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Apoio: 14 A 16/07/2014-FORTALEZA-CE. III FORUM BRICS SINDICAL III BRICS Trade Union Forum - DESELVOLVIMENTO SUSTENTAVEL – TRABALHO DECENTE – INCLUSÃO SOCIAL - SUSTAINABLE DEVELOPMENT - DECENT WORK - SOCIAL INCLUSION Força Sindical participa de evento em Fortaleza A Força Sindical e as demais Centrais estão empenhadas na defesa de uma das mais importantes bandeiras dos trabalhadores brasileiros. Trata-se da redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem re- dução salarial, prevista pela Propos- ta de Emenda Constitucional (PEC) 231/95. A medida, que já há anos aguarda votação no Congresso, vai gerar, se aprovada, segundo o Dieese, dois milhões de novos postos de traba- lho, uma contribuição importante para uma melhor distribuição de renda e para o desenvolvimento da economia brasileira. Além da geração de empregos e dos benefícios econômicos trazidos pela jornada menor, a aprovação da PEC traz consigo um forte apelo social, pois os trabalhadores poderão des- tinar mais tempo para a sua própria valorização profissional, por meio de cursos de qualificação ou requalifi- cação profissionais – fundamentais para o atendimento de um mercado de trabalho cada vez mais exigente e competitivo –, para o convívio familiar ou para opções de lazer. A redução da jornada irá, ainda, con- tribuir efetivamente para a diminui- ção dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais, ainda bastante frequentes em nosso País. Lembramos que a última redução constitucional da jornada de trabalho, de 48 para 44 horas semanais, deu- se em 1988. Portanto, há 26 anos. Trabalho Preocupação é com o aumento de acidentes de trabalho Força Sindical – O que argumentam os empresários? Gonçalves – Segundo notícias veicu- ladas na imprensa, o governo brasileiro, atendendo ao apelo dos empregado- res, suspenderia a fiscalização da NR e as multas. Mas tal atitude vai gerar uma injeção positiva na economia, es- pecialmente na indústria? Aqueles que colocam seus dedos, mãos, braços e a própria vida à mercê da insegurança que grande parte das máquinas oferece foram ouvidos sobre tais decisões? Força Sindical – O que os trabalhadores propõem? Gonçalves – Novas alternativas. Um conjunto de medidas contribuiria para o cumprimento da legislação de segu- rança e saúde no trabalho e a proteção adequada em máquinas, que resultasse em ambientes e condições seguras de trabalho, com máquinas modernizadas e produtivas, sem truques, mágicas ou apelos vergonhosos. Dados das Comunicações de Aci- dentes do Trabalho (CATs) emitidas pelas empresas mostram que, de 2011 a 2013, os acidentes ocorridos com má- quinas somaram um total de 172.115, representando 10.710 amputações, 26.010 fraturas e 358 óbitos. Para proteger os trabalhadores são elaboradas Normas Regulamentado- ras (NRs), que preveem regras para procedimentos de saúde e segurança do trabalho, como a NR 12, que trata da questão de máquinas e equipamentos. Elas são feitas de forma tripartite, ou seja, com a participação de represen- tantes do governo, dos trabalhadores e dos empregadores. Mesmo assim, o patronal vem pressionando o governo para suspendê-la. “Os dirigentes sindi- cais reagiram e o ministro Manoel Dias, do Trabalho e Emprego (MTE), negou que irá atender o pedido dos patrões, mas disse que adotará a medida caso a presidenta Dilma mande”, declara Luís Carlos Oliveira, secretário-adjunto da Secretaria de Saúde e Segurança da Força. Arnaldo Gonçalves, secretário de Saúde e Segurança da Central, explica esta história, que causa indignação. Força Sindical – O que aconteceu com a NR 12? Gonçalves – A NR 12 é uma norma do MTE de 1978. Devido ao grande núme- ro de acidentes nas últimas décadas, mudanças nos processos industriais e outras questões, a NR 12 passou por adaptação, modernização e atualiza- ção, ponderando todas as possibilida- des para se evitar acidentes graves com trabalhadores. Alterações ocorridas ao longo de anos de forma tripartite. Força Sindical – Quando os empresá- rios passaram a criticar a norma? Gonçalves – Após sua republicação em 2010 estabeleceu-se uma polêmica generalizada por parte do patronal, ge- rando notícias de que o governo sus- penderia as fiscalizações e perdoaria multas lavradas pelo descumprimento da mesma. Força Sindical – Os trabalhadores fica- ram indignados, não? Gonçalves – Tal notícia nos causou per- plexidade e repúdio pelo fato e pelos efeitos que poderá produzir. Perdoar multas trabalhistas por irregularidades na segurança do trabalho em máquinas e equipamentos, e suspender a fiscali- zação por descumprimento de regras de segurança no trabalho sob o mesmo contexto, seria, por acaso, atitude ma- dura de um governo democrático, igua- litário e ético? Opinião Reduzir jornada é gerar empregos Miguel Torres Presidente da Força Sindical Deyvilim Dourado Publieditorial Entidades sindicais de Brasil, Rússia, Ín- dia, China e África do Sul participarão do III Fórum BRICS Sindical, entre os dias 14 e 16 de julho, em Fortaleza. O encontro acontecerá paralelamente à realização da VI Cúpula do bloco, marcada para os dias 14 e 15 também na capital cearense “Queremos que os governos desses países reconheçam o BRICS sindical como parte integrante do bloco. Os em- presários já fazem parte. Queremos ser protagonistas.”, declara Nilton Souza da Silva, o Neco, secretário de Relações In- ternacionais da Força Sindical. Os sindicalistas, durante o evento, de- baterão sobre os temas “Desenvolvi- mento Sustentável e Inclusão Social” e “Diálogo Social e Ação Sindical”. Vão participar do encontro dirigentes das seguintes entidades sindicais: ACFTU (China), CTB, CGTB, CUT, UGT, CNPL e Força Sindical (Brasil), Fedusa e Cosa- Trabalhadores lutam pela aplicação da NR 12 172.115 trabalhadores foram acidentados com máquinas entre 2011 e 2013 Renata Castelo Branco ENTREVISTA BRICS SINDICAL

Página Sindical do Diário de São Paulo 11 de julho de 2014 - Força Sindical

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Destaques: Trabalhadores lutam pela aplicação da NR 12; Presidente da Força Sindical, Miguel Torres explica a luta da Central para reduzir a jornada de trabalho no Brasil e gerar empregos; Força participa do encontro do BRICS Sindical em Fortaleza (CE)

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Page 1: Página Sindical do Diário de São Paulo 11 de julho de 2014 - Força Sindical

Apoio:

14 A 16/07/2014-FORTALEZA-CE.

III FORUM BRICS SINDICALIII BRICS Trade Union Forum

- DESELVOLVIMENTO SUSTENTAVEL – TRABALHO DECENTE – INCLUSÃO SOCIAL

- SUSTAINABLE DEVELOPMENT - DECENT WORK - SOCIAL INCLUSION

Força Sindical participa de evento em Fortaleza

A Força Sindical e as demais Centrais estão empenhadas na defesa de uma das mais importantes bandeiras dos trabalhadores brasileiros. Trata-se da redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem re-dução salarial, prevista pela Propos-ta de Emenda Constitucional (PEC) 231/95.A medida, que já há anos aguarda votação no Congresso, vai gerar, se aprovada, segundo o Dieese, dois milhões de novos postos de traba-lho, uma contribuição importante para uma melhor distribuição de renda e para o desenvolvimento da economia brasileira.Além da geração de empregos e dos benefícios econômicos trazidos pela jornada menor, a aprovação da PEC traz consigo um forte apelo social, pois os trabalhadores poderão des-tinar mais tempo para a sua própria valorização profissional, por meio de cursos de qualificação ou requalifi-cação profissionais – fundamentais para o atendimento de um mercado de trabalho cada vez mais exigente e competitivo –, para o convívio familiar ou para opções de lazer.A redução da jornada irá, ainda, con-tribuir efetivamente para a diminui-ção dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais, ainda bastante frequentes em nosso País.Lembramos que a última redução constitucional da jornada de trabalho, de 48 para 44 horas semanais, deu-se em 1988. Portanto, há 26 anos.

Trabalho

Preocupação é com o aumento de acidentes de trabalho

Força Sindical – O que argumentam os empresários?Gonçalves – Segundo notícias veicu-ladas na imprensa, o governo brasileiro, atendendo ao apelo dos empregado-res, suspenderia a fiscalização da NR e as multas. Mas tal atitude vai gerar uma injeção positiva na economia, es-pecialmente na indústria? Aqueles que colocam seus dedos, mãos, braços e a própria vida à mercê da insegurança que grande parte das máquinas oferece foram ouvidos sobre tais decisões?

Força Sindical – O que os trabalhadores propõem?Gonçalves – Novas alternativas. Um conjunto de medidas contribuiria para o cumprimento da legislação de segu-rança e saúde no trabalho e a proteção adequada em máquinas, que resultasse em ambientes e condições seguras de trabalho, com máquinas modernizadas e produtivas, sem truques, mágicas ou apelos vergonhosos.

Dados das Comunicações de Aci-dentes do Trabalho (CATs) emitidas

pelas empresas mostram que, de 2011 a 2013, os acidentes ocorridos com má-quinas somaram um total de 172.115, representando 10.710 amputações, 26.010 fraturas e 358 óbitos.Para proteger os trabalhadores são elaboradas Normas Regulamentado-ras (NRs), que preveem regras para procedimentos de saúde e segurança do trabalho, como a NR 12, que trata da questão de máquinas e equipamentos. Elas são feitas de forma tripartite, ou seja, com a participação de represen-tantes do governo, dos trabalhadores e dos empregadores. Mesmo assim, o patronal vem pressionando o governo para suspendê-la. “Os dirigentes sindi-cais reagiram e o ministro Manoel Dias, do Trabalho e Emprego (MTE), negou que irá atender o pedido dos patrões, mas disse que adotará a medida caso a presidenta Dilma mande”, declara Luís Carlos Oliveira, secretário-adjunto da Secretaria de Saúde e Segurança da Força. Arnaldo Gonçalves, secretário de Saúde e Segurança da Central, explica esta história, que causa indignação.

Força Sindical – O que aconteceu com a NR 12?Gonçalves – A NR 12 é uma norma do MTE de 1978. Devido ao grande núme-ro de acidentes nas últimas décadas, mudanças nos processos industriais e outras questões, a NR 12 passou por adaptação, modernização e atualiza-ção, ponderando todas as possibilida-des para se evitar acidentes graves com

trabalhadores. Alterações ocorridas ao longo de anos de forma tripartite. Força Sindical – Quando os empresá-rios passaram a criticar a norma?Gonçalves – Após sua republicação em 2010 estabeleceu-se uma polêmica generalizada por parte do patronal, ge-rando notícias de que o governo sus-penderia as fiscalizações e perdoaria multas lavradas pelo descumprimento da mesma.

Força Sindical – Os trabalhadores fica-ram indignados, não?Gonçalves – Tal notícia nos causou per-plexidade e repúdio pelo fato e pelos efeitos que poderá produzir. Perdoar multas trabalhistas por irregularidades na segurança do trabalho em máquinas e equipamentos, e suspender a fiscali-zação por descumprimento de regras de segurança no trabalho sob o mesmo contexto, seria, por acaso, atitude ma-dura de um governo democrático, igua-litário e ético?

Opinião

Reduzir jornada é gerar empregos

Miguel Torres

Presidente da Força Sindical

Deyv

ilim D

oura

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Publieditorial

Entidades sindicais de Brasil, Rússia, Ín-dia, China e África do Sul participarão do III Fórum BRICS Sindical, entre os dias 14 e 16 de julho, em Fortaleza. O encontro acontecerá paralelamente à realização da VI Cúpula do bloco, marcada para os dias 14 e 15 também na capital cearense “Queremos que os governos desses países reconheçam o BRICS sindical como parte integrante do bloco. Os em-presários já fazem parte. Queremos ser

protagonistas.”, declara Nilton Souza da Silva, o Neco, secretário de Relações In-ternacionais da Força Sindical.Os sindicalistas, durante o evento, de-baterão sobre os temas “Desenvolvi-mento Sustentável e Inclusão Social” e “Diálogo Social e Ação Sindical”. Vão participar do encontro dirigentes das seguintes entidades sindicais: ACFTU (China), CTB, CGTB, CUT, UGT, CNPL e Força Sindical (Brasil), Fedusa e Cosa-

Trabalhadores lutam pela aplicação da NR 12172.115 trabalhadores foram acidentados com máquinas entre 2011 e 2013

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