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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · Este trabalho tem como objetivo aplicar a ginástica aeróbica na escola para que os alunos conheçam esta modalidade e os benefícios

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

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A Ginástica Aeróbica como Conteúdo Possível nas Aulas de

Educação Física

Sousa, Luciana Dias Santos1

Medina-Papst, Josiane2

RESUMO

A ginástica aeróbica é uma modalidade esportiva de competição que trabalha os mais diversos movimentos gímnicos, através de pequenas coreografias e ritmos variados. Este trabalho tem como objetivo aplicar a ginástica aeróbica na escola para que os alunos conheçam esta modalidade e os benefícios que ela pode proporcionar. Deve-se destacar também como é possível sua prática no âmbito escolar e que este conteúdo faz parte das aulas de Educação Física, pois está presente nos documentos oficiais da escola. A aplicação deste projeto pode proporcionar ao aluno momentos de reflexão e estudos referentes à prática da ginástica aeróbica na escola, conhecendo suas características e benefícios. Após o estudo e as discussões sobre o tema os alunos criaram pequenas coreografias em grupos e apresentaram à turma.

Palavras Chave: Escola; Aluno; Ginástica; Competição.

Introdução

O artigo apresenta-se como parte integrante do Programa de

Desenvolvimento Educacional - PDE, da Secretaria de Estado da Educação do

Paraná. Nesse estudo, pretende-se destacar o conteúdo estruturante da

ginástica, pois se observa a dificuldade da aplicação desse conteúdo na

escola. Sendo assim, esse trabalho teve o propósito de estudar e propor

estratégias para o desenvolvimento da ginástica aeróbica esportiva (GAE) no

ambiente escolar, com o objetivo de aplicar a GAE na escola através de

atividades pedagógicas práticas e teóricas para que os alunos tenham mais

contato com a modalidade.

1Professora do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE.

2Profª. Dra. Josiane Medina Papst.Departamento de Educação Física e Esporte. Universidade

Estadual de Londrina Grupos de Estudos e Pesquisa em Desenvolvimento e Aprendizagem

motora/GEPEDAM.

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A GAE é uma modalidade de competição que trabalha os mais variados

movimentos gímnicos, em pequenas coreografias com músicas e ritmos

variados, empolgantes e animados. Ela é dividida em categorias individual,

dupla, trio e conjunto. É de fácil aplicação, não exige espaços amplos ou

específicos, utilizam-se de música, movimentos básicos e que trazem

elementos de outras modalidades da ginástica. Tendo em vista estas

características acredita-se que a aplicação dessa modalidade na escola

proporcione aprendizagem de cunho pedagógico de um conteúdo diferenciado

e motivador aos alunos.

Inicialmente realizou-se uma avaliação diagnóstica do conhecimento dos

alunos a respeito da ginástica. Depois da implementação foi aplicado

novamente o instrumento de avaliação e verificou a compreensão dos alunos

em relação ao conteúdo trabalhado. Vamos ver esses resultados em formas de

gráficos, tabelas e discussões a respeitos das atividades desenvolvidas.

1. EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA

A ginástica no contexto escolar foi historicamente construída a partir de

determinados modelos, principalmente seguindo as escolas de ginásticas da

Europa. É neste momento que surge a Educação Física, o maior instrumento

de institucionalização da educação do corpo, através de seus ideais eugênicos,

higiênicos e de saúde (DARIDO, 2003 citado por NETTO, 2005).

De acordo com Saba (2008), a ginástica surge na Grécia Antiga para

designar exercícios físicos. O termo vem do grego gymnos, que significa a arte

ou ato de exercitar o corpo para fortificá-lo e dar-lhe agilidade. Para os gregos

a ginástica significava a prática de exercícios físicos, como: corridas, saltos,

lutas, e etc., que são os exercícios realizados nos dias de hoje. Sua origem é

anterior ao século XIX e se confunde com a história do homem, pois o exercício

físico vem da pré-história, se afirma na antiguidade, passa pela idade média,

fundamenta-se na idade moderna e se sistematiza na idade contemporânea

(OLIVEIRA, 2007).

A ginástica contemporânea é construída a partir de modelos dos

métodos europeus no século XIX que englobou as Escolas Alemã,

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Dinamarquesa, Sueca, Francesa e Inglesa (DCE, 2008). A partir do século XX,

a ginástica passou a ter características esportivas, com grande influência

inglesa. A Inglaterra foi precursora de imprimir o caráter competitivo às várias

manifestações corporais. Neste sentido, a ginástica esporte passou a ocupar

grande espaço nas competições e resultados, buscando o adestramento,

mecanização dos movimentos, do individualismo, e padronização da cultura

corporal.

Da mesma forma, percebem-se que a Educação Física está ligada aos

fatos ocorridos na sociedade, desde a massificação do pensamento e a

manipulação de valores, determinados por uma classe social dominante. Na

Europa, no século XIX, foi à época em que os conceitos sobre o corpo foram

elaborados e utilizados na força do trabalho (PALMA, OLIVEIRA E PALMA,

2008).

Segundo Gallardo (1997, p.16), no final do século XIX e inicio do

século XX, a sociedade brasileira passa por transformação, de uma formação

social escravista, para uma formação social capitalista. Essa mudança tornou-

se necessária, pois buscou o individuo forte, saudável, indispensável à

implementação do processo de desenvolvimento do país. As práticas corporais

tiveram influência através dos conhecimentos médicos e da instituição militar,

que utilizou do método ginástico europeu, em que os exercícios eram

essencialmente militares, como meio para atingir os objetivos pretendidos.

Então, a prática corporal surgiu com o objetivo de desenvolver através dos

exercícios físicos, a saúde, a formação moral do cidadão, suas capacidades

físicas, como força, a destreza, agilidade e a resistência (COLETIVO DE

AUTORES, 2008).

No Brasil, a Educação Física chega às escolas em 1851 com a reforma

Couto Ferraz (NETTO, 2005 citado por DARIDO, 2003). Teve como conteúdo

específico o Método de Ginástica Alemão. Autores afirmam que a Educação

Física se consolida através do método de ginástica na escola a partir de Rui

Barbosa, com a reforma de 1882, instituindo o método de ginástica sueco,

fazendo com que fosse obrigatório para ambos os sexos e oferecido nas

escolas normais.

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A Educação Física tornou-se obrigatória a partir de 1929 nas

instituições escolares, para crianças a partir de seis anos de idade, praticada

por meninos e meninas, através de um anteprojeto que foi publicado pelo então

Ministro da Guerra, General Nestor Sezefredo (DCE, 2008). Foi proposta

também a criação do Conselho Superior de Educação Física para que pudesse

dar suporte de apoio às atividades referentes à Educação Física e Desporto,

junto à elaboração do método Nacional de Educação Física (DCE, 2008 citado

por LENDRO, 2002).

A partir de 1940, o movimento esportivo passou a influenciar o ensino

da Educação Física, e houve certo empenho para que ela fizesse parte do

currículo escolar. A partir desse contexto, as aulas de Educação Física

assumiram como conteúdo o esporte de rendimento e competitivo, em que

predominou a formação de atletas, pois na escola seria a descoberta dos

talentos esportivos (DCE 2008, p.39). De acordo com Gallardo (1997), foi

também neste período, no final dos anos 70 e início dos 80, que se destacou a

psicomotricidade, que se preocupava com o desenvolvimento cognitivo e motor

das crianças. Assim, em uma nova tendência, a educação do movimento

passou a ser considerada a educação pelo movimento. Acreditava-se que a

psicomotricidade deveria ser pré-requisito para adquirir os conteúdos

cognitivos, através da coordenação motora, equilíbrio, lateralidade,

organização espaço-temporal e esquema corporal, e que a sua prática

melhoraria a qualidade do movimento.

A respeito da Educação Física na escola, a Diretriz Curricular do

Paraná (2008) apresenta que a Lei n°5692/71, por meio do seu artigo 7° e pelo

Decreto n°69450/71, manteve o caráter obrigatório da disciplina de Educação

Física nas escolas, passando a ter uma legislação específica e sendo integrada

como atividade escolar regular e obrigatória no currículo de todos os cursos e

níveis dos sistemas de ensino. Então, a Educação Física era reconhecida

como “área de atividades”, com o objetivo de desenvolver forças físicas,

morais, cívicas, psíquicas e sociais o aluno. Depois de algum tempo, a

Educação Física é reconhecida legalmente como disciplina que compõe a

Educação Básica, fato que veio com a publicação da Lei de Diretrizes e Bases

da Educação Nacional (LDB, 1996).

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Atualmente, a Educação Física está presente na Legislação no

parágrafo 3°, do Artigo 26, da LDB n°9394/96, modificado pelas Leis 10.328 e

10.793, onde consta expresso que “a Educação Física, integrada à proposta

pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório da educação

Básica” (PALMA, OLIVEIRA, PALMA, 2008).

Conforme a LDB (1996, p.21), a prática da Educação Física na escola

é facultativa ao aluno que:

“I - cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; II - maior de trinta anos de idade; III- que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à prática da educação física; IV- amparado pelo Decreto- Lei n°1.044, de 21de outubro de 1969; V- que tenha prole”.

A partir dessa Lei a Educação Física está presente na Matriz Curricular

na Base Nacional Comum e em todas as escolas do Paraná. Em 1996, surgem

os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), e já em 2006, o Estado do

Paraná organizou de forma coletiva com seus professores as Diretrizes

Curriculares Estaduais (DCEs), onde cada disciplina ou área possui a sua

Diretriz Curricular específica.

Nesta Diretriz o conteúdo da Educação Física define-se como: Jogos,

Esportes, Lutas, Dança e Ginástica. Então, a Educação Física está presente na

escola como disciplina do currículo e deve estar articulada com os objetivos da

escola, principalmente com o Projeto Político Pedagógico, preocupada também

em transmitir conhecimento da cultura corporal, que é próprio da área (PALMA,

OLIVEIRA, PALMA, 2008, p.31).

Entre esses conteúdos citados, pode-se observar no decorrer da

história que por um bom tempo o esporte foi o mais utilizado na escola. Hoje,

diferentes autores como: Barreto (2004), Brecht (1992), Gebara (2002), e o

documento oficial que rege o trabalho escolar (DCE, 2008) propõem como

objeto de estudo da Educação Física a cultura corporal.

Para Betti (1999), ainda as outras modalidades raramente são vistas na

prática pedagógica, pois a escola assumiu o ensino do esporte como se fosse

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à única estratégia para a prática corporal. Esse fato tem razões históricas,

como demonstradas anteriormente. Após tantas discussões pela qual a

Educação Física passou, nos dias de hoje a prática na “escola assume um

papel de construção de uma cultura reflexiva, e não mais a prática pela prática,

o movimento pelo movimento, separando aptos dos inaptos” (MOREIRA, 2009,

p.96). A Educação Física não está preocupada com o rendimento e nem a

busca pela perfeição do movimento, mas um pensar sobre ele.

Partindo dessas reflexões, a Ginástica como conteúdo das aulas de

Educação Física mostra as possibilidades do trabalho corporal para

desenvolver a formação integral do aluno, tanto nos aspectos, motor, cognitivo,

sócio-afetivo e cultural.

Ayuob (2003) cita que surgiram diferentes tipos de ginástica, e existem

ligações com exigências da esportivização e com as pressões da indústria do

lazer. Assim, ela vem para reforçar os estereótipos de corpo presentes na

atualidade. Nas Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (2008, p.67) diz

que: “espera-se que os alunos tenham subsídios para questionar os padrões

estéticos, a busca exacerbada pelo culto ao corpo e aos exercícios físicos,bem

como os modismos que atualmente se fazem presentes nas diversas práticas

corporais,inclusive na ginástica”. Através dos conhecimentos vindos da escola,

espera-se conseguir transmitir aos alunos e conscientizá-los a respeito do que

a mídia e a sociedade impõem a respeito do corpo, e que ele tenha condições

de fazer suas escolhas.

Segundo a Federação Internacional de Ginástica (FIG), são sete as

modalidades de ginástica vinculadas a Federação: Ginástica Artística;

Ginástica Feminina; Ginástica Artística Masculina; Ginástica Rítmica, Ginástica

Aeróbica Esportiva, Ginástica Acrobática, Trampolim e a Ginástica Aeróbica ou

para Todos. Esta última é a única não competitiva (OLIVEIRA, 2007), mas

todas são caracterizadas pela existência de técnicas e regras próprias.

Partindo dessa reflexão, pretende-se focar neste trabalho sobre a

Ginástica aeróbica como conteúdo das aulas de Educação Física, que na

Diretriz Curricular é proposta como conteúdo estruturante.

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2. GINÁSTICA AERÓBICA

A Ginástica Aeróbica surgiu no século XX por Kenneth Cooper e tinha

por objetivo o treinamento aeróbico para o emagrecimento e a melhora do

sistema cardiovascular (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE GINÁSTICA,

ANO). Tempos mais tarde, Jane Fonda foi à responsável pela popularização da

ginástica aeróbica, conhecida também como fitness aerobics. No fim da década

de 80 ela surge como prática de atividade física para o público em geral,

tornando um esporte competitivo para ginastas de alto nível (SOARES,

TAVARES, SOUZA, ROSATO, PINTO, 2011). Foi comprovada a eficiência

para o emagrecimento e a melhoria do sistema cardiovascular dos indivíduos.

O método de treinamento utilizava música, passos de dança e exercícios de

calistenia, dentre eles o Aerobic dance, desenvolvido nos EUA.

No Brasil, esta motivante atividade foi difundida nas academias era

rapidamente por todo o país, que criavam nesta mesma época as primeiras

competições e organizações internacionais que as regulamentavam,

destacando-se muitos atletas brasileiros. Na década de 1990 a GAE foi uma

“febre” nas academias, pois, reduzia o percentual de gordura e esculpia os

corpos. A Federação Internacional de Ginástica (FIG) inclui a Ginástica

Aeróbica em seu programa de modalidades esportivas em 1995, surgindo

então à possibilidade de um futuro olímpico para a disciplina.

(CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE GINÁSTICA).

A GAE uma atividade realizada em grupo, trio, par e individual com

pequena coreografia composta de sete passos básicos, sendo quatro grupos

de elementos de dificuldade, além de elevações, transições e ligações entre os

movimentos.

A duração total da coreografia é de 1 minuto e 45 segundos. Ainda,

tem os equipamentos que na Ginástica Aeróbica de Competição é um palco de

80 cm a 1,40cm de altura, revestido de madeira, com piso para amortecer o

impacto dos movimentos. A área de competição é de 7x7m para competições

individuais, duplas e trios é de 10x10m para grupos. Todos os movimentos da

GAE devem ser realizados com uma técnica correta. Os movimentos são

compostos por uma rotina coreográfica, onde devem-se mostrar criatividade,

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força, resistência, carisma e uma perfeita interpretação da música através do

corpo e do movimento. Existem também requisitos a serem avaliados na

competição, como os aspectos Artísticos, Execução e Dificuldade

(Confederação Brasileira de Ginástica). Apesar de a GAE ter caráter

competitivo ela pode estar na escola como meio de atividade que possibilita a

participação de todos e pelos vários benefícios, como o desenvolvimento

integral dos alunos, considerando os aspectos físicos, cognitivos e sociais. Não

podemos negar as competições, pois, através podemos estar lindando com os

conflitos, as regras e discutir o acontece no esporte competitivo (BETTI, 1999).

3. GINÁSTICA AERÓBICA NA ESCOLA

Através das aulas de Educação Física, a GAE busca legitimar sua

presença na escola, para que os alunos possam vivenciar ações corporais que

ela proporciona. É uma prática vantajosa, pois ao ser adequado à realidade da

escola, não necessita de espaços específicos, pode ser aplicada na quadra ou

pátio.

Conforme Freitas e Gouveia (2011), a GAE pode ser praticada para

ambos os sexos e diferentes faixas etárias, é muito atraente para os alunos,

porque trabalha diferentes ritmos musicais, podendo utilizar músicas que

contém voz e letra. De acordo com Ministério da Educação (2005), no decorrer

da história a ginástica tem sido desprivilegiada como conteúdo nas escolas,

pelo fato de ter sido utilizada como atividade mecânica, estafante, e somente

com o objetivo de preparação física para prática de outros esportes. Ela é

utilizada como forma de aquecimento e alongamento no inicio das aulas de

Educação Física.

Toledo (2009, p.137), em suas pesquisas, apresenta que a dificuldade

dos professores na aplicação da ginástica na escola é os espaços físicos e

materiais adequados, e a capacitação dos professores deixando-os inseguros

para aplicar o conteúdo. Otsuka (2012) citado por Piccolo (1999), diz que a

falta da ginástica na escola se deve ao fato que grande parte dos professores

não teve experiências anteriores com a ginástica e, por isso desconhecem o

caráter pedagógico no processo de aprendizagem da atividade corporal. Neste

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sentido, cabe o professor através de estudo e capacitações buscar conhecer

melhor esta modalidade tão importante na prática escolar.

A GAE utiliza–se de uma troca de movimentos sucessivos ligados a um

ritmo musical, que através desses movimentos devem melhorar à saúde e,

particularmente, o funcionamento do coração, dos vasos sanguíneos, dos

pulmões, e consequentemente a melhora das habilidades motoras, velocidade,

força, resistência, coordenação e condição física no geral (PAVLOVIC, 1987,

p.3). Contudo este não é o único objetivo, a GAE busca a prática de uma

modalidade pouco aplicada e pouco conhecida na escola, que nossos alunos

tenham outras experiências de atividades corporais e percebam as outras

possibilidades de movimento de seu corpo.

Segundo Martins (2009, p.124), “a ginástica, de modo geral, contribui

para a formação do indivíduo, sendo mais uma opção de atividade na escola,

proporcionando o lazer, a cooperação, o autoconhecimento corporal e físico, a

disciplina e a socialização”. A aula de GAE oportuniza esse trabalho em grupo,

exige a todo o tempo a colaboração do outro, sendo uma modalidade que

ajuda o aluno a descobrir outras possibilidades de movimento, do seu corpo e

seus limites. Para isso, precisa de força de vontade e dedicação por parte de

seus praticantes. Esse estudo tem a finalidade de mostrar que a GAE é um

conteúdo possível de ser aplicado na escola.

4. ESTRATÉGIAS DE AÇÃO

Todo esse projeto e sua aplicabilidade se pautaram na ginástica

aeróbica como conteúdo possível nas aulas de Educação Física, desenvolvido

na Escola Estadual Humberto de Alencar Castelo Branco - Ensino

Fundamental de 6° ao 9° no município de Borrazópolis, PR. A escola atende no

período matutino, vespertino, os alunos são oriundos da zona urbana e rural.

A implementação foi realizada com uma turma do 9° ano, com alunos de

13 e 14 anos de idade. O trabalho foi desenvolvido durante nove aulas de 50

minutos, compostas por aulas teóricas e práticas. Foram utilizados os espaços

da sala de aula, da quadra e do pátio da escola.

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Em um primeiro momento apresentou-se o tema e objetivo a ser

trabalhado no projeto. Em seguida, realizado um questionário diagnóstico para

identificar o conhecimento dos alunos em relação à GAE. No segundo encontro

realizou-se a análise da avaliação diagnóstica e discutiu-se sobre a história da

ginástica, com objetivo de oportunizar aos alunos o conhecimento de como

surgiu a ginástica. O terceiro encontro trabalhou os fundamentos básicos da

ginástica com o objetivo dos alunos conhecerem os movimentos que fazem

parte desta modalidade. O quarto encontro trabalhamos com a GAE,

mostrando vídeos com apresentações e os elementos específicos. No quinto

encontro foi realizada uma aula prática sobre os elementos específicos da GAE

com o objetivo de executar os movimentos de flexibilidade, força e a rotina de

passos utilizados na ginástica. Após reflexões e estudo sobre a GAE os alunos

iniciaram, no sexto encontro, a elaboração de pequenas coreografias, que após

alguns ensaios, foram apresentadas para os demais alunos participantes do

projeto. No sétimo encontro foram realizadas as apresentações. No último

encontro repetiu-se o questionário realizado no início da implementação para

verificar a compreensão dos alunos em relação ao conteúdo trabalhado.

Os dados foram analisados tabulando-se as respostas dos alunos em

uma planilha do excel e as figuras foram construídas baseando-se na

porcentagem de respostas obtidas nas questões aplicadas antes e depois das

aulas de implementação. Outras questões foram analisadas com base nas

respostas descritivas dos alunos e através da participação nas atividades

práticas e teóricas.

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados obtidos são apresentados em forma de figuras, tabelas e

por meio da comparação descritiva das respostas antes e após a

implementação do projeto. Foram realizados também relatos das atividades

práticas e teóricas dos encontros realizados durante a implementação.

As aulas estiveram centradas em diversas atividades, como leitura de

texto sobre a história da ginástica, a realização de movimentos básicos, vídeos

e reflexões. Em cada encontro os alunos demonstravam interesse, mostraram-

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se participativos, dispostos a realizar as atividades práticas e teóricas. As

atividades praticadas foram programadas de forma simples, sempre

respeitando o limite do aluno, mas permitindo que vivenciassem o movimento.

Por meio destas atividades práticas os alunos conseguiram montar uma

rotina de exercícios, organizando uma pequena coreografia em grupos para

apresentar aos demais, possibilitando ao professor e aos alunos se avaliarem

em seu posicionamento e objetivo. Isso veio concretizar o trabalho realizado

em cada encontro, pois eles mesmos elaboraram a sua rotina de exercícios e

apresentaram no último encontro.

A figura abaixo apresenta os resultados em porcentagem das respostas

dos alunos sobre o conhecimento da GAE, antes e depois das aulas de

implementação do projeto.

FIGURA 1- Porcentagens de respostas dos alunos antes e depois da

intervenção na questão se eles já tinham ouvido falar sobre a ginástica

aeróbica esportiva (GAE).

Quando questionados se conheciam a ginástica aeróbica esportiva

(GAE) o questionário diagnóstico apontou que apenas 12% das crianças

responderam que conheciam a GAE e 88% responderam que não. Dentre os

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alunos que responderam que sim (conhecem a GAE), 84% não souberam citar

características dessa ginástica para reconhecê-la, 3% responderam que

conheciam como dançante, 3% tipo “Zumba”, 3% academia vinculada à dança,

3% disseram conhecer, mas não lembravam de onde.

Dentre os alunos que responderam que já tinham ouvido falar da GAE,

a figura abaixo demonstra o percentual de respostas obtidas sobre o que

conhecem da ginástica.

FIGURA 2- Porcentagem dos alunos que responderam sim na questão

anterior.

Resultados inversos foram encontrados depois da implementação do

projeto em relação ao início das aulas, verificando-se que as respostas foram

muito diferentes. Observou-se que 91% de crianças responderam que

conheciam a GAE e apenas 8,3% afirmaram não conhecer. Dentre os que

responderam conhecer, 17% não soubera explicar o que já haviam ouvido falar

sobre a modalidade, 25% responderam que conhecem “da escola”, 8,3%

associaram à modalidade “tipo dança”, 4,1% responderam “de competição”,

4,1% “como esporte”, 4,1% “prática apenas feminina”, 4,1% “para melhorar a

saúde” e também apenas 4,1% alegaram ser uma prática de “movimentos

difíceis com música”.

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Assim, ao analisar as respostas dos alunos antes e depois da

implementação do projeto pôde-se verificar que houve uma melhora a respeito

das informações que eles tinham sobre a GAE, pois seus conhecimentos foram

ampliados e adquiriram uma visão crítica sobre a modalidade. A participação

dos alunos no projeto foi relevante para se pensar sobre como essa ideia de

trabalho pode fazer com que haja uma efetiva interação nos conteúdos que o

professor deseja aplicar.

Para Ayoub (2003), citado por Vitorino (2012), professores devem

ensinar a Ginástica, independente dos materiais que dispõe a escola, isto não

deve de maneira alguma impedir que os professores continuem apresentando

a importância deste conteúdo, porém os professores por desconhecerem as

possibilidades de ensinar a ginástica na escola acabam deixando de oferecer

oportunidades aos estudantes de conhecer e vivenciar as diversas

manifestações gímnicas.

O questionário de avaliação também conteve uma questão solicitando

que os alunos indicassem a caracterização da GAE em relação aos praticantes

e ao contexto de prática. A figura abaixo demonstra os resultados encontrados.

FIGURA 3 – Porcentagem de respostas antes da implementação sobre a

caracterização da ginástica aeróbica esportiva (GAE).

Nessa questão os alunos poderiam responder uma ou mais alternativas,

entre 1 e 5, conforme a categorias de respostas demonstradas na figura. Pode-

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se observar que antes da intervenção 31% dos alunos consideraram mais de

uma alternativa como correta, das quais, a GAE pode ser: de competição,

recreativa, pode ser realizada na escola e é praticada em grupos, duplas, trios

e individual. Os outros 12% optaram por uma só questão, considerando correta

a alternativa que indicou que a prática pode ser realizada na escola. As outras

questões ficaram entre 7,6% e 3% que optaram por uma ou duas questões.

A figura abaixo demonstra as respostas nessa questão depois da

implementação.

Figura 4- Porcentagem das respostas depois da implementação sobre a

caracterização da ginástica aeróbica esportiva (GAE).

Foi possível verificar que houve um aumento na ordem das informações

após a participação dos alunos no projeto. A princípio, o conhecimento deles

era bastante elementar sobre a consideração a respeito de como a ginástica

pode ser praticada. Houve um aumento acentuado de alunos que responderam

as quatro alternativas corretas, pois a única alternativa errada foi a que diz que

somente as meninas podem participar dessa modalidade. Deve-se destacar

que 33,3% responderam as alternativas corretas e que 16,6% optaram por três

alternativas, “a de competição”, “pode ser realizada na escola” e “é praticada

em grupos, duplas, trios e individual”. As outras alternativas ficaram entre 4,1%

e 8,3%, sendo a escolha de uma ou duas alternativas.

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No momento em que os alunos foram questionados sobre quais tipos de

ginástica conheciam e de onde, foi possível observar mudanças na visão dos

alunos com o estudo, conforme demonstrado na figura abaixo.

FIGURA 5 - Porcentagem de respostas dos alunos antes e depois da

implementação sobre quais os tipos de ginástica que conhece.

No questionário diagnóstico constatou-se que 54% dos alunos não

responderam a questão, 26% responderam que “conhecia a ginástica

olímpica”, 12% que conhecia a “de academia”, 3% responderam

“hidroginástica” e 3% que conhecia a “ginástica rítmica”.

Com a aplicação do projeto houve um avanço em relação ao

conhecimento dos alunos sobre a GAE, visto que 37% responderam

“hidroginástica”, 16,6% responderam “de academia” e “olímpica”, 12%

“ginástica rítmica” e 8,3% “ginástica aeróbica”.

Foi possível verificar que os alunos ampliaram seus conceitos sobre a

GAE já que o conhecimento que tinham era muito superficial, pois, geralmente,

não é um conteúdo trabalhado na escola, já que os esportes coletivos ganham

maior espaço.

Isso vai ao encontro da proposta de Ramos e Viana (2008) que

afirmaram que mesmo a ginástica geral sendo uma atividade física

fundamental nas escolas, hoje, ainda tem sido pouco ensinada, tendo em vista

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uma carência por parte dos professores quanto a esse conteúdo. Ainda,

normalmente, os professores optam por outras atividades mais comuns, como

as modalidades esportivas. Vitorino (2012) cita que os professores alegam não

terem conhecimento profundo sobre o assunto e também não reconhecem

interesse por parte dos alunos. Isso ficou evidente nos resultados encontrados

nesse estudo, conforme demonstra a figura abaixo.

FIGURA 6- Porcentagem de respostas dos alunos antes e depois da

implementação no questionamento sobre se já havia praticado a ginástica

aeróbica esportiva (GAE).

No questionamento sobre se já haviam praticado a GAE, os resultados

demonstraram que houve uma total inversão entre o questionário aplicado

antes comparado ao que foi aplicado depois da implementação do projeto, já

que, a princípio, apenas 3% responderam ter praticado na escola e 97% não

responderam. Após a intervenção, 95,8% dos alunos confirmaram a prática da

GAE e 4,1% ainda alegaram que não haviam praticado.

Quando questionados sobre quem pode praticar a GAE, tendo como

opção as alternativas, homens, mulheres ou ambos, todos os alunos antes e

depois da implementação não assinalaram a alternativa em que somente os

homens pode praticar, já 23% responderam no questionário diagnóstico que a

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prática era somente para mulheres e 77% que ambos os sexos podem praticar.

A figura abaixo demonstra os resultados antes e após a implementação.

FIGURA 7- Porcentagem das respostas dos alunos antes e depois da

implementação sobre quem pode praticar a ginástica aeróbica esportiva (GAE).

Depois da implementação, 100% responderam que é uma modalidade

que ambos os sexos podem participar, indicando que os alunos, após a

implementação, conseguiram entender que a GAE é uma modalidade em que

pode haver a participação dos homens e mulheres. Isto é visto em suas

competições, pois é permitida a participação de categorias masculina, feminina

e também mistas. Abaixo, pretende-se discutir sobre as respostas dos alunos

em relação à história da ginástica.

Em relação à questão em que diz que a ginástica em sua evolução

histórica sofreu modificações quanto à finalidade, foi solicitado aos alunos

assinalarem a alternativa que representasse esta evolução. O objetivo era

identificar que a ginástica, em cada período histórico (pré-história, antiguidade,

idade média e idade moderna), assumiu um objetivo na sua prática. Percebeu-

se que a maioria dos alunos antes e depois da implementação não

responderam esta questão e acharam muito difícil. Nesse aspecto, destaca-se

uma limitação do estudo, pois não foi possível trabalhar com os alunos os

fatores históricos com ênfase, resultando em pouca assimilação do conteúdo e

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difícil avaliação. O objetivo é falar sobre a evolução histórica até chegar aos

dias atuais, como a ginástica é vista. O que será discutido na figura 8.

FIGURA 8 - Porcentagem das respostas dos alunos antes e depois da

implementação sobre como a ginástica é vista atualmente.

No questionamento sobre como a ginástica é vista nos dias atuais,

dentre as possibilidades de escolha, os alunos poderiam assinalar uma das

seguintes alternativas: a) corrida, natação e danças eram consideradas

ginásticas; b) sequência de exercícios do mesmo tipo realizados normalmente

em um mesmo lugar; c) a ginástica como sinônimo de Educação Física e d) a

ginástica vista como modalidade esportiva. Os resultados do questionário

diagnóstico demonstraram que 53% dos alunos assinalaram as alternativas

incorretas, 30% não responderam e 17% assinalaram corretamente. Após a

implementação 58,3% responderam incorretamente e 41,6 % assinalaram a

alternativa correta.

Foi possível verificar que depois da implementação do projeto alguns

resultados foram mais expressivos, pois todos os alunos responderam

diferentemente do primeiro momento, em que 30% não haviam respondido.

Mesmo que grande parte dos alunos ainda tenha respondido

equivocadamente, 41,6% responderam corretamente, o que demonstra uma

evolução sobre a compreensão dos conteúdos e o modo de ver a ginástica. A

última questão investigada nos questionários envolveu a comparação entre a

compreensão dos alunos sobre a GAE e a ginástica de academia.

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A questão solicitou aos alunos a explicação sobre o que conheciam

sobre a ginástica de academia e a GAE, apresentando uma definição para

cada uma delas. Para apresentar os resultados dessa questão as respostas

dos alunos foram analisadas e categorizadas conforme o conteúdo descrito

pelos mesmos na explicação sobre a ginástica de academia e sobre a GAE.

Assim, pôde-se estabelecer 10 diferentes tipos de respostas, apresentando-se

as porcentagens em cada uma delas.

TABELA 1 - Porcentagem de respostas dos alunos na explicação sobre a

ginástica aeróbica esportiva (GAE) e a ginástica de academia.

RESPOSTAS

Ginástica de Academia

Ginástica Aeróbica Esportiva

Antes Depois Antes Depois

Não respondeu 83,5% 58,5% 96% 17%

Forma de dança, exercícios de força,flexibilidade e ambos podem praticar

4,0%

29%

É um esporte tem vários movimentos chutes, polichinelos, rolamentos ambos podem praticar, melhora da aptidão física e cardiorrespiratória

29,%

Ginástica que envolve força, equilíbrio, coordenação motora, perde peso

12,5% 4,0%

Em grupo,trios ou individual realizada na escola

8,5%

Não conheço só vi as pessoas fazendo

8,5%

Ginástica de peso, exercícios de força com ajuda de aparelhos

16,5%

12,5%

Usa passos, saltos e exercícios

4,0%

Existem vários tipos de exercícios,para perder peso é um,para ganhar é outro

12,5%

Nunca viu

4,0%

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Baseado nestes resultados é interessante notar como ocorreu

mudança antes e depois da implementação do projeto. Percebe-se que antes

da implementação as respostas para ginástica de academia foram de 83,5%

dos alunos não responderam as questões; 4,0% descreveram esta como forma

de dança, exercícios de força, flexibilidade e ambos podem praticar; e 12,5%

dos alunos descreveram que é uma atividade que envolve vários tipos de

exercícios como, para perder peso e para aumentar músculo. Após a

implementação observa-se mudança em relação ao antes sendo que 58,5%

dos alunos não responderam as questões, 12,5% consideraram que a ginástica

envolve força, equilíbrio, coordenação motora e perda de peso, 8,5% diz que

não conhece, só viu as pessoas fazendo, 16,5% colocam que a ginástica é

considerada para perda de peso, exercícios de força e realizada com a ajuda

de aparelhos; e 4,0% respondeu que nunca viu.

Notou-se que antes da implementação, nas respostas sobre a GAE,

96% dos alunos não responderam, 4,0% consideraram que usa passos, saltos

e exercícios. Após a implementação verificou-se que 17% dos alunos não

responderam, sendo que 29% consideram que a GAE é uma forma de dança,

exercícios de força, flexibilidade, tanto homens quanto mulheres podem

praticar; 29% disseram que é uma forma de esporte, tem vários movimentos,

chutes, polichinelos, rolamentos, homens e mulheres podem praticar, melhora

da aptidão física e cardiorrespiratória; 4,0% das crianças responderam que a

GAE envolve força, equilíbrio, coordenação motora e perda de peso, já 8,5%

disse que é realizada em grupos, trios, individual e pode ser realizada na

escola; e 12,5% respondeu ginástica de peso, exercícios de força com ajuda de

aparelhos.

Analisando estes resultados e das demais questões, pode-se dizer que

os alunos, por meio das atividades práticas realizadas em cada encontro,

adquiriram conhecimento sobre a ginástica aeróbica esportiva.

6. Considerações Finais

Este trabalho teve como objetivo a aplicação da ginástica aeróbica

esportiva como conteúdo possível de ser trabalhado nas aulas de Educação

Física.

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Durante todas as etapas da implementação do projeto, desde a

avaliação diagnóstica até as aulas práticas e teóricas, percebeu-se a

importância deste conteúdo para as aulas na disciplina de Educação Física. Os

resultados observados mostraram que, no início, o conhecimento dos alunos

era básico e que, a implementação houve melhor compreensão em relação aos

conteúdos trabalhados sobre a modalidade.

Os resultados das atividades práticas puderam ser notados a cada aula

realizada. Percebeu-se o quanto os alunos gostaram das atividades,

realizando-as de maneira satisfatória, com entusiasmo e motivação, superando

seus próprios limites. Quando questionados a respeito das atividades e as

dificuldades encontradas, os alunos relataram dificuldade nos movimentos mais

específicos, como exercícios de força, de flexibilidade e de coordenação

motora, mas percebeu-se que estavam tentando realizar os movimentos para

superar os obstáculos. A dificuldade na execução dos movimentos foi um fator

previsto, pois se considera que seria necessário mais tempo de prática nos

exercícios para que os alunos pudessem aprimorar um pouco mais os

movimentos específicos da GAE.

O importante é que eles vivenciaram uma atividade diferente daquelas

comumente propostas nas aulas de Educação Física, o que ficou evidente na

própria fala dos alunos: “nunca tivemos uma aula assim”. É satisfatório também

ao professor, pois o objetivo do trabalho foi alcançado, sinalizando que

estávamos no caminho certo. Na fase final do projeto da implementação foram

realizadas as apresentações da rotina de exercícios ou coreografia, elaborada

pelos alunos. Com isso, pode-se entender que os resultados foram positivos e

os objetivos alcançados. Verificou-se a efetivação de um conteúdo que não era

trabalhado na escola e não tinha aceitação por parte dos alunos, por falta de

conhecimento.

Diante desse relato pode-se considerar que a GAE é um conteúdo

importante e que precisa se fazer presente na Educação Física Escolar, pois

seu campo de conhecimento é amplo e merece destaque junto aos demais

saberes da cultura corporal nas escolas.

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7. REFERÊNCIAS

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