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1 Parecer sobre o Índice de Vulnerabilidade Social das Famílias Curitibanas Coordenação: Marcelo Cortes Neri [email protected] 2011

Parecer sobre o Índice de Vulnerabilidade Social das ... · 4 Resumo do Parecer: O principal produto do presente projeto é o aprimoramento da metodologia de construção do Índice

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Parecer sobre o Índice de Vulnerabilidade Social das

Famílias Curitibanas

Coordenação: Marcelo Cortes Neri

[email protected]

2011

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Os artigos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores. As opiniões neles emitidas não exprimem, necessariamente, o ponto de vista da Fundação Getulio Vargas.

Parecer sobre o Índice de Vulnerabilidade Social das Famílias Curitibanas, FGV/CPS, 2011.

[53] p.

1. Classes Econômicas 2. Desigualdade 3. Pobreza 4. Mobilidade Social 5. Nova Classe Média I. Neri, M.C

© Marcelo Neri 2011

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Índice de Vulnerabilidade Social das Famílias

Curitibanas

Índice

Apresentação Geral:

1. Introdução

2. Base Conceitual

3. O Índice de Vulnerabilidade Social de Curitiba – Metodologia

Inicial

4. Índice de Vulnerabilidade de Curitiba – Reforma Metodológica

Proposta

5. Panorama do Cadastro Social Único

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Resumo do Parecer:

O principal produto do presente projeto é o aprimoramento da metodologia de construção do Índice de Vulnerabilidade Social das Familias (IVSF). O desenho do Novo Indice de Vulnerabilidade social das famílias (NIV) pretende aprimorar o desenho do IVSF e de alguma forma facilitar o seu uso para outras finalidades de atuação do município como, por exemplo, o desenho de programas de transferência de renda complementares ao Bolsa Familia, ou a incorporação de maiores pesos aos mais vulneráveis na aferição de resultados no compromisso de gestão das diversas secretarias municipais.

Discutimos neste relatório aspectos conceituais e operacionais do novo índice proposto vis a vis a proposta em vigor. Detalhamos em outro parecer aspectos dinâmicos ou de risco associados a vulnerabilidade. Outro objetivo do presente relatório é a disponibilização de um conjunto integrado de informações sobre o município de Curitiba com objetivo de orientar o aprimoramento e a expansão das ações da Fundação Ação Social (FAS).

Avanços Conceituais

Propomos o aprimoramento do Índice de Vulnerabilidade Social das Famílias (IVSF) incluindo melhorias em termos de metodologia teórica, empírica e ampliação de suas possibilidades de aplicação. Isto se refere principalmente à seleção de variáveis estatisticamente relevantes bem como a determinação do respectivo peso destas variáveis no cálculo do índice. Isto é quanto cada variável do CadÚnico impacta o processo de aferição do nível de fragilidade de cada família. Outra possibilidade se refere a escolha da métrica no índice.

Uma inovação aqui implementada comum ao IVSF foi evitar o uso simples da renda reportada pelas pessoas como no Bolsa Família, para lançar mão do rico acervo de informações presente no CadÚnico referentes ao acesso e uso de ativos. Este tipo de preocupação é partilhada pelo Índice de Desenvolvimento Familiar (IDF) do Ministério de Desenvolvimento Social. A opção foi ampliar o critério da renda que as pessoas reportam possuir no presente para um conceito mais abrangente e estrutural. Ao mesmo tempo evitamos concentrar as aferições de vulnerabilidade ao risco de uma única fonte de informação. É mais manter a simplicidade de quem está trabalhando com uma única variável, renda ou consumo mas que neste caso representa várias dimensões. Isto é possível usando a renda estimada, que distingue as circunstancias temporárias das permanentes assim como evita incentivos de sub-reportagem de renda. Heuristicamente na renda estimada, o que importa é quem é pobre, e não com quem está pobre ou diz que está pobre.

Isto foi implementado mediante a uma equação de renda contra esta miríade de informações do CadÚnico. As informações englobam várias dimensões desde a configuração física da moradia (tipo, número de cômodos, materiais chão, teto, paredes etc.), acesso aos diversos serviços públicos (água, esgoto, luz etc.). Além disso, inclui a educação de todas as pessoas no domicílio, acesso e tipo de posição na ocupação e na desocupação de marido e esposa, a presença de grupos vulneráveis como pessoas com deficiência, grávidas, lactantes e crianças com especial ênfase ao respectivo status escolar.

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No topo da renda estimada pode ser adicionada a renda de programas sociais da folha de pagamentos usando com isso métricas comparáveis. Outro ponto passível de incorporação são diferenças de custo de vida entre regiões e ao longo do tempo. É possível ainda incorporar despesas extras incorridas por determinados grupos da população como pessoas com deficiência ou pessoas da terceira idade quando usamos pesquisas de orçamentos familiares. Nada impede a composição deste indicador com outros de natureza mais subjetiva associada ao trabalho de campo dos assistentes sociais ou de outras considerações mais sistemáticas como tipos de ações afirmativas para crianças, pessoas com deficiência entre outros.

Por outro lado, a transformação da multidimensionalidade da vida das pessoas num plano comum permite integrar as várias versões do CadÚnico, facilitando o processo de transição entre versões. Outra vantagem é a facilidade de incorporar o acesso a outras transferências federais a começar pelo próprio Bolsa Família (BF) e pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC) pelo seu valor de face.

Simulador: Índice de Renda Permanente

Ferramenta utilizada para simular o índice de vulnerabilidade das famílias, através da renda total estimada. Através da combinação de atributos de vulnerabilidade individuais e domiciliares, com ele e possível estimar para cada morador da cidade de Curitiba a sua renda familiar total e per capita.

Para isso, selecione as suas características no formulário abaixo e clique em

Simular.

Os gráficos apresentados mostram a renda domiciliar total e per capita, na ordem: Uma das barras representa o Cenário Atual, com o resultado segundo as características selecionadas; a outra Cenário Anterior apresenta a simulação anterior.

http://www.fgv.br/cps/bd/cur/sim_BF_2010_integrado/index.htm

Índice de Vulnerabilidade A demanda era de um índice não associado a riqueza mas a pobreza e fragilidade

das famílias. O novo índice de vulnerabilidade proposto completa a renda estimada das pessoas até a linha de pobreza fixada de forma a dar mais peso a quem tem menos atributos produtivos. Isto é, leva em conta a gravidade da pobreza ao mesmo tempo que

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possibilita a agregação direta do indicador de famílias, para aglomerados de setores censitários e municípios.

Como demonstramos aqui, é possível utilizar outras formas de agregação que leve por exemplo a desigualdade entre os pobres. Exploramos simulações de valores de mudanças deste critério para aferir a sensibilidade da composição do índice. O expediente central usado trata os pobres, e apenas eles, na medida de sua diferença. A tentativa é buscar os mais pobres dos pobres estruturais. A linha de pobreza usada no índice é a de meio salário mínimo por pessoa. Este parâmetro corresponde ao valor máximo esperado para ser considerado no CadÚnico. Apresentamos também variante deste parâmetro para analisar a sensibilidade da composição do índice.

Componentes do Índice

Upgrades Metodológicos

No que tange a versão corrente do IVSF há possibilidade realizar um salto tanto qualitativo quanto quantitativo das variáveis utilizadas para o cálculo do índice através da aferição do impacto de inúmeras dimensões disponíveis no cadastro sobre a sustentabilidade econômica de uma dada família e posteriormente considerar quanto falta para cada família para chegar ao mínimo de dimensões desejáveis. Um avanço é a determinação dos pesos de cada variável, outra dimensão relacionada é a consideração de que variáveis utilizar. Abaixo, mostramos onde é possível melhorar neste último aspecto, num primeiro momento, para experimentar maior aproximação da realidade das famílias vulneráveis.

Variáveis Relativas ao Domicílio

A começar pelas variáveis relativas ao domicílio, há a possibilidade de adicionar informações sobre materiais internos e externos utilizados na construção, juntamente com o acesso a serviços públicos básicos, tais como água, luz, saneamento. A inclusão desses atributos permite que a avaliação das condições reais de moradia seja mais acurada, além de ser facilmente implementável. O cruzamento de informações sobre número de cômodos e quantidade de pessoas por domicílio é útil para relativizar a vulnerabilidade das famílias, nesse quesito. Por exemplo, uma família com oito pessoas dividindo um cômodo é muito pior que essas mesmas oito pessoas dividindo quatro cômodos; no primeiro caso, elas se encontram muito mais vulneráveis do que no segundo, de modo que não é correto considerar essas duas variáveis separadamente.

Variáveis Relativas ao Núcleo Familiar

Com relação ao núcleo familiar, diversas variáveis merecem atenção. A quantidade de deficiências, calculada para cada pessoa do domicílio, pode ser mais bem especificada com informações sobre necessidade de acompanhamento ou grau de dependência, por exemplo. O cruzamento de informações também se mostra importante no quesito documentação. Saber a faixa etária e a quantidade de pessoas que moram no domicílio são essenciais para saber em que nível está a falta de documentação no domicílio. Se uma família é composta por três pessoas e nenhuma tem documentação, isto representa 100% da família sem documentos, um alto grau de vulnerabilidade.

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‘Grau de instrução’ e ‘Qualificação profissional/Ocupação’ são variáveis essenciais em qualquer análise social, apesar de terem peso pequeno no cálculo feito pela FAS. Portanto, é necessário que a pontuação dada a esses atributos seja aumentada, pois eles representam as principais portas de saída das políticas socioassistencialistas. Isso porque é por meio do investimento no seu capital humano que os beneficiários dessas políticas podem obter independência do assistencialismo estatal. Uma última observação é quanto à mudança de idade para entrar no mercado de trabalho, aqui considerada de 16 anos (aprendiz). Até 17 ou 18 anos, idade média para o término do ensino básico formal (Fundamental e Médio), é preferível que os jovens estejam estudando.

Cadastro Social Único - CadÚnico Criado em julho de 2001, o Cadastro Único para programas Sociais (CadÚnico)

tem por objetivo o cadastramento e a manutenção de informações atualizadas das famílias brasileiras com renda per capita inferior a ½ salário mínimo (SM) ou renda familiar total de até 3 SMs em todos os municípios brasileiros. Recentemente, o CadÚnico passou por uma nova transformação na passagem da sua versão 6 (V6) para a versão 7 (V7), com diversos avanços em particular compuacionais por colocar o cadastro on line na internet.

Os municípios são os responsáveis pela realização do cadastramento. São as prefeituras que o planejam, definem as equipes de cadastradores, realizam as entrevistas junto às famílias, compilam todas as informações e as remetem para o governo federal. Além disso, cabe também ao município manter o registro das famílias atualizado, monitorar e informar a inclusão ou exclusão de cadastrados e zelar pela qualidade das informações.

Atualmente, o Cadastro Único conta com mais de 19 milhões de famílias inscritas. Ele deve ser obrigatoriamente utilizado para seleção de beneficiários e integração de programas sociais do Governo Federal, como o Bolsa Família. Suas informações podem também ser utilizadas pelos governos estaduais e municipais para obter o diagnóstico socioeconômico das famílias cadastradas, possibilitando a análise das suas principais necessidades.

As informações sobre as condições de vida das famílias podem ser organizadas em seis dimensões: 1) vulnerabilidade – composição demográfica das famílias, inclusive com a indicação de mulheres grávidas e amamentando (nutrizes), e também de pessoas com necessidades especiais; 2) acesso ao conhecimento; 3) acesso ao trabalho; 4) disponibilidade de recursos (renda e despesa familiar per capita e despesas com alimentação); 5) desenvolvimento infantil; e 6) condições habitacionais (acesso a serviços públicos básicos como água, saneamento e energia elétrica).

Concretamente apresentamos a seguir a nossa proposta de pesos para o novo Índice de Vulnerabilidade Social das Familias (NIV):

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Variáveis Individuais

VARIÁVEL TIPO / FAIXAS BASE DE CÁLCULO MENOR MAIOR

Mulheres Amamentando

Mulher amamentando 0

soma

0.6268

0.62677419 0.626774194 Mulher amamentando 1 0.6794

Mulher amamentando 2 0.7242

Mulher amamentando 3 0.7631

VARIÁVEL TIPO / FAIXAS BASE DE CÁLCULO MENOR MAIOR

CRIANÇAS DE 0 A 6

CONDIÇÃO

Pessoa de 0 a 6 anos

Não tem ninguem 0 a 6

soma

0.4126

0.4126 0.6268 Tem Alguem de 0 a 6 freq escola priv 0.4252

Tem Alguem de 0 a 6 freq escola pub 0.5806

Tem Alguem de 0 a 6 nao freq escola 0.6268

VARIÁVEL TIPO / FAIXAS BASE DE CÁLCULO MENOR MAIOR

CRIANÇAS E ADOLESCENTES DE 7 A 10 ANOS

CONDIÇÃO

Pessoa de 7 a 10

Não tem ninguem 7 a 10

soma

0.5048

0.5048 0.7075

Alguem de 7 a 10 freq escola priv 0.5732

Alguem de 7 a 10 freq escola pub - Não atrasado 0.6268

Alguem de 7 a 10 freq escola pub - 1 ano atraso 0.6467

Alguem de 7 a 10 freq escola pub - 2 anos atraso 0.6477

Alguem de 7 a 10 freq escola pub - 3 anos ou mais atraso 0.6995

Alguem de 7 a 10 nao freq escola 0.7075

VARIÁVEL TIPO / FAIXAS BASE DE CÁLCULO MENOR MAIOR

Não tem ninguem 11 a 14

soma

0.5627

0.5627 0.7184 ADOLESCENTES DE 11 a 14 anos

Alguem de 11 a 14 freq escola priv 0.5961

Alguem de 11 a 14 freq escola pub - Não atrasado 0.6268

Alguem de 11 a 14 freq escola pub - 1 ano atraso 0.6584

Alguem de 11 a 14 freq escola pub - 2 anos atraso 0.6616

Alguem de 11 a 14 freq escola pub - 3 anos ou mais atraso 0.7184

Alguem de 11 a 14 nao freq escola 0.7097

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VARIÁVEL TIPO / FAIXAS BASE DE CÁLCULO MENOR MAIOR

IDADE

fxage a0 a 4

fazer a média familiar e depois somar

0.4445

0.35677419 0.638064516

fxage b5 a 9 0.4326

fxage c10 a 14 0.4016

fxage d15 a 19 0.3568

fxage e20 a 24 0.3948

fxage f25 a 29 0.6381

fxage g30 a 35 0.6268

fxage h36 a 39 0.6100

fxage i40 a 44 0.6113

fxage j45 a 49 0.6023

fxage l50 a 54 0.5906

fxage m55 a 59 0.5765

fxage z60 ou mais 0.4726

VARIÁVEIS RELATIVAS AO NÚCLEO FAMILIAR

VARIÁVEL TIPO / FAIXAS BASE DE CÁLCULO MENOR

GRAU DE INSTRUÇÃO (campo238)

CONDIÇÕES:

Educação - anos médios de estudos (25 ANOS OU MAIS)

FAZER A MÉDIA NA FAMILIA

Pessoa com Menos de 25 anos

fazer a média familiar e depois somar

0.8823

0.39774194

Educação - Sem instrução ou menos de 3 ano 0.6268

Educação - 4 a 7 anos 0.6177

Educação - 8 a 11 anos 0.6135

Educação - 12 ou mais 0.3977

Campo em branco não contabilizar

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VARIÁVEL TIPO / FAIXAS BASE DE CÁLCULO MENOR MAIOR

QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL / OCUPAÇÃO (campo242)

CONDIÇÕES:

Ocupação - OCUPAÇÃO (25 ANOS OU MAIS)

Pessoa com Menos de 25 anos

fazer a média familiar e depois somar

0.4116

0.2581 0.2581

Ocupação - Não Trabalha 0.7568

Ocupação - Autônomo sem Previdência Social 0.6268

Ocupação - Empregador Rural 0.6142

Ocupação - Aposentado/Pensionista 0.4790

Ocupação - Trabalhador Rural 0.4555

Ocupação - Assalariado sem Carteira de Trabalho 0.4542

Ocupação - Autônomo com Previdência Social 0.4058

Ocupação - zAssalariado com Carteira de Trabalho 0.3432

Ocupação - Empregador 0.2581

Campo em branco não contabilizar

VARIÁVEL TIPO / FAIXAS BASE DE CÁLCULO MENOR MAIOR

QUANTIDADE DE PESSOAS POR DOMICÍLIO (campo222)

1 pessoa

somar

0.5087

0.50870968 0.680967742 2 pessoas 0.6571

3 pessoas ou mais 0.6810

Variáveis de Configuração Física do Domicílio VARIÁVEL TIPO / FAIXAS BASE DE CÁLCULO MENOR MAIOR

Tratamento da Água

Cloração

somar

0.6803

0.62677419 0.680322581 Fervura 0.6784

Sem Tratamento 0.6619

Filtração 0.6268

Campo em branco não contabilizar

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VARIÁVEL TIPO / FAIXAS BASE DE CÁLCULO MENOR MAIOR

Iluminação

Vela

somar

0.6989

0.5781 0.6989

Lampião 0.6181

Sem Relógio 0.6268

Relógio Comunitário 0.6213

Relógio Próprio 0.5781

Campo em branco não contabilizar

VARIÁVEL TIPO / FAIXAS BASE DE CÁLCULO MENOR MAIOR

Material do Domicílio

Adobe

somar

0.5442

0.5442 0.6842

Madeira 0.6755

Material Aproveitado 0.6755

Outro 0.6558

Taipa Não Revestida 0.6842

Taipa Revestida 0.6706

Tijolo/Alvenaria 0.6268

Campo em branco não contabilizar

VARIÁVEL TIPO / FAIXAS BASE DE CÁLCULO MENOR MAIOR

Coleta de Lixo

Enterrado

somar

0.7497

0.6171 0.7497

Céu Aberto 0.6756

Outro 0.6300

Queimado 0.6171

Coletado 0.6268

Campo em branco não contabilizar

VARIÁVEL TIPO / FAIXAS BASE DE CÁLCULO MENOR MAIOR

Abastecimento de Água

Poço/Nascente

somar

0.6845

0.6268 0.6845 Outro 0.6813

Carro Pipa 0.6306

Rede Pública 0.6268

Campo em branco não contabilizar

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VARIÁVEIS RELATIVAS AO DOMICÍLIO

VARIÁVEL TIPO / FAIXAS BASE DE CÁLCULO PONTOS MENOR MAIOR

SITUAÇÃO DO DOMICÍLIO (campo 213) Alugado

somar

0.6468

0.59903226 0.724741935

Cedido 0.7247

Invasão 0.6268

Arrendado 0.5990

Financiada 0.6390

Próprio 0.6365

Outro 0.6529

Campo em branco não contabilizar

VARIÁVEL TIPO / FAIXAS BASE DE CÁLCULO MENOR MAIOR

TIPO DE MORADIA (campo214) Cômodos

somar

0.7013

0.54612903 0.701290323

Apartamento 0.6303

Casa 0.6268

Outro 0.5461

Campo em branco não contabilizar

Tipo de deficiência (fixar)

Sem deficiência 0

0

Com Deficiência

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Sitio da Pesquisa

O sítio da pesquisa www.fgv.br/cps/vulnerabilidade além de textos, slides e vídeos da pesquisa, disponibiliza amplo banco de dados interativo para generalizar resultados e responder as suas perguntas de interesse. Ele permite a cada um decompor e analisar os níveis e as mudanças de indicadores sociais na cidade de Curitiba, desde uma perspectiva própria. Incluímos um amplo conjunto de informações a respeito dos fluxos de renda e de vulnerabilidade dos indivíduos e famílias, o potencial de consumo e da capacidade de geração de renda entre outros.

Disponibilizamos no site um Panorama de Informações construídas com base na versão mais recente do Cadastro Social Único (V7). Com um número grande de variáveis e análises, que incluem entre outras coisas: composição populacional, renda domiciliar e pobreza, este foi construído com intuito de disponibilizar ao usuário um amplo acervo de informações reunidas e diferentes tipos de cruzamentos. O tipo de análise desenvolvida abaixo serve para balizar os pesos do novo índice de vulnerabilidade (NIV) proposto.

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Indicadores de Pobreza

No estabelecimento das medidas de pobreza ou de indigência, temos uma série de outros elementos subjetivos - e arbitrários - envolvidos no processo de agregação dos pobres. A literatura de pobreza baseada em renda (ou consumo) usa, em geral, três indicadores que descrevem a extensão e a intensidade da pobreza e sua variação entre os considerados pobres, chamados família FGT (Foster-Greer-Thorbecke). Eles podem ser tratados como agregadores mas também como transformadores da medida de renda permanente estimada. Vejamos em primeiro lugar os indicadores.

Em primeiro lugar, no índice denominado proporção dos pobres (P0), conta-se a parcela da população cuja renda familiar per capita está abaixo de uma linha de miséria arbitrada.

O P1 constitui um indicador mais interessante, já que leva em conta a intensidade da miséria. Revela quanta renda adicional cada miserável deveria receber para satisfazer as suas necessidades básicas. A utilidade desse indicador no desenho de políticas sociais é direta, pois ele é capaz de informar os valores mínimos necessários para erradicar a miséria. A hipótese subjacente é que cada miserável receberia apenas o suficiente para içá-lo até a linha de pobreza.

Finalmente, o indicador conhecido como P2 eleva ao quadrado a insuficiência de renda ds pobres, priorizando as ações públicas aos mais desprovidos. Se a meta fixada fosse a redução do P0, existiriam incentivos espúrios para a adoção de políticas focadas no segmento logo abaixo da linha de pobreza, e não nos mais miseráveis. Por exemplo, dar em primeiro lugar R$1,00 a quem tem renda de R$79,00 e não R$ 80,00 a quem tem zero. Além dessa inversão de prioridades, o foco das políticas redistributivas seria bastante sensível à escolha sempre arbitrária da linha de miséria.

No caso do P2, independentemente da linha arbitrada, a prioridade é sempre voltada aos de menor renda. A adoção do P2 corresponde à instituição de uma espécie de ascensor social que partiria da renda zero. A meta de redução do P2, ao conferir prioridade máxima às ações voltadas para os mais carentes, é mais eficiente em termos fiscais. Em suma, o P0 conta miseráveis, o P1 conta o dinheiro que falta para se pôr fim ao problema e o P2 nos dá o norte das ações, dizendo por onde começar.

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http://www.fgv.br/cps/bd/cur/CADASTRO7/index_e.htm

Alguns dados do Cadastro Social único na Versão 7 (CadÚnico V7):

Os dados educacionais dos principais responsáveis pelos domicílios representam importante instrumento na identificação da miséria e vulnerabilidade dos demais membros. Os dados mostram que grande parte desses responsáveis não possui o ensino fundamental completo.

Responsável :: Renda familiar (Média) :: RFPC com Bolsa-Família

Categoria Benefícios Total

Sem

instrução

ou menos

de 1 ano

1 a 3

anos

4 a 7

anos

8 a 11

anos

12 anos

ou mais Ignorado

R$ Total 181,58 200,72 198,58 164,7 178,07 429,77 171,81

Pop. % Total 100 9,98 14,52 31,45 17,79 1,6 24,66

Fonte: CPS/FGV a partir dos midrodados do Cadastro Social Único / MDS

Cônjuge :: Renda familiar (Média) :: RFPC com Bolsa-Família

Categoria Benefícios Total

Sem

instrução

ou menos

de 1 ano

1 a 3

anos

4 a 7

anos

8 a 11

anos

12 anos

ou mais Ignorado

R$ Total 187,64 197,98 186,08 173,13 188,97 394,67 195,92

Pop. % Total 100 8,42 16,2 35,42 16,66 1,19 22,1

Fonte: CPS/FGV a partir dos midrodados do Cadastro Social Único / MDS

-- Situação do Domicílio e Serviços Públicos. Segue abaixo, conjunto de tabelas com informações a respeito das características domiciliares.

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Quantidade de Cômodos: O crescimento da renda familiar per capita é monotônico com o número de cômodos existentes no domicílio. Assim, quanto maior a quantidade de cômodos, maior é média per capita apresentada pela família: variam de R$ 73,06 a R$ 282,49 para os que possuem 1 e 7 ou mais cômodos, respectivamente. As medidas de pobreza também refletem as maiores necessidades entre os indivíduos que vivem em domicílios menores. 75% da população que reside em domicílios com apenas 1 cômodo estão abaixo da linha de miséria. O índice P1 desse grupo é 57%, o que perfaz um custo de alívio à miséria de R$ 61,91 por pessoa ao mês.

Medidas de Renda e Miséria - Número de Cômodos

Categoria R$ % Pobres

P0

Hiato de Pobreza

P1

Hiato Quadrático de Pobreza

P2

Custo por

Pessoa

1 87,69 2.43 0.75 0.57 0.52 61.91

2 118,38 5.03 0.64 0.33 0.23 35.46

3 127,4 16.65 0.57 0.26 0.18 28.53

4 136,39 27.33 0.52 0.23 0.15 24.41

5 156,59 30.82 0.44 0.18 0.12 19.61

6 195,12 11.46 0.36 0.15 0.1 16.43

7 ou mais 282,49 5.85 0.24 0.11 0.07 11.39

Zero 73,06 0.44 0.78 0.71 0.68 76.38 Fonte: CPS/FGV a partir dos midrodados do Cadastro Social Único / MDS

Outra importante variável na identificação de pobreza e vulnerabilidade é o número de pessoas na família. O fato é que domicílios menos populosos apresentam renda superior. A renda domiciliar per capita daqueles que vivem sozinhos é de R$ 389,3 e a taxa de pobreza nesse grupo é de 31%. Já nos domicílios com 7 pessoas ou mais, a taxa de miséria é de 61%, com P1 de 30% e custo de alívio de R$ 32,67 ao mês.

Categoria R$

Pobres

P0

Hiato de

Pobreza

P1

Hiato

Quadrático

de Pobreza

P2

Custo

por

Pessoa

1 389,3 0,31 0,22 0,19 23,7

2 233,24 0,29 0,17 0,13 18,57

3 169,16 0,36 0,2 0,15 22,13

4 143,11 0,39 0,21 0,16 23,01

5 126,71 0,47 0,23 0,16 24,67

6 107,61 0,59 0,28 0,19 30,13

7 ou mais 96,36 0,61 0,3 0,2 32,67

Fonte: CPS/FGV a partir dos midrodados do Cadastro Social Único / MDS

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Famílias que vivem em domicílios construídos com tijolo e alvenaria são as que apresentaram maiores níveis de renda domiciliar per capita R$ 165,04. Em Curitiba, 14,22% dos beneficiários encontram-se nesta situação, sendo que 38% desses estão abaixo da linha de miséria. O custo de alívio à pobreza nesse grupo equivale a R$ 21,86 reais ao mês por pessoa, contra R$ 32,44 no grupo que vive em casas de madeira aproveitada, taipa, etc... (R$ 119,89 é a renda média desse grupo).

Medidas de Renda e Miséria - Tipo de Construção

Categoria R$ Pop. %

Pobres

P0

Hiato de

Pobreza

P1

Hiato

Quadrático

de Pobreza

P2

Custo

por

Pessoa

%

Sem informação 87,96 0,86 0,72 0,66 0,64 70,98

Tijolo/Alvenaria 165,04 14,22 0,38 0,2 0,15 21,86

Madeira 143,59 5,53 0,44 0,24 0,17 25,65

Madeira Aproveitada,Taipa

Revestida,Taipa Não Revestida 119,89 1,29 0,55 0,3 0,22 32,44

Outro 154,06 78,09 0,5 0,21 0,14 23,2

Fonte: CPS/FGV a partir dos midrodados do Cadastro Social Único / MDS

A falta de acesso a serviços públicos também está relacionada aos níveis de pobreza. Em geral aqueles providos de melhor infraestrutura apresentaram maiores níveis de renda. Observamos, por exemplo, acesso iluminação. Cerca de 71,37% da população cadastrada já é abastecida por eletricidade em relógio próprio. Esse é o grupo com maior nível de renda R$ 163,64. Em contrapartida, ainda existe 17,47% da população que não possui relógio e 4,86% com relógio comunitário. A taxa de miséria nesses grupos é de 54% e 50% respectivamente.

Medidas de Renda e Miséria - Iluminação

Categoria R$ %

Pobres

P0

Hiato de

Pobreza

P1

Hiato

Quadrático

de Pobreza

P2

Custo

por

Pessoa

%

Sem informação 94,07 0,9 0,71 0,63 0,62 68,65

Relógio próprio 163,64 71,37 0,46 0,2 0,14 22,08

Sem relógio 128,75 17,47 0,54 0,24 0,16 26,46

Relógio comunitário 139,43 4,86 0,5 0,25 0,18 27,26

Lampião 144,75 0,11 0,44 0,2 0,13 21,46

Vela 101,97 0,21 0,69 0,4 0,28 42,73

Outro 132,96 5,08 0,54 0,26 0,17 27,74

Fonte: CPS/FGV a partir dos midrodados do Cadastro Social Único / MDS

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Em seguida, vamos analisar o acesso a rede pública de abastecimento de água. A renda média daqueles que são servidos por rede pública de distribuição é R$ 155,63 contra R$ 132,19 dos que possuem poço ou nascente. É importante frisar que 94,69% da população já possui acesso a este serviço.

Categoria R$ %

Pobres

P0

Hiato de

Pobreza

P1

Hiato

Quadrático

de Pobreza

P2

Custo

por

Pessoa

%

Sem informação 97,55 0,97 0,69 0,61 0,59 65,98

Rede Pública 155,63 94,69 0,48 0,21 0,14 23,01

Poço/Nascente 132,19 1,06 0,57 0,27 0,17 28,66

Outro 131,72 3,28 0,56 0,27 0,18 29,11

Fonte: CPS/FGV a partir dos midrodados do Cadastro Social Único / MDS

Quantidade de Deficientes pelo Tipo de Deficiência - Pessoas portadores de deficiência representam cerca de 3% dos cadastrados no Bolsa-Família, sendo os domicílios assim representados: 2,54% possuem apenas 1 pessoa portadora de deficiência, 0,34% possuem 2 pessoas, 0,06% 3 pessoas ou mais. Em geral a renda dos domicílios com presença de pessoas portando alguma deficiência é maior que os demais.

Categoria R$ %

Pobres

P0

Hiato de

Pobreza

P1

Hiato

Quadrático

de Pobreza

P2

Custo

por

Pessoa

0 152,68 97,05 0,49 0,22 0,15 23,85

1 199,83 2,54 0,29 0,16 0,12 16,88

2 199,63 0,34 0,24 0,1 0,06 10,88

3 136,48 0,05 0,33 0,13 0,07 14,3

4 188,34 0,01 0,04 0,03 0,01 2,75

5 51 0 1 0,53 0,28 57,16

6 69 0 1 0,36 0,15 39,16

Fonte: CPS/FGV a partir dos midrodados do Cadastro Social Único / MDS

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Conclusão do Resumo do Parecer

O Novo Indice de Vulnerabilidade (NIV) proposto lança mão do rico acervo de informações do Cadastro Social Único para captar na definição do seu público-alvo múltiplas dimensões da vida dos pobres. O índice proposto compartilha da multidimensionalidade do IVSF mas avança na determinação de que variáveis incluir e que peso atribuir a elas.

Isto inclui desde o acesso a outras transferências de renda e serviços públicos, configuração física da moradia, educação e trabalho de todos familiares, a presença de pessoas vulneráveis com deficiência, grávidas, lactantes, crianças etc. Primeiro estima a renda permanente das pessoas a partir desta miríade de informações, para depois calcular o déficit em relação a uma renda mínima fixada, dando mais peso a quem tem menos atributos produtivos ou maiores custos de vida, tratando os pobres na medida de suas diferenças.

. O índice transforma a falta de riqueza das pessoas carentes em medidas de vulnerabilidade através do uso de indicadores clássicos de pobreza. É possível ainda incorporar despesas extras incorridas por determinados grupos da população como pessoas com deficiência ou pessoas da terceira idade quando usamos pesquisas de orçamentos familiares.

Por outro lado, a transformação da multidimensionalidade da vida das pessoas tal como no IVSF num plano comum permite integrar as várias versões do CadÚnico, facilitando o processo de transição entre versões. Outra vantagem é a facilidade de incorporar o acesso a outras transferências federais a começar pelo próprio Bolsa Família (BF) e pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC) pelo seu valor de face.

Nada impede a composição deste indicador com outros de natureza mais subjetiva associada ao trabalho de campo dos assistentes sociais ou de outras considerações mais sistemáticas como tipos de ações afirmativas para crianças, pessoas com deficiência entre outros.

Em suma, o NIV compartilha algumas das qualidades da renda como simplicidade, facilidade de combinar com a renda de programas sociais ou de incorporar diferenças de custo de vida proporcionados por situações especiais como da deficiência. Ao mesmo tempo o NIV evita alguns dos defeitos atribuídos ao uso da renda. A busca dos mais pobres dos pobres pelo NIV é facilitada pelo uso da renda estimada a partir de miríade de ativos e carências, e não da renda declarada pelas pessoas. O novo índice procura navegar sobre o Cadastro Social Único com a bússola apontada para quem é pobre e não quem está pobre, ou diz que está pobre.

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Índice de Vulnerabilidade Social – IVS/Curitiba

1. Introdução

O Brasil vem passando por profundas transformações econômicas e sociais desde a década de

1990, principalmente com a estabilização proporcionada pelo Plano Real, de 1994. Essas

mudanças foram potencializadas pelo bom momento econômico internacional e contínuo

aumento do número de políticas sociais a três níveis de governo.

O município de Curitiba tem desempenhado papel de liderança neste processo de transformação

social através de ações locais empreendidas pela Fundação de Assistência Social (FAS) e seu

exemplo e dialogo com outras esferas federativas, em particular seu envolvimento no

melhoramento do Cadastro Social Único (CADÚnico). A renda familiar per capita tem

aumentado, enquanto a pobreza e a desigualdade, medida pelo Índice de Gini, estão caindo; a

geração de empregos e a consequente mobilidade econômica trouxeram o crescimento e a

consolidação de uma “nova classe média” curitibana, conforme demonstrado em pesquisas

homônimas do CPS/FGV. Mesmo assim, muito trabalho ainda deve ser feito, principalmente

para evitar que os avanços já vistos, não sejam perdidos a nível da cidade e de suas famílias. O

desenho de ações sociais em Curitiba enfrenta o desafio de lidar com uma população pobre

relativamente baixa, apenas 3,64% do contingente populacional abaixo da linha de pobreza de

cerca de R$ 151 per capita mês a preços de hoje. Isto sugere a necessidade de se olhar para

segmentos de renda mais altos e a incorporação de ações preventivas e curativas para mitigar

riscos sociais e seus efeitos sobre as famílias curitibanas. O passo inicial deste projeto é o

desenho de um índice de vulnerabilidade social para o município que seja operacional e passível

de incorporação às ações concretas da FAS.

O Relatório de Desenvolvimento Mundial 2000/2001 (BANCO MUNDIAL, 2000c) destaca a

relação entre seguridade, oportunidade e pobreza, a qual traz à tona os conceitos de risco e sua

gestão. Concomitantemente, o termo vulnerabilidade, que se refere à relação entre pobreza, risco

e o esforço para gerir choques. A ideia de Administração Social do Risco (ASR) é uma nova

forma de olhar para essa relação de vulnerabilidade; ela se refere ao modo como a sociedade

gere o risco (ao invés de como gerir riscos sociais). Essa nova perspectiva inclui um conjunto

extenso de estratégias de gerenciamento de risco pró-ativas e reativas, sendo elas formais ou

informais, usadas pelos indivíduos, ou comunidades, ou países, incluindo ações dos diversos

setores da sociedade - público, privado ou informal (HOLZMANN E JORGENSEN, 1999).

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De modo geral, além de aspectos mais permanentes, o conceito de vulnerabilidade implica

riscos, que podem ser vistos como a probabilidade de um indivíduo e/ou de sua família

transitar para um estado precário (pobreza baseada em renda, doença, desemprego etc). A

vulnerabilidade se refere nesta perspectiva à possibilidade, a priori, do indivíduo assumir estado

crítico. Nessa linha de pensamento é necessário considerar a existência de ‘choques’, sejam eles

de saúde ou sociais, como perda de emprego, por exemplo, para saber se há risco para os

indivíduos. Além disso, temos de ver quanto os indivíduos se protegem destes eventos por conta

própria (nos nossos exemplos, acesso a plano de saúde, poupança (ou emprego do cônjuge) ou

pela ação do Estado, o que pode inspirar políticas sociais específicas). Há também de se levar em

conta as possibilidades do estado crítico se tornar crônico. Por exemplo, se quando o pai perde o

emprego, ele abandona o plano de saúde ou o filho adolescente sai da escola para trabalhar.

O trabalho se divide em uma seção que apresenta a base conceitual utilizada, explorando a

interdisciplinaridade de vulnerabilidade e mostrando fatos estilizados para ilustrar o conceito;

uma seção com a metodologia e o modelo de mensuração das famílias vulneráveis, seguida de

uma análise do Cadastro Social Único, representativo das famílias em situação de risco social e

econômico; e uma com o diagnóstico empírico preliminar de aspectos diversos da

vulnerabilidade de Curitiba segundo as dimensões de de pobreza, desigualdade, mobilidade de

renda, saúde entre outras usando diversas bases de dados que são exploradas em maior detalhe

na parte relativa a diagnóstico.

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1. Índice de Vulnerabilidade de Curitiba – Reforma Metodológica

Proposta

Na seção anterior foi possível ter um retrato da metodologia atual do Índice de Vulnerabilidade,

a qual atribui pesos a priori aos atributos classificados como arriscados. Uma crítica feita ao

modelo de cálculo atual é a arbitrariedade quanto aos pesos atribuídos às variáveis, sendo uma

formulação de conceitos ad hoc, ou seja, mais apropriados ao lugar, ao tempo histórico que se

examina. Reconhecemos, porém, que vulnerabilidade envolve diferentes disciplinas e dimensões,

e condensá-las é tarefa complexa, especialmente no desenho de ações concretas. Abordamos a

vulnerabilidade no âmbito econômico e social, até onde os dados existentes operacionais

permitem. A métrica monetária é essencial nesse processo, pois permite que comparemos

diferentes grupos e variáveis, sendo amplamente utilizada no trabalho.

Nossa proposta consiste, portanto, em basear a análise de vulnerabilidade na abordagem

econômica, aliando aspectos quantitativos e qualitativos presentes nas diferentes bases de dados

disponíveis. A tabela abaixo sintetiza possíveis abordagens de vulnerabilidade; o principal

objetivo é utilizar as pesquisas domiciliares para chegar às variáveis relevantes e os pesos

adequados, onde o grau de necessidade dos indivíduos será medido a partir de técnicas

estatísticas robustas e confiáveis.

Tabela 4: Abordagens de vulnerabilidade

Análise Qualitativa Abordagens Econômicas

Ênfase na autoanálise dos pobres sobre efeitos de choques e políticas públicas

Ênfase na mensuração externa, utilizando pesquisas domiciliares e outras pesquisas quantitativas

Ênfase em diferentes flutuações ao longo do tempo - elementos cíclicos de privação, como sazonalidade e tendências de longo prazo

Ênfase na análise detalhada de diferentes tipos de choques

Vulnerabilidade analisada em várias unidades - indivíduos, domicílios, comunidades, grupos sociais etc

Vulnerabilidade analisada primeiramente no nível domiciliar

Análise inclui medidas não monetárias, como acesso a remédios, escassez de alimentos etc.

Análise permite mensuração e quantificação, mas pode deixar passar elementos importantes de ativos e estratégias de sustento de domicílios e comunidades pobres

Fonte: Adaptado de Norton, Conway e Foster (2001)

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A teoria econômica forneceu a matéria-prima para o desenvolvimento da nova metodologia do

índice de vulnerabilidade. A Teoria da Renda Permanente (TRP), desenvolvida por Milton

Friedman (1957), consiste em uma teoria de consumo e afirma que as escolhas de consumo feitas

pelos indivíduos são determinadas pelas expectativas de renda a longo prazo, e não pela sua

renda corrente. A renda corrente e o consumo corrente contêm elementos permanentes

(antecipado e planejado) e transitórios (ganhos extraordinários/inesperados). O principal

determinante do consumo é a riqueza real de um indivíduo, não o seu rendimento atual

disponível. A renda permanente é determinada pelos recursos físicos (ações, títulos,

propriedades) e humanos (educação e experiência) possuídos. Esses ativos influenciam a

capacidade de geração de renda pelo consumidor.

Diversos modelos de estimação da renda são derivados da TRP, principalmente quando o

objetivo é realizar políticas públicas focalizadas. Nesse contexto, utilizamos um conceito

amplamente difundido na literatura e já implementado pelo Centro de Políticas Sociais –

CPS/FGV: o Teste de Elegibilidade Representativa (Proxy Means Test, na sigla em inglês). O

método envolve usar características observáveis dos indivíduos ou domicílios para representar o

bem estar das famílias. As variáveis são escolhidas a partir de sua capacidade de previsão de bem

estar, segundo alguma referência; no nosso caso, estimamos a renda permanente. A vantagem

desse modelo é a transparência e objetividade, além da eficiência e baixa probabilidade de erros

de inclusão de não vulneráveis. Com isso, desenvolvemos uma metodologia operacional que é

sensível às mazelas observáveis da população estudada.

O upgrade mais importante para o Índice de Vulnerabilidade é, portanto, a utilização de um

modelo de imputação da renda familiar, constituindo um novo paradigma nas políticas sociais

brasileiras (Argentina, Peru, Turquia, Indonésia, Índia são exemplos de países que usam ou estão

desenvolvendo esse método – Coady et al., 2004). É realizado um teste de elegibilidade

multidimensional, que permite identificar a população em condição de pobreza/vulnerabilidade

com base em características individuais ou domiciliares correlacionadas com a renda. Como

existe uma gama de variáveis no CadÚnico que atendem essa condição, esse é a principal base

de dados. O objetivo do método é, a partir das informações estatísticas sobre indivíduos e

domicílios, aplicar modelagem estatística e construir indicadores para ordenar as famílias. O

maior avanço dessa metodologia é indicar quem é pobre, e não quem está pobre, isto é,

diferenciar quem se encontra em condição de pobreza permanente de quem está em pobreza

transitória (renda corrente baixa, renda permanente alta) ou corre este risco (renda corrente alta,

renda permanente baixa), respectivamente.

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A decisão de utilizar renda imputada se deve à busca por maior eficiência no uso dos recursos

públicos, ou seja, quanto mais preciso for o método utilizado para alcançar os pobres, menor será

o desperdício e custos envolvidos. Ao utilizar dados sobre educação de todos os membros do

domicílio, condições trabalhistas dos adultos, acesso a políticas públicas, acesso a serviços

públicos, posse de ativos privados, condições habitacionais, entre outras, é possível criar um

modelo operacional a vulnerabilidade a nível de cada família inscrita no CadÚnico local. E ainda

fornece um panorama da vulnerabilidade de Curitiba passível de comparações com demais

municípios brasileiros.

Uma das principais vantagens do sistema proposto é tornar possível que domicílios semelhantes

recebam o mesmo tratamento, mesmo se avaliados em dias diferentes. Assim, no intuito de evitar

corrupção ou politização e maximizar a focalização das ações sociais (minimizando as chances

de excluir do programa famílias que deveriam ser incluídas), a variável renda utilizada no atual

método do IVSF é calculada com base na estimativa gerada pelo modelo, sem arbitrariedade na

escolha de pesos, com grande eficiência e transparência.

Para que o método seja eficiente, quatro fatores devem ser observados. Primeiro, as variáveis

escolhidas devem ser excelentes preditores da renda. Segundo, o modelo deve ser parcimonioso,

ou seja, as proxies devem ser em número relativamente baixo, mas fácil de medir e verificar.

Terceiro, deve ser atingido um nível aceitável das taxas de vazamento e cobertura, atingindo

bom nível de focalização. Por último, o modelo deve mostrar a população mais vulnerável.

As informações utilizadas no modelo proposto são: posição na ocupação dos adultos ( “chefe” de

família e do cônjuge); freqüência e atraso escolares das crianças, adolescentes do domicílio,

diferenciadas por faixas de idade; grau de instrução do chefe e do cônjuge, faixa etária dos

moradores do domicílio; informações sobre moradia e acesso a serviços básicos. Uma

observação pertinente é quanto à atualização do modelo, é possível incluir mudanças na estrutura

do cadastro que é particularmente importante, variantes para a análise dos determinantes da

vulnerabilidade e busca contínua da precisão do método.

Apresentamos inicialmente um simulador que incorpora o modelo que será usado na imputação

para cada família permitindo a cada um analisar a sensitividade do modelo gerado as variáveis

sem entrar em aspectos técnicos que serão explorados na sequência.

Vejamos então os insights que a equação minceriana da renda familiar total oferece. A principal

idéia dos coeficientes do modelo é: se o coeficiente é negativo, o atributo que ele representa

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efeito marginal bruto relativo controlado em termos de variação de renda é negativo. Se for

positivo, há um efeito marginal positivo na renda familiar total.

Equação Minceriana

A equação minceriana de salários serve de base a uma vasta literatura empírica de economia do trabalho. O modelo salarial de Jacob Mincer (1974) é o arcabouço utilizado para estimar retornos da educação, entre outras variáveis determinantes do salário. Mincer concebeu uma equação para rendimentos que seria dependente de fatores explicativos associados à escolaridade e à experiência, além de possivelmente outros atributos, como sexo, por exemplo.

Essa equação é a base da economia do trabalho em particular no que tange aos efeitos da educação. Sua estimação já motivou centenas de estudos, que tentam incorporar diferentes custos educacionais, como impostos, mensalidades, custos de oportunidades, material didático, assim como a incerteza e a expectativa dos agentes presentes nas decisões, o progresso tecnológico, não linearidades na escolaridade etc. Identificando os custos da educação e os rendimentos do trabalho, viabilizou o cálculo da taxa interna de retorno da educação, que é a taxa de desconto que equaliza o custo e o ganho esperado de se investir em educação –- a taxa de retorno da educação, que deve ser comparada com a taxa de juros de mercado para determinar a quantidade ótima de investimento em capital humano. A equação de Mincer também é usada para analisar a relação entre crescimento e nível de escolaridade de uma sociedade, além dos determinantes da desigualdade.

O modelo econométrico de regressão típico decorrente da equação minceriana é: ln w = β0 + β1 educ + β2 exp + β3 exp² + γ′ x + є

onde: w é o salário recebido pelo indivíduo; educ é a sua escolaridade, geralmente medida por anos de estudo; exp é sua experiência, geralmente aproximada pelo idade do indivíduo; x é um vetor de características observáveis do indivíduo, como raça, gênero, região; e є é um erro estocástico.

Este é um modelo de regressão no formato log-nível, isto é, a variável dependente – o salário – está em formato logaritmo e a variável independente mais relevante - a escolaridade – está em nível. Portanto, o coeficiente β1 mede quanto um ano a mais de escolaridade causa de variação proporcional no salário do indivíduo. Por exemplo, se β1 é estimado em 0,18, isso quer dizer que cada ano a mais de estudo está relacionado, em média, com um aumento de salário de 18%.

Matematicamente, tem-se que: Derivando, encontramos que ( ∂ ln w / ∂ educ ) = β1 Por outro lado, pela regra da cadeia, tem-se que: (∂ ln w / ∂ educ) = (∂ w / ∂ educ) (1 / w) = (∂ w / ∂ educ) / w) Logo, β1 = (∂ w / ∂ educ) / w, correspondendo, portanto, à variação percentual do salário

decorrente de cada acréscimo unitário de ano de estudo.

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2. Da Renda Permanente ao Índice de Vulnerabilidade

Propomos aqui como função transformadora da renda estimada a partir do CadÚnico ao

índice de vulnerabilidade. Uma maneira de trabalhar este trajeto é a partir dos indicadores clássicos de

pobreza P0, P1 e P2. O hiato médio (P1) constitui um indicador mais interessante que a proporção de

pobres (P0), mais simples, por diferenciar o muito pobre do pouco pobre. Enquanto o P0 identifica

quantos são pobres, o P1 mostra a gravidade do problema, dando diretamente o custo do programa de

combate à pobreza mais eficiente que pode ser implementado. P1 confere maior valor aos mais pobres,

mas o impacto de uma dada transferência de renda sobre o índice independe do nível de renda daqueles

que recebem a transferência. O P2 resolve este problema atribuindo mais peso para os mais pobres ao

elevar ao quadrado o hiato de pobreza observado. Preferimos por razões de simplicidade expositiva e por

permitir a agregação trabalhar com o indicador intitulado P1.

Usamos como linha de referencia a distancia em relação à linha de 310 reais por pessoa

mês que seria ao novo salário mínimo próximo ao máximo permitido para se entrar no

CadÚnico. Assim evitamos valores nulos e negativos.

No presente parecer, o peso de cada categoria de variável no indicador de vulnerabilidade

se refere ao seu impacto no déficit de renda estimada (permanente) o isto é o que falta para

alcançar a linha de referencia, mantendo as demais variáveis constantes. Preferimos levar em

conta a correlação estatística das variáveis de forma a isolar o efeito de cada uma delas. Por

exemplo, vejamos o caso de um aumento da escolaridade da mãe de família que tende a

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aumentar a empregabilidade em melhores ocupações ao mesmo tempo que tende a levar uniões

com pessoas de escolaridade mais alta que por sua vez aumenta a empregabilidade do parceiro.

Se o cálculo for feito em termos bivariados sem levar em conta esta interação estaremos

representando diversas vezes estas variáveis.

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O Índice de Vulnerabilidade Social de Curitiba – Metodologia Inicial

Motivada pela preocupação de abordar de forma mais integral e completa não somente a

pobreza, mas também as diversas modalidades de desvantagem social, a FAS procurou

desenvolver um indicador do desenvolvimento social e da qualidade de vida da população

curitibana. Para a obtenção do Índice de Vulnerabilidade das Famílias de Curitiba na antiga

metodologia foram utilizadas informações do Cadastro Único dos Programas Sociais –

CadÚnico, que é um instrumento nacional para coleta de informações utilizadas na identificação

de famílias potencialmente ingressantes nas ações de Assistência Social, como programas de

transferência de renda (Bolsa Família).

O índice é composto pela combinação entre as variáveis relativas aos domicílios e à situação dos

membros do núcleo familiar, além de características da realidade local. As informações

selecionadas no CadÚnico são as que melhor refletem condições de vulnerabilidade da

população, tais como: risco na habitação, risco social (presença de idosos e deficientes, baixa

renda, falta de qualificação para o trabalho) e risco ao desenvolvimento da criança e adolescente.

Abaixo se encontram descrições das variáveis:

1- Variáveis Domiciliares: situação do domicílio; tipo de moradia; número de cômodos;

quantidade de pessoas por domicílios;

2- Variáveis Referentes aos Membros do Núcleo Familiar: quantidade de pessoas com

deficiência; total de pessoas sem documentação; grau de instrução; qualificação

profissional/ocupação; quantidade de crianças de 0 a 7 anos no domicílio (e que ficam

sozinhas no domicílio); quantidade de crianças entre 0 e 6 anos que não freqüentam

creche e educação infantil; quantidade de crianças e adolescentes que não freqüentam

escola; número de idosos no domicílio; renda média familiar per capita mensal.

Adotou-se uma pontuação simples para cada variável – que oscila de 1 a 3, sendo 1 para a

melhor situação e 3 para a pior. A soma da pontuação das variáveis, subtraído de 2 pontos das

famílias que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC), resulta num índice sintético

que indica diferentes graus de vulnerabilidade social. Os graus seguem a Escala de Likert, a qual

requer que avaliadores indiquem um grau para as informações que estão sendo medidas

utilizando intervalos de cinco pontos em ordem crescente.

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Um sistema informatizado permite calcular o índice de vulnerabilidade de cada família em

conexão com o território a que pertence e a data de realização do cadastro. É possível identificar

a distribuição das famílias em vários níveis, como: 1) município; 2) administrações regionais; 3)

bairros; 4) territórios de CRAS; 5) micro-territórios; 6) variáveis que compõem o índice.

A Fundação de Ação Social (FAS) realizou, em 2008, uma pesquisa sobre a aplicação piloto do

IVSF. Foram selecionadas 450 famílias, mas 303 foram pesquisadas; das 147 famílias que não

foram pesquisadas, 95% apresentava problemas no cadastro, principalmente por informações não

existentes, o que denota falta de atualização do banco de dados. Quanto à vulnerabilidade, das

148 famílias que já participam de ações socioassistenciais 75,36% são altamente vulneráveis; das

que são beneficiárias de programas de transferência de renda do governo federal, 58%

apresentam vulnerabilidade alta. Comparando os graus de risco entre a data de cadastro das

famílias e a atualização, 23% estão melhores que antes, enquanto que quase 50% se encontram

na mesma faixa.

A pesquisa conseguiu captar características básicas identificadas nas famílias vulneráveis.

Abaixo apresentamos um resumo com essas informações.

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VULNERABILIDADE

BAIXA MÉDIA ALTA

Sem casa própria Falta definição familiar Baixa renda financeira

Trabalho mal remunerado Menor qualificação Pouca escolaridade

Baixa escolaridade Trabalho informal Problemas de saúde crônicos

Poucos membros na família Situação econômica razoável Moradia Insalubre

Crianças matriculadas Baixa escolaridade Conflitos familiares

Melhor qualificação Doença mental ou crônica Droga, alcoolismo, evasão escolar

Uso de drogas psicoativas Violência doméstica

Ambiente é vulnerável (bairro), mas condições familiares são satisfatórias

Variáveis fragilizadas, dificuldades de superação

Com relação ao IVSF, especificamente, ele apresenta aspectos positivos e negativos1, dentre os

quais:

POSITIVOS NEGATIVOS

Padronização de conceitos Base CadÚnico desatualizada

Foco de ação direcionado Sistema lento

Conhecimento da vulnerabilidade da família

Questões subjetivas que não se enquadram nas propostas

Visibilidade do trabalho Baixa velocidade de atualização

Sistematização

Maior aproximação com a comunidade

Objetividade e intensificação das ações

Melhor acompanhamento das famílias

Os aspectos negativos apresentados acima são referentes, principalmente, à atualização dos

dados. Desse modo, a criação de uma infraestrutura para atualização constante e eficiente

resolveria a grande parte dos problemas existentes. O outro problema existente é de adequação

metodológica. A próxima seção ilustrará melhor esse ponto.

1 Diagnóstico do índice feito pela FAS.

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31

Apresentamos abaixo o modelo preliminar estimado já com as informações do cadastro único da

FAS para o município:

Variáveis Utilizadas do CadÚnico

Class

Variable Label Levels Values

eduadu Escolaridade 6 aSem instrução ou menos de 3 ano c4 a 7 d8 a 11 eignorado gAbaixo de 25 anos z12

ou mais

posadu Escolaridade 12 Abaixo de 25 anos Aposentado/Pensionista Assalariado sem Carteira de Trabalho

Autônomo com Previdência Social Autônomo sem Previdência Social Empregador

Empregador Rural Não Trabalha Não informado Outra Trabalhador Rural

zAssalariado com Carteira de Trabalho

crianca1 4 Alguém de 0 a 6 freq escola priv Alguem de 0 a 6 freq escola pub Não tem ninguem

0 a 6 ZAlguem de 0 a 6 nao freq escola

crianca5n 8 aAlguem de 7 a 10 freq escola priv bAlguem de 7 a 10 freq escola pub - Não

atrasado cAlguem de 7 a 10 freq escola pub - 1 ano atraso dAlguem de 7 a 10 freq

escola pub - 2 anos atraso eAlguem de 7 a 10 freq escola pub - 3 anos ou mais atraso

fNão tem ninguem 7 a 10 gIgnorado zZAlguem de 7 a 10 nao freq escola

crianca6n 8 aAlguem de 11 a 14 freq escola priv bAlguem de 11 a 14 freq escola pub - Não

atrasado cAlguem de 11 a 14 freq escola pub - 1 ano atraso dAlguem de 11 a 14 freq

escola pub - 2 anos atraso eAlguem de 11 a 14 freq escola pub - 3 anos ou mais

atraso fNão tem ninguem 11 a 14 gIgnorado zZAlguem de 11 a 14 nao freq escola

crianca3n 8 aAlguem de 15 a 17 freq escola priv bAlguem de 15 a 17 freq escola pub - Não

atrasado cAlguem de 15 a 17 freq escola pub - 1 ano atraso dAlguem de 15 a 17 freq

escola pub - 2 anos atraso eAlguem de 15 a 17 freq escola pub - 3 anos ou mais

atraso fNão tem ninguem 15 a 17 gIgnorado zZAlguem de 15 a 17 nao freq escola

ocupado5 3 Alguem de 18 a 24 não ocupado Não tem ninguem 18 a 24 ZAlguem de 18 a 24

ocupado

fxage Faixas etárias 14 a0 a 4 b5 a 9 c10 a 14 d15 a 19 e20 a 24 f25 a 29 g30 a 35 h36 a 39 i40 a 44 j45 a 49

l50 a 54 m55 a 59 nIgnorado z60 ou mais

Q1_213 situação do

domicílio

7 Alugado Arrendado Cedido Financiada Invasão Outro zPróprio

Q1_218 tratamento de

água

5 Cloração Fervura Outro Sem Tratamento zFiltração

Q1_214 tipo de

domicílio

4 Apartamento Cômodos Outro zCasa

Q1_219 tipo de

iluminação

6 Lampião Outro Relógio Comunitário Sem Relógio Vela zRelógio Próprio

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32

Variáveis Utilizadas do CadÚnico

Class

Variable Label Levels Values

Q1_216 tipo de

construção

7 Adobe Madeira Material Aproveitado Outro Taipa Não Revestida Taipa Revestida

zTijolo/Alvenaria

Q1_221 destino do lixo

no domicílio

5 Céu Aberto Enterrado Outro Queimado zColetado

Q1_220 escoamento

sanitário

6 Céu Aberto Fossa Rudimentar Fossa Séptica Outro Vala zRede Pública

Q1_217 tipo de

abastecimento

de água

4 Carro Pipa Outro Poço/Nascente zRede Pública

Apresentamos abaixo o grau de significância do conjunto de coeficientes estimados para cada

variável no modelo. Todos se mostraram altamente significativos ao nível de pelo menos 0,0001.

Tests of Model Effects

Effect Num DF F Value Pr > F

Model 91 811.94 <.0001

Intercept 1 6428.51 <.0001

eduadu 4 101.78 <.0001

posadu 10 2223.55 <.0001

npes 1 20880.1 <.0001

crianca1 3 1512.10 <.0001

crianca5n 7 662.16 <.0001

crianca6n 7 463.15 <.0001

crianca3n 7 270.02 <.0001

ocupado5 2 7195.22 <.0001

fxage 12 96.37 <.0001

Q1_213 6 307.20 <.0001

Q1_218 4 186.36 <.0001

Q1_214 3 52.43 <.0001

Q1_219 5 84.81 <.0001

Q1_216 6 66.90 <.0001

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33

Tests of Model Effects

Effect Num DF F Value Pr > F

AMAMENTANDO 1 284.81 <.0001

Q1_221 4 6.56 <.0001

Q1_220 5 111.46 <.0001

Q1_217 3 41.35 <.0001

Finalmente, apresentamos as estimativas de cada variável do modelo e seguida de respectivas análises:

Estimated Regression Coefficients

Parameter Estimate

Standard

Error t Value

Pr > |t

|

Intercept 5.5339711 0.03995924 138.49 <.0001

eduadu aSem instrução ou menos de 3 ano -0.4799898 0.02601256 -18.45 <.0001

eduadu c4 a 7 -0.4545256 0.02582203 -17.60 <.0001

eduadu d8 a 11 -0.4439390 0.02629913 -16.88 <.0001

eduadu eignorado -0.3718789 0.02668902 -13.93 <.0001

eduadu gAbaixo de 25 anos -1.6326884 0.13428709 -12.16 <.0001

eduadu z12 ou mais 0.0000000 0.00000000 . .

posadu Abaixo de 25 anos 0.0000000 0.00000000 . .

posadu Aposentado/Pensionista -0.2317169 0.01058772 -21.89 <.0001

posadu Assalariado sem Carteira de Trabalho -0.1852357 0.00910503 -20.34 <.0001

posadu Autônomo com Previdência Social -0.1001300 0.01696893 -5.90 <.0001

posadu Autônomo sem Previdência Social -0.5652947 0.00534982 -105.67 <.0001

posadu Empregador 0.1216641 0.09391542 1.30 0.1952

posadu Empregador Rural -0.5323269 0.23550273 -2.26 0.0238

posadu Não Trabalha -0.9934781 0.00843888 -117.73 <.0001

posadu Não informado -1.1943684 0.13187947 -9.06 <.0001

posadu Outra -0.8072979 0.01599216 -50.48 <.0001

posadu Trabalhador Rural -0.1875102 0.14715290 -1.27 0.2026

posadu zAssalariado com Carteira de Trabalho 0.0000000 0.00000000 . .

npes 0.3336825 0.00230923 144.50 <.0001

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34

Estimated Regression Coefficients

Parameter Estimate

Standard

Error t Value

Pr > |t

|

crianca1 Alguem de 0 a 6 freq escola priv 0.4316784 0.03034949 14.22 <.0001

crianca1 Alguem de 0 a 6 freq escola pub 0.1156214 0.00860518 13.44 <.0001

crianca1 Não tem ninguem 0 a 6 0.4532614 0.00703302 64.45 <.0001

crianca1 ZAlguem de 0 a 6 nao freq escola 0.0000000 0.00000000 . .

crianca5n aAlguem de 7 a 10 freq escola priv 0.3776252 0.03930133 9.61 <.0001

crianca5n bAlguem de 7 a 10 freq escola pub - Não

atrasado

0.2436963 0.01551872 15.70 <.0001

crianca5n cAlguem de 7 a 10 freq escola pub - 1 ano

atraso

0.1888103 0.02083210 9.06 <.0001

crianca5n dAlguem de 7 a 10 freq escola pub - 2 anos

atraso

0.1860435 0.02696866 6.90 <.0001

crianca5n eAlguem de 7 a 10 freq escola pub - 3 anos ou

mais atraso

0.0267777 0.03402592 0.79 0.4313

crianca5n fNão tem ninguem 7 a 10 0.5265130 0.01030207 51.11 <.0001

crianca5n gIgnorado 0.1740233 0.01042062 16.70 <.0001

crianca5n zZAlguem de 7 a 10 nao freq escola 0.0000000 0.00000000 . .

crianca6n aAlguem de 11 a 14 freq escola priv 0.3301256 0.04422809 7.46 <.0001

crianca6n bAlguem de 11 a 14 freq escola pub - Não

atrasado

0.2511659 0.02183687 11.50 <.0001

crianca6n cAlguem de 11 a 14 freq escola pub - 1 ano

atraso

0.1622390 0.02314307 7.01 <.0001

crianca6n dAlguem de 11 a 14 freq escola pub - 2 anos

atraso

0.1530113 0.02445299 6.26 <.0001

crianca6n eAlguem de 11 a 14 freq escola pub - 3 anos ou

mais atraso

-0.0301512 0.02193096 -1.37 0.1692

crianca6n fNão tem ninguem 11 a 14 0.4095671 0.01532640 26.72 <.0001

crianca6n gIgnorado 0.1052755 0.01509947 6.97 <.0001

crianca6n zZAlguem de 11 a 14 nao freq escola 0.0000000 0.00000000 . .

crianca3n aAlguem de 15 a 17 freq escola priv 0.1908399 0.03955583 4.82 <.0001

crianca3n bAlguem de 15 a 17 freq escola pub - Não

atrasado

0.0953936 0.02349380 4.06 <.0001

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35

Estimated Regression Coefficients

Parameter Estimate

Standard

Error t Value

Pr > |t

|

crianca3n cAlguem de 15 a 17 freq escola pub - 1 ano

atraso

0.0252402 0.02292885 1.10 0.2710

crianca3n dAlguem de 15 a 17 freq escola pub - 2 anos

atraso

0.0070739 0.02207120 0.32 0.7486

crianca3n eAlguem de 15 a 17 freq escola pub - 3 anos ou

mais atraso

-0.2258188 0.01585607 -14.24 <.0001

crianca3n fNão tem ninguem 15 a 17 0.1260350 0.01037123 12.15 <.0001

crianca3n gIgnorado -0.1017427 0.01060015 -9.60 <.0001

crianca3n zZAlguem de 15 a 17 nao freq escola 0.0000000 0.00000000 . .

ocupado5 Alguem de 18 a 24 não ocupado -0.7308484 0.00613993 -119.03 <.0001

ocupado5 Não tem ninguem 18 a 24 -0.4160840 0.00600460 -69.29 <.0001

ocupado5 ZAlguem de 18 a 24 ocupado 0.0000000 0.00000000 . .

fxage a0 a 4 0.0515503 0.13196133 0.39 0.6961

fxage b5 a 9 0.0730488 0.13194368 0.55 0.5798

fxage c10 a 14 0.1261408 0.13252194 0.95 0.3412

fxage d15 a 19 0.1984487 0.13187040 1.50 0.1324

fxage e20 a 24 0.1372881 0.13180543 1.04 0.2976

fxage f25 a 29 -0.3765925 0.01345309 -27.99 <.0001

fxage g30 a 35 -0.3461254 0.01246496 -27.77 <.0001

fxage h36 a 39 -0.3018861 0.01284717 -23.50 <.0001

fxage i40 a 44 -0.3053324 0.01202987 -25.38 <.0001

fxage j45 a 49 -0.2821586 0.01206926 -23.38 <.0001

fxage l50 a 54 -0.2539545 0.01237619 -20.52 <.0001

fxage m55 a 59 -0.2193252 0.01310831 -16.73 <.0001

fxage nIgnorado 0.0000000 0.00000000 . .

fxage z60 ou mais 0.0000000 0.00000000 . .

Q1_213 Alugado -0.0286666 0.00689801 -4.16 <.0001

Q1_213 Arrendado 0.0976500 0.07286499 1.34 0.1802

Q1_213 Cedido -0.2781876 0.00761687 -36.52 <.0001

Q1_213 Financiada -0.0073444 0.01113345 -0.66 0.5095

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36

Estimated Regression Coefficients

Parameter Estimate

Standard

Error t Value

Pr > |t

|

Q1_213 Invasão 0.0263137 0.00573167 4.59 <.0001

Q1_213 Outro -0.0467731 0.02796051 -1.67 0.0944

Q1_213 zPróprio 0.0000000 0.00000000 . .

Q1_218 Cloração -0.1553730 0.00702906 -22.10 <.0001

Q1_218 Fervura -0.1491077 0.01699762 -8.77 <.0001

Q1_218 Outro 0.1037944 0.01416099 7.33 <.0001

Q1_218 Sem Tratamento -0.0993009 0.00657874 -15.09 <.0001

Q1_218 zFiltração 0.0000000 0.00000000 . .

Q1_214 Apartamento -0.0088062 0.01715696 -0.51 0.6078

Q1_214 Cômodos -0.2225448 0.02164787 -10.28 <.0001

Q1_214 Outro 0.1959067 0.02774168 7.06 <.0001

Q1_214 zCasa 0.0000000 0.00000000 . .

Q1_219 Lampião -0.0993906 0.08811817 -1.13 0.2594

Q1_219 Outro -0.1440217 0.01234564 -11.67 <.0001

Q1_219 Relógio Comunitário -0.1081282 0.00707090 -15.29 <.0001

Q1_219 Sem Relógio -0.1222988 0.01111241 -11.01 <.0001

Q1_219 Vela -0.3371945 0.06623017 -5.09 <.0001

Q1_219 zRelógio Próprio 0.0000000 0.00000000 . .

Q1_216 Adobe 0.1997096 0.04065682 4.91 <.0001

Q1_216 Madeira -0.0646125 0.00484722 -13.33 <.0001

Q1_216 Material Aproveitado -0.1394285 0.02683274 -5.20 <.0001

Q1_216 Outro 0.0911057 0.00898431 10.14 <.0001

Q1_216 Taipa Não Revestida -0.1673531 0.12311388 -1.36 0.1740

Q1_216 Taipa Revestida -0.1251081 0.07462457 -1.68 0.0936

Q1_216 zTijolo/Alvenaria 0.0000000 0.00000000 . .

AMAMENTANDO -0.1515065 0.00897741 -16.88 <.0001

Q1_221 Céu Aberto -0.1402230 0.05714210 -2.45 0.0141

Q1_221 Enterrado -0.3994282 0.09122543 -4.38 <.0001

Q1_221 Outro -0.0141854 0.01937104 -0.73 0.4640

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37

Estimated Regression Coefficients

Parameter Estimate

Standard

Error t Value

Pr > |t

|

Q1_221 Queimado 0.0256567 0.03537002 0.73 0.4682

Q1_221 zColetado 0.0000000 0.00000000 . .

Q1_220 Céu Aberto 0.0537921 0.01292443 4.16 <.0001

Q1_220 Fossa Rudimentar 0.1808603 0.01012229 17.87 <.0001

Q1_220 Fossa Séptica 0.0696937 0.01217211 5.73 <.0001

Q1_220 Outro 0.0928419 0.01730999 5.36 <.0001

Q1_220 Vala 0.1754971 0.01031345 17.02 <.0001

Q1_220 zRede Pública 0.0000000 0.00000000 . .

Q1_217 Carro Pipa -0.0105765 0.05445393 -0.19 0.8460

Q1_217 Outro -0.1575238 0.01673365 -9.41 <.0001

Q1_217 Poço/Nascente -0.1674368 0.02680228 -6.25 <.0001

Q1_217 zRede Pública 0.0000000 0.00000000 . .

Análise parcial do Modelo preliminar:

A célula básica para análise é a família, pois admitimos que os riscos, assim como a renda, são

partilhados e diversificados no domicílio, isto é, assumimos há altruísmo doméstico. Isto posto, o

casamento é garantia de renda mais elevada (6,1%). Além disso, posição na ocupação do chefe

do domicílio é relativamente mais importante para a renda familiar que a posição do cônjuge.

Em compensação, a relação se inverte para o grau de instrução. Isso não ocorre à toa: no caso da

perda de emprego do chefe da família, que consiste em um choque no bem estar domiciliar, o

cônjuge se torna essencial para prover renda. Assim, seu grau de instrução ganha maior

importância.

O efeito bruto da adição de uma pessoa ao domicílio é positivo na renda familiar total (14%).

Lembrando que trabalhamos com renda permanente, a qual inclui as perspectivas de consumo

futuro proporcionais aos recursos possuídos, o efeito do membro adicional não nos causa

surpresa. Olhando para os filhos, controlando para o caso em que há freqüência escolar para cada

faixa etária (0 a 6, 7 a 14 e 15 a 17 anos), os maiores retornos são para estudantes de escolas

privadas de 7 a 14 anos de idade (27,75%); em seguida temos alunos de ensino médio (18,1%).

A educação, aliás, é a melhor proxy de renda permanente.

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38

Contrariando o senso comum, os indivíduos com mais de 60 anos são menos vulneráveis, ou

seja, pessoas de qualquer outra faixa etária tem efeito negativo na renda, em média 11%.

Similarmente, deficientes aparecem como menos suscetíveis aos choques.

A posse de ativos, aqui representada pelo domicílio próprio, é uma forma de enfrentar os riscos

oriundos de choques. Serve, portanto, como uma garantia, podendo ser revertida em recursos

financeiros. Se o domicílio for contemplado por serviços públicos básicos, como água,

iluminação, esgoto e coleta de lixo, há valorização do imóvel do indivíduo, situação essa captada

pelo modelo. O capital humano saúde é representado por informações como abastecimento e

tratamento de água do domicílio, acesso a esgoto, material utilizado na construção do domicílio,

coleta de lixo, que são essenciais para verificar a suscetibilidade dos moradores do domicilio as

doenças, afinal, são serviços reconhecidamente necessários para uma vida saudável e completa.

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39

3. Panorama do Cadastro Social Único

O Cadastro Social Único (CadÚnico) representa o banco de dados que permite identificar os

cidadãos mais vulneráveis de Curitiba. Isso porque o cadastro mostra o retrato da população de

baixa renda, a qual, segundo a abordagem proposta pelo trabalho, é a mais vulnerável

economicamente. Seguindo nessa linha, buscamos traçar um diagnóstico dessas pessoas,

mostrando características como posse de ativos, situação no mercado de trabalho e ambiente em

que se insere essa população.

Panorama dos Beneficiários do Cadastro Social Único

Os dados cadastrais dos beneficiários de programas governamentais (como o Bolsa-família) nos permitem averiguar uma serie de informações a respeito da vulnerabilidade das famílias curitibanas. Disponibilizamos no site da pesquisa três diferentes panoramas que permitem analisar o perfil e as necessidades de diferentes grupos de idade, assim como informações detalhadas sobre a educação de adultos e crianças (incluindo frequência e atraso escolar). Os bancos de dados apresentam informação para o conjunto total da população curitibana, assim como por diferentes subgrupos: i) características socioeconômicas como sexo, idade, anos de estudo, raça, posição na ocupação educação, ii. Características domiciliares como tipo de construção, acesso a serviços, quantidade de moradores; iii) características demográficas como deficiências, iv) espaciais como local de moradia, e etc:

Panorama do Ciclo da Vida (http://www.fgv.br/cps/bd/cur/CADASTRO.id/index_e.htm)

Diagnóstico Preliminar

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Segundo o Censo 2010, Curitiba apresenta uma população de 1.751.907 pessoas, das quais,

271.264 estão cadastradas, ou seja, 15,48% da população têm renda abaixo de meio salário

mínimo2.

O número de dependentes na família é relevante para ver o nível de vulnerabilidade na

distribuição familiar; 70,3% da população declararam não possuir dependentes, ou seja, não há

risco de disseminação dos prejuízos de um choque na “cadeia” familiar. A quantidade de pessoas

que moram na residência é correlacionado com o número de dependentes, ajudando a entender a

configuração das famílias: 70% moram em domicílios abrigando entre três e cinco pessoas. Tudo

o mais constante, isso significa que na ocorrência de um evento adverso, não haveria propagação

dos efeitos negativos na estrutura familiar, e um acordo informal entre familiares pode ser

efetivo.

Tabela Número de Pessoas Por Domicílio Quantidade de pessoas Domicílio Vertical Dependentes Vertical

1 9.372 2,82% 11.491 3,46%

2 41.474 12,48% 20.440 6,15%

3 78.128 23,51% 25.509 7,68%

4 90.894 27,35% 22.141 6,66%

5 61.242 18,43% 11.785 3,55%

6 29.687 8,93% 4.705 1,42%

7 ou mais 21.487 6,47% 2.634 0,79%

Zero 0 0,00% 233.614 70,3%

Total 271.264 100,00% 271.264 100,00%

Na base conceitual deste trabalho, evidenciamos a importância dos ativos possuídos pelos

indivíduos para conseguir enfrentar riscos e sair da situação de vulnerabilidade. Sendo assim,

olhamos agora para dados sobre capital humano (educação e saúde), emprego e acesso a

seguridade social.

Começando pelo grau de instrução dos cadastrados, que, no contexto de pobreza e desigualdade,

tem papel fundamental tanto em relação às potencialidades dos indivíduos quanto à erradicação

intergeracional do estado de perigo. Valorização do capital humano representa o passaporte para

a prosperidade futura das famílias. Temos que 25,72% das pessoas entre 0 e 14 anos não

freqüentam a escola; 9,6% entre 15 e 29 anos estão em escolas públicas; a taxa de analfabetismo

dos adultos aumenta em com a idade. Esses números mostram a fragilidade da população

curitibana de baixa renda – a taxa de crianças que não freqüentam a escola é alta se

2 Os critérios para entrada no CadÚnico são: família tem renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa, ou

de três salários mínimos no total.

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considerarmos a importância dos estágios iniciais de aprendizagem para a a formação intelectual

dos indivíduos. A evidência de atraso escolar na faixa de 15 a 29 anos deve ser tratada com

seriedade. Considerando as pessoas que ainda frequentam a escola (40,53%), a distribuição

entre escolas municipais e estaduais é bem próxima, 20,55% e 19,22%, respectivamente; apenas

2280 pessoas estudam em escolas particulares. Essa diferenciação por tipo de escola fornece

insights sobre a qualidade do ensino adquirido: nosso modelo estimou que os retornos da

educação provenientes das escolas municipais e estaduais são de -0,0826 e -0,0277 sobre a

renda. Isso mostra o grau de vulnerabilidade dos estudantes dessas instituições de ensino. Cabe

lembrar, que os retornos estimados devem ser analisados com cautela, pois essa é a versão

preliminar do modelo: ainda existem outros fatores educacionais que serão incorporados para

mensurar com fidelidade os reais retornos da educação.

Freqüenta escola - Para cidade Curitiba - 25 anos ou mais - Total - Vertical

Categoria Total 0 a 14 anos 15 a 29 anos 30 a 44 anos 45 a 59 anos 60 anos ou mais Ignorado

Pública Municipal 20,54 49,42 9,59 1,91 1,29 0,76 10,34

Pública Estadual 19,22 22,16 40,69 2,28 0,94 0,24 10,34

Pública Federal 0,08 0,02 0,23 0,06 0,02 0,01 0

Particular 0,69 1,06 0,85 0,33 0,13 0,01 3,45

Outra 0,86 1,6 0,73 0,36 0,16 0,14 0

Não freqüenta 58,58 25,72 47,83 95,04 97,43 98,8 72,41

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Grau de instrução - Para cidade Curitiba - 25 anos ou mais - Total - Vertical

Categoria Total 0 a 14 anos

15 a 29 anos

30 a 44 anos

45 a 59 anos

60 anos ou mais Ignorado

Analfabeto 15,16 32,3 1,2 4,09 10,03 23,31 17,24

Até a 4ª série incompleta do ensino fundamental 28,03 45,06 8,92 17,51 30,66 42,96 13,79

Com a 4ª série completa do ensino fundamental 5,71 0,99 2,6 10,36 14,8 13,85 0

De 5ª a 8ª série incompleta do ensino fundamental 28,53 20,82 43,74 31,76 22,04 8,88 20,69

Ensino fundamental completo 3,78 0,05 4,48 7,99 6,42 3,24 0

Ensino médio incompleto 9,25 0,7 24,73 9,01 4,32 1,35 6,9

Ensino médio completo 8,47 0,04 12,62 17,59 10,4 4,84 6,9

Superior incompleto 0,63 0,01 1,34 0,9 0,56 0,34 0

Superior completo 0,33 0 0,23 0,65 0,61 1,11 0

Especialização 0,06 0,02 0,06 0,1 0,1 0,07 0

Mestrado 0,01 0 0 0,01 0,01 0,01 0

Doutorado 0 0 0 0 0 0,01 0

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados do CadÚnico/MDS & FAS

Buscamos, agora, relacionar a provisão de serviços básicos no domicílio com riscos à saúde a

partir de informações como cobertura de programas de saúde (PSF, PACS3 etc), tratamento de

água, saneamento, coleta de lixo. Os programas de saúde comunitária cobrem praticamente todas

as áreas pobres em questão, como mostrado na tabela abaixo. O maior objetivo desses programas

é fazer o atendimento primário da população, incrementando as ações de prevenção e promoção

da saúde. Os resultados sugerem boa disseminação dos projetos comunitários na população, o

que representa minimização de choques associados à saúde.

Em se tratando de esgoto, a taxa de acesso à rede pública é de 85,32% entre os cidadãos

curitibanos de baixa renda, bem mais elevada que a taxa nacional (55,45%). Fornecimento de

água e coleta de esgoto são serviços praticamente universais. Pelos dados do Cadastro, as

principais ameaças à saúde são doenças provenientes da água ingerida, afinal, 52,21% da

população não realiza tratamento na água; essa taxa para as crianças chega a 55,89%, a maior

entre as idades. Concluímos então que as crianças são as mais suscetíveis a doenças provenientes

da água, as quais podem levar à morte (nas crianças pequenas) e grandes perdas de bem estar.

Nesse caso, há demanda por iniciativa pública para melhorar esses índices.

3 PACS – Programa de Agentes Comunitários de Saúde; PSF – Programa Saúde da Família.

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Tratamento de água - Para cidade Curitiba - 25 anos ou mais - Total - Vertical

Categoria Total 0 a 14 anos 15 a 29 anos 30 a 44 anos 45 a 59 anos 60 anos ou mais Ignorado

Filtração 14,62 11,72 16,45 14,82 17 18,1 27,59

Fervura 2,09 2,46 1,9 2 1,78 1,62 0

Cloração 28,81 27,97 29,08 29,34 28,45 31,09 24,14

Sem Tratamento 52,21 55,89 50,59 51,47 50,29 44,56 41,38

Outro 2,27 1,96 1,96 2,36 2,46 4,62 6,9

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados do CadÚnico/MDS & FAS

Escoamento Sanitário - Para cidade Curitiba - 25 anos ou mais - Total - Vertical

Categoria Total 0 a 14 anos 15 a 29 anos 30 a 44 anos 45 a 59 anos 60 anos ou mais Ignorado

Rede pública 85,32 85,24 85,06 84,76 85,31 88,65 65,52

Fossa sedimentar 3,86 3,83 3,89 4,13 3,88 2,95 6,9

Fossa séptica 2,94 2,91 2,93 3,08 2,95 2,67 3,45

Vala 3,93 3,83 4,1 4,07 4,05 3,1 20,69

Céu aberto 2,61 2,75 2,65 2,65 2,56 1,7 3,45

Outro 1,33 1,45 1,35 1,3 1,25 0,91 0

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados do CadÚnico/MDS & FAS

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Tipo de iluminação - Para cidade Curitiba - 25 anos ou mais - Total - Vertical

Categoria Total 0 a 14 anos

15 a 29 anos

30 a 44 anos

45 a 59 anos

60 anos ou mais Ignorado

Relógio próprio 79,15 74,78 79,55 80,13 85 88,11 86,21

Sem relógio 4,2 4,93 4,19 3,9 3,58 2,27 3,45

Relógio comunitário 12,85 16,01 12,44 12,26 8,09 7,38 3,45

Lampião 0,07 0,06 0,06 0,07 0,08 0,07 0

Vela 0,11 0,11 0,1 0,1 0,12 0,11 3,45

Outro 3,62 4,11 3,64 3,53 3,11 2,04 3,45

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados do CadÚnico/MDS & FAS

Domicílio coberto por PACS / PSF / Outros - Para cidade Curitiba - 25 anos ou mais - Total - Vertical

Categoria Total 0 a 14 anos

15 a 29 anos

30 a 44 anos

45 a 59 anos

60 anos ou mais Ignorado

PACS - Programas de Agentes Comunitários de Saúde 77,24 75,6 77,99 77,15 78,68 80,85 96,55

PSF - Programa de Saúde da Família 21,76 23,66 20,92 21,82 20,06 17,61 0

Similares ao PSF 0,2 0,19 0,17 0,17 0,17 0,44 0

Outro 0,8 0,54 0,91 0,85 1,08 1,09 3,45

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados do CadÚnico/MDS & FAS

A casa própria é um grande sonho do brasileiro e a maioria das pessoas afirma que comprar uma

casa é melhor que morar de aluguel, bastando ver que o maior programa de habitação popular do

país chama-se “Minha Casa, Minha Vida”. A casa, tipo de domicílio da maioria da população do

Cadastro curitibano (96,62%), representa um ativo físico que pode ser convertido em renda e

utilizado para enfrentar algum choque que atinja a família. Nesse sentido, a situação do

domicílio pode ser determinante. 24,82% têm casa própria, contra 35,96% que moram em

residência invadida. Com relação aos riscos e suscetibilidade a choques, os moradores de

domicílios alugados (17,9%) e financiados (4,31%) podem ser considerados bastante

vulneráveis. Isso porque qualquer evento aleatório que comprometa sua capacidade de pagar o

aluguel ou a parcela do financiamento pode equivaler à perda do domicílio e, portanto, bem

estar.

A participação em programas sociais é baixa e pode ser indicativo de que os mecanismos de

gestão de risco podem não ser adequados. Destaque para 15 a 29 anos e idosos.

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Não participa de programas - Para cidade Curitiba - 25 anos ou mais - Total - Vertical

Categoria Total 0 a 14 anos 15 a 29 anos 30 a 44 anos 45 a 59 anos 60 anos ou mais Ignorado

Não 5,34 4,72 8,44 3,13 3,22 6,57 10,34

Sim 94,66 95,28 91,56 96,87 96,78 93,43 89,66

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados do CadÚnico/MDS & FAS

A carteira de trabalho é o símbolo da nova classe média brasileira, o que mostra a importância do

trabalho na vida dos cidadãos. Com relação à renda, o emprego é tão relevante para a renda

corrente quanto a educação é para a permanente. Vemos, portanto, que há grande vulnerabilidade

na população cadastrada, com 69,78% de pessoas que não trabalham. A informalidade, 12,75%,

é mais alta que o emprego formal, com pico na faixa de 30 a 44 anos (30%).

Situação no mercado de trabalho - Para cidade Curitiba - 25 anos ou mais - Total - Vertical

Categoria Total 0 a 14 anos

15 a 29 anos

30 a 44 anos

45 a 59 anos

60 anos ou mais Ignorado

Empregador 0,04 0 0,02 0,08 0,12 0 0

Assalariado com Carteira de Trabalho 7,47 0,01 7,93 18,91 12,31 1,51 0

Assalariado sem Carteira de Trabalho 2,15 0,01 2,05 5 4,72 0,76 10,34

Autônomo com Previdência Social 0,47 0 0,21 1,08 1,48 0,44 0

Autônomo sem Previdência Social 12,75 0,02 10,35 30,07 28,88 9,31 3,45

Aposentado/Pensionista 4,3 0,04 0,23 1,46 6,71 48,71 0

Trabalhador Rural 0 0 0 0 0,01 0,01 0

Empregador Rural 0,01 0,01 0 0,01 0,01 0 0

Não trabalha 69,78 99,81 76,27 37,59 39,68 33,82 82,76

Outra 3,01 0,11 2,85 5,76 6,05 5,4 0

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados do CadÚnico/MDS & FAS

A quantidade de mulheres grávidas nos domicílios acrescida das mães amamentando sugerem

que gravidez precoce é um evento recorrente. Assim, a preocupação das autoridades curitibanas

é bem fundamentada: basta ver que 14,22% das crianças entre 0 e 14 anos são mães

amamentando e 2,56% estão grávidas. Os riscos futuros inerentes à gravidez são extensamente

retratados na literatura, onde os trade-offs enfrentados por essas mães e suas famílias são

extremamente prejudiciais ao bem estar domiciliar e individual, podendo haver desestruturação

do ambiente familiar. Quanto aos deficientes, a incidência é crescente com a idade, chegando ao

pico nos idosos (mais de 60 anos).

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Quantidade de mulheres grávidas - Para cidade Curitiba - 25 anos ou mais - Total - Vertical

Categoria Total 0 a 14 anos 15 a 29 anos 30 a 44 anos 45 a 59 anos 60 anos ou mais Ignorado

0 97,67 97,4 97,03 97,86 98,74 99,42 89,66

1 2,29 2,56 2,91 2,11 1,22 0,57 10,34

2 0,02 0,01 0,03 0,01 0,02 0 0

3 0 0 0 0 0,01 0 0

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados do CadÚnico/MDS & FAS

Quantidade de mães amamentando - Para cidade Curitiba - 25 anos ou mais - Total - Vertical Categoria Total 0 a 14 anos 15 a 29 anos 30 a 44 anos 45 a 59 anos 60 anos ou mais Ignorado

0 90,17 85,61 90,29 91,75 96,51 98,6 96,55

1 9,7 14,22 9,55 8,15 3,41 1,36 3,45

2 0,11 0,15 0,13 0,07 0,06 0,02 0

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados do CadÚnico/MDS & FAS

Não possui deficiência - Para cidade Curitiba - 25 anos ou mais - Total - Vertical

Categoria Total 0 a 14 anos 15 a 29 anos 30 a 44 anos 45 a 59 anos 60 anos ou mais Ignorado

Não 2,67 1,44 2,11 2,94 4,76 7,2 0

Sim 97,33 98,56 97,89 97,06 95,24 92,8 100

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados do CadÚnico/MDS & FAS

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Outros Panoramas dos Beneficiários do Cadastros Social Único – Por Grupos e Áreas de Interesse: Panorama de Educacao – Adultos http://www.fgv.br/cps/bd/cur/CADASTRO/tabelas_e.asp

Panorama de Frequência e Atraso Escolares http://www.fgv.br/cps/bd/cur/CADASTRO.escola/index_e.htm

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Conclusão

O Novo Indice de Vulnerabilidade (NIV) proposto lança mão do rico acervo de

informações do Cadastro Social Único para captar na definição do seu público-alvo múltiplas

dimensões da vida dos pobres. O índice proposto compartilha da multidimensionalidade do IVSF

mas avança na determinação de que variáveis incluir e que peso atribuir a elas.

Isto inclui desde o acesso a outras transferências de renda e serviços públicos, configuração

física da moradia, educação e trabalho de todos familiares, a presença de pessoas vulneráveis

com deficiência, grávidas, lactantes, crianças etc. Primeiro estima a renda permanente das

pessoas a partir desta miríade de informações, para depois calcular o déficit em relação a uma

renda mínima fixada, dando mais peso a quem tem menos atributos produtivos ou maiores custos

de vida, tratando os pobres na medida de suas diferenças. A busca dos mais pobres dos pobres é

facilitada pelo uso da renda estimada a partir de miríade de ativos e carências, e não da renda

declarada pelas pessoas. O índice transforma a falta de riqueza das pessoas carentes em medidas

de vulnerabilidade através do uso de indicadores clássicos de pobreza. É possível ainda

incorporar despesas extras incorridas por determinados grupos da população como pessoas com

deficiência ou pessoas da terceira idade quando usamos pesquisas de orçamentos familiares.

Por outro lado, a transformação da multidimensionalidade da vida das pessoas tal como no

IVSF num plano comum permite integrar as várias versões do CadÚnico, facilitando o processo

de transição entre versões. Outra vantagem é a facilidade de incorporar o acesso a outras

transferências federais a começar pelo próprio Bolsa Família (BF) e pelo Benefício de Prestação

Continuada (BPC) pelo seu valor de face.

Nada impede a composição deste indicador com outros de natureza mais subjetiva

associada ao trabalho de campo dos assistentes sociais ou de outras considerações mais

sistemáticas como tipos de ações afirmativas para crianças, pessoas com deficiência entre outros.

Dessa forma o NIV compartilhando algumas das qualidades da renda como simplicidade,

facilidade de combinar com a renda de programas sociais ou de incorporar diferenças de custo de

vida proporcionados por situações especiais como da deficiência. Ao mesmo tempo o NIV evita

alguns dos defeitos atribuídos ao uso da renda. O novo índice procura navegar sobre o Cadastro

Social Único com a bússola apontada para quem é pobre e não quem está pobre, ou diz que está

pobre.

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Anexo: Análise de Sensibilidadade do Peso do Novo Indicador de Vulnerabilidade (NIV)

frente a critérios de agregação dos pobres e a linha de pobreza usada.

Linha de Referencia 310 310 140

medida de Referencia P1 P2 P1

eduadu aSem instrução ou menos de 3 ano 0.62677419 0.79169072 0.173571429

eduadu c4 a 7 0.61774194 0.78596561 0.153571429

eduadu d8 a 11 0.61354839 0.7832933 0.144285714

eduadu eignorado 0.58483871 0.76474748 0.080714286

eduadu gAbaixo de 25 anos 0.88225806 0.93928593 0.739285714

eduadu z12 ou mais 0.39774194 0.63066785 posadu Abaixo de 25 anos 0.4116129 0.64157065 posadu Aposentado/Pensionista 0.47903226 0.69212156 posadu Assalariado sem Carteira

de Trabalho 0.45419355 0.67393883 posadu Autônomo com

Previdência Social 0.40580645 0.6370294 posadu Autônomo sem

Previdência Social 0.62677419 0.79169072 0.173571429

posadu Empregador 0.25806452 0.50800051 posadu Empregador Rural 0.61419355 0.78370501 0.145714286

posadu Não Trabalha 0.75677419 0.86992769 0.461428571

posadu Não informado 0.80129032 0.89514821 0.56

posadu Outra 0.70709677 0.84089047 0.351428571

posadu Trabalhador Rural 0.45548387 0.67489545 posadu zAssalariado com Carteira

de Trabalho 0.34322581 0.58585477 npes = 1 0.50870968 0.71323886 npes = 2 0.65709677 0.81061506 0.240714286

npes = 3 0.68096774 0.8252077 0.293571429

npes = 4 0.66580645 0.81596964 0.26

0.62677419 0.79169072 0.173571429

Alguem de 0 a 6 freq escola priv 0.42516129 0.65204393 Alguem de 0 a 6 freq escola pub 0.58064516 0.76200076 0.071428571

Não tem ninguem 0 a 6 0.41258065 0.64232441 ZAlguem de 0 a 6 nao freq escola 0.62677419 0.79169072 0.173571429

aAlguem de 7 a 10 freq escola priv 0.57322581 0.75711677 0.055

bAlguem de 7 a 10 freq escola pub - Não atrasado 0.62677419 0.79169072 0.173571429

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50

cAlguem de 7 a 10 freq escola pub - 1 ano atraso 0.64670968 0.80418261 0.217714286

dAlguem de 7 a 10 freq escola pub - 2 anos atraso 0.64767742 0.80478408 0.219857143

eAlguem de 7 a 10 freq escola pub - 3 anos ou mais atraso 0.69954839 0.83639009 0.334714286

fNão tem ninguem 7 a 10 0.50477419 0.71047463 gIgnorado 0.65187097 0.80738527 0.229142857

zZAlguem de 7 a 10 nao freq escola 0.70748387 0.8411206 0.352285714

aAlguem de 11 a 14 freq escola priv 0.59612903 0.77209393 0.105714286

bAlguem de 11 a 14 freq escola pub - Não atrasado 0.62677419 0.79169072 0.173571429

cAlguem de 11 a 14 freq escola pub - 1 ano atraso 0.6583871 0.81141056 0.243571429

dAlguem de 11 a 14 freq escola pub - 2 anos atraso 0.6616129 0.81339591 0.250714286

eAlguem de 11 a 14 freq escola pub - 3 anos ou mais atraso 0.7183871 0.84757719 0.376428571

fNão tem ninguem 11 a 14 0.56270968 0.75013977 0.031714286

gIgnorado 0.67741935 0.82305489 0.285714286

zZAlguem de 11 a 14 nao freq escola 0.70967742 0.84242354 0.357142857

aAlguem de 15 a 17 freq escola priv 0.58935484 0.7676945 0.090714286

bAlguem de 15 a 17 freq escola pub - Não atrasado 0.62677419 0.79169072 0.173571429

cAlguem de 15 a 17 freq escola pub - 1 ano atraso 0.65193548 0.80742522 0.229285714

dAlguem de 15 a 17 freq escola pub - 2 anos atraso 0.6583871 0.81141056 0.243571429

eAlguem de 15 a 17 freq escola pub - 3 anos ou mais atraso 0.72935484 0.85402274 0.400714286

fNão tem ninguem 15 a 17 0.66074194 0.81286034 0.248785714

gIgnorado 0.61516129 0.78432219 0.147857143

zZAlguem de 15 a 17 nao freq escola 0.69354839 0.83279553 0.321428571

Mulher amamentando 0 0.62677419 0.79169072 0.173571429

Mulher amamentando 1 0.67935484 0.82422985 0.29

Mulher amamentando 2 0.72419355 0.85099562 0.389285714

Mulher amamentando 3 0.76309677 0.8735541 0.475428571

fxage a0 a 4 0.44451613 0.66672043

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fxage b5 a 9 0.43258065 0.65770863 fxage c10 a 14 0.4016129 0.63372936 fxage d15 a 19 0.35677419 0.59730578 fxage e20 a 24 0.39483871 0.62836193 fxage f25 a 29 0.63806452 0.79878941 0.198571429

fxage g30 a 35 0.62677419 0.79169072 0.173571429

fxage h36 a 39 0.61 0.78102497 0.136428571

fxage i40 a 44 0.61129032 0.78185058 0.139285714

fxage j45 a 49 0.60225806 0.77605287 0.119285714

fxage l50 a 54 0.59064516 0.76853442 0.093571429

fxage m55 a 59 0.57645161 0.75924411 0.062142857

fxage nIgnorado 0.47258065 0.68744501 fxage z60 ou mais 0.47258065 0.68744501 Q1_213 Alugado 0.64677419 0.80422273 0.217857143

Q1_213 Arrendado 0.59903226 0.77397174 0.112142857

Q1_213 Cedido 0.72474194 0.85131776 0.3905

Q1_213 Financiada 0.63903226 0.79939493 0.200714286

Q1_213 Invasão 0.62677419 0.79169072 0.173571429

Q1_213 Outro 0.65290323 0.80802427 0.231428571

Q1_213 zPróprio 0.63645161 0.79777918 0.195

Q1_218 Cloração 0.68032258 0.8248167 0.292142857

Q1_218 Fervura 0.6783871 0.82364258 0.287857143

Q1_218 Outro 0.58580645 0.76537994 0.082857143

Q1_218 Sem Tratamento 0.66193548 0.81359418 0.251428571

Q1_218 zFiltração 0.62677419 0.79169072 0.173571429

Q1_214 Apartamento 0.63032258 0.79392857 0.181428571

Q1_214 Cômodos 0.70129032 0.83743079 0.338571429

Q1_214 Outro 0.54612903 0.73900543 Q1_214 zCasa 0.62677419 0.79169072 0.173571429

Q1_219 Lampião 0.61806452 0.78617079 0.154285714

Q1_219 Outro 0.63483871 0.79676766 0.191428571

Q1_219 Relógio Comunitário 0.62129032 0.78821972 0.161428571

Q1_219 Sem Relógio 0.62677419 0.79169072 0.173571429

Q1_219 Vela 0.69893548 0.83602361 0.333357143

Q1_219 zRelógio Próprio 0.57806452 0.76030554 0.065714286

Q1_216 Adobe 0.54419355 0.73769475 Q1_216 Material Aproveitado 0.67548387 0.82187826 0.281428571

Q1_216 Outro 0.65580645 0.80981878 0.237857143

Q1_216 Taipa Não Revestida 0.68419355 0.82715993 0.300714286

Q1_216 Taipa Revestida 0.67064516 0.81892928 0.270714286

Q1_216 zTijolo/Alvenaria 0.62677419 0.79169072 0.173571429

Q1_221 Céu Aberto 0.6756129 0.82195675 0.281714286

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Q1_221 Enterrado 0.74967742 0.86583914 0.445714286

Q1_221 Outro 0.63 0.79372539 0.180714286

Q1_221 Queimado 0.61709677 0.78555507 0.152142857

Q1_221 zColetado 0.62677419 0.79169072 0.173571429

Q1_220 Céu Aberto 0.62677419 0.79169072 0.173571429

Q1_220 Fossa Rudimentar 0.57612903 0.75903164 0.061428571

Q1_220 Fossa Séptica 0.6216129 0.78842432 0.162142857

Q1_220 Outro 0.61193548 0.78226305 0.140714286

Q1_220 Vala 0.57967742 0.7613655 0.069285714

Q1_220 zRede Pública 0.64645161 0.80402215 0.217142857

Q1_217 Carro Pipa 0.63064516 0.7941317 0.182142857

Q1_217 Outro 0.68129032 0.82540313 0.294285714

Q1_217 Poço/Nascente 0.68451613 0.8273549 0.301428571

Q1_217 zRede Pública 0.62677419 0.79169072 0.173571429

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