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0 UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO Thalita Fagundes OS EFEITOS DO MÉTODO PILATES NO TRATAMENTO DA LOMBALGIA CRÔNICA EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS Bragança Paulista 2010

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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO

Thalita Fagundes

OS EFEITOS DO MÉTODO PILATES NO TRATAMENTO DA

LOMBALGIA CRÔNICA EM ESTUDANTES

UNIVERSITÁRIOS

Bragança Paulista

2010

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Thalita Fagundes

RA 001200600207

OS EFEITOS DO MÉTODO PILATES NO TRATAMENTO DA

LOMBALGIA CRÔNICA EM ESTUDANTES

UNIVERSITÁRIOS

Monografia apresentada à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso de Fisioterapia da Universidade São Francisco sob orientação da Profª Dra Rosimeire Simprini Padula como exigência para conclusão do curso de Graduação em Fisioterapia.

Bragança Paulista

2010

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FAGUNDES, Thalita. Os Efeitos do Método Pilates no Tratamento da Lombalgia

Crônica em Estudantes Universitários. 2010. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de

Fisioterapia da Universidade São Francisco, Bragança Paulista.

_______________________________________________________________ Prof.ª Dra. Rosimeire Simprini Padula

USF – Orientadora Temática e Metodológica

_______________________________________________________________

Prof.º Ms. Sérgio Jorge

USF – Banca Examinadora

_______________________________________________________________

Prof.° Ms. Claudio Fusaro

USF - Banca Examinadora

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Dedico este trabalho aos meus pais Carlos e

Marcia, pessoas que me ensinaram os princípios

da vida, que viver intensamente cada momento é

mais gratificante do que viver com cobranças e

sem ternura, pelo amor, carinho, compreensão,

pelos sonhos realizados, pelos momentos únicos e

insubstituíveis. E ao meu irmão Thiago, pelas

conversas, pelos ensinamentos e conselhos. AMO

VOCÊS!

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AGRADECIMENTOS

A Deus por sua imensidão e por ser sempre a luz que rege nossas vidas

Aos meus pais pelo apoio, compreensão e amor incondicional

Ao Mestre Professor Rafael Davini

A Professora, Coordenadora Doutora Rosimeire Simprini Padula, que me ajudou,

ensinou, me deu forças e orientou com paciência e dedicação o estudo

A Mestre Professora Thatiane Moura Campos Zanelli pelos preciosos conselhos

Ao Professor Mestre Cláudio Fusaro e ao Mestre Sergio Jorge por ter aceitado

gentilmente fazer parte da banca examinadora desse estudo

Aos meus amigos e futuros fisioterapeutas que colaboraram com meu estudo e

acreditaram em mim

E agradeço as minhas amigas em especial Andressa, Priscila, Daniele, Tatiane, Evilyn

e Livia por terem paciência e acreditarem em mim.

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“Não faças do amanhã o sinônimo de nunca, nem

o ontem te seja o mesmo que nunca mais. Teus

passos ficam. Olhes para trás... mas vá em frente,

pois há muitos que precisam que chegues para

poderem seguir-te”.

Charlie Chaplin

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RESUMO

A lombalgia é um dos problemas mais comuns da sociedade moderna, podendo ter diversos

fatores predisponentes. Os fisioterapeutas estão entre os profissionais da área da saúde que

mais predispõe-se para este distúrbio, pois exercem suas atividades, as quais exigem a

realização de movimentos repetitivos e de força, posturas incorretas, em postos de trabalhos

inadequados.A qualidade de vida depende de fatores subjetivos de cada pessoa, muitos

atribuem a uma propriedade, condição das coisas ou das pessoas, que as distingue das outras e

lhes determina a natureza. O método Pilates tem como base um conceito denominado

contrologia. Segundo Pilates, contrologia é o controle de todos os movimentos musculares do

corpo. O objetivo deste estudo foi verificar os efeitos do tratamento com Método Pilates em

estudantes de fisioterapia portadores de lombalgia crônica. Os indivíduos responderão ao

Teste de Investigação de 10 minutos de Hindler para pacientes com lombalgia crônica, ao

Teste do Whoqol Bref e a avaliação Visual Numérica pré e pós aplicação do método Pilates,

posteriormente os estudantes que participaram do método Pilates foram submetidos a

avaliação postural. O estudo mostrou a alta incidência dos estudantes com dores lombares, a

prevalência de gênero com maior incidência do sexo feminino quando comparado ao sexo

masculino e a diminuição de patologias como hiperlordose e hipercifose torácica pós

tratamento com Método Pilates, além da redução da escala analógica de dor e a constante

melhora na qualidade de vidas destes indivíduos.

PALAVRAS CHAVE: Método Pilates, Lombalgia, Qualidade de Vida.

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ABSTRACT

Lumbar pain is one of the most common issues of the modern society, having several

predisposed factors. Physiotherapists are more predisposed to this disorder amid healthcare

professionals, because they perform activities that require repetitive movements and strength,

incorrect position of the body, and inadequate work stations. The quality of life depends on

subjective factors of each person that many attribute to a property, the condition of things or

people, that distinguishes them from others and determine their nature. Pilates method is

based on a concept called contrology. According to this method, contrology is the control of

all muscular movements of the body. The aim of this study was to investigate the effects of

treatment with the Pilates Method in physiotherapy students with chronic low back pain. The

subjects answered to the Investigatory Hindle 10 minutes Test for patients with chronic low

back pain, the Whokol Bref Test and numerical evaluation of pain before and after application

of the Pilates method, and then the students who participated in the Pilates method underwent

posture assessment. The study showed the high incidence of low back pain among

physiotherapy students, with a higher incidence among females compared to males and the

decrease of pathologies such as hyperlordosis of the lumbar spine and hyperkyphosis of the

thoracic spine after treatment with Pilates, as well as the reduction of the analog pain scale

and the constant improvement of the individuals’ quality of live.

KEYWORDS: Quality of life, Pilates method, Low back

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Gênero dos estagiários que participaram do Método Pilates........................ 25

Gráfico 2 – Incidência dos estagiários que apresentaram algum tipo de dor lombar ...... 26

Gráfico 3 – Incidência da Escala Visual Numérica pré tratamento com Método Pilates 27

Gráfico 4 - Incidência da Escala Visual Numérica pós tratamento com Método Pilates 28

Gráfico 5 – Pontuação Teste de investigação de 10 minutos de Hendler para pacientes

com lombalgia crônica pré tratamento..............................................................................

29

Gráfico 6 – Pontuação Teste de Investigação de 10 minutos de Hendler para pacientes

com lombalgia crônica pós tratamento.............................................................................

30

Gráfico 7 – Incidência Hiperlordose pré tratamento........................................................ 31

Gráfico 8 – Incidência Hiperlordose pós tratamento....................................................... 32

Gráfico 9 – Incidência Hipercifose torácica pré tratamento............................................ 33

Gráfico 10 –Incidência Hipercifose torácica pós tratamento........................................... 34

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Domínios Whoqol-bref .................................................................................... 35

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LISTA DE SIGLAS

QV Qualidade de vida QVRS Qualidade de vida relacionada à saúde OMS Organização Mundial Saúde EVN Escala Visual Numérica CNS Conselho Nacional de Saúde

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 12

1.1 A Coluna Vertebral..................................................................................................................... 12

1.2 A Lombalgia Crônica.................................................................................................................. 13

1.3 O Método Pilates......................................................................................................................... 14

1.4 Lombalgia em Profissionais de Saúde........................................................................................ 15

1.5 Qualidade de Vida....................................................................................................................... 16

1.6 Questionário Whoqol.................................................................................................................. 18

2. JUSTIFICATIVA ........................................................................................................................ 20

3. OBJETIVOS ................................................................................................................................ 21

3.1 Objetivo Geral............................................................................................................................. 21

2.2 Objetivos Específicos.................................................................................................................. 21

4. MÉTODOS.................................................................................................................................. 22

4.1 Sujeito......................................................................................................................................... 22

4.2 Local do Estudo e Materiais........................................................................................................ 22

4.3 Critérios de Inclusão................................................................................................................... 22

4.4 Critérios de Exclusão.................................................................................................................. 22

4.5 Procedimentos............................................................................................................................. 23

4.6 Análise dos Dados....................................................................................................................... 24

5. RESULTADOS............................................................................................................................ 25

6. DISCUSSÃO................................................................................................................................ 36

7. CONCLUSÃO............................................................................................................................. 39

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................ 40

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 41

ANEXOS.......................................................................................................................................... 44

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1. INTRODUÇÃO

1.1 A Coluna Vertebral

A coluna vertebral trata-se de um órgão cuja atividade resume uma das condições

básicas responsáveis da estabilidade do Ser Humano (FILHO e JÚNIOR, 1997). Compõe-se

de 33 ossos denominados vértebras que se articulam nas articulações intervertebrais, sendo

que apenas 24 delas (7 cervicais, 12 torácicas e 5 lombares) são móveis e 5 sacrais e 4

coccígeas que se fundem. As vértebras são estabilizadas por ligamentos que limitam os

movimentos produzidos pelos músculos do tronco, formando uma sustentação forte mais

flexível (MOORE, 1994).

Outro papel importante da coluna vertebral é o de auxiliar na manutenção da postura,

na sustentação do peso do corpo, locomoção e proteção da medula espinhal e das raízes

nervosas. Possui as curvaturas cervical, torácica, lombar e sacral. As curvaturas torácica e

sacral são denominadas curvaturas primárias, pois se desenvolvem durante o período fetal. As

curvaturas cervical e lombar são denominadas secundárias, pois só se evidenciam após o

nascimento (MOORE, 1994).

O segmento lombar da coluna vertebral é composto por 5 vértebras lombares que se

caracterizam por serem maiores (condição necessária para pressões consideráveis) e por

possuírem 10 articulações zigoapofisárias, ligamentos longitudinais anteriores e posteriores,

amarelo, supra-espinal, interespinal, intertransversos e iliolombar, e os músculos reto do

abdome, oblíquos externos e internos, transverso do abdome e multífidos. Suporta a porção

superior do corpo e transmite o peso dessa área para a pelve e os membros inferiores, assim

estabilizando a lombar (MAGEE, 2002).

As estruturas músculo-articulares são responsáveis pelo antagonismo das ações

mecânicas da coluna, eixo de sustentação do corpo e, ao mesmo tempo, eixo de

movimentação. Sucintamente, define-se a lombalgia como sendo um sintoma referido na

altura da cintura pélvica, podendo ocasionar proporções grandiosas (TOSCANO e EJWPTO,

2002).

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1.2 A Lombalgia Crônica

A lombalgia pode ser causada por esforços repetitivos, excesso de peso, pequenos

traumas, condicionamento físico inadequado, erro postural, posição não ergonômica no

trabalho (essa é a causa mais freqüente para a torção e distensão dos músculos e ligamentos

que causam a lombalgia), osteoartrose da coluna; osteofitose (bico de papagaio) e osteoporose

(são causas também relacionadas à idade) (MSD-BRAZIL, 2008). O desequilíbrio entre a

função dos músculos extensores e flexores do tronco é um forte indício de distúrbios da

coluna lombar (KOLYNIAK, CAVALCANTI e AOKI, 2004).

A falta ou excesso de esforço físico nessas estruturas facilmente acarretara danos à

mecânica do ser humano em seus componentes osteomioarticulares. O seu diagnóstico pode

ser considerado simples, pois geralmente o quadro clínico é constituído por dor, incapacidade

de se movimentar e trabalhar (TOSCANO e EJWPTO, 2002).

Há dois modelos que tentam explicar as causas da dor lombar. O primeiro é

conhecido como ‘ciclo dor-espasmo-dor’ e relaciona-se, freqüentemente, as mudanças na

atividade dos músculos do tronco, sendo que a dor resultaria em atividade muscular

aumentada. O segundo é o ‘modelo de adaptação da dor’ no qual, esta diminuiria a contração

dos músculos quando ativos como agonistas e aumentaria essa contração, quando ativos como

antagonistas. A dor que ocorre imediatamente após uma lesão aguda é, geralmente,

acompanhada por intensas contrações dos músculos ao redor das estruturas lesionadas

(LOPES et al., 2006 ).

A dor na coluna lombar atinge níveis epidêmicos na população em geral relatando que

esta é uma afecção muito comum na população, atingindo prevalência de 70% em países

industrializados. A dor lombar é uma importante causa de incapacidade, ocorrendo em

prevalências elevadas em todas as culturas, influenciando a qualidade de vida das pessoas.

Estudos têm demonstrado que 60% a 80% da população adulta têm ou tiveram um episódio

de dor incapacitante na coluna vertebral, principalmente na região lombar, ou manifestou dor

lombar em algum momento de suas vidas independente da ocupação. Cerca de 80% da

população já apresentou algum episódio, cuja intensidade pode variar de um leve desconforto

até dores incapacitantes e de longa duração ( DEYO et al., 2001 apud MATOS et al., 2008).

A lombalgia mecânica postural representa grande parte das algias da coluna referida

pela população. Geralmente ocorre um desequilíbrio entre a carga funcional, que seria o

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esforço requerido para atividades do trabalho e da vida diária, e a capacidade funcional, que é

o potencial de excussão para essas atividades (ANDRADE, ARAÚJO e VILLAR, 2005),

sendo um dos problemas da sociedade moderna, representando grande parcela de gastos na

área da saúde pública (KOLYNIAK, CAVALCANTI e AOKI, 2004). Dados epidemiológicos

demonstram que, nos Estados Unidos da América, a lombalgia é a causa mais freqüente da

incapacidade física para o trabalho em pessoas com menos de 45 anos. Estima-se que o gasto

anual relacionado a esse problema (custos médicos e indenizações) ficou em torno de 20

bilhões de dólares durante a década de 90, a previsão para a próxima década é de que esses

gastos superem 50 bilhões de dólares ( KOLYNIAK, CAVALCANTI e AOKI, 2004).

A dificuldade de prevenção e tratamento da lombalgia é devido a sua etiologia ser

multifatorial e também devido ao fato de que muitas de suas causas ainda permanecem

desconhecidas. Freqüentemente, a lombalgia esta associada ao sedentarismo, sendo

considerada uma das mais comuns doenças hipocinéticas. Apesar de evidencias teóricas

apontarem para a importância da atividade física na prevenção da lombalgia, não existem

recomendações específicas para a elaboração de programas de treinamento na prevenção

desse problema ( KOLYNIAK, CAVALCANTI e AOKI, 2004).

Há muitas áreas de conhecimento que se preocupam em minimizar este problema,

sendo o exercício mais recente alternativo para preveni-lo e tratar aqueles que por ele são

acometidos. Esta bem estabelecido que o fortalecimento dos músculos abdominais e das

costas promovem a estabilidade da coluna lombar, e que estabilização do tronco é de vital

importância para região inferior das costas que apresenta dor. Nesse contexto, o meio mais

seguro para aumentar a estabilidade da coluna lombar, mediante exercícios, é via endurance

local, ou seja, exercícios locais que fadiguem a musculatura que recupera rapidamente

(LOPES et al., 2006).

1.3 O Método Pilates

O método Pilates desenvolvido por Jopeph Pilates, no início da década de 1920. Tem

como base um conceito denominado contrologia. Segundo Pilates, contrologia é o controle de

todos os movimentos musculares do corpo. É a correta utilização e aplicação dos mais

importantes princípios das forças que atuam em cada um dos ossos do esqueleto, com o

completo conhecimento dos movimentos funcionais do corpo e o total entendimento dos

princípios de equilíbrio e gravidade aplicados a cada movimento, no estado ativo, em repouso

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e dormindo. Os exercícios do Método Pilates são, na sua maioria, executados na posição

deitada, havendo diminuição do impacto nas articulações de sustentação do corpo na posição

ortostática e, principalmente, na coluna vertebral, permitindo recuperação das estruturas

musculares, articulares e ligamentares, particularmente da região sacrolombar (KOLYNIAK,

CAVALCANTI e AOKI, 2004). O sistema básico inclui um programa de exercício que

fortalecem a musculatura abdominal e paravertebral, bem como os da flexibilidade da coluna,

além de exercícios para o corpo todo. Já no sistema intermediário-adiantado são introduzidos,

gradualmente, exercícios de extensão de tronco, além de outros exercícios para o corpo todo,

procurando melhorar a relação de equilíbrio agonista-antagonista ( KOLYNIAK,

CAVALCANTI e AOKI, 2004).

O centro de gravidade do corpo, onde se iniciam todos os movimentos é definido

como sendo o complexo lombar-pélvico do quadril, mais conhecido como Core. A

musculatura do Core é componente essencial no mecanismo de proteção da coluna vertebral

das forças negativas das atividades esportivas e funcionais. Pela combinação de apropriado

alinhamento postural e força de estabilidade, o corpo desacelera a gravidade e as forças de

reação ao solo, criando o momento na articulação certa, no plano certo e no momento

adequado. Um Core eficiente permite a manutenção da relação entre comprimento e tensão

dos músculos agonistas e antagonistas funcionais possibilitando a manutenção das relações de

pares de forças e uma eficiência neuromuscular satisfatória em toda cadeia cinética

(STEINMAN et al., 2008).

1.4 Lombalgia em Profissionais da Saúde

Os profissionais da área da saúde estão sujeitos a altos índices de dor na coluna

vertebral e a lombalgia é uma das queixas dolorosas mais freqüentes na prática clínica. Os

fisioterapeutas estão entre os profissionais que mais apresentam estes tipos de distúrbios, pois

as atividades laborativas destes implicam em exigências do sistema músculo-esquelético, com

movimentos repetitivos de membros superiores, manutenção de posturas estáticas e dinâmicas

por tempo prolongado e, principalmente, movimentos de sobrecarga para coluna vertebral.

Apesar de ser uma profissão cujo objetivo maior é promover a saúde do indivíduo, a grande

maioria dos instrumentos e ambientes de trabalho desses profissionais não respeitam preceitos

ergonômicos. Assim, muitos fisioterapeutas exercem suas atividades, as quais exigem a

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realização de movimentos repetitivos e de força, em postos de trabalho inadequados e numa

postura indesejável, o que pode dispor ao aparecimento de distúrbios musculoesqueléticos

principalmente na coluna lombar (SIQUEIRA, KUCAHÚ e VIEIRA, 2008).

Como qualquer outro profissional o fisioterapeuta também esta exposto a riscos e

cargas ocupacionais, embora poucos estudos abordem esse assunto. Segundo levantamento

realizado nos Estados Unidos, em uma população de 928 fisioterapeutas, 45% referiram

sintomas músculos-esqueléticos na coluna lombar, e foi destacado que as atividades que

ocasionaram risco corporais agudos e acumulativos foram: transferências de pacientes

dependentes, treino e auxílio de marcha de pacientes, assistência ao paciente no leito,

promoção de resistência manual e levantamento de pesos e equipamentos inadequados

(TRELHA, GUTIERREZ e MATSUO, 2004).

Desta maneira, será utilizado neste estudo, o Método Pilates para proporcionar

melhora das algias lombares, concentração, alinhamento, respiração, centralização, vigor,

fluidez de movimento, coordenação e relaxamento, com o propósito de estimular os sistemas

respiratório, linfático e circulatório de forma que eles passem a funcionar de maneira mais

eficiente (ROBINSSON e NAPPER, 2002), preconizando a melhora das relações musculares

(KOLYNIAK, CAVALCANTI e AOKI, 2004).

1.5 Qualidade de Vida

A definição de qualidade de vida (QV) depende de fatores subjetivos de cada pessoa,

muitos atribuem a uma propriedade, condição das coisas ou das pessoas, que as distingue das

outras e lhes determina a natureza. A qualidade de vida é uma “gestão dinâmica” e

contingencial de fatores físicos, tecnológicos e sócio-piscológicos que afetam a cultura e

renovam o clima organizacional, refletindo-se no bem estar do trabalhador e na produtividade

das empresas. (FREITAS, 2005)

Sabe-se que, já em meados da década de 70, Campbell (1976, apud Awad &

Voruganti) tentou explicar as dificuldades que cercavam a conceituação do termo qualidade

de vida: “qualidade de vida é uma vaga e hétera entidade, no qual, não se pode definir

claramente o que é”. Na literatura recente essa afirmação é confirmada, porém apresenta ainda

controvérsias sobre este conceito, desde que o mesmo esteve associado aos trabalhos

empíricos. A partir da década de 90, parecem consolidar-se um consenso entre os estudiosos

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da área quanto a dois aspectos relevantes do conceito de qualidade de vida, sendo eles

subjetividade e multidimensionalidade. No que concerne à subjetividade, trata-se de

considerar a percepção da pessoa sobre seu estado de saúde e sobre os aspectos não-médicos

do seu contexto de vida. Em outras palavras, como o indivíduo avalia a sua situação pessoal

em cada uma das dimensões relacionadas à QV. As dificuldades relativas à avaliação da QV

talvez limitem a sua inclusão na prática clínica, em grande parte devido à ausência de

informação das equipes de saúde sobre as diferentes possibilidades hoje existentes para

investigação da QV. De fato, segundo estudos realizados em outros países, parece que os

profissionais ainda têm resistido a incluir a avaliação da QV dos pacientes em sua rotina de

atendimento clínico (SEIDL e ZANNON, 2004).

Existem duas tendências quanto à conceituação do termo QV na área da saúde, de

acordo com SEIDL & ZANNON (2004) são identificadas assim, qualidade de vida como um

conceito mais genérico, e qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS). No primeiro caso,

QV apresenta um conceito mais amplo, aparentemente influenciado por estudos sociológicos,

sem fazer referência a disfunções ou agravos. A QV foi definida pela Organização Mundial da

Saúde como “a percepção do indivíduo sobre a sua posição na vida, no contexto da cultura e

dos sistemas de valores nos quais ele vive, e em relação a seus objetivos, expectativas,

padrões e preocupações”. Um aspecto importante que caracteriza estudos que partem de uma

definição genérica do termo QV é que as amostras estudadas incluem pessoas saudáveis da

população, nunca se restringindo as amostras a pessoas portadoras de agravos específicos

(SEIDL e ZANNON, 2004).

A qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) representa a parte da qualidade de

vida ligada diretamente à saúde do indivíduo. Fatores externos e internos afetam a percepção,

a função e a sensação de bem estar de uma pessoa. A comunidade científica americana tem

procurado definir o que eles entendem como QVRS, sem, contudo, encontrar um consenso

absoluto entre os pesquisadores. Para uma grande maioria, a QVRS reflete os efeitos

funcionais de uma doença e seu conseqüente tratamento sobre um paciente tal como é

percebido pelo mesmo (ARAUJO e ARAUJO, 2000), definida por Auquier et al., (1997)

como o valor atribuído à vida, ponderado pelas deteriorações funcionais; as percepções e

condições sociais que são induzidas pela doença, agravos, tratamentos; e a organização

política e econômica do sistema assistencial. A versão inglesa do conceito de health-related

quality of life (HRQL), em Gianchello (1996), é similar: o valor atribuído à duração da vida

quando modificada pela percepção de limitações físicas, psicológicas, funções sociais e

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oportunidades influenciadas pela doença, tratamento e outros agravos, tornando-se o principal

indicador para a pesquisa avaliativa sobre o resultado de intervenções (MINAYO, HARTZ e

BUSS, 2000).

1.6 Questionário – Whoqol

Fleck et al., (2000) na busca de um instrumento que avaliasse qualidade de vida dentro

de um aspecto verdadeiramente internacional fez com que a Organização Mundial da Saúde

(OMS) desenvolvesse um projeto colaborativo e aplicável em diversos países. O resultado

deste projeto foi a elaboração do World Health Organization Quality of Life (WHOQOL-

100), um instrumento que avalia a qualidade de vida, composto por 100 itens e divididos em

seis domínios, que são físico, psicológico, nível de independência, relações sociais, meio

ambiente e aspectos espirituais/religião/crenças pessoais. A necessidade de instrumentos

curtos que demandem pouco tempo para seu preenchimento, mas com características

psicométricos satisfatórias, fez com que o Grupo de Qualidade de Vida da OMS

desenvolvesse uma versão abreviada do WHOQOL-100, o WHOQOL-bref, este consta de 26

questões, sendo duas questões gerais de qualidade de vida e as demais representam cada uma

das 24 facetas que compõe o instrumento original. Assim, diferente do WHOQOL-100 em

que cada uma das 24 facetas é avaliada a partir de quatro questões, no WHOQOL-bref cada

faceta é avaliada por apenas uma questão. O critério de seleção das questões para compor o

WHOQOL-bref foi tanto psicométricos como conceitual. No nível conceitual, foi definido

pelo Grupo de Qualidade de Vida da OMS de que o caráter abrangente do instrumento

original (o WHOQOL-100) deveria ser preservado. Assim, cada uma das 24 facetas que

compõem o WHOQOL-100 deveria ser representada por uma questão. No nível psicométrico

foi então selecionada a questão que mais altamente se correlacionasse com o escore total do

WHOQOL-100, calculado pela média de todas as facetas. Após esta etapa, os itens

selecionados foram examinados por um painel de peritos para estabelecer se representavam

conceitualmente cada domínio de onde às facetas provinham. Dos 24 itens selecionados, seis

foram substituídos por questões que definissem melhor a faceta correspondente. Três itens do

domínio relacionado ao meio ambiente foram substituídos por serem muito correlacionados

com o domínio psicológico. Os outros três itens foram substituídos por explicarem melhor a

faceta em questão e foi realizada análise fatorial confirmatória para uma solução de quatro

domínios (FLECK et al., 2000).

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Estes domínios englobam 02 questões gerais sobre a qualidade de vida e 24

subdomínios (facetas). O primeiro domínio é o físico e suas facetas são: dor e desconforto;

energia e fadiga; sono e repouso; mobilidades; atividades da vida cotidiana; dependência de

medicação ou de tratamentos; e capacidade de trabalho. O segundo é o psicológico,

caracterizado pelos sentimentos positivos; pensar, aprender, memória e concentração; auto-

estima; imagem corporal e aparência; sentimentos negativos; e espiritualidade / religião /

crenças pessoais. O terceiro refere-se às relações sociais e engloba as relações pessoais;

suporte social e atividade sexual. O quarto domínio diz respeito ao meio ambiente,

abrangendo a segurança física e proteção; ambiente no lar; recursos financeiros; cuidados com

a saúde e sociais (disponibilidade e qualidade); oportunidades de adquirir novas informações

e habilidades; participação e oportunidades de recreação/lazer; ambiente físico

(poluição/ruído/trânsito/clima) e transporte (FLECK et al., 2000).

As questões do WHOQOL-bref foram formuladas para uma escala de respostas do

tipo Likert, com uma escala para intensidade (nada – extremamente), capacidade (nada –

completamente), frequência (nunca – sempre) e avaliação (muito insatisfeito – muito

satisfeito / muito ruim – muito bom) (CERVAN, et al., 2008).

A versão em português do instrumento apresentou características satisfatórias de

consistência interna, validade discriminante, validade de critério, validade concorrente e

fidedignidade teste-reteste (FLECK et al., 2000).

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2. JUSTIFICATIVA

Os estudos científicos consultados sugerem que a incidência de lombalgia em

fisioterapeutas é significativa em função de posturas adotadas durante atendimentos

realizados. Assim, entende-se que os músculos estabilizadores lombares apresentam alteração

funcional importante nessa condição, fato que influencia diretamente a biomecânica articular

da coluna lombar. Levando em conta a melhora da qualidade de vida, pode-se compreender

que, esta não necessariamente se relaciona ao tratamento, mesmo se tratando das condições

físicas e aspectos biopsicossociais que o Método Pilates oferece.

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3. OBJETIVO

3.1 Objetivo Geral

Investigar os efeitos do tratamento por meio do Método Pilates em estudantes de

fisioterapia portadores de lombalgia crônica.

3.2 Objetivos Específicos

Investigar os efeitos do Método Pilates na função dos músculos estabilizadores

lombar;

Investigar os efeitos do Método Pilates para melhora da postura;

Investigar os efeitos do Método Pilates na diminuição da dor na região lombar;

Investigar os efeitos do Método Pilates na melhora da qualidade de vida.

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4. MÉTODOS

4.1 Sujeitos

Os indivíduos que foram pesquisados foram estudantes do quarto ano do curso de

fisioterapia, de ambos os sexos, com idade entre 18 a 30 anos, que foi encontrado um valor

mínimo de 21 anos e máximo de 27 anos com média de 23,67 e desvio padrão de ± 1,97 anos.

Os 36 estudantes de fisioterapia foram submetidos à avaliação, selecionado-os para

sessão, aqueles com queixa de dor lombar crônica com disposição a participar de duas sessões

semanais do Método Pilates de uma hora durante um semestre, obedecendo uma seqüência de

atividades, que consiste em aquecimento, respiração, exercícios e relaxamento para perceber a

tensão no corpo e livrar-se dela. Iniciaram no nível básico, passando pelo intermediário e

chegando ao avançado.

4.2 Local de Estudo e Materiais

As sessões foram aplicadas no Laboratório de Cinesioterapia, situado na Clínica-

escola da Universidade São Francisco. Foram utilizados para o atendimento colchonetes e

bola suíça, que foi emprestado da clínica escola de Fisioterapia.

4.3 Critérios de Inclusão

Os estudantes que foram incluídos na pesquisa apresentaram lombalgia por mais de

duas semanas, com os seguintes sinais e sintomas: dor lombar; dor referida para região das

nádegas e das coxas; rigidez matinal; e dor ao iniciar um movimento.

4.4 Critérios de Exclusão

Patologia neuro-osteomioarticular diagnosticada da coluna vertebral e esqueleto

apendicular; pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos relacionados a doenças neuro-

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osteomioarticulares da coluna vertebral e esqueleto apendicular e indivíduos que estejam

recebendo tratamento fisioterapêutico e clínico medicamentoso para algia.

4.5 Procedimentos

Inicialmente o projeto foi encaminhado ao Comitê de Ética e Pesquisa da

Universidade São Francisco para aprovação. Número protocolo: 0045.0.142.000-09.

Todos os participantes foram submetidos à avaliação postural e responderam ao Teste

de Investigação de 10 minutos de Hendlir para pacientes com Lombalgia Crônica (Anexo 1).

Este teste é composto por quinze questões formuladas pelo examinador e o paciente recebe

pontos de acordo com a resposta dada. Esses variam de 18 a 32 pontos, crescentemente,

sugerindo que o paciente tem dor objetiva e apresenta uma resposta normal a dor crônica, dor

objetiva com aspectos de um paciente que exagera a dor, e os que necessitam de um parecer

psiquiátrico.

Para a avaliação da intensidade de dor relatada pelos estudantes, foi utilizada a Escala

Visual Numérica (EVN) (Anexo 2), descrita por Souza e Silva, que consiste numa escala

graduada no nível 0 ao 10. Essa consiste em auxiliar na aferição da intensidade da dor no

paciente, é um instrumento importante para verificarmos a evolução do paciente durante o

tratamento, sendo 0 ausência total de dor e 10 um nível de dor máxima suportável.

A avaliação postural (Anexo 3) foi realizada, pois se fez importante para que se

pudesse mensurar os desequilíbrios e adequarmos a melhor postura a cada indivíduo,

possibilitando a reestruturação completa de nossas cadeias musculares e seus pocisionamentos

no movimento e/ou na estática. A partir deste procedimento, pode se mover a prevenção de

muitos males causados inicialmente pela má postura fruto de ausência de controle e

informação (EFDEPORTES, 2003). Todos os pacientes foram avaliados nas mesmas posições

devido a uma marcação no chão para o correto posicionamento dos pés, observados nas

posições anterior (sendo observado altura dos ombros, das espinhas ilíaca ântero superiores),

lateral (observando o alinhamento da cabeça, protrusão de ombros, hipercifose torácica,

hiperlordose lombar) e posterior (observando a altura dos ombros, alinhamento da coluna e

espinha ilíaca postero inferior) em frente a uma parede branca.

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No que se refere à qualidade de vida, foi aplicado o questionário de avaliação, Whoqol

bref (ANEXO 4), este instrumento consta de 26 questões divididas em quatro domínios:

físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente (FLECK et al., 2000).

Todos os voluntários inscritos no projeto de tratamento das algias lombares que

consiste no método Pilates, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo

5), de acordo com a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) do Ministério da

Saúde.

4.6 Análise dos Dados

Os dados registrados nos roteiros de avaliação foram revisados manualmente pelos

pesquisadores e, a seguir, transcritos e armazenados nos moldes de arquivos para bancos de

dados do programa Excel ESTATISTIC ou SPSS/PC 11.0 para análise.

Para a análise dos dados, foi utilizado a sintaxe do WHOQOL- BREF e estatística

descritiva com valores absolutos e relativos, sendo demonstrados os resultados através de

gráficos e tabela.

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5. RESULTADOS

Durante o período de um semestre foram avaliados 36 estudantes de fisioterapia

através do Teste de investigação de 10 minutos de Hendler para pacientes com lombalgia

crônica, Escala Visual Numérica e Whoqol-bref e apenas 10 foram selecionados a participar

das aulas do Método Pilates.

O gráfico 1 representa o gênero dos estudantes que participaram das aulas do Método

Pilates.

Gráfico 1 – Gênero dos estudantes que participaram das aulas do Método Pilates.

A amostra indica que dos 36 estudantes avaliados, 10 realizaram aulas do Método

Pilates, sendo que 9 (90%) eram do sexo feminino e 1 (10 %) do sexo masculino.

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O gráfico 2 representa a incidência dos estudantes que apresentaram algum tipo de dor

lombar.

Gráfico 2 - Incidência dos estudantes que apresentaram algum tipo de dor lombar

O gráfico 2 indica que dos 36 estudantes submetidos ao questionário, 22 (61%)

apresentaram algum tipo de dor lombar e 14 (39%) não relataram nenhum tipo de dor lombar.

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O gráfico 3 indica o grau de dor que os estudantes apresentaram pré aulas do Método

Pilates

Gráfico 3 - Escala Visual Numérica apresentado pré aulas do Método Pilates

A amostra indica que 4 (40%) dos voluntários tiveram grau de dor 8, 5(50%)

apresentaram grau 7 e 1(10%) apresentaram grau 6 de dor de acordo com Escala Visual

Numérica.

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O gráfico 4 representa o grau de dor dos estudantes pós aulas Método Pilates.

Gráfico 4 - Representa Escala Visual Numérica que os estudantes apresentaram pós

aulas dadas do Método Pilates.

O gráfico 4 indica que na reavaliação pós Método Pilates a diminuição de dor foi

considerável tendo 2 (20%) dos voluntários apresentado grau 5, 4 (40%) grau 4, 3 (30%) grau

3 e 1 (10%) destes apresentou grau 2.

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O gráfico 5 representa a pontuação obtida na escala de Hendler antes do tratamento

por meio do Método Pilates.

Gráfico 5 - Teste de 10 minutos de Hendler para pacientes com Lombalgia Crônica pré

tratamento

A amostra indica que antes do tratamento por meio do Método Pilates 10 (100%) dos

estagiários obtiveram uma pontuação entre 19 e 31 pontos na escala de 10 minutos de

Hendler.

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O gráfico 6 representa a pontuação obtida no Teste de Hendlir depois do tratamento

por meio do Método Pilates.

Gráfico 6 - Teste de 10 minutos de Hendlir para pacientes com Lombalgia Crônica

A amostra indica que após o tratamento por meio do Método Pilates 5 (50%) dos

estagiários obtiveram uma pontuação entre 0 e 18 pontos e 5 (50%) entre 19 e 31 pontos na

escala de 10 minutos de Hendler.

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No Gráfico 7 representa a quantidade de estagiários que apresentavam hiperlordose

pré tratamento do Método Pilates.

Gráfico 7 - Incidência dos estagiários que apresentavam hiperlordose pré tratamento

No gráfico 7 observa-se que 4 (40%) dos estagiários não apresentavam hiperlordose

enquanto que 6 (60%) apresentavam a hiperlordose antes do tratamento com aplicação do

Método Pilates.

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No Gráfico oito representa a quantidade de estagiários que apresentavam hiperlordose

pós tratamento do Método Pilates.

Gráfico 8 - Indica a quantidade de estagiários que ainda tinha hiperlordose pós

tratamento Método Pilates

A amostra indica que 3 (30%) dos estagiários apresentavam ainda hiperlordose e 7

(70%) não apresentavam mais a patologia pós tratamento Método Pilates.

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O Gráfico 9 mostra a incidência dos estagiários que apresentavam hipercifose torácica

pré tratamento Método Pilates.

Gráfico 9 - Incidência Estagiários com hipercifose pré tratamento

O gráfico 9 indica que 4 (40%) dos estagiários apresentavam Hipercifose torácica

antes do tratamento do Método Pilates, enquanto que 6 (60%) não apresentavam a patologia

referida.

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O gráfico 10 indica a incidência dos estagiários que apresentavam hipercifose torácica

pós tratamento Método Pilates.

Gráfico 10 - Incidência Hipercifóticos torácicos pós tratamento

A amostra revela que pós tratamento Método Pilates houve uma redução dos

estagiários que apresentavam a patologia em 20% no qual 8 (80%) não apresentavam a

patologia e apenas 2 (20%) mesmo pós tratamento permaneciam com a patologia.

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A tabela 1 indica o domínio físico, psicológico, social e ambiental apresentado no

período pré e pós aplicação do Método Pilates.

DOMÍNIOS PRÉ POS

Físico 70 77,5

Psicológico 71,25 85

Social 77,5 87,5

Ambiental 67,5 82,5

Tabela 1 - Resultados domínios referente ao Whoqol-bref pré e pós aplicação Método Pilates

Os resultados mostram os valores dos domínio referentes ao Whoqol-bref pré e pós

aplicação do método Pilates.O domínio ambiental apresentou resultados maior quando

comparado com os outros domínios, sendo subseqüentes os domínios psicológico, social e

físico.

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6. DISCUSSÃO

Como visto no presente estudo dos 36 estagiários do Curso de Fisioterapia, da

Universidade São Francisco, que apresentavam algum tipo de dor lombar se encaixando nas

aulas do Método Pilates 9 (90%) eram do sexo feminino e 1 (10%) do sexo masculino, onde

verificou-se que em alguns estudos epidemiológicos esta prevalência também ocorre. Estes

dados se confirmam no estudo de (PERSCH et al., 2007) onde 12 mulheres e 7 homens

apresentavam algum tipo de dor lombar, entretanto, o estudo de PEREIRA, GONÇALVES e

BARBOSA (2006) relata que a incidência entre os gêneros ocorre por existirem certas

distinções anatômicas e histológicas dos músculos o que são considerados fatores que

predispõem ao surgimento da lombalgia em mulheres o que não ocorre com o gênero

masculino, justificando tais dados apresentados em nosso estudo.(DEDERING et al., 1999

apud PEREIRA et al., 2006). Entretanto alguns estudos mostram as diferenças frente a fadiga,

relatando que a maior parte deles se desenvolveu em indivíduos do sexo masculino, porém

não há aprofundamento no contexto dessas diferenças. (JORGENSEN, 1997 apud PEREIRA

et al., 2006 ). De acordo com o estudo de Silva et al., (2004) os achados são plausíveis, uma

vez que as mulheres, cada vez mais combinam a realização de tarefas domésticas com o

trabalho fora de casa onde estão expostas a cargas ergonômicas, como repetitividade, posição

viciosa e trabalho em grande velocidade, somado às características anátomo-funcionais

(menor estatura, menor massa muscular, menor massa óssea, articulações mais frágeis e

menos adaptadas ao esforço físico pesado, maior peso de gordura) que podem vir a colaborar

para o surgimento das dores lombares crônicas.

Neste estudo cerca de 22 (61%) apresentaram dores lombares e apenas 14 (39%) não

apresentavam patologia nesta região. O estudo de SIQUEIRA, KUCAHÚ e VIEIRA (2008)

avaliaram 56 fisioterapeutas da cidade de Recife, Pernambuco, no qual, apresentou um índice

semelhante a um total de 78,58% de queixas. Esse resultado colabora com nosso estudo que

indica um alto índice de queixas na categoria de Fisioterapeutas, que podem ter se iniciado

durante os atendimentos no estágio, ainda no período da Graduação. Vale ressaltar ainda que

a carga horária de estágio dos alunos do Curso de Fisioterapia, no último ano da graduação é

alta, o equivale a 20% da carga horária total do curso. Na maioria das vezes é superior a 700

horas, dividas em 2 semestres. (Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em

Fisioterapia, 2002).

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Em relação aos resultados obtidos na Escala Visual Numérica, pré aplicação do

método Pilates, a pontuação mais incidente foi a escala de grau de dor 7, sendo seguidos pela

escala de grau 8 e um respectivamente com valores menores, esses resultados obtiveram uma

melhora após aplicação do Método Pilates, nos quais, a maior incidência permaneceu entre 3

e 4, sendo seguidos por escalas menores entre valores de 2 e 1 sem dados significativamente

relevantes aos predominantes. Estes dados se confirmam no estudo de SAKAMOTO et al.,

(2001) apud LIMA et al., (2005) foi utilizado a Escala Visual Numérica, onde demonstrou-se

uma redução gradual da mesma o que correlaciona-se aos resultados obtidos nesse estudo, no

qual evidenciou uma melhora. Neste estudo, foram avaliados 5 pacientes antes da aplicação

de exercícios com bola para estabilização da região pélvica devido o quadro de lombalgia, no

qual apresentavam Escala Visual Numérica entre 5 e 10, e após o tratamento houve uma

redução da escala permanecendo entre os valores 0 e 2 na graduação de dor.

O Teste de 10 minutos de Hendler demonstra no presente estudo que antes da

aplicação do Método Pilates 100% dos estagiários apresentaram pontuação entre 19 e 31

pontos e após o método houve uma variação, sendo que 50% permaneceram entre 19 e 31

pontos e 50% abaixo de 18 pontos. No estudo de CARVALHO et al., (2005), também há uma

redução no escore da escala em pacientes quando submetidos a algum tipo de tratamento

referente a região lombar, entretanto, na literatura não é possível encontrar resultados

estatísticos que justifiquem os resultados apresentados nesse estudo.

No presente estudo após aplicação do método Pilates, observou-se que houve uma

redução de 30% dos casos de hiperlordose apresentados pré aplicação do Método. No estudo

de Lima (2006) um grupo experimental formado por mulheres com diagnóstico de lombalgia

crônica passaram por intervenção através do Método Pilates e cerca de 80% das participantes

tiveram um decréscimo importante nos níveis de dor o que confirma a eficácia do método,

Segundo Vitti e Lucrarete foram avaliados duas formas comuns de exercícios atuantes no

músculo transverso abdominal, o Método Pilates e o exercício tradicional de contração do

mesmo, e também a atuação desse músculo na função normal de estabilidade da coluna. Esses

dados se justificam pelo fato de que o treino com o Método Pilates é mais eficaz quando

comparado aos exercícios de contração, pois mantém a estabilidade lombar pélvica e o

desempenho do músculo transverso abdominal.

Diante dos resultados obtidos, o atual estudo evidenciou que há uma relação na

redução das dores lombares após as sessões com o Método Pilates e o índice de estudantes

que apresentavam hipercifose torácica, onde cerca de 40% dos estagiários apresentavam

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hipercifose torácica e após aplicação do Método Pilates houve uma queda de 20% desses

valores, nos quais podem ser explicados através da utilização de exercícios de fortalecimento

e flexibilidade do mesmo. Segundo KOLYNIAK, CAVALCANTI e AOKI (2004) os

resultados demonstrados no estudo o Método Pilates foi eficiente em promover um aumento

no pico de torque, trabalho total, potência e quantidade de trabalho total durante a extensão do

tronco evidenciando que este método de treinamento pode ser utilizado como estabilizador da

região lombar, sendo eficaz para atenuar o desequilíbrio que possa haver entre a função dos

músculos envolvidos na flexão e extensão do tronco. Os resultados também são justificados

pelo fato da influência dos exercícios promoverem aumento da força muscular, flexibilidade,

melhora da coordenação e do equilíbrio, prevenindo assim o aumento da cifose torácica.

No presente estudo referente aos valores do domínio ao Whoqol-bref pré e pós

aplicação do Método Pilates, o domínio ambiental apresentou resultado maior quando

comparado com os outros domínios, sendo subseqüentes os domínios psicológicos, social e

físico. Esse resultado se contradiz no estudo de Michelone et al (2004) no qual se avaliam os

mesmos domínios em pacientes com câncer colorretal , o qual, o domínio físico obteve maior

resultado significativo, sendo seguidos dos domínios psicológicos e sociais no qual se

relacionam entre si, já o domínio ambiental não apresentou valores significantes. Outro

estudo que não confirma dados do presente estudo é no estudo de Cervan et al., (2008), onde

os domínios físicos e psicológicos demonstram maior relevância quando comparados aos

outros domínios sendo seguidos por resultados menores e insignificantes aos domínios sociais

e ambientais respectivam8ente. Isso se justifica porque nos estudos epidemiológicos

referentes à esses domínios há uma controvérsia associada ao uso de medidas especificas da

QV relacionada a saúde. Alguns autores defendem algum enfoque mais específico da

qualidade de vida, assinalando que esse pode contribuir para melhor identificar as

características relacionadas a um determinado agravo. A qualidade de vida baseia-se em

parâmetros que se referem à percepção subjetiva dos aspectos importantes da vida de uma

pessoa, os quais podem ou não coincidir com indicadores de padrão de vida. Esses dados se

justificam na medida em que muitos estudos são orientados por conveniência de

pesquisadores que atuam na assistência a pessoas acometidas por enfermidades diversas, há

ainda a considerar o desafio de estabelecer uma rotina de avaliação de QV que atenda aos

interesses práticos dos serviços assistenciais, o que inclui demonstrar a utilidade desses

instrumentos para aprimorar processos diagnósticos e para avaliação sistemática de resultados

de tratamento.

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7. CONCLUSÃO

No presente estudo verificou-se que a maioria dos acadêmicos possui dor lombar,

através da proposta de tratamento por meio do Método Pilates, observou-se melhora da

postura e diminuição da dor em estudantes de fisioterapia portadores de lombalgia crônica.

Em relação a qualidade de vida analisada pelos domínios do whoqol-bref observou-se uma

melhora em relação ao domínio ambiental quando comparados aos domínios físicos,

psicológicos e sociais. Isto se deve devido a qualidade de vida refletir a percepção de sua

posição na vida, no contexto da cultura, e do sistema de valores em que vive, em relação aos

seus objetivos, suas expectativas e seus padrões.

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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir deste estudo observa–se que os resultados obtidos poderiam ser mais

expressivos se houvesse maior número de participantes e tempo de tratamento, isto apenas

evidencia a não participação dos alunos nos projetos ofertados pela Universidade o que

favorece aos fatores de risco que podem desencadear uma possível lombalgia crônica devido a

posicionamentos inadequados, sedentarismo entre outros durante a prática do estágio.

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ANEXOS

ANEXO 1

Teste de Investigação de 10 minutos de Hendler

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ANEXO 2 Escala Visual Numérica 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

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ANEXO 3 Avaliação Postural VISTA ANTERIOR Cabeça: Inclinação _______________ Rotação_______________ Ombro __________________ Linha Alba ______________ Pelve ___________________ Joelho __________________ Pé _____________________ VISTA LATERAL Cabeça: Anteriorização _______________ Hipercifose torácica __________________ Ombro ____________________________ Rotação de tronco ___________________ Hiperlordose lombar _________________ Pelve ( )Antiversão ( )Retroversão ( )Normal Joelho ( ) Hiperextensão ( ) Normal VISTA POSTERIOR Cabeça: Inclinação_______________ Rotação_______________ Ombro _______________ Escoliose ( )Sim ( )Não Convexidade torácica ( )D ( )E Convexidade lombar ( )D ( )E Pelve _______________ Prega glútea: elevação ( )D ( )E Prega poplítea: elevação ( )D ( )E Tornozelo ( )Prono ( )Supino ( )Normal

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ANEXO 4

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ANEXO 5

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO – DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA TERMO DE CONSENTIMENTO FORMAL PARA PARTICIPAÇÃO NO PROJETO DE PESQUISA:

OS EFEITOS DO MÉTODO PILATES NO TRATAMENTO DA LOMBALGIA CRÔNICA EM ESTUDANTES

UNIVERSITÁRIOS.

Orientador: Prof. Ms. Dra Rosimeire Simprini Padula, Departamento de Fisioterapia – Universidade São Francisco - USF.

Aluno (a): Thalita Fagundes Local do desenvolvimento do projeto: Departamento de Fisioterapia da Universidade São Francisco, Bragança

Paulista. Eu, ......................................................., ...........anos, RG no................................, residente a rua

(Av.).....................................................................,voluntariamente concordo em participar do projeto de pesquisa acima mencionado, como será detalhado a seguir, sabendo que para a sua realização as despesas monetárias serão de responsabilidade da presente instituição e que por minha participação não serei de maneira nenhuma beneficiado por meio de indenizações financeiras ou semelhantes.

É de meu conhecimento que este projeto será desenvolvido em caráter de pesquisa científica tendo como objetivo investigar os efeitos do tratamento por meio do Método Pilates em estudantes universitários portadores de lombalgia crônica, sendo um com ênfase no efeito do Método Pilates na função dos músculos estabilizadores da lombar e o outro bem como investigar os efeitos do Método Pilates na qualidade de vida dos estudantes de fisioterapia, utilizando o Método Pilates no solo e com bola suíça.

Tenho pleno conhecimento da justificativa, objetivos, benefícios esperados e dos procedimentos a serem executados, pois recebi por parte dos pesquisadores todas as informações necessárias para a compreensão do estudo previamente à assinatura do documento. Será mantido sigilo quanto à identificação de minha pessoa e zelo à minha privacidade.

Estou ciente de que antes do início das intervenções propostas serei submetido a uma detalhada avaliação postural e responderei a um questionário detalhado a respeito de minha qualidade de vida.

Como se trata de um projeto de pesquisa, os resultados não podem ser previstos, e desta forma não conseguimos determinar de forma prévia as dimensões dos resultados positivos da aplicação da técnica, porém, é certo que o voluntário não correrá risco de sofrer nenhum tipo de efeito colateral negativo em função dos tratamentos realizados.

Estou ciente de que para a minha participação neste projeto de pesquisa será extremamente necessária a dedicação de certa quantidade de horas e pontualidade com os horários firmados com os pesquisadores de forma prévia. Caso estes pré-requisitos não sejam respeitados de forma assídua, é de direito dos pesquisadores não mais realizar as intervenções propostas pela investigação no presente voluntário.

Ao mesmo tempo, o voluntário deve assumir o compromisso de retornar nos períodos de controle e seguir as recomendações estabelecidas pelos pesquisadores.

Está claro que a qualquer momento se for da vontade do voluntário este pode não mais participar da investigação proposta sem que para isso sofra qualquer tipo de represália por parte da instituição participante e também por parte dos pesquisadores envolvidos.

Estou ciente da necessidade e concordo em permitir o registro da evolução do tratamento a que serei submetido por meio do Método Pilates , a avaliação postural que serão feitos registros fotográficos do corpo sem necessidade de exposição de minha pessoa e a avaliação da qualidade de vida. Tais atitudes são justificadas pela necessidade de se buscar de forma plena um maior rigor metodológico para futuras publicações em entidades de caráter científico.

Concordo que os dados obtidos ou quaisquer outras informações permaneçam como propriedade exclusiva do pesquisador. Dou pleno direito da utilização desses dados e informações para uso em pesquisa e divulgação em periódicos científicos.

É importante salientar que qualquer dúvida não esclarecida ou insatisfação o voluntário deve entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa para apresentar recursos ou reclamações em relação ao ensaio clínico (fone 11 - 4034-8028).

Bragança Paulista________ de _____________________2010. _________________________________________________________ Assinatura do voluntário _________________________________________________________ Assinatura do pesquisador responsável