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OFICINA DE TEATRO - 3º Ciclo Orientações Curriculares - 7º, 8º e 9º Anos VERSÃO DE TRABALHO

Oficina de Teatro 3ciclo

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Manual de actividades dramáticas e performativas para crianças nas aulas de teatro.

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Page 1: Oficina de Teatro 3ciclo

OFICINA DE TEATRO - 3º Ciclo

Orientações Curriculares - 7º, 8º e 9º Anos

VERSÃO DE TRABALHO

Page 2: Oficina de Teatro 3ciclo

1

Índice

Introdução ......................................................................................................................... 2

Valor pedagógico do Teatro .......................................................................................... 2 Da importância da Oficina de Teatro para o desenvolvimento dos alunos do 3º ciclo

do ensino básico ........................................................................................................... 3

Competências essenciais da disciplina de Oficina de Teatro ao longo do 3º ciclo ....... 5

Características essenciais da disciplina ........................................................................ 5

Fundamentos metodológicos da disciplina ................................................................... 8

Organização da Oficina de Teatro ................................................................................ 9

Especificidade do professor da Oficina de Teatro ........................................................ 10

Da avaliação da Oficina de Teatro ................................................................................ 12

Áreas de avaliação ....................................................................................................... 13

Critérios de avaliação ................................................................................................... 14

Itens de avaliação ......................................................................................................... 15

Dos recursos aconselháveis ao funcionamento da Oficina de Teatro .......................... 17

Orientações Curriculares para a Oficina de Teatro no 7º ano – 3º ciclo ............................

19

Dimensão Sócio-Afectiva .............................................................................................. 21

Dimensão Integradora .................................................................................................. 23

Dimensão Estética ........................................................................................................ 27

Orientações Curriculares para a Oficina de Teatro no 8º ano – 3º ciclo ...........................

30

Dimensão Sócio-Afectiva .............................................................................................. 32

Dimensão Integradora .................................................................................................. 34

Dimensão Estética ........................................................................................................ 37

Orientações Curriculares para a Oficina de Teatro no 9º ano – 3º ciclo ...........................

38

Dimensão Sócio-Afectiva .............................................................................................. 40

Dimensão Integradora ................................................................................................... 41

Page 3: Oficina de Teatro 3ciclo

2

Dimensão Estética ........................................................................................................ 45

Bibliografia .......................................................................................................................... 47

Page 4: Oficina de Teatro 3ciclo

3

INTRODUÇÃO

Valor pedagógico do teatro

Na prática dramática, imaginação, ideias e sentimentos são representados

através do movimento, do som, da imagem e da acção dramática. Conhecer as

convenções e as regras da linguagem dramática e teatral habilita os alunos a criar

formas que tornam mais concretas as suas ideias e sentimentos, consolidando

assim o conhecimento de si, dos outros e do mundo.

Nas actividades dramáticas e performativas, é clara a intenção de comunicação,

de construção e interpretação de sentidos como forma de comunicar com o nosso

mundo interior e com o mundo em que vivemos. No processo dramático os

participantes permutam de lugar; ora são intérpretes (actores), ora são

espectadores; interpretam conteúdos sociais e íntimos, negociando e reflectindo

sobre os sentidos que produzem.

Este processo fornece, ainda, um contexto favorável para falar e ouvir (dialogar)

que é central no trabalho teatral. Por outro lado, ao criar desafios que promovem

a criatividade na resolução de problemas contribui, através da superação dos

constrangimentos presentes neste processo criativo, para um sentimento de

realização que promove a auto-estima e a auto-confiança dos alunos.

Page 5: Oficina de Teatro 3ciclo

4

Da importância da Oficina de Teatro para o desenvolvimento dos alunos do 3º ciclo

CARACTERIZAÇÃO GENÉRICA DOS ALUNOS DA OFICINA DE TEATRO As crianças, e os indivíduos em geral, operam a níveis diferentes de

desenvolvimento. Diferem em idade, género, interesses, aspirações,

desenvolvimento físico e emocional, história de vida, capacidade física e

intelectual, antecedentes sócio-económicos e culturais, localização geográfica ou

mesmo mobilidade geográfica (ex. ciganos e feirantes); todas estas diferenças

contribuem para a sua individualidade e para diversas atitudes quanto à

aprendizagem. Existem, no entanto, dados mais ou menos genéricos que

caracterizam os alunos a quem a Oficina de Teatro se destina.

As transformações corporais (o crescimento do corpo, especialmente dos

membros, o aparecimento dos caracteres sexuais secundários, o aparecimento

da menarca, a mudança de voz), o despertar das necessidades sexuais que, pela

primeira vez, se sentem como tais, constituem um acontecimento que vem

desmantelar o equilíbrio adquirido anteriormente e pôr em causa toda a sua

pessoa. Por outro lado, este crescimento físico muito rápido faz com que alguns

pré-adolescentes sejam energéticos, fortes e capazes de uma coordenação

motora notável. É uma nova pessoa que surge, desconhecida.

Porém, a evolução psicológica não acompanha esta evolução do corpo. O

desequilíbrio resultante origina um certo “infantilismo”, uma imaturidade afectiva

muito forte. As expectativas e ambiguidades relativas à atribuição de papel social

são outro factor gerador de desequilíbrio. A partir da puberdade o indivíduo pode

parecer fisiologicamente adulto mas a sociedade ora lhe atribui um estatuto de

criança, ora de verdadeiro adulto. A maturidade social é muito variável e alguns

terão dificuldade em definir a sua situação.

O abandono momentâneo, ou duradouro, da identidade ou identificações

anteriores cria um vazio que deixa o indivíduo profundamente desamparado. Para

Page 6: Oficina de Teatro 3ciclo

5

deixar de ser a criança que já não é e se afirmar como pessoa autónoma, começa

por rejeitar os modelos anteriores, provenientes, geralmente, da família. Os

modelos de referência procuram-se agora preferencialmente fora do seio da

família. O grupo dos pares assume função fundamental: a função de suporte. O

Outro desempenha um papel importante na tomada progressiva de consciência

do Eu. Em consequência, revelam grande apetência pela discussão de ideias com

os colegas e companheiros, desenvolvendo desse modo capacidades de

argumentação e de julgamento crítico de situações e comportamentos. Mostram-

se extremamente curiosos face ao mundo extra-familiar, começando a assistir-se

aos processos de identificação secundária (com ídolos da música, da televisão,

do desporto, etc.). É ainda nesta fase que começam a desenvolver um

relacionamento mais interactivo com o sexo oposto.

A exploração de actividades dramáticas pode ajudar o aluno na construção da

sua visão do mundo, articulando ideias, experiências e observando diferenças e

semelhanças com os outros elementos do grupo; dar forma à expressão de

atitudes acerca das tradições e hábitos culturais herdados; exercitar e

desenvolver formas de pensamento crítico.

As actividades dramáticas podem encorajar o desejo natural dos jovens para o

desenvolvimento da sua personalidade e estilo, ao mesmo tempo que lhes

proporciona oportunidades para explorar uma larga variedade de contextos e

situações que os conduzam à construção da sua visão do mundo. Estes

contextos e situações deverão desafiar os alunos a examinar as suas atitudes e

as de outras pessoas e a relativizar as suas opiniões quando avaliam e reflectem

sobre o seu desempenho e o dos outros membros do grupo, estruturando, assim,

a sua cidadania.

Page 7: Oficina de Teatro 3ciclo

6

Competências essenciais da disciplina de Oficina de Teatro ao longo do 3º Ciclo do ensino básico

1. Desenvolver a consciência e o sentido estético.

2. Aprender estruturas dramáticas e códigos teatrais.

3. Desenvolver estratégias de comunicação, relações interpessoais, trabalho

de equipa, resolução de problemas e tomadas de decisão.

4. Adquirir e desenvolver capacidades nos domínios da expressão e

comunicação vocal e corporal.

5. Desenvolver uma prática reflexiva tendente a romper com estereótipos

culturais e preconceitos.

6. Evidenciar aprendizagens significativas do conhecimento de si, do outro e

do mundo, através dos processos dramáticos.

Características essenciais da disciplina

A actividade dramática é uma prática de grupo que se desenvolve a partir dos

conhecimentos, experiências e vivências individuais que os alunos detêm e que

pode propiciar a aquisição e compreensão de novas aprendizagens através da

exploração de conteúdos dramáticos. A Oficina de Teatro proporciona

oportunidades para alargar a experiência de vida dos alunos e enriquecer as suas

capacidades de decisão e escolha. Por se tratar de uma metodologia

essencialmente cooperativa, que promove a colaboração e a interdependência no

seio do grupo, é susceptível de gerar a reflexão sobre valores e atitudes.

Page 8: Oficina de Teatro 3ciclo

7

A Oficina de Teatro introduz os alunos na aprendizagem da linguagem teatral,

seus códigos e convenções, ao mesmo tempo que proporciona formas e meios

expressivos para explorar conteúdos e temas de aprendizagem que podem estar

articulados com outras disciplinas do currículo escolar. Através de contextos

similares com a vida real, as práticas dramáticas fornecem processos

catalisadores que podem motivar os alunos para o prosseguimento de

investigação e aprendizagens na sala de aula e fora dela.

Uma das preocupações da Oficina de Teatro, consiste em desenvolver a

apreciação de diferentes linguagens artísticas e valorizar criticamente criações

artísticas e teatrais de diferentes estilos. Os seus conteúdos são da ordem da

criação e valorização das práticas teatrais como Arte.

O Teatro e as práticas dramáticas são um meio de aprendizagem, porque utilizam

a capacidade lúdica inerente a todos os seres humanos. O jogo e os processos

cognitivos que o suportam partem da prática para o campo abstracto. As crianças

jogam para assimilar mais experiências e dessa forma melhoram as suas

estruturas de cognição. Através do jogo desenvolve-se o pensamento e a

linguagem. É com imagens internas de objectos externos (imaginação) que

através, do jogo e da intuição, os jovens desenvolvem o seu pensamento.

As imagens estão ligadas aos sentimentos e emoções pelas mesmas raízes e

encaminham-se no mesmo sentido: a construção da identidade.

Se com as crianças mais pequenas as aquisições de conceitos e conhecimentos

são possíveis através do “faz de conta”, com crianças mais velhas e adolescentes

esta aquisição continua a ser possível através dos objectos interiorizados

(imagens) e da identificação com o mundo exterior através das emoções,

sentimentos e processos criativos.

Page 9: Oficina de Teatro 3ciclo

8

Sentir está ligado com tudo o que acontece durante a vida humana e conhecer

intuitivamente é o primeiro processo de conhecimento do ser humano. As coisas,

os objectos, são valorizados antes da aquisição de conceitos. Piaget e outros

demonstram-nos que nos estádios de desenvolvimento iniciais o ser humano não

pode formular conceitos sem acumular emoções, percepções e sensações.

A vida emocional tem a “sua origem” na nossa capacidade inata, para agir, reagir,

relacionar-mo-nos com o mundo exterior e criar imagens interiores.

Isto significa que as emoções e os sentimentos têm que atingir uma forma, para

serem reconhecidos, e reconhecê-los é precisamente conhecê-los intuitivamente.

O que é desconhecido é a expressividade da forma simbólica, conhecê-la é

reconhecê-la no momento da sua aquisição, do seu surgimento, e isto é o

processo cognitivo da realização do objecto artístico e o processo da criação

artística. Criar arte é também aprender.

Wittengenstein diz-nos que devemos pensar no conceito de arte como uma

complexa teia, firmemente ligada a conceitos, atitudes, capacidades e práticas.

Uma descrição que se reporta a um sentido de totalidade da vida.

Certamente através da arte, nós aprendemos conexões e circuitos funcionais

entre acções do nosso mundo interior e entre o mundo exterior. Da mesma

maneira, conceitos, emoções e sentimentos podem não existir a priori nem

independentes do médium colectivo da linguagem e das artes.

Carregamos connosco, memórias, imagens da realidade e padrões do

comportamento humano, com diferentes níveis de significado, a partir dos quais

criamos, de forma não racional, objectos artísticos. Através da aprendizagem de

técnicas, valores e códigos e do seu manuseamento, moldamos emoções,

sentimentos e ideias, trazendo-as para o plano racional. Tentar exprimir é ainda

criar oportunidades para mais ideias, mais sentimentos e mais emoções.

Progredir na criação artística só é possível se conseguirmos encontrar soluções

para esta questão:

Page 10: Oficina de Teatro 3ciclo

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Como dar forma aos nossos impulsos no nosso trabalho artístico? Isto só é possível, através de mais aprendizagens. Raciocinando sobre todas as

coisas e problemas e aplicando as técnicas e os materiais expressivos do

processo artístico em que estamos comprometidos, que no nosso caso é: FAZER

TEATRO.

Fundamentos metodológicos da disciplina Na Oficina de Teatro os alunos deverão desenvolver uma série de competências:

físicas, pessoais, relacionais, cognitivas, técnicas, de estruturação das

experiências dramáticas, de forma a que possam expressar-se criativamente,

improvisando e interpretando. No processo de aprendizagem os alunos

desenvolvem continuamente a utilização baseada no trabalho de corpo e voz

perspectivados duma forma integradora como veículos fundamentais da

expressão/comunicação.

A Oficina de Teatro deverá ser orientada em três vertentes específicas:

1- vertente técnica (envolvendo exercícios práticos de voz, produção sonora, a

palavra, o movimento, as técnicas de expressão, que permitam desenvolver

os aspectos técnicos e criativos)

2- vertente de actuação (envolvendo exercícios de demonstração/apresentação

para uma audiência – salvaguardando que numa primeira fase esta deverá

processar-se para os colegas, dentro do próprio grupo-turma e dirigindo-se

progressivamente para o exterior)

3- vertente experimental (envolvendo exercícios de espontaneidade, criatividade,

empatia e resolução de problemas, através da prática de improvisação e

dramatização)

Pela especificidade da abordagem metodológica da Oficina de Teatro, a partir da

exploração de um tema ou conteúdo do programa, podem concretizar-se acções

de índole teatral que envolvam a comunidade escolar e local. Pode ainda, motivar

Page 11: Oficina de Teatro 3ciclo

10

o avanço das aprendizagens pela pesquisa teórica de outras áreas de saber com

vista à dramatização/criação de contextos e ou caracterização de personagens.

Através de um tema central é possível propiciar variadas abordagens, ligando e

promovendo aprendizagens simultâneas de diferentes disciplinas e áreas

disciplinares, tais como, Educação Artística, Língua Portuguesa, Ciências

Humanas e Sociais, Formação Cívica, Educação Sexual, Educação Tecnológica,

entre outras.

Organização da Oficina de Teatro

Pelo que atrás foi exposto, organiza-se a disciplina de uma forma genérica,

segundo três dimensões:

Dimensão sócio-afectiva Dimensão integradora Dimensão estética Na dimensão sócio-afectiva inclui-se o desenvolvimento de toda a gama de

experiências e competências pessoais e relacionais, assim como o domínio na

gestão do trabalho em grupo e na aprendizagem cooperativa.

Na dimensão integradora inclui-se o domínio da linguagem artística específica

assim como a possibilidade de articulação com outras áreas (outras linguagens

artísticas e outras áreas de conhecimento).

Na dimensão estética inclui-se o desenvolvimento da sensibilidade estética, quer

na dimensão experimental, quer na dimensão de apreciação e de fruição, por

forma a conduzir os alunos ao exercício do juízo crítico bem como à interiorização

de formas de expressão estética.

Estando previsto o desenvolvimento da disciplina ao longo de 3 anos, pretende-se

que ocorra uma progressiva aquisição de competências, ferramentas e

Page 12: Oficina de Teatro 3ciclo

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linguagens específicas, preconizando-se genericamente a passagem pelas

seguintes fases:

Sensibilização e introdução à linguagem e códigos teatrais, assim como

exploração das ferramentas expressivas, individualmente e em grupo (7º ano).

Desenvolvimento da utilização dos instrumentos e conhecimentos das técnicas

e suportes da linguagem teatral (8º ano).

Aplicação e sistematização dos conhecimentos adquiridos durante todo o

processo, tendentes à concretização de um projecto de índole teatral (9º ano)

O facto de se preconizar a realização de um projecto mais estruturado do ponto

de vista da concepção e produção, durante o 9º Ano, não exclui obviamente a

concretização de pequenos projectos no decorrer dos 7º e 8º anos.

Especificidade do professor da Oficina de Teatro

O professor da Oficina de Teatro deverá ser um profundo conhecedor desta área

de especialidade, nos seus vários domínios: do ponto de vista dos conteúdos e

técnicas dramáticas; do ponto de vista da apropriação e reflexão teórica sobre as

diferentes linguagens artísticas; e ainda do ponto de vista pedagógico, que lhe

permita situar-se conscientemente ao nível das abordagens metodológicas.

Sendo uma disciplina com algum grau de especificidade, ancorada na importância

que cabe à vivência e experiência individual e de grupo, cabem ao professor da

Oficina de Teatro algumas tarefas primordiais:

- Congregar os alunos na participação incorporando os constrangimentos

como meios de aprendizagem e mobilizando activamente a imaginação e a

criatividade.

- Ajudar os alunos a desenvolver capacidades de interacção social tanto a um

nível real (vida), como a um nível simbólico (teatro), incorporando

progressivamente os códigos da linguagem teatral que permitem o

amadurecimento de competências e a solidificação de conhecimentos.

Page 13: Oficina de Teatro 3ciclo

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- Os alunos deverão ainda ser ajudados a aprender criticamente - aprender a descobrir - revelando-se os conhecimentos como resultado natural do

desenvolvimento do próprio processo de trabalho.

Esta abordagem implica a consideração da inexistência de uma “resposta certa”

ou “errada” reflectindo-se consequentemente sobre os critérios de avaliação, que

se afastam de uma tipologia tradicional. Estes critérios não podem ser universais,

mas antes aplicáveis a cada caso particular, nomeadamente tendo em conta a

própria evolução pessoal do aluno.

Através da prática da linguagem teatral, ultrapassam-se as próprias limitações

das palavras, o que implica a existência de um maior envolvimento na criação e

interpretação de significados.

Partindo do pressuposto básico, por nós admitido, que todo o processo de ensino

deverá ser centrado no aluno, as sessões de trabalho da Oficina de Teatro

deverão permitir que o conhecimento seja pessoal, relativo e justificado em

termos de uma cultura particular.

A Oficina de Teatro organiza-se quase sempre de uma forma informal, diferente

de outras disciplinas por revelar uma gama muito maior de comportamentos

permitidos, o que por vezes dificulta a gestão da disciplina. Torna-se por isto

necessária a negociação das tarefas e de regras com o grupo. Pretende-se desta

forma uma maior co-responsabilização e autonomia face ao desenvolvimento

do trabalho.

É necessário que o professor, juntamente com os alunos, estruture tarefas que

possam ser desempenhadas realisticamente, fornecendo assim oportunidades

que facilitem a tomada de controlo da aprendizagem por parte dos alunos.

Page 14: Oficina de Teatro 3ciclo

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Da avaliação na Oficina de Teatro Cabe neste ponto enunciar alguns princípios referentes à filosofia do modelo de

avaliação que serve as Orientações Curriculares da disciplina Oficina de Teatro

para o 3º ciclo. Apresentamos também algumas propostas de reflexão que

apontam para a sua aplicação e não constituem de modo algum um figurino

pronto a ser aplicado.

Estimular o sucesso educativo de todos os alunos, favorecer a autoconfiança,

contemplar os vários ritmos de desenvolvimento e progressão e ainda garantir o

controlo de qualidade de ensino, permanecendo o aluno o centro do processo

ensino/aprendizagem e não os conteúdos, não deverá ser entendido como uma

menor valorização dos saberes.

O objectivo é o sucesso de todos e de cada um e não a revelação dos melhores.

Este tipo de avaliação, pressupõe a circulação de informação entre os parceiros

implicados no processo educativo - alunos, professores e pais - assim como a

ajuda individualizada ao aluno, ou a um grupo de alunos, na superação das suas

dificuldades, cabendo ao professor uma contínua reavaliação das metodologias

utilizadas.

Avaliar crianças e jovens, em qualquer área, pressupõe o conhecimento das

características, necessidades e interesses do seu nível etário, embora estes não

estejam presentes em todos os jovens com a mesma intensidade e no mesmo

grau, podendo servir contudo, como orientação. Os seres humanos crescem e

amadurecem a velocidades diferentes e este pressuposto deverá estar sempre

presente na Oficina de Teatro durante todo o processo avaliativo.

Descobrir o que os alunos aprenderam de uma experiência dramática não é fácil,

já que se trabalha com a condição humana específica de cada um dos alunos, as

suas atitudes, os seus valores, as suas ideias, as suas experiências de vida, as

suas expectativas. Alunos e professor precisam reflectir sobre as experiências da

Page 15: Oficina de Teatro 3ciclo

14

sala de aula tendo a oportunidade de avaliar a sua progressão. Envolver os

alunos no processo de avaliação é também uma forma de co-responsabilização

no desenvolvimento do trabalho. A avaliação deverá portanto assentar sobre o

desenvolvimento de capacidades, no progresso alcançado na realização de

tarefas e no atingir de metas propostas.

O objectivo da Oficina de Teatro não é avaliar o talento dos jovens actores, mas

sim atender ao grau de envolvimento nas tarefas propostas, sinceridade,

imaginação, criatividade, cooperação com o grupo, expressão vocal, expressão

corporal, competência para planear e organizar tarefas de grupo, tendentes à

realização de unidades de trabalho ou projectos de aula.

Alguns alunos, devido a inibições e dificuldades de trabalhar em grupo, não

conseguem, numa primeira etapa, manifestar o seu envolvimento na dinâmica da

aula. No entanto através das reflexões escritas, que deverão fazer parte das

actividades da disciplina, torna-se possível ao professor perceber as interacções

que estão a decorrer entre os conteúdos da disciplina e o aluno. Trabalhos

desenvolvidos através de outros suportes expressivos, podem ser também

óptimos indicadores do envolvimento do aluno com a disciplina.

Áreas de avaliação

O professor, à medida que vai conhecendo a turma, torna-se capaz de identificar

áreas de crescimento individual que muitas vezes ocorrem como resultado do

trabalho desenvolvido sobre temas de interesse dos alunos. Frequentemente,

depois de “quebrado o gelo” assiste-se a uma maior capacidade e habilidade no

relacionamento com os colegas, a maiores capacidades para criar sentidos

quando improvisam, suspendem progressivamente o “desacreditar” e contribuem

com mais sugestões para o trabalho do grupo, negociando decisões com os

colegas

Page 16: Oficina de Teatro 3ciclo

15

As áreas de avaliação poderão ser enunciadas da seguinte forma:

1 – Trabalhar com os outros:

Capacidade de trabalhar com todos os elementos do grupo.

Capacidade de discordar e argumentar sem provocar desavenças.

2 – Discussão das propostas de trabalho:

Desenvolvimento das ideias de outros colegas.

Capacidade de escuta.

Capacidade de crítica construtiva.

3 – Trabalho Teatral: Envolvimento nas pesquisas necessárias para o desenvolvimento do trabalho

Leitura de textos indicados pelo professor, nomeadamente peças de teatro

relevantes e textos sobre a História do Teatro.

Comprometimento nos exercícios de expressão oral e corporal, improvisações,

trabalho sobre personagem, escrita de guiões, etc.

Responsabilização e envolvimento na realização e produção de projectos.

Comprometimento com as tarefas distribuídas e aceites, cumprindo os prazos

previstos.

Critérios de avaliação

A avaliação aplica-se na apreciação de um desenvolvimento expressivo e ocorre

no fim de uma unidade de trabalho. Fundamenta-se na observação directa de

comportamentos e atitudes. A criação de critérios torna-se inevitável uma vez que

se opera através de um sistema de objectivos e metas a alcançar, aplicados a um

conjunto de indivíduos todos diferentes. De acordo com a especificidade da

disciplina os critérios deverão ser estabelecidos no início do ano e manter-se

constantes.

Page 17: Oficina de Teatro 3ciclo

16

Podem ser baseados em:

1º Assiduidade e Pontualidade: o aluno não só está presente e disponível para

trabalhar até ao final da aula, como respeita a hora marcada para o seu início.

2º Respeito pelo espaço: O aluno respeita e preserva o mobiliário e o espaço da

Oficina de Teatro. Responsabiliza-se por manter a sala limpa e arrumada, após o

final de cada aula.

3º Respeito pelo equipamento: o aluno usa o equipamento segundo as

necessidades da sessão e volta a colocá-lo limpo, operacional e arrumado no seu

lugar.

4º Realização dos trabalhos da disciplina: o aluno realiza o trabalho no tempo

indicado e acordado pelos alunos e pelo professor. O trabalho deve também ser

avaliado do ponto de vista estilístico e gramatical, no caso de ser escrito.

5º Empenhamento e concentração no trabalho: O aluno segue as instruções,

faz ou realiza o que ele próprio se propõe. Trabalha de uma forma concentrada e

calma, tendo em vista a finalização da tarefa proposta.

Itens de avaliação

A avaliação, na Oficina de Teatro, refere-se ao desenvolvimento de um conjunto

de conhecimentos nos seguintes domínios.

1º Regras do jogo dramático: O aluno sabe o significado e pratica a improvisação,

a mímica e a expressão vocal e corporal.

Page 18: Oficina de Teatro 3ciclo

17

2º Operacionalização de conceitos: O aluno sabe o que significa - Qualidade

artística, sentido estético, símbolo, jogo teatral, situação dramática e tensão

dramática.

3º Técnico: O aluno domina e reconhece vocabulário da linguagem e da técnica

teatral. (códigos e convenções. Ex.: máscaras, guarda-roupa, efeitos de luz,

produção de climas e tensão dramática, através da utilização de banda sonora.

Vocabulário técnico aplicável ao cenário, ao sistema de luz ,à sonorização,

produção e promoção de um espectáculo, etc.).

4º Contexto: O aluno conhece e identifica elementos da história do teatro.

O aluno frequenta espectáculos de teatro e outros eventos performativos, visiona

documentários de produções artísticas.

Comentário final: A avaliação sumativa tende a revelar a superfície, as

demonstrações, os aspectos da forma artística, descurando por vezes a

experiência afectiva e socializadora inerente à Expressão Dramática e à prática

do Teatro. Contrariando essa tendência, o professor deverá reconhecer as

características da avaliação qualitativa, que no caso da Oficina de Teatro são: A

focagem numa forma diferente de produzir e adquirir conhecimento. O

envolvimento, a experiência pessoal são determinantes. Os acontecimentos,

pressupostos nos conteúdos, só ocorrem se tiverem sido experienciados pelos

alunos

O desenvolvimento da capacidade e da qualidade de reflexão podem e devem ser

avaliados qualitativamente.

Page 19: Oficina de Teatro 3ciclo

18

Dos recursos aconselháveis ao funcionamento da Oficina de Teatro O senso comum indica-nos facilmente algumas necessidades para o

desenvolvimento das actividades dramáticas, sendo assim poderemos listar

algumas prioridades:

Localização: O espaço da Oficina de Teatro deve estar localizado numa área

calma da escola para que os participantes se possam concentrar, factor essencial

para alcançar um clima propício à criatividade. Deverá ainda ter-se em conta a

sua localização de modo a não prejudicar o normal decurso das outras

actividades escolares.

Espaço e Mobiliário: deverá ser amplo, vazio, com algumas cadeiras e uma ou

duas mesas. Um conjunto de blocos de madeira sólidos, com formas e tamanhos

bem definidos que possam ser combinados de forma a criar diferentes áreas e

níveis de altura. Estes blocos permitem criar variados “cenários e atmosferas”.

Alguns tapetes são recomendáveis para o trabalho que é efectuado no chão,

especialmente no Inverno.

Seria desejável dispor de uma sala mais pequena para trabalho de pequenos

grupos, confecção de adereços, arranjo de roupas, reuniões de trabalho.

Materiais: Alguns metros de tecido de diferentes cores, alguma roupa antiga, em

bom estado e limpa, se possível de diferentes períodos históricos. Algumas

máscaras, alguns adereços e objectos que possam estimular a imaginação, o

“acreditar em” e “fazer acreditar em”.

Estes objectos devem ser fortes do ponto de vista simbólico, de forma a estimular

a criação de mais sentidos no imaginário e no corpo dos alunos participantes.

A imaginação alimenta-se da realidade e precisa de suportes nos quais possa

projectar a carga e o sentido simbólico.

Page 20: Oficina de Teatro 3ciclo

19

Equipamentos: Um sistema de som deverá ser considerado imprescindível no

desenvolvimento da actividade da Oficina de Teatro. É também aconselhável ter

algum equipamento de luz. Estes são meios expressivos utilizados no teatro para

produzir climas e criar pontos de partida para o jogo. Também a tensão

dramática, vive da utilização de pequenos efeitos audiovisuais aumentando assim

a expressividade e a comunicação.

Gestão Horária Aconselhável: 1 sessão de 90 minutos semanal durante um

semestre para o 7º e 8º Anos, já que um tempo (45 mins.) nos parece

manifestamente insuficiente para potenciar o desenvolvimento do trabalho nesta

área. No 9 º Ano prevêem-se 2 sessões semanais (90 + 45 mins.) durante todo o

ano lectivo.

Page 21: Oficina de Teatro 3ciclo

20

Orientações Curriculares para a Oficina de Teatro no 7º Ano - 3º ciclo do Ensino Básico

Enunciamos seguidamente os temas, objectivos e competências assim como

algumas sugestões metodológicas, respeitantes às Orientações Curriculares para

o 7º Ano. Tal como foi sendo justificado anteriormente a lógica de construção da

disciplina orienta-se pela consideração de 3 dimensões justapostas: sócio-

afectiva; integradora e estética, decorrendo deste facto a opção pela

apresentação proposta.

Também pelo facto de não considerarmos estanques e finalizadas as

apropriações e experiências realizadas sobre os vários domínios, mas antes

considerados numa perspectiva de recorrência, lembrando uma espiral de

consolidação de conhecimentos e competências básicas, não realizaremos a

apresentação das Orientações Curriculares sob a forma de planificação.

Reservamos igualmente ao professor da Oficina de Teatro a competência e

liberdade de as gerir adequadamente, tendo em conta o grupo particular de

alunos (níveis de desenvolvimento, motivações, experiências anteriores e

expectativas) e o contexto em que decorre a disciplina.

Page 22: Oficina de Teatro 3ciclo

21

Orientações Curriculares para a Oficina de Teatro no 7º Ano

DIMENSÃO SÓCIO-AFECTIVA

TEMAS

OBJECTIVOS

O indivíduo e o grupo Desenvolver uma relação de pertença e de autonomia no seio do grupo

Sensações e emoções

Desenvolver a aptidão para interiorizar sensações e emoções experimentadas no contacto com o meio, a fim de renovar a relação com o mundo e enriquecer a sua expressão

DIMENSÃO INTEGRADORA

TEMAS

OBJECTIVOS Corpo e voz

Tomar consciência do corpo, explorando as suas potencialidades no processo de expressão/comunicação Tomar consciência do corpo como emissor de som, explorando as suas potencialidades no processo de expressão/comunicação

Espaço

Tomar consciência do meio (espaço e objecto), explorando as suas potencialidades ao serviço da expressão/comunicação

Linguagem verbal e não-verbal

Tomar consciência das potencialidades da linguagem não-verbal e verbal no processo de expressão/comunicação

DIMENSÃO ESTÉTICA

TEMAS

OBJECTIVOS Apreciação e juízo crítico

Apreciar diferentes linguagens artísticas

Iniciar a compreensão das linguagens artísticas no seu contexto Reconhecer que a experiência artística pode ser simbolicamente representada

Page 23: Oficina de Teatro 3ciclo

22

DIMENSÃO SÓCIO-AFECTIVA

TEMA: O Indivíduo e o Grupo

1º Objectivo geral (que irá sendo desenvolvido durante todo o processo):

Desenvolver uma relação de pertença e de autonomia no seio do grupo

Competências ao nível de:

1.1. conhecimento de si próprio

1.2. conhecimento do outro

1.3. criação duma relação de grupo construída com base na:

• cumplicidade

• partilha

• respeito

• tolerância

• disponibilidade

• autonomia individual

Sugestões metodológicas

Realizar actividades, jogos e exercícios, em que o aluno possa:

- experimentar activamente com os outros elementos do grupo as noções de

confiança e inter-ajuda;

- partilhar com o grupo sensações, emoções e ideias nascidas ou expressas no

decorrer da actividade em grupo;

- escutar o outro e o grupo;

- argumentar e expor ideias ao grupo.

Page 24: Oficina de Teatro 3ciclo

23

Tema: SENSAÇÕES E EMOÇÕES

2º Objectivo geral (que irá sendo desenvolvido durante todo o processo):

Desenvolver a aptidão para interiorizar sensações e emoções experimentadas no contacto com o meio, a fim de renovar a relação com o mundo e enriquecer a sua expressão

Competências ao nível de:

2.1. percepção:

• auditiva

• visual

• olfactiva

• gustativa

• táctil

2.2. memória afectiva e sensorial

2.3. concentração

Sugestões metodológicas:

Realizar actividades em que o aluno possa:

- desenvolver a capacidade de percepção e exploração sensoriais;

- identificar as qualidades do meio no plano: sonoro, visual táctil, gustativo e

olfactivo;

- tomar consciência das suas sensações;

- reviver pela memória sensorial e afectiva, sensações e emoções ligadas a

experiências vividas.

Page 25: Oficina de Teatro 3ciclo

24

DIMENSÃO INTEGRADORA

Tema: CORPO E VOZ

3º Objectivo geral (que irá sendo desenvolvido durante todo o processo):

Tomar consciência do corpo, explorando as suas potencialidades no processo de expressão/comunicação

Competências ao nível de:

3.1. discriminação motora global e segmentada

3.2. coordenação e dissociação motoras

3.3. tensão/descontracção

3.4. imobilidade/mobilidade

3.5. equilíbrio

3.6. tipos de movimento

3.7. qualidades do movimento

Sugestões metodológicas

Realizar com os alunos:

- Exercícios de discriminação das diferentes partes do corpo, e da

autonomização dos movimentos.

- Exercícios de exploração de movimentos de expansão globais.

- Exercícios de exploração de movimentos elementares.

- Jogos de exploração da imobilidade em contraste com a mobilidade.

- Jogos utilizando diferentes ritmos corporais.

- Jogos utilizando as diferentes qualidades do movimento.

- Improvisação utilizando as diferentes possibilidades expressivas do corpo.

Page 26: Oficina de Teatro 3ciclo

25

4º Objectivo geral (que irá sendo desenvolvido durante todo o processo):

Tomar consciência do corpo como emissor de som, explorando as suas potencialidades no processo de expressão/comunicação

Competências ao nível de:

4.1. respiração

4.2. voz

4.3. corpo como produtor de som

4.4. silêncio/ emissão de som

4.5. produção e reprodução de som

Sugestões metodológicas

Realizar actividades que incluam:

- exercícios tendentes a compreender o funcionamento dos aparelhos

respiratório e vocal;

- exercícios de exploração das qualidades da emissão sonora;

- exercícios de exploração das modificações introduzidas na emissão;

sonora, por variações na altura, volume, ritmo, entoação e respiração

- jogos de exploração da produção de som com o corpo;

- jogos de exploração da produção de som com o corpo do outro.

Page 27: Oficina de Teatro 3ciclo

26

Tema: ESPAÇO

5º Objectivo geral (que irá sendo desenvolvido durante todo o processo):

Tomar consciência do meio (espaço e objecto), explorando as suas potencialidades ao serviço da expressão/comunicação

Competências ao nível de: 5.1. espaço:

• íntimo

• pessoal

• relacional

• social

5.2. deslocação e orientação no espaço

5.3. organização no espaço por diferentes níveis

Sugestões metodológicas:

Poder-se-ão desenvolver actividades que permitam ao aluno:

- distinguir entre espaço íntimo, pessoal, relacional e social;

- reconhecer e orientar-se no espaço em função de referências visuais, auditivas

e tácteis;

- explorar deslocações simples seguindo trajectos diferenciados;

- explorar mudanças de níveis e de planos simples, no espaço.

Page 28: Oficina de Teatro 3ciclo

27

Tema: LINGUAGEM VERBAL E NÃO-VERBAL

6º Objectivo geral (que irá sendo desenvolvido durante todo o processo):

Tomar consciência das potencialidades da linguagem não-verbal e verbal no processo de expressão/comunicação

Competências ao nível de:

6.1. linguagem não-verbal

6.2. linguagem verbal

Sugestões metodológicas:

Poder-se-ão desenvolver actividades que permitam ao aluno:

- explorar atitudes e movimento para exprimir sensações, emoções e ideias no

interior de situações de expressão individual, a pares e em grupo;

- reagir corporalmente de forma expressiva a estímulos exteriores (sons,

palavras e imagens);

- explorar as qualidades sonoras e semânticas das palavras e encadeamentos

de palavras, no interior de situações de expressão individual e comunicação a

pares ou em grupo;

- improvisar uma linguagem por onomatopeias;

- improvisar um diálogo com recurso ao uso enfático de uma série restrita de

palavras.

Page 29: Oficina de Teatro 3ciclo

28

DIMENSÃO ESTÉTICA

Tema : APRECIAÇÃO E JUÍZO CRÍTICO

7º Objectivo geral (que irá sendo trabalhado durante todo o processo):

Apreciar diferentes linguagens artísticas

Competências ao nível de:

8.1. apreciação estética

8.2. apreciação crítica

Sugestões metodológicas:

Poderão ser proporcionadas ao aluno oportunidades de: - ver obras e espectáculos que enfoquem na diversidade das linguagens

artísticas;

- ter experiências significativas que permitam perceber as especificidades das

linguagens artísticas;

- Emissão de opinião e apreciação crítica, utilizando códigos referenciais

relativos a descrição, análise, interpretação e juízo.

Page 30: Oficina de Teatro 3ciclo

29

8º Objectivo geral (que irá sendo trabalhado durante todo o processo):

Iniciar a compreensão das linguagens artísticas no seu contexto

Competências ao nível de:

9.1. Identificação genérica das grandes correntes artísticas

9.2. Situar geográfica, cultural e historicamente grandes mudanças na produção

artística

9.3. Apreciação de diferentes criações teatrais de diferentes estilos

Sugestões metodológicas:

Devem ser proporcionadas aos alunos oportunidades de:

- assistência a espectáculos teatrais;

- visionamento de documentários, exposições e filmes;

- relacionar com conhecimentos adquiridos noutras áreas curriculares;

- realizar pesquisa.

Page 31: Oficina de Teatro 3ciclo

30

9º Objectivo geral (que irá sendo trabalhado durante todo o processo):

Reconhecer que a experiência artística pode ser simbolicamente representada

Competências ao nível de:

10.1. Criação e valorização das práticas teatrais como arte

10.2. Modelação dos meios expressivos em formas simbólicas

Sugestões metodológicas:

Deverão ser proporcionadas aos alunos oportunidades:

- aprender e aplicar técnicas e materiais expressivos de forma a encontrar

soluções para a questão: como dar forma aos nossos impulsos expressivos

através de soluções artísticas?

Page 32: Oficina de Teatro 3ciclo

31

Orientações Curriculares para a Oficina de Teatro no 8º Ano - 3º ciclo do Ensino Básico

Enunciamos seguidamente os temas, objectivos e competências assim como

algumas sugestões metodológicas, respeitantes às Orientações Curriculares para

o 8º Ano. Tal como foi sendo justificado anteriormente a lógica de construção da

disciplina orienta-se pela consideração de 3 dimensões justapostas: sócio-

afectiva; integradora e estética, decorrendo deste facto a opção pela

apresentação proposta.

Também pelo facto de não considerarmos estanques e finalizadas as

apropriações e experiências realizadas sobre os vários domínios, mas antes

considerados numa perspectiva de recorrência, lembrando uma espiral de

consolidação de conhecimentos e competências básicas, não realizaremos a

apresentação das Orientações Curriculares sob a forma de planificação.

Reservamos igualmente ao professor da Oficina de Teatro a competência e

liberdade de as gerir adequadamente, tendo em conta o grupo particular de

alunos (níveis de desenvolvimento, motivações, experiências anteriores e

expectativas) e o contexto em que decorre a disciplina.

Page 33: Oficina de Teatro 3ciclo

32

Orientações Curriculares para a Oficina de Teatro no 8º Ano

DIMENSÃO SÓCIO-AFECTIVA

TEMAS

OBJECTIVOS

Dinâmica do grupo Aprofundar a dinâmica do grupo

Dinâmica individual

Desenvolver as capacidades expressivas do corpo e da voz

DIMENSÃO INTEGRADORA

TEMAS

OBJECTIVOS

Espaço Explorar diferentes formas de relacionamento com o espaço

Objecto teatral

Explorar diferentes formas de relacionamento com o objecto

Improvisação /Dramatização

Aprofundar a improvisação e a dramatização

DIMENSÃO ESTÉTICA

TEMAS

OBJECTIVOS Apreciação e juízo crítico

Reconhecer diferentes linguagens artísticas

Page 34: Oficina de Teatro 3ciclo

33

DIMENSÃO SÓCIO-AFECTIVA

Tema : DINÂMICA DO GRUPO

1º Objectivo geral (que irá sendo trabalhado durante todo o processo):

Aprofundar a dinâmica do grupo

Competências ao nível de:

1.1. Reconhecimento da nova realidade do grupo

1.2. Comunicação com o outro e com o grupo

1.3. Argumentação e negociação dos vários pontos de vista no seio do grupo

Sugestões metodológicas:

Realizar actividades, jogos e exercícios em que o aluno possa:

- partilhar com o grupo sensações, emoções e ideias nascidas ou expressas no

decorrer da actividade em grupo;

- reflectir oral e colectivamente no final da sessão ou após alguns exercícios em

concreto;

- definir e incorporar as regras gerais de comunicação e interacção com o outro;

- actualizar o conhecimento do grupo.

Page 35: Oficina de Teatro 3ciclo

34

Tema : DINÂMICA INDIVIDUAL

2º Objectivo geral (que irá sendo trabalhado durante todo o processo):

Desenvolver as capacidades expressivas do corpo e da voz

Competências ao nível de:

2.1. Capacidade de auto-observação

2.2. Avaliação da auto-imagem, da imagem devolvida pelo outro e das imagens

estereotipadas do indivíduo

2.3. Concentração e focalização

2.4. Capacidade de dar expressão à memória sensorial e afectiva

2.5. O corpo com o corpo do outro

2.6. O corpo enérgico e em movimento

2.7. O corpo gerador de gesto e mímica

2.8. Exercitar as capacidades expressivas ao nível da respiração, colocação e

projecção de voz, dicção e interpretação

Sugestões metodológicas:

Promover actividades que permitam ao aluno:

- realizar, partilhar e reflectir sobre registos gráficos do corpo (caricaturas,

silhuetas, representações simbólicas…);

- mobilizar a sua experiência afectiva e sensorial na construção de pequenas

cenas;

- canalizar de uma forma criativa a sua energia através do movimento;

- explorar a respiração abdominal, torácica e mista;

- explorar de forma criativa a colocação de voz abdominal, torácica e occipital;

- explorar atitudes corporais provenientes da observação, análise e crítica da

realidade quotidiana;

- Criar pequenas cenas baseadas na gestualidade;

- Realização de pequenos filmes mudos em vídeo.

Page 36: Oficina de Teatro 3ciclo

35

DIMENSÃO INTEGRADORA

Tema : ESPAÇO

3º Objectivo geral (que irá sendo trabalhado durante todo o processo):

Explorar diferentes formas de relacionamento com o espaço

Competências ao nível de:

3.1. Intervenção no(s) espaço(s)

3.2. Interacção com diferentes espaços

3.3. Criação de espaço através do som e/ou da luz

3.4. Criação de espaços teatrais

Sugestões metodológicas:

Promover actividades que permitam ao aluno:

- recriar o espaço de sala de aula;

- criar cenas sugeridas por elementos espaciais;

- explorar espaços exteriores à sala de aula;

- explorar as potencialidades do som e da luz na criação de espaços e

ambientes cénicos;

- criar novos espaços através da utilização de cenários, biombos, diferentes

níveis, etc.;

- jogar com as diferentes hipóteses de relação cena/público na criação de

espaços teatrais.

Page 37: Oficina de Teatro 3ciclo

36

Tema : OBJECTO TEATRAL

4º Objectivo geral (que irá sendo trabalhado durante todo o processo):

Explorar diferentes formas de relacionamento com o objecto

Competências ao nível de:

4.1. Objecto como extensão do corpo

4.2. Objecto como elemento simbólico

4.3. Objectos animados

4.4. Sensibilização às possibilidades expressivas do uso das máscaras,

fantoches, marionetas e teatro de sombras

Sugestões metodológicas: Promover actividades que permitam ao aluno:

- transformar objectos do quotidiano em objectos teatrais;

- utilizar objectos como forma de ampliar o movimento do corpo;

- transferir para o objecto a expressividade do corpo;

- descodificar e/ou atribuir simbologias e significados ao objecto;

- criar variadas personagens a partir de uma máscara ou de uma marioneta

neutra;

- construir diferentes tipos de máscaras, fantoches e sombras chinesas

(possibilidade de articulação com as áreas de Educação Visual e/ou Educação

Tecnológica);

- criar e partilhar histórias através da manipulação de objectos.

Page 38: Oficina de Teatro 3ciclo

37

Tema : IMPROVISAÇÃO/DRAMATIZAÇÃO

5º Objectivo geral (que irá sendo trabalhado durante todo o processo):

Aprofundar a improvisação e dramatização

Competências ao nível de:

5.1. Interiorização das regras subjacentes ao jogo dramático

5.2. Articulação com noções de espaço, tempo, personagem, conflito e acção

5.3. Aprofundamento da construção de personagem, partindo de abordagens

diferenciadas

5.4. Passagem do plano narrativo ao plano dramático

5.5. Recurso à escrita para construção de cenas

Sugestões metodológicas: Promover actividades que permitam ao aluno:

- experimentar a construção de personagem a partir da elaboração de fichas de

personagem, da visualização de um quadro, da observação de pessoas na

rua, da observação de animais, etc.;

- explorar as noções de acção e conflito dramático através da construção de

pequenas cenas;

- elaborar e registar pequenos textos a partir de sequências de imagens, de

sons, de palavras, etc.;

- criar e interpretar pequenos diálogos;

- escrever pequenos guiões para serem registados em vídeo.

Page 39: Oficina de Teatro 3ciclo

38

DIMENSÃO ESTÉTICA

Tema : APRECIAÇÃO E JUÍZO CRÍTICO

6º Objectivo geral (que irá sendo trabalhado durante todo o processo):

Reconhecer diferentes linguagens artísticas

Competências ao nível de: 6.1. Desenvolvimento do sentido de apreciação estética do mundo

6.2. Valorização do património cultural na sua vertente performativa

6.3. Distinção das especificidades das diferentes linguagens artísticas

6.4. Compreensão da especificidade da linguagem teatral

Sugestões metodológicas: Promover actividades que permitam ao aluno:

- reflectir oralmente, ou através da escrita, sobre o trabalho prático

desenvolvido;

- ver e reflectir sobre obras e espectáculos que revelem a diversidade das

linguagens artísticas, a especificidade da linguagem teatral e as manifestações

performativas do património cultural;

- relacionar obras e espectáculos vistos com conhecimentos adquiridos noutras

áreas curriculares;

- realizar pesquisa em grupo.

Page 40: Oficina de Teatro 3ciclo

39

Orientações Curriculares para a Oficina de Teatro no 9º Ano - 3º ciclo do Ensino Básico

Enunciamos seguidamente os temas, objectivos e competências assim como

algumas sugestões metodológicas, respeitantes às Orientações Curriculares para

o 9º Ano. Tal como foi sendo justificado anteriormente a lógica de construção da

disciplina orienta-se pela consideração de 3 dimensões justapostas: sócio-

afectiva; integradora e estética, decorrendo deste facto a opção pela

apresentação proposta.

Também pelo facto de não considerarmos estanques e finalizadas as

apropriações e experiências realizadas sobre os vários domínios, mas antes

considerados numa perspectiva de recorrência, lembrando uma espiral de

consolidação de conhecimentos e competências básicas, não realizaremos a

apresentação das Orientações Curriculares sob a forma de planificação.

Reservamos igualmente ao professor da Oficina de Teatro a competência e

liberdade de as gerir adequadamente, tendo em conta o grupo particular de

alunos (níveis de desenvolvimento, motivações, experiências anteriores e

expectativas) e o contexto em que decorre a disciplina.

Page 41: Oficina de Teatro 3ciclo

40

Orientações Curriculares para a Oficina de Teatro no 9º Ano

DIMENSÃO SÓCIO-AFECTIVA

TEMAS

OBJECTIVOS Consolidação do grupo de trabalho

Gerir a individualidade no grupo

DIMENSÃO INTEGRADORA

TEMAS

OBJECTIVOS Escrita criativa

Exprimir-se criativamente pela produção escrita

Literatura dramática

Apreciar e reconhecer literatura dramática

Projecto performativo

Construir e apresentar um objecto performativo

DIMENSÃO ESTÉTICA

TEMAS

OBJECTIVOS Apreciação de formas performativas

Ampliar referências e reconhecer especificidades das artes performativas

Análise e juízo crítico

Analisar e criticar diferentes produções artísticas

Page 42: Oficina de Teatro 3ciclo

41

DIMENSÃO SÓCIO-AFECTIVA

Tema : CONSOLIDAÇÃO DO GRUPO DE TRABALHO

1º Objectivo geral (que irá sendo trabalhado durante todo o processo):

Gerir a individualidade no grupo

Competências ao nível de:

1.1 . Reconhecimento e afirmação individual

1.2 . Reconhecimento e aceitação como membro do grupo

1.3 . Responsabilização individual e colectiva

1.4 . Capacidade de negociação e aceitação das decisões do grupo

1.5 . Gestão de tarefas individuais negociadas no grupo

Sugestões metodológicas: Promover actividades que permitam ao aluno:

- exprimir-se individualmente face ao grupo;

- contribuir para a expressividade de um colectivo;

- adoptar e fazer respeitar as regras negociadas em grupo;

- responsabilizar-se por tarefas que lhe foram atribuídas;

- respeitar os prazos para a concretização dos projectos do grupo;

- respeitar e valorizar as opções de exposição/expressão individuais

(ter uma especial atenção na criação de um clima de respeito mútuo

relativamente à exposição individual, ou de pequenos grupos, quando ocorrem

manifestações de valores, atitudes, crenças ou outros aspectos de natureza

mais íntima no processo criativo).

Page 43: Oficina de Teatro 3ciclo

42

DIMENSÃO INTEGRADORA

Tema : ESCRITA CRIATIVA

2º Objectivo geral (que irá sendo trabalhado durante todo o processo):

Exprimir-se criativamente pela produção escrita

Competências ao nível de:

2.1. Capacidade de exprimir por escrito ideias, emoções e sentimentos

2.2. Descoberta de um estilo pessoal

2.3. Mobilização activa da imaginação e criatividade

2.4. Identificação de técnicas propiciadoras do desenvolvimento da produção

escrita

2.5. Capacidade de produzir pequenos textos ficcionados

Sugestões metodológicas: Promover actividades que permitam ao aluno:

- experimentar a escrita num clima de liberdade e espontaneidade, através de

jogos e exercícios de escrita automática e criação colectiva;

- exprimir por escrito sentimentos, emoções e ideias sem constrangimentos;

- produzir texto a partir de: improvisações realizadas nas aulas; temas de

interesse do grupo; informação recolhida nos media; imagens; sons/músicas;

- elaborar slogans e cartazes: a produção escrita com função comunicacional;

- criar textos e diálogos para dramatizações.

Page 44: Oficina de Teatro 3ciclo

43

Tema : LITERATURA DRAMÁTICA

3º Objectivo geral (que irá sendo trabalhado durante todo o processo):

Apreciar e reconhecer literatura dramática

Competências ao nível de:

3.1. Reconhecimento e identificação de literatura dramática

3.2. Sensibilização para diferentes estilos e géneros da literatura dramática

3.3. Identificação de temáticas universais e intemporais nalgumas obras de

literatura dramática

3.4. Identificação de alguns autores dramáticos de reconhecido valor

3.5. Sensibilização à literatura dramática contemporânea

3.6. Aproximação dramatúrgica

Sugestões metodológicas: Promover actividades que permitam ao aluno:

- pesquisar e explorar obras de referência da literatura dramática mundial;

- pesquisar e explorar autores e obras da literatura dramática nacional;

- pesquisar e explorar, na literatura dramática, temáticas de especial interesse

para os jovens nesta fase de desenvolvimento, como por exemplo: relações

familiares; diálogo intergeracional; iniciação amorosa; situações de conflito

e/ou exclusão social; “o grupo de amigos”; as viagens e a aventura; ...

Page 45: Oficina de Teatro 3ciclo

44

Tema : PROJECTO PERFORMATIVO

4º Objectivo geral (que irá sendo trabalhado durante todo o processo):

Construir e apresentar um objecto performativo

Competências ao nível de: 4.1. Articulação das aprendizagens realizadas

4.2. Definição colectiva de projecto

4.3. Capacidade de seleccionar as melhores respostas

4.4. Planificação

4.5. Capacidade de apuramento de propostas

4.6. Capacidade de responsabilização e concretização

Dada a especificidade deste tema que de certeza mobilizará muito do tempo

lectivo consignado na disciplina, merece uma atenção especial o

desenvolvimento do trabalho ao nível da construção, produção e apresentação

de um exercício performativo por parte do grupo. Não nos podemos esquecer,

no entanto que neste contexto a expressão dramática além da dimensão

performativa que lhe é conferida, é essencialmente comunicativa.

Como já salientámos espera-se que os alunos mobilizem, integrem e apliquem os

conhecimentos, técnicas e formas de expressão, desenvolvidos ao longo dos 3

anos da Oficina, baseados sobretudo na exploração e vivência prática de formas

expressivas individuais e de grupo. Pretende-se igualmente que o

desenvolvimento do processo de criação de um objecto dramático revele uma

Page 46: Oficina de Teatro 3ciclo

45

certa capacidade de autonomização do seu trabalho, limitando-se o professor a

guiar, sugerir e a moderar o desenvolvimento do trabalho.

Por se tratar de uma actividade, de todo prescritiva, dada a diversidade dos

contextos institucionais, locais e grupais, optámos por não apresentar sugestões

metodológicas listadas, que mesmo entendendo-se como possibilidades e

exemplos, podiam incorrer num certo risco normativo.

Assim sendo, por se tratar de uma actividade de duração variável, directamente

ligada aos interesses revelados no grupo e de acordo com o crescimento,

motivação e ritmo de trabalho do grupo de alunos, dever-se-á ter sobretudo em

conta a criação de um ambiente facilitador da criatividade e na mobilização de

recursos materiais e espaços disponíveis na escola para a sua concretização.

Se bem que, neste nível de desenvolvimento dos jovens adolescentes, ainda seja

muito necessária a presença e ajuda cúmplice do professor, é também importante

que esta actividade seja encarada como um contributo para a sua autonomia e

responsabilização. Assim deverão ser estimuladas as capacidades de eleger,

seleccionar, negociar, criar, analisar e reflectir, aparecendo estas como uma

constante de todo o processo, o que, aliás, se coaduna com os princípios gerais

desta disciplina que privilegia os aspectos processuais.

Como última nota, não nos parece pertinente, no contexto desta disciplina, que

este projecto performativo se possa traduzir quão somente na apresentação de

uma peça encenada pelo professor.

Page 47: Oficina de Teatro 3ciclo

46

DIMENSÃO ESTÉTICA

Tema : APRECIAÇÃO DE FORMAS PERFORMATIVAS

5º Objectivo geral (que irá sendo trabalhado durante todo o processo):

Ampliar referências e reconhecer as especificidades das artes performativas

Competências ao nível de:

5.1. Aproximação à definição de teatralidade

5.2. Sensibilização para diferentes estilos, géneros e formas performativas

5.3. Experimentação expressiva de diferentes estilos, géneros e formas

performativas

5.4. Experimentação técnica (luz, som, espaço, objecto)

Sugestões metodológicas:

Promover actividades que permitam ao aluno:

- compreender as especificidades e diferenças na abordagem dos códigos

teatrais;

- experimentar convenções ligadas a técnicas específicas como a máscara e

clown;

- experimentar e aplicar soluções simples de sonoplastia e luminotecnia com

graus variáveis de aprofundamento, dependendo dos equipamentos

disponíveis;

- realizar objectos cenográficos e adereços simples;

- experimentar técnicas simples de maquilhagem;

- executar figurinos simples apoiados na pesquisa e reflexão.

Page 48: Oficina de Teatro 3ciclo

47

Tema : ANÁLISE E JUÍZO CRÍTICO

6º Objectivo geral (que irá sendo trabalhado durante todo o processo):

Analisar e criticar diferentes produções artísticas

Competências ao nível de: 6.1. Desenvolvimento do sentido de apreciação e fruição estética do mundo

6.2. Análise de espectáculos performativos e de diversas produções artísticas

6.3. Apuramento do sentido crítico e autocrítico

6.4. Conhecimento e interpretação dos processos de criação

Sugestões metodológicas: Promover actividades que permitam ao aluno:

- emitir opinião e apreciação crítica, utilizando códigos referenciais relativos à

descrição, análise, interpretação e juízo;

- autonomizar-se na selecção e escolha de produções e obras;

- tomar consciência (pelo fazer prático) dos processos e fases de criação.

Page 49: Oficina de Teatro 3ciclo

48

Bibliografia

Sugestões bibliográficas sobre Expressão Dramática

Exercícios e actividades práticas:

BARRET, G. & LANDIER, J-C. (1994), Expressão Dramática e Teatro, Porto. Edições Asa..

BEJA, F., TOPA, J. & MADUREIRA, C. (1993), Drama, pois!, Porto: Porto Editora. CERVERA, J. (1991), Como practicar la dramatización con niños de 4 a 14 años,

Bogotá: Editorial Cincel Kapelusz. COSTA, I. & BAGANHA, F. (1986), Eu era a mãe – perspectivas psico-

pedagógicas de expressão dramática, Lisboa: ed. D.G.E.B. – Ministério da Educação.

COSTA, I. & BAGANHA, F. (1989), O fantoche que ajuda a crescer, Porto: Edições

ASA. BRANDES, D. & PHILLIPS, H.(1977), Manual de Jogos Educativos, Lisboa; Moraes

Editores. GAULME, J. (1978), Maquillage de Théâtre, Paris; Editions Magnard. MCCAFFEREY, M. (1993), Directing a Play; London; Phaidon Press. MIRAVALLES, L. (1990), Iniciación al Teatro, Teoria y Práctica, Valladolid; Ed.

Provincial Diputación Provincial de Valladolid. NOVELLY, M. (1994), Jogos Teatrais, São Paulo; Papirus Editora. WIERTSEMA, H. (1993), 100 Jogos de Movimento, Porto; Edições ASA. WOODCRAFT FOLK (the) , (1998), Jogos de cooperação, Lisboa; Associação para

a Promoção Cultural da Criança.

Page 50: Oficina de Teatro 3ciclo

49

Teorias e métodos: AMORIM, T. (1995), Encontros de teatro na escola, história de um movimento,

Porto; Porto Editora, Col. Mundo dos Saberes. BARATA, J. (1979), Didáctica do Teatro, Coimbra; Livraria Almedina. BRENNAN, R. (1994), A Técnica Alexander, Lisboa; Editorial Estampa. CHEKHOV, M. 1996, (1ª ed. 1986), Para o Actor, São Paulo; Ed. Martins Fontes. GÓMEZ, J., CARIDE, A., MARTINS, J., VIEITES, M. (2000), Animação teatral, teoria

e prática, Porto; Campo das Letras. GOOCH, S. (1998), Eu Escrevo Peças de Teatro, Lisboa; Ed. Pergaminho. JOHNSTONE, K. 1993, (1º ed. 1979), Impro, Improvisation and the Theatre,

London; Methuen Drama. ROUBINE, J-J, 1995 (1ª ed. 1985), A Arte do Actor, Rio de Janeiro; Jorge Zahar

Editor. RYNGAERT, J-P. (1992), Introdução à análise do teatro, Porto; Edições Asa. RYNGAERT, J-P. (1981), O Jogo Dramático no Meio Escolar, Coimbra; Centelha. WAGNER, F. (1979), Teoria e Técnica Teatral, Coimbra; Livraria Almedina.

Page 51: Oficina de Teatro 3ciclo

50

Bibliografia de apoio à criação das Orientações Curriculares da Disciplina de Oficina de Teatro do 3º ciclo do Ensino Básico

BARRET, G. (1993), Para uma definição de expressão dramática. Dossier Teatro e Expressão Dramática – Os Desafios da Educação e as Respostas do Teatro – Projecto Nacional de Formação Foco. Ed. Associação Portuguesa de Expressão Dramática/Escola Superior de Educação de Setúbal/Universidade de Aveiro, pp.19-29.

BENTIVOGLIO, L. (1994), O teatro de Pina Bausch, Lisboa: ed. Acarte – Fundação Calouste Gulbenkian.

BERCEBAL, F. (1995), Drama, un estadio intermedio entre juego y teatro, Ciudad

Real: Naque Editora.

BERCEBAL, F. (1999), Un taller de Drama, Ciudad Real: Naque Editora.

BERCEBAL, F.; PRADO, D.; LAFERRIÈRE, G. & MOTOS, T. (2000), Sessiones de trabajo con los pedagogos de hoy, Ciudad Real: Naque Editora.

BEST, D. (1992), The Rationality of Feeling, London: the Falmer Press.

BOAL, A. (1990), Méthode Boal de Théatre et Therapie – L’arc-en-ciel du désir,

Paris: Editions Ramsay. BOLTON, G. (1998), Acting in classroom: A critical analysis drama, Staffordshire;

Trentham books Lda. BOLTON, G. (1992), New perspectives on classroom drama, Hempstead: Simon &

Schuster Education. BROOK, P. (1993), O diabo é o aborrecimento, Porto: Edições ASA. CABRAL, B. et al. (1999), Ensino do Teatro: Experiências Interculturais,

Florianópolis: Imprensa Universitária. CAUNE, J. (1981), La dramatisation; Une méthode et des techniques

d’expression et de communication par le corps, Louvain-la-Neuve: Éditions des Cahiers théâtre Louvain.

COURTNEY, R. (1974), Play, Drama and Thought, London; Cassel. FROEBEL, F. (1903) The Education of Man, London: ed. Edward Arnold.

HEATHCOTE, D. (1980), Drama as Context, Aberdeen: National Association for the

Teaching of English – Aberdeen University Press.

Page 52: Oficina de Teatro 3ciclo

51

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Equipa de Trabalho:

Isabel Bezelga (Coordenadora)

Júlia Correia

Sandra Machado

Margarida Tavares