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www.orecifense.com.br O Jornal do Recife Recife | Pernambuco | Brasil Novembro de 2011 | N o 2 Edição mensal Distribuição gratuita O Recifense O Recife que eu quero www.orecifense.com.br ASSINE GRÁTIS (81) 9982.7021 ANUNCIE [email protected] ENVIE SEU ARTIGO Foto: Alex Costa / Especial para O Recifense Flávio Gimenes: Educação é a solução < página 2 OPINIÃO Imposto injusto, IPVA deve ser extinto < página 3 RAUL HAIDAR Aprenda uma deliciosa receita de Bolo-de-rolo < página 4 GASTRONOMIA Incentivos para o setor de transporte público < página 7 DILSON PEIXOTO Inácio Feitosa fala da Teoria do Bullying < página 14 EDUCAÇÃO < página 8

O Recifense 2ª Edição

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O Jornal do Recife chega a 2ª edição, no dia 29/11.

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Page 1: O Recifense 2ª Edição

w w w . o r e c i f e n s e . c o m . b rO Jornal do RecifeRecife | Pernambuco | BrasilNovembro de 2011 | No 2 Edição mensal Distribuição gratuitaO Recifense

O Recife que eu quero

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(81) 9982.7021ANUNCIE

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Foto: Alex Costa / Especial para O Recifense

Flávio Gimenes: Educação é a solução < página 2

OPINIÃOImposto injusto, IPVA deve ser extinto < página 3

RAUL HAIDARAprenda uma deliciosa receita de Bolo-de-rolo < página 4

GASTRONOMIAIncentivos para o setor de transporte público < página 7

DILSON PEIXOTOInácio Feitosa fala da Teoria do Bullying < página 14

EDUCAÇÃO

< página 8

Page 2: O Recifense 2ª Edição

O Recifense Publicado por ELF - EMPRESA DE COMUNICAÇÃO E JORNALISMO LTDA

DIRETOR DE REDAÇÃOElano Lorenzato [DRT-PE 2781][email protected]

DIRETOR EXECUTIVOFlávio Gimenesfl [email protected]

CONSULTOR JURÍDICOPedro [email protected]

DEPARTAMENTO COMERCIALcontatos: (81) 9982.7021e-mail: [email protected]

PUBLICIDADEMilton CarvalhoREVISÃOFernando Castim

OPINIÃO

PROJETO GRÁFICOEzato ComunicaçãoCONTATO REDAÇÃ[email protected]ÃOJornal do Commercio

FATO OU MENTIRA?

2 O Recifense www.orecifense.com.br | novembro de 2011 | no 2 | ano 12

E sta co luna tem o ob-je t ivo de apresentar

in formações que c i rcu-lam nos bast idores do mundo pol í t ico, empre-sar ia l e jur íd ico, que po-dem ser fa to ou ment i ra .

>>>>>>

É possíve l que o senador Humberto Costa apoie uma provável candida-tura do deputado federa l João Paulo à Prefe i tura do Reci fe . Fato ou men-t i ra?

>>>>>> O deputado federa l Sér-g io Guerra faz par te da base a l iada do gover-nador Eduardo Campos. Fato ou ment i ra?

>>>>>>

A CPI da te le fon ia móvel na Assemble ia Legis la-t iva de Pernambuco ter -minará em pizza.Fato ou ment i ra?

Os artigos assinados não expressam necessariamente a opinião do jornal O Recifense.

O Brasil tem despontado como gran-de potência econômica no cená-

rio mundial. O crescimento se dá em todas as camadas da sociedade, sendo mais visível nas classes C, D e E, que hoje têm acesso a bens de consumo, antes acessíveis somente às classes A e B. Daí o surgimento do parodoxo, pois na medida em que cresce o poder aquisitivo da população, os índices de qualidade de vida têm evolução lenta. Diariamente, a mídia estam-pa em seus noticiários, as mazelas que há décadas assolam o país. Es-tamos, economicamente, no 1o mun-do, mas continuamos socialmente no 3o ou 4o. Então surge a pergun-ta: Qual a solução? EDUCAÇÃO!!! A Coréia do Sul entre as déca-das de 1960 e 1980 viveu uma rápida transformação, passando a ser uma economia rica e industrializada, fruto do investimento em educação. Investiu-se no sistema educacional em todos os ní-veis, como meio de aumentar a produti-vidade e melhorar a qualidade de vida. O Brasil pode ser um grande país, mas infelizmente os governantes não têm o menor interesse ou vontade política em direcionar investimentos de peso na educação de qualidade. Vale a máxima. “Povo ignorante, povo feliz”. Se o governo não ajuda, cada um deve fazer a sua parte, pois educação não se restringe à escola, mas sim ao conjunto da sociedade.

A família é peça funda-mental na melhoria da educação, os pais devem servir de exemplo, sendo inaceitável “O faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. É triste ver as pessoas jogando lixo na rua, parando o seu automóvel em fi la dupla, ou até mesmo fa-zendo valer a lei do mais esperto. Segundo a enciclopédia Barsa: “Educação é o processo pelo qual uma pessoa ou grupos de pes-soas adquirem conhecimentos ge-rais, científi cos artísticos, técnicos ou especializados, com o objetivo de desenvolver sua capacidade ou aptidão. Além de conhecimentos, a pessoa adquire também, pela edu-cação, certos hábitos e atitudes”. A transformação do Brasil, só se dará quando a educação for tratada como uma questão, verdadeiramente, de interesse nacional e não como uma simples obrigação do Estado.

A pessoa educada atua como um agente da mudança, promotor do desenvolvimento e transformação da sociedade, que pode e deve contribuir na solução dos principais proble-mas do país, tais como: saúde, segurança, mobilidade, corrup-ção, política, serviço público, etc. Se a educação é a solu-ção, deve a sociedade participar das decisões do poder público, principalmente as relacionadas com a área educacional, e não agir como mera espectadora. No atual cenário te-mos a privatização do siste-ma educacional e o sucatea-mento da educação pública. A preocupação com o futu-ro deve ser uma constante e, por isso, devemos pensar e refletir. Se os jovens de hoje são o futuro da nação. Como será o amanhã?

Educação é a solução FLÁVIO GIMENESAdvogado >>> [email protected]

Foto: mec.gov.br / Divulgação

Page 3: O Recifense 2ª Edição

O Recifense www.orecifense.com.br | novembro de 2011 | no 2 | ano 1 33

Imposto injusto, IPVA deve ser extinto

RAUL HAIDAR Fonte: conjur.com.br>>> [email protected]

Para os proprietários de veí-culos deste país não existe

Justiça tributária. Criou-se uma lenda, já bastante antiga, segun-do a qual quem tem carro é rico. Ou pelo menos “burguês”, para usarmos o vocabulário típico de alguns dinossauros falantes que insistem em permanecer no sé-culo XIX. Rico ou burguês tem que ser tributado ou “expropria-do” para supostamente repartir sua riqueza com o proletariado. Mas normalmente quem faz tal pregação usa carro ofi cial. É o cinismo fi scalista em ação. Mas quem trabalha e produz neste país vem aos poucos tomando consciência de que ao pagar impostos não é contribuinte, mas vítima. Não só do fi sco, mas também das montadoras e importadores, que obtém aqui o lucro que lhes falta em seus países de origem. Se os arrogantes diri-gentes das montadoras sempre nos viram como seres inferiores capazes de comprar carroças a preço de automóveis, gover-nantes e legisladores nos tra-tam como idiotas capazes de pagar qualquer tipo de tributo. Liberadas as importa-ções em 1990, as montadoras tiveram que melhorar um pou-

quinho os veículos para enfren-tar a concorrência dos importa-dos, melhores que as carroças e a preços mais competitivos. Para proteger montadoras e manter empregos, aumentou--se o imposto de importação até o limite máximo admitido pelos tratados comerciais, ampliando--se ainda os demais tributos. Temos hoje uma das maiores cargas tributárias do mundo, já próxima de 40% do PIB, em troca de péssi-mos serviços. Pagamos im-postos para receber justiça, segurança, saúde, educação, etc. e pouco recebemos... O preço dos automó-veis embute cerca de 50% de tributos entre IPI , ICMS, IPVA, Cofi ns, PIS, Contribuição Social, licenciamento, IOF no fi nan-ciamento e nos seguros, etc. Essa carga varia con-forme o modelo do carro (po-pular, luxo, etc) e o uso (táxis gozam de isenções), mas na média passa dos 40%. Eis aí a explicação para a enorme dife-rença de preço que se verifi ca em comparações com outros países. O mesmo BMW feito na Alemanha pode custar 25 mil dólares em Miami e mais que o dobro em São Paulo. Mas quem compra au-tomóvel paga tributos para usá--lo também. Além de pagar IPVA todo ano, tributam-se o consumo de combustíveis, as despesas com manutenção, as peças, etc. Automóvel é quase uma outra família e representa fonte ines-gotável de tributos para o país. Quem estuda tribu-tação sabe que impostos só podem incidir sobre renda, pa-trimônio ou consumo. Os veí-culos são tributados pelo ICMS e pelo IPI porque são bens de

consumo, classifi cados como mercadorias (pelo ICMS) e pro-dutos industrializados (pelo IPI). Sendo tributados como bens de consumo (ain-da que duráveis) não podem sofrer tributação do IPVA como se fossem patrimônio, pois o objeto de tributação ou é bem de consumo ou não. Se fosse válido co-brar imposto sobre o consumo daquilo que já se tributa pelo imposto sobre patrimônio, ha-veria incidência de ICMS e IPI na venda de imóvel, que é tributado pelo IPTU. Imóveis não são considerados merca-dorias ou produtos industrializa-dos para efeito de tributação... De igual forma, auto-móveis não podem ser consi-derados bens integrantes do patrimônio para fi ns tributários, sob pena de admitirmos a hi-pótese de cobrar imposto pa-trimonial sobre qualquer bem de consumo durável, como geladeiras, televisores, etc. O conceito clássico de patrimônio (Rodrigo Fontinha, Dic.Etimologico...) refere-se a “...bens herdados ou dados por pais ou avós; bens de fa-mília...” e nos leva à conclusão de que tendo a palavra origem em “pater” (pai), representa o conjunto de bens e riquezas que se pode acumular para a proteção da família e dos des-cendentes. Daí a preocupação de pais sobre o “patrimônio” que podem transferir a seus fi lhos. Esse conceito de patri-mônio é que merece tratamento especial do legislador, a ponto de se preservar o “bem de família”, protegendo-o até de credores, em cumprimento ao disposto nos artigos 226 e seguintes da Constituição. Mas não há dúvi-

da de que automóveis são bens de consumo e assim devem ser tratados para todos os efeitos, especialmente os tributários. Todo o nosso sistema tributário foi transformado numa bagunça generalizada, a mere-cer ampla reforma, que nenhum governo quer fazer. Basta dizer que em 1965 tínhamos uma carga tributária de cerca de 20% do PIB, que cresce continua-mente (com pequenas quedas na década de 90) atingindo hoje cerca de 38%. Assinale-se que uma enorme quantidade de ta-xas (que são tributos) sempre fi cam escamoteadas das pouco confi áveis estatísticas ofi ciais. Se não existe razão para cobrar IPVA dos automóveis porque são bens de consumo, esse imposto deve ser extinto. Metade do IPVA per-tence ao Estado e a outra me-tade aos municípios e sua extin-ção trará queda de arrecadação, que pode ser compensada com o ICMS, de cuja receita 25% per-tencem aos municípios. Estes ainda possuem ampla capacida-de de recomposição de receita, bastando que administrem cor-retamente a tributação do IPTU. A sonegação do ICMS em veículos é praticamente im-

possível, pois adota-se a subs-tituição tributária: o imposto é pago pelas montadoras ou im-portadoras e os mecanismos de controle são absolutamente pre-cisos. O principal deles é o Rena-vam, pois não há licenciamento de veículo sem esse cadastro. A extinção do IPVA re-presentaria um bom estímulo às vendas, especialmente dos veículos usados, cujo mercado está em baixa. Aliviaria o bol-so da classe média, reduziria e burocracia e permitiria que as pessoas de menor poder aquisitivo tivessem acesso a carros melhores. Além disso, livraria o cidadão de um desem-bolso injusto de imposto logo no começo do ano, quando já tem seu orçamento compro-metido com inúmeros gastos. Aquela ideia dos tem-pos dos dinossauros de que quem tem carro é rico é uma rematada besteira. Automó-veis são hoje principalmente instrumento de trabalho, es-pecialmente ante a defi ciência do transporte público. Alguns profi ssionais (corretores, por exemplo) já pedem isenção do imposto. Se queremos justiça tributária, devemos acabar com o IPVA.

Foto: autos.culturamix.com

Foto: Rosani Abou Adal / Divulgação

Page 4: O Recifense 2ª Edição

4 O Recifense www.orecifense.com.br | novembro de 2011 | no 2 | ano 14

FESTIVAL BRASIL SABOR >>> www.brasilsabor.com.br

GASTRONOMIA & LAZER

Bolo-de-rolo: patrimônio doce e saboroso

S e você não deseja ver um pernambucano

irritado, nem ouse em querer comparar o bolo-de-rolo a um mero rocambole. Para eles, a deliciosa iguaria feita de camadas fi níssimas de pão-de-ló recheadas com goiabada é tão importante que se tornou ofi cialmente

um Patrimônio Cultural e Imaterial de Pernambuco. No Recife é raro encontrar alguém que não associe o bolo-de-rolo à Casa dos Frios. A tradicional delicatessen é a responsável pela produção da mais aclamada receita do quitute na capital. Fundada em 1957 na Rua da Palma, no

centro da cidade, a Casa dos Frios possui lojas nos bairros de Boa Viagem e das Graças. Também é possível encontrar o bolo-de-rolo em um quiosque da empresa que funciona no saguão do Aeroporto dos Guararapes. Toda a produção do bolo é feita na loja matriz, localizada na Avenida Rui Barbosa. Ali, uma das mais leais funcionárias é Dona Ana Maria Soares. Com mais de 80 anos, a incansável senhora trabalha há décadas na empresa. Nos anos 70, ao lado da proprietária Fernanda Dias, foi ela quem desenvolveu e aperfeiçoou a festejada receita do bolo-de-rolo. Dona Ana revela que seu diferencial é a técnica de enrolar as fi níssimas camadas do bolo. “Tem que ser feito com a massa ainda quente. E apertar bastante”. Ela ressalta ainda que é importante espalhar bem o recheio e não colocá-lo em excesso. Apesar de o bolo-de-rolo pedir tradicionalmente o recheio de goiabada, na Casa dos Frios é possível encontrá-lo nos sabores de doce-de-leite, ameixa, chocolate, nozes e maracujá.

Foto: Divulgação

Rendimento: 1 bolo-de-rolo de 30 cm de comprimento.

Ingredientes:

150 gramas de manteiga sem sal em temperatura ambiente1 xícara de açúcar4 gemas1 xícara de farinha de trigo4 claras batidas em neveMargarina para untarAçúcar cristal200 gramas de goiabada4 colheres (sopa) de água

Modo de preparo:

Em uma batedeira, bater a man-teiga e o açúcar até virar um creme esbranquiçado. Juntar a este as gemas, uma a uma. Em seguida, acrescentar aos poucos a farinha de trigo. Desligar a ba-tedeira. Juntar as claras em neve à massa em pequenas quantida-des. Misturar delicadamente com o auxílio de uma espátula. Cobrir uma assadeira (com 50 cm de comprimento por 30 cm de largu-ra) com papel manteiga pincela-

do com margarina. Colocar um quarto da quantidade total da massa na assadeira. Espalhar com uma espátula (a massa deve ser bastante fi na). Assar em forno quente (observação: a massa deve ser retirada do forno ainda branca e não dou-rada). Polvilhar o açúcar cristal sobre um pano de prato gran-de. Enquanto isso, em uma panela, amolecer a goiabada com a água. Depois de assa-da, virar a massa sobre o pano de prato. Espalhar com uma espátula uma camada fi na da goiabada. Enrolar (iniciando da largura e não do comprimen-to) delicadamente apertando bastante a massa e compac-tando-a. Reservar. Repetir o processo de feitio de mais uma massa. Espalhar novamente o recheio de goiabada. Colocar a primeira massa em cima da se-gunda e enrolar. Repetir o pro-cesso até que se tenha usado toda a massa. Ao servir, cortar em fatias bem fi nas acompa-nhadas, se desejar, de sorvete de creme.

PARTICIPE!Envie seu artigo com nome completo, foto sobre o assunto que escreveu (com 5 mega pixel, no mínimo) para o e-mail: [email protected].

O texto tem que tem no máximo 50 linhas, em fonte Times ou Arial, tamanho 12, espaçamento simples.

R E C E I T AR E C E I T A

Page 5: O Recifense 2ª Edição

O Recifense www.orecifense.com.br | novembro de 2011 | no 2 | ano 1 55

S ou recifense, tenho 33 anos e sempre morei

nesta cidade. Sou analis-ta de telecomunicações e fotógrafo nas horas vagas. A cidade do Recife tem suas particularidades, que de certa forma, me dão o privilégio e orgulho de morar nela. Todo dia saio de casa, deixo mi-nha esposa no trabalho

e em seguida vou para o meu e sempre fi co admira-do com as mesmas coisas: a arquitetura antiga, os mo-numentos, as praças, suas pontes e rios que a denomi-nam a “Veneza Brasileira”. Uma cidade, que com o passar do tempo e com a ajuda do homem, vem se tornando uma gran-de metrópole. Infelizmente, como toda grande metrópo-

O Recife que eu vejo

le, Recife também tem seus problemas. Um dos que mais me preocupam é o que mais me estressa diariamente, o trânsito. Fico impressionado como cada vez mais está difícil sair de casa e chegar ao trabalho. Sou morador do bairro do Hipódromo e todos os dias passo em torno de 15 a 20 minutos parado no trânsito para simplesmen-te chegar à Avenida Norte.

Trabalho no bairro do Parque Amorim e vejo diaria-mente os congestionamentos, que antes só aconteciam nos horários de pico, mas que agora se estendem quase que por todo o dia. Sem falar que as obras es-truturais para a Copa do Mun-do, como os quatro viadutos que cruzarão a Avenida Governador Agamenon Magalhães, nem começaram. Será que a cidade não vai “parar” nesse período?

Nessas horas fi co imaginando como as coisas seriam mais fáceis se tivés-semos um transporte público mais efi ciente e confortável, como um metrô subterrâneo cortando toda a cidade, da mesma forma que existe em outras metrópoles. Será que é sonhar demais, deixar o carro em casa durante a se-mana e só usá-lo nos fi ns de semana?

PARTICIPE!Envie seu artigo com no máximo 15 linhas sobre o Recife que você vê e fotos (máximo 10) com cinco mega pixel de qualidade com nome

completo, para o e-mail: [email protected]. O texto tem que ser em fonte Times ou Arial, tamanho 12, espaçamento simples.

TEXTO E FOTOS: THALES PAIVA | Analista de sistemas e fotográfo | >>> [email protected]

Page 6: O Recifense 2ª Edição

6 O Recifense www.orecifense.com.br | novembro de 2011 | no 2 | ano 16

Já consagrado como o principal evento itinerante

de blues e jazz do país, o Oi Blues by Night, fechou sua 9ª edição com o mérito de trazer ao Recife, João Pessoa, Natal, Fortaleza, Teresina, Maceió e Salvador o melhor da cena blues nacional e internacional. Nesta edição, foram realizados, de julho a novem-bro, 14 shows e seis “worksho-ws”. Entre os nomes que pas-saram pelo palco do Oi Blues, artistas como Deacon Jones, Flávio Naves e Lancaster, Lil´ Ray Neal, Jimmy Burns, Karl Dixon e Rick Estrin & The Night Cats. Acompanhan-do todas as apresentações no Recife, cidade natal do

projeto, a banda pernambu-cana UpTownBand, liderada pelo baterista e produtor do evento, Giovanni Papaleo. No Recife, além dos shows realizados, todos na boate Spirit Music Hall, hou-ve também “workshows” com as atrações do Oi Blues by Night. Realizados em livra-rias, e mais recentemente, na Estação Central de Metrô do Recife, esses workshops, aconteceram gratuitamente. Neles, o público que não tem condições de pagar por um show, ou que simples-mente admira o ritmo musical, teve a oportunidade de assistir a pockets shows, além de co-nhecer um pouco mais da vida e da obra desses grandes ar-tistas. “Para mim foi uma honra poder levar o blues para locais que não estão acostumados a receber esse tipo de apresen-tação, como foi o caso da Es-tação do Metrô. É incrível ver como as pessoas, humildes em sua grande maioria, mes-mo sem conhecimento técnico, se emocionam e curtem uma boa música”, afi rma Papaleo. É importante destacar também que, em 2010, o Oi

PARTICIPE!Envie seu artigo com nome completo, foto sobre o assunto que escreveu (com 5 mega pixel, no mínimo) para o e-mail: [email protected].

O texto tem que tem no máximo 50 linhas, em fonte Times ou Arial, tamanho 12, espaçamento simples.

O colunista social de maior prestígio na so-

ciedade pernambucana, jor-nalista João Alberto Martins Sobral, está prestes a lançar a 28ª edição do livro Socie-dade Pernambucana. A obra, que é um sucesso editorial no estado, é assim defi nida pelo autor: “Um livro sem enredo, mas com cinco mil persona-gens”. João Alberto fala como surgiu a ideia de fazer o livro Sociedade Pernambuca-na. “A ideia surgiu para facilitar meu trabalho, pois às vezes não sabia o nome da esposa das pessoas, seu endereço, etc. Criei para facilitar a vida das pessoas.” Com 45 anos de atu-ação no jornalismo, sempre no Diario de Pernambuco,

João Alberto é colunista social há 42 anos. O Recifense perguntou o quê o Recife tem de mais boni-to e mais feio? “De mais bonito a bacia do Pina e a vista da Ponte Paulo Guerra. De mais feio sua péssima iluminação.” João, como você vê o Recife? “Como minha casa, que me acolheu quando vim de Ser-gipe, há 50 anos.” Qual o Recife que você quer? “Um Recife mais limpo, mais iluminado, com um trânsito melhor e mais paz.” SAÚDE - O site de João Alber-to informou no fi nal de novembro ele que foi submetido a uma cirur-gia torácica e se recupera bem. O Recifense torce pelo pronto restabelecimento de sua saúde.

Sociedade PernambucanaFoto: Teresa Maia / DP / D.A Press

Oi Blues by Night fecha sua 9a edição ainda mais forte e sólido

Foto: Divulgação

Jimmy Burns

Blues by Night consolidou a realização de workshops em Fortaleza e também a sua tra-dicional exposição de fotogra-fi as com os melhores momen-tos da temporada. O evento também tem crescido anual-mente na imprensa. Centenas de inserções na mídia escrita, rádio e televisão, com média mensal de 50 matérias de jor-nal, somando todas as cidades. Em 2010 também entrou no ar o Blog Oi Blues by Night, que é atualiza-do mensalmente. O even-to também está presente nas principais redes sociais. A produção do projeto, de responsabilidade da Gio-vanni Papaléo Produções em parceria com a J&S Produções Artística, tem em seu currícu-lo a realização de alguns dos principais eventos do gênero em pernambuco. Entre eles o Garanhuns Jazz &Blues – fes-tival que acontece no Agreste Pernambucano, e se destaca por ser o único projeto do gêne-ro no Brasil a ganhar o Prêmio Mestre Salustiano -,e o Jazz Porto - primeiro festival de Jazz e Blues realizado na praia de Porto de Galinhas.

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O Recifense www.orecifense.com.br | novembro de 2011 | no 2 | ano 1 77

Por Dilson Peixoto *

Barateamento do transporte público de passageiros. O tema é desafi ador, especial-mente quando se trata de uma realidade vivida por países em desenvolvimento, como o Brasil, onde de acordo com um recente estudo realizado pelo Ministério das Cidades, observou-se que o impacto da tributação atualmente apli-cada corresponde a cerca de 28% do valor fi nal das tarifas do transporte coletivo urbano. E foi justamente este o tema central das discussões que foram realizadas, no fi nal do último mês de setembro, em Santiago, no Chile, du-rante a 9a Assembleia Divi-são América Latina da União Internacional de Transporte Público (UITP), que tive a honra de presidir. Em para-lelo foi realizado o seminário “Padrões e Financiamento de Sistemas de Transporte Público”, que entre os sub te-mas discutiu-se mais detalha-damente o fi nanciamento de transporte no mundo: como a América Latina pode alcançar tais mecanismos? Novos me-canismos de fi nanciamento, integração tarifária, contratos de operações privadas e uso do espaço urbano, foram al-gumas das propostas. O debate aconteceu fora do território nacional, mas no Brasil – e Pernambuco de forma especial – a atenção de dezenas de pessoas, entre

técnicos e especialistas do setor, parlamentares e repre-sentantes da sociedade civil em geral estão voltadas para esta discussão. O próprio go-vernador Eduardo Campos, como presidente nacional do PSB, tem destacado a deso-neração do transporte públi-co. Como presidente da Divisão América Latina da UITP e ex-presidente do Fó-rum Nacional de Secretários e Dirigentes de Transporte e Trânsito, ex-presidente do Grande Recife Consórcio de Transportes, ex-secretário das Cidades e hoje presiden-te da Empresa Pernambuca-na de Transporte Intermunici-pal (EPTI), tenho participado e acompanhado o trabalho na busca pela implantação de um regime especial de incen-tivos para o transporte público coletivo. Em 2001, teve inicio a discussão, na Câmara dos Deputados, com vistas à de-soneração tributária para o

Incentivos para o setor de transporte público, uma discussão sem fronteiras

setor. O tema evoluiu e sur-giram vários Projetos de Lei – cujas propostas iam desde reduzir a zero as alíquotas da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE Combustíveis), da Contribui-ção para o PIS/PASEP e da COFINS incidentes sobre bens. Tudo isso foi incor-porado numa proposta única, o Substitutivo 310/2009, de autoria do deputado federal Carlos Zarattinni (PT/SP), que propõe a criação de um “Regime Especial de Incenti-vos para o Transporte Urbano de Passageiros”, consubs-tanciado na redução de alí-quotas de tributos federais, chegando até a proposta de redução de alíquotas da Con-tribuição para o PIS/PASEP e da COFINS sobre os veículos destinados ao transporte de passageiros, quando adquiri-dos por empresas prestado-ras de serviços de transporte coletivo rodoviário urbano de passageiros, além de prever a

redução ou extinção dos tribu-tos de responsabilidade dos estados e municípios (ICMS, ISS). A matéria prevê ainda a obrigatoriedade de implanta-ção de sistema de bilhetagem eletrônica e integração entre modais. Este substitutivo de projeto de lei foi aprovado por unanimidade na Câmara dos Deputados e hoje, aguar-da parecer da Comissão de Serviços e Infraestrutura do Senado Federal e votação do Plenário. O PL 310/2009 repre-senta um grande avanço nas discussões em torno da im-plantação de incentivos reais e efi cientes para o setor. Para se ter uma ideia da importân-cia do tema, destaco um dado revelado por um levantamen-to realizado pelo Ministério das Cidades, em 2004. Se-gundo o estudo, já naquele ano, para usar duas vezes o transporte público diariamen-te por um período de 25 dias, um cidadão brasileiro gasta-

va, em média, 30% do salário mínimo. À frente do Grande Recife Consórcio de Trans-porte, pude acompanhar de perto as difi culdades vividas diante da ausência de incen-tivos para o transporte público de passageiros. E sem este mecanismo, como ampliar a qualidade e a capilaridade do sistema? É evidente que pas-sos importantes foram dados, a exemplo da ampliação do Sistema Estrutural Integrado (SEI), com a construção de novos terminais; a renovação da frota, a implantação de um moderno sistema de bilheta-gem eletrônica e o planeja-mento de corredores exclusi-vos para os coletivos. Mas os desafi os, inclusive do ponto de vista intermunicipal, são muitos ainda. E para que os avanços continuem, o Brasil precisa da aprovação do PLC 310/2009 e de outros que tenham como objetivo levar benefícios para o transporte público, serviço essencial à população e cada vez mais tema de preocupações e co-branças mundiais.

* Dilson Peixoto é presi-dente da Empresa Per-nambucana de Transporte Intermunicipal, presidente da União Internacional de Transporte Público/Divisão da América Latina e mem-bro do Comitê Executivo da ANTP (Associação Nacio-nal de Transporte Público).

Foto: http://blogpontodeonibus.wordpress.com

Page 8: O Recifense 2ª Edição

8 O Recifense www.orecifense.com.br | novembro de 2011 | no 2 | ano 18

A capital pernambucana destaca-se, no cenário nacional, como um dos maiores polos gastronômicos, hospitalar, tec-nológico e cultural do país. Mas também se destaca como uma cidade cheia de contrastes sociais, com altos índi-

ces de violência, mal conservada e, agora, com muito trânsito. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, a Região Metropolitana do Recife é a maior aglomeração urbana do Nordeste brasileiro e a quinta maior do país. O Recifense, o jornal do Recife, saiu às ruas para perguntar à população: como é o Recife que você quer? Foram realizadas 26 entrevistas com cidadãos de ambos os sexos, de várias idades e ocupações diversas para descobrir como é o Recife que o recifense quer. Acompanhe as respostas nesta reportagem exclusiva.

se você deseja um Recife melhor, como é o Recife que eu quero, você precisa fazer a sua parte, como eu estou fazendo, limpando, tendo cuidado no trânsito, respei-tando as pessoas, cuidan-do dos idosos, respeitando a natureza, sendo ética de maneira ampla, agindo como cidadã. Então, o Re-cife que eu quero, ele não pode esperar pelo outro, eu preciso fazer a minha parte. Eu espero que você também faça a sua parte e tenhamos um Recife melhor, para que todo mundo aqui seja mais feliz, com Copa ou sem Copa, mas que estejamos bem no nosso Recife.”

Artur Carrilho - estudante do 3º ano do Ensino Fun-damental.

Ana Rique - Psicóloga e psicoterapeuta e atua em uma consultoria empresarial.

“Quando falamos do Recife que eu quero, que acredito

que também seja o Recife que você deseja, que nós deseja-mos é o Recife sem violência, limpo, ético, educado, é o Re-cife onde as pessoas que aqui moram estejam bem e felizes e, principalmente, as pessoas que aqui chegam se sintam bem e levem uma boa impres-são do Recife. Mas para isso, cada um de nós precisa fa-zer a sua parte, não fi carmos apenas na dependência de órgãos diversos, mas quando falamos de um Recife melhor, também falamos de uma pes-soa melhor. A cidade é refl exo de quem mora nela. E então

“Eu queria que o meu Recife fosse sem tantos

políticos corruptos e que as pessoas pudessem reciclar o lixo ao invés de simplesmente jogar no mar e nos rios, que estão cada vez mais poluídos, e, também, mais educação.”

Carlos Costa - integrante da Três Caras Computa-ção Gráfi ca.

“ O R e c i f e q u e e u q u e r o é u m R e c i f e

m a i s h u m a n o , c o m p e s -s o a s m a i s h u m i l d e s . U m R e c i f e m a i s o r g a -n i z a d o , q u e m e l h o r e e s s e t r â n s i t o e q u e o s p o l í t i c o s r e a l m e n t e d e -f e n d a m o s i n t e r e s s e s d a s p e s s o a s q u e v o t a -r a m n e l e s . ”

Daniel França - jornalista.

“O Recife que eu quero é um Recife com o trânsito

melhor. Está cada vez mais insuportável transitar pelo Recife e Região Metropolita-na. Não tem mais dia, mais horário, nem mais local. Em todo lugar que você vai você encontra uma quantidade de motos e carros impressio-nante. Então, meu apelo ao poder público é que se in-vista em transporte público. Não adianta alargar via, que enquanto essa quantidade de carro absurda estiver nas ruas da Região Metropolita-na e da nossa capital, o pro-blema do trânsito não será resolvido, na minha opinião, com viaduto, com qualquer outra intervenção nas vias. O que resolve, na minha opi-

O Recife que Fotos: O Recifense

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Foto: Alex Costa / Especial para O Recifensenião pessoal, é retirar essa quantidade absurda de car-ros das ruas. Vamos fazer isso, investindo em trans-porte público de qualidade, ônibus de qualidade e, o sonho de qualquer pessoa que mora em grandes me-trópoles, um metrô de qua-lidade.”

Dilson Peixoto - presiden-te da Empresa Pernam-bucana de Transporte In-termunicipal.

“Bom, o Recife que eu que-ro, tenho certeza que é o

que a grande maioria da cida-de quer, É a cidade que hoje vive numa efervescência mui-to grande por conta dos gran-de investimento que estão sendo feitos em Pernambuco e que tem um futuro bastan-te brilhante pela frente. Ela precisa estar à altura disso. Para isso, tem que resolver a crise da mobilidade. Não há como se imaginar uma cidade onde as pessoas não podem circular, ir ao lazer, aprovei-tar a cena cultural, ir à praia,

sem que a mobilidade esteja resolvida. Para isso, não tem outra fórmula a não ser um forte investimento no trans-porte público, garantindo que as pessoas se locomovam da maneira como o mundo moderno faz hoje, utilizando o transporte público e dei-xando seu veículo apenas para o lazer. Para isso, pre-cisa de investimento forte, soma de esforços. Esse não é um problema exclusivo do Recife, mas Recife pela sua característica geográfi ca vive esse drama cada dia mais fortemente. Então, portanto, precisa se resolver, ou pelo menos, apontar soluções cla-ras em relação a isso, para que a gente tenha, em pouco tempo, o Recife que todos nós queremos.”

Dora Santana - licenciada em Letras com especiali-zação em Metodologia

“O Recife que eu quero é o Recife menos violento, com

mais qualidade de vida e com mais respeito ao ser humano.”

Eduardo Abrantes - em-presário.

“O Recife que eu quero é o Recife com segurança,

limpo e muito frevo, que é a alegria do nosso Recife.”

Eduardo Losada - estu-dante de Jornalismo

“O Recife que eu quero é um Recife com mais

acesso aos deficientes. A nossa cidade não está pre-parada para a locomoção dos deficientes. Nossas calçadas são cheias de bu-racos e isso dificulta defi-cientes com suas cadeiras de rodas, muletas e, tam-bém os cegos, que usam

a varinha como guia. Tam-bém, queria um Recife com as paradas de ônibus mais fáceis para os deficientes. As paradas são muito ruins para eles. Tem que fazer novos terminais porque os ônibus ficam parados cola-dos ao terminal e a porta só abre quando os deficientes entram tranquilamente e sozinhos no ônibus.”

Fernando Castim - pro-fessor de Letras da Uni-versidade Católica de Per-nambuco.

“O Recife que eu quero é o Recife mais humano, mais

limpo, um Recife em que as auto-ridades vejam o pobre com mais piedade, com mais dedicação. O Recife é muito bonito para ser tão maltratado como está ulti-mamente. É preciso que os go-vernantes, as pessoas respon-sáveis, vejam o Recife, olhem o Recife, vejam melhor essa cidade belíssima, essa cidade de pontes, de grande edifícios, que não fi ca a dever pratica-mente quase nada a ninguém.”

eu quero

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O Recifense www.orecifense.com.br | novembro de 2011 | no 2 | ano 1 1111Foto: Alex Costa / Especial para O Recifense

Grabriela Almeida - es-tudante de Jornalismo.

“ O Rec i fe que eu quero é um Rec i fe

ma is l impo, tan to fo ra , quanto den t ro da as-semble ia .”

G i o v a n n i P a p a l e o - f u n c i o n á r i o d o M e t r ô d o R e c i f e , p r o d u t o r m u s i c a l e b a t e r i s t a d a U p t o w n B a n d .

“ O Recife que eu quero é um Recife que além de

valorizar a sua cultura popular que, também, esteja conec-tado com o mundo, que não perca o bonde da história e que consiga levar a nossa cul-tura, a nossa música, a nossa arte em geral para todos os cantos do planeta.”

Hercílio Maciel - coorde-nador de Gestão Estraté-gica da Prefeitura do Re-cife.

“ O Recife que eu quero é um Recife mais igual. O

Recife é marcado por uma desigualdade social muito grande, que refl ete territorial-mente. A ideia é que a gente possa ter uma cidade que to-dos nós possamos conviver

com dignidade e espaço do território que as pessoas te-nham acesso a todos os bens a que têm direito: educação, a saúde, a moradia digna e que a gente possa ter uma cidade mais igualitária, mais fraterna, em que a gente pos-sa manter, não só, o calor do sol, mas o calor humano, que sempre nos relacionou e que conta a nossa história.”

José Arlindo Soares - so-ciólogo, professor univer-sitário e coordenador do Centro de Estudos e Pes-quisas Josué de Castro.

“O Recife que eu quero, que eu almejo, é uma

cidade que desenvolva um processo de políticas pú-blicas capaz de diminuir

as desigualdades sociais, através de uma reconver-são social da qualidade das políticas públicas. Hoje não basta mais você incluir as pessoas nos chama-dos mínimos sociais, por exemplo, matricular todos na escola, é preciso ma-triculá-los em escolas que dê condições deles com-petirem, deles se tornarem agentes ativos do desen-volvimento. Do contrário, nós estamos enxugando gelo. Poderíamos citar ou-tros desejos em relação ao Recife, que é o ordenamen-to urbano, a ordem urbana, que vai desde a calçada à segurança cidadã. Mas, se fosse para dizer uma prio-ridade, eu diria: inverter e transformar o processo de educação, começando pelas creches. Recife tem hoje 76 mil crianças com idade de zero a três anos, destas nem 20% são aten-didas em creches. Então, nós devemos chegar para ter uma cidade saudável em 2020, que pelo menos 50% das crianças de zero a três anos estejam em

creches, porque hoje é provado que isto possibilita um processo de cognição e estabilidade futura para essas crianças. A cidade precisa ter entre os alunos de quatro a 14 anos, cer-ca de 95 mil crianças, do ensino pré-escolar e o pri-meiro grau (Ensino Funda-mental), pelo menos a me-tade disso em colégios de dedicação exclusiva, com laboratórios, salas clima-tizadas, em que a criança entra às 7 horas e saia às 17 horas, com professores com dedicação exclusiva. Por que isso? Porque isso é imprescindível para o mundo contemporâneo e competitivo. Segunda ra-zão, nenhum país do mun-do deu um salto de quali-dade sem envolver todas as suas crianças e jovens no ensino integral, isso foi na Europa em 1946 e, recentemente, na Coreia. Então, país que quer ser a sétima potência do mundo, ele tem que ser também a sétima potência em co-esão social. Para a faixa dos jovens é preciso duas

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coisas, para uma cidade ser saudável, primeiro um programa de prevenção à violência. A prefeitura tem que assumir seu protago-nismo social, que o mundo todo está assumindo. Aon-de deu certo o combate a violência, teve que en-volver as três instâncias, município, estado e união, com ampla capacitação profissional, com centros multiculturais nos bairros, bibliotecas de alto nível nos bairros. Se você visi-ta Bogotá, você vê porque houve aquela queda muito forte em 10 anos da vio-lência urbana, porque eles ocuparam socialmente os bairros. Eu desejo uma ci-dade onde os bairros se-jam ocupados socialmente e não ocupados pela mar-ginalidade. Então o foco é uma educação de qualida-de, prevenção à violência e política para a juventu-de. Então, a educação iria do berço, até os 18 anos. Eu estou projetando a ci-dade para 2020, para fugir da questão do calendário eleitoral.”

Kássia Abrantes - empre-sária.

“O Recife que eu quero é um Recife com segurança,

limpo, com educação e que a gente possa trafegar, porque se não, nada acontece. O trânsito do Recife precisa me-lhorar muito para que a gente possa realmente viver a vida do Recife.”

Lina Medeiros - aposen-tada.

“É um Recife limpo, em que possamos sair de casa se-

guros. Uma cidade organiza-da e que possamos ter orgu-lho de onde moramos.”

Luiz Flausino - biólogo.

“O Recife que eu quero é um Recife que leve em

conta as demandas da popu-lação, que lembre o quanto os recursos naturais são impor-tantes para o desenvolvimen-to da cidade e que, além des-ses recursos naturais, essas áreas verdes, existem pesso-as que vivem ao redor dessas áreas e que elas precisam ter suas demandas atendidas, elas precisam poder usar os recursos de uma forma sus-tentável. Acho que o Recife precisa muito de tecnologia

e tecnologia acessível a to-dos, para que todos possam ter espaço para que possam estar, como eu hoje, falando do Recife que cada um deles deseja, para que as pessoas saibam mais e mais como fa-zer uma cidade melhor para todos.”

Milton Carvalho - publici-tário.

“O Recife que eu quero é um Recife mais limpo, mais

acessível, onde todas as pes-soas tenham o direito de tran-sitar e trafegar. Um Recife mais seguro, onde as pessoas não tenham a preocupação de an-dar na rua sem sofrer qualquer tipo de violência. Enfi m, eu que-ro um Recife mais de todos, um Recife que possa nos abraçar.”

Mônica Antunes Melo - pedagoga e diretora do Instituto Capibaribe.

“É um Recife mais voltado para a qualidade de vida

das pessoas. Uma cidade com menos miséria, mais lim-pa, mais bonita, onde a pes-soa seja o objeto principal e a preocupação principal dos gestores.”

Pedro Henrique Braga Reinaldo Alves - advoga-

Foto: Alex Costa / Especial para O Recifense

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Samir Abou Hana - “o se-cretário da cidade”, radia-lista e apresentador de televisão.

“É o Recife de prosperi-dade, o Recife de justiça

social, onde haja mobilida-de, onde o trânsito ande, porque não está andando. O Recife sem violência, que aqueles que vão ficar na violência seja por uma opção deles, aí fica fácil de a gente praticar a jus-tiça e puni-los, mas não a violência em razão da in-justiça, da fome, de não ter onde morar, de não ter como viver com dignidade. Eu espero que o Recife seja uma cidade que vá prospe-rando e, principalmente, que as pessoas prosperem também do ponto de vista da cabeça, porque a gente para evoluir tem que evoluir através de educação. Esse é o Recife que eu espero vê-lo e vivenciá-lo nos pró-ximos anos.”

Suzana Amorim - estu-dante de História.

“É o Recife sem trânsi-to, sem engarrafamento,

onde apenas um jogo de fute-bol no Náutico, não tumultue o trânsito, como aconteceu recentemente. O Recife que eu estou querendo é esse aí.”

Ronaldo Monteiro dos Santos - pintor profi ssio-nal.

“ O Recife que eu que-ro é com saúde, paz,

t ranqui l idade para todos. Eu quero que o Recife seja maravi lhoso, um Recife excelente, que o que tá fal tando para gente é saúde, pol ic ia-mento nas ruas, paz e tranqui l idade.”

Roseane Izaquiel Cândi-do - diarista.

“O Recife que eu quero é com transporte melhor,

saúde, que está muito pre-cária, e com segurança nas ruas. Esse é o Recife que eu quero.”

do, procurador do Estado e conselheiro federal da OAB.

“Para falar do Recife que eu quero, eu separo o

Recife dos meus sonhos do Recife que eu acho que é possível, o Recife que a gente aspira a curto e mé-dio prazo. O dos sonhos envolve justiça social, equi-líbrio ecológico e ambien-tal, exploração dos nossos melhores potenciais, nosso Rio Capibaribe, nossos cen-tros históricos, nossos pré-dios históricos recuperados e uma harmonia que só a longo prazo a gente alme-ja ver. Mas acredito que a curto e médio prazo tenha-mos, sim, condições de ter um Recife com maior mobi-lidade, acho que é o que o recifense tem se ressentido mais é de mobilidade, um investimento mais consis-tente em um transporte ur-bano de qualidade, com se-gurança, investimento nas vias de acesso, no discipli-namento das vias urbanas para que possamos circular na nossa cidade com agili-dade que a vida cotidiana, moderna, exige da gente. Eu acho que hoje a pala-vra de ordem é mobilidade para o recifense que vem se ressentindo no trânsito caótico que nossa cidade impõe diuturnamente à gen-te. Acredito no potencial do nosso rio também. Esse é o Recife que eu aspiro a curto e médio prazo, sem perder de vista o nosso sonho de um Recife mais justo so-cialmente, mais equilibrado do ponto de vista socioam-biental e socioeconômico também.”

Raul Henry - deputado federal pelo PMDB de Pernambuco.

“É um Recife que possa en-frentar melhor os problemas

da sua população, que possa oferecer creche para as crianças na primeira infância, que possa oferecer uma educação funda-mental de qualidade, para que as crianças se alfabetizem no tempo correto, uma cidade que possa oferecer oportunidades para a sua juventude, já que nós temos aqui um enorme índice de assas-sinato entre jovens. Uma cidade que possa enfrentar esse proble-ma contemporâneo do trânsito que afeta hoje as grandes cida-des do Brasil, enfi m, uma cidade que possa encontrar soluções que atendam a toda sua popu-lação, uma cidade que possa ter uma vida melhor para todos, uma cidade mais justa, uma ci-dade mais inclusiva, uma cidade que incorpore o crescimento eco-nômico à transformação real da vida das pessoas.”

Roberto Ferraz Even - porteiro de edifício no Bairro das Graças.

“É um Recife com mais abertura para os grupos

culturais, com mais atividades culturais, um Recife mais vol-tado para o desenvolvimento da cultura afro-brasileira re-gional.”

Vânia Cabral - psicóloga.

“É um Recife com mais se-gurança, menos trânsito e

mais educação, principalmen-te, mais educação.”

Washington Gurgel - jor-nalista, professor univer-sitário e escritor.

“É um Recife muito simples. É um Recife sem violência,

limpo e um Recife, principal-mente, com muito investimento em educação. Com um povo que se preocupe com educa-ção, porque a partir dela, obvia-mente, nós vamos ter um índi-ce zero de violência e, também, uma consciência com o meio ambiente. É esse Recife que eu desejo para mim e, claro, para todos os pernambucanos.”

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INÁCIO FEITOSA advogado e Presidente da Comissão de Direito Educacional da OAB-PE >>> [email protected]

EDUCAÇÃO

A Teoria do Bullying

Voltando o pensamen-to aos meus primeiros

anos de escola, recordo-me de algumas situações que devem ter corroborado com a minha luta contra o bullying escolar na atualidade. Uma das primeiras imagens que surge dessa época era no Colégio dos Bancários, no bairro da Ma-dalena, no Recife, no qual recebi um convite para lá estudar. Minha permanência só seria efetivada naquela escola caso eu alcanças-se aprovação em todas as disciplinas com destaque. De lá só tenho boas recordações. Uma boa es-cola, bons professores e um pequeno parque de jogos, aquela época parecia-me enorme. Ao lado tínhamos uma escola pública e a re-cordação me traz a lembran-ça de um momento em que houve uma “guerra” de pe-dras entre os alunos maio-res dessas duas escolas. Poderia ser o início de minha vivência sobre a propriedade

“pública” e a “privada”, mesmo a minha escola já nos anos de 1978, incluindo-se no conceito de ser “uma escola com fi ns públicos, porém não estatal”. Lembro-me feliz de haver conseguido a bolsa de estudos para continuar naque-le belo educandário. Porém, meus pais estavam de mudan-ça da Madalena para Olinda, e, consequentemente, eu teria que mudar de escola também. Em Olinda, fui estu-dar em um Instituto de nome americano, pois não havia sido selecionado no Colé-gio Imaculado Coração de Maria, - e não existia mais tempo de prestar exames em outro colégio. Dessa es-cola as lembranças não são boas. Era o reverso da dos bancários. E lá ainda tinham dois irmãos Sérgio e Fábio (poderia ser qualquer outro nome fi ctício) que de forma intencional e constante “en-chiam” minha paciência todo santo dia. Daí os requisitos do bullying que anos à frente eu iria projetar em uma lei.

Eu queria ir para qualquer lugar, menos para aquela escola. Não falava nada para ninguém. Guar-dava tudo e estava prestes a “explodir”. Acordar cedo e pensar em encontrar aqueles dois irmãos era algo aterrorizante para uma criança com lancheira e sem ninguém no ambien-te escolar para conversar. Finalmente, termi-nou o ano de 1979. Acho que meus pais sabiam que aquela escola não me fazia bem. Fui para o São Bento cursar a terceira série do fundamental e lá estudei minha vida toda. Convivi com várias pessoas, vá-rios credos, mesmo sen-do uma escola beneditina. Tinha uma turma de “parafi nados” - alunos surfi stas dos anos 1980 que passavam parafi na nos cabelos para fi carem loiros - eles pertubavam na sala um descendente de japoneses, os CDFs (tradução proibi-da) e um aluno negro de peixinhos, carinhosamente chamado de “Axé”. Porém, nada que o SOE – Serviço de Orientação Educacional – de uma escola religiosa não resolvesse juntamente com a família dos agressores. O passado é peça fundamental em nosso futu-ro. Tanto que só o notamos quando ele passa a estar presente em nossas vidas. Minhas vivências foram ca-pazes de me inspirar a es-crever o anteprojeto de lei pernambucana de preven-ção, diagnose e combate ao bullying, a primeira lei esta-dual do Brasil. Na teoria nada melhor que uma boa prática!

Foto: ensinandopaz.blogspot.com

Mobilidade Urbana e a Pessoa com Defi ciência

C om crescimento rápido e desordenado, sem plane-

jamento e estrutura adequada, as grandes cidades sofrem hoje com os problemas da mobilida-de urbana. Com grande impacto na qualidade de vida das pesso-as, transformar esse cenário é um dos mais urgentes desafi os do século. E como as neces-sidades de deslocamento são próprias de cada pessoa é preci-so trabalhar essa mobilidade de forma segura, efi ciente, aces-sível e sustentável para todos. Para garantir acesso às pessoas com defi ciência ou mobilidade reduzida é ne-cessário articular as políticas de acessibilidade urbana, ar-quitetônica, de informação e de comunicação. Construir um espaço mais democrático, uma cidade que garanta plena e efetiva participação das pesso-as não só no direito de ir e vir, mas na educação, no mercado de trabalho e na inserção social. Há pouco a comemo-rar no Dia Nacional de Luta da Pessoa com Defi ciência, em 21 de setembro. Ruas difi cultam a acessibilidade e poucos estão trabalhando. Vagas especiais e outros direitos são literalmente desconsiderados. Há brechas que precisam ser fechadas para que as coisas realmente funcionem de forma plena. De um lado está a legislação, do outro o desinteresse e a falta de informação de quem não a cumpre. A Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Defi ciência (2007) esta-belece em seus princípios res-

peito, independência, liberdade e autonomia das pessoas em fazer suas próprias escolhas. Também estabelece efetiva participação e inclusão na so-ciedade, igualdade de opor-tunidades e acessibilidade. Mas é muito comum ver pessoas com defi ciência, amigos ou familiares condu-zindo a cadeira de rodas pelas ruas em vez de seguir pela calçada. Isso acontece por-que, na maioria das vezes não há outra forma de transitar, uma vez que os passeios são inacessíveis. Calçadas sem padronização e degraus que surgem do nada. O tempo dos semáforos para travessia não permite segurança para pesso-as com baixa mobilidade. O si-nal sonoro, tão importante para o defi ciente visual não é usado em algumas cidades porque “in-comoda” os moradores locais. Acredito, então, que a forma mais rápida para fazer essas mudanças físicas e de comportamento seja a partici-pação direta das pessoas com defi ciência na política, no poder, ou exigindo dos responsáveis e executores das políticas de acessibilidade urbana melhorias nos espaços públicos e priva-dos. Apontar as saídas, cobrar, fi scalizar é mais fácil do que re-clamar depois. Parece que eles não estão vendo, ouvindo ou caminhando em direção ao que é correto. Nossas necessidades são importantes, nossas habi-lidades e experiências são de enorme valor para a sociedade e para o mundo. Então, vamos ajudá-los a ultrapassar as bar-reiras do desconhecimento e do descaso.

THAIS ALTOMAR Jornalista e Presidente da Somar Brasil

>>> somarbrasil.blogspot.com

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