33
Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · do texto dissertativo-argumentativo, tipo textual que circula na esfera escolar, pois é também no contexto escolar

Embed Size (px)

Citation preview

Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

1

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOSUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃODIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

Título Ações para o diagnóstico da produção escrita do texto dissertativo-argumentativo

Autor Mougly da Luz QueirozDisciplina/Área Língua PortuguesaEscola de implementação do Projeto e sua localização

Colégio Estadual Paulo Leminski

Município da Escola CuritibaNúcleo Regional de Educação CuritibaProfessor Orientador Prof. Dr. Ubirajara Inácio de AraújoInstituição de Ensino Superior Universidade Federal do Paraná - UFPRRelação Interdisciplinar Biologia e Sociologia

2

Resumo O estudo dos conhecimentos linguísticos deve propiciar aos alunos a reflexão sobre as normas de uso das unidades da língua, de como elas são combinadas para produzirem determinados efeitos de sentido, vinculado a contextos e adequado às finalidades pretendidas no ato da linguagem. Nesse sentido, é necessária uma intervenção no processo de produção do texto dissertativo, o que se configura como proposta desta Unidade Didática ao se desenvolver algumas ações, mesmo que colocadas sob uma perspectiva tradicional de ensino, que investiguem e reconheçam as dificuldades dos alunos, além de auxiliá-los na melhoria do processo de escrita. Dessa maneira, utilizou-se de três textos, os quais trazem para o debate questões vivenciadas na sociedade contemporânea. As atividades de leitura, reflexão e compreensão de texto foram elaboradas no sentido de os alunos tomarem uma posição diante das questões apresentadas bem como, a possibilidade de se verificar o conhecimento deles em relação aos elementos de coesão, coerência e argumentação. Ao término de algumas Oficinas, pretende-se que os alunos tenham adquirido subsídios necessários para a escrita de seus textos e que demonstrem, então, aquilo que se considera, ideologicamente, uma escrita eficiente.

Palavras-chave Argumentação – Escrita – Intervenção - LeituraFormato do Material Didático Unidade DidáticaPúblico Alvo Alunos do 2° ano do Ensino Médio

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ – SEED PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ – UFPR

Mougly da Luz Queiroz

AÇÕES PARA O DIAGNÓSTICO DA PRODUÇÃO ESCRITA DO TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO

UFPRCURITIBA

2013

Mougly da Luz Queiroz

AÇÕES PARA O DIAGNÓSTICO DA PRODUÇÃO ESCRITA DO TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO

UFPRCURITIBA

2013

Produção Didático-pedagógica apresentada ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná/SEED, em parceria com a Universidade Federal do Paraná – UFPR . Área de conhecimento: Língua Portuguesa. Orientador: Prof. Dr. Ubirajara Inácio de Araújo.

5

Neste material didático, você irá aprender os conceitos e características do texto dissertativo-argumentativo, tipo textual que circula na esfera escolar, pois é também no contexto escolar que se criam condições para esse tipo de produção de texto. O texto dissertativo-argumentativo tem algumas características próprias. Uma delas, por convenção, é o modo de apresentação em três partes essenciais: a introdução (parágrafo no qual se apresenta a ideia ou tese a ser desenvolvida); o desenvolvimento (parágrafos que demonstram e comprovam a tese); e a conclusão (parágrafo que conclui a ideia central ou tese apresentada). Outra característica dessa tipologia textual é a sequência argumentativa em que é feita a análise de um assunto e a defesa de opinião a respeito do que foi analisado. Dessa forma, é necessário que a sequência argumentativa seja convincente e bem fundamentada, para que o texto ganhe consistência e credibilidade. Em um texto dissertativo-argumentativo, a apresentação de um ponto de vista mais claro requer o uso da linguagem formal, de um bom vocabulário e de uma expressão impessoal. O emprego de articuladores coesivos é essencial nesse tipo de texto, pois estabelece a relação entre as suas partes, dando-lhe unidade argumentativa.

(Disponível em ≤ http://adalidzeballos.files.wordpress.com/2013/04/leer.jpg≥ acesso em 28 out. 2013)

OFICINA 1Conhecendo o tipo textual

Conhecendo o tipo textual

6

O homem distingue-se de outros animais por diversos motivos, mas um deles é notável e o torna capaz de planejar sua vida: a noção da passagem do tempo. Suposto que tenha essa noção, ele relaciona-se com ela de diversas maneiras. Alguns creem que o que realmente importa é o momento presente, o que se vive agora. Outros preferem mirar o futuro e ver nele motivo de esperança. Porém, dentre as concepções sobre o tempo, também há aquela que vê no passado uma fonte de ensinamentos para se entenda o presente e se planeje o futuro. Essa última visão é a que possibilita melhor análise das relações humanas de modo que o homem aprenda a viver melhor. O conhecimento do passado é de fundamental importância para que possamos compreender o presente. O mundo em que vivemos é a síntese do mundo que existiu antigamente, é o resultado de muitas transformações ocorridas desde tempos remotos. Como entender, por exemplo, o atual desenvolvimento do estado de São Paulo sem considerar a antiga economia cafeeira, que acumulou capital para a posterior industrialização? Ou como explicar a relativa tolerância do governo alemão à entrada de imigrantes numa Europa onde os países são xenófobos, sem

Análise de texto dissertativo-argumentativo

Leitura

Dando continuidade ao estudo, observe como está estruturada a dissertação abaixo. Atenção às explicações a respeito da introdução, do desenvolvimento e da conclusão.

O passado a favor do homem

Introdução

Desenvolvimento

A primeira parte destacada apresenta as duas concepções de tempo que serão analisadas no desenvolvimento do texto, o presente e o passado.

No primeiro destaque é retomada uma das concepções de tempo (o presente) apresentadas na introdução do texto e assim, delimita-se o assunto do parágrafo.

Já no final do parágrafo, é exposta uma opinião.

No segundo destaque observa-se a utilização de exemplos variados que buscam dar credibilidade à argumentação de exemplificação.

7

(Dissertação produzida por candidato ao vestibular da Fuvest-2004, autoria não divulgada. www.fuvest.br)

Desenvolvimento

Conclusão

Note que a expressão da mesma forma funciona como um operador conectivo que articula o raciocínio lógico, conectando dois parágrafos do desenvolvimento.

A conjunção coordenativa conclusiva, assim, estabelece a coesão entre os parágrafos e anuncia a conclusão do texto.

A primeira frase desse parágrafo retoma o aspecto do tempo (o futuro) indicado na introdução e delimita o assunto do parágrafo.

Na conclusão são reapresentadas, resumidamente, algumas particularidades apresentadas no texto.

Há, ainda, alguns exemplos que buscam comprovar a ideia da primeira frase, ou seja, “é preciso conhecer o passado para planejar o futuro”.

A tese primeira é retomada.

sem conhecer o estigma do nazismo de Hitler? Desse modo, conhecendo o passado, tem-se resposta para certas circustâncias vividas atualmente, que, sem uma perspectiva histórica, pareceriam fatos sem lógica. Da mesma forma, conhecer o passado é também condição para planejar e prever – em certa medida – o futuro. É necessário, ao se traçarem planos, estimar a possibilidade de seu sucesso. E isso só é possível se dominarmos aquilo que outros, antes de nós, tentaram, mesmo que tenham sido bem ou malsucedidos. Se alguma empresa, ligada ao setor energético, por exemplo, quiser construir uma nova usina hidrelétrica, é importante que ela conheça o desastre ecológico ocorrido em Balbina, na Amazônia, para que ele não se repita. Ao se analisar o passado, também é possível perceber que os comportamentos humanos são recorrentes. O terrorismo, assunto tão em pauta na atualidade, já era praticado pela rainha Margot da França, na forma de terrorismo de Estado, ainda na Idade Moderna, quando massacrou inúmeros huguenotes na “Noite de São Bartolomeu”. Pode-se compreender a mente humana através da história e de certa forma prever comportamentos, isto é, conhecendo-se o tempo que passou, chega-se, com aproximações, ao que está por vir. Assim, antes de ter uma postura pragmática ao extremo, que só se interessa por viver o presente, ou ufanista, que crê que “dias melhores virão”, importa que se adote uma postura racional em relação ao tempo. É possível compreender o presente, e não vivê-lo apenas, à semelhança dos outros animais. Quanto ao futuro, pode-se planejá-lo, melhorá-lo, e não somente ter nele uma esperança infundada. Assim, analisando o passado, o homem consegue ter uma vida melhor.

8

Você conhece gente que se faz de morta quando um pobre se aproxima para pedir uma esmola? O que será que essas pessoas sentem? O objetivo de todo pedinte é conseguir contribuições voluntárias de pessoas que nem sempre estão dispostas a contribuir. Gary Becker, Prêmio Nobel de economia, por quem nutro um grande apreço, acaba de publicar uma intrigante análise sobre a mendicância (Spouses and

OFICINA 2Colocando em Prática

Agora é sua vez!

(Disponível em http://www.dstaylor.me/wp-content/uploads/2013/05/writer.jpg , acessado em 29/11/2013)

A seguir é apresentado um texto dissertativo que provoca um debate em relação a um assunto presente na sociedade contemporânea. Após a leitura finalizada, responda às questões que foram elaboradas para que você amplie seu conhecimento sobre a estrutura do texto dissertativo, os aspectos coesivos e argumentativos e a coerência textual.

Leitura

Leia o texto a seguir.

A lógica da esmola

9

Beggars: Love and Sympathy, 1996). Segundo sua teoria, a estratégia do pedinte se baseia na utilização adequada da aparência e da linguagem. Usando vestes, postura, gestos, palavras e situações, ele procura fazer brotar no potencial doador um sentimento de culpa e piedade que, por sua vez, desemboca na simpatia que o leva a repartir um pouco dos seus bens. Para Becker, o desconforto do doador e os apelos do pedinte é que instigam a pessoa a conceder a ajuda solicitada. O doador dá esmolas, portanto, para se livrar de um mal-estar. Trata-se de uma conduta calculista e de cunho eminentemente utilitário. O que você acha dessa teoria? Do meu lado, penso que ela se aplica a uma boa parcela dos americanos. Talvez se ajuste também ao caso das pessoas da elite e classe média alta no Brasil. Conheço casos extremos de gente que até desfruta encontrar um pobre, porque isso lhes permite dar esmolas e aliviar culpas. Mas, essa não é a situação mais comum. Nos dias de hoje, é ilusório para os pedintes esperar que uma legião de “culpados” corra atrás deles para oferecer a sua ajuda. Os pobres que param ao lado dos carros luxuosos nas esquinas das grandes cidades sabem como é difícil emitir o tipo de sinal que comova o motorista e redunde em esmola. Para eles, de fato, o desafio é criar um tipo de manifestação que leve a “vítima” a ajudá-los para se livrar de um desconforto. Nesse campo, Becker está certo. Por outro lado, verifico que os grandes lances de solidariedade no Brasil são muito mais frequentes entre os pobres do que entre os ricos. As pessoas que menos têm, são as que mais dão. Basta ver como os doentes pobres se ajudam dentro de um hospital ou num instante de emergência na vizinhança. Como é comum entre os moradores das favelas e cortiços o empréstimo de pequenas quantidades de alimentos, agasalhos e cobertores na hora da necessidade! Quem não conhece casos de famílias pobres que, apesar de sua pobreza, recolhem, com o maior desprendimento, um parente ou um amigo (às vezes, até um desconhecido) quando este precisa de um teto? Será que isso é feito por sentimento de culpa ou para se livrar do necessitado? A teoria de Gary Becker é muito elegante, mas duvido que tenha a amplitude que ele supõe ter.

10

A esta altura, é legítimo ao leitor perguntar: Afinal, quem é esse professor para discordar de um Prêmio Nobel? Eu também me faço essa pergunta. Mas, não resisto afirmar que a solidariedade da pobreza no Brasil é uma realidade indiscutível e nada tem a ver com sentimentos de culpa ou desconforto. A conduta dos que mais se ajudam está longe de cálculos utilitários. Fazer-se de morto diante de um pedinte não é comportamento de classe baixa. Ao contrário: a prática generalizada da ajuda mútua, nesse segmento, é que me faz entender porque um país tão desigual como o nosso tem conseguido navegar sem ter caído, até o momento, numa devastadora convulsão social.

(PASTORE, José. A lógica da esmola. O Jornal da Tarde, São Paulo, 30 jul.1997. Disponível em: ≤http://www.josepastore.com.br/artigos/cotidiano/034.htm≥ acesso em 07 out. 2013).

Atividades

Responda às questões referentes ao texto lido.

1) Quem é o autor do texto? Qual é a sua fonte?

2) Sobre a linguagem:a) Que tempo e modos verbais são predominantes?b) A linguagem empregada é predominantemente pessoal ou impessoal? Justifique sua resposta com base na pessoa do discurso, nas formas verbais e nos pronomes empregados.c) Qual é a variedade linguística empregada?

3) Qual foi a intenção do autor ao utilizar a pessoa discursiva e o tempo verbal referidos nas perguntas anteriores?

4) Na discussão, José Pastore comenta a teoria de Gary Becker sobre a doação de esmolas. Que teoria é essa?

11

5) Há uma perspectiva em que o autor concorda com Becker. Que perspectiva é essa?

6) Há um mesmo sentido da esmola em Becker e em Pastore? Explique.

7) Indique os parágrafos do texto em que aparecem as seguintes partes:a) Introduçãob) Desenvolvimentoc) Conclusão

12

OFICINA 3Coesão e Coerência

(Disponível≤https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images≥ acesso 09 nov. 2013)

Nesta Oficina você irá aprender o que é coerência textual. Para início de assunto um texto não é somente uma sequência casual de palavras ou frases. É preciso que ele tenha consistência, ou seja, que ele faça sentido, que tenha clareza. Dessa maneira, a coerência textual é consequência de um encadeamento na construção de sentido feito pelos interlocutores. É a coerência que estabele as relações entre os elementos que constituem o texto (palavras, expressões, frases, parágrafos, capítulos). Além disso, alguns fatores como os elementos linguísticos, o conhecimento de mundo, os implícitos e a intertextualidade, são necessários que existam para se estabelecer os sentidos do texto. De certa forma, quem estabelece a coerência textual é o leitor, pois é ele que traz esses elementos para o texto. Observe a seguir os exemplos dos textos e acompanhe as explicações para ficar mais por dentro deste assunto.

Texto 1É verdade que a cada geração ficamos mais altos?

Sim, principalmente nos países desenvolvidos. Apesar de o crescimento ser limitado pela genética, a melhora na dieta e nas condições de saúde sempre traz centímetros a mais. “O consumo de proteínas estimula a produção de células dos tecidos ósseos e musculares, acelerando o crescimento”, diz a nutricionista paulista Flora Spolidoro.

(É VERDADE que a cada geração ficamos mais altos? Superinteressante, São Paulo, ed. 155, p. 41, ago. 2000, disponível em ≤http://super.abril.com.br/ciencia/verdade-cada-geracao-ficamos-mais-

altos-441526.shtml≥ acesso em 29 nov. 2013)

Coerência

13

Texto 2

Pessoas que tomam café da manhã todos os dias correm menos riscos de ter infecções, conforme estudos realizados. As infecções são comuns em crianças que frequentam a escola pela primeira vez. Por isso, a escola tem como filosofia o desenvolvimento de um processo de ensino aprendizagem construtivista.

(KOCHE, Vanilda Salton; BOFF, Odete Maria Benetti; PAVANI, Cinara Ferreira. Prática Textual: atividades de leitura e escrita. 9. ed. Petrópolis: Vozes, 2013, p. 18)

No texto 1, observa-se coerência entre as frases. A resposta à pergunta formulada é coerente e esclarece que o aumento do crescimento a cada geração deve-se ao consumo de proteínas. No texto 2, apesar da presença de elementos de ligação entre as frases, constata-se incoerência entre elas, pois a 1ͣ oração não é desenvolvida nas orações seguintes. Outras ideias são inseridas no parágrafo sem o estabelecimento de relações de sentido com as anteriores.

Além da coerência existe outro mecanismo linguístico responsável por estabelecer os sentidos e a continuidade de um texto, é a coesão textual. A coesão textual é um conjunto de recursos linguísticos que articulam as informações de um texto, relacionando sentenças com o que veio antes e com o que virá depois, no propósito comunicativo de, conjuntamente à coerência, tecer o texto. Dessa maneira, pode-se estabelecer um quadro dos processos de coesão, onde se observam uma quantidade significativa de recursos linguísticos de que se dispõe para a construção do texto.

Constatações

Coesão

14

Esquema dos processos de Coesão Conectiva

De espaço e tempo textual- em primeiro lugar, em segundo lugar-como veremos, como vimos-neste ponto, aqui na 1ͣ parte-no próximo capítulo

Metalinguísticos-por exemplo, isto é, ou seja,-quer dizer, por outro lado-repetindo,em outras palavras-com base nisso, segundo fulano, etc

OPERADORES ARGUMENTATIVOS

OPERADORES ORGANIZACIONAIS

1. Oposição - mas,porém,contudo2. Causa - porque, pois, já que3. Fim -para, com o propósito de4. Conclusão - logo, assim, portanto5. Condição - se, a menos que, desde que6. Adição - e, bem como, também7. Disjunção - ou8. Exclusão- nem9. Comparação- mais do que, menos do que

15

Atividades

1) Encontre os referentes de:

a) essas pessoas (linha 02):b) ele (linha 09):c) lhes (linha 19):d) deles (linha 22):e) que (linha 23):f) los (linha 26):g) as (linha 30):h) ele (linha 40):

2) Indique qual é a relação que os articuladores destacados estabelecem no texto:

a) portanto (linha 13):b) porque (linha 19):c) mas (linha 21):d) mas (linha 39):e) mas (linha 42):

Para fixação do que aprendeu você deve retornar ao texto “A lógica da esmola” e resolver as duas atividades a seguir.

16

OFICINA 4Argumentação

(Disponível em≤http://www.brasilescola.com/upload/conteudo/images/argumentacao.jpg≥ acesso 28 out. 2013)

Para se escrever um texto dissertativo-argumentativo, a questão polêmica que será discutida deverá ser desenvolvida por uma argumentação que sustente o ponto de vista do autor. Assim, quanto mais o autor dominar o assunto sobre o qual está escrevendo, maiores serão as suas condições de elaborar uma estratégia argumentativa efetiva. A seguir, você conhecerá alguns tipos de argumentos que poderão ser úteis na sua produção de texto.

O argumento de autoridade sustenta-se pela citação de uma fonte confiável, que pode ser um especialista no assunto, uma frase dita por alguém renomado, líder ou político, educador ou algum pensador, enfim, uma autoridade no assunto abordado. Exemplo:

Argumento de autoridade

O cinema nacional conquistou nos últimos anos qualidade e faturamento nunca vistos antes. ‘Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça’ - a famosa frase-conceito do diretor Glauber Rocha – virou uma fórmula eficiente para explicar os R$ 130 milhões que o cinema brasileiro faturou no ano passado.

(Época, 14/04/2004 Disponível em≤ http://oblogderedacao.blogspot.com.br/2012/10/tipos-de-argumentos.html ≥ acesso em 16 nov. 2013 adaptado).

17

Argumento baseado no consenso

Argumento baseado em provas concretas ou princípios

O poder dos amigosUma pesquisa realizada na Suécia comprovou que bons amigos fazem mesmo bem ao coração. O estudo acompanhou a evolução do estado de saúde de 741 homens por 15 anos e concluiu que aqueles que mantinham ótimas amizades apresentaram muito menos chances de desenvolver doenças cardíacas do que aqueles que não contavam com o ombro amigo de alguém.

(ISTOÉ, 3/3/2004 Disponível em ≤português. macricopia.com.br/print/o-poder-dos-amigos‎≥ acesso em 13 nov. 2013).

O argumento baseado no consenso consiste em verdades aceitas culturalmente ou universalmente aceitas como válidas. Não confundir argumento baseado no consenso com lugares comuns, sem base científica e de validade discutível. Observe o exemplo a seguir:

O argumento baseado em provas concretas apoia-se em evidências e fatos que comprovam a validade do que se diz no texto. São fatos, dados estatísticos, ilustrações, entre outros aspectos que dão credibilidade ao discurso, ou seja, têm poder de convencimento. Leia o exemplo a seguir baseado em dados estatísticos:

IBGE: geração de postos de trabalho está concentradaem poucas empresas

A geração de postos de trabalho no Brasil ainda está concentrada em um pequeno número de companhias, segundo um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2011, as empresas consideradas de alto crescimento (EAC) correspondiam a apenas 0,8% do total das companhias ativas no Brasil, mas eram responsáveis por 15,4% da massa de assalariados e 14,4% dos salários pagos aos trabalhadores brasileiros, apontou o estudo Estatísticas de Empreendedorismo 2011.

(Gazeta do Povo, 18/11/2013 Disponível em≤ http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo. ≥ acesso em 18 nov. 2013).

18

Argumento por causa e consequência ou por raciocínio lógico

A violência mora ao lado Vivemos na cultura da violência, e tal fato afeta profundamente a formação dos mais novos. Todos os pais tomam medidas que miram à segurança dos filhos (...). Muitos só deixam que eles frequentem locais que consideram seguros, como clubes, festas de colegas, shoppings etc.(...) Por quê? Porque os shoppings têm um serviço de segurança e porque os frequentadores costumam ter o mesmo estilo de vida. Grande engano. Um grupo de amigos, todos por volta dos 14 anos, encontrou-se num shopping de uma região nobre da cidade. Em certo momento, o grupo foi abordado por outro grupo composto por jovens um pouco mais velhos. No confronto público, garotas e garotos foram humilhados, agredidos moral e fisicamente e obrigados a fazer coisas que não queriam. O confronto tinha o objetivo de criar uma hierarquia social pelo uso da violência, ou seja, identificar quais eram os fortes e os fracos entre os que compartilhavam o mesmo espaço público. (...)

(SAYÃO, Rosely. Folha de S. Paulo, São Paulo, 17 abr. 2008 Disponível em≤ http://www1.folha.uol.com.br/ ≥acesso em 17 nov. 2013, adaptado).

No argumento por causa e consequência ou por raciocínio lógico, a tese, ou conclusão, é aceita justamente por ser uma causa ou uma consequência, ou seja, ter uma lógica naquilo que se argumenta. Exemplo:

Argumento por comparação (analogia)

A quebra de sigilo nas provas do Enem 2009, denunciada pela imprensa, nos faz indagar quem seriam os responsáveis. O sigilo de uma prova do Enem deve pertencer ao âmbito das autoridades educacionais — e não da imprensa. Assim como a imprensa é responsável por seus próprios sigilos, as autoridades educacionais devem ser responsáveis pelo sigilo do Enem.

(Pontos de vista: caderno do professor, Cenpec, 2010 São Paulo [Coleção Olimpíada], vários colaboradores. Disponível em ≤www.nre.seed.pr.gov.br/irati/arquivos/File/

cadernoOpiniao.pdf‎≥ acesso em 15 nov. 2013).

O argumento por comparação pressupõe que se deve tratar algo de maneira igual, situações iguais ou semelhantes. Exemplo:

19

Argumento por exemplificação

Vejam os exemplos de muitas experiências positivas – Jundiaí (SP), Campinas (SP), São Caetano do Sul (SP), Campina Grande (PB) etc. – sistematicamente ignoradas pela grande imprensa. Tantos exemplos levam a acreditar que existe uma tendência predominante na grande imprensa do Brasil de só noticiar fatos negativos.

(Pontos de vista: caderno do professor, Cenpec, 2010 São Paulo [Coleção Olimpíada], vários colaboradores. Disponível em ≤www.nre.seed.pr.gov.br/irati/arquivos/File/

cadernoOpniao.pdf‎≥ acesso em 15 nov. 2013).

No argumento por exemplificação, se faz a defesa da tese por meio da apresentação de um exemplo, um fato, um acontecimento que demonstre o que o autor quer provar. Exemplo:

IMPORTANTE:

A argumentação é um recurso que tem como propósito convencer alguém, para que essa pessoa tenha a opinião ou o comportamento alterado.Sempre que argumentamos, temos o intuito de convencer alguém a pensar como nós. No momento da construção textual, os argumentos são essenciais, serão as provas que apresentaremos, com o propósito de defender nossa ideia e convencer o leitor de que essa é a correta.

20

Atividades

Com base no que você aprendeu sobre os tipos de argumentos, retorne ao texto “A lógica da esmola” e responda às questões a seguir.

1) O autor usa um forte argumento para discordar da teoria de Becker. Que argumento é esse? Encontre e retire do texto passagens que confirmem esse argumento.

2) Assinale o tipo de argumento anteriormente referido:a) argumento de autoridade ( )b) argumento baseado no consenso ( )c) argumento baseado em provas concretas ( )

3) Assinale o objetivo do autor em relação ao argumento referido. a) sustentar uma afirmação ( )b) obter uma adesão ( )c) justificar uma tomada de posição ( )

21

OFICINA 5Questão polêmica

(Disponível≤lhttps://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?≥acesso 28 out. 2013)

Você reconheceu no texto anterior alguns tipos de argumentos utilizados pelo autor, no sentido de convencer o leitor em relação ao ponto de vista dele. No texto a seguir, você irá perceber que serão usados diferentes tipos de estratégias argumentativas na tomada de posicionamentos de uma questão atual e polêmica da nossa sociedade.

Leitura

Na semana em que o Instituto Royal encerrou suas atividades em São Roque, SP, a cientista Mayana Zatz e a ativista Luisa Mell defendem seus pontos de vista sobre a experimentação com animais. Mayana é geneticista e uma das principais vozes da ciência no Brasil. Luisa (Marina Zatz, no RG) defendeu a ação que resultou na retirada de 178 beagles do laboratório em 18/10/13, sob a alegação de maus-tratos. Curiosidade: Mayana foi casada com um primo da mãe de Luisa.

A polêmica dos Beagles

Disponível em http://www.sxc.hu/photo/397173, acessado em 30/11/2013

22

Mayana Zatz - Coordena o Centro do Genoma Humano da Universidade de São Paulo (USP). Atua na área de genética humana e médica, com enfoque em doenças neuromusculares e células-tronco. Ela é a favor do uso de animais em pesquisas científicas. Marina Zatz (nome de batismo de Luisa Mell) - É bacharel em direito e apresentadora de TV. Ativista, participou da retirada de cães da raça beagle do Instituto Royal, em São Roque (SP). Ela é contra o uso de animais em quaisquer tipos de experimentos científicos.

MAYANA ZATZ VS MARINA ZATZ (nome de batismo de Luisa Mell)

É possível abandonar o uso de animais para testes científicos? Quais seriam as alternativas para manter nosso desenvolvimento científico?

Mayana Zatz. Em primeiro lugar, gostaria de deixar registrado que adoro animais, principalmente cães, e que não como carne de nenhum mamífero, desde a minha adolescência, exatamente porque sou contra a matança de animais. Existem inúmeras pesquisas científicas que requerem o uso de animais antes de serem testadas em seres humanos. Por exemplo, terapias com células-tronco. Antes de testá-las em humanos precisamos saber: será que elas se dirigem e permanecem no órgão alvo depois de injetadas? Como garantir que elas se diferenciam no tecido que queremos e não em outro? E se queremos, por exemplo, reconstruir músculos e elas se diferenciarem em células ósseas? Qual é a melhor via de injeção? Local ou sistêmica? Qual é o efeito clínico dessas injeções em camundongos que têm distrofias musculares ou patologias semelhantes aos humanos? Como saber se as células injetadas não irão formar tumores? Essas são algumas questões que só podem ser respondidas com o uso de animais, a não ser que façamos o ser humano de cobaia.Marina Zatz (Luisa Mell) É possível e é necessário. A sociedade precisa saber que testes científicos em animais não são um sistema de teste robusto. Há vasta literatura a respeito. De acordo com Mike Leavitt, ex-secretário de Serviços Humanos e de Saúde dos EUA, nove em dez drogas experimentais falham em estudos clínicos pelo simples fato de que não podemos prever com acurácia como elas se comportam

1

23

nas pessoas com base em estudos laboratoriais e animais. A indústria farmacêutica tem mais fracassos em suas prospecções e descobertas do que sucessos. Esses índices não são revelados por motivo óbvio: mercado. Cientistas partem do pressuposto errôneo de que resultados de testes com animais (mamíferos, por exemplo) com um fármaco podem ser extrapolados para seres humanos. Mas ratos, coelhos, gatos, cães, coelhos e primatas têm fisiologias, bioquímicas e genéticas, entre outros fatores, diferentes de nós. Possuem características relacionadas evolutivamente sim, mas diferentes em seus ajustes finos. E é no detalhe que o fármaco trabalha. É por isso que o paracetamol, por exemplo, é nocivo para cães e não para humanos; e a penicilina é letal para porquinhos-da-índia, mas benéfica para humanos etc., etc. etc. Vários médicos e cientistas americanos já são contrários a experimentos com animais, não pela ética, mas sim por isso atrapalhar a ciência!

2É ético usar animais em testes que, em muitos casos, acabam causando sofrimento, se os resultados beneficiarão principalmente o ser humano?

Mayana Zatz. Todas as pesquisas com animais precisam ser aprovadas antes por comitês de ética que são extremamente rigorosos no sentido de prevenir o sofrimento de animais.

Marina Zatz (Luisa Mell). Não, não é ético. Não é ético instrumentalizar o outro (seja humano ou não humano) e convertê-lo em mero meio para nossos fins. Precisamos perceber o outro (neste caso, os animais não humanos sencientes) como um ser dotado de percepções, complexidades cognitivas, inteligência, consciência, vida social, interesses, projetos e preferências. Ao convertermos seres vivos complexos em mero instrumento para nossos desejos e necessidades, estamos ferindo os direitos mais básicos a que todos os seres vivos devem ter acesso: a liberdade e a integridade física. E isso, além de injusto, é imoral.

24

3Se o fim do uso de cobaias representaria um atraso para o desenvolvimento de medicamentos, por exemplo, não valeria a pena a humanidade assumir esse atraso em prol do bem-estar dos animais?

Mayana Zatz. Pergunto: seria ético poupar camundongos e usar cobaias humanas? Existem inúmeras doenças degenerativas que são letais, algumas na primeira infância. E existem inúmeros camundongos que têm patologias semelhantes a doenças humanas. Novamente, uma vez descoberto um possível medicamento em laboratório que possa tratar essas doenças é preciso antes testá-lo nesses modelos animais para verificar se são eficazes e não tóxicos. Repito: é ético ver crianças e jovens morrerem sem tentar nada para salvá-los em prol do bem-estar dos animais? E se fosse o seu filho?

Marina Zatz (Luisa Mell). O fim do uso de cobaias precisa ser aceito não unicamente pelo bem-estar animal, mas pelo fato de ser uma metodologia equivocada para atender uma necessidade exclusivamente humana. Veja a declaração do Dr. John Pippin (diretor acadêmico do Comitê de Médicos pela Medicina Responsável, nos EUA): ”O próprio FDA (a vigilância sanitária dos EUA) já admitiu que testes em animais não são capazes de prever o comportamento do organismo humano diante de uma droga. 92% de todas as drogas testadas com sucesso em animais, e depois em humanos, falham de alguma forma. Isso não é ciência, é bruxaria. Não deveria ser financiada e apoiada pela FDA, é uma fraude, e uma fraude que acontece por causa de dinheiro. Companhias farmacêuticas estão entre as maiores dos EUA, as mais ricas. O frustrante é que o FDA sabe que não faz sentido”.

25

4

5

Adiantaria suspender o uso de bichos em testes científicos se existem milhões de animais sendo criados para servir de alimento? As cobaias não são um problema pequeno diante da questão do consumo de carne? São problemas comparáveis?

Seria possível chegar a um acordo para estipular um prazo para o fim do uso de animais em testes? Qual seria um prazo razoável?

Mayana Zatz. Não são problemas comparáveis. As cobaias em experimentos científicos não representam “nada” em comparação com a matança para alimentos. Pior ainda é matar animais para usar sua pele. Ou usar animais para divertimento como as touradas ou brigas de galo

Marina Zatz (Luisa Mell). O uso de animais na experimentação é apenas uma das inúmeras e terríveis formas de exploração animal. Seu uso como modelos experimentais é tão errado quanto criá-los para abate por questões tão frívolas como hábito, tradição ou conveniência. Precisamos parar de pensar como humanos da era paleolítica e enxergar que animais não humanos sencientes não são coisa, objetos ou mera propriedade. Eles são fins em si mesmo, criaturas biográficas que percebem o mundo à sua volta e interagem com ele.

Mayana Zatz. É muito difícil estipular um prazo. A pesquisa científica é cheia de surpresas. A boa notícia é que é possível, com a tecnologia de células-tronco reprogramadas, derivar linhagens celulares de pacientes com diferentes patologias. São o que chamamos de “pacientes em placas de petri”. Isso permite testar inúmeras drogas nas células, no laboratório, antes de utilizar modelos animais o que reduz significativamente o uso de cobaias nas pesquisas.

Marina Zatz (Luisa Mell). Toda mudança requer prazos e discussões. Essa é uma discussão necessária na qual, especialistas em ética e ciência, junto à opinião imprescindível do público leigo, deve existir.

(Reportagem: Eduardo Carvalho Edição: Dennis Barbosa e Gustavo Miller (Conteúdo); Disponível em≤http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/pesquisa-em-animais-luisa-mell-mayana-zatz/platb/≥ acesso em

11 nov. 2013 – adaptado)

26

Com a leitura do texto, você deve ter percebido os argumentos contra e a favor do uso de animais em testes científicos. Talvez, você até já tenha tomado um posicionamento em relação a essa questão, depois de ter conhecido a argumentação das duas pessoas entrevistadas. Agora, você irá trabalhar com algumas questões referentes à compreensão do texto e às estratégias argumentativas utilizadas pelas entrevistadas. Para isso, você poderá realizar as atividades individualmente ou em dupla. Como queira!

Atividades

Em relação à compreensão do texto:

1) Quem é (são) o(s) autor(es) do texto?

2) Quem são as entrevistadas? Em que áreas de trabalho atuam?

3) Em relação à condução das perguntas, você as achou tendenciosas ou não? Justifique sua resposta.

4) Quanto ao vocabulário empregado, tanto nas perguntas quanto nas respostas, houve alguma parte do texto que você não compreendeu? Se houve, separe alguns desses vocábulos, procure seus significados em um dicionário e retorne ao texto para interpretá-los no contexto em que foram utilizados.

5) Que variedade linguística foi empregada pelo repórter e pelas entrevistadas?

6) Qual é o público leitor que se pretende atingir com uma entrevista sobre esse assunto, levando-se em conta o suporte (internet) em que ela foi publicada? Justifique.

27

Atividades

Em relação à argumentação.

1) Qual é o efeito argumentativo provocado pela fala inicial de Mayana Zatz ao dizer: “Em primeiro lugar, gostaria de deixar registrado que adoro animais, principalmente cães, e que não como carne de nenhum mamífero, desde a minha adolescência, exatamente porque sou contra a matança de animais”. Como você interpreta essa fala? Justifique.

2) Marina Zatz (Luisa Mell) utiliza-se de uma estratégia argumentativa para introduzir suas respostas às perguntas 1, 2 e 3. Você conseguiu perceber quais foram os recursos utilizados por ela? Explique.

3) Em resposta à primeira pergunta, Marina Zatz (Luisa Mell) usa um tipo de argumento. Que tipo é esse? Retire do texto passagens que comprovem sua resposta.

4) Observe a resposta que Mayana Zatz dá para a terceira pergunta do repórter. Que tipo de argumento ela utiliza? Justifique sua resposta.

5) Você tomaria algum posicionamento, contra ou a favor do uso de animais em experimentos científicos, diante das argumentações apresentadas pelas entrevistadas? Ou seja, a argumentação de alguma delas foi suficientemente forte para convencer você? Justifique.

28

OFICINA 6A primeira produção escrita.

(Disponível em: ≤http://antoniozai.files.wordpress.com/2012/12/1171.jpg≥ acesso em 12 nov. 2013)

Nesta etapa do seu estudo, você deverá produzir um texto dissertativo-argumentativo, levando em conta o que já aprendeu sobre esse tipo textual. Isto é, você deverá aplicar seu conhecimento até agora adquirido em relação à apresentação do texto, aos aspectos argumentativos, à coesão e à coerência. Essa primeira produção servirá para você colocar em prática vários recursos linguísticos com o objetivo de persuadir o interlocutor de seu texto. Também é importante para que possa avaliar a própria escrita, a fim de perceber o que é preciso melhorar na sua produção textual. Para que possa aproveitar o que já aprendeu sobre os assuntos tratados anteriormente, você irá utilizar as mesmas temáticas para escrever seu texto.

• Temática 1 – Dar ou não dar esmolas. • Temática 2 – Usar ou não usar animais para pesquisas científicas.

A fim de subsidiar o desenvolvimento de seu texto, você irá pesquisar, na Biblioteca do colégio, em revistas e periódicos, textos de reportagens, entrevistas, artigos, editoriais, infográficos, entre outros, que contenham assuntos sobre as temáticas citadas. No Laboratório de Informática, você utilizará a internet para pesquisas em jornais, revistas, blogs, artigos e tantos outros textos midiáticos que considere relevante para seu trabalho.

29

OFICINA 7Revisão do conteúdo e troca de textos.

(Disponível≤http://4.bp.blogspot.com/≥ acesso em 12 nov. 2013)

Neste momento, você irá revisar o conteúdo em relação à argumentação, aspectos coesivos e aspectos da coerência textual, utilizando, para isso, o seu texto e o texto de seus colegas. Faça, então, a troca de seu texto com um texto de algum colega seu. Essa troca de textos é muito importante para você se posicionar como interlocutor em relação à escrita do outro e também verificar qual é a compreensão que o outro tem do seu texto. Nessa fase, é muito pertinente que você tenha conseguido perceber que a sua escrita tem autoria, ou seja, você é o autor de seu texto e por isso mesmo, diz algo por meio dele. Nesse sentido, seu texto, assim como de seus colegas, passa a ter diferentes vozes que tomam posturas diferentes sobre o mesmo assunto. Dessa maneira, seu texto ganha o que se chama de interlocução com o outro.

30

OFICINA 8Revisão

Coesão textual Para que o texto seja constituído em uma intenção comunicativa, as partes que o compõem têm de estar entrelaçadas entre si, de modo a formar um todo lógico, preciso, coerente. Dessa forma, texto tem tudo a ver com tessitura, entrelaçamento. Mas, para que tal aspecto se manifeste de forma efetiva, a presença de alguns elementos, considerados elementares, é necessária. Entre eles, a coesão, responsável por atribuir clareza, precisão e objetividade ao discurso. Assim, pode-se definir coesão como um conjunto de recursos linguísticos de que dispõe a língua, de forma a estabelecer as ligações necessárias entre os constituintes de uma frase, entre as orações de um período e entre os parágrafos de um texto.

Coerência textual A coerência textual é a relação lógica entre as ideias, pois estas devem se complementar, é o resultado da não contradição entre as partes do texto. A coerência inclui fatores como o conhecimento que o produtor e o receptor têm do assunto abordado no texto, conhecimento de mundo, o conhecimento que esses têm da língua que usam e a intertextualidade. Pode-se concluir que texto coerente é aquele ao qual é possível estabelecer sentido, é entendido como um princípio de interpretabilidade.

(Disponível em http://bit.ly/182Rg17, acessado em 29/11/2013)

31

Nesta última oficina, você seguirá o roteiro abaixo para os últimos ajustes em seu texto. Depois de realizada essa atividade, você poderá passar seu texto a limpo para poder fazê-lo circular na escola, lembra? “Neste material didático você irá aprender sobre os conceitos e características do texto dissertativo-argumentativo. Um tipo textual que circula na esfera escolar, pois é o contexto escolar que cria condições para esse tipo de produção de texto”.

A publicação dos textos poderá ser realizada de diferentes formas, como: exposição em sala de aula, nos corredores da escola; leitura dos textos no pátio da escola ou em outro local como o Anfiteatro, e outras tantas formas que poderão surgir. O importante é que o seu texto circule.

• Roteiro• Na introdução do seu texto você apresenta um ponto de vista?• Você colocou o leitor a par da questão?• Você tomou uma posição?

• Introduziu sua opinião com expressões adequadas?• Considerou pontos de vistas diferentes para construir seus argumentos?• Utilizou expressões conectivas que introduzem os argumentos?• Utilizou expressões que anunciam a sua conclusão?• Concluiu o texto reforçando seu posicionamento?• Verificou se a pontuação está correta?• Corrigiu os erros de ortografia?• Substituiu palavras repetidas e eliminou as desnecessárias?• Escreveu com letra legível para que todos possam entender?• Encontrou um bom título? (opcional)

OFICINA 9A produção final

Dis

poní

vel e

m h

ttp://

miri

anco

elho

.file

s.w

ordp

ress

.com

/200

8/03

/es

cher

-dra

win

ghan

ds.jp

g, a

cess

ado

em 3

0/11

/201

3

(Pontos de vista: caderno do professor, Cenpec, 2010 São Paulo (Coleção Olimpíada) vários colaboradores. Disponível em ≤www.nre.seed.pr.gov.br/irati/arquivos/File/cadernoOpiniao.pdf‎≥ acesso

em 19 nov. 2013, adaptado).

32

Referências Bibliográficas

FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Lições de texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 1996

KOCH, Ingedore Villaça; TRAVAGLIA, Luiz Carlos. A coerência textual. 17. ed. São Paulo: Contexto, 2008

KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. A coesão textual. 22. ed. São Paulo: Contexto, 2012

KOCHE, Vanilda Salton; BOFF, Odete Maria Benetti; PAVANI, Cinara Ferreira. Prática Textual: atividades de leitura e escrita. 9. ed. Petrópolis: Vozes, 2013

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção Textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008

Ministério da Educação; Secretaria de Educação Básica. Programa Gestão da Aprendizagem Escolar – Gestar II. Língua Portuguesa: Caderno de Teoria e Prática 5 – TP5: estilo, coerência e coesão.Brasília, 2008

Olímpiada de Língua Portuguesa. Pontos de Vista: Caderno do professor: orientação para produção de textos. São Paulo: CENPEC, 2010

ROJO, Roxane; CORDEIRO, Glaís Sales, trad. e org. Gêneros orais e escritos na escola. 3. ed. Campinas: Mercado das Letras, 2011

TORRALVO, Izeti Fragata, MINCHILLO, Carlos Cortez. Linguagem em Movimento. São Paulo: FTD, 2010