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OS DIREITOS DE PERSONALIDADE DO EMPREGADO NO AMBIENTE DE TRABALHO PERSONALITY RIGHTS OF THE EMPLOYEE IN THE WORKING ENVIRONMENT Leda Maria Messias da Silva Lory Kurahashi RESUMO RESUMO: O presente artigo tem como escopo, analisar os direitos da personalidade no que tange à pessoa do empregado. Primeiramente abordou-se um estudo da teoria geral dos direitos da personalidade, e posteriormente, seu alcance no âmbito das relações de trabalho, onde o empregado, o qual necessita de ambiente de trabalho que lhe preserve a vida, com dignidade humana, vem a ser sujeito de direitos, passível de proteção jurídica, quando está diante de lesões em seus bens extrapatrimoniais. Ademais, o meio ambiente de trabalho digno é importante para a preservação da integridade física e psíquica do obreiro. Assunto polêmico, contemporâneo devido à positivação pelo Código Civil de 2002, os direitos de personalidade, porém, ainda, carecem de mais estudos, devido aos fatos que ocorrem no ambiente de trabalho, que podem constituir em lesões aos direitos de personalidade dos empregados. PALAVRAS-CHAVES: DIREITOS DA PERSONALIDADE; EMPREGADO; MEIO AMBIENTE DE TRABALHO. ABSTRACT ABSTRACT: The present article has as goal to analyze the personality rights concerning to the employee. First it was approached a study of the general theory of personality rights, and afterwards, its grasp within the ambit of work ratio, from where the employee, who needs a working environment that preserves his/her life with human dignity, s/he becomes a person with rights of having juridical protection when s/he is facing grievance procedures in his/her sentimental values. Furthermore, a worthy working environment is important to preserve the physical and psychic integrity of the worker. It is a controversial subject, contemporary due to the positive light of the Civil Code of 2002, the personality rights still lacks more studies though, due to the fact that occurs in the working environment, that can constitute in grievance in personality rights of the employees. KEYWORDS: PERSONALITY RIGHTS, EMPLOYEE, WORKING ENVIRONMENT. 3842

OS DIREITOS DE PERSONALIDADE DO EMPREGADO NO … · sobre o direito de personalidade do trabalhador, mostrará suas características e influências. O estudo é permeado pelas questões

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OS DIREITOS DE PERSONALIDADE DO EMPREGADO NO AMBIENTE DE TRABALHO

PERSONALITY RIGHTS OF THE EMPLOYEE IN THE WORKING ENVIRONMENT

Leda Maria Messias da Silva Lory Kurahashi

RESUMO

RESUMO: O presente artigo tem como escopo, analisar os direitos da personalidade no que tange à pessoa do empregado. Primeiramente abordou-se um estudo da teoria geral dos direitos da personalidade, e posteriormente, seu alcance no âmbito das relações de trabalho, onde o empregado, o qual necessita de ambiente de trabalho que lhe preserve a vida, com dignidade humana, vem a ser sujeito de direitos, passível de proteção jurídica, quando está diante de lesões em seus bens extrapatrimoniais. Ademais, o meio ambiente de trabalho digno é importante para a preservação da integridade física e psíquica do obreiro. Assunto polêmico, contemporâneo devido à positivação pelo Código Civil de 2002, os direitos de personalidade, porém, ainda, carecem de mais estudos, devido aos fatos que ocorrem no ambiente de trabalho, que podem constituir em lesões aos direitos de personalidade dos empregados.

PALAVRAS-CHAVES: DIREITOS DA PERSONALIDADE; EMPREGADO; MEIO AMBIENTE DE TRABALHO.

ABSTRACT

ABSTRACT: The present article has as goal to analyze the personality rights concerning to the employee. First it was approached a study of the general theory of personality rights, and afterwards, its grasp within the ambit of work ratio, from where the employee, who needs a working environment that preserves his/her life with human dignity, s/he becomes a person with rights of having juridical protection when s/he is facing grievance procedures in his/her sentimental values. Furthermore, a worthy working environment is important to preserve the physical and psychic integrity of the worker. It is a controversial subject, contemporary due to the positive light of the Civil Code of 2002, the personality rights still lacks more studies though, due to the fact that occurs in the working environment, that can constitute in grievance in personality rights of the employees.

KEYWORDS: PERSONALITY RIGHTS, EMPLOYEE, WORKING ENVIRONMENT.

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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho se justifica pela necessidade de proteção aos direitos da personalidade do empregado no ambiente de trabalho.

A proteção aos direitos da personalidade tornou-se uma necessidade imediata, pois a competição gerada pela globalização e as novas tecnologias, cada vez mais representam ameaças aos atributos personalíssimos do homem, especialmente o subordinado-empregado. Os direitos à honra, à imagem, à privacidade, à dignidade humana, dentre outros, no ambiente de trabalho, devem ser resguardados.

Desta feita, a proteção aos direitos da personalidade tornou-se tema de grande importância, alcançando posição de destaque tanto na doutrina quanto nas legislações. Nos meandros dessa nova tendência, o Código Civil Brasileiro de 2002, conferiu-lhe tratamento especial, dedicando 11 (onze) artigos, agrupado em um Capítulo, denominado: Dos Direitos da Personalidade.

Portanto, o objetivo geral desse artigo, é analisar e compreender a tendência e proteção dos direitos de personalidade do empregado, e os objetivos específicos são elaborar um breve estudo da teoria geral dos direitos da personalidade, seu conceito, previsão legal, características e classificações, especificar os principais direitos de personalidade do empregado, analisar e destacar a importância dessa proteção acerca desses direitos, e a pessoa do obreiro inserido no local de trabalho.

O referido local de trabalho é o meio ambiente em que o empregado subordinado passa a maior parte de sua vida, e seu serviço seja físico ou mental, é uma prestação de seu esforço e dedicação. Para a execução dos serviços, são necessários vários cuidados, principalmente de prevenção que são fiscalizados por órgãos específicos a este ramo.

Vários são os problemas sem solução no que tange este assunto, pois, a nova realidade econômica, caracterizada pela abertura da economia brasileira, a liberação dos preços, a privatização, a formação dos blocos econômicos, a criação dos controles de qualidade, afirmação do capitalismo, desenvolvimento tecnológico e globalização, exigem que as empresas busquem alternativas para viver neste novo momento da economia do mercado e de produção, com baixos custos. Como fazê-lo sem ferir a dignidade do trabalhador? Como competir, principalmente as pequenas empresas com as grandes, sem aviltar os direitos personalíssimos dos empregados subordinados e principalmente em momento de crise mundial?

Em razão da rápida difusão das notícias envolvendo interesses sociais e particulares e também valores culturais, o tema que ora se propõe é proeminente, não só pela complexidade, como também pela violência do desrespeito aos direitos da personalidade do trabalhador empregado, ferindo a dignidade humana.

Trata-se de um estudo observacional, cuja metodologia científica versará no raciocínio indutivo, e o método auxiliar será exploratório, com abordagem histórica e atual, e

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pesquisa de natureza descritiva, e bibliográfica. Ademais, a pesquisa foi formulada com busca em dados secundários. Este estudo utilizará dados já publicados, indicados para revisões, sínteses, oferecendo recursos para estudos posteriores e sendo especialmente útil para o desenvolvimento e aperfeiçoamento de novas idéias. A revisão bibliográfica sobre o direito de personalidade do trabalhador, mostrará suas características e influências. O estudo é permeado pelas questões levantadas em artigos, periódicos científicos, doutrinas, publicações disponíveis na Internet, leis, jurisprudências, análise de casos concretos e de projetos de lei, enfim o que for pertinente ao estudo.

O tema que ora se propõe “Os direitos da personalidade do empregado no ambiente de trabalho” é bastante complexo, portanto, não há pretensão em esgotá-lo, e sim, trazer uma reflexão acerca do tema, ficando apenas a expectativa de que o presente trabalho possa servir como contribuição, ainda que modesta, aos estudiosos e aplicadores do Direito.

2 DIREITOS DA PERSONALIDADE

A idéia de personalidade está ligada à pessoa, pois assim terá capacidade de obterem direitos e adquirirem deveres. Esse direito de personalidade, tratado neste estudo, é imposto pelo ordenamento jurídico, e atinge um conjunto de valores intelectual, moral e físico do ser, considerando a pessoa em si, ou ligada a uma sociedade.

2.1 Conceito

Para Amauri Mascaro Nascimento, “Direitos de personalidade são aqueles de natureza extrapatrimonial que se referem aos atributos essenciais definidores da pessoa, e dentre todos os direitos são aqueles que mais de perto procuram valorizar a dignidade do ser humano”.[1]

Direitos da personalidade e o vocábulo personalidade são diferentes, apesar de próximos por se interligarem no que tange a causa e efeito, Giselle Câmara Groeninga, vem esclarecer sobre a formação da personalidade em vocábulo, “[...] É a condição ou maneira de ser da pessoa”. Ademais a autora relata:

Em Psicanálise, o termo personalidade tem um sentido dinâmico, do desenvolvimento do ser e do vir-a-ser, e da forma como o indivíduo se mostra e é percebido pelos outros. A personalidade se constrói pela combinação de aspectos herdados e constitucionais,

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com experiências marcantes da vida infantil e da vida adulta, que darão um sentido de continuidade ao ser.[2]

O meio ambiente social, familiar, e profissional, contribui para a formação da personalidade de um ser humano, no qual será sempre passível de amadurecimento. Porém esse trabalho não pretende abordar questões de cunho psicológico, mas sim jurídicas que têm a finalidade de trazer proteção ao rol dos direitos da personalidade, quando ofendidos. Esta ofensa vem a ser a causa, que tem como efeito um prejuízo pessoal individual, que encontra proteção e restabelecimento nos direitos da personalidade.

Os bens da personalidade se referem à essência do ser humano, e consequentemente, o direito da personalidade vem para proteger estes bens, para dar existência digna à pessoa, e de acordo está Sérgio Iglesias Nunes de Souza:

A personalidade é um complexo de características interiores com o qual o indivíduo pode manifestar-se perante a coletividade e o meio que o cerca, revelando seus atributos materiais e morais. Com efeito, no sentido jurídico, a personalidade é um bem, aliás, o primeiro pertencente à pessoa.[3]

Os direitos da personalidade são valores subjetivos e razão de existência do ser humano, Adriano de Cupis comenta em sua obra:

No entanto, na linguagem jurídica, esta designação é reservada aos direitos subjetivos, cuja função, relativamente à personalidade, é especial constituindo o minimum necessário e imprescindível ao seu conteúdo.

Por outras palavras, existem certos direitos sem os quais a personalidade restaria uma susceptibilidade completamente irrealizada, privada de todo o valor concreto: direitos sem os quais todos os outros direitos subjetivos perderiam todo o interesse para o indivíduo – o que equivale a dizer que, se eles não existissem, a pessoa não existiria como tal [...]. [4]

Antonio Bento Betioli preleciona:

O que se entende, então, por direitos da personalidade? São aqueles direitos que o ser humano tem em face de sua própria condição. Voltam-se para aspectos íntimos da pessoa, ou seja, tomada esta em si, como ente individualizado na sociedade. Através

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deles, a pessoa é protegida em seus mais íntimos valores e em suas projeções na sociedade; eles compreendem atributos próprios de sua individualidade, e não componentes gerais (como a idade, a saúde mental, o fato do nascimento, etc.) levados em conta nos direitos da pessoa.[5]

Qualidades internas do homem, é o que diferencia dos demais, e segundo Ana Cláudia Pirajá Bandeira, personalidade vem a ser:

A personalidade é atributo que se agrega ao homem, conferindo-lhe características próprias e diferentes de todos os demais seres existentes na natureza. De fato, é a personalidade que confere ao indivíduo, de modo geral, uma fisionomia única, e peculiar, derivando daí a característica de irrepetibilidade de cada ser humano, à medida que a configuração biopsíquica nunca se manifesta igualmente em duas pessoas. Em razão desses fatos, evidente a necessidade de proteção da personalidade em face de eventuais lesões contra ela perpetradas.[6]

Goffredo Telles Júnior, traz os ensinamentos de Adriano De Cupis, que ressalta o valor dos bens extrapatrimoniais, ou seja, valores de coisas que não tem preço:

Entendida como bem, a personalidade subdivide-se em categorias imateriais de bens: a vida, a liberdade, a honra, a intimidade, entre outros. Em torno destes gravitam todos os bens materiais, dado o caráter de essencialidade e qualidade jurídica atribuída ao ser.[7]

Carlos Alberto Bittar corrobora sua opinião sobre a dificuldade da teoria dos direitos da personalidade:

Em verdade, o universo desses direitos está eivado de dificuldades, que decorrem principalmente: a) das divergências entre os doutrinadores com respeito à sua própria existência, À sua natureza, à sua extensão e à sua especificação; b) do caráter relativamente novo de sua construção teórica; c) da ausência de uma conceituação global definitiva; d) de seu enfoque, sob ângulos diferentes, pelo direito positivo (público, de um lado, como liberdades públicas; privado, de outro, como direitos da personalidade), que lhe imprime feições e disciplinações distintas.[8]

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A projeção de um homem na sociedade, tem importância individual de cada ser, e a distinção quanto aos direitos da personalidade é feita com propriedade por Carlos Alberto Bittar:

Distinguem-se, assim, os direitos em questão dos de personalidade, tanto sob a perspectiva de análise, como sob o aspecto intrínseco, versado estes a respeito de elementos individualizadores do ser, e conseqüentemente, sobre componentes de sua personalidade. Daí o nome “direitos personalíssimos” com que foram, durante muito tempo, conhecidos: voltam-se, pois, para aspectos íntimos da pessoa, ou seja, tomada esta em si, como ente individualizado na sociedade. A pessoa é protegida em seus mais íntimos valores e em suas projeções na sociedade.[9]

Naturalmente, envolve o complexo valorativo intrínseco (intelectual e moral) e extrínseco (físico) do ser, abrangendo a pessoa em si, ou integrado à sociedade. Ademais Silvio Romero Beltrão complementa, que os bens extrapatrimoniais de um indivíduo não têm preço, que se lesados apresenta reflexo patrimonial, porém não devem utilizar o instituto como forma de enriquecimento, apesar de que a reparação de uma ofensa física ou moral é subjetivo de cada ser, o que leva o assunto a uma polêmica:

[...] os bens da personalidade possuem uma correlação imediata com o interesse econômico, em que, diante da evolução social e correspondente disposição constitucional e civil, há um reflexo patrimonial nos direitos da personalidade. É certo que o remédio contra lesões aos direitos da personalidade são de fato as aplicações de medidas próprias que visem à cessação da ofensa e à reintegração específica do bem violado, acrscido do ressarcimento patrimonial. Por sua vez, o valor da indenização vai depender da hipótese em concreto, como resposta ao fato que constitui a lesão. Contudo já apresentava Adriano de Cupis, há uma indiscutível tendência em se atribuir uma maior preocupação pela possibilidade de enriquecimento do que pelo bem físico ou moral da pessoa.[10]

Os direitos da personalidade diferenciam-se dos outros direitos por serem direitos absolutos, já que toda pessoa está obrigada a defender e respeitar seus próprios direitos humanos, de modo que outrem não possa atentar contra sua vida, sua saúde, seu corpo, sua honra, entre outros.

2.2 Previsão legal

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Atualmente no Brasil, no que tange os Direitos da Personalidade em relação a previsão legal, é bem colocada por Antonio Bento Betioli:

Em primeiro, salientamos o fato de que o novo Código Civil, ao dedicar aos direitos da personalidade um capítulo específico na sua Parte Geral (artigos 11 a 21), deu um passo decisivo para a sistematização e o reconhecimento legislativo dos mesmos. E andou bem o legislador ao incluir estas disposições sobre os direitos da personalidade, uma vez que, como já foi lembrado, a pessoa é o “valor-fonte” de todos os valores jurídicos, na expressão de Miguel Reale.[11]

O Código Civil vem tratar dos direitos da personalidade no Título I – Das Pessoas Naturais, em seu capítulo II, dos artigos 11 ao 21[12], essa inovação foi um progresso, que resultou na inserção de um novo capítulo no diploma, e esta novidade contemporânea positivada, apesar da proteção do bem imaterial ser antigo, todas têm como centro, o ser humano, como traz em seu primeiro livro Das pessoas.

A fundamentação constitucional, também, bem colocada por Giselle Câmara Groeninga, a qual corrobora que, “[...] se podem observar os movimentos de constitucionalização e de repersonalização do Direito Civil”.[13]

A Constituição permitiu que apareça alguns direitos da personalidade em seus primeiros artigos, que são nomeados de fundamentais, como os:

a) Da dignidade humana no artigo 1º, inciso III;[14]

b) Artigo 5º, X, da intimidade, a vida privada, a honra e a imagem, que se feridos encontram proteção ;[15]

c) Artigo 60, § 4º, IV, não discutir assuntos tendentes à abolir os direitos e garantias fundamentais;[16]

d) Artigos 194 e 196 - saúde;[17]

e) Artigo 199 §4º - integridade pessoal;[18]

f) Artigo 205 – educação;[19]

g) Artigo 220 – liberdade de pensamento;[20]

h) Artigo 228 – inimputabilidade dos menores de 18 anos;[21]

i) Artigo 229 – alimentos;[22]

j) Artigo 230 da CF – dignidade à vida.[23]

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Seguir-se-á analisando cada espécie dos direitos da personalidade, mencionados acima, porém não se pode confundir direitos fundamentais com os direitos de personalidade. A maioria dos direitos fundamentais são direitos da personalidade, porém, nem todos os direitos fundamentais são direitos de personalidade. Ou seja, todo direito da personalidade são direitos fundamentais, mas nem todo direito fundamental são direitos da personalidade.

Portanto, não há em que se falar em diferenças, mesmo porque os direitos sociais, da personalidade e o princípio da dignidade humana estão dentro dos direitos fundamentais, conforme comenta Zulmar Antonio Fachin, “[...] Ao estabelecer as cláusula pétreas, o constituinte vedou a supressão dos direitos fundamentais da pessoa humana, nos quais estão incluídos os direitos da personalidade”.[24]

2.3 Características

Notou-se no artigo 11 do CC que os direitos da personalidade, estão positivados com adjetivos intransmissíveis e irrenunciáveis, porém Bruno Miragem[25] comenta e sua obra, sobre o Projeto de Lei do Deputado Ricardo Fiúza, que visa modificar a redação atual do artigo 11 do CC/02, em: “natos, absolutos, intransmissíveis, indisponíveis, irrenunciáveis, ilimitados, imprescritíveis, impenhoráveis e inexpropriáveis”.

Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho, já aceitam a nova redação, e os caracteriza da seguinte forma:

Sendo direitos ínsitos à pessoa, em suas projeções física, mental e moral, os direitos da personalidade são dotados de certas características particulares, que lhes conferem posição singular no cenário dos direitos privados.

Assim, os direitos da personalidade são:

a) absolutos;

b) gerais;

c) extrapatrimoniais;

d) indisponíveis;

e) imprescritíveis;

f) impenhoráveis;

g) vitalícios.[26]

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E, finalmente, Zulmar Antonio Fachin complementa:

Os direitos da personalidade têm características próprias que, muitas vezes, os distinguem dos direitos pertencentes a outras categorias. Trata-se, em regra, de direitos inatos, essenciais, imprescritíveis, vitalícios, impenhoráveis, extrapatrimoniais, e irrenunciáveis.[27]

Já Carlos Roberto Gonçalvez diz, que além destes acima, são: ilimitados e inexpropriáveis.[28]

Diante das novas adjetivações e qualificações dos direitos da personalidade, apesar de ainda não codificados, brevemente esclarecer-se-á, cada um:

a) INTRANSMISSÍVEIS E IRRENUNCIÁVEIS – Ou intransmissibilidade e Irrenunciabilidade, acarretam em indisponibilidade, ou seja, os direitos da personalidade não estão a disposição para os outros, os titulares desses direitos não podem dispor destes a terceiros, de forma a transmitir por doação, por renuncia ou abandono, por isso em regra geral são absolutos, porém há exceções, que os tornam relativos, como nos casos de: cessão gratuita de órgãos do corpo humano, como autorização contratual de edição de obra literária, criação intelectual de produtos, marcas e desenhos. Também nos caso de ofensa ao direito à honra e imagem serem transferidos para seus sucessores, como prevê o artigo 493 do CC/02, onde o direito de exigir reparação e a obrigação de prestar transmite-se com a herança. Ademais, o Superior Tribunal de Justiça traz, “O direito de ação por dano moral é de natureza patrimonial e, como tal, transmite-se aos sucessores da vítima”.[29]

b) ABSOLUTO - alguns chamam de absolutismo, como Carlos Roberto Gonçalves[30] denomina em sua obra, ou ainda os chamam de irrestritos, como na doutrina de Gilberto Haddad Jabur.[31]

Todos devem respeitar o titular dos direitos da personalidade. Ademais, nota-se que absoluto para a característica dos direitos da personalidade, por ser erga omnes, significa que é para todos, mas na característica intransmissibilidade e irrenunciabilidade, o significado deixa de ser absoluto e torna-se relativo, devido à possibilidade de danos aos direitos da personalidade atingir os sucessores, como relata Silvio Romero Beltrão:

Os direitos da personalidade são absolutos em face de seu caráter erga omnes, em que a sua atuação se faz em toda e qualquer direção, sem a necessidade de uma relação jurídica direta para se respeitar este direito. Indiretamente, há uma obrigação negativa, em que todas as pessoas devem respeitar a personalidade do titular do direito.[32]

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Por outro lado, Gilberto Haddad Jabur contradiz, “O vocábulo absolutos traz a imediata idéia de preponderância, predomínio, supremacia. Convém, por isso, não tê-lo como sinônimo de erga omnes”.[33] Ademais o autor enfatiza:

[...] Deveras, se nem a metafísica alcançou o absoluto, quanto menos o direito, enquanto ciência do conhecimento humano, cujo espectro está bem distante daquele de fisionomia supra-sensível que adjetiva a própria metafísica (ciência que transcende no estudo dos seres).[34]

Absolutos ou relativos, são as características dos direitos da personalidade, onde a cada fato, é particular para cada sujeito de direitos.

c) ERGA OMNES - “É locução latina que se traduz: contra todos, a respeito de todos ou em relação a todos. [...]”, conforme explica Oscar Joseph de Plácido e Silva.[35]

d) ILIMITADOS – Apesar do código civil de 2002 qualificar apenas a alguns em seu artigo 11, Carlos Roberto Gonçalvez explica, “Reputa-se tal rol meramente exemplificativo, pois não esgota seu elenco, visto ser impossível imaginar-se um numerus clausulus nesse campo.[36]

e) IMPRESCRITÍVEIS - a proteção da violação independe do decurso do tempo, ou seja, não prescreve.

f) IMPENHORÁVEIS – Também acarretam na indisponibilidade, e em regra geral são absolutos, mas cai em exceção, e vem a ser relativo, podendo ser penhorados, quando violar direitos autorais e de imagem, ou seja, fins comerciais com retribuição pecuniária.

g) INEXPROPRIÁVEL – Significa que não são sujeitos a desapropriação, ou seja não podem ser retirados contra a vontade da pessoa.

h) VITALÍCIOS – Tem relação com o que é vital, no sentido de vida, simboliza o eternizar, significa que vai além da morte, e é possível reclamação por perdas e danos, pelo cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta ou colateral, até o quarto grau, conforme o artigo 12 do CC/02.

i) EXTRAPATRIMONIAL – Vai além do patrimônio, são valores subjetivos de cada um, onde a essência do ser humano, está nos seus valores internos, porém em casos de violação, podem ser economicamente medidos em sanção pecuniária. Gilberto Haddad Jabur, aduz que, “São direitos extrapatrimoniais porque não se encontram, pura e simplesmente, estimativa em dinheiro – senão diante da lesão, para efeito de compensação [...].[37]

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j) NATOS - também denominados de inatos ou originários, como explica Silvio Romero Beltrão, “[...] direitos originários que nascem com a própria pessoa [...]”.[38] Ademais, Torrieri Guimarães preleciona o Direito Personalíssimo como, “É o direito individual, inato, que não pode ser transferido nem alienado, como a honra e a liberdade individual. [...]”.[39]

k) ESSENCIAIS – Aquilo que é fundamental para o ser, vem a ser a essência do ser, ou seja, o que não pode faltar.

l) INDISPONÍVEIS – o que não se pode dispor, ou seja, colocar à disposição.

Essas são as características, citadas pela doutrina, conforme fundamentado e são aplicáveis aos direitos da personalidade do empregado em seu ambiente de trabalho, conforme serão abordados mais adiante.

2.4 Classificação

Várias são as qualidades que compõem os valores de cada ser humano, dependendo do público a que se destina o estudo, pois as diferenças culturais de cada raça são indiscutíveis, assim opta-se pela classificação dos direitos da personalidade, elaborada por Antonio Bento Betioli:

Na identificação dos direitos da personalidade leva-se em consideração os diferentes componentes da estruturação física, psíquica ou moral da pessoa, conforme se refiram à sua condição de ser individual (tomado em si mesmo), ou de ser social (integrado à sociedade). Na verdade, os bens jurídicos que ingressam como objetos no cenário dos direitos da personalidade são de várias ordens. Podemos dividi-los em:

a) físicos, como a vida, a integridade física, o corpo (próprio e alheio), as partes do corpo, a efígie (ou imagem), a voz, o cadáver, etc;

b) psíquicos, como as liberdade (de expressão, de culto ou de credo, a integridade psíquica, a intimidade, os segredos (pessoais e profissionais), etc;

c) morais, como o nome (e outros elementos de identificação), a honra (ou reputação ou boa fama), a dignidade pessoal, as criações intelectuais, o respeito e outros.[40]

Gilberto Haddad Jabur prefere enquadrar os direitos da personalidade em dois patamares: “A. Direitos à integridade física: [...]. B . Direitos à integridade moral ou espiritual: [...]”.[41]

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Em consonância com este, Carlos Alberto Bitar afirma que, “No primeiro plano, considera-se a pessoa em si, [...] No segundo plano, toma-se a pessoa integrada na coletividade”.[42]

Por alguns doutrinadores, a classificação é chamada por espécies, como consta na obra de Zulmar Antonio Fachin:

São várias as espécies de direitos da personalidade. Colhem-se na doutrina as seguintes: a) direito à vida; b) direito à liberdade; c) direito à honra; d) direito à integridade moral; e) direito à integridade física; f) direito à vida privada; g) direito ao próprio corpo (vivo ou morto); h) direito às partes separadas do corpo (vivas ou mortas); direito ao sangue; j) direito ao próprio nome; l) direito à intimidade; direito à própria imagem.[43]

Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho, relata que cada autor adota um critério metodológico, e classifica:

[...] com base na tricotomia corpo/mente/espírito.

Assim, sem pretender esgota-los, classificamos os direitos da personalidade de acordo com a proteção à:

a) vida e integridade física (corpo vivo, cadáver, voz);

b) integridade psíquica e criações intelectuais (liberdade, criações intelectuais, privacidade, segredo);

c) integridade moral (honra, imagem, identidade pessoal).[44]

Brevemente explana-se o significado de cada classificação ou espécie dos direitos da personalidade mencionados neste trabalho:

a) DIREITO À VIDA – O ordenamento jurídico fornece proteção ao direito à vida de todo e qualquer ser humano. O Código civil de 2002 traz que a vida é o bem mais valioso de uma pessoa.

b) DIREITO À INTEGRIDADE FÍSICA – Neste caso a proteção vem para o corpo humano, como segue.

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b.1) Direito ao corpo humano – Em relação ao trabalho, Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho comentam sobre as lesões, a integridade física do empregado, em nome do trabalho:

Também no âmbito de determinadas profissões (mineradores, mergulhadores etc.), o risco de lesões à saúde é inerente à atividade desenvolvida. Nesses casos, embora a prática seja lícita e autorizada, compete ao responsável pela atividade tomar todas as providências tendentes a evitar ou minimizar as possibilidades de dano, com a adoção de todos os mecanismos de segurança previstos na legislação, respondendo, porém, independentemente de culpa, pelas lesões causadas.[45]

b.2) Direito ao corpo vivo – e suas partes integrantes.

b.3) Direito ao corpo morto – Com a finalidade de proteção contra a memória do morto, e ainda, às partes do seu cadáver.

b.4) Direito à voz – o som natural e que identifica um ser humano, e os profissionais que a utilizam, como por exemplo os radialistas e comentaristas, que geralmente recorrem à legislação de direitos autorais, para garantir esse direito.

c) DIREITO À INTEGRIDADE PSÍQUICA – são ligados à inteligência e sentimentos do ser humano.

c.1) Direito à liberdade – Segundo Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho:

Vários têm sido os enfoques com que se encara a liberdade (civil, política, religiosa, sexual etc.), com a enunciação de componentes próprios e distintos como a liberdade de locomoção, de trabalho, de exercício de atividade, de estipulação contratual, de comércio, de culto, de organização sindical, de imprensa, dentre outras.[46]

Nota-se que o artigo 5º, XV da CF, que trata do direito de ir e vir, coloca limite ao artigo 5º, XI, da CF, que a casa é asilo inviolável, salvo em alguns casos.

c.2) Direito à liberdade de pensamento – O artigo 5º, IV da CF prevê – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato. Complementa Manoel Gonçalves Ferreira Filho[47], a liberdade de pensamento se divide em: liberdade de pensamento de foro íntimo, e liberdade de consciência e crença, onde as leis resguardam os locais para tais cerimônias.

c.3) Direito às criações intelectuais (autoria científica, artística e literária) – na qual os autores possuem respaldo constitucional em seu artigo 5º, XXVII, XXVIII, XXIX, e outras leis específicas para participar e fiscalizar suas produções.

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c.4) Direito à privacidade – Diz respeito ao direito do ser humano se isolar, ou seja, ficar só ou com ele mesmo, ou ainda com a família, ou ver suas correspondências sozinha.

Há que esclarecer, que, se estabelece uma importante distinção entre esfera privada e íntima, quando se trata de pessoas públicas e privadas.

O momento em que alguém, seja ela pública ou privada, se coloca diante do público, por exemplo na rua, que é a esfera pública, ela não pode reclamar dos direitos privados ou íntimos, por estar num concírculo público, porém, se um indivíduo resolve se tornar uma pessoa pública, seja aceitando cargo público, ou mesmo que somente venha a tornar-se candidato a cargo público, ou ainda, tem como opção a profissão de artista ou homem de letras, ela torna-se uma pessoa pública, que além de se colocar na esfera pública, esta pessoa rende-se a seu direito de privacidade, ou seja, a pessoa pública mesmo num momento de privacidade, por exemplo num restaurante, ela é reconhecido por muitos, e consequentemente notada, e assim não pode reclamar sua intimidade por esse fato, o que já não ocorre com um anônimo, porém na esfera íntima, a pessoa pública, corre o risco, como por exemplo, se em seu quarto, for filmada pelas câmeras de longa distância de um paparazzi, de ter seu direito à intimidade violado, sendo neste caso, há uma ofensa à sua intimidade.

c.5) Direito ao segredo pessoal profissional e doméstico - O direito à intimidade oferece maior proteção aos cidadãos comuns do que aos homens públicos ou pessoas célebres, porquanto estes voluntariamente se expõem ao público, tendo que abdicar em parte de sua privacidade e intimidade, como preço da fama ou prestígio granjeados. Ressalta-se que as pessoas públicas sofrem uma limitação e não uma supressão de sua intimidade. Esta subsiste naquelas hipóteses em que sua divulgação adentra na esfera íntima da intimidade.

Além da tutela constitucional, a intimidade pode ser resguardada no âmbito do direito penal e do direito civil.

O Código Penal traz de forma indireta o amparo: Violação de domínio (art. 150); Violação de correspondência (art. 151); Sonegação ou destruição de correspondência (§ 1o); Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou telefônica (III); Violação de correspondência comercial (art. 152). Crimes contra a inviolabilidade dos segredos (arts. 153 e 154).

Na esfera civil, não há uma adequada garantia da intimidade, porém de forma indireta nos artigos. 20 e 21, já citados anteriormente nesta.

Portanto, no campo do direito à intimidade são protegidos, dentre outros os seguintes bens: Confidências; Informes de ordem pessoal (dados pessoais); Recordações pessoais; Memórias; Diários; Relações familiares; Lembranças de família; Sepultura; Vida amorosa; Ou conjugal; Saúde (física e mental); Afeições; Entretenimentos; Costumes domésticos e atividades negociais, reservados pela pessoa para si e para seus familiares (ou pequeno círculo de amizade) e, portanto, afastados da curiosidade pública.

d) Direito à integridade moral – Dizem respeito às questões da moral de uma pessoa.

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d.1) Direito à honra – um dos mais significativos, se dividem em subjetiva, quando o indivíduo tem uma posição sobre si mesmo, e objetivo quando a sociedade posiciona o ser. Previsto constitucionalmente no artigo 5º, X, e penalmente nos tipos de calúnia, difamação e injúria.

d.2) Direito à imagem – Traz proteção jurídica pelo motivo da imagem ser a representação plástica de uma pessoa ou objeto. A finalidade da norma é garantir proteção contra ofensas ou ameaças à imagem, não só para pessoas famosas, mas também de pessoas físicas comuns, e até de pessoas jurídicas. Se dividem em: imagem-retrato e imagem-atributo.

A imagem-retrato consiste na proteção que se dá à imagem física da pessoa. A proteção é ampla e estende-se a todas as partes do corpo (boca, olhos, nariz, pernas, mãos, pés etc.). A imagem é inviolável, a não ser que sejam autorizadas, exceto exibição em documento público, como RG e CNH, ou em relação à divulgação da imagem de um fugitivo da polícia, conforme o art. 20 do CC.

Imagem-atributo é o conjunto de caracteres ou qualidades cultivadas pela pessoa, reconhecidos socialmente. É a imagem construída pela pessoa dentro do seu convívio social. É a forma pela qual a pessoa é vista pela sociedade, através dos atos que pratica, da maneira como se comporta. Ex: a imagem do chefe de família, do artista, do jurista, do professor, do jogador de futebol.

d.3) Direito à identidade – previsto nos artigos 16 a 19 do CC/02, já comentado ao longo desse, diz respeito a identificação das pessoas. É um sinal de identidade após registro, portanto tem função identificativa, para o reconhecimento da pessoa na sociedade, e ademais é individualizadora.

Importante, ademais, citar Elimar Szaniawisk[48], que classifica os direitos da personalidade em direitos de personalidade públicos e direitos de personalidade privados, e outros doutrinadores chegam a falar em direitos de personalidade sociais.

Calogero Gangi, ainda soma: direito de residência, de liberdade matrimonial, contratual e comercial, e de trabalho. Szaniawisk cita as posições de Martin-Ballestero como: direito ao estado civil e linhagem, direito ao patrimônio, e menciona que Kayser traz o direito de resposta ou retificação.[49]

Diante de inúmeros adjetivos que integram e ainda vão incorporar o rol dos direitos da personalidade, Zulmar Antonio Fachin relata:

Dissertar, sobre todas as espécies seria desafio praticamente insuperável, pois cada uma delas comporta, em razão de suas peculiaridades, demorados estudos. Por outro lado, há outros direitos em fase de gestação e que, no decorrer dos tempos, acabam se integrando ao rol já existente, o que demonstra ser o tema inesgotável.[50]

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Assim sendo, os direitos da personalidade individualizam as pessoas e as identificam em uma sociedade. Outrora se viu que dentre as várias espécies de direitos da personalidade, classificadas por vários autores, há o direito de escolha profissional ou de trabalho. Outrossim, diversos outros direitos já citados, aplicam-se aos empregados, em seu ambiente de trabalho.

3 DIREITOS DA PERSONALIDADE DO EMPREGADO

O surgimento do Direito do Trabalho no Brasil é marcado por influências tanto externas como internas. Dentre as influências advindas de outros Estados, destaca-se a crescente elaboração legislativa de proteção ao trabalho em vários países, bem como o ingresso do Brasil na Organização Internacional do Trabalho – OIT. Como fatores internos, podem-se citar, entre os mais influentes, o movimento operário, que contou com a participação de imigrantes com inspirações anarquistas; o surto industrial, efeito da Primeira Guerra Mundial, por conseguinte, aumentando consideravelmente o número de fábricas e operários; e ainda, a política trabalhista de Getúlio Vargas em 1930.

Assim, em virtude da necessidade de regulamentação das relações de trabalho, ocorreu a ampliação das leis trabalhistas. Do período compreendido de 1930 até os tempos atuais, várias medidas legais de proteção ao trabalho foram expedidas pelo Governo brasileiro. Destarte, cumpre registrar quatro importantes marcos do Direito do Trabalho: a criação do Ministério do Trabalho, a criação da Justiça do Trabalho, instituída pela Constituição de 1934; ainda, a promulgação da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, em 1943, bem como da Constituição Federal de 1988 que, entre outros princípios, consagrou, em seu inciso III, art. 1º, o da dignidade da pessoa humana, sem cortar os direitos e garantias individuais e coletivos por ela abraçados.

Desse modo, constata-se que o Direito do Trabalho consolidou-se como uma necessidade dos ordenamentos jurídicos em função das suas finalidades sociais, que o caracterizam como uma regulamentação jurídica das relações de trabalho, que se desenvolvem nos meios econômicos de produção de bens e prestação de serviços.

Destarte, além da consagração do Direito do Trabalho pela Constituição Federal, bem como o coroamento a este ramo do Direito através da CLT, assiste-se, ainda, a crescente edição de leis esparsas, que surgem pela necessidade de modernização das leis trabalhistas, especialmente para promoverem as normas sobre direitos sociais, com destaque para os direitos dos trabalhadores.

O Direito do Trabalho é formado por preceitos de ordem pública ou de caráter imperativo onde prevalece o amparo ao trabalhador como ser humano. É a efetiva justiça social. E para o bem-estar somático e moral do ser humano, nota-se que em algumas relações de trabalho podem ser violados os direitos da personalidade do trabalhador no que tange a integridade psíquica, a dignidade pessoal, e até com conseqüências na integridade física.

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O legislador constituinte, na seara, declara no artigo 225 da CF, que o ambiente deve ser equilibrado. O meio ambiente do trabalho, que é o local onde o empregado passa a maior parte de sua vida, executando tarefas subordinadas, faz parte do equilíbrio almejado pelo legislador. Tal só pode ocorrer se os direitos de personalidade dos empregados forem respeitados no ambiente de trabalho. Entenda-se por empregado, conforme a descrição do art.3º. da CLT, a pessoa física, que presta um serviço contínuo, pessoal, subordinado e oneroso.

Edwin Krautler e Ivan Dias da Motta justificam que mesmo com o poder nas mãos do Estado, em relação aos direitos trabalhistas, e com as intenções de bem comum, se os direitos de personalidade do trabalhador vierem a ser ofendidos, levará a graves conseqüências:

[...] podem oferecer uma tendência ao esmagamento do ser humano, é na esteira de tais balizamentos que se haverão de entender os direitos da personalidade, mormente no âmbito do direito do trabalho, já que tais direitos, muitas vezes, sucumbem aos interesses econômicos.[51]

Os direitos da personalidade, em especial aqui a do empregado, tem a finalidade de manter a sua dignidade enquanto labora, e Amauri Mascaro Nascimento, a respeito, declara:

Os direitos de personalidade e as relações de trabalho destacam-se pelo seu significado, tendo em vista a defesa da dignidade do trabalhador. Há valores protegidos pela lei, como a personalidade e a atividade criativa, tão importantes como outros direitos trabalhistas, sem os quais ao trabalhador, como pessoa, não estariam sendo prestadas garantias respeitadas quanto a todo ser humano, muitas confundindo-se com os direitos humanos fundamentais, outras com os direitos de personalidade, todas tendo características peculiares em função do pressuposto que as justifica: a relação de emprego.[52]

Ademais, Carlos Henrique Bezerra Leite[53], traz um rol de discriminação nas relações de trabalho, e afirma que considera a discriminação nas relações de trabalho, “[...] uma das formas de violação aos direitos humanos”.[54]

Portanto, são exemplos de tal fato: revistas íntimas, discriminação por pessoas deficientes, por exemplo, acidentes de trabalho com perda da capacidade, ou partes do corpo, ou até a morte, escravidão em adultos ou infantil, discriminação por raça, deficiências físicas, idade, dispensas imotivadas, grau de exigência levando ao estresse provocado pelo trabalho, patologias ligadas ao esforço repetitivo, intensificação do trabalho, más condições ambientais, ergonômicos, avaliações de potencial com aumento de pressão em questão de produtividade, higiene e segurança do trabalho, jornadas

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excessivas, serviços superiores às forças do trabalhador, o desvio funcional, o assédio sexual ou moral, despedida injuriosa, a punição injusta, o não reconhecimento do vínculo empregatício a dificultar a vida do trabalhador no que tange ao seu acesso ao crédito e a bens de consumo essenciais a uma vida digna, roubar-lhes os momentos de lazer, os períodos de férias, o convício com a família, o exercício da cidadania, discriminação de gênero (se mulher ou homem), comercialização de listas negras ou deixa-la pública virtualmente, exigência de certidões negativas (quem ajuizou ação trabalhista), orientação sexual, aparência física, motivo religioso, opção política, colocar câmeras de vídeo em vestiários, banheiros, refeitórios ou outras áreas da empresa destinadas à socialização dos empregados, exigir que divulgue segredos profissionais, violação de sua correspondência pessoal, correio eletrônico, comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, a todo momento estar a incomodá-lo no convício com seus familiares, ou em horários destinados ao descanso, por meio de celular ou “bip”, ou ainda em atividades que não requerem tais aparatos; exigir certa conduta de sua parte como propaganda da empresa e tantos outros.

Diante do rol mencionado brevemente, explana-se alguns exemplos de direitos da personalidade conforme a classificação geral dos direitos da personalidade, a qual se relatou anteriormente: a) vida e integridade física relaciona as partes do corpo, vida ou corpo vivo, e cadáver; b) integridade psíquica que se refere a liberdade de expressão, religiosa, privacidade e intimidade, segredo pessoais e profissionais); c) integridade moral está ligado a honra e reputação, respeito imagem, identidade pessoal e dignidade.

Como visto, na classificação dos direitos da personalidade, integridade física está ligada à proteção do corpo humano, em suas partes ou inteiro, ou seja, a vida, e não distante, até a morte do empregado por razões de trabalho. Cotidianamente, sempre ouve-se na sociedade, ou nos noticiários, sobre o acidentes de trabalho. Edwin Krautler e Ivan Motta comentam, “Não é difícil de imaginar violações à integridade física do trabalhador, gerando diminuição na capacidade laborativa pela precariedade das condições de trabalho [...]”.[55]

Os acidentes de trabalho além de causarem traumas psicológicos, deixam marcas físicas de acidentados que necessitam de um período para tratamento, pois tal fato pode não só a diminuir a capacidade de trabalhar ou acarretar perda de partes do corpo ou órgãos, mas pode levar até a morte.

Os empresários devem fornecer todos os equipamentos e instruções, se não até treinamentos para evitar danos, como acidentes de trabalho, conforme prevê as 33 NR’s da Legislação de medicina, higiene e segurança do trabalho, Lei nº 6.514/77.

Diante de tantas tecnologias e descentralização de produção por gestão empresarial, onde a produção exige muito esforço, em linhas de produção do Japão, onde é comum ouvir não somente dos chefes de produção, como dos próprios colegas de trabalho, a palavra gambatê, que significa esforce-se, trazendo um estresse psicológico principalmente em períodos de crise, tendo em alguns casos como conseqüência acidentes de trabalho, ou desastres devido à tensão emocional, como derrubar peças ou quebrar máquinas.

Ademais, o esforço repetitivo já vem sendo fato desde a revolução industrial, como demonstrado no filme Tempos Modernos[56], que tem como ator principal Charles

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Chaplin, que ao fim do expediente, leva para a rua e casa, os movimentos repetitivos do trabalho de uma forma cômica, mas que na realidade, o esforço repetitivo leva a dores tão profundas que levam até a paralisação de membros.

O meio ambiente do trabalho tem como primazia os artigos da CF: 225[57], e 200, VIII[58], e a Lei da Política de Meio Ambiente de n. 6.938/91. Edwin Krautler e Ivan Dias da Motta ainda relatam, “[...] a tecnologia, por seu turno, muda as condições ambientais [...]”[59]. E Leda Maria Messias da Silva, em seu artigo, “O cumprimento da função social no tocante ao meio ambiente de trabalho”, traz as seguintes considerações sobre meio ambiente de trabalho:

Deve-se compreender como meio ambiente equilibrado, aquele, no qual o contrato de trabalho proporcione um emprego decente.

[...] devendo o empregador zelar pelo meio ambiente de trabalho, em todos os seus aspectos, ou seja, químico, físico, biológico ou psíquico.[60]

Importantes são os detalhes para o desempenho de um bom trabalho, como a incidência da luz ou iluminação, oxigenação do ambiente, temperatura, e medidas de assento entre outras. Ergonomics Research Society, Inglaterra citado pelo autor Itiro Iida, que define ergonomia como:

O estudo do relacionamento entre o homem e seu trabalho, equipamento e ambiente, e particularmente a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas surgidos desse relacionamento.[61]

A questão de cronometrar produção ou medir a potência de um ser humano numa determinada tarefa, como é o caso do cortador de cana-de-açúcar, é uma forma de pressão do capitalismo, além de deteriorar a integridade física do trabalhador, também atinge a integridade psíquica, pois a saúde mental pode ser afetado pela pressão sofrida, levando ao adoecimento, como comentam Edwin Krautler e Ivan Dias da Motta:

[...] as avaliações de desempenho, com estabelecimento de metas a serem cumpridas dentro de determinado período, assim como as avaliações de potencial trazem um lado perverso, com o aumento da pressão e do estresse.[62]

Um meio ambiente higienizado,é menos propenso a infecções, não somente aos empregados, mas também a cliente e consumidores, principalmente no ramo alimentício

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e biofármaco, porém não é somente a limpeza de resíduos de lixos da atividade e trabalho, mas desde o jardim, depósito, refeitório, sanitários do estabelecimento de trabalho, e o próprio trabalhador com seu uniforme,além de equipamentos de produção individual (EPIS).

As horas extras de trabalho de um obreiro quando são necessárias, são permitidas por lei, porém em demasia leva o ser humano à fadiga. Ademais, a cobrança de serviços superiores às forças do trabalhador, por vezes é o peso não da responsabilidade e cobrança pela tarefa incumbida, mais que o peso da carga em si.

Outro fato é o trabalhador ter sido contratado para uma função e sempre estar sendo adequado a funções de outrem ou tarefas sem acordo prévio entre as partes, o que leva a um desvio de função.

A integridade psíquica dos trabalhadores aclama por proteção, e se lesionada vem constranger a existência digna de ser humano. A liberdade em sentido lato, é ser livre de um compromisso, que no caso em discussão seria o trabalho, ou seja, quebrar a rotina de labore, sendo por meio de descanso semanal remunerado ou por férias. O descanso não pode ser negado a um trabalhador por motivos como alegam Edwin Krautler e Ivan Dias da Motta, “[...] tudo a lhe roubar momentos de lazer, os períodos de férias, o convívio com a família, o exercício da cidadania e, em última análise, a dignidade. [...]”.[63]

Leda Maria Messias da Silva complementa, “a todo o momento estar a incomodá-lo no convício com seus familiares, em horários destinados ao descaso, por meio de celular ou “bip” em atividades que não requerem tais aparatos”[64]. O descanso semanal remunerado e as férias anuais, são imprescindíveis à saúde física e mental do obreiro, como a socialização e demais situações como convívio familiar.

O artigo 7º, inciso XXX da CF[65] combate a discriminação na seleção de trabalho, e durante a vigência do mesmo, como diferenciar salário e funções por opção sexual.

No que tange a liberdade de expressão, o fato de um empregado ficar sem receber o que lhe é devido, e procurar o Estado para lhe amparar, é um direito, e isso diz respeito à exigências indevidas de certidões negativas para ser contratado, Carlos Henrique Bezerra Leite coloca da seguinte forma, “As listas discriminatórias, mais conhecidas como “listas negras”, promovem exclusão de trabalhadores que tenham ajuizado ação contra ex-empregadores”[66]. E o autor continua:

[...] o uso das pesquisas processuais via internet para elaboração das chamadas “listas negras”. O Pleno do Tribunal Superior do Trabalho determinou a retirada da possibilidade de consulta pela parte na pesquisa existente na página do Tribunal Superior. Recomendou, ainda, que os Tribunais Regionais do Trabalho adotassem procedimento semelhante.[67]

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Outra questão que pode ser inclusa na lista negra é a comercialização da mesma, citando trabalhadores que possui restrição quanto as dívidas e criminalmente.

Igualmente, ofende a liberdade de expressão a discriminação devido aos sinais que uma pessoa carrega em seu corpo, como tatuagem, piercing, e outros signos, que podem até ter uma mensagem subliminar, mas não significa descrédito.

Carlos Henrique Bezerra Leite, em relação à discriminação por motivos religiosos, descreve um caso, na qual não somente o empresário discrimina na contratação ou dispensa sem justo motivo, bem como não impor aos seus empregados cultos, interferindo na sua opção religiosa:

Uma empresa do Rio de Janeiro firmou Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta perante o Ministério Público do Trabalho obrigando-se a não discriminar trabalhadores por motivos de crença religiosa, quer no ato de admissão, quer na vigência do contrato de trabalho. Além disse, comprometeu-se a não mais realizar cultos evangélicos nas dependências da empresa durante o horário de expediente.[68]

O mesmo acima vale para as opções políticas e desportivas.

No tocante a privacidade, como já foi citado, esta diz respeito ao direito do ser humano em se isolar, ou seja, ficar só, ou com ele mesmo, ou ainda com a família, ou de ao menos ver suas correspondências sozinho.

Outrora, já citada, a diferença entre o direito à privacidade e o direito à intimidade, mas na esfera da privacidade, ou seja, aquele concírculo em que a pessoa quer estar em particular, ou somente acompanhada por quem a pessoa quer, vem a ser assunto interligado a frase de alerta: “Você está sendo filmado”, atualmente, devido a tecnologia informatizada de segurança, tem-se como exagero as seguintes situações relatadas por Leda Maria Messias da Silva, “[...] colocar câmeras de vídeo em vestiários, banheiros, refeitórios ou outras áreas da empresa destinadas à socialização dos empregados[...]”.[69]

A falta de liberdade de opção, por parte do empregado, vinculado ao exercício de seu labor, invadindo a privacidade de um trabalhador, também são casos de fato, que devem ser coibidos, como exemplifica a autora:

[...] exigir certa conduta de sua parte, em períodos de recessos do trabalho, como por exemplo, só tomar a bebida “X” porque é de fabricação do empregador. [...] Em nosso entendimento, somente se justificaria uma obrigação acessória decorrente do contrato de trabalho, no sentido de que a empregada não poderia adquirir um carro da concorrente, se a mesma fosse “garota propaganda” da empresa, pois o mais, implica em invasão da vida privada da empregada.[70]

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No âmbito do direito a intimidade, o tempo e espaço para a pessoa estar em esfera secreta, em assuntos que não interessam aos demais e somente a si, nota-se que este sigilo pessoal vem sendo quebrado, nos exames de admissão, com perguntas indevidas e que levam à discriminação do empregado. A maioria das seleções de trabalho são baseadas em simples entrevistas, onde perguntas por meio verbal ou escrita devem ser respondidas, e entre elas encontra-se opção religiosa, política, sexual, idoneidade judicial, e até restrições comerciais, o que leva a um pré-conceito do candidato. Leda Maria Messias da Silva enfatiza:

Como a invasão da intimidade do empregado, não concebível, também podemos citar a prática de inclusão em questionário confeccionado pela empresa e a ser utilizado no momento da admissão, com perguntas acerca do estado de saúde do empregado, quando não se tratar de doença infecto-contagiosa e , indagações referentes à orientação sexual do empregado, bem como sua orientação político-ideológica caso de exigência para que o empregado vote nesse ou naquele político ou que se filie a determinado partido político;[71]

[...] o direito à intimidade abrangem fatos da vida pessoal do indivíduo que até mesmo sua família pode desconhecer, como por exemplo, suas preferências sexuais, hábitos, vícios, dentre outros, enquanto o que diz respeito á vida privada, já abrange sua relações familiares com terceiros, como interferir em empréstimo feito junto aos seus familiares ou obter informações sobre o saldo bancário do empregado;[72]

Sobre as revistas íntimas, podem até estar no contrato de trabalho, porém são exigências que não dizem respeito à finalidade do contrato de trabalho, atingindo a personalidade. Carlos Henrique Bezerra Leite exemplifica:

Uma grande empresa do Rio foi condenada a pagar 100 mil reais por dano genérico porque realizava revistas íntimas em seus funcionários. As revistas eram realizadas por sorteio, individualmente, sendo que partes íntimas dos trabalhadores ficavam à mostra para os revistadores. Além de pagar a multa, a empresa foi proibida de continuar realizando as revistas íntimas.[73]

Silva Neto apud Leda Maria Messias da Silva tratam do assunto revistas abusivas, “[...] revistas pessoais constrangedoras, com inspeção em partes íntimas dos (as) empregados (as): o art. 373-A, dispõe ser vedado proceder o empregador ou preposto a revistas íntimas nas empregadas ou funcionárias”. [74]

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Os autores abarcam outra situação, a violação dos segredos pessoais, e relatam alguns casos:

[...] violação de sua correspondência pessoal, correio eletrônico, como o e-mail. Inclusive, o inciso XII do art. 5º da Constituição prevê que “é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal”.[75]

O Código Penal traz de forma indireta o amparo: Violação de domínio (art. 150); Violação de correspondência (art. 151); Sonegação ou destruição de correspondência (§ 1o); Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou telefônica (III); Violação de correspondência comercial (art. 152). Crimes contra a inviolabilidade dos segredos (arts. 153 e 154).

Na esfera civil, não há uma adequada garantia da intimidade, porém de forma indireta nos artigos. 20 e 21, já citados anteriormente nesta.

Portanto, no campo do direito à intimidade são protegidos, dentre outros, os seguintes bens: Confidências; Informes de ordem pessoal (dados pessoais); Recordações pessoais; Memórias; Diários; Relações familiares; Lembranças de família; Sepultura; Vida amorosa; Ou conjugal; Saúde (física e mental); Afeições; Entretenimentos; Costumes domésticos e atividades negociais, reservados pela pessoa para si e para seus familiares (ou pequeno círculo de amizade) e, portanto, afastados da curiosidade pública.

E quanto aos segredos profissionais, não há que exigir a quebra de segredos profissionais não fundamentados no contrato de trabalho.

Integridade moral é não permitir que se viole a dignidade de uma pessoa toque no setor moral de uma pessoa, o que leva a uma humilhação e sentimentos de inferioridade internos, e a honra possui um valor irreparável para o ser ofendido. Os delitos contra a honra, em nível penal são: a calúnia (art. 138), a difamação (art. 139), e a injúria (art. 140). A calúnia consiste em atribuir falsamente a alguém a responsabilidade de um fato tido como crime. Ofende a honra objetiva, a reputação, o conceito em que cada pessoa é tida. Já a difamação consiste em atribuir a alguém determinado fato que seja ofensivo a sua reputação e a sua honra objetiva de pessoa fiel à moralidade e aos bons costumes. Na difamação o objetivo é desacreditar a vítima sem acusá-la de nenhum fato tido como criminoso. É a imputação de fato tida como imoral à reputação alheia. E a injúria trata-se de atribuir a alguém qualidade negativa ofendendo verbalmente, por escrito, ou fisicamente (injúria real), atingindo a dignidade, o decoro, a sua honra subjetiva, abatendo o ânimo da vítima.

Várias são as formas de atingir a integridade moral do trabalhador, até as dispensas absolutamente imotivadas, porém a despedida injuriosa vem a ser um trato indigno, como também a punição injusta.

Percebe-se que a reputação das pessoas está muito entrelaçada com a integridade moral, que por vezes passam por situações agregadas à questão do assédio sexual, e o por

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muitos é visto como outra forma de violência psicológica contra a pessoa, portanto também atinge a integridade psíquica. O assédio fere a liberdade do indivíduo, podendo acontecer em qualquer circunstância, mas prevalece nas relações de hierarquia, podendo em casos extremos acabar em lesão à integridade física.

O respeito é o remédio para o assédio, e a lei previne e repreende. Já o assédio moral tem como sinônimo, envolver o indivíduo em humilhações, levando o cidadão a se abalar emocional e inutilmente, seja com sentimentos de mágoa, revolta, vergonha e/ou indignação. O assédio moral causa dor, tristeza e sofrimento.

Outra forma de lesão aos direitos da personalidade do trabalhador, é usar o empregado em propagandas par fins econômicos, sem permissão do mesmo, além de invadir sua privacidade, atinge seu direito a imagem.

Ademais, também vem a ser caso de discriminação de imagem ou aparência física, como da capacidade ou potencial de uma pessoa. A Lei 8.213/91 prevê que empresas com mais de 100 empregados, deve dispor de 2% a 5% de vagas aos deficientes habilitados, e a Lei 8.859/94 trata do estágio aos alunos de ensino especial. Além da falta de acessórios necessários como rampa, elevadores, sinaleiros, podem ocorrer um acidente e levar a uma piora no quadro, como também um agravo no lado psicológico daqueles com necessidades especiais.

Sem olvidar das grávidas, para as quais o artigo 373-A inciso V da CLT, e a Lei 9.029/95, prevê a proibição de discriminação. Idem para a discriminação de gênero, se mulher ou homem, nos casos de remuneração e cargo, que é proibido por lei.

A aparência física, seja altura, idade, peso ou estética também são motivos discriminatórios no cotidiano de muitas pessoas que buscam trabalho, e assim, são rejeitadas para a contratação.

Quanto à identidade pessoal, na negativa de emprego por razões étnicas Carlos Henrique Bezerra leite comenta,

A discriminação pode ocorrer pela:

? não-admissão de negros como prática genérica do empregador;

? falta de reconhecimento de qualificação profissional para eventual promoção ou aumento de salário durante a relação de trabalho;

? demissão por preconceito racial.[76]

O trabalho escravo, apesar de, infelizmente, ainda existir em muitos lugares do país, é inadmissível na sociedade. A lei é enfática na proibição. Isso é degradante aos direitos da personalidade do trabalhador, e ainda, pior do que o trabalho escravo em adultos, vem a ser o trabalho escravo infantil.

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Os autores, Krautler e Motta, abordam outro assunto, onde as doenças são motivos de várias demissões. “Eventualmente, elencam-se condutas discriminatórias, mormente ligadas aos portadores do vírus HIV, [...]”.[77] E para outros juristas, o empregador não pode exigir exames dos infectados por motivo de desconfiança de doença, porque isso não vem a ser motivo de rompimento no contrato de trabalho.

Finalizando em comentar o não reconhecimento do vínculo empregatício a dificultar a vida do trabalhador, seu acesso ao crédito e a bens de consumo essenciais a uma vida digna, retirando-lhe o direito de exercer em plenitude sua cidadania.[78] Os créditos trabalhistas possuem natureza alimentícia, já os bens para vida digna trata-se de residência familiar, educação e cultura, e exercer a cidadania fica difícil quando na falta de registro, faltar aposentadoria de INSS, FGTS, e outros.

Ferir a dignidade é ferir os direitos humanos de toda a humanidade, não sendo possível mencionar qual caso é mais aviltante, e nem tabelar um preço.

Isso ocorre na terceirização, uma forma de flexibilizar que pode levar à precarização do trabalho.

Mister destacar a notória atuação concreta, de combate por parte do Ministério Público do Trabalho, das discriminações, que atingem os direitos da personalidade do trabalhador.

Nota-se que o trabalhador não é uma máquina sem sentimentos e dores físicas, é um ser humano, existem empregadores, que tratam o trabalhador como se o trabalho do mesmo fosse escravidão remunerada, e por outro lado, outros que pensam que o trabalho molda o caráter do ser. Tanto um como o outro moldará o caráter do ser, fixando o direito à dignidade, que se lesadas, encontram proteção jurídica, que remete à proteção do dano moral.

Segundo o disposto no artigo “Dano moral: direitos da personalidade e o poder diretivo do empregador”, Leda Maria Messias da Silva, menciona a previsão legal do dano moral nestes casos:

Com o advento da Constituição de 1988, a indenização por danos morais, passou a ter relevo constitucional, especialmente no artigo 5º, incisos V e X, onde ficou exposto que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade dos direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e a propriedade, nos termos seguintes: (...) V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; (...) X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurando o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.

Outrossim, o art. 186 do Código Civil de 2002, reafirma a possibilidade de reparação por danos morais, ao enunciar que “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”

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[...]

E, nesse contexto, a recém promulgada Emenda Constitucional n. 45, que definitivamente fixou a competência da Justiça do Trabalho para “as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho”.[79]

Ainda Leda Maria Messias da Silva comenta sobre o dano moral, “[...] a indenização pecuniária jamais seria suficiente para o ressarcimento integral ou jamais restabeleceria o status quo ante, mas ao menos serviria como lenitivo ao lesionado”.[80]

Afinal, o homem é um ser titular de direitos, e o Código Civil de 2002, têm como principal a dignidade da pessoa humana.

A dignidade humana também encontra positivação importante na Carta Maior, e aplica-se às relações de trabalho o princípio da dignidade humana, constante do art. 1º, inciso III da Constituição Federal.

Necessário é comentar sobre a dignidade da pessoa humana, pois quando se fala em dano moral, pressupõem-se ofensa à dignidade de uma pessoa, e, as coisas têm preço, e as pessoas tem dignidade, e a dignidade não tem preço, e quando vendida esta pessoa não tem valor.

Dignidade vem a ser um vocábulo que dá ao ser qualidade de digno, e quando lesada, a vida vem a ser rebaixada.

Leda Maria Messias da Silva termina asseverando: “[...] portanto, conclui-se que não é possível que um contrato cumpra a sua função social, sem que o mesmo na sua consecução assegure a dignidade da pessoa humana. [...]”.[81]

Assim, perfeitamente aplicável o extenso rol dos direitos da personalidade ao meio ambiente de trabalho, ou seja, deve-se garantir a dignidade do trabalhador.

4 O MEIO AMBIENTE DE TRABALHO FRENTE AOS DIREITOS DA PERSONALIDADE DO EMPREGADO

Mister lembrar o conceito de meio ambiente, e para Plácido vem a ser, “Conjunto de condições naturais em determinada região, ou, globalmente, em todo o planeta, e da influência delas decorrentes que, atuando sobre os organismos vivos e os seres humanos, condicionam, sua preservação, saúde e bem estar”.[82]

O artigo 225 da Constituição Federal coroa a definição de meio ambiente, “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e

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essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para os presentes e futuras gerações”. Ademais se tem a Lei 6.938/91 que trata da Política Nacional de Meio Ambiente.

A sadia qualidade de vida no ambiente de trabalho é fundamental para o bom desenvolvimento da atividade, e deve ser aclamada pela coletividade e garantida pela Pessoa Jurídica.

“O Direito Ambiental enquadra-se nos direitos fundamentais de terceira geração, mas de primeira preocupação”, segundo Francisco Meton Marques de Lima[83].

O meio ambiente especificamente o do trabalho, são as condições químicas, biológicas, físicas e naturais, bem como psicológicas, que cercam quem realiza esforços físicos e intelectuais para atingir algum objetivo e este local de trabalho não deve ser perigoso à vida, saúde física ou mental do empregado.

Segundo Leda Maria Messias da Silva:

O meio ambiente de trabalho deverá ser sadio, equilibrado, decente a fim de que o trabalhador possa executar o seu trabalho, com eficácia e produtividade, preservando a sua dignidade, com o auxílio de todos os envolvidos no processo, empregado, empregador e inclusive o Estado, no papel de promotor de políticas públicas.[84]

Os esforços humanos para a produção de riqueza são remunerados contraprestação de serviços e por vontade própria do empregado, porém as condições de trabalho que os cercam, devem ser fornecidas e de responsabilidade do empregador.

Essas condições em geral são: iluminação adequada, ventilações diante de excesso de calor ou conforto térmico diante do frio, ferramentas e acessórios para o trabalho, inclusive para o barulho e poeira, equipamentos de segurança, consultoria e treinamento para o melhor modo ou maneira de trabalhar, e higiene, além de boas condições de instalação elétrica para evitar choques, prevenção de incêndios, sinalizações de segurança, local e forma correta para os resíduos industriais, e toda a assistência em trabalhos em sub-solos ou minas, além do trabalho em céu aberto. Por isso a proteção do meio ambiente de trabalho é importante.

Após a Revolução Industrial na Inglaterra, vieram as máquinas, e mais adiante com a tecnologia, os acidentes de trabalho aumentaram.

Os empregadores almejam qualidade e velocidade de produção, porém o local de trabalho deve ser adequado. A Legislação de Higiene, Medicina e Segurança do Trabalho, veio para prevenir e repreender tais situações. O Art. 7º da CF, aduz que “São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XXII – Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança”.

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A finalidade de todos estes cuidados e exigências é: integridade física e mental do empregado, que é um direito de personalidade do mesmo.

Há trabalhos com insalubridade, periculosidade, ou penosidade, cujos riscos à saúde do trabalhador, têm que ser neutralizado e ter adicional na remuneração. O artigo 7º Da CF, também declara que: ”São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei”

A existência de Insalubridade coloca o trabalhador em ambiente cujas condições são impróprias para o trabalho, que o expõe em sua saúde. O art. 189 da CLT expõe que:

Art. 189. Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, pos sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.

O responsável pela pessoa jurídica tem que buscar ao máximo eliminar os riscos, e se não der ao menos diminuir e pagar o adicional pelo malefício que vai trazer ao empregado, e os graus são: 10% para o grau mínimo, 20% para o grau médio, e 40% para o grau agudo, conforme o artigo 192 da CLT.

Periculosidade são situações de risco acentuado, como casos de inflamáveis e combustíveis, e também em energia elétrica, onde seu adicional é de 30% sobre o salário.

Alguns empresários preferem pagar o adicional por achar mais barato do que buscar soluções para um ambiente de trabalho em melhores condições para a saúde do trabalhador.

Quanto ao trabalho penoso, não há normas que o regulamente, mas bem exemplificado são o caso dos cortadores de cana-de-açúcar, e outros empregados rurais em precárias condições de saneamento básico, ou ainda em regime de escravidão, sem deixar de mencionar a carga de peso que este trabalhador acaba suportando.

Outra situação que pode ocorrer no ambiente de trabalho, que Leda Maria Messias da Silva descreve em artigo, é a pressão psicológica:

Outrossim, o ambiente onde o trabalhador passa a maior parte de sua vida útil, sabe-se, muitas vezes, passa a ser um pesadelo na vida do trabalhador, pois neste ambiente pode sofrer verdadeiras torturas psicológicas, em decorrência do comportamento inadequado, ora do empregador, de um preposto ou mesmo de um colega de trabalho e até de um subordinado. O assunto é tão sério, que no aspecto psíquico, por exemplo, a degradação do ambiente pode, muitas vezes levar ao suicídio, como não raro se ouve falar, nos casos de empregados que sofrem assédio moral no ambiente de trabalho, e que em situações mais críticas perdem o interesse não só pelo trabalho, mas pela vida.[85]

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Umas das conseqüências do descaso com tais fatos, são empregados mais adoentados e com precoce aposentadoria, sem olvidar das lesões aos direitos da personalidade do empregado, que podem gerar indenizações por danos morais.

O local de trabalho não pode fazer mal ao empregado, por isso os direitos da personalidade, devem ser resguardados.

Quanto à fiscalização do meio ambiente do trabalho, há inspeções com a finalidade de diminuir e eliminar os riscos de acidentes do trabalho (catástrofe), no qual é diferente de doença ocupacional (por exemplo, o trabalho repetitivo), pois tal fato custa muito a toda nação, como a vida do empregado, e/ou mais custo com as pensões vitalícias.

O poder dos agentes fiscais é de vistoria no local, e pedem para eliminar ou atenuar as situações de insalubridade, periculosidade ou penosidade, ou interdição .

A medicina e Engenharia especializada do trabalho vêm para prevenir os danos aos empregados, e para isso devem passar por exames médicos periódicos.

Médicos e Engenheiros do Trabalho são especialistas que vão fazer a perícia, onde fornecem um laudo técnico sobre os riscos e saúde do trabalhador.

Há órgãos de Segurança e Medicina do Trabalho, são eles: O Ministério do Trabalho – MT, e o Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT, sem deixar de mencionar a CIPA - Comissão Interna de Prevenção e Acidentes. O artigo 160 da CLT adverte, “nenhum estabelecimento poderá iniciar suas atividades sem prévia inspeção e aprovação das respectivas instalações pela autoridade regional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho”.

A Portaria 3214/79 trata das 29 Normas Regulamentadoras – NR’s, porém atualmente já estão em 33 NR’s.

O DRT – Delegacia Regional do Trabalho pode notificar a empresa pela cerificação da insalubridade, o artigo 161 da CLT prevê:

Art. 161. O Delegado Regional do Trabalho, à vista do laudo técnico do serviço competente que demonstre grave e iminente risco para o trabalhador, poderá interditar estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou embargar obra, indicando na decisão, tomada com a brevidade que a ocorrência exigir, as providências que deverão ser adotadas para prevenção de infortúnios e de trabalho.

Portanto, o empregador deve se conscientizar, e exigir do empregado os treinamentos e uso dos equipamentos de segurança (EPI), onde esses devem estar passando periodicamente por vistorias e recebendo o CA – Certificado de autorização nos equipamentos, por outro lado, o empregado deve estar atento, ou seja, não se

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desconcentrar em suas tarefas, pois o descuido pode ser fatal, e principalmente não deixar de se proteger, para chegar aos seus objetivos com segurança e dignidade.

Édis Milaré apud Bruno Marcos Guarnieri entendem que a melhor proposta vem a ser, “O princípio da prevenção é basilar em Direito Ambiental, concernindo à prioridade que deve ser dada às medidas que evitem o nascimento de atentados ao ambiente, de molde a reduzir ou eliminar as causas de ações suscetíveis de alterar a sua qualidade”.[86]

O local de trabalho, como via de realizações de objetivos, são os caminhos para a existência não somente do negócio como a existência do empregado com qualidade de vida, e dignidade.

Nota-se que nas relações modernas, como por exemplo, a terceirização, o tomador de serviços se descuida do meio ambiente de trabalho dos empregados da empresa prestadora, trazendo muitos prejuízos a vida e rotina destes, no qual traz danos ou lesões aos direitos da personalidade.

Portanto o meio ambiente de trabalho vem para proteger a saúde física e psíquica, como até a vida do obreiro, pois do contrário afronta os direitos de personalidade do empregado.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A relação de trabalho está nas vidas das pessoas em todos os momentos, sendo o dia-a-dia da maioria delas, em suas horas mais úteis. Pode-se dizer, ainda, que a vida é composta de acordos ou negociações, que geram efeitos entre as partes, podendo constituir-se em relação de emprego. Nessa relação de emprego, o empregado que labora em determinado ambiente de trabalho, necessita de condições dignas para melhor desenvolver suas atividades. Na sociedade pós-moderna, o Código Civil de 2002, veio tratar dos direitos da personalidade, nos artigos 11 ao 21, onde os direitos da personalidade visam tratar do valor íntimo da pessoa, ou seja, vem a ser valor subjetivo de cada ser, os bens íntimos não podem ser tabelados com preço como o patrimônio, os quais esses direitos também são aplicáveis ao ambiente de trabalho. Assim, esse ordenamento, aplicado às relações de emprego, não visa trazer insegurança jurídica, nem tão pouco acabar com a autonomia da vontade, e sim trazer a equidade, a igualdade, para o alcance da dignidade humana no ambiente de trabalho.

O novo quadro econômico e social refletiu, por óbvio, nas relações de trabalho, mas os danos aos bens extrapatrimoniais aos empregados não são fatos contemporâneos, já existem há muito tempo, e várias são as lesões aos direitos de personalidade dos empregados, que, inclusive, podem ser até fatais quando envolvem a integridade física e psíquica deste. Os direitos da personalidade possuem características próprias como: absolutos, gerais, extrapatrimoniais, indisponíveis, imprescritíveis, impenhoráveis, vitalícios, e natos, ademais, os direitos da personalidade se classificam em direitos à

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integridade física e integridade psíquica e moral, no qual se subdividem em vários setores, conforme foi visto ao longo do presente artigo, no rol dos direitos da personalidade, que se lesados atingem a relação de trabalho na pessoa do empregado subordinado, e são inúmeros, não se tratando de rol taxativo.

Como foi dito, não são atuais os problemas que envolvem o meio ambiente de trabalho e a questão dos direitos de personalidade dos empregados, e, é necessário que os mesmos sejam aplicados para assegurar a dignidade do trabalhador, devendo ser, principalmente, aplicada à prevenção nas questões que envolvem tais direitos, para um local de trabalho equilibrado e sadio, que é o que preza o direito ao meio ambiente, no artigo 225 da Constituição Federal, ou seja, o meio ambiente de trabalho tem que ser equilibrado em todos os sentidos, no espaço físico, em harmonia com o natural, com zelo pela parte biológica e química do local (insalubridade), além dos resíduos e principalmente na parte psíquica do meio ambiente de trabalho, que é de responsabilidade do empregador, com a finalidade de bom desempenho nos objetivos do negócio, sem riscos de acidentes, e com dignidade humana à pessoa do empregado.

Porém, ainda são poucos os trabalhadores, que tem conhecimento e procuram proteção aos seus direitos da personalidade quando ofendidos, portanto, que num futuro próximo, este assunto seja cada vez mais debatido, no Brasil, a fim de serem respeitados rigorosamente os direitos da personalidade do empregado no ambiente de trabalho, para solucionar tantos problemas advindos do desrespeito a tais direitos e, através das devidas compensações e ressarcimentos aos empregados lesados, proporcionar a dignidade do mesmo, no ambiente de trabalho, onde dedica e passa a maior parte do tempo de sua vida. Para tanto, ele entrega de si a própria vida, o empregado vende seu esforço e tempo, para o giro do capitalismo, que sobrevive de consumidores e empregados, porém esse tempo e esforço físico ou intelectual do empregado além de ter remuneração como contraprestação de serviço, não pode ser em condições indignas que afrontam os direitos da personalidade, pois isso não afronta somente a pessoa do empregado, mas gera prejuízo a toda humanidade.

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[1] NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito do trabalho: história e teoria geral do direito do trabalho: relações individuais e coletivas do trabalho. 19. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2004. p. 458.

[2] GROENINGA, Giselle Câmara. Os direitos da personalidade e o direito a ter uma personalidade. In: COLTRO, Antônio Carlos Mathias.; ZIMERMAN, David. Aspectos psicológicos na prática jurídica. 2. ed. Campinas, SP: Millennium Editora, 2007. p. 109.

[3] SOUZA, Sérgio Iglesias Nunes de. Responsabilidade civil por danos à personalidade. Barueri, SP: Manole, 2002. p. 01.

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[4] CUPIS, Adriano de. Os direitos da personalidade. Trad. Afonso Celso Furtado Rezende. Campinas, SP: Romana, 2004. p. 23-24.

[5] BETIOLI, Antonio Bento. Introdução ao direito: lições de propedêutica jurídica tridimensional. 9. ed. atual. São Paulo: Letras & Letras, 2004. p. 357.

[6] BANDEIRA, Ana Cláudia Pirajá.; SCARIOT, Tatiane Botura. Discriminação genética e direitos da personalidade: problemas e soluções. Revista Jurídica CESUMAR Mestrado. v. 6. n. 1. dez. 2006. Maringá, PR: Centro Universitário de Maringá, 2006. p. 49-50.

[7] TELLES JUNIOR, Godofredo apud SOUZA, loc. cit.

[8] BITTAR, Carlos Alberto. Os direitos da personalidade. 6. ed. atual. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003. p. 01-02.

[9] BITTAR, op. cit. p. 29-30.

[10] BELTRÃO, Silvio Romero. Direitos da personalidade: de acordo com o Novo Código Civil. São Paulo: Atlas, 2005. p. 28.

[11] REALE, Miguel apud BETIOLI, loc. cit.

[12] Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.

Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções e previstas em lei.

Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau.

Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.

Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial.

Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.

Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.

Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.

Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e sobrenome.

3875

Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.

Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial.

Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.

Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.

Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.

Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.

[13] GROENINGA, op. cit. p. 100.

[14] Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

III - a dignidade da pessoa humana;

[15] Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

[16] Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

IV – os direitos e garantias individuais.

[17] Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.

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Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

[18] Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

§ 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.

[19] Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

[20] Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.

[21] Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial.

[22] Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.

[23] Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.

[24] FACHIN, Zulmar Antonio. A proteção jurídica da imagem. São Paulo: Celso Bastos Editor. Instituto Brasileiro de Direito Constitucional, 1999. p. 42.

[25] MIRAGEM, Bruno. Responsabilidade civil da imprensa por dano à honra: o novo Código Civil e a lei de imprensa. Porto Alegre: Livraria do advogado Ed., 2005. p. 103.

[26] GAGLIANO, Pablo Stolze.; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil, volume I: parte geral. 9. ed. rev. atual. ampl. São Paulo: Saraiva, 2007. p. 151.

[27] FACHIN, op. cit. p. 35.

[28] GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume I: parte geral. 5. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2007. p. 156.

[29] BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. RSTJ, 71/83 apud GONÇALVES, op. cit. p. 157.

[30] GONÇALVES, loc. cit.

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[31] JABUR, Gilberto Haddad. Liberdade de pensamento e direito à vida privada: conflitos entre direitos da personalidade. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2000. p. 69.

[32] BELTRÃO, loc. cit.

[33] JABUR, op. cit. p. 70.

[34] JABUR, op. cit. p. 71.

[35] SILVA, Oscar Joseph de Plácido e. Vocabulário jurídico. 19. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2002. p. 312.

[36] GONÇALVES, loc. cit.

[37] JABUR, op. cit. p. 48.

[38] BELTRÃO, op. cit. p. 29.

[39] GUIMARÃES, Torrieri.; MIRANDA, Sandra Julien. Dicionário Jurídico. 4. ed. Atual. São Paulo: Rideel, 2000. p. 67.

[40] BETIOLI, op. cit. p. 358.

[41] JABUR, op. cit. p. 108.

[42] BITTAR, op. cit. p. 68.

[43] FACHIN, op. cit. p. 35-36.

[44] GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, op. cit. p. 157.

[45] GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, op. cit. p. 164.

[46] GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, op. cit. p. 173.

[47] FERREIRA FILHO apud GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, op. cit. p. 178.

[48] SZANIAWSK, Elimar. Direitos de personalidade e sua tutela. 2 ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2005. p. 87.

[49] GANGI, Calogero apud SZANIAWSK, op. cit. p. 89-90.

[50] FACHIN, loc. cit.

[51] KRAUTLER, Edwin.; MOTTA, Ivan Dias. Os direitos da personalidade, nas relações de trabalho. In Revista Jurídica Cesumar Mestrado. v. 6 n. 1. (dez. 2006). Maringá, PR: Centro Universitário de Maringá, 2006. p. 500.

[52] NASCIMENTO, loc. cit.

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[53] LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Direitos Humanos e discriminação nas relações de trabalho. In: IESDE BRASIL S.A. Direito individual do trabalho II. 2. ed. Curitiba: IESDE. p. 53-60 passim.

[54] LEITE, op. cit. p. 47.

[55] KRAUTLER; MOTTA, op. cit. p. 506.

[56] TEMPOS MODERNOS. Direção e produção: Charles Chaplin. EUA: UNITED ARTISTS/CHARLES CHAPLIN PRODUCTIONS. 1936. 1 fita de vídeo (80 min.), VHS, musical., sem color. Disponível em: <http://www.adorocinema.com/filmes/tempos-modernos/tempos-modernos.asp>. Acesso em: 22 abr. 2009.

[57] Art. 225. CF. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

[58] Art. 200, VIII. CF. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:

VIII – colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

[59] KRAUTLER; MOTTA, op. cit. p. 506 e 507.

[60] SILVA, Leda Maria Messias da. O cumprimento da função social no tocante ao meio ambiente de trabalho. In Revista Jurídica Cesumar Mestrado. V. 8 n.1 (jan./jun. 2008). Maringá, PR: Centro Universitário de Maringá, 2008. p. 107.

[61] IIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. 3. reimp. São Paulo: Editora Edgard Blucher LTDA, 1990. p. 01.

[62] KRAUTLER; MOTTA, loc. cit.

[63] KRAUTLER; MOTTA, op. cit. p. 509.

[64] SILVA, Leda Maria Messias da. Dano moral: direitos da personalidade e o poder diretivo do empregador. Legislação do trabalho. In Revista LTr. Publicação mensal de legislação doutrina e jurisprudência. Vol. 69, n. 04, abr. 2005. São Paulo, 2005. p. 421-422.

[65] Art. 7. CF. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social.

XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.

[66] LEITE, loc. cit.

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[67] LEITE, loc. cit.

[68] LEITE, loc. cit.

[69] SILVA NETO apud SILVA, 2005, loc. cit.

[70] SILVA, 2005, loc. cit.

[71] SILVA, 2005, loc cit.

[72] SILVA, 2005, loc. cit.

[73] LEITE, loc. cit.

[74] SILVA NETO apud SILVA, 2005, loc. cit.

[75] SILVA NETO apud SILVA, 2005, loc. cit.

[76] LEITE, loc. cit.

[77] KRAUTLER; MOTTA, op. cit. p. 505.

[78] KRAUTLER; MOTTA, loc. cit.

[79] SILVA, 2005, op. cit. p. 420.

[80] SILVA, loc. cit.

[81] SILVA, 2008, op. cit. p. 108.

[82] SILVA, op. cit. p. 527.

[83] LIMA, Francisco Meton Marques. As implicações recíprocas entre o meio ambiente e o custo social do trabalho. In Revista LTr . v. 71. n. 03. mar. 2007. São Paulo, 2007. p. 327.

[84] SILVA, 2008, op. cit. p. 103.

[85] SILVA, 2008, op. cit. p. 105.

[86] MILARÉ, Édis apud GUARNIERI, Bruno Marcos. Meio ambiente do trabalho: prevenção dos infortúnios laborais, dignificação do trabalho e responsabilidade civil do empregador. In Revista LTr. v. 71. n. 12. dez. 2007. São Paulo, 2007. p. 1474.

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