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O PACTO NACIONAL PELO FORTALECIMENTO DO ENSINO MÉDIO: A EXPERIÊNCIA DE
UMA ESCOLA ESTADUAL NA BAHIA
ALESSANDRA ADELINA SANTOS CERQUEIRA
PAULO SÉRGIO MARCHELLI
EIXO: 1. EDUCAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS
RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo relatar a experiência do curso de formação
continuada com professores do Colégio Estadual Dona Leonor Calmon promovido pelo Ministério da
Educação (MEC), como ação integrante do Pacto pelo Fortalecimento do Ensino Médio. O Pacto faz
parte de um programa de políticas públicas do governo federal com intuito de prover melhorias no
ensino médio da educação brasileira. Com duração de dez meses, as atividades realizadas
incluíram reuniões na escola e elaboração de sequências didáticas previamente estabelecidas no
material fornecido pelo MEC. No âmbito geral, a realização do curso foi uma experiência
enriquecedora para os envolvidos no processo. Palavras-chave: Políticas Públicas. Ensino Médio.
Pacto pelo Fortalecimento do Ensino Médio. ABSTRACT:The present study aims to report the
experience of the continued training course with teachers Dona Leonor Calmon State High School
promoted by the Ministry of Education (MEC), as an integral action from Pact for Middle Education
Strengthening. The Pact is part of a public policy program of the federal government in aiming at
providing improvements in high school of Brazilian education. With the duration ten months, the
activities carried out included meetings at school and elaboration of didactic sequences previously
established in the educational materials provided by the MEC. Within the general framework,
completion of the course was an enriching experience for those involved in the process.
Keywords: Secondary school. Public policy. Pact for strengthening of secondary school.
1. INTRODUÇÃO
Nos últimos dez anos houve um aumento significativo no ingresso de jovens de 15 a 17 anos no
20/09/2018 http://anais.educonse.com.br/2016/o_pacto_nacional_pelo_fortalecimento_do_ensino_medio_a_experienci.pdf
Educon, Aracaju, Volume 10, n. 01, p.1-23, set/2016 | www.educonse.com.br/xcoloquio
Ensino Médio no Brasil. Trata-se de um dado animador para a história da educação brasileira, pois
sempre uma grande quantidade de alunos desta faixa etária permanecia no Ensino Fundamental,
quando não abandonava a escola antes de concluí-lo. Mas mesmo diante do aumento das
matrículas, os dados mostram que apenas a metade dos jovens matriculados no Ensino Médio
cursam esta etapa em idade certa, o que implica elevados índices de evasão e reprovação,
conforme apontam as pesquisas educacionais. Por outro lado, o aumento da quantidade de
matriculas foi acompanhada de uma queda na qualidade do ensino, pois o Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), criado em 2007 para avaliação das escolas de ensino
fundamental e médio, apontou para este último em 2013 uma queda em 16 estados do país em
relação a 2011. O problema da falta de qualidade do ensino médio se verifica de forma geral em
todas as escolas públicas estaduais, responsáveis em atender a maior parte da demanda de
matrículas desta etapa da educação básica. Diante de indicadores estagnados e alarmantes, o
debate sobre a crise do Ensino Médio acirrou-se, de forma que foram promovidos seminários,
encontros e debates com fortes repercussões sociais devido à cobertura da imprensa. Como
tentativa de ressignificação, melhoria e mudança o Ministério da Educação (MEC) lançou o Pacto
pelo Fortalecimento do Ensino Médio, que em 2013 apresentou algumas ações imediatas na área
de currículo e qualificação de professores (BRASIL, 2013). O Pacto foi assim implementado como
parte importante de uma política de ações fomentadas pelo governo federal, que procura:
I - contribuir para o aperfeiçoamento da formação dos professores e
coordenadores pedagógicos do ensino médio; II – promover a valorização
pela formação dos professores e coordenadores pedagógicos do ensino
médio; e III - rediscutir e atualizar as práticas docentes em conformidade
com as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio
–DCNEM(BRASIL,2013). Nesse contexto, no período de março de 2014 a
janeiro de 2015 o Pacto realizou ações de fortalecimento do Ensino Médio na
Bahia através de um curso de formação continuada para os professores da
Rede Estadual de Educação, oferecido pelas Instituições de Ensino Superior -
IES, contando com o apoio financeiro do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação - FNDE por meio de bolsas para os docentes,
orientadores e formadores regionais. O relato de experiência aqui
apresentado corresponde à ação do Pacto no Colégio Estadual Dona Leonor
Calmon, da Rede Estadual de Educação da Bahia, situado na zona periférica
de Salvador, com o intuito de avaliara realização do curso nesta escola,
considerando o processo de elaboração e implementação das estratégias
adotadas para subsidiar o processo de aprendizagem dos docentes. A
20/09/2018 http://anais.educonse.com.br/2016/o_pacto_nacional_pelo_fortalecimento_do_ensino_medio_a_experienci.pdf
Educon, Aracaju, Volume 10, n. 01, p.2-23, set/2016 | www.educonse.com.br/xcoloquio
elaboração do presente relato contou com a colaboração de Eliani dos
Santos de Jesus, que atua como orientadora da Unidade Escolar.
2.REFLEXÕES SOBRE A CRISE: ENSINO MÉDIO, PARA QUÊ, PARA QUEM?
Reconhecidamente, o Ensino Médio tem se configurado como um dos maiores problemas do
sistema educacional brasileiro, cujas reflexões e discussões incidem sobre sua identidade, sua
proposta curricular e sua função na formação dos jovens, aos quais esta última etapa da
educação básica pouco têm contribuído.
As deficiências atuais do ensino médio no país são expressões da presença
tardia de um projeto de democratização da educação pública no Brasil ainda
inacabado, que sofre os abalos das mudanças ocorridas na segunda metade
do século XX, que transformaram significativamente a ordem social,
econômica e cultural, com importantes conseqüências para toda a educação
pública. (KRAWCZYK, 2011, p.754). As políticas educacionais
implementadas ao longo das últimas décadas não contemplaram
devidamente os problemas do ensino médio brasileiro. O processo de
democratização e universalização da educação pública no Brasil é
relativamente novo, e como consequência, a teia de ações, programas,
acertos e erros se entrelaçam a cada mudança de governo. Em 2012, após
inúmeros debates acerca da repercussão da crise instalada no país, foram
estabelecidas as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio –DCNEM,
com o objetivo de prover uma formação humana integral. De acordo com as
DCNEM, o estado deve prover a garantia do aprendizado e o
desenvolvimento humano integral dos cidadãos, articulando o currículo com
as dimensões do mundo do trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura.
Tal proposta rompe com os tradicionais modelos de matrizes curriculares,
que atualmente apresentam-se fragmentadas em disciplinas e não
conduzem à condição "identitária" dos alunos do Ensino Médio.
Para além das desigualdades sociais que antes diferenciavam o currículo no
ensino médio entre aqueles que teriam de postergar o ingresso no mercado
de trabalho e aqueles que já estavam nele inseridos, as novas diretrizes
trazem ao debate as múltiplas identidades desses jovens e suas distintas
realidades sociais, culturais, etárias etc. (MOEHLECKE, 2012, p. 55). Diante
disso, questiona-se: o sistema educacional atualmente proposto ao alunado
da escola pública hoje atende as orientações das DCNEM?
20/09/2018 http://anais.educonse.com.br/2016/o_pacto_nacional_pelo_fortalecimento_do_ensino_medio_a_experienci.pdf
Educon, Aracaju, Volume 10, n. 01, p.3-23, set/2016 | www.educonse.com.br/xcoloquio
Um dos maiores desafios da escola pública brasileira é manter o jovem
assíduo, participativo e motivado, garantindo dessa forma a universalização
do ensino médio com qualidade social, para que futuramente o aluno
participe da sociedade como cidadão apto a realização das transformações
necessárias. No entanto, os poucos que terminam o ensino médio levam
consigo certificados que legitimam sua incompetência técnica para com o
sistema produtivo vigente. As Diretrizes Curriculares do Ensino Médio
apontam para uma revisão curricular norteada por quatro dimensões: o
trabalho, a cultura, a ciência e a tecnologia. Vale ressaltar que a articulação
sugerida enfatiza destacadamente a inclusão do trabalho como componente
curricular educativo, conforme artigo 12 do parecer n° 15 de 01 de janeiro
de 1998.
Artigo 12 - Não haverá dissociação entre a formação geral e a preparação
básica para o trabalho, nem esta última se confundirá com a formação
profissional.
§ 1º A preparação básica para o trabalho deverá estar presente tanto na
base nacional comum como na parte diversificada.
§ 2º O ensino médio, atendida a formação geral, incluindo a preparação
básica para o trabalho, poderá preparar para o exercício de profissões
técnicas, por articulação com a educação profissional, mantida a
independência entre os cursos(BRASIL, 1998a). Contudo, a dissociação
citada no artigo 12 configura um fantasma para a realidade do jovem que
terminou o Ensino Médio. A competência e eficiência que o mercado de
trabalho exige não foram desenvolvidas no novo modelo curricular
idealizado, fomentado em pareceres e portarias do governo federal. A escola
ainda apresenta um modelo fragmentado e multidisciplinar, que não
corresponde à realidade contemporânea da formação do jovem para o
mercado de trabalho. Uma alternativa seriam mudanças nas políticas de
juventude no que concerne a empregabilidade e renda no país (MARCHELLI,
2014). Em 26 de junho de 2014, a presidenta Dilma Russef sancionou o
Plano Nacional de Educação - PNE, que:
[...]estabelece 20 metas a serem cumpridas até 2023. Entre os
objetivos,estão ampliar o acesso desde a educação infantil até o ensino
superior, melhorar a qualidade de forma que os estudantes tenham o nível
20/09/2018 http://anais.educonse.com.br/2016/o_pacto_nacional_pelo_fortalecimento_do_ensino_medio_a_experienci.pdf
Educon, Aracaju, Volume 10, n. 01, p.4-23, set/2016 | www.educonse.com.br/xcoloquio
de conhecimento esperado para cada idade, e valorizar os professores com
medidas que vão da formação ao salário dos docentes(SANTANA,2014). A
meta 3 do PNE está voltada especificamente para os jovens de 15 a 17
anos, que terão garantida a universalização das matrículas no patamar de
85% até 2016. A estratégia é institucionalizar os programas de renovação
do Ensino Médio e programar pactos entre a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios com vistas às ações de qualificação.
3.O PACTO E A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES Para mudar a ação
pedagógica do professor torna-se necessário uma reformulação contínua das práticas docentes
com o fim de afastar os velhos fantasmas que sempre assustam a didática dos profissionais em
educação. Sua competência e habilidades são sempre mensuradas a partir do domínio das
novas tecnologias, nas práticas escolares contextualizadas com a realidade do aluno, no
atendimento as exigências multifuncionais dos sistemas educacionais. Por educação se
caracteriza por si só um processo dinâmico, tornando-se necessário a busca pela formação
continuada. No entanto, quando esta torna-se uma premissa ao bom desempenho didático e
metodológico do professor deve-se estabelecer crítica e cautela.
Nos últimos anos do século XX, tornou-se forte, nos mais variados setores
profissionais e nos setores universitários, especialmente em países
desenvolvidos, a questão da imperiosidade de formação continuada como
um requisito para o trabalho, a idéia da atualização constante, em função
das mudanças nos conhecimentos e nas tecnologias e das mudanças no
mundo do trabalho.(Gatti, 2008, p. 58) Em meio a esse contexto se instituiu
uma dinâmica desordenada da oferta de inúmeros cursos de
aperfeiçoamento, especialização e lato senso promovidos pelas Instituições
de Ensino Superior, e a procura por esses cursos, em alguns casos, se
apresenta desconecto a área de atuação do professor, uma dissonante
inconsistência configurada na formação continuada de professores, e em
suas práticas pedagógicas. Segundo Alves e Pinto apud Machado (2013, p.
187), quando se fala em educação de qualidade, aspectos relacionados ao
trabalho docente, como formação, duração da jornada de trabalho,
remuneração e estrutura da carreira, devem ter tratamento adequado na
pauta das políticas educacionais. O artigo 67 da Lei de Diretrizes e Bases de
1996 estabelece que:
Art. 67º. Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais
20/09/2018 http://anais.educonse.com.br/2016/o_pacto_nacional_pelo_fortalecimento_do_ensino_medio_a_experienci.pdf
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da educação, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos
planos de carreira do magistério público:
I - ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos;
II - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento
periódico remunerado para esse fim;
III - piso salarial profissional;
IV - progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na
avaliação do desempenho;
V - período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na
carga de trabalho;
VI - condições adequadas de trabalho. (BRASIL,1998a) Indissociavelmente,
o trabalho docente de qualidade depende de várias vertentes de ação
política. Diante do atual quadro de “obrigatoriedade" da formação
continuada e a crescente demanda de realização de cursos por partes dos
professores da rede pública, as redes de educação incorporaram a
necessidade de prover estes cursos de qualificação aos seus docentes. Nesse
sentido, o Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio, programa
implementado pelo governo federal mediante Portaria nº 1.140, de 22 de
novembro de 2013contempla prioritariamente a formação continuada de
professores:
[...] Art. 1º Fica instituído o Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino
Médio - Pacto, pelo qual o Ministério da Educação - MEC e as secretarias
estaduais e distrital de educação assumem o compromisso com a
valorização da formação continuada dos professores e coordenadores
pedagógicos que atuam no ensino médio público, nas áreas rurais e
urbanas, em consonância com a Lei nº 9394, de 1996,e com as Diretrizes
Curriculares Nacionais do Ensino Médio, instituídas na Resolução CNE/CEB
nº 2, de 30 de janeiro de 2012.
Parágrafo único. A adesão e a pactuação com cada secretaria estadual e
distrital de educação e com as instituições de educação superior - IES
públicas serão formalizadas por meio de módulo específico a ser
disponibilizado eletronicamente pelo MEC, no simec.mec.gov.br
20/09/2018 http://anais.educonse.com.br/2016/o_pacto_nacional_pelo_fortalecimento_do_ensino_medio_a_experienci.pdf
Educon, Aracaju, Volume 10, n. 01, p.6-23, set/2016 | www.educonse.com.br/xcoloquio
[...] (BRASIL,2013) O Ministério da Educação propõe que o Pacto pelo
Fortalecimento do Ensino Médio seja desenvolvido através de parcerias entre
a Secretaria Estadual de Educação e as Universidades Federais do Estado. O
Pacto fomenta por meio de suas ações a reflexão sobre a metodologia de
ensino dos docentes, sua didática e o desenvolvimento de práticas
pedagógicas em consonância com a formação humana integral presente nas
Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio. Com isso, pretende
ampliar os espaços de formação de todos os profissionais do Ensino Médio
(Brasil,2013).
1. O COLÉGIO ESTADUAL DONA LEONOR CALMON
O Colégio Estadual Dona Leonor Calmon foi fundado há 14 anos e está situado na periferia de
Salvador. Escola de porte especial, com aproximadamente 2000 alunos matriculados, atende as
modalidades Ensino Fundamental e Médio. Possui equipamentos de informática e audiovisuais, tais
como computadores, máquina fotográfica digital, filmadora e datashow. O quadro docente da
escola é composto por cerca de 60 professores, efetivos do funcionalismo público em sua maioria e
lotados na Unidade a oito anos em média. A maioria dos docentes possui cursos de
aperfeiçoamento e especialização lato sensu. O Colégio conta hoje com participação efetiva da
comunidade nos projetos que são para ela desenvolvidos, destacando-se o Escola Aberta,
programa do Governo Federal que oferece cursos nas áreas de laser, esporte e cultura. O perfil dos
alunos é típico dos jovens que vivem na periferia das grandes cidades, oriundos da classe média
baixa e dos estratos mais pobres, residentes em casas e apartamentos da comunidade em torno
da escola. Em geral, esses alunos são filhos de pais separados, que criados sem a presença da
figura masculina do pai comportam-se na escola de forma caracteristicamente indisciplinada,
displicente em relação às obrigações escolares e deficitária quanto ao empenho nas tarefas. Outro
aspecto relevante é o baixo rendimento nas disciplinas de português e matemática, apresentando
deficiência de escrita, leitura e raciocínio lógico, fato decorrente de um histórico deficitário em
relação às séries iniciais. Quanto à religião, percebe-se uma predominância da crença evangélica
com ênfase na linha pentecostal.
1. A PROPOSTA METODOLÓGICA DO CURSO DE FORMAÇÃO
A formação oferecida pelo Pacto no Colégio Estadual Dona Leonor Calmon realizada no período de
março de 2014 a janeiro de 2015 teve por objetivo o desenvolvimento de dinâmicas voltadas para
grupos de estudos que trabalharam no horário da atividade complementar (AC), com público-alvo
formado por professores e coordenadores pedagógicos que atuavam no Ensino Médio. Os
envolvidos no processo formativo foram: Coordenador Estadual – SEC, Coordenador Geral da IES,
20/09/2018 http://anais.educonse.com.br/2016/o_pacto_nacional_pelo_fortalecimento_do_ensino_medio_a_experienci.pdf
Educon, Aracaju, Volume 10, n. 01, p.7-23, set/2016 | www.educonse.com.br/xcoloquio
Coordenador Adjunto, Supervisor de Formação (SEC), Formador da IES, Formador Regional (FR),
Orientador de Estudo (OE) e Cursista. As atividades do curso de formação foram sistematizadas
em uma proposta organizada em quatro Eixos Temáticos, descritos no Quadro 1, que
acompanharam o calendário oficial das unidades letivas no período de março a dezembro de 2014.
O plano de trabalho dos quatro eixos encontrava-se articulado em nove cadernos disponibilizados
pelo MEC, além dos materiais produzidos pela Rede Estadual de Educação da Bahia. Os cursistas
contaram com atividades previamente estabelecidas nos cadernos, além da produção de relatórios
de experiências e elaboração de sequências didáticas submetidos à posterior avaliação do
orientador de estudos. As atividades do curso de formação foram sistematizadas em uma proposta
organizada em quatro Eixos Temáticos, que acompanharam o calendário oficial das unidades
letivas no período de março a dezembro de 2014. O plano de trabalho dos quatro eixos
encontrava-se articulado em nove cadernos disponibilizados pelo MEC, além dos materiais
produzidos pela Rede Estadual de Educação da Bahia. Os cursistas contaram com atividades
previamente estabelecidas nos cadernos, além da produção de relatórios de experiências e
elaboração de sequências didáticas submetidos à posterior avaliação do orientador de estudos. O
Eixo I da proposta de formação está voltado para o redimensionamento das práticas pedagógicas
com vistas à ressignificação dos princípios estabelecidos para o Ensino Médio, apresentando em
sua ementa a instituição escolar, sua história e papel nas mudanças sociais; Também volta-se para
os sujeitos em formação, o protagonismo juvenil e a prática pedagógica numa perspectiva de
educação emancipatória, com carga horária de 44 horas, pleiteando como resultado revisitar o
diagnóstico do PAIP e as avaliações externas com foco no AVALIE. O Eixo II está voltado para
reconfiguração do currículo escolar com base no desenvolvimento de novas propostas para o
Ensino Médio, apresentando em sua ementa histórico, concepção (política, filosófica e
metodológica), base legal, finalidade e as implicações do currículo para o processo de ensino e
aprendizagem, com carga horária de 54 h, visando as sequencias didáticas da II Unidade. O Eixo
III está fundamentado na perspectiva de estabelecer práticas pedagógicas investigativas, que
busquem renovar os processos de integração curricular e estabelecer aprendizagens significativas
para o estudante, apresentando em sua ementa a reflexão sobre o “fazer pedagógico”, sua
natureza, finalidade e elementos do currículo dialogando com a aprendizagem. Com carga horária
de 60 h, esta III unidade visou à elaboração de sequências didáticas, avaliações unificadas por
série e componente curricular; atividades de recuperação paralela, execução dos projetos e
simulado para o ENEM. O Eixo IV trouxe a concepção da avaliação da aprendizagem no contexto
escolar, com vistas à ressignificação da prática pedagógica e a garantia dos direitos de aprender,
cuja ementa está voltada para as questões do rendimento escolar. Os direitos do aluno à
aprendizagem e ao desenvolvimento implicam o redimensionamento da prática pedagógica e sua
ancoragem na ideia de currículo emancipatório. Com carga horária de 40h., as sequências
20/09/2018 http://anais.educonse.com.br/2016/o_pacto_nacional_pelo_fortalecimento_do_ensino_medio_a_experienci.pdf
Educon, Aracaju, Volume 10, n. 01, p.8-23, set/2016 | www.educonse.com.br/xcoloquio
didáticas da IV unidade trabalharam as avaliações unificadas por série e componente curricular.
Todos os eixos permeavam a (re)construção do Projeto Político Pedagógico.
1. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em sua dinâmica, o curso de formação promoveu inicialmente a ambientação informal e
descontraída dos participantes, com brincadeiras, conversas, explanação de objetivos e
apresentação das dissonâncias e consonâncias conceituais em relação aos temas propostos.
Visou-se à construção de relações de diálogo entre os participantes como metodologia ativa para
os dez meses em que o curso se desenvolveria, acreditando-se que para atingir êxito nas relações
humanas entre trabalhadores da educação estas devem ser dialéticas. Nos encontros presenciais,
as atividades seguiram as orientações dos cadernos temáticos, que sugeriam a reflexão e o
questionamento sobre a realidade da escola pública, com base em duas etapas. Na primeira etapa
foi realizada uma abordagem geral sobre o Ensino Médio, seus sujeitos, a formação humana
integral, o currículo, avaliação e gestão democrática. Já a segunda etapa valorizou as áreas de
conhecimento pautadas nas ciências humanas, nas linguagens, na matemática e nas ciências da
natureza. Ao longo destas etapas foi construído o perfil do estudante mediante a análise de dados
tabulados a partir de um questionário aplicado aos alunos; foi elaborada e aplicada uma avaliação
interdisciplinar; realizaram-se dois grandes projetos pedagógicos e um seminário estudantil
voltado para os desafios e perspectivas dos alunos matriculados no Ensino Médio da escola. Nos
momentos seguintes, a abordagem do Projeto Político Pedagógico da unidade demandou maior
tempo, mas o resultado não atingiu o objetivo desejado; as discussões sobre o currículo foram
bastante produtivas e ricas; o ponto referente à gestão foi descartado das discussões, visto que a
escola passava por um processo de avaliação pela Secretaria de Educação e os professores não
pretendiam debater a questão, desgastando ainda mais as relações entre o corpo docente e a
direção. Os últimos cadernos do MEC, classificados por área do conhecimento propunham
atividades relacionadas à reorganização do trabalho docente com foco na atuação didática do
professor. Tais módulos não foram muito explorados nas Atividades Coordenadas (AC) em função
do período de férias que se aproximava. Ao final do curso foi promovido um Seminário Regional,
onde os cursistas apresentaram seus relatos de experiência, sendo feita uma seleção prévia pela
diretoria regional de três Unidades Escolares, que apresentaram estas experiências no Seminário
Estadual. 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS A formação continuada promovida pelo Pacto no Colégio
Estadual Dona Leonor Calmon representou um grande avanço na organização e execução do
trabalho pedagógico da escola. A construção e desenvolvimento do percurso metodológico permitiu
enxergar as vertentes e potencialidades da prática docente, impulsionadas pelo propósito comum
de melhorar a qualidade do Ensino Médio. No decorrer das primeiras atividades houve resistência
por parte de alguns professores, particularmente na construção coletiva do conhecimento.
20/09/2018 http://anais.educonse.com.br/2016/o_pacto_nacional_pelo_fortalecimento_do_ensino_medio_a_experienci.pdf
Educon, Aracaju, Volume 10, n. 01, p.9-23, set/2016 | www.educonse.com.br/xcoloquio
Entretanto, no decorrer do curso as objeções desses professores deram lugar a uma relevante
construção coletiva, propiciando identificar suas fragilidades e potencialidades, bem como analisar
teoricamente suas práticas. Os encontros propiciaram à escola a experiência de promover
relevantes debates democráticos, fundamentados na discussão entre professores e alunos sobre a
práxis pedagógica. Dessa forma, os professores desenvolveram um olhar mais sensível para o seu
alunado, voltando-se para a complexidade de suas particularidades regionais e culturais,
compreendendo que os sujeitos do Ensino Médio matriculados na escola pública permanecem
vítimas de um processo histórico de exclusão pelas desigualdades sociais vividas. As ações
realizadas no curso para a revisão do projeto político pedagógico da escola levaram a uma salutar
compreensão e reinterpretação das diretrizes curriculares do Ensino Médio – DCNEM. Conclui-se
que para as políticas públicas implementadas pelo Pacto de Fortalecimento do Ensino Médio
atingirem de fato o aluno, é necessário enfrentar o desafio de continuar com o trabalho inicial de
forma sistematizada e independente, o que poderia transformar a escola em um núcleo formador
autossuficiente dentro do universo juvenil contemporâneo.
1. INTRODUÇÃO
Nos últimos dez anos houve um aumento significativo no ingresso de jovens de 15 a 17 anos no
Ensino Médio no Brasil. Trata-se de um dado animador para a história da educação brasileira, pois
sempre uma grande quantidade de alunos desta faixa etária permanecia no Ensino Fundamental,
quando não abandonava a escola antes de concluí-lo. Mas mesmo diante do aumento das
matrículas, os dados mostram que apenas a metade dos jovens matriculados no Ensino Médio
cursam esta etapa em idade certa, o que implica elevados índices de evasão e reprovação,
conforme apontam as pesquisas educacionais. Por outro lado, o aumento da quantidade de
matriculas foi acompanhada de uma queda na qualidade do ensino, pois o Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), criado em 2007 para avaliação das escolas de ensino
fundamental e médio, apontou para este último em 2013 uma queda em 16 estados do país em
relação a 2011. O problema da falta de qualidade do ensino médio se verifica de forma geral em
todas as escolas públicas estaduais, responsáveis em atender a maior parte da demanda de
matrículas desta etapa da educação básica. Diante de indicadores estagnados e alarmantes, o
debate sobre a crise do Ensino Médio acirrou-se, de forma que foram promovidos seminários,
encontros e debates com fortes repercussões sociais devido à cobertura da imprensa. Como
tentativa de ressignificação, melhoria e mudança o Ministério da Educação (MEC) lançou o Pacto
pelo Fortalecimento do Ensino Médio, que em 2013 apresentou algumas ações imediatas na área
de currículo e qualificação de professores (BRASIL, 2013). O Pacto foi assim implementado como
parte importante de uma política de ações fomentadas pelo governo federal, que procura:
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I - contribuir para o aperfeiçoamento da formação dos professores e
coordenadores pedagógicos do ensino médio; II – promover a valorização
pela formação dos professores e coordenadores pedagógicos do ensino
médio; e III - rediscutir e atualizar as práticas docentes em conformidade
com as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio
–DCNEM(BRASIL,2013). Nesse contexto, no período de março de 2014 a
janeiro de 2015 o Pacto realizou ações de fortalecimento do Ensino Médio na
Bahia através de um curso de formação continuada para os professores da
Rede Estadual de Educação, oferecido pelas Instituições de Ensino Superior -
IES, contando com o apoio financeiro do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação - FNDE por meio de bolsas para os docentes,
orientadores e formadores regionais. O relato de experiência aqui
apresentado corresponde à ação do Pacto no Colégio Estadual Dona Leonor
Calmon, da Rede Estadual de Educação da Bahia, situado na zona periférica
de Salvador, com o intuito de avaliara realização do curso nesta escola,
considerando o processo de elaboração e implementação das estratégias
adotadas para subsidiar o processo de aprendizagem dos docentes. A
elaboração do presente relato contou com a colaboração de Eliani dos
Santos de Jesus, que atua como orientadora da Unidade Escolar.
2.REFLEXÕES SOBRE A CRISE: ENSINO MÉDIO, PARA QUÊ, PARA QUEM?
Reconhecidamente, o Ensino Médio tem se configurado como um dos maiores problemas do
sistema educacional brasileiro, cujas reflexões e discussões incidem sobre sua identidade, sua
proposta curricular e sua função na formação dos jovens, aos quais esta última etapa da
educação básica pouco têm contribuído.
As deficiências atuais do ensino médio no país são expressões da presença
tardia de um projeto de democratização da educação pública no Brasil ainda
inacabado, que sofre os abalos das mudanças ocorridas na segunda metade
do século XX, que transformaram significativamente a ordem social,
econômica e cultural, com importantes conseqüências para toda a educação
pública. (KRAWCZYK, 2011, p.754). As políticas educacionais
implementadas ao longo das últimas décadas não contemplaram
devidamente os problemas do ensino médio brasileiro. O processo de
democratização e universalização da educação pública no Brasil é
relativamente novo, e como consequência, a teia de ações, programas,
20/09/2018 http://anais.educonse.com.br/2016/o_pacto_nacional_pelo_fortalecimento_do_ensino_medio_a_experienci.pdf
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acertos e erros se entrelaçam a cada mudança de governo. Em 2012, após
inúmeros debates acerca da repercussão da crise instalada no país, foram
estabelecidas as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio –DCNEM,
com o objetivo de prover uma formação humana integral. De acordo com as
DCNEM, o estado deve prover a garantia do aprendizado e o
desenvolvimento humano integral dos cidadãos, articulando o currículo com
as dimensões do mundo do trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura.
Tal proposta rompe com os tradicionais modelos de matrizes curriculares,
que atualmente apresentam-se fragmentadas em disciplinas e não
conduzem à condição "identitária" dos alunos do Ensino Médio.
Para além das desigualdades sociais que antes diferenciavam o currículo no
ensino médio entre aqueles que teriam de postergar o ingresso no mercado
de trabalho e aqueles que já estavam nele inseridos, as novas diretrizes
trazem ao debate as múltiplas identidades desses jovens e suas distintas
realidades sociais, culturais, etárias etc. (MOEHLECKE, 2012, p. 55). Diante
disso, questiona-se: o sistema educacional atualmente proposto ao alunado
da escola pública hoje atende as orientações das DCNEM?
Um dos maiores desafios da escola pública brasileira é manter o jovem
assíduo, participativo e motivado, garantindo dessa forma a universalização
do ensino médio com qualidade social, para que futuramente o aluno
participe da sociedade como cidadão apto a realização das transformações
necessárias. No entanto, os poucos que terminam o ensino médio levam
consigo certificados que legitimam sua incompetência técnica para com o
sistema produtivo vigente. As Diretrizes Curriculares do Ensino Médio
apontam para uma revisão curricular norteada por quatro dimensões: o
trabalho, a cultura, a ciência e a tecnologia. Vale ressaltar que a articulação
sugerida enfatiza destacadamente a inclusão do trabalho como componente
curricular educativo, conforme artigo 12 do parecer n° 15 de 01 de janeiro
de 1998.
Artigo 12 - Não haverá dissociação entre a formação geral e a preparação
básica para o trabalho, nem esta última se confundirá com a formação
profissional.
§ 1º A preparação básica para o trabalho deverá estar presente tanto na
base nacional comum como na parte diversificada.
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§ 2º O ensino médio, atendida a formação geral, incluindo a preparação
básica para o trabalho, poderá preparar para o exercício de profissões
técnicas, por articulação com a educação profissional, mantida a
independência entre os cursos(BRASIL, 1998a). Contudo, a dissociação
citada no artigo 12 configura um fantasma para a realidade do jovem que
terminou o Ensino Médio. A competência e eficiência que o mercado de
trabalho exige não foram desenvolvidas no novo modelo curricular
idealizado, fomentado em pareceres e portarias do governo federal. A escola
ainda apresenta um modelo fragmentado e multidisciplinar, que não
corresponde à realidade contemporânea da formação do jovem para o
mercado de trabalho. Uma alternativa seriam mudanças nas políticas de
juventude no que concerne a empregabilidade e renda no país (MARCHELLI,
2014). Em 26 de junho de 2014, a presidenta Dilma Russef sancionou o
Plano Nacional de Educação - PNE, que:
[...]estabelece 20 metas a serem cumpridas até 2023. Entre os
objetivos,estão ampliar o acesso desde a educação infantil até o ensino
superior, melhorar a qualidade de forma que os estudantes tenham o nível
de conhecimento esperado para cada idade, e valorizar os professores com
medidas que vão da formação ao salário dos docentes(SANTANA,2014). A
meta 3 do PNE está voltada especificamente para os jovens de 15 a 17
anos, que terão garantida a universalização das matrículas no patamar de
85% até 2016. A estratégia é institucionalizar os programas de renovação
do Ensino Médio e programar pactos entre a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios com vistas às ações de qualificação.
3.O PACTO E A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES Para mudar a ação
pedagógica do professor torna-se necessário uma reformulação contínua das práticas docentes
com o fim de afastar os velhos fantasmas que sempre assustam a didática dos profissionais em
educação. Sua competência e habilidades são sempre mensuradas a partir do domínio das
novas tecnologias, nas práticas escolares contextualizadas com a realidade do aluno, no
atendimento as exigências multifuncionais dos sistemas educacionais. Por educação se
caracteriza por si só um processo dinâmico, tornando-se necessário a busca pela formação
continuada. No entanto, quando esta torna-se uma premissa ao bom desempenho didático e
metodológico do professor deve-se estabelecer crítica e cautela.
Nos últimos anos do século XX, tornou-se forte, nos mais variados setores
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profissionais e nos setores universitários, especialmente em países
desenvolvidos, a questão da imperiosidade de formação continuada como
um requisito para o trabalho, a idéia da atualização constante, em função
das mudanças nos conhecimentos e nas tecnologias e das mudanças no
mundo do trabalho.(Gatti, 2008, p. 58) Em meio a esse contexto se instituiu
uma dinâmica desordenada da oferta de inúmeros cursos de
aperfeiçoamento, especialização e lato senso promovidos pelas Instituições
de Ensino Superior, e a procura por esses cursos, em alguns casos, se
apresenta desconecto a área de atuação do professor, uma dissonante
inconsistência configurada na formação continuada de professores, e em
suas práticas pedagógicas. Segundo Alves e Pinto apud Machado (2013, p.
187), quando se fala em educação de qualidade, aspectos relacionados ao
trabalho docente, como formação, duração da jornada de trabalho,
remuneração e estrutura da carreira, devem ter tratamento adequado na
pauta das políticas educacionais. O artigo 67 da Lei de Diretrizes e Bases de
1996 estabelece que:
Art. 67º. Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais
da educação, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos
planos de carreira do magistério público:
I - ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos;
II - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento
periódico remunerado para esse fim;
III - piso salarial profissional;
IV - progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na
avaliação do desempenho;
V - período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na
carga de trabalho;
VI - condições adequadas de trabalho. (BRASIL,1998a) Indissociavelmente,
o trabalho docente de qualidade depende de várias vertentes de ação
política. Diante do atual quadro de “obrigatoriedade" da formação
continuada e a crescente demanda de realização de cursos por partes dos
professores da rede pública, as redes de educação incorporaram a
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necessidade de prover estes cursos de qualificação aos seus docentes. Nesse
sentido, o Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio, programa
implementado pelo governo federal mediante Portaria nº 1.140, de 22 de
novembro de 2013contempla prioritariamente a formação continuada de
professores:
[...] Art. 1º Fica instituído o Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino
Médio - Pacto, pelo qual o Ministério da Educação - MEC e as secretarias
estaduais e distrital de educação assumem o compromisso com a
valorização da formação continuada dos professores e coordenadores
pedagógicos que atuam no ensino médio público, nas áreas rurais e
urbanas, em consonância com a Lei nº 9394, de 1996,e com as Diretrizes
Curriculares Nacionais do Ensino Médio, instituídas na Resolução CNE/CEB
nº 2, de 30 de janeiro de 2012.
Parágrafo único. A adesão e a pactuação com cada secretaria estadual e
distrital de educação e com as instituições de educação superior - IES
públicas serão formalizadas por meio de módulo específico a ser
disponibilizado eletronicamente pelo MEC, no simec.mec.gov.br
[...] (BRASIL,2013) O Ministério da Educação propõe que o Pacto pelo
Fortalecimento do Ensino Médio seja desenvolvido através de parcerias entre
a Secretaria Estadual de Educação e as Universidades Federais do Estado. O
Pacto fomenta por meio de suas ações a reflexão sobre a metodologia de
ensino dos docentes, sua didática e o desenvolvimento de práticas
pedagógicas em consonância com a formação humana integral presente nas
Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio. Com isso, pretende
ampliar os espaços de formação de todos os profissionais do Ensino Médio
(Brasil,2013).
1. O COLÉGIO ESTADUAL DONA LEONOR CALMON
O Colégio Estadual Dona Leonor Calmon foi fundado há 14 anos e está situado na periferia de
Salvador. Escola de porte especial, com aproximadamente 2000 alunos matriculados, atende as
modalidades Ensino Fundamental e Médio. Possui equipamentos de informática e audiovisuais, tais
como computadores, máquina fotográfica digital, filmadora e datashow. O quadro docente da
escola é composto por cerca de 60 professores, efetivos do funcionalismo público em sua maioria e
lotados na Unidade a oito anos em média. A maioria dos docentes possui cursos de
aperfeiçoamento e especialização lato sensu. O Colégio conta hoje com participação efetiva da
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comunidade nos projetos que são para ela desenvolvidos, destacando-se o Escola Aberta,
programa do Governo Federal que oferece cursos nas áreas de laser, esporte e cultura. O perfil dos
alunos é típico dos jovens que vivem na periferia das grandes cidades, oriundos da classe média
baixa e dos estratos mais pobres, residentes em casas e apartamentos da comunidade em torno
da escola. Em geral, esses alunos são filhos de pais separados, que criados sem a presença da
figura masculina do pai comportam-se na escola de forma caracteristicamente indisciplinada,
displicente em relação às obrigações escolares e deficitária quanto ao empenho nas tarefas. Outro
aspecto relevante é o baixo rendimento nas disciplinas de português e matemática, apresentando
deficiência de escrita, leitura e raciocínio lógico, fato decorrente de um histórico deficitário em
relação às séries iniciais. Quanto à religião, percebe-se uma predominância da crença evangélica
com ênfase na linha pentecostal.
1. A PROPOSTA METODOLÓGICA DO CURSO DE FORMAÇÃO
A formação oferecida pelo Pacto no Colégio Estadual Dona Leonor Calmon realizada no período de
março de 2014 a janeiro de 2015 teve por objetivo o desenvolvimento de dinâmicas voltadas para
grupos de estudos que trabalharam no horário da atividade complementar (AC), com público-alvo
formado por professores e coordenadores pedagógicos que atuavam no Ensino Médio. Os
envolvidos no processo formativo foram: Coordenador Estadual – SEC, Coordenador Geral da IES,
Coordenador Adjunto, Supervisor de Formação (SEC), Formador da IES, Formador Regional (FR),
Orientador de Estudo (OE) e Cursista. As atividades do curso de formação foram sistematizadas
em uma proposta organizada em quatro Eixos Temáticos, descritos no Quadro 1, que
acompanharam o calendário oficial das unidades letivas no período de março a dezembro de 2014.
O plano de trabalho dos quatro eixos encontrava-se articulado em nove cadernos disponibilizados
pelo MEC, além dos materiais produzidos pela Rede Estadual de Educação da Bahia. Os cursistas
contaram com atividades previamente estabelecidas nos cadernos, além da produção de relatórios
de experiências e elaboração de sequências didáticas submetidos à posterior avaliação do
orientador de estudos. As atividades do curso de formação foram sistematizadas em uma proposta
organizada em quatro Eixos Temáticos, que acompanharam o calendário oficial das unidades
letivas no período de março a dezembro de 2014. O plano de trabalho dos quatro eixos
encontrava-se articulado em nove cadernos disponibilizados pelo MEC, além dos materiais
produzidos pela Rede Estadual de Educação da Bahia. Os cursistas contaram com atividades
previamente estabelecidas nos cadernos, além da produção de relatórios de experiências e
elaboração de sequências didáticas submetidos à posterior avaliação do orientador de estudos. O
Eixo I da proposta de formação está voltado para o redimensionamento das práticas pedagógicas
com vistas à ressignificação dos princípios estabelecidos para o Ensino Médio, apresentando em
sua ementa a instituição escolar, sua história e papel nas mudanças sociais; Também volta-se para
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os sujeitos em formação, o protagonismo juvenil e a prática pedagógica numa perspectiva de
educação emancipatória, com carga horária de 44 horas, pleiteando como resultado revisitar o
diagnóstico do PAIP e as avaliações externas com foco no AVALIE. O Eixo II está voltado para
reconfiguração do currículo escolar com base no desenvolvimento de novas propostas para o
Ensino Médio, apresentando em sua ementa histórico, concepção (política, filosófica e
metodológica), base legal, finalidade e as implicações do currículo para o processo de ensino e
aprendizagem, com carga horária de 54 h, visando as sequencias didáticas da II Unidade. O Eixo
III está fundamentado na perspectiva de estabelecer práticas pedagógicas investigativas, que
busquem renovar os processos de integração curricular e estabelecer aprendizagens significativas
para o estudante, apresentando em sua ementa a reflexão sobre o “fazer pedagógico”, sua
natureza, finalidade e elementos do currículo dialogando com a aprendizagem. Com carga horária
de 60 h, esta III unidade visou à elaboração de sequências didáticas, avaliações unificadas por
série e componente curricular; atividades de recuperação paralela, execução dos projetos e
simulado para o ENEM. O Eixo IV trouxe a concepção da avaliação da aprendizagem no contexto
escolar, com vistas à ressignificação da prática pedagógica e a garantia dos direitos de aprender,
cuja ementa está voltada para as questões do rendimento escolar. Os direitos do aluno à
aprendizagem e ao desenvolvimento implicam o redimensionamento da prática pedagógica e sua
ancoragem na ideia de currículo emancipatório. Com carga horária de 40h., as sequências
didáticas da IV unidade trabalharam as avaliações unificadas por série e componente curricular.
Todos os eixos permeavam a (re)construção do Projeto Político Pedagógico.
1. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em sua dinâmica, o curso de formação promoveu inicialmente a ambientação informal e
descontraída dos participantes, com brincadeiras, conversas, explanação de objetivos e
apresentação das dissonâncias e consonâncias conceituais em relação aos temas propostos.
Visou-se à construção de relações de diálogo entre os participantes como metodologia ativa para
os dez meses em que o curso se desenvolveria, acreditando-se que para atingir êxito nas relações
humanas entre trabalhadores da educação estas devem ser dialéticas. Nos encontros presenciais,
as atividades seguiram as orientações dos cadernos temáticos, que sugeriam a reflexão e o
questionamento sobre a realidade da escola pública, com base em duas etapas. Na primeira etapa
foi realizada uma abordagem geral sobre o Ensino Médio, seus sujeitos, a formação humana
integral, o currículo, avaliação e gestão democrática. Já a segunda etapa valorizou as áreas de
conhecimento pautadas nas ciências humanas, nas linguagens, na matemática e nas ciências da
natureza. Ao longo destas etapas foi construído o perfil do estudante mediante a análise de dados
tabulados a partir de um questionário aplicado aos alunos; foi elaborada e aplicada uma avaliação
interdisciplinar; realizaram-se dois grandes projetos pedagógicos e um seminário estudantil
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voltado para os desafios e perspectivas dos alunos matriculados no Ensino Médio da escola. Nos
momentos seguintes, a abordagem do Projeto Político Pedagógico da unidade demandou maior
tempo, mas o resultado não atingiu o objetivo desejado; as discussões sobre o currículo foram
bastante produtivas e ricas; o ponto referente à gestão foi descartado das discussões, visto que a
escola passava por um processo de avaliação pela Secretaria de Educação e os professores não
pretendiam debater a questão, desgastando ainda mais as relações entre o corpo docente e a
direção. Os últimos cadernos do MEC, classificados por área do conhecimento propunham
atividades relacionadas à reorganização do trabalho docente com foco na atuação didática do
professor. Tais módulos não foram muito explorados nas Atividades Coordenadas (AC) em função
do período de férias que se aproximava. Ao final do curso foi promovido um Seminário Regional,
onde os cursistas apresentaram seus relatos de experiência, sendo feita uma seleção prévia pela
diretoria regional de três Unidades Escolares, que apresentaram estas experiências no Seminário
Estadual. 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS A formação continuada promovida pelo Pacto no Colégio
Estadual Dona Leonor Calmon representou um grande avanço na organização e execução do
trabalho pedagógico da escola. A construção e desenvolvimento do percurso metodológico permitiu
enxergar as vertentes e potencialidades da prática docente, impulsionadas pelo propósito comum
de melhorar a qualidade do Ensino Médio. No decorrer das primeiras atividades houve resistência
por parte de alguns professores, particularmente na construção coletiva do conhecimento.
Entretanto, no decorrer do curso as objeções desses professores deram lugar a uma relevante
construção coletiva, propiciando identificar suas fragilidades e potencialidades, bem como analisar
teoricamente suas práticas. Os encontros propiciaram à escola a experiência de promover
relevantes debates democráticos, fundamentados na discussão entre professores e alunos sobre a
práxis pedagógica. Dessa forma, os professores desenvolveram um olhar mais sensível para o seu
alunado, voltando-se para a complexidade de suas particularidades regionais e culturais,
compreendendo que os sujeitos do Ensino Médio matriculados na escola pública permanecem
vítimas de um processo histórico de exclusão pelas desigualdades sociais vividas. As ações
realizadas no curso para a revisão do projeto político pedagógico da escola levaram a uma salutar
compreensão e reinterpretação das diretrizes curriculares do Ensino Médio – DCNEM. Conclui-se
que para as políticas públicas implementadas pelo Pacto de Fortalecimento do Ensino Médio
atingirem de fato o aluno, é necessário enfrentar o desafio de continuar com o trabalho inicial de
forma sistematizada e independente, o que poderia transformar a escola em um núcleo formador
autossuficiente dentro do universo juvenil contemporâneo. ALVES, T.; PINTO, J.M.R. Remuneração
e características do trabalho docente no Brasil: um aporte. Apud MACHADO, Gilvan Luiz Costa. O
ensino médio no Brasil: desafios à matrícula e ao trabalho docente. Revista Brasileira de
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* Professora Efetiva da Rede Pública Estadual de Educação da Bahia. Mestranda em Educação pela
Universidade Federal de Sergipe PPGED/UFS. ** Doutor em Educação pela Universidade de São
Paulo e professor do Departamento de Educação do Campus Professor Alberto Carvalho e do
Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Sergipe.
Recebido em: 05/07/2016
Aprovado em: 05/07/2016
Editor Responsável: Veleida Anahi / Bernard Charlort
Metodo de Avaliação: Double Blind Review
E-ISSN:1982-3657
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Doi:
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