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“ O Quadrilheiro “ SINDICATO NACIONAL DA POLÍCIA Ano 2 - n.º 2 BimestrAl JAneiro/Fevereiro 2013 Preço: 0,10 € “Reivindicações dos polícias são justas e é impoRtante a inteRvenção sindicalnovo estatuto mantém vazio legal aceRca dos hoRáRios de tRabalho pág. 11 o podeR político escuta o sinapol pág. 06 a libeRdade sindical e os diReitos humanos: a opinião de diogo pipa pág. 32 destaQues: SINAPOL a força do argumento helena t omaz advogada do sinapol

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“ O Quadrilheiro “ SINDICATO NACIONAL DA POLÍCIA

Ano 2 - n.º 2BimestrAl

JAneiro/Fevereiro 2013Preço: 0,10 €

“Reivindicações dos polícias

são justas e é impoRtante

a inteRvenção sindical”

novo estatuto mantém vazio legal aceRca dos hoRáRios

de tRabalho

pág. 11

o podeR político já escuta o sinapol

pág. 06

a libeRdade

sindical e os

diReitos humanos:a opinião

de diogo pipa

pág. 32

destaQues:

SINAPOL a força do argumento

helena tomazadvogada do sinapol

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Desde o fim do Século XIX, vá-rias foram as evoluções na área dos direitos laborais e dos trabalhadores em Portugal. Efectivamente com a implantação do denominado Esta-do Novo (regime ditatorial), muitos dos direitos laborais e dos trabalha-dores foram pura e simplesmente ilegalizados ou restringidos, mas ainda assim haviam direitos que continuaram a ser reconhecidos.

Tudo isto mudou com a Revolu-ção de Abril, pelo que desde então, muito se tem evoluído em termos de legislação laboral, entre muitas das mudanças fixadas, quero desta-car a limitação de um número má-ximo de horas de trabalho semanal, assim como a do reconhecimento à folga e descanso do trabalhador, aliás em consequência da Carta Eu-ropeia dos Direitos do Homem.

A principal razão que me leva a trazer estes direitos à coacção, prende-se e tão só, com o facto de no passado mês de Dezembro de 2012, os polícias portugueses terem observado, que em termos de horá-rios de trabalho, continua a existir uma persistente teimosia da PSP e do MAI, em não reconhecer os di-reitos dos profissionais da PSP e a quererem impor horários que ape-nas servem os interesses de alguns em detrimento da maioria.

Em concreto tratou-se da von-tade expressa da PSP em colocar todos os polícias com funções ope-

racionais a trabalhar mais 15 minu-tos por turno, acrescido do facto de tudo isto ter acontecido, mais uma vez, sem a legal negociação colec-tiva entre os sindicatos e a tutela, ou seja o MAI e nunca a PSP.

Neste caso concreto quase que se aplica o velho ditado “grão a grão enche a galinha o papo”, ou seja 15 a 15 minutos, vai a PSP enchendo o papo, até porque, contas feitas, diga-se muito por alto, se 15 minu-tos por dia à primeira vista não são nada, ao fim de uma semana tradu-zem-se em mais 1h30 de trabalho e mais de 5 horas de trabalho mensal, ou seja em um ano o total de ho-ras trabalhadas e não remuneradas podem ultrapassar facilmente as 60 horas. Tudo isto violando o precei-tuado no Artigo 33º no Estatuto da PSP, que regula que os polícias de-vem trabalhar 36 horas semanais e não 37h30m, como a PSP tentar im-por, salientando-se sempre que este mesmo artigo em parte alguma fala de bolsa de horas, horas mensais, semestrais ou anuais, ao contrário do que se tenta passar aos polícias.

Perante isto julgo ser relevan-te expor a importância de horários legais na PSP, devidamente nego-ciados ao longo de várias reuniões, porque ao contrário do que se pen-sa, um regime de horários, tem de passar primeiro pela negociação de um regulamento e só depois dos ho-rários em si, pois vários são os fac-tores que têm de sem ponderados, a exemplo:

Quantos turnos nocturnos o pro-fissional vai fazer por mês;

Quantos dias de fim-de-semana vai trabalhar por mês;

Quantos dias de folga tem por mês;

Para então depois, se estudar forma de todos os profissionais te-rem direito a um fim-de-semana de folga por mês, para que de uma vez por todas o direito de folga seja inviolável (salvo situações de emergência), para impedir os ac-tuais abusos de se escalar profis-

sionais para gratificados no seu dia de folga, anulando-lhe o direito ao descanso, em suma para que os po-lícias portugueses possam também eles ver reconhecido o direito a um horário justo, até porque o tempo do Estado Novo já lá vai.

Por fim permitam-me o desaba-fo, porque tenho de o fazer, since-ramente não entendo e nem quero acreditar no que a PSP disse, rela-tivamente a estes horários de tra-balho terem merecido ao acordo das restantes estruturas sindicais da PSP, até porque isso a ser verdade é muito grave, quer pelo facto de mais uma vez existirem estruturas sindicais completamente subser-vientes à PSP, quer pelo facto de terem aceitado colocar os polícias a trabalhar mais sem qualquer tipo de compensação remuneratória por isso.

Por fim, da minha parte do SI-NAPOL quero que fique bem cla-ro que, mais uma vez o SINAPOL se recusou a negociar com a PSP, por falta de legitimidade desta em liderar as negociações e que o SI-NAPOL está disposto a levar este caso até às derradeiras instâncias judiciais em nome dos direitos dos Polícias e de um país mais seguro.

Armando FerreiraPresidente do Sindicato Nacional de Policia

Horários sim, mas legais

mensAgemdo Presidente

af AnoLectivo SindNacPolicias 210x297_nov12.ai 1 11/22/12 6:20 PM

Tenho verificado, que apesar de na PSP existirem várias estruturas sindicais, que representam todas categorias policiais, ainda existem muitos colegas que não se revêem em nenhum sindicato.

É importante que se sindicali-zem, que dêem o vosso apoio, e não se refugiem em desculpas de que os “SINDICATOS NADA FAZEM”. É certo que os mais oportunistas/egoístas se acomodam às circuns-tâncias, não contribuindo com uma quota sindical, sabendo que haven-do benefícios do trabalho sindical,

também lhe será atribuído, salvo excepções. Para esses mais relutan-tes em se associarem, fica aqui uma nota;

“ As quotizações sindicais, na parte em que não constituam con-trapartida de benefícios de saúde, educação, apoio à terceira idade, habitação, seguros ou segurança social e desde que não excedam, em relação a cada sujeito passivo, 1% do rendimento bruto desta cate-goria, são acrescidas de 50% “ em sede de IRS.

No vosso próprio interesse é im-portante que se apercebam da im-portância dos sindicatos na defesa dos interesses que nos são comuns, e não só mas também, na defesa de interesses de carácter privado den-tro da profissão, funcionando como se de um seguro se tratasse……

O SINAPOL, está a revolucio-nar o sindicalismo na PSP, estão agora a ser ganhas acções contra o Estado, que na história do sindi-calismo ninguém ousou interpor, como por exemplo, os juros de mora do ex fundo de fardamento,

Ficha tecnica:

diRectoR:José gAsPAr

editoR:AmAdeu ArAúJo

FotogRaFia:rui tomás

colaboRadoRes:isABel loBo

mArcelo Pinto

Pedro FrAnçAPedro tenreiro

Fotos oPerAcionAis dA PsP cedidAs PelA direção nAcionAl

opinião:BArrA dA costA

diogo PiPA

publicidade:cArlos Figueiredo

design e impRessão:sá Pinto - encAdernAdores - viseu

publicação isenta de Registo ao abRigo do n.º 1 da ali-nea a, do aRtigo 12º do decReto RegulamentaR n.º 8/99 de 9 de junho

depósito legal:348166/12

pRopRiedade:sinAPol

ruA vArelA silvA, lote 17, loJA B,1750-403 lisBoA

teleFone: 217 551 770 FAx: 217 551 771e-mAil: [email protected]

tiRagem: 5000 exemPlAres

os Artigos de oPinião reFletem As ideiAs dos seus Autores e não vinculAm o sinAPol

sindicaliza-te

editoriAl

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mensagem do pResidente

editoRial: sindicaliza-te

sinapol madeiRa

opinião de isabel lobo

sinapol açoRes

secRetaRiado lisboa

secRetaRiado poRto

áRea juRidica

actualidade

entRevista:helena tomaz

opinião: baRRa da costa

opinião: diogo pipa

despoRto

Índice:entre outras, que aguardamos pela sua conclusão.

Muitos gostariam de ter uma pa-lavra mais activa no sindicalismo, e como não fazem parte dos corpos dirigentes, eximem-se à responsa-bilidade ou encargo de serem só-cios de um sindicato, abstraindo-se de todo o trabalho sindical, no en-tanto quando precisam é a eles que recorrem.

As estruturas sindicais estão em constante mutação, pelo que muitos serão chamados a dar o seu contri-buto, para uma causa que é de to-dos e para todos, para isso sindica-lizem-se.

José GasparVice Presidente da Área

das Relações Públicas e Exteriores

Carnaxide - Lisboa - Loures

www.carlar.pt

O Poder Político já escuta o SINAPOL

A Importância do Saber

Para quando o tão prometido subsídio de Insularidade

Novo estatuto mantém vazio legal à cerca dos horários de trabalho

A segurança não se contrapõe à liberdade

O curso de formação de agentes e a sua adquação à realidade social actual

Revindicações dos polícias são justas e é importante a intervenção sindical

Policia: da politica à polis

A liberdade sindical e os direitos humanos

Cross Training - um voltar ao passado

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A voz dos polícias, representa-dos através do Sindicato Nacional da Polícia (SINAPOL), fez-se ou-vir no passado dia 26 de Novem-bro, data de uma vigília realizada em frente à Assembleia da Repú-blica, em Lisboa. Dezenas de polí-cias, mas também meros populares que não quiseram deixara passar a oportunidade para manifestarem solidariedade, provaram que é pos-sível reivindicar sem agredir nem insultar. Foi assim, num ambien-te firme mas ordeiro, que algumas das principais preocupações da PSP chegaram aos deputados e aos por-tugueses em geral, uma vez que a acção de protesto mereceu adequa-da cobertura por parte dos órgãos de comunicação social.

Vindos de todo o país, os dele-gados do SINAPOL exibiram di-versas faixas onde deram conta das principais reivindicações, a saber: horários de trabalho, reposiciona-mento nos novos níveis remunera-tórios, acesso aos serviços de saúde, condições de trabalho (a degrada-ção de muitas instalações policiais acentua-se e, com ela, crescem as críticas que levam à desacreditação

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da actividade policial e dos seus elementos), horários de trabalho.

No mesmo dia da vigília a di-recção do SINAPOL acabaria por ser recebida pela presidente da As-sembleia da República, Assunção Esteves. O encontro com a segun-da figura hierárquica do Estado foi altamente proveitoso. A governante não só ficou sensibilizada com os argumentos que lhe foram apre-sentados como até fez sugestões tendentes a facilitar o contacto dos representantes dos polícias com os diversos grupos parlamentares.

Do referido encontro (distinção que muito orgulha o SINAPOL) ficou ainda a saber-se que Assun-ção Esteves é uma defensora do sindicalismo policial, revelação esta que, no mínimo, constitui uma garantia que as causas dos polícias têm eco no meio político.

A acção de protesto do dia 26 surgiu na sequência de uma outra realizada igualmente em Lisboa, no dia 6, entre o Largo de Camões e a Assembleia da República. Integra-ram esta manifestação promovida pela ASPP algumas centenas de associados do SINAPOL que, des-

se modo, e sem olhar ao promotor do evento mas apenas focados nos interesses dos polícias, quiseram deixar vincado o seu descontenta-mento pelas políticas de austerida-de que a cada dia empobrecem a população e, em consequência, as forças de segurança. Pena foi que nesta acção de protesto, a exemplo do que acontece naquelas que o SI-NAPOL promove, o presidente da entidade organizadora não tenha proferido uma só palavra de agra-decimento para este sindicato. Os agradecimentos, até ver, não cus-tam dinheiro.

Luis CostaVasco Marcial

Secretariado Regional Madeira

vigília e maniFestação:o podeR político já escuta o sinapol

sinAPolmAdeirA

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nos indicam a presença do perfil Autoritário. Há que ter em conta alguns detalhes como, o tom de voz e o temperamento, entre outros pontos que podem ser susceptíveis de confundir ou distorcer perfis.

Quando ouvimos expressões do tipo: “Eu fazia outra ideia dessa pessoa!” ou “Ele parece ser severo”, não podemos confundir nem rotular, sem antes conhecer e relacionar pro-fissionalmente essa pessoa.

Comportamento assertivo, ética e honestidade, são elementos fun-damentais na conduta de todos os profissionais de polícia.

Este tema é estruturante e mere-ce que voltemos a ele em breve.

Isabel LoboSecretária da Região Sul

Norberto Bobbio, filósofo e historiador (1909-2004),

considera – “ (...) que nem todo o poder estabilizado é Autoridade,

mas apenas aquele em que a disposição de obedecer de forma

incondicional se baseia na crença da legitimidade do poder (...) ”-.

Um verdadeiro líder exerce a sua autoridade com competência quando dá ordens aos seus subordinados, mas compreende que elas não podem ser executadas em determinadas condi-ções ou circunstâncias. Um bom líder é aquele que sabe que a autoridade é a base de qualquer tipo de hierarquia

a impoRtância do sabeR?numa organização reconhecendo os limites dos seus subordinados, respeitando-os da mesma forma que gosta que o respeitem. A lealdade e o respeito têm de ser recíprocos.

“Autoridade” é a demonstração de capacidade de liderança e “Autorita-rismo” o uso abusivo da condição de comando. O autoritário pode ser “Co-mandante” por inerência da função, mas nunca será um Líder, porque abusa da sua posição na hierarquia para fazer valer a sua vontade a qualquer preço e sem explicações. É ele o potencial agressor do assédio moral.

Julga-se superior em todos os sentidos; é dotado do sentimento de grandeza e tem necessidade de ser admirado e aprovado. Não admite ter defeitos; critica as falhas dos demais e não aceita ser contestado, tentando assim encobrir a sua própria incom-petência.

Assedia com pequenos ataques, repetidos de forma sistemática, cujos actos são significativos e deixam no subordinado o sentimento de ter sido maltratado, desprezado, humilhado e rejeitado. Instaura-se assim, um ambiente de incerteza e temor com vista a facilitar a manipulação de uma pessoa ou de um grupo e da forma que lhe for mais conveniente.

Estabelece-se por conseguinte um paradigma de “intencionali-dade”, cujo procedimento visa somente desgastar o percurso profissional e o próprio ambiente de trabalho onde o(s) alvo(s) se in-serem, culminando no afastamento das suas funções. O “psicoterror” é geralmente feito de uma forma acentuadamente subtil.

Mauro de Moura, especialista em medicina do trabalho, dá uma descrição detalhada acerca de alguns dos aspectos psicóticos do Autoritário/Assediador: “ (...) é alguém que precisa atender aos seus instintos narcisistas, pois quer ser o centro do mundo – além de sentir uma necessidade absurda de aumentar a sua auto-estima. E, sendo uma pessoa psicologicamen-te doente, faz tudo isso por medo. Medo de que o subordinado ocupe (ofusque) o seu lugar e logo, o medo constante da competência e dos níveis de eficácia que pela experiência e sensatez, esse subor-dinado venha a ser reconhecido por hierarquia superior à do psicótico. Especialmente neste contexto, a forma encontrada pelo perseguidor/psicótico, para não gorar os seus intentos, é usar o respaldo de um

cargo superior, atingindo-o moral-mente (...)”.

O verdadeiro líder é o que man-tem a equipa em perfeito estado de harmonia e satisfação no ambiente de trabalho. Já o autoritário é o que desenvolve uma gestão com recurso à opressão e ao medo. Como a au-toridade é uma qualidade que está intrinsecamente ligada à liderança, será através dela que se mantêm os subordinados envolvidos nas acções e decisões da Instituição, vendo estes a equipa como um todo, ao qual pertencem e exercem um papel primordial, sem ser ne-cessário estabelecer preconceitos e sem ser forçoso invocar a condição de Comando. Neste modelo e em relação ao seu grupo de trabalho, os seus elementos expressam-se naturalmente no sentido de contribuírem e maximizarem os resultados pessoais e colectivos na

sua actividade funcional.A autoridade não está ao alcance

de todos. O ser perdulário, condes-cendente e pouco exigente, afasta ainda mais o Chefe da autoridade com que se deve revestir. Existem os momentos em que as tomadas de decisão tem que ser firmes, para se poder cobrar os resultados espera-dos, contudo, de maneira positiva e com o envolvimento de todos.

Liderança proactiva significa na sua essência, ensinamento, apoio, orientação, acompanhamento e valorização. Aplicado este pro-cedimento, a autoridade é uma consequência natural.

É de fulcral importância alertar para o facto de poder ocorrer má interpretação da autoridade aplica-da, pois poder-se-á confundir com o autoritarismo ou tirania. Para que tal não ocorra, é fundamental saber identificar as características que

sinAPolregião sul

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Já foi no “longínquo” ano de 2010 que em sessão da Assembleia Legislativa dos Açores foi aprovada por unanimidade uma anteproposta de lei apresentada pelo PSD para que os agentes das forças de segu-rança colocados no arquipélago re-cebam o subsídio de insularidade.

A decisão foi submetida a apre-ciação da Assembleia da República, no sentido de “corrigir uma injus-tiça”, defendendo que os agentes da PSP, GNR, Polícia Marítima e Polícia Judiciária em serviço nos Açores passem a receber uma ajuda financeira para fazer face aos custos decorrentes da insularidade.

O deputado Clélio Meneses, do PSD, criticou “a injustiça de haver pessoas com funções idênticas e re-munerações diferentes e a injustiça de haver pessoas que vivem nestas ilhas e não têm a justa retribuição”.

Clélio Meneses recordou que os elementos do Serviço de Estrangei-ros e Fronteiras, assim como já al-guns agentes da Polícia Judiciária, “recebem” o subsídio de insulari-dade nos Açores, considerando “da mais elementar justiça” que as res-tantes forças de segurança também usufruam desse complemento.

Até porque, os custos da insu-laridade estão previstos na Consti-tuição”, frisou, defendendo que “é uma obrigação do Estado a promo-

paRa Quando o tão pRometido

subsídio de insulaRidadeção de medidas que os atenuem”, para além do facto que por uma questão de equidade é inconstitu-cional que existam profissionais das forças policiais que recebem o dito subsídio e outros não.

Quase três anos depois a reali-dade mantêm-se, a injustiça man-têm-se, o desrespeito pela equidade mantêm-se, em suma continuam a existir polícias a receber o subsídio (e muito bem), e outros à espera que um dia o Estado e a Assembleia da República decidam corrigir esta injustiça.

Com vista a, mais uma vez, trazer este problema de volta ao debate político, o Secretariado Re-gional dos Açores do SINAPOL (SINAPOL-AÇORES), decidiu que 2013 deverá ter como principal reivindicação de âmbito regional a luta incessante pelo tão prometido Subsidio de Insularidade.

Para isso, o SINAPOL-AÇORES, irá desenvolver contactos com todos os partidos políticos com assento parlamentar na Assembleia Regional dos Açores, com o Governo Regio-

nal, bem como através da Direcção Nacional do SINAPOL em Lisboa, com o Governo da República e com os Grupos Parlamentares junto da Assembleia da República.

No entanto fica já a promessa, caso esta injustiça não tenha num curto trecho uma resolução politica, com vista ao cumprimento do prin-cípio constitucional de equidade, o SINAPOL-AÇORES irá junto das entidades judiciais competentes, apresentar uma reclamação.

Por isso relembramos que SI-NAPOL-AÇORES, como Sindica-to mais representativo na Região Autónoma, já deu provas que quan-do assume uma posição a defende até ao fim, ao contrário de outros que se chamam sindicatos ou as-sociações sindicais e que julgam que terem notícias publicadas nos jornais é o suficiente para resolve-rem os problemas dos polícias dos Açores.

Armando FerreiraPresidente do Sinapol

sinAPolAçores

Prevê-se que 2013 vá ser um dos anos mais duros de que há memória. Pelos motivos sobejamente conhecidos do Orçamento de Estado e outras medidas já divulgadas sob a máscara da austeridade, muito embora para os funcionários públicos (policias inclusive) pouca diferença haverá relativamente a 2012, pelo menos em termos financeiros. Isto a acreditar no que foi dito por alguns responsáveis governamentais.

Deixando de parte todas as considerações económico-financeiras sobre o futuro próximo, nesta edição de “O Quadrilheiro”, vamos debruçar-nos sobre um tema que talvez tenha ainda mais importância para (alguns) profissionais de polícia: Horários de Trabalho! E neste campo, o futuro espera-se ainda mais negro. O actual Estatuto, bem como o que irá entrar em vigor no próximo ano, mantém a mesma situação ilegal que se arrasta há vários anos: O vazio legal sobre os horários de trabalho!

Pela nossa experiência, este vazio legal é uma carta em branco para que a Direcção Nacional (DN) faça o que quer em relação aos horários de trabalho dos polícias. Situação que por si só, é uma outra ilegalidade e que é talvez uma das batalhas mais antigas do SINAPOL: A obrigação de os horários de trabalho dos polícias serem negociados com o MAI! O actual ministro, já fez saber que deu orientações à DN para que

resolvesse a problemática dos horários, mas no entanto continua a não querer assumir esse papel. E o SINAPOL continua e vai continuar a recursar-se a participar nessa farsa, porque além de ilegal, todos nós sabemos que na DN não há pura e simplesmente qualquer sensibilidade e bom senso no que toca a horários (entre outras coisas). Basta analisar todas as alterações já efectuadas nos últimos anos (isto para não dizer desde sempre), se não vejamos:

Todos nos lembramos das famigeradas 936 horas semestrais que, alguém na DN se lembrou que os polícias teriam que cumprir, e que já foi alvo de um comunicado da SINAPOL a denunciar que era um roubo ao direito às férias do polícias: 936 horas por semestre x 2 semestres = 1872 horas de trabalho anual. Considerando isto e o facto de estatutariamente os polícias terem como referência as 36 horas de trabalho semanal, tal significa que a PSP ao aplicar as 1872 horas de trabalho ano, está a obrigar os polícias a trabalhar todas as 52 semanas do ano, isto é os 12 meses, ou seja todo o ano: 36h/semana x 52 semanas/ano= 1872 horas anuais!

A isto podemos juntar a opinião de diversos estudos feitos por especialistas em horários de trabalho, as considerações que diversos legisladores fizeram

ao regulamentarem a actividade profissional em regime de turnos, e que a DN continua a desprezar em todos os aspectos, nomeadamente: Dias seguidos de trabalho, período de descanso entre mudanças de turno, o número de folgas mensais, a salvaguarda do direito à vida pessoal e familiar, bem como ao descanso e recuperação, o período de descanso (ou refeição) durante o horário de serviço, entre tantos outros. E o mais “engraçado”, é que só a PSP não reconhece o desgaste acrescido que o trabalho por turno provoca: Basta pensar em qualquer outra profissão que seja desempenha por turno, que em todas elas vamos ter melhores condições de trabalho do que na PSP! Desconheço qualquer outra profissão em que o trabalhador só tenha direito a 6 folgas por mês.

E sabemos, que na DN continuam a achar que os polícias trabalham horas a menos (já que aparentemente não temos direito a essa coisa chamada férias), e que, pelo menos no Comando Metropolitano de Lisboa (COMETLIS), se preparam para em breve impor mais uma vez horários que ELES acham adequados para NÓS cumprirmos…Com uma diferença: Estilhaçar ainda mais a classe policial, descriminando os policias pelas funções que exercem!

novo estatuto mantém

vazio legal aceRca dos hoRáRios de tRabalho

secretAriAdolisBoA

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Haverá, como sempre, os chamados “impedidos”, equivalente ao funcionário público normal, que trabalha de segunda a sexta-feira, dorme todos os dias em casa com a família, e desfruta de todos os fins-de-semana com os mesmos, goza de pelo menos oito folgas por mês (mais algum eventual feriado) e haverá dentro de os ditos operacionais, que se irão subdividir em pelo menos duas outras classes: Os patrulheiros “apeados” e todos os outros! E ao que sabemos, todos os outros poderão, pelo menos ter a hipótese de vir a ter um horário minimamente digno (exemplo: mais dias de folga em relação a quem não faz turnos, menos dias de trabalho seguidos, entre outras coisas), enquanto os “apeados” não terão essa hipótese, apesar de começarem a trabalhar praticamente o mesmo número de horas por dia, mas vamos continuar com as mesmas condições (apenas 6 folgas por mês, um fim-de-semana de folga de três em três meses, etc, etc). Ou seja, voltando à matemática muito

básica: Os policias de secretaria gozam de oito folgas por mês (mais algum feriado), os “operacionais auto” de 12 folgas mensais (justo devido ao maior desgaste) e o operacional apeado de apenas seis folgas mensais! Isto num ano é nada mais nada menos do que 22 dias de folga a menos que um policia de secretaria. Com os feriados é um mês de trabalho a mais (num ano) que os impedidos! Como é possível alguém ainda pensar que fazemos horas a menos?!

Até quando continuará esta falta de respeito pela condição de profissional de polícia? Será preciso relembrar que todo o conceito de proximidade está relacionado precisamente com este patrulhamento “apeado”, e que no fundo é o rosto e a ligação entre PSP-Cidadão? Como é que ainda é possível continuar a haver esta descriminação negativa e menosprezo pelo nosso trabalho e condição humana? Ser polícia está (ou devia estar) bastante longe de ser escravo.

Está mais do que na altura de haver uma verdadeira união e exigir o que temos direito: Uma verdadeira negociação com o MAI (a quem compete) de horários de trabalho dignos e compatíveis, e que permitam desenvolver a actividade policial em pleno das nossas capacidades físicas e mentais, salvaguardando sempre o direito à vida familiar e pessoal. Não dói a ninguém, não traz mais despesa, e prevendo-se um 2013 particularmente difícil, onde os profissionais da PSP, além de também serem vitimas da austeridade, terão o ainda mais difícil papel de defensores dos que ordenam essa austeridade e da ordem pública, o que por si só vai exigir de nós um esforço redobrado e para o qual é essencial que haja um perfeito equilíbrio entre a condição de polícia e de ser humano.

Pedro FrançaSecretariado Metropolitano de Lisboa

Numa sociedade democrática compete às Forças de Segurança e em particular à Polícia de Seguran-ça Pública (PSP) garantir e proteger os direitos individuais, asseguran-do o pleno exercício da cidadania. Neste sentido, a segurança não se contrapõe à liberdade sendo con-dição para o seu exercício, propor-cionando uma melhor qualidade de vida aos cidadãos.

As Forças de Segurança buscam diariamente aperfeiçoar-se e atingir níveis que satisfaçam a expectativa da sociedade como um todo, im-buídos pelo respeito e pela defesa dos direitos fundamentais dos cida-dãos. É missão primordial da PSP, enquanto elemento regulador do Estado, garantir a segurança de pes-soas e bens, a defesa dos interesses nacionais, o respeito pelas leis e a manutenção da paz e ordem pública na totalidade do território nacional à sua responsabilidade.

Para sucesso da sua missão, a PSP adoptou diferentes modelos de actuação, apostando fortemente na prevenção, através de estratégias de combate à criminalidade, e man-tendo a sua capacidade interventiva em situações de alteração da ordem, adequando a sua acção aos diversos cenários apresentados.

Assumindo que é objectivo da instituição a luta incessante para aumentar o sentimento de segu-rança dos demais cidadãos, jun-to da comunidade, protegendo-os dos riscos a que estão expostos, a PSP, nos diferentes locais onde se encontra em funções, vê-se repre-sentada por cada elemento que a compõe, disponibilizando os seus serviços ao cidadão, tendo-se re-velado uma instituição de valor, prestigio, credibilidade e confian-ça. Enquanto instituição, a mesma encontra-se dispersa por áreas de grande concentração populacional (grandes urbes) e em grandes cen-tros onde se verifica esse tipo de concentração populacional, ainda que volante, como é o caso dos ae-roportos. Nestes últimos, para além da garantia da segurança e ordem

secretAriAdoPorto

pública desses locais, permitindo o normal funcionamento daquela estrutura e dos diferentes serviços ali representados, compete ainda respeitar e fazer respeitar as normas europeias da Aviação Civil. A expe-riência consolidada nesta vertente de actuação e o conhecimento ad-quirido ao longo de décadas, os sig-nificativos recursos aí empenhados, a formação e treino de procedimen-tos, leva a que continue a merecer a confiança e o reconhecimento de competências por parte das autori-dades aeronáuticas, conferindo à PSP uma posição privilegiada neste domínio.

Contudo, não chega apenas o empenho, dedicação, sacrifício, disponibilidade e profissionalismo de todos aqueles que representam a PSP nos aeroportos, em geral, e no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, em particular. Como é do conheci-mento geral, a imagem institucio-nal para milhares de cidadãos, que entram e saem do país, encontra-se presente na imagem do elemento policial no aeroporto. Ver um ele-mento policial, bem uniformizado, comunicativo, compreensivo e pro-fissional é o suficiente para transpa-recer uma imagem institucional de responsabilidade, conhecimento, prestígio e, acima de tudo, compe-tência profissional. Porém, passar essa imagem nem sempre é fácil devido à escassez de matéria-pri-ma: o elemento policial. A falta de efetivos, essa carência de matéria humana, torna-se, diariamente, de difícil resolução. Hoje, mais do que nunca, é importante munir de meios humanos a Divisão de Segurança Aeroportuária (DSA) do Comando Metropolitano do Porto. No aero-porto passam mais de 6.000.000 (seis milhões) de pessoas por ano (números apresentados no ano de 2011 no Aeroporto Francisco Sá Carneiro – Maia) onde, muitas ve-zes, a primeira e última imagem do nosso país é o resultado da impres-são que o elemento policial desperta no cidadão. A este facto adiciona-se falta de condições de trabalho. Es-

tas limitações reduzem a capacida-de de cumprimento da sua missão. Justifica-se esta afirmação com o facto de ser, praticamente, a única Divisão no país que ainda trabalha com a plataforma informática da Rede Nacional da PSP (RNPSP), quando já todas as Unidades e Su-bunidades, desta tão prestigiada Instituição, trabalham com uma já avançada plataforma informática, a Rede Nacional de Segurança Inter-na (RNSI). Trata-se de uma plata-forma mais rápida, eficiente e com resultados mais vantajosos para a instituição, mas que ainda não foi aplicada nesta solitária DSA. Como se sentirá um elemento policial quando, na presença do cidadão, tenta cumprir a sua missão e o sis-tema informático não permite. Qual será a opinião com que o cidadão fica quando o elemento policial após 10/15 minutos lhe comuni-ca que vai ter de começar de novo porque o sistema falhou. Será falta de profissionalismo? Não saberá trabalhar com o computador? Não saberá o que fazer? Essas serão as dúvidas que poderão, com certeza, assaltar a mente do cidadão e à qual aquele elemento policial não estará alheio. Para ele maior será a frus-tração por lhe ser vedada a hipótese de mostrar o seu profissionalismo, o seu conhecimento, capacidade de execução da sua missão e, acima de tudo, a satisfação do cidadão peran-te a prestação de um serviço. Esta é a realidade enfrentada por mui-tos dos elementos que representam a PSP no Aeroporto Francisco Sá Carneiro e que, de acordo com in-formações fidedignas, a hierarquia de comando daquela DSA já deu conhecimento superior, embora sem resultados práticos.

Fica o desejo para que esta si-tuação seja alvo de intervenção a curto prazo e que todos os elemen-tos policiais em funções no já refe-rido Aeroporto sejam devidamente compensados por todo este tempo de atraso.

L.A.Secretariado Metropolitano de Porto

a seguRança não se contRapõe à libeRdade

Nuno Brito (+351) 96 290 28 14 [email protected]

Av. Tomas Ribeiro, 52A - 2795-222 Linda-a-Velha

Av. Tomas Ribeiro, 52A - 2795-222 Linda-a-Velha(+351) 96 290 28 14

E-mail: [email protected]

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No passado dia 14 de Outubro celebrou-se um ano após a conclu-são do 8º Curso de Formação de Agentes (C.F.A) da PSP e, eu como antigo aluno, quero relembrar a data, enaltecendo a formação como uma das fases mais importantes da carreira de qualquer agente, que para além de assinalar o inicio de uma nova etapa da sua vida pessoal e profissional, define, em parte, o tipo de agente policial que servirá o país.

O C.F.A. da PSP é, no final de contas, a base crucial no processo de “transformação” de homens co-muns em agentes policiais, que após a finalização do curso têm que estar convenientemente preparados para encarar e resolver as mais diversifi-cadas situações, desde ocorrências criminais, a contra-ordenações e o restabelecimento da ordem pública.

Contudo, várias questões se le-vantam sobre a formação policial prestada no nosso país, questões centradas não só na adequada for-mação dos agentes, mas também no tempo conveniente à prepara-ção dos mesmos. Na verdade, es-tas questões fazem todo o sentido quando constato que existe uma discrepância abismal entre os con-teúdos pedagógicos leccionados no C.F.A. e a realidade encontrada nas diversas esquadras onde são colo-cados os novos elementos policiais. Esse fosso, entre teoria e prática reflecte-se no trabalho diário dos novos agentes que revelam dificul-dades em resolver os incontáveis e diversos problemas que lhes che-gam às mãos. A situação torna-se mais evidente e gravosa quando, por inúmeras vezes, acorrem às so-licitações, equipas formadas apenas por agentes recém-formados, vul-garmente conhecidos como “maça-ricos”. Torna-se, por isso, urgente que a própria Instituição realize uma introspecção séria, de forma a retirar as devidas ilações sobre o

o cuRso de FoRmação de agentes

e a sua adeQuação à Realidade social actualcorrente modelo de curso de forma-ção de agentes policiais ministrado em Portugal e comprovar se é o mais adequado às exigências teóri-co/práticas da sociedade actual.

Muitos, claro, já se aperce-beram dessa discrepância existen-te entre os conteúdos pedagógicos leccionados no C.F.A. e a realidade operacional actual, apontando in-clusive várias razões, tais como:

- O elevado número de forman-dos existente no C.F.A. que dificul-ta, por um lado, uma adequada ins-trução das diferentes competências policiais e, por outro, uma distri-buição equilibrada de recursos ma-teriais e humanos, tão necessários para o bom funcionamento do cur-so e desempenho dos formandos. Por esta razão, muitas das compe-tências não são desenvolvidas de-vidamente por falta de condições e dificuldades de colocar em prá-tica o “grosso” dos ensinamentos. Contudo, a solução a este problema passaria pela redução do número de instruendos e, no lugar de mil agentes que habitualmente ingres-sam de quatro em quatro anos ou de três em três anos, fossem antes colocados anualmente um número mais reduzido de jovens aspirantes a agentes de polícia, adequando-se assim o número às instalações e aos meios técnicos e humanos disponi-bilizados pela PSP para o funciona-mento do C.F.A..

- A idade mínima exigida para ingresso no C.F.A., idade mínima que passou dos vinte e um anos para os dezanove anos, sendo para muitos um dos motivos que justifica as atitudes muitas vezes infantis de alguns formandos, que dificultam, por vezes, o normal funcionamen-to das aulas do C.F.A.. A redução da idade mínima foi uma medida adoptada sem qualquer sentido ló-gico, colocando em causa a capaci-dade vocacional dos formandos, os quais quanto a mim com dezanove

anos não têm na sua maioria matu-ridade suficiente para vir a desem-penhar funções com o grau de com-plexidade que esta profissão exige habitualmente.

- Outra problemática diz respei-to ao elevado número de disciplinas e competências a leccionar num período de tempo demasiado curto (nove meses), impossibilitando as-sim uma preparação adequada das mesmas, bem como uma compre-ensão conforme das matérias dou-trinadas. Seria importante fazer do C.F.A. um curso de maior especiali-dade no âmbito da carreira policial de agente, adaptando correctamen-te o período de tempo da formação, de maneira os conteúdos programá-ticos teórico-práticos serem devi-damente desenvolvidos, permitindo desta forma aos instruendos uma maior aprendizagem e especializa-ção das matérias. Só assim os futu-ros agentes poderão corresponder melhor às expectativas e exigências da sociedade.

- Outra discutível contingência prende-se com a especialização e apetência dos formadores que lec-cionam no C.F.A.. Em relação a este ponto, nota-se que alguns for-madores revelam alguma ou total falta de preparação não só teóri-ca mas, principalmente prática ou operacional, uma vez que a maior parte advém directamente do Insti-

áreAJuridicA

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tuto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna (I.S.C.P.S.I.), e como tal é muito diferente saber e ser de ser e saber, por isso os oficiais “obrigados” a leccionar no C.F.A. com pouca ou mesmo nenhuma ex-periência profissional comprovada, encontram algumas dificuldades em cativar a atenção dos formandos para a aprendizagem. Estes profes-sores/formadores são na verdade oficiais de polícia, a quem num pe-queno período de tempo lhes é con-fiada essa função. Face ao exposto, seria pertinente repensar o mode-lo de escolha dos formadores do C.F.A. adoptando um modelo equi-valente ao instituído no I.S.C.P.S.I. onde os formadores/professores são pessoas cuja única função que de-

sempenham é leccionar, tendo total apetência para o efeito. Com este modelo, a classe de agentes seria instruída de acordo com os ensi-namentos dados aos seus superio-res (oficiais), possibilitando deste modo, uma maior homogeneiza-ção da “Doutrina Policial”. Seria importante ter formadores capazes e devidamente instruídos para lec-cionar as diferentes matérias, fi-cando estes apenas encarregues do ensino nos C.F.A., bem como, da competência de instruir através de acções de formação, os policiais de todas as carreiras já no activo por esse país fora, os quais necessitam regularmente de uma actualização teórico/ prática das heterogéneas competências policiais. Desta for-

ma, os formadores em causa pode-riam ser policiais, bem como civis tal como se passa actualmente no I.S.C.P.S.I., tendo apenas a PSP como principal objectivo dotar-se de formadores altamente compe-tentes e especializados, isto porque os formandos são o espelho da qua-lidade dos seus formadores e, dos ensinamentos de bons formadores advêm normalmente bons forman-dos e consequentemente salutares agentes.

A esta análise cuidada e de es-pírito crítico construtivo, não me parece que vá ter grande alcance ou amplitude no seio da comuni-dade policial, na medida em que são questões que serão “guerras de outros generais”, não sendo da competência de um simples agen-te “maçarico” alvitrar, criticar ou divagar sobre contendas que ape-sar de ser parte interessada, nunca terão a sua opinião em considera-ção, uma vez que segundo muitos existirá em causa uma usurpação de competências e funções, situação que só temos a lamentar na medi-da em que, quem melhor poderá opinar, que não a própria classe de agentes, que frequentou o tão bada-lado e importante C.F.A. da PSP.

Quero ainda deixar os mais sin-ceros cumprimentos, a todos os for-madores, pessoal auxiliar e acima de tudo a todos os meus amigos/colegas/formandos do 8.º C.F.A. da PSP aos quais deixo um especial voto de uma vida feliz e tal como diria um dos meus mais marcantes formadores “Sejam felizes e façam pelo menos alguém feliz”.

Celso CostaSecretariado Diretivo

Feliz Ano Novo

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O Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol) não aceita qualquer trans-ferência de poderes da PSP para a GNR. O Sinapol entende que exis-tem riscos de extinção de “algumas das principais referências da PSP” e de “desmembramento total ou qua-se” de subunidades da polícia.

As criticas do Sinapol surgem depois de conhecida a proposta da comissão de revisão do novo Concei-to Estratégico de Segurança e Defe-sa Nacional. A proposta, entretanto recusada pelo MAI, defende que a GNR passe a ter responsabilidade no “combate à criminalidade mais vio-lenta e ao terrorismo, na protecção dos pontos sensíveis, na vigilância e no controlo das infraestruturas críti-cas e das principais vias de comuni-cação e fronteiras”. Já a PSP passa a ser orientada para “a protecção e se-gurança de pessoas e bens, enquanto força mais vocacionada para o poli-ciamento das grandes urbes, devendo privilegiar o policiamento de proxi-midade e os programas especiais de policiamento comunitário”, revela o documento, que em breve será discu-tido em Conselho de Ministros.

sinapolcontesta mudança de competências

Num comunicado tornado pú-blico o Sinapol critica a “prenda de Natal antecipada”. O sindicato sublinha que atribuir à GNR parte das atribuições da PSP é “algo que vai contra os princípios básicos da União Europeia para forças de se-gurança”, uma vez que a Guarda é “uma força militarizada”.

A estrutura sindical questiona se, com a atribuição à GNR “da vi-gilância e do controlo de infraestru-turas críticas”, o Serviço de Estran-geiros e Fronteiras deixa de existir e se o mesmo se virá a passar com a Polícia Judiciária, a “quem com-petem as investigações relativas ao terrorismo”. O Sinapol receia que, com a proposta, o Governo des-mantele “algumas das principais referências da PSP”, dando como exemplo a Unidade Especial de Po-lícia. A confirmar-se a sua extinção, serão “deitados ao lixo milhões de euros dos contribuintes”, considera o sindicato.

Também sob o risco de “des-membramento total ou quase” fi-cam o Corpo de Intervenção, Grupo de Operações Especiais, Centro de

Inactivação de Explosivos e Segu-rança em Subsolo, Grupo Operacio-nal Cinotécnico e o Corpo de Segu-rança Pessoal, enumera o sindicato. “Na prática, pretende-se extinguir um conjunto de unidades policiais pioneiras em Portugal, pois ainda a GNR não sonhava em ter unidades especiais, já a PSP as tinha”, defen-de o Sinapol.

O Sinapol questiona ainda o motivo desta “tentativa de mudan-ça”. “Talvez porque na força mili-tarizada GNR ainda vingue a ideia, partilhada por mais de uma dezena de generais oriundos do Exército, os quais, quase todos à beira da reforma, continuam agarrados a ideias arcaicas e a um modelo de segurança que só já será possível encontrar em algumas ditaduras africanas”, acusa a direção do Sin-dicato que mostrou “apoio total” à Direcção Nacional da PSP “em to-das as formas de luta e protesto que esta decida adoptar para preservar a identidade legal e a autonomia da PSP”.

ActuAlidAde

Uma delegação do Sindicato Nacional da Polícia (SINAPOL) foi recebida, no dia 7 de Novembro, em Lisboa, pelo Bispo das Forças Armadas e das forças de Segurança, D. Januário Torgal Ferreira. Mais do que o simbolismo da visita, há a registar o facto de o representan-te da Igreja, se ter disponibilizado para apoiar as causas dos polícias.

D. Januário Torgal Ferreira, que tantas vezes se tem feito ouvir na defesa dos sectores da sociedade mais carenciados e esquecidos, re-conheceu que os problemas da PSP são, infelizmente, bem mais graves do que aquilo que tem sido divul-gado.

bispo das FoRças aRmadas Recebeu delegação do sinapol e maniFestou apoio aos polícias

Questões como o acesso aos ser-viços de saúde, os horários de traba-lho, o pagamento de algumas verbas (nomeadamente os atrasos na satis-fação dos serviços remunerados), a progressão na carreira e recolocação do pessoal nos novos níveis remu-neratórios, bem como a aplicação de um regulamento disciplinar desactu-alizado e que, aparentemente, apenas visa punir quase sem dar possibilida-de de defesa, foram dadas a conhecer ao Bispo das Forças Armadas.

Tal como muitos cidadãos anó-nimos, também D. Januário Torgal Ferreira desconhecia a triste rea-lidade que afecta grande parte do efectivo (e respectivos familiares)

da PSP. Embora sem poder para intervir directamente na resolução dos problemas que lhe foram apre-sentados, o representante da Igreja reconheceu a legitimidade dos pro-testos dos polícias, valorizando a dignidade individual como um dos mais importantes factores que con-duzem a um eficaz e justo desempe-nho das tarefas atribuídas.

Após mais de uma hora de uma reunião, a delegação do SINAPOL, liderada pelo seu presidente, Arman-do Ferreira, congratulou-se com os resultados da mesma, sabendo que não foram em vão os esforços desen-volvidos para, mais uma vez, pugnar na defesa dos direitos dos polícias.

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A versão Skoda Superb Break está disponivel com motores 1.4 TSi de injecção directa de gasolina, com 125 CV de potência. Nos diesel as versões começam no 1.9 TDI com 105 CV e vão até ao motor 2.0 TDi com esta tecnologia, a debitar 140 CV. Há ainda o mais recente e silencioso 2.0 TDi common rail com 170 CV.

Consumos entre 4,8 litros aos 100 km, extra-urbano e 7,8 l em ambiente urbano, para a versão assinalada: 2.0 TDI com 170 Cv.

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Helena Tomaz, advogada do SI-NAPOL que ganhou a acção judicial por causa do fundo de fardamento, nasceu em Lisboa a 16 de Abril de 1964, tendo obtido a licenciatura e o mestrado na Faculdade de Direito de Lisboa. É docente universitária desde 1985 e, aproveita os cada vez mais reduzidos tempos livres para fazer caminhadas, ir ao cinema e ler

Estava à espera de encontrar esta conflitualidade e o perma-nente recurso aos tribunais quan-do aceitou defender e representar o SINAPOL?

Não me surpreendeu a conflitua-lidade existente e a consequente ne-cessidade de recurso aos tribunais. Na verdade, o atropelo às normas por parte de quem as cria é cada vez mais recorrente, não deixando grande alternativa ao recurso aos tribunais.

As decisões judiciais favorá-veis às pretensões do SINAPOL na questão do fundo de farda-mento mostram que as reivindi-cações dos polícias são justas?

Mostram não só que as reivin-dicações dos polícias são justas, como também a importância da in-tervenção sindical na salvaguarda dessas pretensões.

A sentença do Tribunal Admi-nistrativo do Círculo de Lisboa, que condenou a PSP a pagar aos polícias os juros de mora do ex-tinto fundo de fardamento, mos-tram que apesar de tudo a PSP é uma instituição que faz cumprir a lei e que a cumpre?

A evolução deste processo e também a sua decisão mostram que a PSP acabou por reconhecer o incumprimento (o pagamento de parte significativa do capital devi-do foi efectuado na pendência do

processo) e esperamos que seja igualmente cumprida a decisão de condenação no pagamento dos juros de mora devidos. Ainda que te-nhamos de recorrer por con-siderarmos que a sentença não abrange todo o período de contagem de juros que consideramos ser devido.

Mas concorda que esta foi uma sentença histórica na PSP, uma vez que, pela primeira vez, os seus pro-fissionais viram reconhe-cidos os direitos ao paga-mento de juros de mora?

Sim, concordo. Trata-se, de facto, de uma decisão a registar. O nosso escritório sente-se honrado por ter contribuído para a sua pro-lação.

Foi uma batalha difí-

cil? Mostrou que vale a pena lu-tar na justiça pelos direitos dos polícias?

Sim, foi uma batalha difícil. Mas esta, à semelhança das demais cujo patrocínio o SINAPOL nos tem confiado, era uma pretensão justa. Vale sempre a pena lutar por aquilo em que acreditamos, mesmo que o reconhecimento da nossa razão de-more mais a ser alcançado do que o desejável. Afinal, a persistência, a resiliência são expressão de duas das poucas coisas que ninguém ja-mais nos tirará: o que formos capa-zes de ser e de saber.

Também foi preciso recorrer aos tribunais para exigir o paga-mento dos juros de mora aos polí-cias que ainda não foram colocados nas novas tabelas salariais e que entraram em vigor em Janeiro de 2010. O caminho ficou mais fácil?

Pelo menos já temos uma deci-são anterior. O que sem significar necessariamente uma facilidade ou agilização processual, sempre pode ser vista como uma porta aberta.

Muitas destas questões não se resolveriam mais depressa com bom senso?

Da minha perspectiva, resolver-se-iam com capacidade de diálogo, sem pré-juízos e com real vontade de encontrar soluções, ao invés de posturas de autoridade pela autori-dade.

Temos constatado, nos últimos

tempos, que a profissão de polícia tem servido de justificação para retirar direitos de cidadania aos polícias. Deve um profissional de polícia possuir os mesmos direi-tos que todos os demais cidadãos portugueses ou são admissíveis excepções?

Antes de tudo os agentes policiais são, naturalmente, cidadãos com os mesmos direitos e obrigações que os demais. É claro que, por força do interesse público inerente ao exercí-cio das suas funções, teremos de re-conhecer como admissíveis algumas situações excepcionais na oportuni-dade e na configuração concreta dos direitos. Mas isso não pode significar desrespeito pela função, compressão autoritária de cidadania nem viola-ções de exigências legais de contrata-ção colectiva, por exemplo.

Devem os polícias ostentar “as lágrimas de não ter vencido” ao invés da “vergonha de não ter lu-tado”? A justiça será sempre o últi-mo reduto contra a falta de senso?

A resposta que dei a uma das questões anteriores já antecipa a minha posição: os polícias, como os demais cidadãos ostentarão sem-pre com maior orgulho “as lágrimas de não ter vencido” do que a cons-ciência de não terem lutado.

Como é que vê a questão dos horários, que são matéria de ne-gociação colectiva entre os sindi-catos e o Governo, que têm sus-citado sérias dúvidas e reservas?

Essa é uma questão pendente, pelo que não anteciparei aqui ar-gumentos processualmente usados. Remeto, porém, para o que respon-di na questão relativa ao exercício da cidadania.

Sendo advogada e portanto com preocupações humanistas como é que vê a utilização do Re-gulamento Disciplinar da PSP? Estará, porventura, a ser abusi-vamente usado contra os polícias ou apenas serão alguns coman-dantes a ter necessidade de ver refreada a acção punitiva?

É minha convicção que na PSP como em vários outros organismos as normas regulamentares são, ser-vem, por vezes, de patamar para actuações que mais do que de auto-ridade, expressam escusado autori-tarismo. Mesmo quando se justifica a aplicação de sanção é, infeliz-mente, mais comum do que deveria

“Reivindicações dos polícias são justas

e é impoRtante a inteRvenção sindical”

entrevistA

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ser a desconsideração das circuns-tâncias de determinação da sanção que depõem a favor dos agentes e o esquecimento do fim preventivo (quer de prevenção geral, quer de prevenção especial) das sanções.

Concorda que acidentes com viaturas policiais e situações da vida pessoal sejam tuteladas pelo Regulamento Disciplinar através dos núcleos de deontologia e dis-ciplina?

Percebo que no contexto de aci-dentes com viaturas policiais em exercício de funções seja necessário e mesmo importante aferir, no âm-bito disciplinar, a responsabilidade dos intervenientes; no que se refere a situações da vida pessoal entendo, igualmente, que algumas condutas podem por em causa a idoneidade para o exercício da profissão (estou a pensar, por exemplo, em casos de violência doméstica). Aliás, tam-bém noutros âmbitos profissionais,

por exemplo o dos Advogados, a conduta pessoal, social e cívica pode ser avaliada no âmbito disci-plinar, designadamente no patamar da aferição da já referida idoneida-de para o exercício da profissão.

A questão do novo regime de horários vai acabar na justiça? Parece-lhe bem que todos os pro-fissionais de Polícia tenham que cumprir 936 horas por semestre, que em dois semestres totaliza 1872 horas de trabalho por ano quando a referência são as 36 ho-ras de trabalho semanal?

Naturalmente não me parece bem que os profissionais de Polícia este-jam sujeitos a tais cargas horárias. Com as informações de que dispo-nho, também neste caso será pratica-mente inevitável o recurso aos tribu-nais para repor a legalidade.

O Governo decidiu aumentar a idade da pré-reforma na PSP

para os 59 anos e seis meses. Novo foco de contestação judicial à vis-ta?

Ainda não disponho de elementos para uma resposta cabal à questão.

Devem os cidadãos exigir que quem faz cumprir a lei a cumpra sem qualquer dúvida?

Claro que sim.

Como é que olha hoje para estes homens que carregam uma enorme responsabilidade e que continuam quase a ser encarados como um custo e não como um benefício?

Olho-os, antes de tudo, com o respeito que merecem; reconhecen-do a importância das funções que lhe são confiadas como uma base essencial da manutenção do Estado de Direito. E o mínimo que posso esperar é que o Estado que repre-sentam os trate de igual forma.

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O cidadão/número

De forma caricatural somos o número do bilhete de identidade, o número do contribuinte, o número do eleitor, o número da conta ban-cária, o número da apólice de segu-ro, o número do processo judicial, pelo menos.

Ao Estado interessa o número, porque o Estado legitima-se através da quantidade. Para gerir o poder, o Estado utiliza o número e reduz-nos ao papel de número, o que significa que nos reduz a uma abstracção do ponto de vista individual, enquanto nos desnuda das nossas preocupa-ções existenciais, ontológicas, me-tafísicas. Numa palavra o Estado remete-nos para a quantidade como forma de poder fazer a administra-ção da polis.

Veja-se o caso do «legislador». Ele nunca aparece assinalado pelo nome. Não tem rosto. Também ninguém conhece o Estado. O Es-tado é a ausência presente em cada um de nós. (Por exemplo, nós não «apalparemos» nunca o Estado. O Estado nunca será objecto de as-sédio sexual!). Para o «legislador» não é importante tipificar de forma diferente o homicídio do homem que deu um tiro noutro que vendia droga ao filho, do homicídio do transmontano que deu um tiro num vizinho por causa de uma questão de águas. Para o Estado é homicídio em ambos os casos, sem se levar em conta as especificidades, as me-mórias culturais, as coordenadas do pensamento, do espaço e do tempo, que são diferentes. O legislador é o nosso direito e é o nosso tirano.

A doutrina liberal em que assen-ta a estrutura dos Estados modernos inscreveu-se em dois elementos: or-dem e progresso. Que ordem é esta? É ordem moral, é a ordem política, é a ordem social, é todo o tipo de ordem, incluindo o conceito de «or-dem pública», que o Estado quer e reclama à luz do entendimento so-bre o ordenamento de que ele pre-cisa para poder exercer o seu poder.

Não é por acaso que as ideias de «ordem pública» e de «progresso» se desenvolveram a partir de mea-

dos do século XIX, na emergência dos movimentos operários, das ma-nifestações de rua e das greves, e dos movimentos de maior turbulên-cia social assentes no sentimento de democratização das ideias. E não é por acaso que todos os instituin-tes referidos tiveram sempre como ideia identificar, através da ordem infringida, os sinais de desvio e as marcas socialmente tidas como perversas. Qual o instrumento prin-cipal dessa «perseguição»? - A Po-lícia.

De facto, de há muito que a Polí-cia e o crime funcionam como me-ros acessórios de uma visão estere-otipada da sociedade, que é levada a efeito por parte dos responsáveis políticos.

O debate sobre a criminalidade, em especial aquele que é elaborado por parte dos governantes, vemo-lo sempre ser esquematizado a partir do senso comum, de uma visão ex-cessivamente estrita, onde funcio-na primeiro o olhar partidário e só depois a abordagem do fenómeno. Ora, como sabemos, nem a Polícia nem o crime são fenómenos ideo-logicamente neutros, quer nas suas interacções com os poderes da polí-tica, quer com os poderes sociais e económicos, no âmbito dos quais se desenvolve a sua actuação.

Curiosamente é a partir do in-terior da própria Polícia que des-de meados do século XX irrompe um movimento que deixa no ar a mensagem: «não pactuamos com o preconceito!». O que significa, por parte da Polícia, a recusa em aceitar que a instituição, bem como a cri-minalidade, continuem a ser trata-das como uma abstracção política.

A criminalidade ganha a sua carta de alforria a partir de me-

Se eu quisesse fazer uma entra-da radical, citaria Engels, que dizia que “o Estado é, na sua finalidade última, um grupo de homens arma-dos”. Mas não quero. Quero até sair um pouco desta leitura mais radi-cal e reentrar nesta nossa realida-de, apesar de tudo mais complexa, sem que isso signifique que Engels não tinha razão. Pelo contrário: a primeira finalidade do Estado é, de facto, o controle das pessoas, es-sencialmente, para saber quantos somos e como somos.

No fundo, trata-se apenas, e não mais do que isso, de uma questão qualitativa e quantitativa, para que, através dos mecanismos de con-trolo fiscal, o Estado, através de instrumentos de domínio, possa padronizar, estruturar os comporta-mentos em função das leis.

Então, como é que chegámos até aqui?

Polis é a designação que ficou desde a época da cidade grega, enquanto cidade-Estado, núcleo organizado e condutor de sociabi-lidades. A Polis deu origem, entre outras, a duas palavras compostas: Politike e Politeia. Da primeira nas-ceu a palavra Política e da segunda a palavra Polícia.

Politike é a arte de administrar a Polis; hoje a arte de administrar o Estado.

Polícia, latu sensu, são os instru-

do ponto de vista do diReito

polícia: da política à polis

mentos auxiliares da administração da Polis.

E porque alguém tem de admi-nistrar o poder da Polis, têm de ser criados instrumentos que auxiliem essa administração, através da mo-dulação dos nossos hábitos, pela normatização dos nossos actos, à custa da Polícia.

Mas, afinal de contas o que é isso, na prática, da Polícia da Polis? Que tipo de instrumentos é que a Politike tem de tocar para controlar as comunidades; para que as pesso-as que habitam esse espaço geográ-fico se identifiquem com a Nação; e para que o Estado, apoiado nos instrumentos de Polícia, funcione como o produtor de sociabilidade.

A Polícia são todos os órgãos de controlo que agem com o objectivo de padronizar os nossos comporta-mentos e adequá-los aos interesses do Estado. PSP, SIS, GNR, PJ, não são mais nem menos do que uma parte, e apenas uma parte, de todos os instituintes de controlo social, o primeiro e o mais importante dos quais (porque o mais repressivo) é a Inspecção-Geral de Finanças. Depois, as Actividades Económi-cas, visando permitir ou proibir determinados comportamentos de acordo com a saúde das pessoas. Paralelamente, os serviços de Iden-tificação Civil e o seu braço armado «Bilhete de Identidade», que nos

controla do ponto de vista daquilo que é um cidadão num Estado vi-giado.

É evidente que esta questão da Polícia é um assunto que se colo-ca entre nós há cerca de 150 anos, como deixou perceber o decreto de criação da Polícia de Pina Manique, preocupado, no essencial, com a vadiagem, a mendicidade e a pros-tituição, autênticos sinais caracte-rizadores do «antigo regime», as-sente no desenvolvimento de uma cultura burguesa, urbana, associada ao crescimento das cidades. Mas, não podemos deixar de entrar aqui em linha de conta com um outro factor: os objectivos orientadores emanados do Concílio de Trento, que, do ponto de vista da constru-ção das mentalidades, foi decisivo para a formatação dos nossos com-portamentos à luz de uma moral marcada pelos ritos da catoliciza-ção.

É neste tronco comum que têm de ser entendidas as polícias en-quanto instituintes de controlo so-cial, que, ainda assim, servem a formulação do paradoxo mais pro-fundo: por um lado, o Estado, que (para legitimar e ser legitimado) transforma os cidadãos em núme-ros; e, por outro lado, o mesmo Es-tado, que, ao mesmo tempo, elege como objectivo final a liberdade do indivíduo.

ados da década de 60, com os es-tudos realizados em alguns bairros de Paris e na cintura industrial das principais cidades dos Estados Uni-dos da América, e os conceitos de «marginalidade» e de «marginal» passaram a beneficiar de um outro estatuto.

Estes e outros movimentos simi-lares tiveram por base as posições tomadas pelos sectores mais avan-çados das próprias Polícias, que se viram na contingência de solicitar às universidades novas avaliações e estudos sobre aquilo que era o seu metier e o seu território.

Em Portugal, em termos de Comunicação Social, de entre as coisas que normalmente escapam às notícias e às reportagens sobre a Polícia, devem sublinhar-se os apontamentos sobre a qualidade dos polícias que espancam e dos polícias que são espancados; dos polícias que matam e dos polícias que são mortos.

De facto, a actuação das nossas Polícias incorpora diversas fun-ções e divide-se em vários territó-rios de trabalho, sendo um deles o território estrutural da violência. De certa forma, o polícia também é um profissional da violência, não tanto porque ele seja por natureza, violento, mas por que a violência é o caldo onde ele tem de mergulhar para trabalhar. É por isso que se pode afirmar que os polícias, pela natureza profissional, sociológica e antropológica do seu desempenho, são profissionais da vida, do acon-tecimento na sua forma mais bruta e mais complexa.

Nos terrenos que percorre, o polícia não encontra um comporta-

oPinião

“PSP, SIS, GNR, PJ, não são mais nem menos do que uma parte,

e apenas uma parte, de todos os instituintes de controlo social, o

primeiro e o mais importante dos quais (porque o mais repressivo) é a

Inspecção-Geral de Finanças”

“De forma caricatural somos o número do bilhete de identidade, o número do

contribuinte, o número do eleitor, o número da conta bancária, o número

da apólice de seguro, o número do processo judicial, pelo menos”

28

Eleitoralismo e segurança

Quando já se sente no ar o chei-ro a eleições, o «optimismo elei-toralista» começa a sair à rua de braço dado com o conceito de «se-gurança». É uma boa altura para se exigir: a completa alteração da estrutura do Processo Penal, que é o mesmo que dizer «da lógica de funcionamento da Justiça» - há gente atirada automaticamente para o banco dos réus a 300 quilómetros de distância, notificada para o efei-to no dia anterior, desconhecendo que corre um processo contra si há quatro anos; a retirada imediata dos enormes poderes que o Ministério Público tem neste momento e que o transformam, como afirmam os re-presentantes dos que não têm voz, “numa instituição inteiramente an-tidemocrática”; sindicância urgente dos serviços do MP; encerramento das faculdades de Direito, pelo me-nos durante seis meses, para uma completa reformulação do ensino; e pôr fim a uma completa pirotec-nia legislativa, às vezes escrita em mau português, que impossibilita os próprios operadores do direito e, depois, os cidadãos em geral, desti-natários dessas normas, de saberem exactamente o que é que está em vigor em cada momento. Numa si-tuação de caos deste género, como compreendemos, quem se safa são os ricos e quem é apanhado nestas malhas é o cidadão mais desfavore-cido economicamente.

Termino, deixando uma per-gunta que pode servir de ponto de partida para uma eventual futura re-flexão: Porque hei-de ser refém no meu próprio país?

Barra da CostaCriminologista

mento “normativizado” em termos do Código Penal ou do Código da Estrada ou de qualquer outro Códi-go, mas um campo onde proliferam as tristezas, a auto-estima desequi-librada, os estados emocionais mais disformes e desconexos.

O polícia vive em entropia com o social. Enquanto o advogado, o peri-to, e mais tarde o magistrado, recupe-ram os dados servidos pelos polícias mais especializados, estes colocam-se nos limites do bem e do mal.

Neste tipo de trabalho o polícia percorre campos afectos à psicolo-gia social, à etnologia, à antropolo-gia, à psicanálise, que lhe permitem a triagem dos comportamentos e a sua selecção, privilegiando e cimentando o caminho em que desembocam os mais diversos problemas.

O polícia é o perito do facto social; é ele quem analisa os com-portamentos, muitas vezes baseado apenas na lei que a todos orienta - a Constituição da República. No limite, e é ele que determina a de-cisão final de ajuizar correctamente o acontecimento. Dito de outra ma-neira, só ele vê os sinais do cadáver.

E, no entanto, a lei actual até permite que se aplique uma pena por «convicção», como se a sala de audiência fosse a Basílica de Fáti-ma (vide Juíza Orlanda Marques).

Um procurador do MP pode acusar heroicamente no gabinete, mas depois também se pode aco-bardar e enviar para a tribuna do julgamento uma sua estagiária, em seu lugar (vide procurador Rui Car-doso), contrariando, aliás, uma di-rectiva do ilustre PGR, que deseja ver os seus procuradores a defender os seus argumentos na sala de audi-ência (“que é um espelho do país”, para usar as suas palavras).

Neste quadro, não se estranha que quando os polícias são agredi-dos a sociedade «receie» e exija que os tribunais punam de forma exem-plar. O que já se estranha é que a lei seja complacente (por facilitismo) com as reacções violentas às abor-dagens policiais.

Há polícias mortos e feridos e nin-guém toma medidas. E se o polícia vai com medo para uma operação e já sabe que ninguém faz nada por ele, então não há reforço de autoridade. Há, ao invés, um claro enfraqueci-mento da autoridade do Estado e da sua capacidade de resposta punitiva contra os criminosos. E isso provoca sentimento de insegurança.

Sentimento de impunidade

O actual quadro jurídico está des-fasado da realidade, pouco célere e ineficaz. Há um sentimento genera-lizado de impunidade. O «polícia-violento» passou a «polícia-vítima». Os criminosos disparam logo a matar e os polícias são avisados que devem primeiro disparar para o ar e entregar a cápsula depois.

Ninguém parece perceber que a violência contra polícias é uma fa-lha de avaliação oficial dos crimi-nosos. Para usar uma linguagem do pontapé na bola, há juízes que fa-zem vista grossa às «entradas» dos assassinos, à dureza e à forma vio-lenta como estes derrubam os po-

lícias. Não pode continuar a acon-tecer que haja polícias que quando saem em serviço já sabem que nos tribunais vão ser maltratados por magistrados e advogados.

Não há por onde fugir: o siste-ma de justiça não decide, não jul-ga, não tem «mão pesada» e deixou consolidar a ideia de que a agressão ao polícia não é mais do que o «di-reito de resposta» de quem é vítima do uso da força policial. E, no en-tanto, no âmbito dos Crimes Contra o Estado verificou-se no último ano uma subida de 17%.

Como sabemos, a «Desobedi-ência» e a «Resistência e Coacção sobre funcionário» são os princi-pais delitos que fazem parte deste grande tipo de crimes. O crime de «Desobediência» representa 52% (= 3.170) e o crime de «Resistên-cia e Coacção sobre Funcionário» 30% (1.837) dos Crimes Contra o Estado. Dito de outra maneira, os crimes de «Desobediência» e «Re-sistência e Coacção sobre Funcio-nário» representam 90% dos Cri-mes Contra o Estado.

Este grande grupo de Crimes ob-teve no ano de 2010 o valor máximo desde 1993: 6.135 Crimes Contra o Estado. Isto é, entre o ano de 1993 e 2010 há uma diferença de 3.573 cri-mes, o que se traduz por uma subida média de 200 destes crimes em cada ano, durante 18 anos.

Em 2010 cinco agentes e milita-res da PSP E GNR, em média, so-freram agressões diariamente. Nos últimos 6 anos, foram registados 4.200 crimes de agressão a agen-tes, provocando 10 mortos e 110 feridos graves, mais 320 tentativas de atropelamento E em termos de polícias agredidos foi possível apu-rar números que obrigam a pensar: 90% estavam fardados; 92% esta-

vam em serviço; 90% foram agre-didos na rua; e 30% dos polícias que foram agredidos já tinham sido vítimas uma vez

Quanto aos agressores: 55% ti-nham antecedentes criminais; 70% ficaram com TIR; só 3% ficam em prisão preventiva; apenas 20% che-gam a julgamento, que demora en-tre dois e quatro anos, o que desmo-biliza a vítima e motiva o agressor; e dos 20% que são julgados, sen-sivelmente metade fica com pena suspensa.

Facilitismo e morosidade

Facilitismo, impunidade, morosi-dade. Está aqui o centro da questão.

Qual a melhor forma de evitar estas situações? Agravar as penas (moldura penal mais dura) e legislar no sentido de permitir a prisão pre-ventiva nestes casos; e agentes poli-ciais andando pelas ruas, acção que transmite à população uma grande sensação de segurança, acreditando elas que, assim, não só, dificilmen-te, acontecerão actos criminosos, como se passam a controlar melhor os espaços, em especial os bairros degradados e os guetos geradores de delinquência.

Por norma, somos convidados a discutir estas questões através de uma visão distorcida por uma ou outra condicionante. Uma delas, é a «condicionante ideológica», segun-do a qual a «direita» quer, através de uma filosofia pura e dura, Lei e Ordem a todo o preço, «mão dura» com os delinquentes, controlos po-liciais preventivos, razias de ilegais (e deportação de prevaricadores) e aumento de penas de prisão.

Enquanto isso, a «esquerda» - cuja «cultura», em resultado de al-guns resquícios do tipo Revolução Francesa e Revolução de Outubro tem uma dificuldade manifesta em gerir uma política de segurança - continua inclinada, por um lado, a considerar que «mais segurança» significa «menos liberdade» e, por outro lado, a acreditar na bondade do adolescente, do extracomunitá-rio e do minoritário.

Finalmente, qual é o objectivo da Polícia e a quem deve ela servir?

Para os que vivem directamente do actual sistema político, a prio-ridade é a segurança do Estado. O resto (a sociedade!) que se dane. A proibição de sindicalização e greve para os polícias constituem um con-junto de medidas que não deixarão de intervir numa discussão desta magnitude! Mas é preciso, também, que se criem condições para melho-rar o nível de vida dos seus agentes e militares.

O conceito fundamental da ac-tividade policial num regime de-mocrático é que ela existe para proteger os cidadãos pacíficos dos outros, que resolveram afrontar a lei. Por isso, esses cidadãos pací-ficos transferem o monopólio da repressão para o Estado, que orga-niza e arma as forças policiais para cumprir tal objectivo. Em Portugal, porém, muito por força de velhas distorções estruturais, a Polícia ter-minou sendo mais um instrumento de defesa do Estado contra o cida-dão cumpridor das leis

Por outro lado, a esmagadora maioria da população portuguesa não tem a possibilidade de viver em áreas urbanas consolidadas, com segurança pessoal, polícia à porta, três ou quatro carros com motorista ao serviço da mulher ou para levar os filhos à C+S local. Seguramente, é também por isso que não temos uma legislação penal mais realista. Logo, sempre que se tem aposta-do na chamada ressocialização ou reintegração do criminoso, com a redução de pena ou as saídas de fim-de-semana, são os polícias e somos nós, as nossas famílias e os nossos bens que ficam em risco.

“Há polícias mortos e feridos e ninguém toma medidas. E se o polícia vai com

medo para uma operação e já sabe que ninguém faz nada por ele, então não há

reforço de autoridade”

“Nos últimos seis anos, foram registados 4.200 crimes de agressão a agentes, provocando dez mortos e 110 feridos graves, mais 320 tentativas de

atropelamento”

“Em Portugal, porém, muito por força de velhas distorções estruturais,

a Polícia terminou sendo mais um instrumento de defesa do Estado contra

o cidadão cumpridor das leis”

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O final de 2012 e o início do próximo ano prometem ser revigo-rantes para a PSP.

O Ministério das Finanças au-torizou o pagamento de 60 milhões de euros, para colocar nos novos postos 25 mil agentes de autorida-de, e o Ministério da Administração Interna colocou um travão no polé-mico Conceito Estratégico de Defe-sa que deixava a PSP com um papel subalterno na segurança.

Mais de 25 mil agentes da autori-dade vão, passados quase dez anos, receber os salários a que legalmen-te têm direito. A medida, que não prevê o pagamento de retroativos,

pRomoções e conceito estRatégico agitam pspfoi comunicada aos comandos das forças de segurança e prevê ainda a abertura de cursos que, sobretu-do na PSP, vão permitir preencher um milhar de postos. Cursos que tornam possível a admissão de 500 agentes ao posto de agente princi-pal. Haverá também a possibilidade de 106 comissários passarem a de-sempenhar as funções de subinten-dentes e de 366 chefes ascenderem ao posto de chefe principal. Está ainda decidido que se irá promover a comissário os subcomissários que estão no posto há 20 ou mais anos.

Em causa estão quase 300 ofi-ciais, da carreira base, que come-çam agora a ser ultrapassados. Subcomissários, comissários e su-bintendentes “concorreram ao cur-so de oficiais e estão há vários anos, nalguns casos quase 18, a marcar passo à espera das promoções”, co-menta um destes oficiais.

Em setembro Miguel Macedo esteve na conferência de imprensa que seguiu à reunião do Conselho de Ministros e foi questionado pe-los jornalistas sobre a questão das promoções nas forças de segurança, que tinham ficado previstas no or-çamento retificativo para este ano.

“Nos termos daquilo que está no orçamento e já comunicado às es-

truturas sindicais, contamos prosse-guir no trabalho que resulte nessas promoções que são necessárias nas duas forças de segurança”, disse na altura o ministro, que recusou revelar quantas promoções haverá mas assegurou que até princípios de 2013 “terão início os processos e procedimentos elencados como prioritários” na questão das promo-ções na GNR e na PSP.

Miguel Macedo lembrou que “o artigo do orçamento relativo a esta matéria não era irrestrito”, apontan-do como limite a essas promoções o “enquadramento orçamental” do ministério.

A 23 de Outubro, na sequência da autorização do ministro da Ad-ministração Interna, Miguel Mace-do, foi publicada, numa ordem de serviço da Direcção-Nacional da PSP, a abertura de concursos inter-nos para a promoção de 367 chefes a chefes principais e de 500 agentes a agentes principais, assim como de 200 vagas para chefes.

O presidente do SINAPOL con-sidera que as promoções “são mui-tos importantes para a PSP, tendo em conta que é uma situação que se arrasta há muito tempo”.

Numa nota, a direção nacional da Polícia considera que estes con-

cursos vêm dar cumprimento ao previsto no estatuto de pessoal da PSP quanto às progressões na car-reira de agente e de chefe, “corres-pondendo às expectativas de desen-volvimento pessoal, e colmatando algumas das necessidades premen-tes de enquadramento hierárquico” da Polícia.

Segundo a PSP, o preenchi-mento de 500 vagas para o posto de agente principal e de 367 para chefe principal estão disponíveis para agentes e chefes que possuam, respetivamente, cinco ou mais anos de serviço e 20 ou mais anos de per-manência na carreira.

Para as vagas de 200 chefes, foi aberto um concurso interno para o curso de formação de chefes de po-lícia da PSP, podendo candidatar-se agentes e agentes principais que de-tenham um mínimo de cinco anos de serviço efetivo.

Em 2013 será ainda aberto um curso, com 200 vagas, que visa a passagem de agentes para o posto de subchefes.

Só na PSP a abertura de todos estes cursos importa em cerca de seis milhões de euros, dinheiro que vai permitir suprir dezenas de ca-rências a nível de chefias.

Travão a fundo no Conceito Es-tratégico de Defesa Nacional

Mas as promoções não foram a única prenda no sapatinho dos ope-racionais da PSP. Depois de muita celeuma e da ameaça de demissão da direção nacional o MAI trava-ou a discussão do novo Conceito Estratégico de Defesa Nacional que sugeria um papel mais robusto para a GNR e um perfil mais urba-no para a PSP. O documento suge-re que a PSP fique com o policia-mento de proximidade, enquanto a GNR ficaria com a criminalidade violenta mas a ameaça de demissão da cúpula da PSP e as pressões do SINAPOL e de outros sindicatos travaram a apresentação do docu-

mento em Conselho de Ministros. Em causa uma deriva militarista do policiamento que os homens da PSP recusaram.

O Conceito Estratégico de Se-gurança aponta para a PSP o pa-pel de “força vocacionada para o policiamento de proximidade nas grandes cidades, privilegiando os programas especiais de policiamen-to comunitário”. Já à GNR caberia a responsabilidade no combate à criminalidade mais violenta e ao terrorismo, na protecção de pontos sensíveis, na vigilância e contro-lo de infraestruturas críticas e res-ponsabilidade nas principais vias de comunicação e fronteiras”. Um conceito que obrigaria a equipar a GNR com “armamento e equipa-mento mais robusto” enquanto a PSP, segundo o documento, passa-ria a usar “equipamento individual, ligeiro e usado exclusivamente em missões policiais em meio urbano”. Na prática seria o esvaziamento da Unidade Especial de Policia o que levou a DN a ponderar a demissão e a reunir, de urgência, com o minis-tro da Administração Interna.

Armando Ferreira, presidente do SINAPOL, explica que o novo conceito “tornava difícil a seguran-

ça em espaços em aeroportos ou nos jogos de futebol porque passa-ria a ser necessária a intervenção da GNR”.

Mas a PSP, que nunca participou na discussão do documento, não foi apanhada de surpresa. Em julho já o primeiro-ministro tinha avisado, na Unidade Especial de Policia, para a sobreposição de funções.

A proposta que prevê estas al-terações é da autoria de um grupo de antigos governantes da área da Defesa e da Administração Inter-na, liderados por Luís Fontoura, vice-presidente do PSD aquando da liderança de Luís Filipe Me-nezes e Figueiredo Lopes, antigo ministro da Administração Interna nos governos de Cavaco Silva. A comissão, composta por 25 perso-nalidades como Adriano Moreira, Severiano Teixeira, Jaime Gama e Ângelo Correia, não contou com a participação de membros das forças de segurança e foram os militares os principais impulsionadores de uma doutrina mas militarizada da segurança pública.

Amadeu AraújoJornalista - Editor da Revista do Sinapol

AtuAlidAde

32

É com muito gosto que, responden-do a amável convite do Exmo. Senhor Presidente do Sinapol, trago a estas pá-ginas uma coluna que pretende cuidar de alguns aspectos jurídico-sociais que são parte do dia-a-dia da vivência do pessoal da PSP.

Como início desta, espera-se, profí-cua colaboração, chamo à colação nes-te primeiro texto a Declaração Univer-sal dos Direitos Do Homem (DUDH), assinada a 10 de Dezembro de 1948, na Assembleia-Geral das Nações Unidas.

Com efeito, nesse longínquo dia 10 do ano de 1948, já lá vão 64 anos anos, proclamaram os Estados Parte desta Declaração, um ideal comum a atingir por todos os povos e todas as nações, com o fim de desenvolver o respeito dos direitos e liberdades ali explanados e por promover progressivamente nas suas ordens jurídicas nacionais e in-ternacionais, o reconhecimento desses direitos de aplicação universal.

Partindo da dignidade da pessoa humana (art. 1º), a Declaração consa-gra explicitamente o direito à liberdade de pensamento (art. 18º), a liberdade de opinião e expressão, “..o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e di-fundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão.” (art. 19º),

O direito à liberdade de reunião e de associação pacíficas (nº1 do art. 20º) e bem assim, ao nível do trabalho.

a libeRdade sindical e os diReitos humanos“Toda a pessoa tem o direito de

fundar com outras pessoas sindicatos e de se filiar em sindicatos na defesa dos seus interesses.” (cf. art. 24º), ou seja,

É no instrumento maior da organi-zação societária mundial, de princípios humanistas e universalistas, que se en-contra o direito de cada um de nós, por sua livre vontade, com inteira liberdade de opinião e expressão, fundar e parti-cipar em sindicatos na defesa legítima dos seus direitos e interesses.

Tal manifestação de vontades, trans-crita na citada Declaração Universal, data de há mais de 60 anos, sendo que na Lei Fundamental que rege a nossa vivência em comum, a Constituição da República Portuguesa, datada de 1976, a Liberdade Sindical é reconhecida no âmbito do ca-pitulo III da Parte I – Direitos e Deveres Fundamentais (art. 55º).

Tal princípio, da Liberdade Sindical, no que à Administração Pública diz res-peito encontra acolhimento no Decreto-lei nº84/99, de 19 de Março. E no próprio preambulo dessa lei, se refere que “pas-sados mais de 20 anos e não obstante a CRP reconhecer a todos os trabalhadores, incluindo os da Administração Pública, o direito de liberdade sindical “condição e garantia da construção da sua unidade para defesa dos seus direitos e interes-ses”, a lei especial (sobre o exercício da liberdade sindical dos trabalhadores da Administração Pública) ainda não foi publicada.”

Se em 1999 foi possível legislar sobre liberdade sindical na Administra-ção Pública, só em 2002, ou seja pas-sados mais de 50 anos sobre a DUDH a liberdade sindical foi estabelecida na PSP, através da lei 14/2002, de 19 de fevereiro que “regula o exercício da liberdade sindical e os direitos de ne-

gociação colectiva e de participação do pessoal da Policia de Segurança Pú-blica” e ainda assim com algumas res-trições e limitações que o DL nº84/99 confere aos restantes trabalhadores da função pública.

Isto para dizer, em jeito de conclu-são, que foi longo o caminho percor-rido pelos trabalhadores da PSP para exercerem um direito fundamental que a AG das Nações Unidas sufragou em 1948 e que consta do mais importante e abrangente instrumento legal que os Estados democráticos conhecem.

E, se assim é, também é verda-de que é ainda muito recente a lei, de 2002, que permite a liberdade sindical na PSP. Tem apenas 10 anos. Ainda não sequer entrou na adolescência.

Daí que haja, a nosso ver, ainda muita resistência quanto ao livre exer-cício do pensamento, de opinião, de expressão, de associação, no âmbito da estrutura policial.

A contrário do que se passa na Europa mais desenvolvida (do Norte) onde é pacífica a existência e coexis-tência da liberdade sindical.

Julgo que, a breve tempo, o que hoje se discute e se pune por causa do livre exercício, pelos trabalhadores, do seu direito fundamental sindical, ama-nhã será visto como um ganho nas re-lações laborais entre o comando e seus comandados.

A bem da instituição policial e, por consequência, a bem da segurança e do Estado de direito democrático que é Portugal.

Até breve,

Diogo PipaAdvogado

oPinião

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bReves

No passado dia 26 de Novem-bros de 2012, o presidente e o vice-presidente do Secretariado Regional do SINAPOL Madeira, deslocaram-se ao Continente, para participar em mais uma actividade do SINAPOL nacional, uma vigília junto à Assembleia da República.

Foi com muita convicção e op-timismo que saímos da reunião que tivemos com a Exma. Sra. Presi-dente da Assembleia da República, a qual demonstrou bastante interes-se pela causa policial, pelas suas reivindicações, pelas condições de trabalho de algumas Esquadras e Comandos, bem como pela situa-ção gravíssima em que se encon-tram alguns polícias na sua situação sócio económica.

Dia 27, acto cheio de simbolis-mo para a estrutura sindical da po-licia, mas com o desagrado de que só o SINAPOL esteve presente na terça-feira, como representante da classe policial, a par com vários ra-

mos das Forças Armadas Portugue-sas, que ali se deslocaram para as-sistir nas galerias da Assembleia da República, para assistir à aprovação do Orçamento do Estado para 2013.

Força Destacada da UEP no Co-mando Regional da Madeira

Eu chamar-lhe-ia “uma pedra no sapato da UEP, pior é, quando dói e não se sabe onde está a pedra, ou não se quer saber e vai-se andando assim”, esta é a forma mais sensata para tentar entender aquela confu-são que rola no seio da subunidade operacional do Corpo de Segurança Pessoal daquele Comando.

O desagrado, o descontentamen-to, a desunião, o desconforto, a falta de confiança e a falta de pagamento dos subsídios, estão na origem des-te grave problema. Chamo grave porque já houve um elemento que pediu a sua desvinculação daquele serviço, porque nunca lhe deram o mínimo de atenção aos seus proble-mas. Mas a porta continua aberta e

já há mais elementos a ponderarem em fazer o mesmo.

Consideram-se que nem são “carne nem peixe”, a sua situação não está definida, acumulam fun-ções contra a sua vontade, fazem horas a mais e outras fora da sua escala de serviço e não são remune-rados com os respectivos subsídios, ou seja, lembram-se que eles têm que trabalhar, fazer refeições fora, e por vezes em locais em que os custos são mais altos e não são res-sarcidos por isso, o que com toda a verdade se pode dizer que “Pagam para trabalhar”.

Mais grave ainda, e facto que causa alguma indignação perante os elementos daquela força, é que o Comandante da Força Destacada, tem todos esses subsídios, inclusive o subsídio de Comandante da For-ça. Atenção que isto não está mal, o que está mal, é que os seus subor-dinados, que têm o mesmo direi-to, estão excluídos, todos estão na

vigília na assembleia da República

mesma situação de acumulação de funções, quer o Comandante da FD, quer os elementos que compõem a SOCSP.

Estas queixas já chegaram à As-sembleia Regional, basta recordar-mo-nos que recentemente saiu na imprensa Regional que a segurança do Presidente estava comprometi-da. Este assunto correu corredores, gabinetes mas a verdade é que tudo continua na mesma.

Noticias Regionais do Secretariado

É com agrado que informamos de no dia 17 de Dezembro de 2012, o SINAPOL Madeira, participou no Conselho Geral da UGT Madeira, onde vai foi formalizada a adesão deste Secretariado ao mesmo.

O Secretariado Regional do SINAPOL Madeira, está a desen-volver contactos com as entidades regionais, no sentido de criar pro-tocolos na área da saúde, desporto, apoio jurídico e actividades para os mais novos, familiares dos nossos associados.

Estamos em negociações com a sede do secretariado, estamos com três locais possíveis, mas tudo care-ce de negociações e das condições de arrendamento.

Por último e não pudemos dei-xar passar em claro esta época Na-talícia, em que o envolvimento é mais caloroso, por isso em nome do Secretariado Regional do SI-NAPOL Madeira, quero desejar as Boas Festas a todos os órgãos directivos do SINAPOL Nacional e Regional, delegados, associados, funcionários do SIANPOL, simpa-tizantes, futuros associados e res-pectivas famílias. Um Feliz Natal (magrinho de presentes), mas com muita paz, amor e saúde. Um Prós-pero Ano Novo, que apesar dos cortes orçamentais, nos consiga dar força para levarmos as nossas rei-vindicações e a nossa vontade bem alto para que nunca se esqueçam que o SINAPOL é “A FORÇA DO ARGUMENTO”

SINDICATO NACIONAL DA POLÍCIAPROPOSTA DE INSCRIÇÃO PARA SÓCIO

(PREENCHER EM MAIÚSCULAS)

Nome: Sócio nº:

Posto: Data da Promoção:

Morada:

Código Postal: Localidade:

Nº B.I./Cartão Cidadão: Nº Contribuinte:

Naturalidade:Data Nascimento:

Nº B.I. Profissional: Data Alistamento:

Comando:

Divisão:

Morada do Local de Serviço:

Esquadra/Serviço:

Localidade:Código Postal:

Telemóvel: Email:

O Sócio Proponente: Sócio nº:

Exmo. SenhorDirector Nacional da Policia de Segurança Pública

Para devidos efeitos e de acordo com o nº1 e nº2 do Artº 9º da Lei 1472002, de 19 de Fevereiro, autorizo queme seja descontada mensal, do meu vencimento da P.S.P., a importância de 4,60 Euros ( quatro euros esessenta cêntimos), que deverá ser creditada na conta bancária do Sindicato Nacional da Polícia - SINAPOL.

Informo que a respectiva importância é referente à quotização mensal que irei pagar como sócio do SindicatoNacional da Polícia - SINAPOL, podendo esse valor ser alterado para 5,,60 Euros (cinco euros e sessentacêntimos) mediante a minha abaixo aceitação.

Caso exista alguma deliberação da Assembleia - geral do Sindicato Nacional da Polícia - SINAPOL, referenteao aumento da respectiva quotização mensal, remeto para o referido sindicato essa informação.

Não Aceito ser sócio do Sinapol/CTP - Centro de Técnicas Policiais, pelo que só autorizo o débito no meuvencimento de 4,60€.

Aceito ser sócio do Sinapol/CTP - Centro de Técnicas Policiais, mediante o pagamento mensal de 5,60 €, peloque autorizo que esse valor seja debitado no meu vencimento, para desta forma ter acesso a todas as ações deformação ministradas pelo Sinapol/CTP, sejam elas gratuitas ou pagas.

Obs.: A omissão de preenchimento claro e inequívoco das opções anteriores implica a decisão tácita: “Não Aceito ser sócio do

Sinapol/CTP – Centro de Técnicas Policiais.”

de de 20

Nome conforme B.I. ou cartão profissional

Número de Identificação Policial

Secretariado Metropolitano do PortoPraceta Ferreira Castro n.º 253

4450-000 MATOSINHOSTelefone: 229 382 539 Fax: 229 38 2448

E-Mail: [email protected]

Secretariado Regional dos AçoresRua Dr. Filipe da Cunha Álvares Cabral

Lote 7, Loja Esq. 9500-182 PONTA DELGADATelefone / Fax: 296 629 596

E-Mail: [email protected]

d d m m a a a a/ /

d d m m a a a a/ /

Sede NacionalRua Varela Silva, Lote 17, Loja B,

1750-403 LisboaTelefone: 217 551 000 Fax: 217 530 277

E-mail: [email protected]

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Para o cidadão comum, aquele que não é um profissional do desporto, pode e deve recorrer ao cross training, pois esta metodologia só vai favorecer a sua saúde em todos os aspectos possí-veis. Tenha atenção no entanto, pois no nosso país são poucos os profissionais.

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“ the power to be healthy “

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Este termo, é hoje aplicado a um tipo de treino muito especifico.Com a evolução dos conhecimentos a nível de medicina desportiva e metodologia de treino, verificou-se que um atleta, para ser considerado “ completo “ terá de abranger mais do que uma área a nível de treino e neste caso estou-me a referir à parte física, mas também mental, que é onde a maioria dos atletas falham e é por isso que hoje em dia começam a aparecer os psicólogos com a especialidade desportiva.Se formos ás Artes Marciais, Yoga, Culturismo, Pilates, Atletismo, etc … etc … facilmente nos apercebemos que cada modalidade tem requisitos muito específicos. No entanto, hoje em dia um atleta para ser realmente bom e eficaz na sua modalidade terá de abranger outras áreas que supostamente não seriam suas. Passo a explicar, recentemente surgiu em grande escala e com uma divulgação explosiva o K-1, estamos a falar de atletas com uma carga física extremamente grande e que levam o seu corpo aos limites do que é humanamente possível. Estes lutadores, juntamente com os lutadores de MMA ( Mixed Martial Arts ) são, hoje e dia a meu ver , aquilo a que eu gosto de chamar um atleta “ completo “, simplesmente porque vão a todas as áreas buscar aquilo que lhes dá vantagens em cima de um ringue ou numa arena de combate, senão vejamos.Um lutador tem de trabalhar muito a sério a sua técnica de combate, isto nada mais é do que ir “ beber “ estilos e formas ás artes marciais. Um lutador tem de trabalhar a sua resistência cardíaca, para aguentar , em muitos casos, longas sessões de combate onde a adrenalina leva o nosso corpo a um nível muito elevado e isso exige do nosso coração uma preparação acima da média, para isso recorre a longas corridas com frequência cardíaca controlada. Um lutador tem forçosamente de trabalhar a sua flexibilidade, pois isso permite-lhe uma maior amplitude de movimentos e é uma óptima forma de prevenir e mesmo tratar lesões. Um lutador tem de trabalhar a sua força, para isso hoje em dia recorre a treino especifico de musculação. Como vêem, hoje em dia os mitos que existiam e tabus em relação a certos parâmetros de treino desapareceram e segue-se hoje em dia uma filosofia completamente diferente, onde um atleta vais buscar a qualquer modalidade aquilo que ele acha que o pode favorecer na sua área de trabalho.Para o cidadão comum, aquele que não é um profissional do desporto, pode e deve recorrer ao cross training, pois esta metodologia só vai favorecer a sua saúde em todos os aspectos possíveis. Tenha atenção no entanto, pois no nosso país são poucos os profissionais preparados para abranger todas as áreas de treino. Deverá pois recorrer de preferência a um Personal Trainer, o qual lhe poderá estabelecer um programa de treino adaptado à sua medida.

Personal trainer de Krav Maga

João CarvalhoPersonal fitness trainer “ o poder de ter saúde “

“ the power to be healthy “

“Cross training - um voltar ao passado “ [email protected]

Este termo, é hoje aplicado a um tipo de treino muito especifico.Com a evolução dos conhecimentos a nível de medicina desportiva e metodologia de treino, verificou-se que um atleta, para ser considerado “ completo “ terá de abranger mais do que uma área a nível de treino e neste caso estou-me a referir à parte física, mas também mental, que é onde a maioria dos atletas falham e é por isso que hoje em dia começam a aparecer os psicólogos com a especialidade desportiva.Se formos ás Artes Marciais, Yoga, Culturismo, Pilates, Atletismo, etc … etc … facilmente nos apercebemos que cada modalidade tem requisitos muito específicos. No entanto, hoje em dia um atleta para ser realmente bom e eficaz na sua modalidade terá de abranger outras áreas que supostamente não seriam suas. Passo a explicar, recentemente surgiu em grande escala e com uma divulgação explosiva o K-1, estamos a falar de atletas com uma carga física extremamente grande e que levam o seu corpo aos limites do que é humanamente possível. Estes lutadores, juntamente com os lutadores de MMA ( Mixed Martial Arts ) são, hoje e dia a meu ver , aquilo a que eu gosto de chamar um atleta “ completo “, simplesmente porque vão a todas as áreas buscar aquilo que lhes dá vantagens em cima de um ringue ou numa arena de combate, senão vejamos.Um lutador tem de trabalhar muito a sério a sua técnica de combate, isto nada mais é do que ir “ beber “ estilos e formas ás artes marciais. Um lutador tem de trabalhar a sua resistência cardíaca, para aguentar , em muitos casos, longas sessões de combate onde a adrenalina leva o nosso corpo a um nível muito elevado e isso exige do nosso coração uma preparação acima da média, para isso recorre a longas corridas com frequência cardíaca controlada. Um lutador tem forçosamente de trabalhar a sua flexibilidade, pois isso permite-lhe uma maior amplitude de movimentos e é uma óptima forma de prevenir e mesmo tratar lesões. Um lutador tem de trabalhar a sua força, para isso hoje em dia recorre a treino especifico de musculação. Como vêem, hoje em dia os mitos que existiam e tabus em relação a certos parâmetros de treino desapareceram e segue-se hoje em dia uma filosofia completamente diferente, onde um atleta vais buscar a qualquer modalidade aquilo que ele acha que o pode favorecer na sua área de trabalho.Para o cidadão comum, aquele que não é um profissional do desporto, pode e deve recorrer ao cross training, pois esta metodologia só vai favorecer a sua saúde em todos os aspectos possíveis. Tenha atenção no entanto, pois no nosso país são poucos os profissionais preparados para abranger todas as áreas de treino. Deverá pois recorrer de preferência a um Personal Trainer, o qual lhe poderá estabelecer um programa de treino adaptado à sua medida.

Personal trainer de Krav Maga

Este termo, é hoje aplicado a um tipo de treino muito especifico.

Com a evolução dos conhecimen-tos a nível de medicina desportiva e metodologia de treino, verificou-se que um atleta, para ser considerado “ com-pleto “ terá de abranger mais do que uma área a nível de treino e neste caso estou-me a referir à parte física, mas também mental, que é onde a maioria dos atletas falham e é por isso que hoje em dia começam a aparecer os psicó-logos com a especialidade desportiva.

Se formos ás Artes Marciais, Yoga, Culturismo, Pilates, Atletismo, etc … etc … facilmente nos apercebemos que cada modalidade tem requisitos muito específicos. No entanto, hoje em dia um atleta para ser realmente bom e efi-caz na sua modalidade terá de abran-ger outras áreas que supostamente não seriam suas. Passo a explicar, recente-mente surgiu em grande escala e com uma divulgação explosiva o K-1, es-tamos a falar de atletas com uma car-ga física extremamente grande e que levam o seu corpo aos limites do que é humanamente possível. Estes luta-dores, juntamente com os lutadores de MMA ( Mixed Martial Arts ) são, hoje

e dia a meu ver , aquilo a que eu gosto de chamar um atleta “ completo “, sim-plesmente porque vão a todas as áreas buscar aquilo que lhes dá vantagens em cima de um ringue ou numa arena de combate, senão vejamos.

Um lutador tem de trabalhar muito a sério a sua técnica de combate, isto nada mais é do que ir “ beber “ estilos e formas ás artes marciais. Um lutador tem de trabalhar a sua resistência car-díaca, para aguentar , em muitos casos, longas sessões de combate onde a adre-nalina leva o nosso corpo a um nível muito elevado e isso exige do nosso co-ração uma preparação acima da média, para isso recorre a longas corridas com frequência cardíaca controlada. Um lutador tem forçosamente de trabalhar a sua flexibilidade, pois isso permite-lhe uma maior amplitude de movimen-tos e é uma óptima forma de prevenir e mesmo tratar lesões. Um lutador tem de trabalhar a sua força, para isso hoje em dia recorre a treino especifico de musculação. Como vêem, hoje em dia os mitos que existiam e tabus em relação a certos parâmetros de treino desapareceram e segue-se hoje em dia uma filosofia completamente diferente,

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