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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · como atividade do Plano de Formação Continuada do ... encefalopatia crônica infantil não ... precisas sobre as possibilidades

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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UTFPR – UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO ÁREA METROPOLITANA SUL

IRAQUEL RIBEIRO

O Ensino de Ciências na Busca de Diferentes Alternativas Avaliativa

Para Incluir as Diferenças: estudo de caso

CURITIBA 2013

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UTFPR – UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO ÁREA METROPOLITANA SUL

IRAQUEL RIBEIRO

O Ensino de Ciências na Busca de Diferentes Alternativas Avaliativa

Para Incluir as Diferenças: estudo de caso

Projeto de Intervenção Pedagógica na escola, apresentado como atividade do Plano de Formação Continuada do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE 2013, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná.

IES: UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do

Paraná, sob orientação da professora Dra Maria Silvia Bacila

Winkeler.

CURITIBA 2013

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PARANÁ GOVERNO DO ESTADO

FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

Título:

O Ensino de Ciências na Busca de Diferentes Alternativas Avaliativas Para Incluir as Diferenças: estudo de caso

Autor:

Iraquel Ribeiro

Disciplina/Área:

Ciências

Colégio de Implementação do Projeto e sua Localização:

Colégio Estadual Anita Canet. Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante. Rua Islândia, 1056 – Nações II

Município do Colégio:

Fazenda Rio Grande

NRE:

Área Metropolitana Sul

Professor Orientador:

Maria Silvia Bacila Winkeler.

Inst. De Ensino Superior:

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Relação Interdisciplinar:

Educação Especial com ênfase em Inclusão, Artes, Ciências, Educação Física,Geografia, História, Inglês, Matemática e Português

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Resumo:

Este material didático tem por finalidade

realizar uma investigação qualitativa

através de um estudo de caso, cujo objeto

de estudo possui paralisia cerebral ou

encefalopatia crônica infantil não

progressiva. A mesma propõe observar

como ocorre o processo de aquisição de

conhecimentos pelo aluno e quais as suas

dificuldades acadêmicas no processo de

ensino e aprendizagem, diante dos

conteúdos desenvolvidos em sala. A partir

daí, então, proporcionar condições

específicas de acompanhamento, formas,

técnicas, estratégias diferentes e ajustes

necessários que possibilite o seu

apreender, a construção do conhecimento

e a verificação (avaliação) do seu

rendimento escolar frente aos conteúdos

propostos.

Palavras-chaves

Aprendizagem, avaliação ,conhecimento,

dificuldades, paralisia cerebral,

encéfalopatia crônica não progressiva.

Formato do material didático:

Caderno Temático

Público alvo:

Aluno

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1. APRESENTAÇÃO

O presente trabalho constitui parte de uma pesquisa qualitativa e

exploratória realizada no âmbito do Programa de Desenvolvimento Educacional –

PDE.

A pesquisa realiza-se em uma escola pública regular de ensino

fundamental, médio e profissionalizante, envolvendo um educando com paralisia

cerebral ou encefalopatia crônica não progressiva. Ela tem por finalidade

observar como ocorre o processo de aquisição de conhecimentos pelo aluno,

garantindo-lhe as condições específicas que permitam o seu acompanhamento,

bem como avaliar seu rendimento frente as atividades de ensino, observando

suas dificuldades acadêmicas no componente de Ciências..

O aluno ( objeto de estudo ) apresenta deficiência física neuromotora com

comprometimentos que afetam o seu desenvolvimento motor, limitando o andar,

a coordenação de braços, pernas e fala. Também possui muita dificuldade para

comunicar-se oralmente. Devido à perda gradativa de movimentos não se

entende o que escreve. No entanto, apresenta boa concentração, memória e

raciocínio na realização de suas atividades.

A pesquisa desenvolver-se-á em duas etapas: A primeira voltada para

um estudo de caso como instrumento de investigação na área da educação,

tendo como objetivos propostos:

1) Analisar a documentação escolar do aluno para obter informações

precisas sobre as possibilidades e impossibilidades do educando no que

diz respeito as suas necessidades acadêmicas e físicas.

2) Obter informações mais precisas sobre o educando, seu

desenvolvimento cognitivo, emocional, escolar, familiar e social, através

de contato com os responsáveis.

A segunda etapa voltada para a confecção de um caderno e um portfólio

de aprendizagem, com objetivo de identificar:

Quais conteúdos de Ciências podem ser introduzidos no currículo do

aluno que tem PC ou ECINP?

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Que recursos são necessários para produzir a sua aprendizagem ?

Qual a função do professor de Ciências neste processo de

aprendizagem?

Existe limite de aprendizagem na disciplina de Ciências para o aluno

que tem PC ou ECINP?

E por fim:

Como avaliar um aluno que tem PC ou ECINP do 7º ano do ensino

fundamental na disciplina de Ciências?

Na realização desta pesquisa, inicialmente busquei conhecer teoricamente o que

alguns autores falam sobre o tema “estudo de caso” e “PC ou ECINP”.

Em seguida apresento os procedimentos metodológicos, orientações

metodológicas e sugestões de instrumentos para coleta de materiais referentes a

pesquisa.

2. Fundamentação Teórica

Segundo (PAN, p.19) um dos desafios da chamada revolução de

paradigmas no processo de ensino-aprendizagem de nossa época é a educação

inclusiva.

Os princípios da inclusão hoje, aplicam-se não somente ao aluno com

deficiência ou sob risco, mas a todos os alunos. As questões desafiadoras

enfrentadas pelos alunos e pelos educadores nas escolas não permitem que

ninguém se isole e se concentre em uma única necessidade ou em um grupo-alvo

de alunos.

Os professores de educação regular têm sido levados a acreditar que eles

não têm as habilidades ou especialização para educar com êxito alunos com

deficiência. Isso se deve ao fato de que a educação especial desenvolveu-se em

um sistema educacional separado, voltado para a satisfação das necessidades de

alunos cujas habilidades estão fora das definições tradicionais. A existência de

dois sistemas educacionais paralelos, um rotulado de "educação especial" e outro

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rotulado "educação regular", reforçou mito de que os alunos com deficiência

aprendem de maneira tão diferente que requerem métodos de ensino distintos

daqueles usados para os estudantes regulares (SCHAFFNER & BUSWELL,

1991).

No Brasil a educação inclusiva ganha coro com as políticas públicas que se

inserem no cenário atual a partir da promulgação da Lei (9.394/96, de 20 de

dezembro de 1996, onde é assegurado à todos o direito de serem educados

”preferencialmente” no ensino regular.

Art. 4o III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos

com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas

habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e

modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino.

Após a promulgação da lei 9394/96 outras bases legais nacionais são

criadas assegurando e especificando o modo como tais direitos devem ser

promovidos. São elas:

Constituição Federal de 1988 – o inciso III do artigo 208º prevê como um

dos deveres do Estado a garantia de “atendimento educacional especializado aos

portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino” (BRASIL,

1988).

Lei nº. 7.853 de 1989 – cria a Coordenadoria Nacional para

Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE), e estabelece

no artigo 2º como responsabilidade do Poder Público e seus órgãos a

garantia ao deficiente do “pleno exercício de seus direitos básicos,

inclusive dos direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer, à

previdência social, ao amparo à infância e à maternidade, e de outros que

(...) propiciem seu bem-estar pessoal, social e econômico” (BRASIL,

1989).

Lei nº. 8.069 de 1990 – institui o Estatuto da Criança e do Adolescente, e

prevê como dever do Estado no inciso III do artigo 54º o “atendimento educacional

especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de

ensino” (BRASIL, 1990).

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Decreto nº. 914 de 1993 – institui a Política Nacional para a Integração

da Pessoa Portadora de Deficiência, a qual prevê como diretriz desta política no

inciso III do artigo 5º “incluir a pessoa portadora de deficiência, respeitadas as

suas peculiaridades, em todas as iniciativas governamentais relacionadas à

educação, saúde, trabalho, à edificação pública, seguridade social, transporte,

habitação, cultura, esporte e lazer” (BRASIL, 1993).

Lei 10.098 de 1994 – prevê no artigo 1º normas e critérios à promoção da

acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade

reduzida, prevê no artigo 1º normas e critérios à promoção da acessibilidade das

pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, mediante a

supressão de barreiras e de obstáculos nas vias e espaços públicos, no mobiliário

urbano, na construção e reforma de edifícios e nos meios de transporte e de

comunicação (BRASIL, 1994).

Lei n°. 10172 de 2001 – aprova o Plano Nacional de Educação, o qual

explicita a responsabilidade da União, dos Estados e Distrito Federal e Municípios

em implementar sistemas educacionais que assegurem acesso e aprendizagem

a todos os alunos, afirmando que “uma política explícita e vigorosa de acesso à

educação (...) é uma condição para que às pessoas especiais sejam assegurados

seus direitos à educação” (BRASIL, 2001).

Resolução CNE/CEB nº2/01 – institui as Diretrizes Nacionais para a

Educação Especial na Educação Básica, a qual prevê no artigo 2º como dever

dos sistemas de ensino “matricular todos os alunos, cabendo às escolas

organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades especiais,

assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para

todos” (BRASIL, 2001).

Lei nº. 10.845 de 2004 – institui o Programa de Complementação ao

Atendimento Educacional Especializado às Pessoas Portadoras de Deficiência, o

qual prevê em seu artigo 2º que “a União repassará, diretamente à unidade

executora constituída na forma de entidade privada sem fins lucrativos que preste

serviços gratuitos na modalidade de educação especial, assistência financeira

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proporcional ao número de educandos portadores de deficiência” (BRASIL,

2004).

A Lei nº. 9.394 de 1996 – que institui a Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional, artigo 59º, inciso I prevê como responsabilidade dos sistemas

de ensino “assegurar-lhes currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e

organização específica, para atender às suas necessidades”

(BRASIL, 1996)

Os Parâmetros Curriculares Nacionais: Adaptações Curriculares –

estabelece estratégias para a educação de alunos com necessidades

educacionais especiais e configura a educação especial como

elemento integrante e indistinto do sistema educacional” e que

realiza-se transversalmente, em todos os níveis de ensino, nas

instituições escolares, cujo projeto, organização e prática

pedagógica devem respeitar a diversidade dos alunos, a exigir

diferenciações nos atos pedagógicos que contemplem as

necessidades educacionais de todos" (BRASIL, 1998, p.21).

Incluir e garantir á todos direito a educação não basta, é preciso

assegurar-lhes educação de qualidade, uma verdadeira educação especial para

todos ( Pan, p.19). Para tanto, faz-se necessário analisarmos nossa prática

pedagógica e refletirmos sobre qual tipo de inclusão queremos.

2.1 O que é Estudo de Caso?

Para Gil (1946, p.5), estudo de caso na forma como é concebido no

âmbito da Metodologia de Pesquisa Científica - constitui uma das muitas

modalidades de delineamento (design, em inglês). Trata-se pois, de um dos

diversos modelos propostos para produção de conhecimento num campo

específico e que, embora caracterizado pela flexibilidade, não deixa de ser

rigoroso. Como delineamento de pesquisa, indica princípios e regras a serem

observados ao longo de todo o processo de investigação.

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Os estudos de caso envolvem as etapas de formulação e delimitação do

problema, da seleção da amostra, da determinação dos procedimentos para

coleta e análise de dados, bem como modelo para sua interpretação.

No entanto, é importante considerarmos as definições de outros autores

que influenciaram e continuam influenciando a elaboração de estudos de caso

como estratégia de pesquisa.

Stake ( 1995, p.11), um dos autores mais citados em relato de pesquisa, define-o como:

O estudo da particularidade e da complexibilidade de um simples caso.

Para Gerring (2004, p.341), estudo de caso é o

estudo profundo de uma simples unidade( ou fenômeno relativamente limitado ) em que o objetivo do pesquisador é elucidar características de uma classe mais ampla de fenômenos similares.

Creswell (1994, p.12) define estudo de caso como o processo em que

o pesquisador explora uma simples entidade ou fenômeno limitado pelo tempo e atividade (um programa, evento, processo, instituição ou grupo social) e coleta detalhada informação utilizando uma variedade de procedimentos de coleta de dados durante um período de tempo definido.

Merriam (1998, p.16) define estudo de caso qualitativo como:

uma intensiva e holística descrição e análise de uma simples entidade, fenômeno ou unidade social.

No entanto, a definição mais divulgada de estudo de caso, é a de Robert

K. Yin (2005, p.32), para quem

Um estudo de caso é uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos.

Apesar das diferenças, estas definições não são contraditórias. Torna-

se possível, portanto, definir estudo de caso mediante a identificação de suas

características essenciais (GIL, 1946, p.7-8):

a) É um delineamento de pesquisa. Não pode, portanto, ser considerado

como método, técnica, estratégia ou tática para coletar dados.

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b) Preserva o caráter unitário do fenômeno pesquisado. A unidade-caso

é estudada como um todo, podendo ser constituída por um indivíduo, um grupo,

um evento, um programa, um processo, uma comunidade, uma organização, uma

instituição social ou mesmo por toda uma cultura.

c) Investiga um fenômeno contemporâneo. Embora podendo levar em

consideração múltiplos condicionamentos históricos, o objeto de

estudo é um fenômeno cuja ocorrência se dá no momento em que se

realiza a pesquisa.

d) Não separa o fenômeno do seu contexto. O estudo de caso difere

de outros delineamentos, como o experimento e o levantamento, que

deliberadamente restringem o número de variáveis a serem

estudadas com vistas à sua viabilização.

e) É um estudo em profundidade. As entrevistas tendem a ser pouco

estruturadas, com vistas à obtenção de dados caracterizados por um

maior nível de profundidade.

f) Requer a utilização de múltiplos procedimentos de coleta de dados.

Para garantir a qualidade das informações os dados obtidos com

entrevistas, por exemplo, deverão ser contrastados com dados

obtidos mediante observações ou análise de documentos.obtidas no

estudo

2.2 Vantagens dos Estudos de Caso

1) Possibilitam estudar um caso em profundidade

Possibilitam estudar em profundidade o grupo, organização ou

fenômeno, considerando suas múltiplas dimensões. Referem-se a um ou poucos

objetos, possibilitando a utilização de instrumentos que conferem maior

profundidade aos dados, favorecendo a aproximação entre a abstração dos

resultados da pesquisa e a concretude da prática social. O que pode contribuir

para estudos quantitativos posteriores com base em resultados concretos e

contextualizados obtidos em estudos de caso.

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2) Enfatizam o contexto em que ocorrem os fenômenos

Procura-se nos estudos de caso, mais compreensão dos fenômenos

sociais que ocorrem no seu contexto do que propriamente o estabelecimento de

relações entre variáveis intrínsecas ao fenômeno.

3) Garantem a unidade do caso

Consideram o caso como um todo, pois o traço distintivo do estudo de

caso é a crença de que os sistemas humanos apresentam uma característica de

totalidade e integridade e não constituem simplesmente uma vaga coleção de

traços.

4) São flexíveis

Enfatizam mais a exploração e a descrição do que a explicação e a

predição. Podem valer-se do uso concomitante de múltiplas técnicas, cuja

aplicação pode dar-se de forma diferenciada ao longo do desenvolvimento da

pesquisa. O pesquisador pode alterar o roteiro da técnica adotada à medida que

for avançando na coleta de dados.

5) Estimulam o desenvolvimento de novas pesquisas

Não são conclusivos, tendem a proporcionar nova compreensão do

fenômeno e gerar inquietações no pesquisador, estimulando-o a desenvolver

novas pesquisas.

6) Favorecem a construção de hipóteses

Tornam-se úteis na construção e aprimoramento de hipóteses de

pesquisa. Favorecem a ocorrência do fenômeno conhecido como serendipity, que

é caracterizado por descobertas inesperadas que ocorrem ao longo do processo

de pesquisa.

7) Possibilitam o aprimoramento, a construção e a rejeição de teorias

Favorecem a acumulação de evidências acerca de fenômenos à

medida que estes são estudados em contextos diferentes, constituindo importante

elemento na construção de teorias fundamentadas em dados empíricos. Também

permitem a identificação de situações contrastantes com o que estabelecem as

teorias já consolidadas, contribuindo, dessa forma, para sua refutação ou

reformulação.

8) Possibilitam a investigação em áreas inacessíveis por outros

procedimentos

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Possibilitam investigar fenômenos que não são passíveis de

verificação em laboratório. Possibilitam investigar a complexibilidade de

fenômenos cujas sutilezas não podem ser captadas por delineamento cujo

planejamento é muito rígido, como os levantamentos.

9) Permitem investigar o caso pelo “lado de dentro”

Favorecem a compreensão do fenômeno sob a perspectiva dos

membros dos grupos ou das organizações. Trata-se de um delineamento que

atenta para a subjetividade dos participantes, em que o fato de se poder

considerar esta característica como um fator capaz de limitar a objetividade da

pesquisa.

10) Favorecem o entendimento do processo

Favorecem o entendimento do dinamismo próprio dos grupos e das

organizações. São adequados para a compreensão do processo de mudança.

11) Podem ser aplicados sob diferentes enfoques teóricos e

metodológicos

É um delineamento transdisciplinar e transparadigmático. Pode ser

utilizado no âmbito das mais diversas disciplinas científicas e também sob

diferentes enfoques teóricos e metodológicos. Trata-se, pois, de um delineamento

compatível tanto com a tradicional perspectiva positivista quanto com a

perspectiva interpretativista.

2.3 Limitações dos Estudos de Caso

Os estudos de caso apresentam limitações, que precisam ser

consideradas ao se decidir por sua utilização.

1) São de difícil replicação

De modo geral, os instrumentos utilizados para coleta de dados não

são padronizados, tornando-se difícil sua replicação a outras situações.

2) Sua execução demanda longo período de tempo

O tempo despendido nos estudos de caso tende a ser maior que em

outras modalidades. Nem sempre o pesquisador consegue fazer uma estimativa

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razoável do tempo destinado à coleta de dados. Muitas vezes sente-se obrigado a

voltar a campo para complementação dos mesmos.

3) Não favorecem a generalização

A maioria tem como objetivo descrever intrinsecamente as

características de um fenômeno. Ou construir teorias substantivas, cujo alcance

de modo geral não transcende ao grupo, organização ou comunidade em que os

dados são coletados.

4) O processo de análise é complexo

O material geralmente é constituído por longas transcrições de

entrevistas e notas de campo, tornando bastante complexo o trabalho de análise.

A análise de dados nos estudos de caso depende fundamentalmente

das habilidades do pesquisador.

5) Exigem múltiplas competências do pesquisador

Os estudos de caso exigem a participação do pesquisador em todas

as etapas do processo, desde o planejamento até à análise e interpretação dos

dados.. Exige do pesquisador competência para planejar a pesquisa, entrevistas e

observações, para analisar e interpretar os dados e para redigir o relatório de

pesquisa.

6) Sua validade e fidedignidade são críticas

Os instrumentos mais utilizados na coleta de dados não podem

submetidos a testes estatísticos que permitam verificar sua validade e

fidedignidade. Não há como garantir, do ponto de vista estatístico, em que medida

os resultados obtidos referem-se exatamente àquilo que se pretendeu medir.

Segundo Gil (2006) as conclusões a que se chegam não podem ser

inferidas para os demais objetos de estudo, no caso aqui o aluno, pois os

contextos e as pessoas são diferentes.

2.4 Fases de Delineamento

Mesmo sendo flexível, o estudo de caso permite apresentar a seguinte

sequência de fases:

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a) estabelecimento das questões de estudo – ligado às indagações de

como e do por quê.

b) elaboração de proposições – possíveis hipóteses, extraídas da teoria ou

experiências acumuladas.

c) delimitação da unidade-caso ou unidade de análise – diz respeito a

definição do fenômeno a ser estudado e de seus contornos, não sendo tarefa

fácil. Inicialmente precisa-se decidir a quantidade de objetos de estudo com os

quais se quer trabalhar ( aluno, família, escola, sistema educacional, comunidade

ou relações que se estabelecem num determinado grupo). De modo geral, a

prioridade na escolha está relacionada com as dificuldades que se enfrenta e para

as quais se quer explicações e providências urgentes.

Ao delinear a unidade de análise, é indispensável levar em consideração

a multiplicidade de aspectos da qual se reveste, para eleger dados de que se

necessita para melhor compreendê-la.

a) coleta de dados – pode se utilizar várias fontes de informação e de

informantes e de inúmeros procedimentos como: observação, entrevistas, análise

de documentos, histórias de vida, visitas, etc. Geralmente são utilizados mais de

um procedimento e em momentos diferentes.

Deve-se procurar coletar o maior número de informações, em diversos

contextos e momentos para que possam ser analisadas, permitindo fazer

algumas conjecturas, confirmar ou negar hipóteses.

a) análise e interpretação dos dados coletados – na metodologia de

estudo de caso não obedecem a uma sistematização operacional, tal como é

encontrada nas pesquisas experimentais ou nos levantamentos. Muitos estudos

de caso são finalizados com a apresentação do que foi coletado sem

interpretações ou com conclusões inadequadas. Para evitar isso, recomenda-se

que as conclusões sejam apresentadas em termos de probabilidades.

b) redação do relatório – não obedece regras precisas, podendo gerar

produção de textos muito minuciosos ou, ao contrário, muito sucintos.

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Mesmo não havendo recomendação explicita de como redigir os

relatórios, há algumas orientações extraídas da literatura a saber:

explicitar como os dados foram coletados;

quais indicadores adotados;

base teórica.

Segundo Oliveira(2005), alguns aspectos precisam ser considerados, tais

como:

capa do relatório;

resumo;

revisão de literatura;

metodologia adotada;

proposições formuladas;

fontes de informação;

instrumentos e procedimentos utilizados na coleta de dados, análise

e interpretação dos mesmos;

apresentação em documento com linguagem clara e acessível.

No relatório deve constar as conclusões e algumas recomendações, além

de referências bibliográficas de todos os autores citados no texto ou de sítios da

internet que sirvam como fontes de buscas. As normas da ABNT devem ser

consultadas para que o relatório adquira especificidade técnica.

Nem todos os autores apresentam as mesmas fases para o

desenvolvimento de um estudo de caso. Para Nisbet e Watt (1978,apud

LUDKE,1986,p.21), as fases são: exploratórias; de delimitação do estudo; e

análise sistemática com elaboração do relatório, o que não significa

incompatibilidade entre as diferentes propostas.

3. PARALISIA CEREBRAL OU ENCEFALOPATIA CRÔNICA

NÃO PROGRESSIVA

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3.1 Histórico

A paralisia cerebral foi descrita pela primeira vez em 1843 por William

John Little, um ortopedista inglês, que estudou 47 crianças com quadro clínico de

espasticidade, as quais apresentavam histórico adverso ao nascimento, tais

como: (1) apresentação pélvica, (2) prematuridade, (3) dificuldade no trabalho de

parto, (4) demora em chorar e respirar ao nascer, e (5) convulsões e coma nas

primeiras horas de vida (PIOVESANA et al 2002; Morris, 2007). Esta terminologia

foi proposta for Sigmund Freud, em 1893, o qual identificou três principais fatores

causais: (1) materno e congênito (pré-natal), (2) perinatal e (3) pós-natal (Morris,

2007).

A partir da identificação destes fatores diversas áreas de atenção à saúde

das pessoas com paralisia cerebral, têm buscado estudar e propor terapêuticas

de modo a prevenir, minimizar sequelas consequentes destas lesões cerebrais e

potencializar as capacidades. Atualmente, os avanços de neonatologia permitem

reduzir significativamente as taxas de mortalidade de bebês, além de favorecem a

sobrevivência de bebês de alto risco (extremo baixo peso ao nascer, prematuro

extremo, anóxia neonatal, etc.), os quais podem apresentar morbidades, com

maior risco para déficit de desenvolvimento e outras consequências (CANS et al,

2007; GAMA, FERRACIOLI, CORRÊA, 2004). A paralisia cerebral afeta cerca de

2 crianças a cada 1000 nascidos vivos em todo o mundo, sendo a causa mais

comum de deficiência física grave na infância (O’SHEA, 2008; CANS et al, 2007).

3.2 Definição e Caracterização

A paralisia cerebral descreve um grupo de desordens permanentes do

desenvolvimento do movimento e postura atribuído a um distúrbio não

progressivo que ocorre durante o desenvolvimento do cérebro fetal ou infantil,

podendo contribuir para limitações no perfil de funcionalidade da pessoa. A

desordem motora na paralisia cerebral pode ser acompanhada por distúrbios

sensoriais, perceptivos, cognitivos, de comunicação e comportamental, por

epilepsia e por problemas musculoesqueléticos secundários (ROSENBAUM et al,

2007). Estes distúrbios nem sempre estão presentes, assim como não há

correlação direta entre o repertório neuromotor e o repertório cognitivo, podendo

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ser minimizados com a utilização de tecnologia assistiva adequada à pessoa com

paralisia cerebral.

Esta condição engloba um grupo heterogêneo quanto à etiologia, sinais

clínicos e severidade de comprometimentos. No que tange a etiologia, incluem-se

os fatores pré-natais (infecções congênitas, falta de oxigenação, etc.); fatores

perinatais (anóxia neo natal, eclâmpsia, etc.); e fatores pós-natais (infecções,

traumas, etc.) (PIOVESANA et al, 2002). Os sinais clínicos da paralisia cerebral

envolvem as alterações de tônus e presença de movimentos atípicos e a

distribuição topográfica do comprometimento (CANS et al, 2007). A severidade

dos comprometimentos da paralisia cerebral está associada com as limitações

das atividades e com a presença de comorbidades (BAX et al, 2005).

Apesar de se reconhecer que crianças e adultos com paralisia cerebral

frequentemente apresentem mudanças de padrão nas manifestações clínicas,

devem ser excluídos os distúrbios transitórios. Esta nova definição não determina

um teto de idade específica, entretanto, reforça a ideia de que os distúrbios

devem ter ocorrido bem cedo no desenvolvimento biológico da criança, antes de

se ter as funções desenvolvidas (andar, manipular objetos, etc.), assim, os 2 ou 3

primeiros anos de vida são os períodos mais importantes para resultar os

distúrbios da paralisia cerebral (ROSENBAUM et al, 2007).

Os distúrbios sensoriais, perceptivos e cognitivos associados podem

envolver a visão, audição, tato, e a capacidade de interpretar as informações

sensoriais e/ou cognitivas e podem ser como consequência de distúrbios

primários, atribuído à própria paralisia cerebral ou a distúrbios secundários, como

consequência das limitações de atividades que restringem o aprendizado e

desenvolvimento de experiências sensório-perceptuais e cognitivas

(ROSENBAUM et al, 2007).

A comunicação expressiva, receptiva e a habilidade de interação social

podem estar afetadas na paralisia cerebral por distúrbios primários ou

secundários. Entre as alterações comportamentais e mentais podem ocorrer

distúrbios do sono, transtornos do humor e da ansiedade. É comum a presença

de diversos tipos de crises convulsivas.

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Os problemas musculoesqueléticos secundários, contraturas musculares e

tendíneas, rigidez articular, deslocamento de quadril, deformidade na coluna,

podem se desenvolver ao longo da vida e estão relacionados ao crescimento

físico, espasticidade muscular, entre outros (ROSENBAUM et al, 2007).

3.3 Classificação Para Paralisia Cerebral

As pessoas com paralisia cerebral podem ser classificadas, de acordo com

a característica clínica mais dominante, em espástico, discinético e atáxico (CANS

et al, 2007). A paralisia cerebral espástica se caracteriza pela presença de tônus

elevado (aumento dos reflexos miotáticos, clônus, reflexo cutâneoplantar em

extensão - sinal de Babinski) e é ocasionada por uma lesão no sistema piramidal

(SCHOLTES et al, 2006). A espasticidade é predominante em crianças cuja

paralisia cerebral é consequente do nascimento pré-termo, enquanto que as

formas discinéticas e atáxica são frequentes nas crianças nascidas a termo

(HIMPENS et al, 2008).

A paralisia cerebral discinética se caracteriza por movimentos atípicos

mais evidentes quando o paciente inicia um movimento voluntário produzindo

movimentos e posturas atípicos; engloba a distonia (tônus muscular muito variável

desencadeado pelo movimento) e a coreoatetose (tônus instável, com a presença

de movimentos involuntários e movimentação associada); é ocasionada por uma

lesão do sistema extrapiramidal, principalmente nos núcleos da base (corpo

estriado - striatum e globo pálido, substância negra e núcleo subtalâmico)

(ROSENBAUM et al, 2007). A paralisia cerebral atáxica se caracteriza por um

distúrbio da coordenação dos movimentos em razão da dissinergia,

apresentando, usualmente, uma marcha com aumento da base de sustentação e

tremor intencional; é ocasionada por uma disfunção no cerebelo (ROSENBAUM

et al, 2007).

Os quadros de espasticidade devem ser classificados também quanto à

distribuição anatômica em unilateral (que engloba as anteriormente classificadas

como monoplégicas e hemiplégicas) e bilateral (que engloba as anteriormente

classificadas como diplégicas, triplégicas, quadri/tetraplégicas e com dupla

hemiplegia) (ROSENBAUM et al, 2007). Quanto à distribuição anatômica, a

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paralisia cerebral espástica bilateral é mais frequente que a unilateral, tanto em

prematuros, com prevalência média de 73% e 21%, respectivamente, quanto nos

nascidos a termo (48.5%, bilateral e 36.5% unilateral) (HIMPENS et al, 2008).

Em função da diversidade dos quadros clínicos de paralisia cerebral, outras

classificações têm sido associadas às classificações de sinais clínicos e

distribuição anatômica, visando identificar o nível de comprometimento motor das

funções motoras globais (GMFCS E&R) e de função manual (MACS).

3.4 Prevalência

No Brasil, há uma carência de estudos que tenham investigado

especificamente a prevalência e incidência da PC no cenário nacional, entretanto,

com base em dados de outros países, faz-se projeção do dimensionamento da

PC em países em desenvolvimento (LEITE, 2004). Nos países desenvolvidos a

prevalência encontrada varia de 1,5 a 5,9/1000 nascidos vivos; estima-se que a

incidência de PC nos países em desenvolvimento seja de 7:1000 nascidos vivos

(ZANINI et al, 2009; FONSECA, 2011). A explicação para a diferença na

magnitude da prevalência entre estes dois grupos de países é atribuída às más

condições de cuidados pré-natais e ao atendimento primário às gestantes.

Estudos brasileiros têm informado sobre a caracterização de crianças com

PC, geralmente atendidas em ambulatórios de instituições de ensino superior, em

determinadas regiões do país. Por exemplo, o perfil epidemiológico de crianças

com PC atendidas em ambulatório na cidade de São Paulo encontrou maior

frequência do sexo masculino e do tipo espástico (CARAVIELLO et al., 2009);

perfil semelhante foi evidenciado em estudo realizado na cidade de Recife

(COSTA, 2007) e na cidade de Ribeirão Preto (Pfeifer et al, 2009), entre outros.

Estas informações são similares às de estudos estrangeiros (YEARGIN-

ALLSOPP et al, 2008; MURPHY, 1993; RAINA, 2011).

3.5 Diagnóstico

A PC é uma condição bem reconhecida de alteração no desenvolvimento

neurológico que se manifesta na primeira infância, usualmente antes dos 18

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meses de idade. O diagnóstico é definido em bases clínicas, caracterizadas por

alterações do movimento e postura, sendo os exames complementares utilizados

apenas para diagnóstico diferencial com encefalopatias progressivas

(ROSENBAUM et al, 2007). Apesar da importância do diagnóstico precoce e

intervenção que possa se beneficiar de grande plasticidade cerebral nos primeiros

meses de vida da criança, o grau de evidência para o diagnóstico de PC muitas

vezes é consolidado por volta dos 24 meses de idade, principalmente em casos

de gravidade leve, devido ao aparecimento de distonias transitórias, ou seja,

sinais neurológicos que aparecem, mas não se mantêm.

As crianças com PC apresentam sinais clínicos evidenciados por

alterações de tônus (espasticidade, discinesia e ataxia), os quais merecem

atenção especial durante a consulta de rotina. Estudos têm demonstrado que

crianças com PC, entre 3 e 5 meses de idade, já apresentam manifestações

clínicas tais como repertório motor e padrões posturais diferentes do que se é

esperado para o desenvolvimento típico (EINSPIELER et al, 2008).

Movimentos globais espontâneos anormais foram encontrados como os

principais marcadores confiáveis para o diagnóstico da PC (PRECHTL et al, 1997,

EINSPIELER C, PRECHTL HF. 2005, ADDE et al, 2007, EINSPIELER 2008,

BRUGGINK et al 2009; HAMER et al, 2011). Normalmente, os movimentos

globais manifestam-se em sequencias variáveis na intensidade e velocidade de

movimentos de braços, pernas, pescoço e tronco. São contínuos embora

apresentem rotações ou mudanças leves na direção, o que lhes conferem uma

aparente complexidade (EINSPIELER C, PRECHTL, 2005).

A presença de padrões atípicos de movimento e postura auxilia o

diagnóstico precoce da PC, sendo que o percentual de ocorrência de alguns

desses sinais indica os FATORES DE RISCO

São preditores para encefalopatia, a baixa idade gestacional, o baixo peso

ao nascer, a asfixia perinatal, a leucomalácia periventricular ou sub-cortical, a

hemorragia intraventricular grave, a isquemia cerebral e a lesão da substância

cinzenta profunda (GLADSTONE, 2010; VRIES et al 2011; HIMPENS et al, 2010).

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Pais e profissionais da saúde devem estar alertas para a possibilidade da

existência de danos neurológicos, que podem ocorrer nas fases pré-

concepcionais, pré–natais, intraparto ou pós-natais (PAZ, 2004). Dentre as

causas pré–concepcionais, merecem destaque o tratamento para infertilidade e

história familiar de doença neurológica ou de convulsões (BRASILl, 2010).

Quanto aos fatores pré-natais, destacam-se o retardo de crescimento

intrauterino e baixo peso ao nascer, doença tireoideana ou infecções virais

agudas maternas durante a gestação, por exemplo, a exposição perinatal ao vírus

herpes quase dobra o risco de PC nos recém-nascidos (GIBSON et al, 2005).

Descolamento prematuro da placenta, prolapso de cordão umbilical e

choque hipovolêmico materno, são eventos intraparto que podem gerar injúria

cerebral em fetos previamente hígidos. Recém-nascidos prematuros, durante o

parto e o período neonatal, são particularmente vulneráveis a dano cerebral,

possivelmente, por maior risco de hemorragia peri-intraventricular secundária à

fragilidade dos vasos sanguíneos do sistema nervoso central. O kernicterus, lesão

secundária à hiperbilirrubinemia no período neonatal; a displasia broncopulmonar;

os distúrbios bioquímicos e hematológicos; as más formações congênitas; e as

infecções congênitas ou neonatais estão associadas à PC (BRASIL, 2010; BEAR,

2004; RESEGUE, 2007).

Outros fatores de risco após o período neonatal ocorrem com menor

frequência, tais como, infecções do sistema nervoso central, hemorragia craniana

associada a distúrbio de coagulação, mal convulsivo, trauma craniano e distúrbios

eletrolíticos graves (RESEGUE, 2007).

Estudos epidemiológicos mostraram que a maioria das crianças com asfixia

perinatal não desenvolve o quadro clínico de paralisia cerebral. A incidência de

encefalopatia neonatal atribuível a eventos intraparto, na ausência de qualquer

outra anormalidade pré-concepcional ou anteparto, é de aproximadamente 1,5 por

10.000 crianças. Assim, estima-se que a encefalopatia hipóxico isquêmica seja

responsável por apenas 3 a 13% dos casos de paralisia cerebral congênita

(NELSON e ELLENBERG, 1987; BADAWI et al 1998 (a) e (b)).

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Os fatores de risco mais frequentes em lactentes para paralisia cerebral

são: a infecção congênita (15%), infecção do sistema nervoso central (10,6%) e

estado de mal convulsivo (22,5%). A prematuridade esteve associada e estes

fatores de risco em 50% dos lactentes (TÂMEGA e COSTA PINTO, 2010).

Finalmente, as evidências mais atuais indicam que a paralisia cerebral

resulta de uma associação de fatores incluindo a predisposição genética e os

desencadeantes ambientais intra e extrauterinos (BRASIL, 2010).

3.6 CONDIÇÕES ASSOCIADAS

A desordem motora na paralisia cerebral pode, frequentemente, vir

acompanhada por distúrbios sensoriais, perceptivos, cognitivos, de comunicação

e comportamental; epilepsia e problemas musculoesqueléticos secundários

(ROSENBAUM et al, 2007).

Cognitivas e comportamentais

A cognição pode ser definida por funções mentais específicas,

especialmente dependentes dos lobos frontais do cérebro, sendo mais

frequentemente chamada de funções executivas (OMS, 2011). A função executiva

compreende uma série de processos cognitivos e comportamentais tais como:

fluência verbal, resolução de problemas, planejamento, sequência, habilidade de

sustentar a atenção, flexibilidade cognitiva, memória operacional, categorização,

controle inibitório, tomada de decisão, criatividade entre outras (BURGESS et al.,

2000; SOHLBERG & MATTER, 2009).

Na paralisia cerebral o processo cognitivo global e específico pode ser

afetado, tanto por distúrbios primários, quanto em consequência secundária a

limitações neuromotoras que restringem as experiências da criança nos contextos

de referência e o processo de aprendizagem (ROSENBAUM et al, 2007). As

alterações cerebrais presentes na pessoa com paralisia cerebral representam

uma restrição biológica que predispõem consequência na trajetória típica de

desenvolvimento cognitivo, acarretando muitas vezes, em deficiência intelectual

ou problemas cognitivos específicos (BOTTCHER, 2010). A prematuridade e o

extremo baixo peso ao nascimento, apresentam alta correlação com o

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desenvolvimento das habilidades cognitivas (WOLKE, MEYER,1999; VOS et al.,

2012), entretanto, além dos fatores biológicos, os fatores socioeconômicos e

educacionais, destacando-se aqui o nível educacional materno, podem influenciar

no desempenho cognitivo da criança (KRAGELOH-MANN, LIDZBA, 2012, VOS et

al, 2012).

Na primeira infância o desenvolvimento cognitivo é evidenciado pela

interação com outras pessoas, com o ambiente imediato, assim como com

objetos/brinquedos. Neste sentido, ao brincar de faz de conta a criança

desenvolve/exercita a flexibilidade do pensamento, adaptabilidade, aprendizagem,

resolução de problemas, integração de informações do meio ambiente, além de

promover o desenvolvimento de habilidades sociais, intelectuais, emocionais e

físicas (STAGNITTI & UNSWORTH, 2000; NICOLOPOULOU et al., 2010;

STAGNITTI, 2009). Assim, é de extrema importância que estas crianças tenham

oportunidades de explorar o ambiente que as cerca e objetos/brinquedos que

possibilitem o desenvolvimento dessas habilidades de forma lúdica e prazerosa.

Entre 35% e 53% das pessoas com paralisia cerebral apresentam problemas de

funções executivas, principalmente relacionadas à atenção, sendo mais frequente

em paralisia cerebral bilateral (PIRILA et al, 2011; STRAUB & OBRZUT, 2009).

Essas funções são especialmente importantes quando a criança se depara com

situações fora da rotina as quais frequentemente exigem novas estratégias de

resolução de problemas (SHALLICE, 2002).

O estímulo dos pais e da escola, a quantidade de recursos disponibilizados

para a criança brincar, assim como o convívio com outras crianças podem

influenciar o desenvolvimento do brincar de faz de conta da criança com paralisia

cerebral (SANTOS et al., 2010); assim como observa-se correlação negativa entre

nível de comprometimento motor e a elaboração do brincar de faz de conta, ou

seja, quanto mais comprometida motoramente é a criança pior é seu repertório de

brincadeiras de faz de conta (PFEIFER et al, 2011), provavelmente porque essas

não tiveram oportunidades efetivas de brincar e, nestes casos, adaptações e

facilitações durante as intervenções terapêuticas ocupacionais podem contribuir

positivamente para o desenvolvimento dessas habilidades.

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O conhecimento acerca das habilidades cognitivas de crianças com

paralisia cerebral em idade escolar é escasso, entretanto, o estudo de Van

Rooijen e colaboradores (2011) identificou alta prevalência de problemas de

aprendizagem aritmética (reconhecer e contar números) e dificuldades de leitura

junto a essa população.

Alterações comportamentais e/ou emocionais em crianças e adolescentes

com paralisia cerebral são pouco exploradas na literatura. Os problemas mais

comuns relatados incluem: dificuldade de interação com colegas, problemas de

atenção e comportamentos hiperativos, problemas emocionais, características

antissociais, dentre outros (BROSSARD-RACINE et al., 2012).

Clinicamente, as alterações comportamentais são mais frequentes nas

crianças com paralisia cerebral em comparação as crianças com desenvolvimento

típico (FREITAS, 2009). TRAUNER et al (2001) encontrou alta frequência de

problemas sociais em crianças com lesão cerebral comparadas a um grupo

controle, possivelmente sugerindo maior risco de problemas sociais na presença

de lesão cerebral. Os atrasos no desenvolvimento de comportamentos sociais

observados na infância tendem a se agravar durante a adolescência

(ANDERSON et al, 1999).

A inclusão da pessoa com paralisia cerebral tem como momento muito

importante o período escolar. Nesse contexto, as habilidades e competências de

compreensão e expressão assumem um papel fundamental nesse processo.

Muitas vezes, a comunicação da pessoa com paralisia cerebral dar-se-á por meio

de comunicação alternativa e/ou aumentativa. A construção destes mecanismos

de comunicação deve respeitar as especificidades individuais. Para garantir a

participação integral da criança no contexto escolar, e em outros, muitas vezes é

necessário suprir suas necessidades por meio de tecnologias assistivas e

adaptações ao ambiente escolar e domiciliar, como também preparar estes

ambientes e as pessoas para viabilizar essa inclusão.

.

4. Procedimentos Metodológicos

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4.1 Metodologia

A pesquisa teve uma abordagem qualitativa de natureza exploratória. Para

o levantamento dos pontos mencionados no primeiro momento foram utilizados

como instrumentos de pesquisa:

leitura de documentos escolares e registros particulares do aluno;

entrevista com os responsáveis para compreensão das relações

familiares.

O levantamentos dos pontos mencionados no primeiro momento foram

realizados no primeiro semestre do ano letivo de 2013, nas dependências do

colégio. Na entrevista além dos responsáveis também se fez presente o aluno,

objeto de estudo, por solicitação dos pais.

Procurou-se através dos procedimentos adotados obter informações

precisas sobre as possibilidades e impossibilidades do educando no que diz

respeito as suas necessidades físicas, cognitivas, emocionais, escolares , familiar

e social.

Para que não sejam identificados os participantes da pesquisa e, manter o

sigilo exigido, serão anexados somente os modelos dos documentos com as

questões analisadas, ficando os originais em poder da pesquisadora.

4.2 Orientações Metodológicas

Toda informação adquirida através da análise da documentação escolar

e particular do aluno e os dados fornecidos na entrevista pelos

responsáveis, serão mantidas em sigilo absoluto, resguardado a

privacidade dos envolvidos.

Os dados após coletados serão anexados no portfólio particular do aluno,

que será desenvolvido na segunda etapa.

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SEGUNDA ETAPA

Somos diferentes e queremos ser assim e não uma

cópia malfeita de modelos considerados ideais.

Somos iguais no direito de sermos, inclusive,

diferentes”

Figura 1: Diversidade Social.

Fonte: JAOUHARI. Anice, 2013.

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1. Apresentação

Somos diferentes e queremos ser assim e não uma cópia malfeita de

modelos considerados ideais. Somos iguais no direito de sermos,

inclusive, diferentes”( CARVALHO, 2008, p.22).

Um dos grandes desafios na educação atualmente tem sido a avaliação,

objeto de grandes discussões, questionamentos e preocupações pelos

educadores, que buscam cumprir o que asseguram as leis, quanto a forma de

avaliar o educando com necessidades educativas especiais, respeitando suas

potencialidades.

A Lei nº. 9.394 de 1996 – institui a Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional artigo 59º, inciso I prevê:

como responsabilidade dos sistemas de ensino, assegurar-lhes

“currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização

específica, para atender às suas necessidades” (BRASIL, 1996).

Os Parâmetros Curriculares Nacionais: Adaptações Curriculares –

estabelece estratégias para a educação de alunos com necessidades

educacionais especiais e configura a educação especial como:

“ elemento integrante e indistinto do sistema educacional” e que

realiza-se transversalmente, em todos os níveis de ensino, nas

instituições escolares, cujo projeto, organização e prática

pedagógica devem respeitar a diversidade dos alunos, a exigir

diferenciações nos atos pedagógicos que contemplem as

necessidades educacionais de todos" (BRASIL, 1998, p.21).

Mas, ao buscarem novas metodologias para o ensino-aprendizagem de tais educandos, os educadores mostram-se insatisfeitos com estas, pois não se tem clareza de como avaliá-los, o que avaliar, quando avaliar.

Pensando em uma forma diferente de avaliar o desempenho do educando

com PC ou ECINP, proponho nesta segunda etapa a confecção e uso do

caderno e do portfólio de aprendizagem, como métodos de ensino, os quais

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possam vir a satisfazer as potencialidades, necessidades e estilos de

aprendizagem do aluno.

Acredita-se que esta proposta metodológica possa proporcionar

melhores percepções e entendimento de como se dá o processo ensino-

aprendizagem do educando em estudo.

2.Teórica Fundamentação

2.1 Aprendizagem Significativa No Ensino De Ciências

Para (MOREIRA,1999), com base em investigações realizadas sobre o

ensino de Ciências, nota-se uma tendência de superação de estratégias de

ensino que privilegiam atividades de estímulo, respostas, reforço positivo,

objetivos operacionais e instrução programada.Tais estratégias não enfocam a

aprendizagem no processo de construção de significados.

A aprendizagem significativa no ensino de Ciências implica no

entendimento de que o estudante aprende conteúdos científicos escolares

quando lhes atribui significados.

O estudante constrói significados cada vez que estabelece relações “substantivas e não-arbitrárias”, entre o que conhece de aprendizagens anteriores (nível de desenvolvimento real – conhecimentos alternativos) e o que aprende de novo (AUSUBEL,NOVAK e HANESIAN, 1980).

As relações que se estabelecem entre o que o estudante já sabe e o

conhecimento específico a ser ensinado pela mediação do professor não são

arbitrárias, pois dependem da organização dos conteúdos; de estratégias

metodológicas adequadas; de material didático de apoio potencialmente

significativo; e da “ancoragem”¹6 em conhecimentos especificamente relevantes já

existentes na estrutura cognitiva do estudante (MOREIRA, 1999).

Quando o estudante relaciona uma noção a ser aprendida com um

conceito já presente na sua estrutura cognitiva, ele incorpora a “substância do

novo conhecimento, das novas idéias” e a esse processo denomina-se

substantividade (MOREIRA, 1999, p. 77). Ao se trabalhar a definição de um

conceito de forma literal e arbitrária, o ensino não possibilita que o estudante

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construa seu próprio modelo mental, sua própria rede de relações conceituais

sobre o conhecimento científico escolar.

A construção de significados pelo estudante é o resultado de uma

complexa rede de interações composta por no mínimo três elementos: o

estudante, os conteúdos científicos escolares e o professor de Ciências como

mediador do processo de ensino-aprendizagem. O estudante é o responsável

final pela aprendizagem ao atribuir sentido e significado aos conteúdos científicos

escolares. O professor é quem determina as estratégias que possibilitam maior ou

menor grau de generalização e especificidade dos significados construídos. É do

professor, também, a responsabilidade por orientar e direcionar tal processo de

construção.

No ensino de Ciências, deve-se trabalhar com conteúdos científicos

escolares e suas relações conceituais, interdisciplinares e contextuais,

considerando-se a zona de desenvolvimento proximal do estudante(VYGOTSKY,

1991b), em um processo de interação social em que o professor de Ciências “é o

participante que já internalizou significados socialmente compartilhados para os

materiais educativos do currículo e procura fazer com que o aprendiz também

venha a compartilhá-los” (MOREIRA, 1999. p.109).

2.2 Conteúdos Estruturantes

Nas diretrizes curriculares da educação básica, entende-se o conceito de

Conteúdos Estruturantes como conhecimentos de grande amplitude que

identificam e organizam os campos de estudo de uma disciplina escolar,

considerados fundamentais para a compreensão de seu objeto de estudo e

ensino.

As diretrizes curriculares apresentam cinco conteúdos estruturantes

fundamentados na história da ciência, base estrutural de integração conceitual

para a disciplina de Ciências no Ensino Fundamental. São eles:

Astronomia

Matéria

Sistemas Biológicos

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Energia

Biodiversidade

Propõe-se o trabalho com o conteúdo estruturante “Astronomia”,

selecionando os conteúdos específicos da disciplina de Ciências adequados ao

nível de desenvolvimento cognitivo do estudante. Para o trabalho pedagógico

manter-se-à o necessário rigor conceitual, adotando uma linguagem adequada à

série, problematizando os conteúdos em função das realidades regionais, além de

considerar os limites e possibilidades dos livros didáticos de Ciências.

2.3 Astronomia

A Astronomia tem um papel importante no Ensino Fundamental, pois é

uma das ciências de referência para os conhecimentos sobre a dinâmica dos

corpos celestes. Numa abordagem histórica traz as discussões sobre os modelos

geocêntrico e heliocêntrico, bem como sobre os métodos e instrumentos

científicos, conceitos e modelos explicativos que envolveram tais discussões.

Além disso, os fenômenos celestes são de grande interesse dos estudantes

porque por meio deles buscam-se explicações alternativas para acontecimentos

regulares da realidade, como o movimento aparente do Sol, as fases da Lua, as

estações do ano, as viagens espaciais, entre outros.

Este conteúdo estruturante possibilita estudos e discussões sobre a origem

e a evolução do Universo. Apresentam-se, a seguir, os conteúdos básicos que

envolvem conceitos científicos necessários para o entendimento de questões

astronômicas e para a compreensão do objeto de estudo da disciplina de

Ciências:

universo;

sistema solar;

movimentos celestes e terrestres;

astros;

origem e evolução do universo;

gravitação universal

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3. Procedimentos Metodológicos

Para que tal estudo seja efetivado faz-se necessário seguirmos mais de

um procedimento em momentos diferentes e uma metodologia de pesquisa-ação

científica, na qual estarão sendo analisadas as fases pelas quais o projeto deverá

passar. São elas

3.1- FASE EXPLORATÓRIA

Na fase exploratória será utilizado algumas dinâmicas para melhor

compreensão e percepção de como as pessoas percebem o objeto de estudo.

Também será analisado de que maneira o educando poderá mostrar sua

capacidade de aprendizagem, seus meios de superação. Para tanto serão

utilizadas variadas (técnicas) ou instrumentos.

São eles:

a) Questionários direcionados à escola envolvendo: gestor, pedagogo e

professores.

b) Análise do material didático do aluno: caderno, trabalhos de pesquisa,

provas e livro.

Fases

FaseExploratória

Fase de Avaliação

Fase de Intervenção

Fase de Planejamento

da Intervenção

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c) Observação comportamental do aluno em sala durante as aulas.

Data:____/___/___

Horário: ____:____

Professor ( a )__________________

Disciplina: _____________________

Atividade ou conteúdo desenvolvido pelo (a) professor(a) ____________

Metodologia utilizada: ________________________________________

Outras observações:___________________________________

3.2 - Orientações Metodológicas

Todos os dados obtidos na fase exploratória serão incluídos no portfólio

particular do aluno, por tratar-se de informações pessoais.

O que é Portfólio Particular?

Portfólio Particular é uma coleção de registros escritos particulares e

confidenciais a respeito do aluno como telefone, históricos familiares, médicos,

relatos narrativos de professores, pedagogos etc., para que os profissionais que

lidam com o educando possam de forma confidencial conhecer os limites e

possibilidades acadêmicas do sujeito com o qual desempenham seu trabalho.

Embora não sendo arquivados no portfólio de aprendizagem do aluno,

esses registros farão parte importante da avaliação do portfólio de

aprendizagem, pois fornecerão evidências do progresso do aluno à medida que o

tempo passar.

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2.2 - FASE DE PLANEJAMENTO DA INTERVENÇÃO

A partir das dinâmicas realizadas com gestor, pedagoga e professores e

das análises realizadas com o material didático do aluno e da observação

comportamental do mesmo em sal, propõe-se criar no primeiro passo um diário

de aprendizagem e no segundo um portfólio de aprendizagem, para melhor

atender ao aluno.

Colégio ____________________________________________________

Rua: _______________________________________ Nº ______________

Bairro:___________________ Cep: _____________ Estado: ______

Aluno:______________________________________________________

Data de Nascimento:____/____/____ Cidade: ________________

Estado:_____________________ Nacionalidade: _______________

Série:_____________________ Turma: ____________ Nº___________

Nome do Pai: ________________________________________________

Nome da Mãe: ____________________________________________

Portfólio particular

PARTICULAr

Análise da documentação escolar e particular do aluno.

Registro da entrevista com os responsáveis pelo aluno.

Registro dos questionários direcionados à equipe

pedagógica, gestor e professores.

Registro da análise do material didático do

aluno.

Registro das observações feitas do aluno em sala.

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4. PRIMEIRO PASSO

O que é um diário de aprendizagem?

O diário de aprendizagem é um registro contínuo, escrito pelo aluno e

professor , de novas descobertas e de novos entendimentos de desempenho. São

importantes por duas razões: Primeiro, eles envolvem o professor e o aluno em

discussões rápidas. Segundo, os diários de aprendizagem proporcionam uma

oportunidade regular para escrever comentários a respeito das idéias e dos

interesses do aluno, preparando-o para realizar registros escritos mais longos.

É uma importante técnica da avaliação com portfólio.

Objetivos

A curto prazo:

proporciona uma certa individualização do planejamento curricular.

Serve como uma estratégia para motivar o aluno a descobrir novas

maneiras de ele mesmo envolver-se no trabalho.

A longo prazo:

5. SEGUNDO PASSO

Portfólio de Aprendizagem

Portfólio é um instrumento ...

de identificação da qualidade do ensino-aprendizagem mediante a

avaliação do desempenho do aluno e professor;

que compreende a compilação dos trabalhos realizados pelos

alunos, durante um curso, série ou disciplina.

5.1 - Itens do Portfólio

1) Amostras de trabalhos ( desenhos e registros escritos );

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Apresentam o eixo principal da coleta e avaliação por portfólio, endossa

o trabalho do professor que utiliza práticas adequadas ao desenvolvimento,

encorajando outros a iniciá-lo.

A coleta de amostras de trabalhos é o primeiro passo para a avaliação

com portfólio , pois preserva as fontes primárias de informações sobre o

progresso dos alunos e dá a possibilidade de o professor aprender algo novo

sobre as necessidades e interesse do aluno.

FONTES PRIMÁRIAS - são materiais originais inalterados, como

desenhos, cartas e histórias que não foram revisadas.

FONTES SECUNDÁRIAS - medidas e comparações do aprendizado dos

alunos, como testes tradicionais. Revelam a interpretação de outra pessoa sobre

o desempenho delas, em vez de uma evidência verdadeira desse aprendizado.

2) Diários de aprendizagem

3) Fotografia

É um método poderoso de preservar e de apresentar informações sobre o

que e como os alunos estão aprendendo. Os registros fotográficos fazem o

aluno lembrar o que ele já realizou; além disso, auxiliam o professor a relatar as

atividades realizadas aos pais. Também possibilitam a preservação de evidências

de projetos, como atividades em grupo ou trabalhos tridimensionais, os quais não

podem ser arquivados nos portfólios. Ela é um caminho intermediário rumo aos

registros escritos. Também documentam o progresso de cada aluno com o passar

do tempo.

A fotografia é importante no processo de montagem do portfólio por duas

razões:

ajudam o professor a praticar a observação;

servem como estímulos para realizar registros escritos;

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2.3- FASE DE INTERVENÇÃO:

A fase de intervenção o correrá no primeiro bimestre de 2014, onde o eixo

em estudo na disciplina de Ciências será ASTRONOMIA. Os conteúdos estarão

distribuídos da seguinte forma:

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

ASTRONOMIA

* Astros

* Movimentos celestes e terrestres

* Constituição físico-química das estrelas, planetas e satélites

Imagem 1: Sistema Solar

Fonte: http://www.explicatorium.com

Imagem 2: Lua

http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uplo

ads/5/507faseslua.jpg

* Rotação * Translação * Dia e noite

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ASTRONOMIA

* Estações do ano

Imagem 3: Estações do Ano

Fonte:http://www.planetariodorio.com.br

* Eclipse do Sol

Imagem 4: Eclipse do sol

http://www.cenis.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?f foto=1623&evento=5

* Eclipse da Lua

Imagem 5: Eclipse da Lua

Fonte: http://www.explicatorium.com

* Fases da lua

Imagem 6: Fases da Lua http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/galeria/deta

lhe.php?foto=2204&evento=5#menu-galeria

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2.3.1- Procedimentos Metodológicos

Na fase de intervenção serão confeccionados o diário e o portfólio de

aprendizagem.

Diário de Aprendizagem

O diário de aprendizagem será introduzido no início do processo de

montagem do portfólio, pois consegue capturar tipos de aprendizados que as

amostras de trabalho não conseguem. Outra razão para implantar o diário de

aprendizagem no começo do processo é que os itens de portfólio fornecem uma

estrutura para conferências regulares entre o professor e o aluno, garantindo

relacionamento genuíno, no qual o aluno formulará questões e hipóteses com

confiança. Além disso, o diário auxilia o desenvolvimento curricular: sugere

tópicos para discussões tanto em grupos pequenos como no grupo todo. ( Da

mesma forma, as discussões em grupo podem revelar assuntos para conversas

em duplas )

Constelações

Imagem 7: Estrelas

Fonte: http://ensinamentos-das-

pleiades.blogspot.com.br

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Portfólio de Aprendizagem

No portfólio de aprendizagem serão

anexadas anotações, desenhos, rascunhos e esboços preliminares de projetos

em andamento, amostras de trabalhos recentes e o diário de aprendizagem do

aluno.

Também durante a realização de atividades pelo aluno (individual ou em

grupos), serão fotografada as tarefas em andamento várias vezes para criar

registros fotográficos de como elas ou as obras foram realizadas ou criadas.

Serão fotografadas as apresentações individuais e coletivas em sala ou fora

dela, assim como exposição de trabalhos na forma de: cartazes, maquetes etc.

De toda as atividades desenvolvidas , serão escolhidas amostras das

mesmas, respeitando o direito de escolha em primeiro lugar do aluno e após,

pela professora de acordo com os critérios que se fizerem necessários, para

compor o portfólio de aprendizagem do educando.

Nas amostras de trabalho serão anexados breves comentários da

professora, pois através destes poderá se identificar evidências de indicadores de

desenvolvimento e de prática, ou do domínio, de objetivos curriculares.

a)Desenhos: poderão demonstrar o progresso do aluno.

b) Registros escritos: poderão demonstrar os pensamentos, sentimentos e

reflexões do aluno

2.3.2 - Orientações Metodológicas

O aluno deverá confeccionar seu diário de aprendizagem utilizando para tal

um caderno de linguagem pequeno. O mesmo deverá ter capa e nele constar os

dados de identificação abaixo. A escolha do tipo de capa e abertura a ser feita ,

ficará a escolha e interesse do aluno.

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Passos para confecção do portfólio:

FORMULÁRIO PARA DIÁRIO DE APRENDIZAGEM

Nome:____________________________________________

Série:____________ Turma: ___________ Nº: __________

Data: ____/____/____

Professor(a) _______________________________________

Tenho aprendido ___________________________________

Quero aprender mais sobre:___________________________

Planejo fazer ______________________________________

Comentários do professor: ___________________________

____________________________________________________

____________________________________________________

____________________________________________________

________________________________________

Colégio:_________________________

Aluno:__________________________

Série: ______ Turma:_____ Nº____

Professora:______________________

Disciplina:________________________

Diário DE APRENDIZAGEM

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1) O aluno escolherá de que forma irá montar seu portfólio ( pastas ou outros

meios);

2) Em seguida confeccionará a capa do portfólio de acordo com seus

gostos, solicitando ajuda dos familiares para tal procedimento;

3) Após, será feita a abertura do portfólio com a identificação da instituição

de ensino e os dados pessoais do aluno.

Imagem8: Ciências:

Fonte: http://ciencias.seed.pr.go.br

COLÉGIO: ________________________________________________

Rua:_____________________________ Nº _____ Cep: ____

Município: ___________________ Estado: ______________

ALUNO:__________________________________________________

SÉRIE:__________________ TURMA:____________ Nº: __________

PROFESSORA: ___________________________________________

DISCIPLINA: ____________________________________________

PORTFÓLIO De

APRENDIZAGEM

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Durante a fase de intervenção propõe-se observar os seguintes critérios com relação as necessidades educacionais especiais do educando, São eles:

Nos objetivos de ensino

Adequá-los às características e condições do aluno com necessidades

educacionais especiais.

Priorizar determinados objetivos para o aluno investindo mais tempo, ou

utilizando maior variedade de estratégias pedagógicas na busca por

alcançar determinados objetivos em detrimento de outros, menos

necessários a partir da análise do conhecimento já aprendido pelo

aluno, e do grau de importância do referido objetivo para o

desenvolvimento da aprendizagem significativa do educando.

No conteúdo ensinado

Priorizar os tipos de conteúdo.

Priorizar áreas ou unidades de conteúdos.

Reformular a sequência de conteúdos.

Eliminar conteúdos secundários acompanhando as adaptações

propostas para os objetivos educacionais.

No método de ensino

Oferecer formas e estratégias diferentes e ajustes necessários na

abordagem dos conteúdos que melhor respondam às características e

as necessidades peculiares do processo de aprendizagem do aluno,

para que possa ter a mesma oportunidade de apreender e construir o

conhecimento que deve ser socializado.

Saber o nível de conhecimento do aluno sobre o assunto para poder

planejar os passos a adotar.

Refletir sobre as posturas e estratégias utilizadas.

Dar significado ao conteúdo focalizado.

Na temporalidade do processo de ensino e aprendizagem

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Considerar a demanda de mais tempo, diferenciado do oferecido aos

demais alunos, para a execução de algumas atividades, bem como

maior frequência de suporte para sua necessidade educacional

especial.

Aumentar ou diminuir o tempo previsto para o trato de determinados

objetivos e os consequentes conteúdos.

2.4- FASE DE AVALIAÇÃO

Educar os alunos para serem cidadãos produtivos do século XXI requer o uso de estratégias de ensino que promovam mais a aprendizagem ativa que a passiva, a cooperação em vez da competição e habilidades de pensamento crítico em vez de uma aprendizagem mecânica (Benjamin, 1989).

2.4.1 - Procedimentos Metodológicos

Primeiramente na fase de avaliação serão identificadas as potencialidades e

necessidades educacionais mais críticas do aluno, seu grau de desempenho atual

e de participação nas várias atividades e ambientes.

No decorrer do desenvolvimento do projeto algumas medidas pedagógicas

que se fizerem necessárias serão adotadas, para articular melhor o processo

ensino-aprendizagem adequados ao nível de desenvolvimento cognitivo do aluno,

tais como: linguagem adequada a compreensão do educando e a série,

problematização de conteúdo, atividades lúdicas e tecnológicas.

2.4.2 - Orientações Metodológicas

No processo de avaliação serão modificadas as técnicas, os instrumentos

e procedimentos todas as vezes que se fizerem necessários.

Exemplos:

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Produção de atividades impressa utilizando exercícios de resolução

mais objetivos;

Participação em atividades de grupo;

Seleção de sites com atividades interativas, priorizando aspectos

visuais;

Utilização do computador adaptado às dificuldades motoras para jogos

educativos, leitura de textos etc...;

Utilização e confecção de maquetes como planetário;

Jogos educativos;

O portfólio e o caderno de aprendizagem também farão parte dos

instrumentos de avaliação do aluno.

SUGESTÕES PARA APERFEIÇOAMENTO DO PROFESSOR

Aula - Mec

• http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=285

Astronomia Vídeo

• http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=247

Astronomia Trechos de

Filmes

• http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/con

• teudo/conteudo.php?conteudo=274

Sites:

www.apr.org.br

www.portal.mec.gov.br

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Escola Inclusiva: a organização do trabalho pedagógico

Rosita Edler Carvalho

O Direito À Diferença

Míriam Pan

Inclusão

LeiturasInclusão:Um guia para educadores

Susan Stainback

William Stainback

- O Que Ensinar, Como Ensinar e Quando Mudar o Ensino, p. 144-161

- Planejamento Retroativo para o Currículo Inclusivo, p.259-341

- Orientações Para Domínio de Tarefas, p.343-346

Avaliação, Currículo e Ensino

LITERATURA: Deficiência Física

1. Ainda Sou Eu - Memórias – Christopher Reeve ( Dorea Books,

279 págs. ) Autobiografia do autor consagrado como o Superman,

no cinema.

2. A Saga de um Campeão – Lars Grael ( Gente, 232 págs. ). Ser

vítima de um acidente e ficar entre a vida e a morte é uma

experiência avassaladora. No caso do atleta e medalhista

olímpico brasileiro Lars Grael.

3. Inclusão. Construindo uma Sociedade para Todos – Romeu

Kazumi Sassaki ( WVA, 174 págs.). Livro indispensável para

quem deseja conhecer e se aprofundar em conceitos

relacionados à inclusão, como o de trabalho inclusivo.

4. A integração de pessoas com deficiência. Contribuições para uma

reflexão sobre o tema – Maria Teresa Eglér Mantoan – (Memnon,

235 págs.) Reunião de pensamentos e práticas de renomados

profissionais das áreas da saúde e da educação com relação à

integração escolar e social da pessoa com deficiência.

5. Inclusão – Um Guia para Educadores – Susan Stainback e

William Stainback – (Artes Médicas, 451 págs.). Guia abrangente

que oferece a professores as ferramentas e técnicas necessárias

para sustentar a inclusão em salas de aula de escolas regulares.

6. Inclusão e Avaliação na Escola de Alunos com Necessidades

Educacionais Especiais. Hugo Otto Beyer, Ed. Mediação

7. Inclusão Escolar – Pontos e Contrapontos. Maria Teresa Eglér

Mantoan, Rosângela Gavioli Prieto e Valéria Amorim Arantes (org),

104 págs. Ed. Summus.

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FilMES

1) Força de Um Campeão – A luta e força de vontade de um rapaz de 18

anos contra o câncer que o obriga a amputar a perna. Com o objetivo de

conseguir doações para a instituições que trabalham com cancerosos,

ele resolve atravessar todo o Canadá comapenas uma perna.

2) A História de Brooke Allison – Um grave acidente deixa a jovem Brooke

Ellison tetraplégica. Mas sua incansável vontade de viver e se superar

não só a leva de volta à escola como também à universidade onde se

forma com louvor.

3) Alguém para Amar – Para quebrar o gelo de sua vida sentimental, Susan

resolve passar suas férias numa elegante cidade dos Alpes franceses.

Mas, antes, ela convence o seu médico a colocar um gesso no lugar do

aparelho ortopédico que é obrigada a usar desde pequena.

4) A Luta de Dennis Byrd – A história real de Dennis Byrd, astro do futebol

americano. Em pleno campeonato, ele se choca com outro jogador . O

acidente estraçalha suas vértebras e o deixa paralítico do pescoço para

baixo.

5) Amargo Regresso – Em 1968, Bob Hyde , um oficial do exército

americano embarca para o Vietnã. Sally, sua mulher vai trabalhar em um

hospital de veteranos e lá se apaixona por Luke Martin, um soldado que

ficou paraplégico na guerra do Vietnã.

6) Carne Trêmula – Victor se apaixona perdidamente pela belíssima Elena,

mas um golpe do destino impede que o namoro vá para frente. A jovem

que é viciada em drogas, no primeiro encontro saca um revólver e

quando a polícia chega em seu apartamento para averiguar o que está

acontecendo, um tiro acidental atinge David, um dos policiais, agora

condenado a viver numa cadeira de rodas.

7) Conversando com Deus – Adaptação do livro homônimo escrito por

Neale Donald Walsch, que conta sua própria história que inspirou e

transformou a vida de milhões de pessoas. Neale sofreu um grave

acidente de carro no qual quebrou o pescoço.

8) Dawn Anna – Uma inspiradora história real é um testemunho comovente

sobre o poder do amor e da família ao enfrentar as dificuldades da vida.

Quando ela consegue um emprego como professora e treinadora e

começa um novo relacionamento, repentinamente é atacada por uma

doença debilitante. Após uma complexa cirurgia, ela é obrigada a

aprender a falar e a andar novamente.

9) Feliz Ano Velho – Trata da experiência autobiográfica do autor, que

relata o acidente que o deixou tetraplégico depois de um mergulho em

um lago, após bater acidentalmente com a cabeça numa pedra.

10) Gaby – Uma História Verdadeira – História real de Gaby Brimmer, filha

de refugiados europeus no México, que nasce com problemas

neurológicos e apesar de inteligente e lúcida, não consegue andar, falar

ou mover as mãos.

11) Meu Pé Esquerdo – Christy Brown, o filho de uma humilde família

irlandesa nasce com umaparalisia cerebral que lhe tira todos os

movimentos do corpo, com a exceção do pé esquerdo. Com apenas este

movimento Christy consegue, no decorrer de sua vida, se tornar escritor

e pintor.

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10 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Brasil.Constituição Federal de 1988. Brasília,1988. Disponível:

http://www.jusbrasil.com.br/...ao/anotada/2419826/art-208. Acesso 29/06/2013.

________. Decreto 914/93. Brasília,1993. Disponível:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d0914.htm. Acesso 29/06/2013.

Entrevista com Pais para Compreensão das Relações Familiares. Disponível :

http://educaçaoemacaorsl.blogspot.com.br/2010/09/relatorio-de-estagio-

psicopedagogia.html. Acesso 02/09/2013.

_______. Lei 7.853/89. Brasília,1989.Disponível:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/I7853.htm Acesso 30/06/2013.

________. Lei 8.069/90.Brasília,1990.Disponível:

http://www.planalto.gov.br/legislação/anotada/2335215/art-54. Acesso

29/06/2013.

________. Lei 10.098/94. Brasília,1994.Disponível:

http://portal.mec.gov.br/seep/arquivos/pdf.lei10098.pdf. Acesso 29/06/2013.

________. Lei 10.172/01. Brasília, 2001.Disponível:

http://www.planalto.gov.br//ccivil_03/leis/leis_2001/I10172.htm. Acesso

30/06/2013.

________. Lei 10.845/04. Brasília, 2004. Disponível:

http://www.planalto.gov.br/ccivil 03/ ato2004-2006/2004/lei/10.845.htm. Acesso:

30/06/2013.

________. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília,1996.

Disponível:http://portal.mec.gov.br//seesp/arquivos/txt/lei9394 Idbn2.txt.

Acesso 30/06/2013.

________. Resolução CNE/CEB 02/01. Brasília, 2001. Disponível:

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http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB0201.pdf

Acesso 30/06/2013.

________. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares

Nacionais: terceiro e quarto ciclos, apresentação dos temas transversais.

Secretaria de Educação Fundamental. Brasília:MEC/SEF, 1998.436p.

CARVALHO, Rosita Edler. Escola Inclusiva: a reorganização do trabalho

pedagógico. Porto Alegre. Editora Mediação, 2008.

GIL, Antonio Carlos. Estudo de caso: fundamentação científica. São Paulo: Atlas,

2009.

PAN, Míriam Aparecida Graciano de Souza. O direito à diferença: uma reflexão

sobre deficiência intelectual e educação inclusiva/Míriam Aparecida Graciano de

Souza Pan. Curitiba: Ibpex, 2008. 212 p.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da

Educação Básica. Paraná, 2008.87p.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Disponível em

http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=7.

Acesso 14/11/2013.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Disponível em

http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=27

4 . Acesso 14/11/2013.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Disponível em

http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=28

5 . Acesso: 14/11/2013.

SHORES, Elizabeth F & GRACE, Cathy. Manual de Portfólio: um guia passo a

passo para professores. Porto Alegre: ARTMED Editora, 2001.

STAINBACK, S & STAINBACK, W. Inclusão: um guia para educadores. Porto

Alegre: Artes Médicas Sul, 1947.

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REFERÊNCIAS DAS FIGURAS E IMAGENS

Figura 1: Diversidade Social.

Fonte: JAOUHARI. Anice, 2013.

Imagem 1: Sistema Solar.

Fonte: htt://www. explicatorium.com

Imagem 2: Lua.

Fonte: http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/5/507faseslua.jpg

Imagem 3: Estações do Ano.

Fonte: http://www.planetariodorio.com.br

Imagem 4: Eclipse do Sol

Fonte: http://www.cenis.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=1623&

evento=5

Imagem 5: Eclipse da Lua.

Fonte: http://www.explicatorium.com

Imagem 6: Fases da Lua.

Fonte:

http://www.ciencia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=2204&evento

=5#menu-galeria

Page 52: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · como atividade do Plano de Formação Continuada do ... encefalopatia crônica infantil não ... precisas sobre as possibilidades

Imagem 7: Estrelas

Fonte: http://ensinamentos-das-pleiades.blogspot.com.br

Imagem 8: Ciências

Fonte: http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/links/links.php?ini=A&

=9 . Acesso 14/11/2013.

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ANEXOS

Anexo 1

Entrevista com os pais para compreensão das relações familiares

1) DADOS PESSOAIS:

Nome do aluno:__________________________________________________

Data de nascimento:_____/_____/____ Idade:_____anos e _____ meses

Naturalidade:_________________ Sexo ______________

Data da entrevista:_______/______/______

2) DADOS FAMILIARES:

Nome do pai:__________________________________________________

Idade:____ anos Profissão:_________ Escolaridade:______________

Nome do mãe:________________________________________________

Idade:____ anos Profissão:_________ Escolaridade:______________

Outros filhos: _____________ Quantos: ______________

Nome dos irmãos: ________________________________Idade:______

Escolaridade:____________________________

___________________________________________________________

Idade: _______________ Escolaridade:_______________________

Quantas pessoas moram na casa _____________________________

Onde mora?________________________________________________

Aluno tem seu quarto?________________________________________

3)HISTÓRICO DA GESTAÇÃO:

Quantas gestações?_______________________

Abortos espontâneos:_______________________

A gestação foi planejada e desejada?___________________________

Tempo de gestação:_______________ ______ Pré-natal:__________

Gestação: Vômitos ( ) Álcool ( ) Cigarro ( )

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Drogas ( ) Medicamentos ( ) Qual?_______________

Doenças na gestação:______________________________________

Outros dados:

PARTO

Tipo de parto Anestesia:____________________ Duração:_______________

Choro:____________ Peso: ______________ Comprimento:___________

Asfixia:______________ Transfusão:______________Sucção: ________

Doenças nos primeiros dias:______________________________________

Hospitalização: ___________________________________

4) RELAÇÕES PRIMÁRIAS:

Quem cuidava:____________________________________________

Mamou no seio:_______________________ Por que parou:_____________

Mamadeira:___________________________ Chupeta: ____________

5) DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR:

Sorriso social:_____________________ Firmou a cabeça:________________

Sentou com apoio:___________________________________

Engatinhou:_________________________________________

Caminhou com apoio:________________________ Sem apoio:____________

Acompanhava os objetos com os olhos:_____________________________

Controle dos esfíncteres: ________________ Diurno: À noite: _______

Dificuldade na marcha:________________ Qual: ________________________

Marcha atualmente: _______________________________________

Bom senso de direção: ________________ Lateralidade definida:____

Problemas ortopédicos: ______________________________________

Atividade diária: Dependente ( ) Independente ( ) Semi-dependente ( )

6) ALIMENTAÇÃO: HÁBITOS E LINGUAGEM

Chupou o dedo: _______________________ Roe unhas ____________

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Primeiros dentes___________________ Alimentação sólida: ____________

Come bem:_____________ Perturbações digestivas: _________________

Onde e como come: _______________________________________________

Compreende ordens:____________ Usa gestos ou mímicas:_________

É compreendido por todos: ______________________________________

Gosta de contar fatos:_________________________________________

7) SONO

Onde dorme:_________________________ Com quem:____________

Quando foi separado dos pais: ________________________________

( ) Pesadelos ( ) Fala ou grita ( ) Range dentes ( ) Baba ( ) Ronca

( ) Respira pela boca ( ) Sonambulismo ( ) Medo do escuro

Hábitos para dormir:__________________________________________

Horas de sono: _____________________ Dorme logo: ____________

8)SAÚDE

Doenças: __________________________________________________

Acidentes: ________________________________________________

Doenças na família: ________________________________________

Convulsões:_____________________________ Medicação: ________

9) ROTINA

Como vive um dia comum:____________________________________

10) ATITUDES:

Come sozinho:________ Veste-se: __________ Toma banho: ______

Vai a algum lugar sozinho: _____________ Desde que idade: _______

Fica sozinho: ( ) Na escola ( ) Em casa ( ) Em festa

Relaciona-se melhor com: _____________ Manipula adultos: ______

Normalmente:_____________________________________________

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11) COMO REAGE EM SITUAÇÕES NOVAS:

Quando contrariado:________________________________________

Organizado:___________ Amigos: ___________________________

Preferência:______________________________________________

Apresenta curiosidade sexual:________________________________

12) Aprendizagem

Como foi o processo de alfabetização: _______________________

É repetente? ( ) Sim ( ) Não Série ( s ) _____________

Faz deveres naturalmente?__________________________________

Faz deveres em etapas?___________________________________

Como?________________________________________________

Reclama dos deveres?_____________________________________

Esconde os deveres para ficar livre?____________________________

Que horários costuma fazer os deveres?__________________________

Como vocês avaliam o aprendizado do seu filho?____________________

Como vocês analisam a escrita de seu filho?_____________________

Quais as dificuldades percebidas pela família em sua aprendizagem?____

O que acham do atendimento da escola em relação ao seu filho?__________

13) Opinião Pessoal

a) O que vocês pensam sobre a inclusão escolar e social da pessoa com

necessidades educacionais especiais

b) O que na opinião de vocês precisa ser melhorado para que as pessoas com

necessidades educacionais especiais, sejam melhores atendidas em suas

necessidades acadêmicas?

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Anexo 2

ANÁLISE DE DOCUMENTAÇÃO ESCOLAR

Estabelecimento: __________________________________________________

Rua: ___________________________________ Cep _________________

Município: ________________________________________________________

Aluno: ___________ CGM: ____________ Naturalidade: Brasileira

Data de Nascimento:___/___/___ Sexo: _______Município: ______________

Pai: ________________________ Mãe: ________________________

Série/Ano ______ Turno: _______ Ano letivo: ________

Data da Avaliação Pedagógica na Sala de Recursos: ___/___/___

RELATÓRIO DE ACOMPANHAMENTO PEDAGÓGICO

1º SEMESTRE 2012

Sala de recurso área da deficiência mental e distúrbios de

aprendizagem

A- Em relação as áreas do desenvolvimento ( cognição, sócio afetivo,

emocional e motora ) e recomendações necessárias

B- Síntese dos trabalhos realizados e avanços no processo educacional do

aluno.

AVANÇOS:

RELATÓRIO DE ACOMPANHAMENTO PEDAGÓGICO

2º SEMESTRE 2012

A- Em relação as áreas do desenvolvimento ( cognição, sócio afetivo,

emocional e motora ) e recomendações necessárias

B- Em relação as áreas do conhecimento ( linguagem oral e escrita e

cálculos matemáticos ) recomendações necessárias.

C- Síntese dos trabalhos realizados e avanços no processo educacional do

aluno.

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Anexo 3

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Caro Pai/Mãe/Responsável,

Busco seu consentimento para que seu filho _______________________,

seja envolvido em um Estudo de Caso, que realizarei no colégio____________

O estudo intitula-se ( PROCESSO AVALIATIVO NA ÁREA DE CIÊNCIAS

PARA ALUNOS COM PARALISIA CEREBRAL OU ENCEFALOPATIA CRÔNICA

INFANTIL NÃO PROGRESSIVA) e tem por objetivo ELABORAR ESTRATÉGIAS

AVALIATIVAS QUE POSSIBILITEM AO ALUNO COM PC OU ECINP ATINGIR

AS METAS DA DISCIPLINA DE CIÊNCIAS.

O envolvimento do aluno no estudo se dará através da sua participação

no(a) registro dos conteúdos estudados em sala de aula, resolução das

atividades propostas, participação em jogos educativos e atividades de grupo,

leitura de texto, confecção e exposição de maquetes, avaliação oral e escrita. O

aluno poderá ter sua participação gravada, filmada ou fotografada em sala e nas

dependências do colégio, em seu turno de aula. Se houver necessidade de sua

participação fora de seu turno de aula, será enviado aos pais ou responsáveis, um

pedido por escrito solicitando autorização para tal. Seus materiais didáticos

também poderão ser xerocados (cadernos, provas, avaliações, pesquisas,

atividades escolares etc...).

O nome do aluno será removido dos documentos, e o que ele escrever só

será usado se estiver relacionado ao seu processo ensino-aprendizagem.

Como parte da abordagem ética deste estudo, asseguro-lhe que:

O aluno estará realizando suas atividades rotineiras de maneira usual;

O estudo não interferirá no que for escrito pelo aluno;

O aluno não será identificado ou chamado pelo nome;

O (a) senhor(a) poderá retirar seu filho do estudo no momento que

desejar.

Se decidir retirar seu filho do estudo os registros não serão utilizados;

As fitas, gravações e fotos só serão usadas para propósito de estudo

educacional;

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O a) senhor(a) poderá pedir para ouvir e ver as gravações que

registrem seu filho.

O a) senhor(a) poderá solicitar que parte das gravações que mostram

seu filho não sejam exibidas á outras pessoas;

O(a) senhor(a) poderá solicitar que os escritos do seu filho não sejam

mostrados.

Para desenvolver este estudo de caso obtive permissão do gestor do

colégio e da Secretaria Estadual de Educação do Paraná (SEED)..

Agradeço sua atenção. Se quiser conversar mais sobre este estudo , por

favor entre em contato comigo pelo telefone( xx xxxx xx xx ) ou solicite através

da equipe pedagógica do colégio um encontro, terei o máximo prazer em

atendê-los.

Atenciosamente,

______________

Anexo 4

FORMULÁRIO DE CONSENTIMENTO PARA PAI/MÃE/RESPONSÁVEL

( ) Concordo ( ) Não concordo - em deixar meu filho

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

participar do estudo de caso conduzido por _____________________________

no colégio ________________________________________________________

localizado à Rua___________, nº _____, Bairro_______ , Fazenda Rio Grande –

Paraná.

Entendo que a identidade do meu filho permanecerá confidencial e que posso

retirá-lo do estudo a qualquer momento.

Nome em letra de forma: _________________________________________

RG:__________________________

Nome em letra de forma:_________________________________________

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RG:__________________________

Assinatura(s):

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

Parentesco com o aluno: ___________________________________________

Data:____/___/___

Anexo 5

QUESTIONÁRIO APLICADO AO GESTOR

Nome do Colégio:_________________________________________________

Nome do aluno:___________________________________________________

Série:__________ Turma:__________ Turno:_____________

Data de nascimento:_____/_____/______ Idade:_____anos e ____ meses

Naturalidade:___________________ Sexo:__________________________

Nome do gestor:_________________________________________________

Data da pesquisa:_______/______/______

1) Ocorreu a eliminação de barreiras arquitetônicas, sonoras e visuais de todo o

prédio escolar, para recebimento de alunos com deficiência?

2) Fale sobre o que você pensa da inclusão escolar e social da pessoa com

necessidades educacionais especiais.

3) Quais as dificuldades encontradas por você no atendimento à manutenção do

espaço físico, para acolhimento do educando com necessidades educacionais

especiais?

4) Você tem conhecimento do que é Paralisia Cerebral ou Encefalopatia Crônica Infantil não Progressiva? Seus tipos, causas, características e necessidades educativas?

5) Você se sente preparado para dar suporte aos professores que atendem crianças com necessidades educativas especiais?

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6) O colégio oportuniza à seus professores conhecimentos por meio de cursos, seminários, palestras etc. sobre deficiências?

7) Como tem se dado a interação da (o):

a) família - escola?

b) professor - aluno?

c) aluno - aluno?

8) Na sua opinião o que precisa ser melhorado para que as pessoas com

necessidades educacionais especiais, sejam melhores atendidas em suas

necessidades acadêmicas?

Anexo 6

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ( Gestor)

Eu,__________________________________________________________,

RG__________________________________, estou sendo convidado(a) a

participar de um ESTUDO de CASO, cujo objetivo geral é ELABORAR

ESTRATÉGIAS AVALIATIVAS QUE POSSIBILITEM AO ALUNO COM PC OU

ECINP ATINGIR AS METAS DA DISCIPLINA DE CIÊNCIAS.

A minha participação no referido estudo será no sentido de responder a

um questionário sobre as adaptações físicas realizadas no colégio para o

recebimento de alunos com necessidades educativas especiais, processo

ensino-aprendizagem ( acompanhamento pedagógico ) desses alunos e também

respondo questões envolvendo opinião pessoal sobre o tema Inclusão e

Paralisia Cerebral ou Encefalopatia Crônica Infantil não Progressiva( o que é,

seus tipos, causas, características e necessidades educativas).

Entendo que minha identidade e minha opinião sobre os temas abordados não serão revelados.

Deste modo estou ciente de que minha privacidade será respeitada, ou seja, meu nome ou qualquer outro dado ou elemento que possa, de qualquer forma, me identificar, será mantido em sigilo.

A pesquisadora envolvida com o referido estudo é __________, e com ela poderei manter contato pelo telefone ( xx xxxx xx xx ).

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É assegurado o livre acesso a todas as informações e esclarecimentos adicionais sobre o estudo e suas conseqüências, enfim, tudo o que eu queira saber antes, durante e depois da minha participação.

Nome em letra de forma: _______________________________________________________________

Assinatura do Sujeito de pesquisa: _______________________________________________________________

Data: ________________________

Nome e assinatura da pesquisadora responsável:

Nome do pesquisadora: __________________________________________

Assinatura:____________________________________________________

Anexo 7

QUESTIONÁRIO APLICADO Á EQUIPE PEDAGÓGICA

Nome do Colégio:______________________________________________

Nome do aluno:_________________________________________________

Série__________ Turma__________ Turno_____________

Data de nascimento:_____/_____/______ Idade:_____anos e ____ meses

Naturalidade:___________________ Sexo:__________________________

Nome da( s ) pedagoga( s ) _________________________________________

Data da pesquisa:____/____/____

1) O ambiente de aprendizagem é favorecedor ao educando?

2) Os professores têm ciência do diagnóstico e do prognóstico do aluno com necessidades educativas especiais?

3) Existe oferta de recursos audiovisuais?

4) Existem salas de apoio pedagógico para estimulação e acompanhamento suplementar do educando com necessidades educativas especiais?

5) Os currículos e estratégias de ensino estão adequados à realidade dos alunos?

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6) Todos os que compõem a comunidade escolar estão sensibilizados para atender a pessoa com deficiência tratando-a com respeito e consideração?

7) O colégio aborda adequadamente a questão da deficiência em seus currículos.

8) Você se sente preparada para dar suporte aos professores que atendem crianças com necessidades educativas especiais?

9) O colégio oportuniza a seus professores conhecimentos por meio de cursos, seminários, palestras etc. sobre deficiências?

10) Como tem se dado a interação da (o):

a) família - escola?

b) professor - aluno?

c) aluno - aluno?

Anexo 8

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

( Pedagoga )

Eu,_________________________________________________________

RG__________________________________, estou sendo convidado(a) a

participar de um ESTUDO de CASO, cujo objetivo geral é ELABORAR

ESTRATÉGIAS AVALIATIVAS QUE POSSIBILITEM AO ALUNO COM PC OU

ECINP ATINGIR AS METAS DA DISCIPLINA DE CIÊNCIAS.

A minha participação no referido estudo será no sentido de responder a

um questionário sobre como se dá o processo ensino-aprendizagem a nível de

acompanhamento pedagógico do aluno _______, no colégio_______________.

Também respondo questões envolvendo opinião pessoal sobre o tema

Inclusão e Paralisia Cerebral ou Encefalopatia Crônica Infantil não Progressiva( o

que é, seus tipos, causas, características e necessidades educativas).

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Entendo que minha identidade e minha opinião sobre os temas abordados

não serão revelados.

Deste modo estou ciente de que minha privacidade será respeitada, ou

seja, meu nome ou qualquer outro dado ou elemento que possa, de qualquer

forma, me identificar, será mantido em sigilo.

A pesquisadora envolvida com o referido estudo é ________, e com ela

poderei manter contato pelo telefone ( xx xxxx xx xx ).

É assegurado o livre acesso a todas as informações e esclarecimentos

adicionais sobre o estudo e suas conseqüências, enfim, tudo o que eu queira

saber antes, durante e depois da minha participação.

Nome em letra de forma: ____________________________________________

Assinatura do Sujeito de pesquisa: ___________________________________

Data: ___/___/___

Nome do pesquisadora: _________________________________________

Assinatura:___________________________________________________

Anexo 9

QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PROFESSORES

Colégio:________________________________________________________

Nome do aluno:___________________________________________________

Série__________ Turma__________ Turno_____________

Data de nascimento:_____/_____/______ Idade:_____anos e ____ meses

Naturalidade:___________________ Sexo:__________________________

Nome do(a) professor(a)__________________________________________

Data da pesquisa:____/____/____

Aprendizagem

a) Como ocorre a compreensão dos conteúdos pelo aluno? (Necessita de ajuda

para realizar as atividades; acompanha os conteúdos com ou sem ajuda)

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b) Como é seu comportamento em sala de aula?

c) Lê enunciado?

d) Escreve corretamente?

e) Faz os deveres naturalmente ou necessita de acompanhamento?

f) Faz deveres em etapas? Como?

g) Reclama dos deveres?

h) Como é o educando sob o ponto de vista emocional? Amigos?

i) Quais as dificuldades percebidas por você em sala de aula com relação ao

educando?

J )Falta muito as aulas?

2) Fale sobre o que você pensa da inclusão escolar ( ensino regular ) e social da

pessoa com necessidades educacionais especiais.

3) Quais as dificuldades encontradas por você no desenvolvimento das

atividades para com o educando?

4) Você tem conhecimento do que é Paralisia Cerebral ou Encefalopatia Crônica Infantil não Progressiva? Seus tipos, causas, características e necessidades educativa?

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Anexo 10

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Professores)

Eu________________________________________________

RG__________________________________,estou sendo convidado(a)

a participar de um ESTUDO de CASO, cujo objetivo geral é ELABORAR

ESTRATÉGIAS AVALIATIVAS QUE POSSIBILITEM AO ALUNO COM PC OU

ECINP ATINGIR AS METAS DA DISCIPLINA DE CIÊNCIAS.

A minha participação no referido estudo será no sentido de responder a um questionário sobre como se dá o processo ensino-aprendizagem (acompanhamento pedagógico ) do aluno ________, em minha disciplina.

Também respondo questões envolvendo opinião pessoal sobre o tema Inclusão e Paralisia Cerebral ou Encefalopatia Crônica Infantil não Progressiva( o que é, seus tipos, causas, características e necessidades educativas).

Entendo que minha identidade e minha opinião sobre os temas abordados não serão revelados.

Deste modo estou ciente de que minha privacidade será respeitada, ou seja, meu nome ou qualquer outro dado ou elemento que possa, de qualquer forma, me identificar, será mantido em sigilo.

A pesquisadora envolvida com o referido estudo é _______, e com ela poderei manter contato pelo telefone ( xx xxxx xx xx ).

É assegurado o livre acesso a todas as informações e esclarecimentos adicionais sobre o estudo e suas conseqüências, enfim, tudo o que eu queira saber antes, durante e depois da minha participação.

Nome em letra de forma: _______________________________________________________________

Assinatura do Sujeito de pesquisa: _______________________________________________________________

Data: ________________________

Nome da pesquisadora: __________________________________________

Assinatura:_____________________________________________________

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Anexo 11

a) Análise do material didático do aluno: caderno, trabalhos de pesquisa, provas e livro

Anexo 12

Observação comportamental do aluno em sala durante as aulas.

Data:____/___/___

Horário: ____:____

Professor ( a )____________________________________________

Disciplina: _____________________

Atividade ou conteúdo desenvolvido pelo (a) professor(a)

________________________________________________________

Metodologia utilizada: ______________________________________

Outras observações _______________________________________

Caderno

Livro

Provas

Tarefa

Trabalho