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O Jesus dos Evangelhos - Mito ou Realidade?

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Autor: William Lane Craige e John Dominic Crossan Editora: Vida Nova Sem precedentes, essa magnífica obra reúne uma gama de pessoas profundamente envolvidas no estudo contemporâneo de Jesus. Todas essas vozes colocadas juntas criaram uma discussão densa e de consistência singular, extremamente interessante. O resultado para o leitor é um acesso sem precedentes a como os pressupostos históricos, os compromissos de fé e as premissas filosóficas contribuem para formar a nossa maneira de interpretar o “Jesus da história.

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Copan,Paul(editor) OJesusdosEvangelhos:mitoourealidade?/ umdebateentreWilliamLaneCraig,JohnDominicCrossan; traduçãoEmirsonJustino.--SãoPaulo:VidaNova,2012. Títulooriginal:WilltheRealJesuspleasestandup? ISBN978-85-275-0481-2

1.JesusCristo-HistoricidadeI.Crossan, JohnDominic.II.Copan,Paul.III.Título11-11344 CDD-232.908

Índicesparacatálogosistemático:1.JesusCristo:Existênciahistórica:

Cristologia232.908

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Copyright©1998,deTurner-Welninski&Associates,Inc.Títulooriginal:WilltherealJesuspleasestandup?adebatebetweenWilliamLaneCraigandJohnDominicCrossanTraduzidodaediçãopublicadapelaBAKERBOOKHOUSECOMPANY,POBox6287,GrandRapids,Michigan,EUA.1.aedição:2012

PublicadonoBrasilcomadevidaautorizaçãoecomtodososdireitosreservadosporSOCIEDADERELIGIOSAEDIÇÕESVIDANOVA,CaixaPostal21266,SãoPaulo,SP,04602-970.www.vidanova.com.br|[email protected]

Proibidaareproduçãoporquaisquermeios(mecânicos,eletrônicos,xerográficos,fotográficos,gravação,estocagemembancodedadosetc.),anãoseremcitaçõesbrevescomindicaçãodefonte.

ISBN978-85-275-0481-2

ImpressonoBrasil/Printed in Brazil

SUPERVISÃOEDITORIALMarisaK.A.deSiqueiraLopes

COORDENAÇÃOEDITORIALFabianoSilveiraMedeiros

REVISÃORosaFerreira

COORDENAÇÃODEPRODUÇÃOSérgioSiqueiraMoura

REVISÃODEPROVASMauroNogueira

DIAGRAMAÇÃOKellyChristineMaynarte

CAPAWesleyMendonça

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SUMÁRIO

Agradecimentos....................................................................... 007Introdução................................................................................009

Primeira parte — O debate

Sobreosparticipantes...................................................... 025

1. Introduçãoaodebate,William F. Buckley Jr...................... 027

2. Discursosdeabertura,William Lane Craig eJohn Dominic Crossan ....................................................... 029

3. RéplicadeWilliam Lane Craig......................................... 047

4. RéplicadeJohn Dominic Crossan...................................... 053

5. Diálogo,William F. Buckley Jr.,John Dominic Crossan e William Lane Craig...................... 057

6. Pronunciamentosfinais,William Lane Craig,John Dominic Crossan e William F. Buckley Jr..................... 081

Segunda parte — Respostas e reflexões finais

7.Respostas Oqueosrelatosderessurreiçãopodemprovar?

Robert J. Miller.................................................................. 089

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OJesusdahistóriaeoCristodafé:harmoniaouconflito? Craig L. Blomberg.......................................... 115

Airrelevânciadotúmulovazio,Marcus Borg...................................................................... 137

Ressurreição,oretornoBem Witherington iii.......................................................... 151

8. Reflexõesfinais Reflexõessobreodebate

John Dominic Crossan........................................................ 171

AressurreiçãoeoverdadeiroJesusWilliam Lane Craig........................................................... 182

Bibliografia........................................................................... 211

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AGRADECIMENTOS

SougratoaWilliamCraigportermeconvidadoparaseroeditordeumlivrode tamanha importância.Temsidoumprivilégio tra-balharcomWilliam,mentoreamigohátantosanos,mastambémdesfruteidacolaboraçãodeJohnDominicCrossan,RobertMiller,CraigBlomberg,BenWitheringtoniii eMarcusBorg,todosgran-desincentivadores,comqueméfáciltrabalhar.JimWeaver,daedi-toraBakerBookHouse,ficouanimadocomestelivrodesdeoinícioe trabalhou intensamentenosbastidorespara fazê-lodecolar.RayWiersma,tambémdaBaker,apresentouváriasótimassugestõesparamelhorarotexto.AgradeçoigualmenteaRonTurner,opatrocina-dorinicialdodebate,porconcederosdireitosdepublicaçãoàBaker.Umagradecimentoespecialaminhapreciosaesposa,Jacqueline,nãoapenasporsuassábiasrecomendações,mastambémporseuamoreapoioaolongodetodaestaempreitada.

Paul CoPan,Oconomowoc,Wisconsin,eua

agostode1997.

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O JESUS DOS EVANGELHOS: MITO OU REALIDADE?

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INTRODUÇÃO

OCredonicenoafirma:

CremosemumsóDeus,Pai,Todo-Poderoso,Criadordocéuedaterra,detodasascoisas,visíveiseinvisíveis.CremosemumsóSenhor,JesusCristo,FilhounigênitodeDeus,geradodoPaiantesdetodososséculos,DeusdeDeus,Luzdaluz,verdadeiroDeusdeverdadeiroDeus,gerado,nãocriado,deumasósubstânciacomoPai.Poreletodasascoisasforamfeitas[...]pelopoderdoEspíritoSantoseencarnou, noseiodaVirgemMaria,esefezhomem.PornósfoicrucificadosobPôncioPilatos;padeceuamorteefoisepultado.Ressuscitoudosmortosaoterceirodia,conformeasEscrituras;esubiuaoscéus,ondeestáassentadoàdireitadoPai.

Comodevemosentenderessecredoque,emsi,éumatentativadeexpressarocernedafécristã—o“cristianismopuroesimples”,comodisseC.S.Lewis?Onascimentovirginaleaencarnação(“seencarnou,noseiodaVirgemMaria”),acrucificaçãodeJesus(“Pornósfoicrucificado”)earessurreiçãofísica(“Ressuscitoudosmortosaoterceirodia”)devemtodosserconsideradosfatosrealmentehis-tóricos,ocorridosnoespaço-tempo?Ousãodealgummodomito-lógicosoumetafóricos,porexpressaremverdadesmaisprofundasesupra-históricas?EmsuaobraMetaphor of God incarnate[Ametá­fora do Deus encarnado],JohnHick,filósofodareligião,recomendaasegundaabordagem.Somentetalvisãofazsentidoàluzdanova

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consciência global, o que deve despertar em nós uma consciênciasensívelaoutrascrençaseculturas.1Dessemodo,devemosfalardeencarnaçãosomentenosentidodequeJesus,emsuaacessibilidadeereceptividadeàvontadedeDeus,encarnouoamordivinopormeiodeseupróprioamoraltruísta.2

Em contrapartida, cristãos de todos os séculos consideram onascimentovirginal,aencarnação,aexpiaçãoearessurreiçãofatosreaisehistóricos.O Credo nicenoserviudepadrãoparaaigrejadefi-niraquiloemqueocristãodevecrer.Rejeitarsuasdeclarações,fun-damentaisparaocristianismo,erachamaranátemasobresimesmo,serrotuladodeherege.Essaeraumadasconsequênciasdeeliminardahistóriaafécristã.Defato,seasdoutrinasdocredosãomitosoumetáforas,entãoafécristã,cridaháséculos,ficaenfraquecida:“E,seCristonãoressuscitou,avossafééinútileaindaestaisnosvossospecados”(1Co15.17).

Atéumaépocarelativamenterecente,oscristãosacreditavamnãohaverseparaçãoentreoJesusdahistóriaeoCristodafé.Eratidocomocertoqueosegundodependiadoprimeiro.Contudo,nodecorrerdosúltimosduzentosanosoumais,cristãostradicionaistiveramdecontendercomumsupostodesencontroentreoJesusdahistóriaeoCristodafé.AíntimaligaçãoentreoJesusdahistóriaeoCristodaféresumeotemaprincipaldestelivro,ideiaquetomaaformadeumadiscussãoentreteólogosconservadorese liberais—entreosproponentesdaposiçãoevangélicaortodoxaeosparti-cipantesdoJesusSeminar[SeminárioJesus]—sobreaidentidadedoverdadeiroJesus.Emboraeumesintaàvontadecomoprimeirogrupo,estouconvencidodanecessidadedeinteraçãoentrepontosde vista opostos oudiversos.Normalmenteprecisamosdosopo-nentesintelectuaisparaserlevadosapensarmaisclaramentesobrenossaprópriaposição—eparanosafastarmosdascaricaturasoudosestereótipos.

1P.7-8.2Ibidem,p.105.

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| 11INTRODUçãO

O Cristo da fé e o Jesus da história

Antesdeentrarmosemquestõesespecíficas,convémfornecerumbrevepanoramahistórico.Nodecorrerdosúltimosduzentosanos,trêspersonagensmoldaramsignificativamenteodebatequecercaadistinçãoentreoJesusdahistóriaeoCristodafé:DavidFriedrichStrauss, Martin Kähler e Rudolf Bultmann. Strauss (1808-1874)foi o primeiro a fazer distinção entre teologia e história, entre oCristodaféeoJesusdahistória.3Strausstentouenfraqueceracom-preensãosobrenaturaldosEvangelhosemsuaobraDas Leben Jesu, kritisch bearbeitet, publicada originalmente em 1835 e mais tardetraduzidaparaoinglêspeloromancistaGeorgeEliot.Avisãotradi-cionaldeJesuscomooDeus-homemdosmilagresdosEvangelhospertencia à categoria do mito. Esses mitos, embora expressassemideiasimportantes,nãodeveriamserconsideradosfatoshistóricosnoespaço-tempo.Sepossível,deveriamseresmiuçadoscomoobje-tivodeadequadamenteremontaroJesushistórico.Strausssustentavaque,seadmitirmosopontodevistamítico,“desaparecem”,então,emumsógolpe,“asinúmerasdiscrepânciasecontradiçõescronoló-gicasdashistóriasdoEvangelho,incapazesdejamaisserharmoni-zadasdeoutraforma”.4

Na visão de Strauss, os Evangelhos“apresentam verdades reli-giosas,nãohistóricas”.5Aindaqueessasverdadesreligiosaspossamterrelaçãocomahistória,nãodevemseravaliadascomohistóriaformal.Aousarotermomito,Straussquisdizerqueosfatosregistradosnão

3Naturalmente, o pensamento de Strauss não surgiu do nada. O racionalismoiluministaeatesedeG.W.F.Hegelsobrearevelaçãogradualdahistóriainfluen-ciaramseupensamentodemaneirasignificativa.Anteriormente,HermannSamuelReimarus(falecidoem1768)lançaraabuscapeloJesushistórico,argumentandoqueJesustentouestabelecerumreinomessiânicoterreno,masmorreudesiludidoeaban-donadoporDeus.TemosaquiosprimórdiosdeumadistinçãoentreoCristodosEvangelhoseoJesusdahistória.ComStrauss,porém,essademarcaçãosetornariabastanteclara.V.,deCraigA.Evans,“ThehistoricalJesusandChristianfaith:acriti-calassessmentofascholarlyproblem”(in:Christian Scholar’s Review,v.18,p.48-9).

4The life of Jesus, critically examined,p.33.5evans,ThehistoricalJesus…,cit.,p.40.

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haviamacontecidodeverdade,masrepresentavamascrençasdaigrejaprimitivaprojetadas retroativamente.6Ou seja, aorigemdasverda-desteológicassobreCristonãodeveserencontradanahistória,masnaconstruçãofeitapelaigrejaprimitivadosmitosaelerelacionados.DeacordocomStrauss,“essasnarrativas,comotodasasoutraslendas,forammontadaspor estágios,pormeiodepassos cujos rastrosnãopodemmaisserseguidos;gradualmenteadquiriramcoerênciae,apósmuito tempo, receberam forma fixa nos Evangelhos escritos”.7 NoperíodoentreaformaçãodaprimeiracomunidadecristãeacriaçãodosEvangelhosocorreua“transferênciaparaJesusdaslendasmessiâ-nicas,quasetodasjáformadas”.8Dessaforma,pouquíssimosmitosdosEvangelhoseram“inteiramentenovos”.9Foramoresultadodeuma“ondadeentusiasmoreligioso”quecompensavaa“conhecidacarênciareligiosadoperíodo[i.e.,aPalestinadoprimeiroséculo]”.10StraussconcluiuqueacausadetalentusiasmonãodevenecessariamenteseratribuídaaosmilagresdoEvangelho.11

EmStrauss,portanto,vemosumenormeabismoentreféehistó-ria.12Paraele,nofundo,oJesusdahistóriaeoCristodafénemmesmoremotamentecorrespondemumaooutro,comoeratradicionalmenteaceito.Porsinal,StraussconsideravasuavisãodequeaBíbliacontémmitos“diretamenteopostaàsconvicçõesdocrentecristão”.13

DepoisdeStrauss,essabifurcaçãodahistóriaedaféfoi levadaadiante basicamente por Martin Kähler (1835-1912). Em 1896,KählerescreveuumpequenolivrointituladoThe so­called historical Jesus and the historic, biblical Christ[O chamado Jesus histórico e o Cristo

6N.T.Wright,Who was Jesus?, p.3.7op.cit.,p.35.8Ibidem,p.69.9Ibidem.10Ibidem,p.55.11Ibidem.12AnthonyC.thiselton,NewTestamentinterpretationinhistoricalperspective,

in:JoelB.green,org.,Hearing the New Testament,p.24.SougratoaThiseltonpelosinsightspresentesemváriospontosdessaintrodução.

13strauss,op.cit.,p.47.

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| 13INTRODUçãO

bíblico e histórico],queteveinfluênciasignificativasobreacristologiadoséculoxx.14Alarmadocomosubjetivismodealgunsteólogosdoséculo xix (FriedrichSchleiermacher,AlbrechtRitschl eWilhelmHermann),Kählerprocurouoferecerumaabordagemmaisfrutíferacomoobjetivodepreservarafé.Entendiaterduastarefas:“1)cri-ticarerejeitarosaspectoserrôneosdaforma[histórica]deabordaravidadeJesuse2)estabeleceravalidadedeumaabordagemalter-nativa.Asegundasendoamais importante”.15KählerdenunciouabuscapeloJesusdahistóriacomtodososmétodoshistórico-críticos,porconsiderá-lamalconcebida,umavezque“ocultadenósoCristovivo”.16Dependerdapesquisahistóricaparalançarosfundamentosdenossafé“nãoforneceráapoioverdadeiro”.17ParaKähler,oJesushistóricoera simplesmenteuma invençãodos críticos acadêmicos.Emvezdisso,Kählerconcentrou-senoCristodaBíblia.18

Kählerpresumiuque“nãotemosfontesparaumabiografiadeJesus de Nazaré que se equipare aos padrões da ciência históricacontemporânea”.19IssonãoéomesmoquedizerqueosEvangelhossejaminsatisfatóriosparaospropósitosda fé.Afinaldecontas,osEvangelhosforamescritoscomotestemunhosouconfissõesapartirdaperspectivadafé:“OsapóstolosjáacreditavamemCristoquandoescreveramsobreele;portanto,otestemunhodelesjáeraumaformadeteologiadogmática”.20ParaKähler,overdadeiroCristoéoCristopregado.OCristodoscredoscristãosnãoédeformaalgumaoJesushistóricodaerudiçãocrítica.

AdistinçãodeKähler(emboranãofaçaseparação)21entreoJesusdahistóriaeoCristodafépermitiuqueelepensassenafé

14V.aanálisedeKählerfeitaporAlisterE.McGrathemThe making of modern German Christology: from the Enlightenment to Pannenberg (p.76-80).

15P.45.16Ibidem,p.43.17Ibidem,p.74.18Ibidem,p.76.19Ibidem,p.48.20Ibidem,p.44.21KählersustentavaqueproclamarCristonãoexigedistinçãoentre“alembrança

dosdiasdesuacarneeaconfissãodesuaimportânciaeterna”.

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cristãbaseadanesteenãonaquele:afécristãsebaseianãoemquemCristofoi,masnoqueatualmentefazpeloscrentes.22Ométodohistó-ricotempoucaimportânciaparaafé;nãopodefazernadaparaestabe-lecerounegarafé.Decertomodo,atentativaintelectualderecuperaroJesushistóricoéumaviolaçãodajustificaçãopelagraçapormeiodafé.Envolver-senessaempreitadaéadicionarobrasàgraça!23Noentanto,umavezqueumapessoaentendaporféqueDeus,pormeiodeCristo,estendeusuagraçaamim(pro me),então—supostamente—Jesusnãoprecisaestartãofirmementeenraizadonahistória.24

OqueexatamenteKählersepropôsrealizarnãoétãoperceptí-vel.Oqueestáclaro,porém,équeelecontribuiusignificativamenteparaadicotomiaentreoCristodaféeoJesusdahistória—dico-tomiaquedesdeessemomentomoldouosestudoseateologiasiste-máticadoNovoTestamento.25

OfocodeKählernoCristopregadoprecedeuaobradeRudolfBultmann (1884-1976). Assim como Kähler, Bultmann via nabuscapeloJesushistóricoumataqueàdoutrinadePaulosobreajustificaçãopelafé.Paraele,sealguémbuscassenasaveriguaçõesouprobabilidadeshistóricasasegurançaparaafé,issosignificariaofracassodaprópriafé.Afégenuínanãoprecisadereforçoporpartedahistória.Porconseguinte,BultmannnãoqueriaconhecerCristo“segundoospadrõeshumanos”(2Co5.16).Emvezdisso,afirmavaquetudooquepodemossabersobreJesusapartirdahis-tóriaéque(daβ)eleexistiu.Ninguémpodeseaventuraralémdisso.

22Ibidem,p.79.23Paul Tillich, que foi aluno de Kähler, assim escreve no prefácio de The

so­called historical Jesus:“Kählereraumpensadorabsolutamentesistemáticoquedesenvolveu suas ideias sob influência do princípio dos Reformadores — ‘jus-tificação pela graça por meio da fé’ — sem repetir as formulações tradicionaisdaortodoxiaprotestante”(p.ix).TillichacrescentaqueKählerprocurouaplicaresseprincípiodaReformaao“posicionamentodohomemmodernoentreaféeadúvida”(p.x).AtémesmoquemduvidadoqueaEscrituraouoscredosafirmamaindapodeser“aceitoporDeus”epode“combinaracertezadaaceitaçãocomarealidadeatémesmodeumadúvidaradical”(p.x).

24N.T.Wright,The New Testament and the people of God,p.22.25MarkusBoCkmuehl, This Jesus: Martyr,Lord,Messiah,p.22.

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Consequentemente,osEvangelhosprecisamser“demitizados”,ouseja,onúcleofundamentalprecisaserextraídodacascaobsoletadosobrenaturalismoprimitivo,queincluiosmilagreseexorcismos.De-clarandoque a cosmologiadoNovoTestamentoé essencialmentemíticaemcaráterequeosmilagresdosEvangelhossãopré-científi-coseprimitivos,Bultmannfezsuafamosaafirmação:“Éimpossívelusaraluzelétrica,otelégrafo,submeter-nosàsdescobertasmédicasecirúrgicasdaatualidadee,aomesmotempo,crernomundodoNovoTestamento,cheiodedemônioseespíritos.Podemosacharpossívellidarcomelesemnossavida,masesperarqueoutrosofaçamétornarafécristãininteligíveleinaceitávelparaomundomoderno”.26

Oevangelho(ou kerygma),sustentavaBultmann,estáenvoltoem mito, o que não apresenta “uma imagem objetiva do mundocomo ele é”.27 Consequentemente, não devemos objetificar Deuscomalinguagem;nãodevemostransformá-loemobjeto.Noentanto,assimque removermos a casca—osmitos—que cercamo Jesusdivinizado e miraculoso, chegaremos ao núcleo fundamental damensagemcristã:DeusagiudemaneiraredentoraemJesus,enós,percebendonossacondiçãodesesperadora,somossalvosaoaceitarpelaféodomdagraçadeDeus.Bultmanntambémtentoutrazerum componente existencial à fé: deparamos com Cristo pessoal-mente,nopresente,quandoatendemos àpregaçãodo evangelho;logo,entramosnumaexistênciaverdadeiramentehumana.

Somenteaodemitizaréqueapregaçãocristãpodetornar-seaceitável aos ouvidos modernos. A mensagem cristã deve elimi-nartodareferênciaaespíritos(malignosoubenignos),àhistorici-dadedosmilagresdoNovoTestamentoeàdoutrinadaexpiaçãode pecados com sangue. Essa erradicação também não pode serseletiva:“Avisãomíticadomundodeveseraceitaourejeitadaporinteiro”.28Nãohámeio-termo.

26NewTestamentandmythology,in:HansWernerBartsCh,org.,Kerygma and myth: atheologicaldebate,p.5.

27Ibidem,p.10.28Ibidem,p.9.

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Porconseguinte,apesquisahistóricanãopodeajudarafunda-mentaroureforçarnossafé.Emvezdisso,devemosabraçaramensa-gemsalvadoradoevangelhosemreferênciaatalpesquisa.Bultmanndeclarouque“precisamosdescobrirseoNovoTestamentoofereceaohomemumacompreensãodesimesmoqueodesafieaumadecisãoexistencialgenuína”.29Portanto,agenuínafésalvadoranãodependedefatoshistóricossobreJesusdeNazaré.

EmboraasmotivaçõesdeBultmanneKählerparasepararaféemrelaçãoàhistóriafossemdistintasdasdeStrauss,30oresultadofoiomesmo: todoseliminaram“a teologiaea fédodomíniopú-blicoda investigaçãoedodebate”.31 Issoatéqueuma importantemudança de rumo aconteceu, quando, em 1953, Ernst Käsemannfezsuapalestrasobre“oproblemadoJesushistórico”.32Eledeclarouque,semumasólidaligaçãoentreoJesusdahistóriaeoCristodafé,ocristianismodesmoronariaemdireçãoaodocetismo—aféemumaquimera.Desdeessaépoca,amarévirounaspesquisas sobreavidadeJesus:passouahaverumacrençacadavezmaiorentreosespecialistasdoNovoTestamentodequeosEvangelhosofereceminformaçõeshistóricasúteise,demodogeral,confiáveis.33Oquene-leslemossobreJesusencaixa-semuitobemcomoqueconhecemossobreoambientedojudaísmodaPalestinadoprimeiroséculo.EmdecorrênciadareaproximaçãodoJesusdahistóriaaoCristodafé,apesquisasobreavidadeJesusafastou-sedospressupostosteológico-filosóficoseencaminhou-separaumaorientaçãomaishistórica.34

29Ibidem,p.16.30Straussbuscou fazeruma separaçãoentrehistória emito e,dessemodo,quis

destruirafécristã,aopassoqueKählereBultmannqueriamabrirespaçoparaafé cristã autêntica, resgatando-a das preocupações históricas (thiselton, NewTestamentinterpretation,p.26).

31Bultmann, op.cit.32Ernst käsemann,The problem of the historical Jesus, in: Essays on New

Testament themes,p.15-47.33SigoaquiCraigA.Evans(Life-of-Jesusresearchandtheeclipseofmythology,

Theological Studies,v.54,p.3-36).34Ibidem,p.15.

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SurgeentãooJesusSeminar.Objetodemuitaatençãodamídia,eleindiscutivelmentereviveuadistinçãoentreoJesusdahistóriaeoCristodafé.JohnDominicCrossan,cofundadoreex-diretordoJesusSeminareparticipantedestevolume,declara,porexemplo,emsuaobraJesus: a revolutionary biographyqueosEvangelhos,quandolidoscomparativamente,contradizemunsaosoutros;ouseja,ofere-cemdiferentesinterpretaçõesdeJesus.35Pararesolveressasituação,Crossantenta,comautilizaçãode“teoriaemétodo”corretos,apre-sentarum retrato imparcialde Jesusquenão seja encobertopelasinterpretaçõesqueoscredosfornecemsobreele.36

OutrosparticipantesdoJesusSeminartêmargumentadoqueo Jesus histórico deve ser resgatado das camadas de incrustaçãoteológicaadicionadasporseusseguidores.AquiloqueoscristãosnormalmenteacreditamsobreCristoestámuitolongedoJesusdahistória. Marcus Borg, outro colaborador deste volume, escreve:“Ésimplesmente incrívela ideiadequeoFilhounigênito tenhavindoaesteplanetaofereceravidaemsacrifíciopelospecadosdomundo,queDeusnãopoderianosperdoarsemissoteracontecidoequesomossalvosaocrernessahistória”.37Diga-sedepassagem,pedir às pessoas que creiam nisso representa um obstáculo paraqueabracema fé cristã.Odestaqueconferido a tais argumentostemcontribuídoparavoltaraatençãonovamenteàdicotomiaentrehistóriaefé.

O debate

Em outubro de 1994, Dick Staub, apresentador de um programade rádiona regiãodeChicago,convidouCrossanparadebaternaMoody Memorial Church com o filósofo cristão de posiciona-mentoevangélicoortodoxoWilliamLaneCraig.CrossaneCraig

35P.x.[Ediçãoemportuguês:Jesus: uma biografia revolucionária.]36Ibidem,p.xi.37Meeting Jesus again for the first time: the historical Jesus and the heart of

contemporaryfaith,p.16.

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decidiramqualabordagemseriaamaisadequadaparachegaremaumretratoprecisodoJesushistórico.OcolunistaeautorWilliamF.BuckleyJr.,cujasimpatiaclaramentependemaisparaoladodeCraig que de Crossan (como fica evidente no debate), participoucomomoderador.

O debate, patrocinado pela Turner-Welninski & Associates,foi um animado intercâmbio entre perspectivas cristãs conserva-doras e liberais sobre a identidade do verdadeiro Jesus. O títulodo debate, Will the real Jesus please stand up? [O verdadeiro Jesus pode, por favor, se pôr de pé?] tevecomobaseopopularprogramadatelevisãoamericanaTo tell the truth[Dizer a verdade].38Nesseprograma,trêspessoas,cadaumadelasafirmandoserdeterminadoindivíduo,eramquestionadasporumgrupodecelebridades.Então,com base nas respostas, os participantes escolhiam qual das trêspessoas cada um considerava estar dizendo a verdade. O clímaxaconteciaquandooapresentadordizia comentonaçãodramática“Overdadeiro_____pode,porfavor,sepôrdepé?”,eoverdadeiro_____selevantava.EstelivrofazumaperguntasemelhantesobreJesus:queméoverdadeiroJesus?OJesusqueoscristãostêmado-radoatravésdosséculoséumafiguralendáriaoumitológicasim-plesmenteexageradaporseguidoresbem-intencionados?Oueleé“oCristo,oFilhodoDeusvivo”(Mt16.16)?

Doisdefensoresdaposiçãoevangélicaortodoxaedoispartici-pantesdoJesusSeminarforamconvidadosaoferecerumarespostaaodebatee,emparticular,responderàsseguintesperguntas:

1.AtéquepontopodemosdistinguirentreoJesusdahistóriaeoCristodafé?Seessaéumadistinçãolegítima,quaislinhasdedemarcaçãodevemserusadasparasubstanciá-la?

2.Omiraculoso(i.e.,aintervençãodivinasobrenatural)exerce,dealgummodo,umpapellegítimonaexplicaçãodosdadoshistóricosdaprimeiraPáscoa?

38Otítulododebatetornou-setambémotítulodolivroeminglês.

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3.Qualconstrução—adeCraigouadeCrossan—melhorseencaixanosfatosconcernentesàressurreiçãodeJesus?Daperspectivadohistoriador,paraqual ladopendeabalançadasprobabilidades?

Alémdisso,todososentrevistadoslevantaramquestõessignifi-cativassobreaabordagemouametodologiacorretanainterpretaçãodosEvangelhos.39

Falandocombaseemseuhistóricocatólicoeemsuasintera-çõescompartidáriosdeoutrasreligiões,RobertMiller,doJesusSeminar, expressa suas dúvidas sobre a validade da apologéticacristã, empreendimento no qual Craig regularmente se envolve.Ele apresenta o contraexemplo da apologética muçulmana, queofereceasingularidadedoAlcorão,amensagemradicaldeMaoméeonotávelcrescimentodoislãprimitivocomoprovasdesuaveraci-dade.Alémdisso,levantaquestõessobreincongruênciasnasnar-rativasdaressurreiçãopresentesnosEvangelhosesobreanaturezaapocalípticadepassagenscomoMateus27.51-53,doispontosquecolocamemquestionamentoahistoricidadeouanaturezaliteraldosEvangelhos.

OensaiodeCraigBlombergabordaindiretamentealgumasdaspreocupações que Miller levanta, como, por exemplo, a confiabi-lidadegeraldosEvangelhoseopapeldaapologéticacristã.Tam-bémargumentaque,aindaqueaféexijaquecaminhemosparaalémdaquiloqueaevidênciahistóricapossamostrar,nãosetratadeumsalto absurdo: “A evidência histórica presta um grande serviço nadireçãodedemonstrarnossacrença;porconseguinte,afénecessáriaparapreencheralacunarestanteéperfeitamentecabível”.

Oterceiroparticipante,MarcusBorg,doJesusSeminar,destacaque, emboraCrossan eCraig confirmema ressurreição,“cadaum

39Os dois evangélicos ortodoxos foram incentivados a ler as respostas um dooutroaodebate,omesmoacontecendocomosdoismembrosdoJesusSeminar.Opropósitoeraminimizarasuperposiçãodeconteúdo.JáCrossaneCraignãoleramasreflexõesfinaisumdooutroantesdapublicaçãodolivro.

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querdizeralgodiferente”.DeacordocomBorg,metáforascomoahistóriadaPáscoapodemserverdadeirassemqueseleveemcontaoqueaconteceucomocorpodeJesus:“SealgoaconteceuaocorpodeJesus,issoéirrelevanteparaaverdadedaPáscoa”.OimportanteéqueosseguidoresdeJesus,tantoosdoprimeiroséculocomoosdehoje,oexperimentemcomoumarealidadevivaapóssuamorte.

O último participante é outro evangélico ortodoxo, BenWitheringtoniii.Elededicamuitaatençãoatemascomoaimpor-tânciadosfatoshistóricosparaaprópriaexistênciadocristianismo,amaterialidadedaressurreiçãodeJesuseaimportânciateológicadesuaressurreição.RejeitaracompreensãotradicionaldaressurreiçãodeJesusafavordeumacompreensãometafóricaéabraçarumavisãoqueWitheringtonchamade“ressurreiçãolight”.

Depois de apresentar algumas explicações sobre seu debatecom Craig, Crossan oferece uma breve reflexão final que esboçaospressupostoshistórico-teológicosdeambososladosdodebate.40Elevêessespressupostoscomoelementocríticododebateeincen-tiva a existência de mais discussão entre os ramos conservador eliberaldocristianismo.

Alémdedefenderaapologéticacristã,areflexãofinaldeCraigdefendeumacristologiaindiscutívelcombasenoconsensodosestu-diososdaatualidade.EledestacaqueoquefeznodebatefoitomarquatrofatosbemestabelecidossobreJesusedepoisinferiramelhorexplicação:aressurreiçãofísicadeJesus,queéumimprimáturdivinodavidaedoministériodeJesus.

Oqueseesperaéqueovigoreafranquezadestedebate,bemcomoasrespostas,estimulemumainteraçãofuturaentreosdoisgru-pos.Nãohádúvidadequeamaioriadosleitoresdestaobraestaráounocampoliberal,ounoconservador.Éfácilfechar-sedentrodeuma

40Cumpre salientar que Crossan declinou da oportunidade de expandir suareflexãofinal,queéconsideravelmentemenorqueadeCraig,porconsiderarqueaquestãodospressupostoshistórico-teológicoseraoaspectomaisimportanteaserabordadonodebate.Elenãoacreditouqueadiscussãodosdetalhesdodebateseriafrutífera.

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posiçãoemparticular,apontodenãomaislevarasérioospontosdevistadivergentes.EmseutratadosobreoEspíritoSanto,Basílio,oGrande,escreveu:“Averdadeésempreumapresadifícile,portanto,devemos procurar suas pegadas em todo lugar”.41 Seja qual for oladoemqueosleitoresseencontrem,éminhaoraçãoqueestelivroajudeaesclarecersuacompreensãosobrequeméoverdadeiroJesus—aindaqueissosignifiquecolocardeladocertasideiasepressupo-siçõescomoobjetivodebuscaraspegadasdaverdade.

41Basílio, Sobre o Espírito1.1.[O Tratado sobre o EspíritofoipublicadoemBasílio de Cesareia(Trad.RoqueFrangiotti,SãoPaulo:Paulus,1999).(N.doT.).]

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PRIMEIRA PARTE

O DEBATE

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SOBRE OS PARTICIPANTES

William F. Buckley Jr. é colunista, fundador e editor da revistaNationalReview,alémdeserapresentadordoprogramatelevisivode entrevistas chamado Firing Line. Obteve o grau de Bacharelem Humanidades com honra em Ciências Políticas, Economia eHistórianaUniversidadeYale.BuckleyescreveuasobrasGod and man at Yale[Deus e o homem em Yale];Right reason [Razão acertada];Grati tude: reflections on what we owe to our country [Gratidão: reflexões sobre o que devemos a nosso país];In search of anti­semitism [Em busca do antissemitismo]eBrothers no more [Nunca mais irmãos].ResidenacidadedeNovaYorkcomaesposa,Patricia.

William Lane CraigobteveodoutoradoemFilosofiapelaUniver-sidadedeBirmingham,Inglaterra,eoutrodoutorado,emTeologia,pelaUniversidadedeMunique,onde,comomembrodaFundaçãoAlexandervonHumboldt,pesquisouamplamenteahistoricidadedaressurreiçãodeJesus.CraigtematuadocomoprofessorvisitantedoHigher InstituteofPhilosophynaUniversidadedeLouvain, sen-doatualmenteprofessorpesquisadordaTalbotSchoolofTheology.Escreveumaisdeumadezenadelivros,dentreosquaisEm guarda,Apologética para questões difíceis da vida,A veracidade da fé cristã,Filo­sofia e cosmovisão cristã(emcoautoriacomJamesP.Moreland)(todospublicadospelaVidaNova),Ensaios apologéticos(emcoautoriacomMorelandeFrancis J.Beckwith,daHagnos)eAssessing the New Testament evidence for the historicity of the resurrection of Jesus [Ava­liando as evidências neotestamentárias da historicidade da ressurreição de

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Jesus].ViveemMarietta,naGeórgia(eua),comaesposa,Jan,seusdoisfilhos,CharityeJohn.

John Dominic CrossanéumdosmembroscofundadoresdoJesusSeminar,alémdetersidoumdeseusdiretores.Étambémpresi-dentedaSeçãodoJesusHistóricodaSociedadedeLiteraturaBíbli-ca.ObtevedoutoradoemTeologianaMaynoothCollege,Irlanda.Seus estudospós-doutorais concentraram-sena áreadepesquisabíblica do Instituto Bíblico Pontifício, em Roma, e em pesquisaarqueológicanaÉcoleBiblique,emJerusalém.Crossantemlecio-nadoemdiversossemináriosnaregiãodeChicagoefoiprofessordeEstudosReligiososnaUniversidadeDePaulpor26anos.Es-creveuumasériede livrossobreoJesushistórico—mais recen-temente,títulosdegrandevendagem,comoThe historical Jesus: the life of a Mediterranean Jewish peasant [O Jesus histórico: a vida de um camponês judeu do Mediterrâneo];Who killed Jesus? Exposing the roots of anti­semitism in the gospel story of the death of Jesus[Quem matou Jesus? Desmascarando as raízes do antissemitismo no relato da morte de Jesus presente no evangelho]eJesus, uma biografia revolu cionária.Crossaneaesposa,Sarah,residematualmentenaFlórida.