com referência a fraude; (ii) a consideração do auditor dos riscos de fraude e dos resultados da auditoria indica risco significativo de fraude relevante e generalizada; e (iii) o auditor tem preocupação significativa quanto à competência ou integridade da administração.

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Carta de representação da administraçãoCarta de representação da administraçãoCarta de representação da administraçãoCarta de representação da administração O auditor deve obter representações da administração de que: (a) ela reconhece sua responsabilidade na prevenção e detecção de fraude; (b) ela revelou ao auditor os resultados da avaliação do risco de que as demonstrações contábeis podem ter distorções relevantes decorrentes de fraude; (c) ela revelou ao auditor seu conhecimento sobre a suspeita ou ocorrência de fraude, envolvendo: (i) a administração; (ii) empregados com funções significativas no controle interno; ou (iii) outros cuja fraude poderia ter efeito relevante nas demonstrações contábeis; e (d) ela revelou ao auditor seu conhecimento de quaisquer suspeitas ou indícios de fraude que afetassem as demonstrações contábeis da entidade, comunicadas por empregados, ex-empregados, analistas, órgãos reguladores ou outros. Comunicação de fraude Comunicação de fraude Comunicação de fraude Comunicação de fraude Caso o auditor o identifique uma fraude ou detenha informações que indiquem a possibilidade de fraude, o auditor deve comunicar esses assuntos tempestivamente a pessoa da administração que têm a responsabilidade primordial de prevenir e detectar fraude em assuntos relevantes no âmbito de suas responsabilidades. DocumentaçãoDocumentaçãoDocumentaçãoDocumentação O auditor deve documentar seu entendimento sobre a entidade, seu ambiente e avaliação dos riscos de distorção relevante considerando: (a) as decisões significativas tomadas em relação à suscetibilidade das demonstrações contábeis a fraude; e (b) os riscos identificados e avaliados de fraude no âmbito das demonstrações contábeis e das afirmações. O auditor deve documentar as respostas aos riscos avaliados de distorção relevante, incluindo: (a) as respostas globais aos riscos no âmbito das demonstrações contábeis, e a natureza, época e extensão dos procedimentos de auditoria, além da ligação entre esses procedimentos e os riscos nas afirmações; e (b) os resultados dos procedimentos de auditoria, inclusive os planejados para monitorar o risco de a administração burlar controles. O auditor deve incluir na documentação as comunicações sobre fraude feitas à administração, aos responsáveis pela governança, aos órgãos reguladores e outros.

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Resolução CFC n.º 1.208/2009Resolução CFC n.º 1.208/2009Resolução CFC n.º 1.208/2009Resolução CFC n.º 1.208/2009 Aprova a NBC TA 250 Aprova a NBC TA 250 Aprova a NBC TA 250 Aprova a NBC TA 250 –––– Consideração de Leis e Regulamentos na Consideração de Leis e Regulamentos na Consideração de Leis e Regulamentos na Consideração de Leis e Regulamentos na

Auditoria de Demonstrações ContábeisAuditoria de Demonstrações ContábeisAuditoria de Demonstrações ContábeisAuditoria de Demonstrações Contábeis

Esta Norma trata da responsabilidade do auditor na consideração de leis e regulamentos ao executar a auditoria de demonstrações contábeis. Destina-se a auxiliar o auditor na identificação de distorção relevante das demonstrações contábeis pela não conformidade com leis e regulamentos. DefiniçõesDefiniçõesDefiniçõesDefinições • NNNNão conformidadeão conformidadeão conformidadeão conformidades s s s são os atos de omissão ou cometimento pelo

auditado, intencionais ou não, que são contrários às leis ou regulamentos. Tais atos incluem transações realizadas por ou em nome do auditado, ou em sua representação, pelos responsáveis pela governança, administração ou empregados.

Os seguintes assuntos podem indicar a não conformidade com leis e regulamentos: (a) investigações de órgãos reguladores ou pagamento de sanções; (b) pagamentos por serviços não especificados ou empréstimos para consultores, partes relacionadas, empregados ou empregados do governo; (c) comissões de venda ou taxas de agente que pareçam excessivas; (d) aquisições a preços significativamente acima ou abaixo do preço de mercado; (e) pagamentos não usuais em dinheiro, compras na forma de cheques pagáveis ao portador ou transferências para contas bancárias numeradas; (f) transações não usuais com companhias em paraísos fiscais; (g) pagamentos por bens ou serviços feitos em outro país que não aquele de onde se originaram os bens ou serviços; (h) pagamentos sem a devida documentação de titularidade; (i) existência de um sistema de informação que deixe de fornecer uma trilha de auditoria adequada ou evidências suficientes; (j) transações não autorizadas ou transações inadequadamente registradas; e (k)comentários adversos na mídia.

• LLLLeis e regulamentoseis e regulamentoseis e regulamentoseis e regulamentos constituem a estrutura legal e regulamentar aos

quais o auditado está sujeito. Essa estrutura tem efeito direto sobre as demonstrações contábeis, pois determinam os valores e formas de divulgação.

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Objetivos do auditorObjetivos do auditorObjetivos do auditorObjetivos do auditor Os objetivos do auditor são: (a) obter evidência no que se refere à conformidade com as disposições legais e regulamentares que tenham efeitos diretos na determinação dos valores e divulgações relevantes nas demonstrações contábeis; (b) executar procedimentos de auditoria para identificar não conformidades com outras leis e regulamentos que possam ter efeito relevante sobre as demonstrações contábeis; e (c) responder adequadamente à não conformidade ou suspeita de não conformidade com leis e regulamentos identificados durante a auditoria. Os efeitos potenciais de limitações inerentes à capacidade do auditor de detectar distorções relevantes são maiores, se: (a) existem leis e regulamentos, relacionados a aspectos operacionais, que não afetem as demonstrações contábeis e não são sejam considerados pelos sistemas de informação; (b) a não conformidade pode envolver conduta que oculte distorções relevantes, como conluio, falsificação, abstenção deliberada no registro de transações, transgressão dos controles ou representações imprecisas e intencionais da administração; (c) um ato constitui não conformidade, em última instância, é um assunto a ser determinado legalmente pela justiça. Os efeitos dos assuntos relevantes nas demonstrações contábeis, na avaliação do auditor, incluem: (i) potenciais consequências da não conformidade legais e regulamentares sobre essas demonstrações, inclusive a imposição de multas, penalidades, danos, ameaça de expropriação de ativos, descontinuidade compulsória de operações e litígio; (ii) se as potenciais consequências financeiras exigem divulgação e são sérias a ponto de colocar em dúvida a apresentação das demonstrações contábeis. Responsabilidades da administraçãoResponsabilidades da administraçãoResponsabilidades da administraçãoResponsabilidades da administração A administraçãoadministraçãoadministraçãoadministração éééé responsávelresponsávelresponsávelresponsável por assegurar que as operações sejam conduzidas em conformidade com as disposições legais e regulamentares. O auditado pode implementar as seguintes políticas e procedimentos para prevenir e detectar não conformidade legais e regulamentares: (i) monitorar requisitos legais; (ii) instituir sistemas apropriados de controle interno; (iii) desenvolver, divulgar e acompanhar código de conduta; (iv) confirmar que os empregados conheçam o código de conduta; (v) monitorar a

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conformidade do código de conduta; (vi) contratar assessores jurídicos para auxiliar o monitoramento; (vii) manter controle das disposições legais e regulamentares importantes. Essas políticas e procedimentos podem ser suplementados por atribuições: (i) da auditoria interna; (ii) do comitê de auditoria; (iii) da função de controle interno para monitorar a conformidade com leis e regulamentos (compliance). Responsabilidade do auditorResponsabilidade do auditorResponsabilidade do auditorResponsabilidade do auditor O auditor é responsávelauditor é responsávelauditor é responsávelauditor é responsável pela obtenção de segurança razoável de que as demonstrações contábeis estão livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro, contudo o auditor não é responsável pela prevenção e pela não conformidade com todas as leis e regulamentos. Existem duas categorias diferentes de leis e releis e releis e releis e regulamentosgulamentosgulamentosgulamentos, em relação à responsabilidade do auditor: (a) que têm efeito direto na determinação dos valores e divulgações nas demonstrações contábeis (impostos e planos de pensão): nesse caso a responsabilidade do auditor é obter evidência quanto à conformidade com essas disposições; (b) relacionados aos aspectos operacionais, à capacidade da entidade de continuar com os negócios ou para evitar penalidades relevantes (licença de operação, exigências regulamentares de solvência ou ambientais) neste caso: a responsabilidade do auditor limita-se a executar os procedimentos para ajudar a identificar não conformidades. Procedimentos de auditoria quando da identificação ou suspeita de não Procedimentos de auditoria quando da identificação ou suspeita de não Procedimentos de auditoria quando da identificação ou suspeita de não Procedimentos de auditoria quando da identificação ou suspeita de não conformidadeconformidadeconformidadeconformidade O auditor deve obter evidência referente à conformidade com as disposições legais e regulamentares geralmente reconhecidas por terem efeito direto sobre a determinação dos valores e divulgações relevantes as demonstrações contábeis. O auditor deve executar os seguintes procedimentos para ajudar a identificar casos de não conformidade com outras leis e regulamentos: (a) indagações junto à administração para determinar se a entidade tem cumprido com tais leis e regulamentos; e (b) inspeção de correspondência,

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se houver, com as autoridades responsáveis por licenciamento e regulamentação. Se o auditor tomar conhecimento de não conformidade ou a suspeita de não conformidade com leis e regulamentos, deve obter: (a) entendimento da natureza do ato e das circunstâncias em que ela ocorreu; e (b) informações adicionais para avaliar o possível efeito sobre as demonstrações contábeis. Se ele suspeitar de não conformidade, deve discutir o assunto com a administração. Se essa não fornecer informações suficientes, o auditor deve considerar a necessidade de obter assessoria jurídica. Se não puderem ser obtidas informações a respeito da suspeita, o auditor deve avaliar o efeito, em sua opinião, da falta de evidência de auditoria apropriada e suficiente. Comunicação de não conformidade identificada ou suspeita de não Comunicação de não conformidade identificada ou suspeita de não Comunicação de não conformidade identificada ou suspeita de não Comunicação de não conformidade identificada ou suspeita de não conforconforconforconformidademidademidademidade O auditor deve comunicar aos responsáveis pela governança não conformidades legais e regulamentares de que tenha tomado conhecimento durante a auditoria, exceto quando forem irrelevantes. Se o auditor suspeitar que a administração ou os responsáveis pela governança estão envolvidos na não conformidade, deve comunicar o assunto ao nível de autoridade imediatamente superior da entidade (comitê de auditoria ou o órgão de supervisão geral). Quando não houver autoridade superior, ou se o auditor acreditar que essa comunicação não será eficaz, ou se estiver em dúvida quanto a quem comunicar, ele deve considerar a necessidade de obter assessoria jurídica. Comunicação de não conformidade no relatório do auditor sobre as Comunicação de não conformidade no relatório do auditor sobre as Comunicação de não conformidade no relatório do auditor sobre as Comunicação de não conformidade no relatório do auditor sobre as demonstrações contábeisdemonstrações contábeisdemonstrações contábeisdemonstrações contábeis Se o auditor concluir que a não conformidade tem efeito relevante sobre as demonstrações contábeis e não foi adequadamente divulgado, ele deve expressar uma opinião com ressalva ou adversa sobre essas demonstrações. Se o auditor for impedido pela administração de obter evidência para avaliar se a não conformidade relevante ocorreu ou se é provável que tenha ocorrido, o auditor deve expressar uma opinião com ressalva ou abster-se de

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emitir opinião sobre as demonstrações contábeis com base na limitação no alcance da auditoria. Se o auditor não consegue determinar se a não conformidade ocorreu por causa de limitações impostas pelas circunstâncias ao invés de pela administração, o auditor deve avaliar o efeito na sua opinião. DocumentaçãoDocumentaçãoDocumentaçãoDocumentação O auditor deve documentar a não conformidade identificada ou mesmo a suspeita em relação a leis e regulamentos e os resultados da discussão com a administração e, quando aplicável, com outras partes fora do auditado. Essa documentação pode incluir, por exemplo: (a) cópias de registros ou documentos; (b) minutas de discussões mantidas com a administração ou partes fora da entidade. Comunicação de não conformidade às autoridades reguladorasComunicação de não conformidade às autoridades reguladorasComunicação de não conformidade às autoridades reguladorasComunicação de não conformidade às autoridades reguladoras Se o auditor identificou ou tem suspeita de não conformidade de leis e regulamentos, ele deve determinar se tem responsabilidade de relatar a não conformidade identificada ou suspeita às partes fora da entidade. O dever profissional do auditor de manter a confidencialidade das informações do cliente pode impedir a comunicação de não conformidade identificada ou mesmo a suspeita em relação a leis e regulamentos a partes fora da entidade. Contudo, as responsabilidades legais do auditor variam conforme a regulação aplicável e, em certas circunstâncias, o dever de confidencialidade pode ser superado por estatuto, lei ou tribunais de justiça.

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Resolução CFC n.º 1.209/2009Resolução CFC n.º 1.209/2009Resolução CFC n.º 1.209/2009Resolução CFC n.º 1.209/2009 Aprova a NBC TA 260 Aprova a NBC TA 260 Aprova a NBC TA 260 Aprova a NBC TA 260 –––– Comunicação com os Responsáveis pela Comunicação com os Responsáveis pela Comunicação com os Responsáveis pela Comunicação com os Responsáveis pela

GovernançaGovernançaGovernançaGovernança Esta Norma trata da trata da responsabilidade do auditor na comunicação com os responsáveis pela governança na auditoria de demonstrações contábeis. Fornece uma estrutura abrangente para a comunicação do auditor com os responsáveis pela governança e identifica assuntos específicos a serem comunicados. DefiniçõesDefiniçõesDefiniçõesDefinições • Responsáveis pela governançaResponsáveis pela governançaResponsáveis pela governançaResponsáveis pela governança são os responsáveis pela supervisão

geral da direção estratégica da entidade e das obrigações relacionadas à responsabilidade da entidade. Isso inclui a supervisão geral do processo de relatórios contábeis.

Importância de comunicação recíprocaImportância de comunicação recíprocaImportância de comunicação recíprocaImportância de comunicação recíproca Uma efetiva comunicação recíproca entre o auditor e os responsáveis pela governança é importante para auxiliar: (a) ambos a entenderem assuntos relacionados no contexto da auditoria e a desenvolverem uma relação de trabalho construtiva, mantendo ao mesmo tempo a independência e a objetividade do auditor; (b) o auditor a obter dos responsáveis pela governança informações relevantes; e (c) os responsáveis pela governança a cumprirem sua responsabilidade de exercer supervisão geral no processo de relatórios contábeis, reduzindo os riscos de distorção relevante. Objetivos do auditorObjetivos do auditorObjetivos do auditorObjetivos do auditor Os objetivos do auditor são: (a) comunicar claramente aos responsáveis pela governança as suas responsabilidades em relação à auditoria, e uma visão geral do alcance e da época planejados da auditoria; (b) obter dos responsáveis informações relevantes para a auditoria; (c) fornecer tempestivamente as observações decorrentes da auditoria que sejam significativas e relevantes para a os responsáveis pela governança de supervisionar de modo geral o processo de relatórios contábeis; e (d) promover uma efetiva comunicação recíproca entre o auditor e esses responsáveis.

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Responsabilidades Responsabilidades Responsabilidades Responsabilidades Embora o auditor seja responsável pela comunicação de assuntos exigidos por esta Norma, a administração também tem a responsabilidade de comunicar assuntos de interesse aos responsáveis pela governança. O auditor deve determinar as pessoas apropriadas dentro da estrutura da governança da entidade com as quais deve se comunicar. Quando o auditor se comunicar com um subgrupo dos responsáveis pela governança, ele deve determinar se também precisa se comunicar com o conselho de administração ou órgão equivalente. ComunicaçãoComunicaçãoComunicaçãoComunicação A comunicação clara de assuntos específicos é parte integrante de toda auditoria. As normas de auditoria não exigem, contudo, que o auditor execute procedimentos direcionados para identificar quaisquer outros assuntos para comunicar aos responsáveis pela governança. O auditor deve comunicar aos responsáveis pela governança as suas responsabilidades em relação à auditoria das demonstrações contábeis, incluindo que: (a) ele é responsável por formar e expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis elaboradas pela administração com a supervisão geral dos responsáveis pela governança; e (b) a auditoria das demonstrações contábeis não isenta a administração ou os responsáveis pela governança de suas responsabilidades. O auditor deve comunicar aos responsáveis pela governança: (a) sua visão sobre aspectos qualitativos significativos das práticas contábeis da entidade; (b) dificuldades significativas encontradas; (c) a menos que todos os responsáveis pela governança estejam envolvidos na administração: (i) assuntos importantes decorrentes da auditoria que foram discutidos com a administração; e (ii) representações formais exigidas pelo auditor; e (d) outros assuntos decorrentes da auditoria que no julgamento profissional do auditor são significativos para a supervisão do processo de relatórios contábeis. O auditor deve comunicar por escrito aos responsáveis pela governança as observações significativas decorrentes da auditoria se, no seu julgamento profissional, a comunicação verbal não for adequada. As comunicações por

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escrito não precisam incluir todos os assuntos que surgiram no curso da auditoria. Leis ou regulamentos podem restringir a comunicação do auditor de certos assuntos aos responsáveis pela governança.

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Resolução CFC n.º 1.210/2009Resolução CFC n.º 1.210/2009Resolução CFC n.º 1.210/2009Resolução CFC n.º 1.210/2009 Aprova a NBC TA 265 Aprova a NBC TA 265 Aprova a NBC TA 265 Aprova a NBC TA 265 –––– Comunicação de Deficiências de Controle Comunicação de Deficiências de Controle Comunicação de Deficiências de Controle Comunicação de Deficiências de Controle

InternoInternoInternoInterno Esta Norma trata da responsabilidade do auditor de comunicar, aos responsáveis pela governança e à administração, as deficiências de controle interno identificadas na auditoria das demonstrações contábeis. Também especifica as deficiências que devem ser comunicadas. ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo O auditor deve obter entendimento do controle interno relevante para a auditoria ao identificar e avaliar os riscos de distorção relevante, em face de deficiências de controle. Deficiências significativasDeficiências significativasDeficiências significativasDeficiências significativas Uma deficiência de controle interno existe quando: (i) o controle não consegue prevenir, ou detectar e corrigir tempestivamente, distorções nas demonstrações contábeis; ou (ii) falta um controle necessário para prevenir, ou detectar e corrigir tempestivamente, distorções nas demonstrações contábeis. A deficiência é significativa quando individualmente ou no conjunto é de importância para merecer a atenção dos responsáveis pela governança. Exemplos de assuntos que o auditor pode considerar ao determinar se a deficiência é significativa: (i) probabilidade das deficiências levarem a distorção relevante nas demonstrações contábeis no futuro; (ii) susceptibilidade à perda ou à fraude; (iii) subjetividade e a complexidade da determinação de estimativas contábeis; (iv) valores das demonstrações contábeis expostos às deficiências; (v) volume de atividade que ocorreu ou poderia ocorrer nos saldos contábeis; (vi) importância dos controles para o processo de elaboração de demonstrações contábeis; (vii) causa e frequência das exceções detectadas; (viii) interação da deficiência com outras deficiências do controle interno. Os indicadores de deficiência significativa do controle internoindicadores de deficiência significativa do controle internoindicadores de deficiência significativa do controle internoindicadores de deficiência significativa do controle interno são: (i) evidência de aspectos ineficazes do ambiente de controle; (ii) ausência de processo de avaliação de risco na entidade em que a existência desse processo seria normalmente esperada; (iii) evidência de processo de avaliação de risco ineficaz, tais como falha da administração para identificar

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risco de distorção relevante que o auditor esperaria que o processo de avaliação de risco tivesse identificado; (iv) evidência de resposta ineficaz a riscos significativos identificados; (v) distorção detectada pelos procedimentos do auditor que não foi prevenida ou detectada e corrigida, pelo controle interno; (vi) reapresentação de demonstrações contábeis emitidas anteriormente para refletir a correção de distorção relevante devido a erro ou a fraude; (vii) evidência da incapacidade da administração de supervisionar a elaboração das demonstrações contábeis. ResponsabilidadeResponsabilidadeResponsabilidadeResponsabilidade A responsabilidade pela avaliação dos custos e benefícios de implementar medidas corretivas é da administração e dos responsáveis pela governança. O auditor pode identificar outras deficiências de controle interno que não são deficiências significativas, mas podem ser de importância suficiente para merecer a atenção da administração. A determinação sobre quais dessas deficiências de controle interno merecem a atenção da administração é uma questão de julgamento profissional do auditor e não precisam ser comunicadas por escrito. Ao explicar os possíveis efeitos das deficiências significativas, o auditor não precisa quantifica-los. As deficiências significativas podem ser agrupadas para fins de comunicação. ComunicaçãoComunicaçãoComunicaçãoComunicação O auditor deve comunicar tempestivamente por escrito as deficiências significativas de controle interno identificadas durante a auditoria aos responsáveis pela governança. Essa comunicação deve incluir: (a) descrição das deficiências e seus possíveis efeitos; e (b) informações suficientes para permitir o entendimento da comunicação. O auditor deve especificamente explicar que: (i) o objetivo da auditoria era o de expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis; (ii) a auditoria considerou o controle interno no planejamento dos procedimentos de auditoria, mas não para fins de expressar uma opinião sobre a eficácia do controle interno; e (iii) os assuntos comunicados estão limitados às deficiências que o auditor identificou durante a auditoria e concluiu serem de importância suficiente para comunicar aos responsáveis pela governança.

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Em algumas circunstâncias, pode não ser apropriado para o auditor discutir as suas constatações diretamente com a administração, por exemplo, se elas parecerem questionar a integridade ou competência da administração. Por exemplo, pode haver evidência de fraude ou não conformidade intencional de leis ou regulamentos pela administração, ou a administração pode demonstrar ser incapaz de supervisionar a elaboração adequada de demonstrações contábeis. Ao discutir suas observações com a administração, o auditor pode obter outras informações, tais como: (i) entendimento da administração das causas reais ou suspeitas das deficiências; (ii) exceções decorrentes das deficiências que a administração pode ter observado; e (iii) indicação preliminar da administração de sua resposta às observações. O nível de detalhes de deficiências significativas a ser comunicado é uma questão de julgamento profissional do auditor. Os fatores que o auditor pode considerar ao determinar um nível de detalhe apropriado para a comunicação incluem, por exemplo: (i) natureza da entidade; (ii) porte e complexidade da entidade; (iii) natureza das deficiências significativas que o auditor identificou; (iv) composição da governança da entidade; (v) requisitos legais ou regulatórios relativos à comunicação de tipos específicos de deficiência de controle interno.

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Séries 300 e 400 – Avaliação dos Riscos e Repostas aos Riscos Avaliados

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Resolução CFC n.º 1.211/2009Resolução CFC n.º 1.211/2009Resolução CFC n.º 1.211/2009Resolução CFC n.º 1.211/2009 Aprova a NBC TA 300 Aprova a NBC TA 300 Aprova a NBC TA 300 Aprova a NBC TA 300 –––– Planejamento da Auditoria Planejamento da Auditoria Planejamento da Auditoria Planejamento da Auditoria

Esta Norma versa sobre planejamento de auditoria. DefiniçDefiniçDefiniçDefiniçãoãoãoão • PPPPlanejamento de audilanejamento de audilanejamento de audilanejamento de auditoriatoriatoriatoria é o processo contínuo e interativo que

possibilita a realização de uma auditoria de maneira eficaz e envolve a definição de estratégia globalestratégia globalestratégia globalestratégia global para o trabalho e o desenvolvimento de plano de auditoriaplano de auditoriaplano de auditoriaplano de auditoria. A natureza e extensão do planejamento variam em função do porte e complexidade do auditado, da experiência dos auditores e das mudanças nas circunstâncias do trabalho.

Objetivo de planejamento de auditoriaObjetivo de planejamento de auditoriaObjetivo de planejamento de auditoriaObjetivo de planejamento de auditoria Um planejamento adequado de auditoria objetiva auxiliar o auditor: (a) a dedicar atenção às áreas importantes; (b) a identificar e resolver tempestivamente problemas potenciais; (c) realizar a auditoria de forma eficaz e eficiente; (d) na seleção da equipe e suas responsabilidades; (e) na direção, supervisão e revisão; e (f) na coordenação do trabalho de outros auditores e especialistas. A finalidade e o objetivo do planejamento não mudam. Entretanto o auditor pode ter a necessidade de estender as atividades de planejamento por falta da experiência anterior, bem como considerar os seguintes temas adicionais: • exceto se for proibido, manter contato com o auditor anterior para

revisar a documentação da auditoria; • quaisquer assuntos importantes, tais como a aplicação de princípios

contábeis ou de auditoria e normas de elaboração de relatórios; • procedimentos necessários para obter evidência suficiente e apropriada

relacionada aos saldos iniciais; • outros procedimentos exigidos pelo sistema de controle de qualidade. Atributos para o planejamento de auditoriaAtributos para o planejamento de auditoriaAtributos para o planejamento de auditoriaAtributos para o planejamento de auditoria Os seguintes atributos devem ser considerados no planejamento pelo auditor ao definir a estratégia dos trabalhos: • características do trabalho para definir o seu alcance;

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• objetivos do relatório de forma a planejar a época da auditoria e a natureza das comunicações;

• fatores significativos no julgamento profissional do auditor; • resultados das atividades preliminares do trabalho de auditoria; e • natureza, a época e a extensão dos recursos necessários para realizar o

trabalho. O detalhamento desses atributos podem ser assim apresentados: (a) Características (a) Características (a) Características (a) Características do trabalhodo trabalhodo trabalhodo trabalho • estrutura do relatório financeiro (demonstrações contábeis); • escopo da auditoria; • natureza das relações entre as entidades ligadas; • extensão dos exames realizados por outros auditores; • natureza dos segmentos de negócio, inclusive a necessidade de

conhecimento especializado; • padrão monetário na moeda de apresentação das demonstrações

contábeis; • necessidade de auditoria obrigatória de demonstrações contábeis

individuais e consolidadas; • utilização dos trabalhos dos auditores internos; • utilização pela entidade de prestadores de serviço; • utilização de evidência obtida em auditorias anteriores; • impacto da tecnologia da informação nos procedimentos de auditoria; • a coordenação da cobertura prevista e a época do trabalho de auditoria

com revisão das informações financeiras intermediárias; • a disponibilidade do pessoal e de informações do auditado. (b) Objetivos de relatório, época da auditoria e natureza da (b) Objetivos de relatório, época da auditoria e natureza da (b) Objetivos de relatório, época da auditoria e natureza da (b) Objetivos de relatório, época da auditoria e natureza da comunicaçãocomunicaçãocomunicaçãocomunicação • cronograma; • reuniões com a administração para discutir a natureza, época e extensão

dos trabalhos; • discussão com a administração em relação ao tipo e ao prazo de emissão

do relatório e outras comunicações; • comunicação aos auditores em relação ao tipo e ao prazo de emissão do

relatório; • natureza e época previstas de comunicação entre a equipe de trabalho; • se existe a previsão de outras comunicações com terceiros.

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Séries 300 e 400 – Avaliação dos Riscos e Repostas aos Riscos Avaliados

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(c) Fatores significativos, atividades preliminares do trabalho e (c) Fatores significativos, atividades preliminares do trabalho e (c) Fatores significativos, atividades preliminares do trabalho e (c) Fatores significativos, atividades preliminares do trabalho e conhecimento obtido em outros trabalhosconhecimento obtido em outros trabalhosconhecimento obtido em outros trabalhosconhecimento obtido em outros trabalhos • determinação de materialidade; • identificação preliminar de áreas de maior risco; • ênfase em relação à necessidade de manter postura questionadora e

exercer ceticismo profissional; • resultados de auditorias anteriores; • discussão de temas que possam afetar a auditoria; • evidência do compromisso da administração no desenho,

implementação e manutenção de controles internos; • importância dada aos controles internos; • volume de operações; • desenvolvimento de negócios significativos; • desenvolvimento setoriais significativos; • mudanças significativas na estrutura de relatórios financeiros, tais como

mudanças nas normas contábeis; • outras mudanças significativas relevantes. (d) Natureza, época e extensão dos recursos(d) Natureza, época e extensão dos recursos(d) Natureza, época e extensão dos recursos(d) Natureza, época e extensão dos recursos • orçamento do trabalho, considerando o tempo apropriado previsto para

áreas onde existem riscos. Documentação do planejamento da auditDocumentação do planejamento da auditDocumentação do planejamento da auditDocumentação do planejamento da auditoriaoriaoriaoria Ao iniciar uma atividade auditorial o auditor aplica procedimentos para assegurar o controle de qualidade; avaliar a conformidade com os requisitos éticos, precipuamente de independência; e entender os termos do trabalho. Assim, o auditor deve documentar a fase do planejamento com o registro da estratégia globalestratégia globalestratégia globalestratégia global (decisões-chave consideradas necessárias para planejar adequadamente a auditoria e comunicar temas importantes à equipe de trabalho) e com elaboração de um plano de auditoriaplano de auditoriaplano de auditoriaplano de auditoria (materialização do planejamento) que é conceituado como:

o registro da natureza, época e extensão planejadas dos procedimentos de avaliação de risco e dos procedimentos adicionais de auditoria no nível da afirmação, em resposta aos riscos avaliados. Também serve para registrar o apropriado planejamento dos procedimentos de auditoria que podem ser revisados e aprovados antes da sua aplicação. O auditor pode utilizar programas de auditoria padrão ou listas de verificação de

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conclusão da auditoria, adaptados de forma a refletirem as circunstâncias particulares do trabalho.

Nada obstante, o auditor deve atualizar e alterar a estratégia e o respectivo plano de auditoria sempre que necessário.

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Resolução CFC n.º 1.212/2009Resolução CFC n.º 1.212/2009Resolução CFC n.º 1.212/2009Resolução CFC n.º 1.212/2009 Aprova a NBC TA 315 Aprova a NBC TA 315 Aprova a NBC TA 315 Aprova a NBC TA 315 –––– Identificação e Avaliação dos Ris Identificação e Avaliação dos Ris Identificação e Avaliação dos Ris Identificação e Avaliação dos Riscos de cos de cos de cos de

DistorçãoDistorçãoDistorçãoDistorção Relevante por meio do Entendimento da Entidade e do seu Relevante por meio do Entendimento da Entidade e do seu Relevante por meio do Entendimento da Entidade e do seu Relevante por meio do Entendimento da Entidade e do seu AmbienteAmbienteAmbienteAmbiente

Esta Norma versa sobre a responsabilidade do auditor na identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações contábeis por meio do entendimento da entidade, do seu ambiente e controle interno. ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo O auditor deve identificar e avaliar os riscos de distorção relevante, seja provocada por fraude ou por erro, nos níveis de demonstração contábil, por meio do entendimento da entidade, do seu ambiente e controle interno, proporcionando uma base para o planejamento e a implementação das respostas aos riscos identificados de distorção relevante. Procedimentos de avaliação de riscoProcedimentos de avaliação de riscoProcedimentos de avaliação de riscoProcedimentos de avaliação de risco Informações obtidas por meio da aplicação de procedimentos de avaliação de riscos e atividades relacionadas podem ser usadas pelo auditor como evidência para sustentar avaliações dos riscos de distorção relevante. Além disso, o auditor pode obter evidências a respeito de classes de transações, saldos de contas ou divulgações e afirmações relacionadas, e sobre a efetividade operacional dos controles, embora tais procedimentos não sejam planejados como procedimentos substantivos ou como testes de controles. Os procedimentos de avaliaçãoprocedimentos de avaliaçãoprocedimentos de avaliaçãoprocedimentos de avaliação de riscos são aqueles utilizados pelo auditor para fornecer uma base para a identificação e avaliação de riscos de distorção relevante nas demonstrações contábeis. Esses procedimentos por si só, porém, não fornecem evidências de auditoria apropriada e suficiente para suportar a opinião da auditoria. O auditor deve identificar e avaliar os riscos de distorção relevante: (a) no nível das demonstrações contábeis; e (b) no nível de afirmação para classes de transações, saldos de conta e divulgações, para fornecer uma base para a concepção e a execução de procedimentos adicionais de auditoria. Ao exercer o julgamento quanto a quais riscos são significativos, o auditor deve considerar pelo menos o seguinte: (a) se o risco é de fraude; (b) se está relacionado com desenvolvimentos significativos recentes, econômicos,

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contábeis ou de outro tipo; (c) a complexidade das transações; (d) se envolve transações significativas com partes relacionadas; (e) o grau de subjetividade na mensuração das informações contábeis relacionadas ao risco; e (f) se envolve transações significativas que estejam fora do curso normal do negócio para a entidade ou que de outra forma pareçam não usual. Os procedimentos de avaliação de riscos incluem: (a) indagações à administração e a outros na entidade que possuam informações com probabilidade de auxiliar na identificação de riscos de distorção relevante devido a fraude ou erro; (b) procedimentos analíticos; (c) observação e inspeção. Os procedimentos analíticosprocedimentos analíticosprocedimentos analíticosprocedimentos analíticos podem ajudar a identificar a existência de transações ou eventos, valores, índices e tendências não usuais que possam indicar assuntos com implicação para a auditoria. Relações não usuais ou inesperadas que sejam identificadas podem auxiliar o auditor na identificação de riscos de distorção relevante, especialmente por fraude. A observaçãoobservaçãoobservaçãoobservação e a inspeçãoinspeçãoinspeçãoinspeção podem apoiar as indagações junto à administração e outros, e podem também fornecer informações sobre a entidade e o seu ambiente. Exemplos de tais procedimentos de auditoria incluem a observação e inspeção do seguinte: operações da entidade; documentos (tais como planos e estratégias de negócio), registros e manuais de controles internos; relatórios elaborados pela administração (tais como relatórios gerenciais trimestrais e demonstrações contábeis intermediárias) e pelos responsáveis da governança (tais como minutas de reunião do conselho de administração); dependências e instalações industriais da entidade. Evidências de auditoria relevantesEvidências de auditoria relevantesEvidências de auditoria relevantesEvidências de auditoria relevantes podem ser obtidas por meio de uma combinação de indagações e outros processos de avaliação de risco, como corroborar indagações por meio de observação ou inspeção de documentos. Entendimento do auditor em relação à entidade e seu ambienteEntendimento do auditor em relação à entidade e seu ambienteEntendimento do auditor em relação à entidade e seu ambienteEntendimento do auditor em relação à entidade e seu ambiente O auditor deve obter entendimento necessário da entidade e seu entendimento necessário da entidade e seu entendimento necessário da entidade e seu entendimento necessário da entidade e seu ambienteambienteambienteambiente considerando: (a) fatores do setor de atividade, regulamentares e outros fatores externos relevantes, incluindo a estrutura de relatório financeiro aplicável; (b) a natureza da entidade, incluindo: (i) suas operações; (ii) suas estruturas societária e de governança; (iii) os tipos de investimentos que a entidade está fazendo e planeja fazer; e (iv) a maneira como a

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entidade é estruturada e como é financiada, para possibilitar ao auditor entender as classes de transações, saldos de contas e divulgações esperadas nas demonstrações contábeis; (c) a seleção e aplicação pela entidade de políticas contábeis, inclusive as razões para mudanças nessas políticas; (d) os objetivos e estratégias da entidade e os riscos de negócio relacionados que possam resultar em risco de distorção relevante; (e) a mensuração e revisão do desempenho das operações da entidade. O entendimento da seleção e aplicação de políticas contábeis pela entidade pode abranger assuntos como: (a) os métodos que a entidade usa para contabilizar transações significativas e não usuais; (b) as políticas contábeis significativas em áreas controversas ou emergentes para as quais não há orientação ou consenso; (c) mudanças nas políticas contábeis da entidade; (d) normas contábeis, leis e regulamentos que sejam novos para a entidade, e quando e como a entidade adotará tais requisitos. O auditor, ao obter entendimento do controle interno relevanteentendimento do controle interno relevanteentendimento do controle interno relevanteentendimento do controle interno relevante para a auditoria, deve avaliar o desenho desses controles e determinar se eles foram implementados, por meio da execução de procedimentos, além de indagações junto aos funcionários da entidade. Como parte da obtenção do entendimento do ambiente de controleentendimento do ambiente de controleentendimento do ambiente de controleentendimento do ambiente de controle, o auditor deve avaliar se: (a) a administração criou e mantém uma cultura de honestidade e conduta ética; e (b) os pontos fortes no ambiente de controle fornecem coletivamente fundamento apropriado para os outros componentes do controle interno, e se os outros componentes não são prejudicados por deficiências no ambiente de controle. O auditor deve buscar entender se a entidade tem processo para: (a) identificar riscos de negócio relevantes para os objetivos das demonstrações contábeis; (b) estimar a significância dos riscos; (c) avaliar a probabilidade de sua ocorrência; e (d) decidir sobre ações em resposta a esses riscos. O auditor também deve obter entendimento do sistema de informaçãoentendimento do sistema de informaçãoentendimento do sistema de informaçãoentendimento do sistema de informação, inclusive dos processos de negócio relacionados, relevantes para as demonstrações contábeis, bem como se a entidade comunica as funções e responsabilidades sobre demonstrações contábeis e assuntos significativos relacionados com esses relatórios, e das atividades de controle relevantes para a auditoria, que são aquelas que o auditor julga necessário entender para avaliar os riscos de distorção relevante no nível da afirmação e desenhar procedimentos adicionais de auditoria em resposta aos riscos avaliados.

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O auditor deve obter entendimento das principais atividadesentendimento das principais atividadesentendimento das principais atividadesentendimento das principais atividades que a entidade utiliza para monitorar o controle interno sobre as demonstrações contábeis, inclusive as relacionadas com as atividades de controle relevantes para a auditoria, e como a entidade inicia ações corretivas para as deficiências nos seus controles. Se a entidade possui auditoria interna, o auditor deve obter entendimento sobre os resultados dos trabalhos realizados e se eles são relevantes para a auditoria. Se o auditor determinou que existe risco significativorisco significativorisco significativorisco significativo, ele deve obter entendimento dos controles da entidade, inclusive das atividades de controle, relevantes para esse risco. Documentação Documentação Documentação Documentação O auditor deve incluir na documentação de auditoria: (a) a discussão entre a equipe encarregada do trabalho das decisões significativas alcançadas; (b) elementos-chave do entendimento referentes aos aspectos da entidade e do seu ambiente e de cada um dos componentes do controle interno; as fontes de informações a partir das quais foi obtido o entendimento; e procedimentos de avaliação de riscos executados; (c) os riscos identificados e avaliados de distorção relevante nas demonstrações contábeis; e (d) os riscos identificados e controles relacionados a respeito dos quais o auditor tenha obtido entendimento. Resumo dos principais aspectos do controle internoResumo dos principais aspectos do controle internoResumo dos principais aspectos do controle internoResumo dos principais aspectos do controle interno 1 Controle interno 1 Controle interno 1 Controle interno 1 Controle interno O controle interno é o processo planejado, implementado e mantido pelos responsáveis da governança, administração e outros funcionários para fornecer segurança razoável quanto à realização dos objetivos da entidade no que se refere à confiabilidade dos relatórios financeiros, efetividade e eficiência das operações e conformidade com leis e regulamentos aplicáveis. O termo “controles” refere-se a quaisquer aspectos de um ou mais dos componentes do controle interno. O entendimento do controle interno auxilia o auditor na identificação de tipos de distorções potenciais e fatores que afetem os riscos de distorção relevante, e no planejamento da natureza, época e extensão de procedimentos adicionais de auditoria.

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1.1 Natureza e características gerais do controle interno1.1 Natureza e características gerais do controle interno1.1 Natureza e características gerais do controle interno1.1 Natureza e características gerais do controle interno PropósitoPropósitoPropósitoPropósito: O controle interno é planejado, implementado e mantido para enfrentar riscos de negócio identificados que ameacem o cumprimento de qualquer um dos objetivos da entidade com relação a: a confiabilidade das informações e demonstrações contábeis da entidade; a efetividade e eficiência de suas operações; e sua conformidade com leis e regulamentos aplicáveis. Limitações: Limitações: Limitações: Limitações: O controle interno pode fornecer à entidade apenas segurança razoável quanto ao cumprimento dos objetivos das demonstrações contábeis. Sua efetividade é afetada por limitações inerentes ao próprio controle interno. Essas incluem os pressupostos de que rupturas no controle interno podem ocorrer por erro humano. Adicionalmente, os controles podem ser afetados pelo conluio de duas ou mais pessoas ou podem ser indevidamente burlados pela administração. Características dos elementosCaracterísticas dos elementosCaracterísticas dos elementosCaracterísticas dos elementos: O uso de procedimentos manuais ou automatizados no controle interno também afeta a forma como as transações são iniciadas, registradas, processadas e reportadas. A mistura de procedimentos manuais e automatizados no controle interno da entidade varia conforme a natureza e a complexidade no uso de Tecnologia da Informação (TI). A TI beneficia o controle interno da entidade ao permiti-la: aplicar regras de negócio pré-definidas e executar cálculos complexos no processamento de grandes volumes de transações; aprimorar a tempestividade, disponibilidade e exatidão das informações; facilitar a análise adicional das informações; aprimorar a capacidade de monitorar o desempenho das atividades da entidade e suas políticas e procedimentos; reduzir o risco de que os controles sejam transgredidos; e aprimorar a capacidade de segregação eficaz de funções por meio da implementação de controles de segurança em aplicativos, bases de dados e sistemas operacionais. Controles relevantes para a auditoriaControles relevantes para a auditoriaControles relevantes para a auditoriaControles relevantes para a auditoria: Fatores relevantes para o julgamento do auditor ao determinar se um controle, individualmente ou em combinação com outros, é relevante para a auditoria podem incluir: materialidade; importância do risco relacionado; tamanho da entidade; natureza do seu negócio, inclusive suas características de organização e propriedade; diversidade e complexidade das operações; exigências legais e regulatórias aplicáveis; circunstâncias e o componente aplicável do controle interno; natureza e complexidade dos sistemas que fazem parte do controle

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interno, inclusive o uso de organizações de serviços; se, e como, um controle específico, individualmente ou em combinação com outros, impede ou detecta e corrige distorção relevante. Natureza e extensão do entendimento de controles relevantesNatureza e extensão do entendimento de controles relevantesNatureza e extensão do entendimento de controles relevantesNatureza e extensão do entendimento de controles relevantes: Avaliar o sistema controle envolve considerar se o controle, individualmente ou em combinação com outros controles, é capaz de impedir, ou de detectar e corrigir efetivamente, distorções relevantes. A implementação de um controle significa que ele existe e está em uso. Há pouco sentido em avaliar a implementação de controle que não seja efetivo e, portanto, a concepção do controle é o primeiro a ser considerado. Um controle inadequadamente planejado pode representar uma deficiência significativa no sistema controle interno. Procedimentos de avaliação de risco para obter evidência de auditoria a respeito do planejamento e implementação dos controles relevantes podem incluir: indagações junto ao pessoal da entidade; observação da aplicação de controles específicos; inspeção de documentos e relatórios; acompanhamento das transações por meio de sistema de informação relevante para as demonstrações contábeis. 1.2 Componentes1.2 Componentes1.2 Componentes1.2 Componentes: os componentes do controle são: (a) o ambiente de controle; (b) o processo de avaliação de risco da entidade; (c) sistema de informação e a comunicação; (d) atividades de controle; e (e) monitoramento de controles. a) O ambiente de controleambiente de controleambiente de controleambiente de controle inclui as funções de governança e administração e as atitudes, consciência e ações dos responsáveis pela governança e administração no que se refere ao controle interno e sua importância. O ambiente de controle estabelece o tom de uma organização, influenciando a consciência de controle de suas pessoas. Os elementos do ambiente de controleelementos do ambiente de controleelementos do ambiente de controleelementos do ambiente de controle que podem ser relevantes na obtenção de entendimento do ambiente de controle são: (a) Comunicação e aplicação de valores de integridade e ética; (b) Compromisso com a competência; (c) Participação dos responsáveis pela governança (independência em relação à administração; experiência e reputação; extensão de seu envolvimento e as informações que recebem, e o exame das atividades; a adequação de suas ações, inclusive o grau em que assuntos complexos são levantados e tratados junto à administração, e sua interação com os auditores internos e externos); (d) Filosofia e estilo operacional da administração (abordagem na aceitação e administração dos riscos de

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negócio; atitudes e ações para com as informações e demonstrações contábeis; atitudes para com as funções e pessoal do processamento e contabilização de informações); (e) Estrutura organizacional; (f) Atribuição de autoridade e responsabilidade; (g) Políticas e práticas de recursos humanos (recrutamento, orientação, treinamento, avaliação, aconselhamento, promoção, remuneração e ações corretivas). A existência de um ambiente de controle satisfatório pode ser um fator positivo quando o auditor avalia os riscos de distorção relevante. Contudo, embora ele possa ajudar a reduzir o risco de fraude, um ambiente de controle satisfatório não é um impedimento absoluto para a fraude. Inversamente, deficiências no ambiente de controle podem prejudicar a eficácia dos controles, especialmente no que se refere à fraude. b) Processo de avaliação de risco da entidadeb) Processo de avaliação de risco da entidadeb) Processo de avaliação de risco da entidadeb) Processo de avaliação de risco da entidade forma a base de como a administração determina os riscos a serem gerenciados. Se esse processo é apropriado às circunstâncias, incluindo a natureza, tamanho e complexidade da entidade, ele auxilia o auditor na identificação de riscos de distorção relevante. Determinar se o processo de avaliação de riscos da entidade é apropriado é uma questão de julgamento. c) Sistema de informaçãoc) Sistema de informaçãoc) Sistema de informaçãoc) Sistema de informação relevante para as demonstrações contábeis e para a comunicação é composto de procedimentos e registros planejados e estabelecidos para: (i) iniciar, registrar, processar e reportar transações e manter responsabilidade pelos ativos, passivos e patrimônio líquido; (ii) solucionar o processamento incorreto de transações, por exemplo, captura automática de arquivos inconsistentes e procedimentos seguidos para esclarecer tempestivamente itens inconsistentes; (iii) identificar e registrar os casos em que os sistemas ou controles são burlados; (iv) transferir informações de sistemas de processamento de transações para o razão geral; (v) capturar informações relevantes para as demonstrações contábeis e outros eventos e condições além das transações, tais como depreciação e amortização de ativos e modificações na recuperação de contas a receber; e (vi) assegurar que as informações que exigem divulgação pela estrutura de relatório financeiro aplicável sejam acumuladas, registradas, processadas, resumidas e adequadamente reportadas nas demonstrações contábeis. A comunicação das funções e responsabilidades sobre as demonstrações contábeis e de assuntos significativos relacionados às informações contábeis envolve fornecer entendimento das funções e responsabilidades individuais próprias do controle interno sobre o processo de elaboração de demonstrações contábeis.

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d) Atividades de controled) Atividades de controled) Atividades de controled) Atividades de controle são as políticas e procedimentos que ajudam a assegurar que as orientações da administração sejam executadas. As atividades de controle, sejam em sistemas de TI, sejam manuais, têm vários objetivos e são aplicadas em vários níveis organizacionais e funcionais. Exemplos de atividades de controle específicas incluem: (i) autorização; (ii) revisões de desempenho; (iii) processamento de informações; (iv) controles físicos; (v) segregação de funções. e) Monitoramento de controlese) Monitoramento de controlese) Monitoramento de controlese) Monitoramento de controles é um processo para avaliar a efetividade do desempenho dos controles internos ao longo do tempo. Envolve avaliar a efetividade dos controles tempestivamente e tomar as necessárias ações corretivas. A administração monitora os controles por meio de atividades contínuas, avaliações separadas ou a combinação de ambos. As atividades de monitoramento da administração podem incluir o uso de informação de comunicações de partes externas, como reclamações de clientes e comentários de reguladores. 1.3 Auditoria Interna1.3 Auditoria Interna1.3 Auditoria Interna1.3 Auditoria Interna É provável que a auditoria interna seja relevante para o auditor independente se a natureza das responsabilidades e atividades da função dessa auditoria estiver relacionada com as demonstrações contábeis da entidade e o auditor independente espera utilizar o trabalho dos auditores internos para modificar a natureza, época ou reduzir a extensão dos procedimentos de auditoria a serem realizados. Os objetivos da auditoria interna e, portanto, a natureza das suas responsabilidades e sua posição na organização variam amplamente e dependem do tamanho e da estrutura da entidade e das exigências da administração e, quando aplicável, das pessoas responsáveis pela governança. As responsabilidades da auditoria interna podem incluir, por exemplo, o monitoramento do controle interno, a administração de risco e a revisão da conformidade com leis e regulamentos. 1.4 Fonte de informação1.4 Fonte de informação1.4 Fonte de informação1.4 Fonte de informação Muitas das informações utilizadas no monitoramento podem ser apresentadas pelo sistema de informações da entidade. Se a administração pressupõe que os dados utilizados para o monitoramento são precisos sem

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ter uma base para essa premissa, erros que possam existir nas informações têm potencial para conduzir a conclusões incorretas. 1.5 Identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante 1.5 Identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante 1.5 Identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante 1.5 Identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante Os riscos de distorção relevante no nível das demonstrações contábeis referem-se a riscos que se relacionam de forma generalizada às demonstrações contábeis como um todo e que afetam potencialmente muitas afirmações. Riscos dessa natureza não são necessariamente riscos que possam ser atribuídos a afirmações específicas na classe de transações, saldo de contas ou nível de divulgação. Ao contrário, representam circunstâncias que podem aumentar os riscos de distorção relevante no nível da afirmação, por exemplo, em decorrência dos controles serem burlados pela administração. Os riscos no nível das demonstrações contábeis podem ser especialmente relevantes para as considerações do auditor sobre os riscos de distorção relevante decorrente de fraude. 1.6 Utilização das afirmações1.6 Utilização das afirmações1.6 Utilização das afirmações1.6 Utilização das afirmações As afirmações usadas pelo auditor para considerar os diferentes tipos de distorções potenciais que possam ocorrer enquadram-se em três categorias: (a) afirmações sobre classes de transações e eventos para o período sob afirmações sobre classes de transações e eventos para o período sob afirmações sobre classes de transações e eventos para o período sob afirmações sobre classes de transações e eventos para o período sob auditoriaauditoriaauditoriaauditoria: (i) ocorrência – transações e eventos que foram registrados ocorreram e são da entidade. ii) integridade – todas as transações e eventos que deviam ser foram registrados; (iii) exatidão – valores e outros dados relacionados a transações e eventos registrados foram registrados adequadamente; (iv) corte – as transações e eventos foram registrados no período contábil correto; (v) classificação – as transações e eventos foram registrados nas contas corretas; (b) afirmações sobre saldos de contas no fim do períodoafirmações sobre saldos de contas no fim do períodoafirmações sobre saldos de contas no fim do períodoafirmações sobre saldos de contas no fim do período: (i) existência – ativos, passivos e elementos do patrimônio líquido existem; (ii) direitos e obrigações – a entidade detém ou controla os direitos sobre ativos e os passivos são as obrigações da entidade; (iii) integridade – todos os ativos, passivos e patrimônio líquido que deviam ser registrados os foram; (iv) valorização e alocação – ativos, passivos e patrimônio líquido estão incluídos nas demonstrações contábeis nos valores apropriados e quaisquer ajustes resultantes de valorização e alocação estão adequadamente registrados; (c) afirmações sobre a apresentação e divulgação: (i) ocorrência e direitos e obrigações – eventos divulgados, transações e outros assuntos ocorreram e

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são da entidade; (ii) integridade – todas as divulgações que deviam ser incluídas nas demonstrações contábeis as foram; (iii) classificação e compreensibilidade – as informações contábeis são adequadamente apresentadas e descritas e as divulgações são claramente expressadas; (iv) exatidão e valorização – informações contábeis e outras informações são divulgadas adequadamente e com os valores apropriados. 1.7 Riscos significativos1.7 Riscos significativos1.7 Riscos significativos1.7 Riscos significativos Os riscos significativos muitas vezes relacionam-se com transações não rotineiras ou questões de julgamento. Transações não rotineiras são transações não usuais, devido ao tamanho ou à natureza, e que, portanto, não ocorrem frequentemente. As questões de julgamento podem incluir o desenvolvimento de estimativas contábeis para as quais há incerteza de mensuração significativa. 1.8 Revisão da avaliação de riscos1.8 Revisão da avaliação de riscos1.8 Revisão da avaliação de riscos1.8 Revisão da avaliação de riscos Durante a auditoria, podem ser obtidas informações pelo auditor que difiram significativamente daquelas em que a avaliação de risco se baseou. Por exemplo, a avaliação de risco pode se basear na expectativa de que certos controles estão operando efetivamente. Ao testar esses controles, o auditor pode obter evidências de que eles não estavam operando efetivamente em ocasiões relevantes durante a auditoria. Similarmente, ao executar procedimentos substantivos, o auditor pode detectar distorções em valores ou frequência maiores que as compatíveis com a sua avaliação de riscos. Em tais circunstâncias, a avaliação de riscos pode não refletir adequadamente as verdadeiras circunstâncias da entidade e os procedimentos adicionais de auditoria planejados podem não ser efetivos na detecção de distorções relevantes.

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Resolução CFC n.º 1.213/2009Resolução CFC n.º 1.213/2009Resolução CFC n.º 1.213/2009Resolução CFC n.º 1.213/2009 Aprova a NBC TA 320 Aprova a NBC TA 320 Aprova a NBC TA 320 Aprova a NBC TA 320 –––– Materialidade no Planejamento e na Execução Materialidade no Planejamento e na Execução Materialidade no Planejamento e na Execução Materialidade no Planejamento e na Execução

da Auditoriada Auditoriada Auditoriada Auditoria Esta Norma versa sobre a responsabilidade do auditor na aplicação no conceito de materialidade no planejamento e na execução de auditoria de demonstrações contábeis. DefiniçãoDefiniçãoDefiniçãoDefinição • Materialidade para execução da auditoria significa o valorMaterialidade para execução da auditoria significa o valorMaterialidade para execução da auditoria significa o valorMaterialidade para execução da auditoria significa o valor fixado pelo

auditor, inferior ao considerado relevante para as demonstrações contábeis como um todo, para adequadamente reduzir a um nível baixo a probabilidade de que as distorções não corrigidas e não detectadas em conjunto, excedam esse valor para as demonstrações contábeis como um todo. Se aplicável, materialidade para execução da auditoria refere-se, também, ao valor fixado pelo auditor inferior ao nível ou níveis de materialidade para classes específicas de transações, saldos contábeis e divulgações.

O conceito de materialidade é aplicado pelo auditor no planejamento e na execução da auditoria, e na avaliação do efeito de distorções identificadas e de distorções não corrigidas, se houver, sobre as demonstrações contábeis e na formação da opinião no relatório do auditor. A materialidade no contexto de auditoria envolve os seguintes aspectos: • distorções, incluindo omissões, são consideradas relevantes quando for

razoavelmente esperado que essas possam, individualmente ou em conjunto, influenciar as decisões econômicas de usuários tomadas com base nas demonstrações contábeis;

• julgamentos sobre materialidade são feitos à luz das circunstâncias

envolvidas, e são afetados pela magnitude e natureza das distorções, ou a combinação de ambos; e

• julgamentos sobre quais assuntos são relevantes para usuários das

demonstrações contábeis são baseados em considerações sobre as necessidades de informações financeiras comuns a usuários como um grupo. Não é considerado o possível efeito de distorções sobre usuários individuais específicos, cujas necessidades podem variar significativamente.

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A determinação de materialidade pelo auditor é uma questão de julgamento profissional e é afetada por sua percepção das necessidades de informações financeiras dos usuários das demonstrações contábeis. Nesse contexto, é razoável que o auditor assuma que os usuários: (a) possuem conhecimento razoável de negócios, atividades econômicas, de contabilidade e a disposição de estudar as informações das demonstrações contábeis com razoável diligência; (b) entendem que as demonstrações contábeis são elaboradas, apresentadas e auditadas considerando níveis de materialidade; (c) reconhecem as incertezas inerentes à mensuração de valores baseados no uso de estimativas, julgamento e a consideração sobre eventos futuros; e (d) tomam decisões econômicas razoáveis com base nas informações das demonstrações contábeis. A materialidade e o planejamento A materialidade e o planejamento A materialidade e o planejamento A materialidade e o planejamento Ao planejar a auditoria, o auditor exerce julgamento sobre a magnitude das distorções que são consideradas relevantes. Esses julgamentos fornecem a base para: (a) determinar a natureza, a época e a extensão de procedimentos de avaliação de risco; (b) identificar e avaliar os riscos de distorção relevante; e (c) determinar a natureza, a época e a extensão de procedimentos adicionais de auditoria. A determinação da materialidade para o planejamento envolve o exercício de julgamento profissional. Aplica-se frequentemente uma porcentagem a um referencial selecionado como ponto de partida para determinar a materialidade para as demonstrações contábeis como um todo. Os fatores que podem afetar a identificação de referencial apropriado incluem: (a) os elementos das demonstrações contábeis; (b) se há itens que tendem a atrair a atenção dos usuários das demonstrações contábeis da entidade específica; (c) a natureza da entidade, a fase do seu ciclo de vida, o seu setor e o ambiente econômico em que atua; (d) a estrutura societária da entidade e como ela é financiada; e (e) a volatilidade relativa do referencial. Requisitos Requisitos Requisitos Requisitos Ao estabelecer a estratégia global de auditoria, o auditor deve determinar a materialidade para as demonstrações contábeis como um todo. Se, nas circunstâncias da entidade, houver uma ou mais classes específicas de transações, saldos contábeis ou divulgação para as quais se poderia esperar que distorções de valores menores que a materialidade para essas demonstrações como um todo influenciem as decisões econômicas dos

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usuários, o auditor deve determinar, também, o nível ou níveis de materialidade a serem aplicados a essas classes de transações, saldos contábeis e divulgações. DocumentaçãoDocumentaçãoDocumentaçãoDocumentação O auditor deve incluir na documentação de auditoria os seguintes valores e fatores: (a) materialidade para as demonstrações contábeis como um todo; (b) se aplicável, o nível ou níveis de materialidade para classes específicas de transações, saldos contábeis ou divulgação; (c) materialidade para execução da auditoria; e (d) qualquer revisão de (a) a (c) com o andamento da auditoria. Resumo Geral Resumo Geral Resumo Geral Resumo Geral Ao conduzir a auditoria de demonstrações contábeis, os objetivos globais do auditor são obter segurança razoável de que essas demonstrações como um todo estão livres de distorções relevantes, devido a fraude ou erro, possibilitando dessa maneira ao auditor expressar uma opinião sobre se essas demonstrações foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável, assim como, reportar os assuntos identificados. O auditor obtém segurança razoável mediante a consecução de evidência de auditoria suficiente e apropriada para reduzir o risco de auditoria a um nível aceitavelmente baixo. Risco de auditoria é o risco de o auditor expressar uma opinião de auditoria inadequada quando as demonstrações contábeis apresentam distorções relevantes. O risco de auditória é derivado da combinação entre os riscos de distorção relevante e de detecção. A materialidade e os riscos de auditoria são levados em consideração durante a auditoria, especialmente na: (a) identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante; (b) determinação da natureza, época e extensão de procedimentos adicionais de auditoria; e (c) avaliação do efeito de distorções não corrigidas, se houver, sobre as demonstrações contábeis e na formação da opinião no relatório do auditor independente. Exemplos de referenciais que podem ser apropriados para fins de cálculo de materialidade: lucro antes do imposto, receita total, lucro bruto e total de despesa, total do patrimônio líquido ou ativos líquidos.

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A materialidade das demonstrações contábeis como um todo pode precisar ser revista em decorrência de mudança nas circunstâncias que ocorreram durante a auditoria, novas informações, ou mudança no entendimento do auditor sobre a entidade e suas operações em decorrência da execução de procedimentos adicionais.

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Resolução CFC n.º 1.214/2009Resolução CFC n.º 1.214/2009Resolução CFC n.º 1.214/2009Resolução CFC n.º 1.214/2009 Aprova a NBC TA 330 Aprova a NBC TA 330 Aprova a NBC TA 330 Aprova a NBC TA 330 –––– Resposta do Auditor aos Riscos AvaliadosResposta do Auditor aos Riscos AvaliadosResposta do Auditor aos Riscos AvaliadosResposta do Auditor aos Riscos Avaliados

Esta Norma versa sobre a responsabilidade do auditor ao planejar e implementar respostas aos riscos de distorção relevante, identificados e avaliados pelo auditor na auditoria de demonstrações contábeis. Objetivos do auditorObjetivos do auditorObjetivos do auditorObjetivos do auditor O objetivo do auditor é o de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente relacionada aos riscos avaliados de distorção relevante por meio do planejamento e da implementação de respostas apropriadas a esses riscos. Procedimentos de auditoria em relação à resposta aos riscos avaliadosProcedimentos de auditoria em relação à resposta aos riscos avaliadosProcedimentos de auditoria em relação à resposta aos riscos avaliadosProcedimentos de auditoria em relação à resposta aos riscos avaliados O auditor deve planejar e implementar respostas para tratar dos riscos avaliados de distorção relevante no nível das demonstrações contábeis. Também deve planejar e executar procedimentos adicionais de auditoria, cuja natureza, época e extensão se baseiam e respondem aos riscos avaliados de distorção relevante no nível de afirmações. A natureza do procedimento de auditoriaprocedimento de auditoriaprocedimento de auditoriaprocedimento de auditoria se refere à sua finalidade (teste de controle ou procedimento substantivo) e ao seu tipo (inspeção, observação, indagação, confirmação, recálculo, reexecução ou procedimento analítico). A natureza dos procedimentos de auditoria é de suma importância na resposta aos riscos avaliados. Os procedimentos de auditoria, portanto, são assim classificados: a) Testes de controlea) Testes de controlea) Testes de controlea) Testes de controle Teste de controleTeste de controleTeste de controleTeste de controle é planejado para avaliar a efetividade operacional dos controles na prevenção ou detecção e correção de distorções relevantes no nível de afirmações. O auditor deve planejar e realizar testes de controle para obter evidência quanto à efetividade operacional dos controles relevantes se: (a) a avaliação de riscos de distorção relevante no nível das afirmações pelo auditor inclui a expectativa de que os controles estão operando efetivamente; ou (b) os procedimentos substantivos isoladamente não fornecem evidência de auditoria apropriada e suficiente no nível de afirmações.

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Ao planejar e executar os testes de controle, o auditor deve obter evidência de auditoria mais persuasiva quanto maior for a sua confiança na efetividade do controle. Ao planejar e executar os testes de controle, o auditor deve: (a) executar outros procedimentos juntamente com indagação para obter evidência sobre a efetividade operacional dos controles, incluindo: (i) o modo como os controles foram aplicados ao longo do período. (ii) a consistência como eles foram aplicados; (iii) por quem ou por quais meios eles foram aplicados; (b) determinar se os controles a serem testados dependem de outros controles (controles indiretos) e, caso afirmativo, se é necessário obter evidência que suporte a operação efetiva desses controles indiretos. b) Procedimento substantivob) Procedimento substantivob) Procedimento substantivob) Procedimento substantivo Procedimento substantivoProcedimento substantivoProcedimento substantivoProcedimento substantivo é planejado para detectar distorções relevantes no nível de afirmações. Os procedimentos substantivos incluem: (a) testes de detalhes (de classes de transações, de saldos de contas e de divulgações); e (b) procedimentos analíticos substantivos. Independentemente dos riscos identificados de distorção relevante, o auditor deve planejar e executar procedimentos substantivos para cada classe de transações, saldo de contas e divulgações significativas. O auditor deve considerar se procedimentos de confirmação externa devem ser executados como procedimentos substantivos. Os procedimentos substantivos do auditor devem incluir, em relação ao processo de elaboração das demonstrações contábeis, o seguinte: (a) confrontar ou conciliar as demonstrações contábeis com os registros contábeis que as suportam; e (b) examinar lançamentos relevantes de diário e outros ajustes efetuados durante a elaboração das demonstrações contábeis. O auditor deve executar procedimentos de auditoria para avaliar se a apresentação das demonstrações contábeis como um todo, incluindo as respectivas divulgações, está de acordo com a estrutura de relatórios financeiros aplicável. Época da aplicação Época da aplicação Época da aplicação Época da aplicação dos procedimentosdos procedimentosdos procedimentosdos procedimentos

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O auditor pode executar testes de controles ou procedimentos substantivos em data intermediária ou no final do período. Quanto maior for o risco de distorção relevante, maior é a probabilidade de que o auditor decida que é mais eficaz executar procedimentos substantivos próximo do final ou no final do período, ao invés de em uma data intermediária ou aplicar os procedimentos de auditoria em épocas não anunciadas ou imprevistas (por exemplo, realizar os procedimentos de auditoria em locais selecionados não anunciados). Documentação da auditoriaDocumentação da auditoriaDocumentação da auditoriaDocumentação da auditoria O auditor deve incluir na documentação de auditoria: (a) as respostas gerais para tratar os riscos avaliados de distorção relevante no nível das demonstrações contábeis e a natureza, época e extensão dos procedimentos adicionais de auditoria executados; (b) o relacionamento desses procedimentos com os riscos avaliados no nível de afirmações; e (c) os resultados dos procedimentos de auditoria, incluindo as conclusões nos casos em que eles não estiverem de outra forma, claros.

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O Essencial das Normas de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica

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Resolução CFC n.º 1.215/2009Resolução CFC n.º 1.215/2009Resolução CFC n.º 1.215/2009Resolução CFC n.º 1.215/2009 Aprova a NBC TA 420 Aprova a NBC TA 420 Aprova a NBC TA 420 Aprova a NBC TA 420 –––– Considerações de Auditoria para a Entidade que Considerações de Auditoria para a Entidade que Considerações de Auditoria para a Entidade que Considerações de Auditoria para a Entidade que

Utiliza Organização Prestadora de ServiçosUtiliza Organização Prestadora de ServiçosUtiliza Organização Prestadora de ServiçosUtiliza Organização Prestadora de Serviços Esta Norma versa sobre a responsabilidade do auditor da entidade usuária dos serviços em obter evidência apropriada e suficiente quando essa utiliza os serviços de uma ou mais organizações prestadoras de serviços. IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução Segundo esta norma, muitas entidades terceirizam aspectos de seu negócio a organizações que prestam serviços desde a execução de tarefa específica, sob a orientação da entidade, até a substituição de unidades inteiras de seu negócio ou funções, como conformidade fiscal – compliance. Os serviços prestados por uma prestadora são relevantes para a auditoria das demonstrações contábeis da entidade quando esses serviços, e os controles sobre eles, fazem parte do sistema de informações da entidade usuária de tais serviços, incluindo os respectivos processos de negócio, relevante para a elaboração das demonstrações e dos relatórios contábeis. Serviços que são relevantes para a auditoria incluem: (i) manutenção dos registros contábeis; (ii) gestão de ativos; e (iii) início, registro ou processamento de transações como agente da entidade usuária. Objetivos Objetivos Objetivos Objetivos Os objetivos do auditor, quando a entidade utiliza os serviços de uma organização prestadora de serviços, são: (a) obter entendimento da natureza e importância dos serviços prestados e seus efeitos sobre o controle interno da entidade usuária para a auditoria, suficiente para identificar e avaliar os riscos de distorção relevante; e (b) planejar e executar procedimentos adicionais de auditoria que respondam a esses riscos. Natureza dos serviços prestadosNatureza dos serviços prestadosNatureza dos serviços prestadosNatureza dos serviços prestados Os serviços prestados são parte do sistema de informações da entidade usuária, e inclui os respectivos processos de negócio, relevante para a elaboração de relatórios contábeis se esses serviços afetam: (a) as classes de transações nas operações que são significativas para as demonstrações contábeis; (b) os procedimentos, envolvendo os sistemas de tecnologia da informação (TI) e sistemas manuais, pelos quais as transações são iniciadas, registradas, processadas, corrigidas conforme necessário e divulgadas nas

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demonstrações contábeis; (c) os respectivos registros contábeis, sejam na forma eletrônica ou manual, que suportam as informações e contas específicas nas demonstrações contábeis, que são usadas para iniciar, registrar, processar e comunicar as transações, incluindo a correção de informações incorretas e como as informações são transferidas para o razão geral; (d) como o sistema de informações captura os eventos e as condições, além de transações, que são significativas para as demonstrações contábeis; (e) o processo de relatórios financeiros usado para elaborar as demonstrações contábeis, incluindo estimativas contábeis e divulgações significativas; e (f) controles sobre os lançamentos no livro diário, incluindo lançamentos fora do padrão usados para registrar transações ou ajustes não usuais ou não recorrentes. As informações sobre a natureza dos serviços prestados podem ser obtidas de uma variedade de fontes, como: (i) manuais do usuário; (ii) visões gerais dos sistemas; (iii) manuais técnicos; (iv) contrato ou acordo entre a entidade usuária e a organização prestadora de serviços; (v) relatórios das organizações prestadoras de serviços, auditores internos ou autoridades regulatórias sobre os controles dessas organizações; (vi) relatórios do auditor da organização prestadora de serviços, incluindo cartas da administração, se disponíveis. A natureza e a extensão do trabalho a ser executado pelo auditor da usuária em relação aos serviços que lhes são prestados sua dependem da natureza e importância desses serviços e da sua relevância para a auditoria. Risco na prestação Risco na prestação Risco na prestação Risco na prestação de serviçode serviçode serviçode serviço O fato do uso de uma organização prestadora de serviços aumentar o risco de distorção relevante da entidade usuária depende da natureza dos serviços prestados e dos controles sobre esses serviços. Em alguns casos, o uso de uma organização prestadora de serviços pode diminuir o risco de distorção relevante da usuária, especialmente se ela não possui a especialização necessária para assumir atividades específicas, como início, processamento e registro de transações, ou não tem os recursos adequados. ProcedimentosProcedimentosProcedimentosProcedimentos O auditor da usuária deve determinar se foi obtido entendimento suficiente da natureza e importância dos serviços prestados e seu efeito sobre o controle interno para a auditoria, para fornecer uma base para a identificação e a avaliação dos riscos de distorção relevante.

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Se o auditor não conseguir obter entendimento suficiente da usuária, ele deve aplicar um ou mais dos seguintes procedimentos: (a) obter o relatório de descrição e desenho de controles ou relatório de efetividade de controles; (b) entrar em contato com a prestadora de serviços, por meio da usuária, para obter informações específicas; (c) visitar a prestadora de serviços e executar procedimentos que fornecerão as informações necessárias sobre os controles relevantes daquela organização; ou (d) utilizar outro auditor para executar procedimentos que fornecerão as informações necessárias sobre os controles relevantes da prestadora de serviços. Ao determinar a natureza e a extensão da evidência de auditoria a ser obtida em relação aos saldos que representam ativos mantidos ou transações assumidas por uma prestadora de serviços em nome da usuária, os seguintes procedimentos podem ser considerados pelo auditor da usuária: (a) Inspeção dos registros e documentos mantidos pela usuária; (b) Inspeção dos registros e documentos mantidos pela prestadora de serviços: o acesso do auditor da usuária aos registros da prestadora de serviços pode ser estabelecido como parte dos do contrato entre a usuária e a prestadora; (c) Obtenção de confirmações de saldos e transações pela prestadora de serviços: quando a usuária mantém registros independentes de saldos e transações, a confirmação com a prestadora de serviços corroborando os registros da usuária pode constituir evidência de auditoria confiável em relação à existência das transações e dos ativos envolvidos; (d) Execução de procedimentos analíticos sobre os registros mantidos pela usuária ou sobre os relatórios recebidos da prestadora de serviços. O auditor da usuária deve elaborar e executar testes de controles para obter evidência sobre a efetividade operacional de controles relevantes em certas circunstâncias. No contexto de uma prestadora de serviços, esse requisito se aplica quando: (a) a avaliação, do auditor da usuária, dos riscos de distorção relevante inclui a expectativa de que os controles da prestadora estejam operando de maneira efetiva; ou (b) os procedimentos substantivos, isoladamente ou combinados com testes de efetividade operacional dos controles da usuária, não podem fornecer evidência de auditoria apropriada e suficiente no nível de afirmações. Resposta ao riscoResposta ao riscoResposta ao riscoResposta ao risco Ao responder aos riscos avaliados, o auditor da usuária deve: (a) determinar se há evidência disponível sobre as afirmações relevantes das demonstrações contábeis nos registros mantidos na usuária; e (b) em caso

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negativo, executar procedimentos adicionais de auditoria para obter evidência ou utilizar outro auditor para realizar esses procedimentos na prestadora de serviços em seu nome. Opinião emitida Opinião emitida Opinião emitida Opinião emitida O auditor da usuária deve modificar sua opinião, se ele não conseguir obter evidência para a auditoria das demonstrações contábeis da entidade usuária em relação aos serviços prestados pela prestadora de serviços. Relatórios sobre a prestação de serviçoRelatórios sobre a prestação de serviçoRelatórios sobre a prestação de serviçoRelatórios sobre a prestação de serviço A prestadora de serviços pode contratar um auditor para emitir relatório sobre a descrição e desenho de seus controles (Relatório Tipo 1) ou sobre a descrição e desenho de seus controles e sua efetividade operacional (Relatório Tipo 2). Esses relatórios podem ser emitidos de acordo com normas específicas ou com normas estabelecidas por uma organização autorizada ou reconhecida. ComunicaçãoComunicaçãoComunicaçãoComunicação O auditor da usuária deve comunicar por escrito e tempestivamente as deficiências significativas do controle interno identificadas durante a auditoria à administração e aos responsáveis pela governança. Os assuntos que o auditor da usuária pode identificar durante a auditoria e comunicar à administração e aos responsáveis pela governança da entidade usuária incluem: (i) qualquer monitoramento de controles que pode ser implementado pela entidade usuária; (ii) exemplos de controles complementares da entidade usuária citados no Relatório Tipo 1 ou Tipo 2, mas que não são implementados; e (iii) controles que podem ser necessários na organização prestadora de serviços e que não parecem ter sido implementados ou que não são cobertos especificamente pelo Relatório Tipo 2.

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Resolução CFC n.º 1.216/2009Resolução CFC n.º 1.216/2009Resolução CFC n.º 1.216/2009Resolução CFC n.º 1.216/2009 Aprova a NBC TA 450 Aprova a NBC TA 450 Aprova a NBC TA 450 Aprova a NBC TA 450 –––– Avaliação das Distorções Identificadas durante a Avaliação das Distorções Identificadas durante a Avaliação das Distorções Identificadas durante a Avaliação das Distorções Identificadas durante a

AuditoriaAuditoriaAuditoriaAuditoria Esta Norma versa sobre a responsabilidade do auditor em avaliar o efeito de distorções identificadas na auditoria e de distorções não corrigidas nas demonstrações contábeis. Objetivo Objetivo Objetivo Objetivo O objetivo do auditor é avaliar o efeito de distorções identificadas e das distorções não corrigidas nas demonstrações contábeis. DefiniçãoDefiniçãoDefiniçãoDefinição • DDDDistorçãoistorçãoistorçãoistorção é a diferença decorrente de erro ou fraude entre o valor,

classificação, apresentação ou divulgação de um item informado nas demonstrações contábeis e o requerido para que o item esteja de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável.

Assim, as distorções derivam de: (a) imprecisão na coleta ou no processamento de dados usados na elaboração das demonstrações contábeis; (b) omissão de valor ou divulgação; (c) estimativa contábil incorreta decorrente da falta de atenção ou de interpretação errada; e (d) julgamentos da administração sobre estimativas contábeis que o auditor não considera razoáveis, ou a seleção e aplicação de políticas contábeis que o auditor considera inadequadas. Tipos de distorçãoTipos de distorçãoTipos de distorçãoTipos de distorção Para auxiliar o auditor a avaliar o efeito das distorções detectadas durante a auditoria e a comunicá-las à administração e aos responsáveis pela governança, pode ser útil distinguir os seguintes tipos de distorção: a) DDDDistorção factualistorção factualistorção factualistorção factual é aquela que não deixa dúvida; b) Distorções de Distorções de Distorções de Distorções de julgamentojulgamentojulgamentojulgamento são aquelas decorrentes de julgamento da administração sobre estimativas contábeis que o auditor não considera razoáveis, ou a seleção ou aplicação de políticas contábeis que o auditor considera inadequadas; e c) Distorção projetadaDistorção projetadaDistorção projetadaDistorção projetada é a melhor estimativa do auditor de distorções em populações, envolvendo a projeção de distorções identificadas em amostras de auditoria para populações inteiras de onde foram extraídas as amostras.

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Uma distorção pode não ser uma ocorrência isolada. Evidências de que podem existir outras distorções incluem, por exemplo, a decorrente de falha no controle interno ou de premissas ou métodos de avaliação inadequados largamente aplicados pela entidade. ProceProceProceProcedimentos dimentos dimentos dimentos O auditor deve determinar se a estratégia global e o plano de auditoria precisam ser revisados se: (a) a natureza das distorções identificadas e as circunstâncias em que elas ocorreram indicarem que podem existir outras distorções que, em conjunto, poderiam ser relevantes; ou (b) o conjunto das distorções detectadas durante a auditoria se aproxima da materialidade determinada. Se, por solicitação do auditor, a administração examinou uma classe de transações, saldos contábeis ou divulgação e corrigiu distorções que foram detectadas, o auditor deve executar procedimentos adicionais para determinar se continua havendo distorções. O auditor deve determinar se as distorções não corrigidas são relevantes, individualmente ou em conjunto, considerando: (a) a magnitude e a natureza das distorções e as circunstâncias específicas de sua ocorrência; e (b) o efeito de distorções não corrigidas relacionadas a períodos anteriores. Toda distorção individual é considerada para avaliar seu efeito nas classes relevantes de transações, saldos contábeis ou divulgação, incluindo se o nível de materialidade para a classe específica de transações, saldos contábeis ou divulgação, se houver, foi excedido. Se uma distorção individual é julgada relevante, é improvável que ela possa ser compensada por outras distorções. Pode ser apropriado compensar distorções dentro do mesmo saldo contábil ou da mesma classe de transações; entretanto, antes de concluir que a compensação é apropriada, mesmo entre distorções não relevantes, é considerado o risco de que podem existir distorções não detectadas adicionais. A identificação de diversas distorções não relevantes no mesmo saldo contábil ou na mesma classe de transações pode requerer que o auditor reavalie o risco de distorção relevante para esse saldo contábil ou essa classe de transações.

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Documentação Documentação Documentação Documentação O auditor deve incluir na documentação de auditoria: (a) o valor abaixo do qual as distorções seriam consideradas claramente triviais; (b) todas as distorções detectadas durante a auditoria e se foram corrigidas; e (c) a conclusão do auditor sobre se as distorções não corrigidas são relevantes, individualmente ou em conjunto, e a base para essa conclusão. A documentação do auditor sobre distorções não corrigidas pode levar em conta: a) o efeito agregado das distorções não corrigidas; b) a avaliação de se o nível de materialidade foi excedido; e c) a avaliação do efeito de distorções não corrigidas sobre índices importantes ou tendências, e do cumprimento de requerimentos legais, regulatórios e contratuais. OpiniãoOpiniãoOpiniãoOpinião Quando o auditor expressa uma opinião sobre se as demonstrações contábeis estão apresentadas adequadamente, em todos os aspectos relevantes, as distorções também incluem aqueles ajustes de valor, classificação, apresentação ou divulgação que, no julgamento do auditor, são necessários para que as demonstrações contábeis estejam adequadas em todos os aspectos relevantes. Comunicação Comunicação Comunicação Comunicação O auditor deve comunicar tempestivamente ao nível apropriado da administração todas as distorções detectadas durante a auditoria, a menos que seja proibido por lei ou regulamento. O auditor deve requerer que a administração corrija essas distorções. Se a administração recusar-se, o auditor deve obter o entendimento sobre as razões pelas quais a administração decidiu por não efetuar as correções e deve considerar esse entendimento ao avaliar se as demonstrações contábeis como um todo estão livres de distorções relevantes. A comunicação tempestiva de distorções ao nível apropriado da administração é importante, pois permite à administração avaliar se os itens são efetivamente distorções, informar o auditor caso não concorde, e tomar medidas quando necessário.

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O auditor deve solicitar representação formal da administração sobre se acreditam que os efeitos de distorções não corrigidas são não relevantes, individualmente e em conjunto, para as demonstrações contábeis como um todo.

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Série 500 – Evidências de Auditoria

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Resolução CFC n.º 1.217/2009Resolução CFC n.º 1.217/2009Resolução CFC n.º 1.217/2009Resolução CFC n.º 1.217/2009 Aprova a NBC TA 500 Aprova a NBC TA 500 Aprova a NBC TA 500 Aprova a NBC TA 500 –––– Evidência de Auditoria Evidência de Auditoria Evidência de Auditoria Evidência de Auditoria

Esta Norma versa sobre a obtenção de evidências suficiente e adequada pelo auditor. DefiniçõesDefiniçõesDefiniçõesDefinições • Evidência de auditoriaEvidência de auditoriaEvidência de auditoriaEvidência de auditoria compreende as informações, incluindo as

contidas nos registros que suportam as demonstrações contábeis e outras, utilizadas pelo auditor para fundamentar sua opinião com o menor grau de risco de auditoria possível.

• Risco de auditoriaRisco de auditoriaRisco de auditoriaRisco de auditoria é o risco de que o auditor expresse uma opinião não

apropriada quando as demonstrações contábeis apresentam distorção relevante.

Objetivo Objetivo Objetivo Objetivo O objetivo do auditor é definir e executar procedimentos de auditoria que permitam a consecução de evidência adequada (qualidade) e suficiente (quantidade) que lhe possibilite obter conclusões razoáveis para fundamentar sua opinião. Uma evidência é considerada adequadaadequadaadequadaadequada quando for relevante e confiável para suportar a opinião do auditor. A suficiênciasuficiênciasuficiênciasuficiência está relacionada com a quantidade de evidência necessária para suportar essa opinião e é afetada pela avaliação do auditor dos riscos de distorção relevante e também pela qualidade dessa evidência. QuaQuaQuaQualidade da evidêncialidade da evidêncialidade da evidêncialidade da evidência A qualidadequalidadequalidadequalidade de toda evidência de auditoria é afetada pela relevância e confiabilidade das informações em que ela se baseia. Relevância Relevância Relevância Relevância A relevânciarelevânciarelevânciarelevância trata da relação lógica ou da influência sobre a finalidade do procedimento e a matéria sob auditoria e pode ser afetada pelo direcionamento do teste. Por exemplo, se a finalidade de um procedimento é verificar se há superavaliação na existência ou valorização das contas a pagar, testar as contas a pagar registradas pode ser um procedimento

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relevante. Por outro lado, para testar se há subavaliação na existência ou valorização das contas a pagar, testar as contas a pagar registradas não seria relevante, mas testar informações como desembolsos subsequentes, faturas não pagas, faturas de fornecedores e exceções apontadas nos relatórios de recebimento de mercadorias podem ser relevantes. Confiabilidade das InformaçõesConfiabilidade das InformaçõesConfiabilidade das InformaçõesConfiabilidade das Informações A confiabilidade das informaçõesconfiabilidade das informaçõesconfiabilidade das informaçõesconfiabilidade das informações é influenciada pela sua fonte e sua natureza, e as circunstâncias nas quais são obtidas, incluindo os controles sobre sua elaboração e manutenção, quando relevante. Embora possam existir exceções, generalizações sobre a confiabilidade da evidência de auditoria podem ser úteis. Assim, a evidência: • é mais confiável quando obtida de fontes independentes; • gerada internamente é mais confiável quando os controles internos

relacionados são efetivos; • obtida diretamente pelo auditor é mais confiável do que a obtida

indiretamente ou por inferência; • em forma de documentos é mais confiável do que a evidência obtida

verbalmente; • fornecida por documentos originais é mais confiável do que a fornecida

por fotocópias ou fac-símiles ou por documentos que foram filmados, digitalizados ou transpostos de outra maneira para forma eletrônica.

Quando as evidências forem obtidas com a utilização de um especialistaespecialistaespecialistaespecialista, o auditor deve, em relação a esse profissional: (a) avaliar a competência, habilidades e objetividade; (b) obter entendimento do trabalho e (c) avaliar a adequação do trabalho. Quando as evidências forem obtidas com base em informações apresentadas pelo auditado, o auditor deve: (a) obter prova sobre a exatidão e integridade (b) avaliar se elas são suficientemente precisas e detalhadas. Quando a informação eletrônica não puder ser recuperada após um período de tempo, o auditor pode julgar necessário solicitar a retenção de alguns dados para sua revisão ou executar procedimentos de auditoria no momento em que a informação esteja disponível.

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Série 500 – Evidências de Auditoria

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Procedimentos para se obter evidência Procedimentos para se obter evidência Procedimentos para se obter evidência Procedimentos para se obter evidência A evidência de auditoria é conseguida pela execução de: • procedimentos de avaliação de riscos; e • procedimentos adicionais de auditoria, que abrangem:

(a) testes de controles, quando exigidos pelas normas de auditoria ou definidos pelo auditor; e

(b) procedimentos substantivos, inclusive testes de detalhes e procedimentos analíticos substantivos.

Os testes de controletestes de controletestes de controletestes de controle são definidos para avaliar a eficácia operacional dos controles na prevenção, detecção e correção de distorções relevantes. Os procedimentosprocedimentosprocedimentosprocedimentos são definidos para detectar distorções relevantes. A definição de procedimentos substantivosprocedimentos substantivosprocedimentos substantivosprocedimentos substantivos inclui a identificação de condições relevantes para o propósito do teste que constituem distorção na afirmação relevante. Os procedimentos de auditoria para obter evidência a seguir elencadOs procedimentos de auditoria para obter evidência a seguir elencadOs procedimentos de auditoria para obter evidência a seguir elencadOs procedimentos de auditoria para obter evidência a seguir elencados os os os podem ser utilizados, de forma isolada ou conjunta, como podem ser utilizados, de forma isolada ou conjunta, como podem ser utilizados, de forma isolada ou conjunta, como podem ser utilizados, de forma isolada ou conjunta, como procedimentos de avaliação de riscos, testes de controles ou procedimentos de avaliação de riscos, testes de controles ou procedimentos de avaliação de riscos, testes de controles ou procedimentos de avaliação de riscos, testes de controles ou procedimentos substantivos, dependendo do contexto: (a) inspeção, (b) procedimentos substantivos, dependendo do contexto: (a) inspeção, (b) procedimentos substantivos, dependendo do contexto: (a) inspeção, (b) procedimentos substantivos, dependendo do contexto: (a) inspeção, (b) observação, (c) confirmação, (d) recálculo, (e) reexecução , (f) observação, (c) confirmação, (d) recálculo, (e) reexecução , (f) observação, (c) confirmação, (d) recálculo, (e) reexecução , (f) observação, (c) confirmação, (d) recálculo, (e) reexecução , (f) indagação indagação indagação indagação (entrevista) e (g)procedimentos analíticos.(entrevista) e (g)procedimentos analíticos.(entrevista) e (g)procedimentos analíticos.(entrevista) e (g)procedimentos analíticos. A seguir são apresentados os principais aspectos desses procedimentos. (a) InspeçãoInspeçãoInspeçãoInspeção: é o exame de registros ou documentos, internos ou externos, em qualquer meio, ou o exame físico de um ativo. Por exemplo, a inspeção de itens do estoque, que pode acompanhar a observação da contagem do estoque. b) ObservaçãoObservaçãoObservaçãoObservação: é o exame do processo ou procedimento executado no momento da sua execução. Por exemplo, a observação pelo auditor da contagem do estoque ou da execução de atividades de controle. (c) ConfirmaçãoConfirmaçãoConfirmaçãoConfirmação: é obtida pelo auditor como resposta escrita de terceiro (a parte que confirma) ao auditor, em qualquer meio. Não se restringe apenas a saldos contábeis. Por exemplo, o auditor pode solicitar confirmação de termos de contratos ou transações com terceiros ou sobre a ausência de acordo paralelo (side agreement).

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(d) RecálculoRecálculoRecálculoRecálculo: realizado manual ou eletronicamente, consiste na verificação da exatidão matemática de documentos ou registros. Também é denominado de conferência de cálculo. (e) ReexecuçãoReexecuçãoReexecuçãoReexecução: envolve a execução independente pelo auditor de procedimentos ou controles que foram originalmente realizados como parte do controle interno da entidade. (g) IndagaçãoIndagaçãoIndagaçãoIndagação: consiste na busca de informações junto a pessoas com conhecimento, financeiro e não financeiro, dentro ou fora da entidade. (f) ProcedimentosProcedimentosProcedimentosProcedimentos analíticosanalíticosanalíticosanalíticos: consistem em avaliação das informações feitas por meio de estudo das relações plausíveis entre dados financeiros e não financeiros. Os procedimentos analíticos incluem também a investigação de flutuações e relações identificadas que sejam inconsistentes com outras informações relevantes ou que se desviem significativamente dos valores previstos. Os meios à disposição do auditor para a seleção de itens a serem testados nos quais serão aplicados os procedimentos descritos são: (a) Seleção de todos os itensSeleção de todos os itensSeleção de todos os itensSeleção de todos os itens, sendo mais comum para testes de detalhes, um exame de 100% pode ser apropriado quando, por exemplo: (a) a população constitui um número pequeno de itens de grande valor; (b) há um risco significativo e outros meios não fornecem evidência; ou (c) a natureza repetitiva de um cálculo ou outro processo executado automaticamente por sistema de informação torna um exame de 100% eficiente quanto aos custos. (b) Seleção de itens específicosSeleção de itens específicosSeleção de itens específicosSeleção de itens específicos, que não constitui amostragem em auditoria, depende do entendimento da entidade pelo auditor, dos riscos avaliados de distorção relevante e das características da população que está sendo testada. Os itens específicos selecionados podem incluir: valor alto ou itens-chave; todos os itens acima de certo valor; e itens para obtenção de informação. (c) AmostragemAmostragemAmostragemAmostragem, que se destina a possibilitar conclusões a serem tiradas de uma população inteira com base no teste de um extrato dela obtido.

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Série 500 – Evidências de Auditoria

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Uso de especialistasUso de especialistasUso de especialistasUso de especialistas Muitas vezes a entidade auditada pode utilizar especialistas para obter o conhecimento especializado necessário (cálculos atuariais, avaliações ou dados de engenharia, entre outros) para a elaboração de demonstrações contábeis. Quando a utilização de especialistas, a natureza, época e extensão dos procedimentos de auditoria podem ser afetados por assuntos como: • natureza e complexidade do assunto relacionado ao especialista; • riscos de distorção relevante no assunto; • disponibilidade de fontes alternativas de evidência; • natureza, alcance e objetivos do trabalho do especialista; • se o especialista é empregado pela entidade ou é contratado; • extensão em que a administração pode exercer controle ou influência

sobre o trabalho do especialista; • se o especialista está sujeito a padrões de desempenho técnico ou

outras exigências profissionais; • natureza e extensão de controles dentro da entidade sobre o trabalho do

especialista; • conhecimento e experiência do auditor sobre a área de atuação do

especialista; • experiência prévia do auditor com o trabalho desse especialista. A competência, habilidades e objetividade de um especialista podem ser constatadas a partir de: • experiência pessoal com trabalho anterior; • discussões com o especialista; • discussões com outros que estejam familiarizados com o trabalho desse

especialista; • conhecimento das qualificações desse especialista; • dissertações publicadas ou livros escritos por esse especialista; • um especialista do auditor, se aplicável, que o auxilie na obtenção de

evidência referente às informações apresentadas pelo especialista da administração.

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Resolução CFC n.º 1.218/2009Resolução CFC n.º 1.218/2009Resolução CFC n.º 1.218/2009Resolução CFC n.º 1.218/2009 Aprova a NBC TA 501 Aprova a NBC TA 501 Aprova a NBC TA 501 Aprova a NBC TA 501 –––– Evidência de Auditoria Evidência de Auditoria Evidência de Auditoria Evidência de Auditoria –––– Considerações Considerações Considerações Considerações Específicas para Itens SelecionadosEspecíficas para Itens SelecionadosEspecíficas para Itens SelecionadosEspecíficas para Itens Selecionados Esta Norma trata das considerações específicas no processo de obtenção de evidência apropriada e suficiente com relação a: (a) existência e condições do estoque; (b) totalidade dos litígios e reclamações; e (c) apresentação e divulgação de informações por segmentos. EstoqueEstoqueEstoqueEstoque A evidência em relação à existência e às condições do estoque pode ser obtida através de: • acompanhamento da contagem física para: (a) avaliar os procedimentos

de registro e controle dos resultados da contagem; (b) observar a realização dos procedimentos de contagem; (c) inspecionar o estoque; e (d) executar testes de contagem.

• execução de procedimentos de auditoria nos registros finais de estoque

para determinar se esses refletem os resultados reais da contagem. Ao planejar o acompanhamento da contagem física dos estoques o auditor deve considerar: • os riscos de distorção relevante; • a natureza do controle interno; • se é esperado que sejam definidos procedimentos e emitidas instruções

para a contagem; • a época da contagem; • se a entidade mantém sistema de controle permanente; • os locais onde o estoque é mantido, incluindo a materialidade e os riscos

de distorção; • se a ajuda de especialista é necessária. O acompanhamento da contagem física dos estoques envolve: (a) inspeção física para determinar a existência e avaliar as condições do estoque e execução de teste de contagem; (b) observação do cumprimento das instruções da administração e da execução de procedimentos para registrar e controlar os resultados da contagem; e (c) obtenção de evidência quanto à confiabilidade dos procedimentos de contagem.

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Se a contagem física dos estoques for realizada em data divergente das demonstrações contábeis, o auditor deve, executar também procedimentos para obter evidência de que as variações entre a data da contagem e das demonstrações estão adequadamente registradas. Se o acompanhamento da contagem física for impraticável, o auditor deve aplicar procedimentos alternativos para obter evidência, como, por exemplo, inspeção da documentação da venda subsequente de itens específicos do estoque adquiridos ou comprados antes da contagem. Se o estoque estiver em poder de terceiros, o auditor deve obter evidência: solicitando confirmação e/ou executando inspeção ou outro procedimento apropriado nas circunstâncias. São exemplos de outros procedimentos de auditoria: (a) acompanhar, ou providenciar para que outro auditor acompanhe a contagem; (b) obter relatório do outro auditor ou do auditor do custodiante sobre a adequação do controle interno do terceiro sobre o estoque; (c) inspecionar a documentação relacionada com o estoque mantido por terceiros, como por exemplo, os recibos de almoxarifado; e (d) solicitar confirmação, quando o estoque tiver sido penhorado. Litígios e reclamaçõesLitígios e reclamaçõesLitígios e reclamaçõesLitígios e reclamações A evidência em relação a existência e as condições de litígios e reclamações pode ser obtida através de: • indagação à administração e a outros, incluindo consultores jurídicos

internos; • revisão das atas de reuniões e correspondência entre a entidade e os

seus consultores jurídicos externos; e • revisão das contas de despesas legais. Se o auditor identifica risco de distorção relevante com relação a litígios ou reclamações, ou quando há indícios de que outros possam existir, o auditor deve também comunicar-se com os consultores jurídicos externos, por meio de circularização (carta de indagação aos advogados), elaborada pela administração e enviada pelo auditor, solicitando a esses consultores que se comuniquem com o auditor. Se houver restrições legais ou de outra natureza, o auditor deve executar procedimentos alternativos.

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A carta de indagação específica inclui: (a) lista de litígios e reclamações; (b) a avaliação da administração sobre o resultado dos litígios e das reclamações e a estimativa das implicações financeiras, incluindo os custos envolvidos; e (c) solicitação para que o assessor jurídico externo da entidade confirme se as avaliações da administração são razoáveis e forneça outras informações. O auditor deve alterar sua opinião, se: (a) administração não permite a comunicação com a consultoria jurídica externa, ou há recusa dessa consultoria em responder a carta de indagação, ou é proibida de respondê-la; e (b) o auditor não consegue obter evidência ao executar procedimentos alternativos. O auditor deve solicitar que a administração declare que todos os litígios e reclamações conhecidos, reais ou possíveis, foram contabilizados e divulgados, assim como comunicados ao auditor. Informações por segmentoInformações por segmentoInformações por segmentoInformações por segmento Um segmento operacional segmento operacional segmento operacional segmento operacional é um componente de entidade: (a) que desenvolve atividades de negócio das quais se pode obter receitas e incorrer em despesas; (b) cujos resultados operacionais são regularmente revistos pelo gestor das operações para a tomada de decisões sobre recursos a serem alocados ao segmento e para a avaliação do seu desempenho; e (c) para o qual haja informação financeira individualizada disponível. O auditor deve obter evidência com relação à apresentação e à divulgação de informações por segmento, mediante: • obtenção de entendimento dos métodos utilizados para determinação

das informações por segmento e (a) avaliação se esses métodos resultam na divulgação de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável; e (b) quando for apropriado, testar a aplicação desses métodos; e

• execução de procedimentos analíticos ou outro procedimento apropriado nas circunstâncias.

A responsabilidade do auditor com relação às informações por segmento está relacionada às demonstrações contábeis como um todo. Consequentemente, não é exigido a execução de outros procedimentos para expressar uma opinião sobre as informações por segmento apresentadas isoladamente.

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São exemplos de assuntos para obtenção de entendimento dos métodos usados para determinar as informações por segmento: (a) vendas, transferências e encargos entre segmentos, assim como a eliminação de valores entre segmentos; (b) comparações com orçamentos e outros resultados esperados, por exemplo, lucros operacionais como porcentagem das vendas; (c) alocação de ativos e custos entre os segmentos; e (d) consistência com períodos anteriores e a adequação das divulgações com relação às inconsistências.

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Resolução CFC n.º 1.219/2009Resolução CFC n.º 1.219/2009Resolução CFC n.º 1.219/2009Resolução CFC n.º 1.219/2009 Aprova a NBC TA 505 Aprova a NBC TA 505 Aprova a NBC TA 505 Aprova a NBC TA 505 –––– Confirmações Externas Confirmações Externas Confirmações Externas Confirmações Externas

Esta Norma se pauta no princípio de que a evidência é mais confiável quando for obtida de fontes independentes externas; diretamente pelo auditor e devidamente documentada. DefiniçãoDefiniçãoDefiniçãoDefinição Confirmação externaConfirmação externaConfirmação externaConfirmação externa é a evidência de auditoria obtida como resposta por escrito direta para o auditor de um terceiro (a parte que confirma), em papel, no formato eletrônico ou outro meio. Objetivo do auditorObjetivo do auditorObjetivo do auditorObjetivo do auditor O objetivo do auditor, ao usar procedimentos de confirmação externa é obter evidência de auditoria relevante e confiável. Finalidade da confirmação externa Finalidade da confirmação externa Finalidade da confirmação externa Finalidade da confirmação externa Os procedimentos de confirmação externa são frequentemente usados para confirmar ou solicitar informações relativas a saldos contábeis. Podem ser usados, também, para confirmar termos de acordos, contratos ou transações entre a entidade e outras partes, ou para confirmar a ausência de certas condições como “acordo paralelo” (side letter). As respostas às confirmações fornecem evidência mais relevante e confiável quando são enviadas a um terceiro (parte que confirma),que tem conhecimento sobre as informações a serem confirmadas. Por exemplo, um alto-funcionário de uma instituição financeira que tem conhecimento sobre as transações ou acordos para os quais é solicitada a confirmação. Tipos de ConfirmaçãoTipos de ConfirmaçãoTipos de ConfirmaçãoTipos de Confirmação A confirmação externa pode ser positiva ou negativa. A solicitação de solicitação de solicitação de solicitação de confirmação positivaconfirmação positivaconfirmação positivaconfirmação positiva é aquela em que a parte que confirma deve responder diretamente ao auditor indicando expressamente se concorda ou discorda das informações solicitadas. A solicitação de confirmação solicitação de confirmação solicitação de confirmação solicitação de confirmação negativanegativanegativanegativa é aquela em que a parte que confirma deve responder diretamente ao auditor somente se discordar das informações fornecidas na solicitação.

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As confirmações negativas fornecem evidências menos persuasiva que as positivas, portanto somente devem ser utilizadas se: • o auditor avaliou o risco de distorção relevante como baixo e obteve

evidência em relação à efetividade operacional dos controles; • a população de itens selecionados compreende um grande número de

saldos contábeis, transações ou condições, homogêneas de pequena magnitude;

• se espera uma taxa de exceção muito pequena; e • o auditor não tem conhecimento de situações que fariam com que os

circularizados ignorassem essas solicitações. Planejamento da confirmação externaPlanejamento da confirmação externaPlanejamento da confirmação externaPlanejamento da confirmação externa Os fatores a serem considerados no planejamento de solicitações de confirmação são: • afirmações que estão sendo abordadas; • riscos específicos de distorção relevante; • forma e a apresentação da solicitação; • experiência anterior na auditoria ou em trabalhos semelhantes; • método de comunicação (por exemplo, em papel, em formato

eletrônico ou outro meio); • autorização ou incentivo da administração para as partes que confirmam

para responderem ao auditor; • capacidade de determinada parte que confirma em fornecer ou

confirmar as informações solicitadas. Controle sobre as confirmações externasControle sobre as confirmações externasControle sobre as confirmações externasControle sobre as confirmações externas Ao usar procedimentos de confirmação externa, o auditor deve manter os seguintes controle: • determinação das informações a serem confirmadas; • seleção da parte que confirma apropriada para confirmação; • definição das solicitações de confirmação, assegurando-se que as

solicitações estão devidamente endereçadas e que contenham as informações para retorno das respostas diretamente ao auditor; e

• envio das solicitações, incluindo 2º pedido, quando aplicável, para a parte que confirma.

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Limitações e restrições na confirmação externaLimitações e restrições na confirmação externaLimitações e restrições na confirmação externaLimitações e restrições na confirmação externa No caso da administração se recusar a permitir que o auditor envie solicitações de confirmação, ele deve: (a) indagar sobre as razões e procurar evidência sobre sua validade e razoabilidade; (b) avaliar as implicações da recusa na avaliação do auditor dos riscos significativos; e (c) executar procedimentos alternativos. Se a recusa não for razoável, ou se o auditor não conseguir obter evidência por meio de procedimentos alternativos ele deve analisar as implicações para a sua opinião. No caso de resposta não recebida, o auditor deve executar procedimentos alternativos para obter evidência. Se as respostas apresentadas forem divergentes (exceções) ele deve investigar as razões para determinar se elas são indicativas ou não de distorção. As exceçõesexceçõesexceçõesexceções podem indicar distorções ou possíveis distorções nas demonstrações contábeis. Na sua ocorrência, o auditor deve avaliar se essa distorção é indicativa de fraude. As exceções podem indicar, também deficiências no controle interno sobre o processo de elaboração de demonstrações contábeis. Todavia, algumas exceções não representam distorções. Por exemplo, o auditor pode concluir que diferenças nas respostas à solicitação de confirmação são decorrentes de época, mensuração ou erros de transcrição nos procedimentos de confirmação externa. São exemplos de procedimentos alternativosprocedimentos alternativosprocedimentos alternativosprocedimentos alternativos: (a) para saldos de contas a receber, examinar recebimentos subsequentes específicos, documentação de embarque e vendas próximas ao final do período; e (b) para saldos de contas a pagar, examinar pagamentos subsequentes, correspondência de terceiros e outros registros, como notas de entrada. Confiabilidade de confirmação externa Confiabilidade de confirmação externa Confiabilidade de confirmação externa Confiabilidade de confirmação externa Não podem haver dúvidas sobre a confiabilidade da confirmação, contudo os seguintes fatores que podem indicar dúvidas sobre a resposta incluem o fato dela: (a) ter sido recebida pelo auditor indiretamente; ou (b) aparentemente não ter sido recebida originalmente da parte que confirmou. Quando o auditor conclui que uma resposta não é confiável, ele pode necessitar revisar a avaliação dos riscos de distorção relevante no nível de afirmações e modificar os procedimentos de auditoria planejados.

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Em certas situações, para garantir a confiabilidade das informações o auditor pode optar por verificar a fonte e o conteúdo da resposta a uma solicitação entrando em contato com a parte que confirma. Outro aspecto é que uma confirmação pode conter linguagem restritiva sobre sua utilização. Essas restrições não invalidam necessariamente a confiabilidade da resposta. Avaliação das confirmações externasAvaliação das confirmações externasAvaliação das confirmações externasAvaliação das confirmações externas Ao avaliar os resultados de confirmações, o auditor pode classificar esses resultados como: (a) respostas apropriadas da parte que confirma, indicando concordância com as informações fornecidas na solicitação de confirmação ou fornecendo as informações solicitadas sem exceção; (b) respostas consideradas como não confiável; (c) resposta não recebida; ou (d) resposta indicando exceção. A avaliação das confirmações, quando levada em consideração juntamente com outros procedimentos aplicados, pode ajudar ao auditor concluir se foi obtida evidência ou se é necessário executar procedimentos adicionais de auditoria.

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Resolução CFC n.º 1.220/2009Resolução CFC n.º 1.220/2009Resolução CFC n.º 1.220/2009Resolução CFC n.º 1.220/2009 Aprova a NBC TA 510 Aprova a NBC TA 510 Aprova a NBC TA 510 Aprova a NBC TA 510 –––– Trabalhos Iniciais Trabalhos Iniciais Trabalhos Iniciais Trabalhos Iniciais –––– Saldos Iniciais Saldos Iniciais Saldos Iniciais Saldos Iniciais

Esta Norma versa sobre a auditoria dos saldos iniciais.

ObObObObjetivo do auditor jetivo do auditor jetivo do auditor jetivo do auditor Ao conduzir uma primeira auditoria, o auditor, em relação a saldos iniciais, deve obter evidência sobre se: (a) esses saldos contêm distorções relevantes; e (b) as práticas contábeis adotadas nos saldos iniciais foram aplicadas uniformemente nas demonstrações contábeis auditadas, ou as mudanças nessas práticas estão devidamente registradas e divulgadas. DefiniçãoDefiniçãoDefiniçãoDefinição • PPPPrimeira auditoriarimeira auditoriarimeira auditoriarimeira auditoria ou uma auditoria inicialauditoria inicialauditoria inicialauditoria inicial é um trabalho em que as

demonstrações contábeis do período anterior não foram auditadas ou foram auditadas por outro auditor independente.

Procedimentos Procedimentos Procedimentos Procedimentos Em uma primeira auditoria, os seguintes procedimentos devem ser adotados para se obter evidências: • ler as demonstrações contábeis mais recentes e o respectivo relatório do

auditor anterior; • determinar se os saldos finais foram corretamente transferidos para o

período auditado ou se foram corrigidos; • determinar se os saldos iniciais refletem uniformemente a aplicação de

práticas contábeis apropriadas; e • realizar um ou mais dos seguintes procedimentos: (a) no caso de as

demonstrações contábeis do exercício anterior terem sido auditadas, revisar os papéis de trabalho do auditor anterior; (b) avaliar se os procedimentos de auditoria executados fornecem evidência para os saldos iniciais; ou (c) executar procedimentos de auditoria específicos.

A natureza e a extensão dos procedimentos com relação aos saldos iniciais dependem de: (a) práticas contábeis adotadas; (b) natureza dos saldos contábeis, classes de transações e divulgações, e riscos de distorção; (c) significância dos saldos iniciais em relação às demonstrações auditadas; (d)

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se as demonstrações do período anterior foram auditadas e, em caso afirmativo, se a opinião do auditor foi modificada. As evidências podem ser obtidas da seguinte forma: recebimentos de contas a receber, pagamentos de contas a pagar, acompanhamento do inventário mais recente e conciliação com as quantidades do estoque inicial, execução de procedimentos de auditoria na valorização dos itens do estoque inicial, execução de procedimentos de auditoria sobre o lucro bruto e procedimentos de corte, exame dos registros contábeis e outras informações que suportam os saldos iniciais de itens não circulantes. A impossibilidade de se obter evidência com relação aos saldos iniciais pode resultar em uma das seguintes modificações no relatório: (a) opinião com ressalva ou abstenção de opinião (b) a menos que proibido, opinião com ressalva ou abstenção de opinião, com relação aos resultados das operações e fluxos de caixa, quando relevante, e não modificada com relação à posição patrimonial e financeira. Considerações relevantesConsiderações relevantesConsiderações relevantesConsiderações relevantes: • Se o auditor obter evidência de que os saldos iniciais contêm distorções

relevantes, deve executar procedimentos adicionais para determinar o efeito sobre as demonstrações auditadas.

• Se as demonstrações do período anterior foram auditadas por outro

auditor e o relatório apresentado conter opinião modificada, o auditor deve avaliar o efeito desse assunto nas demonstrações auditadas.

• Se o auditor não conseguir obter evidência com relação aos saldos

iniciais ou concluir que esses contêm distorção relevante não registrada ou divulgada, ele deve expressar uma opinião com ressalva ou abstenção de opinião.

• Se houver restrições para se obter informações da auditoria anterior,

pode ser necessária a obtenção de evidência por outros meios e, se não for possível, o auditor deve considerar o efeito na sua opinião.

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Opinião do auditorOpinião do auditorOpinião do auditorOpinião do auditor O auditor deve expressar opinião com ressalva ou adversa, se concluir que: (a) as práticas contábeis do período auditado não são uniformes em relação aos saldos iniciais; ou (b) uma mudança nas práticas contábeis não está registrada ou divulgada.

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Resolução CFC n.º 1.221/2009Resolução CFC n.º 1.221/2009Resolução CFC n.º 1.221/2009Resolução CFC n.º 1.221/2009 Aprova a NBC TA 520 Aprova a NBC TA 520 Aprova a NBC TA 520 Aprova a NBC TA 520 –––– Procedimentos Analíticos Procedimentos Analíticos Procedimentos Analíticos Procedimentos Analíticos

Esta Norma versa sobre o uso de procedimentos analíticos pelo auditor no processo de obtenção de evidências. Definição Definição Definição Definição • Procedimentos AnalíticosProcedimentos AnalíticosProcedimentos AnalíticosProcedimentos Analíticos significam avaliações de informações

contábeis por meio de análise das relações entre dados financeiros e não financeiros. Compreendem, também, os exames necessários de flutuações ou relações identificadas que são inconsistentes com outras informações relevantes ou que diferem significativamente dos valores esperados.

Objetivos do auditorObjetivos do auditorObjetivos do auditorObjetivos do auditor O auditor deve planejar e executar procedimentos analíticos próximo do final da auditoria que o auxiliam formar uma conclusão geral sobre se as demonstrações contábeis são consistentes. Planejamento e execução de procedimentos analíticosPlanejamento e execução de procedimentos analíticosPlanejamento e execução de procedimentos analíticosPlanejamento e execução de procedimentos analíticos Quando planejar e executar procedimentos analíticos, isoladamente ou em combinação com outros procedimentos substantivos, o auditor deve: (a) determinar a adequação, levando em consideração os riscos e outros testes aplicáveis; (b) avaliar a confiabilidade dos dados; (c) desenvolver uma expectativa de valores registrados ou índices; e (d) determinar o valor aceitável (materialidade) de qualquer diferença entre valores registrados e valores esperados. São exemplos de procedimentos analíticos: • informações comparáveis de períodos anteriores; • resultados previstos pela entidade, tais como orçamentos, ou

expectativas do auditor; • informações de entidades do mesmo setor de atividade, como a

comparação entre índices de vendas e contas a receber com as médias do setor ou com outras entidades de porte comparável do mesmo setor.

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• relações entre elementos das informações contábeis que se esperaria que se adequassem a um padrão;

• relações entre informações contábeis e informações não contábeis relevantes, como custos com folha de pagamento e número de empregados.

Os seguintes aspectos são relevantes ao determinar se os dados são confiáveis para a aplicação de procedimentos analíticos substantivos: (a) informações podem ser mais confiáveis quando são obtidas de fontes independentes externas à entidade; (b) comparabilidade das informações disponíveis; (c) natureza e relevância das informações disponíveis; e (d) controles sobre a elaboração das informações que são planejadas para assegurar sua integridade, precisão e validade. Exame dos resultadosExame dos resultadosExame dos resultadosExame dos resultados Se há diferença entre as informações obtidas com aplicação dos procedimentos analíticos e com outras informações, o auditor, deve: (a) indagar à administração e obter evidência das respostas, levando-se em consideração o seu entendimento sobre a entidade e seu ambiente; e (b) aplicar outros procedimentos de auditoria conforme necessário nas circunstâncias.

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Resolução CFC n.º 1.222/2009Resolução CFC n.º 1.222/2009Resolução CFC n.º 1.222/2009Resolução CFC n.º 1.222/2009

Aprova a NBC TA 530 Aprova a NBC TA 530 Aprova a NBC TA 530 Aprova a NBC TA 530 –––– Amostragem em Auditoria Amostragem em Auditoria Amostragem em Auditoria Amostragem em Auditoria Esta Norma versa sobre o uso de amostragem estatística e não estatística na definição e seleção da amostra de auditoria, na execução de testes de controles e de detalhes e na avaliação dos resultados da amostra. Objetivo do auditorObjetivo do auditorObjetivo do auditorObjetivo do auditor O objetivo do auditor, ao usar a amostragem em auditoria, é o de proporcionar uma base razoável para a conclusão quanto à população da qual a amostra é selecionada. Definições Definições Definições Definições • AmostragemAmostragemAmostragemAmostragem é a aplicação de procedimentos de auditoria em menos de

100% dos itens da população a ser testada, de maneira que todas as unidades de amostragem tenham a mesma chance de serem selecionadas para proporcionar uma base razoável que possibilite uma conclusão sobre toda a população.

• PopulaçãoPopulaçãoPopulaçãoPopulação é o conjunto completo de dados sobre o qual a amostra é selecionada e sobre o qual o auditor deseja concluir.

• Risco de amostragemRisco de amostragemRisco de amostragemRisco de amostragem é o risco de que a conclusão obtida, com base em amostra, pudesse ser diferente se toda a população fosse sujeita ao mesmo procedimento auditorial. Esse risco pode levar a conclusões errôneas que afetam a eficácia (resultado inadequado) ou a eficiência (realização de mais exames) da auditoria.

• Risco não resultante da amostragemRisco não resultante da amostragemRisco não resultante da amostragemRisco não resultante da amostragem ocorre quando o auditor chega a uma conclusão errônea por qualquer outra razão que não seja relacionada ao risco de amostragem.

• AnomaliaAnomaliaAnomaliaAnomalia é um fator que é comprovadamente não é representativo de distorção ou desvio em uma população.

• Unidade de amostragemUnidade de amostragemUnidade de amostragemUnidade de amostragem ou amostra é cada um dos itens individuais que constituem uma população.

• Amostragem estatísticaAmostragem estatísticaAmostragem estatísticaAmostragem estatística é o tipo de amostragem que observa a (a) seleção aleatória dos itens da amostra; e (b) o uso da teoria das probabilidades para avaliar os resultados das amostras, incluindo a mensuração do risco de amostragem. Os demais tipos são considerados não estatísticas.

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• EstratificaçãoEstratificaçãoEstratificaçãoEstratificação é o processo de dividir uma população em subpopulações, cada uma sendo um grupo de unidades de amostragem com características semelhantes.

• Distorção tolerávelDistorção tolerávelDistorção tolerávelDistorção tolerável é um valor monetário definido pelo auditor para obter um nível apropriado de segurança de que esse valor monetário não seja excedido pela distorção real na população.

• Taxa toleráTaxa toleráTaxa toleráTaxa tolerável de desviovel de desviovel de desviovel de desvio é a taxa de desvio dos procedimentos de controles internos previstos, definida pelo auditor para obter um nível apropriado de segurança de que essa taxa de desvio não seja excedida pela taxa real de desvio na população.

Procedimentos para amProcedimentos para amProcedimentos para amProcedimentos para amostragem ostragem ostragem ostragem A decisão quanto ao uso de amostragem estatística ou não estatística é uma questão de julgamento profissional do auditor, entretanto, o tamanho da amostra não é um critério válido para distinguir entre os tipos de amostragem. Ao definir uma amostra de auditoria, que deve ser suficiente para reduzir o risco de amostragem a um nível mínimo aceitável, o auditor deve considerar a finalidade do procedimento de auditoria e as características da população. O auditor deve selecionar itens para a amostragem de forma que cada unidade de amostragem da população tenha a mesma chance de ser selecionada. O auditor deve executar os procedimentos de auditoria, apropriados à finalidade, para cada item selecionado. Se o auditor não puder aplicar esses procedimentos ou outros alternativos em um item selecionado, ele deve tratar esse item como um desvio do controle previsto, no caso de testes de controles ou uma distorção, no caso de testes de detalhes. Estratificação Estratificação Estratificação Estratificação A eficiência da auditoria pode ser melhorada se o auditor estratificar a população. O objetivo da estratificação é o de reduzir a variabilidade dos itens de cada estrato e, portanto, permitir que o tamanho da amostra seja reduzido sem aumentar o risco de amostragem. Todavia, os resultados dos procedimentos aplicados a uma amostra de itens dentro de um estrato só podem ser projetados para esse estrato. Para concluir sobre a população, o auditor precisa considerar o risco de distorção

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relevante em relação a quaisquer outros estratos que componham toda a população. Avaliação de resultados da amostragem Avaliação de resultados da amostragem Avaliação de resultados da amostragem Avaliação de resultados da amostragem Ao avaliar o resultado da amostragem, o auditor deve considerar (a) os resultados da amostra; e (b) se o uso de amostragem forneceu uma base razoável para conclusões sobre a população testada. Ao definir uma amostra, o auditor determina o risco de que distorções individualmente irrelevantes, em seu conjunto, possam macular as demonstrações contábeis, bem como quanto à possibilidade de distorções não serem detectadas. Ao considerar as características de uma população, para testes de testes de testes de testes de controlescontrolescontrolescontroles, o auditor avalia a taxa esperada de desvio com base no seu entendimento dos controles relevantes ou no exame de pequena quantidade de itens da população. Essa avaliação é feita para estabelecer a amostra de auditoria e determinar o tamanho dessa amostra. Se a amostragem não fornecer uma base razoável para conclusões sobre a população testada, o auditor pode: (a) solicitar que a administração investigue as distorções identificadas e o potencial para distorções adicionais e faça ajustes necessários; ou (b) ajustar a natureza, época e extensão dos procedimentos adicionais para melhor alcançar a segurança exigida. Fatores que influenciam a amostraFatores que influenciam a amostraFatores que influenciam a amostraFatores que influenciam a amostra • para os testes de controlespara os testes de controlespara os testes de controlespara os testes de controles

FATORFATORFATORFATOR EFEITOEFEITOEFEITOEFEITO COMENTÁRIOSCOMENTÁRIOSCOMENTÁRIOSCOMENTÁRIOS 1. Aumento na extensão na qual a avaliação de risco do auditor leva em consideração os controles relevantes

Aumento

Quanto mais segurança o auditor pretende obter da efetividade dos controles, menor será a avaliação quanto ao risco de distorção relevante e maior deve ser o tamanho da amostra. Quando a avaliação quanto ao risco de distorção relevante no nível de afirmações inclui uma expectativa da efetividade dos controles, o auditor tem que executar os testes de controles. Sendo os outros fatores iguais, quanto maior for a confiança que o auditor deposita na efetividade dos controles na avaliação de

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FATORFATORFATORFATOR EFEITOEFEITOEFEITOEFEITO COMENTÁRIOSCOMENTÁRIOSCOMENTÁRIOSCOMENTÁRIOS risco, maior será a extensão dos testes de controles do auditor.

2. Aumento na taxa tolerável de desvio

Redução

Quanto menor a taxa tolerável de desvio, maior o tamanho da amostra precisa ser.

3. Aumento na taxa esperada de desvio da população a ser testada

Aumento

Quanto mais alta a taxa esperada de desvio, maior o tamanho da amostra para que o auditor possa fazer uma estimativa razoável da taxa real de desvio. Fatores relevantes para a consideração do auditor sobre a taxa esperada de desvio incluem seu entendimento dos negócios da entidade, mudanças no pessoal ou no controle interno, resultados dos procedimentos de auditoria aplicados em períodos anteriores e os resultados de outros procedimentos de auditoria.

4. Aumento no nível de segurança desejado do auditor de que a taxa tolerável de desvio não seja excedida pela taxa real de desvio na população

Aumento

Quanto maior for o nível de segurança de que o auditor espera que os resultados da amostra sejam de fato indicativos com relação à incidência real de desvio na população, maior deve ser o tamanho da amostra.

5. Aumento na quantidade de unidades de amostragem na população

Efeito negligenciável

Para populações grandes, o tamanho real da população tem pouco efeito, se houver, no tamanho da amostra. Para pequenas populações, entretanto, a amostragem de auditoria pode não ser tão eficiente quanto os meios alternativos para obter evidência de auditoria.

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• parparparpara os testes de detalhesa os testes de detalhesa os testes de detalhesa os testes de detalhes

FATORFATORFATORFATOR EFEITOEFEITOEFEITOEFEITO COMENTÁRIOSCOMENTÁRIOSCOMENTÁRIOSCOMENTÁRIOS 1. Aumento na avaliação do risco de distorção relevante do auditor

Aumento

Quanto mais alta a avaliação do risco de distorção relevante do auditor, maior deve ser o tamanho da amostra. A avaliação do risco de distorção é afetada pelo risco inerente e pelo risco de controle. Por exemplo, se o auditor não executar os testes de controles, a avaliação de risco do auditor não pode ser reduzida pela operação eficiente dos controles internos com relação à afirmação em particular.

2. Aumento no uso de outros procedimentos substantivos direcionados à mesma afirmação

Redução

Quanto mais o auditor confia em outros procedimentos substantivos (testes de detalhes ou procedimentos analíticos substantivos) para reduzir a um nível aceitável o risco de detecção relacionado com uma população em particular, menos segurança o auditor precisa da amostragem e, portanto, menor pode ser o tamanho da amostra.

3. Aumento no nível de segurança desejado pelo auditor de que uma distorção tolerável não é excedida pela distorção real na população

Aumento

Quanto maior o nível de segurança de que o auditor precisa de que os resultados da amostra sejam de fato indicativos do valor real de distorção na população, excedido pela distorção real na população, maior o tamanho da amostra precisa ser.

4. Aumento na distorção tolerável

Redução

Quanto menor for a distorção tolerável, maior o tamanho da amostra precisa ser.

5. Aumento no valor da distorção que o auditor espera encontrar na população

Aumento

Quanto maior for o valor da distorção que o auditor espera encontrar na população, maior deve ser o tamanho da amostra para se fazer uma estimativa razoável do valor real de distorção na população.

6. Estratificação da população, quando apropriado

Redução

Quando houver uma faixa ampla (variabilidade) no tamanho monetário dos itens da população, pode ser útil estratificar a população. Quando a população pode ser adequadamente estratificada, o conjunto de tamanhos de amostra dos estratos geralmente será

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O Essencial das Normas de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica

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FATORFATORFATORFATOR EFEITOEFEITOEFEITOEFEITO COMENTÁRIOSCOMENTÁRIOSCOMENTÁRIOSCOMENTÁRIOS menor do que o tamanho da amostra que seria necessário para alcançar certo nível de risco de amostragem se uma amostra tivesse sido retirada de toda a população.

7. Quantidade de unidades de amostragem na população

Efeito negligenciável

Para populações grandes, o tamanho real da população tem pouco efeito, se houver, no tamanho da amostra. Assim, para pequenas populações, a amostragem de auditoria não é geralmente tão eficiente quanto os meios alternativos para obter evidência de auditoria apropriada e suficiente.

Método para selecionar a amostra Método para selecionar a amostra Método para selecionar a amostra Método para selecionar a amostra Os principais métodos para selecionar amostras são: • Seleção aleatóriaSeleção aleatóriaSeleção aleatóriaSeleção aleatória é aplicada por meio de geradores de números

aleatórios como, por exemplo, tabelas de números aleatórios. • SelSelSelSeleção sistemáticaeção sistemáticaeção sistemáticaeção sistemática, em que a quantidade de unidades de amostragem

na população é dividida pelo tamanho da amostra para dar um intervalo de amostragem como, por exemplo, 50, e após determinar um ponto de início dentro das primeiras 50, toda 50ª unidade de amostragem seguinte é selecionada. Embora o ponto de início possa ser determinado ao acaso, é mais provável que a amostra seja realmente aleatória se ela for determinada pelo uso de um gerador computadorizado de números aleatórios ou de tabelas de números aleatórios. Ao usar uma seleção sistemática, o auditor precisaria determinar que as unidades de amostragem da população não estão estruturadas de modo que o intervalo de amostragem corresponda a um padrão em particular da população.

• Amostragem de unidade monAmostragem de unidade monAmostragem de unidade monAmostragem de unidade monetáriaetáriaetáriaetária é um tipo de seleção com base

em valores, na qual o tamanho, a seleção e a avaliação da amostra resultam em uma conclusão em valores monetários.

• Seleção ao acasoSeleção ao acasoSeleção ao acasoSeleção ao acaso, na qual o auditor seleciona a amostra sem seguir uma

técnica estruturada, evitando-se qualquer tendenciosidade ou previsibilidade consciente, desse modo, procuraria se assegurar de que todos os itens da população têm uma mesma chance de seleção. A

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seleção ao acaso não é apropriada quando se usar a amostragem estatística.

• Seleção de blocoSeleção de blocoSeleção de blocoSeleção de bloco envolve a seleção de um ou mais blocos de itens

contíguos da população. A seleção de bloco geralmente não pode ser usada em amostragem de auditoria porque a maioria das populações está estruturada de modo que esses itens em sequência podem ter características semelhantes entre si, mas características diferentes de outros itens de outros lugares da população.

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Resolução CFC n.º 1.223/2009Resolução CFC n.º 1.223/2009Resolução CFC n.º 1.223/2009Resolução CFC n.º 1.223/2009 Aprova a NBC TA 540 Aprova a NBC TA 540 Aprova a NBC TA 540 Aprova a NBC TA 540 –––– Auditoria de Estimativas Contábeis, Inclusive do Auditoria de Estimativas Contábeis, Inclusive do Auditoria de Estimativas Contábeis, Inclusive do Auditoria de Estimativas Contábeis, Inclusive do

Valor Justo, e Divulgações RelacionadasValor Justo, e Divulgações RelacionadasValor Justo, e Divulgações RelacionadasValor Justo, e Divulgações Relacionadas Esta Norma versa sobre a responsabilidade do auditor em relação a estimativas contábeis, incluindo estimativas contábeis do valor justo e respectivas divulgações em auditoria de demonstrações contábeis. ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo O objetivo do auditor é obter evidência apropriada e suficiente sobre: (a) se as estimativas contábeis, incluindo as de valor justo, registradas ou divulgadas nas demonstrações contábeis, são razoáveis; e (b) se as respectivas divulgações nessas demonstrações são adequadas, no contexto da estrutura de relatório financeiro aplicável. DefiniçãoDefiniçãoDefiniçãoDefinição • Estimativa contábilEstimativa contábilEstimativa contábilEstimativa contábil é a aproximação de um valor monetário na ausência

de um meio de mensuração preciso. Esse termo é usado para um valor mensurado do valor justo quando existe incerteza de estimativa, bem como para outros valores que requerem estimativas.

GeneralidadeGeneralidadeGeneralidadeGeneralidadessss Estimativas envolvem julgamentos baseados em informações disponíveis quando as demonstrações contábeis são elaboradas. Para muitas estimativas contábeis, os julgamentos consideram premissas sobre assuntos incertas na época da estimativa. O auditor não é responsável por prever condições, transações ou eventos futuros que, caso fossem conhecidos na época da auditoria, poderiam ter afetado significativamente as ações da administração ou as premissas usadas pela administração. Nem todos os itens das demonstrações contábeis que requerem mensuração do valor justo envolvem incerteza de estimativa. Esse pode ser o caso, por exemplo, para alguns itens de demonstrações contábeis, onde existe mercado ativo e aberto que fornece informações confiáveis e prontamente disponíveis sobre os preços praticados nas negociações, caso em que a existência de cotações de preço publicadas geralmente é a melhor evidência de auditoria do valor justo. Entretanto, pode haver incerteza de estimativa mesmo quando o método de avaliação e os dados são bem definidos. Por exemplo, a avaliação de títulos cotados em mercado ativo e

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aberto pelo preço de mercado em bolsa pode precisar de ajuste, se a participação é significativa em relação ao mercado ou está sujeita a restrições de negociabilidade. Além disso, as circunstâncias econômicas gerais vigentes na época, por exemplo, falta de liquidez em mercado específico, podem afetar a incerteza de estimativa. A natureza e a confiabilidade das informações disponíveis para a administração para suportar a elaboração de estimativa contábil variam significativamente, afetando dessa maneira o grau de incerteza de estimativa associada às estimativas contábeis. O grau de incerteza de estimativa, por sua vez, afeta os riscos de distorção relevante de estimativas contábeis, incluindo sua suscetibilidade à tendenciosidade da administração intencional ou não. Desfecho da estimativaDesfecho da estimativaDesfecho da estimativaDesfecho da estimativa Uma diferença entre o desfecho da estimativa contábil e o valor originalmente reconhecido ou divulgado nas demonstrações contábeis não representa necessariamente uma distorção nessas demonstrações. Esse é especialmente o caso para estimativas contábeis ao valor justo, pois qualquer desfecho observado é invariavelmente afetado por eventos ou condições posteriores à data em que a mensuração é estimada para fins das demonstrações contábeis. Entendimento do auditor Entendimento do auditor Entendimento do auditor Entendimento do auditor Para fornecer uma base para identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante nas estimativas contábeis, o auditor deve obter atendimento: (a) das exigências da estrutura de relatório financeiro aplicável para as estimativas contábeis, incluindo as respectivas divulgações; (b) de como a administração identifica as transações, eventos e condições que podem gerar a necessidade de reconhecimento ou divulgação de estimativas contábeis nas demonstrações; (c) de como a administração elabora as estimativas contábeis e o entendimento dos dados em que elas estão baseadas, incluindo: (i) o método e, quando aplicável, o modelo usado na elaboração da estimativa contábil; (ii)controles relevantes; (iii) se a administração usou especialista; (iv) as premissas subjacentes às estimativas contábeis; (v) se houve ou deveria ter havido mudança nos métodos do período anterior para elaborar as estimativas contábeis e, em caso afirmativo, o por quê; e (vi) se a administração avaliou o efeito da incerteza de estimativa e, em caso afirmativo, como avaliou esse efeito.

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Responsabilidade da administraçãoResponsabilidade da administraçãoResponsabilidade da administraçãoResponsabilidade da administração A administração é responsável por estabelecer processos de elaboração das estimativas para as demonstrações contábeis, incluindo adequado controle interno. Esses processos incluem: seleção de políticas contábeis apropriadas e determinação dos processos de estimativa, incluindo métodos apropriados de estimativa ou de avaliação e, quando aplicável, modelos; desenvolvimento ou identificação de dados e premissas relevantes que afetam estimativas contábeis; revisão periódica das circunstâncias que geram essas estimativas e seus recálculos, quando necessário. Avaliação do desfecho da estimativa Avaliação do desfecho da estimativa Avaliação do desfecho da estimativa Avaliação do desfecho da estimativa O auditor deve revisar o desfecho das estimativas contábeis incluídas nas demonstrações contábeis do período anterior ou, quando aplicável, seus recálculos posteriores para o período corrente. Com base nos riscos identificados de distorção relevante, o auditor deve determinar: (a) se a administração aplicou adequadamente as exigências da estrutura de relatório financeiro relevante para a estimativa contábil; e (b) se os métodos para elaborar as estimativas contábeis são apropriados e foram aplicados de maneira uniforme e se as mudanças, se houver, nas estimativas contábeis ou no método de elaboração usado no período anterior são apropriados nas circunstâncias. Para estimativas contábeis que geram riscos significativos, o auditor deve obter evidência sobre: (a) se a decisão da administração de reconhecer ou não reconhecer, as estimativas nas demonstrações; e (b) se a base de mensuração selecionada para as estimativas contábeis está de acordo com as exigências da estrutura de relatório financeiro aplicável. Para estimativas contábeis que geram riscos significativos, além de outros procedimentos substantivos executados o auditor deve avaliar: (a) como a administração considerou premissas ou desfechos alternativos e por que os rejeitou ou como a administração tratou de outra forma a incerteza de estimativa ao elaborar a estimativa contábil; (b) se as premissas significativas usadas pela administração são razoáveis; (c) quando relevante para a razoabilidade das premissas significativas usadas pela administração ou para a apropriada aplicação da estrutura de relatório financeiro aplicável, intenção e a capacidade da administração de realizar cursos de ação específicos.

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Ao avaliar o modo como a administração elabora as estimativas contábeis, o auditor precisa entender se houve ou deveria ter havido mudança nos métodos de elaboração das estimativas contábeis em relação aos do período anterior. Um método de estimativa específico pode precisar ser mudado em resposta a mudanças no ambiente ou nas circunstâncias que afetam a entidade ou nas exigências da estrutura de relatório financeiro aplicável. No caso de a administração ter mudado o método para elaborar uma estimativa contábil, é importante que ela possa demonstrar que o novo método é mais apropriado ou que ele é, por si só, uma resposta para essas mudanças. O auditor deve avaliar, com base nas evidências de auditoria, se as estimativas nas demonstrações contábeis são razoáveis no contexto da estrutura de relatório financeiro aplicável ou se apresentam distorção. DivulgaçõesDivulgaçõesDivulgaçõesDivulgações O auditor também deve obter evidência de auditoria apropriada e suficiente se as divulgações nas demonstrações contábeis relacionadas com estimativas contábeis estão de acordo com as exigências da estrutura de relatório financeiro aplicável (Normas de Contabilidade). O auditor deve obter representações formais (por escrito) da administração se ela acredita que as premissas significativas utilizadas nas estimativas contábeis são razoáveis. A apresentação de demonstrações contábeis de acordo com estrutura de relatório financeiro aplicável inclui a adequada divulgação de assuntos relevantes. A estrutura de relatório financeiro aplicável pode permitir, ou prescrever, divulgações relacionadas com as estimativas contábeis e algumas entidades podem divulgar voluntariamente informações nas notas explicativas das demonstrações contábeis. Essas divulgações podem incluir, por exemplo: (i) premissas utilizadas; (ii) método de estimativa utilizado, incluindo qualquer modelo aplicável; base para a seleção do método de estimativa; (iii) efeito de quaisquer mudanças sobre o método de estimativa em relação ao período anterior; (iv) fontes e implicações da incerteza de estimativa. Essas divulgações são relevantes para que os usuários entendam as estimativas reconhecidas ou divulgadas nas demonstrações contábeis, e deve ser obtida evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre se as

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divulgações estão de acordo com as exigências da estrutura de relatório financeiro aplicável. DocumentaçãoDocumentaçãoDocumentaçãoDocumentação O auditor deve incluir na documentação de auditoria: (a) a base para a sua conclusão sobre a razoabilidade das estimativas contábeis e divulgações que geram riscos significativos; e (b) indicadores de possível tendenciosidade da administração, se houver.

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Resolução CFC n.º 1.224/2009Resolução CFC n.º 1.224/2009Resolução CFC n.º 1.224/2009Resolução CFC n.º 1.224/2009 Aprova a NBC TA 550 Aprova a NBC TA 550 Aprova a NBC TA 550 Aprova a NBC TA 550 –––– Partes RelacionadasPartes RelacionadasPartes RelacionadasPartes Relacionadas

Esta Norma versa sobre a responsabilidade do auditor no que se refere ao relacionamento e transações com partes relacionadas durante a execução da auditoria de demonstrações contábeis. DefiniçãoDefiniçãoDefiniçãoDefinição • Parte relacionadaParte relacionadaParte relacionadaParte relacionada é: (a) a parte definida na estrutura de relatório

financeiro adequada; ou (b) quando essa estrutura não estabelece nenhum critério: (i) uma entidade que tem controle ou influência significativa, direta ou indiretamente, por meio de um ou mais intermediários, sobre a entidade que reporta; (ii) outra entidade sobre a qual a entidade que reporta tem controle ou influência significativa, direta ou indiretamente, por meio de um ou mais intermediários; ou (iii) outra entidade que está sob controle comum juntamente com a entidade que reporta, por ter: controlador comum; proprietários que são parentes próximos; ou administração-chave comum.

Contudo, entidades que estão sob o controle comum do governo não são consideradas partes relacionadas a menos que se envolvam em transações significativas ou compartilhem recursos em medida significativa. Responsabilidade do auditorResponsabilidade do auditorResponsabilidade do auditorResponsabilidade do auditor Como as partes relacionadas não são independentes uma da outra, muitas estruturas de relatório financeiro estabelecem exigências de contabilização e divulgação específicas para relacionamentos, transações e saldos de partes relacionadas para possibilitar aos usuários das demonstrações contábeis a compreensão de sua natureza e efeitos concretos ou potenciais sobre essas demonstrações. Quando a estrutura de relatório financeiro aplicável estabelece tais exigências, o auditor tem a responsabilidade de executar procedimentos de auditoria para identificar, avaliar e responder aos riscos de distorção relevante decorrentes da não contabilização ou da não divulgação apropriada do relacionamento, transações ou saldos com partes relacionadas em conformidade com os requisitos da estrutura. ProcedimentosProcedimentosProcedimentosProcedimentos O auditor deve fazer indagações junto à administração sobre: (a) a identificação das partes relacionadas à entidade, incluindo mudanças em

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relação ao período anterior; (b) a natureza dos relacionamentos entre a entidade e essas partes relacionadas; e (c) se a entidade realizou transações com essas partes relacionadas durante o período e, se o fez, o tipo e a finalidade das transações. Se o auditor identificar partes relacionadas ou transações significativas com partes relacionadas que a administração não tenha anteriormente identificado ou divulgado, ele deve: (a) comunicar prontamente as informações relevantes aos outros membros da equipe de trabalho; (b) quando a estrutura de relatório financeiro aplicável estabelecer exigências para partes relacionadas: (i) solicitar à administração que identifique todas as transações com as partes relacionadas recém-identificadas para avaliação adicional do auditor; e (ii) fazer indagações quanto ao motivo pelo qual os controles da entidade sobre relacionamentos e transações com partes relacionadas deixaram de possibilitar a identificação ou divulgação dos relacionamentos e transações com partes relacionadas; (c) executar procedimentos de auditoria substantivos relativos a essas partes relacionadas recém identificadas ou a transações significativas com elas; (d) reconsiderar o risco de que possam existir outras partes relacionadas ou transações significativas com partes relacionadas que a administração não tenha anteriormente identificado nem divulgado ao auditor e executar procedimentos adicionais de auditoria conforme a necessidade; e (e) se a não divulgação pela administração parece intencional (e, portanto, indicativa de um risco de distorção relevante devido à fraude), avaliar as implicações para a auditoria. Para transações significativas com partes relacionadas fora do curso normal de negócios da entidade, que foram identificadas, o auditor deve: (a) inspecionar os contratos ou acordos subjacentes, se houver, e avaliar se: (i) a racionalidade, em termos de negócio, das transações (ou sua ausência) sugere que elas podem ter sido realizadas para envolvimento em informação financeira fraudulenta ou para ocultar apropriação indevida de ativos; (ii) os termos das transações são compatíveis com as explicações da administração; e (iii) as transações foram adequadamente contabilizadas e divulgadas, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro aplicável; e (b) obter evidências de auditoria de que as transações foram adequadamente autorizadas e aprovadas. Durante a auditoria, o auditor pode inspecionar registros ou documentos que possam fornecer informações sobre relacionamentos e transações com partes relacionadas, por exemplo: confirmações de terceiros obtidas pelo auditor (além de confirmações bancárias e dos advogados); declarações de

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imposto de renda da entidade; informações fornecidas pela entidade às autoridades reguladoras; registros de acionistas/quotistas para identificação dos principais acionistas/quotistas da entidade; declarações de conflitos de interesse da administração e dos responsáveis pela governança; registros dos investimentos da entidade e dos de seus planos de pensão; contratos e acordos com a administração-chave e com os responsáveis pela governança; contratos e acordos significativos fora do curso normal de negócios da entidade; faturas específicas e correspondência dos consultores profissionais da entidade; apólices de seguro de vida adquiridas pela entidade; contratos importantes renegociados pela entidade durante o período; relatórios de auditores internos; documentos associados aos arquivamentos da entidade junto a um órgão regulador de títulos mobiliários. Avaliação de transação com partes relacionadasAvaliação de transação com partes relacionadasAvaliação de transação com partes relacionadasAvaliação de transação com partes relacionadas Uma parte relacionada poderia estar envolvida em transação significativa fora do curso normal de negócios da entidade não apenas influenciando diretamente a transação na condição de parte na transação, mas também indiretamente, por meio de intermediário. Tal influência pode indicar a presença de um fator de risco de fraude. Ao avaliar a razão de negócio de uma transação significativa com parte relacionada fora do curso normal de negócios da entidade, o auditor pode considerar o seguinte: se a transação: é excessivamente complexa (por exemplo, ela pode envolver múltiplas partes relacionadas de conglomerado); inclui termos comerciais não usuais, tais como preços, taxas de juros, garantias e termos de reembolso não usuais; carece de razão de negócios lógica aparente para sua ocorrência; envolve partes relacionadas anteriormente não identificadas; é processada de maneira não usual; se a administração discutiu a natureza e a contabilização de tal transação com os responsáveis pela governança; se a administração está dando mais ênfase em um tratamento contábil específico ao invés de dar a devida consideração à razão econômica subjacente da transação. Documentação Documentação Documentação Documentação O auditor deve incluir na documentação de auditoria os nomes das partes relacionadas identificadas e a natureza dos relacionamentos com essas partes.

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Opinião do auditorOpinião do auditorOpinião do auditorOpinião do auditor Ao formar uma opinião sobre as demonstrações contábeis, o auditor deve avaliar: (a) se os relacionamentos e transações com as partes relacionadas identificados foram adequadamente contabilizados e divulgados, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro aplicável; (b) se os efeitos dos relacionamentos e transações com partes relacionadas: (i) impedem que as demonstrações contábeis tenham uma apresentação adequada (para estrutura de relatório financeiro com objetivo de apresentação adequada como no Brasil); ou (ii) tornam essas demonstrações enganosas (para estrutura de relatório com objetivo de conformidade).

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Resolução CFC n.º 1.225/2009Resolução CFC n.º 1.225/2009Resolução CFC n.º 1.225/2009Resolução CFC n.º 1.225/2009 Aprova a NBC TA 560 Aprova a NBC TA 560 Aprova a NBC TA 560 Aprova a NBC TA 560 –––– Eventos SubsequentesEventos SubsequentesEventos SubsequentesEventos Subsequentes

Esta Norma versa sobre a responsabilidade do auditor em relação a eventos subsequentes na auditoria de demonstrações contábeis. DefiniçãoDefiniçãoDefiniçãoDefinição • EEEEventos subsequentesventos subsequentesventos subsequentesventos subsequentes são eventos ocorridos entre a data das

demonstrações contábeis e a data do relatório do auditor e fatos que chegaram ao seu conhecimento após a data do seu relatório.

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo Os objetivos do auditor são: (a) obter evidência sobre se os eventos ocorridos entre a data das demonstrações contábeis e a data do seu relatório, que precisam ser ajustados ou divulgados, estão adequadamente refletidos nessas demonstrações contábeis; e (b) responder adequadamente aos fatos que chegaram ao seu conhecimento após a data de seu relatório, que, se fossem do seu conhecimento naquela data (do relatório), poderiam ter-lhe levado a alterar o relatório. Data do relatórioData do relatórioData do relatórioData do relatório O relatório não pode ter data anterior à data em que o auditor obteve evidência para servir de base para sua opinião sobre as demonstrações contábeis, incluindo evidência de que as pessoas com autoridade reconhecida afirmaram que assumiram responsabilidade por essas demonstrações. Procedimentos de auditoria Procedimentos de auditoria Procedimentos de auditoria Procedimentos de auditoria • Eventos ocorridos entre a data das demonstrações contábeis e a Eventos ocorridos entre a data das demonstrações contábeis e a Eventos ocorridos entre a data das demonstrações contábeis e a Eventos ocorridos entre a data das demonstrações contábeis e a

data do relatório data do relatório data do relatório data do relatório O auditor deve executar procedimentos para obter evidência de que todos os eventos ocorridos entre a data das demonstrações contábeis e a data eventos ocorridos entre a data das demonstrações contábeis e a data eventos ocorridos entre a data das demonstrações contábeis e a data eventos ocorridos entre a data das demonstrações contábeis e a data do relatório do relatório do relatório do relatório que precisam ser ajustados ou divulgados nas demonstrações contábeis foram identificados. Não se espera, contudo, que o auditor execute procedimentos adicionais para assuntos para os quais os procedimentos de auditoria anteriormente aplicados forneceram conclusões satisfatórias.

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O auditor deve considerar se a avaliação de risco para determinar a natureza e extensão desses procedimentos, incluem: (a) obtenção de entendimento dos procedimentos estabelecidos pela administração para assegurar que os eventos subsequentes são identificados; (b) indagação sobre a ocorrência de eventos subsequentes que poderiam afetar as demonstrações contábeis; (c) leitura das atas das reuniões dos proprietários (dos acionistas em sociedade anônima), da administração e dos responsáveis pela governança da entidade, realizadas após a data das demonstrações contábeis, e indagação sobre assuntos discutidos nas reuniões para as quais as atas ainda não estão disponíveis; (d) leitura das últimas demonstrações contábeis intermediárias da entidade, se houver. Se o auditor identificar eventos que requerem ajuste ou divulgação nas demonstrações contábeis, ele deve determinar se cada um desses eventos está refletido de maneira apropriada nas referidas demonstrações de acordo com a estrutura conceitual aplicável. O auditor também pode considerar necessário: (i) ler os últimos orçamentos disponíveis, previsões de fluxos de caixa e outros relatórios da administração relacionados de períodos posteriores à data das demonstrações contábeis; (ii) indagar, ou estender as indagações anteriores, aos consultores jurídicos sobre litígios e reclamações; ou (iii) considerar a necessidade de representações formais que cubram determinados eventos subsequentes para corroborar outra evidência de auditoria. O auditor deve solicitar uma representação formal, de que todos os eventos subsequentes à data das demonstrações contábeis e que, segundo a estrutura de relatório financeiro aplicável, requerem ajuste ou divulgação, foram ajustados ou divulgados. • Fatos que chegaram ao conheFatos que chegaram ao conheFatos que chegaram ao conheFatos que chegaram ao conhecimento do auditor após a data do cimento do auditor após a data do cimento do auditor após a data do cimento do auditor após a data do

seu relatório, mas antes da data de divulgação das demonstrações seu relatório, mas antes da data de divulgação das demonstrações seu relatório, mas antes da data de divulgação das demonstrações seu relatório, mas antes da data de divulgação das demonstrações contábeiscontábeiscontábeiscontábeis

O auditor não tem obrigação de executar nenhum procedimento em relação às demonstrações contábeis após a data do seu relatório. Entretanto, se, após a data do seu relatório, mas antes da divulgação das demonstrações contábeis, o auditor tomar conhecimento de fato que, se fosse do seu conhecimento, poderia ter levado o auditor a alterar seu relatório, ele deve: (a) discutir o assunto com a administração e, quando apropriado, com os responsáveis pela governança; (b) determinar se as demonstrações precisam

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ser alteradas e, caso afirmativo, indagar como a administração pretende tratar o assunto nas demonstrações. Caso a administração altere as demonstrações contábeis, o auditor deve: (a) aplicar os procedimentos necessários nas circunstâncias da alteração; (b) estender os procedimentos até a data do novo relatório; e (c) fornecer novo relatório sobre as demonstrações contábeis alteradas. O novo relatório não deve ter data anterior à data de aprovação das demonstrações contábeis alteradas. • Fatos que chegaram ao conhecimento do auditor independente Fatos que chegaram ao conhecimento do auditor independente Fatos que chegaram ao conhecimento do auditor independente Fatos que chegaram ao conhecimento do auditor independente

após a divulgação das demonstrações contábeisapós a divulgação das demonstrações contábeisapós a divulgação das demonstrações contábeisapós a divulgação das demonstrações contábeis Após a divulgação das demonstrações contábeis, o auditor não tem obrigação de executar nenhum procedimento em relação a essas demonstrações. Entretanto, se, após a divulgação das demonstrações, ele tomar conhecimento de fato que, se fosse do seu conhecimento na data do seu relatório, poderia tê-lo levado a altera-lo, o auditor deve: (a) discutir o assunto com a administração e, quando apropriado, com os responsáveis pela governança; (b) determinar se as demonstrações contábeis precisam ser alteradas e, caso afirmativo; (c) indagar como a administração pretende tratar do assunto. a) caso a administração altere as demonstrações contábeis, o auditor deve: (a) aplicar os procedimentos necessários nas circunstâncias das alterações; (b) revisar as providências tomadas pela administração para garantir que todos os que receberam as demonstrações contábeis juntamente com o respectivo relatório do auditor sejam informados da situação; (c) exceto se a legislação não restringir: (i) estender os procedimentos de auditoria até a data do novo relatório, datado posteriormente à data de aprovação das demonstrações contábeis reapresentadas; e (ii) fornecer novo relatório sobre essas demonstrações reapresentadas; (d) no caso em que a legislação não restringir, alterar seu relatório. O auditor deve incluir no seu relatório, novo ou reemitido, Parágrafo de Parágrafo de Parágrafo de Parágrafo de ÊnfaseÊnfaseÊnfaseÊnfase com referência à nota explicativa que esclarece mais detalhadamente a razão da alteração das demonstrações contábeis e do relatório fornecido pelo auditor. Caso a administração não adote as providências necessárias para garantir que todos os que receberam as demonstrações contábeis emitidas anteriormente sejam informados da situação e não altere essas

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demonstrações nas circunstâncias em que o auditor considere necessário, ele deve notificar a administração e os responsáveis pela governança, de que ele procurará evitar o uso por terceiros daquele relatório. Se, apesar dessa notificação, a administração ou os responsáveis pela governança não tomarem as providências necessárias, ele deve tomar as medidas apropriadas para tentar evitar o uso por terceiros daquele relatório de auditoria. Caso a administração tenha divulgado as demonstrações contábeis apesar da notificação do auditor para não divulgá-las, ele deve avaliar a adoção de medidas a serem tomadas em função de seus direitos e das suas obrigações legais. Consequentemente, pode ser apropriado buscar assessoramento. Caso o auditor acredite que a administração, ou os responsáveis pela governança, não tomaram as medidas necessárias para evitar o uso indevido do seu relatório sobre as demonstrações contábeis divulgadas apesar da notificação do auditor de que ele tomará medidas para tentar evitar esse uso indevido, ele deve avaliar a adoção de medidas a serem tomadas em função de seus direitos e das suas obrigações legais. Consequentemente pode ser apropriado buscar assessoramento legal. Dupla dataDupla dataDupla dataDupla data Quando o auditor alterar seu relatório, ele incluirá data adicional restrita a essa alteração. A data do relatório sobre as demonstrações contábeis anterior à alteração feita pela administração permanece inalterada, pois essa data informa ao leitor quando o trabalho de auditoria para essas demonstrações contábeis foi concluído. Entretanto, é incluída data adicional no relatório para informar os usuários que os procedimentos do auditor posteriores àquela data restringiram-se à alteração subsequente das demonstrações contábeis. O exemplo a seguir ilustra melhor: (Data do (Data do (Data do (Data do relatório do auditor independente), exceto para a Nota Y, que é de (data relatório do auditor independente), exceto para a Nota Y, que é de (data relatório do auditor independente), exceto para a Nota Y, que é de (data relatório do auditor independente), exceto para a Nota Y, que é de (data da conclusão dos procedimentos de auditoria restrida conclusão dos procedimentos de auditoria restrida conclusão dos procedimentos de auditoria restrida conclusão dos procedimentos de auditoria restritos à alteração tos à alteração tos à alteração tos à alteração descrita na Nota Y)descrita na Nota Y)descrita na Nota Y)descrita na Nota Y).

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Resolução CFC n.º 1.226/2009Resolução CFC n.º 1.226/2009Resolução CFC n.º 1.226/2009Resolução CFC n.º 1.226/2009 Aprova a NBC TA 570 Aprova a NBC TA 570 Aprova a NBC TA 570 Aprova a NBC TA 570 –––– Continuidade OperacionalContinuidade OperacionalContinuidade OperacionalContinuidade Operacional

Esta Norma versa sobre a responsabilidade do auditor em relação ao uso do pressuposto de continuidade operacional, pela administração, na elaboração das demonstrações contábeis. Definição Definição Definição Definição • Pressuposto de continuidade operacionalPressuposto de continuidade operacionalPressuposto de continuidade operacionalPressuposto de continuidade operacional evidencia que as

demonstrações contábeis, para fins gerais, são elaboradas com base na continuidade operacional, a menos que a administração pretenda liquidar a entidade ou interromper as operações, ou não tenha nenhuma alternativa realista além dessas.

A avaliação, pela administração, da capacidade de continuidade operacional, envolve exercer julgamento, em determinado momento, sobre resultados futuros incertos de eventos ou condições. Os seguintes fatores são relevantes para esse julgamento: (i) o grau de incerteza associado ao resultado de um evento ou condição aumenta significativamente quanto mais distante no futuro ocorrer o evento ou condição, ou o correspondente; (ii) o tamanho e a complexidade da entidade, a natureza e a condição de seu negócio e o grau em que ela é afetada por fatores externos afetam o julgamento em relação ao resultado de eventos ou condições; (iii) qualquer julgamento sobre o futuro é baseado em informações disponíveis na época em que o julgamento é feito. Eventos subsequentes podem produzir resultados inconsistentes com julgamentos que eram razoáveis na época em que foram feitos. Exemplos de eventos que podem impactar a continuidadeExemplos de eventos que podem impactar a continuidadeExemplos de eventos que podem impactar a continuidadeExemplos de eventos que podem impactar a continuidade Exemplos de eventos ou condições que, individual ou coletivamente, podem levantar dúvida significativa quanto ao pressuposto de continuidade operacional são demonstrados a seguir: • FinanceiroFinanceiroFinanceiroFinanceiro: patrimônio líquido negativo (passivo a descoberto);

empréstimos com prazo fixo, próximos do vencimento, sem previsões realistas de renovação ou liquidação; ou utilização excessiva de empréstimos de curto prazo para financiar ativos de longo prazo; indicações de retirada de suporte financeiro por credores; fluxos de caixa operacionais negativos; principais índices financeiros adversos; prejuízos

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operacionais significativos ou deterioração significativa do valor dos ativos usados para gerar fluxos de caixa; atraso ou suspensão de dividendos; incapacidade de pagar credores nas datas de vencimento; incapacidade de cumprir com os termos contratuais de empréstimo; mudança nas condições de pagamento a fornecedores, de compras a prazo para pagamento à vista; incapacidade de obter financiamento para o desenvolvimento de novos produtos essenciais ou outros investimentos essenciais.

• OperacionalOperacionalOperacionalOperacional: intenções da administração de liquidar a entidade ou

interromper as operações; perda de pessoal chave da administração sem reposição; perda de mercado importante, clientes importantes, franquia, licença, ou principais fornecedores; dificuldades na manutenção de mão-de-obra; falta de suprimentos importantes; surgimento de concorrente altamente competitivo.

• OutrosOutrosOutrosOutros: descumprimento de exigências de capital, incluindo outras

exigências legais; processos legais ou regulatórios pendentes contra a entidade que podem, no caso de perda, resultar em indenização que a entidade provavelmente não terá capacidade de saldar; mudanças de legislação, regulamentação ou política governamental, que supostamente afetam a entidade de maneira adversa; catástrofe não segurada ou segurada por valor inferior, quando de sua ocorrência.

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivossss do auditor do auditor do auditor do auditor Os objetivos do auditor são: (a) obter evidência de auditoria suficiente sobre a adequação do uso, pela administração, do pressuposto de continuidade operacional na elaboração das demonstrações contábeis; (b) concluir, baseado na evidência de auditoria obtida, sobre a existência de incerteza significativa em relação a eventos ou condições que podem levantar dúvida significativa quanto à continuidade operacional; e (c) determinar as implicações para o relatório do auditor independente. Procedimentos de avaliação de riscosProcedimentos de avaliação de riscosProcedimentos de avaliação de riscosProcedimentos de avaliação de riscos O auditor deve revisar a avaliação da administração sobre a continuidade operacional. O auditor também deve indagar à administração sobre seu conhecimento de eventos ou condições posteriores ao período em que foi elaborada a avaliação da administração relacionada com dúvida significativa quanto à capacidade de continuidade operacional.

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Não é responsabilidade do auditor corrigir a falta de análise da administração. Em algumas circunstâncias, contudo, a falta de análise detalhada da administração, para suportar sua avaliação, pode impossibilitar o auditor de concluir se o uso, pela administração, do pressuposto de continuidade operacional é apropriado às circunstâncias. Procedimentos adicionaisProcedimentos adicionaisProcedimentos adicionaisProcedimentos adicionais Se forem identificados eventos ou condições que possam levantar dúvida significativa quanto à capacidade de continuidade operacional, o auditor deve obter evidência para determinar se existe ou não incerteza significativa, por meio de procedimentos adicionais de auditoria, incluindo a consideração de fatores atenuantes. Esses procedimentos devem incluir: (a) no caso em que a administração ainda não realizou uma avaliação da capacidade de continuidade operacional, solicitar que a administração o faça; (b) avaliar os planos da administração para ações futuras em relação à avaliação da continuidade operacional, se é provável que o resultado dessas ações melhore a situação e se os planos da administração são viáveis nessas circunstâncias; (c) no caso em que a entidade preparou uma previsão de fluxo de caixa e a análise dessa previsão é um fator significativo na verificação do desfecho de eventos ou condições na avaliação dos planos da administração para a ação futura: (i) avaliar a confiabilidade dos dados de suporte gerados para elaborar a previsão; e (ii) determinar se há suporte adequado para as premissas utilizadas na previsão; (d) verificar se algum fato ou informação adicional foi disponibilizado desde a data em que a administração fez sua avaliação; (e) solicitar representações formais da administração ou, quando apropriado, dos responsáveis pela governança, com relação a seus planos para ação futura e a viabilidade desses planos. Se forem identificados eventos ou condições que possam levantar dúvida significativa quanto à continuidade operacional o auditor pode adotar os seguintes procedimentos: análise e discussão do fluxo de caixa, lucro e outras previsões relevantes com a administração; análise e discussão das últimas demonstrações contábeis intermediárias disponíveis da entidade; leitura dos termos contratuais de debêntures e de empréstimos, considerando se houve alguma violação; leitura das atas das reuniões de acionistas, dos responsáveis pela governança e de comitês relevantes, como referência para identificar a existência de dificuldades financeiras; indagação dos consultores legais da entidade sobre a existência de litígios e processos e se a avaliação da administração sobre os resultados desses processos é

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razoável e se as implicações financeiras foram adequadamente estimadas; confirmação da existência, legalidade e exequibilidade de acordos com partes relacionadas e terceiros para fornecimento ou manutenção de suporte financeiro, e avaliação da capacidade financeira dessas partes de fornecer recursos adicionais; avaliação dos planos da entidade para lidar com os pedidos de clientes não atendidos; execução de procedimentos de auditoria em relação aos eventos subsequentes para identificar aqueles que reduzem ou de outra forma afetam a continuidade operacional; confirmação da existência, dos termos e da adequação de linhas de empréstimo; obtenção e revisão de relatórios de ações regulatórias; determinar a adequação de suporte para qualquer plano de venda de ativos. Conclusão e relatório de auditor Conclusão e relatório de auditor Conclusão e relatório de auditor Conclusão e relatório de auditor Com base na evidência obtida, o auditor deve expressar uma conclusão se, no seu julgamento, existe incerteza significativa sobre a continuidade operacional relacionada a eventos ou condições que possam levantar dúvida significativa sobre essa capacidade. Quando o auditor conclui que o uso do pressuposto de continuidade operacional é apropriado nas circunstâncias, porém existe incerteza significativa, ele deve determinar se as demonstrações contábeis: (a) descrevem adequadamente os principais eventos ou condições que possam levantar dúvida significativa quanto à continuidade operacional e os planos da administração para tratar desses eventos ou condições; e (b) divulgar claramente que existe incerteza significativa relacionada a eventos ou condições que podem levantar dúvida significativa quanto à continuidade operacional e, portanto, que pode não ser capaz de realizar seus ativos e saldar seus passivos no curso normal do negócio. Se for feita divulgação adequada, o auditor deve expressar uma opinião sem ressalvas e incluir um parágrafo de ênfase em seu relatório para: (a) destacar a existência de incerteza significativa relacionada ao evento ou à condição que pode levantar dúvida significativa quanto à continuidade operacional; e (b) chamar a atenção para a nota explicativa às demonstrações contábeis. Se não for feita divulgação adequada, o auditor deve expressar uma opinião com ressalva ou adversa, conforme apropriado. Ele deve declarar, no seu relatório, que há uma incerteza significativa que pode levantar dúvida significativa quanto à continuidade operacional da entidade.

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Se as demonstrações contábeis foram elaboradas no pressuposto de continuidade operacional, mas no julgamento do auditor, a utilização desse pressuposto é inapropriada, ele deve expressar opinião adversa. Se houver relutância da administração em elaborar ou estender sua avaliação, quando solicitada pelo auditor, o auditor deve considerar as implicações no seu relatório.

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Resolução CFC n.º 1.227/2009Resolução CFC n.º 1.227/2009Resolução CFC n.º 1.227/2009Resolução CFC n.º 1.227/2009 Aprova a NBC TA 580 Aprova a NBC TA 580 Aprova a NBC TA 580 Aprova a NBC TA 580 –––– Representações FormaisRepresentações FormaisRepresentações FormaisRepresentações Formais

Esta Norma versa sobre a responsabilidade do auditor na obtenção de representações formais (por escrito) da administração e, quando apropriado, dos responsáveis pela governança, na auditoria de demonstrações contábeis. DefiniçãoDefiniçãoDefiniçãoDefinição • Representação formalRepresentação formalRepresentação formalRepresentação formal é uma declaração escrita pela administração,

fornecida ao auditor, para confirmar certos assuntos ou suportar outra evidência de auditoria.

CaCaCaCaracterísticas das representações formaisracterísticas das representações formaisracterísticas das representações formaisracterísticas das representações formais As representações formais devem ter a forma de carta de representação dirigida ao auditor. A data das representações formais deve ser tão A data das representações formais deve ser tão A data das representações formais deve ser tão A data das representações formais deve ser tão próxima quanto praticável, mas não posterior à data do relatório do próxima quanto praticável, mas não posterior à data do relatório do próxima quanto praticável, mas não posterior à data do relatório do próxima quanto praticável, mas não posterior à data do relatório do auditorauditorauditorauditor sobre as demonstrações contábeis. As representações formais devem ser para todas as demonstrações contábeis e período(s) mencionado(s) no relatório. As representações formais são importantes fontes de evidência de auditoria. Se a administração modificar ou não fornecer as representações formais solicitadas, isso pode alertar o auditor quanto à possibilidade de que possam existir um ou mais problemas. Além disso, a solicitação de representações formais ao invés de verbais pode levar a administração a considerar tais assuntos mais rigorosamente, aumentando com isso a qualidade das representações. Embora forneçam evidência de auditoria necessária, as representações formais, sozinhas, não fornecem evidência apropriada e suficiente a respeito de nenhum dos assuntos dos quais tratam. Além disso, o fato de que a administração forneceu representações formais confiáveis não afeta a natureza ou extensão de outras evidências de auditoria que o auditor obtenha a respeito da responsabilidade da administração ou de afirmações específicas.

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Objetivo do auditorObjetivo do auditorObjetivo do auditorObjetivo do auditor Os objetivos do auditor são: (a) obter representações formais da administração de que ela cumpriu com sua responsabilidade pela elaboração das demonstrações contábeis e pela integridade das informações fornecidas; (b) dar suporte a outras evidências de auditoria relevantes para as demonstrações contábeis ou para afirmações específicas nessas demonstrações por meio de representações formais, se o auditor determinar que essas são necessárias ou se forem exigidas por outras normas de auditoria; e (c) reagir apropriadamente às representações formais fornecidas pela administração ou se a administração não fornecer as representações solicitadas pelo auditor. Procedimentos Procedimentos Procedimentos Procedimentos O auditor deve solicitar à administração que forneça representação formal de que ela cumpriu a sua responsabilidade pela elaboração das demonstrações contábeis de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável, incluindo quando relevante a adequada apresentação, como estabelecido nos termos do trabalho de auditoria. O auditor deve solicitar à administração que forneça representação formal de que: (a) apresentou ao auditor todas as informações e permitiu os acessos necessários conforme entendimentos nos termos do trabalho de auditoria; e (b) todas as transações foram registradas e estão refletidas nas demonstrações contábeis. Se o auditor tem preocupação a respeito da competência, integridade, valores éticos ou diligência da administração ou do seu comprometimento com esses ou com sua aplicação, ele deve determinar o efeito que tais preocupações podem ter sobre a confiabilidade das representações (verbais ou escritas) e da evidência de auditoria em geral. Em particular, se as representações formais forem incompatíveis com outras evidências de auditoria, o auditor deve executar procedimentos para tentar solucionar o assunto. Se esse não for solucionado, ele deve reconsiderar a avaliação da competência, integridade, valores éticos ou diligência da administração, ou do seu compromisso com estes e com a sua aplicação, e deve determinar o efeito que isso pode ter sobre a confiabilidade das representações (verbais ou escritas) e da evidência de auditoria em geral.

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Se o auditor concluir que as representações formais não são confiáveis, ele deve tomar ações apropriadas, inclusive determinar o possível efeito na sua opinião no relatório de auditoria. Se a administração não fornecer uma ou mais das representações formais solicitadas, o auditor deve: (a) discutir o assunto com a administração; (b) reavaliar a integridade da administração e avaliar o efeito que isso pode ter sobre a confiabilidade das representações (verbais ou escritas) e da evidência em geral; e (c) tomar ações apropriadas, inclusive determinar o possível efeito sobre a sua opinião no relatório. O auditor pode abster-se dos trabalhos se (a) concluir que há dúvida suficiente a respeito da integridade da administração, de tal modo que as representações formais não sejam confiáveis; ou (b) a administração não fornecer as representações formais exigidas. O auditor pode solicitar outras representações formais que incluam: se a seleção e aplicação das políticas contábeis são apropriadas; e se assuntos como os seguintes, quando forem relevantes sob a estrutura de relatório financeiro aplicável, foram reconhecidos, mensurados, apresentados ou divulgados em conformidade com essa estrutura: planos ou intenções que possam afetar o valor contábil ou classificação dos ativos e passivos efetivos e contingentes; titularidade ou controle sobre ativos, os gravames ou ônus sobre ativos, assim como ativos oferecidos como garantia; e aspectos de leis, regulamentos e acordos contratuais que possam afetar as demonstrações contábeis, inclusive o não cumprimento desses aspectos. As seguintes normas de auditoria contêm requisitos para representações formais: NBC TA 240 – Responsabilidade do Auditor em Relação a Fraude, no Contexto da Auditoria de Demonstrações Contábeis, item 39; NBC TA 250 – Auditoria de Demonstrações Contábeis – Consideração de Leis e Regulamentos, item 16; NBC TA 450 – Avaliação das Distorções Identificadas durante a Auditoria, item 14; NBC TA 501 – Evidência de Auditoria – Considerações Específicas para Itens Selecionados, item 12; NBC TA 540 – Auditoria de Estimativas Contábeis, Inclusive do Valor Justo, e Divulgações Relacionadas, item 22; NBC TA 550 – Partes Relacionadas, item 26; NBC TA 560 – Eventos Subsequentes, item 9;

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NBC TA 570 – Continuidade Operacional, item 16(e); NBC TA 710 – Informações Comparativas – Valores Correspondentes e Demonstrações Contábeis Comparativas, item 9.

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Resolução CFC n.º 1.228/2009Resolução CFC n.º 1.228/2009Resolução CFC n.º 1.228/2009Resolução CFC n.º 1.228/2009 Aprova a NBC TA 600 Aprova a NBC TA 600 Aprova a NBC TA 600 Aprova a NBC TA 600 –––– Considerações Especiais Considerações Especiais Considerações Especiais Considerações Especiais –––– Auditorias de Auditorias de Auditorias de Auditorias de Demonstrações Contábeis de Grupos, Incluindo o Trabalho dos Demonstrações Contábeis de Grupos, Incluindo o Trabalho dos Demonstrações Contábeis de Grupos, Incluindo o Trabalho dos Demonstrações Contábeis de Grupos, Incluindo o Trabalho dos

Auditores dos ComponentesAuditores dos ComponentesAuditores dos ComponentesAuditores dos Componentes Esta Norma versa sobre as considerações especiais aplicáveis às auditorias de grupos, em particular aquelas que envolvem auditores de componente. DefiniçãoDefiniçãoDefiniçãoDefinição • ComponenteComponenteComponenteComponente é uma entidade ou atividade de negócios para a qual a

administração do grupo ou dos componentes elabora informações contábeis que devem ser incluídas nas demonstrações contábeis do grupo.

• Auditor do componenteAuditor do componenteAuditor do componenteAuditor do componente refere-se ao auditor que, por solicitação da

equipe de auditoria encarregada do trabalho do grupo, executa trabalho sobre informações contábeis relacionadas a um componente.

• GrupoGrupoGrupoGrupo são todos os componentes cujas informações contábeis são

incluídas nas demonstrações contábeis do grupo. Um grupo sempre tem mais de um componente.

• Demonstrações contábeis do grupoDemonstrações contábeis do grupoDemonstrações contábeis do grupoDemonstrações contábeis do grupo são as demonstrações contábeis

que incluem as informações contábeis de mais de um componente. O termo “demonstrações contábeis do grupo” também se refere a demonstrações contábeis combinadas que agregam informações contábeis elaboradas por componentes que não têm uma empresa controladora, mas que estão sob controle comum.

Objetivos do auditorObjetivos do auditorObjetivos do auditorObjetivos do auditor Os objetivos do auditor são: (a) determinar se atua ou não como auditor das demonstrações contábeis do grupo e; (b) se assim atuar: (i) comunicar-se claramente com os auditores de componente a respeito do alcance e da época de seu trabalho sobre as informações contábeis relativas aos componentes e suas constatações; e (ii) obter evidência a respeito das informações contábeis dos componentes e do processo de consolidação para expressar uma opinião sobre se as demonstrações contábeis do grupo foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro aplicável.

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O auditor do componente pode ser exigido por lei, regulamento ou por outra razão, a expressar uma opinião de auditoria sobre as demonstrações contábeis de um componente. A equipe encarregada do trabalho do grupo pode decidir usar a evidência de auditoria que serviu para fundamentar a opinião de auditoria sobre as demonstrações contábeis do componente para fornecer a evidência para a auditoria do grupo, mas as exigências desta Norma, não obstante, são aplicáveis. Ao realizar trabalho sobre as informações contábeis para a auditoria de grupo, o auditor do componente está sujeito a exigências éticas que são relevantes para a auditoria do grupo. Tais exigências podem ser diferentes ou adicionais às que se aplicam ao auditor do componente quando da execução de auditoria para atender ao requerido pela jurisdição do auditor do componente. ResponsabilidadesResponsabilidadesResponsabilidadesResponsabilidades Embora os auditores de componentes possam realizar trabalhos sobre as informações contábeis dos componentes para a auditoria do grupo e, como tais, serem responsáveis pelas suas constatações, conclusões ou opiniões globais, o sócio encarregado do trabalho do grupo ou a firma do sócio encarregado do trabalho do grupo é responsável pela opinião de auditoria do grupo. ProcedimentosProcedimentosProcedimentosProcedimentos Se a equipe encarregada do trabalho do grupo solicitar que o auditor do componente execute trabalhos sobre as informações contábeis do componente, ela deve obter entendimento: (a) se o auditor do componente entende e cumprirá as exigências éticas que são relevantes para a auditoria de grupo e, em particular, se é independente; (b) a competência profissional do auditor do componente; (c) se a equipe encarregada do trabalho do grupo será capaz de estar envolvida no trabalho do auditor do componente na extensão necessária para a obtenção de evidência de auditoria apropriada e suficiente; e (d) se o auditor do componente opera em um ambiente regulatório que supervisiona ativamente os auditores. A equipe encarregada do trabalho do grupo deve determinar o seguinte: (a) materialidade para as demonstrações contábeis do grupo como um todo, durante o estabelecimento da estratégia global de auditoria do grupo; (b) se, nas circunstâncias específicas do grupo, existirem classes específicas de transações, saldos contábeis ou divulgações nas demonstrações contábeis

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do grupo, para as quais seja razoável esperar que distorções de valores abaixo da materialidade para as demonstrações contábeis do grupo como um todo, possam influenciar as decisões econômicas dos usuários, tomadas com base nas demonstrações contábeis do grupo, qual o nível ou níveis de materialidade a serem aplicados a essas classes específicas de operações, saldos contábeis ou divulgações; (c) a materialidade dos componentes em que os auditores de componente realizarão a auditoria ou a revisão para fins de auditoria do grupo; (d) o limite acima do qual as distorções não podem ser consideradas como claramente triviais para as demonstrações contábeis do grupo. Se um componente estiver sujeito à auditoria por lei, regulamento ou outra razão, e a equipe encarregada do trabalho do grupo decidir usar essa auditoria para fornecer evidência para a auditoria do grupo, essa equipe deve determinar: (a) a materialidade para as demonstrações contábeis do componente como um todo; e (b) se a materialidade para execução da auditoria do componente cumpre as exigências desta Norma. Para um componente que inclua riscos significativos de distorção relevante das demonstrações contábeis do grupo, devido a sua natureza ou circunstâncias específicas, a equipe encarregada do trabalho do grupo, ou o auditor do componente sob sua responsabilidade, realizará: (a) auditoria das informações contábeis do componente usando a materialidade do componente; (b) auditoria de um ou mais saldos contábeis, classes de transações ou divulgações, relativamente aos prováveis riscos; (c) procedimentos de auditoria específicos, relativamente aos prováveis riscos. Análise de riscosAnálise de riscosAnálise de riscosAnálise de riscos Se riscos significativos de distorção relevante nas demonstrações contábeis do grupo forem identificados no componente no qual o auditor do componente executa o trabalho, a equipe encarregada do trabalho do grupo deve avaliar a adequação dos procedimentos adicionais de auditoria a serem executados para responder aos riscos significativos de distorção relevante identificados nas demonstrações contábeis do grupo. A equipe encarregada do trabalho do grupo deve planejar e executar procedimentos adicionais de auditoria sobre o processo de consolidação para responder aos riscos avaliados de distorção relevante nas demonstrações contábeis do grupo, decorrentes desse processo. Isso abrange avaliar se todos os componentes foram incluídos nas demonstrações contábeis do grupo. Deve também avaliar a adequação, a

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integridade e a precisão dos ajustes de consolidação e reclassificações e avaliar se existem quaisquer fatores de risco de fraude ou indicadores de possível tendenciosidade da administração. A equipe encarregada do trabalho do grupo deve avaliar se evidência foi obtida com os processos de auditoria executados na consolidação e no trabalho executado pela equipe encarregada do trabalho do grupo e pelos auditores do componente sobre as informações contábeis dos componentes, nos quais se baseia a opinião de auditoria do grupo. DocumentaçãoDocumentaçãoDocumentaçãoDocumentação A equipe encarregada do trabalho do grupo deve incluir na documentação de auditoria: (a) a análise dos componentes, indicando aqueles que são significativos e o tipo de trabalho executado sobre as informações contábeis deles; (b) a natureza, época e extensão do envolvimento da equipe encarregada do trabalho do grupo no trabalho executado pelos auditores de componentes nos componentes significativos, incluindo, quando aplicável, a revisão pela equipe encarregada do trabalho do grupo das partes relevantes da documentação de auditoria e das conclusões nelas baseadas; (c) as comunicações escritas entre a equipe encarregada do trabalho do grupo e os auditores de componente a respeito das exigências feitas por ela.

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Resolução CFC n.º 1.229/2009Resolução CFC n.º 1.229/2009Resolução CFC n.º 1.229/2009Resolução CFC n.º 1.229/2009 Aprova a NBC TA 610 Aprova a NBC TA 610 Aprova a NBC TA 610 Aprova a NBC TA 610 –––– Utilização do Trabalho de Auditoria InternaUtilização do Trabalho de Auditoria InternaUtilização do Trabalho de Auditoria InternaUtilização do Trabalho de Auditoria Interna

Esta Norma versa sobre a responsabilidade do auditor em relação ao trabalho da auditoria interna, quando há a probabilidade de que essa função seja relevante para a auditoria. Definição Definição Definição Definição • Função Função Função Função de auditoria internade auditoria internade auditoria internade auditoria interna é a atividade de avaliação estabelecida ou

fornecida como um serviço para a entidade, que inclui, dentre outras: exame, avaliação e monitoramento da adequação e efetividade do controle interno.

• Auditores internosAuditores internosAuditores internosAuditores internos são os profissionais que executam as atividades da

função de auditoria interna. Objetivos do auditorObjetivos do auditorObjetivos do auditorObjetivos do auditor Os objetivos do auditor independente, quando a entidade tiver a função de auditoria interna julgada relevante, são: (a) determinar se e em que extensão utilizar um trabalho específico dos auditores internos; e (b) se utilizar esse trabalho, determinar se esse é adequado para os fins da auditoria. Para determinar se é provável que o trabalho dos auditores internos seja adequado para os fins da auditoria, o auditor deve avaliar: (a) a objetividade da função de auditoria interna; (b) a competência técnica dos auditores internos; (c) se é provável que o trabalho dos auditores internos seja realizado com o devido zelo profissional; e (d) se é provável que haja comunicação eficaz entre os auditores internos e o auditor. Relevância da auditoria interna Relevância da auditoria interna Relevância da auditoria interna Relevância da auditoria interna A auditoria interna é considerada relevante para a auditoria se a natureza das suas responsabilidades e atividades estiver relacionada com os relatórios contábeis e se o auditor espera utilizar o trabalho dos auditores internos para modificar a natureza, época ou reduzir a extensão dos procedimentos a serem executados.

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Função e obFunção e obFunção e obFunção e objetivos da auditoria internajetivos da auditoria internajetivos da auditoria internajetivos da auditoria interna As atividades da função de auditoria interna podem incluir um ou mais dos itens a seguir: (a) monitoramento do controle interno; (b) exame das informações contábeis e operacionais; (c) revisão das atividades operacionais; (d) revisão da conformidade com leis e regulamentos; (e) gestão de risco; e (f) governança. Os objetivos da função de auditoria interna são determinados pela administração e, quando aplicável, pelos responsáveis pela governança. Assim, nada obstante o grau de autonomia e de objetividade da função de auditoria interna, essa função não é independente da entidade. Consequentemente, o auditor assume integral responsabilidade pela opinião expressa, mesmo nas hipótese de utilização do trabalho feito pelos auditores internos. Análise dos trabalhos dos auditores internosAnálise dos trabalhos dos auditores internosAnálise dos trabalhos dos auditores internosAnálise dos trabalhos dos auditores internos Para determinar o efeito planejado do trabalho dos auditores internos na natureza, época ou extensão dos procedimentos, o auditor deve considerar: (a) a natureza e o alcance do trabalho específico executado, ou a ser executado, pelos auditores internos; (b) os riscos avaliados de distorção relevante no nível de afirmações para classes específicas de transações, saldos contábeis e divulgações; e (c) o grau de subjetividade envolvido na avaliação da evidência de auditoria coletada pelos auditores internos como suporte para as afirmações relevantes. Documentação Documentação Documentação Documentação Se o auditor usa um trabalho específico dos auditores internos, ele deve incluir na documentação de auditoria as conclusões atingidas relacionadas com a avaliação da adequação do trabalho dos auditores internos e os procedimentos de auditoria executados sobre aquele trabalho.

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Resolução CFC n.º 1.230/2009Resolução CFC n.º 1.230/2009Resolução CFC n.º 1.230/2009Resolução CFC n.º 1.230/2009 Aprova a NBC TA 620 Aprova a NBC TA 620 Aprova a NBC TA 620 Aprova a NBC TA 620 –––– Utilização do Trabalho de EspecialistasUtilização do Trabalho de EspecialistasUtilização do Trabalho de EspecialistasUtilização do Trabalho de Especialistas

A NBC TA 620 NBC TA 620 NBC TA 620 NBC TA 620 –––– Utilização Utilização Utilização Utilização do Trabalho de Especialistasdo Trabalho de Especialistasdo Trabalho de Especialistasdo Trabalho de Especialistas versa sobre a responsabilidade do auditor em relação ao trabalho de terceiros em área de especialização que não contabilidade ou auditoria, quando esse trabalho é utilizado para ajudar o auditor a obter evidência suficiente e apropriada. ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivossss do auditor do auditor do auditor do auditor Os objetivos do auditor são: (a) determinar a necessidade de utilizar o trabalho de especialista; e (b) no caso de utilizar esse trabalho determinar se ele é adequado para fins da auditoria. Responsabilidade do auditorResponsabilidade do auditorResponsabilidade do auditorResponsabilidade do auditor O auditor é o único responsável por expressar opinião de auditoria e essa responsabilidade não é reduzida pela utilização do trabalho de especialista contratado pelo auditor. No entanto, se o auditor concluir que o trabalho desse especialista é adequado para fins da auditoria, ele pode aceitar que as constatações ou conclusões desse especialista constituem evidência de auditoria apropriada. Uso do especialistaUso do especialistaUso do especialistaUso do especialista O auditor pode carecer de especialistas relacionados a assuntos, tais como: (i) avaliação de instrumentos financeiros complexos, terrenos e edifícios, instalações fabris e máquinas, jóias, peças de arte, antiguidades, ativos intangíveis, ativos adquiridos e passivos assumidos em combinação de negócios, e ativos que possivelmente apresentem problemas de perdas no valor recuperável; (ii) cálculo atuarial referente a contratos de seguro ou planos de benefícios a empregados; (iii) estimativa de reservas de petróleo e gás; (iv) avaliação de responsabilidade ambiental, e custos de limpeza de locais; (v) interpretação de contratos, leis e regulamentos; (vi) análise de assuntos complexos ou não usais de natureza fiscal. O trabalho do especialista pode ser necessário para ajudar o auditor a obter: (i) entendimento da entidade e de seu ambiente, incluindo seus controles internos; (ii) identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante; (iii) determinação e implementação de respostas gerais aos riscos avaliados no nível de demonstrações contábeis; (iv) definição e execução de procedimentos adicionais de auditoria para responder aos riscos avaliados

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no nível de afirmação, que compreendem testes de controle ou procedimentos substantivos; e (v) avaliação da suficiência e adequação da evidência de auditoria obtida na formação de opinião sobre as demonstrações contábeis. Tipos de especialistasTipos de especialistasTipos de especialistasTipos de especialistas Existem dois tipos de especialistas: (a) Especialista do auditor, que é uma pessoa ou organização com especialização em área que não contabilidade ou auditoria, contratado pelo auditor. O especialista do auditor pode ser interno (sócio ou uma pessoa que faz parte da equipe), ou externo. (b) Especialista da administração, que é uma pessoa ou organização com especialização em área que não contabilidade ou auditoria, contratado pela administração, em que seu trabalho é usado pela entidade para ajudá-la na elaboração das demonstrações contábeis. Procedimentos Procedimentos Procedimentos Procedimentos Ao determinar a natureza, época e extensão dos procedimentos de auditoria, o auditor deve considerar determinados assuntos, incluindo: (a) a natureza do assunto a que se refere o trabalho do especialista; (b) os riscos de distorção relevante no assunto a que se refere o trabalho do especialista; (c) a importância do trabalho do especialista no contexto da auditoria; (d) o conhecimento e a experiência do auditor em relação a trabalho anterior executado por esse especialista; e (e) se esse especialista está sujeito às políticas e procedimentos de controle de qualidade da firma de auditoria. O auditor deve avaliar se o especialista por ele contratado possui competência, habilidades e objetividade necessárias para fins da auditoria. O auditor também deve obter entendimento na área de especialização do especialista suficiente para permitir ao auditor: (a) determinar a natureza, o alcance e os objetivos do trabalho desse especialista; e (b) avaliar a adequação desse trabalho. Os procedimentos específicos para avaliar a adequação do trabalho do especialista do auditor para fins da auditoria podem incluir: (a) indagações ao especialista; revisão dos papéis de trabalho e relatórios; (b) procedimentos de corroboração, tais como: (i) observação do trabalho; (ii) exame de dados publicados, como relatórios estatísticos de fontes oficiais conceituadas; (iii) confirmação de assuntos relevantes com terceiros; (iv) execução de procedimentos analíticos detalhados; e (v) recálculos; (c) discussão com outro especialista no assunto quando, por exemplo, as

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Série 600 – Utilização de Trabalhos de Outros Profissionais

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constatações ou conclusões do especialista do auditor não são consistentes com outras evidências de auditoria; e (d) discussão do relatório do especialista com a administração. Se o auditor determina que o trabalho do seu especialista não é adequado, deve: (a) estabelecer acordo com esse especialista sobre a natureza e a extensão do trabalho adicional a ser executado; ou (b) executar procedimentos adicionais de auditoria apropriados nas circunstâncias. Quando a administração utilizou seu próprio especialista na elaboração das demonstrações contábeis, a decisão do auditor sobre a utilização de seu especialista também pode ser influenciada por fatores como: (i) a natureza, o alcance e os objetivos do trabalho do especialista da administração; (ii) se o especialista da administração é empregado da entidade, ou é contratado; (iii) até que ponto a administração pode exercer controle ou influência sobre o trabalho do especialista da administração; (iv) a competência e habilidades do especialista da administração; (v) se o especialista da administração está sujeito a padrões de desempenho técnico ou outros requisitos profissionais ou da área de atuação; (vi) quaisquer controles na entidade sobre o trabalho do especialista da administração. Impacto do trabalho do especialista na opinião do auditorImpacto do trabalho do especialista na opinião do auditorImpacto do trabalho do especialista na opinião do auditorImpacto do trabalho do especialista na opinião do auditor O auditor não deve fazer referência ao trabalhonão deve fazer referência ao trabalhonão deve fazer referência ao trabalhonão deve fazer referência ao trabalho do especialista em seu relatório que contenha opinião não modificada. Se o auditor fizer referência ao trabalho de especialista em seu relatório porque essa referência é relevante para o entendimento de ressalva ou outra modificação na sua opinião, o auditor deve indicar no relatório que essa referência não reduz a sua responsabilidade por essa opinião. Documentação Documentação Documentação Documentação No que tange à documentação da auditoria, torna-se relevante frisar que quando o especialista do auditor é um membro da equipe, os papéis de trabalho desse especialista fazem parte da documentação de auditoria. Salvo se estabelecido de outra forma, os papéis de trabalho dos especialistas externos do auditor pertencem a eles e não fazem parte da documentação de auditoria.

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Série 700 – Conclusão de Auditoria e Emissão de Relatório

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Resolução CFC n.º 1.231/2009Resolução CFC n.º 1.231/2009Resolução CFC n.º 1.231/2009Resolução CFC n.º 1.231/2009 Aprova a NBC TA 700 Aprova a NBC TA 700 Aprova a NBC TA 700 Aprova a NBC TA 700 –––– Formação d Formação d Formação d Formação da Opinião e Emissão do Relatório do a Opinião e Emissão do Relatório do a Opinião e Emissão do Relatório do a Opinião e Emissão do Relatório do

Auditor Independente sobre as Demonstrações ContábeisAuditor Independente sobre as Demonstrações ContábeisAuditor Independente sobre as Demonstrações ContábeisAuditor Independente sobre as Demonstrações Contábeis Esta Norma versa sobre a responsabilidade do auditor para formar uma opinião sobre as demonstrações contábeis e trata da forma e do conteúdo do relatório emitido. Objetivos do auditorObjetivos do auditorObjetivos do auditorObjetivos do auditor Ao realizar uma auditoria independente sobre as demonstrações contábeis, o auditor objetiva: a) formar uma opinião com base na avaliação das conclusões suportadas

por evidência; e b) expressar claramente essa opinião por meio de relatório escrito de

auditoria. Tipos de opiniãoTipos de opiniãoTipos de opiniãoTipos de opinião A opinião do auditor sobre demonstrações contábeis podem ser não modificadas ou modificadas. Uma opinião é considerada não modificada ou sem modificaçõesopinião é considerada não modificada ou sem modificaçõesopinião é considerada não modificada ou sem modificaçõesopinião é considerada não modificada ou sem modificações quando o auditor conclui que as demonstrações contábeis são elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável, ou seja, um padrão estabelecido, que no Brasil é denominado de práticas contábeis brasileiras e compreendem: (i) legislação societária, (ii) Normas Brasileiras de Contabilidade, emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), (iii) pronunciamentos, interpretações e orientações emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e homologados pelos órgãos reguladores, e (iv) práticas adotadas pelas entidades em assuntos não regulados, desde que atendam à NBC T 1 – Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis emitida pelo CFC e, por conseguinte, em consonância com as normas contábeis internacionais. Para formar essa opinião, o auditor deve concluir se obteve segurança razoável sobre se as demonstrações contábeis tomadas em conjunto não apresentam distorções relevantes, independentemente se causadas por fraude ou erro. Essa conclusão deve levar em consideração: (i) se foi obtida

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evidência apropriada e suficiente; (ii) se as distorções não corrigidas são relevantes, individualmente ou em conjunto; e (iii) outras avaliações que incluam a consideração dos aspectos qualitativos das práticas contábeis adotadas, incluindo indicadores de possível tendenciosidade nos julgamentos da administração. De forma específica, o auditor deve avaliar se: (a) as demonstrações contábeis divulgam adequadamente as práticas

contábeis; (b) as práticas contábeis são consistentes com a estrutura de relatório

financeiro aplicável e são apropriadas; (c) as estimativas contábeis feitas pela administração são razoáveis; (d) as informações apresentadas nas demonstrações contábeis são

relevantes, confiáveis, comparáveis e compreensíveis; (e) as demonstrações contábeis fornecem divulgações adequadas para

permitir que os usuários entendam o efeito de transações e eventos relevantes sobre as informações apresentadas;

(f) a terminologia usada nas demonstrações contábeis, incluindo o título é apropriada; e

(g) as demonstrações contábeis fazem referência ou descrevem adequadamente a prática contábil adotada.

O auditor deve modificar a opiniãoauditor deve modificar a opiniãoauditor deve modificar a opiniãoauditor deve modificar a opinião no seu relatório após discussão com a administração, se: (i) concluir, com base em evidência, que as demonstrações contábeis tomadas em conjunto apresentam distorções relevantes; ou (ii) não conseguir obter evidência apropriada e suficiente para concluir se as demonstrações tomadas em conjunto não apresentam distorções relevantes. Relatório do AuditorRelatório do AuditorRelatório do AuditorRelatório do Auditor O relatório do auditor independente, que deve ser por escrito, apresenta as seguintes características:. • TítuloTítuloTítuloTítulo: que indique claramente que é o relatório do auditor

independente, por exemplo, “Relatório do auditor independente”; • DestinatárioDestinatárioDestinatárioDestinatário: o relatório deve ser endereçado conforme exigido pelas

circunstâncias do trabalho, normalmente para os acionistas ou para os responsáveis pela governança da entidade;

• Parágrafo introdutórioParágrafo introdutórioParágrafo introdutórioParágrafo introdutório: deve: (i) identificar a entidade auditada; (ii) afirmar que as demonstrações contábeis foram auditadas; (iii) identificar o título de cada demonstração; (iv) fazer referência ao resumo das

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principais práticas contábeis e demais notas explicativas; e (v) especificar a data ou o período de cada demonstração.

• Responsabilidade da administração sResponsabilidade da administração sResponsabilidade da administração sResponsabilidade da administração sobre as demonstrações obre as demonstrações obre as demonstrações obre as demonstrações contábeiscontábeiscontábeiscontábeis: seção que descreve quem são os responsáveis pela elaboração das demonstrações contábeis. O relatório não precisa referir-se especificamente à “administração”, mas deve usar termo que é apropriado no contexto da estrutura legal.

• Responsabilidade do auditorResponsabilidade do auditorResponsabilidade do auditorResponsabilidade do auditor: seção que deve especificar que a responsabilidade do auditor é expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis.

• Descrição da auditoriaDescrição da auditoriaDescrição da auditoriaDescrição da auditoria: seção que deve descrever a auditoria especificando que: (i) a auditoria envolve a execução de procedimentos para obtenção de evidência a respeito dos valores e divulgações nas demonstrações contábeis; (ii) os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações contábeis, independentemente se causadas por fraude ou erro; e (iii) a auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas utilizadas e a razoabilidade das estimativas feitas pela administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações, tomadas em conjunto. Quando as demonstrações são elaboradas de acordo com uma estrutura de apresentação adequada, a descrição da auditoria deve referir-se a “elaboração e adequada apresentação das demonstrações contábeis pela entidade” ou “elaboração de demonstrações contábeis pela entidade que apresentam uma visão correta e adequada”.

• Opinião do auditorOpinião do auditorOpinião do auditorOpinião do auditor: ao expressar uma opinião não modificada sobre as demonstrações contábeis elaboradas de acordo com a estrutura de apresentação adequada, a opinião do auditor deve utilizar uma das seguintes frases: (i) as demonstrações contábeis apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, … de acordo com [a estrutura de relatório financeiro aplicável]; ou (ii) as demonstrações contábeis apresentam uma visão correta e adequada … de acordo com [a estrutura de relatório financeiro aplicável].

• Outras responsabilidades relativas à emissão do relatório de Outras responsabilidades relativas à emissão do relatório de Outras responsabilidades relativas à emissão do relatório de Outras responsabilidades relativas à emissão do relatório de auditoriaauditoriaauditoriaauditoria: seção com o subtítulo “Relatório do auditor independente sobre outros requisitos legais e regulatórios” ou de outra forma, conforme apropriado, se for requerido ao auditor tratar no seu relatório de outras responsabilidades em relação às demonstrações contábeis que são complementares à sua responsabilidade.

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• Assinatura do auditorAssinatura do auditorAssinatura do auditorAssinatura do auditor: em nome da firma de auditoria, em nome pessoal do auditor ou dos dois, conforme apropriado, incluindo sua qualificação profissional na área contábil;

• DataDataDataData: que não pode ser anterior à data em que o auditor obteve evidência apropriada e suficiente para fundamentar a sua opinião sobre as demonstrações contábeis.

• Endereço do auditor independenteEndereço do auditor independenteEndereço do auditor independenteEndereço do auditor independente Responsabilidade geralResponsabilidade geralResponsabilidade geralResponsabilidade geral Considerando que a opinião do auditor é fornecida sobre as demonstrações contábeis e que elas são elaboradas sob a responsabilidade da administração, o auditor não está em posição de concluir que foi obtida evidência apropriada e suficiente até que seja constatado que todas as demonstrações contábeis, incluindo as respectivas notas explicativas, foram elaboradas e que a administração aceitou a responsabilidade por elas. O auditor, em seu relatório, deve especificar que a auditoria foi conduzida em conformidade com as normas indicando sempre a origem delas. Deve esclarecer que essas normas requerem o cumprimento de exigências éticas, o planejamento das ações e aplicação de procedimentos adequados para se obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis não apresentem distorções relevantes. O relatório deve especificar se o auditor acredita que a evidência obtida é suficiente e apropriada para fundamentar a sua opinião. Caso o auditor, por exigência de lei ou regulamento, tenha que utilizar uma forma ou um texto especifico para elaborar o seu relatório, ele só pode se referir às normas de auditoria brasileiras ou internacionais se incluir, no mínimo, cada um dos seguintes elementos: (i) título; (ii) destinatário, conforme exigido pelas circunstâncias da contratação; (iii) parágrafo introdutório que identifica as demonstrações contábeis auditadas; (iv) descrição da responsabilidade da administração pela elaboração das demonstrações contábeis; (v) descrição da responsabilidade do auditor por expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis e o alcance da auditoria, que inclui: a) referência às normas de auditoria brasileiras e internacionais de auditoria e a lei ou regulamento; e b) descrição da auditoria de acordo com essas normas; (vi) parágrafo da opinião contendo a opinião expressa sobre as demonstrações contábeis e referência à estrutura de relatório financeiro aplicável utilizada para elaborar as demonstrações contábeis (práticas contábeis adotadas no Brasil ou, se for o caso, incluir a identificação de origem da estrutura de relatório financeiro aplicada); (vii)

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assinatura do auditor; (viii) data do relatório; e (ix) localidade em que o relatório foi emitido. Se auditor tiver que tratar no seu relatório de outras responsabilidades complementares em relação às demonstrações contábeis, de acordo com as normas de auditoria, essas outras responsabilidades devem ser tratadas em seção separada no relatório do auditor independente com o subtítulo "Relatório do auditor independente sobre outros requisitos legais e regulatórios". Quando o relatório do auditor se refere tanto às normas de auditoria nacionais ou específicas de outra jurisdição e as normas brasileiras de auditoria (NBC TAs), o relatório deve identificar a jurisdição de origem das normas de auditoria nacionais ou específicas. No caso de serem apresentadas informações suplementares com as demonstrações contábeis auditadas, não requeridas pela estrutura de relatório financeiro aplicável (práticas contábeis brasileiras), o auditor deve avaliar se essas informações suplementares estão claramente diferenciadas das demonstrações contábeis auditadas. ExemploExemploExemploExemplo de Relatório de Auditoriade Relatório de Auditoriade Relatório de Auditoriade Relatório de Auditoria sobre as demonstrações contábeis elaboradas de acordo com a estrutura de apresentação adequada (práticas contábeis adotadas no Brasil). RELATÓRIO DO(S) AUDITOR(ES) INDEPENDENTE(S) SOBRE AS RELATÓRIO DO(S) AUDITOR(ES) INDEPENDENTE(S) SOBRE AS RELATÓRIO DO(S) AUDITOR(ES) INDEPENDENTE(S) SOBRE AS RELATÓRIO DO(S) AUDITOR(ES) INDEPENDENTE(S) SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEISDEMONSTRAÇÕES CONTÁBEISDEMONSTRAÇÕES CONTÁBEISDEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS (Destinatário apropriado)(Destinatário apropriado)(Destinatário apropriado)(Destinatário apropriado) Examinamos as demonstrações contábeis da Companhia ABC, que compreendem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 20X1 e as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido, dos fluxos de caixa e do valor adicionado para o exercício findo naquela data, assim como o resumo das principais práticas contábeis e demais notas explicativas. (Responsabilidade da administração sobre as demonstrações contábeis)(Responsabilidade da administração sobre as demonstrações contábeis)(Responsabilidade da administração sobre as demonstrações contábeis)(Responsabilidade da administração sobre as demonstrações contábeis) A administração da Companhia é responsável pela elaboração e adequada apresentação dessas demonstrações contábeis de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e pelos controles internos que ela determinou como necessários para permitir a elaboração de demonstrações contábeis

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livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro. (Responsabilidade dos auditores independentes)(Responsabilidade dos auditores independentes)(Responsabilidade dos auditores independentes)(Responsabilidade dos auditores independentes) Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações contábeis com base em nossa auditoria, conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Essas normas requerem o cumprimento de exigências éticas pelos auditores e que a auditoria seja planejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis estão livres de distorção relevante. Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para obtenção de evidência a respeito dos valores e divulgações apresentados nas demonstrações contábeis. Os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações contábeis, independentemente se causada por fraude ou erro. Nessa avaliação de riscos, o auditor considera os controles internos relevantes para a elaboração e adequada apresentação das demonstrações contábeis da Companhia para planejar os procedimentos de auditoria que são apropriados nas circunstâncias, mas não para fins de expressar uma opinião sobre a eficácia desses controles internos da Companhia. Uma auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto. Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar nossa opinião. (Opinião)(Opinião)(Opinião)(Opinião) Em nossa opinião, as demonstrações contábeis acima referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Entidade ABC em 31 de dezembro de 20X1, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. [Local (localidade do escritório de auditoria que emitiu o relatório) e data do relatório do auditor independente] [Nome do auditor independente (pessoa física ou jurídica)] [Nome do profissional (sócio ou responsável técnico, no caso de o auditor ser pessoa jurídica)] [Números de registro no CRC da firma de auditoria e do profissional que assina o relatório] [Assinatura do auditor independente]

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Resolução CFC n.º 1.232/2009Resolução CFC n.º 1.232/2009Resolução CFC n.º 1.232/2009Resolução CFC n.º 1.232/2009

Aprova a NBC TA 705 Aprova a NBC TA 705 Aprova a NBC TA 705 Aprova a NBC TA 705 –––– Modificações na Opinião do Auditor Modificações na Opinião do Auditor Modificações na Opinião do Auditor Modificações na Opinião do Auditor IndependenteIndependenteIndependenteIndependente

Esta Norma versa sobre a responsabilidade do auditor de emitir um relatório com opinião modificada sobre as demonstrações contábeis. ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo O auditor deve expressar uma opinião modificada sobre as demonstrações contábeis quando: • concluir, com base em evidência, que as demonstrações contábeis como

um todo apresentam distorções relevantes; ou • não conseguir obter evidência apropriada e suficiente para concluir que

as demonstrações contábeis como um todo não apresentam distorções relevantes.

Tipos de opinião modificada Tipos de opinião modificada Tipos de opinião modificada Tipos de opinião modificada São tipos de opinião modificada: (i) com ressalva, (ii) opinião adversa e (iii) abstenção de opinião. A decisão sobre que tipo de opinião modificada é apropriada depende da: • natureza do assunto que deu origem à modificação, ou seja, se as

demonstrações contábeis apresentam distorção relevante ou, no caso de impossibilidade de obter evidência apropriada e suficiente, podem apresentar distorção relevante; e

• opinião do auditor sobre a disseminação dos efeitos reais ou possíveis do assunto sobre as demonstrações contábeis.

Pode surgir uma distorção relevante nas demonstrações contábeis em relação a: (i) adequação e aplicação de políticas contábeis; (ii) adequação das divulgações nas demonstrações contábeis. O auditor deve expressar uma opinião com ressalvaopinião com ressalvaopinião com ressalvaopinião com ressalva quando obtiver evidência apropriada e suficiente para concluir que as distorções, individualmente ou em conjunto, são relevantes, mas não generalizadas nas demonstrações contábeis; ou não obter evidência apropriada e suficiente para suportar sua opinião, mas possa concluir que os possíveis efeitos de

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distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes, mas não generalizados. O auditor deve expressar uma opinião adversaopinião adversaopinião adversaopinião adversa quando obtiver evidência apropriada e suficiente, mas concluir que as distorções, individualmente ou em conjunto, são relevantes e generalizadas nas demonstrações contábeis. O auditor deve absterabsterabsterabster----se de expressar uma opiniãose de expressar uma opiniãose de expressar uma opiniãose de expressar uma opinião quando não obter evidência apropriada e suficiente para suportar sua opinião e concluir que os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes e generalizadas. Atente que o auditor deve abster-se de expressar uma opinião quando, em circunstâncias extremamente raras envolvendo diversas incertezas, concluir que, independentemente de ter obtido evidência apropriada e suficiente sobre cada uma das incertezas, não é possível expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis devido à possível interação das incertezas e seu possível efeito cumulativo sobre essas demonstrações. Características especiaisCaracterísticas especiaisCaracterísticas especiaisCaracterísticas especiais Quando o auditor considera necessário expressar uma opinião adversa ou abster-se de expressar opinião sobre as demonstrações contábeis como um todo, o seu relatório não deve incluir uma opinião não modificada com relação à mesma estrutura de relatório financeiro sobre um quadro isolado das demonstrações contábeis ou sobre um ou mais elementos, contas ou itens específicos da demonstração contábil. Quando o auditor modifica a opinião sobre as demonstrações contábeis, ele deve, além dos elementos específicos requeridos pela norma sobre opinião não modificada (NBC TA 700), incluir um parágrafo no seu relatório que fornece uma descrição do assunto que deu origem à modificação. O auditor deve colocar esse parágrafo imediatamente antes do parágrafo da opinião, utilizando o título “Base para opinião com ressalva,” “Base para opinião adversa” ou “Base para abstenção de opinião”, conforme apropriado. Se houver uma distorção relevante nas demonstrações contábeis o auditor deve incluir no parágrafo contendo a base para a modificação uma descrição e a quantificação dos efeitos financeiros da distorção, a menos que seja impraticável.

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Se a modificação for decorrente da impossibilidade de obter evidência apropriada e suficiente, o auditor deve incluir as razões dessa impossibilidade no parágrafo contendo a base para a modificação. Mesmo que o auditor tenha emitido uma opinião adversa ou se absteve de expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis, ele deve descrever no parágrafo contendo a base para a modificação as razões para quaisquer outros assuntos dos quais ele está ciente que teriam requerido uma modificação da opinião, assim como os respectivos efeitos. Parágrafo de opiniãoParágrafo de opiniãoParágrafo de opiniãoParágrafo de opinião Quando o auditor modifica sua opinião deve usar o título “Opinião com ressalva,” “Opinião adversa” ou “Abstenção de Opinião”, conforme apropriado. Quando o auditor expressa uma opinião com ressalvaopinião com ressalvaopinião com ressalvaopinião com ressalva devido a uma distorção relevante nas demonstrações contábeis, ele deve declarar que, em sua opinião, exceto pelos efeitos do(s) assunto(s) descrito(s) no parágrafo sobre a base para opinião com ressalva: (i) as demonstrações contábeis estão apresentadas adequadamente, em todos os aspectos relevantes (ou apresentam uma visão verdadeira e justa), de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável; ou (ii) as demonstrações contábeis foram elaboradas adequadamente, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável. Quando a modificação é decorrente da impossibilidade de obter evidência apropriada e suficiente de auditoria, o auditor deve usar a correspondente frase “exceto pelos possíveis efeitos do(s) assunto(s) ...” para a opinião modificada. Quando o auditor expressa uma opinião adversaopinião adversaopinião adversaopinião adversa, ele deve especificar que, em sua opinião, devido à relevância do(s) assunto (s) descrito(s) no parágrafo sobre a base para opinião adversa: (i) as demonstrações contábeis não estão apresentadas adequadamente (ou não apresentam uma visão verdadeira e justa), de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável; ou (ii) as demonstrações contábeis não foram elaboradas adequadamente, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável. Quando o auditor se abstém de expressar uma opiniãose abstém de expressar uma opiniãose abstém de expressar uma opiniãose abstém de expressar uma opinião devido à impossibilidade de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente, ele deve especificar que: (i) devido à relevância do(s) assunto(s) descrito(s) no parágrafo sobre a base para abstenção de opinião, o auditor não conseguiu

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obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar sua opinião de auditoria; e, consequentemente, (ii) o auditor não expressa opinião sobre as demonstrações contábeis. Responsabilidade do auditorResponsabilidade do auditorResponsabilidade do auditorResponsabilidade do auditor A impossibilidade do auditor de obter evidência apropriada e suficiente (também denominada como limitação no alcance da auditoria) pode ser decorrente de: (i) circunstâncias que estão fora do controle da entidade; (ii) circunstâncias relacionadas à natureza ou à época do trabalho do auditor; ou (iii) limitações impostas pela administração. Quando o auditor expressa uma opinião com ressalva ou adversa, ele deve alterar a descrição de sua responsabilidade no relatório para especificar que ele acredita que a evidência é suficiente e apropriada para fundamentar sua opinião. Quando o auditor se abstém de expressar uma opinião, ele deve alterar o parágrafo introdutório do relatório para especificar que foi contratado para examinar as demonstrações contábeis. Também deve alterar a descrição da sua responsabilidade e a descrição do alcance da auditoria para especificar que: “Em decorrência do(s) assunto (s) descrito(s) no parágrafo sobre a base para abstenção de opinião, não conseguimos obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar uma opinião de auditoria.” A tabela a seguir mostra como a opinião do auditor sobre a natureza do assunto que gerou a modificação, e a disseminação de forma generalizada dos seus efeitos ou possíveis efeitos sobre as demonstrações contábeis, afeta o tipo de opinião a ser expressa.

Julgamento do auditor sobre a disseminação de forma generalizada dos efeitos ou possíveis efeitos sobre as demonstrações contábeis

Natureza do assunto que gerou a modificação Relevante mas não

generalizado Relevante e generalizado

As demonstrações contábeis apresentam distorções relevantes

Opinião com ressalva

Opinião adversa

Impossibilidade de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente

Opinião com ressalva Abstenção de opinião

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Forma e conteúdo do relatório do auditor independente com opinião Forma e conteúdo do relatório do auditor independente com opinião Forma e conteúdo do relatório do auditor independente com opinião Forma e conteúdo do relatório do auditor independente com opinião modificadamodificadamodificadamodificada A consistência no relatório do auditor ajuda a promover o entendimento dos usuários e a identificar circunstâncias não usuais quando ocorrem. Consequentemente, embora a uniformidade na redação de uma opinião modificada e na descrição da base para a modificação possa não ser possível, é necessário que haja consistência na forma e no conteúdo do relatório do auditor. Exemplos de relatórios dos auditores independentes com opinião modificada: (1) Opinião com ressalva devido à distorção relevante nas demonstrações contábeis. (2) Opinião adversa devido à distorção relevante nas demonstrações contábeis. (3) Opinião com ressalva devido à impossibilidade do auditor em obter evidência apropriada e suficiente de auditoria. (4) Abstenção de opinião devido à impossibilidade de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre um único elemento das demonstrações contábeis. (5) Abstenção de opinião devido à impossibilidade de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre diversos elementos das demonstrações contábeis. Exemplo 1: RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEISCONTÁBEISCONTÁBEISCONTÁBEIS [Destinatário apropriado][Destinatário apropriado][Destinatário apropriado][Destinatário apropriado] Examinamos as demonstrações contábeis da Companhia ABC, que compreendem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 20X1 e as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido, dos fluxos de caixa e do valor adicionado para o exercício findo naquela data, assim como o resumo das principais práticas contábeis e demais notas explicativas. Responsabilidade da administração da Companhia sResponsabilidade da administração da Companhia sResponsabilidade da administração da Companhia sResponsabilidade da administração da Companhia sobre as demonstrações obre as demonstrações obre as demonstrações obre as demonstrações contábeiscontábeiscontábeiscontábeis A administração da Companhia é responsável pela elaboração e adequada apresentação dessas demonstrações contábeis de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e pelos controles internos que ela determinou como necessários para permitir a elaboração de demonstrações contábeis livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro. Responsabilidade dos auditores independentesResponsabilidade dos auditores independentesResponsabilidade dos auditores independentesResponsabilidade dos auditores independentes

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Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações contábeis com base em nossa auditoria, conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Essas normas requerem o cumprimento de exigências éticas pelos auditores e que a auditoria seja planejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis estão livres de distorção relevante. Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para obtenção de evidência a respeito dos valores e divulgações apresentados nas demonstrações contábeis. Os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações contábeis, independentemente se causada por fraude ou erro. Nessa avaliação de riscos, o auditor considera os controles internos relevantes para a elaboração e adequada apresentação das demonstrações contábeis da Companhia para planejar os procedimentos de auditoria que são apropriados nas circunstâncias, mas não para fins de expressar uma opinião sobre a eficácia desses controles internos da Companhia. Uma auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto. Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar nossa opinião. Base para opinião com ressalvaBase para opinião com ressalvaBase para opinião com ressalvaBase para opinião com ressalva Os estoques da Companhia estão apresentados no balanço patrimonial por $ xxx. A administração não avaliou os estoques pelo menor valor entre o custo e o valor líquido de realização, mas somente pelo custo, o que representa um desvio em relação às práticas contábeis adotadas no Brasil. Os registros da Companhia indicam que se a administração tivesse avaliado os estoques pelo menor valor entre o custo e o valor líquido de realização, teria sido necessário uma provisão de $ xxx para reduzir os estoques ao valor líquido de realização. Consequentemente, o lucro líquido e o patrimônio líquido teriam sido reduzidos em $ xxx e $ xxx, respectivamente, após os efeitos tributários. Opinião com ressalvaOpinião com ressalvaOpinião com ressalvaOpinião com ressalva Em nossa opinião, exceto pelos efeitos do assunto descrito no parágrafo Base para opinião com ressalva, as demonstrações contábeis acima referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Companhia ABC em 31 de dezembro de 20X1, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. [Local (localidade do escritório de auditoria que emitiu o relatório)] [Data do relatório do auditor independente] [Nome do auditor independente (pessoa física ou jurídica)] [Nome do profissional (sócio ou responsável técnico, no caso de o auditor ser pessoa jurídica)] [Números de registro no CRC da firma de auditoria e do profissional que assina o relatório] [Assinatura do auditor independente]

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Exemplo 2: RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕRELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕRELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕRELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES ES ES ES CONTÁBEISCONTÁBEISCONTÁBEISCONTÁBEIS [Destinatário apropriado][Destinatário apropriado][Destinatário apropriado][Destinatário apropriado] (Idem ao Exemplo 1) Responsabildade da administração da Companhia sobre as demonstrações Responsabildade da administração da Companhia sobre as demonstrações Responsabildade da administração da Companhia sobre as demonstrações Responsabildade da administração da Companhia sobre as demonstrações contábeis consolidadascontábeis consolidadascontábeis consolidadascontábeis consolidadas (Idem ao Exemplo 1) Responsabilidade dos auditores independentesResponsabilidade dos auditores independentesResponsabilidade dos auditores independentesResponsabilidade dos auditores independentes

(Idem ao Exemplo 1) Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar nossa opinião adversa. Base para opinião adversaBase para opinião adversaBase para opinião adversaBase para opinião adversa Conforme explicado na Nota X, a Companhia não consolidou as demonstrações contábeis da controlada XYZ, que foi adquirida durante 20X1, devido não ter sido possível determinar os valores justos de certos ativos e passivos relevantes dessa controlada na data da aquisição. Esse investimento, portanto, está contabilizado com base no custo. De acordo com as normas internacionais de relatório financeiro, a controlada deveria ter sido consolidada. Se a controlada XYZ tivesse sido consolidada, muitos elementos nas demonstrações contábeis teriam sido afetados de forma relevante. Os efeitos da não consolidação sobre as demonstrações contábeis não foram determinados. Opinião adversaOpinião adversaOpinião adversaOpinião adversa Em nossa opinião, devido à importância do assunto discutido no parágrafo Base para opinião adversa, as demonstrações contábeis consolidadas não apresentam adequadamente a posição patrimonial e financeira consolidada da Companhia ABC e suas controladas em 31 de dezembro de 20X1, o desempenho consolidado das suas operações e os fluxos de caixa consolidados para o exercício findo em 31 de dezembro de 20X1 de acordo com as normas internacionais de relatório financeiro. [Local (localidade do escritório de auditoria que emitiu o relatório)] [Data do relatório do auditor independente] [Nome do auditor independente (pessoa física ou jurídica)] [Nome do profissional (sócio ou responsável técnico, no caso de o auditor ser pessoa jurídica)] [Números de registro no CRC da firma de auditoria e do profissional que assina o relatório] [Assinatura do auditor independente]

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O Essencial das Normas de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica

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Exemplo 3: RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEISCONTÁBEISCONTÁBEISCONTÁBEIS [Destinatário apropriado][Destinatário apropriado][Destinatário apropriado][Destinatário apropriado] (Idem ao Exemplo 1) Responsabilidade da administração da Companhia sobre as demonstrações Responsabilidade da administração da Companhia sobre as demonstrações Responsabilidade da administração da Companhia sobre as demonstrações Responsabilidade da administração da Companhia sobre as demonstrações contábeiscontábeiscontábeiscontábeis (Idem ao Exemplo 1) Responsabilidade dos auditores independentesResponsabilidade dos auditores independentesResponsabilidade dos auditores independentesResponsabilidade dos auditores independentes (Idem ao Exemplo 1) Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar nossa opinião com ressalva. Base para opinião com ressalvaBase para opinião com ressalvaBase para opinião com ressalvaBase para opinião com ressalva O investimento da Companhia ABC na Empresa XYZ, uma coligada estrangeira adquirida durante o exercício e contabilizada pelo método de equivalência patrimonial, está registrado por $ xxx no balanço patrimonial em 31 de dezembro de 20X1, e a participação da Companhia ABC no lucro líquido da Empresa XYZ de $ xxx está incluído no resultado do exercício findo em 31 de dezembro de 20X1 da Companhia ABC. Não nos foi possível obter evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre o valor contábil do investimento da Companhia ABC na Empresa XYZ em 31 de dezembro de 20X1 e da participação dela no lucro líquido da investida XYZ em razão de não termos tido acesso às informações contábeis, à administração e aos auditores da Empresa XYZ. Consequentemente, não nos foi possível determinar se havia necessidade de ajustar esses valores. Opinião com ressalvaOpinião com ressalvaOpinião com ressalvaOpinião com ressalva Em nossa opinião, exceto pelos possíveis efeitos do assunto descrito no parágrafo Base para opinião com ressalva, as demonstrações contábeis acima referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Companhia ABC em 31 de dezembro de 20X1, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. [Local (localidade do escritório de auditoria que emitiu o relatório)] [Data do relatório do auditor independente] [Nome do auditor independente (pessoa física ou jurídica)] [Nome do profissional (sócio ou responsável técnico, no caso de o auditor ser pessoa jurídica)] [Números de registro no CRC da firma de auditoria e do profissional que assina o relatório] [Assinatura do auditor independente]

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Exemplo 4: RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEISCONTÁBEISCONTÁBEISCONTÁBEIS [Destinatário apropriado][Destinatário apropriado][Destinatário apropriado][Destinatário apropriado] Fomos contratados para examinar as demonstrações contábeis da Companhia ABC, que compreendem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 20X1 e as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido, dos fluxos de caixa e do valor adicionado para o exercício findo naquela data, assim como o resumo das principais práticas contábeis e demais notas explicativas. Responsabilidade Responsabilidade Responsabilidade Responsabilidade da administração da Companhia sobre as demonstrações da administração da Companhia sobre as demonstrações da administração da Companhia sobre as demonstrações da administração da Companhia sobre as demonstrações contábeiscontábeiscontábeiscontábeis A administração da Companhia é responsável pela elaboração e adequada apresentação dessas demonstrações contábeis de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e pelos controles internos que ela determinou como necessários para permitir a elaboração de demonstrações contábeis livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro. Responsabilidade dos auditores independentesResponsabilidade dos auditores independentesResponsabilidade dos auditores independentesResponsabilidade dos auditores independentes Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações contábeis com base em nossa auditoria, conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Em decorrência do assunto descrito no parágrafo Base para abstenção de opinião, não nos foi possível obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar nossa opinião de auditoria. Base para abstenção de opiniãoBase para abstenção de opiniãoBase para abstenção de opiniãoBase para abstenção de opinião O investimento da empresa no empreendimento XYZ (localizado no País X e cujo controle é mantido de forma compartilhada) está registrado por $ xxx no balanço patrimonial da Companhia ABC, que representa mais de 90% do seu patrimônio líquido em 31 de dezembro de 20X1. Não nos foi permitido o acesso à administração e aos auditores da XYZ, incluindo a documentação de auditoria do auditor da XYZ. Consequentemente, não nos foi possível determinar se havia necessidade de ajustes em relação à participação proporcional da Companhia nos ativos da XYZ, que ela controla em conjunto, assim como sua participação proporcional nos passivos da XYZ pelos quais ela é responsável em conjunto, e sua participação proporcional nas receitas, despesas e nos elementos componentes das demonstrações das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa do exercício findo naquela data. Abstenção de oAbstenção de oAbstenção de oAbstenção de opiniãopiniãopiniãopinião Devido à relevância do assunto descrito no parágrafo Base para abstenção de opinião, não nos foi possível obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar nossa opinião de auditoria. Consequentemente, não expressamos uma opinião sobre as demonstrações contábeis acima referidas. [Local (localidade de escritório de auditoria que emitiu o relatório)]

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[Data do relatório do auditor independente] [Nome do auditor independente (pessoa física ou jurídica)] [Nome do profissional (sócio ou responsável técnico, no caso de o auditor ser pessoa jurídica)] [Números de registro no CRC da firma de auditoria e do profissional que assina o relatório] [Assinatura do auditor independente]

Exemplo 5: RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DRELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DRELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DRELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES EMONSTRAÇÕES EMONSTRAÇÕES EMONSTRAÇÕES CONTÁBEISCONTÁBEISCONTÁBEISCONTÁBEIS [Destinatário apropriado][Destinatário apropriado][Destinatário apropriado][Destinatário apropriado] (Idem ao Exemplo 4) Responsabilidade da administração da Companhia sobre as demonstrações Responsabilidade da administração da Companhia sobre as demonstrações Responsabilidade da administração da Companhia sobre as demonstrações Responsabilidade da administração da Companhia sobre as demonstrações contábeiscontábeiscontábeiscontábeis (Idem ao Exemplo 4) Responsabilidade dos auditores independentesResponsabilidade dos auditores independentesResponsabilidade dos auditores independentesResponsabilidade dos auditores independentes (Idem ao Exemplo 4). Base para absBase para absBase para absBase para abstenção de opiniãotenção de opiniãotenção de opiniãotenção de opinião Fomos nomeados auditores da Companhia ABC após 31 de dezembro de 20X1 e, portanto, não acompanhamos a contagem física dos estoques no início e no final do exercício. Não foi possível nos satisfazer por meios alternativos quanto às quantidades em estoque em 31 de dezembro de 20X0 e 20X1 que estão registradas no balanço patrimonial por $ xxx e $ xxx, respectivamente. Adicionalmente, a introdução do novo sistema informatizado de contas a receber em setembro de 20X1 resultou em diversos erros no saldo das contas a receber. Na data do nosso relatório de auditoria, a administração ainda estava no processo de sanar as deficiências do sistema e de corrigir os erros. Não conseguimos confirmar ou verificar por meios alternativos as contas a receber incluídas no balanço patrimonial no valor total de $ xxx em 31 de dezembro de 20X1. Em decorrência desses assuntos, não foi possível determinar se teria havido necessidade de efetuar ajustes em relação aos estoques registrados ou não registrados e no saldo de contas a receber, assim como nos elementos componentes das demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa. Abstenção de opiniãoAbstenção de opiniãoAbstenção de opiniãoAbstenção de opinião Devido à relevância dos assuntos descritos no parágrafo Base para abstenção de opinião, não nos foi possível obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar nossa opinião de auditoria. Consequentemente, não expressamos opinião sobre as demonstrações contábeis acima referidas. [Local (localidade do escritório de auditoria que emitiu o relatório)] [Data do relatório do auditor independente] [Nome do auditor independente (pessoa física ou jurídica)]

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[Nome do profissional (sócio ou responsável técnico, no caso de o auditor ser pessoa jurídica)] [Números de registro no CRC da firma de auditoria e do profissional que assina o relatório] [Assinatura do auditor independente]

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Resolução CFC n.º 1.233/2009Resolução CFC n.º 1.233/2009Resolução CFC n.º 1.233/2009Resolução CFC n.º 1.233/2009 Aprova a NBC TA 706 Aprova a NBC TA 706 Aprova a NBC TA 706 Aprova a NBC TA 706 –––– Parágrafos de Ênfase e Parágrafos de Outros Parágrafos de Ênfase e Parágrafos de Outros Parágrafos de Ênfase e Parágrafos de Outros Parágrafos de Ênfase e Parágrafos de Outros

Assuntos no Relatório do Auditor IndependenteAssuntos no Relatório do Auditor IndependenteAssuntos no Relatório do Auditor IndependenteAssuntos no Relatório do Auditor Independente Esta Norma versa sobre comunicações adicionais incluídas no relatório do auditor, quando esse considerar necessário para: (i) chamar a atenção dos usuários para assuntos apresentados ou divulgados nas demonstrações contábeis, de tal relevância que são fundamentais para o entendimento dessas; ou (ii) chamar a atenção dos usuários para quaisquer assuntos que não os apresentados ou divulgados nas demonstrações contábeis e que sejam relevantes para o usuário entender a auditoria, a responsabilidade do auditor ou o relatório de auditoria. DefiniçõesDefiniçõesDefiniçõesDefinições • Parágrafo de ênfaseParágrafo de ênfaseParágrafo de ênfaseParágrafo de ênfase é o parágrafo incluído no relatório referente a um

assunto apropriadamente apresentado ou divulgado nas demonstrações contábeis que, de acordo com o julgamento do auditor, é de tal importância, que é fundamental para o entendimento dessas demonstrações.

• Parágrafo de outros assuntosParágrafo de outros assuntosParágrafo de outros assuntosParágrafo de outros assuntos é o parágrafo incluído no relatório que se

refere a um assunto não apresentado ou não divulgado nas demonstrações contábeis e que, de acordo com o julgamento do auditor, é relevante para os usuários entenderem a auditoria, a responsabilidade do auditor ou o relatório.

Uso do parágrafo de ênfaseUso do parágrafo de ênfaseUso do parágrafo de ênfaseUso do parágrafo de ênfase Quando o auditor utilizar um parágrafo de ênfaseparágrafo de ênfaseparágrafo de ênfaseparágrafo de ênfase no relatório, ele deve: (i) incluí-lo imediatamente após o parágrafo de opinião; (ii) usar o título “Ênfase” ou outro título apropriado; (iii) incluir no parágrafo uma referência clara ao assunto enfatizado e à nota explicativa que descreva de forma completa o assunto; e (iv) indicar que sua opinião não se modifica no que diz respeito ao assunto enfatizado. Um parágrafo de ênfase pode ser necessário quando existir incerteza relativa ao desfecho futuro de litígio excepcional ou ação regulatória; houver aplicação antecipada (quando permitido) de nova norma contábil (por exemplo, nova prática contábil com efeito disseminado de forma generalizada nas demonstrações contábeis, antes da sua data de vigência;

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ocorrer grande catástrofe que tenha tido, ou continue a ter, efeito significativo sobre a posição patrimonial e financeira da entidade. A inclusão de parágrafo de ênfase no relatório não afeta a opinião do auditor. Parágrafo de outros assuntosParágrafo de outros assuntosParágrafo de outros assuntosParágrafo de outros assuntos O auditor deve incluir parágrafos de outros assuntosparágrafos de outros assuntosparágrafos de outros assuntosparágrafos de outros assuntos no relatório com o título “Outros assuntos” ou outro apropriado, imediatamente após o parágrafo de opinião e de qualquer parágrafo de ênfase, ou em outra parte do relatório, se o conteúdo do parágrafo de outros assuntos for relevante para a seção “Outras Responsabilidades de Relatório”. Uso do parágrafo de outros assuntosUso do parágrafo de outros assuntosUso do parágrafo de outros assuntosUso do parágrafo de outros assuntos O auditor pode considerar necessário incluir parágrafo de outros assuntos no relatório para explicar porque não é possível renunciar ao trabalho, embora o possível efeito não se obter evidência apropriada esteja disseminado de forma generalizada, devido a uma limitação do alcance da auditoria imposta pela administração, bem como quando a lei, regulamento ou prática geralmente aceita exigem ou permitem que o auditor detalhe assuntos que forneçam explicação adicional de suas responsabilidades na auditoria das demonstrações contábeis ou do relatório sobre essas. O parágrafo de outros assuntos não trata de circunstâncias em que o auditor tenha outras responsabilidades no relatório além daquela segundo as normas de auditoria para apresentar o relatório sobre as demonstrações contábeis ou em que se peça a ele que execute e apresente relatório sobre procedimentos adicionais especificados, ou que expresse uma opinião sobre assuntos específicos. Exemplo de relatório de auditoria que inclui parágrafo de ênfase RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENRELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENRELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENRELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES(1) SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES DENTES(1) SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES DENTES(1) SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES DENTES(1) SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEISCONTÁBEISCONTÁBEISCONTÁBEIS [Destinatário apropriado][Destinatário apropriado][Destinatário apropriado][Destinatário apropriado] Examinamos as demonstrações contábeis da Companhia ABC, que compreendem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 20X1 e as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido, dos fluxos de caixa e do valor adicionado para o exercício findo naquela data, assim como o resumo das principais práticas contábeis e demais notas explicativas.

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Responsabilidade da administração da Companhia pelas demonstrações contábeiResponsabilidade da administração da Companhia pelas demonstrações contábeiResponsabilidade da administração da Companhia pelas demonstrações contábeiResponsabilidade da administração da Companhia pelas demonstrações contábeissss A Administração da Companhia é responsável pela elaboração e adequada apresentação dessas demonstrações contábeis de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, e pelos controles internos que ela determinou como necessários para permitir a elaboração de demonstrações contábeis livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro. Responsabilidade dos auditores independentesResponsabilidade dos auditores independentesResponsabilidade dos auditores independentesResponsabilidade dos auditores independentes Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações contábeis com base em nossa auditoria, conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Essas normas requerem o cumprimento de exigências éticas pelos auditores e que a auditoria seja planejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis estão livres de distorção relevante. Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para obtenção de evidência a respeito dos valores e divulgações apresentados nas demonstrações contábeis. Os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção relevante das demonstrações contábeis, independentemente se causada por fraude ou erro. Nessa avaliação de riscos, o auditor considera os controles internos relevantes para a elaboração e adequada apresentação das demonstrações contábeis da Companhia para planejar os procedimentos de auditoria que são apropriados nas circunstâncias, mas não para fins de expressar uma opinião sobre a eficácia desses controles internos da Companhia. Uma auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto. Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar nossa opinião de auditoria com ressalva. Base para opinião com ressalvaBase para opinião com ressalvaBase para opinião com ressalvaBase para opinião com ressalva As aplicações financeiras em títulos e valores mobiliários destinadas à negociação da Companhia estão apresentadas no balanço patrimonial por $ xxx. A administração não ajustou essas aplicações ao valor de mercado na data do balanço, ao invés disso, apresentou tais aplicações pelo valor de custo, o que constitui um desvio em relação às práticas contábeis adotadas no Brasil. Os registros da Companhia indicam que se a administração tivesse apresentado essas aplicações ao valor de mercado, a Companhia teria reconhecido a perda não realizada de $ xxx na demonstração do resultado para o exercício findo em .... O valor contábil das aplicações em títulos e valores mobiliários no balanço patrimonial teria sido reduzido no mesmo valor em 31 de dezembro de 20X1 e o resultado líquido, assim como o patrimônio líquido teriam sido reduzidos em $ xxx e $ yyy, respectivamente, após os efeitos tributários. Opinião com ressalvaOpinião com ressalvaOpinião com ressalvaOpinião com ressalva Em nossa opinião, exceto pelos efeitos do assunto descrito no parágrafo Base para a opinião com ressalva, as demonstrações contábeis acima referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da

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Companhia ABC em 31 de dezembro de 20X1, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. Ênfase Chamamos à atenção para a Nota X às demonstrações contábeis, que descreve a incerteza(8) relacionada com o resultado da ação judicial movida contra a Companhia pela Empresa XYZ. Nossa opinião não contém ressalva relacionada a esse assunto. [Local (localidade do escritório de auditoria que emitiu o relatório)] [Data do relatório do auditor independente] [Nome do auditor independente (pessoa física ou jurídica)] [Nome do profissional (sócio ou responsável técnico, no caso de o auditor ser pessoa jurídica)] [Números de registro no CRC da firma de auditoria e do profissional que assina o relatório] [Assinatura do auditor independente]

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O Essencial das Normas de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica

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Resolução CFC n.º 1.234/2009Resolução CFC n.º 1.234/2009Resolução CFC n.º 1.234/2009Resolução CFC n.º 1.234/2009 Aprova a NBC TA 710 Aprova a NBC TA 710 Aprova a NBC TA 710 Aprova a NBC TA 710 –––– Informações Comparativas Informações Comparativas Informações Comparativas Informações Comparativas –––– Valores Valores Valores Valores Correspondentes e Correspondentes e Correspondentes e Correspondentes e Demonstrações Contábeis ComparativasDemonstrações Contábeis ComparativasDemonstrações Contábeis ComparativasDemonstrações Contábeis Comparativas

Esta Norma versa sobre a responsabilidade do auditor em relação às informações comparativas na auditoria de demonstrações contábeis. DefiniçõesDefiniçõesDefiniçõesDefinições • IIIInformações comparativasnformações comparativasnformações comparativasnformações comparativas compreendem os valores e as divulgações

incluídas nas demonstrações contábeis referentes a um ou mais períodos anteriores de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável. No Brasil, a Estrutura Conceitual para Elaboração e Apresentação de Demonstrações Contábeis para fins gerais destaca a importância de que as informações contábeis do ano corrente apresentem as correspondentes informações de períodos anteriores, de forma consistente com a Lei das Sociedades Anônimas.

• VVVValores correspondentesalores correspondentesalores correspondentesalores correspondentes são informações comparativas onde os

valores e outras divulgações do período anterior são parte integrante das demonstrações contábeis do período corrente e devem ser lidas somente em relação aos valores e outras divulgações relacionados ao período corrente (denominados “valores do período corrente”).

Objetivos do auditorObjetivos do auditorObjetivos do auditorObjetivos do auditor Objetivos do auditor são: (a) obter evidência sobre se as informações comparativas incluídas nas demonstrações contábeis foram apresentadas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com os requisitos para informações comparativas na estrutura de relatório financeiro aplicável; e (b) emitir relatório de acordo com as suas responsabilidades. Procedimentos de auditoriaProcedimentos de auditoriaProcedimentos de auditoriaProcedimentos de auditoria O auditor deve determinar se as demonstrações contábeis incluem as informações comparativas requeridas pela estrutura de relatório financeiro aplicável e se essas informações estão classificadas adequadamente e, para tanto, o auditor deve avaliar se: (a) as informações comparativas compreendem os valores e outras divulgações apresentados no período anterior ou, quando apropriado, se foram retificadas; e (b) as políticas contábeis refletidas nas informações comparativas são consistentes com as aplicadas no período corrente ou, se houve mudanças nas políticas

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contábeis, se essas mudanças foram registradas de maneira apropriada e adequadamente apresentadas e divulgadas. Representação formalRepresentação formalRepresentação formalRepresentação formal O auditor deve solicitar representações formais para todos os períodos mencionados na sua opinião. O auditor deve obter, também, uma representação formal específica sobre qualquer atualização feita para corrigir distorção relevante nas demonstrações contábeis do período anterior que afeta as informações comparativas. Relatório de auditoria Relatório de auditoria Relatório de auditoria Relatório de auditoria Se o relatório do auditor no período anterior incluiu uma opinião com ressalva, adversa ou abstenção de opinião e o assunto que gerou a modificação não está resolvido, o auditor deve incluir modificação na sua opinião sobre as demonstrações contábeis do período corrente. No parágrafo sobre a base para a modificação no relatório, o auditor deve: (a) mencionar os valores do período corrente e os valores correspondentes na descrição do assunto que gerou a modificação quando os efeitos ou possíveis efeitos do assunto sobre os valores do período corrente são relevantes; ou (b) em outros casos, explicar que a opinião da auditoria contém modificação em decorrência dos efeitos ou possíveis efeitos do assunto não resolvido sobre a comparabilidade dos valores do período corrente e dos valores correspondentes. Se o auditor obtém evidência de que existe distorção relevante nas demonstrações contábeis do período anterior sobre as quais foi emitida anteriormente uma opinião sem modificação e os valores correspondentes não foram adequadamente ajustados ou não foram feitas divulgações apropriadas, o auditor deve expressar uma opinião com ressalva ou uma opinião adversa no seu relatório sobre as demonstrações contábeis do período corrente. Essa opinião com ressalva ou adversa é sobre o efeito na comparação dos valores correntes com relação aos valores correspondentes nelas incluídos. Se as demonstrações contábeis do período anterior foram examinadas por outro auditor e o auditor atual não está proibido por lei ou regulamento de mencionar o relatório do auditor antecessor sobre os valores correspondentes e decide fazer isso, ele deve especificar em um parágrafo de “Outros Assuntos” no seu relatório: (a) que as demonstrações contábeis do período anterior foram examinadas por um auditor antecessor; (b) o tipo

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de opinião expressa pelo auditor antecessor e, se essa opinião conteve modificação, as razões para a modificação; e (c) a data desse relatório. Se as demonstrações contábeis do período anterior não foram auditadas, o auditor deve especificar em um parágrafo de “Outros Assuntos” no seu relatório que os valores correspondentes não foram auditados. Essa declaração, contudo, não isenta o auditor do requisito de obter evidência apropriada e suficiente sobre se os saldos iniciais contêm distorções que afetam de forma relevante as demonstrações contábeis do período corrente.

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Resolução CFC n.º 1.235/2009Resolução CFC n.º 1.235/2009Resolução CFC n.º 1.235/2009Resolução CFC n.º 1.235/2009 Aprova a NBC TA 720 Aprova a NBC TA 720 Aprova a NBC TA 720 Aprova a NBC TA 720 –––– Responsabilidade do Auditor em Relação a Responsabilidade do Auditor em Relação a Responsabilidade do Auditor em Relação a Responsabilidade do Auditor em Relação a Outras Informações Incluídas em Documentos que Contenham Outras Informações Incluídas em Documentos que Contenham Outras Informações Incluídas em Documentos que Contenham Outras Informações Incluídas em Documentos que Contenham

Demonstrações Contábeis AuditadasDemonstrações Contábeis AuditadasDemonstrações Contábeis AuditadasDemonstrações Contábeis Auditadas Esta Norma versa sobre a responsabilidade do auditor em relação a outras informações incluídas em documentos que contenham demonstrações contábeis auditadas e o respectivo relatório do auditor independente. DefiniçDefiniçDefiniçDefiniçõesõesõesões • Documentos que contenham demonstrações contábeis auditadasDocumentos que contenham demonstrações contábeis auditadasDocumentos que contenham demonstrações contábeis auditadasDocumentos que contenham demonstrações contábeis auditadas

referem-se a relatórios anuais (ou documentos similares), que são emitidos para proprietários (ou partes interessadas), que contenham demonstrações contábeis auditadas e o respectivo relatório do auditor.

• InconsistênciaInconsistênciaInconsistênciaInconsistência compreende outras informações que contradizem as

informações contidas nas demonstrações contábeis auditadas. • DDDDistorçãoistorçãoistorçãoistorção compreende outras informações, não relacionadas com os

assuntos que aparecem nas demonstrações contábeis auditadas, que estão demonstradas ou apresentadas de forma incorreta.

ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo O objetivo do auditor é responder adequadamente quando documentos que contêm demonstrações contábeis auditadas e o respectivo relatório do auditor incluem outras informações que poderiam prejudicar a credibilidade dessas demonstrações e do relatório do auditor. O auditor deve ler as outras informações para identificar inconsistências relevantes, se houver, com as demonstrações contábeis auditadas. Outras informaçõesOutras informaçõesOutras informaçõesOutras informações Outras informações podem conter, por exemplo: relatório da administração ou dos responsáveis pela governança sobre operações; resumos ou destaques financeiros; dados sobre emprego; dispêndios planejados de capital; índices financeiros; nomes de diretores e conselheiros; dados trimestrais selecionados.

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O Essencial das Normas de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica

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As outras informações não compreendem, por exemplo: um comunicado à imprensa ou memorando de encaminhamento, tal como uma carta de apresentação, que acompanha o documento que contém demonstrações contábeis auditadas e o respectivo relatório do auditor; informações incluídas em informativos de analistas; informações incluídas no site da entidade. Responsabilidade do auditorResponsabilidade do auditorResponsabilidade do auditorResponsabilidade do auditor Na ausência de qualquer requisito nas circunstâncias específicas do trabalho, a opinião do auditor não abrange outras informações e o auditor não tem responsabilidade específica por determinar se as outras informações estão adequadamente demonstradas ou não. Entretanto, o auditor lê as outras informações porque a credibilidade das demonstrações contábeis auditadas pode estar prejudicada por inconsistências relevantes entre essas demonstrações e as outras informações. ProcedimentoProcedimentoProcedimentoProcedimento Se há inconsistência relevante em outras informações obtidas antes da data do relatório do auditor e quando a administração se recusa a retificar as outras informações, o auditor pode basear qualquer decisão sobre qual medida adicional tomar, considerando os seus consultores legais. Se há inconsistência relevante identificada em outras informações obtidas após a data do relatório do auditor e quando a administração concorda em retificar as outras informações, os procedimentos do auditor podem incluir revisão das providências tomadas pela administração para assegurar que as pessoas que receberam as demonstrações contábeis emitidas anteriormente, o respectivo relatório do auditor e as outras informações, sejam informadas sobre a retificação. Quando a administração se recusa a fazer a retificação de outras informações que o auditor conclui ser necessária, as medidas adicionais apropriadas a serem tomadas podem incluir a obtenção de assessoramento legal. Ao discutir uma aparente distorção relevante com a administração, o auditor pode não ser capaz de avaliar a veracidade de algumas divulgações incluídas nas outras informações e as respostas da administração às suas indagações, e pode concluir que existem diferenças válidas de julgamento ou de opinião.

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Série 800 – Considerações Especiais

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Resolução CFC n.º 1.236/2009Resolução CFC n.º 1.236/2009Resolução CFC n.º 1.236/2009Resolução CFC n.º 1.236/2009 Aprova a NBC TA 800 Aprova a NBC TA 800 Aprova a NBC TA 800 Aprova a NBC TA 800 –––– Considerações Especiais Considerações Especiais Considerações Especiais Considerações Especiais –––– Auditorias de Auditorias de Auditorias de Auditorias de

Demonstrações Contábeis Elaboradas de Acordo com Estruturas de Demonstrações Contábeis Elaboradas de Acordo com Estruturas de Demonstrações Contábeis Elaboradas de Acordo com Estruturas de Demonstrações Contábeis Elaboradas de Acordo com Estruturas de Contabilidade para Propósitos EspeciaisContabilidade para Propósitos EspeciaisContabilidade para Propósitos EspeciaisContabilidade para Propósitos Especiais

Esta Norma trata das considerações especiais na realização de auditoria de demonstrações contábeis elaboradas de acordo com estruturas conceituais de contabilidade para propósitos especiais. DefiniçãoDefiniçãoDefiniçãoDefinição • Demonstrações contábeis para propósitos especiaisDemonstrações contábeis para propósitos especiaisDemonstrações contábeis para propósitos especiaisDemonstrações contábeis para propósitos especiais são aquelas

elaboradas de acordo com uma estrutura conceitual de relatório financeiro e que satisfaz as necessidades de informações contábeis de usuários específicos.

São exemplos de estruturas conceituais para propósitos especiais: (i) base contábil fiscal para um conjunto de demonstrações contábeis para acompanhar a declaração de imposto de renda; (ii) base contábil de recebimentos e pagamentos (regime de caixa) para elaboração de informações sobre o fluxo de caixa, que a entidade pode precisar elaborar para credores; (iii) disposições para elaboração de relatórios contábeis para atender os requisitos estabelecidos por agência ou órgão regulador; ou (iv) as cláusulas de um contrato para elaboração de relatórios contábeis, como contrato para emissão de títulos, contrato de empréstimo, ou contrato de subvenção para projeto. Objetivo do auditorObjetivo do auditorObjetivo do auditorObjetivo do auditor O objetivo do auditor é tratar apropriadamente as considerações especiais que são relevantes para: (a) aceitação do trabalho; (b) planejamento e execução do trabalho; e (c) formação da opinião e emissão do relatório sobre as demonstrações contábeis. Na auditoria de demonstrações contábeis para propósitos especiais, o auditor deve obter entendimento sobre: (a) o objetivo para o qual são elaboradas as demonstrações contábeis; (b) os usuários previstos; e (c) as providências tomadas pela administração para determinar que a estrutura de relatório financeiro aplicável é aceitável nas circunstâncias.

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O Essencial das Normas de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica

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Procedimentos especiaisProcedimentos especiaisProcedimentos especiaisProcedimentos especiais No caso de demonstrações contábeis elaboradas de acordo com as cláusulas de um contrato, o auditor deve avaliar se essas demonstrações descrevem adequadamente as interpretações significativas do contrato sobre o qual elas estão baseadas. No caso de relatório de auditoria sobre demonstrações contábeis para propósitos especiais: (a) o relatório também deve descrever o objetivo para o qual foram elaboradas as demonstrações e, se necessário, os usuários previstos, ou referir-se à nota explicativa dessas demonstrações para propósitos especiais que contém essas informações; e (b) se a administração tem opção de estruturas de relatórios financeiros na elaboração dessas demonstrações contábeis, a explicação da responsabilidade da administração por elas também deve fazer referência à sua responsabilidade por determinar que a estrutura de relatório financeiro é aceitável nas circunstâncias. RelatórioRelatórioRelatórioRelatório O relatório do auditor sobre demonstrações contábeis para propósitos especiais deve incluir um parágrafo de ênfase alertando os usuários de que as demonstrações contábeis foram elaboradas de acordo com uma estrutura de relatório financeiro para propósitos especiais e que, consequentemente, elas podem não ser adequadas para outro fim.

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Série 800 – Considerações Especiais

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Resolução CFC n.º 1.237/2009Resolução CFC n.º 1.237/2009Resolução CFC n.º 1.237/2009Resolução CFC n.º 1.237/2009 Aprova a NBC TA 805 Aprova a NBC TA 805 Aprova a NBC TA 805 Aprova a NBC TA 805 –––– Considerações Especiais Considerações Especiais Considerações Especiais Considerações Especiais

Esta Norma trata das considerações especiais para a auditoria de quadros isolados de uma demonstração contábil ou de um elemento, conta ou item específico. Definições Definições Definições Definições • PPPPráticas contábeis brasileirasráticas contábeis brasileirasráticas contábeis brasileirasráticas contábeis brasileiras compreendem a legislação societária

brasileira, as Normas Brasileiras de Contabilidade, emitidas pelo CFC, os pronunciamentos, as interpretações e as orientações emitidos pelo CPC e homologados pelos órgãos reguladores, e práticas adotadas pelas entidades em assuntos não regulados, desde que atendam à NBC T 1 – Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis emitida pelo CFC.

• IIIInformações contábeis históricasnformações contábeis históricasnformações contábeis históricasnformações contábeis históricas são informações expressas em

termos financeiros em relação a uma entidade específica, derivadas principalmente do sistema contábil da entidade, a respeito de eventos econômicos ocorridos em períodos passados ou de condições ou circunstâncias econômicas em determinada data no passado.

• EEEElementos das demonstrações contábeislementos das demonstrações contábeislementos das demonstrações contábeislementos das demonstrações contábeis ou “elementoselementoselementoselementos” significam

“elementos, contas ou itens específicos das demonstrações contábeis”. Assim, elementos diretamente relacionados à mensuração da posição patrimonial e financeira no balanço são os ativos, os passivos e o patrimônio líquido. Os elementos diretamente relacionados com a mensuração do desempenho na demonstração do resultado são as receitas e as despesas.

Objetivo do auditorObjetivo do auditorObjetivo do auditorObjetivo do auditor O objetivo do auditor é tratar adequadamente as considerações especiais que são relevantes para: (a) a aceitação do trabalho; (b) o planejamento e a execução; e (c) a formação da opinião e emissão do relatório sobre quadros isolados das demonstrações contábeis ou sobre elementos, contas ou itens específicos dessas demonstrações.

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O Essencial das Normas de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica

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Exemplos de elementos, contas ou itens específicosExemplos de elementos, contas ou itens específicosExemplos de elementos, contas ou itens específicosExemplos de elementos, contas ou itens específicos Contas a receber, provisão para créditos de liquidação duvidosa, estoques, provisão para benefícios de plano de previdência privada, valor registrado de ativos intangíveis identificados, ou o passivo por reclamações “incorridas, mas não reportadas” na carteira de seguros, incluindo as respectivas notas explicativas; demonstrativo de ativos e receita de um plano de previdência privada administrados externamente, incluindo as respectivas notas explicativas; demonstrativo de ativos tangíveis líquidos, incluindo as respectivas notas explicativas; demonstrativo de desembolsos em relação a imóvel arrendado, incluindo as notas explicativas; demonstrativo de participação nos lucros ou bônus a empregados, incluindo as notas explicativas. ProcedimentosProcedimentosProcedimentosProcedimentos Ao aceitar o trabalho de auditoria de quadros isolados das demonstrações contábeis ou de elementos específicos dessas demonstrações o auditor deve aplicar as normas de auditoria, aceitar a estrutura de relatório financeiro e considerar se a forma esperada da opinião é apropriada nas circunstâncias. Ao planejar e executar esse tipo de auditoria, o auditor deve adaptar todas as normas relevantes para a auditoria, conforme necessário nas circunstâncias do trabalho. Ao formar uma opinião e emitir o seu relatório, o auditor deve aplicar os requisitos da norma sobre opinião do auditor, adaptados conforme necessário nas circunstâncias do trabalho. Ao auditar quadros isolados ou elementos específicos dessas demonstrações juntamente com a auditoria do conjunto completo de demonstrações, o auditor pode conseguir usar evidência obtida como parte da auditoria do conjunto completo de demonstrações na auditoria das demonstrações contábeis ou dos elementos. As normas de auditoria, contudo, requerem que o auditor planeje e execute a auditoria das demonstrações contábeis ou dos elementos para obter evidência de auditoria suficiente e apropriada para servir de base para sua opinião sobre as demonstrações contábeis ou sobre os elementos.

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Série 800 – Considerações Especiais

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OpiniãoOpiniãoOpiniãoOpinião Se o auditor assume um trabalho para emitir o seu relatório sobre quadros isolados das demonstrações contábeis ou sobre elementos específicos das demonstrações juntamente com o trabalho para emitir relatório sobre o conjunto completo de demonstrações, ele deve expressar uma opinião separada para cada trabalho. Se a opinião no relatório do auditor sobre o conjunto completo de demonstrações contém modificação, ou se esse relatório inclui um parágrafo de ênfase ou parágrafo de outros assuntos, o auditor deve determinar o possível efeito sobre seu relatório que abrange quadros isolados ou elementos específicos dessas demonstrações. A forma da opinião a ser expressa pelo auditor depende da estrutura de relatório financeiro e de quaisquer leis ou regulamentos aplicáveis: (a) ao expressar uma opinião sem modificações sobre o conjunto completo de demonstrações contábeis elaboradas, a opinião do auditor deve usar uma das seguintes frases: (i) “as demonstrações contábeis apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes,... de acordo com [a estrutura de relatório financeiro aplicável]” como utilizado no Brasil; ou (ii) “as demonstrações contábeis apresentam uma visão verdadeira e justa de acordo com [a estrutura de relatório financeiro aplicável]”; e (b) ao expressar uma opinião sem modificações sobre o conjunto completo de demonstrações contábeis elaboradas de acordo com uma estrutura de conformidade, a opinião do auditor afirma que as demonstrações contábeis são elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com [a estrutura de relatório financeiro aplicável].

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Resolução CFC n.º 1.238/2009Resolução CFC n.º 1.238/2009Resolução CFC n.º 1.238/2009Resolução CFC n.º 1.238/2009 Aprova a NBC TA 8Aprova a NBC TA 8Aprova a NBC TA 8Aprova a NBC TA 810 10 10 10 –––– Trabalhos para a Emissão de Relatório sobre Trabalhos para a Emissão de Relatório sobre Trabalhos para a Emissão de Relatório sobre Trabalhos para a Emissão de Relatório sobre

Demonstrações Contábeis CondensadasDemonstrações Contábeis CondensadasDemonstrações Contábeis CondensadasDemonstrações Contábeis Condensadas Esta Norma trata das responsabilidades do auditor relacionadas com um trabalho para a emissão de relatório sobre demonstrações contábeis condensadas derivadas de demonstrações contábeis auditadas de acordo com as normas de auditoria. DefiniçãoDefiniçãoDefiniçãoDefinição • Demonstrações contábeis condensadasDemonstrações contábeis condensadasDemonstrações contábeis condensadasDemonstrações contábeis condensadas são informações contábeis

históricas derivadas de demonstrações contábeis (completas), porém menos detalhadas do que essas últimas. Todavia, continuam a fornecer uma representação estruturada consistente com aquela fornecida pelas demonstrações completas.

Objetivo do auditorObjetivo do auditorObjetivo do auditorObjetivo do auditor Os objetivos do auditor são: (a) determinar se é apropriado aceitar o trabalho de emissão de relatório de auditoria sobre demonstrações contábeis condensadas; e (b) se contratado para emitir relatório sobre essas demonstrações: (i) formar uma opinião com base na avaliação das conclusões atingidas pela evidência de auditoria obtida; e (ii) expressar claramente essa opinião por meio de relatório por escrito que também descreve a base para a referida opinião. Requisitos para o trabalhoRequisitos para o trabalhoRequisitos para o trabalhoRequisitos para o trabalho O auditor somente deve aceitar um trabalho para emitir relatório sobre demonstrações contábeis condensadas de acordo com esta Norma quando ele também tiver sido contratado para conduzir a auditoria, de acordo com as normas de auditoria das quais foram derivadas as demonstrações contábeis condensadas. Antes de aceitar um trabalho para emitir relatório sobre demonstrações contábeis condensadas, o auditor deve: (a) determinar se os critérios aplicados são aceitáveis; (b) obter a concordância da administração de que ela reconhece e entende sua responsabilidade: (i) pela elaboração das demonstrações contábeis condensadas de acordo com os critérios aplicados; (ii) por fazer com que essas demonstrações estejam disponíveis aos usuários sem qualquer dificuldade indevida; e (iii) por incluir o relatório

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do auditor sobre as demonstrações contábeis condensadas em qualquer documento que contenha essas demonstrações e indique que o auditor emitiu relatório sobre elas; (c) obter concordância da administração sobre a forma da opinião a ser expressa sobre as demonstrações condensadas. Responsabilidade da administraçãoResponsabilidade da administraçãoResponsabilidade da administraçãoResponsabilidade da administração A elaboração de demonstrações contábeis condensadas requer que a administração determine as informações que precisam ser refletidas nessas demonstrações de modo que elas sejam consistentes, em todos os aspectos relevantes, representando um resumo adequado das demonstrações contábeis auditadas. ProcProcProcProcedimentosedimentosedimentosedimentos O auditor deve executar os seguintes procedimentos e quaisquer outros considerados necessários para fundamentar sua opinião sobre as demonstrações condensadas: (a) avaliar se essas demonstrações divulgam sua natureza condensada e identificam adequadamente as demonstrações auditadas; (b) quando essas demonstrações não estão acompanhadas das demonstrações auditadas, avaliar se elas descrevem claramente: (i) quem disponibilizou ou onde foram disponibilizadas as demonstrações auditadas; ou (ii) a lei ou o regulamento que especifica que as demonstrações auditadas não precisam ser disponibilizadas aos usuários previstos das demonstrações condensadas e estabelece os critérios para a elaboração das demonstrações condensadas; (c) avaliar se as demonstrações condensadas divulgam adequadamente os critérios aplicados; (d) comparar as demonstrações condensadas com as respectivas informações nas demonstrações auditadas para determinar se as demonstrações condensadas correspondem às respectivas informações nas demonstrações auditadas ou podem ser refeitas a partir delas; (e) avaliar se as demonstrações condensadas foram elaboradas de acordo com os critérios aplicados; (f) avaliar, considerando o objetivo das demonstrações condensadas, se essas demonstrações contêm as informações necessárias e se elas estão em um nível de agregação apropriado, de modo a não serem enganosas nas circunstâncias; (g) avaliar se as demonstrações auditadas estão disponíveis para os usuários previstos das demonstrações condensadas sem qualquer dificuldade indevida, a menos que lei ou regulamento determine que elas não precisam ser disponibilizadas e estabeleça os critérios para a elaboração das demonstrações condensadas.

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RelatórioRelatórioRelatórioRelatório Quando o auditor concluiu que uma opinião sem modificações sobre as demonstrações contábeis condensadas é adequada, a opinião do auditor deve usar umas das seguintes frases: (a) “as demonstrações contábeis condensadas são consistentes, em todos os aspectos relevantes, com as demonstrações auditadas, de acordo com (os critérios aplicados)”, que é a forma recomendada no Brasil; ou (b) “as demonstrações contábeis condensadas são um resumo adequado das demonstrações contábeis auditadas, de acordo com (os critérios aplicados)”. O relatório do auditor independente sobre demonstrações contábeis condensadas pode ter data posterior à data do relatório do auditor independente sobre as demonstrações contábeis auditadas (completas). Nesses casos, esse relatório deve afirmar que as demonstrações condensadas não refletem os efeitos de eventos que ocorreram após a data do relatório sobre as demonstrações contábeis auditadas (completas), que pode requerer ajuste das demonstrações contábeis auditadas ou divulgação nas mesmas. O auditor não deve datar o seu relatório sobre as demonstrações contábeis condensadas antes: (a) da data em que obteve evidência para servir de base para a opinião, incluindo evidência que as demonstrações contábeis condensadas foram elaboradas e as pessoas com autoridade reconhecida afirmaram que assumem a responsabilidade sobre essas demonstrações; e (b) da data do relatório sobre as demonstrações contábeis auditadas. O auditor pode tomar conhecimento de fatos que existiam na data do seu relatório sobre as demonstrações auditadas, mas sobre os quais ele não tinha conhecimento anteriormente. Nesses casos, o auditor não deve emitir seu relatório sobre as demonstrações condensadas até que ele conclua sobre esses fatos em relação às demonstrações auditadas. O relatório do auditor independente sobre demonstrações contábeis condensadas deve incluir os elementos a seguir listados: (a) título indicando claramente que é o relatório do auditor independente; (b) destinatário; (c) parágrafo introdutório que: (i) identifica as demonstrações contábeis condensadas sobre as quais o auditor está emitindo relatório, incluindo o título de cada demonstração incluída nas demonstrações condensadas; (ii) identifica as demonstrações auditadas; (iii) faz referência ao relatório do auditor independente sobre as demonstrações auditadas, a data desse relatório e o fato de que uma opinião sem modificações foi expressa sobre

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as demonstrações auditadas; (iv) se a data do relatório sobre as demonstrações condensadas é posterior à data do relatório do auditor independente sobre as demonstrações auditadas, o relatório sobre as demonstrações condensadas deve mencionar que estas e as demonstrações auditadas não refletem os efeitos de eventos que ocorreram após a data do relatório do auditor independente sobre as demonstrações auditadas (completas); e (v) declaração indicando que as demonstrações condensadas não contemplam todas as divulgações requeridas pela estrutura de relatório financeiro aplicada na elaboração das demonstrações contábeis auditadas e que a leitura das demonstrações condensadas não substitui a leitura das demonstrações auditadas (completas); (d) descrição da responsabilidade da administração pelas demonstrações condensadas, explicando que a administração é responsável pela elaboração das demonstrações condensadas de acordo com os critérios aplicados; (e) declaração de que o auditor é responsável por expressar opinião sobre as demonstrações condensadas com base nos procedimentos requeridos por esta Norma; (f) parágrafo expressando claramente uma opinião; (g) registro da firma de auditoria e do profissional no CRC e assinatura do auditor; (h) data do relatório do auditor independente; (i) endereço do auditor independente.

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Apêndice I – Resolução CFC n.º 1.311/2010. Aprova a NBC PA 290 – Independência – Trabalhos de Auditoria e Revisão

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APÊNDICE I: APÊNDICE I: APÊNDICE I: APÊNDICE I: Resolução CFC n.º 1.311/2010Resolução CFC n.º 1.311/2010Resolução CFC n.º 1.311/2010Resolução CFC n.º 1.311/2010 Aprova a NBC PA 290 Aprova a NBC PA 290 Aprova a NBC PA 290 Aprova a NBC PA 290 –––– Independência Independência Independência Independência –––– T T T Trabalhos de Auditoria e rabalhos de Auditoria e rabalhos de Auditoria e rabalhos de Auditoria e

RRRRevisãoevisãoevisãoevisão Esta Norma versa sobre os requisitos de independência para trabalhos de auditoria e trabalhos de revisão limitada ou especial, que são trabalhos de asseguração em que o auditor expressa conclusão sobre as demonstrações contábeis. Definições Definições Definições Definições • TraTraTraTrabalho de auditoriabalho de auditoriabalho de auditoriabalho de auditoria é o trabalho de asseguração razoável em que o

auditor expressa opinião sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com uma estrutura de relatório financeiro aplicável, como trabalho conduzido de acordo com as normas de auditoria.

• Trabalho de revisãoTrabalho de revisãoTrabalho de revisãoTrabalho de revisão é o trabalho de asseguração, conduzido de acordo

com as Normas de Revisão, em que o auditor que presta serviços expressa conclusão sobre se chegou à atenção do auditor algum fato que o leve a crer que as demonstrações contábeis não tenham sido elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável.

• IndependênciaIndependênciaIndependênciaIndependência do auditor compreende: a) Independência de pensamentoIndependência de pensamentoIndependência de pensamentoIndependência de pensamento: postura que permite a apresentação de conclusão que não sofra efeitos de influências que comprometam o julgamento profissional, permitindo que a pessoa atue com integridade, objetividade e ceticismo profissional. b) Aparência de independênciaAparência de independênciaAparência de independênciaAparência de independência: evitar fatos e circunstâncias que sejam tão significativos a ponto de que um terceiro com experiência, conhecimento e bom senso provavelmente concluiria que a integridade, a objetividade ou o ceticismo profissional da firma, ou de membro da equipe de auditoria ficaram comprometidos. Além da independência o auditor deve observar os seguintes princípios fundamentais: (a) integridadeintegridadeintegridadeintegridade – ser franco e honesto em todos os relacionamentos profissionais e comerciais; (b) objetividadeobjetividadeobjetividadeobjetividade – não permitir que comportamento tendencioso, conflito de interesse ou influência indevida de outros afetem o julgamento profissional ou de negócio;

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O Essencial das Normas de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica

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(c) competência profissional e devido zelocompetência profissional e devido zelocompetência profissional e devido zelocompetência profissional e devido zelo – manter o conhecimento e a habilidade profissionais no nível necessário para assegurar que o cliente ou empregador receba serviços profissionais competentes com base em acontecimentos atuais referentes à prática, legislação e técnicas, e agir diligentemente e de acordo com as normas técnicas e profissionais aplicáveis; (d) sigilo profissionalsigilo profissionalsigilo profissionalsigilo profissional – respeitar o sigilo das informações obtidas em decorrência de relacionamentos profissionais e comerciais e, portanto, não divulgar nenhuma dessas informações a terceiros, a menos que haja algum direito ou dever legal ou profissional de divulgação, nem usar as informações para obtenção de vantagem pessoal ilícita pelo auditor ou por terceiros; (e) comportamento profissionalcomportamento profissionalcomportamento profissionalcomportamento profissional – cumprir as leis e os regulamentos pertinentes e evitar qualquer ação que desacredite a profissão. Os conceitos sobre a independência devem ser aplicados por auditores para: (a) identificar ameaças à independência; (b) avaliar a importância das ameaças identificadas; e (c) aplicar salvaguardas, quando necessário, para eliminar as ameaças ou reduzi-las a um nível aceitável. As ameaças à independênciaameaças à independênciaameaças à independênciaameaças à independência se enquadram em uma ou mais de uma das categorias a seguir: a) de interesse própriode interesse própriode interesse própriode interesse próprio: é a ameaça de que interesse financeiro ou outro interesse influenciará de forma não apropriada o julgamento ou o comportamento do auditor; b) de autorrevisãode autorrevisãode autorrevisãode autorrevisão: é a ameaça de que o auditor não avaliará apropriadamente os resultados de julgamento dado ou serviço prestado anteriormente por ele, nos quais ele confiará para formar um julgamento como parte da prestação do serviço atual; c) de defesa de interesse do clientede defesa de interesse do clientede defesa de interesse do clientede defesa de interesse do cliente: é a ameaça de que o auditor promoverá ou defenderá a posição de seu cliente a ponto em que a sua objetividade fique comprometida; d) de familiaridadede familiaridadede familiaridadede familiaridade: é a ameaça de que, devido ao relacionamento longo ou próximo com o cliente, o auditor tornar-se-á solidário aos interesses dele ou aceitará seu trabalho sem muito questionamento; e) de intimidaçãode intimidaçãode intimidaçãode intimidação: é a ameaça de que o auditor será dissuadido de agir objetivamente em decorrência de pressões reais ou aparentes, incluindo tentativas de exercer influência indevida sobre o auditor.

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Apêndice I – Resolução CFC n.º 1.311/2010. Aprova a NBC PA 290 – Independência – Trabalhos de Auditoria e Revisão

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AtributosAtributosAtributosAtributos Tipos de AmeaçaTipos de AmeaçaTipos de AmeaçaTipos de Ameaça

Interesses financeiros diretos ou indiretos Interesse próprio Empréstimo e garantias, sem observância de procedimentos, prazos e condições de financiamento normais

Interesse próprio

Relacionamentos comerciais Interesse próprio e de Intimidação Relacionamentos familiares e pessoais Interesse próprio, Familiaridade ou

Intimidação Emprego em cliente de auditoria Familiaridade ou Intimidação Designações temporárias de pessoal Autorrevisão Serviço recente em cliente de auditoria Interesse próprio, Autorrevisão ou

Familiaridade Função de conselheiro ou diretor em cliente de auditoria

Interesse próprio e Autorrevisão

Associação de pessoal sênior (incluindo rotação de sócios) com cliente de auditoria

Familiaridade e de Interesse próprio

Prestação de serviços que não são de asseguração a clientes de auditoria

Autorrevisão, de Interesse próprio e de Defesa do interesse do cliente

Registre-se que ameaças à independência surgem quando um familiar próximo de membro da equipe de auditoria é: (a) conselheiro ou diretor do cliente de auditoria; (b) empregado em cargo que exerça influência significativa sobre a elaboração dos registros contábeis do cliente ou das demonstrações contábeis sobre as quais a firma emitirá relatório de auditoria. DocumeDocumeDocumeDocumentaçãontaçãontaçãontação O auditor deve documentar as conclusões sobre o cumprimento dos requisitos de independência e a essência de quaisquer discussões relevantes que suportam essas conclusões. Consequentemente: (a) quando são necessárias salvaguardas para reduzir uma ameaça a um nível aceitável, o auditor deve documentar a natureza da ameaça e das salvaguardas existentes ou aplicadas que reduzem a ameaça a um nível aceitável; (b) quando a ameaça precisou de análise significativa para avaliar se eram necessárias salvaguardas e o auditor concluiu que não porque a ameaça já estava em um nível aceitável, o auditor deve documentar a natureza da ameaça e a justificativa para a conclusão.

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O Essencial das Normas de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica

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Elaboração de registros contábeis e de demonstrações contábeisElaboração de registros contábeis e de demonstrações contábeisElaboração de registros contábeis e de demonstrações contábeisElaboração de registros contábeis e de demonstrações contábeis As demonstrações contábeis são a representação estruturada de informações financeiras históricas, que normalmente inclui notas explicativas, com a finalidade de informar os recursos ou as obrigações econômicas da entidade em determinado momento ou as mutações de tais recursos ou obrigações durante um período de tempo de acordo com uma estrutura de relatório financeiro aplicável. As respectivas notas explicativas normalmente compreendem o resumo das principais políticas contábeis e outras informações. O termo pode se referir a um conjunto completo de demonstrações contábeis, mas também pode se referir a quadros isolados das demonstrações contábeis, por exemplo, balanço patrimonial, demonstração do resultado e as respectivas notas explicativas.

Entende-se por informação financeira histórica as informações expressas em termos financeiros relacionadas a uma entidade específica, derivadas basicamente do sistema contábil da referida entidade, sobre eventos econômicos ocorridos em períodos passados ou sobre condições ou circunstâncias econômicas em momentos no passado.

A administração é responsável pela elaboração e adequada apresentação das demonstrações contábeis de acordo com a estrutura de relatórios financeiros aplicável. Essas responsabilidades incluem: originar ou alterar lançamentos no livro diário ou avaliar as classificações contábeis de transações; elaborar ou alterar documentos fonte ou originar dados, em formato eletrônico ou outro formato, evidenciando a ocorrência de uma transação (por exemplo, pedidos de compra, registros de horas trabalhadas e pedidos de clientes).

A prestação de serviços contábeis e de escrituração contábil a um cliente de auditoria, como elaboração de registros contábeis ou demonstrações contábeis, cria ameaça de autorrevisão quando a firma posteriormente audita as demonstrações contábeis. Assim, são considerados prestação de serviços que não são de asseguração a clientes de auditoria os seguintes serviços: elaboração de registros contábeis e de demonstrações contábeis; avaliação; fiscais; de auditoria interna; de tecnologia da informação; de suporte a litígio; legais; de recrutamento e financeiros corporativos.

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Apêndice I – Resolução CFC n.º 1.311/2010. Aprova a NBC PA 290 – Independência – Trabalhos de Auditoria e Revisão

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Definições básicasDefinições básicasDefinições básicasDefinições básicas Trabalho de auditoriaTrabalho de auditoriaTrabalho de auditoriaTrabalho de auditoria é o trabalho de asseguração razoável em que o auditor expressa opinião sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com uma estrutura de relatório financeiro aplicável, como trabalho conduzido de acordo com as normas de auditoria. Trabalho de revisãoTrabalho de revisãoTrabalho de revisãoTrabalho de revisão é o trabalho de asseguração, conduzido de acordo com as Normas de Revisão, em que o auditor que presta serviços expressa conclusão sobre se chegou à atenção do auditor algum fato que o leve a crer que as demonstrações contábeis não tenham sido elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável.

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O Essencial das Normas de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica

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Apêndice II - Glossário

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APÊNDICE II: APÊNDICE II: APÊNDICE II: APÊNDICE II: Glossário Glossário Glossário Glossário

Auditor – um auditor, independentemente de sua especialização (por exemplo, auditoria, impostos ou consultoria) em uma firma onde sejam prestados serviços profissionais a clientes. O termo é também usado em referência a uma firma de auditores. Auditor atual é o auditor que está nomeado como auditor ou que está prestando serviços contábeis, fiscais, de consultoria ou serviços profissionais similares atualmente para o cliente. Cliente de asseguração – a parte responsável que é a pessoa (ou pessoas) que: (a) em trabalho de relatório direto, responde pelo objeto; (b) em trabalho baseado em afirmações, responde pelas informações sobre o objeto e também pode responder pelo objeto em si. Cliente de auditoria é a entidade para a qual a firma conduz o trabalho de auditoria. Quando o cliente é companhia de capital aberto, o cliente de auditoria sempre incluirá suas entidades relacionadas. Quando o cliente não é companhia de capital aberto, o cliente de auditoria inclui as entidades relacionadas sobre as quais o cliente tem controle direto ou indireto. Cliente de revisão é a entidade sobre a qual a firma conduz o trabalho de revisão. Companhia de capital aberto é a entidade que tem ações, cotas ou dívida cotadas ou registradas em bolsa de valores reconhecida, ou negociadas de acordo com regulamentos de bolsa de valores reconhecida ou outro órgão equivalente. Conselheiro ou diretor – os responsáveis pela governança da entidade, ou que atuam em função equivalente, independentemente de seu título, que pode variar de jurisdição para jurisdição. Demonstrações contábeis é a representação estruturada de informações financeiras históricas, que normalmente inclui notas explicativas, com a finalidade de informar os recursos ou as obrigações econômicas da entidade em determinado momento ou as mutações de tais recursos ou obrigações durante um período de tempo de acordo com uma estrutura de relatório financeiro aplicável. As respectivas notas explicativas normalmente compreendem o resumo das principais políticas contábeis e outras informações. O termo pode se referir a um conjunto completo de

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O Essencial das Normas de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica

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demonstrações contábeis, mas também pode se referir a quadros isolados das demonstrações contábeis, por exemplo, balanço patrimonial, demonstração do resultado e as respectivas notas explicativas. Demonstrações contábeis para propósito específico são elaboradas de acordo com uma estrutura de relatório financeiro elaborada para atender as necessidades de informações financeiras de usuários específicos. Demonstrações contábeis sobre as quais a firma expressará uma opinião – no caso de entidade única, as demonstrações contábeis dessa entidade. No caso de demonstrações contábeis consolidadas, também denominadas demonstrações contábeis do grupo, as demonstrações contábeis consolidadas. Entidade de interesse do público é: (a) uma companhia aberta; e (b) qualquer entidade que (a) seja definida por regulamento ou legislação

como entidade de interesse do público, ou (b) para a qual o regulamento ou a legislação requer auditoria e que seja conduzida de acordo com os mesmos requerimentos de independência que se aplicam à auditoria de companhias abertas, sendo no caso de Brasil as entidades de grande porte como definido pela Lei nº. 11.638/07. Esse regulamento pode ser promulgado por qualquer órgão regulador competente, incluindo órgão regulador de auditoria.

Entidade relacionada é a entidade que tem qualquer das seguintes relações com o cliente: (a) controle direto ou indireto sobre o cliente se o cliente é relevante para

essa entidade; (b) tem um interesse financeiro direto no cliente se essa entidade tem

influência sobre o cliente e a participação no cliente é relevante para essa entidade;

(c) o cliente tem controle direto ou indireto; (d) o cliente, ou entidade relacionada com o cliente de acordo com o item

(c), tem interesse financeiro direto que lhe garante influência significativa sobre essa entidade e a participação é relevante para o cliente e sua entidade relacionada no item (c);

(e) controle em comum com o cliente (entidade-irmã) se a entidade-irmã e o cliente forem relevantes para a entidade que controla tanto o cliente como a entidade-irmã.

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Apêndice II - Glossário

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Equipes de asseguração são: (a) todos os membros da equipe de trabalho para o trabalho de

asseguração; (b) todas as outras pessoas na firma que podem influenciar diretamente o

resultado do trabalho de asseguração, incluindo: (i) aquelas que recomendam a remuneração, ou que exerçam

supervisão direta, administração ou outra forma de monitoramento do sócio do trabalho de asseguração em relação à execução do trabalho de asseguração;

(ii) aquelas que prestam consultoria sobre assuntos técnicos ou assuntos específicos do setor, transações ou eventos para o trabalho de asseguração;

(iii) aquelas que efetuam controle de qualidade do trabalho de asseguração, incluindo as que realizam a revisão do controle de qualidade do trabalho de asseguração.

Equipes de auditoria são: (a) todos os membros da equipe de trabalho para o trabalho de auditoria; (b) todas as outras pessoas na firma que podem influenciar diretamente o

resultado do trabalho de auditoria, incluindo: (i) aquelas que recomendam a remuneração, ou que exerçam

supervisão direta, administração ou outra forma de monitoramento do sócio do trabalho de asseguração em relação à execução do trabalho de asseguração, incluindo aquelas em todos os níveis seniores imediatamente acima do sócio do trabalho até a pessoa que é o sócio principal ou sócio diretor da firma (diretor presidente ou equivalente);

(ii) aquelas que prestam consultoria sobre assuntos técnicos ou assuntos específicos do setor, transações ou eventos para o trabalho;

(iii) aquelas que efetuam controle de qualidade do trabalho, incluindo as que realizam a revisão do controle de qualidade do trabalho;

(c) todas aquelas de firma em rede que podem influenciar diretamente o resultado do trabalho de auditoria.

Equipes de revisão são: (a) todos os membros da equipe de trabalho para o trabalho de revisão; (b) todas as outras pessoas na firma que podem influenciar diretamente o

resultado do trabalho de revisão, incluindo: (i) aquelas que recomendam a remuneração, ou que exerçam

supervisão direta, administração ou outra forma de

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O Essencial das Normas de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica

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monitoramento do sócio do trabalho em relação à execução do trabalho de revisão, incluindo aquelas em todos os níveis seniores sucessivamente acima do sócio do trabalho até a pessoa que é o sócio principal ou sócio diretor da firma (diretor presidente ou equivalente);

(ii) aquelas que prestam consultoria sobre assuntos técnicos ou assuntos específicos do setor, transações ou eventos do trabalho;

(iii) aquelas que efetuam controle de qualidade do trabalho, incluindo as que realizam a revisão do controle de qualidade do trabalho;

(c) todas aquelas da firma em rede que podem influenciar diretamente o resultado do trabalho de revisão.

Equipe de trabalho – todos os sócios e equipe envolvidos no trabalho e quaisquer pessoas contratadas pela firma ou firma em rede para executar procedimentos de asseguração no trabalho. Não estão incluídos nesse conceito os especialistas externos contratados pela firma ou por firma em rede. Escritório é um subgrupo distinto organizado em termos geográficos ou de práticas. Especialista externo é a pessoa (que não sócio ou membro da equipe profissional, incluindo equipe temporária, da firma ou de firma em rede) ou organização com habilidades, conhecimento e experiência em campo que não contabilidade ou auditoria, cujo trabalho nesse campo é usado para auxiliar o auditor a obter evidência apropriada e suficiente. Familiar imediato é o cônjuge (ou equivalente) ou dependente. Familiares próximos são pais, filhos ou irmãos que não são membros da família imediata. Firma é: (a) um único profissional ou sociedade de pessoas que atuam como

auditores; (b) uma entidade que controla essas partes por meio de controle,

administração ou outros meios; e (c) uma entidade controlada por essas partes por meio de controle,

administração ou outros meios.

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Apêndice II - Glossário

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Firma em rede é uma firma ou entidade que pertence a uma rede. Honorários contingentes são honorários calculados sobre base pré-determinada relacionada com o resultado de transação ou o resultado dos serviços prestados pela firma. Honorários estabelecidos por tribunal ou outra autoridade pública não são honorários contingentes. Independência é: (a) independência de pensamento – postura mental que permite a

apresentação de conclusão que não sofra efeitos de influências que comprometam o julgamento profissional, permitindo que a pessoa atue com integridade e exerça objetividade e ceticismo profissional;

(b) aparência de independência – evitar fatos e circunstâncias que sejam tão significativos a ponto de que um terceiro com experiência, conhecimento e bom senso provavelmente concluiria, pesando todos os fatos e circunstâncias específicas, que a integridade, a objetividade ou o ceticismo profissional da firma, ou de membro da equipe de auditoria ou asseguração seriam comprometidos.

Informação financeira histórica – informações expressas em termos financeiros relacionadas a uma entidade específica, derivadas basicamente do sistema contábil da referida entidade, sobre eventos econômicos ocorridos em períodos passados ou sobre condições ou circunstâncias econômicas em momentos no passado. Interesse financeiro é a participação em ações ou outros títulos, debênture, empréstimo ou outro instrumento de dívida da entidade, incluindo direitos e obrigações de adquirir essa participação e derivativos diretamente relacionados a essa participação. Interesse financeiro direto – interesse financeiro: • de propriedade direta ou controlado por pessoa ou entidade (incluindo

aqueles administrados discricionariamente por outros); • de usufruto por meio de veículo coletivo de investimento, espólio, trust

ou outro intermediário sobre o qual a pessoa ou a entidade tem controle ou capacidade de influenciar as decisões de investimento.

Interesse financeiro indireto é o interesse financeiro de usufruto por meio de veículo coletivo de investimento, espólio, trust ou outro intermediário sobre o qual a pessoa ou a entidade não tem controle ou capacidade de influenciar as decisões de investimento.

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Nível aceitável é aquele em que um terceiro com experiência, conhecimento e bom senso concluiria que o cumprimento dos princípios fundamentais não está comprometido, ponderando todos os fatos e circunstâncias específicas disponíveis para o auditor naquele momento. Princípios fundamentais são: (a) integridade – ser franco e honesto em todos os relacionamentos

profissionais e comerciais; (b) objetividade – não permitir que comportamento tendencioso, conflito

de interesse ou influência indevida de outros afetem o julgamento profissional ou de negócio;

(c) competência profissional e devido zelo – manter o conhecimento e a habilidade profissionais no nível necessário para assegurar que o cliente ou empregador receba serviços profissionais competentes com base em acontecimentos atuais referentes à prática, legislação e técnicas, e agir diligentemente e de acordo com as normas técnicas e profissionais aplicáveis;

(d) sigilo profissional – respeitar o sigilo das informações obtidas em decorrência de relacionamentos profissionais e comerciais e, portanto, não divulgar nenhuma dessas informações a terceiros, a menos que haja algum direito ou dever legal ou profissional de divulgação, nem usar as informações para obtenção de vantagem pessoal ilícita pelo auditor ou por terceiros;

(e) comportamento profissional – cumprir as leis e os regulamentos pertinentes e evitar qualquer ação que desacredite a profissão.

Rede é uma estrutura maior que: (a) tem por objetivo a cooperação; (b) tem claramente por objetivo a participação nos lucros ou o rateio dos

custos, os mesmos sócios, controle ou administração, compartilhando políticas e procedimentos de controle de qualidade, estratégia de negócios, marca comercial ou parte significativa dos recursos profissionais.

Responsáveis pela governança são as pessoas com responsabilidade pela supervisão da direção estratégica da entidade e das obrigações relacionadas com a responsabilidade da entidade, incluindo a supervisão do processo de apresentação de relatórios financeiros. Revisão do controle de qualidade do trabalho é o processo planejado para fornecer avaliação objetiva, na data ou antes da data do relatório, dos

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Apêndice II - Glossário

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julgamentos significativos feitos pela equipe de trabalho e das conclusões a que se chegou durante a elaboração do relatório. Serviços profissionais são serviços que requerem habilidades contábeis ou relacionadas executados por auditor, incluindo serviços contábeis, de auditoria, fiscais, consultoria de gestão e administração financeira. Sócio chave da auditoria é o sócio do trabalho, a pessoa responsável pela revisão do controle de qualidade do trabalho, e outros sócios da auditoria, se houver, da equipe de trabalho que tomam decisões chave ou fazem julgamentos sobre assuntos significativos com relação à auditoria das demonstrações contábeis sobre as quais a firma expressará uma opinião. Dependendo das circunstâncias e do papel das pessoas na auditoria, “outros sócios da auditoria” pode incluir, por exemplo, sócios da auditoria responsáveis por subsidiárias ou divisões significativas. Sócio do trabalho é o sócio ou outra pessoa na firma responsável pelo trabalho e sua execução. É, também, responsável pelo relatório que é emitido em nome da firma e quem, quando necessário, tem a autoridade apropriada de órgão profissional, legal ou regulador. Trabalho de asseguração é o trabalho em que o auditor emite conclusão destinada a aumentar o grau de confiança dos usuários que não sejam a parte responsável pelo resultado da avaliação ou mensuração do objeto em relação a um critério. (Para orientação sobre trabalhos de asseguração, consulte as normas de trabalhos de asseguração emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade, que descrevem os elementos e objetivos de trabalho de asseguração e identificam trabalhos para os quais se aplicam as Normas de Auditoria (NBC TAs), Normas de Revisão (NBC TRs) e Normas de Asseguração (NBC TOs). Trabalho de auditoria é o trabalho de asseguração razoável em que o auditor expressa opinião sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes (ou estão apresentadas adequadamente, em todos os aspectos relevantes), de acordo com uma estrutura de relatório financeiro aplicável, como trabalho conduzido de acordo com as normas de auditoria. Isso inclui auditoria estatutária, que é a auditoria requerida por legislação ou outro regulamento. Trabalho de revisão é o trabalho de asseguração, conduzido de acordo com as Normas de Revisão (NBC TRs), em que o auditor que presta serviços expressa conclusão sobre se, com base em procedimentos que não

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fornecem toda a evidência exigida em auditoria, chegou à atenção do auditor algum fato que o leve a crer que as demonstrações contábeis não tenham sido elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável.