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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

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JOGOS COOPERATIVOS: Um meio para socialização e aprendizagem nas aulas de Educação Física

Margareth Aparecida Graciano1

Inácio Brandl Neto2

RESUMO Este artigo é resultado do Projeto de Intervenção Pedagógica denominado Jogos Cooperativos: um meio para a socialização e para a aprendizagem nas aulas de Educação Física, desenvolvido no Colégio Estadual Costa e Silva da cidade de Cascavel, que tinha como intuito proporcionar aos estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental atividades que possibilitem despertar a consciência da cooperação e promover a socialização e a aprendizagem através de jogos e atividades cooperativas. O objetivo desse estudo foi verificar o entendimento e a opinião dos estudantes sobre as ações cooperativas desenvolvidas durante a intervenção. A pesquisa foi descritiva e 27 discentes de um sexto ano participaram como sujeitos do estudo. O instrumento utilizado para a obtenção das informações foi um questionário com nove questões fechadas e abertas. De forma geral, as opiniões dos estudantes foram favoráveis a utilização de ações cooperativas durante as aulas, havendo ainda um pequeno grupo que demonstraram apreço pela competição. Palavras-chave: Educação Física; Ensino Fundamental; Jogos Cooperativos.

ABSTRACT

This article is resulted of the Project of Pedagogic Intervention denominated Cooperative Games: a middle for the socialization and for the learning in the classes of Physical education, developed at State School Costa e Silva of the city of Cascavel, that had as intention to provide to the students of the 6th year of the Teaching Fundamental activities that make possible to wake up the conscience of the cooperation and to promote the socialization and the learning through games and cooperative activities. The objective of that study was to verify the understanding and the students' opinion about the cooperative actions developed during the intervention. The research was descriptive and 27 students of a sixth year participated as subject of the study. The instrument used for the obtaining of the information was a questionnaire with nine closed and open subjects. In a general way, the students' opinions were favorable the use of cooperative actions during the classes, still having a small group that demonstrated esteem for the competition. Keywords: Physical Education. Elementary Education. Cooperatives Games.

1 INTRODUÇÃO

Sabemos que a realidade escolar onde estamos inseridos é cercada de

conflitos e nas aulas de Educação Física não é diferente, já que a mesma está

ligada ao esporte e a competição desde que foi incluída no currículo escolar. Dessa

forma ela pode incentivar estes conflitos indesejáveis, e consequentemente, afastar

alguns educandos da aula. Como pretendemos desmistificar esta prática e colaborar

1 Professora de Educação Física da rede pública de ensino do Estado do Paraná, integrante do Programa de

Desenvolvimento Educacional – PDE. Especialista em Educação Física Escolar. Graduação em Educação Física

pela FAEFIJA- Jacarezinho, Paraná. Atua no Colégio Estadual Presidente Costa e Silva de Cascavel, PR. 2 Professor Doutor do Curso de Educação Física da UNIOESTE. Orientador PDE.

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para a solução de problemas indesejáveis na escola, buscamos abordagens

alternativas e significativas com o intuito de incentivar tanto professores quanto

alunos praticarem atividades com conotações humanistas com valores e atitudes

que não depreciem o ser humano, e os ideais dos jogos cooperativos nos mostram

essa possibilidade, pois as atividades têm como principal objetivo despertar a

consciência de cooperação para promover a socialização e a aprendizagem

prazerosa, lúdica e significativa. Para tanto, apresentamos alguns procedimentos

educativos alternativos baseados no trabalho em equipe visando à cooperação de

todos.

Segundo as Diretrizes Curriculares do Paraná,

(...) a escola pública brasileira, nas últimas décadas, passou a atender um número cada vez maior de estudantes oriundos das classes populares. Ao assumir essa função, que historicamente justifica a existência da escola pública, intensificou-se a necessidade de discussões contínuas sobre o papel do ensino básico no projeto de sociedade que se quer para o país (PARANÁ, 2008, p.14).

Partindo desta perspectiva, as atividades, jogos e brincadeiras, elementos

constituintes da Educação Física, possuem função preponderante que possibilitam

uma socialização, integração e inclusão de todos e todas no processo educativo

intercultural, democrático, público e de qualidade.

Contudo, ao refletirmos sobre a constituição do processo de

desenvolvimento histórico da sociedade brasileira, são evidentes as determinações

de uma cultura eurocentrista que perpassa por diversas instituições, entre elas o

Sistema de Educação Formal, possibilitando a elaboração de currículos

universalizantes, homogeneizantes e respaldados pela ciência.

É evidente que este processo civilizatório proposto pela perspectiva

eurocentrista tem como uma de suas finalidades adestrarem atitudes e

comportamentos para atender as demandas da base material dos princípios do

Modo de Produção Capitalista, imprimindo no imaginário coletivo e individual uma

cultura de individualismo, competição e meritocracia.

Com efeito, estes princípios acabam se articulando nos processos cotidianos

de trabalho, nos currículos escolares, e na operacionalização das práticas

desportivas sociais amplas, bem como nas específicas praticadas no ambiente

escolar, onde o objetivo é sempre proporcionar lucros/acumulações e competir pelo

ganho.

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Conforme a possibilidade eurocentrista marcada pela homogeinização e

universalização que constituem as práticas sociais e escolares é confirmada

binarismos explícitos como: civilizado e bárbaro, centro e periferia, superior e

inferior, assim como perdedores e ganhadores que demarcam lugares, excluem,

segregam e inviabilizam outras possibilidades de congraçamento e socializações

saudáveis que também contribuem para desenvolvimento físico e cognitivo dos(as)

estudantes.

Sabemos que a base material da sociedade incentiva à competição. O

objetivo não é negar algumas das contribuições deste componente, mas possibilitar

a elaboração de um discurso contra hegemônico, discurso este que envolve

elementos que viabilizem mais pontualmente o desenvolvimento da socialização e

integração dos (as) estudantes. Com base nesses pressupostos nossa pesquisa

justifica-se.

Portanto, é possível evitar focar apenas em binarismos e desenvolver uma

cultura da complementariedade como alternativa/perspectiva de socialização das

práticas pertinentes a Educação Física, possibilitando desenvolver a subjetividade

dos estudantes que envolvem cooperação e integração, bem como buscando

desenvolver um ideal mais amplo de capacitar o ser humano crítico e reflexivo,

reconhecendo-se como sujeito, que é produto, mas também agente histórico,

político, social e cultural. A nossa proposta para alcançar este sujeito foi através dos

jogos cooperativos.

Jogos cooperativos é um possível caminho para estabelecimento da reflexão

e da convivência, da melhora da autoestima, da confiança em si e nos colegas, da

valorização do ser humano e de suas habilidades e competências, oferecendo

igualdade de condições para o crescimento pessoal e, consequentemente, para uma

melhor qualidade de vida. Os Jogos Cooperativos facilitam a aproximação e a

aceitação. A ajuda mútua do grupo torna-se essencial para alcançar o objetivo final.

Jogos Cooperativos são feitos para unir as pessoas e a preocupação não é de

ganhar e sim de divertir e de descontrair, além de buscar a participação de todos de

maneira efetiva, isto é, opinando, criando, criticando, ensinando de forma

democrática (ORLICK, 1989), e o principal efeito, que é a aprendizagem

cooperativa: aprende-se mais e melhor quando se utiliza a cooperação como base

do processo do aprender (POZO, 2002).

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O Colégio onde ministro aula, também recebe as influências do que está

acontecendo na sociedade, isto é, a competição desenfreada, e elas refletem nas

aulas de Educação Física. Com a preocupação de não dar continuidade a essa

situação, procurou-se buscar alternativas para as aulas, e as atitudes e valores

envolvidos nos ideais cooperativos surgiram como uma possibilidade para mudar a

visão dos estudantes nas ações das aulas. A partir dos estudos, elaborou-se o

projeto de intervenção baseado em ações cooperativas. Logo, surgiram indagações

sobre essa possibilidade. Com que ano/turma deveria ser desenvolvido o projeto?

Os alunos aceitarão as atividades e jogos com conotação cooperativa, já que estão

vendo e vivenciando a competição diariamente?

Em resposta, os próprios estudos e colegas professores mostraram que

existe a possibilidade dos alunos aceitarem, pois pesquisas realizadas anteriormente

demonstraram que alunos de outras localidades aceitaram e gostariam que as

atividades fossem com ideais cooperativos (BRANDL NETO e WALDOW, 2010;

BRANDL NETO e GRAHL, 2011). As opiniões de colegas e do orientador levaram a

escolher um sexto ano para desenvolver o projeto de intervenção, pois eles estão

iniciando a vida nos anos finais do Ensino Fundamental, tem pouca idade, mas

também, provavelmente, já viram e vivenciaram situações de exclusão e violência.

Com isso podem comparar as ações competitivas com as cooperativas e após

escolher o que seria melhor para as aulas. Decidiu-se, então, ministrar a intervenção

(unidade didática) num sexto ano, e o objetivo foi averiguar o entendimento sobre

cooperação e a opinião dos alunos de um sexto ano do Colégio Estadual Costa e

Silva da cidade de Cascavel, em relação às aulas com atividades e jogos

cooperativos.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 História da Educação Física

A sociedade se modifica e com ela alguns valores também vão sendo

alterados, desse modo o indivíduo vai se transformando e sendo um ser social,

busca maneiras de se relacionar com o mundo. Buscando entender o que aconteceu

no Brasil, foi realizada uma síntese histórica. Castellani (1994) reconta a história da

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Educação Física, enfatizando o desvelar ideológico que havia por trás de tal

desenvolvimento e percurso.

A Educação Física no Brasil também sofre diferentes transformações de

acordo com a tendência política administrativa do país, porém sempre ligada ao

corpo, e no início da história estava voltada para o homem forte, adestrado e

obediente. Segundo Castellani (1984), a Educação Física chega ao Brasil em 1810,

através da Academia Real Militar e somente em 1874 ela é ofertada às mulheres. De

acordo com Castellani (1994), a Educação Física no Brasil segue estas tendências,

podendo ser classificadas até cronologicamente e por fases.

A fase Higienista (Eugenia) perdurou até 1930. Neste período a Educação

Física teve como objetivo o desenvolvimento de hábitos de higiene e moral,

colocando o físico a serviço do intelecto. Necessita-se do trabalho físico para

atender as necessidades intelectuais, as mulheres deveriam, portanto ser fortes e

sadias para gerar filhos. Ressaltavam a importância da higienização.

Na fase da Militarização, entre 1930 e 1945, a Educação Física era vista

como uma ferramenta poderosa para auxiliar no fortalecimento do Estado. Teve

como finalidade promover a disciplina moral e a melhora da condição física, para

aprimoramento da raça, defesa da nação e trabalho.

A fase da Pedagogização foi entre 1945 e1964. Com o fim do Estado Novo e

com a elaboração de uma carta-magna, a qual gerou debates sobre os rumos da

Educação, a Educação Física ganha cunho educativo. Durante este período a

formação acadêmica era diferenciada das demais faculdades, pois se exigia apenas

o curso secundário e tinha duração de dois anos. Em 1945, o curso de Educação

Física passa de dois para três anos, exigindo-se a prestação do vestibular após a

conclusão do curso clássico ou científico.

A fase Competitivista, que iniciou em 1964, é também conhecida como

tecnicista. A ideia da Educação Física = (igual) Desporto de alto nível, ganha força

com os governos militares que propunham uma Educação Física com alto

rendimento técnico. Nesse período é elevado o espírito ufanista do Brasil,

impulsionado pelo brilhante desempenho da seleção Brasileira de Futebol nas copas

de 1958,1962 e 1970. Há uma propaganda da força do povo brasileiro e a

necessidade de se acreditar no país, camuflando o real interesse dos militares. Há

uma censura à imprensa e as artes que contradizem aos interesses militares.

Expoentes da política, literatura, artes, música e intelectuais que contradiziam as

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opiniões dos então governantes, eram vigiados, censurados e muitas vezes

exilados.

A fase Popular foi após a abertura democrática. Na década de 80, com a

queda do regime militar, há uma crise de identidade na Educação Física, ficando

esta sem uma linha teórica definida. Ela então se liga à modismos (academia, testes

físicos, novas modalidades esportivas) e também dá ênfase à ludicidade, mas tendo

ainda uma filosofia que visava a organização e mobilização dos trabalhadores.

Na fase da Tendência Social a Educação Física busca uma socialização. Há

estudos de várias teorias, e uma preocupação com a inclusão do cidadão.

A construção histórica da disciplina de Educação Física no Brasil mostra que

muitas vezes não atendeu as reais necessidades de uma inserção crítica dos

sujeitos no contexto social. A ênfase nas práticas desportivas preponderou uma

grande parte do tempo, mas até hoje em dia podemos verificar apenas o esporte

sendo desenvolvido nas aulas.

Isto demonstra o longo percurso que se tem pela frente. Nesse sentido, a

Educação Física assume sua especial relevância, trabalhando com conteúdos, que

possam orientar e contribuir para que os alunos desenvolvam senso crítico,

situando-os política e historicamente. Conta-se com a função também social da

disciplina que é “contribuir para que os alunos se tornem sujeitos capazes de

reconhecer o próprio corpo, adquirir uma expressividade corporal consciente e

refletir criticamente sobre as práticas culturais” (SEED, 2009, p.72).

A partir da década de noventa, Darido e Rangel (2005) explicam que

aumentou muito os estudos na área, principalmente na Educação Física Escolar. E

isso se constituiu num grande número de publicações. Os autores, mesmo com viés

teóricos diferentes, procuraram orientar esta “nova” Educação Física que saía dos

padrões tradicionais e que se baseava em pedagogias diretivas. Surgiu o que alguns

autores chamam de abordagens e outros de propostas para a Educação Física

Escolar. Alguns exemplos podem ser citados: abordagem construtivista, crítico-

superadora, crítico emancipatória, cultural, sistêmica, educação motora,

desenvolvimentista. Porém, entre estas proposições, também neste momento estava

aparecendo aos poucos à ideia da cooperação na Educação Física, através de

Orlick (1989) e, principalmente, no Brasil, através de Brotto, em várias publicações, a

partir de 1995, pela editora da USP.

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A divulgação deste movimento cooperativo tomou dimensões em todo

território brasileiro, culminando com alguns autores, como Darido (2003),

entendendo-o como mais uma abordagem para a Educação Física, a Abordagem

dos Jogos Cooperativos, da qual faremos referência na sequência deste estudo.

2.2 Jogos

O jogo esteve presente em diferentes épocas e pode ser entendido como

um processo histórico, cultural e social. Suas definições e práticas vêm sofrendo

muitas transformações. Os jogos representam o caráter dos processos de produção.

O jogo já vem sendo estudado por muitos autores, dentre eles Huizinga (1980), que

considera que o jogo antecede a civilização, surge e se desenvolve, e é através dele

que conhecemos a comunidade que ali se encontra. Para ele

(...) o jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, seguindo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias. Dotado de fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e de alegria de uma consciência de ser diferente da vida quotidiana (HUIZINGA, 1999, p.33).

A perspectiva de Brotto (2002) aponta o jogo como um veículo que contribui

para o desenvolvimento do ser humano, sendo capaz de envolvê-lo nas suas

dimensões física, mental, emocional e espiritual, e afirma que

(...) o jogo é tão importante para o desenvolvimento humano em todas as idades. Ao jogar, não apenas representamos simbolicamente a vida, vamos além. Quando jogamos estamos praticando, direta e profundamente, um Exercício de Co-existência e de Re-conexão com a essência da vida (BROTTO, 2002, p.33).

Orlick (1989, p.121) dá-nos uma visão como o jogo pode contribuir nos

principais desafios da Educação, como solidariedade, inclusão, participação e

cooperação: (...) “é viável introduzir comportamentos e valores por meio de

brincadeiras e jogos, que, com o tempo, poderão afetar a sociedade com um todo”.

No Paraná o jogo está contemplado dentro das Diretrizes Curriculares como

Jogos e Brincadeiras (Conteúdo Estruturante) com o intuito de propiciar e ampliar as

possibilidades de percepção e interpretação da realidade, reconhecendo as formas

particulares que os jogos e brincadeiras tomam em distintos contextos históricos, e

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cabendo à escola valorizar pedagogicamente as culturas locais e regionais

identificadas em determinada sociedade. De acordo com as Diretrizes Curriculares

(...) é possível garantir o papel da Educação Física no processo de escolarização, a qual tem, entre outras, a finalidade de intervir na reflexão do aluno, realizando uma crítica aos modelos dominantes. Intervenção esta que requer um exercício por parte do professor diante das práticas que reforçam tais modelos. Exige também, a busca de alternativas que permitam a participação de todos os alunos nas aulas de Educação Física (PARANÁ, 2008, p.65).

Com a visão de jogo como fenômeno humano de múltiplas possibilidades e

diretamente ligado à vida pode considerá-lo um importante veículo para a

aprendizagem, levando-nos à reflexão sobre o tipo de jogo estamos ensinando.

2.3 Cooperação

2.3.1 Jogos Cooperativos

Na sociedade moderna, em especial na sociedade ocidental, o sistema

econômico vigente promove a competição e o individualismo. Esta postura

competitiva enfatiza o resultado, a obediência e submissão às regras, postura esta

que leva à exclusão de pessoas menos habilidosas. Ao tomarmos consciência dos

nossos potenciais e da postura competitiva, legado da educação recebida, a qual é

embriagada pelas ideias capitalistas, percebemos o quanto os jogos tornaram-se

demonstrações de poder e vitória para quem os pratica. Este fato vem preocupando

muitos educadores, principalmente os professores de Educação de Física. Há uma

necessidade de se rever estes paradigmas, desmitificar a visão competitiva e

dominante enfatizada pela esportivização nas aulas de Educação Física, e para

tanto é necessário termos uma visão cooperativa do mundo, do sujeito e suas

relações. A Educação Física se encontra num processo de revisão de sua prática,

começando com Parâmetros Curriculares Nacionais (1998) que apontam para uma

perspectiva metodológica do ensino-aprendizagem na Educação Física que

privilegie “o desenvolvimento da autonomia e cooperação, a uma participação social

e afirmação de valores e princípios democráticos” (p. 30). No Paraná com a

incorporação dos jogos como conteúdo nas Diretrizes Curriculares para Educação

Básica, foi sem dúvida um grande passo em relações às práticas curriculares.

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Trabalhar com Jogos Cooperativos e utilizá-los como estratégia para reavaliação de

como nossa sociedade está e a qual sociedade almejamos, é deveras importante

para a Educação.

Muito do que se sabe hoje sobre Jogos Cooperativos se deve ao trabalho

inovador do pesquisador canadense Terry Orlick, que se torna uma das principais

referências no assunto. Terry Orlick, doutor em psicologia, docente e pesquisador da

Universidade de Otawa, baseia o seu trabalho na Antropologia, na Sociologia e na

Psicologia para justificar a cooperação como um valor fundamental capaz de

solucionar muitos problemas da sociedade. Em 1978 publicou o livro intitulado

“Winning thourgh cooperation”, que no Brasil recebe o nome de “Vencendo a

Competição”, servindo de inspiração para o tema. Orlick (1989) faz uma arqueologia

para mostrar que os Jogos Cooperativos não são manifestações culturais recentes,

mas começou milhares de anos atrás, quando membros das comunidades tribais se

uniam para celebrar a vida, reproduzindo a estrutura da sociedade e representando

os valores da época.

Orlick (1989) apresenta os Jogos Cooperativos como uma atividade física

que se baseia na cooperação, na aceitação, no envolvimento e na diversão, tendo

como intenção mudar as características da exclusão, seletividade, agressividade e

exacerbação da competitividade dos jogos ocidentais. O objetivo primordial dos

Jogos Cooperativos é “criar oportunidades para o aprendizado cooperativo e a

interação cooperativa prazerosa” (ORLICK, 1989, p.123). Para este autor não

conseguiremos manter um ambiente humanitário em nossa sociedade reproduzindo

um sistema social baseado em recompensas e punições.

O autor cria uma categorização, que se torna referência, e instrumento para

reconstruir e adaptar jogos a uma concepção não competitiva ou cooperativa, onde

se pratica a cooperação em todas elas, porém em diferentes graus. São elas: Jogos

Cooperativos sem perdedores, Jogos Cooperativos de resultado coletivo, Jogos

Cooperativos de inversão, e Jogos Cooperativos de inversão. Elas serão mostradas

a seguir no quadro 1 com os seus significados.

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Quadro 1 - Categorização dos Jogos Cooperativos

Jogos Cooperativos sem perdedores São os jogos plenamente cooperativos, pois todos jogam juntos.

Jogos Cooperativos de resultado coletivo

Existe a divisão e duas equipes, mas o objetivo do jogo só alcançado com todos jogando juntos.

Jogos Cooperativos de inversão Envolvem equipes, mas os jogadores trocam de equipe a todo instante, dificultando reconhecer vencedores e perdedores.

Jogos semi-cooperativos Visam estimular a participação daqueles que normalmente não participam de um jogo devido a uma habilidade, criando regras para facilitar a participação desses.

Fonte: Orlick (1989)

No Brasil, temos Fábio Otuzzi Brotto como um dos principais representante

dos Jogos Cooperativos. Inspirado nas ideias de Orlick, defende que os Jogos

Cooperativos são baseados em atividades com mais oportunidades de diversão,

prazer e participação de todos do grupo. Em 1995 publicou: Jogos cooperativos: se

o importante é competir, o fundamental é cooperar. Juntamente com Gisela Sartori

Franco, cria o Projeto Cooperação – Comunidade de Serviços que se dedica à

difusão dos Jogos Cooperativos e a ética da cooperação.

Segundo Brotto (2001), nos Jogos Cooperativos joga-se para superar

desafios e não para derrotar os outros; joga-se para se gostar do jogo, pelo prazer

de jogar. São jogos onde o esforço cooperativo é necessário para se atingir um

objetivo comum e não para fins mutuamente exclusivos.

Nos Jogos Cooperativos encontramos novas formas de relacionamentos

onde o jogar com o outro, torna-se mais importante do que jogar contra o outro. Nos

jogos Cooperativos não existem perdedores, os objetivos são comuns e alcançados

em conjunto, desta forma todos se sentem importantes.

Os jogos cooperativos promovem atitudes mais humanizadas, que propiciam

o bem-estar pessoal e do grupo ao qual estamos inseridos. Para Soler (2006,

p.116),

(...) os Jogos Cooperativos são propostas que buscam diminuir a agressividade nos jogos e na própria vida, promovendo em quem joga atitudes positivas, tai como: cooperação, solidariedade, amizade

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e comunicação. Ocorre a cooperação, a aceitação, o envolvimento e a diversão. O principal objetivo é o de superar os desafios em conjunto, compartilhando as conquistas e as dificuldades, unindo os participantes pouco se preocupando com os fracassos ou com o sucesso, pois o mais importante é a confiança mútua e todos podem participar autenticamente. Ganhar e perder são apenas, referências para o contínuo aperfeiçoamento pessoal e coletivo (SOLER, 2006, p. 116).

Para os autores Orlick (1989), Brotto (2001) e Soler (2006), os princípios dos

Jogos Cooperativos estão na: Participação, Inclusão, Realização de Objetivos

Comuns, Diversão e Cooperação.

2.3.2 Jogos Cooperativos na Educação Física Escolar

Nas comunidades primitivas as atividades de cooperação eram essenciais,

pois delas dependiam a obtenção dos alimentos, abrigo e defesa, sendo assim

cooperar significava potencialização da vida em grupo e segurança para a vida em

sociedade (ORLICK, 1989).

Com o desenvolvimento das atividades produtivas e a produção de

excedentes os relacionamentos entre os membros dos grupos sociais sofreram

mudanças expressivas, visto que o acesso aos meios de produção e aos produtos

torna-se imperativos no estabelecimento de diferenciações, deste modo teve inicio

uma determinação de lugares e poderes respaldados em uma base material

(BROTTO, 2001).

Com o desenvolvimento dos meios, instrumentos e forças produtivas ocorreu

um domínio cada vez maior dos recursos naturais, possibilitando o desenvolvimento

de um sistema econômico, ou seja, a produção, a sociedade e os indivíduos foram

submetidos a princípios produtivos fundamentados no individualismo, na

competitividade e na acumulação (CORREIA, 2006).

A dinâmica da cooperação foi paulatinamente desestruturando-se uma vez

que, a competição foi incentivada através da imposição de representações culturais

que naturalizaram esta regra como elemento necessário ao desenvolvimento da

sociedade. Ao longo do processo histórico o sistema econômico foi se aperfeiçoando

provocando um aumento da produtividade, isso exigia capacitação e organização

das forças produtivas. Os detentores dos meios de produção passaram então, a

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estabelecer um mecanismo de cooperação entre os trabalhadores, evidentemente

para possibilitar uma acumulação material cada vez maior (CORREIA, 2006).

A cooperação estabelecida entre os trabalhadores não possibilitava acesso

aos bens produzidos, pois com a divisão de trabalho se perdeu o controle sobre os

objetos produzidos e mais, ocorreu um processo de exclusão e desumanização dos

sujeitos históricos. Com o desenvolvimento das pesquisas, das ciências e das

tecnologias era necessário qualificar os trabalhadores, sendo assim foram

organizadas as instituições educacionais, os currículos e as áreas do conhecimento.

É evidente que a conjugação destes elementos objetivava a transmissão dos valores

e padrões de um modelo político, econômico e sociocultural eleito como única

alternativa para o desenvolvimento (CASTELLANI, 1994).

Por muito tempo a escola vem reproduzindo este modelo de sociedade, visto

que a cultura escolar está impregnada nos princípios da produção material, como

progresso através da seriação, estabelecimento de lugares, discriminações,

exclusões, individualismo e competição (CORREIA, 2006).

Não só o currículo escolar esta permeado por valores da produção material,

mas também as áreas do conhecimento, entre elas a Educação Física, pois suas

práticas incentivaram e incentivam a competição em detrimento da cooperação.

Faz-se necessário atentar que ao reproduzirmos um modelo pedagógico de

competição através das práticas que envolvem a Educação Física, mesmo que

honestamente não queremos, estamos provocando, desigualdade, discriminação e

exclusão, e assim desenvolvendo um modelo de meritocracia próprio do sistema

econômico imposto.

Para uma prática pedagógica que valorize a cooperação, os profissionais da

Educação Física precisam revisitar suas práticas, ancorados por uma

fundamentação que envolva o desenvolvimento dos Jogos Cooperativos. De acordo

com as Diretrizes Curriculares de Educação Física do Paraná (2008), o professor

necessita ser crítico, procurando alternativas para haja uma participação efetiva de

todos os seus alunos, não reforçando os modelos dominantes em nossa sociedade.

Assim estaremos ressignificando a cultura escolar, isto é, fazendo do contexto

escolar um lugar de inclusão, agregação sociocultural, vivências de integração,

socialização e promovendo o desenvolvimento de um novo paradigma que valorize

pensar e praticar uma igualdade coletiva e não o individualismo e a competição

próprios do sistema econômico imposto.

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3 METODOLOGIA

3.1 Tipo de pesquisa

Foi uma pesquisa descritiva com viés qualitativo. A pesquisa descritiva, para

Andrade (2001, p. 130), é o “conjunto de procedimentos utilizados, onde os fatos

serão observados, analisados, classificados e interpretados sem que haja

interferência do pesquisador”. Para Gil (1991), são inúmeros os estudos que podem

ser classificados como descritivos e uma de suas características mais significativas

está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, como o

questionário. Segundo Gil (1991, p. 46), “as pesquisas descritivas tem como objetivo

primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno,

ou então, o estabelecimento de relações entre variáveis”. Esse estudo teve

características qualitativas como indicam André (2001) e Oliveira (2008): Teve o

ambiente natural como fonte das informações e o pesquisador como instrumento

fundamental, sendo que a ênfase foi no processo e o caráter foi descritivo, e

envolveu um trabalho de campo com contato direto e prolongado.

3.2 Sujeitos da pesquisa

A implementação do estudo ocorreu no Colégio Estadual Presidente Costa e

Silva da cidade de Cascavel, no Paraná. Os sujeitos que fizeram parte da pesquisa

foram 27 discentes de um 6º ano do Ensino Fundamental.

3.3 Instrumento de coleta de dados

O instrumento utilizado foi um questionário com sete perguntas fechadas e

duas abertas. Ele foi elaborado junto com o orientador e foi baseado e adaptado de

outros já utilizados e validados por docentes doutores da UNIOESTE. Mesmo assim,

ele foi testado com alunos de outro sexto ano para verificar a necessidade de

possíveis modificações. Para Gil (1991), o questionário consiste basicamente em

traduzir os objetivos da pesquisa em itens bem redigidos. Segundo ele, não existem

normas rígidas a respeito da elaboração do questionário.

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Todos os alunos (27) que participaram da intervenção responderam o

questionário. Ele teve por finalidade a obtenção de dados referentes ao

entendimento sobre cooperação e a opinião dos estudantes com relação aos jogos

competitivos e cooperativos e as atividades realizadas nas aulas de Educação

Física.

As nove questões do questionário se encontram na apresentação e

discussão dos resultados, no decorrer da exposição.

3.4 Procedimentos

Em Fevereiro de 2013, durante a semana pedagógica, o Projeto de

Intervenção Pedagógica foi apresentado à direção do colégio, à equipe pedagógica

e a demais educadores do estabelecimento de ensino. Ele foi bem aceito por todos.

No primeiro semestre de 2014 houve a apresentação e a explanação aos alunos que

seriam envolvidos. A seguir iniciou-se a implementação do projeto (intervenção

pedagógica). Além da participação nas atividades na quadra, propostas de acordo

com o conteúdo já planejado pela escola, ao alunado também foi solicitado realizar

pesquisas sobre o assunto, assistir e discutir filmes sobre o tema.

Após terem participado de aulas com caráter cooperativo, os vinte sete

estudantes dos 6º ano responderam o questionário. Antes de aplicar o questionário

foi realizada uma explanação das questões e explicado por que eles estavam

respondendo. Após responder, foi comentado com eles sobre a importância de se

por em prática a cooperação em todas as aulas e em outros ambientes também.

3.5 Procedimentos de análise

As questões abertas foram analisadas e sofreram reduções, originando as

unidades significativas. As questões com alternativas foram quantificadas e serão

apresentadas no próximo capítulo através de quadros com frequência absoluta (fi) e

relativa (%). Em seguida, para a discussão, os dados obtidos foram analisados e

discutidos justapondo com escritos encontrados na literatura.

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4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A primeira questão foi aberta e os estudantes responderam o que eles

entendiam sobre cooperação. Observou-se que tinham um bom entendimento sobre

cooperação, pois a maioria utilizou os termos “trabalho em equipe” ou “ajudar os

colegas”, que são pilares da ideia da cooperação. Foi percebido também que eles

ficaram conhecendo os benefícios de colocar em prática durante as aulas as

atitudes e valores cooperativos. É o que se pode verificar nessas outras respostas

dos alunos:

- “Cooperação é um jogo em equipe, onde as pessoas se ajudam, ou seja, não vão

jogar apenas para vencer e sim ajudar uns aos outros para alcançar um objetivo”;

- “Um problema onde um grupo coopera e encontramos a resolução do problema”;

- Nessa turma tem uma autista e essa foi a resposta dela: “Ajudar as meninas”.

Essas respostas veem de encontro com o pensamento de Orlick (1989)

sobre o termo cooperação, que para ele é dar ênfase em ajudar outra pessoa, que

existe o prazer em ajudar e saber que os outros atingiram o objetivo. Também são

parecidas com o que podemos encontrar em Ferreira (1997), significando ato ou

efeito de cooperar, trabalhos em equipe, ato de operar ou obrar simultaneamente,

trabalhar em comum, ajudar, auxiliar, e colaborar nas ações em que se age em prol

do bem público. E podemos confirmar em Brotto (2001, p.27) entendimento

semelhante: é “um processo onde os objetivos são comuns, as ações são

compartilhadas e os resultados são benéficos para todos”.

Na segunda questão a indagação foi sobre o que era importante para os

alunos nas aulas: jogar e vencer ou jogar e se divertir?

Quadro 2: Importância do jogo nas aulas para os alunos

ALTERNATIVAS Frequência (fi) Percentual (%)

Jogar e vencer 0 0%

Jogar e se divertir 27 100 %

É importante salientar que os alunos responderam as questões por livre

espontânea vontade e que os mesmos poderiam não responder se quisessem.

Nesta questão 100% (cem por cento) responderam que o importante é jogar e se

divertir. Essa resposta confirma o que Brotto (2001), Orlick (1989) e Soler (2002) já

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consideram em seus textos, isto é, o divertimento normalmente aparece como uma

das principais características dos jogos cooperativos.

A terceira, a quarta e a quinta questões foram de multiescolha.

A terceira questionava: nas atividades que usamos a Cooperação, quais

atitudes e situações que você pode perceber?

Quadro 3: Atitudes e situações percebidas pelos alunos

ALTERNATIVAS Frequência (fi)

Percentual (%)

Participação 27 100%

Agressividade 0 0%

Inclusão 8 29,6%

Brigas 1 3,7%

Trapaças 0 0%

Individualismo 0 0%

Respeito 20 74%

Discriminação 0 0%

Eliminação 0 0%

Integração 17 62,9%

Confronto 0 0%

Solidariedade 20 74%

Cooperação 26 96,2%

Exclusão 0 0%

Violência 0 0%

União 23 85,1%

Divertimento 21 77,7%

Descontração 7 25,9%

Nesta questão, que era de multiescolha, as que mais se destacaram foram:

participação com 100% dos alunos assinalando; cooperação onde 96,2% dos alunos

escolheram, seguidas de união com 85,1%, divertimento com 77,7%, respeito com

74%, analisando as respostas percebemos que a opinião dos educandos vem de

encontro com o que alguns autores dizem que os jogos cooperativos promovem.

Conforme Orlick (1989), Brotto (2001) e Soler (2006), os Jogos Cooperativos servem

para promover atitudes mais humanizadas procurando propiciar o bem-estar pessoal

e do grupo. Conforme eles, os princípios dos Jogos Cooperativos estão na

participação, na inclusão, na realização de objetivos comuns, na diversão e na

cooperação.

Quanto às demais alternativas, “briga” foi a única assinalada e por um aluno

(3,7%) e as demais alternativas não foram citadas. A utilização das atividades

cooperativas pode ocorrer algumas desavenças, que é normal, mas violência e

discriminação não existem mesmo.

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Na quarta questão foi solicitado aos estudantes que assinalassem com um “x”

suas percepções e sentimentos quando participaram dos jogos cooperativos.

Quadro 4: Sentimentos e percepções dos alunos nos jogos cooperativos

ALTERNATIVAS Frequência (fi)

Percentual (%)

Felicidade 17 62,9%

Vontade de jogar 20 74%

Tristeza 1 3,7%

Preguiça 6 22,2%

Sentiu-se excluído 5 18,5%

Não gostou do jogo 1 3,7%

Gostou de jogar cooperativamente 26 96,2%

Motivado para participar dos jogos 16 59,2%

Não gostou de jogar cooperativamente 1 3,7%

Na quarta questão as alternativas que se destacaram foram: gostou de jogar

cooperativamente com 96,2% dos alunos assinalando, seguidas da vontade de jogar

com 74%, felicidade com 62,9%, motivado para participar dos jogos com 59,2%.

. Orlick (1989), Brotto (2001) e Soler (2006) explicam que quando os

participantes incorporam estes sentimentos e ações, atendem os princípios dos

Jogos Cooperativos que são: participação, inclusão, realização de objetivos comuns,

diversão e cooperação.

Orlick (1989) e Brotto (2001) lembram que muitas vezes, no início, a

aceitação de atividades e jogos cooperativos por algumas pessoas é difícil, devido

ao costume recorrente da competição. Foi o que aconteceu na percepção de alguns

alunos. Nessa questão seis alunos assinalaram que tiveram preguiça (22,2%), cinco

que se sentiram excluídos (18,5%), analisando esta alternativa percebi que alguns

alunos não prestarão muita atenção, pois, o mesmo aluno que assinalou esta

também assinalou que gostou de jogar cooperativamente e o outro foi mesmo que

disse que não gostou do jogo (3,7%), um sentiu tristeza e também um não gostou de

jogar cooperativamente.

A quinta indagação era a seguinte: quais as atitudes e situações que as aulas

de Educação Física devem desenvolver? Esta questão era de múltipla escolha e o

quadro 5 mostra as respostas dos estudantes.

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Quadro 5: Atitudes e situações que devem ser desenvolvidas nas aulas

ALTERNATIVAS

Frequência (fi)

Percentual (%)

Participação 26 96,6%

Agressividade 0 0%

Inclusão 7 25,9%

Brigas 0 0%

Trapaças 0 0%

Individualismo 0 0%

Respeito 24 88,8%

Discriminação 1 3,7%

Eliminação 1 3,7%

Integração 15 55,5%

Confronto 1 3,7%

Solidariedade 21 77,7%

Cooperação 24 88,8%

Exclusão 0 0%

Violência 0 0%

União 20 74%

Divertimento 20 74%

Descontração 6 22,2%

As resposta que se destacaram se assemelharam com as da questão 3,

porém com percentuais diferentes, assim distribuídos: participação com 96%,

respeito e cooperação com 88,8%, solidariedade com 77,7%, seguidas de união e

divertimento com 74%, integração com 55,5%, inclusão com 25,9% essa alternativa

poderia ser assinalada por mais alunos, porém, é possível que alguns não sabiam o

significado da palavra e por outro lado, não sentiam-se excluídos nas outras

atividades que já vinham praticando nas aulas de Educação Física e descontração

com 22,2%.

As opções discriminação, eliminação e confronto foram assinalados por um

aluno (3,7%). As demais alternativas não foram citadas.

As opções que não foram citadas, tais como agressividade, individualismo,

exclusão e violência, geralmente aparecem nas atividades competitivas. Como a

proposta estava direcionada aos jogos cooperativos, elas praticamente

desapareceram. Conforme Orlick (1989), Brotto (2001) e Soler (2006), os Jogos

Cooperativos servem para promover atitudes mais humanizadas procurando

propiciar o bem-estar pessoal e do grupo. Conforme eles, os princípios dos Jogos

Cooperativos estão na participação, na inclusão, na realização de objetivos comuns,

na diversão e na cooperação. E a opinião dos alunos vem de encontro com esses

autores.

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Na sexta questão solicitou-se que os estudantes respondessem que tipo de

jogo eles preferem nas aulas de Educação Física: jogos de vencer ou perder, jogos

que todos participam e não se preocupam em vencer ou perder, ou os dois tipos.

Quadro 6: Preferência dos estudantes pelos tipos de jogos

ALTERNATIVAS Frequência (fi) Percentual (%)

Prefiro os jogos de vencer ou perder 5 18,5%

Prefiro os jogos em que todos participam sem se preocupar em vencer ou perder

11

40,7%

Prefiro os dois tipos de jogos 11 40,7%

Ao analisarmos esta questão percebemos a influência da prática que vem

sendo trabalhada na Educação Física, pois, 18,5% dos alunos responderam que

preferem jogos de vencer ou perder. E 40,7% deles preferem os que todos

participam sem preocupar em vencer ou perder. E aqueles que preferem os dois

tipos também são 40,7%. Muitos autores afirmam que é normal, inicialmente, a

preferência pelos dois tipos de jogos. Orlick (1989) explica que a preferência pelos

dois tipos, na grande maioria das vezes, é por que estão habituados apenas ao jogo

competitivo. Brotto (2001) também esclarece que os Jogos Cooperativos surgiram

pelo fato de nossa sociedade ter uma preocupação excessiva com a competição,

com o individualismo, e que esta competição é tida como normal em praticamente

todos os setores da vida social. Qualquer mudança vai ocorrer gradativamente, mas

nem por isso, vamos desistir de executar uma nova proposta voltada para a

cooperação, integração e socialização dos educandos.

A questão sete foi sobre a participação efetiva dos estudantes nas aulas com

atividades e jogos cooperativos. Foi perguntado se após as aulas eles perceberam

que todos participaram, ou apenas os mais habilidosos e perceptivos (espertos), ou

houve pouca participação. Nessa questão, no questionário, foi usado o termo

“esperto” em vez da expressão “habilidoso e perceptivo”, pois é essa palavra que os

alunos identificaram como habilidoso e perceptivo.

Quadro 7: Percepção sobre a participação dos estudantes nos jogos

ALTERNATIVAS Frequência (fi) Percentual (%)

Todos participaram 22 81,4%

Só os mais espertos participaram 5 18,6%

Pouca participação 0 0%

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Sabemos que sempre encontramos alguns alunos que querem participar das

atividades e, às vezes, querem sempre estar nas equipes, entretanto também tem

aqueles acostumados com a competição que deixavam de fazer algumas atividades,

logo, 18,6% alunos responderam que os mais espertos participaram, porém, 81,4%

responderam que todos participaram.

A participação é um dos principais ideais dos jogos cooperativos, e como a

grande maioria respondeu que todos participaram logo nosso objetivo foi alcançado.

Na questão oito foi indagado simplesmente se os estudantes achavam

importante a cooperação.

Quadro 8: Opinião dos estudantes sobre a importância da cooperação

ALTERNATIVAS Frequência (fi) Percentual (%)

Sim 27 100%

Não 0 0%

Quanto à cooperação e sua importância, todos (100%) os alunos

responderam afirmativamente. Analisando esta questão, percebemos a aceitação

das atividades propostas. A cooperação é de fundamental importância para a prática

dos jogos cooperativos e para a vida. Brotto em seu livro de 2001 já destacava: “Eu

jogo do jeito que vivo e vivo do jeito que jogo” (p.13). Com essas respostas dos

discentes já se pode adiantar que eles, pelo menos, começaram a entender os

valores e atitudes que integram os ideais cooperativos, e tomara que levem e

pratiquem este entendimento em suas vidas de agora em diante em qualquer

situação em que se depararem.

Na última questão foi perguntado: onde mais você acha que deve ter

Cooperação?

Como esta era uma questão aberta, analisou-se relacionando com os locais

mais referidos. Na escola e em casa foram os mais citados. Também houve opinião

que deveria haver mais cooperação no trânsito. Entretanto, alguns responderam em

todo o lugar. Dessa forma, podemos dizer que houve um bom entendimento sobre

as atitudes valores que foram desenvolvidos nas aulas, em se tratando de crianças

do sexto ano. Orlick (1989), Brotto (2001) e Correia (2006), alertam para não

desistirmos de tentar levar a ideia da cooperação para as aulas, apesar de ser um

processo que aos poucos vai sendo absorvido e compreendido pelos alunos. Este

artigo mostra que com insistência e com aulas diferenciadas da competição, onde se

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discutiu e se realizou atividades e jogos alternativos que podem mudar a visão do

jogo (e consequentemente da vida), consegue-se chegar a resultados satisfatórios

de entendimento, divertimento, harmonia, aprendizagem, paz, ajuda mútua, respeito,

nos dando esperança de melhores resultados sociais no futuro.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao analisar a revisão bibliográfica percebemos que a literatura que

fomentou o projeto começou no Brasil na década 90, onde os teóricos começam a

divulgar em seus estudos a preocupação com a exclusão e o desenvolvimento do

senso crítico. Afirmam esses teóricos que os principais desafios da Educação é

formar um sujeito, que é produto, mas também agente histórico, político, social e

cultural. E que a Educação Física pode contribuir para formar esse cidadão através

dos jogos cooperativos que priorizam a participação, a inclusão, a solidariedade, e o

divertimento.

Eles defendem os Jogos Cooperativos porque são baseados em atividades

com mais oportunidades de diversão, prazer, participação de todos e que levam a

maior e melhor aprendizagem.

Ao colocar em prática nossa proposta percebemos que no início houve certa

rejeição, pois os mesmos não estavam acostumados a esta prática. Mas, já

sabíamos que isso iria acontecer, uma vez que o processo é longo e requer muita

paciência para conduzir a mudança. Qualquer atividade com o intuito de diminuir as

manifestações de agressividade requer muita comunicação, logo as atividades tem

que ser interrompidas para a solução de problemas. E essa era a rotina que eles

não estavam acostumados. Para despertar a consciência de cooperação temos que

estar constantemente preparados para refletir com os alunos as possibilidades de

mudar as ações, na perspectiva alcançar a participação de todos, o prazer e a

aprendizagem.

Logo, os educadores que abraçarem esta causa, precisam preparar-se da

melhor forma possível. Não temos um plano de atividades que possa ser a solução,

já que as mesmas devem ser adaptadas conforme a turma, porém vamos fazer

sugestões de alguns procedimentos mais eficazes, com base na teoria e na prática.

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Ao por em prática as atividades é necessário uma conscientização com o

grupo que participará da implementação. Nessa fase, é necessário trabalhar com

pesquisas, vídeos, desenhos, usando dinâmicas que despertem a curiosidade dos

alunos e que incentive a participação de todos. Sempre lembrando a importância da

cooperação de todos para atingirem objetivos em comum. Um dos grandes

pesquisadores no campo da educação para a cooperação, Orlick (1989), valoriza

quatro características essenciais do jogo cooperativo: a cooperação, a aceitação, a

participação e a diversão.

O segundo passo, será as atividades da unidade didática partindo de

atividades mais simples para as mais complexas. O mesmo autor vincula esse jogo

à liberdade. Ao conscientizar os alunos sempre lembrar que não é um jogo pronto e

acabado e que o objetivo é encontrar caminhos para solucionar o problema para

alcançar um objetivo em comum, incentivando os estudantes a darem sugestões,

estimulando a iniciativa e o respeito às ideias do grupo. Assim, o jogo pode contribuir

para a construção do conhecimento, das habilidades motoras, do movimento, do

desenvolvimento cognitivo, emocional e social do indivíduo.

O objetivo do artigo foi averiguar o entendimento sobre cooperação e a

opinião dos alunos de um sexto ano sobre as atividades e jogos desenvolvidos

durante as aulas da unidade didática.

A primeira questão, a oitava e a nona, demonstram que eles têm um bom

entendimento sobre cooperação, pois respostas como trabalho em equipe, ajudar

colegas, e que a cooperação deva estar presente em outras situações da vida como

escola, casa, trânsito e em todo lugar, demonstram que eles estão entendendo, ou

começando a entender. Confirmando esta asserção, todos os estudantes (100%)

responderam que acham importante a cooperação.

Observaram-se mudanças significativas no comportamento, pois os alunos

se mostraram mais cooperativos no decorrer das aulas, diminuindo as agressões e

as brigas.

Ao analisar as respostas das opiniões dos alunos percebemos a aceitação

da proposta. Esta aceitação fica mais visível no quadro 2, quando foi perguntado

sobre o que era importante no jogo e na cooperação. Todos os discentes

responderam que o mais importante é jogar, aprender e se divertir.

O quadro 3 também mostra a aceitação das atividades cooperativas

desenvolvidas. Nesta questão foi questionado sobre as atitudes e comportamentos

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que eles perceberam. As alternativas que se destacaram foram participação com

100%, seguidas de cooperação com 96,2%, e respeito e solidariedade, ambas com

o percentual de 74%. Outros quadros também demonstram a aceitação. Porém, ao

analisarmos o quadro cinco, percebe-se, como é normal para início de trabalhos

com sextos anos, certa resistência, pois 11 alunos responderam que preferem os

dois tipos de jogos.

Conclui-se que os Jogos Cooperativos não só podem como devem ser

utilizados nas aulas de Educação Física como ferramenta que possibilita despertar a

consciência de cooperação promovendo a socialização e a aprendizagem dentro e

fora da escola. Orlick (1989) entende que “eles representam o início de jogos com

mais oportunidades, sem violações físicas ou psicológicas” (p. 124).

Como comentário final, gostaria de destacar a importância do PDE para

professores compromissados com a Educação e que estão dispostos a pesquisar e

agir nos seus ambientes educacionais, buscando atualizar os conhecimentos e os

levando para o cotidiano da aula. Inclusive, tentando mudar ou transformar situações

indesejáveis socialmente, como a competição desenfreada e a violência, para

situações de aprendizagem, de criatividade, de reflexão, de senso crítico, de ajuda

mútua, de harmonia, de alegria, de paz e de entendimento, como são as

fundamentadas na cooperação.

REFERÊNCIAS

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