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Penal Resumo

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Aluna : Ingrid Cristine de Andrade Ferreira – Matricula: 1092000001

Dir. Penal IV – Resumo Prova 26.04

Dos Crimes contra a Liberdade Sexual

Crime de Estupro – Art. 213, CP

Só se pode dizer que houve o crime, se o sujeito ativo praticar ou compelir (constranger/obrigar) o sujeito passivo. Havendo assim ausência de consentimento. Esse consentimento muitas vezes, pode ser obtido, mas está viciado com emprego de ameaça ou violência. O consentimento tem que ser antes ou durante, para a prática do crime.

Há necessidade de contato físico (STJ). Porém há exceção. Por exemplo, quando o agente obriga a vítima a se tocar (masturbar), mediante ameaça ou violência.

O crime ocorre quando há conjunção carnal, ou a prática de ato de libidinagem.

O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. Por ser um crime classificado como comum.

Obs.: Há alguns doutrinadores que entendem que se trata de crime de mão própria, e outros que como crime próprio.

O sujeito passivo, qualquer pessoa poderá ser vitima, sendo um crime comum.

O crime se consuma quando o agente pratica a conjunção carnal ou ato de libidinagem.

Cabe tentativa pela teoria finalista da ação, entretanto, tem que provar que a finalidade do agente era praticar a conjunção carnal ou ato de libidinagem.

Ameaça: Coação moral irresistívelViolência: física (visa absoluta)

O que é libidinagem? É o ato que esteja relacionado ao sexo – lascívia.

O que é conjunção carnal? É quando há a introdução total ou parcial do pênis na vagina.

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Forma qualificada quando da conduta resultar lesão grave; vitima maior de 14 anos e menos de 18 anos; ou quando da conduta resultar morte da vitima.

Obs.: Quando o agente ativo tenta efetivar o crime sem se consumar, levando o sujeito passivo (vitima) à morte, considerar-se-á o crime consumado e majorado – trata-se de crime complexo.

Ação penal – art. 225,CP – de regra, ação penal é pública condicionada; com exceção os menos de 18 anos e pessoa vulnerável.

Duas correntes servem para estudar essa questão. A primeira para alguns doutrinadores quando houver violência física ou presumida, e a vitima for maior de 18 anos, mesmo que aja lesão grave ou morte, a ação penal será pública condicionada à representação, encontrando-se superada a sumula 608-STF.

Já a segunda (majoritária) mesmo com a nova redação do art. 225,CP, a sumula 608-STF não se encontra superada, isto significa que sendo a vitima maior de 18 anos, havendo violência física que resultar, lesão grave ou morte da vitima, a ação penal será pública incondicionada.

Obs.: Os processos que se iniciaram com ação penal privada antes da vigência da lei 12.015 (27.08.2009), prosseguirão com natureza da ação penal privada, não retroagindo a nova lei em virtude dos benefícios ou efeitos do art. 60, CPP.

Agora se o processo teve inicio com ação penal pública incondicionada e a nova lei determinar que o processo prossiga com ação penal pública condicionada, o juiz deverá intimar a vitima para que ela se manifeste a vontade de dar prosseguimento ao processo.

O resultado qualificado ou agravador deve ser obtido mediante dolo ou culpa? Só pode decorrer de forma culposa, por ser um crime preterdoloso, ou seja, dolo no antecedente e culpa no consequente. Se o agente agir com dolo no antecedente e no consequente, esse responderá por estupro = homicídio qualificado em concurso material de crimes.

Art. 213 “... ter conjunção carnal ou praticar ou permitir...” Quantos crimes? Primeira corrente diz se tratar de tipo penal alternativo um verbo ou vários que resulta em crime único. Já uma segunda corrente inicialmente a 6°turma do STJ entendeu que era um tipo penal cumulativo, vários crimes descrito no mesmo tipo penal, entretanto a 5° turma avocou para 3°seção que é um tipo penal alternativo.

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Dos crimes sexuais contra vulnerável

Estupro de vulnerável – Art. 217-A, CP

Pratica o crime o agente ativo que mantêm conjunção carnal ou pratica ou permite praticar outro ato de libidinagem com menor de 14 anos ou doente mental/enfermidade ou qualquer coisa que reduza a capacidade*** (absoluta) de resistência.

Presunção de violência (nova Lei) Primeira corrente, para alguns doutrinadores há controvérsias a cerca da natureza da presunção de violência, que terminou após a publicação da Lei 12.015/09, pois houve a criação de um crime autônomo considerando a presunção absoluta.

Já uma segunda corrente, a presunção de violência é absoluta, não se admite prova em consentimento, no entanto, isso não significa que haverá o engessamento da norma antes as especificidades do caso concreto.

As qualificadoras desde crime são a lesão grave ou morte, com resultado preterdoloso.Obs.: Quando houver o emprego de violência do estupro de vulnerável o agente responderá por dois crimes, o primeiro de constrangimento ilegal (art. 146, CP) e estupro de vulnerável em concurso material de crimes, pois não haveria logica o agente responder por crime de estupro na modalidade simples.

Causas de aumento de pena – estão descritas no art. 9° da Lei 8.072/90 e no art. 213 c/c art. 224, CP. Atualmente, não há explicação do art. 9° da Lei 9.072/90 de crimes hediondos, aos autores de crime de estupro de vulnerável, uma vez que houve revogação do art. 224, CP pela Lei 12.015/09. Sendo assim, o crime estupro (213, CP) e estupro de vulnerável (217-A, CP) são crimes hediondos.

Violação sexual mediante fraude – Art. 215, CP – Estelionato sexual

Ter conjunção carnal ou praticar outro ato de libidinagem induzindo a vitima a erro ou outro meio que dificulte ou impeça a capacidade (relativa) de entendimento.Obs¹: No crime de violação inexiste o emprego de violência ou grave ameaça, a vítima permite a conjunção carnal ou ato de libidinagem por ter sido induzida pelo autor a erro.Obs²: Se durante a conjunção carnal a vítima percebe o erro, e resiste a conjunção carnal e neste momento o agente emprega violência ou grave ameaça, o crime se desconsidera como sendo de violação e passa assim a se caracterizar como sendo estupro.Obs³: Para que se caracterize o crime de violação, o erro deverá ser capaz de retirar a capacidade*** (relativa) de compreensão da vítima. Sendo o erro grosseiro descaracterizará o crime.

Exemplos01- A mulher que se entrega a um homem na escuridão imaginando de que

se tratava de seu esposo.

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02- Um dos irmãos gêmeos se passa pelo outro, e mantêm conjunção carnal com a namorada do irmão.

03- “Líder espiritual” que a pretexto de retirar os males do corpo da vítima, mantêm com ela conjunção carnal.

*** Existe uma semelhança entre a última parte do art. 215 e a terceira forma do §1° do Art. 217-A (estupro de vulnerável). Na violação o agente dificulta ou impede a capacidade de entendimento da vítima, enquanto no estupro de vulnerável o agente de qualquer forma reduz a capacidade de resistência da vitima, sendo assim, para que aja a compatibilidade entre os dispositivos penais devemos concluir que na violação a perda da capacidade é relativa e no estupro de vulnerável é absoluta.

Obs.: Com a nova redação foi revogada a qualificadora que incidia quando a vítima fosse virgem e maior de 14 anos e menos de 18 anos. Hoje existe apenas a aplicação de pena de multa cumulativamente com a pena privativa de liberdade quando o agente visar vantagem econômica.

A consumação crime se dar quando o sujeito ativo mantêm conjunção carnal ou outro ato de libidinagem.

Este crime cabe tentativa.

Assédio sexual – 216-A, CP

Obs.: O crime de sedução Art. 216 foi abolido pela Lei 12.015/09.Constranger (obrigar/forçar) alguém com intuito de obter favorecimento

sexual (conjunção carnal ou ato de libidinagem) aproveitando-se das condições de superioridade ou ascendência inerentes ao exercício do cargo, emprego ou função.

Obs.¹: No Brasil somente haverá crime de assédio sexual quando da ralação laboral, exclusivamente, na relação de emprego.Obs²: Embora o verbo “constranger” seja utilizado comumente no sentido de forçar (obrigar; compelir e etc.) no crime de assédio sexual ele deverá ser utilizado no sentido de importunar ou embaraçar, e jamais de forçar sobre pena de caracterizar crime de estupro.Obs³: Embora o dispositivo penal seja omisso o tocante a conduta a ser praticada, leia-se que o agente pretende obter favorecimento sexual mediante conjunção carnal ou ato de libidinagem.

Esse crime se classifica como sendo crime próprio (tanto para o sujeito ativo quando para o passivo), porque o sujeito ativo necessitará de ter a

Por qual crime responde o sujeito que mantêm conjunção carnal com prostituta e ao final do programa deixa de pagá-la? Tendo em vista que a prostituta só manteve conjunção carnal em razão de promessa de pagamento, o crime será de violação sexual mediante fraude – Art. 215, CP.

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qualidade de superior ou ascendente, enquanto o sujeito passivo necessitará de ter a qualidade de subordinado ou inferior.

Obs.: Só haverá o crime se a importunação decorrer dos poderes inerentes ao exercício do cargo, emprego ou função.

A consumação deste crime se dar quando há a importunação, por se tratar de um crime formal.

A pena é aumentada ⅓ se a vítima for menor de 18 anos e maior de 14 anos.

Em razão CF/88 que veta o trabalho de menor de 14 anos.

Corrupção de menores – Art. 218 – Mediação de lascívia de outrem Especial

Induzir menos de 14 anos a satisfazer a lascívia de outrem.Obs¹: O Art. 218, CP dependendo do Código e do doutrinador trás o nome do crime como sendo corrupção de menores, enquanto outros não mencionam qualquer titulação para o tipo penal. Na dúvida havendo a redação atual do Art. 218, referindo-se como sendo corrupção de menores a alternativa estará correta, mas para efeitos de estudo jurídico, nós estaríamos diante do crime de mediação a lascívia de outrem especial.Obs²: Com a atual redação o crime do Art. 218 ocorrerá quando uma pessoa (mediador) induz ou convence a vítima menor de 14 anos a satisfazer os desejos libidinosos (lascívia: qualquer atividade de conotação sexual) de uma terceira pessoa. Ou seja, neste crime há três agentes (o mediador, a vitima e o terceiro).Obs.³: Neste crime o terceiro que teve a sua lascívia satisfeita não poderá e hipótese alguma ter contato físico com a vítima, isto significa que atividade é meramente contemplativa. Porque se este terceiro mantiver contato físico desconsidera o crime do Art. 218 e passará a se caracterizar estupro de vulnerável.

Existe o crime de Assédio sexual na relação entre professor e aluno? Não haverá o crime porque inexiste a relação de superioridade ou ascendência na relação entre ambos.

E se a terceira pessoa mantiver relação sexual com o menor de 14 anos? Qual é a consequência jurídica para os dois (terceiro e mediador)? O sujeito que mediou à satisfação da lascívia da terceira pessoa responderá pelo o crime descrito no Art. 218, mesmo que o terceiro tinha mantido a conjunção carnal com a vitima menor de 14 anos, isso consistirá na participação de crime menos grave (Art. 218 c/c Art. 29 §2 CP). Enquanto o sujeito que manteve a conjunção carnal responderá por estupro de vulnerável.

Agora se o mediador convence a vítima a manter a conjunção carnal com o terceiro o crime passa a ser autoria de estupro de vulnerável e participação de estupro de vulnerável (Art. 217-A).

Para o doutrinador Guilherme Nucci o Art. 218 é uma exceção à teoria monista da ação (art. 29, CP), porque o participe de estupro de vulnerável sempre responderá por mediação.

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A consumação deste crime se dar no momento em que a vítima menor de 14 anos, praticar o primeiro ato apto a satisfazer a lascívia de outrem.Obs.: No ECA no dispositivo do Art. 244-B há um tipo de corrupção, mas essa nada tem haver com a do dispositivo do Art. 218, CP. Pois aquela, diz respeito a corromper ou facilitar menor de 18 anos a praticar com ele crime.

Satisfação à lascívia na presença de criança ou adolescente – Art. 218-A, CP

A lei 12.015/09 acrescentou a punibilidade do agente que pratica a conduta típica do tipo penal, antes era uma conduta atípica.Obs.: Este crime foi criado para suprir uma omissão que havia antes da Lei 12.015/09. Que considerava atípica a conduta do agente que praticava o ato de libidinagem na presença de menor de 14 anos.Obs.: Pratica o crime o sujeito que na presença de menor de 14 anos mantêm conjunção carnal ou pratica outro ato de libidinagem para satisfazer interesse próprio ou de outrem. Neste crime nunca o menor de 14 anos terá conjunção carnal ou praticará ato de libidinagem, sobre pena de cometer o crime de estupro de vulnerável.Obs.: A segunda parte do Art. 218-A sugere que o agente convença o menor de 14 anos a presenciar a pratica do ato de libidinagem para satisfazer o interesse de terceiro, ocorre que, neste crime especificamente o agente que convence participará do ato de libidinagem diversamente do crime de corrupção de menores, onde o sujeito convence a vítima menor de 14 anos a satisfazer a lascívia de outrem.Obs.: é possível que o crime se caracterize mesmo que o menor de 14 anos assista a pratica do ato de libidinagem “ao vivo” ou por meio da internet.

A consumação do crime se dar no momento em que o menos de 14 anos presencia a pratica do primeiro ato de libidinagem.

Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável – Art. 218-B

Crime Material

Submeter: Consiste em sujeitar menor de 18 anos a prática da prostituição.

Atrair: Significa estimular a vítima à prática da prostituição, convencendo-a que essa atividade é lucrativa, proporcionará viagens.

Induzir: significa convencer uma menor de 18 anos a ingressar no mundo da prostituição.

Obs.: Embora descrito em verbos distintos e com significados diversos, para efeitos penais “induzir” e “atrair” a prostituição são palavras sinônimas.

Facilitar: consiste em dar acesso, mostrar os locais e ponto de prostituição e apresentar clientes que pagam melhor.

Impedir e dificultar: Os verbos “impedir” e “dificultar” descrevem condutas que impedem a saída do mundo da prostituição. O verbo

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“impedir” significa criar obstáculos por meios de atividades extorsivas como a cobrança de hospedagem, enquanto o verbo “dificultar” consiste em desestimular a saída do mundo da prostituição.

Só poderá ser sujeito passivo (vítima) menores de 18 anos ou doentes mentais cuja capacidade de consciência esteja reduzida.Obs.: No tocante ao doente mental o crime somente se configurará na entrega exclusiva para a exploração sexual, pois do contrario havendo conjunção carnal o crime será de participação em crime de estupro de vulnerável (Art. 217-A, CP).

A finalidade do tipo penal visa a entrega da prostituição ou qualquer forma de exploração sexual, isso consiste na entrega do corpo a atividade sexual ou comercio carnal mediante contraprestação pecuniária.

A consumação, nos verbos “submeter”, “atrair”, “induzir” e “facilitar” o crime se consuma com a prática do primeiro ato idôneo a prostituição, enquanto nos verbos “impedir” e “dificultar” o crime se consumam no instante em que o sujeito ativo cria um obstáculo ou embaraço a saída da prostituição.

Formas equiparadas, descritas no § 2°, Art. 218-B, CP, são duas: Responde nas mesmas penas do Art. 218-B o sujeito que faz programa

com a menor de 18 anos e maiores de 14 anos, também praticará o crime o gerente responsável ou proprietário do estabelecimento de hospedagem que permite a pratica da atividade do caput dentro do estabelecimento.Efeitos da sentença condenatória, o proprietário que permite essas

atividades terá o alvará de funcionamento cassado. Obs.: O efeito de cassação é obrigatório, entretanto não é automático, isso significa que se houver omissão na sentença o MP terá que opor embargos de declaração.

O paragrafo 1° do art. 218-B prevê a prática mercenária, significa que o intuito do agente é a obtenção de lucro e como consequência o juiz aplicará além da pena privativa de liberdade a pena de multa.

A menor de 18 anos foi induzida à prostituição e de fato manteve conjunção carnal mediante contraprestação pecuniária, porém no dia seguinte ela não mais se entregou a prostituição. O crime está consumado ou não?

Depende, segundo Guilherme Nucci nos verbos “submeter, atrair, induzir e facilitar” o crime é condicionado à habitualidade da prostituição, isso significa que a menor de 18 anos deverá se entregar reiteradamente a atividade da prostituição. O doutrinador não admite a forma tentada para esses verbos. Já uma segunda corrente, a consumação do crime ocorre sem a necessidade de prova da habitualidade da prostituição, consumando o crime com a mera pratica do primeiro ato idôneo a prostituição.Obs.: Jurisprudência considera a 1° corrente a que prevalece.

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Do Lenocínio e do Trafico de pessoa para fim de prostituição ou outra forma de

exploração sexual

Sistemas de prostituição

Sistema Proibitivo: em alguns países a prática da atividade da prostituição é considerada crime.

Sistema Regulatório: é aquele que não proíbe e acaba por regular legalmente a atividade da prostituição.

Sistema Abolicionista: é aquele que não considera a atividade como crime, mas também não regula legalmente o exercício.

Obs.: Hoje a prostituta é considerada a pessoa que entrega o corpo a atividade do comercio carnal mediante uma contraprestação pecuniária direta ou indiretamente.Obs.: Com a alteração da Lei 11.106/05 e 12.015/09 a atividade da prostituição foi ampliada para proteger também qualquer forma de exploração sexual.

Mediação para servir a lascívia de outrem – Art. 227, CP

A princípio trata-se de uma relação triangular (Lenão – mediador-, Vítima e outrem).

Pratica o crime o sujeito que induz (convence) a vítima a satisfazer os desejos libidinosos de uma terceira pessoa.Obs.: Se a vítima for menor de 14 anos, o crime deixa de ser mediação para se caracterizar corrupção de menores ou mediação para servir a lascívia de outrem especial.

O tipo penal exige que o sujeito ativo convença a vítima determinada u determinadas, sobre pena de caracterizar favorecimento da prostituição (Art. 228, CP) se forem vítimas indeterminadas.

A consumação do crime se dar no momento em que a vítima pratica o primeiro ato idôneo a satisfazer a lascívia de terceiro.

A tentativa é admissível, como por exemplo, no instante em que a vítima começa a se despir chega à autoridade policial.Obs.: O terceiro que tem a sua lascívia saciada, jamais responderá por mediação, isso não exime a responsabilidade por outros crimes, como estupro, etc.

Formas qualificadas:

Se a vítima for prostituta por qual crime o agente responderá? Quando a vítima já for prostituta inexistirá a prática do crime, porque a vítima já estará corrompida.

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§1°: quando a vítima for maior de 14 e menor de 18 anos, e quando o agente for ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor, curador ou pessoa que detenha o poder sobre a vítima.

§2°: quando houver violência, grave ameaça e fraude.

Pena: Reclusão de 2 a 8 anos mais pena de violência.Embora a violência qualifique o crime é importante observarmos que

sempre a vítima terá preservado um resquício de voluntariedade.Obs.: Além da qualificadora o agente responderá sem prejuízo do emprego da violência em concurso material. Exemplo: Homicídio + favorecimento qualificado.

Proxeneta Mercenário§3°: quando o crime é cometido com fim de lucro.

Quando o agente visar obtenção de lucro além da pena privativa de liberdade, o juiz aplicará pena de multa.

Casa de prostituição – Art. 229, CP

Manter por conta própria ou de terceiro, estabelecimento para exploração sexual com ou sem fins lucrativos.

Atualmente o art. 229, CP ampliou o leque da tutela da casa de prostituição, embora o nome do crime continue descrevendo casa de prostituição, o tipo penal em seu conteúdo faz referencia ao estabelecimento para a exploração sexual.

Para que ocorra o crime é imprescindível que o agente mantenha habitualmente por um período prolongado o estabelecimento que visa a exploração sexual.

Quando o agente aluga uma casa eventualmente para a prática sexual não haverá o crime, por ausência da habitualidade.

O rol que qualifica o art. 227, CP é taxativo ou exemplificativo? O rol é taxativo, não se admite ampliação.

A violência: o mediador emprega a violência para convencer a vítima a satisfazer a lascívia de outrem restando um resquício de voluntariedade.

Qual é a diferença entre favorecimento a prostituição mercenária e do Rufianismo? A diferença está em que no crime de rufianismo o lucro é habitual, enquanto no favorecimento o lucro é eventual.

1- O motel é considerado casa de prostituição? Em razão da alteração do Art. 229, CP que descreve: manter estabelecimento para exploração sexual, o motel poderá ser considerado casa de prostituição.

2- Uma casa alugada por prostitutas caracteriza o crime? Não, porque as prostitutas não é crime, salvo se uma das prostitutas administrar o estabelecimento.

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A consumação do crime:A primeira corrente (majoritária) trata-se de crime habitual e sua

consumação ocorrerá com a reiteração da pratica da manutenção do estabelecimento. Que tem como consequência: Não há prisão em flagrante e não se admite tentativa.

Uma segunda corrente não há necessidade de o agente manter a casa de prostituição, sendo suficiente a prova que o fim destinado para o estabelecimento era de exploração sexual. Que admite flagrante e tentativa.

Rufianismo – Art. 230, CP

Tirar proveito da pratica da prostituição (rufianismo ativo) ou faz-se por sustentar da pratica da prostituição (rufianismo passivo).

O rufianismo caracteriza-se pelo fato do agente tirar proveito da prostituição alheia ou quando permite ser sustentado pela pratica prostituição. O rufianismo poderá ser:

Ativo: quando o agente participa diretamente da relação da pratica da prostituição retirando proveito econômico. Exemplo: sujeito que dá segurança a prostituta ou consegue clientes.

Passivo: É aquele que não participa da prostituição, mas permite ser sustentados total/parcialmente pela prostituta. Exemplo: é o verdadeiro amante da prostituta.

A consumação do crime se dar com a prática reiterada (habitualmente) do rufianismo, sendo por essência é habitual.

Formas qualificadas

1. O sujeito que mantêm casa de prostituição, inevitavelmente, favorece a prostituição, sendo assim ele responderá por um ou dois crimes? Para o STJ o favorecimento é um crime meio em relação à casa de prostituição, por tanto o agente responderá tão somente por casa de prostituição – crime fim.

2. Se dentro do estabelecimento são exploradas pessoas menores de 18 anos, qual o crime o agente praticará? Neste caso o agente responderá pela forma especial do favorecimento da prostituição ou qualquer forma de exploração sexual de vulnerável na forma equiparada – Art. 218-B, §2°, II.

O sujeito que pratica o rufianismo, consequentemente, pratica favorecimento da prostituição. Neste caso por quantos crimes ele responde? Segundo STJ o crime de favorecimento é crime meio em relação ao rufianismo, logo o rufianismo absolverá o favorecimento.

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§1° quando a vítima for maior de 14 e menor de 18 anos, e quando o agente for ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor, curador ou pessoa que detenha o poder sobre a vítima.

§2° quando houver violência, grave ameaça, fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima.

Trafico internacional e interno de pessoas para fins de exploração sexual – Arts. 231 e 231-A, CP

Trafico internacional – Art. 231 Trafico interno – Art. 231-A

Fins de exercer a prostituição ou qualquer forma de exploração sexual.

Fins de exercer exploração sexual ou prostituição.

Promover ou facilitar entrada ou saída. Promover ou facilitar o deslocamento.

Consumação: A) Material; B) Formal Consumação: A) Material; B) Formal

Equiparação: Agenciar, aliciar, comprar, transferir, transportar ou

alojar.

Equiparação: Agenciar, aliciar, comprar, transportar, transferir e

alojar.

Causas de aumento: A) menos de 18 anos; B) doente mental; C) reduzir a

capacidade de resistência; D) ascendente, descendente, etc; E) violência, grave ameaça e fraude.

Formas qualificadas: A) menos de 18 anos; B) doente mental; C) reduzir a

capacidade de resistência; D) ascendente, descendente, etc; E) violência, grave ameaça e fraude.

Multa: Obter lucro Multa: Obter lucro

Com a alteração da Lei 11.106/05 e 12.015/09 o trafico deixou de ser “de mulheres” e passou a ser “de pessoas”, e os fins passarão a ser para a prostituição e exploração sexual.

Os artigos 231 e 231-A descrevem especificamente o tráfico de pessoas para a prostituição ou para a exploração sexual, no tocante à escravidão é de redução análoga à condição de escravo.

Discursão doutrinaria: Para uma primeira corrente, o tráfico tem natureza de cie material, sendo

Quando existe o crime internacional e quando existe o tráfico interno? Será internacional quando o sujeito realiza ou dá acesso à entrada o saída de pessoas do território nacional com fim de exercer a prostituição ou ser explorada sexualmente. No tráfico interno não há saída do território nacional, mas sim o deslocamento para outro local – internamente.

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indispensável à saída, entrada ou deslocamento e o exercício efetivo da prostituição ou exploração sexual.

Para uma segunda corrente, tratando-se de crime formal, a mera saída, entrada ou deslocamento é suficiente para a consumação do crime, independentemente do exercício ou não da prostituição.

Obs.: Equipara-se ao tráfico o agente que é empresário (agencia) convence ou seleciona (alicia), adquire (compra), transfere, transporta ou aloja respondendo assim pelo crime.

Causas de aumento:No tráfico internacional e interno de pessoas as formas que

anteriormente qualificavam, agora são consideradas causas de aumento de pena.

Quando o trafico visar lucro, além da pena privativa de liberdade, o juiz aplicará cumulativamente multa.

Dos crimes contra a família

Dos crimes contra o casamento

Bigamia – Art. 235, CP

No Brasil impera os relacionamentos monogâmicos, por está razão existe a tutela o crime de bigamia que impede que o sujeito casado contraia mais de um casamento.CUIDADO! Embora o nome seja bigamia, por uma interpretação extensiva pune-se a poligamia.

Somente haverá o crime quando o sujeito ativo contrair casamento com outra pessoa, sendo formalmente casado.

A pessoa que contrair casamento sabendo que a outra é casada, responderá por bigamia privilegiada, sendo uma exceção à teoria monista.

Para que o agente cometa o crime de bigamia, obrigatoriamente ele falsificará documentos ou omitirá um dado verdadeiro, sendo nesse caso absolvido o crime de falso pela bigamia.A consumação do crime se dar no momento em que ocorre a celebração

do segundo casamento, em outras palavras, no momento em que o juiz paz o declara casado – Art. 1.517.

No crime de bigamia poderá haver uma causa prejudicial que consiste na ação do juiz cível de nulidade do casamento, devendo o juízo criminal suspender o processo e aguardar o transito em julgado da sentença cível – Art. 92, CPP c/c Art. 235, §2°, CP.

Competência Federal: InternacionalCompetência Estadual: Interno

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Ultraje Público ao Poder

Ato Obsceno – Art. 233, CP

É qualquer atividade corporal com conotação sexual.Obs.: Jamais haverá o crime se a atividade/expressão for verbal (importunação ofensiva ao pudor).

Local: Público: é aquele de acesso irrestrito. Ex.: ruas, avenidas. Aberto ao público: são locais que o acesso é mais restrito, mas ainda é

frequentado pelo público. Ex.: cinema, teatro, shopping. Exposto ao público: o local é privado mais com vista ao público. Ex.:

Varanda, jardim, escada, etc.

Consumação se dar com a mera conduta onde a consumação ocorrerá com a mera ação do agente.Obs.: Hoje o crime deverá ser analisado ante as circunstancias do caso concreto, por exemplo, o nudismo em uma praia exclusiva para essa prática não caracteriza crime, diversamente, se o nudismo é praticado em Brasília-DF.

Obs.: Quando o local privado de vistas a outro local privado não haverá crime. Ex.: uma casa de frente a outra.

O crime de escrita obscena:O crime se diferencia do crime de obsceno por se tratar especificamente

de objetos ou escritos obsceno.Em razão da CF/88 que prevê a liberdade de expressão e manifestação

o crime deixou de ser considerado constitucional.A tese para o afastamento do crime não é a tese do principio da

adequação social, mas sim da inconstitucionalidade por afrontar a liberdade de manifestação e expressão.

CUIDADO! Este crime hoje é tutelado eficazmente pelo ECA.

Um sujeito poderá praticar um concurso de crimes contraindo vários casamentos. Se não for caso de continuidade delitiva do Art. 71, CP somam-se as penas nos temos do Art. 69, CP.

Prescrição: O prazo prescricional para o crime de bigamia flui a partir do conhecimento da autoridade.

Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento matrimonial – Art. 236, CP

Trata-se de uma norma penal em branco, que necessita do Código cível para que complemente o elemento erro essencial e impedimento matrimonial.

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Exemplo: O agente que engana o outro contraente fraudando ou omitindo a existência de um erro sobre a pessoa: identidade, honra ou boa fama que torne o casamento insuportável.

Na segunda parte do tipo penal, o agente mediante uma ação oculta a existência de impedimento matrimoniais descrito no Art. 1.521,CC. Exemplo: o agente que engana o outro contraente ocultando a relação de parentesco que cause o impedimento.

É o único crime de ação penal personalíssima código penal, isso significa que somente o cônjuge enganado poderá propor a ação. Em caso de morte da vítima haverá a extinção da punibilidade, não se transferindo a legitimidade da ação.Obs.: Conhecimento prévio de impedimento: é possível que ambos os contraentes pratiquem o crime, basta que induza a erro e o outro oculte impedimento. O crime aparentemente é idêntico ao crime de ocultação, mas no conhecimento prévio o sujeito ativo omite a existência de um impedimento que gera anulabilidade absoluta. E a segunda diferença é que o cônjuge (contraente) não visa enganar a vítima.

Obs.: O crime somente existirá se a nulidade gerar efeito absoluto – Art. 1.548. CC.

A consumação se dar com a celebração formal do casamento.

Obs.: A nulidade do casamento não poderá ser por casamento anterior, neste caso haveria crime de bigamia.

Simulação de autoridade para celebração do casamento – Art. 238, CP

Pratica o crime o sujeito que atribui a se fraudulentamente as condições de autoridade celebrante, isto consiste em o sujeito apresentar-se no dia da celebração como sendo juiz de paz.

Trata-se de crime subsidiário explícito, que consiste na existência do crime desde que não constitua fato mais grave. Exemplo: usurpação de função qualificada.

A consumação se dar no momento em que o sujeito ativo se apresenta como autoridade celebrante.

Simulação de casamento – Art. 239, CP

Haverá um crime quando o agente ativo desejando enganar outra pessoa simula fraudulentamente o casamento.

Segundo a doutrina é possível que os colaboradores da simulação respondam pelo crime.

Trata-se de crime subsidiário que somente existira senão houver fato mais grave. Exemplo: agente que deseja mediante fraude praticar ato libidinoso ou conjunção carnal – Art. 215,CP.

Dos crimes contra o estado de filiação

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Registro de Nascimento inexistente – Art. 241, CP

O agente que leva o registro de nascimento pessoa inexistente, sendo tutelado o estado de filiação e a fé pública dos registros. Uma pessoa que registra um natimorto como sendo pessoa existente, por exemplo.Obs.: É possível que o médico ou enfermeiro respondam pelo crime em coautoria ou participação ao fornecer documentos para crime.

É possível que aja tentativa, como por exemplo, no momento do registro do nascimento o oficial percebe a falsificação.

A consumação ocorre no momento do registro da pessoa inexistente em cartório.CUIDADO! O Art. 111, IV, CP considera o termo inicial para a contagem do prazo prescricional o dia conhecimento por parte da autoridade do crime.

Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil de recém-nascido – Art. 242, CP

A) Dar parto alheio como próprioPratica o crime a mãe que atribui a si a condição de parturiente, sendo que o parto é de outrem. Exemplo: mulher que na maternidade, atribui a sai a condição de parturiente.

CUIDADO! Nessa modalidade a mãe levara à registro o nascimento da pessoa, se houver o registro o crime será registra filho alheio como próprio.

B) Registrar filho alheio como próprioPratica o crime o pai e/ou a mãe que registram filho alheio como sendo próprio, este crime é conhecido como “adoção à brasileira” por burlar a lista de adoção.

CUIDADO! Quando na adoção à brasileira for reconhecida a nobreza da conduta o crime será privilegiado, podendo ainda o juiz conceder o perdão judicial.

C) Ocultar recém-nascido para suprimir ou alterar estado civil inerente a eleO sujeito oculta ou esconde o recém-nascido com a finalidade de suprimir ou alterar estado civil inerente ao recém-nascido. Por exemplo, mulher que oculta o recém-nascido com a finalidade de suprimir o estado civil e receber a totalidade da herança.

D) Substituir ou troca de recém-nascidoNesta hipótese o agente substitui ou troca o recém-nascido suprimindo ou alterando o estado civil inerente ao recém-nascido. Por exemplo, pai que percebendo uma deficiência física do filho na maternidade troca o recém-nascido por outro saudável.

O tipo penal é alternativo, respondendo por um único crime. A consumação dependerá de cada verbo do tipo.

Sonegação de estado de filiação – Art. 243, CP

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Pratica o crime o sujeito que deixa em asilo ou abrigo recém-nascido ocultando ou alterando o estado de filiação. Por exemplo, pai que deixa filho em abrigo sem a notificação ou certificação da origem do recém-nascido.CUIDADO! Quando o agente abandona o recém-nascido em local diverso de asilo ou abrigo o crime passa a se caracterizar abandono de incapaz ou abandono de incapaz – Art. 133 e 134, CP.

A consumação se dar no momento em que há o abandono em asilo ou abrigo.

Dos crimes contra a assistência familiar

Abandono Material – Art. 244, CP

Pratica o crime o agente que deixa, sem justa causa, de provê o mínimo necessário (alimento, vestuário, saúde, habitação, etc.) para a subsistência do cônjuge, filho menos de 18 anos ou inapto ao trabalho, ascendente maior de 60 anos ou invalidade e ainda o sujeito que deixa de pagar a pensão alimentícia homologada judicial ou extrajudicialmente.

Não haverá o crime se o agente provar que por justa causa não tem a condição de prove a subsistência, tendo em vista que ele só tem o mínimo para si.

Exemplo: “A” é sustentado pela avó, esse se ressalva com a justa causa. Porque ele já é sustentado pela avó, e não possui renda para manter as pessoas descritas no tipo penal.

Recentemente na prova de magistratura de Mato Grosso do sul exigiu a analise do abandono material a luz da teoria da imputação objetiva de Claus Roxim.

Para Claus Roxim somente haverá o crime quando a conduta do agente produz um risco intolerável ou inaceitável aumentando de qualquer forma o risco de lesão ao bem jurídico. Assim, não haverá crime se a vitima já receber proventos necessários para subsistência de outra pessoa.Obs.: Haverá uma forma especial de omissão de socorro quando o agente deixa de prestar socorro para ascendente ou descendente, gravemente, enfermo.CUIDADO! Só haverá o crime quando a vitima estiver gravemente enferma.Obs.: Quando o agente propositadamente mesmo solvente frustra o pagamento da pensão alimentícia ou perde propositadamente o emprega para não haver desconto na folha de pagamento.

A consumação – Crime omissivo: O crime se consuma no momento em que o agente deixa de omitir o pagamento do mínimo necessário para a subsistência da vitima.Obs.: Se todas são coobrigadas a proverem, todos responderão criminalmente.

Entrega de filho menor a pessoa inidônea – Art. 245, CP

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Pratica o crime o sujeito que entrega o filho menor de 18 anos a companhia de pessoas que sabem ou deveriam saber inidônea representando um perigo material ou moral ao menor.

Por exemplo, confiar os cuidados do filho menor de 18 anos a uma prostituta ou alcoólatra.

Forma qualificada:§1° Quando o agente visa lucro ou entrega a pessoa que leve para exterior.§2 Encontra-se revogado TÁCITAMENTE pelo ECA.

Abandono Intelectual - Art. 246, CP

Pratica o crime o pai e/ou a mãe que deixa de matricular, sem justa causa, filho em idade escolar, não provendo o mínimo do ensino primário.Obs.¹: Se o pai e a mãe deixarem de matricular o crime serão cometidos em coautoria.Obs.²: O ensino a que se refere o tipo penal é o ensino formal, assim comete o crime o pai que ensina o filho em casa.Obs.³: Hoje a idade mínima para se matricular o filho na rede de ensino primário é de 06 anos.

A consumação (majoritariamente) se dar no momento em que o pai e/ou a mãe deixam de efetuar a matricula.Obs.: Para alguns doutrinadores o momento consumativo ocorrerá quando terminar o período de matricula escolar.

Abandono moral – Art. 247, CP

Não há nomenclatura legal, mas a doutrina majoritariamente denomina como abandono moral.

Assim sendo, pratica o crime o sujeito a quem confiado a guarda ou vigilância que permite que o menor de 18 anos frequente determinados lugares.Lugares quem que o menor tem a sua presença limitada, ou seja, não pode frequentar:

a) Casas de jogos ou casas mal afamadas. Exemplo: Permitir que menor de 18 anos frequente casas de viciados, de uso frequente de bebidas alcoólicas.

b) Frequentar casas de prostituição, trabalhar ou residir em casas de prostituição.

c) Permitir que o menor fique em companhia de mendigo ou que seja usado pelo mendigo para obter esmola.

Obs.¹: A contravenção penal de mendicância foi revogada, portanto, hoje só praticará o crime a pessoa que permitir que o menor de 18 anos fique em companhia de mendigos.Obs.²: No tocante a casas de espetáculos pornográficos, o tipo penal foi revogado pelo ECA – Art. 240.

No que tange ao momento consumativo, o tipo penal descreve o verbo “frequentar”, deixando a entender que o crime se consumará com a habitualidade.

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Dos crimes contra o pátrio poder, tutela ou curatela

Induzimento a fuga¹, Entrega arbitrária² e Sonegação de incapaz³ – Art. 248, CP

1° hipótese: Pratica o crime o agente que convence o menor de 18 anos ou pessoa interditada a fugir de quem detém a guarda legal. Exemplo: Terceira pessoa que convence o menor a fugir de casa.POLÊMICA! A quem entenda que se trata de um crime formal, portanto a consumação ocorre com o mero convencimento. Para Nelson Ungria o crime é material, logo se consuma com a fuga do menor de 18 anos.

2° hipótese: Praticará o crime o agente que foi confiado a guarda ou vigilância de menor de 18 anos ou interdito que entrega a outra pessoa sem autorização de quem detém a guarda ou poder familiar.Obs.: Se o sujeito que recebeu o menor de 18 anos ou interdito tem consciência da entrega arbitrária haverá coautoria; se não tiver consciência poderá responder pelo crime de sonegação de incapaz, caso se recuse a entregar o menor.

3° hipótese: A sonegação de incapaz ocorre quando a pessoa deixa de entregar, sem justa causa, menor de 18 anos ou interdito a quem detém a guarda ou poder familiar.

Obs.: Em relação aos dois primeiros verbos do tipo penal é alternativo, ou seja, a prática de um ou de dois resulta em crime único. No entanto, com relação ao terceiro verbo, o tipo penal é cumulativo.

Subtração de incapaz – Art. 249, CP

Pratica o crime a pessoa que subtrai menor ou interdito de quem detém autorização legal de guarda ou poder familiar, sem a devida autorização.Obs.¹: O crime é um delito subsidiário, isto significa, se houver crime mais grave a subtração é afastada. Exemplo: sequestro, extorsão mediante sequestro, etc.Obs.²: O juiz pode deixar de aplicar pena se a subtração não apresentou perigo ao menor ou interdito.

Observações Gerais Art. 267: O crime de epidemia com resultado morte tem natureza de

crime hediondo. Art. 273: Transcreve os crimes “adulteração, corrupção, falsificação ou

alteração de produtos” destinados a fins terapêuticos ou medicinais.

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Este crime tem natureza de crime hediondo, mas na forma equiparada ele não é considerado hediondo. Exemplo: expor a venda.

Crimes contra a fé pública: Não cabe o principio da insignificância no crime de moeda ou papel

falso. Só haverá crime de moeda ou papel falso, quando a falsificação for capaz de iludir alguém, isto significa que a falsificação grosseira descaracteriza o crime – súmula 73, STJ.CUIDADO! Embora não caracterize crime de moeda ou papel falso, a falsificação grosseira poderá caracterizar o crime de estelionato.

Quando o crime de estelionato a conduta lesiva exaurir sua potencialidade lesiva em um único ato o crime de falso será absolvido pelo de estelionato – súmula 17, STJ.

No crime de quadrilha ou bando – Art. 288, CP o crime se consuma com a mera associação de seus integrantes, independentemente da pratica de crimes.

Prova dia 26.04

1- Qual é a diferença de falsificação Material (documentos) de falsificação ideológica? Na falsificação material os aspectos extrínsecos são falsos, isto significa que formalmente o documento é falso. Exemplo: Falsificar RG. Enquanto na falsificação ideológica os aspectos intrínsecos do documento são falsos, isto significa que o documento é formalmente verdadeiro mais o conteúdo ou ideia é falso.

2- O agente fabrica o próprio documento e posteriormente é preso utilizando-se do próprio documento. Neste caso há crime de falsificação material e/ou documento falso? Quando o documento é utilizado pelo próprio falsário o crime será apenas de falsificação de documentos.

Obs.: No crime de uso de documentos falsos existe uma tese defensiva no sentido de que o crime somente se caracterizará quando houver a entrega espontânea do documento. Segundo o STJ o crime se caracteriza com a entrega espontânea ou não do documento.