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Boletim CAO Meio Ambiente nº 01/2016 • Quinta-feira, 28.04.2016 Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro Meio Ambiente MPRJ O mapa apresenta os municípios com lixões ativos em seu território, sendo que alguns destes municípios apresentam outras áreas utilizadas como lixões já desativados em diferentes fases de remediação ambiental. O MPRJ E A ERRADICAÇÃO DOS LIXÕES O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), durante os últimos 16 anos, vem realizando ações coordenadas, por meio de suas Promotorias de Justiça, com o objetivo de erradicar os lixões, recuperar as áreas degradadas e promover a inserção so- cial dos catadores. Associando as ações institucionais às políticas públicas estaduais, vinculadas ao Pacto pelo Saneamento e às obrigações estabelecidas na Lei 12.305/2010, o MPRJ tem de- sempenhado papel decisivo na adoção de soluções adequadas de gerenciamento integrado de resíduos sólidos urbanos, de elimina- ção do passivo ambiental e, sobretudo, de redução da quantidade de municípios com lixões ativos (em 2000, havia lixões em 71% do total de municípios; atualmente, o percentual é de 26%). Com a edição da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei 12.305/2010, foi estabelecido um prazo obrigatório para os municípios encerrarem as atividades de disposição irregular dos rejeitos e para recuperarem as áreas degradadas. Como obser- va-se que a solução de disposição final ambientalmente adequa- da deixa vestígios das atividades irregulares, deve ser identifica- da a localização dos passivos ambientais existentes. De acordo com o Promotor de Justiça Marcus Cavalcante Pereira Leal, co- ordenador do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Cultural, o mapeamento dos lixões do Estado do Rio de Janeiro deve incluir não só aqueles que ainda estão em atividade, mas também as áreas que foram utilizadas com essa finalidade e se encontram abandonadas, sem a implan- tação de medidas adequadas para a sua recuperação. O panorama da situação dos lixões no Estado do Rio de Janei- ro, apresentado neste boletim, foi realizado por meio da cola- boração entre o Instituto de Educação e Pesquisa do MPRJ (IEP-MPRJ), o GATE Ambiental e a equipe do projeto “MP EM MAPAS”, a partir da consolidação de informações extraídas do Programa Lixão Zero, gerido pela Secretaria de Estado do Ambiente (SEA/INEA), do Plano Estadual de Resíduos Sólidos – PERS (SEA, 2013) e da atuação do GATE Ambiental. Fontes: Programa Lixão Zero (SEA/INEA), Plano Estadual de Resíduos Sólidos – PERS (SEA, 2013) e base de dados do GATE Ambiental/MPRJ. A análise das informações apresentadas deve considerar a dinâ- mica das condições operacionais estabelecidas pelos municípios no gerenciamento de seus resíduos sólidos urbanos e a eficácia das ações de fiscalização do órgão ambiental. No caso de aban- dono de uma área de lixão desativado sem remediação (sem cer- camento e vigilância adequados), ela pode ocasionalmente ser utilizada para vazar resíduos municipais ou para receber resídu- os de diversas tipologias de fontes desconhecidas. Desta forma, a complexidade e a dinâmica da gestão municipal de resíduos só- lidos impõe a necessidade de fiscalização permanente das práti - cas adotadas pela municipalidade, as quais têm influência direta na alteração do cenário apresentado neste boletim. PANORAMA DA SITUAÇÃO DOS LIXÕES NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO FISCALIZAÇÃO PERMANENTE MUNICÍPIOS DO ESTADO COM LIXÕES ATIVOS

O MPRJ E A ERRADICAÇÃO DOS LIXÕES - iep.mprj.mp.briep.mprj.mp.br/documents/221399/221664/meio_ambiente.pdf · remediação ambiental. O MPRJ E A ERRADICAÇÃO DOS LIXÕES ... tes,

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Boletim CAO Meio Ambiente nº 01/2016 • Quinta-feira, 28.04.2016Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro

MeioAmbiente

MPRJ

O mapa apresenta os municípios com lixões ativos em seu território, sendo que alguns destes municípios apresentam outras áreas utilizadas como lixões já desativados em diferentes fases de remediação ambiental.

O MPRJ E A ERRADICAÇÃO DOS LIXÕESO Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), durante os últimos 16 anos, vem realizando ações coordenadas, por meio de suas Promotorias de Justiça, com o objetivo de erradicar os lixões, recuperar as áreas degradadas e promover a inserção so-cial dos catadores. Associando as ações institucionais às políticas públicas estaduais, vinculadas ao Pacto pelo Saneamento e às obrigações estabelecidas na Lei 12.305/2010, o MPRJ tem de-sempenhado papel decisivo na adoção de soluções adequadas de gerenciamento integrado de resíduos sólidos urbanos, de elimina-ção do passivo ambiental e, sobretudo, de redução da quantidade de municípios com lixões ativos (em 2000, havia lixões em 71% do total de municípios; atualmente, o percentual é de 26%).

Com a edição da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei 12.305/2010, foi estabelecido um prazo obrigatório para os municípios encerrarem as atividades de disposição irregular dos rejeitos e para recuperarem as áreas degradadas. Como obser-va-se que a solução de disposição final ambientalmente adequa-

da deixa vestígios das atividades irregulares, deve ser identifica-da a localização dos passivos ambientais existentes. De acordo com o Promotor de Justiça Marcus Cavalcante Pereira Leal, co-ordenador do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Cultural, o mapeamento dos lixões do Estado do Rio de Janeiro deve incluir não só aqueles que ainda estão em atividade, mas também as áreas que foram utilizadas com essa finalidade e se encontram abandonadas, sem a implan-tação de medidas adequadas para a sua recuperação.

O panorama da situação dos lixões no Estado do Rio de Janei-ro, apresentado neste boletim, foi realizado por meio da cola-boração entre o Instituto de Educação e Pesquisa do MPRJ (IEP-MPRJ), o GATE Ambiental e a equipe do projeto “MP EM MAPAS”, a partir da consolidação de informações extraídas do Programa Lixão Zero, gerido pela Secretaria de Estado do Ambiente (SEA/INEA), do Plano Estadual de Resíduos Sólidos – PERS (SEA, 2013) e da atuação do GATE Ambiental.

Fontes: Programa Lixão Zero (SEA/INEA), Plano Estadual de Resíduos Sólidos – PERS (SEA, 2013) e base de dados do GATE Ambiental/MPRJ.

A análise das informações apresentadas deve considerar a dinâ-mica das condições operacionais estabelecidas pelos municípios no gerenciamento de seus resíduos sólidos urbanos e a eficácia das ações de fiscalização do órgão ambiental. No caso de aban-dono de uma área de lixão desativado sem remediação (sem cer-camento e vigilância adequados), ela pode ocasionalmente ser

utilizada para vazar resíduos municipais ou para receber resídu-os de diversas tipologias de fontes desconhecidas. Desta forma, a complexidade e a dinâmica da gestão municipal de resíduos só-lidos impõe a necessidade de fiscalização permanente das práti-cas adotadas pela municipalidade, as quais têm influência direta na alteração do cenário apresentado neste boletim.

PANORAMA DA SITUAÇÃO DOS LIXÕES NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

FISCALIZAÇÃO PERMANENTE

MUNICÍPIOS DO ESTADO COM LIXÕES ATIVOS

Boletim CAO Meio Ambiente nº 01/2016 • Quinta-feira, 28.04.2016Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro

MeioAmbiente

Os lixões são verdadeiros depósitos de lixo a céu aberto, nos quais resíduos sólidos de diversas tipologias e sem qualquer controle são descarregados, a despeito dos impactos no am-biente e na saúde pública. A avaliação conservacionista da fragilidade operacional de um aterro controlado e do histó-rico de existência de um lixão possibilitam, com base no prin-cípio da precaução, o enquadramento de aterro controlado na classificação de lixão em atividade.

A maioria dos municípios indicados no mapa acima possui, em seu território, além das áreas de lixão em atividade, ou-tras áreas degradadas pela atividade de disposição irregular

de resíduos em fases diferentes de recuperação ambiental, ou seja, sem remediação (nenhuma ação ou em fase de ela-boração de projeto de remediação/recuperação da área de-gradada), em processo de remediação (implantação de pro-jeto de remediação/ recuperação da área degradada) e com remediação concluída.

Identifica-se a concentração de municípios com lixões ativos pertencentes aos consórcios públicos constituídos para ges-tão de resíduos sólidos com a participação do Estado: Con-sórcio Noroeste Fluminense; Consórcio Serrana II; Consór-cio Vale do Café e Consórcio Centro Sul Fluminense I.

MUNICÍPIOS DO ESTADO COM LIXÕES DESATIVADOS SEM REMEDIAÇÃO E EM REMEDIAÇÃO

As cidades que tem em seu território uma ou mais áreas abandonadas após a desativação do lixão e sem a implanta-ção de medidas adequadas para sua recuperação ambiental representam 46% do total de municípios do Estado.

No mapa a seguir estão assinalados os municípios que pos-suem lixões desativados, com o respectivo status da recu-

peração ambiental da área: sem remediação (nenhuma ação ou em fase de elaboração de projeto de remediação/recupe-ração da área degradada), em processo de remediação (im-plantação de projeto de remediação/ recuperação da área degradada) e com remediação concluída.

MPRJ

O mapa apresenta todos os municípios com lixões desativados sem remediação, com lixões desativados em diferentes fases de remediação e associados às áreas de lixões desativados com remediação concluída.

Boletim CAO Meio Ambiente nº 01/2016 • Quinta-feira, 28.04.2016Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro

MeioAmbiente

MPRJ

Mapa apresenta todos os municípios com lixões desativados com remediação concluída.

MUNICÍPIOS DO ESTADO COM LIXÕES DESATIVADOS COM REMEDIAÇÃO CONCLUÍDAOs municípios com lixões desativados, que já implementaram ações para a remediação/recuperação dos seus lixões, representam 10% do total de municípios do Estado e de-vem ser monitorados para verificação da efetividade das ações ao longo do tempo, tendo em vista que os impactos não cessam com a finalização das atividades.

MPRJ

Síntese das informações apresentadas, o mapa apresenta o panorama da situação dos lixões no Estado do Rio de Janeiro, em março de 2016.

Por meio do cruzamento dos dados dos mapas dos municípios que apresentam lixões ati-vos com o mapa dos municípios que apresentam lixões desativados e com as informações sobre o status das soluções adotadas para a eliminação do passivo ambiental decorrente da disposição irregular de resíduos sólidos urbanos, obtém-se o diagnóstico da situação dos lixões no Estado do Rio de Janeiro.

SITUAÇÃO DOS LIXÕES NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (Panorama Março 2016)

Boletim CAO Meio Ambiente nº 01/2016 • Quinta-feira, 28.04.2016Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro

MeioAmbiente

REALIZAÇÃO

O INSTITUTO DE EDUCAÇÃO E PESQUISA DO MPRJ (IEP-MPRJ) é uma Escola de Go-verno criada para promover o aprimoramento técnico e cultural de membros e de ser-vidores do MPRJ, bem como de gestores públicos e agentes sociais. O IEP-MPRJ realiza pesquisas e busca estabelecer um profícuo diálogo com a sociedade, a fim de promover a ampla disseminação de novos conhecimentos.

O Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Tutela Coletiva de De-fesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Cultural (CAO Meio Ambiente) é órgão auxiliar da atividade funcional do Ministério Público, no exercício de atividades indutoras da atuação funcional, atendendo aos órgãos de execução com atribuição na defesa de inte-resses difusos, coletivos e individuais homogêneos de relevância social, em matéria de meio ambiente, incluindo a proteção do meio ambiente natural, do patrimônio cultural e da ordem urbanística e da habitação.

O Setor de Meio Ambiente do Grupo de Apoio Técnico Especializado (GATE Ambiental) é órgão administrativo auxiliar de apoio técnico especializado aos membros e órgãos do Ministério Público, complementar ao disponibilizado pelos órgãos públicos competen-tes, em questões relacionadas a fatos e procedimentos cujo objeto de análise técnica en-volva predominantemente questões ambientais, nelas incluídas as referentes à ordem urbanística e ao patrimônio cultural.