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Penal

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DDIIRREEIITTOO PPEENNAALL

1199

OOss CCrriimmeess CCoonnttrraa aa PPaazz PPúúbblliiccaa

1199..11 –– OOss CCrriimmeess CCoonnttrraa aa PPaazz PPúúbblliiccaa

IInncciittaaççããoo aaoo CCrriimmee

CÓDIGO PENAL Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de crime: Pena: detenção, de 3 (três) a 6 (seis) meses, ou multa.

Objetividade Jurídica: Protege-se a paz pública (a tranqüilidade social). Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa. Sujeito Passivo: É a coletividade. Tipo Objetivo: A conduta típica é incitar (excitar, açular), publicamente, a prática de crime. A incitação deve ser de crime determinado. Se o agente incita publicamente, à prática de contravenção, o fato é atípico. O mesmo ocorre se a incitação pública for de ato imoral.

A incitação deverá ser de crime específico, porém, se a incitação for: • realizada através da imprensa – incide o art. 19 da Lei 5.250 (Lei de Imprensa); • de crime de genocídio – incide o art. 3° da Lei 2.889/56; • de crime contra a segurança nacional – incide o art. 23, IV da Lei 7.170/83.

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Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade de incitar a prática de determinado crime. Não existe a forma culposa. Consumação e Tentativa: O crime se consuma com a percepção, por indeterminado número de pessoas, da incitação pública ao crime. É crime formal, não se exigindo que as pessoas que foram instigadas realmente pratiquem o crime. A tentativa é possível, uma vez que o iter criminis é passível de fracionamento no tempo: se o agente, por exemplo, antes de iniciar a distribuição de panfletos com conteúdo incitatório é obstado por circunstâncias alheias a sua vontade.

AAppoollooggiiaa ddee CCrriimmee oouu CCrriimmiinnoossoo

CÓDIGO PENAL Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime: Pena: detenção, de 3 (três) a 6 (seis) meses, ou multa.

Objetividade Jurídica: Protege-se a paz pública. Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa. Sujeito Passivo: É a coletividade. Tipo Objetivo: A conduta típica é fazer apologia, ou seja, fazer uma incitação “indireta” ao crime, exaltando, enaltecendo ou elogiando, publicamente, fato criminoso ou autor de crime. Damásio entende que para configurar este crime, a apologia deve ser de crime doloso que tenha realmente ocorrido.

Se a apologia for realizada através da imprensa, o crime será o do art. 19 da Lei 5.250/67 (Lei de Imprensa). Se se tratar de apologia de crime contra a segurança nacional, a conduta é prevista pelo art. 22 da Lei 7.170/83.

Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade de fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou autor de crime. Consumação e Tentativa: O crime se consuma com a percepção, por indefinido número de pessoas, dos elogios endereçados a crime anteriormente praticado ou a autor de crime. Admite-se a tentativa.

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QQuuaaddrriillhhaa oouu BBaannddoo Noções Iniciais: A previsão do crime de quadrilha ou bando tem como propósito impedir que pessoas com más intenções venham a conjugar seus esforços com o objetivo de praticar crimes. Busca-se assim oferecer uma proteção à paz pública em relação à existência de grupos que tenham como finalidade o cometimento de delitos. O crime de quadrilha ou bando é um crime plurissubjetivo, uma vez que exige mais de três agentes para sua concretização. É um crime autônomo, ou seja, os participantes poderão ser processados por este crime, mesmo sem terem tido cometido nenhum outro delito. É um crime de perigo abstrato, pois presume-se que o fato por si só já representa um risco para a paz social. É também um crime permanente, uma vez que a conduta se prolonga no tempo.

O crime de quadrilha ou bando é multitudinário? Não, o crime de quadrilha ou bando não é multitudinário. Crime multitudinário é aquele que se configura quando alguém, sob a influência de uma multidão vem a cometer um crime.

CÓDIGO PENAL Art. 288 - Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer

crimes: Pena: reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.

Objetividade Jurídica: Protege-se a paz pública. Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa que se associe a, no mínimo, mais três pessoas. É um crime de concurso necessário, ou seja, necessariamente deve ser praticado por mais de uma pessoa.

O agente responderá por este crime mesmo que os outros integrantes não tenham sido identificados ou sejam inimputáveis.

Sujeito Passivo: É a coletividade. Tipo Objetivo: A conduta típica é a associação de no mínimo quatro pessoas com o fim de cometer crimes da mesma espécie ou não. A associação não se confunde com a simples reunião, pois tem caráter estável, projetada com laços de permanência, ou seja, exige-se um vínculo estável e permanente entre os integrantes da associação.

Conforme Vicente Greco, a existência das associações criminosas está condicionada a "um animus associativo, isto é, um ajuste prévio no sentido da formação de um vínculo associativo de fato, uma verdadeira societas sceleris, em que a prática de se associar seja separada da vontade necessária à prática do crime visado".

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Qual a diferença entre o concurso de agentes e a quadrilha? O crime de quadrilha ou bando distingue-se do concurso de agentes pelo vínculo entre os integrantes. Enquanto que no concurso de agentes há somente um vínculo ocasional (mera reunião) para a prática de um ou até mesmo alguns crimes, na quadrilha este vínculo é estável e tem duração indeterminada, ou seja, trata-se de uma forma de organização constituída para a prática de crimes em número indefinido. Outra diferença é que o concurso de agentes somente é verificado com a prática de um delito, o que não necessariamente deve ocorrer no caso de crime de quadrilha ou bando.

Concurso de agentes Crime de quadrilha ou bando

Caráter provisório. Os participantes se associam para a prática de determinado crime.

Caráter duradouro. No crime de quadrilha ou bando os seus membros associam-se de forma estável e permanente.

O crime de quadrilha ou bando somente se configura quando as partes se reúnem para praticar uma série indeterminada de crimes. Se os agentes pretendem praticar uma quantidade determinada de crimes (um, dois, três, etc.), não caracteriza o crime.

Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade de associarem-se, mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes. Não existe a forma culposa. Consumação e Tentativa: O crime se consuma no momento em que mais de três pessoas se associam para a prática de crimes, executando atos que evidenciem a formação da quadrilha. Em princípio, sabemos que os crimes não são punidos na sua fase de preparação, porém o delito de quadrilha ou bando é uma figura autônoma, que se consuma tenham os integrantes praticado ou não qualquer crime. Não é admitida a forma tentada. Quadrilha ou Bando Armado (Qualificadora): A pena é aplicada em dobro se a quadrilha ou bando é armado. Esta circunstância qualificadora atende à maior potencialidade agressiva da associação criminosa. Corrente majoritária da doutrina entende que basta um dos integrantes estar armado para incidir a qualificadora.

CÓDIGO PENAL Art. 288 - .......................................................................................................................................... Parágrafo único - A pena aplica-se em dobro, se a quadrilha ou bando é armado.

Quadrilha ou Bando para Fins Específicos: Conforme o art. 8º da Lei 8.072 (Lei dos Crimes Hediondos) se a quadrilha é formada para cometer crimes hediondos, de tortura, tráfico de entorpecentes ou terrorismo, aplica-se a pena de 3 a 6 anos de reclusão.

LEI N° 8.072, DE 25.07.90

Art. 8º - Será de 3 (três) a 6 (seis) anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo.

O disposto não se aplica mais no que se refere ao tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins.

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Previsão de Penas em Relação aos Crimes de Quadrilha

Finalidade Pena Prevista

Prática de crimes em geral Reclusão: 1 a 3 anos

Prática de crimes hediondos, tortura e terrorismo

Reclusão: 3 a 6 anos

Delação Premiada: A delação premiada somente é aplicada nos casos de quadrilhas destinadas à prática de crimes hediondos (art. 8°, parágrafo único da Lei 8.072/90). Se o participante que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha terá a pena reduzida de 1 a 2/3. É necessário, entretanto, que a delação permita o desmantelamento da quadrilha ou bando.

LEI N° 8.072, DE 25.07.90

Art. 8º - ............................................................................................................................................. Parágrafo único - O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de 1 (um) a 2/3 (dois terços).

Com o advento da Lei 9.807/99, a colaboração do participante da ação criminosa poderá ter como conseqüência até o perdão judicial. De acordo com o art. 13 da referida lei, a colaboração pode ser aceita em qualquer espécie de crime.

Crime de Quadrilha ou Bando e as Organizações Criminosas: A Lei 9.034/95 trata sobre os meios de prova e procedimentos investigatórios que versem sobre ilícitos decorrentes de ações praticadas por quadrilha ou bando ou organizações ou associações criminosas de qualquer tipo. Esta lei vale para os crimes resultantes de organização criminosa, que não se confunde com o crime de quadrilha ou bando previsto pelo Código Penal. Embora não exista a definição de organização criminosa, esta apresenta formas de ação que o diferenciam da quadrilha ou bando, como a transnacionalidade, o poder econômico, a formação de rede de agentes e a lavagem de dinheiro. Assim, nem toda quadrilha ou bando tem a característica de pertencer ao crime organizado, pois nem sempre elas representam um perigo suficiente para esse enquadramento. Associação para o Tráfico: A Lei 11.343 define o delito de associação para o tráfico de drogas com pena de três a dez anos. O número de pessoas para a formação da associação é de duas ou mais e está de acordo com o que foi possibilitado pela Convenção Única sobre Entorpecentes de Nova Iorque, de 1961.

LEI N° 11.343, DE 24.08.2006

Art. 35 – Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei. Pena: Reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.

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QQuueessttõõeess ddee CCoonnccuurrssooss Nas questões a seguir, assinale a alternativa que julgue correta.

01 - (Magistratura Federal – VII Concurso) Tipifica-se o crime de quadrilha ou bando, quando ( ) a) três pessoas se associam para a prática de crimes; ( ) b) cinco pessoas se associam para a prática de crimes; ( ) c) quatro pessoas se associam para a prática de contravenções penais; ( ) d) seis pessoas se associam para cometer um latrocínio;

02 - (Ministério Público/SP – 79) A associação de mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para a prática de crimes considerados como hediondos, tem o efeito de:

( ) a) acarretar maior punição aos agentes por se tratar de modalidade agravada do delito de quadrilha ou bando;

( ) b) acarretar aos agentes a impossibilidade de progressão de regime prisional, sem qualquer reflexo na quantidade de pena prevista no artigo 288 do Código Penal;

( ) c) acarretar maior punição aos agentes por se tratar de modalidade qualificada do crime de quadrilha ou bando;

( ) d) acarretar aos agentes a impossibilidade de serem beneficiados com o livramento condicional;

( ) e) acarretar aos agentes a impossibilidade de serem beneficiados com indulto, sem qualquer reflexo na quantidade de pena prevista no artigo 288 do Código Penal.

03 - Sobre o crime de quadrilha ou bando é incorreto afirmar: ( ) a) é crime de concurso necessário; ( ) b) não afasta o delito ser um dos integrantes menor de idade; ( ) c) afasta o delito um dos integrantes não ser identificado; ( ) d) é inadmissível a tentativa; ( ) e) os agentes visam cometer um número indeterminado de infrações, ao contrário do que

ocorre no concurso de pessoas.

04 - O indivíduo que, ao ver um criminoso passar algemado e escoltado pela polícia, bate-lhe acaloradas palmas, pratica

( ) a) crime de apologia de criminoso; ( ) b) delito de incitação ao crimes; ( ) c) contravenção penal de conduta inconveniente; ( ) d) conduta atípica.

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Nas questões a seguir, marque para cada item o código [ C ], caso julgue certo ou [ E ], caso julgue o item errado. O crime de quadrilha ou bando: 05 - [ ] é permanente.

06 - [ ] não exige a prática efetiva dos crimes, bastando a associação.

07 - [ ] requer mais de três pessoas para a sua configuração, sendo que todas elas devem

ser imputáveis. 08 - [ ] exige sempre a posse de armas.

09 - [ ] exige que ao menos três dos integrantes pratiquem os atos executórios dos crimes.

10 - [ ] só se consuma com a prática de qualquer delito pelo bando ou por alguns de seus

integrantes.

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GGaabbaarriittoo

01.B 02.C 03.C 04.A 05.C 06.C 07.E 08.E 09.E 10.E

BBiibblliiooggrraaffiiaa

Comentários ao Código Penal Nelson Hungria Forense

Crimes Hediondos Alberto Silva Franco Revista dos Tribunais

Direito Penal – Parte Especial – Vol. 3 Damásio E. de Jesus Saraiva

Manual de Direito Penal Júlio Fabbrini Mirabete Atlas

Apostilas Concursos Jurídicos Direito Penal 19 – Os Crimes Contra a Paz Pública

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