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O USO DA MÚSICA COMO INSTRUMENTO INVESTIGATIVO DE … · instrumento de avaliação realizado durante o segundo semestre do ano de 2011 no Colégio Estadual Jardim Europa. Os resultados

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O USO DA MÚSICA COMO INSTRUMENTO INVESTIGATIVO DE AVALIAÇÃO

NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM EM LÍNGUA INGLESA.

Autora: Juceneide Maria de Souza1 Orientador: José Carlos Aissa2

Resumo

Sabe-se que é complexo falar em avaliação em sala de aula e quando o assunto é avaliação em língua estrangeira especificamente a língua inglesa para estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental em que o professor se preocupa mais ainda ao pensar nas exigências da escola e do sistema. O presente artigo tem o objetivo de descrever sobre o projeto de implementação e atividades de uso da música como instrumento de avaliação realizado durante o segundo semestre do ano de 2011 no Colégio Estadual Jardim Europa. Os resultados desse trabalho mostraram que 98% dos alunos que chegam no 6º ano não trazem nenhum conhecimento de inglês. Procurou-se desenvolver uma avaliação contínua e qualitativa por meio de música e canções em inglês e mais duas provas bimestrais sendo estas regidas pelo regimento interno da escola. Assim, o presente artigo apresenta resultados obtidos e demonstra que é preciso comprometimento de todas as pessoas envolvidas no processo educativo para que a avaliação deixe de ser um mero instrumento de medição do conhecimento e torne-se algo essencial à educação. Assim, concluiu-se que o uso da música pode ser alternativamente uma ferramenta importante também no processo de avaliação e com isso, tornar esse processo de aquisição de língua estrangeira menos angustiante para os alunos e até mesmo para os professores.

Palavras chave: Avaliação; Língua Inglesa; música.

Abstract:

It’s known that it is complex to speak about assessment in the classroom and when the subject is the foreign language, specifically English for elementary school students from the 6th grade, in which the teacher worries even more when he/she thinks about the demands of the school and the system. This article aims to describe the design and implementation of activities during the second half of 2011, and the results of this work at Colégio Estadual Jardim Europa, where 98% of students who reach the 6th grade do not bring any knowledge of English. We sought to develop a continuous and qualitative assessment by means of English songs and their lyrics

1 Professora Estadual graduada em Letras com Licenciatura em Língua Inglesa, Língua Portuguesa e

Respectivas Literaturas pela UNIPAR, especialista em metodologia do ensino-UNIPAR, professora PDE da Rede Estadual de Educação do Estado do Paraná. 2 Professor Adjunto de Língua Inglesa e Respectivas Literaturas-UNIOESTE-Cascavel-PR. Mestre em

Literatura Comparada-The Pennsylvania State University-USA. Doutor em Letras-UNESP-São Paulo.

plus two bimonthly tests which are required by school regulations. Thus this article presents the results and shows that it takes commitment from everyone involved in the educational process so that the assessment is no longer a mere instrument for measuring knowledge and becomes something essential to education. It concludes that the use of music can be an important and alternative tool in the evaluation process and this makes the process less distressing for students and even teachers.

Keywords: Assessment; English Language; Music.

1. INTRODUÇÃO

O ensino de língua estrangeira moderna evoluiu de modo mais marcante da

década de 40 em diante. Neste espaço de mais de cinquenta anos é imprescindível

distinguir sua evolução enquanto “concepção”.

Segundo Santos (2000) a evolução prática do ensino das línguas

estrangeiras se deu mais lentamente, mesmo porque os hábitos pedagógicos

persistem através dos movimentos doutrinários e de outras orientações declaradas.

Essa evolução do ensino das línguas deu-se de modo generalizado em

quase todos os países. A difusão dos conhecimentos sobre as técnicas de ensino se

consolida antes mesmo do nascimento e do desenvolvimento mais sistemático dos

estudos linguísticos e de acordo com as necessidades e das situações que

emergem, como o caso da segunda guerra mundial.

Nesta época de acordo com Almeida Filho (1988), surgiu o método áudio

lingual devido a grande necessidade de falantes fluentes em línguas estrangeiras.

Esse método, com base na psicologia behaviorista, depois de passar por

refinamentos teve grande aceitação, pois dava ênfase à oralidade, na apresentação

em forma de diálogos, procurando representar a língua como é usada no dia a dia.

Um dos princípios é a de que o aluno aprende a língua estrangeira na mesma ordem

da língua materna.

No entanto, a forma de aprendizagem acontecia por meio de

condicionamento e formação de hábitos. O foco estava nas estruturas e regras

gramaticais que eram aprendidas de formas mecânicas e artificiais. O conteúdo

linguístico, isolado de contexto, trabalhava determinadas estruturas gramaticais e as

respostas corretas deviam ser elogiadas e reforçadas pelo professor.

Só posteriormente é que também o desenvolvimento das teorias da

aprendizagem começa a influenciar as análises e as propostas de ensino de línguas.

Tais características sinalizam o descompasso evolutivo teórico-prático entre as duas

áreas do conhecimento.

Ainda em Santos (2000), a inovação mais contundente nas décadas de 60 e

70, na área do ensino do inglês, foi a introdução da imagem no estudo sistemático

da língua oral. A rede escolar convencional, no entanto, carecia de recursos

humanos e materiais para que pudesse alinhar o seu ensino ao dos institutos e ao

de algumas escolas particulares de idiomas.

Aliás, este quadro se mantém. Basta percorrer as cidades de médio e

grande porte, tomar conhecimento da diversificação da oferta do ensino de línguas e

analisar sua propaganda (o que não serve, entretanto, de garantia integral).

No entanto, a partir de 1.972 surgia uma nova visão de ensino de línguas

com base na combinação de conceitos gramaticais e das funções comunicativas da

língua alvo para preencher o espaço deixado pelo método áudio lingual.

A partir desse início surge a abordagem comunicativa com suas bases e

princípios definidos pela linguísta aplicado inglês, Widdowson (1978), com o livro

“Teaching Language as Communication” considerando a língua como um conjunto

de eventos comunicativos e de situações autênticas do dia-a-dia.

Numa análise mais profunda, pode-se afirmar que a ruptura mais

fundamental nas propostas de ensino de línguas se deu em função da evolução e

ecletismo dos métodos e da reorientação social dos currículos escolares. Dentro e

fora da escola a clientela das línguas estrangeiras modernas expandiu-se,

adquirindo o ensino que apresenta uma conotação definitivamente pragmática.

Pode-se dizer que, de uma indiscutível condição elitizante que desfrutou no

passado, como elementos de formação cultural privilegiada, a língua inglesa como

língua estrangeira torna-se, no presente, indispensável para todos. Saber

especificamente inglês para executar as ocupações modernas em ascensão –

comerciante ou técnico – foi apenas o início dos desafios impostos pelo código,

dadas às contingências que o know-how – o saber fazer – transmite.

As universidades brasileiras investigam a situação geral mostrando agilidade

e disponibilidade através dos Departamentos de Língua e Literatura Estrangeiras

dos grandes centros. Convênios estabelecem o contato entre países e campos de

pesquisa, tecnologia e ensino-aprendizagem.

Novos modos de pensar desenvolvem metodologias que aproximam a

incorporação do conhecimento e oferta de um produto, mas que no grau crescente

de complexidade exige visão cada vez mais crítica a respeito dos elementos e dos

segmentos de seus componentes. Assim, pode-se concordar com a emergência de

um processo de democratização cultural alinhada aos aspectos de globalização

econômica e da difusão tecnológica atual, possível de ser mediada no processo

educacional.

Dentre esses recursos está a música – instrumento privilegiado no ensino de

línguas estrangeiras – como ferramenta importante não apenas para a assimilação

de novos conceitos e abordagem de novos temas mas, também, na busca por novas

e mais interativas formas de avaliação. (FONTERRADA 2008).

Na atualidade se observa, em nível oficial e extraoficial, uma nítida

polarização das ações educativas. Por uma parte, está o âmbito da educação

musical inicial, que conta com um legado rico e importante, produto do século XX de

contribuições e experiências metodológicas, boa parte dos quais ainda não foram

adequadamente processados.

Por outro, está a utilização de uma didática musical especializada, embora

esta estratégia esteja desatualizada: a maior parte das reformas educativo-musicais

do século XX aconteceram no campo da educação geral e da educação musical

inicial, enquanto os conservatórios e as universidades permaneciam à margem das

mudanças.

Para Fonterrada (2008, p. 57,66) “O conjunto formado pelo ensino da língua

inglesa e a avaliação com utilização da música formam uma maneira original, e

ainda pouco explorada, na assimilação, compreensão e avaliação do conhecimento

dos alunos”. Esta relação será discutida, a seguir, no presente artigo.

2. NOVAS CONCEPÇÕES DE AVALIAÇÃO

A avaliação, segundo Hoffmann (2002), é um processo presente em todos

os aspectos da vida escolar: professores avaliam alunos, alunos avaliam

professores, diretor avalia os professores e estes o diretor, pais avaliam professores

e escola. Entretanto, só a avaliação do aluno pelo professor parece ser um aspecto

formalmente reconhecido na vida da escola. Porém, certas maneiras de avaliar e

certos usos da avaliação podem ser potentes mecanismos de exclusão de

determinados alunos ou grupos de alunos.

Lembrando que “sucesso e fracasso em termos de aprendizagem parecem

ser uma perigosa invenção da escola”. (Hoffmann, 2002, p. 64). É preciso, do ponto

de vista prático, despertar a escola para uma retomada contra a exclusão social que

a reprovação e o abandono provocam, além de analisar as práticas avaliativas que

vêm utilizando e suas implicações no cotidiano na sala de aula.

A avaliação é essencial à educação e seus resultados deverão ser utilizados

para que seja feita uma tomada de consciência quanto ao que se pretende construir,

refletindo-se a ação educativa e a concepção de educação. Ação essa, que deve

impulsionar novas reflexões, que por sua vez nos conduzirão a novas ações, em

uma constante espiral que impulsiona à mudança, à transformação da prática

educativa, estando aí inclusa a prática avaliativa.

Dentro desta perspectiva, a avaliação passa a ter objetivos um pouco

diferentes daqueles que comumente encontramos na prática pedagógica de muitas

escolas. A finalidade classificatória perde seu significado, pois não interessa

classificar o aluno como fraco, carente, incompetente, mas buscar caminhos para

que adquira a cultura letrada, tão valorizada pela sociedade atual.

Para Perrenoud (1999), a avaliação da aprendizagem, no novo paradigma, é

um processo mediador na construção do currículo e se encontra intimamente

relacionada à gestão da aprendizagem dos alunos. Na avaliação da aprendizagem,

o professor não deve permitir que os resultados das provas periódicas, geralmente

de caráter classificatório, sejam supervalorizados em detrimento de suas

observações diárias, de caráter diagnóstico.

E ainda, a avaliação é um processo que deve estar a serviço das

individualizações da aprendizagem. É a construção de um referencial; é ter

consciência do que move; é uma reflexão permanente. Os seus procedimentos e

estratégias devem estar em plena sintonia com o modelo de educação que se

pratica e no qual está contida a visão de mundo, de homem, de cultura e de

sociedade.

Neste contexto, a avaliação da aprendizagem, vem sendo um dos temas de

maior destaque na literatura especializada em Educação e, nos últimos tempos

muitos autores têm se debruçado sobre essa questão, sendo a importância de sua

investigação científica reconhecida por todos os integrantes da comunidade escolar.

Porém, apesar do interesse dos teóricos e da preocupação da comunidade

escolar, até os dias de hoje, a avaliação constitui-se em um problema, uma

dificuldade para a escola, disto ninguém parece discordar.

De um modo geral, pode-se dizer que praticamente houve uma inversão na

sua lógica, ou seja, a avaliação que deveria ser um acompanhamento do processo

educacional acabou tornando-se o objetivo deste processo, na prática dos alunos e

da escola que é estudar para passar. (PERRENOUD, 1999).

As práticas avaliativas, portanto, são em maior ou menor grau,

representações sociais não necessariamente conscientes sobre o que, e como

deveria ser uma avaliação, vão sendo construídas no isolamento. Talvez por isso,

encontram-se tantas provas de diversas disciplinas com conteúdos vazios de

aplicabilidade de sentido para o aluno.

A prática da avaliação da aprendizagem ocorre, na maioria das vezes, em

momentos isolados do processo educativo com o objetivo de verificar o desempenho

e classificar o aluno, em nada influenciando o processo pedagógico. Funciona

também no interior da escola, como instrumento de poder, contribuindo para o

fortalecimento da discriminação e da seleção. Como o nosso modelo é elitista, os

alunos das classes populares sofrem mais a ação desse poder, acabando por

desinteressar-se dos seus conteúdos, optando por abandoná-la. (HOFFMANN,

2002).

Muitas vezes encontram-se professores que desenvolvem práticas

pedagógicas progressistas, mas que, no momento de avaliar, retrocedem utilizando

técnicas tradicionais de avaliação, deixando explícita a incoerência entre o

concebido e o vivido.

Hoffmann (2002) recomenda:

“O processo avaliativo não deve estar centrado no entendimento imediato, ou no entendimento de todos em tempos equivalentes. Essencialmente, porque não há paradas ou retrocessos nos caminhos da aprendizagem. Todos os aprendizes estarão sempre evoluindo, mas em diferentes ritmos e por caminhos singulares e únicos. O olhar do professor precisará abranger a diversidade de traçados, provocando-os a prosseguir sempre”. (Hoffmann, 2002, p. 68).

Há professores que tem concepções diferenciadas, no tocante a prática

avaliativa, mas que não chegam a concebê-las e exercê-las diferentemente da

prática convencional, em decorrência dessa prática encontram-se condicionadas a

um ritual já cristalizado pela escola, tornando a avaliação um dos aspectos em que o

professor apresenta maior resistência às mudanças.

A avaliação da aprendizagem passa, portanto, a ser um problema de todo o

sistema de ensino, colaborando inclusive com o processo de dominação existente

no âmbito da escola, sendo utilizada como instrumento de discriminação e seleção

social, na medida em que assume em seu interior, a tarefa de separar "os que

sabem" dos que "não sabem”, legitimando dessa forma o sistema dominante.

(HOFFMANN, 2002, p. 61).

Objetivamente, no sistema educacional, a avaliação é hoje o instrumento de

controle oficial, "o selo" do sistema, o respaldo legal para a reprovação/aprovação,

para o certificado, para o diploma, para a matrícula, ainda Hoffmann (2002),

assevera que na maioria das vezes, além dos alunos, outros atores desse processo

(escola e família), não se dão conta desse jogo, deixam de perceber a importância

do papel que devem desempenhar e acabam por conduzir a avaliação da

aprendizagem para um campo de discussão de responsabilidades onde todos

culpam todos e não se busca alternativa para compreender a real função do ato de

avaliar.

É importante, portanto que a escola verifique, ao final de cada etapa de

ensino, ou unidade escolar o nível de aprendizagem alcançado pelo aluno para que

possa se apropriar do caminho já percorrido por ele. Como no Brasil,

soberanamente, a prova é utilizada como meio para avaliar esse caminho convém

que seja bem elaborada e busque alcançar os objetivos propostos pela

escola/professores e para a aprendizagem dos alunos.

A avaliação, enquanto instrumento dialético, à disposição dos educadores e

da sociedade em geral, produz efeitos. “Muitas são as avaliações, muitos seus usos

e muitos os efeitos” (HOFFMANN, 2005, p. 26). Ela instrumentaliza a prática

pedagógica, desde as mudanças nos currículos, nos planejamentos, nas maneiras

de organização da escola, na postura dos professores e alunos, na elaboração dos

instrumentos avaliativos e até, consequentemente, nas possibilidades de superação

da crise. Ela tem relevância social e se constitui base para tomada de posição que

com certeza irá produzir efeitos na vida dos alunos, no destino da sociedade e da

nação.

Assim, optou-se para este projeto e respectivo artigo pelo uso da música

como um instrumento investigativo e alternativo de avaliação no processo de Ensino

e Aprendizagem em língua inglesa em uma turma de 6º ano do Ensino Fundamental

do Colégio Estadual Jardim Europa, com o objetivo de proporcionar aos alunos por

meio da música e de canções em língua inglesa uma forma distinta de avaliação,

sendo esta parte integrante do processo de ensino e aprendizagem em língua

inglesa.

2.1 A importância da avaliação

O tema de estudo em questão avaliação em língua inglesa foi proposto no

intuito de valorizá-lo como parte integrante do processo de ensino e aprendizagem,

seja como meio de diagnosticar tal processo, seja como instrumento investigativo da

prática pedagógica no cotidiano da escola. Independente de qual a forma adotada

com relação ao processo de avaliação, esta deve ser considerada uma etapa da

dimensão formativa. “Acompanhar o desempenho no presente, orientar as

possibilidades de desempenho futuro e mudar as práticas insuficientes, apontando

novos caminhos para superar problemas e fazer emergir novas práticas educativas”

(LIMA 2002, p.31).

Desta forma, a proposta em questão se justifica, primeiramente, por

compreender a avaliação como elemento importante e parte constitutiva do processo

de ensino e aprendizagem.

Num segundo momento, percebe-se a necessidade de tal proposta na

complexidade que é falar de avaliação em língua inglesa nas escolas públicas. Isso

porque se compreende que as relações superficiais e mercadológicas construídas a

partir do contexto atual têm feito do processo educacional algo funcional ao sistema

capitalista, desta forma falar do processo de avaliação na disciplina de língua inglesa

que muitas vezes é vista pelos próprios educadores, como “desnecessária” à

realidade dos estudantes que não possuem grandes perspectivas de vida, é no

mínimo desafiador.

Contudo, ainda acredita-se que o processo de Ensino e Aprendizagem dos

educandos deve estar voltado para a formação de cidadãos capazes de participar na

construção de uma sociedade mais justa, transformando-se em sujeitos conscientes

de seus direitos/deveres e preparados para acompanhar as mudanças estruturais.

Neste sentido, optou-se por propor a construção e realização do tema de

estudo em questão, trabalhado com uma turma de 6º ano do Ensino Fundamental do

Colégio Estadual Jardim Europa. A escolha desse público se deve à possibilidade de

uma contribuição maior aos alunos que iniciam língua inglesa, no Ensino

Fundamental ll, neste caso, 98% dos alunos do 6º ano. Daí a necessidade de uma

avaliação diferenciada que não seja usada como punição ou mero instrumento para

medir a apreensão de conteúdos e que permita formar cidadãos críticos, criativos,

solidários e autônomos. Isso significa considerar a aprendizagem em todos os

momentos da sua vida escolar.

Assim sendo, optou-se por trabalhar o processo de avaliação de forma

contínua e lúdica utilizando a música como um dos instrumentos enquanto

alternativa para o enriquecimento do processo avaliativo em inglês.

Este plano de trabalho surgiu da necessidade de criar novas estratégias de

avaliação em língua inglesa, para melhor aproveitamento dos alunos no aprendizado

de uma língua tão requisitada.

Isso porque os professores sempre preocupados com as mudanças

constantes de metodologia, carga horária, escassez de material, superlotação nas

salas de aula, pouquíssimo tempo para preparação de material no ambiente escolar

indo de encontro com os conteúdos e objetivos propostos na disciplina, procuram

algo inovador capaz de atingir os alunos de maneira positiva e satisfatória.

Pensando nisso, este projeto vem proporcionar um melhor aproveitamento

do tempo em sala de aula dando ênfase às atividades de reading, writing, listening

and speaking, assim como ao contexto histórico-cultural dos conteúdos incentivando

os alunos a adquirirem através de atividades com música motivação, socialização,

cooperação, solidariedade e prazer em realizar determinadas tarefas que, ampliem o

senso crítico, seus conhecimentos linguísticos estimulando-os ao respeito, às

diferenças culturais, crenças e valores. (PARANÁ-DCES, 2008, p.64).

A abordagem do ensino de língua inglesa congrega fatores cognitivos e

afetivos envolvidos no processo de aprender uma nova língua. Em seus primeiros

contatos com a língua inglesa, no contexto da sala de aula, o aluno vivencia a

insegurança de ultrapassar os limites da língua materna e a curiosidade por novas

possibilidades de conhecer e interpretar o mundo. É fundamental que este convívio

inicial venha a contribuir para despertar a percepção dos alunos quanto às

semelhanças e diferenças entre língua materna e a língua inglesa.

Assim, as aulas de língua inglesa devem se configurar como espaços de

interação entre professores e alunos nas realizações do dia-a-dia em sala de aula e

a avaliação de língua inglesa deve servir como instrumento de acesso a

informações, a outras culturas e diferentes realidades, levando em conta as

particularidades existentes no Colégio Jardim Europa.

A partir destas reflexões percebeu-se a necessidade de desenvolver um

trabalho lúdico através da música em inglês, visando contribuir com o processo de

avaliação que é um componente indissociável no processo Ensino e Aprendizagem,

pois visa contribuir para a compreensão das dificuldades de aprendizagem dos

alunos, com vistas às mudanças necessárias para que esta aprendizagem se

concretize e a escola se faça mais próxima da comunidade, da sociedade como um

todo, no atual contexto histórico e no espaço onde os alunos estão inseridos.

(PARANÁ-DCES, 2008, p. 31)

Os propósitos avaliativos através do lúdico podem oferecer atitudes menos

resistentes ao aprendizado de língua inglesa e a valorização da escola como espaço

social, pois a ludicidade é uma forma de contribuir e enriquecer o trabalho

pedagógico, facilitando a compreensão dos fatos. Dessa forma, o processo

avaliativo torna-se apropriação do saber pelo aluno e pelo professor,

compreendendo-se que este não deve envolver somente notas em testes e provas,

mas devem-se valorizar todas as atividades desenvolvidas em sala de aula ou

mesmo na escola, levando em conta as individualidades e particularidades dos

alunos. Só assim será possível “reorientar continuamente a prática profissional

vinculando-a as necessidades da turma”. (PARANÁ- DCES, 2008, p. 03).

Segundo Moita Lopes (2005), a educação pode ser um instrumento central

na luta por equidade entre todas as pessoas por todos os níveis ou pode, pelo

menos, ser útil para que se aprenda a compreender o mundo em que vive, a fim de

colaborar para sua transformação. Assim, as atividades através da música podem

ser desenvolvidas de acordo com os objetivos dos conteúdos programados.

Ao propor reflexões sobre as práticas avaliativas, o objetivo é favorecer o

processo de ensino e aprendizagem, ou seja, nortear o trabalho do professor, bem

como propiciar que o aluno tenha uma visão do ponto de vista em que se encontra

no percurso pedagógico.

É importante nesse processo, que o professor organize o ambiente

pedagógico, observando a participação dos alunos e considere que o discurso oral

do aluno aconteça por meio da interação verbal, a partir de textos autênticos, no

caso a música e trabalhados de diferentes formas: nas conversas em língua materna

e língua estrangeira neste caso inglês; no próprio uso da língua, que funciona como

recurso cognitivo ao demonstrar suas ideias. (PARANÁ- DCES, 2008, p. 69).

Ramos (2001, p. 70), afirma que:

É um desafio, construir uma avaliação com critérios de entendimento reflexivo, conectado, compartilhado no processo de ensino e aprendizagem, que nos permita formar cidadãos conscientes, críticos, criativos e autônomos com o propósito de encarar estes desafios, é que busca- se em língua estrangeira (inglês), superar a concepção como mero instrumento de medição da apreensão de conteúdos.

Percebe-se, também como bem sucedido o ensino aprendizagem, quando o

trabalho desenvolvido com os alunos é retomado em discussões e analisados em

discussão conjuntamente pelo professor e alunos.

Pensando nisso, a música será trabalhada de forma que o ensino de inglês

em sala de aula e para tanto na sociedade contemporânea não caia na mesmice.

Neste contexto, contamos com os recursos tecnológicos que há na escola e que

facilitam este trabalho quando bem explorado dentro da didática do professor com

sua disciplina.

Após este estudo científico e bibliográfico será realizada uma reflexão

apontando alternativas de como esse desafio de trabalhar a avaliação de inglês

através da música refletiria no ensino e aprendizagem dos alunos durante o

desenvolver do projeto de implementação pedagógica, e assim, contribuir na

formação de alunos em que os mesmos possam produzir experiências, serem donos

de seus próprios ideais e consigam encarar o papel de cidadãos comprometidos

com o futuro na sociedade que os cercam e capazes de mudar as suas próprias

realidades.

Não obstante, a ludicidade dentro do contexto escolar é uma necessidade

independente da idade do aluno não devendo ser vista simplesmente como uma

diversão. O acréscimo do lúdico através da música vem facilitar a aprendizagem,

estimulando a criatividade, o crescimento pessoal, social e cultural, e ainda estimula

a imaginação e a saúde psíquica, preparando-os para uma condição interior fértil,

promovendo a socialização, a conversação e a construção do conhecimento.

Segundo Rogers (1974), a educação deve ter como objetivo o

desenvolvimento das pessoas, de forma plena e que as conduza à sua auto

realização dentro de um clima propício ao crescimento pessoal de forma que a

inovação não seja assustadora, mas que as capacidades dos professores e alunos

possam ser nutridas e expressas, ao invés de abafadas.

Neste sentido, o professor sempre preocupado em mudar a realidade do

fracasso escolar vive uma constante e incansável busca por novas metodologias

para reverter tal situação tentando diminuir desta forma a evasão escolar e o

sofrimento que muitos alunos associam a escola quando pensam em avaliação.

Além disso, a ludicidade através da música vem intermediar as relações dentro da

sala de aula facilitando o processo de ensino e aprendizagem e despertando a

imaginação e a vontade de aprender dos alunos. Neste caso, pode-se destacar que

todos os recursos didáticos existentes ou os que ainda possam ser criados são

aliados, parceiros e cúmplices deste processo.

No entanto, para a aprendizagem realizar-se, é preciso haver interação, a

qual depende de algumas condições para acontecer, entre as quais as que

proporcionem que as interações estejam dentro da "zona proximal de

desenvolvimento", cujos "andaimes" é a ajuda do professor e dos colegas que pela

interação os levam a compreender e estruturar as informações e conhecimentos a

serem desenvolvidos. (VYGOTSKY, 1989)

Sob essa visão, fica clarividente a acuidade das atividades lúdicas sob o

contexto escolar. Visto que a interação do sujeito com o ambiente o qual está

inserido faz progredir em sua aprendizagem, dito que o saber, o desconhecido é

aprendido, ou melhor, entendido e assimilado por meio de um intermediador

(professor). Além disso, ainda em Vygotsky (1989), encontram-se subsídios que

fundamentam e valorizam as atividades lúdicas realizadas em grupo, favorecendo,

entre os participantes, a “mediação inter psíquica”, que facilita e torna mais efetiva a

aprendizagem.

Portanto, o lúdico por meio da música como parte integrante do processo

ensino e aprendizagem da língua inglesa, pode facilitar a interação social,

contribuindo na construção do conhecimento do aluno. Através das atividades

lúdicas os alunos tornam-se mais criativos dando asas para a imaginação, podendo

desta maneira, promover mudanças e realizar novas descobertas ajudando a si

mesmo e a sociedade a evoluir. Concomitante a isso, o indivíduo tem a oportunidade

de aumentar sua autoestima, melhorar sua conduta em sala de aula e fora dela e se

tornar um cidadão responsável, comprometido e integrante da sociedade.

Por fim, é certo que todas as atividades com propósito de melhorar,

enriquecer e explorar mais a capacidade de aprendizagem e absorção dos

conteúdos são válidos, principalmente se atingir a todos os alunos ou a maioria. No

entanto, não devemos desistir nunca do compromisso de ensinar, mesmo sabendo

que o processo de ensino aprendizagem e avaliação estão constantemente sujeitos

a mudanças e muitos percalços que serão inevitáveis, pois eles acontecem durante

todo o período escolar.

3. A MÚSICA E O ENSINO DE LÍNGUAS

O uso de música como recurso didático e estratégia de ensino da língua

inglesa é defendido por muitos linguistas que comprovam resultados positivos deste

tipo de trabalho com os alunos, entre estes Murphey (1990).

A música pode ser utilizada como elemento de motivação no processo de

aprendizagem, como ponto de referência para aspectos culturais e históricos e um

excelente material de estudo do texto, considerando que as letras de músicas são

um tipo de texto.

No entanto, depende do objetivo e da metodologia a ser adotada pelo

professor. Alguns tendem a trabalhar a música com objetivos sobre as formas da

língua, os tópicos gramaticais e traduções sem observar as funções e o contexto

comunicativo como um todo que as músicas apresentam.

A utilização da música na sala de aula é um material importante para uma

aquisição consciente e significativa por meio da construção dos sentidos. Este tipo

de material é de fácil obtenção que proporciona uma grande motivação dos alunos,

no entanto, o professor precisa saber como utilizar este recurso da melhor forma

possível, estando consciente dos resultados a serem focados e avaliados, pois a

simples audição e repetição de formas mecânicas e artificiais não levam à aquisição

da língua estrangeira em foco.

De acordo com Murphey (1990) existem alguns obstáculos na utilização da

música em sala de aula que precisam ser trabalhados em que alguns professores as

utilizam como motivos para não desenvolver esta atividade em sala de aula. Dentre

essas dificuldades estariam alegações de que:

- a música não é levada a sério pelos alunos assim como por alguns

administradores e até professores;

- a música perturba as salas de aula próximas;

- os alunos têm gostos diferentes e só querem ouvir e não trabalhar;

- há um desvio do programa normal;

- as músicas apresentam vocabulário não adequado com gírias e

gramática imprópria.

No entanto, esses problemas podem ser resolvidos com a incorporação

desse conteúdo ao programa, com planejamento, diálogo e com a conscientização

de todos, considerando que com o evento da internet o acesso às músicas e às

letras foi bastante facilitado com relação às décadas anteriores.

A música no aprendizado de línguas é de crucial importância devido à

afetividade desenvolvida por meio dela e a facilidade e a rapidez com que podem

ser lembradas e apreendidas. Murphey (1990) cita o fato de a música se fixar com

facilidade em nossas mentes, tendo em vista que é comum esquecer-se a maioria

dos conteúdos trabalhados em língua estrangeira com exceção da música.

3.1 Música como estratégia de aquisição da língua inglesa.

Em uma metodologia de ensino estão inseridas as maneiras de conduzir a

aprendizagem por meio de um conjunto de estratégias e técnicas que viabilizem o

planejamento, os direcionamentos e os materiais determinados por uma abordagem

que é um conjunto de crenças, pressupostos e princípios que definem a linguagem,

o ensino e a aprendizagem.

A música é um material que pode ser considerado um texto diferenciado que

motiva e atrai a atenção dos alunos não somente pela sua comunicação, letra e

construção dos significados, mas também pela melodia e ritmo. Dessa forma, é um

input (insumo) interessante que pode ser preparado e trabalhado. (MURPHEY

1992).

Assim essas atividades permitem:

l- Utilizar a música com alternativa no processo de avaliação;

ll- Envolver os alunos na construção de instrumentos avaliativos a partir da realidade

concreta dos mesmos;

lll – Contribuir para a construção da consciência sobre a importância do inglês no

processo de Ensino e Aprendizagem para uma maior e melhor inserção dos alunos

na sociedade;

lV - Propiciar através de atividades ações e reflexões sobre a vida real;

V - Fortalecer a coletividade através de trabalhos em grupos;

Vl - Valorizar a participação dos alunos durante o processo de desenvolvimento do

projeto na escola;

Vll - Despertar o interesse dos alunos para outras áreas do conhecimento,

trabalhando neste contexto a interdisciplinaridade;

Vlll - Incentivar o aluno a buscar informações de acordo com as atividades

desenvolvidas;

lX - Proporcionar atividades de maneiras distintas que possam despertar nos alunos

espírito crítico, capacidade de analise e noções de cidadania;

X - Alimentar e até aumentar a curiosidade natural dos alunos;

Um dos objetivos maiores de ensinar inglês é prepará-los para usar o idioma

de forma confiante no “mundo real” seja qual for esse mundo para eles, agora ou no

futuro, ou seja, para que possam lidar com uma variedade de intercâmbios

comunicativo, escritos e falados e que envolva diferentes tipos de linguagem e para

refletir sobre diferentes contextos sociais, geográficos e pessoais. Como a música

faz parte da vida das pessoas e muitas canções que as pessoas ouvem são em

inglês, pelas duas razões é natural tentar integrar canções e músicas ao ensino de

inglês.

Além das atividades descritas acima existem inúmeras outras atividades e

razões para o uso da música, desde os contextos relacionados ao idioma para

aquisição da língua e motivação durante as aulas. E, pode-se ainda listar atividades

tais como:

Praticar os padrões linguísticos em contexto;

Apresentar, discutir e praticar o vocabulário em contexto;

Utilizar-se de vídeos musicais disponíveis na internet;

Usar modelos para pronúncia e entonação;

Fazer exercícios de preenchimento de lacunas ou cloze;

Contar (parte de) uma história;

Relacionar a um assunto do livro didático;

Oferecer ideia de uma cultura diferente;

Ilustrar a relação cultural entre o nosso mundo e um mundo diferente.

Usar como texto para leitura e audição;

Criar um ambiente apropriado à aquisição da língua inglesa.

Várias canções têm um padrão linguístico mais repetitivo e a repetição as

tornam mais marcante e consequentemente isso ajuda os alunos a lembrar da frase

toda e não das palavras isoladas.

Estudos revelam a relação entre a música e a aquisição de vocabulário e

demonstram que o uso da música e de ilustrações de forma combinada resulta em

aquisição de vocabulário. O vocabulário é visualizado e ouvido em um determinado

contexto e se torna mais marcante pela música e pelo ritmo da frase.

Muitas canções contam uma história, implícita ou explicitamente e em

ambos os casos, as palavras e a música oferecem uma razão convincente para

compreensão e audição.

Também, muitas canções e músicas se relacionam com assuntos do livro

didático, podendo assim ampliar o assunto apresentando diferentes maneiras de

pensar sobre eles.

Os tipos de músicas podem ser associados a culturas e regiões específicas

e determinantes, assim como o forró lembra uma cultura específica do Brasil. Assim,

esses tipos de músicas são interessantes para discutir as diferenças culturais ou e

até para estabelecer um contexto específico e cenário para o texto.

Recomendando-se que as atividades devem ser planejadas atentando para

a escolha e relevância da música e das atividades para antes e depois da leitura, da

audição e da pronúncia objetivando, além da aquisição da língua, a motivação do

aluno, o lúdico, a diversão e a cultura.

De alguma forma as músicas são uma maneira de enriquecer muitas

atividades dentro e fora da sala de aula e durante esse processo os alunos são

mediados pelo professor no ensino e aprendizagem ao mesmo tempo em que estão

sendo avaliados. (HOLDEN, 2009).

4. PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DAS ATIVIDADES NA ESCOLA.

Durante a implementação da produção didática elaborada para o projeto de

intervenção no Colégio Estadual Jardim Europa, com foco no uso da música como

uma das alternativas de avaliação no processo de ensino e aprendizagem em língua

inglesa, propôs-se atividades para o dia-a-dia por meio do uso da música levando

em conta as individualidades dos alunos e o desenvolvimento de atividades em que

a aprendizagem aconteça de forma dinâmica e progressiva, não havendo início meio

ou fim desse processo.

As atividades foram planejadas de maneira a permitir adaptações e

adequações necessárias oferecendo, assim, oportunidade de flexibilidade ao

professor durante o desenvolver da implementação.

Durante a implementação da proposta, encontraram- se alguns entraves, pois

o trabalho foi aplicado em 4 turmas de 6ºs anos, uma turma com 38, e outras com

33, 34 e 37 alunos e uma turma de 7º ano com 28 alunos, num total de 170 alunos

do período vespertino. Houve também pouco tempo de hora atividade para

preparação e correção das atividades avaliativas já planejadas acrescidas de mais

duas provas bimestrais regidas pelo regimento escolar da escola de implementação.

Em algumas turmas a somatória de tudo isso dificultou muito o trabalho. Já

em outras turmas não houve tanto silêncio, mas as conversas paralelas podem ser

consideradas construtivas, pois eram sobre as atividades desenvolvidas naquele

momento.

Procurou-se usar canções com linguagem simples e repetitivas para facilitar

a memorização e aprendizagem do vocabulário e da pronúncia. Na música “Imagine”

aprendeu-se mais rápidamente as palavras: Imagine, may, people, say, you, world.

Já com a música “I just called to say I love you”, trabalhou-se os conteúdos seasons

of the year, personal pronouns, days of the week, months, simple present tense and

past tense: call, called.

Foram confeccionados painéis por meio de figuras e desenhos retratando o

contexto demonstrado em cada música. Além das perguntas trabalhadas em inglês/

português em sala de aula, também foram dadas atividades como tarefa de casa

onde se entrevistaram pais, tios, avós e até amigos sobre as músicas, os cantores e

seus grupos, tal como “The Beatles” e o cantor “Steve Wonder”. As perguntas

trabalhadas foram:

a) Do you like to listen to music?

b) What kind of music do you prefer to listen to?

c) Talking about your parents, do they also listen to music? What kinds?

d) What most catches your attention when choosing your songs?

e) Have you ever listened to the songs “Imagine” or “I just called to say I Iove you”?

Após ouvir e comentar as músicas com seus familiares e/ou amigos

retomou-se em sala de aula para melhor entender e compartilhar as atividades com

a turma.

Durante o desenvolver de todas as atividades que fizeram parte da Unidade

Didática de Implementação foi estimulado o uso da leitura, escrita e oralidade.

Percebeu- se que 80% dos alunos realizaram as atividades com poucas dificuldades

enquanto 20% deles apresentaram maiores dificuldade na realização de algumas

atividades.

Foi muito importante o uso de alguns meios tecnológicos como: TV pendrive,

computador ligado à Internet, assim, os alunos puderam pesquisar sobre a vida do

grupo The Beatles e do cantor Steve Wonder. Por meio dessas buscas ou pesquisas

foram feitas revisões dos vocabulários já trabalhados, e por meio dessas pesquisas

descobriam palavras novas. A utilização dos “clips” musicais enriqueceram muito as

aulas estimulando os alunos o gosto por essas atividades.

As experiências e resultados obtidos no decorrer da implementação das

atividades da produção didático pedagógica na escola foram socializadas por meio

de interações nos fóruns e diários com o GTR (Grupo de Trabalho em Rede) os

professores refletiram juntos, debateram, contribuíram e proporcionaram subsídios

metodológicos e teóricos por meio das trocas de experiências vivenciadas em sala

de aula no dia-a-dia o que veio a contribuir para a melhoria da prática pedagógica e

da qualidade do ensino.

Eu, como professora do PDE e os professores GTR, juntos concluímos que

o uso da música como uma das alternativas na avaliação de ensino e aprendizagem

em língua inglesa é no mínimo interessante, pois a música desperta o interesse do

aluno, e isso pode ser um fator positivo podendo favorecer o ensino e aprendizagem

e consequentemente, o processo avaliativo torna-se menos angustiante.

Para finalizar as atividades tiveram-se momentos emocionantes para alunos

e professor no qual os alunos se apresentaram cantando e encenando a música

“Imagine” para as outras turmas do colégio de implementação.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sabe-se que avaliação é um tema que perpassa todo o processo

educacional e ainda constitui uma grande interrogação para os profissionais da

educação. Para desmistificar este nó, é necessário reafirmar que o processo

avaliativo deve ocorrer paralelamente ao desenvolvimento da aprendizagem do

educando. Os registros oficiais dos conceitos ou notas sobre o desempenho

bimestral, trimestral ou semestral dos estudantes são momentos que o professor

evidencia o caminho percorrido pelo educando, dentro de determinado espaço de

tempo, mas sabemos que este registro, e o que foi observado, não são suficientes

para a promoção da aprendizagem, pois na avaliação escolar é preciso enfatizar

momentos distintos de: observação, análise e compreensão das estratégias de

aprendizagem bem como a tomada de decisão sobre o educando.

Então, neste momento é relevante a intervenção do professor para análise

da atividade realizada. A partir do ponto de vista interdisciplinar as atividades

desenvolvidas relacionaram-se com língua portuguesa, arte, história e geografia,

fazendo um elo entre os temas trabalhados e ao mesmo tempo entre disciplinas e

conteúdos com o contexto atual, oportunizando aos alunos uma melhor socialização

e interação com as ações desenvolvidas uma vez que as ações é a ponte pela qual

ocorre a superação, ou seja, a aprendizagem efetiva.

No entanto pensar num processo avaliativo requer compreendê-lo em sua

amplitude. Dele e nele fazer parte alunos/professores e os sistemas sejam

municipais ou estaduais de ensino, enfim a comunidade escolar.

De outro lado, o sistema tradicional de avaliação possibilita uma direção,

organizar tempo em bimestre, trimestre, semestre, oportunizar pontos de referência,

mostrar claramente os avanços quantitativos de tarefas (medindo por meio de

notas), por outro lado, a avaliação acontece de forma processual, a partir da

concepção dos professores, que se formam de acordo com seus valores,

expectativas individuais e subjetivas somadas aos critérios administrativos e

burocráticos, como pode acontecer a partir de determinações de cada rede de

ensino ou instituição.

Assim, o mais importante é que alunos e professores percebam que a

avaliação da aprendizagem educacional existe para possibilitar feedbacks

importantes que levem a um diagnóstico do que foi apreendido seguido de uma

retomada de rota buscando um melhor desenvolvimento dos educandos e não para

excluí-los. Para isso, pode-se usar a música como um dos meios alternativos e

como ferramenta para facilitar a mediação do ensino e da aprendizagem e

consequentemente da avaliação.

Sabendo que para avaliar é preciso produzir instrumentos e procedimentos

que nos ajude a dar voz ao que é silencioso e apagado é com muito cuidado

que devemos trabalhar para não controlar e classificar, mas sim para melhor

compreender e agir, pois a avaliação deve contribuir para compreensão das

vivências compartilhadas no processo de ensino e aprendizagem (ESTEBAN,

2008, p. 122).

A partir dessa reflexão, a avaliação será realizada em todos os momentos da

vida escolar como: participação nas atividades desenvolvidas em sala de aula,

individuais e em grupos, participação nas tarefas de casa, atitudes gerais em relação

às aulas de inglês. Já a realização das duas provas bimestrais regidas por normas

no regimento da escola dificultaram a efetivação do projeto, devido às entregas das

notas bimestrais com data marcada exigida pelo sistema.

Esse fator fez com que houvesse necessidade de adaptar algumas

atividades deixando de trabalhar parte das atividades da Unidade Didático de

Implementação. Apesar desses obstáculos durante a implementação do projeto, isso

não impediu que o objetivo fosse alcançado. E ao realizar as atividades, percebeu-

se maior interesse e aproveitamento dos alunos durante as aulas fazendo uso da

música ao mesmo tempo em que houve ensino, aprendizagem e avaliação.

6. REFERÊNCIAS

ALMEIDA FILHO, J.C.P. Alguns Significados de Ensino Comunicativo de Línguas. IV JELE, USP – São Paulo-SP, 1988. ESTEBAN, M. T. (org) Escola, Currículo e Avaliação. São Paulo Cortez, 2008. FONTERRADA, M. T.O. Visão di Acrônica das práticas musicais no Brasil. Arte Brasil, São Paulo, v. 1, 2008. HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover. 2. Ed. Porto Alegre: Editora

Mediação, 2005. HOFMANN, J. M. L. Avaliar para Promover: as setas do caminho. 2. ed. Porto Alegre: Mediação, 2002. HOFFMANN, J. M. L. A Avaliação: Mito & Desafio: uma perspectiva construtivista. 31ed. Porto Alegre: Mediação, 2002. HOLDEN, Suzan. O Ensino da Língua Inglesa nos Dias Atuais. Editora SBS, 2009. LIMA, Maria de Fátima Monte. No fio de esperança: políticas públicas de educação

e tecnologia da comunicação. Tese de Doutorado. Salvador, Setembro de 2002. MOITA-LOPES, L.P. Inglês no mundo contemporâneo: Ampliando oportunidades sociais por meio da educação. Texto básico apresentado no simpósio inglês no

mundo contemporâneo: ampliando oportunidades sociais por meio da educação, patrocinado pela TESOL International Foundation. São Paulo: Centro Brasileiro Britânico, 2005. MURPHEY, Tim. Music and Song. Oxford, Oxford University Press,1990. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação Diretrizes Curriculares da Educação Básica LEM, Curitiba, 2008.

PERRENOUD, Philippe. A Avaliação: Da Excelência à Regulação das Aprendizagens. Porto Alegre: ArtMed, 1999.

RAMOS, M.N. A pedagogia das competências: autonomia ou adaptação. São Paulo: Cortez, 2001. ROGERS, Carl. A terapia Centrada no Paciente, Lisboa Moraes Editores, p.380.1974.

SANTOS, H. L. de S. O papel da Aprendizagem de Línguas Estrangeiras na Formação Integral do Individuo. In. Anais XVI. Enpuli, Encontro Nacional de Professores Universitários de Língua Inglesa. São Paulo: Puc, v.1, 2000. VYGOTSKY, L.S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1989. Site

de busca: https//www.google.com.br/ WIDDOWSON, H.G. Teaching Language as Communication. Oxford, Oxford University Press, 1978.