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CONSULTORIA ESTRATEGICA DE GESTAO EMPRESARIAL

João Maria Funzi Chimpolo PhD

Professor Universitário e Consultor de EmpresasPós Doutorado em Gestao dos Recursos Humanos - USA-2014

Doutor em Gestão e Organização de Empresas – USA 2013Doutorando em ciências Técnicas na especialidade de Gestão dos Recursos Humanos ( Com a Pré Defesa Feita-2014 )

Mestre em Direcção e Administração de empresas ( Cuba – 2003 )Enginheiro Industrial ( Cuba -2000 )

Pos Graduação em Agregação Pedagógica – 2009Coordenador dos Cursos de Ciências Económica na Universidade de Belas de Angola 2007 –2009

Chefe do Departamento dos Recursos Humanos na Faculdade de Economia U.A.NSócio Gerente da Consultoria Estratégica de Gestão Empresarial - 2011

Director de empresa (2005 -2014 Angola)

TR B LHO INVESTIG TIVO

TEMA: O Impacto do Balanço Social nas Organizações

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Luanda

Introdução ......................................................................................................................... 1

Capitulo I : Referencial Teorico sobre o Balanço Social ................................................. 9

1.1 A Evolução Histórica do Balanço Social ................................................................... 9

1.1.1 O primeiro balanço social no mundo - o Francês .................................................. 11

1.2 O Balanço Social Definido por Vários Autores ....................................................... 11

1.3 Objectivo do Balanço Social .................................................................................... 15

1.4 Tipos de Balanço Social e sua Origem .................................................................... 16

1.5 Instrumento de Gestão .............................................................................................. 19

1.5.1 Tipos de Instrumento de Gestão ............................................................................ 20

1.6A Responsabilidade Social ........................................................................................ 20

1.6.1 Âmbito da Responsabilidade Social ...................................................................... 221.6.2 – Ética Social ......................................................................................................... 23

1.6.3 O que a Organização pode fazer? .......................................................................... 23

1.6.4 Principais Áreas de Actuação da Organização ...................................................... 24

1.6.5 Factores que Motivam as Organizações a Investirem em Projectos Sociais ......... 24

1.6.6 Responsabilidade Social Corporativa ................................................................... 25

1.6.7 Vantagens na Realização de Responsabilidade Social ......................................... 26

Capitulo II: A Implementação do Balanço Social nas Organizaçõees ........................... 28

2.1 O Balanço Social em Angola.................................................................................... 28

2.2 A Quem se Dirige o Balanço Social ......................................................................... 28

2.3 Importância e Benefícios do Balanço Social ............................................................ 29

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2.4 Principais Indicadores do Balanço Social ................................................................ 30

2.5 Vertentes do Balanço Social ..................................................................................... 32

2.6 Públicos do Balanço Social ..................................................................................... 33

2.7 Por que as Organização Publicam os Balanços Sociais ........................................... 35

2.8 Etapas para Elaboração do Balanço Social............................................................... 35

2.9 Critérios para elaboração do Balanço Social ............................................................ 36

2.10 Análise do custo-beneficio do Balanço Social ....................................................... 37

Capitulo III: Estudo do Caso Banco Keve ..................................................................... 383.1 Apresentação da Empresa Estudada ......................................................................... 38

3.1.1 Objecto Social ....................................................................................................... 38

3.1.2 Missão .................................................................................................................... 39

3.1.3 Visão ...................................................................................................................... 39

3.2 Estrutura Orgânica .................................................................................................... 42

3.3- Principais Acções Desenvolvidas ........................................................................... 44

3.3.1 - Actividade Comercial .......................................................................................... 45

3.3.2 – Sistemas de Informação ...................................................................................... 46

3.3.3 – Banca Comercial ................................................................................................ 47

3.3.4 - Financeira e Mercados ........................................................................................ 49

3.4 – Indicadores Funcional (Recursos Humanos) ......................................................... 49

3.5 Indicadores Sociais Internos ..................................................................................... 55

3.5.1 Formação ............................................................................................................... 55

Conclusões.................................................................................................................. 57

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Recomendações ......................................................................................................... 59

Referencias Bibliograficas .................................................................................... 61

Introdução

Cada vez mais, a empresa tem de levar informações para todos os envolvidos (profissionais,acionistas, fornecedores, clientes, cidadãos, governos, organizações do terceiro sector) nasoperações, directa ou indirectamente. Isso porque as partes interessadas estão levando emconsideração a postura social da companhia para tomar decisões.

O Balanço Social alia as três grandes realidades da empresa: a humana, a económica e asocial.

Por tratar de realidades diferentes de empresa para empresa, cada uma deve poder escolher osseus indicadores, definindo as metas a serem atingidas no campo social.

Além da busca de resultados económicos, as empresas podem e devem contribuir para asociedade e o meio ambiente em que está inserida, buscando um desenvolvimento sustentávelna forma de acções, compromissos e práticas de responsabilidades social.

Não se pode deixar que o Balanço Social deixe de ser um instrumentos gerencial social, paraum factor de distanciamento entre empresa, sociedade, colaboradores e governo. Explicitarinformações o mais claro possível é primordial para a aceitação e correta utilização desteinstrumento do gerenciamento. Definir modelo para esta demonstração, ou escolher

indicadores de controle e análise para ela, deve ser uma tarefa definida de maneira participativa, com representantes de todos os nívies da empresa, e não apenas pela altadirectoria. Indicadores que reflitam o desempenho da empresa no indicação do grau desatisfação dos empregados.

O mais importante é fazer o uso correcto do Balanço Social no sentido estratégico do planeamento organizacional. Assim, deve-se tomar por base o resultado de um período em suavariação, para objectivar metas para os próximos exrcícios.

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O Balanço Social pode assim ser considerado um instrumento de gestão que espelha de umamaneira clara e concisa todas as atitudes das empresas e de seus administradores, como formade atender a uma cobrança de ética e responsabilidade por parte da sociedade a seus gestores.Esta ferramenta contabilística, revela o comprometimento ou não das organizações em relaçãoa comunidade onde exploram suas actividades. Desta forma, a divulgação do Balanço Social poderá ser utilizada pelas empresas comprometidas com o fim social para obtenção dereconhecimento e respeito da comunidade, imagem esta que poderá estender-se inclusive aosseus produtos. Isto favoreceria a venda de seus produtos e sua posição no mercado.

Tendo em conta isto levantou-se surgem as seguintes questões:

Problema Científico:

Quais as informações que devem constar na elaboração de um Balanço Social nas

organizações?

Até que ponto o balanço social das empresas, servem como instrumentos de gestão do

pessoal?

Objectivos:

Em função do estudo proposto, os objetivos deste trabalho foram:

Objectivo Geral:

O objectivo do presente estudo é analisar a utilização do Balanço Social como instrumentocapaz de reunir elementos e informações, das actividades das organizações que estejam

voltadas para o interesse social, demonstrando e dimensionando os valores que estas empresasdão como retorno a sociedade e ao meio ambiente onde estão inseridas.

Objectivos Específicos:

Verificar as informações que podem ser extraídas do Balanço Social;

Analisar se existem normas para sua elaboração;

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Demonstrar a importância do Balanço Social para tornar transparente as atitudes daalta administração e o comprometimento das empresas junto a sociedade.

Conhecer os indicadores sociais que compõem o Balanço Social da Empresa.

Hipóteses:

H1: O balanço social serve como instrumentos de gestão e apoio as organizações.

H2: O balanço social não oferece informações capazes de melhorar a gestão de pessoal nas

organizações.

Justificativa do Tema:

De acordo comCastro (apud MACHADO FILHO, 2002, p.27) para a escolha de um temade pesquisa devem ser observados os criterios: Originalidade, Importância e Viabilidade.

Quanto áoriginalidade, embora este tema esteja a ser cada vez mais debatido na mídia, nosambientes de negócios e acadêmicos, parte-se de uma visão normativa do papel reservado para as organizações.

A importância,o tema carece de um maior aparato teórico para dar suporte ao processo detomada de decisão no ambiente empresarial, para preencher parte desta lacuna, o presentetrabalho visa a apresentar alguns elementos conceituais, com base no arcabouço teórico proposto, e estabelecer relação com o estudo de caso analisado.

Quanto áviabilidade,é factível a exploração do tema a partir do referencial teórico proposto,conforme será explicado no capítulo de metodologia que se aplica de forma adequada aosobjectivos propostos no presente trabalho.1

Importância & Actualidade:

1 Castro (apud MACHADO FILHO, 2002, p.27)

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A importância do tema, decorre do facto observado empiricamente do crescente envolvimentoempresarial em actividades de responsabilidade social. Entretanto o tema o balanço social nasorganizações, carece de um maior aparato teórico para dar suporte ao processo de tomada dedecisão no ambiente empresarial.

Metodologia:

Neste trabalho, foi relatada a importância da elaboração do Balanço Social como ferramenta para transparência das actividades das empresas. Sendo realizado, por meio de uma pesquisaexploratória de cunho bibliográfico, procurando evidenciar as principais informações contidas

nas obras pesquisadas.

Segundo Furaste (2006, p.38) a pesquisa exploratória é aquela que procura apenas maisinformações sobre o assunto que se está estudando, pesquisando. O cunho bibliográfico é presente quando, conformeSilva (2003, p.60), “essa pesquisa explica e discute um tema ou problema com base em referências teóricas já publicadas em livros, revistas, periódicos,artigos científicos etc”.

O estudo realizou uma pesquisa qualitativa, em relação à análise e explicação das informaçõesencontradas nas obras pesquisadas. Assim é relevante conhecer a definição de pesquisaqualitativa.

A pesquisa qualitativa envolve uma instância teórica que de maneira auto-consciente parasuspender suposições descuidadas sobre significados compartilhados. Procura o que écomum, mas permanece aberta para perceber a individualidade e os significados múltiplos,

em vez de destruí-los na busca por uma média estatística.[...]

A metodologia utilizada nesta pesquisa, pode ser classificada como exploratória, porque têmcomo objectivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vista a torná-lo maisexplícito ou a constituir hipóteses.

Assim foi caracterizada como bibliográfica porque a fundamentação teórica será a base paraapresentar os conceitos contidos na pesquisa sobre dados bibliográficos publicados,

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inicialmente baseando-se em uma fundamentação teórica, de investigação científica, livrosespecializados sobre o tema, revistas, artigos, sites da internet e outros.2 Estrutura do trabalho:

No primeiro capítulo, apresenta-se uma ampla revisão da literatura sobre o tema e as suasinter-relações, não só através da identificação dos conceitos de base que sustentam o tema,mas também, através do enquadramento teórico do estudo.

No segundo capitulo, abordamos de forma mais aprofundada o balanço social comoinstrumento de gestão, com destaque para os seguintes subtemas (instrumento de gestão,responsabilidade social, e por fim o balanço social).

No terceiro e ultimo capitulo apresentaremos o estudo de caso. Destacando as consideraçõesfinais e tambén as conclusões e recomendações para trabalhos futuros.

2 SILVA, F.V Gonçalves; Contabilidade das sociedades; Lisboa; Plátano Editora; Edição 1986

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Capitulo I : Referencial Teórico sobre o Balanço Social

1.1 A Evolução Histórica do Balanço Social

Segundo Tinoco (2001),as demonstrações contabilisticas eram elabopradas para atenderespecificamente ás necessidades internas dos gestores. Com o passar do tempo outros autoresforam surgindo, como os credores, o Estado, os fornecedores, cada um clamando porinformações que prestava aos seus usuários, evidenciando com regularidade seu desempenhoeconómico e financeiro.

A partir da década de 80, a sociedade também passou a requerer uma maior abertura dasempresas, quanto á revelação de informaçõeseconómicas, financeiras, sociais e ambientais,que justifiquem a razão de ser das entidades, com sujeitos públicos, inserindo-se, portanto, nocontexto dos usuários do Balanço Social. Emquanto o Balanço Social Patrimonial é expressoem moeda, o formato do Balanço Social ora possui dados numéricos, ora dados descritivos,uns refletindo o grau de satisfação dos funcionarios, outros o grau de satisfação dosempregados em ter realizado algum tipo de acção social.

As principais informações apresentadas no Balanço Social são as seguintes: evolução do

emprego, relações profissionais, formação profissional, treinamentos, condições de higiene esegurança, outras condições de vida dos dependentes da empresa, tais como alojamento etransporte, proteção ao meio ambiente, utilização da riqueza da empresa, etc.

O Balanço Social reúne um poderoso conjunto de onformações que são importantes para adefinição das politicas de recursos humanos, nas decisões de insentivos fiscais, no auxiliosobre novos investimentos e no desenvolvimento da consciência para a cidadania.

O Balanço Social, como instrumento de divulgação deste tipo de informação, pode contribuir

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para o reforço a imagem institucional de corporações ou das marcas e produtos a elasassociados, na medida em que se apresente não apenas como mais um atributo de marketing,mas como um demonstrativo da efectiva responsabilidade social assumida e praticada pelaempresa e, como tal, entendida e reconhecida pela sociedade.

Enfim, o Balanço Social deve ser encarado não apenas como um meio de divulgação deinformações relacionadas com o desempenho social, mas como um complemento do sistemade informações da Contabilidade, informando também o desempenho económico da empresae seu relacionamento com a sociedade.

Araújo (2003) demonstra que os movimentos sociais trabalhados, surgidos na Europa(Alemanha) na década de 1920, deram origem ao balanço social, sendo que esses movimentosclamavam por informações sobre empregos e condições de trabalho nas organizações.

Baptista (2002)coloca que, já entre 1927 e 1932, a ideia de responsabilidade social foiintroduzida no mundo dos negócios na fase de evolução da administração de recursoshumanos com a Experiência de Hawthorne realizada por Elton Mayo, professor de Harvard.

Maximiano (1927, p.155) explicita que o objectivo original do experimento de Mayo eraexplicar a influência do ambiente de trabalho sobre a produtividade dos trabalhadores, porém

o que se conseguiu revelar foi a importância dos factores emocionais ou comportamentaissobre o desempenho dos indivíduos e dentre esses factores, os mais poderosos são aquelesdecorrentes da participação do trabalhador em grupos sociais. Em função dessa descoberta, aorganização deveria ser vista como um sistema social.

Nos Estados Unidos da América as discussões sobre a responsabilidade social da organizaçãotiveram início por volta dos anos trinta. A guerra no Vietname, o uso de armamentosofisticado prejudicando o homem e o meio ambiente, e a persistência tenaz da discriminação

da raça e sexo no emprego fizeram com que a sociedade norte-americana discutisse o posicionamento social das organizações. A sociedade norte-americana exigia uma posiçãomais ética e uma postura socialmente responsável por parte das corporações empresariais.

Na década de 70, surgiram movimentos sociais, principalmente em França, onde a sociedadereclamou uma maior responsabilidade social das organizações. Por sua vez, os portugueses

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aderiram à ideia do balanço social em 1985.3

1.1.1 O primeiro balanço social no mundo - o Francês

Entre os países que elaboram o balanço social, a França destaca-se como sendo o primeiro país do mundo a possuir a Lei de Balanço Social n.º 77.769 que, criada em 12/07/1977durante o governo deValéry Giscard d´Estaing , institui a obrigatoriedade da elaboração edivulgação de um novo conjunto de informações sociais denominado de“bilan social de

l`entreprise” (balanço social da empresa) por parte das organizações com mais de 750empregados a partir de 1977, e a partir de 1982 estendeu essa exigência às que contassem commais de 300 empregados. Até então, apesar dos empregados serem considerados como

usuários das informações contabilísticas, uma análise mais detalhada das demonstraçõesfinanceiras existentes revelava que apesar de estas contarem com uma quantidade bastantesignificativa de dados quantitativos e qualitativos, estes serviam principalmente aosaccionistas, investidores, credores, clientes e fiscos, não trazendo, entretanto, essas peças,informações acerca de salários e outros benefícios. Apesar dos inegáveis méritos, o balançosocial Francês não contempla informações relevantes como por exemplo, os proveitos gerados pela organização, concentrando-se nos aspectos de recursos humanos. Evidencia,

principalmente as relações dos funcionários com a organização, além disso, diferentemente doque ocorre com as demonstrações financeiras, que são elaboradas por um técnico de contas, eem alguns casos conferidas por um auditor, o balanço social francês é geralmente feito por umempregado ligado à área de recursos humanos; não existindo nenhuma penalidade ou sansãoaplicável em decorrência de irregularidades após sua preparação, o que segundoFreire eRebouças (2001, p.70-73), gera incertezas quanto às suas informações e diminui a suacredibilidade junto a comunidade.

1.2 O Balanço Social Definido por Vários Autores

De acordo comTinoco (2001), o Balanço Social é instrumento de gestão e informação quetem por objectivo mostrar, da forma mais transparente, informações económicas e,

3 MAXIMIANO, António César Amaru. Teoria Geral da Administração. São Paulo: Atlas,1997.

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principalmente sociais, relativas ao desempenho das entidades, para todos os seus usuários,inclusive seus funcionários.

Ainda segundo o mesmo autor, o Balanço Social é uma necessidade de gestão e resposta a

uma demanda de informação e tem um duplo objectivo:

1º No Plano legal, fornece um quadro de indicadores a um grupo social, que após ter sidoapenas um simples factor de produção, encontra-se promovido com parceiro dosdirigentes da empresa.

2º No Plano de funcionamento da empresa, serve de instrumento de pilotagem no mesmotítulo que os relatórios financeiros.

Freire (1999, p.13) define o Balanço Social“ como o conjunto de informações com basetécnica-contabil, gerencial e económica capaz de proporcionar uma visão da relação capital-trabalho no que diz respeito aos seus diferentes aspectos económico-sociais”.

Para Gonçalves (1980), o Balanço Social pode ser conceitualizado como instrumentogerencial constituído por um processo que abrange planeamento, execução, acompanhamentoe avaliação das acções sociais de cada organização, de forma a sistematizar a sua gestãosocial.

O Balanço Social é um instrumento de medida que permite verificar a situação de umaempresa no campo social, registrar as realizações efectuadas neste campo e, principalmente,avaliar as relações ocorridas entre o resultado da empresa e a sociedade.

Para Danziger(1983), “O Balanço Social é um documento importante, espelho da situaçãosocial da empresa, testemunhando o clima que a rege”.

O Balanço Social, na sua definição mais ampla, inclui, ainda, informações sobre o meio –

ambiente e sobre a formação e distribuição da riqueza gerada pelas emprsas (valoradicionado) e, quando apresentado em conjunto com as demonstrações financeirastradicionais, é efectivamente o instrumento mais eficaz e completo de divulgação e avaliaçãodas actividades empresariais.

Segundo Perottine (1997, p.14), o Balanço Social “é um conjunto de informaçõeseconómicas e sociais que tem por objectivo a divulgação sobre o desempenho económico efinanceiro das empresas e sua actuação em benefício da sociedade”.

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Sucupira (1999, p.49), o Balanço Social é um documento publicado anualmente reunindo umconjunto de informações sobre as actividades desenvolvidas por uma organização, em promoção humana e social, dirigida a seus empregados e a comunidade onde está inserida.Através dele a empresa mostra o que faz pelos seus empregados, dependentes e pela população que recebe sua influência directa. Segundo o mesmo autor, fazer e publicar o balanço social é mudar aquela visão tradicional em que a organização deveria tratar apenas de produzir e obter lucro, sem se preocupar com a satisfação de sua força de trabalho e com oambiente externo, para uma visão moderna em que os objectivos da organização incorporamsua responsabilidade social.

Tinoco apud Araújo (1984, p.84), afirma que o Balanço Social é um instrumento de gestão ede informação que visa reportar, de forma mais transparente possível, vale dizer, comevidenciação plena, informações económicas, financeiras e sociais do desempenho dasentidades, aos mais diferenciados usuários das informações, dentre estes usuários ostrabalhadores.

Kroetz (2001, p.53) considera que o Balanço Social representa a demonstração dos recursos edas influências favoráveis e desfavoráveis recebidas e transmitidas pelas entidades, na

promoção humana, social e ecológica, e os efeitos dessa interacção são dirigidos aos gestores,aos empregados e a comunidade, no espaço temporal passado/presente/futuro.

O Balanço Social envolve a demonstração da interacção da organização com os elementosque a cercam ou que contribuem para sua existência, incluindo o meio ambiental natural, acomunidade e economia local e recursos humanos.

O Balanço Social é um instrumento de informações da organização para a sociedade, pormeio do qual deve ser explicitada a justificativa para sua excelência.

Segundo Souza (1997, p.2), esse instrumento de medição atende a todos. Oferece aosdirigentes os elementos necessários a tomada de decisão, quando estas se referem aos programas e responsabilidades sociais desenvolvidos pelas organização, aos empregadosgarante a possibilidade de verem suas expectativas chegando aos patrões de formasistematizada e quantificada, aos investidores e fornecedores, leva o conhecimento sobre amaneira pela qual a organização encara suas responsabilidades em relação ao seu quadrohumano, aos consumidores oferece uma ideia do clima humano que reina na organização,

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aproximando-a do seu mercado consumidor, ao Estado, o balanço social pode fornecersubsídios para elaboração de normas legais que regulamentam, da maneira mais adequada, aactividade das empresas, visando o bem estar da comunidade.4

Assim, o balanço social constitui-se num instrumento pelo qual as empresas demonstramatravés de indicadores, o cumprimento da sua função social, esses indicadores demonstramtanto a responsabilidade social das organização e seus investimentos em seus empregados,quanto na comunidade em que está inserida.

Além de instrumento de medição, o balanço social constitui-se num importante instrumentode planeamento e marketing, pois divulga a imagem da organização em questões como, porexemplo, a sua atitude ética no campo social.

No entanto, o balanço social não é, nem pode ser, um meio de dar publicidade ao facto desermos muito bons no âmbito social. É um meio para verificar, realmente como somos,objectivamente, por meio de uma avaliação asséptica dos resultados que vamos obtendo nocampo social.

“O Balanço Social é um poderoso referencial de informações nas definições de políticas derecursos humanos, nas decisões de incentivos fiscais, no auxílio sobre novos investimentos eno desenvolvimento e no desenvolvimento da consciência para a cidadania”.

O balanço social possui pelo menos quatros vertentes: a de recursos humanos, a ambiental, adas relações com a sociedade e a do valor adicionado. Estas vertentes podem ser tratadasisoladamente, como também em conjunto. Através do balanço social, é possível obtérindicadores tanto de ordem qualitativa quanto quantitativa, seja de carácter económico, comoda relação entre salários pagos ao trabalhador e as receitas brutas e a produtividade social daempresa, seja de carácter social, como o nível de absentismo e evolução do emprego naorganização.

Todas as definições sobre o balanço social têm convergido para uma mesma afirmação:conjunto de informações económicas, financeiras e sociais sobre a participação daorganização em benefícios da sociedade. A realização e a publicação do Balanço Social éfugir do tradicional, é uma procura de um modelo de gestão mais moderno e comprometidocom a sua força de trabalho e com o seu ambiente externo.

4 SOUZA, Herbert de. Balanço social: voluntário ou obrigatório; Folha de São Paulo. São Paulo, 7 de Abr. 1997.

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O actual mercado é cada vez mais competitivo e a responsabilidade social trata-se de umaforma eficaz de capacitar a organização a sobreviver e a crescer, obtendo sustentabilidade,melhoria no desempenho e promovendo a sua imagem interna e externa.

1.3 Objectivo do Balanço Social

O objectivo do Balanço Social é demonstrar o resultado da interação da empresa com o meioem que está inserida. Existem quatro vertentes, o Balanço Ambiental, o Balanço de RecursosHumanos, a Demonstração do Valor Adicionado, Benefícios e Contribuições à Sociedade emGeral. O Balanço Ambiental demonstra os investimentos em equipamentos e tecnologiavoltados a recuperação ambiental, objectivando sua preservação e proteção. O Balanço de

Recursos Humanos evidencia o perfil da força de trabalho, como a idade, o sexo, formaçãoescolar, estado civil e tempo de trabalho na empresa, bem como a remuneração e benefíciosconcedidos aos funcionários como salário, auxílio alimentação, educação, saúde e transporte.Isso possibilita a confrontação desses dados com a produtividade de cada período. NesteBalanço também poderão ser discriminados os gastos realizados em benefício a sociedadecomo aqueles incorridos em centros de recreação, com hospitais ou escolas para acomunidade. A Demonstração do Valor Adicionado evidencia a contribuição da empresa para

o desenvolvimento da região, ou seja, discrimina o que a empresa agrega de riqueza àeconómia local e a forma como distribui essa riqueza. O Balanço Social demonstra o grau deresponsabilidade social assumido pela empresa e presta conta à sociedade sobre o uso do património público, que é constituído dos recursos naturais, humanos e o direito de conviver eutilizar os benefícios da sociedade onde actua.

Na realidade, investir no social e publicar essas acções através do balanço social, é mais doque marketing, é uma estratégia da sobrevivência no mercado, pelo pressuposto que há muitos

consumidores que escolhem uma marca de um produto, pela credibilidade e confiança naorganização e nas acções desenvolvidas por ela.

O balanço social agrega por si só um conjunto de informações (económicas, financeiras e derecursos humanos), que funcionam como uma ferramenta de gestão, pois tem por objectivoconferir maior transparência e visibilidade ao conjunto de dados quantitativos e qualitativossobre a actuação da organização, a sua relação com os empregados, com o meio ambiente e para com a sociedade em geral. Esses dados poderão ser utilizados pelos usuários internoscomo um relatório, na tomada de decisão e adopção de estratégias, competitividade, bem

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como ao nível do controlo e planeamento.

Aos usuários externos, o balanço social visa dar conhecimento das acções desenvolvidas pelaorganização, não apenas de caracter financeira, mas também na relação capital-trabalho e na

geração ou não de riqueza e bens para a sociedade.O balanço social como instrumento de gestão, pode contribuir na melhoria de gestão, noreforço da imagem organizacional ou das marcas e produtos a elas associado, na medida emque se apresenta não apenas como mais um atributo de marketing, mas como umdemonstrativo da efectiva responsabilidade social assumida e praticada pela organização e,como tal, entendida e reconhecida pela sociedade.

Em síntese, o balanço social tem os seguintes objectivos:

• Melhorar o sistema de controlo interno, permitindo qualificar o ambienteorganizacional, numa perspectiva de confirmar a regularidade da gestão.

• Evidenciar, com indicadores, as contribuições á qualidade de vida da população

• Ampliar o grau de confiança da sociedade na entidade

1.4 Tipos de Balanço Social e sua Origem

Na maior partes dos países em que existe o balanço social, a sua elaboração e publicação évoluntária, mas em alguns é obrigatório, o exemplo de França e Portugal.

SegundoTinoco (1984, p.96), a Holanda foi o primeiro país do mundo a ter publicados seus“social javerlag” (relatórios sociais). O seu modelo baseia-se em medidas qualitativas para

informar o impacto dos objectivos sociais da organização, e quantitativas para programassociais a serem implementados. As informações sobre trabalho e emprego ocupam posição dedestaque, sem desprezarem as consideradas de caracter económicas.

Na Alemanha, a identificação do social, a ecologia e as condições de trabalho fazem parte derelatórios sociais. Os principais temas abordados nos relatórios alemães são os custos dossalários e encargos sociais, as despesas sociais voluntárias, a formação profissional, osesforços de informação interna, o número de acidentes, e acções para controlo da poluiçãoambiental.

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Na Grã-Bretanha, várias organizações fornecem informações mais amplas aos seus usuários,dentre eles os empregados, não existindo um balanço para accionista e outros para o pessoal.Estes reunidos, num mesmo documento, indicadores para julgamento tanto da situaçãoeconómica quanto dos dados sociais.

Na Espanha, o balanço social é voluntário, sendo elaborado pelas organizações que julgamserem transparentes. O Banco de Bilbao foi o pioneiro, publicando-o em 1978.

No Chile, segundoGonçalves (1980, p.55), a difusão da ideia de gestão social e de balançosocial iniciou-se na década de 70, a partir da iniciativa de um grupo de empresários. Aempresa Chilena pioneira na aplicação do balanço social foi a Associacion Chilena de

Seguridad (ACHS), em 1976.

Nos EUA, o enfoque dossocial audts - relatórios económicos sociais, é o ambiente externo,como satisfação dos consumidores/clientes, o controle da poluição, o acompanhamento dacontribuição da empresa aos programas culturais, transportes colectivos e outros benefícios acolectividade.

SegundoFreire e Rebouças (2001, p. 80-95) o balanço social é obrigatório na Bélgica e emPortugal. Na Bélgica o balanço social é obrigatório para todas as organizações, independentedo tamanho e do sector de actividade. Faz parte das demonstrações financeiras anuais e foiinstituído em 1996, por meio de um decreto real, tendo, para o governo, função decisória noque concerne à política de emprego.

SegundoGonzalez (2001, p.8), várias organizações Belgas informam que a publicação de balanços sociais tornou-se obrigatória, também por exigência do mercado, visto que asorganizações que não publicam não conseguem actuar vendendo seus produtos e serviços, pois a cada dia que passa, mais consumidores recusam-se a consumir produtos e serviços deorganizações que não tenham balanço social ou que possuam, na sua cadeia produtiva,organizações que não os publicam.

O modelo Belga comporta três partes distintas, a primeira trata dos dados do pessoal(efectivos, temporário, média de empregados, números de horas trabalhadas, gastos com o pessoal, etc.) Na segunda parte estão informações sobre o movimento do pessoal durante o período. Na terceira destaca-se a implementação de medidas que estimulam o empregado.

Em Portugal, as organizações que tenham pelo menos cem empregados são obrigados, desde

1985 pela Lei n.º 141, a elaborarem o balanço social ao final do exercício económico. O seu

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principal destinatário é o Ministério do Emprego e Segurança Social, que envia cópias àsassociações, sindicatos dos empregados, e à Inspecção Geral do Trabalho. As organizações portuguesas devem ainda remeter o balanço social à comissão de trabalhadores e afixá-los noslocais de trabalho.

O balanço social português é composto de cincos capítulos, além de uma página inicial com aidentificação da organização e informações sobre o valor adicionado e custo com pessoal. Nocapítulo 1 apresenta informações sobre o emprego, como o número de pessoas em serviço, deacordo com o tipo de contrato, as ausências verificadas, a estrutura etária, e de habilitação do pessoal, além do nível de antiguidade, número de estrangeiros e deficientes.

No capítulo 2 estão especificados os custos com o pessoal, seja na forma de salários como de

subsídios etc. O capítulo 3 contém indicadores de higiene e segurança, dos quais, salientam-seacidente de trabalho e doenças profissionais, acções em formação e sensibilização emmatérias de segurança, e as actividades de medicina do trabalho.

O capítulo 4 trata da formação profissional, com o número e o valor monetário das acções praticadas. Finalmente o capítulo 5 que traz a apreciação dos números de protecção socialcomplementar, como os encargos suportados pela organização, as prestações de acção socialde apoio á infância e aos idosos, além de outras modalidades de apoio social (saúde,

habitação, transporte, etc.).

No Brasil, as discussões sobre comportamento ético e responsabilidade social dasorganizações, tiveram início na década de 60, com a criação da Associação dos DirigentesCristãos de Empresas (ADCE) de acordo comSucupira (2001, p.125). Um dos princípiosdesta associação baseia-se na aceitação por parte dos seus membros de que a organização,além de produzir bens e serviços, possui a função social que se realiza em nome detrabalhadores e do bem estar da comunidade.

Segundo Flores (2001, p.125), nesta mesma década de 60, numa empresa formada porRoberto Campos e outros técnicos ligados ao antigo Banco Nacional de Desenvolvimento(BNDE), de nome Consultec, realizava o balanço social para as organizações multinacionais enacionais, como base para avaliação interna e análise de risco, para implementação eexpansão no país. Na década 80, a Fundação Instituto de Desenvolvimento Empresarial eSocial (FIDES) chegou a elaborar um modelo de balanço social. Porém, só a partir do iníciodos anos 90 é que algumas organizações passaram a levar a sério a divulgação sistemática dos balanços sociais e relatórios sociais, as acções realizadas em relação a comunidade, ao meio

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ambiente e ao próprio corpo de funcionários.

Destacar a contribuição do sociólogo Herbert de Sousa, o Betinho, e o Instituto Brasileiro deAnálise Sociais e Económicas (IBASE) chamou atenção dos empresários e toda a sociedade

para a importância e a necessidade da realização do balanço social para um modelo único esimples. O mesmo foi desenvolvido em parceria com diversos representantes de empresas públicas e privadas, a partir de inúmeras reuniões e debates com sectores da própria sociedadee revisto em 2000.

No Brasil, existem três modelos de balanço social. O primeiro desses modelos é o modelo de balanço social Ibase (mais simples para elaborar, possui informações de forma mais sintética, possui poucos indicadores qualitativos. O segundo modelo de balanço social é o do Instituto

Ethos (incorpora o modelo do Ibase, possui indicadores quantitativos, oferece maiortransparência, modelo mais utilizado pelas organizações com mais nível de entendimentosobre Recursos Humanos. O terceiro modelo de balanço social é oGlobal Reporting

Guidelines (modelo mais complexo, reconhecido internacionalmente).

Nos diversos modelos de balanços sociais pesquisados (francês, belga, chileno) constatou-se a presença de informações unicamente relacionados com a área de Recursos Humanos, semenquadrar outras vertentes já consideradas preponderantes para análise do envolvimento da

organização com os problemas da responsabilidade social (Valor Adicionado, “excepto o português”, Ambiente, e Relações com a sociedade).

1.5 Instrumento de Gestão

Como instrumento de gerenciamento e comunicação do desempenho social, a elaboração do

Balanço Social acolhe, em um primeiro momento, práticas e normas voltadas ásustentabilidade e já utilizadas pela empresa, tais como: pesquisa de satisfação de clientes, pesquisa de relacionamento empresa/colaborador, iniciativas de protecção ambiental,resultados de oficinas de trabalho com fornecedores, etc.

O Balanço Social, actua como substrato e catalisador de mudanças promovidas por outrasferramentas, pois permite a visualização integrada dos instrumentos já utilizados, agregandonovas perspectivas aos processos anteriores ou em curso.

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1.5.1 Tipos de Instrumento de Gestão

Por excelência, existem três instrumentos de gestão: o plano de actividades, o relatório de

actividades e o balanço social. Todos eles são elaborados anualmente.O plano de actividades é um instrumento de gestão pois planeia e orienta a actividade daorganização, deve incluir oplano estratégico que estabelece os objectivos gerais daorganização como um todo e os meios para os atingir, bem como oplano táctico, definido anível dos departamentos e, por último, oplano operacional feito para cada tarefa, actividade,este último é constituído por metas, programas, procedimentos, métodos e normas.

O relatório de actividade é um instrumento de avaliação e de controlo dos projectos e

actividades previstos no plano, verificando se os objectivos propostos estão a ser alcançados,dito por outras palavras, permite avaliar o grau de realização e de execução dos programas eactividades.

O balanço social é um instrumento privilegiado pois possibilita uma avaliação qualitativa equantitativa dos seus efectivos através de um conjunto de indicadores relacionados com agestão de recursos humanos (distribuição por sexo, idade, escolaridade, grupo, qualificações profissionais, nível de absentismo, entre outros). Ele espelha a situação e a evolução dos

recursos humanos e contribui para a concretização dos objectivos fixados, e,consequentemente, para o cumprimento da missão.

1.6 A Responsabilidade Social

Actualmente, tem-se assistido a uma crescente discussão sobre o papel das organizações comoagentes sociais no processo de desenvolvimento. Este facto, tem contribuído para que cada

vez mais as organizações assumam não só o papel de produtores de bens e serviços, mastambém o de responsável pelo bem-estar de seus colaboradores e do meio envolvente. Assim,uma estratégia baseada em princípio éticos, nos quais assenta a responsabilidade social, passou a ser adoptada gradualmente por mais organizações.

Para Gonçalves & Six (1979),uma organização é composta por três componentes queembora diferentes se complementam, a chamada tríplice realidade da organização.

Em primeiro plano a organização é uma realidade económica , pois visa produzir algo ou

prestar algum serviço, que se tornam objecto de troca, fundamento da vida económica. Para

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tais actividades, a organização necessita investir e, portanto espera retornos adequados paragarantir sua viabilidade. Naturalmente, se uma administração não produz resultadoseconómicos e não suprir os consumidores com bens e serviços a preços adequados, teráfalhado.

A organização é, também uma realidade humana , pois consiste, formalmente, num complexode actos humanos, de tal sorte que nenhuma tarefa criadora é realizada na organização sem avontade e iniciativa do homem.

Por fim a organização é uma realidade social , na medida em que deve se preocupar com a preservação do meio, com a qualidade dos produtos, e a consequência da sua utilização, comos efeitos directos de sua actividade sobre o bem-estar da comunidade.

A primeira noção de responsabilidade social deu-se por volta dos anos 60 quando grupos civiseram contra a guerra entre os USA e o Vietname, questionando as políticas das organizaçõesque fabricavam armamento para a guerra.5

Na altura, já existia um mercado muito forte que obrigava as organizações a divulgarem nãoapenas informações contabilísticas-financeiras, mas também sobre as acções sociais, a suaactuação sobre o meio ambiente. Fruto desta contestação, as organizações em causacomeçaram sistematicamente a divulgar e publicar todas as suas actividades sociais.

Outro movimento que contribuiu para o desenvolvimento da responsabilidade social, teveorigem cristã com a promulgação da encíclica papal“Mater et Magister” em 1961, comodecorrência de uma reunião daUnion Internationale Chrétienne de Dirigeants d`Enterprise

(UNIPAC) ocorrido em Bruxelas. O mesmo, enfatizava a divulgação, por parte dasorganizações, de relatórios contendo informações relacionadas as iniciativas em favor dostrabalhadores e do bem-estar da comunidade em que a organização está inserida.

“As organizações têm se voltado para problemas que vão além das consideraçõesmeramente económicas, atingido um aspecto muito mais amplo, envolvendo preocupações de

carácter político-social, tais como protecção ao consumidor, controlo da poluição,

segurança e qualidade dos produtos, assistência médicas e social” .

A responsabilidade social da organização consiste na sua“decisão de participar mais

directamente das acções comunitárias da região em que está presente e minorar possíveis

danos ambientais decorrentes do tipo de actividade que exerce” .

5 GONÇALVES, Lima E. Balanço Social da empresa na América Latina. São Paulo: Pioneira, 1980

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Para uma melhor compreensão da responsabilidade social destacamos a definição deVasconcelos apud Ribeiro (2001,p.11),“ a responsabilidade das organizações é

essencialmente, um conceito segundo o qual as empresas decidem, numa base voluntária,

contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais limpo e saudável” .

A responsabilidade social deve ser um exercício permanente de deveres, com o objectivo deassegurar aos cidadãos os direitos mais elementares da modernidade, tais como educação,saúde, habitação, cultura, lazer, segurança. Em suma, um bem estar social construído a partirde acções e investimentos através das relações ou parcerias organização-sociedade eorganização-estado. Assim, a organização não deve considerar a responsabilidade como umencargo, mas sim como um investimento.6

1.6.1 Âmbito da Responsabilidade Social

A organização deve implementar projectos sociais que abrangem tanto o seu ambienteendógeno, como o seu ambiente exógeno. Dito de outra forma, os projectos sociais devemser direccionados aos públicos, interno e externo, da organização.

O ambiente endógeno está directamente ligado aos funcionários (efectivos e não efectivos),deve motivá-los, criar um ambiente de trabalho agradável, contribuir para o seu bem-estar e,como consequência, ganhar sua dedicação, empenho e lealdade, levando em conta o factode que um funcionário motivado aumenta a sua produtividade. Esses projectoscompreendem programa de contratação, selecção, formação e manutenção do pessoal, edemais benefícios relacionados com o pessoal.

O ambiente exógeno é aquele que está ligado à comunidade, e está relacionado com aimplementação de projectos sociais de educação, saúde, assistência social e ecologia, etc. Aimplementação de projectos no âmbito do ambiente exógeno potencia o marketing daorganização, dando-lhe maior visibilidade para o público.

6 VASCONCELOS, Yumara Lúcia. Criando e Adicionando Valor Social. IOB COMENTA, março, número10/2001.

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1.6.2 – Ética Social

A ética profissional compreende um conjunto de normas de conduta que devem nortear ocomportamento das pessoas no exercício de qualquer profissão e que os princípios que

norteiam os Códigos de Conduta Profissional provêm de valores universais comoresponsabilidade, zelo, diligência, honestidade, e integridade. Porém a especificidade de cada profissão irá definir a sua normatização ética.

Da mesma maneira, a ética profissional deve ser estendida às empresas, que são pessoas jurídicas, cujas actividades têm por finalidade a obtenção de lucro.

Diante de uma perspectiva mais ampla, uma nova postura empresarial liderada por grandes

corporações, passou a imprimir uma postura ética nos negócios, com a finalidade de buscarvantagem competitiva e um melhor relacionamento com seus diversos grupos de interesses,que mantém as mais variadas relações com as organizações, conhecidos comostakeholders.

A responsabilidade social, contudo, não compreende somente a interação da empresa com os problemas sociais humanos, mas também compreende aqueles relacionados a preocupaçãocom o meio ambiente.

Deste modo, a contabilização dos custos com a implantação e manutenção de sistemas degestão ambiental e avaliação dos riscos da não implantação de programas de proteçãoambiental, são importantes não só para as empresas, mas também para os investidores, quecada vez mais estão buscando empresas socialmente responsáveis para realizar suasaplicações.

1.6.2 O que a Organização pode fazer?

Num país em vías de desenvolvimento, onde os índices de mortalidade, desemprego, são bastante altos, com bastante desigualdade social, sabemos que não podemos só esperarsolução por parte do Estado, é necessário confiar na sociedade organizada para que tal quadrodesastroso se transforme.

A organização precisa de ter conhecimento das necessidades da comunidade onde e está

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inserida, trabalhar no sentido de eliminar ou atenuar essas carências, combinar o seu foco denegócios com o dos seus clientes e criar parcerias para maximizar sua actuação social,estabelecemos um diferencial de competitividade. É de salientar que para a resolução destequadro apresentado é necessário um esforço colectivo (conjunto) entre empresários,funcionários, Organizações Não Governamentais (ONG), Estado e público em geral.

1.6.4 Principais Áreas de Actuação da Organização

A organização pode desenvolver projectos sociais em diversas áreas, com diversos públicos ede diferentes maneiras, com cada um dos parceiros (accionistas, funcionários, prestadores deserviços, fornecedores, consumidores, comunidade em geral e governo).

Importa salientar que para Angola, atendendo à sua realidade as principais áreas de actuaçãosão: educação, saúde, saneamento, meio ambiente, etc.

A responsabilidade social é pertinente para todos tipos de organização, em todos os sectoresde actividade económica, desde as pequenas e médias empresas às multinacionais, podendo-sedesenvolver projectos com pequenos ou grandes orçamentos.

1.6.5 Factores que Motivam as Organizações a Investirem em Projectos Sociais

Existem vários factores, que estimulam o crescimento da responsabilidade social, a destacar:

• Novas preocupações e expectativas dos cidadãos, consumidores,fornecedores e investidores num contexto de globalização.

• Critérios sociais que possuam uma influência crescente sobre as decisões

individuais, ou institucionais de investimento, tanto na qualidade deconsumidores como de investidores.

• A preocupação crescente face aos danos provocados no meio ambiente pelasactividades económicas.

• Ajuda a atrair e manter talentos na organização, construindo habilidades eatitudes que fortalecem o comprometimento com a organização.

• Aumenta a satisfação dos empregados no trabalho, incentiva a criatividade, a

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confiança, a persistência e trabalho em grupo

• Melhora a imagem externa da organização, funcionando como instrumentode divulgação da organização, transmitindo uma imagem positiva sobre suas

intenções.A figura 1 mostra como um projecto social pode acrescer o desempenho funcionaletransformar-se em vantagem competitiva (aumento da produtividade).

Figura 1 – Acções Sociais – Vantagens Competitivas

Fonte: Vasconcelos (2001)

Importa referir que na legislação Angolana não existe nenhuma forma de incentivo fiscal que possa funcionar como factor motivador para realização da responsabilidade social.

1.6.6 Responsabilidade Social Corporativa

Representantes de diversos países, reunidos em 1998 na Holanda, chegaram a um novo

conceito de Responsabilidade Social das organizações: “ Responsabilidade Social corporativaé o comprometimento permanente dos empresários de adoptar um comportamento ético e

contribuir para o desenvolvimento económico, melhorando, simultaneamente, a qualidade de

vida de seus empregados e de suas famílias, da comunidade local e da sociedade como um

todo” 7

Referindo-se a responsabilidade social, o Banco Bilbao Viscaya/Argentaria da Espanha, emseu balanço social de (1979/1981) menciona: “ Responsabilidade Social: nela se baseia a

7 Melo Neto e Froes, 1999, Pág.88

Investimento

em educação

Satisfação

funcional

Aum ento de

produtividade

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transparência. Com efeito, a consciência da responsabilidade impõe ao grupo o dever de

comunicar com exactidão e diligência os dados de sua actividade, de modo que a sociedade e

os distintos núcleos sociais, que se relacionam connosco possam avaliar nossa tarefa,

compreendê-la e, se assim entendem oportuno, criticá-la”.

1.6.7 Vantagens na Realização de Responsabilidade Social

A responsabilidade social só traz resultados positivos para a sociedade e para a organização,quando implementado através do plano estratégico. Desenvolver projectos sociais apenas paradivulgar a organização, ou como forma compensatória, não traz resultados positivossustentáveis ao longo do tempo.

De acordo comFreire & Rebouças (2001, p.56) a responsabilidade social traz ganhos para aorganização – o chamadoretorno social institucional . “O retorno social institucional ocorre

quando a maioria dos consumidores privilegia a atitude da organização de investir em projectos sociais, como consequência a organização vira notícia, potencializa sua marca,reforça sua imagem, assegura a lealdade de seus empregados, fideliza clientes, reforça laçoscom parceiros, conquista novos clientes, aumenta sua participação no mercado, conquistanovos mercados e incrementa suas vendas”.

Podemos resumir o pensamento deFreire & Rebouças (2001, p.56) quanto os ganhos naimplementação da responsabilidade social emimagem e vendas .

Em relação aimagem podemos afirmar que a organização consciente da responsabilidadesocial vem sendo valorizada pelos fornecedores, clientes e outras partes interessadas que passam a apreciar a actuação da mesma. Essa contribuição fortalece a fidelidade à marca e aos produtos consumidos pela comunidade. Portanto, a organização com uma boa imagem perantea sociedade, torna-se mais conhecida e pode vender mais. Por conseguinte, aumenta seu património e sua competitividade no mercado, tem mais valor monetário para distribuir asociedade.

No que se refere asvendas , partimos do princípio dum mercado de concorrência pura e

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perfeita8, é necessário encontrar diferencial entre as ofertas, tais podem ser imagem e9éticaempresarial, dois elementos sobrevalorizados em responsabilidade social.

Podemos afirmar que as organizações socialmente responsáveis são mais lucrativas, crescem

mais e são mais duradouras. Existe uma relação positiva entre a escolha do produto, bens ouserviços, mediante análise da responsabilidade social exercida pela organização, isto porque,os consumidores pretendem produtos seguros, de qualidade e que os mesmos sejamfabricados de forma socialmente responsável, significa dizer que os consumidores estão mais preocupados com a protecção da saúde, segurança dos trabalhadores, sem recurso ao trabalhoinfantil, o respeito dos direitos humanos, ambientais em todas as operações de umaorganização, e na sua cadeia de produção.10

8 É um tipo de mercado em que há um grande número de vendedores (empresas) e de compradores, de tal sorteque uma empresa, isolada, por ser insignificante, não afecta os níveis de oferta do mercado e, consequentemente,o preço de equilíbrio, que também não é alterado pelos compradores.9A ética empresarial consiste na postura da empresa, conjuntos de princípios e valores morais tais como;honestidade, transparência, justiça, integridade, bem-estar comum, responsabilidade, respeito aos direitos edeveres inerentes a sua posição na sociedade, além de igualdade social e liberdade norteiam as decisões e acçõestomadas pela organização.

10 FREIRE, F.S. O Balanço social no Brasil: género, finalidade e implantação como complemento àsdemonstrações contábeis, Fortaleza mimeo,1999.

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Capitulo II: A Implementação do Balanço Social nas Organizaçõees

2.1 O Balanço Social em Angola

Ao falar do balanço social em Angola importa fazer referência a Lei n.º 09/95 de 15 deSetembro “legislação sobre administração pública”, na secção III - Actividade económica efinanceira, no seu artigo 33º, sobre os documentos de prestação de contas não se faz constar o balanço social como um documento de prestação de contas.

As pesquisas efectuadas sobre a elaboração do balanço social, constatou-se que não é porforça da lei, mas sim por gestão interna, deliberações e acordos feitos entre instituições ealguns órgãos cujo Estado lhes conferiu o poder de regular certas actividades económicas efinanceiras. Deste modo, os bancos comerciais trabalham na base de um documentodenominado“ACTB” - Acordo Colectivo de Trabalho Bancário , sob jurisdição do BNA, queos obriga a elaborar o balanço social e servir como um documento de prestação de contas e deinformação perante o BNA.

As empresas petrolíferas que operam em Angola têm um acordo com a Sonangol, de modoque a Sonangol possa obter por parte destas, toda informação vinculativa e pertinenterelacionada com o balanço social.

2.2 A Quem se Dirige o Balanço Social

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Segundo Tinoco(2001), o Balanço Social dirige-se a vários usuários destacando-se osseguintes:

Grupos cujos os menbros de uma forma pessoal directa trabalham para empresa – os

trabalhadores;

Grupos que se relacionam com a empresa – os clientes, pois de sua confiança vive aempresa;

Acionistas que aportam recursos a empresa;

Sindicatos dos trabalhadores;

Instituições financeiras, fornecedores e credores; Autoridades fiscais, monétarias e trabalhistas, o Estado;

Comunidade local;

Pesquisadores, professores, todos os formadores de opnião.

Aos agentes externos ás empresas, o Balanço Social visa dar conhecimento daquelas acçõesempresariais que têm impactos não apenas no desempenho financeiro, mas também na relaçãocapital – trabalho e na geração ou não de riquezas e bem estar para a sociedade.

Desta forma, o Balanço Social é um instrumento de demonstração das actividades dasempresas, que tem por finalidade conferir maior transparência e visibilidade ás informaçõesque interessam não apenas aos sócios e accionistas das companias, mas também a um númeromaior de autores: empregados, fornecedores, investidores, parceiros consumidores ecomunidade.

2.3 Importância e Benefícios do Balanço Social

Ao falar da importância do balanço social é obrigatório fazer referência ao sociólogoHerbertde Sousa (IBASE, 2001), o balanço social não tem dono, só beneficiários, o mesmo favorece

a todos os grupos que interagem com a organização.

Na mesma linha de pensamento,Caetano & Fistarol (2004, p.12) descrevem os diferentes

grupos que o Balanço social pode beneficiar, dos Dirigentes, fornecendo informações úteis a

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tomada de decisões relativas aos programas sociais que a organização desenvolve, aosfuncionários, visto que o seu processo de realização estimula a participação destes na escolhadas acções e nos projectos sociais, gerando um grau mais elevado de comunicação interna eintegração nas relações entre dirigentes e corpo funcional. Igualmente, aos Fornecedores eInvestidores, considerando que o balanço social dá informações sobre como a organizaçãoencara suas responsabilidades em relação aos recursos humanos e a natureza, o que é bomindicador da forma como a organização é administrada. Ao nível dos consumidores, porquedá uma ideia de qual é a postura dos dirigentes e a qualidade do produto ou serviço oferecido,e, por último, ajuda o Estado na identificação e na formulação de políticas públicas

O Balanço Social serve para avaliar o próprio desempenho da organização na área social ao

longo dos anos e também para comparar uma organização com outra. Assim, a organizaçãocumpre o seu papel social e acaba atraindo mais consumidores. O investimento feito pelaorganização tem o retorno, na sociedade e no seu próprio futuro. Por conseguinte, tem odireito, antes do dever, de dar publicidade as suas acções. Porém, essa propaganda será cadavez mais honesta e verdadeira na justa medida em que utilizar parâmetros iguais e permitircomparações por parte dos consumidores, investidores e da sociedade em geral.

O Balanço Social é um demonstrativo para a sociedade da forma como a questão social está

sendo integrada como plano estratégico e vital da organização. Nesse sentido, não é apenasum relatório institucional, necessário, mas sim a demonstração com dados transparentes emensuráveis como é próprio de um balanço. Além do mais, não pode ser confundida com avitalidade económica da organização medida por clássicos indicadores de seu desempenhoeconómico-financeiro e investimento tecnológico. Isso é necessário, mas insuficiente.

É crucial que as empresas demonstrem, com indicadores sociais claros, aquilo que fazem paraintegrar, interiorizar a dimensão sócio-ambiental nos seus negócios. Algumas organizações

têm levado a sério as suas relações com a comunidade, com o meio ambiente e com seu próprio corpo de funcionários. Nos últimos anos, essas relações tornaram-se uma questãoestratégica financeira e de sobrevivência empresarial, quando se pensa em longo prazo.Convém ainda mencionar o lado ético e humano que a responsabilidade social, por sua vez, pode desenvolver.

2.4 Principais Indicadores do Balanço Social

SegundoMariano (2000, p.27), a transparência da organização quanto à sua actuação social

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permite o fortalecimento da sua imagem e, consequentemente, garante a sua continuidade ecredibilidade diante da sociedade, pois nenhuma organização consegue permanecer nomercado muito tempo, sem que haja uma boa aceitação desta por parte da sociedade.

O balanço social não possui uma estrutura rígida, a forma de apresentação das informações élivre e, tanto podem assumir um carácter qualitativo como quantitativo. Todavia, ainexistência de um padrão global de balanço social dificulta a avaliação, a comparação e oacesso às informações. A consequência deste facto é que nos relatórios e balanços sociaisactualmente publicados ainda faltam muitas informações a respeito da responsabilidade socialdas organizações. Da forma como vêm sendo publicadas, essas demonstrações não proporcionam a comparação entre os sectores económicos, tornando-se difícil usar relatórios

sociais divulgados pelas empresas para estabelecer parâmetros.Padronizar o modelo de balanço social é essencial em tempos de globalização. Para que talseja possível, o mesmo deve conter, entre outros, os seguintes indicadores para tomada dedecisão:

Dados da organização (facturamento bruto, lucro operacional, folha de pagamentos,detalhando o total das remunerações e valor pago a empresas prestadoras de serviços)

Dados dos empregados (n.º empregados no inicio e final do ano, discriminando aantiguidade na organização, admissões durante o ano, escolaridade, sexo, cor e qualificaçãodos empregados, n.º de empregados por faixa etária, n.º de dependentes menores, n.º mensalde empregados temporários, valor da participação nos lucros da organização, total daremuneração paga a qualquer titulo ás mulheres na organização, percentagem de mulheres emcargos de chefia em relação ao total de cargos de chefia da organização, numero total de horasextras trabalhadas, valor do total das horas extras pagas.

Encargos Sociais pagos, especificando cada item.

Tributos pagos,especificando cada item.

Alimentação do trabalhador(custos com restaurantes, tickets-refeição, lanches, cestas básicas e custos gastos com a alimentação dos empregados, relacionados em cada itens, osvalores dos respectivos beneficiários fiscais eventualmente existentes.

Educação (valor dos gastos com formação profissional, programas de estágios (excluídossalários), reembolsos de educação, bolsas escolares, assinaturas de revistas, gastos com

biblioteca (excluído pessoal), outros gastos com educação e treinamento dos empregados,

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destacando os gastos com os empregados jovens, relacionando em cada item os valores dosrespectivos beneficiários fiscais eventualmente existentes.

Saúde dos empregados(valor dos gastos com planos de saúde, assistência médica,

programas de medicina preventiva, programas de qualidade de vida e outros gastos comsaúde, relacionando em cada item os valores dos respectivos benefícios fiscais existentes.

Segurança do trabalho(valor dos gastos com segurança no trabalho, especificando osequipamentos de protecção individual e colectivo da organização relacionando em cada item,os valores dos respectivos beneficiários fiscais eventualmente existentes

Outros benefícios (seguro - valor da parcela paga pela organização, valor dos empréstimosaos empregados “só custos”, gastos com actividades recreativas, transportes, creches e outros

benefícios oferecidos aos empregados, relacionando em cada item, os valores dos respectivos benefícios fiscais.

Providência Privada (planos especiais de aposentaria, fundações providenciarias,complementações, benefícios aos aposentados. relacionando em cada item, os valores dosrespectivos beneficiários fiscais eventualmente existentes.

Investimento na comunidade(áreas de cultura, desporto, habitação, saúde publica,saneamento, assistência social, segurança, urbanização, defesa civil, educação, obras publicase outras, relacionando em cada item, os valores dos respectivos beneficiários fiscaiseventualmente existentes)

Investimento em meio ambiente (reflorestamentos, despoluição, gastos com introdução demétodos não poluentes e outros gastos que visem á conservação ou melhoria do meioambiente, relacionando em cada item, os valores dos respectivos beneficiários fiscaiseventualmente existentes.

Os valores mencionados no balanço social deverão ser apresentados relacionando-se o percentual de cada item em relação ao fornecimento e serviços de terceiros, à folha de pagamento e ao lucro operacional da organização.

2.5 Vertentes do Balanço Social

Atendendo aos tipos de informações contidas no balanço social, podemos agrupar as

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informações em vertentes.De acordo com o dicionário de Silveira Buenos (2000, p.795),vertente significa uma corrente de pensamento sobre um determinado assunto. Considerandoo balanço social como um documento específico das acções sociais da organizaçãorelacionadas ao funcionários, sociedade, ambiente e cultura, percebe-se que lhe são dadosenfoque ou abordagens diferentes nos diversos modelos existentes, de acordo com o nível derelacionamentos da entidade com essas partes.

Existem, essencialmente, quatro vertentes do balanço social, a saber: Recursos Humanos,Sociedade, Meio Ambiente e Contribuição económica, vejamos em mais pormenor cada umadelas:.

Recursos Humanos, a abordagem em recursos humanos contempla, de acordo com Mariano

(2000, p.27),informações acerca do corpo de funcionários da entidade. A adopção de uma forma eficiente de apresentação e estudo de dados sobre os recursos humanos pode permitir

a criação ou o aperfeiçoamento de um esquema adequado para a gerência as actividades

humanas e sociais que ocorrem dentro da organização.

É importante, também que se tenha informações percentuais ou que demonstrem a relaçãoentre esses dados e os números indicadores de desempenho de outras áreas ou actividadesdesenvolvidas pela organização.

Sociedade, contém todas acções sociais realizada pela organização, conforme pode serobservado nos indicadores do balanço (Investimento na comunidade).

Meio Ambiente, contempla os investimentos no meio ambiente.

Contribuição Económica, diz respeito a informações sobre o valor do investimento daorganização na região, a forma de distribuição dessa riqueza, a participação económica naregião, dentre outras.

2.6 Públicos do Balanço Social

O balanço social deve retratar as relações entre a organização e o seu pessoal, bem como arelação da organização com a sociedade. SegundoGressi (1997, p.179.) são públicos do balanço social:

Empregados e familiares: Além de beneficiários directos e multiplicadores das acções da

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organização, é fundamental que tenham referências suficientes para a devida compreensão daimportância dos investimentos sociais, (sua constituição, características, encargos sociais, promoções e condições de trabalho);

Accionistas: Por se tratar de investidores no negócio da organização, merecem umaconsideração especial, uma vez que o Balanço Social constitui uma prestação de contas, alémde instrumento que se destina a mostrar a repercussão dos investimentos sociais realizados, (asua constituição, características, capital de risco aplicado e resultados financeiros);

Comunidade: Além de beneficiários directos das acções sociais da organização, ascomunidades podem exercer influência sobre assuntos de interesse da organização junto dasautoridades e da própria opinião pública como um todo;

Autoridades: Lideranças ambientalistas, profissionais e empresárias do Sector, são centros dedecisão e multiplicadores de opinião. É importante que sejam abordados institucionalmente etambém com a finalidade de prestar contas sobre os investimentos sociais feitos;

Imprensa: Além de formador e multiplicador de opiniões junto da opinião publica, os jornalistas mantêm relações com outros sectores, além de serem cidadãos e membros degrupos e comunidades, devendo a organização, portanto, ser abordada como públicos naveiculação do balanço social;

Mercado: Clientes, Fornecedores e comunidades de negócios. O balanço social confere, juntoa estes públicos a imagem de uma organização sólida, segura e cidadã, isto é (nível de produção e de venda; avaliar a solvência e a rentabilidade da organização)

Resumindo, o balanço social abrange quatro tipos de relacionamentos entre a organização e osseus diferentes públicos:

Organização – Empregados;

Organização – Sociedade, sob a forma de acções sociais;

Organização – Meio ambiente;

Organização – Sociedade, sob o aspecto da organização como elemento de criação edistribuição de valor ou riqueza.

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2.7 Por que as Organização Publicam os Balanços Sociais

Existem vários motivos que justificam a publicação dos balanços sociais por parte das

organizações, dentre os quais destacamos:1º É ético, justo e revela responsabilidade;

2º Agrega valor, o balanço social traz um diferencial para a imagem da organização que écada vez mais valorizado por investidores e consumidores em todo mundo;

3º Diminui os riscos, num mundo globalizado, onde informações sobre a organizaçãocirculam nos mercados internacionais em minutos, uma conduta ética e transparentetem que fazer da estratégia de qualquer organização nos dias de hoje;

4º É um moderno instrumento de gestão, o balanço social é uma valiosa ferramenta paraa organização gerir, medir e divulgar o exercício da responsabilidade social nos seusempreendimentos.

5º É um instrumento de avaliação, os analistas de mercado, investidores e órgãos definanciamento já incluem o balanço social nas listas de documentos necessários parase conhecer e avaliar os riscos e as projecções de uma organização.

6º É inovador e transformador, realizar e publicar o balanço social anualmente é mudar aantiga visão, indiferente à satisfação e ao bem-estar dos funcionários e clientes, parauma visão moderna em que os objectivos da organização incorporam as práticas deresponsabilidade social e ambiental.

2.8 Etapas para Elaboração do Balanço Social

Segundo Chiavenato, (2008. P.477) a implementação do balanço social apresenta três etapas,a saber:

Etapa política: é fase da tomada de consciência por parte da Direcção da organizaçãoquanto à necessidade do balanço social, como um instrumento de gestão, marketing,relações públicas, etc;

Etapa técnica: quando surge a exigência de um sistema de informação social, o balanço social torna-se num instrumento válido para isso;

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Etapa de integração dos objectivos sociais: quando o processo decisório integra osnovos objectivos sociais, como reflexo da ideia da responsabilidade social nosdiversos níveis de organização.

2.9 Critérios para elaboração do Balanço Social

SegundoCaetano e Fistarol (2004, p.14) O balanço social deve ser elaborado com base numconjunto de critérios, nomeadamente, a Relevância, a Clareza, o Benchmarking , aRegularidade e a Verificabilidade, cada um deles explicado a seguir.

1º Relevância – As informações colectadas e apresentadas no relatório têm que ser julgadas úteis para os diferentes usuários, o que exige um grau de conhecimento dequem faz o levantamento de dados para, assim, atender às expectativas e àsnecessidades dos usuários;

2º Veracidade – As informações serão consideradas confiáveis na medida em querevelem a consistência na formulação e apresentação, tendo como recomendação adescrição das acções, obtendo os resultados com base em factos e argumentos lógicos.

Devem-se destacar os aspectos positivos e negativos dos resultados e os impactosdirectos e indirectos relacionados ao negócio e sua indicação económica, social eecológico, devendo incluir a discussão e o posicionamento da organização sobre oassunto;

3º Clareza – O envolvimento do levantamento em contas e a variedade do público quefará uso desse relatório exigem de quem o faz, clareza na exposição dos dados eobjectividade na redacção das conclusões dos dados analisados. Quando houver

termos técnicos ou científicos, recomenda-se a apresentação de um glossário e gráfico;

4º Benchmarking – Representa a expectativa do usuário quanto à leitura do balançosocial, para que se possam fazer as comparações dos dados expostos pela organizaçãocom relação à exigência da consistência na escolha, mensuracão na apresentação dosdados do exercício anterior;

5º Regularidade – Garante que os diferentes públicos possam acompanhar os resultadose tendências de natureza económica, social e ambiente da organização. Assim, o

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relatório deve ser apresentado a esses usuários numa periodicidade anual ou conformesolicitação da organização. Os relatórios podem ser disponibilizados por meioselectrónicos ou impressos;

6º Verificabilidade – Seria o sinónimo de auditoria das informações contidas norelatório, que contribuem para a credibilidade dos dados. Pode-se deixar comoobservação a informação a ser ampliada ou incluída levando em conta a necessidadeou interesse de cada organização. Quando necessário, essas considerações podem serfeitas à parte e anexadas no final do relatório.

2.10 Análise do Custo-Beneficio do Balanço Social

As organizações são identificadas como sistemas abertos, cujas partes interagem entre si ecom o meio ambiente, sofrendo influência de forças endógenas e exógenas, na busca de seusobjectivos. Elas sofrem influências sociais e ambientais, mas também exercem influências.Por essa sua característica sistémica é que a organização, passa a ser importante no contexto

social, onde sua relação com a sociedade afirma o seu novo papel de Entidade Social.

SegundoSantos e Silva (1999), é de interesse das organizações melhorar a comunidade naqual estão localizadas e onde fazem seus negócios, pois adoptando projectos sociais, os pequenos problemas não se tornarão grandes, o que trará benefícios tanto para a sociedadecomo para a organização.

As demonstrações de sensibilidade social podem ser lucrativas para a organização, uma vezque a sua imagem perante a sociedade será a melhor possível. As organizações que possuemum compromisso social têm uma vantagem estratégica em relação àquelas que não possuemtal imagem perante o público.

A maximização dos lucros deve ser vistas num contexto de longo prazo, pois se, em curto prazo, o comprometimento com problemas sociais pode resultar em diminuição dos lucros,também pode transformar-se em condições favoráveis no futuro para a continuidade elucratividade da organização. As organizações envolvidas em questões sociais podem

transformar tais envolvimentos numa oportunidade de negócios.

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Ribeiro e Lisboa (1999, p.1) afirmam que o Balanço Social é um instrumento de informaçãoda organização para a sociedade, por meio do qual a justificação para a sua existência deve serexplicitada. Esta justificação deve provar que o custo-beneficio é positivo porque agrega valorà economia e à sociedade, porque respeita os direitos humanos dos seus colaboradores a ainda porque desenvolve todo o seu processo operacional sem agredir o meio ambiente.Pode-seresumir, portanto, que a actuação de uma organização não deve ser avaliada apenas a partir denúmeros, mas por acções tomadas para superar as deficiências económicas e sociais doambiente em que está inserida.

Capitulo III: Estudo do Caso Banco Keve

3.1 Apresentação da Empresa Estudada

O Banco Keve é uma instituição constituída sob a forma de sociedade anónima, um Banco

Comercial que adopta a firmaBanco Regional do Keve, S.A, usando, como abreviaturacomercial,Banco Keve, fundada no ano 2003.

É regido pela lei das sociedades comerciais e pelas normas especiais aplicáveis em função doseu objecto social, designadamente pela lei das Instituições Financeiras.

Tem a sua sede social na avenida Joaquim Kapango, numero Y-43, no Sumbe, na provínciado Kwanza Sul.

3.1.1 Objecto Social

O objecto da sociedade é o exercício da actividade bancária no termos e com a amplitude permitidos por lei, nomeadamente, a captação de depósitos ou de outros fundosreembolsáveis, a concessão de credito a curto, a médio e a longo prazo, incluindo concessãode garantias, a realização de operações de pagamentos, a emissão e gestão de meios de

pagamentos, tais como cartões de credito, cheques de viagem e cartas de credito, transacções,

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por conta própria ou alheia, sobre instrumentos do mercado monetário, financeiro e cambial, participação em emissões e colocações de valores mobiliários e prestação de serviçoscorrelativos, prestação de consultoria, guarda, administração e gestão de carteira de valoresmobiliários, comercio de compra e venda de notas, moeda estrangeira ou de cheques deviagens, comercialização de contratos de seguro, aluguer de cofres e guarda de valores eoutras operações conexas com a actividade bancária e que a lei não lhe proíba.

O capital social, integralmente subscrito e realizado, é no montante de AKZ4.000.000.000,00(Quatro Mil Milhões de Kwanzas), e esta representada por5.000.000 acções, com o valor nominal com valor nominal de AKZ 800 (Oitocentos Kwanzas) cadauma.

3.1.2 Missão

Toda organização seja ela com ou sem fim lucrativo possui uma missão, sendo algo que oidentifica. Para que a nossa missão seja eficaz é necessário fazermos um estudo minuciososobre qual a correspondência entre oportunidades, competência e compromisso.

Com base nesse contexto, o Banco Keve centra a sua missão, na criação de um experiência bancária excepcional, na qual os nossos clientes percebam o banco como um parceiro iindispensável na concretização dos seus negócios; os nossos colaboradores atinjam umelevado sucesso pessoal e profissional; os nossos accionistas sejam adequadamenteremunerados; e as comunidades em que se encontra inserido beneficiem do nossoenvolvimento.

3.1.3 Visão

Sendo uma instituição financeira que pretende consolidar a sua posição no mercadofinanceiro angolano, avisão é tornar-se um Banco Líder no mercado.

A liderança que o banco precisa alcançar não se fundamenta só em termos de números maissim pelos serviços prestados a qualidade, a eficiência e a satisfação do cliente.

Ex: O banco Keve é considerado como um dos primeiros Banco Comercial a cumprir comrigor os normativos do BNA.

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Tabela 3.1 Principais Indicadores de Gestão

2006 2007 2008 2009 2010 09/10

1. Actividade

Resultados líquidos

Margem Financeira

Produto bancário

Margem Financeira/Produto bancário

Cash flow operacional

4,5

6,0

14,4

42%

6,9

5,9

11,4

24,6

46%

13,0

15,1

19,6

41,6

47%

26,4

13,1

19,7

46,2

43%

27,1

2,0

17,0

33,7

50%

7,4

-85%

-14%

-27%

18%

-73%

2. Rentabilidade

Rentabilidade dos Capitais Próprios (ROAE)

Rentabilidade do Activo (ROAA)

31,7%

3,9%

13,9%

3,2%

21,8%

4,5%

16,9%

3,0%

3,40%

0,60%

-13p.p

-2p.p

3. Estrutura

Activo Total Médio

Recursos totais de clientes

Crédito sobre clientes(liq)

Fundos Próprios

Nº de agências e postos de atendimento

Nº de colaboradores

132,3

103,2

54,4

22,5

13

96

228,6

144,8

104,0

61,9

18

161

440,3

317,8

168,0

76,9

21

218

416,0

296,1

201,2

77,8

25

244

476,5

374,9

202,2

77,0

29

305

15%

26%

0%

-1%

16%

25%

4. Eficiência

Cost-to-income♦ 52% 47% 42% 45% 87% 43p.p

♦ Custos de estrutura sobre produto bancário

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Colaboradores/Agências e postos

Custos de estrutura /Activo total médio

Activo total médio/Colaboradores

7

6,5%

1,2

9

6,4%

1,1

10

5,2%

1,5

10

5,0%

1,8

11

6,3%

1,5

8%

1p.p

-12%

5. Solidez

Crédito em incumprimento s/Credito bruto

Provisões p/Crédito s/Crédito em Incump.

5,5%

45%

2,8%

60%

5,3%

81%

13,1%

64%

12%

77%

-1%

14%

6. Intermediação financeira

Crédito sobre Depósitos

Rácio de liquidez e moeda estrangeira

57%

38%

84%

41%

61%

28%

71%

37%

54%

43%

-17%

11p.p.

7. Regulamentares

Rácio de Solvabilidade Regulamentar

Rácio de Imobilizado

Rácio de Exposição Cambial

24,9%

-

-

30,4%

15%

-

20,2%

30%

-38%

22,1%

44%

23%

19,9%

27%

23%

-2p.p.

-17p.p.

0p.p.

FONTE: Relatório de Contas de 2010, de acordo com os dados do BNA

Nota:

Para a obtenção dos rácios acima mencionados utilizou-se os seguintes cálculos:

Custos de estrutura= Fornecimentos e serviços +Custos com o pessoal +Outros custosOperacionais + Amortizações.

Rácio de liquidez Moeda estrangeira(ME)=Activos em ME em correspondentes/TotalDepositos em ME

Rácio de Imobilizado= Imobilizações liquidas (exclui Participações financeiras)/FundosPróprios Regulamentares(FPR).

Exposição cambial=Exposição cambial liquida/FPR. O sinal positivo(negativo) significa que é

longa (curta).

3.2 Estrutura Orgânica

Os Órgãos Sociais são compostos pela Mesa da Assembleia Geral, fazendo parte o Presidente e oSecretário, o Conselho de Administração (Membros não Executivos e Comissão Executiva) e o

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43

Conselho Fiscal único11.

Tabela 3.2 Distribuição dos colaboradores por unidades de estrutura em 31 deDezembro/2010.

Unidade de Estrutura Responsável CategoriaAdminis-

tração

Unidade deControlo e

Fiscalização

UnidadeComercial

UnidadeCentro deSuporte

Total

Conselho de Administração Rui Campos Presidente 3 3 6

Gabinete de Auditoria Interna FranciscoLuemba

Auditor Interno 3 3

Gabinete de Segurança eFraudes

ManuelCarimba

Chefe 2 2

Gabinete Jurídico Jandira Silva Chefe 1 1

Gabinete de Plan.Orçam.e BSC JuvelinoDomingos

EconomistaSénior 1 1

Gabinete Administrativo 11 11

Direcção de Crédito Loide Martins Dir.Coordenador 9 9

Direcção Comercial AntónioAraújo

Assessor 227 5 232

Direcção Financeira e Mercados Ana Machado Directora 9 9

Direcção de Recursos Humanos Paula de Paula Subdirectora 4 4

11 Ver em anexo o Organigrama do Banco Keve

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Direcção de Contabilidade RenatoBorges

Subdirector 6 6

Direcção de Qualidade,Processos e Formação

José Eduardo DirectorCoordenador 11 11

Direcção de Gestão de Produtose Marketing 1 1

Direcção de Sistemas deInformação

NunoMarques

DirectorCoordenador 7 7

Direcção de Património eManutenção

JoséRodrigues

Subdirector 2 2

Total 3 16 228 58 305

3.3- Principais Acções Desenvolvidas

O Banco Keve teve em 2010 os principais eventos: Durante 2010 as principais acções desenvolvidas tiveram por objectivo a implementação do plano de negócios para o triénio, de onde se destaca:

• Aumento do capital social para 50 MUSD;• Criação da Banca de Investimento;• Segmentação da Banca comercial;• Reforço da estrutura orgânica (de onde se destaca a criação da direcção de Recursos

humanos e do comité de controlo interno);• Comunicação da mudança para o mercado, com base em factores de credibilidade,

solidez financeira, confidencialidade e agilidade, tratamento personalizado edisponibilidade;

• Abertura de balcões em centros com Médias e Grandes Empresas;• Abertura do canal do Internet Banking (Empresas e Private).

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3.3.1 - Actividade Comercial

O Banco dispunha em 31 de Dezembro de 2010 de 29 agências. Mais de metade das agênciasconcentra-se dentro da Província de Luanda.Em 2010 foram abertas novas agências (Serpa Pinto, Nova Vida, Benguela, Huambo- Nacebo). Para além das 29 agências, o Banco dispõe ainda de cinco postos de atendimento12,dos quais dois encontram-se nas Repartições fiscais do Libolo e Cela (Wako-Kungo), dois emLuanda (Correios de Angola e Aeroporto 4 de Fevereiro – Terminal de passageiros) e um naAlfândega do Porto Amboim.

Caixas Automáticos (ATM)Em 31 de Dezembro de 2010, o Banco dispunha de 60 ATM´s, distribuidos por 27Municípios (o total da rede era composto por 1.289 ATM´s).

Tabela nº 3.3 – Total da Rede ATM´s

2009 2010 Variação Nº ATM 31 60 29

Nº de Municípios 15 27 12

Fonte: Relatório de Contas de 2010, de acordo com os dados do BNA

Desde 2007 que tem vindo a ser dada especial atenção ao nível de serviço prestado pelosATM´s do Banco. O contínuo empenho abrangente dos colaboradores, o enfoque permanenteno reabastecimento de notas aos fins-de-semana e o cuidado na manutenção dosequipamentos, constituem factores que têm permito assegurar taxas de operacionalidade (nºde

dias num mês que o ATM está disponível) acima da média da rede e proximos de 100%.

Número de clientes - Por Províncias

Tabela nº 3.4 – Clientes por Província

Província 2009 2010 Variação

12 Estes postos de atendimento são extenções de agências, exercendo apenas funções de caixa com menos de 3 pessoas, razão pela qual não são consideradas no indocador do número total de agências.

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Luanda 13.869 17.931 29%

Kwanza – Sul 9.539 10.452 10%

Benguela 1.867 2.295 23%

Huambo 1.664 2.051 23%

Lubango 2.423 2.755 14%

Namibe 62 86 39%

Zaire 29 45 55%

Total 29.453 35.615 21%

Fonte:Relatório de Contas de 2010, de acordo com os dados do BNA.

Em termos de distribuição territorial, e contrariamente ao ano anterior, verificou-se um maiordinamismo nas agências localizadas em Luanda, tendo apresentado um crescimento de

recursos de 29% face a 2009, contra um crescimento de 11% nas agências localizadas nasOutras Províncias. A Província de Luanda aumentou o seu peso na concentração de recursosem 1p.p face a 2009, para cerca de 89%.

3.3.2 – Sistemas de Informação

O plano da direcção de sistemas de informação tem por objectivo a melhoria substancial dosserviços aos clientes, assegurar a integridade, a segurança dos sistemas, bem como dar

resposta ás necessidades de todas as áreas internas do Banco. Algumas das principais acçõesempreendidas em 2010, pelas três áreas da direcção – Sistemas Centrais, SistemasDistribuídos e Comunicações – foram:

• Programa de eficiência na gestão de infra-estruturas-Estão em curso várias iniciativascom o objectivo de diminuir os custos de infra-estrutura e reduzir a capacidadeintaladora, por via da optimização, racionalização e substituição por outrastecnologias. Foram migradas 10 agências para impressão de caixa mas rápida e

implicando menor gestão de formulário . esta migração será extensível a todo o Banco.

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Foi iniado o projecto de virtualização dos serviços disponíveis nos servidores dasagências (um servidor permite o alojamento de vários serviços).

• Sistemas Centrais – Conclusão dos testes para a aceitação de transacções da rede Visacomo menbro associado. Celebração de contrato com a Moneygram, tendo-seconcluído a instalação e testes da aplicação. Implementação e testes da internet doBanco. Efectuadas actualizações ao sistema core AS400 para melhoria do seudesempenho e capacidade face ás novas necessidades.

• Sistemas Distribuídos – Terminadas todas as fases de ugrade ao servidor Swift, tendoem vista a migração a decorrer em 2011, para um ambiente totalmente virtualizado e acomunicar via VPN Internet.

• Comunicações – Conclusão da implementação de redundância de comunicação emtodas as agências localizadas fora da Província de Luanda. Aumento da instalação deATM´s remotos.

No âmbito do enquadramento legal, destaca-se a conclusão da implementação do novo planode contas (1ª fase do CONTIF) e dos reportes de informação para o Banco Nacional deAngola (2ª fase). Foram ainda conluídas as tarefas internas de preparação de reporte dados para Central de informação e risco de crédito (CiRC), tendo a implementação do módulo(software) sido efectuada em Janeiro de 2011.( O primeiro reporte para a CiRC deverá ocorrerno 1º trimestre de 2011).

3.3.3 – Banca Comercial

Foi possível crescer e robustecer a carteira de recursos de clientes no Banco em quase 30%face ao período homólogo do ano anterior. O Banco passou a ocupar o 6º lugar no rankingnacional de POS activos. Foi dada ênfase a um conjunto de medidas, visando melhorar a

eficácia comercial e a eficiência operacional da rede comercial, entre os quais, destacamos:• Início uma nova forma de abordagem aos clientes e enfoque no negócio, lançado

diversas campanhas comerciais enquadradas em ciclos de negócio;

• Lançamento de uma conta específica para captação de Quadros da Função Pública;

• Impressão de uma nova dinâmica na massificação de contas;

• Lançamento de campanhas de captação de depósitos a prazo;

• Lançamento de novos produtos, direccionados para os segmentos de empresas

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(Corporate) e instituicionais;

• Preparação de lançamento de novos produtos de poupança: Conta Poupança Habitaçãoe Conta Poupança Jovem;

• Criação de uma nova dinâmica de negócio, numa óptica de serviço ao cliente;

• Foi iniciada a abertura de agências ao Sabádo de manhã, de modo a alargar adisponibilidade de serviços;

• Foi implementada a cosntituição de Departamento de Banca Electrónica, tendo emvista o aumento da eficiência no apoio ás agências;

• Foram preparadas as bases para um novo modelo organizacional e funcional das

equipas das agências para dar início ao processo de encarteiramento dos principaisclientes, através de um interlecutor personalizado (gestor de cliente);

• Procedeu-se á abertura do Centro de Atendimento, de modo a que se promova ummelhor acompamento dos maiores clientes do Banco.

O segmento de Empresas foi o que contribui para o crescimento (+43%), enquanto osrecursos do segmento de Particulares teve um decréscimo de -22%.

Recursos e Créditos – Por sector

Tabela nº 3.5 – Recursos e Créditos por sector

Milhões USD 2009 2010 Variação %

Recursos

EmpresasParticulares

Crédito1/

Empresas

Particulares

223,272,4

295,6

204,5

17,4

318,856,2

375,0

209,7

15,6

43%-22%

27%

3%

-10%

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221,9 225,3 2%

1/ Não inclui crédito por assinatura. Valores contratados (não inclui ajustamentos)

Fonte:Elaborado segundo Relátorio de Contas 2010

3.3.4 - Financeira e Mercados

Principais destaques da actividade desenvolvida pela Direcção Financeira e de Mercados em2010:

• Implementação da Sala de Mercados e reforço do organigrama da área;• Divulgação de informação – Elaboração diária de Research com informação sobre

mercados financeiros nacionais e internacionais; Consolidação e envio periódico doRelatório mensal do mercado cambial e elaboração de informação para a websiteinstitucional do Banco;

• Transação para o novo plano de contas (CONTIF) cujo impacto incidiu sobre o reportede informação para o BNA, na conversão do relatório diário de liquidez e na

atribuição de níveis de risco ás operações registadas no Finança (trading book );• Reporte de informação – o reporte de informação para o BNA passou a ser efectuado

através do Sistema de Supervisão das Instituições Financeiras (SSIF), contratação deconsultoria externa para implementação de um software “Cockpit Financeiro);

• Mercado monetário – Contratação de operações no mercado monetério, em moedanacional e estrangeira;

• Produtos e Preçário – Elaboração de fichas técnicas/criação de produtos,

reestruturação do preçário dos produtos e elaboração do questionário para ferir aapetência dos nossos clientes por produtos estruturados;

• Informação de gestão – Elaboração de mapa de controlo e gestão de operaçãoes declientescorporate.

3.4 – Indicadores Funcional (Recursos Humanos)

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A Direcção de Recursos Humanos tem como objectivo principal promover o constantedesenvolvimento e aperfeiçoamento das potencialidades técnicas e comportamentais doscolaboradores do Banco e disponibilizar mecanismos favoráveis que lhes permitamadministrar seu plano de crescimento, pessoal e profissional, a fim de garantir uma melhoriacontínua. Em 2010 destaca-se a seguinte actividade desenvolvida pela direcção:

• Aprovação do qualificador de carreiras;• Revisão do manual de estrutura orgânica, e regulamentos de admissão e avaliação (em

fase de aprovação final);• Implementação de uma política de HIV/SIDA;• Melhoria da comunicação com as diferentes funções do Banco.

a)- Habilitações Académicas

Tabela nº 3.5 – Por Habilitações Académicas

Fonte: Elaborado segundo Relatório de contas 2010

Gráfico3.1 Demonstração do pessoal por habilitações literárias

Classificação dosTrabalhadores

Nºtrabalhadores

%

Ensino de Base/ Outros 6 2%

Ensino Médio 37 12%

Frequência Universitária 247 81%

Licenciatura 15 5%Total 305 100

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Fonte: Idem

A distribuição dos colaboradores por habilitações literárias revela que, 81% dos colaboradores possuem o nível de frequência universitária e 5% possuem a licenciatura completa. (Vertabela acima).

b)- Antiguidade

Tabela nº 3.6- Por Antiguidade

Trabalhadores %

5> Anos11

≤ 5 Anos 89

Total100

Fonte: Elaborado segundo Relatório de contas 2010

Gráfico3.2 Demonstração do pessoal por Antiguidade

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Fonte: Idem

Quanto á antiguidade na instituição, podemos observar que 89% dos colaboradores estão noBanco há mais de cinco anos, e 11% a menos de cinco anos, como podemos ver na tabelaacima.

c)- Estrutura Etária

Tabela nº 3.7 – Por Faixa Etária

Estrutura Etária % <24 Anos 12% 24-34 Anos 69% 35-44 Anos 16%

45-54 Anos 2%

55-64 Anos 1%

Total 100%

Fonte: Elaborado segundo Relatório de contas 2010

Gráfico3.3 Demonstração do pessoal segundo estrutura etária

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Fonte: Elaborado segundo Relatório de contas 2010

No que respeita ao indicador da média etária, 69% dos colaboradores situam-se no intervalode 24 a 34 anos, e 12% com menos de 24 anos. O que pressupõe dizer que a referidainstituição tem apostado cada vez mais na camada jovem.

d)- Total de Colaboradores por sexo

Tabela nº 3.8 – Por sexo

Homens Mulheres Total

53% 47% 100%

Gráfico3.4 Demonstração do pessoal por sexo

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Fonte: Elaborado segundo Relatório de contas 2010

Podemos constatar, que do total dos colaboradores, 53% são do sexo masculino e 47% são dosexo feminino.

e)- Movimentos de Saídas

O movimento de saidas do pessoal, é medido apartir de uma taxa denominado “A taxa de

saída”, e esta mede a variação do total de saídas em relação ao total de efectivos, conforme a fórmulaabaixo:

TAXA DE SAIDA =

TOTAL DE SAIDA / TOTAL DE EFECTIVOS

Obs:Não foi possivel efectuar o cálculor deste indicador, devido a falta de dados/

informações por parte da entidade.

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Durante o ano saíram 14 colaboradores (menos 6 do que em 2009), essencialmente pormotivos próprios.

f)-Movimentos de Entrada

Do mesmo modo que para análise deste indicador, utiliza-se a taxa de entrada que mede avariação do total admitidos em relação ao total de efectivos, e pode ser calculada da seguintemaneira:

TAXA DE ENTRADA =

TOTAL DE ENTRADA / TOTAL DE EFECTIVOS

Assim, o Banco contou em 2010, com um quadro de pessoal de 305 colaboradores,representando um crescimento de 25% face a 2009.

Obs:: Do mesmo modo, não foi possivel efectuar o cálculor deste indicador, devido a

falta de dados/ informações por parte da entidade.

3.5 Indicadores Sociais Internos

3.5.1 Formação

A formação ministrada abrangeu várias funções no Banco nas seguintes áreas:

Tabela 3.8: Actividades do Banco

rea Nº deHoras

Nº deParticipantes

Análise financeira, Projectos 190 16

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Branqueamento de capitais, Prevenção de Fraudes 255 65

Contabilidade, Fiscalidade 36 6

Gestão de recursos humanos, HSE∗ 572 64

Gestão de Crédito, Cobranças 406 27

Comunicação e Marketing 20 4

Liderança, Gestão de equipas 248 21

Técnicas comportamentais∗∗ 2.433 65

Mercados financeiros, Técnicas de salas de mercado 528 13

Pós – Graduação em Gestão Bancária 360 2

Legislação, Regulamentação bancária 145 52

Técnicas de atendedimento, Caixa 940 47

Total 6.133 381

∗HSE= sigla em inglês utilizada para a designação de Saúde, segurança e ambiente.

∗∗Inclui comunicação oral e escrita.

FONTE: Elaborado segundo Relatório de contas 2010

Em 2010, destacou-se a formação relativa á prevenção de fraudes, essencialmentedireccionada para a função comercial, operações e auditoria interna. Tendo em conta este

tema é transversal ao sector e para reforçar a cooperação institucional, foram convidados para participarem nesta importante acção alguns responsáveis de auditoria interna de outros bancose representantes da Polícia Económica, tendo a formação sido ministrada pelo director deauditoria do Banco Bic. Destacou-se ainda o primeiro seminário interno sobre o HIV/SIDA,com a participação do Hospital Esperança , e apoio a dois colaboradores, na participação numcurso de pós –graduação e avançado de gestão.

No total, foram dispendidas mais de 6.100 horas em formação, menos 3.800 horas do que em

2009. Estas redução é explicada em parte por terem se realizado mais acções internas de sala

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do que em 2010. No entanto, em 2010 foi iniciado um novo modelo de formação in loco,ministrado nas próprias agências, com especial foco no cumprimento das normas cambiais, eque se tem relevado importante contributo para aperfeiçoamento técnico dos colaboradores.

Responsabilidade social

A administração do banco promove uma política de responsabilidade social descentralizada,atraveis da qual as proprias direcções e agências propõem as actividades sociais que devemser objecto de apoio, e onde é fortemente incentivado, o directo envolvimento doscolaboradoes nas acções sociais e gestao dos respesctivos orçamentos.

O enquadramento de cada acção é analisado centralmente para garantir a sal coordenação comos outros projectos e a disponibilidade de orçamento.

Esta política concentra-se apenas em acções nos domínios da saúde, educação, acesso aosserviços financeiros e cultura. O conselho de administração entende que o mais importantedestes acções é aumentar o capital social dos colaboradores (razão pela qual as iniciativasnormalmente não são publicitadas externamente e o sentido da sua co-responsabilização nascomunidades onde estão inseridos. Em 2009 foram dispendidos kz 41 milhões (Usd 450.000)

nestas acções, que correspondeu a cerca de 2,5% do resultado antes de impostos do anoanterior.

Conclusões

Pelo estudo realizado no presente trabalho pode-se verificar que o Balanço Social é umaferramenta eficiente como forma de prestar contas à sociedade e transparecer todas asactividades realizadas pelas empresas, tanto na exploração dos recursos humanos, como dosrecursos naturais utilizados, demonstrando através de valores e indicadores como estesrevertem à comunidade através de benefícios, ou como estão sendo repostos, no caso dautilização de recursos naturais.

Desta forma, pode-se concluir que:

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Do Balanço Social podem ser extraídas informações relativas ao Valor adicionado, aoBalanço Ambiental, a toda a movimentação realizada pela empresa em relação aosrecursos humanos, bem os benefícios e contribuições gerados à sociedade em geral;

O Balanço Social pode assim ser considerado um instrumento de gestão que espelhade uma maneira clara e concisa todas as atitudes das empresas e de seusadministradores, como forma de atender a uma cobrança de ética e responsabilidade por parte da sociedade a seus gestores.

A divulgação do Balanço Social poderá ser utilizada pelas empresas comprometidascom o fim social para obtenção de reconhecimento e respeito da comunidade, imagemesta que poderá estender-se inclusive aos seus produtos. Isto favoreceria a venda de

seus produtos e sua posição no mercado. O Balanço Social surgiu como resposta à necessidade de transparência das operações

realizadas pelas organizações;

O Balanço Social, tem como foco demonstrar publicamente que a intenção daorganização não é somente a geração de lucros com um fim em si mesmo, mas odesempenho social;

A análise demonstra que em Angola não há nenhum diploma legal que obrigue asorganizações a elaborar e publicar as suas informações sobre a responsabilidadesocial, quer na forma de balanço social, como em outra forma qualquer;

As poucas organizações que decidiram adoptar esta postura fazem-no por força de umconvénio com algumas instituições reguladoras de certas actividades, ou como uminstrumento de análise interna.

A referida empresa elabora o seu balanço social na base do ACTB (Acordo Colectivo

de Trabalho Bancário) celebrado entre os bancos comerciais e o BNA.

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Recomendações

Atendendo as conclusões, podemos recomendar o seguinte:

Que as empresas possam ver o Balanço Social como instrumento capaz de reunirelementos e informações das actividades das organizações que estejam voltadas para ointeresse social, demonstrando e dimensionando os valores que estas empresas dão comoretorno a sociedade e ao meio ambiente onde estão inseridas;

Este trabalho sirva como fonte de investigação para as próximas pesquisas;

Que as empresas não vem o Balanço Social como um instrumento de marketing, mas simcomo um instrumento de gestão: um relatório capaz de mostrar aos dirigentes da empresa

onde estão suas principais fragilidades e, portanto, para onde devem ser direccionados os

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seus investimentos nos próximos anos.

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