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Curso de Biomedicina Artigo de Revisão

O PAPEL DO BIOMÉDICO NAS POLITICAS PÚBLICAS DESAÚDE FRENTE À INFESTAÇÃO

PARASITÁRIA: TENÍASE

THE BIOMEDICAL ROLE IN PUBLIC HEALTH POLICIES FACING THE INFESTATION

PARASITIC: TAENIASIS

Fagner de Paulo de Batista Rocha1

Soraia Teixeira Sobrinho2

1 Aluno do Curso de Biomedicina

2 Orientadora do Curso de Biomedicina

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo analisar o papel do biomédico junto às políticas públicas de saúde

durante os enfrentamentos no combate a infestação parasitária no Brasil. Para isso usou-se como

metodologia uma pesquisa bibliográfica onde foram analisadas as leis referentes à institucionalização

dos serviços prestados por esse profissional, publicadas pelo Conselho Federal de Biomedicina junto

às questões importantes para a execução dessas atividades. Neste estudo percebe-se claramente que os

problemas sanitários e ambientais são os que mais se destacam no crescimento vertiginoso das

infestações da teníase, sobremaneira nas comunidades mais carentes. A pesquisa para elaboração deste

trabalho foi feita a partir de uma criteriosa análise de artigos científicos disponíveis na Internet, bem

como, a análise direta de sites de órgãos governamentais responsáveis pela implementação de

programas de combate da proliferação de doenças ligadas à parasitose, com destaque para a teníase.

Abordam-se também as possíveis ações do biomédico dentro dessa realidade e a constituição de

saberes necessários para que esse profissional venha ter um bom desempenho.

Palavras-chave: Atividades do Biomédico, Políticas públicas de saúde, Saneamento ambiental,

Comunidades carentes, Parasitose.

ABSTRACT

This paper aims to examine the role of biomedical with the public health policies during the clashes in

combating parasitic infestation in Brazil. For it was used as a bibliographical research methodology

where the laws pertaining to the institutionalization of services provided by these professionals were

analyzed, published by the Federal Council of Biomedicine at the important issues for the

implementation of these activities. In this study clearly we realize is that the health and environmental

problems are the ones that stand out in the rapid growth of infestations of taeniasis, greatly in the

poorest communities. The research for the preparation of this work was made from a careful review of

scientific articles available on the Internet, as well as the direct analysis of governmental websites

responsible for implementing control programs of the proliferation of diseases linked to parasitosis,

especially taeniasis. They also address the possible actions of the biomedical within that reality and

the creation of necessary knowledge to this professional will perform well.

Keywords: Biomedical Activities, public health policies, environmental sanitation, Poor communities,

parasitosis.

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1Introdução

As infecções parasitárias

representam sério problema de saúde

pública no Brasil por serem de elevada

prevalência em todo território nacional.

Conforme Fonteset al., (2003) destaca-se

entre elas, o complexo teníase-cisticercose

pela longevidade e gravidade das infecções

que causam no homem e também pelas

perdas econômicas na produção animal.A

situação atual da teníase e da cisticercose

humana e animal no Brasil é pouco

reconhecida devido a escassa divulgação

dos dados obtidos no serviço de Inspeção

federal e nos Laboratórios de Saúde

Pública e também contribuem para isto a

ausência de um programa de controle desta

zoonose e o fato de não haver

obrigatoriedade de notificação dos casos

humanos.

A Taeniasolium e

a Taeniasaginata são as mais conhecidas

por parasitarem o intestino delgado do

homem. Os seus hospedeiros

intermediários são o porco, no caso

da Taeniasolium e o boi no caso

da Taeniasaginata . O homem é o

hospedeiro definitivo e pode se tornar

hospedeiro intermediário, sendo acometido

por uma doença mais grave, a Cisticercose,

somente determinada pela Taeniasolium

(LEMOS, 2011).

Lemos (2011) afirma que a teníase

e cisticercose são causadas pelo mesmo

parasita, porém com uma fase de vida

diferente. A teníase ocorre devido a

presença de Taeniasolium adulta

ou Taeniasaginata dentro do intestino

delgado dos humanos, que são

os hospedeiros definitivos. A cisticercose

ocorre devido presença da larva (chamada

popularmente de canjiquinha) que pode

estar presente em hospedeiros

intermediários, onde os mais comuns são

os suínos e osbovinos, onde os humanos

acidentalmente podem abrigar esta forma.

São, portanto, duas fases distintas de um

mesmo verme, causando

duas parasitoses no homem, o que não

significa que uma mesma pessoa tenha que

ter as duas formas ao mesmo tempo. A

teníase provocada por Taeniasolium é

considerada não letal, todavia, sua fase

larvária pode provocar cisticercose mortal.

As espécies mais comuns de tênia

adulta ocorrem no intestino delgado dos

humanos infectados. O cisticerco é

encontrado geralmente no tecido

muscular de porcos, mas pode ser

encontrado no tecido subcutâneo,

nos olhos e cérebro do animal e

ocasionalmente nos humanos. O cisticerco

da Taeniasaginata localiza-se nos mesmos

tecidos, porém ocorrem nos bovinos

(AMARO, 2009).Neste trabalho verificam-

se os dados sobrea teníase como uma

infecção intestinal ocasionada

principalmente por dois parasitos

3

hermafroditas da classe dos cestódeos da

família taenidae, conhecidos como

Taeniasoliume Taeniasaginata. Mediante

uma revisão bibliográfica procura-se reunir

dados pelos quais se possam avaliar o

papel do profissional biomédico junto às

instituições em busca de minimizar o

problema da infestação da tênia no Brasil.

1.1 Metodologia

A metodologia usada será um

estudo bibliográfico direcionado ao tema

“O Papel do Biomédico nas Políticas

Públicas de SaúdeFrente à Infestação

parasitária: Teníase” a partir de dados de

fontes virtuais como a Bibliografia Virtual

em Saúde (BVS), nas bases de dados da

Literatura latino-americana e do Caribe em

Ciências da Saúde (LILACS), Medical

LiteratureAnalysisandRetrieval System

Online (MEDLINE), Centro Latino-

Americano e do Caribe de Informação em

Ciências da Saúde (BIREME) e Scientific

Eletronic Library Online (Scielo). No

levantamento de publicações foram

consideradas as que continham os

indicadores relacionados com o tema.

Neste projeto será elaborado um

estudo com abrangência nashabilitações do

biomédico, resolução nº 78, de 29 de abril

de 2002 do CFBM, resolução nº 83, de 29

de abril de 2002 do Conselho Federal de

Biomedicina - CFBM trata da aptidão do

Biomédico nas áreas de saúde pública e

sanitarista, bem como a Resolução número

12 de janeiro de 2001 e a legislação para

criadouros de porcos.

2 BREVE ESTUDO SOBRE A TAÊNIA

Taêniaou solitária é o nome

comum dado aos vermes platelmintos das

ordens Pseudophilidae eCiclophylidae,

que, segundo Meneses (2009) pertencem à

classe Cestoda, que inclui parasitas de

diversos animais vertebrados, inclusive do

homem.

De acordo com Meneses (2009),

as tênias possuem corpos segmentados

compostospor anéis, chamados proglótides

ou proglotes. Habitualmente, para efeitos

de esquematização, divide-se o corpo da

tênia em três zonas: o escólex ou cabeça, o

pescoço e o estróbilo. O escólex é a parte

do corpo onde se encontram os órgãos de

fixação do verme à mucosa intestinal do

hospedeiro. O pescoço é uma região de

intensa multiplicação celular, responsável

pela formação das proglótides. O conjunto

de proglótides é chamado de estróbilo.

2.1TaeniaSolium

Segundo Lopes (2011)

a Taêniasolium adulta vive no intestino

delgado do homem e tem como uma das

características distintivas da Tênia

saginata, a presença de uma dupla coroa

de ganchos, armada sobre o rostelo, que

4

auxilia na fixação do helminto à mucosa

intestinal. O homem que possui teníase ou

solitária, como também é chamada a

doença causada pela presença desse animal

no intestino, libera cerca de 40.000 ovos

fecundados por anel eliminado nas fezes.

Esses ovos contêm embriões

denominados oncosferas (Figura 1 – Anexo

1).

2.2 Taeniasaginata

A Taeniasaginata, cujos

hospedeirosintermediários são os bovinos,

que se infectam através da ingestão dos

ovos desse parasita, eliminados nas fezes

do homem. No caso da Taeniasaginata,

segundo Lopes (2011), o homem pode ser

apenas hospedeiro definitivo, diferente do

que ocorre com a Taeniasolium. As

proglótides são eliminadas individualmente

e fora das evacuações, forçando o esfíncter

anal do portador. Esta espécie está

disseminada mundialmente e o número de

portadores humanos está estimado entre 40

e 60 milhões. A Tênia saginata pode

atingir até 12m de comprimento

(comprimento do intestino humano)

(Figura 2 – Anexo 2).

A Taêniasaginata tem quatro

ventosas, mas não tem ganchos no escoléx,

o que a diferencia da T. solium. A tênia

pode sugar todo o alimento que

engolimos,sendo assim devemos tomar

remédios afim de matá-la mas. Porém para

retirá-la do intestino somente através de

cirurgia em casos graves(LOPES, 2011).

2.3 Ciclo de vida

De acordo com Kummer (2010),

as proglótides são as mais maduras e são

mais compridas que largas; estas

proglótides possuem no seu útero

ramificado entre 80.000 e 100.000 ovos;

os ovos são libertados quando a

proglótide se destaca do animal no lúmen

intestinal ou no exterior quando a

proglótide se desintegra. São excretadas

com as fezes humanas.

Os animais que se alimentam

com água, de detritos (porco) ou pasto

(vaca) contaminados são infectados.

Nestes animaisou acidentalmente no

homem os ovos eclodem no intestino,

gerando oncosferas, e penetram

na mucosa intestinal, e disseminam-se via

hematogênica até os tecidos, onde se

enquistam principalmente no músculo,

fígado e cérebro. (Figura 3 – Anexo 3).

Quando o homem se alimenta com esta

carne mal cozida infectada, a larva se

aloja no seu intestino e aí se desenvolve,

dando a origem a uma tênia adulta,

fechando o ciclo (EUSÉBIO, 2008)

2.4 Reprodução

As tênias, segundo Barros (2009)

são platelmintos que têm reprodução

sexuada. São hermafroditas, isto é,

possuem os dois sexos presentes no mesmo

parasito. Não há fêmeas ou machos, e cada

proglótide colabora com óvulos e com

espermatozóides, ocorrendo então a

5

fecundação no interior de cada proglótide.

Ocorre um fenômeno interessante em cada

proglótide: o aparelho reprodutor

masculino se forma antes do feminino.

Após a fecundação o aparelho masculino

involui, desaparecendo por completo,

deixando todo o espaço no interior do

proglótide para a formação e maturação

dos ovos. Este fenômeno é chamado

de protandria (Figura 4 – Anexo 4).

2.5 Epidemiologia

Taeniasaginata - ocorre em todo o

mundo, onde haja a criação de bovinos e

estes sejam consumidos. Na Índia, segundo

o livro EPSJV da Arca-Fiocruz (2009, p

54), onde o consumo de bovinos é evitado

pelos hindus, os casos são em menor

número. Estima-se em 60 milhões o

número de pessoas infectadas e em cerca

de 5% dos bovinos da Europa poderão

conter cisticercos infecciosos, sendo que

nos países menos desenvolvidos, tal cifra

poderá chegar a 50%; é transmitida pela

carne bovina, exceto a subespécie Tênia

saginata asiática que parasita também no

porco. Os abates clandestinos, realizados

sem a inspeção das carcaças, favorecem a

disseminação da doença (GOMES, 2005)

Taeniasolium - ocorre em todo o

mundo, mas está a tornar-se mais rara na

Europa. Nos países da América Latina,

cerca de 5% das pessoas seriam portadoras,

e até um quarto dos suínos teriam

cisticercos infecciosos nos músculos,

comum na África e Ásia. Os suínos, por

serem coprófagos, são mais facilmente

infectados, ao ingerirem ovos ouproglotes

eliminados nas fezes humanas. A doença é

rara em comunidades que não têm hábito

de ingerirem carne suína, como os judeus.

Os abates clandestinos, realizados sem a

inspeção das carcaças, favorecem a

disseminação da doença (ARCA-

FIOCRUZ, 2009, p 54).

Segundo Silva e Vergara, apud

Moreira Jr, 2011,Teníase ocorre quando o

homem se infecta ingerindo larvas

cisticercos ao consumir carne crua ou mal

cozida (vermelha, mesmo que não tenha

mioglobina) de suíno, bovino ou peixe da

água doce. A larva cisticerco evolui para a

forma adulta no intestino do homem.

Segundo Marcondes (2011),o

complexo teníase/cisticercose constitui-se

de duas entidades mórbidas distintas,

causadas pela mesma espécie de verme, em

fases diferentes do seu ciclo de vida. A

teníase é provocada pela presença da forma

adulta da Taeniasolium ou da

Taeniasaginata, no intestino delgado do

homem. A cisticercose é causada pela larva

da Taeniasolium nos tecidos, ou seja, é

uma enfermidade somática.

A Cisticercose ocorre quando

seres humanos ingerem água, terra ou

alimentos contaminados com ovos

de Taeniasolium presentes em fezes

humanas, Em alguns países o hábito de

fertilizar o solo com fezes humanas (como

6

até recentemente na China, no cultivo de

batatas–(MARCONDES, 2011), aumenta

muito o risco. Também pode ocorrer por

infecção fecal oral como em determinadas

práticas sexuais, ou até por autoinfecção do

mesmo indivíduo. A autoinfecção pode ser

externa ou interna. C, liberando grande

quantidade de embriões, que invadem a

circulação sanguínea, dissseminando-se

pelo organismo humano (Figura 5 – Anexo

5). Na autoingecçãoextRena, o próprio

indivíduo ao defecar, contamina suas mãos

ou fômites, que leva à boca, ingerindo os

ovos eliminados nas próprias fezes (SILVA

e VERGARA, apud MOREIRA JR,

20011).

2.6 Sintomas

A teníase intestinal é

frequentemente assintomática,mas em

algumas pessoas pode causar sintomas de

reação imunológica como eosinofilia,

náuseas, vômitos, diarréia

ou obstipação, dor abdominal, sensação de

movimento intestinal, sons e alterações do

apetite. Em indivíduos subnutridos pode

agravar a desnutrição e a infecção não dá

imunidade a reinfecção (SANTOS, 2014).

No caso da infecção com a tênia

há adicionalmente risco de deficiência

em vitamina B12, a qual é consumida em

grandes quantidades pelo parasita, que

afeta cerca de 1% dos portadores,

com anemia megaloblástica e sintomas

neurológicos como deficiências sensoriais

do tacto. A Cisticercose é devida à ingestão

acidental de ovos de tênia em água ou

comida contaminadas pelo parasita: o ser

humano é acidentalmente tomado como

hospedeiro intermediário (SANTOS,

2014).

2.7 Diagnóstico e Tratamento da Teníase

De acordo com Moreira Jr.

(2011),o diagnóstico da teníase intestinal é

feito pela observação dosproglótes nas

amostras fecais. Um único exame não

exclui a teníase e deverá ser repetido

utilizando-se técnicas de concentração de

ovos como a de Ritchie ou de Albicrotchi

que apresenta 90% de eficiência na

visualização e confirmação da teníase. Os

testes de hemaglutinação e

imunofluorescência indireta auxiliam no

diagnóstico da teníase quando os métodos

parasitológicos mostram-se insuficientes.

Segundo o mesmo autor, o diagnóstico da

cisticercose é por imagiologia com

confirmação pela análise de biópsia de

tecidos afetados. (MOREIRA JR. 2011).

2.8 Tratamento

De acordo com Paseet al (2011), o

tratamento visa o uso de medicamentos

que proporcionem a eliminação do escólex,

caso contrário ele continua a crescer

produzir proglótes. É feito por uma

aplicação de uma dose única de quantidade

(2g) do denominado niclosamida,

7

principalmente, porém, usa-se também

mebendazol ou diclorofeno como

medicamentos alternativos. Considera

ainda os autores que substâncias à base de

laxante são consideradas com pouca

eficácia, uma vez que não elimina 100%

do parasita, uma parte ainda (mesmo que

pequena) fica no intestino originando

novas proglótes.

2.9 Prevenção

Segundo Medeiros et al (2000), a

prevenção da teníase se dá por medidas

preventivas; bem como, impedir que os

ovos da doença sejam ingeridos por

animais, ou que contaminem ambientes em

que os hospedeiros vivem, para isso

necessita de instalações de saneamento

básico adequado, tais como, sistemas de

esgoto ou fossas sépticas. Quando não se

sabe a procedência do alimento, evitar

então, comer carne crua ou mal cozida,

uma vez que o alimento bem cozido mata a

tênia dentro do cisticerco. Para Medeiros et

al, (2008), a medida mais básica e talvez a

mais eficaz seja a higiene.

Medeiros et al acrescentam ainda

que a prevenção deve ser feita

preferencialmente pelos órgãos de saúde

públicapor meio do controle da

alimentação de suínos e bovinos e inspeção

das carcaças de animais abatidos para

consumo. A prevenção pessoal passa pelo

consumo de carne de porco, entre outros

fatores ambientais e educacionais.

3 CONTROLE DA TENÍASE NO BRASIL

As doenças causadas por

parasitas, principalmente as parasitoses

intestinais, são um grande problema para a

saúde pública da população brasileira, uma

vez queparte do contingente populacional

brasileiro é desfavorecido de informações

sobre como se prevenir contra estas

doenças (MARCONDES, 2001).

Além da falta de orientação

acerca das parasitoses intestinais, a

população brasileira apresenta uma

diversidade nas seguintes áreas:

geográfica, climática, econômica e social

em relação aos países desenvolvidos. Essa

diversidade influencia a proliferação de

doenças transmitidas por protozoários e

helmintíases intestinais, como por exemplo

a teníase e outras doenças transmitidas por

parasitas (EVANGELISTA, 1992; ROCHA

et al, 2000; GIRALDI et al, 2001).

É importante ressaltar que são

necessários programas de educação

sanitária para conscientizar a sociedade

sobre como evitar a teníase. Tais

programas devem ser ministrados nas

escolas, em postos de saúde, na mídia e em

visitas de agentes de saúde nas

comunidades da periferia onde há a falta de

informações e condições adequadas para

uma vida saudável (SILVA JÚNIOR,

8

2007).

Portanto, é preciso informar toda

a sociedade acerca da necessidade de

higienizar os alimentos, cuidados no

preparo dos mesmos, armazenamento

adequado de água e dos alimentos, além de

uma boa higienização pessoal e condições

sanitárias adequadas. A teníase é mais

frequente em crianças carentes, uma vez

que algumas mães são desinformadas sobre

a necessidade de boas condições sanitárias

e higiene pessoal (SILVA JÚNIOR, 2007).

Ainda sobre as condições

sanitárias, Silva Júnior (2007) recomenda

os seguintes cuidados:

beber apenas água fervida ou

filtrada;

lavar os alimentos (frutas, verduras

e legumes) com água fervida ou

filtrada ou lavá-los usando pastilhas

de cloro;

conservar os alimentos e depósito

de água cobertos;

não comer alimentos crus ou mal

passados, principalmente carnes e

legumes;

ferver a chupeta e o bico da

mamadeira, antes de usá-los; Em

hipótese nenhuma dar à criança a

chupeta que caiu no chão antes de

limpá-la adequadamente;

não deixar que as crianças

brinquem em areias contaminadas

com fezes de animais e até mesmo

de fezes humanas;

manter as instalações sanitárias

higienizadas adequadamente;

lavar sempre as mãos após utilizar

o banheiro e antes das refeições;

lavar semanalmente as roupas de

cama e diariamente as roupas

íntimas;

andar sempre calçado;

cortar as unhas e limpá-las

frequentemente.

As medidas tomadas acima são de

grande relevância para evitar a transmissão

da teníase, mas é necessário lembrar que os

casos de doenças transmitidas por parasitas

são mais frequentes em comunidades com

uma superpopulação e com uma baixa

infra-estrutura e que tais parasitas atingem

qualquer indivíduo que não tome os

devidos cuidados com a saúde e higiene

(SILVA JÚNIOR, 2007).

Nesses casos é necessário o

saneamento básico e a educação sanitária

para que dessa forma evite a contaminação

dos ovos provenientes de coliformes fecais

de indivíduos infectados.

3.1 Programas de saúde governamentais

para o combate da teníase no Brasil

Acredita-se que a teníase constitui

um desafio importante para o sistema

público de saúde do nosso país, pois,

apesar da ausência de estudos com

abrangência nacional há reconhecimento

9

da ocorrência endêmica desta condição em

diversas áreas do Brasil, não existindo

nenhuma região da Federação livre deste

problema (AGAPEJEV S., 2003).

Aliás, sua ocorrência deveria ser

suspeitada em todas as regiões,

principalmente onde se desenvolve

suinocultura, não importando como esta

seja qualificada, o que indica de maneira

inequívoca a presença do complexo

teníase/cisticercose em todo Brasil

(AGAPEJEV S., 2003).

No que diz respeito às ações de

vigilância epidemiológica

promovidaspelos órgãos governamentais

relacionam-se a seguir as medidas e

definições apresentadas no Guia sobre

doenças infecciosas e parasitárias

publicado pelo Ministério da Saúde em

2004:

O objetivo é manter permanente

articulação entre a vigilância sanitária do

setor saúde e das secretarias de agricultura,

visando adoção de medidas sanitárias

preventivas.

Notificação - Não é doença de

notificação compulsória. Entretanto, os

casos diagnosticados de teníase e

neurocisticercose devem ser informados

aos serviços desaúde, visando mapear as

áreas afetadas, para que se possa adotar as

medidas sanitárias indicadas.

Definição de caso: o Teníase -

Indivíduo que elimina proglótides de tênia.

o Cisticercose - Paciente suspeito, com ou

sem sintomatologia clínica, que apresenta

imagens radiológicas suspeitas de

cisticercos; paciente suspeito com

sorologia positiva para cisticercose e/ou

exames por imagem sugestivos da presença

dos cistos.

Medidas de controle: o Trabalho

educativo da população - Uma das medidas

mais eficazes no controle da

teníase/cisticercose é a promoção de

extenso e permanente trabalho educativo

nas escolas e nas comunidades. A aplicação

prática dos princípios básicos de higiene

pessoal e o conhecimento dos principais

meios de contaminação constituem

medidas importantes de profilaxia. O

trabalho educativo da população deve visar

à conscientização, ou seja, a substituição

de hábitos e costumes inadequados e

adoção de outros que evitem as infecções;

o Bloqueio de foco do complexo

teníase/cisticercose - O foco do complexo

teníase/cisticercose pode ser definido como

sendo a unidade habitacional com pelo

menos: indivíduos com sorologia positiva

para cisticercose; um indivíduo com

teníase; um indivíduo eliminando

proglótides; um indivíduo com sintomas

neurológicos suspeitos de cisticercose;

animais com cisticercose (suína/bovina).

Serão incluídos no mesmo foco outros

núcleos familiares que tenham tido contato

de risco de contaminação. Uma vez

10

identificado o foco, os indivíduos deverão

receber tratamento com medicamento

específico; o Fiscalização da carne - Essa

medida visa reduzir, ao menor nível

possível, a comercialização ou o consumo

de carne contaminada por cisticercos e

orientar o produtor sobre medidas de

aproveitamento da carcaça (salga,

congelamento, graxaria, conforme a

intensidade da infecção), reduzindo perdas

financeiras e dando segurança para o

consumidor; o Fiscalização de produtos de

origem vegetal - A irrigação de hortas e

pomares com água de rios e córregos, que

recebam esgoto ou outras fontes de águas

contaminadas, deve ser coibida através de

rigorosa fiscalização, evitando a

comercialização ou o uso de vegetais

contaminados por ovos de Taenia; o

Cuidados na suinocultura - Evitar o acesso

do suíno às fezes humanas e à água e

alimentos contaminados com material

fecal: essa é a forma de evitar a

cisticercose suína; o Isolamento - Para os

indivíduos com cisticercose ou portadores

de teníase, não há necessidade de

isolamento. Para os portadores de teníase,

entretanto, recomenda-se medidas para

evitar a sua propagação: tratamento

específico, higiene adequada (BRASIL -

MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004).

A Desinfecção concorrente - É

desnecessária, porém é importante o

controle ambiental através da deposição

correta dos dejetos, saneamento básico,

rigoroso hábito de higiene e lavagem das

mãos após evacuações, principalmente.

(BRASIL - MINISTÉRIO DA SAÚDE,

2004).

3.2 Atuação do biomédico no combate

da teníase

O combate da teníase inclui-se

numa das ações de controle da parasitose

que é considerada um dos maiores

problemas de saúde do Brasil. Neste

contexto, o biomédico é considerado uma

das peças mais importantes, dado ao fato

de suas atividades ser de abrangência

sanitária e ambiental que são os fatores

decisivos para combater essa doença.

A profissão de biomédico é

regulamentada pelo Conselho Regional de

Biomedicina – CRBMatravés da

Resolução nº 78 de abril de 2002,que em

seu capítulo II que trata sobre o campo de

atuação das atividades do biomédico, no

artigo I estabelece:

§ 1º - O Biomédico poderá, desde

que comprovado a realização de Estágio

com duração igual ou superior a 500

(quinhentas) horas, em instituições oficiais

ou particulares, reconhecidas pelo órgão

competente do Ministério da Educação ou

em laboratório conveniado com

Instituições de nível superior ou cursos de

especialização ou pós-graduação,

reconhecidos pelo MEC, possuir as

11

seguintes Habilitações: Parasitologia,

Microbiologia, Saúde Pública,

Microbiologia de Alimentos e Análise

Ambiental.

§ 2º - O Exercício da Profissão de

Biomédico é privativo aos portadores de

diploma devidamente registrado, de

bacharel em curso oficialmente

reconhecido de Ciências Biológicas -

Modalidade Médica (CAMARGO, 2012).

Tem-se, portanto, entre as

atividades: microbiologia, análise

ambiental, microbiologia dos alimentos e

saúde pública os fatores primordiais que

influenciam na parasitologia que

naturalmente constituem o foco de estudo

direcionado para o combate da teníase.

4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os estudos realizados neste

trabalho levou a entender que o modelo de

crescimento econômico brasileiro tem

gerado fortes concentrações de renda e de

infra-estrutura, com exclusão de

expressivos segmentos sociais de um nível

de qualidade ambiental satisfatório, com

decorrentes problemas de saúde, tais como

doenças infecto-parasitárias nos bolsões de

pobreza das cidades e do país, onde são

precárias as condições sanitárias e

ambientais.

O próprio Ministério da Saúde,

fundamentado em dados da Organização

Mundial da Saúde - OMS aponta que uma

parcela da população brasileira vive em

condições precárias e é mais vulnerável às

agressões ambientais, propiciadoras de

doenças. Esses fatores,agravados pela falta

de infra-estrutura e de serviços de

saneamento nas áreas mais pobres, levam a

uma sobrecarga do setor saúde com

pacientes acometidos de patologias que

poderiam ser evitadas a partir de maior

atuação do biomédico junto às políticas

públicas de saúde.

Neste contexto, o biomédico se vê

coexistido com doenças infecto-

contagiosas ou crônico-degenerativas,

ambas vinculadas aos fatores ambientais.

As primeiras, relacionadas à presença de

vetores e à contaminação das águas, e as

crônico-degenerativas, fundamentalmente,

à poluição ambiental, à má qualidade dos

alimentos e ao estresse conforme relata o

Ministério da Saúde (Brasil, 2009).

Em decorrência desses problemas,

percebe-se que o setor saúde vem se

mobilizando para promover mudanças na

forma de resolver os problemas. Desde

1998, o Ministério da Saúde, por meio de

sua Secretaria de Políticas, trabalha na

elaboração e implementação de uma

Política Nacional de Saúde Ambiental com

o propósito da prevenção de agravos à

saúde, decorrentes da exposição do ser

humano a ambientes nocivos,mediante a

participação do biomédico na criação, na

reconstituição e na manutenção de

12

ambientes saudáveis, contribuindo, assim,

para a qualidade de vida da população

brasileira.

Considera-se, portanto que o

profissional biomédico deve

participardoconjunto de ações que

proporcionam o conhecimento e a detecção

de qualquer mudança nos fatores

determinantes e condicionantes do meio

ambiente que interferem na saúde humana,

com a finalidade de identificar as medidas

de prevenção e controle dos fatores de

risco ambientais relacionados à teníase ou

outros agravos à saúde.

13

REFERÊNCIAS:

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16

ANEXOS:

Anexo 1

Figura 1: Características da T. Solium, dupla coroa de ganchos que

auxiliam na fixação. Fonte: Correia (2013)

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Anexo 2

Figura 2: Imagem ampliada da Tênia Saginata

Fonte: Medsaúde (2015)

18

Anexo 3

Figura 3: Ciclo de vida das Tênias. Fonte: Medsaúde (2015)

19

Anexo 4

Figura 4: Aparelho reprodutor onde ocorre a protandria. Fonte: Barros (2009).

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Anexo5

Figura 5: Autoingeção onde há contaminação pelo próprio indivíduo.

Fonte: Silva Vergara, 1995.