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PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7 Site: www.cetesb.sp.gov.br Nº. 158/19/IE Data: 10/05/2019 1/43 PROCESSO: IMPACTO 426/2013 INTERESSADO: Fazenda Santa Esperança Ltda. ASSUNTO: Licenciamento Ambiental Prévio para implantação de atividade de extração de granito MUNICÍPIO: Itatiba 1. INTRODUÇÃO Este Parecer Técnico refere-se à análise da viabilidade ambiental da extração de granito a céu aberto para rocha ornamental e uso na construção civil, sob a responsabilidade da empresa Fazenda Santa Esperança Ltda. - ME, no município de Itatiba. Está prevista a implantação de cava de 52,45 ha na poligonal ANM n° 820.594/1986, correspondendo a um volume total de minério de 12.694 m³, para uma vida útil estimada de 10,6 anos. A elaboração deste Parecer Técnico teve por base os seguintes documentos: Estudo de Impacto Ambiental EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental RIMA, protocolizados na CETESB em 04/12/2015, elaborados pela empresa Minergeo Assessoria e Projetos em Geologia e Mineração Ltda. (fls. 115). Novo Estudo de Impacto Ambiental EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental RIMA, atualizados de acordo com as reservas do Plano de Aproveitamento Econômico aprovado pela ANM, protocolizados na CETESB em 08/06/2017, elaborados pela empresa Minergeo Assessoria e Projetos em Geologia e Mineração Ltda. (fls. 1074). Anotações de Responsabilidade Técnica ART nº 2015/02556 e nº 92221220150593612, do Biólogo Eduardo Brandolise Foresto e do Engº Anderson Dias Lima, respectivamente, referentes à coordenação pela elaboração do EIA/RIMA (fls. 685). Publicações referentes à solicitação de Licença Ambiental Prévia LP (fls. 776 a 778). Declaração s/n de 16/09/2015 e Certidão nº 085/15/DDES de 17/08/2015, da Prefeitura Municipal de Itatiba, em atendimento aos Artigo 5° e 10 da Resolução CONAMA 237/97 (fls. 679 e 681, respectivamente). Certidão SEPD 045/17 de 24/05/2017 da Secretaria Municipal de Planejamento e Desenvolvimento de Itatiba, referente à anuência do município para o escoamento da produção pela Estrada Municipal Leopoldino Bortolossi (fls. 1073). Portaria DAEE n° 2693/2017, de 21/08/2017, referente às captações superficiais, subterrâneas e barramentos (fls. 1557). Declaração emitida pela Agência Nacional de Mineração ANM atestando que a Fazenda Santa Esperança Ltda. é titular do Processo ANM 820.594/1986 e aprovando o respectivo Plano de Aproveitamento Econômico, em atendimento ao Artigo 8º da Decisão de Diretoria n° 025/2014/C/I (fls. 1.509). Plantas de configuração final das áreas de lavra autenticadas pela Agência Nacional de Mineração - ANM, em atendimento ao Artigo 8º da Decisão de Diretoria nº 025/2014/C/I (fls. 1.016 e 1.522). Relatório de Vistoria n° 009/16/IEEM, realizada em 25/05/2016, pela equipe técnica da CETESB. Ata da Audiência Pública realizada em 24/05/2016 no município de Itatiba (fls. 837). Parecer Técnico n° 059/IPRS/17, emitido em 27/03/2017 pelo Setor de Avaliação e Apoio ao Gerenciamento do Uso do Solo da CETESB (fls. 1.070).

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PROCESSO: IMPACTO 426/2013

INTERESSADO: Fazenda Santa Esperança Ltda.

ASSUNTO: Licenciamento Ambiental Prévio para implantação de atividade de extração de granito

MUNICÍPIO: Itatiba

1. INTRODUÇÃO Este Parecer Técnico refere-se à análise da viabilidade ambiental da extração de granito a céu aberto para rocha ornamental e uso na construção civil, sob a responsabilidade da empresa Fazenda Santa Esperança Ltda. - ME, no município de Itatiba.

Está prevista a implantação de cava de 52,45 ha na poligonal ANM n° 820.594/1986, correspondendo a um volume total de minério de 12.694 m³, para uma vida útil estimada de 10,6 anos.

A elaboração deste Parecer Técnico teve por base os seguintes documentos:

Estudo de Impacto Ambiental – EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental – RIMA, protocolizados na CETESB em 04/12/2015, elaborados pela empresa Minergeo Assessoria e Projetos em Geologia e Mineração Ltda. (fls. 115).

Novo Estudo de Impacto Ambiental – EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental – RIMA, atualizados de acordo com as reservas do Plano de Aproveitamento Econômico aprovado pela ANM, protocolizados na CETESB em 08/06/2017, elaborados pela empresa Minergeo Assessoria e Projetos em Geologia e Mineração Ltda. (fls. 1074).

Anotações de Responsabilidade Técnica – ART nº 2015/02556 e nº 92221220150593612, do Biólogo Eduardo Brandolise Foresto e do Engº Anderson Dias Lima, respectivamente, referentes à coordenação pela elaboração do EIA/RIMA (fls. 685).

Publicações referentes à solicitação de Licença Ambiental Prévia – LP (fls. 776 a 778).

Declaração s/n de 16/09/2015 e Certidão nº 085/15/DDES de 17/08/2015, da Prefeitura Municipal de Itatiba, em atendimento aos Artigo 5° e 10 da Resolução CONAMA 237/97 (fls. 679 e 681, respectivamente).

Certidão SEPD – 045/17 de 24/05/2017 da Secretaria Municipal de Planejamento e Desenvolvimento de Itatiba, referente à anuência do município para o escoamento da produção pela Estrada Municipal Leopoldino Bortolossi (fls. 1073).

Portaria DAEE n° 2693/2017, de 21/08/2017, referente às captações superficiais, subterrâneas e barramentos (fls. 1557).

Declaração emitida pela Agência Nacional de Mineração – ANM atestando que a Fazenda Santa Esperança Ltda. é titular do Processo ANM 820.594/1986 e aprovando o respectivo Plano de Aproveitamento Econômico, em atendimento ao Artigo 8º da Decisão de Diretoria n° 025/2014/C/I (fls. 1.509).

Plantas de configuração final das áreas de lavra autenticadas pela Agência Nacional de Mineração - ANM, em atendimento ao Artigo 8º da Decisão de Diretoria nº 025/2014/C/I (fls. 1.016 e 1.522).

Relatório de Vistoria n° 009/16/IEEM, realizada em 25/05/2016, pela equipe técnica da CETESB.

Ata da Audiência Pública realizada em 24/05/2016 no município de Itatiba (fls. 837).

Parecer Técnico n° 059/IPRS/17, emitido em 27/03/2017 pelo Setor de Avaliação e Apoio ao Gerenciamento do Uso do Solo da CETESB (fls. 1.070).

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Parecer Técnico GT-Empreendimentos no 04/2016 e Parecer Técnico GT - Empreendimentos nº 02/2017, emitidos pelo Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (fls. 783 e 961, respectivamente).

Ofício n° 232/2018/IPHAN-SP-IPHAN de 30/01/2018 do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, referente à análise do Relatório de Avaliação de Impacto ao Patrimônio Arqueológico (fls. 1.835).

Parecer Técnico nº 004/2019/CACRQ/DPA/PR de 29/01/2019, referente à análise do Estudo do Componente Quilombola e anuência da Fundação Cultural Palmares para a emissão da Licença Prévia.

2. JUSTIFICATIVA DO EMPREENDIMENTO Conforme o EIA, o granito a ser lavrado será usado principalmente na construção civil destinado ao revestimento de pisos, escadas, paredes, fachadas, bancadas de pias e lavatórios, móveis, tampos, peças de decoração, colunas maciças, etc.

Segundo o EIA, as rochas ornamentais possuem um valor comercial muito significativo, frente a outras matérias primas minerais, e a implantação do empreendimento ajudará no crescimento das exportações no Estado de São Paulo, devido ao aumento da demanda pelo material, bem como no oferecimento de empregos diretos.

A implantação do empreendimento também visa atender a grande demanda dos estados da Região Sudeste, resultado de sua maior concentração populacional, altas taxas de urbanização e alto desenvolvimento econômico, requerendo grandes e crescentes volumes de matéria prima destinada a construção civil. Segundo informado, o consumo interno dos Estados da região Sudeste corresponde a 72% do total nacional.

Adicionalmente, o empreendimento possui localização favorecida pela proximidade em relação aos centros consumidores e a sistemas viários em condições favoráveis à trafegabilidade de caminhões.

3. ESTUDO DE ALTERNATIVAS No EIA foram considerados aspectos de natureza tecnológica e locacional para a definição do projeto.

Segundo o estudo, para extração da rocha ornamental, devido às suas características operacionais, geotécnicas e principalmente por sua economicidade, o tipo de lavra empregado é o de céu aberto. A lavra pode ser em fossa, desabamento, bancada baixa e bancada alta, sendo definido o método de bancadas baixas por ser mais vantajoso em termos de mecanização, segurança de trabalho, e possibilitar um controle minucioso da frente de lavra.

No empreendimento em questão serão desenvolvidas 6 frentes de lavra.

Quanto às alternativas locacionais, o EIA considerou apenas as pilhas de estéril, uma vez que a cava apresenta rigidez locacional. Foram consideradas, seguindo a determinação da Norma Reguladora de Mineração (NRM) no 19, áreas que atendessem os seguintes requisitos para a implantação do depósito de estéril:

Não interferência em jazidas minerais ou próximas a edificações.

Áreas desprovidas de fragmentos florestais e sem interferência em locais de proteção ambiental.

Áreas inseridas na poligonal do empreendimento e próximas a área de decapeamento.

Áreas com declividade propícia.

Acessos viários já existentes.

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Dessa forma o local escolhido foi um ponto dentro da poligonal coberto por um reflorestamento de eucaliptos.

Também foram apresentadas as alternativas locacionais para as vias de escoamento. O local escolhido é rodeado por eucaliptos e está fora de Áreas de Preservação Permanente. Segundo o estudo, a escolha se deu pelo aproveitamento de uma estrada já utilizada para outros fins, não necessitando a abertura de novas vias e não gerando impactos como emissão de material particulado e ruído ambiental em outros locais.

4. AUDIÊNCIA PÚBLICA A Audiência Pública foi realizada em 24/05/2016, às 17 horas, no Centro Administrativo “Prefeito Ettore Consoline”, em Itatiba-SP, para apresentação das informações sobre o projeto de implantação do empreendimento, sobre o diagnóstico socioambiental realizado no EIA, os principais impactos ambientais positivos e negativos identificados e correspondentes medidas de potencialização, mitigação e compensação.

Na ocasião, o Secretário Municipal do Meio Ambiente e Agricultura de Itatiba se manifestou sobre os potenciais impactos do tráfego gerado pelo empreendimento na Rodovia Leopoldina Bortolossi. Os questionamentos foram respondidos pelo empreendedor e pela empresa de consultoria responsável pelo estudo, e a Audiência foi encerrada.

5. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

5.1 Breve Histórico Em 04/12/2015 o empreendedor protocolou o Estudo de Impacto Ambiental – EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental – RIMA para o licenciamento da área de lavra de 43,48 ha, visando a extração de 123.250.990,65 t de sienogranito.

Em 20/10/2016 foi emitida a Informação Técnica n° 032/16/IEEM, solicitando a apresentação da cópia do Plano de Aproveitamento Econômico (PAE) aprovado pela Agência Nacional de Mineração – ANM, que foi apresentado pelo interessado em 03/02/2017. Na ocasião foi verificado que o volume de extração aprovado no PAE era diferente do requerido para o Licenciamento Ambiental.

Em 06/03/2017 reuniram-se na CETESB, representantes do empreendimento e técnicos da CETESB, tendo sido solicitado ao interessado a reapresentação do estudo ambiental com base no projeto de lavra aprovado na ANM, com o volume de extração de 12.694 m3, conforme constava no Plano de Aproveitamento Econômico. Além disso, foi informado ao empreendedor que posteriormente, caso haja interesse na ampliação do projeto de lavra constante no PAE, será necessária a abertura de um novo processo de licenciamento, após a aprovação de um Relatório de Reavaliação de Reserva (RRR) pela ANM.

Então, em 08/06/2017 foi protocolado o novo EIA/RIMA, prevendo uma área de lavra de 52,45 ha e a extração de 12.694 m3 de granito, o qual é objeto de análise do presente Parecer Técnico. Segue abaixo tabela resumo sobre os dados dos projetos contidos na versão inicial e do novo EIA:

Tabela 1. Dados dos projetos de lavra constantes na versão inicial e no novo EIA.

Versão inicial do EIA Novo EIA

Área de lavra 43,48 ha 52,45 ha*

Número de frentes de lavra 31 6

Reserva lavrável 123.250.990,65 t 12.694 m³ ou 33.004,4 t

Profundidade da cava 215,5 m 2 m

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Cota do pit final 686,5 m

900 m (Frente 1)

875 m (Frente 2)

800 m (Frente 3)

925 m (Frente 4)

860 m (Frente 5)

970 m (Frente 6)

Área de estocagem de minério 9,40 ha 0,96 ha

Área de depósito de estéril/rejeito

14,40 ha 1,23 ha

Volume do depósito de estéril/rejeito

4.500.000 m³ 3.780 m³

Altura do depósito de estéril/rejeito

40 m 1 a 3 m

*A área de lavra no PAE aprovado pela ANM é maior, porém o projeto foi alterado em virtude da incidência em Área de Preservação Permanente e Reserva Legal.

5.2 Caracterização A área do empreendimento está inserida na Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí – UGRHI 5, no município de Itatiba, na Rodovia Romildo Prado (SP-063), Bairro de Itapema.

O empreendimento está inserido na área da Poligonal n° 820.594/1986 da Agência Nacional de Mineração – ANM, e prevê a implantação de uma área de lavra de 52,45 ha com reserva lavrável de 12.694 m3 de granito.

A delimitação da propriedade, da área de lavra pretendida e o entorno são ilustradas na Figura 01, e as principais características do empreendimento estão indicadas nas Tabelas 2 a 5.

Tabela 2 - Características do processo ANM

Poligonal ANM 820.594/1996

Área da Poligonal (ha) 455

Titular do Processo ANM Fazenda Santa Esperança Ltda.

Localização Itatiba – SP

Proprietário do solo Lázaro de Mello Brandão

Fase Requerimento de lavra

Bem mineral Sienogranito

Uso do minério Ornamental

Fonte: EIA/RIMA e Planta de Configuração Final.

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Tabela 3 – Dados produtivos

Área de lavra final (ha) 52,45

Reserva lavrável (m³) 12.694

Produção granito (m³/ano) 1.200

Profundidade da cava (m) 2

Cota do pit final (m)

900 m (Frente 1)

875 m (Frente 2)

800 m (Frente 3)

925 m (Frente 4)

860 m (Frente 5)

970 m (Frente 6)

Vida útil 10,6 anos

Fonte: EIA/RIMA, complementações e Planta de Configuração Final.

Figura 01. Delimitação da propriedade (em azul), da área de lavra (em amarelo), dos depósitos de estéril (em vermelho sólido) e de rejeito (em rosa sólido), e das áreas de Reserva Legal (em verde sólido). A área da poligonal está delimitada pela linha vermelha.

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Tabela 4 – Depósitos de minério e de material estéril

Área final (ha) Volume (m³)

Área de estocagem de minério

0,96

Depósito de estéril/rejeito 1,23 3.780

Fonte: informações complementares.

Para o início da atividade de mineração será necessária a supressão da vegetação e remoção do solo local. A madeira da vegetação suprimida será reaproveitada para confecção de móveis, utilização como combustível vegetal e para compostagem, e o solo proveniente do decapeamento será armazenado em bota fora e futuramente utilizado na recuperação ambiental da área minerada.

Segundo o estudo, a lavra será realizada a céu aberto, com avanço em meia encosta e desmonte por explosivo. Para remoção da rocha do maciço serão efetuados furos com uma perfuratriz que serão preenchidos por explosivos. Os blocos serão levados por caminhões ao pátio de estocagem, para posterior beneficiamento e comercialização, a ser efetuado por outra empresa, devidamente licenciada. O rejeito gerado será constituído por blocos de rocha sem valor comercial devido às imperfeições, com volume estimado de aproximadamente 3.808,20 m3.

Com relação à mão-de-obra, o empreendimento irá empregar 18 trabalhadores diretos e 13 terceirizados em diversas funções. Os principais insumos utilizados serão combustíveis, energia elétrica e água, conforme tabela abaixo.

Tabela 5 - Insumos utilizados

Insumo Quantidade

Energia elétrica 200 kW/h

Óleo diesel 12.000 l/ano

Explosivos 270 kg/mês

Combustível 4.000 l/ano

Água 13.200.000 l/ano

5.3. Investimentos e cronograma Segundo o EIA, como atualmente não existe atividade de mineração na área do empreendimento será necessária a construção de toda a infraestrutura para o início das operações. Está previsto o investimento de R$ 4.202.770,00 em equipamentos, veículos, infraestrutura e supressão da vegetação.

Quanto ao cronograma, a única atividade a ser desenvolvida no primeiro ano é a supressão de vegetação. As demais, como decapeamento, desmonte e monitoramento ocorrerão por toda a vida útil.

6. ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO Segundo o EIA, para a delimitação das áreas de influência do empreendimento foram considerados os seguintes critérios:

Área Diretamente Afetada (ADA): a ADA considerada é a mesma para os três meios de estudo e corresponde ao terreno a ser ocupado pelo empreendimento, abrangendo a cava, bota fora (áreas de depósito de estéril e rejeito), pátio de estocagem, vias de acesso internas e áreas de apoio.

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Área De Influência Direta (AID): para a AID dos meios físico e biótico foi considerado um raio de 3 km no entorno do empreendimento. Para o meio socioeconômico, foi considerado o município de Itatiba.

Área De Influência Indireta (AII): a AII dos meios físico e biótico foi delimitada a partir da sub-bacia hidrográfica na qual está inserido o empreendimento. Para o meio socioeconômico, a AII compreende os municípios de Itatiba e Louveira.

7. COMPATIBILIDADE LEGAL Em atendimento aos artigos 5º e 10 da Resolução CONAMA 237/97, foram apresentados os seguintes documentos:

Certidão nº 085/15/DDES de 17/08/2015, da Prefeitura Municipal de Itatiba, emitida pelo Departamento de Desenvolvimento Econômico e Social, atestando a compatibilidade das atividades da empresa com a legislação do uso do solo do município;

Declaração s/n° de 16/09/2015, da Prefeitura Municipal de Itatiba, emitida pela Seção de Análise e Licenciamento Ambiental, não apresentando objeções quanto à condução do processo de licenciamento ambiental junto à CETESB.

Em relação à regularidade na Agência Nacional de Mineração – ANM foram apresentadas:

Declaração emitida pela Agência Nacional de Mineração – ANM julgando o Plano de Aproveitamento Econômico – PAE satisfatório para a substância granito, referente à Poligonal ANM 820.594/1986.

Plano de Aproveitamento Econômico, aprovado no Diário Oficial da União em 25/11/1993, para lavra de granito na Fazenda Santa Esperança.

Plantas de detalhe da configuração final da área de lavra, autenticadas pela ANM em 30/11/2015.

Análise Os documentos apresentados pelo interessado emitidos pela Prefeitura Municipal de Itatiba atendem ao disposto na Resolução CONAMA 237/97.

Em atendimento à Decisão de Diretoria 025/2014/C/I da CETESB, de 29/01/2014, o interessado apresentou os documentos que comprovam o direito de prioridade para extração mineral e a aprovação do Plano de Aproveitamento Econômico - PAE.

8. IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS E MEDIDAS MITIGADORAS PROPOSTAS Com base na avaliação do EIA/RIMA, os principais impactos ao meio ambiente decorrentes das etapas de planejamento, implantação e operação do empreendimento, bem como as principais medidas de mitigação e/ou compensatórias propostas pelo empreendedor e as sugeridas neste Parecer Técnico, são as que seguem.

Cabe ressaltar que alguns dos impactos identificados e descritos a seguir podem ocorrer nas diversas fases do empreendimento (planejamento, instalação e operação), sendo discutidos conjuntamente.

8.1. EXPECTATIVA DA POPULAÇÃO QUANTO À IMPLANTAÇÃO DO EMPREENDIMENTO A Pesquisa de Percepção Ambiental foi realizada por meio de entrevistas de 8 moradores locais, comerciantes ou representantes de instituições do bairro de Tapera Grande e Mombuca, na cidade de Itatiba. Quando questionados sobre os pontos positivos e negativos em residir próximo de áreas de mineração, os entrevistados demonstraram desconhecimento sobre os procedimentos da atividade de extração de granito e nenhuma das respostas se mostrou completamente positiva.

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De acordo com a pesquisa, dois entrevistados relataram que durante a infância viveram próximos de uma mineração e citaram como experiência negativa o barulho e a paisagem degradada. Em relação aos impactos positivos, os entrevistados mencionaram somente a geração de empregos locais. De modo geral, os entrevistados se mostraram desfavoráveis à implantação do empreendimento de mineração próximo de suas residências e comércio.

Desse modo, considerando a opinião negativa dos moradores da AID e a falta de informação sobre a atividade pretendida, o empreendedor prevê a elaboração de um Programa de Comunicação Social para as fases de implantação, operação e desativação do empreendimento. O programa tem como objetivo estabelecer relacionamento com as comunidades do entorno da empresa, por meio de divulgação de informações, e mitigar os eventuais atritos e desgastes entre a empresa e a população.

Conforme o Programa, foram previstas as seguintes atividades:

Produção de banner e folhetos informativos;

Apresentação de palestras temáticas aos alunos de instituições identificadas na AID, incluindo oficina com professores com temáticas locais relacionadas ao meio ambiente e sociedade;

Apresentação de palestras e execução de reuniões com a população local.

Análise O planejamento da atividade, os levantamentos e estudos para elaboração do projeto, além da própria divulgação do empreendimento no município de Itatiba poderão causar dúvidas e expectativas na população, como apreensões quanto à incidência de potenciais impactos ambientais, sobre eventuais transtornos relacionados à operação da mineradora, assim como expectativas quanto a melhorias a serem realizadas na região e geração de novos empregos.

Considerando que os resultados da Pesquisa de Percepção Ambiental apontaram que a população local não é favorável à implantação do empreendimento, entende-se que o empreendedor deverá adotar estratégias, no âmbito de um Programa de Comunicação e Participação Social, para atender dúvidas, reclamações e sugestões da comunidade, bem como promover esclarecimentos sobre a importância da atividade de mineração, o método de extração, os programas de controle e mitigação dos impactos relacionados, as medidas de revegetação e recuperação da área, o tempo de duração da extração, cronograma de atividades, dentre outros programas socioambientais desenvolvidos pela empresa e os projetos de interesse da população.

Além disso, em atendimento ao Parecer Técnico nº 004/2019/CACRQ/DPA/PR da Fundação Cultural Palmares, o empreendedor também deverá prever medidas de comunicação com a Comunidade Remanescente de Quilombo de Brotas.

Desse modo, por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação - LI, deverá ser apresentado o detalhamento do Programa de Comunicação e Participação Social, contendo as ações e os instrumentos a serem utilizados para garantir a efetividade da divulgação de informações sobre o empreendimento, o teor do material a ser divulgado, público alvo, o cronograma de atividades, os meios de divulgação das vagas de emprego a serem disponibilizadas, inclusive aos órgãos públicos e de assistência social do município, os canais de comunicação com a população etc. Ressalta-se que o público alvo do Programa também deverá contemplar a Comunidade Remanescente de Quilombo de Brotas.

Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação

Apresentar um Programa de Comunicação e Participação Social detalhado, contemplando as ações e os instrumentos a serem utilizados para garantir a efetividade da divulgação de informações sobre o empreendimento, o teor do material a ser divulgado, cronograma de atividades, meios de divulgação das vagas de emprego a serem disponibilizadas, os canais de

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comunicação com a população etc. Incluir no público alvo a Comunidade Remanescente de Quilombo de Brotas.

Por ocasião da solicitação de Licença Ambiental de Operação

Apresentar relatório comprovando a implementação do Programa de Comunicação e Participação Social da fase instalação e apresentar as ações que serão desenvolvidas durante a operação do empreendimento.

8.2. GERAÇÃO DE EMPREGOS E IMPACTOS RELACIONADOS À MÃO DE OBRA Conforme o EIA, em 2010 os municípios da AII, Itatiba e Louveira, apresentavam uma população total de 101.283 e 36.989 habitantes, respectivamente. Entre os anos 2000 e 2010, o grau de urbanização passou de 81,2% para 84,4% em Itatiba e de 91,6% para 96,1% em Louveira.

De modo geral, em 2010 os municípios apresentaram bons indicadores sociais, com o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) na categoria de médio desenvolvimento humano (IDH entre 0,500 e 0,800), enquadramento no Grupo 1 do IPRS (Índice Paulista de Responsabilidade Social), indicando nível elevado de riqueza e bons indicadores sociais, e a maioria da população de Itatiba e Louveira foi agrupada nas classes de vulnerabilidade muito baixa e baixa do IPVS (Índice Paulista de Vulnerabilidade Social). Apesar disto, foi ressaltado que a taxa de mortalidade infantil teve aumento entre os anos de 2000 e 2012, passando de 11,5 para 13,5 mortes por mil nascidos vivos em Itatiba e de 9,5 para 15,5 em Louveira.

Conforme as informações complementares ao EIA, o empreendedor prevê a contratação de uma empresa, preferencialmente do município de Itatiba, para execução das obras civis durante a fase de implantação do empreendimento, sendo estimada a necessidade de 50 colaboradores.

Para a atividade de lavra e manutenção foi prevista a contratação de 18 colaboradores diretos e 13 funcionários terceirizados, conforme detalhado na Tabela 6.

Tabela 6. Quantidade de trabalhadores previstos para operação do empreendimento.

Cargo Nº de

trabalhadores

Funcionários do empreendimento

Chefe da unidade 1

Motorista 2

Operador de trator 1

Operador de pá carregadeira 1

Vigia 1

Cabo de fogo 1

Marteleiros 3

Operários 4

Assistente administrativo 2

Gerente administrativo 1

Engenheiro de Minas 1

Funcionários terceirizados

Blaster 1

Faxineiro 4

Porteiro 4

Zelador 4

TOTAL 31

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Conforme o EIA, os colaboradores que serão contratados para a mineração deverão residir na cidade de Itatiba ou em municípios vizinhos, não havendo necessidade de construção de alojamento. A implantação da jazida gerará um efeito positivo sobre o nível de emprego local, visto que haverá incremento e mobilização de mão-de-obra.

Ressalta-se que a Fundação Cultural Palmares, por meio do Parecer Técnico nº 004/2019/CACRQ/DPA/PR, solicitou adoção de medidas para viabilizar a contratação de trabalhadores quilombolas, como coleta de currículos, seleção e treinamento dos mesmos.

Análise Considerando o pequeno número de funcionários previstos para a implantação e operação do empreendimento, não são esperados impactos significativos relacionados à geração de empregos e à infraestrutura municipal.

No entanto, a fim de potencializar os impactos positivos do empreendimento, deverá ser priorizada a contratação de mão-de-obra local, incluindo a comunidade quilombola e, caso necessário, deverão ser oferecidos treinamentos para capacitação dos trabalhadores.

Exigência

Durante a operação do empreendimento

Comprovar, no prazo de 1 ano após a emissão da Licença Ambiental de Operação, a adoção de medidas para priorizar a contratação de mão-de-obra local, incluindo a comunidade quilombola.

8.3. INTERFERÊNCIAS NO SISTEMA VIÁRIO Conforme o EIA, o empreendedor estudou 3 alternativas de vias internas, da frente de área de lavra até o limite da propriedade, sendo selecionada a estrada que não interfere em Área de Preservação Permanente e onde não será necessária supressão de vegetação nativa para adequação da largura do viário. O carregamento do bloco de granito da frente de lavra até o pátio de estocagem será realizado em caminhões tipo trator de 6x4 ou 6x2, com auxílio de pá carregadeira, escavadeira e guindaste.

O transporte do minério do pátio de estocagem até o destino final será de responsabilidade dos clientes (compradores). O empreendedor prevê a utilização da Estrada Municipal Leopoldino Bortolossi para escoamento da produção, e seguida da Rodovia Romildo Prado (SP-063), no sentido da Rodovia Anhanguera.

Ressalta-que durante a Audiência Pública foi informado que a Estrada Municipal Leopoldino Bortolossi não apresenta condições adequadas para receber o tráfego de caminhões pesados. Durante a vistoria técnica realizada em 25/05/2016, o empreendedor informou que existe a possibilidade de abertura de um novo acesso para o escoamento da produção, percorrendo áreas de reflorestamento de eucalipto e aproveitando parte de estradas rurais existentes.

Conforme as informações complementares, o empreendedor apresentou uma proposta de traçado da nova estrada de acesso à empresa, passando apenas por propriedades próprias, ligando o empreendimento diretamente à Rodovia Romildo Prado. O projeto previa a implantação de estrada com 7,0 m de largura e 1.909 m de extensão. Contudo, considerando que a proposta do EIA foi alterada para extração de apenas 12.694 m³ de granito, conforme projeto constante no PAE aprovado pela ANM, a implantação de nova estrada não foi considerada necessária pelo empreendedor, devendo ser utilizada a Estrada Municipal Leopoldino Bortolossi.

De acordo com o EIA, a Rodovia Romildo Prado é a principal via de conexão entre os municípios de Itatiba e Louveira, e sua manutenção é de responsabilidade da concessionária Rota das Bandeiras. Foram apresentados dados do Volume Diário Médio de Tráfego (VDM) no pedágio (km 10+400) da SP-063, distante cerca de 1,0 km do empreendimento (Tabela 7).

Tabela 7. Volume diário médio de tráfego de veículos na Rodovia Romildo Prado (SP-63).

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VDM 2012 VDM 2013 VDM 2014

Leste Oeste Leste Oeste Leste Oeste

Passeio 2.611 2.264 2.662 2.599 1.947 1.957

Comercial 882 929 834 844 633 671

Total 3.493 3.193 3.496 3.443 2.580 2.628

Os dados apresentados demonstram uma queda no volume de veículos no ano de 2014, a qual, segundo o empreendedor, está relacionada com as obras de duplicação parcial da Rodovia Romildo Prado.

De acordo com as informações apresentadas, para o escoamento da produção está previsto um aumento no tráfego, no horário comercial, da ordem de 1 caminhão por dia.

Ressalta-se que a Prefeitura Municipal de Itatiba informou não haver óbices a esse volume de tráfego na Estrada Municipal Leopoldino Bortolossi, conforme Certidão SEPD – 045/17.

Como medida mitigadora, o empreendedor propôs a orientação dos colaboradores e prestadores de serviço em relação aos limites de velocidade e transporte seguro, desde o carregamento até seu destino final.

Além disso, a manutenção das vias internas deverá ser realizada periodicamente, com uso de materiais oriundos do depósito de estéril (solo argilo-arenoso) e rejeito, visando minimizar custos e impactos. As vias internas também deverão contar com um sistema de escoamento de águas pluviais e será efetuada a umectação das vias locais, evitando a emissão excessiva de particulados.

Análise O pequeno incremento de tráfego de veículos pesados não deverá causar impactos significativos na Estrada Municipal Leopoldino Bortolossi e na Rodovia Romildo Prado. Contudo, as propostas de manutenção das vias internas e de orientação dos colaboradores e prestadores de serviço deverão ser implementadas, devendo ser comprovadas durante a operação do empreendimento, no prazo de 1 ano após a emissão da Licença Ambiental de Operação.

Cabe ressaltar que a eventual ocorrência dos atropelamentos de fauna silvestre visualizados por motoristas deverá ser registrada e contabilizada pela equipe de monitoramento de fauna, para subsidiar a adoção de respectivas medidas mitigadoras e indicação de locais para sinalização preventiva.

Exigência

Durante a operação do empreendimento

Apresentar, no prazo 1 ano após a emissão da Licença Ambiental de Operação, relatório comprovando as ações de manutenção das vias internas e de orientação dos colaboradores e prestadores de serviços em relação aos limites de velocidade e transporte seguro.

8.4. INTERFERÊNCIA NO PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO O empreendedor apresentou o Relatório Final do Projeto de Avaliação de Impacto ao Patrimônio Arqueológico, processo IPHAN nº 01506.005147/2016-33, tendo como arqueólogo responsável o Sr. Marco Túlio Alves Amorim do Amaral.

Conforme o relatório, o município de Itatiba possui 1 sítio arqueológico cadastrado na base eletrônica CNSA/IPHAN, denominado de Terraço de Pedra. Além disso, também foi citado o trabalho de pesquisa nos sítios Itatiba I e II, associados à Tradição Neobrasileira, com registro de material lítico, fragmentos cerâmicos, telha e louça, além de vidro, placa de reboco, tijolo e grés. Foram identificados, ainda, 2 bens tombados no município, denominados de Solar Alves Lanhoso e EMEF Cel. Júlio Cesar, ambos localizados na área urbana de Itatiba.

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De acordo com o relatório, a pesquisa de campo foi realizada por meio de entrevistas com 25 funcionários da fazenda, caminhamentos em 4 pontos da ADA para levantamento arqueológico de superfície e intervenções em sub-superfície em 50 pontos (poços-teste).

Os resultados do estudo apontaram para a inexistência de vestígios na área de influência do empreendimento, tanto em superfície, quanto em profundidade.

Ressalta-se que o Parecer Técnico GT – Empreendimentos nº 04/2016, dos Comitês PCJ, informou a existência de uma área proposta para tombamento da Serra dos Cocais. De acordo com o empreendedor, essa área de tombamento dista cerca de 4,5 km da ADA.

Análise Segundo o Ofício nº 232/2018/IPHAN-SP-IPHAN, de 30/01/2018, na perspectiva da salvaguarda do patrimônio arqueológico, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN se manifestou pela aprovação do relatório final e pela anuência de todas as licenças ambientais para o empreendimento.

Considerando o referido Ofício, não será necessária a realização de estudos complementares e monitoramentos arqueológicos nas próximas fases de licenciamento da empresa.

Com relação ao estudo de tombamento da Serra dos Cocais, cabe esclarecer que o CONDEPHAAT deliberou pelo arquivamento do respectivo processo, conforme publicação no Diário Oficial do Estado de 02/11/2018.

8.5. INTERFERÊNCIA EM COMUNIDADES TRADICIONAIS Conforme informações complementares, o empreendimento pretendido está situado a 2,4 km da Comunidade Remanescente de Quilombo (CRQ) de Brotas, localizada na área peri-urbana do município de Itatiba.

O empreendedor elaborou um Estudo do Componente Quilombola (ECQ) da Comunidade Remanescente de Quilombo de Brotas, contemplando a caracterização do projeto de lavra, a legislação e referencial teórico do licenciamento ambiental e do direito das comunidades na regularização de suas áreas territoriais, a caracterização da CRQ Brotas, a contextualização etnohistórica da ocupação negra na região, a avaliação quanto aos potenciais impactos do empreendimento sobre o Quilombo de Brotas, entre outras informações. Ressalta-se que o ECQ foi realizado com trabalhos de campo e participação dos moradores da comunidade.

Análise Em atendimento à Portaria Interministerial 60/2015 e à Instrução Normativa da Fundação Cultural Palmares 01/2015, o interessado obteve anuência da Fundação Cultural Palmares (FCP) para implantação do empreendimento, que se manifestou por meio do Parecer Técnico nº 004/2019/CACRQ/DPA/PR (Processo nº 01420.101188/2018-61) emitido em 29/01/2019.

De acordo com o Parecer Técnico nº 004/2019/CACRQ/DPA/PR, considerando que o empreendimento está localizado em bacia hidrográfica distinta, e que não está prevista a utilização das mesmas vias de acesso da comunidade quilombola, a FCP entende que não haverá impactos que possam requerer ações direcionadas a compensação ambiental. Contudo, foi destacada a necessidade de implementação do Programa de Monitoramento de Geração de Ruídos e Vibrações, do Programa de Comunicação Social, bem como medidas de apoio à coleta de currículos, seleção e treinamento de trabalhadores quilombolas, com ênfase a possível contratação pelo empreendimento.

Ainda segundo o referido Parecer, a comunidade quilombola de Brotas também se pronunciará em relação ao Plano Básico Ambiental a ser apresentado, o que poderá alterar ou acrescentar outras ações de mitigação e/ou compensação. Considerando o Parecer Técnico nº 004/2019/CACRQ/DPA/PR, o empreendedor deverá atender as recomendações da Fundação Cultural Palmares, as quais foram incorporadas ao longo deste Parecer.

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Exigência

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação

Apresentar atendimento ao Parecer Técnico nº 004/2019/CACRQ/DPA/PR emitido pela Fundação Palmares, comprovando a apresentação do Plano Básico Ambiental à Comunidade Quilombola de Brotas e informando eventuais tratativas subsequentes.

8.6. IMPACTO VISUAL Conforme o EIA, a transformação da paisagem em cavas de mineração tem aspecto permanente, sendo um dos impactos mais significativos associados aos empreendimentos minerários nos aspectos relativos ao meio ambiente. Esta mudança na paisagem é decorrente da supressão da cobertura vegetal e abertura da área de lavra.

De modo a mitigar este impacto, o empreendedor propôs a implantação de cortina vegetal no entorno da área de lavra para servir de anteparo visual e a revegetação e recuperação ambiental das áreas degradadas, conforme previsto no Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD).

Análise As atividades de mineração a céu aberto provocam alterações permanentes no relevo, com a modificação do uso do solo pela abertura das cavas, pela formação de pilhas de disposição de estéreis, e supressão de áreas de pastagens e de vegetação nativa.

A fim de minimizar os efeitos do impacto visual causado pela área de lavra do empreendimento e proporcionar a redução dos níveis de ruído e de material particulado em suspensão, para a LI deverá ser apresentado um Projeto de Cortina Vegetal detalhado, incluindo levantamento de visada nos trechos de maior visibilidade, a fim de dimensionar a extensão dos plantios. Considerando que o empreendimento está inserido em região de ocorrência do complexo Mata Atlântica, deverá ser priorizada a utilização de espécies nativas da região, de crescimento rápido, para a formação da cortina vegetal.

Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação

Apresentar Projeto de Cortina Vegetal a ser implantada no entorno da área de lavra, contemplando: levantamento de visada nos trechos de maior vulnerabilidade visual, que subsidie o redimensionamento da extensão dos plantios; e a utilização prioritária de espécies nativas da região e de crescimento rápido.

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação

Apresentar relatório fotográfico comprovando a implantação da Cortina Vegetal no entorno da área de lavra.

8.7. CONFLITOS DO USO DO SOLO De acordo com o EIA, a AID é ocupada predominantemente por pastagens, correspondendo a 40,89% da área. Também se destaca a presença de fragmentos de vegetação (25,76%), bem como área urbana/residencial (13,21%) e reflorestamento de exóticas (12,17% da AID).

Conforme o EIA, no limite nordeste da AID foram identificados os bairros Núcleo Residencial Porto Seguro e Jardim Santa Filomena, sendo constatadas também áreas de expansão urbana, com loteamentos residenciais e chácaras de recreação localizados ao longo da Rodovia Romildo Prado (SP-063).

A gleba do empreendimento está situada na área de contato entre a Região Metropolitana de Campinas e a Região de Jundiaí, caracterizada pela presença de loteamentos residenciais horizontais e de condomínios fechados, destinados à população de alta renda. Contudo, foi

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constatado que não há moradores na ADA e seu entorno imediato, portanto, não há previsão de conflitos de uso do solo.

Análise Considerando que o empreendimento se encontra próximo de áreas de expansão urbana, as atividades de comunicação social previstas no item 8.1 deste Parecer deverão estendidas para novos moradores que venham residir na AID do empreendimento, bem como deverão ser ampliados os pontos de monitoramento dos níveis de ruídos e vibrações considerando receptores críticos futuros.

8.8. PERDA DA COBERTURA VEGETAL E INTERFERÊNCIAS EM ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APP) O município de Itatiba insere-se na Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos Piracicaba/Capivari/Jundiaí - UGRHI 5, em área de muito alta importância biológica conforme mapa “Áreas Prioritárias para Incremento da Conectividade” do projeto BIOTA/FAPESP.

Conforme o EIA, a área de estudo situa-se na Região Metropolitana de Campinas, que apresenta diversas fitosionomias, representadas pela Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila Densa e Cerrado. Na AID e a ADA ocorrem remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual nos estágios médio e inicial, Campo Antrópico e Reflorestamento de Eucalyptus sp.

A flora da AID e ADA foi caracterizada a partir de quatro diferentes atributos da vegetação: 1) Levantamento Fitofisionômico; 2) Levantamento Fitossociológico; 3) Levantamento Florístico; 4) Levantamento dos indivíduos arbóreos isolados.

Para a amostragem fitossociológica foi realizada campanha de campo, entre os dias 16 e 19 de maio de 2015, sendo utilizada a metodologia de parcelas de 20x10 (200 m²), com alocação de oito parcelas distribuídas nos fragmentos de mata da ADA.

O levantamento florístico foi realizado pelo método de caminhamento, com coletas aleatórias de plantas preferencialmente férteis (com flor ou fruto) e estéreis para elaboração da listagem.

Para o levantamento dos indivíduos arbóreos isolados foram incluídas todas as árvores nativas e exóticas isoladas, além de agrupamentos de árvores encontradas dentro da ADA que apresentavam diâmetro na altura do peito (DAP) igual ou superior a 5,0 cm.

O levantamento florístico geral revelou a presença de 71 espécies pertencentes a 15 famílias, sendo que 1 espécie se encontra na lista de espécies ameaçadas, de acordo com a Resolução SMA 57/16: Cedrela fissilis (cedro).

Conforme o empreendedor, será necessário o corte de 95 árvores isoladas nativas. Dentre estas, a Machaerium villosum (jacarandá-paulista) consta na lista de espécies ameaçadas de extinção, conforme a Resolução SMA 57/16.

De acordo com o EIA e informações complementares, para a implantação do empreendimento está prevista a supressão de 4,07 ha de reflorestamento com sub-bosque em estágio pioneiro de regeneração, 28,73 ha de vegetação nativa em estágio inicial e 4,82 ha em estágio médio de regeneração, conforme quadro abaixo:

Tabela 8. Vegetação a ser suprimida.

Estágio de regeneração/Tipo de vegetação

Área de Lavra (ha)

Depósitos de Estéreis e

Minério (ha)

Estrada (ha)

TOTAL (ha)

Dentro de APP

Fora de

APP

Dentro de APP

Fora de

APP

Dentro de APP

Fora de

APP

FES* - estágio pioneiro 0 19,33 0 0 0 1,25 20,58

FES - estágio inicial 0 27,68 0 0 0 1,05 28,73

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*Floresta Estacional Semidecidual

O empreendedor informou que pretende reaproveitar a madeira oriunda das atividades de supressão de vegetação nativa e de árvores isoladas para confecção de móveis, utilização como combustível vegetal e para compostagem.

Segundo o EIA, a supressão da vegetação nativa e o corte das árvores isoladas provocará a perda de riqueza de espécies vegetais e perda da conectividade entre os fragmentos florestais. Para compensar estes impactos, o estudo propôs um Programa de Revegetação e um Programa de Compensação Florestal.

De acordo com informações complementares ao EIA, a proposta de compensação pela supressão de vegetação nativa e corte de árvores isoladas deverá seguir o disposto na Resolução SMA 07/2017.

Foi apresentada cópia da matrícula nº 041785/2015, emitida pelo Cartório de Registro de Imóveis de Itatiba, indicando as áreas de Reserva Legal do imóvel, conforme tabela abaixo:

Tabela 9 – Áreas da Reserva Legal

Matrícula nº Reserva Legal Área (ha)

041785/2015

I 17,1520

II 43,0734

III 5,7808

Total 66,0062

O empreendedor também apresentou o comprovante de inscrição do imóvel rural no SICAR (Sistema de Cadastro Ambiental Rural), sob nº 35234040259583.

Análise A remoção de vegetação nativa poderá provocar a alteração da paisagem e redução de habitat florestal para a fauna. Dessa forma, entende-se que deverão ser adotadas medidas como a condução adequada da supressão de vegetação nativa, conforme descrita na Resolução SMA 22/10, o monitoramento da flora, o manejo florestal e a recuperação de ambientes florestais visando minimizar os efeitos destes impactos sobre a flora e fauna.

Além disso, com base na redução do volume previsto de granito (apenas 12.694 m³, conforme Plano de Aproveitamento Econômico), recomenda-se que o empreendedor priorize a extração nas frentes de lavra sem cobertura vegetal nativa ou ocupadas por árvores isoladas ou vegetação nativa em estágios pioneiro e inicial de regeneração.

Considerando a inexistência de alternativa locacional para a extração do minério e a legislação ambiental vigente, entende-se que não há óbices à supressão de vegetação nativa prevista, mediante o compromisso de implantação das medidas compensatórias estabelecidas na legislação. Dessa forma, por ocasião da solicitação da LI, deverá ser obtida a Autorização para supressão de vegetação e firmado um Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental junto à Agência Ambiental de Atibaia, visando garantir a compensação pela supressão de vegetação nativa.

FES - estágio médio 0 4,82 0 0 0 0 4,82

Reflorestamento com sub-bosque

0 1,05 0 2,53 0 0,49 4,07

Reflorestamento sem sub-bosque

0 0 0 0 0 0 0

Total 0 52,88 0 2,53 0 2,79 58,20

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Tendo em vista que o município de Itatiba está localizado na Região Metropolitana de Campinas e que a supressão de vegetação nativa em estágio médio é superior a 3 ha, o EIA/RIMA foi encaminhado para a anuência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. Tal Instituto se manifestou por meio do Ofício nº 325/DITEC-SP/SUPES-SP em 25/04/2019, solicitando a apresentação da documentação elencada na Instrução Normativa 09/19, recém-publicada, para subsidiar a análise da solicitação da Anuência Prévia, a qual deverá emitida anteriormente à Autorização da CETESB.

Conforme o Decreto 6.660/08, que regulamenta os dispositivos da Lei da Mata Atlântica, deverá ser destinada uma área, no mínimo equivalente à extensão desmatada de vegetação secundária do Bioma Mata Atlântica em estágio médio de regeneração, ou seja, 4,82 ha, para conservação, com as mesmas características ecológicas e na mesma bacia hidrográfica. Em relação à Resolução SMA 07/2017, o município de Itatiba foi classificado na categoria de Muita Alta Prioridade do “Mapa de Prioridade para Restauração da Vegetação Nativa” com 14,8% de cobertura vegetal. Desse modo, a área de compensação florestal deverá ser equivalente a 73,36 ha, conforme a tabela abaixo.

Tabela 10. Estimativas de áreas de supressão de vegetação e de compensação.

Tipo de vegetação e estágio de regeneração

Supressão Fator de

compensação Área de

compensação (ha)

Floresta Estacional Semidecidual em estágio inicial 28,73 ha 2 57,46

Floresta Estacional Semidecidual em estágio médio 4,82 ha 3 14,46

Árvores isoladas – não ameaçadas de extinção

94 indivíduos 15:1 1,41*

Árvores isoladas – espécies ameaçadas

1 indivíduo 30:1 0,03*

Total 73,36

*considerando o plantio na densidade de 1.000 mudas/ha.

Cabe destacar que foram identificados no EIA os gêneros Inga sp., Aspidosperma sp., Ocotea sp. e Eugenia sp., que possuem espécies em extinção, conforme a Resolução SMA 57/2016. Desse modo, no laudo de caracterização da vegetação a ser apresentado na fase de Licença de Instalação o empreendedor deverá apresentar a identificação das espécies destes gêneros, pois se encontram nas áreas que sofrerão interferências com a implantação do empreendimento.

Em virtude da necessidade de supressão de vegetação nativa e de árvores isoladas, o Programa de Compensação Florestal proposto no EIA deverá ser detalhado por ocasião da solicitação da Licença de Instalação. Este Programa deverá conter proposta de áreas para revegetação e/ou preservação conforme as orientações das Resoluções SMA nº 32/14 e 07/17, as técnicas de restauração ecológica adequadas para cada área, a lista de espécies nativas, o isolamento dos fatores de degradação, etc., incluindo o cadastro do projeto no SARE - Sistema Informatizado de Apoio à Restauração Ecológica. Além disso, deverá ser proposta a remoção e transplante ou translocação de eventuais espécies ameaçadas de extinção a serem suprimidas, conforme a Resolução SMA 22/10.

Também deverá ser apresentado um Programa de Acompanhamento de Supressão de Vegetação detalhado, contendo as diretrizes constantes na Resolução SMA 22/10, e incluindo o cronograma compatível com o plano de lavra, a equipe técnica que deverá acompanhar a execução das atividades de supressão de vegetação, as medidas de resgate de elementos da flora, como plântulas, epífitas, mudas e propágulos, visando à produção de mudas nos viveiros já existentes e posterior plantio em áreas de recuperação ambiental e revegetação.

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Para atender o Artigo 7° da Lei Federal 12.651/12, que preconiza a recomposição da vegetação nas APPs degradadas, para a LI deverá ser apresentado o Programa de Recuperação para todas as APPs da área do empreendimento. O programa deverá prever o uso de espécies nativas que preferencialmente forneçam recursos à fauna nativa, a utilização de técnicas de ‘nucleação’ para facilitar a regeneração natural e conter, no mínimo, mapeamento, metodologias e cronograma. Após o plantio, a equipe responsável deverá monitorar e acompanhar o desenvolvimento dos plantios realizados, com o intuito de avaliar o sucesso da recuperação florestal quanto ao resgate das funções do ecossistema e biodiversidade. A recuperação das APPs e os demais replantios de mudas nativas devem ser balizados pelas orientações da Resolução SMA 32/14.

Ressalta-se que para o transporte, armazenamento e comercialização da madeira resultante das atividades de supressão de vegetação nativa e de árvores isoladas o empreendedor deverá obter o Documento de Origem Florestal – DOF e o Cadastro Estadual das Pessoas Jurídicas que comercializam, no Estado de São Paulo, produtos e subprodutos de origem nativa da flora brasileira – CADMADEIRA.

Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação

Obter a Autorização para supressão de vegetação nativa e corte de árvores isoladas na Agência Ambiental da CETESB, e firmar os respectivos Termos de Compromisso de Recuperação Ambiental – TCRAs.

Obter o Documento de Origem Florestal – DOF e o Cadastro Estadual das Pessoas Jurídicas que comercializam, no Estado de São Paulo, produtos e subprodutos de origem nativa da flora brasileira – CADMADEIRA para o armazenamento, transporte e comercialização da madeira resultante das atividades de supressão de vegetação nativa e de árvores isoladas.

Apresentar a documentação necessária junto a Agência Ambiental da CETESB de Atibaia para a obtenção da Anuência Prévia, a ser emitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, conforme a Lei Federal n° 11.428/06, Decreto Federal n° 6.660/08 e Instrução Normativa IBAMA n° 09/19.

Apresentar o Programa de Acompanhamento da Supressão de Vegetação, contemplando: o planejamento das atividades de supressão em conformidade com a Resolução SMA nº 22/2010; os procedimentos para o resgate de plântulas, epífitas, mudas e propágulos, visando a produção de mudas nos viveiros já existentes e posterior plantio em áreas de recuperação ambiental e revegetação; a remoção e transplante de espécies ameaçadas de extinção; cronograma de atividades; equipe técnica responsável, etc.

Apresentar o detalhamento do Programa de Compensação Florestal, contemplando: áreas propostas para compensação florestal, priorizando áreas para formação de corredores ecológicos, com delimitação georreferenciada em imagem de satélite e quantitativos de plantio e/ou preservação; técnicas de plantio adequadas para cada área; formas de isolamento dos fatores de degradação; utilização de solo e serapilheira das áreas de supressão de vegetação; ações de monitoramento; cronograma de atividades; equipe técnica responsável e respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica – ART. Comprovar, ainda, o cadastro do projeto no Sistema Informatizado de Apoio à Restauração Ecológica – SARE.

Apresentar Programa de Recuperação de Áreas de Preservação Permanente, contendo localização e caracterização das áreas a serem recuperadas, lista de espécies com ocorrência regional para revegetação e enriquecimento das áreas degradadas conforme a Resolução SMA nº 32/14, cronograma de atividades, cadastro do projeto no Sistema Informatizado de Apoio à Restauração Ecológica – SARE, equipe técnica responsável e respectiva ART.

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação

Apresentar relatório do Programa de Acompanhamento da Supressão de Vegetação, informando sobre as atividades desenvolvidas, eventuais não-conformidades e respectivas

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medidas corretivas adotadas, destinação final do material suprimido, resultados obtidos e análise da efetividade do Programa.

Apresentar relatório do Programa de Compensação Florestal e do Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental, contendo a descrição das ações realizadas; o mapeamento e georreferenciamento das áreas de plantio; os resultados obtidos e a avaliação dos plantios realizados; e o cronograma de atividades, considerando a manutenção e o monitoramento das áreas plantadas, conforme o disposto na Resolução SMA 32/2014.

Apresentar relatório do Programa de Recuperação de Áreas de Preservação Permanente, informando sobre as atividades desenvolvidas, avaliação da efetividade das medidas implementadas, registros fotográficos, equipe técnica responsável e respectiva ARTs e proposta de manutenção e monitoramento das áreas revegetadas e/ou enriquecidas.

Durante a operação do empreendimento

Apresentar relatórios anuais dos Programas de Compensação Florestal e de Recuperação de Áreas de Preservação Permanente, contemplando as atividades desenvolvidas, avaliação das medidas implementadas, registros fotográficos, equipe técnica responsável e respectiva ART e demais informações necessárias para comprovação da sua efetividade.

8.9. INTERFERÊNCIAS EM ÁREAS PROTEGIDAS Conforme o EIA, na AID não estão inseridas Unidades de Conservação de Proteção Integral, apenas a Área de Proteção Ambiental de Jundiaí, de Uso Sustentável. Ressalta-se que esta UC está distante cerca de 5 km do empreendimento.

Análise Considerando a localização do empreendimento e suas áreas de influência, não são esperados impactos sobre Unidades de Conservação ou suas Zonas de Amortecimento.

8.10. INTERFERÊNCIAS SOBRE COMUNIDADES FAUNÍSTICAS Conforme dados secundários, no levantamento de fauna foram registradas 60 espécies de mamíferos, 223 espécies de aves e 120 espécies da herpetofauna, sendo que 39 encontram-se na lista de espécies ameaçadas de extinção, conforme o Decreto Estadual 63.852/2018, Portaria MMA n.º 444/2014 e Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais - IUCN.

Para caracterização da fauna foram realizados levantamentos primários de aves, mamíferos, anfíbios e répteis na AID e ADA do empreendimento, nas estações chuvosa (entre os dias 16 e 21 de março de 2015), e seca (entre os dias 08 e 13 de junho de 2015), em três áreas de amostragem (AM1, AM2 e AM3), todas localizadas na Fazenda Santa Esperança.

As metodologias utilizadas para o levantamento da Mastofauna foram transectos lineares, parcelas de areia, armadilhas fotográficas e entrevistas com moradores. Foi registrado ao longo das duas campanhas de campo um total de 12 espécies de mamíferos de médio ou grande porte pertencentes a 11 famílias. Destas, apenas 2 espécies estão ameaçadas de extinção, conforme o Decreto Estadual n.º 63.853/18, a Portaria MMA n.º 444/2014 e a Lista Vermelha da IUCN: Callicebus nigrifrons (sauá) e Alouatta guariba clamitans (bugio). Apenas para Mazama sp., registrada em rápidas visualizações, não foi possível a identificação até sua espécie.

Para a Avifauna foram utilizados pontos fixos, censo visual, registros ocasionais, entrevistas com moradores e trajetos irregulares como métodos para amostragem na AID e ADA. Foram registradas 95 espécies de aves, e apenas uma encontra-se na lista de espécies ameaçadas de extinção, conforme o Decreto Estadual n.º 63.853/18, a Portaria MMA n.º 444/2014 e a Lista Vermelha da IUCN: Malacoptila striata (barbudo-rajado).

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Conforme o EIA, quanto à sensibilidade das espécies de aves a distúrbios no habitat, 68% (65 espécies) são consideradas como pouco sensíveis. Estas espécies, em geral, apresentam hábitos generalistas e maior facilidade de adaptação às alterações de hábitat. Apenas duas espécies foram consideradas altamente sensíveis às perturbações ambientais: Xiphorynchus fuscus (arapaçu-rajado) e a Aramides cajaneus (saracura-três-potes).

Para a Herpetofauna as metodologias de amostragem realizadas foram buscas ativas, sítio de vocalização e reprodução, encontro ocasional e entrevista com moradores. Após a realização das duas campanhas foram levantadas nas áreas 9 espécies de herpetofauna, sendo 8 anfíbios e um réptil. Não foram encontradas na área animais ameaçados, em risco de extinção ou endêmicos.

De acordo com as informações apresentadas no EIA, os principais impactos do empreendimento sobre a fauna serão o afugentamento, perda de habitat e atropelamentos. O empreendedor propõe como medidas mitigadoras a implantação de placas de limite de velocidade, de ocorrência de animais silvestres e de redutores de velocidade, implantação de cortina vegetal, inspeção e manutenção dos maquinários, equipamentos e veículos.

Foi proposta também a implementação do Programa de Afugentamento e Resgate da Fauna Silvestre, que deverá ter início antes da supressão de vegetação nativa na área, que será executada até o final das atividades minerárias. Também foi proposto o Programa de Monitoramento da Fauna, sendo previstas atividades de monitoramento quadrimestral para acompanhamento e identificação de possíveis impactos causados às espécies de fauna local devido às atividades do empreendimento.

Análise A implantação do empreendimento implicará na supressão de vegetação nativa e de árvores isoladas, com potenciais impactos sobre a fauna. Considera-se que as medidas e os programas propostos pelo empreendedor são adequados para mitigação dos impactos sobre fauna e flora, e deverão ser detalhados para obtenção da Licença de Instalação e complementados com as medidas propostas nesse Parecer.

De modo a mitigar os impactos sobre a fauna, as atividades do Programa de Acompanhamento da Supressão de Vegetação deverão ser compatibilizadas com Programa de Resgate e Salvamento de Fauna. Assim, tanto o Programa de Acompanhamento da Supressão de Vegetação, quanto o Programa de Resgate e Salvamento de Fauna (ninhos, espécies arborícolas etc.), deverão obedecer às diretrizes constantes na Resolução SMA 22/10, devendo ser acompanhados por profissional habilitado. A referida Resolução preconiza a realização de campanhas de levantamento de fauna também nos fragmentos remanescentes em três momentos: 3 meses antes da supressão de vegetação; 48 horas após a mesma e 6 meses depois.

Desta forma, deverá ser realizada a primeira campanha do Programa de Monitoramento e Salvaguarda da fauna, antes da emissão da Licença de Instalação, abrangendo todos os grupos faunísticos nos fragmentos que serão suprimidos e nos fragmentos remanescentes e demais áreas que poderão ser utilizadas na translocação da fauna.

As ações a serem adotadas para o resgate de fauna durante a supressão de vegetação deverão ser apresentadas no detalhamento do Programa de Resgate e Salvamento de Fauna, por ocasião da solicitação da LI. Ressalta-se que deverá ser sempre priorizado o afugentamento da fauna em detrimento das atividades de resgate e translocação de espécies.

Destaca-se que para a execução das atividades do Programa de Resgate e Salvamento de Fauna, deverá ser obtida a Autorização para Manejo In Situ, junto ao Departamento de Fauna da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, conforme disposto na Resolução SMA nº 92/14.

O Programa de Monitoramento e Salvaguarda da Fauna proposto deverá ser detalhado e prever a realização de campanhas periódicas por no mínimo 3 anos, além de considerar medidas específicas para o monitoramento de espécies ameaçadas de extinção e indicadoras de qualidade ambiental, os locais e técnicas de amostragem, os equipamentos e infraestrutura necessários, o

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cronograma de atividades, os mecanismos de registro da fauna, equipe técnica responsável e as respectivas ARTs.

Além disso o Programa deverá contemplar as ações de:

Prevenção de atropelamento, visto que haverá movimentação de máquinas.

Aumento da oferta de abrigos e locais para alimentação e reprodução de organismos.

Enriquecimento e melhoria da qualidade dos remanescentes florestais, aumentando sua capacidade de suporte para as populações animais.

Manejo adequado da serapilheira para manutenção dos organismos detritívoros e seu reaproveitamento nas áreas a serem recuperadas.

Durante a implantação e operação, a equipe responsável pelo monitoramento da fauna deverá incluir os atropelamentos registrados pelos funcionários nos relatórios e identificar as áreas mais susceptíveis e propor medidas mitigadoras.

Além disso, considerando o trânsito de pessoas nas áreas próximas do empreendimento e no interior dos fragmentos, o empreendedor deverá prever uma programação de atividades para treinamento e conscientização ambiental de trabalhadores, visando coibir as atividades de caça e reduzir os riscos de atropelamentos, no âmbito de um Programa de Educação Ambiental.

Durante a operação do empreendimento, deverão ser apresentados relatórios anuais de acompanhamento do Programa de Monitoramento e Salvaguarda da Fauna. Estes relatórios deverão conter os registros fotográficos, a descrição e a análise das atividades de monitoramento. Incluir a lista das espécies levantadas, análise comparativa entre as campanhas sazonais, proposta de manejo das espécies, especialmente das endêmicas e ameaçadas de extinção, e a curva de acumulação de espécies (curva de coletor).

Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação

Apresentar o detalhamento do Programa de Resgate e Salvamento de Fauna, de acordo com as diretrizes da Resolução SMA 22/10, as ações e procedimentos ambientalmente adequados e compatíveis com o avanço da lavra, contemplando, no mínimo: a formação e experiência das equipes de campo na identificação e resgate de flora e fauna, procedimentos executivos para o resgate e relocação de espécimes, georreferenciamento das áreas de resgate e relocação, infraestrutura e equipamentos necessários, cronograma de atividades etc.

Apresentar cópia da Autorização para Manejo in Situ obtida junto ao Departamento de Fauna Silvestre da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente – DeFau-SIMA, para as atividades de resgate, relocação e monitoramento da fauna.

Apresentar detalhamento do Programa de Monitoramento e Salvaguarda da Fauna , atendendo as diretrizes da Resolução SMA 22/10 e contemplando as atividades previstas, metodologias, grupos a serem monitorados (Mastofauna, Avifauna e Herpetofauna), esforço amostral (no mínimo cinco dias por grupo faunístico), caracterização e localização georreferenciada dos pontos de amostragem selecionados, plano de ação para o monitoramento de espécies ameaçadas e indicadoras de qualidade ambiental, recursos e infraestrutura necessários, equipe técnica responsável e respectivas ARTs e cronograma de atividades compatível com os demais programas ambientais de flora e fauna. Apresentar ainda os resultados da primeira campanha do Programa, realizada nos fragmentos a serem suprimidos, nos fragmentos remanescentes e nas áreas previstas para translocação da fauna.

Apresentar detalhamento do Programa de Educação Ambiental para motoristas e trabalhadores, visando minimizar impactos como caça, atropelamento e degradação de áreas naturais pelo aumento da circulação de pessoas e veículos, com cronograma e equipe responsável.

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Durante a implantação do empreendimento

Apresentar relatórios de acompanhamento do Programa de Monitoramento e Salvaguarda da Fauna, incluindo mapeamento e caracterização ambiental dos pontos georreferenciados, metodologias e esforço amostral. Apresentar os resultados das campanhas realizadas previamente à supressão de vegetação, 48 horas após e 6 meses após a supressão da vegetação, também em planilhas eletrônicas editáveis (extensão xls ou compatível), com a localização dos pontos amostrais informada em formato métrico, de acordo com a Projeção Universal Transversa de Mercator (UTM), e o Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas (SIRGAS 2000).

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação

Apresentar relatório do Programa de Resgate e Salvamento da Fauna, descrevendo as ações de afugentamento, resgate e translocação, eventuais não conformidades e respectivas medidas corretivas adotadas, registros fotográficos, equipe técnica responsável e ARTs.

Apresentar relatório do Programa de Monitoramento e Salvaguarda da Fauna, contemplando, no mínimo: a indicação dos pontos de amostragem, descrição da metodologia utilizada, esforço amostral despendido, registros fotográficos, análise comparativa entre as campanhas sazonais, registro de espécies envolvidas em acidentes e eventuais atropelamentos, avaliação de áreas prioritárias para sinalização das vias de circulação na área sob influência do empreendimento, ART da equipe responsável e Autorização de manejo in situ emitida pelo DeFau. Com base nos resultados, apresentar avaliação crítica sobre o efeito da supressão de vegetação, perda de habitat e deslocamento da fauna e propor eventuais medidas mitigadoras e compensatórias adicionais para a fase de operação.

Apresentar relatório do Programa de Educação Ambiental para motoristas e trabalhadores, descrevendo as atividades realizadas e contendo programação, material didático, listas de presença e registro fotográfico.

Durante a operação do empreendimento

Apresentar relatórios anuais do Programa de Monitoramento e Salvaguarda da Fauna, durante 3 anos contemplando, no mínimo: a indicação dos pontos de amostragem; descrição da metodologia utilizada; esforço amostral despendido; registros fotográficos; análise comparativa entre as campanhas sazonais; registro de espécies envolvidas em acidentes e eventuais atropelamentos; avaliação de áreas prioritárias para sinalização das vias de circulação na área sob influência do empreendimento; análise crítica dos resultados, eventuais medidas mitigadoras complementares adotadas; ART da equipe responsável e Autorização de manejo in situ emitida pelo DeFau.

Por ocasião da renovação da Licença Ambiental de Operação

Apresentar, em cada renovação de LO, relatório consolidado do Programa de Monitoramento e Salvaguarda da Fauna, considerando: a) as campanhas já realizadas e levantamento atual de dados com duas campanhas no ano; b) os registros de atropelamento da fauna; c) análise comparativa e avaliação dos resultados obtidos, avaliação da efetividade das medidas mitigadoras adotadas para os impactos identificados sobre a fauna local e eventual proposição de medidas adicionais.

8.11. DESENCADEAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS E ASSOREAMENTO De acordo com o EIA, a implantação da mineração traz como possível impacto a deflagração de processos de dinâmica superficial, como assoreamento, erosão e instabilidade geotécnica. Na fase de implantação e operação do empreendimento esse impacto está diretamente associado à preparação das áreas para implantação da cava, com a retirada de solo, supressão da vegetação, decapeamento, terraplanagem, disposição do solo/estéril e com a instabilidade dos matacões minerados.

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Segundo o estudo, a Área de Influência Indireta do empreendimento está situada em área de alta suscetibilidade à erosão e com alta suscetibilidade a escorregamentos. Já para a Área Diretamente Afetada – ADA foi apresentado um Relatório de Execução de Sondagens a Percussão, sendo efetuadas 16 sondagens geotécnicas que sugerem que o solo da ADA tem uma alta suscetibilidade a erosão e a movimentos de massa. O estudo também afirma que a pilha de estéril terá baixa estabilidade, potencializada pela ação das águas pluviais, sendo necessária a adoção de taludes de baixo ângulo e o enlonamento do material ou a plantação de gramíneas em sulcos longitudinais, além da implementação de programas de inspeção, manutenção e monitoramento. Adicionalmente, o empreendedor também propôs a implantação de um sistema de drenagem em toda a área do depósito de estéril e do depósito de rejeito, com canaletas de cimento que conduzirão as águas pluviais até as bacias de decantação.

Com relação a área de lavra, o estudo conclui que a estabilidade é de média a alta. Toda a estrutura da mina foi planejada visando uma maior estabilidade geotécnica, sendo previsto o emprego do método de lavra a céu aberto, com avanços não simultâneos das frentes de lavra. Também serão usados explosivos, que podem gerar instabilidades, ocasionar fraturas nas rochas e rolamento dessas, embora o estudo afirme que não foram identificados pontos de fragilidade na rocha a ser minerada.

Visando minimizar esse impacto, foi elaborado um plano de segurança e inspeção, que conjuntamente com os programas de monitoramento poderão assegurar a conformidade aos padrões estabelecidos e reduzir os riscos geotécnicos.

Além das ações já citadas, também serão adotadas outras medidas mitigadoras como: construção de sistemas de drenagem para o disciplinamento das águas pluviais nas áreas de mineração, decapeamento concomitante ao avanço das frentes de lavra, construção de taludes com declividade compatível e com fatores de segurança adequados, inspeção e estabilização dos matacões antes do início da mineração, entre outras, que serão implementadas no âmbito do Programa de Monitoramento Geotécnico.

O referido Programa propõe o monitoramento contínuo na jazida com vistorias semanais. Os tanques ou bacias de sedimentação serão limpos sempre que atingirem 80% da capacidade de retenção dos solos. Todo o sistema de drenagem será vistoriado mensalmente no período de estiagem e semanalmente no período chuvoso. Já os taludes e outros locais sujeitos à erosão serão verificados trimestralmente.

Segundo informado, as medidas do Programa de Monitoramento Geotécnico serão implementadas de forma integrada do início até o final das atividades minerárias, quando serão efetuadas as medidas de recuperação e recomposição das áreas afetadas.

Análise O Programa de Monitoramento Geotécnico apresentado no EIA pode ser considerado adequado e contempla também medidas de controle dos processos de erosão e assoreamento. Assim, por ocasião da solicitação da Licença de Instalação, deverá ser apresentado o detalhamento dessas medidas, no âmbito de um Programa de Controle de Processos Erosivos e de Monitoramento Geotécnico, contemplando também: projetos dos sistemas provisórios e definitivos de drenagem de águas pluviais e bacias de decantação das áreas de lavra, de depósitos de estéril e minério e dos acessos internos, acompanhado do memorial descritivo e das ARTs dos profissionais habilitados; procedimentos de manutenção periódica do sistema viário interno; procedimentos de monitoramento de processos erosivos, medidas corretivas etc. Adicionalmente, o referido Programa deverá conter cronograma, metas, responsabilidades, metodologias etc.

Também deverão ser apresentados projetos dos depósitos de estéril, elaborados de acordo com a Norma NBR 13.029/06, acompanhado do memorial descritivo e da Anotação de Responsabilidade Técnica – ART do profissional habilitado, contemplando os depósitos de estéril e rejeito propostos.

Por ocasião da solicitação da Licença de Operação, deverão ser apresentados relatórios comprovando a implementação do Programa de Controle de Processos Erosivos e de

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Monitoramento Geotécnico, bem como a execução das medidas mitigadoras e corretivas previstas.

Cabe destacar que, durante a vistoria realizada na área do empreendimento em 25/05/2016, foram identificados processos erosivos nas vias internas de acesso à área de lavra e requeridas propostas de recuperação das áreas. Em informações complementares apresentadas, a empresa se comprometeu a iniciar o processo de recuperação dessa área, conforme proposto no Programa de Monitoramento Geotécnico, por meio do retaludamento com plantio de gramíneas, recuperação dos sulcos e voçorocas e implantação de sistema de drenagem nos limites da estrada a fim de disciplinar as águas pluviais e minimizar os processos erosivos existentes.

Assim, no detalhamento do Programa, a ser apresentado para obtenção da LI, também deverão ser caracterizados e mapeados os processos erosivos já existentes na propriedade e apresentadas as medidas corretivas previamente adotadas.

Exigência

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação

Apresentar detalhamento do Programa de Controle de Processos Erosivos e de Monitoramento Geotécnico, contemplando: o mapeamento e os resultados da recuperação dos processos erosivos já instalados na propriedade; as medidas mitigadoras a serem adotadas; projetos dos sistemas provisórios e definitivos de drenagem de águas pluviais e bacias de decantação das áreas de lavra, de depósitos de estéril, rejeito e minério, e de acessos internos, acompanhado do memorial descritivo e das ARTs dos profissionais habilitados; procedimentos de manutenção periódica do sistema viário interno; procedimentos de monitoramento de processos erosivos e geotécnico das áreas de lavra, depósitos de estéril, rejeito e minério e acessos internos; propostas de medidas corretivas; metas almejadas; metodologia prevista; cronograma de atividades; equipe técnica responsável e respectivas ARTs.

Apresentar os projetos dos depósitos de estéril e rejeito, elaborados de acordo com a Norma NBR 13.029/06, e acompanhados de Anotação de Responsabilidade Técnica - ART de profissional habilitado.

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação

Apresentar o primeiro relatório do Programa de Controle de Processos Erosivos e de Monitoramento Geotécnico, comprovando a implementação das medidas mitigadoras, de controle e de monitoramento geotécnico e de erosão previstas; a implantação dos sistemas de drenagem provisórios e/ou definitivos e bacias de decantação das áreas de lavra, depósitos de estéril, rejeito, minério e acessos internos; eventuais não conformidades identificadas, bem como as medidas preventivas e corretivas adotadas no período e previstas para o período subsequente; e ARTs das equipes responsáveis.

Durante a operação do empreendimento

Apresentar relatórios anuais de acompanhamento do Programa de Controle de Processos Erosivos e de Monitoramento Geotécnico, contemplando: as atividades realizadas e medidas adotadas nas áreas de mineração, sistema viário e áreas de depósitos de estéril, rejeito e minério; avaliação de desempenho dos programas e mecanismos de gestão; formas de acompanhamento ambiental, com uso de indicadores ambientais; eventuais não conformidades identificadas, bem como as medidas preventivas e corretivas adotadas no período e previstas para o período subsequente; ARTs das equipes responsáveis.

8.12. IMPACTOS NOS RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS A área de empreendimento está inserida na Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí – UGRHI 5. O uso de recursos hídricos para o abastecimento de todas as instalações de lavra e sua infraestrutura será proveniente de 3 poços presentes na

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Fazenda e já outorgados pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica – DAEE. Segundo o EIA, está previsto o consumo de 50.000 L/dia de água bombeada dos poços, ou 13.200.000 L/ano. Na Tabela 11, a seguir, são apresentadas as outorgas correspondentes ao empreendimento.

Tabela 11. Usos de água outorgados pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica na área do empreendimento.

USO RECURSO HÍDRICO OUTORGA

Vazão (m³/h) Período Portaria/ Vencimento

Poço Local – 001 Aquífero Cristalino 10 4,5 h/d

2693/17

21/08/2022 Poço Local – 002 Aquífero Cristalino 2 9 h/d

Poço Local – 003 Aquífero Cristalino 1,9 9 h/d

Barramento 01 Afluente do Ribeirão Jacarezinho

- -

2693/17

21/08/2030

Barramento 02 Afluente do Ribeirão Jacarezinho

- -

Barramento 03 Afluente do Ribeirão Jacarezinho

- -

Barramento 04 Afluente do Ribeirão Jacarezinho

- -

Barramento 05 Afluente do Ribeirão Jacarezinho

- -

Barramento 06 Afluente do Ribeirão Jacarezinho

- -

Barramento 07 Afluente do Ribeirão Jacarezinho

- -

Canalização 01 Afluente do Ribeirão Jacarezinho

- -

Canalização 02 Afluente do Ribeirão Jacarezinho

- -

Fonte: EIA.

O empreendedor apresentou laudo técnico acompanhado de relatório fotográfico, com a Anotação de Responsabilidade Técnica n° 28027230171454638 do geólogo Anderson Dias Lima, elaborado com base em trabalho de campo realizado no dia 12/01/2017 na área da Fazenda Santa Esperança, com o objetivo de verificar a ocorrência de nascentes indicadas em cartas do IGC na área proposta para instalação dos depósitos de estéril e rejeitos. Conforme o laudo, no local proposto para implantação dos depósitos não existem nascentes e nem evidências das mesmas.

Para a caracterização da qualidade dos recursos hídricos na Área de Influência Direta - AID foram apresentados resultados de amostragem das águas superficiais e subterrâneas realizada no dia 29 de julho de 2015. Foram realizadas 8 coletas, sendo 7 em barramentos e uma em poço tubular profundo. A água do poço apresentou teores de zinco acima do permitido pela legislação. Já a análise da água dos barramentos constatou valores de fluoreto e manganês acima dos limites nos pontos B2 e B4, e de manganês acima do padrão no ponto B6.

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Para compreender melhor a razão de ocorrência dos parâmetros em desconformidade, foram realizadas novas análises nos pontos B2, B4 e B6 no dia 02/03/2017. Na nova amostragem o ponto B4 voltou a apresentar resultados de manganês acima do permitido. Segundo o estudo, esse resultado pode estar associado à presença de matéria orgânica, sendo perceptível o crescimento de vegetação no local.

Segundo o EIA, a movimentação do solo pode ocasionar processos erosivos e, consequentemente, um aumento do carreamento de sedimentos pelas águas pluviais, ocasionando a aceleração do processo de deposição e assoreamento de rios e lagos. Já os maquinários estão sujeitos ao vazamento de óleos e graxas, que podem penetrar no solo e contaminar as águas superficiais e subterrâneas, caso não sejam devidamente tratados. Esses impactos podem causar a contaminação das águas superficiais e subterrâneas ao longo de toda a vida útil do empreendimento.

Como mitigação a esses potenciais impactos, o EIA propõe a manutenção preventiva de todos os equipamentos e maquinários e a execução da troca de óleo em locais apropriados. Os efluentes líquidos sanitários serão destinados para tratamento no conjunto fossa séptica, filtro anaeróbio e sumidouro. Quanto aos impactos provenientes do decapeamento, serão implantados sistemas de drenagem que conduzirão as águas pluviais para as bacias de decantação, onde serão tratadas antes de retornarem aos corpos d´água.

O empreendedor propôs um Programa de Monitoramento das Águas Superficiais, com o objetivo de diagnosticar possíveis interferências oriundas da atividade minerária e propor meios para mitigar futuros impactos. As análises de água serão realizadas segundo os parâmetros estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05 em dois barramentos situados próximo à sede da fazenda, um na saída da bacia de decantação e um ponto em curso d´água a jusante do empreendimento. Serão efetuadas análises também nos efluentes das pilhas de estéril e rejeito para verificar a eficiência do sistema de drenagem adotado. As campanhas serão realizadas semestralmente para avaliação da qualidade das águas, e os resultados comparados aos valores obtidos no diagnóstico ambiental apresentado no EIA.

Considerando que o empreendimento está inserido na UGRHI 5, o Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí se manifestou por meio do Parecer Técnico GT-Empreendimentos n° 04/2016, apresentando condicionantes, e do Parecer Técnico GT - Empreendimentos nº 02/2017.

No Parecer Técnico GT – Empreendimentos nº 04/2016 o Comitê PCJ solicitou, entre outras condicionantes, a apresentação de um termo de parceria com a prefeitura para a implementação da “Patrulha Agrícola Mecanizada”, identificando as atribuições estabelecidas pelas partes, e para verificar a possibilidade de apoio ao município referente ao Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). Também foi solicitado um programa de reuso das águas pluviais captadas para a umectação de vias e um Plano de Recarga Artificial do aquífero.

Em informações complementares o empreendedor informou que tem intenção de firmar a parceria com a prefeitura, contudo, solicitou que esta seja condicionante para emissão da Licença de Instalação. Além disso, foi apresentada uma cópia do programa Patrulha Agrícola Mecanizada. Quanto ao PSA, o empreendedor informou que o município de Itatiba possui a Lei 4.745/2014, que instituiu o Programa Municipal de Pagamento por Serviços Ambientais – PMPSA, e autorizou a Prefeitura Municipal de Itatiba a celebrar convênios e executar pagamento aos provedores de serviços ambientais. Segundo o interessado, o apoio ao PMPSA será realizado na forma de doações, conforme previsto no Artigo 8º da referida Lei, solicitando que o convênio a ser firmado com a Prefeitura também seja condicionante para emissão da Licença de Instalação.

Em informações complementares também foi apresentado um Programa de Reuso da Água, destinado à reutilização das águas pluviais captadas na área do empreendimento. As águas captadas na mineração serão destinadas ao sistema de drenagem por meio de canaletas até chegarem à bacia de decantação, onde permanecerão até a deposição dos sedimentos. Será

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construído um reservatório de alvenaria para armazenamento dessas águas, com capacidade de 10.000 l. Serão realizadas análises mensais de qualidade das águas captadas para reutilização, se possível, na umectação das vias. Além disso, foi proposto o Plano de Recarga Artificial do aquífero, que será tratado no item 8.13 deste Parecer Técnico.

Por meio do GT - Empreendimentos nº 02/2017, o Comitê PCJ analisou as complementações apresentadas pelo empreendedor em atendimento às condicionantes do Parecer Técnico GT – Empreendimentos nº 04/2016, que foram consideradas atendidas, e recomendou a solicitação do termo de parceria com a prefeitura para a fase de Licença de Instalação.

Análise Considera-se que as outorgas apresentadas atendem ao estabelecido na Resolução Conjunta SMA/SERHS nº 01/2005, e que as informações apresentadas para esta fase do licenciamento são adequadas.

Por ocasião da solicitação da LI o empreendedor deverá apresentar o detalhamento do Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais, contemplando o mapeamento dos pontos de monitoramento, metodologia, periodicidade das coletas, parâmetros de análise, valores de referência a serem atendidos, cronograma etc.

Por ocasião da solicitação da Licença de Operação, deverá ser apresentado o primeiro relatório das campanhas de amostragem do Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais realizadas no período, contemplando a localização dos pontos de monitoramento georreferenciados, parâmetros analisados, metodologia, etc. Os resultados do Programa deverão ser acompanhados dos respectivos laudos analíticos, avaliação dos resultados obtidos, eventuais não conformidades identificadas, identificação das possíveis fontes de contaminação, e respectivas medidas corretivas adotadas.

Ressalta-se que os resultados deverão ser apresentados também em planilhas eletrônicas editáveis (extensão xls, ou compatível) e a localização dos pontos amostrais informada em formato métrico, de acordo com a Projeção Universal Transversa de Mercator (UTM) e o Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas (SIRGAS 2000).

O empreendedor também deverá apresentar as tratativas e demais documentos que visem a parceria e convênio com a Prefeitura Municipal de Itatiba para apoio à Patrulha Agrícola Mecanizada e ao PMPSA, em atendimento ao solicitado pelos Comitês das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí.

Durante a operação do empreendimento, deverá ser comprovada a implantação do Programa de Reuso de Água.

Quanto às demais recomendações dos Comitês das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, entende-se que as mesmas estão contempladas, em termos gerais, nas medidas propostas no EIA/RIMA e no presente Parecer.

Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação

Apresentar Programa de Monitoramento de Qualidade das Águas Superficiais, contemplando a localização georreferenciada dos pontos de monitoramento, metodologia, periodicidade das coletas, parâmetros de análise, valores de referência a serem atendidos, cronograma etc.

Apresentar as tratativas e documentos relativos à parceria firmada com a Prefeitura Municipal de Itatiba para apoio à Patrulha Agrícola Mecanizada e ao Programa Municipal de Pagamento por Serviços Ambientais, contendo as responsabilidades estabelecidas entre as partes, em atendimento ao Parecer Técnico GT – Empreendimentos nº 04/2016, dos Comitês de Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí.

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Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação

Apresentar o primeiro relatório do Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais, contemplando: localização georreferenciada dos pontos de monitoramento; parâmetros analisados; metodologia; periodicidade;; resultados obtidos acompanhados dos respectivos laudos analíticos, observando-se as diretrizes da Resolução SMA 100/13; análise crítica dos resultados; eventuais não conformidades identificadas; identificação de eventuais fontes de contaminação; e respectivas medidas corretivas adotadas.

Durante a operação do empreendimento

Apresentar relatórios anuais do Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais, contemplando: localização dos pontos de monitoramento georreferenciados, parâmetros analisados, metodologia,, resultados interpretados das campanhas de amostragem, acompanhados dos respectivos laudos analíticos, observando-se as diretrizes da Resolução SMA 100/13; análise crítica dos resultados obtidos; eventuais não conformidades identificadas, identificação de eventuais fontes de contaminação; e respectivas medidas corretivas adotadas.

Apresentar, no prazo de um ano após a emissão da Licença Ambiental de Operação, relatório do Programa de Reuso de Água, comprovando a implantação do sistema de captação e armazenamento de águas tratadas provenientes das bacias de decantação para utilização na umectação de vias de acesso ou outros possíveis usos.

8.13. ALTERAÇÕES NO FLUXO E QUALIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS O EIA afirma que na Área de Influência Direta – AID do empreendimento predomina o Aquífero Cristalino, caracterizado pela sua porosidade fissural, devido a existência de descontinuidades na rocha em grande profundidade, ocasionadas por falhamentos ou fraturas. Foi apresentado um mapa hidrogeológico da AID indicando que o nível piezométrico local está entre 4,5 a 10,2 metros de profundidade.

Em informações complementares foi apresentado um estudo de avaliação de impacto na recarga natural do Aquífero Cristalino, a partir dos cálculos do balanço hídrico na atual situação e na situação final do empreendimento, com o objetivo de quantificar e comparar a capacidade de recarga natural do aquífero. O estudo concluiu que a implantação do projeto ocasionará, localmente, uma perda da capacidade de recarga natural do aquífero de cerca de 91,23%, considerando-se o pior cenário, tendo em vista a necessidade de remoção do solo para o desenvolvimento da lavra. Dessa forma, o empreendedor apresentou um Plano de Recarga Artificial a ser implementado durante a operação do empreendimento.

Com relação às interferências diretas no aquífero pelas atividades minerárias, foi informado no novo EIA, que a lavra objeto do presente licenciamento, com profundidade de apenas 2 metros, não atingirá o lençol freático e, dessa forma, não terá influência no nível das águas subterrâneas, sendo que a única atividade que poderá causar a alteração do fluxo das águas subterrâneas será o bombeamento dos poços outorgados, visando o abastecimento do empreendimento.

Desse modo, foi proposto o monitoramento do nível piezométrico do aquífero e de sua taxa de recuperação a partir de medições das cargas hidráulicas dos poços existentes no entorno do empreendimento. O monitoramento será executado semestralmente e será determinante para a verificação de possível rebaixamento no aquífero local decorrente da atividade de exploração da água subterrânea, para o abastecimento do empreendimento.

Análise Considerando que a profundidade prevista da cava será de apenas 2 m e que o empreendimento será implantado no topo de relevo, entre cotas que variam de 800 a 1.000 m, entende-se que não é esperada a interceptação das águas subterrâneas decorrente da atividade minerária.

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Quanto às medidas de monitoramento propostas no EIA, relativas a eventuais alterações do fluxo hidrogeológico pelo uso da água subterrânea em poços, entende-se que podem ser consideradas adequadas. Assim, considerando a avaliação e as recomendações do estudo hidrogeológico, deverá ser apresentado para a LI o detalhamento do Programa de Monitoramento Hidrogeológico, contemplando, além das medidas já apresentadas, perfil construtivo dos poços de abastecimento a serem monitorados, parâmetros analisados e respectivos valores de referência a serem atendidos, metodologias, periodicidade, monitoramento periódico da vazão de nascentes e corpos d’água no entorno do empreendimento, de forma a avaliar os efeitos do bombeamento da água dos poços utilizados para o abastecimento do empreendimento no regime hidrológico local. O monitoramento deverá contemplar a estimativa média de vazão anual dos corpos d’água.

Ressalta-se que o monitoramento dos poços utilizados para o abastecimento do empreendimento deverá ser iniciado já para o projeto objeto do presente licenciamento, ou seja, da cava com profundidade de 2 m, para melhor avaliação da interferência do empreendimento sobre o nível freático local. O programa também deverá contemplar: um planejamento do desmonte de rocha, de forma a utilizar explosivos de composição pouco impactante e uso de cargas controladas; o detalhamento do Plano de Recarga Artificial proposto, e medidas mitigadoras e compensatórias previstas em caso de interferência em nascentes, cursos d’água e usuários locais.

Ressalta-se que os resultados deverão ser apresentados também em planilhas eletrônicas editáveis (extensão xls, ou compatível) e a localização dos pontos amostrais informada em formato métrico, de acordo com a Projeção Universal Transversa de Mercator (UTM) e o Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas (SIRGAS 2000).

Recomenda-se que seja realizada a reavaliação periódica do modelo hidrogeológico durante o desenvolvimento da atividade minerária, caso sejam observadas mudanças significativas nos poços monitorados ou novas informações hidrogeológicas venham a surgir. Ressalta-se que, caso ocorra o afloramento e o bombeamento de água subterrânea para o aprofundamento da cava, o empreendedor deverá apresentar a outorga emitida pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica – DAEE para a captação e lançamento de águas surgentes no fundo da cava e reavaliar o modelo hidrogeológico.

Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação

Apresentar detalhamento do Programa de Monitoramento Hidrogeológico, contemplando além das medidas já apresentadas: parâmetros analisados e respectivos valores de referência a serem atendidos; metodologias; periodicidade; perfil construtivo dos poços de abastecimento a serem monitorados; mapa potenciométrico; monitoramento do nível piezométrico do aquífero e das taxas de recuperação; monitoramento periódico da vazão de nascentes e corpos d’água no entorno do empreendimento, de forma a avaliar potenciais efeitos do bombeamento da água dos poços utilizados para o abastecimento do empreendimento no regime hidrológico local; estimativa média de vazão anual dos corpos d’água; planejamento do desmonte de rocha, de forma a utilizar explosivos de composição pouco impactante e uso de cargas controladas; detalhamento do Plano de Recarga Artificial e propostas de medidas mitigadoras e compensatórias em caso de interferência em cursos d’água e usuários locais.

Durante a operação do empreendimento

Apresentar relatórios anuais de acompanhamento do Programa de Monitoramento Hidrogeológico, contemplando a avaliação da efetividade do programa, o balanço das atividades desenvolvidas, a reavaliação periódica do modelo hidrogeológico, a avaliação dos resultados com eventuais impactos em nascentes, cursos d’água e usuários locais e as correspondentes medidas mitigadoras e compensatórias adotadas, incluindo as medidas executadas no âmbito do Plano de Recarga Artificial. Apresentar os resultados em planilhas eletrônicas editáveis (extensão xls, ou compatível) e a localização dos pontos amostrais em

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formato métrico, de acordo com a Projeção Universal Transversa de Mercator (UTM) e o Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas (SIRGAS 2000).

8.14. GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E EFLUENTES LÍQUIDOS Segundo o EIA, os resíduos sólidos gerados durante a implantação e operação do empreendimento corresponderão aos resíduos domésticos (sanitários e escritório), embalagens, materiais inertes, sucatas metálicas, decapeamento, supressão da vegetação e óleo e graxa dos maquinários, conforme tabela abaixo:

Tabela 12. Quantidade, classificação e destinação final dos resíduos sólidos.

Tipo / Natureza Classe Quantidade

anual Destinação Final

Óleo lubrificante usado I 1.200 L/ano Enviados para empresas terceirizadas para rerrefino e co-processamento

Filtro de óleo, graxas e utensílios contaminados, com óleos lubrificantes

I 0,5 t/ano Enviados para empresas terceirizadas para rerrefino e co-processamento

Papel, papelão II-B 0,25 t/ano Reciclagem

Plástico II-B 0,25 t/ano Reciclagem

Supressão de vegetação nativa II-B 54,13 ha Confecção de móveis, combustível vegetal e compostagem

Árvores isoladas II-B 95 árvores

Eucaliptos II-B 4,07 ha Venda

Decapeamento II-B n/d Depósitos de estéril e rejeitos

Efluentes líquidos domésticos Efluentes 3.150 m3/dia Fossa séptica composta por filtro anaeróbico e sumidouro

Efluentes pluviais Efluentes variável Sistema de drenagem e bacia de decantação

Fonte: EIA/RIMA.

O estudo afirma que a implantação do empreendimento não gerará produtos químicos nocivos de grande impacto ambiental. Dentre os resíduos gerados, o produto químico a requerer maiores cuidados será proveniente da troca de óleo e graxa, utilizado em veículos e equipamentos.

Conforme o EIA, os efluentes líquidos gerados serão apenas domésticos e serão destinados para fossa séptica, passando por filtro anaeróbico e sumidouro, visto que a Fazenda Santa Esperança não é atendida pela coleta pública de esgoto. Na área da fazenda já se encontra instalada uma fossa séptica, conforme a Norma ABNT 7.229:1993. Porém, para o início das operações será necessária sua ampliação. O projeto da fossa foi apresentado no estudo, com capacidade para 4.384 L/dia.

Como forma de mitigar os impactos decorrentes da geração de resíduos sólidos, o empreendedor irá destinar os resíduos classificados como perigosos (Classe 1, de acordo com a Resolução CONAMA 307/02) a empresas terceirizadas que possuam as devidas licenças ambientais. Já os resíduos enquadrados na Classe II-B deverão ser destinados para reaproveitamento, reciclagem ou para o depósito de rejeitos e estéril. Os rejeitos e o estéril serão reaproveitados para obras de

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manutenção, terraplanagem e na futura fase de ampliação. Foi proposto o detalhamento das medidas citadas no âmbito do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

Análise As informações apresentadas sobre o gerenciamento dos resíduos sólidos e efluentes líquidos podem ser consideradas adequadas para essa fase do licenciamento e deverão ser detalhadas por ocasião da solicitação da Licença de Instalação. Sugere-se que sejam incluídas no Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e Efluentes Líquidos as informações de geração de todos os resíduos sólidos e efluentes líquidos.

Também deverá ser apresentado o detalhamento do projeto de reuso e reaproveitamento do material estéril e rejeito gerado no empreendimento, considerando outros usos ou doação para Prefeituras da região.

Ressalta-se que para o transporte, armazenamento e comercialização da madeira resultante das atividades de supressão de vegetação nativa e de árvores isoladas o empreendedor deverá obter o Documento de Origem Florestal – DOF e o Cadastro Estadual das Pessoas Jurídicas que comercializam, no Estado de São Paulo, produtos e subprodutos de origem nativa da flora brasileira – CADMADEIRA, conforme o item 8.8 deste Parecer Técnico.

Por ocasião da solicitação da LO, deverão ser apresentados os Certificados de Movimentação de Resíduos de Interesse Ambiental – CADRI para os resíduos industriais de Classe I.

Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação

Apresentar o detalhamento do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e de Efluentes Líquidos, contendo a listagem completa dos resíduos sólidos a serem gerados, incluindo quantificação, classificação conforme a Norma NBR 10.004:2004, e formas de segregação, acondicionamento, armazenamento, tratamento e destinação final e o projeto do sistema de tratamento de efluentes domésticos, conforme Norma ABNT vigente.

Apresentar detalhamento do projeto de reuso e reaproveitamento do material estéril e rejeito gerados no empreendimento.

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação

Apresentar os Certificados de Movimentação de Resíduos de Interesse Ambiental – CADRI para os resíduos Classe I, segundo Norma ABNT 10.004/04 e as cartas de anuência das empresas destinatárias de resíduos sólidos, considerando as quantidades estimadas no Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e de Efluentes Líquidos.

Apresentar relatório com avaliação da eficiência do sistema de coleta e de tratamento dos efluentes líquidos sanitários e do sistema de separação de água e óleo, das áreas de estacionamento de caminhões e de manutenção das máquinas e equipamentos.

Durante a operação do empreendimento

Apresentar relatórios anuais do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e de Tratamento dos Efluentes Líquidos, com avaliação da eficiência dos sistemas de fossa séptica e sumidouro e do sistema de separação de água e óleo.

8.15. ALTERAÇÃO DA QUALIDADE DO AR E GERAÇÃO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES Em relação à qualidade do ar, foram realizadas duas campanhas de amostragem, pela empresa MR engenharia e Serviços, com utilização de amostradores de grande volume (Hi-Vol), para medição da concentração de material particulado em suspensão - PTS, sendo uma campanha no período de estiagem (29/07 – 04/08/2015) e outra no período chuvoso (29/01-05/02/2016) em três pontos de monitoramento situados na ADA e AID.

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Os resultados foram analisados com base nos padrões de qualidade do ar estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 003/1990 e os Decretos Estaduais nº 8.468/76 e nº 59.113/13, que definem os padrões para o material particulado em suspensão.

Tabela 13. Resultados de levantamento e campanhas de monitoramento da qualidade do ar.

Campanha Pontos e Resultados PTS (ug/m3)

Res. Conama 003/90

Nível Primário

Nível secundário

P1 – Sede P2 - Sítio P3 – Colônia

240 150 29/07 a 04/08/15 29 41,3 149,6

29/01 a 05/02/16 23,6 32,6 64,8

Fonte: EIA/RIMA.

O estudo concluiu que as concentrações de Partículas Totais em Suspensão - PTS mantiveram-se dentro do estabelecido pela legislação. As diferenças entre os resultados das duas campanhas estariam associadas aos períodos de coleta diferentes, já que os períodos mais úmidos tendem a ter menor concentração de particulados em suspensão. A diferença significativa observada no ponto P3 estaria associada a localização do mesmo, já que esse ponto fica ao lado da Rodovia Romildo Prado, onde há uma maior concentração de particulados em suspensão.

Segundo o estudo, a movimentação de maquinários, equipamentos e veículos, o decapeamento e a técnica de corte do minério são as atividades que podem alterar a qualidade do ar. Para minimizar esses impactos o empreendedor propõe a manutenção preventiva dos equipamentos e veículos, a umectação das vias, o plantio de gramíneas no depósito de estéril para evitar a exposição dos sedimentos e a implantação de cortina vegetal nos limites do empreendimento.

O empreendedor também propôs a implementação de um Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar para monitoramento da concentração de Partículas Totais em Suspensão (PTS), de acordo com as diretrizes estabelecidas no Decreto Estadual n° 8.468/76 e na Norma ABNT NBR 9547:1997 – Material Particulado em suspensão no ar.

O programa tem como objetivo monitorar e manter a qualidade do ar na região do empreendimento, a partir de pontos de monitoramento que serão escolhidos levando em conta a dinâmica dos ventos e a posição de residências nas proximidades do empreendimento. Os veículos que emitirem fumaça acima dos padrões serão recolhidos e passarão por avaliação e manutenção. O plano ainda propõe a umectação das vias 4 vezes durante o dia com caminhão pipa com capacidade de armazenamento de 10.000 L, e a implantação de uma cortina vegetal.

Quanto à avaliação do nível de ruídos, foi efetuado um estudo na AID e na ADA, pela empresa Kopf Ambiental, com o objetivo de conhecer e estabelecer os níveis de pressão acústica provenientes das atividades minerárias a serem desenvolvidas, para que atendam as normas estabelecidas, gerando menor impacto sobre a vizinhança.

Foram avaliados 15 pontos, sendo 5 em local interno da Fazenda e 10 em locais externos. Os valores variaram entre 48,4 dB(A) até 58,7 dB(A), sendo que os maiores valores foram medidos dentro da área da fazenda. Para a execução da modelagem dos ruídos com a lavra em funcionamento, foram estabelecidos valores de parâmetro típicos para cada atividade executada, sendo estas: desmatamento e decapeamento (65 – 85 dB); perfuração (85-100 dB); detonação (970 – 140 dB); remoção do material (65 – 85 dB); beneficiamento 985 – 100 dB) e expedição (65 – 85 dB).

A partir desses valores foram modelados dois mapas teóricos, sendo o primeiro com os valores de ruídos que poderão ser produzidos com a operação da mineração e o segundo com os ruídos a serem gerados no entorno da área de exploração. O estudo recomenda a realização de avaliações pontuais em eventuais locais críticos como escolas, granjas, hospitais etc.

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Segundo o estudo, os principais ruídos e vibrações gerados serão provenientes da utilização de explosivos na fase de operação. Outra fonte de ruídos e vibrações será a utilização de maquinários, equipamentos e veículos. Para minimizar esses impactos foram propostas a manutenção preventiva dos equipamentos e maquinários e a implantação de cortina vegetal, conforme já descrito nesse tópico. Para os cortes com explosivos serão adotados horários pré-estabelecidos para menor incômodo à vizinhança.

O empreendedor também apresentou um Programa de Monitoramento de Ruído e Vibração, com o objetivo de verificar possíveis interferências nos padrões de conforto ambiental e avaliar a eficiência das medidas mitigadoras adotadas. A medição dos ruídos será realizada com o uso de medidor de nível de pressão sonora, devidamente calibrado, e os valores serão avaliados de acordo com a Norma ABNT NBR 10.151:2000 – Acústica – Avaliação do ruído em áreas habitadas.

O monitoramento de vibrações e pressão acústica será realizado com sismógrafos de engenharia. A avaliação dos resultados seguirá o disposto na Norma ABNT NBR 9.653:2018 e na Norma Técnica CETESB n° D7.013 - Avaliação e monitoramento das operações de desmonte de rocha com uso de explosivo na mineração: Procedimento. Os equipamentos para medição serão implantados nos locais mais sensíveis ao impacto como perto da cava e nos locais de moradia próximos ao empreendimento. Se na avaliação for constatado que houve pressão acústica maior que a prevista na norma, serão tomadas as medidas cabíveis para mitigação dos impactos. O plano também propõe a abertura de um canal de comunicação com os moradores e a vistoria das moradias ao redor do empreendimento a cada 6 meses ou em caso de reclamações.

Análise Com relação aos potenciais impactos relativos a emissões atmosféricas, entende-se que as medidas mitigadoras propostas no EIA são adequadas. Desse modo, por ocasião da solicitação da Licença de Instalação, tais medidas deverão ser agrupadas em um Programa de Controle de Emissões Atmosféricas, contendo: medidas mitigadoras para redução das emissões de particulados na movimentação de veículos, decapeamento do solo, detonações, corte do minério e demais operações do empreendimento, tais como manutenção preventiva e controle das emissões de máquinas e equipamentos, a aspersão de água no sistema de beneficiamento, umectação e enlonamento da carga dos caminhões e cascalhamento e umectação periódica das vias de acesso ao empreendimento; definição de medidas adicionais em caso de reclamações da população, responsáveis etc.

Considerando as tratativas recentes entre o Setor de Avaliação de Empreendimentos Industriais, Agroindustriais e Minerários – IEEM e o Setor de Amostragem e Análise do Ar – EQQA, que considera o acompanhamento das atividades minerárias no âmbito da CETESB, entende-se que não será necessária a realização do monitoramento da qualidade do ar durante a operação do empreendimento. O monitoramento deverá ser realizado apenas no caso de registro de reclamações por parte da população, com adoção das medidas mitigadoras que venham a ser necessárias.

Ainda, para a obtenção da LI, deverá ser apresentado o detalhamento do Programa de Monitoramento de Ruídos, Vibrações e Sobrepressão, elaborado de acordo com a Norma NBR 10151 da ABNT e Norma Técnica CETESB D7.013, contemplando o mapeamento dos pontos de monitoramento georreferenciados, padrões de referência, metodologia, periodicidade, e medidas corretivas no caso de não atendimento dos padrões legais.

Por ocasião do início das atividades, deverão ser reavaliados os níveis de pressão sonora nos pontos críticos. Assim, durante a operação o empreendedor deverá apresentar uma avaliação de ruído nos receptores potencialmente críticos - RPCs situados no entorno do empreendimento, ou seja, em locais habitados fora dos limites de propriedade da empresa, de acordo com metodologia descrita na Norma NBR 10151 da ABNT e Norma Técnica CETESB D7.013, para a comprovação dos padrões estipulados, observando o uso e ocupação do solo local.

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Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação

Apresentar Programa de Controle de Emissões Atmosféricas, contendo: medidas mitigadoras para redução das emissões de particulados na movimentação de veículos, decapeamento, detonações, corte do minério e demais operações do empreendimento, tais como manutenção preventiva e controle das emissões de máquinas e equipamentos; aspersão de água no sistema de beneficiamento; umectação e enlonamento da carga dos caminhões; cascalhamento e umectação periódica das vias de acesso ao empreendimento; definição de medidas adicionais em caso de reclamações da população, equipe responsável etc.

Apresentar detalhamento do Programa de Monitoramento de Ruídos, Vibrações e Sobrepressão, elaborado de acordo com a Norma NBR 10151 da ABNT e Norma Técnica CETESB D7.013 - Avaliação e monitoramento das operações de desmonte de rocha com uso de explosivo na mineração: Procedimento, contemplando o mapeamento dos pontos de monitoramento georreferenciados, padrões de referência, metodologia, periodicidade, e medidas corretivas no caso de não atendimento dos padrões legais.

Durante a operação do empreendimento

Realizar, no prazo de 90 (noventa) dias após a emissão da Licença de Operação, campanha de medição de ruído nos receptores potencialmente críticos - RPCs situados no entorno do empreendimento, ou seja, em locais habitados fora dos limites de propriedade da empresa, de acordo com metodologia descrita na Norma NBR 10151 da ABNT e Norma Técnica CETESB D7.013, para a comprovação dos padrões estipulados nas referidas Normas, observando o uso e ocupação do solo nas áreas dos receptores.

Apresentar relatórios anuais do Programa de Monitoramento de Ruídos, Vibrações e Sobrepressão, contemplando: resultados das campanhas de monitoramento realizadas, avaliação dos resultados considerando as campanhas anteriores e os limites estabelecidos pela legislação vigente, eventuais não conformidades registradas e respectivas medidas mitigadoras para redução de emissão de ruídos e vibrações adotadas no período.

Apresentar relatórios anuais do Programa de Controle de Emissões Atmosféricas, contemplando: comprovação da implementação das medidas de controle para redução de emissão de particulados, avaliação dos resultados das medidas adotadas, registros de eventuais reclamações por parte da população ou de insuficiência das medidas implementadas, e respectivas medidas adicionais de controle e de monitoramento adotadas.

8.16. INTERFERÊNCIAS EM EVENTUAIS ÁREAS CONTAMINADAS O empreendedor apresentou uma Avaliação Ambiental Preliminar e modelo conceitual da área, conforme o disposto no Manual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas da CETESB, elaborado pela Kopf Ambiental em outubro de 2015. A avaliação teve como objetivo a identificação de áreas suspeitas e potenciais por meio de levantamentos de dados, pesquisas e entrevistas sobre informações históricas das atividades realizadas na propriedade.

A partir da visita a campo e da consulta às informações históricas foram identificadas 14 áreas com suspeita de contaminação (AS), referentes a áreas de plantio de milho (por uso de pesticidas organoclorados), depósito dos pesticidas, área de manutenção de tratores com troca de óleo, área do gerador e tanque de óleo diesel e a área dos transformadores.

Análise Segundo o Parecer Técnico n° 059/IPRS/2017, emitido em 27/03/2017 pelo Setor de Avaliação e Apoio ao Gerenciamento do Uso do Solo, as áreas suspeitas (AS) identificadas encontram-se à jusante da área prevista para mineração e muito distantes dessa. Dessa forma o referido Parecer Técnico concluiu que não existem áreas contaminadas na área objeto de licenciamento ou no

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entorno que possam interferir com a atividade minerária, não havendo impedimento para emissão da Licença Prévia – LP e necessidade de medidas adicionais.

9. PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS – PRAD O empreendedor apresentou um Plano de Recuperação de Área Degradada - PRAD, com o objetivo básico de estabilizar e reabilitar as áreas mineradas com a recomposição vegetal. No curto prazo as ações visam o reafeiçoamento topográfico do terreno; controle da erosão do solo; correção dos níveis de fertilidade do solo e implantação de barreira vegetal. Os objetivos do Programa, a médio e longo prazo, serão o surgimento e auto sustentação do processo de sucessão vegetal; a reestruturação das propriedades físicas do solo; a reciclagem do solo; o reestabelecimento das relações entre fauna, flora e solo; e a utilização futura da área. A recuperação ambiental da área envolverá uma série de medidas que serão detalhadas em um cronograma previamente estabelecido e concomitantemente à operação da mineração, envolvendo a desmobilização dos equipamentos e estruturas, reafeiçoamento e estabilização geotécnica, instalação de sistema de drenagem superficial, recomposição do solo e vegetação e implantação de cortina vegetal.

O estudo ressalta que a recuperação da área degradada na primeira fase do empreendimento será limitada, pois a reserva mineral no local é muito maior e só poderá ser explorada após o cumprimento dos trâmites legais. Diante disso, muitos dos itens relacionados no PRAD só serão implementados após a exploração total da área. Dessa forma não foram apresentados os potenciais usos futuros da área, já que ao final da vida útil da primeira fase, o uso futuro da área continuará sendo a atividade minerária.

Análise O empreendedor apresentou o PRAD, prevendo medidas de curto, médio e longo prazo. Tendo em vista que o empreendimento será implantado em fases, a maior parte das medidas serão adotadas em médio e longo prazo, visando à recuperação das áreas degradadas.

Considerando que algumas medidas já se aplicarão para a primeira fase, ora em licenciamento, por ocasião da solicitação da LI, o empreendedor deverá apresentar o detalhamento do Plano de Recuperação de Área Degradada, elaborado de acordo com as Normas NBR 13.030/99– Elaboração e Apresentação de Projeto de Reabilitação de Áreas Degradadas pela Mineração e NRM 21 da ANM - Reabilitação de Áreas Pesquisadas, Mineradas e Impactadas, contemplando a estabilização e reafeiçoamento das áreas lavradas, de apoio e servidão de maneira concomitante à extração mineral. O PRAD também deverá prever as medidas finais de reconformação topográfica e de revegetação, a desmobilização das estruturas de apoio, medidas de monitoramento e de recuperação ambiental, e deverá conter no mínimo:

Planta planialtimétrica georreferenciada representando a configuração final das cavas e demais estruturas previstas, como depósito de estéril, solo orgânico, rejeitos etc., previamente aos procedimentos de recuperação.

Planta planialtimétrica representando as áreas (cavas e demais estruturas) recuperadas.

Programa detalhado de revegetação das áreas de lavra e dos depósitos de estéril, privilegiando a utilização de espécies nativas em detrimento de espécies exóticas invasoras.

Quadro síntese com informações referentes às áreas destinadas aos procedimentos de revegetação incluindo as APP’s, recuperação de áreas lavradas, medidas compensatórias, cortinas vegetais etc.

Cronograma de recuperação ambiental compatível com o cronograma de lavra do empreendimento, considerando a fase futura, detalhando as ações de recuperação com as diferentes fases específicas das operações de lavra (decapeamento, lavra, transporte e

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estocagem de minério), medidas auxiliares como implantação dos sistemas de controle de águas pluviais, e desmobilização parcial e concomitante de instalações e equipamentos.

Detalhamento do Programa de Desmontagem e Demolição, Programa de Investigação de Contaminação, Programa de Monitoramento Pós-Fechamento, abordando cronogramas, metodologias, parâmetros de monitoramento, ações a serem executadas etc.

Discutir a integração da alternativa de uso futuro de toda a área do empreendimento, após sua desativação, considerando que o uso futuro proposto poderá ser submetido ao licenciamento ou autorização específica por parte do sistema de licenciamento ambiental, conforme estabelece a legislação vigente.

Dado que estas ações poderão ocorrer concomitantemente à atividade, deverá ser comprovada sua execução durante a operação, por meio de relatórios periódicos do PRAD.

Na fase de desativação da atividade, deverá ser apresentado o Programa de Fechamento da Mina, em atendimento à Norma Reguladora de Mineração – NRM 20 da ANM.

Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação

Apresentar Plano de Recuperação de Área Degradada, elaborado de acordo com as Normas NBR 13.030/99 – Elaboração e Apresentação de Projeto de Reabilitação de Áreas Degradadas pela Mineração e NRM 21 da ANM - Reabilitação de Áreas Pesquisadas, Mineradas e Impactadas, contemplando: a estabilização e reafeiçoamento das áreas lavradas, de apoio e servidão de maneira concomitante à extração mineral; medidas finais de reconformação topográfica e revegetação e a desmobilização das estruturas de apoio; plantas planialtimétricas representando as áreas (cavas e demais estruturas) recuperadas; monitoramentos previstos para a fase pós-desativação; fluxograma de planejamento e execução; cronograma físico-financeiro; equipe técnica responsável e respectiva ART; entre outros.

Por ocasião da renovação de cada Licença Ambiental de Operação

Apresentar em cada renovação de LO, relatório consolidado do Plano de Recuperação de Área Degradada, com as ações de recuperação já executadas e a serem implantadas, registros fotográficos, destacando as espécies nativas utilizadas na revegetação; identificação das frentes de lavra exauridas e as medidas de recuperação adotadas; a implantação de cobertura vegetal; e a reavaliação do uso futuro da área, caso necessário.

Na fase de desativação do empreendimento

Apresentar Programa de Desativação ou Fechamento de Mina, de acordo com a Norma Reguladora de Mineração – NRM nº. 20, da Agência Nacional de Mineração contemplando: medidas finais de reconformação topográfica e revegetação; desmobilização das estruturas de apoio, considerando o gerenciamento e disposição final dos resíduos sólidos, de acordo com as normas vigentes; avaliação da possibilidade de relocação de parte dos funcionários para as atividades remanescentes na empresa; e monitoramento das atividades por, no mínimo, três anos após o encerramento da extração mineral.

10. PROGRAMA DE COMPENSAÇÃO AMBIENTAL A proposta de compensação ambiental apresentada pelo empreendedor, prevista na Lei Federal nº 9.985/00, regulamentada pelo Decreto Federal nº 4.340/02 e alterada pelo Decreto Federal nº 6.848/09, indicou como Unidade de Conservação para o recebimento dos recursos a Estação Ecológica de Valinhos, no município de Valinhos, apesar de não pertencer à mesma bacia hidrográfica do empreendimento.

Caberá à Câmara de Compensação Ambiental da SIMA definir a destinação e a forma de pagamento dos recursos da compensação previstos na Lei 9985/2000, sendo a apresentação do

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comprovante de pagamento pelo empreendedor e a assinatura de um Termo de Compromisso de Compensação Ambiental – TCCA, conforme estabelecido no Decreto Estadual n. 60.070 de 15/01/2014, condicionantes à emissão da LI. Para a LO deverá ser apresentado relatório contábil, comprovando o montante efetivamente despendido na implantação do empreendimento, visando a realização de eventuais ajustes no valor destinado à compensação ambiental do empreendimento.

Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação

Apresentar o comprovante do depósito bancário, no valor referente à compensação ambiental definida na Memória de Cálculo elaborada pela CETESB e aprovada pelo empreendedor, e a assinatura do Termo de Compromisso de Compensação Ambiental – TCCA, conforme estabelecido no Decreto Estadual nº 60.070 de 15/01/29014, segundo a indicação da Câmara de Compensação Ambiental – CCA da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente - SIMA.

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação

Apresentar, após a apuração final do custo do empreendimento objeto do presente licenciamento, o relatório contábil, comprovando o montante efetivamente despendido na implantação do empreendimento, visando à realização de ajustes no valor destinado à compensação ambiental do empreendimento, cujo depósito, se houver, deverá ser realizado na mesma conta na qual foi efetuado o depósito originário, sendo tal depósito condicionante para a emissão da Licença de Operação.

11. CONCLUSÃO Com base na análise do Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental – EIA/RIMA, desde que implementadas as medidas preventivas, mitigadoras e compensatórias e atendidas as condicionantes preconizadas neste Parecer Técnico, ao longo do processo de licenciamento ambiental, a equipe técnica do IE conclui pela viabilidade ambiental da atividade de extração mineral de granito ornamental proposta pela empresa Fazenda Santa Esperança Ltda., no município de Itatiba, nos termos da Resolução CONAMA 237/97.

Neste sentido, submetemos este Parecer à apreciação e deliberação do CONSEMA para a concessão da Licença Ambiental Prévia para a implantação do empreendimento.

Para a continuidade do licenciamento ambiental, na Agência Ambiental da CETESB, o empreendedor deverá comprovar o atendimento às seguintes exigências, além daquelas que eventualmente forem exigidas pela Agência nas fases posteriores de licenciamento:

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação 1.1 Apresentar um Programa de Comunicação e Participação Social detalhado, contemplando

as ações e os instrumentos a serem utilizados para garantir a efetividade da divulgação de informações sobre o empreendimento, o teor do material a ser divulgado, cronograma de atividades, meios de divulgação das vagas de emprego a serem disponibilizadas, os canais de comunicação com a população etc. Incluir no público alvo a Comunidade Remanescente de Quilombo de Brotas.

1.2 Apresentar atendimento ao Parecer Técnico nº 004/2019/CACRQ/DPA/PR emitido pela Fundação Palmares, comprovando a apresentação do Plano Básico Ambiental à Comunidade Quilombola de Brotas e informando eventuais tratativas subsequentes.

1.3 Apresentar Projeto de Cortina Vegetal a ser implantada no entorno da área de lavra, contemplando: levantamento de visada nos trechos de maior vulnerabilidade visual, que subsidie o redimensionamento da extensão dos plantios; e a utilização prioritária de espécies nativas da região e de crescimento rápido.

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1.4 Obter a Autorização para supressão de vegetação nativa e corte de árvores isoladas na Agência Ambiental da CETESB, e firmar os respectivos Termos de Compromisso de Recuperação Ambiental – TCRAs.

1.5 Obter o Documento de Origem Florestal – DOF e o Cadastro Estadual das Pessoas Jurídicas que comercializam, no Estado de São Paulo, produtos e subprodutos de origem nativa da flora brasileira – CADMADEIRA para o armazenamento, transporte e comercialização da madeira resultante das atividades de supressão de vegetação nativa e de árvores isoladas.

1.6 Apresentar a documentação necessária junto a Agência Ambiental da CETESB de Atibaia para a obtenção da Anuência Prévia, a ser emitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, conforme a Lei Federal n° 11.428/06, Decreto Federal n° 6.660/08 e Instrução Normativa IBAMA n° 09/19.

1.7 Apresentar o Programa de Acompanhamento da Supressão de Vegetação, contemplando: o planejamento das atividades de supressão em conformidade com a Resolução SMA nº 22/2010; os procedimentos para o resgate de plântulas, epífitas, mudas e propágulos, visando a produção de mudas nos viveiros já existentes e posterior plantio em áreas de recuperação ambiental e revegetação; a remoção e transplante de espécies ameaçadas de extinção; cronograma de atividades; equipe técnica responsável, etc.

1.8 Apresentar o detalhamento do Programa de Compensação Florestal, contemplando: áreas propostas para compensação florestal, priorizando áreas para formação de corredores ecológicos, com delimitação georreferenciada em imagem de satélite e quantitativos de plantio e/ou preservação; técnicas de plantio adequadas para cada área; formas de isolamento dos fatores de degradação; utilização de solo e serapilheira das áreas de supressão de vegetação; ações de monitoramento; cronograma de atividades; equipe técnica responsável e respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica – ART. Comprovar, ainda, o cadastro do projeto no Sistema Informatizado de Apoio à Restauração Ecológica – SARE.

1.9 Apresentar Programa de Recuperação de Áreas de Preservação Permanente, contendo localização e caracterização das áreas a serem recuperadas, lista de espécies com ocorrência regional para revegetação e enriquecimento das áreas degradadas conforme a Resolução SMA nº 32/14, cronograma de atividades, cadastro do projeto no Sistema Informatizado de Apoio à Restauração Ecológica – SARE, equipe técnica responsável e respectiva ART.

1.10 Apresentar o detalhamento do Programa de Resgate e Salvamento de Fauna, de acordo com as diretrizes da Resolução SMA 22/10, as ações e procedimentos ambientalmente adequados e compatíveis com o avanço da lavra, contemplando, no mínimo: a formação e experiência das equipes de campo na identificação e resgate de flora e fauna, procedimentos executivos para o resgate e relocação de espécimes, georreferenciamento das áreas de resgate e relocação, infraestrutura e equipamentos necessários, cronograma de atividades etc.

1.11 Apresentar cópia da Autorização para Manejo in Situ obtida junto ao Departamento de Fauna Silvestre da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente – DeFau-SIMA, para as atividades de resgate, relocação e monitoramento da fauna.

1.12 Apresentar detalhamento do Programa de Monitoramento e Salvaguarda da Fauna , atendendo as diretrizes da Resolução SMA 22/10 e contemplando as atividades previstas, metodologias, grupos a serem monitorados (Mastofauna, Avifauna e Herpetofauna), esforço amostral (no mínimo cinco dias por grupo faunístico), caracterização e localização georreferenciada dos pontos de amostragem selecionados, plano de ação para o

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monitoramento de espécies ameaçadas e indicadoras de qualidade ambiental, recursos e infraestrutura necessários, equipe técnica responsável e respectivas ARTs e cronograma de atividades compatível com os demais programas ambientais de flora e fauna. Apresentar ainda os resultados da primeira campanha do Programa, realizada nos fragmentos a serem suprimidos, nos fragmentos remanescentes e nas áreas previstas para translocação da fauna.

1.13 Apresentar detalhamento do Programa de Educação Ambiental para motoristas e trabalhadores, visando minimizar impactos como caça, atropelamento e degradação de áreas naturais pelo aumento da circulação de pessoas e veículos, com cronograma e equipe responsável.

1.14 Apresentar detalhamento do Programa de Controle de Processos Erosivos e de Monitoramento Geotécnico, contemplando: o mapeamento e os resultados da recuperação dos processos erosivos já instalados na propriedade; as medidas mitigadoras a serem adotadas; projetos dos sistemas provisórios e definitivos de drenagem de águas pluviais e bacias de decantação das áreas de lavra, de depósitos de estéril, rejeito e minério, e de acessos internos, acompanhado do memorial descritivo e das ARTs dos profissionais habilitados; procedimentos de manutenção periódica do sistema viário interno; procedimentos de monitoramento de processos erosivos e geotécnico das áreas de lavra, depósitos de estéril, rejeito e minério e acessos internos; propostas de medidas corretivas; metas almejadas; metodologia prevista; cronograma de atividades; equipe técnica responsável e respectivas ARTs.

1.15 Apresentar os projetos dos depósitos de estéril e rejeito, elaborados de acordo com a Norma NBR 13.029/06, e acompanhados de Anotação de Responsabilidade Técnica - ART de profissional habilitado.

1.16 Apresentar Programa de Monitoramento de Qualidade das Águas Superficiais, contemplando a localização georreferenciada dos pontos de monitoramento, metodologia, periodicidade das coletas, parâmetros de análise, valores de referência a serem atendidos, cronograma etc.

1.17 Apresentar as tratativas e documentos relativos à parceria firmada com a Prefeitura Municipal de Itatiba para apoio à Patrulha Agrícola Mecanizada e ao Programa Municipal de Pagamento por Serviços Ambientais, contendo as responsabilidades estabelecidas entre as partes, em atendimento ao Parecer Técnico GT – Empreendimentos nº 04/2016, dos Comitês de Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí.

1.18 Apresentar detalhamento do Programa de Monitoramento Hidrogeológico, contemplando além das medidas já apresentadas: parâmetros analisados e respectivos valores de referência a serem atendidos; metodologias; periodicidade; perfil construtivo dos poços de abastecimento a serem monitorados; mapa potenciométrico; monitoramento do nível piezométrico do aquífero e das taxas de recuperação; monitoramento periódico da vazão de nascentes e corpos d’água no entorno do empreendimento, de forma a avaliar potenciais efeitos do bombeamento da água dos poços utilizados para o abastecimento do empreendimento no regime hidrológico local; estimativa média de vazão anual dos corpos d’água; planejamento do desmonte de rocha, de forma a utilizar explosivos de composição pouco impactante e uso de cargas controladas; detalhamento do Plano de Recarga Artificial e propostas de medidas mitigadoras e compensatórias em caso de interferência em cursos d’água e usuários locais.

1.19 Apresentar o detalhamento do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e de Efluentes Líquidos, contendo a listagem completa dos resíduos sólidos a serem gerados, incluindo quantificação, classificação conforme a Norma NBR 10.004:2004, e formas de

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segregação, acondicionamento, armazenamento, tratamento e destinação final e o projeto do sistema de tratamento de efluentes domésticos, conforme Norma ABNT vigente.

1.20 Apresentar detalhamento do projeto de reuso e reaproveitamento do material estéril e rejeito gerados no empreendimento.

1.21 Apresentar Programa de Controle de Emissões Atmosféricas, contendo: medidas mitigadoras para redução das emissões de particulados na movimentação de veículos, decapeamento, detonações, corte do minério e demais operações do empreendimento, tais como manutenção preventiva e controle das emissões de máquinas e equipamentos; aspersão de água no sistema de beneficiamento; umectação e enlonamento da carga dos caminhões; cascalhamento e umectação periódica das vias de acesso ao empreendimento; definição de medidas adicionais em caso de reclamações da população, equipe responsável etc.

1.22 Apresentar detalhamento do Programa de Monitoramento de Ruídos, Vibrações e Sobrepressão, elaborado de acordo com a Norma NBR 10151 da ABNT e Norma Técnica CETESB D7.013 - Avaliação e monitoramento das operações de desmonte de rocha com uso de explosivo na mineração: Procedimento, contemplando o mapeamento dos pontos de monitoramento georreferenciados, padrões de referência, metodologia, periodicidade, e medidas corretivas no caso de não atendimento dos padrões legais.

1.23 Apresentar Plano de Recuperação de Área Degradada, elaborado de acordo com as Normas NBR 13.030/99 – Elaboração e Apresentação de Projeto de Reabilitação de Áreas Degradadas pela Mineração e NRM 21 da ANM - Reabilitação de Áreas Pesquisadas, Mineradas e Impactadas, contemplando: a estabilização e reafeiçoamento das áreas lavradas, de apoio e servidão de maneira concomitante à extração mineral; medidas finais de reconformação topográfica e revegetação e a desmobilização das estruturas de apoio; plantas planialtimétricas representando as áreas (cavas e demais estruturas) recuperadas; monitoramentos previstos para a fase pós-desativação; fluxograma de planejamento e execução; cronograma físico-financeiro; equipe técnica responsável e respectiva ART; entre outros.

1.24 Apresentar o comprovante do depósito bancário, no valor referente à compensação ambiental definida na Memória de Cálculo elaborada pela CETESB e aprovada pelo empreendedor, e a assinatura do Termo de Compromisso de Compensação Ambiental – TCCA, conforme estabelecido no Decreto Estadual nº 60.070 de 15/01/29014, segundo a indicação da Câmara de Compensação Ambiental – CCA da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente - SIMA.

Durante a implantação do empreendimento 2.1 Apresentar relatórios de acompanhamento do Programa de Monitoramento e Salvaguarda

da Fauna, incluindo mapeamento e caracterização ambiental dos pontos georreferenciados, metodologias e esforço amostral. Apresentar os resultados das campanhas realizadas previamente à supressão de vegetação, 48 horas após e 6 meses após a supressão da vegetação, também em planilhas eletrônicas editáveis (extensão xls ou compatível), com a localização dos pontos amostrais informada em formato métrico, de acordo com a Projeção Universal Transversa de Mercator (UTM), e o Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas (SIRGAS 2000).

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Por ocasião da solicitação de Licença Ambiental de Operação 3.1 Apresentar relatório comprovando a implementação do Programa de Comunicação e

Participação Social da fase instalação e apresentar as ações que serão desenvolvidas durante a operação do empreendimento.

3.2 Apresentar relatório fotográfico comprovando a implantação da Cortina Vegetal no entorno da área de lavra.

3.3 Apresentar relatório do Programa de Acompanhamento da Supressão de Vegetação, informando sobre as atividades desenvolvidas, eventuais não-conformidades e respectivas medidas corretivas adotadas, destinação final do material suprimido, resultados obtidos e análise da efetividade do Programa.

3.4 Apresentar relatório do Programa de Compensação Florestal e do Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental, contendo a descrição das ações realizadas; o mapeamento e georreferenciamento das áreas de plantio; os resultados obtidos e a avaliação dos plantios realizados; e o cronograma de atividades, considerando a manutenção e o monitoramento das áreas plantadas, conforme o disposto na Resolução SMA 32/2014.

3.5 Apresentar relatório do Programa de Recuperação de Áreas de Preservação Permanente, informando sobre as atividades desenvolvidas, avaliação da efetividade das medidas implementadas, registros fotográficos, equipe técnica responsável e respectiva ARTs e proposta de manutenção e monitoramento das áreas revegetadas e/ou enriquecidas.

3.6 Apresentar relatório do Programa de Resgate e Salvamento da Fauna, descrevendo as ações de afugentamento, resgate e translocação, eventuais não conformidades e respectivas medidas corretivas adotadas, registros fotográficos, equipe técnica responsável e ARTs.

3.7 Apresentar relatório do Programa de Monitoramento e Salvaguarda da Fauna, contemplando, no mínimo: a indicação dos pontos de amostragem, descrição da metodologia utilizada, esforço amostral despendido, registros fotográficos, análise comparativa entre as campanhas sazonais, registro de espécies envolvidas em acidentes e eventuais atropelamentos, avaliação de áreas prioritárias para sinalização das vias de circulação na área sob influência do empreendimento, ART da equipe responsável e Autorização de manejo in situ emitida pelo DeFau. Com base nos resultados, apresentar avaliação crítica sobre o efeito da supressão de vegetação, perda de habitat e deslocamento da fauna e propor eventuais medidas mitigadoras e compensatórias adicionais para a fase de operação.

3.8 Apresentar relatório do Programa de Educação Ambiental para motoristas e trabalhadores, descrevendo as atividades realizadas e contendo programação, material didático, listas de presença e registro fotográfico.

3.9 Apresentar o primeiro relatório do Programa de Controle de Processos Erosivos e de Monitoramento Geotécnico, comprovando a implementação das medidas mitigadoras, de controle e de monitoramento geotécnico e de erosão previstas; a implantação dos sistemas de drenagem provisórios e/ou definitivos e bacias de decantação das áreas de lavra, depósitos de estéril, rejeito, minério e acessos internos; eventuais não conformidades identificadas, bem como as medidas preventivas e corretivas adotadas no período e previstas para o período subsequente; e ARTs das equipes responsáveis.

3.10 Apresentar o primeiro relatório do Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais, contemplando: localização georreferenciada dos pontos de monitoramento; parâmetros analisados; metodologia; periodicidade;; resultados obtidos acompanhados dos respectivos laudos analíticos, observando-se as diretrizes da Resolução SMA 100/13;

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análise crítica dos resultados; eventuais não conformidades identificadas; identificação de eventuais fontes de contaminação; e respectivas medidas corretivas adotadas.

3.11 Apresentar os Certificados de Movimentação de Resíduos de Interesse Ambiental – CADRI para os resíduos Classe I, segundo Norma ABNT 10.004/04 e as cartas de anuência das empresas destinatárias de resíduos sólidos, considerando as quantidades estimadas no Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e de Efluentes Líquidos.

3.12 Apresentar relatório com avaliação da eficiência do sistema de coleta e de tratamento dos efluentes líquidos sanitários e do sistema de separação de água e óleo, das áreas de estacionamento de caminhões e de manutenção das máquinas e equipamentos.

3.13 Apresentar, após a apuração final do custo do empreendimento objeto do presente licenciamento, o relatório contábil, comprovando o montante efetivamente despendido na implantação do empreendimento, visando à realização de ajustes no valor destinado à compensação ambiental do empreendimento, cujo depósito, se houver, deverá ser realizado na mesma conta na qual foi efetuado o depósito originário, sendo tal depósito condicionante para a emissão da Licença de Operação.

Durante a operação do empreendimento

4.1 Realizar, no prazo de 90 (noventa) dias após a emissão da Licença de Operação, campanha de medição de ruído nos receptores potencialmente críticos - RPCs situados no entorno do empreendimento, ou seja, em locais habitados fora dos limites de propriedade da empresa, de acordo com metodologia descrita na Norma NBR 10151 da ABNT e Norma Técnica CETESB D7.013, para a comprovação dos padrões estipulados nas referidas Normas, observando o uso e ocupação do solo nas áreas dos receptores.

4.2 Comprovar, no prazo de 1 ano após a emissão da Licença Ambiental de Operação, a adoção de medidas para priorizar a contratação de mão-de-obra local, incluindo a comunidade quilombola.

4.3 Apresentar, no prazo 1 ano após a emissão da Licença Ambiental de Operação, relatório comprovando as ações de manutenção das vias internas e de orientação dos colaboradores e prestadores de serviços em relação aos limites de velocidade e transporte seguro.

4.4 Apresentar relatórios anuais dos Programas de Compensação Florestal e de Recuperação de Áreas de Preservação Permanente, contemplando as atividades desenvolvidas, avaliação das medidas implementadas, registros fotográficos, equipe técnica responsável e respectiva ART e demais informações necessárias para comprovação da sua efetividade.

4.5 Apresentar relatórios anuais do Programa de Monitoramento e Salvaguarda da Fauna, durante 3 anos contemplando, no mínimo: a indicação dos pontos de amostragem; descrição da metodologia utilizada; esforço amostral despendido; registros fotográficos; análise comparativa entre as campanhas sazonais; registro de espécies envolvidas em acidentes e eventuais atropelamentos; avaliação de áreas prioritárias para sinalização das vias de circulação na área sob influência do empreendimento; análise crítica dos resultados, eventuais medidas mitigadoras complementares adotadas; ART da equipe responsável e Autorização de manejo in situ emitida pelo DeFau.

4.6 Apresentar relatórios anuais de acompanhamento do Programa de Controle de Processos Erosivos e de Monitoramento Geotécnico, contemplando: as atividades realizadas e medidas adotadas nas áreas de mineração, sistema viário e áreas de depósitos de estéril, rejeito e minério; avaliação de desempenho dos programas e mecanismos de gestão; formas de acompanhamento ambiental, com uso de indicadores ambientais; eventuais não

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conformidades identificadas, bem como as medidas preventivas e corretivas adotadas no período e previstas para o período subsequente; ARTs das equipes responsáveis.

4.7 Apresentar relatórios anuais do Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais, contemplando: localização dos pontos de monitoramento georreferenciados, parâmetros analisados, metodologia,, resultados interpretados das campanhas de amostragem, acompanhados dos respectivos laudos analíticos, observando-se as diretrizes da Resolução SMA 100/13; análise crítica dos resultados obtidos; eventuais não conformidades identificadas, identificação de eventuais fontes de contaminação; e respectivas medidas corretivas adotadas.

4.8 Apresentar, no prazo de um ano após a emissão da Licença Ambiental de Operação, relatório do Programa de Reuso de Água, comprovando a implantação do sistema de captação e armazenamento de águas tratadas provenientes das bacias de decantação para utilização na umectação de vias de acesso ou outros possíveis usos.

4.9 Apresentar relatórios anuais de acompanhamento do Programa de Monitoramento Hidrogeológico, contemplando a avaliação da efetividade do programa, o balanço das atividades desenvolvidas, a reavaliação periódica do modelo hidrogeológico, a avaliação dos resultados com eventuais impactos em nascentes, cursos d’água e usuários locais e as correspondentes medidas mitigadoras e compensatórias adotadas, incluindo as medidas executadas no âmbito do Plano de Recarga Artificial. Apresentar os resultados em planilhas eletrônicas editáveis (extensão xls, ou compatível) e a localização dos pontos amostrais em formato métrico, de acordo com a Projeção Universal Transversa de Mercator (UTM) e o Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas (SIRGAS 2000).

4.10 Apresentar relatórios anuais do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e de Tratamento dos Efluentes Líquidos, com avaliação da eficiência dos sistemas de fossa séptica e sumidouro e do sistema de separação de água e óleo.

4.11 Apresentar relatórios anuais do Programa de Monitoramento de Ruídos, Vibrações e Sobrepressão, contemplando: resultados das campanhas de monitoramento realizadas, avaliação dos resultados considerando as campanhas anteriores e os limites estabelecidos pela legislação vigente, eventuais não conformidades registradas e respectivas medidas mitigadoras para redução de emissão de ruídos e vibrações adotadas no período.

4.12 Apresentar relatórios anuais do Programa de Controle de Emissões Atmosféricas, contemplando: comprovação da implementação das medidas de controle para redução de emissão de particulados, avaliação dos resultados das medidas adotadas, registros de eventuais reclamações por parte da população ou de insuficiência das medidas implementadas, e respectivas medidas adicionais de controle e de monitoramento adotadas.

Por ocasião da renovação da Licença Ambiental de Operação 5.1 Apresentar, em cada renovação de LO, relatório consolidado do Programa de

Monitoramento e Salvaguarda da Fauna, considerando: a) as campanhas já realizadas e levantamento atual de dados com duas campanhas no ano; b) os registros de atropelamento da fauna; c) análise comparativa e avaliação dos resultados obtidos, avaliação da efetividade das medidas mitigadoras adotadas para os impactos identificados sobre a fauna local e eventual proposição de medidas adicionais.

5.2 Apresentar em cada renovação de LO, relatório consolidado do Plano de Recuperação de Área Degradada, com as ações de recuperação já executadas e a serem implantadas, registros fotográficos, destacando as espécies nativas utilizadas na revegetação;

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identificação das frentes de lavra exauridas e as medidas de recuperação adotadas; a implantação de cobertura vegetal; e a reavaliação do uso futuro da área, caso necessário.

Na fase de desativação do empreendimento 6.1 Apresentar Programa de Desativação ou Fechamento de Mina, de acordo com a Norma

Reguladora de Mineração – NRM nº. 20, da Agência Nacional de Mineração contemplando: medidas finais de reconformação topográfica e revegetação; desmobilização das estruturas de apoio, considerando o gerenciamento e disposição final dos resíduos sólidos, de acordo com as normas vigentes; avaliação da possibilidade de relocação de parte dos funcionários para as atividades remanescentes na empresa; e monitoramento das atividades por, no mínimo, três anos após o encerramento da extração mineral.

ORIGINAL DEVIDAMENTE ASSINADO ORIGINAL DEVIDAMENTE ASSINADO

Geóg. Fábio Renato Costa do Vale

Setor de Avaliação de Empreendimentos

Industriais, Agroindustriais e Minerários – IEEM

Reg. 7487 CREA 506.383.900-7

ORIGINAL DEVIDAMENTE ASSINADO

Biólª. Lucilene Teixeira Ribeiro

Setor de Avaliação de Empreendimentos Industriais, Agroindustriais e Minerários – IEEM

Reg. 4320 CRBio 31678/01-D

ORIGINAL DEVIDAMENTE ASSINADO

Geóg. Fabio Deodato

Gerente do Setor de Avaliação de Empreendimentos Industriais, Agroindustriais e Minerários – IEEM

Reg. 7203 CREA 5062701917

Engª Agrª. Juliana Takeishi Giorgi

Setor de Avaliação de Empreendimentos

Industriais, Agroindustriais e Minerários – IEEM

Reg. 7382 CREA 5062961210

ORIGINAL DEVIDAMENTE ASSINADO

Geól. Vinícius de G. Barreto

Setor de Avaliação de Empreendimentos Industriais, Agroindustriais e Minerários - IEEM

Reg. 7503 CREA 050772460-7

De acordo

ORIGINAL DEVIDAMENTE ASSINADO

Engª Agrª. Maria Cristina Poletto

Gerente da Divisão de Empreendimentos Industriais, Minerários e Urbanísticos – IEE

Reg. 7378 CREA 601588148

De acordo

ORIGINAL DEVIDAMENTE ASSINADO

Geol. Fernanda Amaral Dantas Sobral

Gerente do Departamento de Avaliação Ambiental de Empreendimentos – IE

Reg. 6884 CREA 5062068188/D