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SECRETARIA DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO - SEAB DEPARTAMENTO DE ECONOMIA RURAL – DERAL “PERFIL DA AGROPECUÁRIA PARANAENSE” CURITIBA Novembro/2003

“PERFIL DA AGROPECUÁRIA PARANAENSE” · Téc. Agrícola DIRLEI ANTONIO MANFIO – Preços Pagos pelo Produtor, Levantamento da Produção Agrícola Municipal e Mão-de-Obra Rural

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SECRETARIA DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO - SEAB DEPARTAMENTO DE ECONOMIA RURAL – DERAL

“PERFIL DA

AGROPECUÁRIA PARANAENSE”

CURITIBA Novembro/2003

_______________________________________________________DEPARTAMENTO DE ECONOMIA RURAL

GOVERNADOR DO ESTADO: ROBERTO REQUIÃO DE MELLO E SILVASECRETÁRIO DA AGRICULTURA: ORLANDO PESSUTIDIRETOR GERAL: NEWTON POHL RIBASDIRETOR DO DERAL: ADÉLIO RIBEIRO BORGESASSESSOR TÉCNICO DO DERAL: OTMAR HUBNER

DIVISÃO DE ESTATÍSTICAS BÁSICAS-DEB: Adm.Emp GILKA M.A.C.ANDRETTA

Adm.Emp. GILKA M.A.C.ANDRETTA - Preços Florestais, FPM e Valor Bruto da ProduçãoAgropecuáriaEconomista BALTAZAR H.DOS SANTOS – Processamento de Informações, Terras Agrícolas eSIMAEconomista NORBERTO ANACLETO ORTIGARA – Previsão de Safras e Custos de ProduçãoTéc. Agrícola DIRLEI ANTONIO MANFIO – Preços Pagos pelo Produtor, Levantamento da ProduçãoAgrícola Municipal e Mão-de-Obra RuralAdm.Emp. CLAUDIA MARIA I. JUSTI – Preços Recebidos, Atacado e VarejoEngª Agrª LÚCIA AMÉLIA LAZARO LOZANO - Preços Recebidos, Atacado e VarejoAux.Adm. JOSÉ LUIZ GALVÃO Estagiário: CARLITO PRINCIVAL JUNIOR

DIVISÃO DE CONJUNTURA AGROPECUÁRIA-DCA: Engº Agrº LUIZ ROBERTO DE SOUZA

Economista METHODIO GROXKO - Fumo, Mandioca, Cevada e AveiaEconomista DISONEI ZAMPIERI - Cana-de-açúcar e SucroalcooleiroEngª Agrª MARGORETE DEMARCHI – Café, Insumos, Máquinas e Implementos Agrícolas Engº Agrº OTMAR HUBNER - Soja, Trigo, Amendoim, Canola e GirassolEngº Agrº AGENOR SANTA RITTA NETO - AgrometeorologiaEngº Agrº MAURICIO TADEU LUNARDON – Hortaliças e Agricultura OrgânicaEngº Agrº RODRIGO AQUINO DE PAULA – Fruticultura e FloriculturaEngª Agrª VERA DA ROCHA ZARDO – Milho, Algodão, Sorgo, Rami e CenteioEngº Agrº RICHARDSON DE SOUZA – Feijão, Arroz, Terra e Mão-de-ObraMéd.Vet. GUILHERME OSCAR RICHTER - SuinoculturaMéd.Vet. FÁBIO PEIXOTO MEZZADRI – Bovinocultura de Corte, de Leite e SericiculturaMéd.Vet. ROBERTO CARLOS P. DE ANDRADE E SILVA – Avicultura de Corte e de PosturaSocióloga NEUSA GOMES DE ALMEIDA RUCKER - Erva-Mate, Corantes Naturais e Gengibre Estagiária LUCIANE CRISTINA MOTA RIBAS

DIVISÃO DE PLANEJAMENTO AGRÍCOLA -DPA: Méd.Vet. GUILHERME OSCAR RICHTER

Engª Agrª MARIA ALICE SOARES CONSALTER Engº Agrº SERGIO AGUILAR GUTIERREZEngº Agrº JOSÉ TARCISO FIALHOEconomista DISONEI ZAMPIERIEstagiária ANGELA NEGRÃO

Secretária – LUZIA BATISTA MARTINS

Editoração: ILDELOI SANTOS, OTMAR HUBNER, RICHARDSON DE SOUZA e VERA DA ROCHA ZARDO Revisão de Texto: OTMAR HUBNER, VERA DA ROCHA ZARDO, LUIZ ROBERTO DE SOUZA,ADÉLIO RIBEIRO BORGES, DISONEI ZAMPIERI e MARIA JOANA SIMONI CUNHAProdução Gráfica: RICHARDSON DE SOUZACoordenação do Trabalho: VERA DA ROCHA ZARDOElaboração: DIVISÃO DE CONJUNTURA AGROPECUÁRIA - DCA

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_______________________________________________________DEPARTAMENTO DE ECONOMIA RURAL

APRESENTAÇÃO

O Paraná vem obtendo safras recordes em suas lavouras e na produção pecuária.

Nos últimos anos houve uma mudança no padrão tecnológico que propiciousignificativo aumento da produtividade média, o que, combinado com a qualificação dosagricultores, evidencia a competência da agropecuária paranaense.

Competência demonstrada nas diversas cadeias produtivas: soja, milho, trigo,frango, bovinocultura de leite e de corte, cana-de-açúcar, etc.

A balança comercial paranaense, alavancada pelo agronegócio, também segue omesmo ritmo, com recordes de superávits comerciais.

O agronegócio é a atividade que tem determinado a dinâmica da economiaparanaense. É o setor da economia com maior capacidade de geração de empregos a baixocusto, e o maior irradiador de estímulos para outras atividades. Seus efeitos positivos sãorefletidos na indústria e no comércio, aumentando a oferta de produtos econseqüentemente de empregos, além de gerar inúmeros outros benefícios ao longo dacadeia produtiva.

Grande parte desse sucesso deve ser atribuído ao esforço, dedicação e trabalhodos agricultores paranaenses no seu conjunto, independente do seu porte. Todavia, cabedestacar a contribuição e os avanços sociais que vêm sendo obtidos através do apoio doGoverno do Estado em prol da agricultura familiar. Afinal, 86% dos estabelecimentos ruraispertencem à categoria e, neste ano, o Paraná deverá superar o contingente de 100 milfamílias atendidas através da linha de crédito rural PRONAF. Assim, o incremento de área,renda com equidade e emprego no campo vêm gradativamente aumentando com benefíciospara todos.

Neste contexto, o Departamento de Economia Rural – DERAL, da Secretaria daAgricultura e do Abastecimento do Paraná, durante os mais de 20 anos de existência,acompanha o desempenho econômico da agropecuária paranaense, gerando informações quereferenciam políticas públicas para o setor e auxiliam as empresas públicas e privadasenvolvidas com o agronegócio.

Visando preencher uma demanda por parte dos agentes do agronegócio, o DERALedita o “PERFIL DA AGROPECUÁRIA PARANAENSE”.

Esta revista procura mostrar a importância do setor, através de indicadores sócio-econômicos e da análise do desempenho das principais atividades agropecuáriasdesenvolvidas no Paraná, bem como no contexto de desenvolvimento econômico regional,algumas propostas de políticas públicas em negociação, e outras em estudos, que estão nocapítulo Políticas Agrícolas Especiais.

A geração de informações confiáveis e oportunas está na essência da missão deDERAL, ou seja, contribuir para o desenvolvimento da agropecuária paranaense.

Curitiba, novembro de 2003.

ORLANDO PESSUTISecretário de Estado

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_______________________________________________________DEPARTAMENTO DE ECONOMIA RURAL

SUMÁRIO

ASPECTOS DA AGROPECUÁRIA PARANAENSE.............................. 5AGRICULTURA ORGÂNICA.................................................................... 15ALGODÃO.................................................................................................... 18CAFÉ.............................................................................................................. 22CANA-DE-AÇÚCAR.................................................................................... 26FEIJÃO......................................................................................................... 28FRUTAS........................................................................................................ 31FUMO............................................................................................................. 34MANDIOCA................................................................................................. 36MILHO........................................................................................................... 39SOJA............................................................................................................. 44TRIGO........................................................................................................... 47APICULTURA............................................................................................... 50AVICULTURA.............................................................................................. 53

AVICULTURA DE CORTE............................................................. 53AVICULTURA DE POSTURA....................................................... 56CRIAÇÃO DE PERUS...................................................................... 59

BOVINOCULTURA DE CORTE................................................................ 62BOVINOCULTURA DE LEITE................................................................. 65BUBALINOCULTURA................................................................................ 70CAPRINOCULTURA................................................................................... 72OVINOCULTURA........................................................................................ 74PISCICULTURA.......................................................................................... 76SERICICULTURA....................................................................................... 78SUINOCULTURA........................................................................................ 81VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA DO PARANÁ... 84POLÍTICAS AGRÍCOLAS ESPECIAIS................................................. 87

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_______________________________________________________DEPARTAMENTO DE ECONOMIA RURAL

ASPECTOS DA AGROPECUÁRIA PARANAENSE

O Paraná está localizado na Região Sul do Brasil, ocupa 199.324 km2, o equivalente a2,3% do território brasileiro. Em 2002, segundo a Fundação Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística – IBGE -, a população paranaense era de 9.798.006 habitantes, comuma distribuição espacial estimada de 81, 41% na área urbana e 18,59% no meio rural.

Cerca de 45% dos municípios paranaenses tem menos de 50.000 habitantes.

Considerando a população total do Brasil em 169.799.170 de habitantes, no Paranáhabitam 5,6% dos brasileiros.

O agronegócio é a principal atividade econômica do estado. Gera aproximadamente1/3 do PIB (R$ 27 bilhões), irradiando seus efeitos sobre toda a economia

Com uma agricultura diversificada, é o principal estado agrícola do país. Destaca-setambém a pecuária, com elevado grau de desenvolvimento da bovinocultura, suinocultura eavicultura.

ESTRUTURA FUNDIÁRIA

O Paraná, de acordo com o Censo Agropecuário de 1996 – IBGE -, possui 370.000estabelecimentos rurais, ocupando 80% do território paranaense, ou seja, 15,94 milhões dehectares (159.466 km2).

Posse da Terra

A grande maioria dos estabelecimentos, 71% do total, tem os proprietários comoresponsáveis. Os arrendatários representam 14% do total e os 15% restantes são parceirosou ocupantes.

Posse da Terra – Paraná – 1996

Do total dosEstabelecimentos

(%)

Da área(%)

Proprietários 71 62Arrendatários 14 6Outros 15 32Fonte: IBGE – Censo Agropecuário

TAMANHO DE PROPRIEDADES

A estrutura agrária do estado é formada, predominantemente, de pequenos emédios estabelecimentos, cumprindo importante papel social, de geração de emprego erenda, no campo.

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Cerca de 86% dos estabelecimentos rurais do Paraná apresentam área inferior a 50ha, envolvendo 318.200 propriedades. Estes estabelecimentos detém 28% da área total doestado.

Tamanho das Propriedades – Paraná – 1996

Do total

(%)Da área

(%)

até 10 ha 42 510 a 50 ha 44 23

50 a 100 ha 7 11mais de 100 ha 7 61

Fonte: IBGE – Censo Agropecuário

USO DO SOLO

A boa fertilidade dos solos do Paraná proporciona elevados índices deprodutividade, além de praticamente todo o território do estado ser agricultável.

No Paraná são cultivados, anualmente, 5,5 milhões de hectares com lavouras; 6,7milhões são destinados a pastagens e 2,8 milhões são ocupados com matas e florestas. Orestante, cerca de 3,98 milhões de hectares, são de áreas urbanas, estradas, etc.

Uso do Solo – Paraná – 1996

milhões de ha (%)

Lavouras 5,5 29

Pastagens 6,7 35

Matas / Florestas 2,8 15

Áreas Urbanas 4,0 21

Fonte: IBGE - Censo Agropecuário

POPULAÇÃO RURAL

Dos mais de 9,79 milhões de habitantes do Paraná, cerca de 1,82 milhão de pessoas,18,59% da população, vivem na zona rural. Aproximadamente 81% dos estabelecimentos sãoexplorados pelos proprietários e pessoas da família, envolvendo 1.852.700 pessoas.

Os dados da PNAD-IBGE-2002 apontam para um total de 1.135.772 pessoasenvolvidas em atividades agropecuárias.

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Matas / Florestas

15%

Áreas Urbanas

21%

Lavouras29%

Pastagens35%

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SISTEMA DE EXPLORAÇÃO

As áreas dos estabelecimentos agropecuários são em grande parte exploradas pelosproprietários, 61,8%; os administradores gerenciam quase 1/3 das propriedades e orestante da área é explorada por arrendatários e outras formas de ocupação.

Sistema de Exploração – Paraná – 1996

Fonte: IBGE - Censo Agropecuário

Proprietá-rios

61,8%

Ocupantes2,6%

Arrendatá-rios

5,8%

Administra-dores

29,8%

PRODUÇÃO DE GRÃOS

O Paraná é o principal estado agrícola do país e, apesar de contar com apenas 2,3%da área do país, tem sido responsável pela produção de 24% da safra de grãos do Brasil.

Desde o início da década de 90, a safra de grãos do Paraná apresentou umcrescimento de 91%. A produção brasileira, no mesmo período, apresentou um incrementode 74%.

A área plantada no Paraná, com grãos, cresceu no mesmo período 20%, o queevidencia o aumento da produtividade das lavouras.

Grãos – Brasil – Principais Estados – Participação na Produção – 2003(em %)

05

101520253035

PR RS M T GO M G M S SP BA OUTROS

Fonte: CONAB / MA

Na safra 2001/2002, a colheita de grãos do Paraná atingiu o expressivo volume de22,40 milhões de toneladas, safra recorde. A safra de verão representou 91,4% destevolume e a safra de inverno 8,6%

Destaques para as culturas de milho e soja que, juntas, responderam por 86,6% dototal produzido.

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Na safra 2002/2003, a colheita de grãos atingiu o volume recorde de 29,6 milhõesde toneladas, o que representa 24% da produção brasileira. A safra de verãocorrespondeu a 90% do total produzido, com destaques para as produções recordes de14,2 milhões de toneladas de milho e 10,95 milhões de toneladas de soja.

Principais grãos produzidos no Paraná – safra 2002/2003

Fonte: SEAB/DERAL

Trigo9%

Feijão2%

Outros4%

Milho48%

Soja37%

Na safra 2002/2003 a Região Sul do estado produziu 28% do total de grãos doestado, ou 8,2 milhões de toneladas, com destaque para a produção de milho normal, soja,feijão, trigo e cevada.

Essa região é compreendida pelos núcleos regionais de Ponta Grossa, Guarapuava,Irati, União da Vitória, Curitiba, Paranaguá e Laranjeiras do Sul.

É a principal região produtora de fumo, batata, hortaliças em geral e produtosflorestais, com elevado grau de desenvolvimento na pecuária de leite, corte, suinocultura eavicultura.

A Região Norte, compreendida pelos núcleos regionais de Apucarana, CornélioProcópio, Londrina, Maringá, Jacarezinho e Ivaiporã, respondeu por 24% da produção degrãos. Nessa região destaca-se a produção de soja, milho safrinha, trigo, café e feijão. Aprodução total de grãos dessa região, em 2002, foi de 7,3 milhões de toneladas.

É a principal região produtora de cana-de-açúcar, algodão e casulo de seda,destacando-se também na produção de hortaliças e frutas. A pecuária do norte do estadotem grande representatividade na produção de leite.

A Região Oeste, onde localizam-se os núcleos regionais de Toledo e Cascavel, temse destacado na produção de grãos. Com um relêvo plano que facilita a mecanização, alémdas condições edafoclimáticas favoráveis, essa região foi líder em produtividade nasculturas de soja e milho normal na safra 2002/2003. Também é a região que apresenta osmelhores rendimentos nas lavouras de milho safrinha.

Na safra 2002/2003, o Oeste do estado produziu 6,6 milhões de toneladas degrãos, 22% da produção paranaense.

Essa região lidera na produção de carne suína, leite e carne de frango .

A região Sudoeste, compreendida pelos núcleos regionais de Pato Branco eFrancisco Beltrão, produziu 3,4 milhões de toneladas de grãos em 2003, o que representa

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11% da safra, com destaque para a produção de feijão e milho. Sobressaem também asproduções de carne suína e carne de frango.

No Centro Oeste do estado está localizado o núcleo regional de Campo Mourão. Essaregião produziu 3,5 milhões de toneladas de grãos o que representa 12% da produção.Destacam-se as produções de soja, milho safrinha, trigo, algodão e mandioca.

O Noroeste paranaense vem se destacando na agropecuária, sobretudo, pelaexploração da bovinocultura de corte, citricultura e sericicultura, além de outras culturas,como mandioca, café e cana-de-açúcar. Nos últimos anos, o noroeste vem expandindo aprodução de soja e tomando áreas de pastagens, motivado pela adoção do sistema dearrendamento de áreas para o cultivo de soja (reforma de pastagens).

Em 2003, essa região produziu 1 milhão de toneladas de grãos, 3% da produçãoestadual. Nessa região localizam-se o núcleos regionais de Paranavaí e Umuarama.

Produção de grãos – Distribuição por regiões – safra 2002/2003

OESTE22%

C. OESTE12%

NORTE24%SUL

28%

SUDOESTE11% NOROESTE

3%

Fonte: SEAB/DERAL

A produção de grãos do Paraná tem sido importante para o adequado suprimentode alimentos no Brasil e para a continuidade da geração de divisas nas exportações.

Grãos - Paraná – Evolução da Produção – 1989 – 2003(em milhões de t)

________________________________________________________________________________

10,00

14,00

18,00

22,00

26,00

30,00

89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03

Fonte: SEAB/DERAL

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O aumento da produção paranaense é calcado em ganhos de produtividade,respondendo aos expressivos e constantes investimentos em tecnologia, treinamento emanejo, conservação e correção do solo, ampliação no uso de sementes melhoradas erotação de culturas, em grande parte incentivados pelo Governo do Paraná.

Paralelamente, é importante destacar a supremacia do Paraná na produção de algunsprodutos, pois é o 1º produtor nacional de milho, feijão, trigo, aveia, casulo de seda e carnede frango. É o 2º produtor de mandioca, cevada, soja, cana-de-açúcar e carne suína.

Grande produtor de leite, carne bovina, café, fumo, hortaliças, frutas e produtosflorestais. É o principal produtor de fécula e farinha de mandioca e segundo produtor deálcool e açúcar.

Considerando-se a agricultura em geral, que inclui grãos e fibras, hortaliças, cana-de-açúcar, mandioca, fumo, etc, a produção paranaense atingiu 63,8 milhões de toneladasem 2003.

PADRÃO TECNOLÓGICO

A boa fertilidade dos solos, aliada à adoção sistemática de tecnologia na conduçãodas lavouras, proporciona altos índices de produtividade para a nossa agricultura.

Traduzido em números pelo Censo Agropecuário de 1995/96, pode-se caracterizar ouso de tecnologia:

81.000 estabelecimentos possuíam tratores, num total de 130.000 unidadese um número de 24.000 colheitadeiras;

cerca de 65% dos estabelecimentos usam fertilizantes, consumindo 2,2milhões de toneladas por ano. A correção de acidez do solo é pratica usual ea demanda anual de calcário gira em torno de 3,2 milhões de toneladas;

a assistência técnica é usufruída por pouco mais de 40% dosestabelecimentos, sendo 2/3 dos casos de origem governamental;

a preocupação com a sustentabilidade da atividade agrícola faz com que aprática de plantio direto seja adotada em 90%, 70% e 70% das áreas desoja, trigo e milho, respectivamente.

No Paraná, as vendas de tratores e colheitadeiras, apresentaram um crescimentocontínuo nos últimos anos, influenciado pelos bons preços dos principais grãos produzidosno Estado, pelas boas produtividades e pela liberação de recursos através doMODERFROTA.

Comparando os últimos 3 anos, observa-se um crescimento de 142% na venda detratores e de 99,7 % nas colheitadeiras.

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Comercialização de máquinas agrícolas no Paraná – 2000 a 2002 (em unidades)

2000 2001 2002

Trator 2.097 3.120 5.078Colheitadeira 643 949 1.284

Fonte: SEAB/DERAL

Segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA) a entrega defertilizantes no Paraná, em 1999, 2000, 2001 e 2002 foi de 2,03 milhões de toneladas, 2,43milhões, 2,30 milhões e 2,51 milhões, o que representa um crescimento de 23,7 %. Estaperformance é atribuída ao aumento na área de soja e melhora nas relações de troca dasculturas de soja, milho e feijão.

Estima-se que cerca de 25% dos recursos controlados do crédito rural sãoaplicados no Paraná, anualmente.

Dentro dessa ótica, pode-se considerar que o Paraná é um dos principais tomadoresde crédito rural, o que é plenamente justificado pelo potencial produtivo que o estadoapresenta .

ARMAZENAGEM

A capacidade estática dos armazéns, no Paraná, totaliza 19,6 milhões de toneladas,sendo 15,3 milhões de toneladas para o armazenamento de produtos a granel e 4,3 milhõesde toneladas em armazéns convencionais.

Armazenagem estática (a granel e convencional) no Paraná - 2003

NÚCLEOS REGIONAISDA

SEAB

ARMAZENAGEMA GRANEL

(t)

ARMAZENAGEMCONVENCIONAL

(t)APUCARANA 247.957 239.346CAMPO MOURÃO 1.723.829 486.836CASCAVEL 1.365.804 268.031CORNÉLIO PROCÓPIO 406.841 105.365CURITIBA 440.174 198.318FRANCISCO BELTRÃO 474.014 233.130GUARAPUAVA 1.656.671 116.050IRATI 25.592 33.050IVAIPORÃ 249.357 79.007JACARÉZINHO 114.464 140.466LARANJEIRAS DO SUL 156.778 31.718LONDRINA 1.410.692 408.968MARINGÁ 1.416.130 251.277PARANAGUÁ 1.253.910 519.250PARANAVAÍ 4.987 125.016PATO BRANCO 611.485 180.570PONTA GROSSA 1.989.407 259.944TOLEDO 1.618.858 334.862UMUARAMA 107.015 288.580UNIÃO DA VITÓRIA 4.517 22.484TOTAIS 15.278.482 4.322.268Fonte: CONAB/SUREG-PR

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PRODUTO INTERNO BRUTO

O Produto Interno Bruto – PIB – do Paraná, de 2002, está estimado em R$ 78,82bilhões, o que representa um aumento de 48,7% nos últimos 5 anos, em valores correntes. Osetor primário corresponde a 14,04% do PIB paranaense.

A composição atual do PIB paranaense é:

Setor Primário: 14,04% Setor Industrial: 38,13% Serviços: 47,83%

COMÉRCIO EXTERIOR - (Fonte IPARDES)

As exportações paranaenses atingiram US$ 5,7 milhões em 2002, superando em7,2% o valor registrado em 2001.

Em 2002, o total das exportações paranaenses representou 9,44% do totalexportado pelo país.

A União Européia se manteve como o principal destino das vendas, representando32,63 % do total exportado pelo estado.

A segunda posição coube ao NAFTA, que registrou acréscimo de 13,5% dasexportações do Paraná, representando 21,7%.

A Ásia importou US$ 1,03 milhão e as exportações para o MERCOSULapresentaram declínio devido à crise econômica argentina.

O complexo soja respondeu por 34,2 % do total exportado pelo estado. O segundogrupo na pauta de exportação foi o material de transporte, representando 22,3 %.

As exportações de madeira representaram 10,53% do total, seguido pelo grupocarnes, com 8,38%. As vendas de frango somaram US$ 336 milhões no referido ano e têminserção destacada no mercado asiático (Japão e Hong Kong), no oriente médio (Arábia,Emirados Árabes e Kwait), na União Européia (Alemanha, Reino Unido, Holanda e na Rússia).

As vendas de carne suína atingiram US$ 60 milhões, tendo como principais destinosa Rússia e Hong Kong.

Três grupos registraram queda nas exportações. O primeiro deles refere-se aoaçúcar, cujas exportações apresentaram redução de 15,2%, passando de US$ 182 milhõespara US$ 154 milhões.

O segundo grupo compreende o papel e a celulose que em 2002 contabilizou vendasde US$ 132 milhões, com queda de 5,45%.

O terceiro grupo é o de café que somou US$ 128 milhões, representando umaparticipação de 2,2%.

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_______________________________________________________DEPARTAMENTO DE ECONOMIA RURAL

O Porto de Paranaguá é um dos líderes na categoria de exportações do Brasil. Cercade 70% das exportações paranaenses são feitas através desse Porto, que é especializado naexportação de produtos agrícolas, mas, nos últimos anos, vem apresentando uma crescentemovimentação na exportação de automóveis.

As outras opções de embarque são os Portos de São Francisco, Itajaí e Uruguaiana.

As cargas movimentadas pelo Porto de Paranaguá compreendem ampla gama deprodutos, merecendo assinalar a concentração em granéis sólidos, correspondendo a cercade 75% do volume total embarcado.

A forte presença do grupo soja, juntamente com o açúcar, justifica a expressivaparticipação dessa modalidade nas exportações do Porto de Paranaguá.

Em 2002, dos US$ 4,005 milhões exportados por Paranaguá, os embarques do gruposoja somaram US$ 1,862 bilhão, seguidos por material de transporte (US$ 919 milhões),madeira (US$ 259 milhões), carnes (219 milhões), cereais (US$ 200 milhões) e açúcar(US$ 151 milhões).

As importações paranaenses registraram queda de 32,4% em 2002, a maior dentreas anotadas pelas unidades federativas, destacando-se como principal causa do superávitcomercial recorde registrado no Estado. As compras somaram US$ 3.333 milhões, fazendocom que a posição do estado caísse de terceiro para quarto importador do país, comparticipação de 7,06%.

VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO

A produção agropecuária ocupa 80% do território paranaense e produz riquezasavaliadas em R$ 19 bilhões.

O Valor Bruto da Produção – VBP - é a soma de todos os valores produzidos pelaagropecuária do estado em um ano safra e atingiu R$ 19,04 bilhões em 2002, denotando umcrescimento de 29,9% em relação a 2001.

Para 2003, o Valor Bruto da Produção Agropecuária está estimado em R$ 27,2bilhões.

O montante gerado pelo VBP, os grãos de verão e a pecuária lideram como grandesfontes de receitas do agronegócio paranaense.

IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS

A receita do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS – alcançouR$ 4,9 bilhões em 2001, crescimento de 13,3%, em valores correntes, em relação a 2000,tendo o Paraná ocupado a 5ª posição na arrecadação, dentre as demais unidades dafederação.

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COOPERATIVAS

É expressiva a participação das cooperativas no Paraná. São 64 CooperativasAgropecuárias, com 110.000 agricultores e faturamento anual de US$ 7,9 bilhões, comações importantes na área de assistência técnica, crédito, fornecimento de insumos,pesquisa, agroindústria, armazenagem, etc. As cooperativas são responsáveis por 67% dasoja comercializada, 35% do milho, 85% do trigo, 57% do leite in natura, 90% do algodão,24% do café, 15% dos suínos, 27% das aves, 100% da cevada, 23% da cana de açúcar e 5%do feijão.

Engenheira Agrônoma Vera da Rocha [email protected]

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_______________________________________________________DEPARTAMENTO DE ECONOMIA RURAL

AGRICULTURA ORGÂNICA

Hoje em dia percebe-se nas pessoas uma grande preocupação com saúde e qualidadede vida. Esses objetivos podem ser alcançados por meio de uma alimentação saudável e daprática de exercícios físicos. No aspecto da alimentação, é crescente a demanda porprodutos orgânicos, em função de suas características nutricionais e organolépticas e aindapor serem livres de resíduos de agrotóxicos.

Segundo dados da International Federation of Organic Agriculture Movements –IFOAM - a Agricultura Orgânica Mundial cresce a uma taxa de 20% ao ano. No Brasil e noParaná, o crescimento está sendo mais acelerado, em torno de 40% ao ano.

Muitos fatores têm contribuído para a expansão do setor orgânico, entre os quaismerecem destaque:

● Realização de eventos;● Fortalecimento da consciência do consumidor;● Interesse da Imprensa;● Industrialização dos produtos orgânicos;● A adoção pelos agricultores.

O Departamento de Economia Rural – DERAL - em conjunto com a EMATER-PR,realiza sistematicamente o levantamento da produção de alimentos orgânicos no Paraná,cujo resultado demonstra crescimento firme desta atividade.

Agricultura Orgânica – Paraná – Evolução da Produção – 1996/97 a 2001/02(em toneladas)

Agricultura Orgânica – Paraná – Evolução do número de produtores – 1996/97 a 2001/02

________________________________________________________________________________

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

1996/97 1997/98 1998/99 1999/00 2000/01 2001/02

Fonte: SEAB/DERAL; EMATER

0500

1.0001.5002.0002.5003.0003.5004.000

1996/97 1997/98 1998/99 1999/00 2000/01 2001/02Fonte: SEAB/DERAL

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Na safra 2001/2002, a produção totalizou 47.958 toneladas. Este volume é 35%maior que o obtido na safra anterior. O crescimento seria mais expressivo não fosse umperíodo de estiagem que afetou o rendimento das lavouras de soja, que é o principal produtocultivado no sistema orgânico de produção. O Paraná é o Estado com o maior número deprodutores orgânicos.

Alimentos Orgânicos – Paraná - Evolução da Produção - 2000/01 e 2001/02

Safra 2000/01 Safra 2001/02

Produtos Produção Produtores Área Produçãot nº ha t

Soja 11.536 854 7.601 16.282

Hortaliças 2.978 (*) 640 543 4.734

Cana (açúcar mascavo) 7.322 165 201 8.840

Café 261 (*) 120 741 804

Frutas 5.500 436 614 5.921

Plantas medicinais 330 175 255 401

Erva-mate 396 35 158 480

Milho 3.748 442 1.544 5.955

Trigo 412 55 310 506

Feijão 317 456 564 624

Arroz 2.389 58 381 2.149

Mandioca 350 42 79 1.262

Total 35.539 3.478 12.991 47.958Fonte:SEAB/DERAL; EMATER/PR(*) produção prejudicada pelas geadas de 2000

A produção de soja orgânica corresponde a um terço do volume total de orgânicos eé quase que totalmente exportada. O prêmio recebido pelos produtores, por ser um produtode maior valor biológico, livre de agrotóxicos e não transgênico, fica em torno de 50%.Desta forma, mesmo a produtividade média sendo menor que a obtida na soja convencional,a rentabilidade da orgânica é 31% maior. Este cálculo foi feito comparando os custos e ospreços de venda no início da comercialização da safra 2002/2003. A região de FranciscoBeltrão destaca-se na produção de soja orgânica, seguida pela região de Ponta Grossa. Asperspectivas são de crescimento.

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Mapa de Localização da Produção Orgânica no Paraná

Fonte: SEAB/DERAL/EMATER-PR

A produção de frutas orgânicas é significativa, com destaque para a produção debanana no litoral e caqui na Região de Curitiba.

A produção de hortaliças orgânicas concentra-se em torno das grandes cidades, comdestaque para Curitiba e Londrina.

Observam-se pólos de produção de açúcar mascavo nas Regiões de Jacarezinho eFrancisco Beltrão.

A Região Norte sobressai na produção de café orgânico.Chama a atenção o crescimento ocorrido nas culturas de trigo e milho. Isto era

esperado e tende a se intensificar, acompanhando o incremento no plantio de soja. Atecnologia de produção orgânica preconiza a rotação de culturas.

No caso específico do milho, a produção está sendo alavancada também pelocrescimento da produção animal. Esta diversificação é necessária para a produção deesterco para compostagem. O leite orgânico, apesar de não poder ser comercializado comotal, pois ainda não tem registro no Ministério da Agricultura, é o principal produto deorigem animal. Além de leite, existe produção de carne de frango, suíno e peixe no sistemaorgânico.

O setor de alimentos orgânicos tende a se fortalecer. A Agricultura Orgânica, quesurgiu como alternativa, hoje é considerada por muitos como uma necessidade. No Paraná,86% das propriedades rurais têm área inferior a 50 hectares, por isso, é importanteincentivar atividades que permitem obter maior rentabilidade por área. Neste aspecto,olericultura, fruticultura, agricultura orgânica e ecoturismo são opções, uma vez que ocultivo tradicional de grãos exige escala de produção. A legislação ambiental tambémcontribui a favor da agricultura orgânica.

ENGº AGRº MAURICIO TADEU [email protected]

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ALGODÃO

Até 1970 ocorreu expansão da área cultivada com algodão no Paraná, calcada noprocesso de ocupação de terras (fronteiras) e atrelada à conjuntura do café. Na safra de1970, o Paraná respondia por 29% da produção do país, com um cultivo de 573.000 ha e umaprodução de 560.000 toneladas de algodão em pluma.

De 1971 a 1978, a cotonicultura paranaense caracterizou-se pela redução de áreaem decorrência da expansão da soja, cultura de maior rentabilidade.

O período de 1979 a 1992 pode ser identificado pela expansão da área e de aumentoda produtividade média, em decorrência da introdução de novas variedades.

Em 1978, foram introduzidas as cultivares IAC. A produtividade média ultrapassoua faixa de 1.100 kg/ha e chegou a 1.900 kg/ha em 1984. Boa produtividade, preço mínimoalto e restrição às importações resultaram em boas rentabilidades e garantiram a expansãoda área. O Paraná chegou a produzir 50% do total do país.

Em 1992 plantou-se área recorde de 705.000 ha, a maior da história do Paraná.

Naquele ano, as lavouras de algodão empregaram 235.000 trabalhadores rurais egeraram uma receita bruta de US$ 250 milhões que correspondeu a 8% da produçãoagrícola do Paraná.

A partir de 1992 ocorreu o declínio da cultura no Estado. Preços baixos,concorrência com produto importado, custo de produção elevado, dificuldade de acesso aocrédito de custeio, endividamento e descapitalização do produtor de algodão são os fatoresque levaram ao desestímulo e, conseqüentemente, à redução drástica de cultivo.

Já no final dos anos 90, a cotonicultura no país mudou. Ocorreu o deslocamento do plantiodas Regiões Sul e Sudeste (Paraná e São Paulo) para a Região Central do Brasil, ondepredomina a cotonicultura competitiva, mecanizada e conduzida empresarialmente. Essatransferência ocorreu principalmente pelos seguintes fatores: declividade dos solos quepermite a colheita mecânica, reduzindo gastos com mão de obra; maior regularidadeclimática; plantio em escala, propiciando maiores investimentos nas lavouras e,conseqüentemente, melhores produtividades.

Na safra 2002/2003, o Paraná cultivou 30.000 hectares com algodão e produziu25.000 toneladas de pluma. Essa produção gerou 10.000 empregos no campo e umfaturamento de US$ 22 milhões, ou seja, 0,50% do valor bruto da produção agropecuáriaparanaense.

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Algodão – Paraná – Distribuição Geográfica da Produção

Fonte: SEAB/DERAL concentração da produção

Algodão – Paraná - Evolução da Produção – 94/95 - 02/03(em t)

0100.000200.000300.000400.000500.000600.000

94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03Fonte: SEAB/DERAL

Algodão em Pluma – Paraná e Mato Grosso - Comparativo de Produção – 95/96 - 02/03(em mil t)

O algodão, no Paraná, é tradicionalmente cultivado por pequenos produtores. Nosúltimos anos, em função das dificuldades conjunturais já citadas, houve uma seleção e sópermaneceram na cultura os produtores mais tecnificados.

Com o apoio das cooperativas, muitos produtores estão adotando colheita mecânica.Na safra 2002/2003, estima-se que 25% da área tenha sido colhida com máquinas.

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Safra Brasil Paraná % Paraná/

Brasil Colocação

PR/BR Mato

Grosso % MT/BR Colocação

MT/BR 95/96 410,1 119,5 29,1 1º 33,1 8,1 5º 96/97 305,8 40,4 13,2 3 34,8 11,4 4º 97/98 411,0 64,5 15,7 4º 94,2 22,9 1º 98/99 520,1 38,8 7,5 5º 226,4 43,5 1º 99/00 700,3 43,0 6,1 6º 335,8 47,9 1º 00/01 938,0 52,7 6,2 5º 450,1 53,1 1º 01/02 766,2 31,0 4,1 6º 391,3 51,1 1º 02/03 850,8 25,0 3,0 6º 420,0 0,5 1º

Fonte: CONAB

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Algodão - Paraná - Participação dos Núcleos Regionais na Produção – 02/03

Cascavel4%

Maringá8%

Jacarezinho6%

Outros19%

Campo Mourão

21%

Toledo10%

Umuarama21%Ivaiporã

11%

Fonte: SEAB/DERAL

Algodão - Comparativo de produtividade entre os principais Estados produtores (em Kg/ha)

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

Paraná São Paulo MatoGrosso

Goiás MatoGrosso do

Sul

MinasGerais

Fonte: CONAB

Na safra 2002/2003, em virtude do clima ter sido favorável ao desenvolvimento dacultura e pelo uso maior de tecnologia, a produtividade média das lavouras paranaenses foide 2.315 Kg/ha. Esta produtividade foi recorde e é inferior apenas às obtidas nos Estadosda região Centro Oeste.

A cultura do algodão ainda é uma excelente alternativa de plantio, principalmente paraaqueles produtores que adotam colheita mecânica e também para os que utilizam mão deobra familiar.

É importante que o produtor paranaense intensifique o uso das tecnologiasdisponíveis, pois o Paraná possui, além do potencial tecnológico, outras vantagenscompetitivas como: menor custo de produção; alta fertilidade dos solos; qualidade dacolheita manual; proximidade dos centros consumidores; existência de dois centros depesquisa e a época de colheita da safra, que é a primeira a entrar no mercado nacional,fatores que poderão contribuir decisivamente para a retomada do plantio no estado.

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A regra geral observada na cadeia produtiva do algodão, no Paraná, é a descontinuidadedo processo produtivo. O produto de uma etapa é o principal insumo da etapa seguinte,permitindo que diferentes empresas atuem ao longo da cadeia de forma independente emrelação aos demais segmentos. O elo que dinamiza a cadeia do algodão é a indústria defiação.

No Paraná existem 16 fiações operando com capacidade instalada de produção de80.000 toneladas. As cooperativas possuem 5 fiações que representam 62% da capacidadetotal instalada no estado. A geração de emprego é equivalente a 1 emprego direto para cada10 toneladas de fio produzido.

Engenheira Agrônoma Vera da Rocha [email protected]

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CAFÉ

A cafeicultura foi introduzida no Paraná no início do século passado, mas foi a partirdos anos 50 que teve grande expansão em nosso Estado, motivada pela alta dos preços nomercado internacional, com a cultura passando de 300.000 hectares, em 1951, para 1,6milhão de hectares, em 1962.

Foi na safra 1961/1962 que a cafeicultura paranaense atingiu seu apogeu, quandoforam colhidas 21,3 milhões de sacas de 60 kg, equivalentes a 28 % da produção mundial.

Por um longo período o café foi o principal gerador de riquezas do Paraná,propiciando a fixação do trabalhador no meio rural, além de contribuir para coroar comêxito o modelo de colonização, tornando as pequenas e médias propriedadeseconomicamente viáveis, numa época de poucas alternativas de renda.

No entanto, a tecnologia do cultivo tradicional, sustentada pela alta fertilidadenatural do solo, sistema de colonato, grande disponibilidade de mão-de-obra no campo,acordo internacional de preços altos, subsídios e incentivos governamentais, entre outros,foram perdendo suas bases de sustentação, tornando a cafeicultura ineficiente e poucocompetitiva frente a outras atividades agropecuárias.

O aumento desenfreado da produção teve, como conseqüência, a queda dos preçosno mercado internacional, levando o Governo Federal a incentivar programas de erradicaçãocomo forma de reduzir a produção interna na tentativa de recuperação nos preçosinternacionais, pois o Brasil respondia por cerca de 70 % do café produzido no mundo.

A situação da cafeicultura foi agravada com as geadas ocorridas em 1975, as quais“dizimaram” os cafezais paranaenses, quando a agricultura estadual entrou em uma novafase, com a substituição do café por culturas como a soja, milho e trigo.

No início da década de 90, a área cultivada no Paraná voltou aos patamares dosanos 50, situando-se em torno de 430.000 hectares. Os baixos preços recebidos acabaramprovocando um forte desestímulo no setor, com “abandono” e má condução dos cafezais, queacabaram gerando baixas produtividades e queda na qualidade do produto, com conseqüenteaumento dos custos de produção, agravando ainda mais o processo de descapitalização doscafeicultores.

O preço recebido pelos cafeicultores paranaenses na época referida era de U$50,00 por saca de 60 kg, enquanto que o custo variável era de U$ 62,00 e o custo total erade U$ 90,00. Com a rentabilidade negativa, as erradicações foram retomadas. Acafeicultura, tanto no âmbito estadual, como nacional e mundial, passava por uma crise semprecedentes, chegando ao “fundo do poço” em agosto de 1992, quando a saca chegou a sercomercializada no Paraná a U$ 34,20.

Novamente a ocorrência de geadas foi fator determinante nos rumos dacafeicultura paranaense. Com as severas geadas ocorridas em 1994, o processo deerradicação que já vinha ocorrendo foi acelerado. Um novo modelo tecnológico começou aser implantado.

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A cafeicultura entrou em uma nova fase, com o plantio adensado, vislumbrando umcenário de maiores produtividades e maiores lucros para os cafeicultores.

Essa nova etapa de renovação e revitalização dos cafezais foi imprescindível, diantede um livre mercado mundial, sem acordos de sustentação de preços, competição porprodutividade e, principalmente, qualidade de produto.

O sistema conhecido como “café adensado” tem como objetivos básicos o aumento darentabilidade e a estabilidade econômica dos produtores, via eficiência produtiva, atravésdo aumento de produtividade, redução dos custos e melhoria da qualidade do café.

A área do café adensado, que era de 1.200 ha em 1994, passou para 54.190 ha em2003. Apesar do aumento significativo na área com café adensado, a área total plantada noEstado decresceu. A área total cultivada na safra 2002/2003 foi de 134.775 ha, 68 %inferior à do início da década de 90.

Café – Paraná - Evolução da área plantada – 1993/94 a 2002/03

SAFRAÁREA PLANTADA (ha)

TRADICIONAL DOBRADO ADENSADO TOTAL

1993/94 189.219 1.200 190.4191994/95 138.039 3.100 141.1391995/96 131.860 5.000 136.8601996/97 118.000 4.900 18.400 141.3001997/98 110.000 7.200 28.700 145.9001998/99 109.300 8.800 39.000 157.1001999/00 104.567 10.518 48.810 163.8952000/01 94.174 9.213 46.212 149.5992001/02 88.704 10.165 48.266 147.1352002/03 73.832 6.753 54.190 134.775

Fonte: SEAB/DERAL

A história repetiu-se em 2000. Os cafeicultores estavam na iminência de colheruma safra próxima de 3,0 milhões de sacas, com parte do parque cafeeiro renovado, quandoforam surpreendidos com severas geadas, causando grandes prejuízos e a perda dosignificativo volume de recursos financeiros investidos na atividade. A quebra da safra foide 85 %.

Aliada a essa redução na produção paranaense de café, a cafeicultura tanto estadualcomo nacional, passou por um período de sérias dificuldades, em função dos baixos preçosdo produto no mercado internacional, ocasionado, principalmente, pelo crescente nível deoferta.

Entre 1997 e 2002, a produção mundial apresentou um crescimento de 25 %,enquanto que o consumo cresceu 10 %. Esse “descompasso” foi o principal fator para que ascotações internacionais tivessem uma redução de mais de 60 % durante o período.

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Nos últimos 8 anos o Paraná colheu, em média, 1,8 milhão de sacas anuais. O Estadoparticipa com 6 % da produção nacional, a qual situou-se no período em 28 milhões de sacasanuais. Historicamente, o Paraná posiciona-se como 4º produtor nacional.

Café – Paraná - Evolução da produção – 1995 a 2003(em milhões de sacas)

-

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

1.995 1.996 1.997 1.998 1.999 2.000 2.001 2.002 2.003Fonte: SEAB/DERAL

O plantio está concentrado nas Regiões Norte e Noroeste do Estado, com destaquepara o Núcleo Regional de Jacarezinho, localizado no Norte Pioneiro, o qual respondeu por20 % da produção estadual em 2003.

Estima-se que, no Paraná, o café é explorado em cerca de 16.000 propriedadesrurais, com uma área média cultivada de 8,4 ha. Cerca de 83 % dos estabelecimentospossuem até 50 ha, os quais respondem por 64 % da área cultivada no Paraná.

Café – Paraná - Participação da produção por Região - 2003

OESTE6%

CENTRO-OESTE

6%

NOROESTE12%

NORTE76%

Fonte: SEAB/DERAL

A infra-estrutura do setor café no Paraná é composta por uma extensa rede dearmazéns, um parque industrial com mais de 130 indústrias de torrefação, moagem esolúvel, uma ampla estrutura de Cooperativas de cafeicultores, um Centro de Comércio deCafé, Bolsa de Cereais e Mercadorias, instituto de pesquisa agronômica, universidades, bemcomo uma ampla rede de assistência técnica oficial e privada.

Estão presentes duas grandes empresas de café solúvel, que processam volumeequivalente a quase totalidade da produção total anual do Estado.

As empresas, Cacique de Londrina e Iguaçu de Cornélio Procópio, em conjunto,processam e exportam cerca de 50% do café solúvel brasileiro, agregando expressivo valorà receita final no produto embalado para o consumo.

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A indústria de torrefação no Estado é composta por cerca de 130 empresas,predominando o pequeno e médio porte de capacidade de processamento industrial.

Engenheira Agrônoma Margorete [email protected]

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CANA-DE-AÇÚCAR

A base da análise do setor sucroalcooleiro aborda o período de 1995 a 2002, em algumasrelações Paraná/Brasil sob a ótica econômica.

Em 1995, o Brasil e o Paraná deram início ao período de expansão da produção eindustrialização do açúcar e do álcool, bem como, ingressaram de forma duradoura nomercado internacional, com o setor em fase final de desregulamentação estatal (1998).

O índice de expansão setorial do Paraná é bem superior ao do Brasil devido àprodução de açúcar, pois, até 1993/1994 era grande a dependência do abastecimentointerno pelo Estado de São Paulo e, paralelamente, o Paraná era especializado na produçãode álcool.

O crescimento de 72% em área, e de 38% na produção de matéria-prima, sinalizamum índice de renovação do canavial de 10% (1995) e de 15% (2002).

No ranking brasileiro, ao longo da safra 2002, o Paraná foi o 3º colocado em área, o2º em produção de cana, o 2º em álcool e o 3º em açúcar.

Cana-de-açúcar - Paraná e Brasil – Evolução da oferta – 1995 - 2002

IndicadoresParaná Brasil

1995 2002 D% 1995 2002 D%

PR/BR2002 %

Área (ha) 255.763 356.560 72,0 4.585.449 5.215.202 14,0 6,8 Produção (milhões t) 20,4 28,2 38,0 305,6 363,7 19,0 7,7 Produtividade (kg/há) 79.878 79.099 (0,9) 66.637 71.377 7,0 -

Fonte: SEAB/DERAL; IBGE

Para o caso dos derivados, particularmente o açúcar, com o abastecimento internosanado, surge a oportunidade do comércio internacional calcado em preços extremamenteatrativos e remuneradores, ou seja, US$308/t (1995), contra US$153/t recebidos em2002.

Paralelamente, o índice de internacionalização do açúcar paranaense é tão acentuadoque passa de uma modesta taxa de 18% para 68% no período estudado (1995 – 2002). OBrasil, que já apresentava uma forte presença internacional (26% em 1992), apresentoutaxas significativas, ou seja, 50 e 59% no período estudado. O principal mercado é a Rússia,seguido do Egito, Romênia e Canadá, que responderam por 40% das compras.

Setor Sucroalcooleiro - Paraná e Brasil – 1995 – 2002

IndicadoresParaná Brasil

1995 2002 D% 1995 2002 D%

PR/BR2002 %

Produção Açúcar (t) 555.842 1.467.227 164,0 12.652.888 22.381.270 77,0 6,6Produção Álcool (m³) 886.792 979.822 11,0 12.696.780 12.536.087 (1,3) 7,8Exportação Açúcar (t) 101.796 1.003.619 886,0 6.298.903 13.354.332 112,0 7,5Preço Açúcar (US$/t) 313,75 153,37 (52,0) 307,47 156,62 (50,0) -Exportação Álcool (m³) - 567,5 - - 595.803,5 - 0,1

Fonte: MDIC – DECEX – SECEX; Destilarias e UsinasO cultivo da cana-de-açúcar no Paraná, ao norte do paralelo 24, se dá em solos

argilosos e férteis (terra roxa), em menor escala, e nos derrames basálticos (arenito caiuá)

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predominantemente. A lavoura, pela sua característica de longevidade operacional (6, 7 oumais cortes) apresenta a seguinte correlação estrato de área/produção física: de 100 a500ha (30%), e de 500 e mais ha (54%).

As Regiões de Umuarama, Maringá, Jacarezinho, Paranavaí, e Londrina respondempor 80% da cana paranaense. Percebe-se uma distribuição relativamente uniforme das áreasno Estado, fruto da adequação de interesses conjuntos entre Governo – Cooperativas –Empresas – Produtores, com relação ao uso do solo e o impacto na produção regional dealimentos, conforme estudos da SEAB – DERAL.

Cana-de-açúcar – Paraná - Distribuição espacial da área e produção - 2002

Região Área (ha) % Produção (t) %

Apucarana 10.725 3,0 795.093 2,8Campo Mourão 18.000 5,1 1.440.000 5,1Cornélio Procópio 37.800 10,8 2.960.925 10,4Ivaiporã 11.036 3,1 927.631 3,2Jacarezinho 44.603 12,8 3.920.710 13,8Londrina 38.549 11,0 3.739.253 13,2Maringá 54.000 15,5 4.185.000 14,8Paranavaí 44.324 12,7 3.500.000 12,4Umuarama 88.400 24,0 6.895.200 24,4Sub-total 347.437 98,0 28.224.310 98,0Paraná 356.560 100,0 28.800.316 100,0Fonte: SEAB – DERAL; IBGE

A expansão setorial paranaense se assemelha à brasileira, nas 7 últimas safras, comênfase acentuada na incorporação de novas áreas, principalmente na Região Centro-Oeste.A opção natural pela produção de açúcar, devido aos atrativos do mercado internacional esegurança dos contratos, vem ocupando o espaço até então destinado ao álcool.

A função de produção se manifesta intensamente no período através das relaçõesde mercado e o comportamento dos preços internacionais da commoditie açúcar. Aeconomia canavieira paranaense apresenta um dos melhores desempenhos de toda aprodução vegetal, no componente receita versus área.

Paraná e Brasil -Setor Sucroalcooleiro - Evolução – 1996 a 2002

Indicadores1996 – 2002

D % PR D % BRÁrea de cana em há 25,4 9,78Produção de cana em t. 20,3 14,7Oferta de açúcar em t. 83,6 76,9Oferta de álcool em m³ -11,8 -1,27Exportação de açúcar em t. 237,5 146,4Preço médio de açúcar exportado em US$/t -46,2 -47,3VBP de cana a preços constantes IGP-DI 11,2 n.d.Rendimento Lavoura (kg/ha) -3,96 6,92Fonte: SEAB – DERAL; IBGE; DECEX – SECEX

Economista Disonei [email protected]

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FEIJÃO

A cultura do feijão destaca-se na agricultura paranaense por ser a quarta em áreaplantada (545.300 ha em 2003) e, também, a quarta em Valor da Produção (R$ 563,7milhões em 2002). Cultivada principalmente em pequenos e médios estabelecimentos,responde por boa parte da renda destas propriedades.

Feijão – Brasil – Produção dos Principais Estados Produtores – 2002/2003(em mil t)

100

200

300

400

500

600

700

800

P araná MinasGerais

Bahia Goiás São P aulo Ceará SantaCatarina

Rio Grandedo Sul

DemaisEstados

Fonte: SEAB/DERAL

O Paraná é o primeiro produtor nacional. Em 2003, a produção estadual foi de704.000 toneladas, com 21% de participação na produção brasileira.

Feijão – Brasil – Participação dos Principais Estados Produtores na Produção – 2002/2003

Paraná22%

Minas Gerais16%Bahia

12%Goiás

8%São Paulo

7%

Demais Estados

18%

Ceará7%

Santa Catarina

6%

Rio Grande do Sul

5%

Essa leguminosa é cultivada em todas as Regiões do Estado, sendo importante na absorçãode mão-de-obra, tanto familiar como contratada.

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De acordo com o último Censo Agropecuário, o Paraná possui 154.000 produtores defeijão.

O plantio está distribuído ao longo do ano em três safras distintas. A 1ª, e de maiorárea de cultivo, é a safra “das águas”, com plantio de agosto a novembro. Cerca de 70% daprodução paranaense, em 2003, foi oriunda desta 1ª safra.

A 2ª safra, conhecida como safra “da seca”, teve participação de 28% na produção total doestado e a 3ª safra, de inverno, participou com 2%.

Feijão (águas, seca, inverno) – Paraná - Distribuição Geográfica da Produção

Águas Seca Inverno

Fonte: SEAB/DERAL concentração da produção

Na 1ª safra destaca-se a produção da Região Centro-Sul do Paraná – Curitiba, PontaGrossa, Irati, Guarapuava e União da Vitória, com 59% de participação na produção.

Feijão das Águas – Paraná - Participação Regional na Produção Estadual – 2002/2003

Norte21%

Noroeste1%Oeste

4%Sudoeste8%

Centro-Sul64%

Centro-Oeste2%

,

Fonte: SEAB/DERAL

A produtividade média, nesta 1ª safra, tem se situado entre 1.100 e 1.200 kg/ha.

A 2ª safra caracteriza-se pela maior utilização de tecnologia, com destaque para asRegiões de Ponta Grossa e Jacarezinho, onde concentra-se 41% da produção, predominandoo plantio de lavouras altamente tecnificadas. Da utilização de sementes melhoradas,

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agrotóxicos, plantio direto e colheitas semi-mecanizadas, resulta uma produtividade médiade 1.500 Kg/ha, existindo lavouras que atingem produtividades superiores a 2.000 kg/ha.

Feijão da Seca – Paraná - Participação Regional na Produção – 2002/2003

Centro-Oeste4%

Centro-Sul 52%

Sudoeste17%

Oeste7%

Norte20%

,

Fonte: SEAB/DERAL

A terceira safra, com plantio de abril a junho, está concentrada nas Regiões Norte eNoroeste do estado.

Feijão – Paraná - Evolução da Produção – 98/99 a 02/03(em mil t)

200

300

400

500

600

700

98/99 99/00 00/01 01/02 02/03

Fonte: SEAB/DERAL

Cerca de 50% da produção de feijão do Paraná é da classe “preto” e 50% da classe“cor”. Aproximadamente 230.000 toneladas são consumidas no próprio estado, o restantetem como principais mercados o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul, que demandam ofeijão preto. O feijão de cor tem como destino o mercado de São Paulo, de onde éredistribuído para todo o Brasil.

O Paraná apresenta uma vocação indiscutível para a exploração do feijão. Após tersido relegado a áreas com menor capacidade produtiva em meados da década de 70, dandolugar à cultura da soja, importantes transformações ocorreram com a cultura. A partir deentão, a produtividade média estadual saiu de um patamar de 600 a 700 kg/ha para osatuais 1.200 a 1.400 kg/ha, resultado da evolução da pesquisa, maior adoção de tecnologia eprofissionalização do produtor de feijão em todo o Estado.

Engenheiro Agrônomo Richardson de [email protected]

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FRUTAS

A inserção do Paraná na fruticultura brasileira ainda é modesta, ocupando a décimaposição em volume produzido. A diversidade de solos e clima permite uma ampla gama decultivo de espécies frutícolas tropicais, subtropicais e temperadas. Oitenta por cento dasespécies cultivadas são tropicais e subtropicais. A proximidade com o Paraguai e aArgentina abre possibilidade de exportação dentro do espírito de unidade regional traçadapelos acordos do MERCOSUL.

A qualidade da mão-de-obra é essencial na condução da atividade nas propriedadesrurais e é um fator limitante para a expansão da fruticultura no Estado.

Das mais de vinte principais frutíferas cultivadas, a produção do Paraná, totalizou1.410.336 toneladas em 2001/2002. Os cítricos - laranja, limão e tangerinas - representam49,7% do volume produzido, a banana 11,5%, a melancia 7,7%, e a uva fina de mesaresponde por 5,3% do total.

As frutas representam 2,5% e perfazem um total de R$ 470 milhões no Valor Brutoda produção. Cada hectare cultivado com frutas teve, em 2002, uma renda média oito vezessuperior à obtida como os grãos. Cerca de 35.000 produtores cultivam 60.000 hectarescom área média equivalente a 1,7 hectares.

Frutas – Paraná – Evolução da Produção – 96/97 a 01/02(em mil t)

As Uvas Finas de Mesa, cuja participação no volume produzido é de apenas 5,3%,destacam-se no VBP, pois representaram 16.6% do valor total das frutas.

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0

200

400

600

800

1.000

1.200

1.400

1.600

96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02.

FONTE: SEAB/DERAL

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Frutas – Paraná – Volume produzido das principais espécies – 2001/2002(em %)

A maçã foi a fruta com maior área plantada no estado no início da década de 80 econtribuiu com apenas 2,3% do total do volume produzido em 2002. Palmas, o principalmunicípio produtor de maçã, começa a investir também na produção de uva.

As Regiões de Curitiba, Paranavaí, Maringá e Paranaguá têm sua representatividade naprodução estadual, associada a uma espécie frutífera: tangerina, laranja, uva fina e banana,respectivamente. As Regiões de Cornélio Procópio e Cascavel também são importantesprodutoras de banana.

O cultivo de laranjas no Noroeste visa o esmagamento para a produção de Suco deLaranja Concentrado e Congelado – SLCC. As tangerinas, no Vale do Ribeira, ao norte dacapital, têm como destino o mercado de frutas frescas.

Entre trabalhos permanentes e temporários nos pomares, cada R$10.000 aplicadosna fruticultura geram cerca de 3 empregos diretos e 2 indiretos, segundo a Confederaçãoda Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA - denotando sua importância como uma atividadegeradora de empregos no campo, minimizando os impactos sociais urbanos.

Constata-se que ocorre significativo desperdício de frutas nos canais decomercialização ocasionado por questões sanitárias na manipulação, transparência deembalagens, inadequação de transporte, inadequação de ”packing house“. Esses problemaselevam o custo do produto paranaense, que perde a competitividade em relação às frutasque vêm de outros estados. No ano de 2002, somente vinte por cento das frutascomercializadas na CEASA-PR foram originárias do Paraná.

A utilização de mão-de-obra qualificada nos pomares, o uso de tecnologia de pontana condução, as possibilidades de transformação, agregando valor à produção, além dosaltos rendimentos são a base da fruticultura

O Paraná tem um grande potencial para a exploração da fruticultura comercial, poissua localização estratégica, em relação aos centros consumidores das regiões Centro-Sul dopaís e do Mercosul, bem como a Comunidade Européia – U.E associado à pujança de seusfruticultores, faz com que sejamos agressivos neste segmento de mercado.

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2623

12

1

85

21

0

5

10

15

20

25

30

PESSEGO MAÇA . UVA . LARANJA TANGERINA BANANA MORANGO MELANCIA

FONTE: SEAB/DERAL

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As mudanças de paradigma no agribusiness nacional farão com que o Paraná reveja asua posição de estado eminentemente produtor de grãos e carnes, momento em que afruticultura poderá alavancar um ciclo econômico no estado, gerando inclusão social e dandocondições econômicas para o produtor manter-se no campo, não aglutinando pessoas noscentros urbanos, bem como, propiciando o aumento do Índice de Desenvolvimento Humano.

Engenheiro Agrônomo Rodrigo Aquino de [email protected]

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FUMO

Apesar da forte pressão anti–tabagista na maioria dos países, a fumicultura temexercido papel relevante no Paraná, principalmente na região Sul, onde predomina a pequenapropriedade. Típica de agricultura familiar, a cultura emprega grande contingente de mão-de-obra no campo e, posteriormente, nas estufas ou nos galpões.

Fumo – Paraná - Distribuição Geográfica da Produção

Fonte: SEAB/DERAL concentração da produção

No Paraná, a cultura do fumo havia praticamente se estabilizado em torno de35.000ha com uma produção próxima de 65.000 toneladas. Entretanto, nas três últimassafras, os excelentes preços impulsionaram o aumento de plantio e na safra 2002/2003 aárea plantada já atingiu 49.000 ha e uma produção de 102.000 toneladas de fumo em folha.

Fumo – Paraná – Evolução da Produção 96/97 a 02/03(em t)

50.00060.00070.00080.00090.000

100.000110.000

96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02. 02/03.

Fonte: SEAB/DERAL

Com um total de 635.000 toneladas, relativas às variedades virginia, burley e galpãocomum, a um preço médio de R$3,85/kg, a produção sul–brasileira da safra 2002/2003resultou numa receita bruta de R$ 2.47 bilhões ou, seja, 37% superior à safra de2001/2002.

A exportação brasileira de fumo beneficiado, que no ano de 2001 foi de 435.395toneladas e rendeu US$921,1 milhões, em 2002 atingiu um volume de 464.862 toneladasque renderam US$ 977,67 milhões.

Atualmente 171.000 produtores de fumo estão envolvidos nos três estados daRegião Sul, sendo 80.000 no Rio Grande do Sul, 57.000 em Santa Catarina e 34.000 no

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Paraná. Segundo a Associação dos Fumicultores do Brasil – AFUBRA - 67% dos produtoresplantaram o fumo virgínia, na safra 2002/2003, 31% o burley e 2% o galpão comum.

Na última safra, a Região Sul participou com 97% da produção nacional,destacando-se o Rio Grande do Sul com 48%, Santa Catarina com 35% e o Paraná com 17%.

Em relação à produtividade, não existe uma variação significativa entre os estadosprodutores, uma vez que a exploração fumícula funciona totalmente integrada às indústriase estas por sua vez adotam um pacote tecnológico praticamente igual, resultando emrendimentos semelhantes a 1900kg/ha.

A exceção da Companhia Souza Cruz, que possui uma indústria em Rio Negro – PR -todas as demais fumageiras do Paraná enviam a sua produção para outros estados, emespecial para Santa Cruz do Sul – RS, onde se concentram as principais indústrias de fumo.

Fumo - Paraná - Participação dos Núcleos Regionais na Produção Estadual – 2002/03

Ponta Grossa

16%Francisco Beltrão

17%

Irati24%

Outros9%Cascavel

12%

União da Vitória

8%

Guarapuava6%

Curitiba8%

A atividade fumícula do Paraná participou na safra de 00/01 com 1,01% do ValorBruto da Produção e no ano seguinte passou para 1,1%. O plantio de fumo, em pequenaspropriedades, chega a alcançar até 80% da renda familiar, ou seja, está se tornando umaalternativa em especial para os que possuem pouca disponibilidade de terra.

Economista Methodio Groxko [email protected]

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MANDIOCA

A cultura da mandioca, no Paraná, após sucessivos aumentos, iniciados na década de80, teve a sua trajetória interrompida em 2003, quando registrou uma redução de 22% naárea colhida, ou seja, 111.000 ha contra 143.000 ha colhidos na safra de 2002. Estainversão ocorreu basicamente em função de:

a) Condições climáticas favoráveis durante os 3 últimos anos permitiram a recuperaçãodas safras do Nordeste ;

b) Com a produção normalizada, o Nordeste tornou-se auto-suficiente noabastecimento de farinha e o Paraná perdeu o seu principal mercado;

c) Com a falta de mercado, os preços tiveram forte queda e não cobriam sequer oscustos de produção da raiz e seus principais derivados como a farinha e a fécula;

d) Essa situação, que se iniciou em meados de 2001, permaneceu até o final desetembro de 2002 e resultou na forte redução de plantio da safra 2002/2003;

e) A partir de outubro de 2002, os preços começaram a reagir, mas, o período deplantio já havia se esgotado e a área plantada foi de apenas 111.000 ha e a produçãoem torno de 2.300.000 toneladas de mandioca em raiz.

Mandioca – Paraná - Distribuição Geográfica da Produção

Fonte: SEAB/DERAL concentração da produção

O cultivo de mandioca normalmente ocorre nas pequenas propriedades, à exceção dealgumas safras motivadas por altos preços, em que aparecem grandes produtores. Destaca-se também o plantio em terras arrendadas, principalmente na renovação das pastagens, nosNúcleos Regionais de Paranavaí e Umuarama. A mandioca contribui com 1,3% do Valor Brutoda Produção e conta com 65.000 produtores em nosso estado.

Mandioca - Paraná - Evolução da Produção - 96/97 - 02/03(em 1000 t)

2.5002.7002.9003.1003.3003.5003.7003.900

96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02. 02/03.

Fonte: SEAB/DERAL

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A produtividade tem variado entre 20.000 e 22.000 kg/ha, o que representa umalarga vantagem se comparada com a média nacional que é de 13.000 kg/ha. Esta diferença éresultante de clima e solo favoráveis e, também, do uso de melhor tecnologia, em especialnas regiões em que se concentram as indústrias.

Mandioca – Principais Estados produtores - Comparativo de produtividade - 2002(em Kg/ha)

7.000

10.000

13.000

16.000

19.000

22.000

PR RS CE MA BA PA BR

Fonte: SEAB/DERAL

Mandioca – Paraná - Participação dos núcleos regionais da SEAB na produção – 2003

Cascavel12%

C. Mourão9%

Outros18%

Paranavaí20%

Umuarama20%

Toledo13%

Fco Beltrão8%

A produção de fécula vem apresentando um forte crescimento e o Paraná continuasendo o principal produtor, com 480.000 toneladas no ano passado, ou seja, 72% do volumebrasileiro. Enquanto praticamente toda a produção de farinha e de fécula é destinada aosestados nordestinos, São Paulo e Rio de Janeiro, pelo menos 30% da fécula é transformadaem produtos modificados e cerca de 5% da produção é exportada para outros países.

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Fécula de mandioca – Brasil - Participação da produção por Estado – 2002

Fonte: ABAM

São Paulo6%

Paraná74%

Mato Grosso do Sul18%

Santa Catarina

2%

O Paraná conta com o maior e o mais moderno parque industrial do país. Atualmenteexistem 41 indústrias de fécula no estado, todas de médio e grande porte e ainda cerca de120 farinheiras, cuja localização se concentra basicamente nos Núcleos Regionais deParanavaí, Campo Mourão, Umuarama e Toledo.

A distribuição geográfica das fecularias é a seguinte: Toledo – 15; Paranavaí – 10;Umuarama – 7; Campo Mourão – 5 e outras 4 nas demais regiões do estado, totalizando 41.

Economista Methodio [email protected]

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MILHO

O milho tem fundamental importância econômica e social no Paraná, a considerar onúmero de pessoas envolvidas em sua cadeia produtiva, o valor bruto da produção e a áreacultivada, sendo o cereal mais produzido no estado, respondendo por 47% da produção totalde grãos. Recentemente, o milho passou a fazer parte no conjunto das exportaçõesparanaenses.

O Paraná, além de ser o principal produtor de milho do país, figura como tradicionalfornecedor no mercado interno, respondendo nos últimos anos por 25 % da oferta naprimeira safra e 50 % na segunda.

A área cultivada no estado na safra 2002/2003 foi de 2,8 milhões de hectares,somando-se a safra normal e a safrinha.

Milho Safra Normal e Safrinha - Brasil e Paraná – Área Colhida e Produção Obtida 2002/03

Safra Normal Safrinha

Área(ha)

Produção (t)

%Área

%Produção

Área(ha)

Produção(t)

%Área

%Produção

Brasil 9.684.500 34.771.000 - - 3.532.700 12.797.300 - -

Paraná 1.473.976 8.360.444 15,2 24 1.360.310 5.900.000 38 46Fonte: CONAB; SEAB/DERAL

A produção paranaense foi recorde em 2003 totalizando 14,2 milhões detoneladas, sendo 8,3 milhões na safra normal e 5,9 milhões na safrinha.

Milho – Paraná – Evolução da Produção 96/97 – 02/03(em milhões de t)

O valor bruto da produção de milho em 2003 está estimado em R$ 3,5 bilhões, oque representa 13 % do valor bruto total da produção agropecuária do Paraná.

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-

4,00

8,00

12,00

16,00

93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03

Fonte: SEAB/DERAL

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_______________________________________________________DEPARTAMENTO DE ECONOMIA RURAL

A cultura do milho envolve cerca de 200.000 produtores, gerando cerca de 70.000empregos no campo, sem computar a mão-de-obra utilizada no complexo industrial, mais osempregos indiretos.

Aproximadamente 30% da produção de milho, no Paraná, é oriunda de propriedadescom área inferior a 50 ha.

Grande parte do milho produzido no Paraná é consumido no próprio estado,destinando–se às atividades pecuárias, mais especificamente para a avicultura esuinocultura. Estas atividades, em conjunto, absorvem de 40% a 50% do volume ofertado.

Historicamente, cerca de 20% da produção paranaense era vendida para outrosestados. Neste ano, com o aumento da oferta também nos estados tradicionalmentedemandadores de milho do Paraná, o volume de vendas está estimado em 5%.

Nos últimos três anos, o Paraná conquistou um importante mercado, o daexportação. Em 2001, cerca de 32 % da produção estadual foi vendida para outros países.O Paraná exportou 4,12 milhões de toneladas de milho, gerando uma receita de US$ 361milhões, o que representou 7% do total das vendas externas do Estado.

Para 2003, a estimativa é de que o Paraná exporte um volume de 3 milhões detoneladas.

Dada a versatilidade do uso deste cereal, com possibilidade de produção de mais de500 subprodutos, o milho é bem aproveitado no Paraná, que detém cerca de 47 % dacapacidade total de moagem instalada no Brasil. Dentre os produtos industrializados,destacam-se: o farelo de milho, o óleo bruto e o refinado, a ração, o fubá e a farinha.

Devido à ampla adaptação da espécie, o cultivo do milho está presente em todas asregiões do estado.

Na primeira safra, a Região Centro Sul concentra 48 % da produção total, comdestaque para os núcleos regionais de Ponta Grossa, Guarapuava e Curitiba, com produçõesde 1,1 milhão, 849.000 e 666.000 toneladas, respectivamente.

A produtividade média da cultura do milho, no Paraná, na última safra, foi de 5.628kg/ha na primeira safra, aproximadamente 57% superior à média nacional que é de 3.590kg/ha.

A adoção de tecnologia faz do Paraná um dos estados com maior rendimento porárea. Nas Regiões de Toledo e Cascavel a produtividade supera 7.000 kg/ha.

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Milho Normal - Paraná - Participação das regiões na produção estadual – safra 2002/2003

Fonte: SEAB/DERAL

Durante os últimos 10 anos a área da safra normal apresentou um recuo de 36 %.No início da década de 90, a área girava em torno de 2,2 milhões de hectares. Nos últimos5 anos, a área média de cultivo foi de 1,5 milhão de ha. Já a produção, analisando–se omesmo período, apresentou um crescimento de 10%, resultado do crescimento emprodutividade.

Milho Safra Normal – Paraná - Evolução da área plantada – 92/93 a 02/03(em milhões de ha)

O principal fator que influenciou na redução do plantio de milho na safra normal foia opção pela cultura da soja devido à sua liquidez constante, a boa rentabilidade e afacilidade de comercialização da oleaginosa

A área da safrinha de milho apresentou um comportamento inverso, crescendo 287% nos últimos 10 anos e a produção cresceu 685%.

O incremento no plantio da safrinha deu-se por uma série de fatores: poucas opçõesde cultivo de inverno; desestímulo com a cultura do trigo; possibilidade de oferta naentressafra, com preços atraentes e menor custo de produção.

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1,0

1,3

1,6

1,9

2,2

2,5

2,8

92/93 93/94 94/95 96/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02. 02/03

Fonte: SEAB/DERAL

Noroeste3%

Norte17%

Sudoeste19%Centro-Oeste

4%

Oeste9% Sul

48%

41

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Milho Safrinha – Evolução da área plantada no Paraná – 92/93 a 01/03(em milhões de ha)

Verifica-se uma crescente preferência dos produtores das Regiões Norte, Oeste eCentro Oeste do estado, pelo cultivo da safrinha em detrimento da safra normal. Naquelasregiões, considerando as duas safras, cultiva-se 1,5 milhão de ha de milho, sendo que 73%da área é plantada na safrinha. Destacam-se as Regiões de Toledo, com produção de 1,5milhão de toneladas, Campo Mourão com 1,06 milhão de toneladas e Cascavel com 950.000toneladas.

Milho Safrinha – Paraná - Participação das regiões na produção – 2002/2003Sudoeste

6%

Oeste42%

Centro-Oeste17%

Sul3%

Noroeste5%

Norte27%

Fonte: SEAB/DERAL

Analisando os últimos 10 anos, com exceção das safras que apresentaram quebra naprodução, nota-se um crescimento de 57 % na produtividade média, na primeira safra e de63% na safrinha.

Milho Safra Normal – Principais Estados Produtores - Produtividade Média – 2002/2003(em Kg/ha)

-1.0002.0003.0004.0005.0006.000

Brasil Paraná M. Gerais R.G.doSul

São Paulo SantaCatarinaFonte: SEAB/DERAL

________________________________________________________________________________

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

92/93 93/94 94/95 96/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02. 02/03fonte: SEAB/DERAL

42

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Milho Safrinha – Principais Estados Produtores - Produtividade Média – 2002/2003(em Kg/ha)

-

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

Brasil Paraná M.Grosso Goiás M.G. doSul

SãoPauloFonte: SEAB/DERAL

Na safrinha 2002/2003 destacaram-se as produtividades das Regiões de CampoMourão 4.500kg/ha, Cascavel 4.970 kg/ha e Toledo 5.200 kg/ha.

As características da comercialização do milho, historicamente com baixa liquideze mercado de consumo restrito às cadeias pecuaristas, geraram incertezas a respeito daviabilidade econômica da cultura. Os preços no mercado interno, até a safra 2000/2001,relacionavam-se diretamente com a quantidade demandada pelo setor pecuarista, maisprecisamente pela avicultura e a suinocultura.

Nesse meio tempo não houve uma política nacional que garantisse o abastecimentodo cereal, tampouco um acordo entre o setor produtivo e o setor pecuarista acerca de umpreço justo para ambas as partes.

Antes da desvalorização cambial, em caso de redução na produção, o milho argentinopoderia ser facilmente internalizado.

Face aos riscos inerentes à atividade e à perda acumulada no período, devido à baixaremuneração do produto, além da indefinição do segmento demandador de milho, quanto aum preço base que estimulasse o plantio, tornou-se difícil para o produtor apostar nacultura, daí as seguidas reduções de área na safra normal no Paraná e a opção pela soja.

Cada vez mais o abastecimento de milho está atrelado à produção da segunda safra,que é uma safra de risco, provocando instabilidade na oferta.

Atualmente, a política para a importação de milho tornou-se restrita devido àcotação do dólar e a possibilidade de aquisição de milho transgênico, não liberado no Brasil,aliado a isso, com a inserção do Brasil no mercado internacional como exportador de milho,formou-se uma nova conjuntura e o produto nacional passou a ser mais valorizado com acotação do dólar influenciando nos preços no mercado interno.

Engenheira Agrônoma Vera da Rocha [email protected]

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SOJA

A soja é uma cultura milenar, mas ganhou destaque econômico apenas na segundametade do século XX e, no início da década de 1970, quando ocorreu a maior alta nos preçosinternacionais, o seu plantio disparou no Paraná.

O Paraná é o 2º produtor nacional, participando com cerca de 21% no totalproduzido e os rendimentos médios obtidos, ao redor de 3.000 kg/ha, estão entre asmaiores mundiais. Atualmente, a soja em grão participa com cerca de 22,4 % no Valor Totalda Produção Agropecuária do Paraná e o complexo: grão, farelo e óleo, com 34 %,aproximadamente, do valor total arrecadado nas exportações.

Segundo dados do último Censo Agropecuário do IBGE, em 1996, 69.738 produtoresestavam envolvidos com a cultura no Paraná e o tamanho médio da propriedade era de 32,4ha. Atualmente, devido à expansão da área, o estado possui ao redor de 100.000produtores.

Soja – Paraná - Evolução da Produção – 98/99 – 02/03(em milhões de t)

Anteriormente a 1996, ano em que a cobrança de ICMS foi desonerada dasexportações pela Lei Kandir, a área estadual variava em torno de 2,1 milhões de ha.Atualmente ela supera os 3,5 milhões de ha, graças aos ganhos de preço interno provocadospelo aumento do dólar e também por causa do recuo da área de milho da safra normal quevem sendo substituído pelo cultivo de milho na safrinha, após a colheita da soja.

Soja – Paraná - Participação das Regiões na Produção - 02/03

Norte26%

Oeste24%

Centro Oeste16%

Sudoeste11%

Sul19%

Noroeste4%

Fonte: SEAB/DERAL

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6,0

7,08,0

9,0

10,011,0

12,0

98/99 99/00 00/01 01/02 02/03

Fonte: SEAB/DERAL

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Foi com a sojicultura que as lavouras mecanizadas tiveram significativa expansão,trazendo considerável mudança tecnológica, principalmente através do Programa de Manejoe Conservação de Solos, fomentado pelo governo estadual que estimulou a ação integradaem micro bacias hidrográficas.

O avanço da conservação dos solos; o plantio direto, que abrange acima de 80,0% daárea cultivada com soja; a correção dos solos; o manejo de pragas e o uso de variedadesconstantemente melhoradas pelos órgãos de pesquisa, resultaram em significativo ganho norendimento médio das lavouras. A mesma passou de médias próximas a 2.100 kg/ha, no inícioda década de 1990, para cerca de 3.000 kg/ha, nos últimos anos.

Os rendimentos conseguidos nos campos do Paraná estão entre os maiores do país e,se comparados às médias internacionais, perdem apenas para os obtidos pela UniãoEuropéia, cuja área equivale a menos de 10,0% da paranaense.

Soja – Brasil e Paraná - Evolução da produtividade média - 1975 - 2003(em kg/ha)

De modo geral, a agricultura do estado é praticada em solos bons, sendo que agrande maioria, cerca de 90,0%, é do grupo dos Latossolos ou Terra Roxa Estruturada,possuindo alta fertilidade natural.

Soja – Paraná - Distribuição Geográfica da Produção

Fonte: SEAB/DERAL concentração da produção

Devido às condições edafoclimáticas e ao modelo tecnológico, pouco variáveis aolongo do estado, adicionadas ao uso eficiente dos fatores de produção habitual entre osprodutores, os bons rendimentos têm sido constantes, porém, a maior concentração dasplantações está nas regiões: Norte e Oeste.

O município de Cascavel, no oeste, tem se mantido na primeira posição, tanto emárea colhida, como em produção obtida, ficando ocasionalmente atrás de Assis

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1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

75 78 81 94 87 90 93 96 99 02Fonte: SEAB/DERAL

Brasil

Paraná

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Chateaubriand ou de Toledo, os quais, normalmente, têm se alternado na segunda e naterceira posição.

Soja – Paraná – Principais Municípios Produtores – 01/02

Ranking em Área em Produção em RendimentoMunicípio hectares Município toneladas Município kg/ha

1º Cascavel 74.000 A. Chateaubriand 217.558 Missal 3.7002º A. Chateaubriand 70.180 Cascavel 214.600 Serranópolis do Iguaçú 3.7003º Toledo 66.000 Toledo 213.180 Quatro Pontes 3.6004º Castro 60.000 Castro 189.000 Palotina 3.5005º Tibagi 56.000 Tibagi 173.600 Santa Helena 3.500

Fonte: SEAB/DERAL

A capacidade instalada das indústrias paranaenses para moagem de soja é deaproximadamente 8,6 milhões de toneladas ao ano, 26% do total nacional, sendo que amoagem efetiva gira em torno de 8,0 milhões de toneladas anuais. Sendo o estado umimportante exportador de soja em grão, faz-se necessário às indústrias comprar de outrosestados, para complementar suas demandas.

Da produção total, cerca de 48,0% é esmagada no estado, 48,0% é exportado e4,0% reservado para semente.

A soja tem sido uma cultura marcante no cenário estadual, desenvolvendo aagricultura e gerando renda em toda a cadeia. Pela sua vasta e crescente gama deutilizações, deverá manter importância econômica durante este século.

Engenheiro Agrônomo Otmar Hubner [email protected]

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TRIGO

O Paraná é o principal produtor de trigo do país e participa com mais de 50% dototal nacional.

Há milênios que o trigo se destaca mundialmente, graças à sua importância alimentare, nos campos paranaenses, devido à época de seu cultivo, durante o período de inverno,aparece como a principal opção a contribuir para a viabilização econômica das propriedades.

Trigo – Paraná - Distribuição Geográfica da Produção

Fonte: SEAB/DERAL concentração da produção

O auge da triticultura estadual ocorreu em meados da década de 1980, quando,entre 1986 e 1989, colhia-se uma área média de 1,8 milhão de hectares, atingindo 3,25milhões de toneladas em 1987 e 1998. Depois houve significativa redução, tanto que, em2000, colheu-se 502.237 hectares. Atualmente, a área cultivada mostra tendência derecuperação e, principalmente, está ocorrendo aumento do rendimento médio.

Trigo – Paraná - Evolução da Produção – 98/99 a 02/03(em milhões de t)

-0,51,01,52,02,53,0

98/99 99/00 00/01 01/02 02/03

Fonte: SEAB/DERAL

Conforme o CENSO Agropecuário do IBGE (1995 – 1996), havia 18.814 produtoresna atividade no Paraná, numa área média de 25,5 hectares. Atualmente, devido à expansãoda área, cerca de 45.000 produtores devem estar na triticultura. O consumo paranaenseestá próximo de 900.000 toneladas por ano e o excedente é exportado para outrosestados.

O Norte do Paraná tem se destacado como a principal região produtora, com cercade 43 % da área total, na safra 2002/2003.

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Trigo – Paraná - Participação das Regiões na Produção - 02/03

Norte43%

Oeste19%

Centro Oeste11%

Sul18%

Sudoeste8%

Noroeste1%

Fonte: SEAB/DERAL

A fertilidade dos solos paranaenses, o padrão tecnológico dos produtores e osavanços disponibilizados pelos órgãos de pesquisa, oficiais e privados, além do vasto eexcelente quadro técnico, têm contribuído para que, dentro da série histórica, aprodutividade média estadual tenha sido superior à nacional.

Trigo – Brasil e Paraná - Evolução da produtividade média – 1975 a 2003(em Kg/ha)

500

800

1.100

1.400

1.700

2.000

2.300

75 78 81 84 87 90 93 96 99 02Fonte: SEAB/DERAL

Brasil

Paraná

Durante a última década, o Brasil tornou-se um dos principais importadores detrigo. Em 2003 produzirá aproximadamente 50,0% do consumo total. O Paraná, cujaprodução representa cerca de 52,0% do total nacional, exporta o seu excedente paraoutros estados da união.

A capacidade industrial aparente instalada para moagem de trigo no Paraná é deaproximadamente 1,9 milhão de toneladas anuais, distribuída em 53 moinhos, de médio egrande porte. A maior concentração da moagem, cerca de 55%, está no sul do estado, entrePonta Grossa e Curitiba.

Assis Chateaubriand, no oeste, tem sido, historicamente, o principal produtor detrigo do estado, graças à extensão de área. Os maiores rendimentos são conseguidos emregiões diversas, dependentes das condições climáticas e concentrando-se no sul, devido aouso mais intensivo do pacote tecnológico.

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Trigo – Paraná - Principais Municípios Produtores – 01/02

Ranking em Área em Produção em ProdutividadeMunicípio hectares Município toneladas Município kg/ha

1º A. Chateaubriand 28.000 A. Chateaubriand 58.800 Florestopolis 2.7002º Toledo 28.000 Toledo 38.640 Pinhão 2.6503º Tibagi 25.600 Londrina 36.288 Reserva 2.3504º Mamborê 25.000 Tibagi 35.840 Alvorada do Sul 2.3405º Londrina 22.400 Mamborê 33.750 Candoi 2.282

Fonte: SEAB/DERAL

O trigo é uma das principais culturas do estado e, apesar das constantesdificuldades mercadológicas e climáticas, tende a se manter na condição de principal cultivode inverno, graças à sua importância social e econômica.

Engenheiro Agrônomo Otmar [email protected]

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APICULTURA

Segundo o IBGE, a produção brasileira de mel, atingiu o volume de 22.219 toneladasem 2001, sendo que a Região Sul produziu 12.745 toneladas.

O Paraná dispõe de variada e diversificada vegetação, natural e cultivada, deexcelente qualidade floral e melífera, propícia para o desenvolvimento da apicultura comofonte principal ou complementar de renda familiar do produtor rural.

Segundo o Censo Agropecuário de 1995/96, no território paranaense existiam23.809 apicultores, distribuídos entre profissionais e amadores, com mais de 273.424colméias instaladas e cada colméia produzia cerca de 10 kg de mel por ano.

Por esta mesma fonte de dados estatísticos, em 1996, cerca de 19,4 % dosapicultores desenvolviam apenas a pecuária e a apicultura e cerca de 78,7 %, além daapicultura, cultivavam algum tipo de lavoura, seja temporária, permanente ou horticultura.

O Paraná, com uma produção de 2.925 t, coloca-se em terceiro lugar no rankingnacional, antecedido por Santa Catarina (3.775 t em 2º lugar) e o Rio Grande do Sul (6.045t em 1º lugar).

Segundo o MDIC/SECEX, em 2002 o Brasil exportou 12.640,4 t de mel de abelha,5 vezes a mais do que o volume exportado em 2001, que foi de 2.488,6 toneladas.

O Estado do Paraná, em 2002, exportou 848,6 t de mel de abelha, 6,9 vezes a maisque o volume de 2001, quando foram exportadas 122,8 toneladas.

Apicultura - Brasil, Paraná e Região Sul – Produção de Mel e participação percentual – 2001

Produção(Kg)

PR/BR (%)

PR/Reg. Sul(%)

Reg. Sul/BR(%)

Brasil 22.219.675 - - -

Região Sul 12.745.601 - - 57,4

Paraná 2.925.432 13,2 23,0 -

Fonte: IBGE/PPM – Pesquisa Pecuária Municipal

Mel - Paraná - Produção, segundo Mesorregiões Geográficas e participação percentual 2001

Mesorregiões 2001 (%)Total Paraná 2.925.432 100,0 Noroeste 131.456 4,5 Centro Ocidental 26.423 1,0 Norte Central 94.513 3,2 Norte Pioneiro 106.491 3,6 Centro Oriental 406.928 13,9 Oeste 477.928 16,3 Sudoeste 344.832 11,8 Centro Sul 231.724 7,9 Sudeste 602.958 20,6 Metropolitana de Curitiba 502.889 17,2

Fonte: IBGE - PPM

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Mel Natural - Brasil e Paraná - Exportações - 2000 a 2002

AnoParaná Brasil

US$-FOB Kg US$/KG Us$-FOB Kg US$/Kg

2000 244 51 4,78 331.060 268.904 1,23

2001 146.525 122.896 1,19 2.809.353 2.488.671 1,13

2002 1.682.297 848.659 1,98 23.141.221 12.640.487 1,83

Fonte: MDIC/SECEX (Sistema Aliceweb)

Mel Natural - Brasil e Paraná - Exportação por Estado de origem – 2002

Estado US$ - FOB Kg (%)

São Paulo 9.552.760 5.047.745 39,9Santa Catarina 4.634.315 2.717.836 21,5Minas Gerais 1.568.411 902.173 7,1Paraná 1.682.297 848.896 6,7Ceará 3.461.945 1.965.622 15,6Rio de Janeiro 548 119 0,001Consumo de bordo 1.286 521 0,004Outros 2.239.659 1.157.575 9,2Total – Brasil 23.141.221 12.640.487 100

Fone: IBGE – PPM

Segundo o IBGE (Censo Agropecuário de 1996), cerca de 88,6% dos apicultoresforam classificados como proprietários da terra agrícola e 19.624 apicultores, 82,4 %,possuiam estabelecimentos agropecuários com até 50 hectares.

A FEPA – Federação Paranaense de Apicultores - que congrega dezenas deassociações municipais e regionais, estima que a produtividade média das colméias instaladasno Paraná seja de 15 kg de mel por ano.

Estima-se que atualmente existam no Estado do Paraná cerca de 30.000 criadoresde abelhas. Considerando-se este número a produtividade média acima, e que cada criadorpossua 12 colméias (IBGE 1996: 11,5 colméias por apicultor), chega-se a uma produção anualde mel de aproximadamente 5.400 toneladas.

A apicultura paranaense é desenvolvida em todo o Estado com a utilização da abelhaafricanizada, mais dócil, de grande rusticidade e boa produtividade.

Em 2002, a produção de mel foi de 3.826 toneladas. Os Núcleos Regionais da SEABque se destacam na produção de mel são: Ponta Grossa (21,0 %); Curitiba e RegiãoMetropolitana (10,4 %); Guarapuava (10,3 %); Irati (8,1 %); Francisco Beltrão (7,9 %); Uniãoda Vitória (7,7 %) e Cascavel (6,2%).

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Em 2002 o Valor Bruto da Produção da Apicultura (mel e derivados) atingiu o valorde R$ 16.455.995,83, representando cerca de 0,09 % do VBP da Agropecuária Paranaensee 0,25 % do VBP do Grupo Pecuária (que compõe os grupos aves, bovinos, suínos, pecuáriacomercial, adubo orgânico, pescados e outros animais), cujo montante foi de R$6.657.438.728,75.

Médico Veterinário Roberto Carlos P. Andrade [email protected]

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AVICULTURA

AVICULTURA DE CORTE

A avicultura nacional destaca-se na segunda posição da produção mundial de carnede frango, com cerca de 7,5 milhões de toneladas no ano 2002. A primeira colocação nesteranking é ocupado pelos Estados Unidos da América (EUA), com uma produção deaproximadamente 14 milhões de toneladas de carne de frango. A produção mundial de carnede frango em 2002 obteve um aumento aproximado de 3 %, passando de 60,269 milhõesde toneladas em 2001, para os atuais 61,992 milhões de toneladas.

Os demais países com destaque no âmbito mundial, são: União Européia (6,75milhões de t), China (5,4 milhões de t), México (2,2 milhões de t), Índia (1,4 milhão de t),Tailândia (1,3 milhão de t) e Japão (1,1 milhão de t).

De 1970 para cá, o país atingiu altos níveis de produção impulsionado pela melhoriagenética, introdução de tecnologias modernas, uso de instalações apropriadas, alimentaçãoracional e balanceada, integração do produtor com a indústria, elevação da produtividade(índices zootécnicos) e a conseqüente queda do preço final do produto.

Em 2002, o Brasil exportou perto de 1,6 milhões de toneladas de carne de frangopara vários países, a saber: Japão, Kuwait, Hong Kong, Alemanha, Arábia Saudita, Espanha,Emirados Árabes Unidos, Países Baixos (Holanda), Reino Unido, Rússia, Iêmen, África doSul, Argentina e outros. Em 2002, os dois maiores exportadores mundiais de carne defrango, EUA e Brasil, responderam por 71 % do comércio mundial.

No Estado do Paraná, a indústria avícola encontra-se em expansão. Segundo dadosda ABEF – Associação Brasileira dos Exportadores de Frangos - em 2002, os abatedourosparanaenses com serviço de inspeção federal abateram 751,7 milhões de cabeças defrangos, volume que representou uma evolução de 11,9 % em relação a 2001, mantendo oParaná na primeira posição entre os estados produtores de frangos de corte, com umaparticipação de 20,8 % no total nacional.

Frango de Corte – Abates com Serviço de Inspeção Federal (SIF), segundo os principaisEstados produtores - 2002.

Estados Aves (nº de cabeças) Participação (%)

Paraná 751.769.383 20,8Santa Catarina 687.605.317 19,0Rio Grande do Sul 581.876.367 16,1São Paulo 476.239.157 13,1Mato Grosso do Sul 111.866.064 3,1Goiás 109.422.990 3,0Sub-total 2.947.915.550 81,5Outros com SIF 183.078.967 5,1Total com SIF 3.130.993.967 86,5Sem SIF 486.965.446 13,5Total Geral 3.617.959.413 100,0Fonte: ABEF

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A avicultura de corte paranaense apresentou crescimento de 312 % na produção decarne de frango nos últimos 11 anos, saltando de 334.004 toneladas em 1990 para1.375.738 em 2002.

No Paraná, em 2002, atuaram 27 empresas com Serviço de Inspeção Federalclassificadas entre pequenas, médias e grandes, que apostam e investem no vasto potencialdo Estado enquanto líder da produção agropecuária, organização da produção, acessofacilitado a mercados potenciais, grãos (soja e milho) e tecnologias modernas.

Dentre estas empresas, as cooperativas e as agroindústrias privadas desenvolvem acadeia produtiva avícola no sistema de integração, no qual os produtores (avicultores) criamos frangos de corte recebendo os pintainhos, insumos, a assistência técnica e a garantia decomercialização dos produtos (aves).

No contexto da comercialização, o frango de corte paranaense segue o seguintedestino: 27 % consumo interno, 49 % comércio interestadual e 24 % exportação.

Em 2002, as exportações de carne de frango das empresas situadas no Paranátotalizaram US$ 331,3 milhões, valor que corresponde a um incremento de 3,1 % em relaçãoa 2001, quando chegaram a 321,2 milhões. .

Frango - Brasil e Paraná - Exportações de carne - 2001/02

2002 2001Carne de frango

(kg) PR/BR (%) US$ FOBCarne de

frango (kg) PR/BR (%) US$ FOB

Brasil 1.599.857.009 - 1.334.991.271 1.249.168.129 - 1.291.525.520 Paraná 385.792.910 24,1 331.296.964 321.228.964 26,8 321.238.635

Fonte: MDIC – SECEX

Frango – Principais Estados Exportadores de Carne - 2002.

Estados Toneladas (*) Participação (%)

Paraná 387.431 24,2Santa Catarina 578.944 36,2Rio Grande do Sul 440.035 27,5Minas Gerais 59.750 3,7São Paulo 37.799 2,4Mato Grosso do Sul 38.750 2,4Goiás 35.329 2,2Outros c/ SIF 22.331 1,4Total Brasil 1.599.923 100,0Fonte: ABEF/MDIC-SECEX (*) Não foram computadas as exportações de produtos industrializados

A produção de carne de frango distribui-se por todo o Estado, concentrando-se nasseguintes regiões com 82,5 % do abate total anual: Francisco Beltrão (27,6 %), Toledo(22,3%), Cascavel (16,2 %), Curitiba (8,4%) Londrina (8,0 %).

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Frango - Paraná – Produção regional e participação percentual - 2002.

Regiões Nº de cabeças Participação (%)

1 – Francisco Beltrão 207.741.745 27,6

2 – Toledo 167.901.236 22,3

3 – Cascavel 121.611.295 16,2

4 – Curitiba 63.452.077 8,4

5 – Londrina 59.766.888 8,0

6 – Ponta Grossa 38.565.031 5,1

7 – Jacarezinho 35.074.941 4,7

8 – Maringá 28.575.800 3,8

9 – Paranavaí 13.900.133 1,8

10– Umuarama 11.407.581 1,5

11 – Pato Branco 4.681.693 0,6 Total 752.628.420 100,0

Fonte: Sindicarne – 2002

Na ramificação da cadeia produtiva avícola de corte, estão distribuídosaproximadamente 70.000 empregos diretos e outros 60.000 indiretos. Cerca de 7.000avicultores encontram-se vinculados ao sistema de integração com os abatedouros ouindústrias avícolas.

No cômputo do Valor Bruto de Produção da Agropecuária (VBP) de 2002, calculadopela SEAB/DERAL, a avicultura de corte integrante, do Grupo Pecuária (com valor de R$6.657.438.728,75), participou com 32,2 %, superando o Grupo Bovinos.

Comparado com o Valor Bruto da Produção Agropecuária Paranaense (VBP), cujomontante em 2002 foi de R$ 19.047.193.509,27, a participação da avicultura de corte foide 11,2 %.

Numa comparação com o período anterior (2001 - R$ 1.622.123.138,61), o ValorBruto de Produção da Avicultura de Corte, obteve um incremento aproximado de 32 %, apreços correntes, o que demonstra a importância, força e a pujança deste setor daeconomia agrícola paranaense, que gera empregos diretos e indiretos por toda a cadeiaprodutiva; bem como divisas externas para o país com as exportações de carnes e produtosavícolas.

Dentre as 27 empresas que atuaram em 2002 no Paraná na cadeia de produção defrangos de corte, 11 tiveram participação de 76,9 % do abate total anual, destacando-se:SADIA (SC, MT e PR - Dois Vizinhos e Francisco Beltrão) - (26,5 %), Granja Resende (MGe PR - Francisco Beltrão) - (10,8 %), Da Granja (MG e PR - Lapa) - (6,8 %), Chapecó (SC, RSe PR – Cascavel) – (6,0 %), COPACOL (PR – Cafelândia) – (5,7 %), Perdigão (SC, RS, GO e PR– Carambeí) – (5,1%), Coop. Vale do Piquiri (PR – Cianorte) – (4,8 %), COOPAVEL (PR-Cascavel) – (4,4 %), AVENORTE (PR – Palotina) – (4,8 %), Agrícola Jandelle (PR – Rolândia) –(3,7 %), SEARA (SC, RS, SP e PR – Jacarezinho) – (3,1 %)

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AVICULTURA DE POSTURA

Segundo a UBA – União Brasileira de Avicultura, em 1994, no Paraná existiam 377granjas, o que colocava o Estado como o segundo produtor de ovos do Brasil, com 8 milhõesde aves poedeiras comerciais.

Em 2003, segundo essa entidade, o Paraná coloca-se na condição de 6º produtorcom, 4 milhões de aves e apenas 120 granjas de postura. Estima-se que em 2002 cerca de80 granjas paranaenses foram obrigadas a encerrar as atividades.

O ano de 2002 foi de crise para a avicultura de postura brasileira. Este setor daeconomia agropecuária conviveu com velhos e novos problemas, a saber: cenário econômicorecessivo, variação cambial acentuada, aumento do custo dos insumos utilizados naalimentação das aves (especialmente o milho), elevação dos custos de produção de ovos ealojamento excessivo, aumento demasiado do plantel e da produção, dentre outros.

A combinação do alto custo de produção, o baixo consumo e o desequilíbrio entre aoferta e a demanda, resultaram no colapso do segmento da produção de ovos comerciais emtodo o Brasil, com duros reflexos no Paraná.

No Paraná, as regiões que se destacam na produção de ovos de galinha para oconsumo são: Toledo (22,3%), Jacarezinho (15,0%), Maringá (11,7%), Apucarana (9,7%),Paranavaí (9,7%), Cascavel (7,5%) e Curitiba (5,0%).

Segundo o levantamento efetuado pela SEAB/DERAL, visando a composição do ValorBruto da Produção Agropecuária, em 2002 foram produzidos no estado 215.133 milhões dedúzias de ovos de galinhas, 5,2% a menos que no ano de 2001.

Ovos de galinhas - Paraná - Produção Regional para consumo - 2002

Núcleos Regionais da SEAB Produção (dúzias) Participação (%)Apucarana 20.784.200 9,7 Campo Mourão 1.812.070 0,8 Cascavel 16.206.385 7,5 Cornélio Procópio 2.132.070 1,0 Curitiba 10.701.500 5,0 Francisco Beltrão 15.120.168 7,0 Guarapuava 1.685.900 0,7 Irati 1.445.500 0,7 Ivaiporã 1.070.300 0,5 Jacarezinho 31.895.500 15,0 Laranjeiras do Sul 899.540 0,4 Londrina 6.568.950 3,1 Maringá 25.192.166 11,7 Paranaguá 199.000 0,1 Paranavaí 20.777.553 9,7 Pato Branco 5.746.245 2,7 Ponta Grossa 325.000 0,1 Toledo 47.955.909 22,3 Umuarama 3.208.268 1,5 União da Vitória 1.076.000 0,5 TOTAL 215.133.767 100,0 Fonte: SEAB/DERAL/DEB – FPM

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Na Região de Jacarezinho, município de Guapirama, estão instaladas as Granjas doGrupo Mizumoto, que em 2002 situou-se em 17º lugar no ranking nacional dos 50 maioresprodutores de ovos de consumo, com um plantel de 650.000 aves poedeiras.

A Granja Mizumoto é a única empresa sediada no Paraná que industrializa ovos,produzindo o ovo em pó, tendo capacidade instalada de processamento de até 120 toneladasde ovos por mês, hoje processando de 30 a 40 toneladas.

A principal via de utilização de produtos de ovos tem sido a indústria de alimentos(maioneses, temperos para saladas, biscoitos, pães, massas, chocolates, sorvetes, alimentosinfantis e produtos cárneos). Uma pequena parcela de produtos derivados de ovos éutilizada para itens não alimentícios (indústria farmacêutica, de biotecnologia, de couro, decosméticos, entre outros.

No Brasil, estima-se que o percentual de ovos processados seja de 5 a 10 %, sendoque em outros países este índice é bem maior (Japão 45 %; EUA 30 % e Europa 13 %).

Ovos de Galinha - Brasil e Paraná - Evolução da produção para consumo - 1997 - 2002

AnoOvos de Galinhas

(caixa de 30 dúzias)Brasil Paraná

Participação (%)

1997 34.989.734 3.463.719 9,91998 37.876.099 3.432.188 9,11999 41.021.000 3.717.217 9,12000 41.100.000 3.724.777 9,12001 42.433.000 3.845.209 9,12002 45.801.000 4.150.613 9,1

Fonte: UBA (União Brasileira de Avicultura) – APA - FNP (ANUALPEC 2003)

No ranking da produção nacional de ovos, o Estado do Paraná desponta em 3º lugar,antecedido por São Paulo em 1º lugar com 42,3% e Minas Gerais em 2º lugar com 10,0%.

Ovos de Galinha – Produção segundo os principais Estados - 2002

EstadosOvos (caixa de 30 dúzias)

Brancos Vermelhos TotalParticipação

(%)

São Paulo 15.698.709 3.697.613 19.396.322 42,3 Minas Gerais 3.284.293 878.602 4.162.895 9,1 Paraná 2.870.327 1.280.286 4.150.613 9,1 RS 1.351.822 1.807.123 3.158.945 6,9 Goiás 1.583.789 389.406 1.973.195 4,3 Ceará 1.399.210 319.228 1.718.438 3,8Brasil 33.957.286 11.843.714 45.801.000 100,0

Fonte: UBA (União Brasileira de Avicultura), APA (Associação Paulista de Avicultura), FNP Consultoria (ANUALPEC-2003)

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Matrizes e Poedeiras – Brasil - Alojamentos Comerciais - 2001 e 2002

Tipo 2002 2001 Variação (%)Alojamento de matrizes (aves)

1. Ovos brancos 628.875 611.388 -2. Ovos vermelhos 238.682 292.031 -Total (1+2) 867.557 903.419 -3,9

Alojamento de comerciais (aves)3. Ovos brancos 41.202.684 48.218.278 -4. Ovos vermelhos 13.762.843 17.384.746 -Total (3+4) 54.965.527 65.603.024 -16,2

Produção de ovos (unidades) 22.737.135.600 15.275.880.000 48,8

Fonte: UBA/ABEF

Ovos “in natura” e Industrializados – Brasil - Exportação - 2001 a 2002

ProdutoKg US$ - FOB

2001 2002 2001 2002Ovo “in natura” e industrializado 9.088.519 6.043.679 17.814.610 11.811.184 Fonte: MDIC/SECEX – UBA

Matrizes e Poedeiras Comerciais – Brasil – Alojamento - 2002

Região/EstadoMatrizes

Ovosvermelhos

Ovos Brancos

TotalParticipação

(%)

. SUDESTE 226.282 628.875 855.157 98,5São Paulo 169.020 412.068 581.088 -Minas Gerais 57.262 216.807 274.069 -

. SUL 7.200 - 7.200 1,0Rio Grande Sul 7.200 - 7.200 -

. CENTRO OESTE 1.000 - 1.000 0,1

. NORTE 4.200 - 4.200 0,4TOTAL 238.682 628.875 867.557 100,0

Fonte: UBA/JAF

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Poedeiras (pintos) Comerciais – Brasil - Alojamento - 2002.

Região/EstadoPoedeiras comerciais

Ovos Vermelhos Ovos Brancos TotalParticipação

(%)SUDESTE

São Paulo 4.205.625 17.026.902 21.232.527 38,6Minas Gerais 1.492.518 5.544.058 7.036.576 12,8Espírito Santo 492.024 1.730.688 2.222.712 4,0

. Subtotal 6.683.754 24.443.138 31.126.892 56,6SUL

Rio Grande do Sul 1.403.775 1.992.364 3.396.139 6,2Paraná 904.586 3.045.881 3.950.467 7,2Santa Catarina 1.130.070 161.105 1.291.175 2,3

. Subtotal 3.438.431 5.199.350 8.637.781 15,7CENTRO OESTE

Goiás 441.906 2.467.278 2.909.184 5,3. Subtotal 1.404.739. 4.069.683 5.474.422 10,0NORDESTE

Pernambuco 426.974 2.047.497 2.474.471 4,5. Subtotal 1.511.191 6.158.994 7.670.185 13,9NORTE. Subtotal 724.728 1.331.519 2.056.247 3,7TOTAL 13.762.843 41.202.684 54.965.527 100,0

Fonte: UBA/JAF

A avicultura de postura paranaense têm significativa importância para a economiaagropecuária estadual, contribuindo para a geração de empregos diretos e indiretos emtoda a cadeia produtiva (granjas, fábricas de rações, matrizeiros, atacadistas, varejistas,industrias de processamento de alimentos, etc); bem como fornece um alimento de altovalor nutritivo a preços acessíveis aos consumidores, quando comparado com outrasfontes de proteína de origem animal (carnes e produtos cárneos).

No contexto da economia agropecuária, em 2002, a avicultura de postura teve ValorBruto de Produção de R$ 150.310.136,90, 12,3 % acima do montante obtido em 2001 (R$133.823.741,00.

No grupo das aves, que contempla a produção de frangos, galinhas (ovos), perus,avestruzes, codornas, marrecos e pintos, o VBP de 2002 foi de R$ 2,14 bilhão, sendo que aavicultura de postura contribuiu com 7,0 % e, sobre o Grupo Pecuária, cujo valor total foide R$ 6,6 bilhões, a participação da avicultura de postura foi de 2,3 %.

CRIAÇÃO DE PERUS

A UBA – União Brasileira de Avicultura - estima uma produção brasileira de carnede peru de 219.000 toneladas e uma exportação de 89.000 toneladas em 2002.

Segundo a UBA, em 2002 foram abatidos 8.761.236 perus, no Paraná, cerca de33% do total abatido no Brasil que foi 26.587.301 cabeças. O abate de perus encontra-sedistribuído nas empresas sediadas em Francisco Beltrão (Sadia) e Carambeí (Perdigão).

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Peru – Brasil – Abates - 2001 e 2002 (em cabeças)

Empresa 2001 2002 %Sadia – Chapecó 15.231.933 12.347.911 -18,9Sadia – F.Beltrão 2.625.856 3.715.076 41,5Sadia – Uberlândia 3.268.799 3.225.737 -1,3Perdigão – Carambeí 2.954.106 5.046.160 70,8Doux-Frangosul - Caxias 2.017.012 2.252.417 11,7Total 26.124.706 26.587.301 1,8

Fonte: UBA/ABEF

Em 2002, o Brasil exportou 81.973 toneladas de carne de perus in natura , comcrescimento de 25,8 % sobre o volume de 2001 que foi de 65.176 toneladas. O Paranáexportou 16.264 toneladas ou 19,8% das exportações do Brasil.

Quando se acrescentam às exportações brasileiras os produtos industrializados deperus, o volume exportado aumenta para 89.155 toneladas, em 2002, contra 67.953toneladas obtidas em 2001, o que dá um incremento de 31,2 %.

Carne in natura de perus - Brasil e Paraná - Exportações - 2001/02

US$ - FOB Kg líquido

2002 2001Variação

(%) 2002 2001Variação

(%)

Paraná 21.387.201 20.072.967 6,5 16.263.960 10.769.075 51Brasil 97.971.888 100.907.414 -2,9 81.973.459 65.175.690 25,8Fonte: MDIC-SECEX (Sistema Aliceweb)

Carne de Peru – Brasil - Produção, exportação total e consumo interno - 1999 - 2002

AnoTotal Mercado Interno Exportação

Kg Kg Kg US$

1999 118.453.129 95.525 22.928.162 42.780.799

2000 149.965.947 107.477.237 42.488.710 73.604.249

2001 189.083.883 121.130.731 67.953.152 103.764.379

2002 219.645.806 130.490.652 89.155.154 104.009.117

Fonte: UBA/ABEF

Para a União Brasileira de Avicultura, o segmento de carnes e produtosindustrializados de peru do Brasil vem consolidando sua participação como terceiro maiorprodutor e exportador mundial, atrás apenas dos Estados Unidos da América e da UniãoEconômica Européia, que compõe-se de 15 países, dentre os quais destacam-se a Polônia e aHungria, respectivamente, terceiro e quinto maiores produtores mundiais.

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O desenvolvimento da criação brasileira de perus é decorrência do incrementogenético dos plantéis, do ótimo desempenho do criatório e do excelente padrão dequalidade e sanidade deste segmento da avicultura de corte, o que resultou em 2002 numabate de 26,6 milhões de aves, com uma produção de 220.000 toneladas de carne de perus,o que representa um incremento de 16,4 % sobre o peso obtido em 2001, cujo abate foi de26,1 milhões de aves e peso total de 189 mil toneladas.

Médico Veterinário Roberto Carlos P. Andrade [email protected]

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BOVINOCULTURA DE CORTE

O Brasil possui o maior rebanho comercial de bovinos do mundo, comaproximadamente 170 milhões de bovinos, sendo que o Paraná ocupa a 7ª posição no“ranking” da pecuária, com um rebanho em torno de 10 milhões de cabeças.

Perfil no Estado do Paraná

O Paraná se destaca por possuir uma pecuária de corte relativamente desenvolvida,no aspecto tecnológico, com rebanhos de alto nível genético, onde existem animais comdestaque em importantes exposições nacionais e internacionais. O Estado também sedestaca pelo grande número de produtores conscientizados em empregar tecnologia epreocupados com a sanidade e a rentabilidade do rebanho.

O Sul do Estado, onde predominam temperaturas frias e amenas, se caracteriza porapresentar em sua maior parte, rebanhos formados por animais de origem européia, maisadaptados àquela região, destacando-se as raças: Simental, Pardo-Suiço, Aberdeen e RedAngus, Limousin, Charolês, Canchin, Gelbvieh e seus cruzamentos. Na região, na entressafra(inverno), quando as constantes geadas e a estiagem reduzem quase a zero as pastagensnativas, os pecuaristas mais profissionalizados utilizam meios alternativos para aalimentação dos animais, como a produção de silagem, feno e, principalmente, o cultivo deespécies forrageiras de clima temperado, destacando-se como espécies mais cultivadas aaveia e o azevém.

No Norte, onde as temperaturas são mais elevadas, predominam rebanhos formadospor raças zebuínas das quais apresenta destaque a raça nelore, tanto pelo número decabeças, quanto em qualidade genética dos animais. Porém, o perfil da pecuária no Nortevem mudando. Os rebanhos comerciais, que há alguns anos eram formados quase quesomente por animais puros nelore, agora estão sendo compostos também por animaismestiços, zebuínos x europeus, através da técnica chamada de Cruzamento Industrial, sejaatravés de Monta Natural ou da Inseminação Artificial, o que vem reforçar ainda mais aidéia de que os pecuaristas paranaenses passaram a preocupar-se com a qualidade dos seusrebanhos e com sua produtividade.

Bovinocultura – Paraná – Rebanho segundo a aptidão e raças

Descrição Total(%)

Nelore (%)

CruzamentoIndustrial

(%)Rebanho de Corte 70 58 12Rebanho Misto 11Rebanho Leiteiro 19Fonte: SEAB/DERAL

Aspectos Sanitários

Segundo o informe semestral de vacinação contra a Febre Aftosa (CampanhaMaio/2003) da SEAB/DEFIS/DDSA, o Estado do Paraná está quase há 100 meses sem oregistro de casos ou focos desta doença, fato que trouxe ao Estado a posição de área livre

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de Febre Aftosa, com pratica de vacinação, junto ao Ministério da Agricultura e aOrganização Internacional de Epizootias (OIE).

Rastreabilidade

O Paraná está investindo em ações para realizar o rastreamento de seus rebanhosbovinos e bubalinos, através do Programa Paranaense de Rastreabilidade Bovina e Bubalina.Este programa, que se inicia, faz com que o Paraná seja pioneiro no cenário nacional, sendo aSecretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná o único órgão público arealizar a rastreabilidade.

A rastreabilidade nada mais é do que a identificação e o acompanhamento individualdos animais, da fazenda ao consumidor final, conhecendo e acompanhando dados sobre:espécie, raça, sexo, filiação, exames, vacinações, alimentação e sistema de criação.

Este processo permitirá identificar a causa do possível problema e corrigi-lo em suaraiz, dando maior segurança aos consumidores e também aos produtores, que terão maiorescondições para aprimorar os seus produtos.

A rastreabilidade passará a ser obrigatória no ano de 2005, sendo que a meta é queaté 2007 todo o rebanho paranaense seja rastreado. Mercado e Exportações

O Brasil está liderando o “ranking” das exportações de carne bovina no mundo. Opaís, entre janeiro e setembro deste ano, embarcou ao exterior 930.000 toneladas doproduto, ultrapassando em 60.000 toneladas a Austrália, segunda colocada em exportaçõesde carne bovina. Até setembro de 2003, as exportações brasileiras cresceram 38% emrelação às 670.000 toneladas entre janeiro a setembro de 2002.

A pecuária de corte paranaense está passando por um período em que estáocorrendo uma grande preocupação por parte dos produtores e do governo para melhoraraspectos produtivos, sanitários e de qualidade da carne bovina. Estas várias iniciativas,certamente virão a contribuir para o crescimento dos índices de produtividade, fazendocom que os números de produção, tenham a probabilidade de superar os que serãoapresentados nas tabelas a seguir.

Carne Bovina – Brasil e Paraná – Exportações – 2001 - 2002

US$ FOB Toneladas deequivalente

carcaça 2002 2001 Variação % 2002 2001 Variação %

Brasil 775.854.914 738.202.110 5,1 429.830 367.819 16,9

Paraná 46.553.061 42.986.234 8,3 23.606 19.756 19,5

Fonte: MDIC/SECEX (Sistema Aliceweb)

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Carne Bovina – Brasil e Paraná – Evolução das exportações de janeiro a abril – 2002 - 2003

US$ FOB Toneladas deequivalente

carcaça2003 2002 Variação % 2003 2002 Variação %

Brasil 326.333.359 240.909.172 35,5 205.124.606 120.378 70,4

Paraná 19.390.638 15.693.503 23,6 10.343.815 7.695 34,4

Fonte: MDIC/SECEX (Sistema Aliceweb)

Aspectos Econômicos de 2003

O ano de 2003 vem sendo de prosperidade para a pecuária de corte. Apesar deproblemas, como a prolongada estiagem que acometeu o Estado nos meses de junho, julho eagosto e a alta de preços de insumos, (sementes de forrageiras, sal mineral, medicamentos,entre outros) os preços da arroba do boi e da vaca continuam subindo na maioria das praças,sendo que, apesar da alta no custo de produção, os pecuaristas estão obtendo boalucratividade com a atividade. O preço da arroba do boi, que em janeiro estava cotado a R$53,49, chega ao mês de novembro com média de R$57,59, após pequenas oscilações dentrodeste período.

Novos Programas Governamentais como o da Rastreabilidade e o Programa deProdução de Carne e Leite do Paraná, deverão fomentar e fortalecer a cadeia produtiva dacarne dando, aos produtores, apoio técnico e novas expectativas de mercado futuro.

Fatores já citados, e que resultaram na redução das áreas de pastagens, como aestiagem, e atualmente o aumento da área de plantio de grãos, principalmente a soja,levaram a um grande abate de matrizes em 2003, fator que pode ocasionar uma pequenaredução do rebanho e a falta de animais para reposição no ano de 2004.

O número de animais abatidos está crescendo ano a ano, denotando o crescimentoda produtividade, apesar da redução das áreas de pastagens, o que indica o maior uso datecnologia pecuária dos nossos produtores, que estão aumentando a lotação de animais emsuas pastagens, através de uma melhor suplementação e com a aplicação de tecnologias,como o pastejo rotacionado.

Médico Veterinário Fabio [email protected]

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BOVINOCULTURA DE LEITE

O Paraná é o 3º maior produtor de leite do país, participando com 11,2% daprodução total nacional, que foi de 21 bilhões de litros em 2002.

Leite – Brasil - Produção de leite nos principias Estados - 2002(em bilhões de litros)

ESTADOS 2002

MINAS GERAIS 6,177GOIÁS 2,483PARANÁ 2,359RIO GRANDE DO SUL 2,329SÃO PAULO 1,748Fonte: SEAB/Deral-PR e IBGE

Em 2001, o total de produção de leite no estado foi de 2,23 bilhões de litros, comuma média mensal de 186,3 milhões de litros, sendo 7,4% superior à de 2000. Em 2002, aprodução também cresceu significativos 5,5%, atingindo 2,35 bilhões de litros, 123 milhõesacima da produção de 2001. Essa taxa de crescimento foi ao crescimento da produçãonacional, com 5,5%.

Nos últimos 5 anos, o Paraná apresentou uma taxa de crescimento médio naprodução de 7,9% ao ano, superior aos principais estados produtores e inferior apenas aGoiás que, neste período, alcançou um crescimento médio de 11,5% ao ano. Para 2003,estima-se uma produção ao redor de 2,59 bilhões de litros, no Paraná.

Leite – Paraná – Evolução da Produção – 1995 - 2002(em bilhões de litros)

1,7501,795

1,932

2,082

2,359

1,650

2,236

1,500

1,700

1,900

2,100

2,300

2,500

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002'

Fonte: SEAB/DERAL .

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Leite – Paraná – Produção, vacas ordenhadas, produtividade e disponibilidade por habitante1995 - 2002

ANOProdução

(milhões delitros)

VacasOrdenhadas(mil cabeças)

Produtividade(lts/vaca/ano)

Disponibilidade(lts/hab/ano)

1.995 1.577 1.286 1.226 1811.996 1.650 1.305 1.264 1881.997 1.750 1.331 1.315 1981.998 1.795 1.355 1.324 2011.999 1.932 1.375 1.405 2052.000 2.082 1.392 1.495 2182.001 2.236 1.410 1.585 2332.002 2.359 1.427 1.653 245

Fonte:IBGE, SEAB/DERAL

O rebanho leiteiro paranaense atual é formado por 2.000.000 de cabeças. O númerode vacas ordenhadas situa-se em 1.427.000 cabeças.

A produtividade média nacional de 1.200 litros/vaca/ano é considerada baixa,quando comparada com os principais países produtores. No Paraná, a produtividade médiatem ficado em 1.653 litros/vacas/ano, 18% acima da média nacional.

Leite – Paraná – Participação Regional da Produção Estadual - 2002

Fonte: SEAB/DERAL

O Oeste é a Região de maior produção de leite do Estado, participando com 27,1%do total produzido e concentra 16,5% do rebanho; a produtividade média situa-se em 2.496litros/vaca/ano.

Os municípios de maior destaque no Estado em produção de leite são: MarechalCândido Rondon, Castro, Carambeí, Toledo e Palmeira.

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Maringá 4,5%

Londrina4,2%

Paranavaí5,5%

Pato Branco5,3%

Umuarama6,0%

Outros18,5%

Ivaiporã4,9%

Ponta Grossa10,9%

Francisco Beltrão 13,1%

Cascavel 13,9%

Toledo13,2%

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FONTE: SEAB – DERAL

Nos municípios de Carambeí, Castro, Palmeira e Arapotí, pertencentes à micro-região de Ponta Grossa, encontra-se os melhores rebanhos leiteiros do país. Aprodutividade média situa-se em 3.500 litros/vaca/ano. Castro é considerado “centro dereferência” em bovinocultura de leite e nesta região é comum encontrar rebanhos comprodutividade superior a 8.000 litros/vaca/ano, comparada à dos maiores países produtoresde leite. Nesta região, a predominância é de rebanhos confinados, onde os animais recebemuma dieta planejada para que alcancem a produção máxima.

Na Região Sul e Oeste localizam-se animais de raças originárias da Europa,principalmente a Holandesa, e em menor número a Jersey e Pardo-Suíça, altamenteadaptadas e destinadas exclusivamente à produção leiteira.

Na Região Norte do estado, se concentram animais resultantes do cruzamentosZebu X Europeu, merecendo destaque a raça Girolanda (3/4 Gir e 5/8 Holandesa), sendoestes animais de boa produção leiteira, adaptados a regiões mais quentes e ao sistemaextensivo.

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Leite – Paraná - Principais Municípios produtores – 2002(em milhões de litros)

1º 2º3º

5º6º

7º8º

9º 10º

20

30

40

50

60

70

80

MalRondon

Castro Carambeí Toledo Palmeira Londrina Arapotí Cascavel FcoBeltrão

Missal

Fonte: SEAB/DERAL

O número de produtores que comercializaram leite no Paraná em 2001 situou-se em36.650, gerando 159.288 empregos diretos e indiretos.

O incremento atual da produtividade do rebanho leiteiro vem sendo alcançado,principalmente, pela implantação dos Programas de Inseminação Artificial, convênio entre aSEAB, Cooperativas e Prefeituras Municipais, aliado ao Programa de Manejo, Alimentação eSanidade.

Outro programa de governo, que começa a fomentar o desenvolvimento do setorleiteiro paranaense é o denominado “Leite das Crianças”, que vem sendo implantadoprioritariamente em regiões com baixo nível de IDH (índice de desenvolvimento humano) erenda, com fortes conseqüências sobre a situação de desnutrição infantil. A principal açãodo Programa é a distribuição de 1 litro de leite para crianças com idade entre 6 a 36 meses,pertencentes a famílias com renda média per capita mensal inferior a meio salário mínimo,com limite de 2 litros por família atendida. Porém, o programa enfatiza a importância doaleitamento materno pelo menos até os 6 meses de idade, para garantir a saúde da criança,conquistada pelos anticorpos transferidos pelo organismo materno através do leite.

Segundo critérios definidos, o leite a ser distribuído terá as seguintescaracterísticas: leite fluido pasteurizado, com teor mínimo de 3% de gordura e enriquecidocom Ferro e Vitamina A e D.

Além da distribuição do leite, o programa tem outro aspecto de caráter sócio-econômico, de grande interesse, principalmente para os produtores: o fomento aodesenvolvimento das cadeias locais e regionais do leite, a partir do poder de compra geradodiariamente para atender às demandas.

Indústria

O Paraná possui um total de 250 estabelecimentos laticinistas. O produtopredominante é o leite beneficiado (UHT), representando mais de 40% de toda a produção.Outros 40% do leite produzido são destinados à fabricação de queijos, principalmente oqueijo prato e o mussarela. Os outros 20% são utilizados na fabricação do leite em pó.Destaca-se também a produção de iogurte e bebidas lácteas.

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É muito expressiva a participação das cooperativas no Paraná, sendo estasresponsáveis pelo recebimento de 47% do leite produzido no estado e os laticínios privadospor 53%.

Médico Veterinário Fabio [email protected]

Médico Veterinário Francisco Perez [email protected]

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BUBALINOCULTURA

O rebanho bubalino paranaense, segundo dados de 2001, é de aproximadamente50.000 animais, cerca de 4,4% do rebanho nacional, sendo que cerca de 63,5% concentra-se na região Norte.

No ranking nacional do rebanho bubalino, o Estado do Paraná ocupa o 6º lugar,apesar de ter se verificado queda de mais de 47,4 % do efetivo, desde 1995, fato que podeser explicado pelas restrições ambientais à sua criação em áreas de preservaçãopermanente (especialmente no litoral paranaense) e pela completa ausência de políticasgovernamentais de apoio e desenvolvimento à criação de búfalos, principalmente nos últimos10 anos.

Em 1996, o rebanho bubalino era de 55.426 cabeças, exploradas por 852 criadores(65 animais por criador), 96,5% dos quais situavam-se na condição de proprietários daterra.

A produção de leite de búfalas foi de 2.559.000 litros em 1996, com 3.687 búfalasordenhadas e 186 criadores de búfalos para a produção de leite, verificando-se umrendimento de 694,1 litros/búfala/ano.

Bubalinos – Brasil, Região Sul e Paraná - Evolução do Rebanho e participação percentual

1990, 1995 e 2001. 1990 1995 2001 Participação (%)Brasil 1.397.097 1.641.950 1.118.823 100,0Região Sul 165.631 218.376 151.114 13,5Paraná 83.527 94.069 49.460 4,4Fonte: IBGE – PPM

Bubalinos – Brasil e Regiões - Rebanho segundo a região - 2001

Região nº de cabeças Participação (%)Norte 709.837 63,5Nordeste 95.561 8,5Sudeste 88.010 7,9Sul 151.114 13,5Centro Oeste 74.301 6,6Brasil 1.118.823 100,0

Fonte: IBGE – PPM

Com sistemas de produção variando do extensivo ao intensivo, a criação de búfalosencontra-se expandida por todas as regiões brasileiras. Segundo o IBGE, o Brasil possui umefetivo de 1.118.823 bubalinos, sendo que os maiores rebanhos estão nos seguintes Estados:Pará (469.246 = 42,0%); Amapá (161.857 = 14,5%); Rio Grande do Sul (84.461 = 7,5%);Maranhão (64.574 = 5,8%); São Paulo (58.956 = 5,3%) e Paraná (49.460 = 4,4%).

Das 19 distintas raças existentes no mundo 18 são de búfalos de rio – “River Type” e1 de: búfalos de pântano (Carabao) – “Swamp Type”). O Brasil e o Paraná possuem quatro(Murrah, Carabao, Mediterrâneo e Jafarabadi), incluindo uma variedade chamada de

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Jafarabadi Palitana, as quais são reconhecidas pela Associação Brasileira de Criadores deBúfalos (ABCB).

Bubalino – Paraná - Rebanho segundo as 10 mesorregiões geográficas - 2001

Mesorregião nº de cabeças Participação (%)

Noroeste 4.401 8,9Centro Ocidental 1.335 2,7Norte Central 5.127 10,4Norte Pioneiro 4.544 9,2Centro Oriental 14.939 30,2Oeste 2.738 5,5Sudoeste 1.373 2,8Centro Sul 2.819 5,7Sudeste 3.954 8,0Metropolitana de Curitiba 8.230 16,6Total do Paraná 49.460 100,0

Fonte: IBGE - PPM

De acordo com o IBGE 2001, a Mesorregião Centro Oriental concentra 30,2% dorebanho bubalino do Estado do Paraná.

Dentre as 39 microrregiões geográficas, as principais em concentração do efetivobubalino são: Telêmaco Borba (10.295 = 20,8%); Paranaguá (4.367 = 8,8%); Ivaiporã (3.243= 6,6%); Jaguariaíva (3.120 = 6,3%); Paranavaí (2.272 = 4,6%); Umuarama (2.121 = 4,3%);União da Vitória (1.878 = 3,8%); Wenceslau Braz (1.802 = 3,6%); Curitiba (1.714 = 3,5%);Cerro Azul (1.696 = 3,4%); Ponta Grossa (1.524 = 3,1%); Prudentópolis (1.411 = 2,9%) eGuarapuava (1.344 = 2,7%).

A bubalinocultura representa uma atividade de grande potencial para o Estado doParaná, por sua aptidão para produção de carne, leite e trabalho; bem como devido à suaviabilidade para a ocupação de áreas pouco exploradas ou de pequeno interesse pelainaptidão agrícola.

Médico Veterinário Roberto Carlos P. Andrade [email protected]

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CAPRINOCULTURA

Segundo o IBGE (2001), o rebanho caprino paranaense é de 80.880 cabeças, sendoesta atividade explorada em todo o Estado do Paraná, em regime de subsistência, e amaioria em propriedades de até 50 ha (Censo Agropecuário de 1996).

O Paraná detinha um rebanho de 66.692 caprinos em 1996, os quais eramexplorados por 7.942 criadores (8,4 animais por criador), sendo que 83,6% foramclassificados na condição de proprietários da terra.

Caprinos – Brasil, Região Sul e Paraná - Evolução do Rebanho - 1997, 2001 e 2003

1997 2001 2003 (*) Participação (%)Brasil 7.968.169 9.537.439 9.569.315 100Região Sul 174.342 187.020 159.656 1,7Paraná 80.561 80.080 61.415 0,6Fonte: IBGE - PPM - (*) Estimativa FNP Consultoria (ANUALPEC 2003)

Caprinos – Brasil - Região Sul - Rebanho e participação percentual - 2001

Região nº de cabeças Participação (%)

Brasil 9.537.439 100,0Norte 138.791 1,5Nordeste 8.908.722 93,3

. Bahia 3.849.986 40,4Sudeste 210.762 2,2Centro oeste 92.144 1,0Sul 187.020 2,0

. Paraná 80.880 0,8Fonte: IBGE – PPM

A região Nordeste possui 93% do rebanho caprino nacional, com destaque para osEstados da Bahia (40,4%), Piauí (15,3%), Pernambuco (15,1%) e Ceará (8,5%).

Caprinos – Paraná - Rebanho segundo as principais microrregiões geográficas - 1996

Microrregião nº de cabeças Participação (%)

Guarapuava 9.186 13,8Pitanga 5.117 7,7Prudentópolis 4.295 6,4Francisco Beltrão 3.804 5,7Telêmaco Borba 3.258 4,9Cascavel 2.895 4,3Ivaiporã 2.417 3,6União da Vitória 2.327 3,5Pato Branco 2.333 3,5Irati 2.329 3,5Curitiba 2.488 3,7Outras microrregiões 26.243 39,4Total do Paraná 66.692 100,0

Fonte: IBGE – Censo Agropecuário - 1996

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Segundo o IBGE (Censo Agropecuário de 1996), as microrregiões geográficas comos maiores plantéis de caprinos são: Guarapuava (13,8%); Pitanga (7,7%); Prudentópolis(6,4%); Francisco Beltrão (5,7%); Telêmaco Borba (4,9%); Cascavel (4,3%); Ivaiporã (3,6%);União da Vitória, Pato Branco e Irati (3,5%) e Curitiba (3,7%).

O Censo Agropecuário de 1995/96 apontou a existência de 731 criadores; 2.228cabras ordenhadas e uma produção de leite de 346.000 litros, o que dá um rendimento de155,3 litros/cabras/ano.

As raças de caprinos mais criadas no Paraná são: Boer e Anglonubiana (produção decarne), Sannen, Alpina e Toggenburg (produção de leite) e Anglonubiana e Mambrina(produção de leite e carne).

Médico Veterinário Roberto Carlos P. Andrade [email protected]

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OVINOCULTURA

Segundo o IBGE (2001), o rebanho ovino paranaense é de 543.779 cabeças, estandodistribuído por todo o Estado. Os objetivos e características da ovinocultura paranaensediferem daqueles observados no Rio Grande do Sul e no Nordeste, que possuem 29,4% e55,1 %,do rebanho nacional, respectivamente.

Ovinos – Brasil - Região Sul e Paraná - Evolução do Rebanho - 1999, 2001 e 2003

1999 2001 2003 (*) Participação (%)Brasil 14.399.960 14.638.925 14.672.366 100,0Região Sul 5.648.906 5.047.811 5.165.918 35,2Paraná 570.382 543.779 519.349 3,5Fonte: IBGE - PPM - (*) Estimativa FNP Consultoria (ANUALPEC 2003)

Ovinos – Brasil - Região Sul e Paraná - Produção de lã - 1997, 1999 e 2001 1997 1999 2001 Participação (%)Brasil 14.667.538 13.401.798 12.080.553 100Região Sul 14.528.218 13.271.840 11.907.519 98,6Paraná 595.751 588.751 601.704 5Rio Grande do Sul 13.746.181 12.501.190 11.131.374 92,1Fonte: IBGE - PPM

Na produção de lã o Rio Grande do Sul é, destacadamente, o principal produtornacional, com 11.131.374 kg (92,1%), colocando-se o Paraná na segunda posição, com umaprodução de 601.704 kg e participação de 5,0%.

Ovinos - Brasil, Paraná e Regiões – Rebanho e participação percentual - 2001

Região 2001nº de cabeças Participação (%)

Brasil 14.638.925 100,0Paraná 543.954 3,7Rio Grande do Sul 4.311.723 29,4Bahia 2.986.224 20,4Norte 372.027 2,5Nordeste 8.060.619 55,1Sudeste 435.586 3,0Sul 5.047.811 34,5Centro Oeste 722.882 4,9Fonte: IBGE – PPM

Os principais municípios criadores de ovinos, são: Guarapuava (3,9%); Ortigueira(3,3%); Reserva (3,0%); Nova Laranjeira (2,1%); Cascavel (1,7%); Tibagi e Bituruna (1,2%);Pinhão e São Mateus do SUL (1,2%); Cândido de Abreu e Prudentópolis (1,0%).

As microrregiões geográficas com os maiores rebanhos de ovinos, são: Guarapuava(11,4%); Telêmaco Borba (5,8%); Cascavel (5,7%); Pitanga (5,0%); Palmas e Umuarama(4,2%); Paranavaí (4,1%); Ponta Grossa e Ivaiporã (4,0%) e Francisco Beltrão (3,7%).

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Em 1996, no Paraná, o rebanho ovino era de 574.752 cabeças, exploradas por24.533 criadores (23,4 animais por criador), dos quais 91,0% situavam-se na condição deproprietários da terra.

Ovinos - Paraná - Principais microrregiões geográficas - 1996

Microrregião Ovinos (nº de cabeças) Participação %

Guarapuava 65.663 11,3Telêmaco Borba 33.242 5,8Cascavel 32.927 5,7Pitanga 28.589 5,0Umuarama 24.089 4,2Palmas 24.096 4,2Paranavaí 23.750 4,1Ponta Grossa 23.062 4,0Ivaiporã 22.865 4,0Francisco Beltrão 21.080 3,7Outras Microrregiões 275.389 48,0Total do Paraná 574.752 100

Fonte: IBGE – Censo Agropecuário – 1996

O Paraná é considerado um Estado com um plantel ovino de elevado padrão genético,exportador de matrizes e reprodutores para outros estados da federação. As raças deovinos criadas no Paraná são: Merino Australiano e Ideal (produção de lã); Ile de France,Texel, Hampshire Down e Sufflok (produção de carne); Corriedale e Romney Marsh(produção de carne e lã); Karakul (produção de pele) e Santa Inês, Morada Nova, SomalisBrasileira, Pool Dorset e Dorper (deslanadas - produção de carne).

Médico Veterinário Roberto Carlos P. Andrade [email protected]

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PISCICULTURA

A Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná instituiu, em1987, o Programa de Pesca e Aqüicultura, objetivando a organização e profissionalizaçãodos produtores como forma de incrementar principalmente a aqüicultura, tanto emquantidade como em qualidade.

O Paraná ocupa a segunda posição no ranking nacional do cultivo de peixes, sendoproduzidas 18.239 toneladas em 2002, segundo levantamento da EMATER-PR.

Piscicultura – Paraná – Evolução da Produção – 1997 - 2002(em t)

11.000

12.000

13.000

14.00015.000

16.000

17.000

18.000

19.000

1997 1998 1999 2000 2001 2002

Fonte: EMATER/PR

O número de piscicultores no estado atingiu o total de 22.550 em 2002, utilizandouma área de lâmina d’água igual a 7.414 ha, o equivalente a 3.288 m2 por produtor.

Piscicultura – Paraná – Participação Regional na Produção – 2002

Fonte: EMATER/PR

Norte31%

Sul8%

Central2%Sudoeste

8%

Oeste51%

A Região Oeste (Toledo e Cascavel) destaca-se como o principal pólo, com umaprodução efetiva de 9.408 toneladas de peixes, 51% da produção estadual. A Região Nortesitua-se como o segundo maior pólo produtor, cuja produção efetiva foi de 5.613 toneladas,o equivalente a 31% da produção paranaense de peixes cultivados. A produtividade média doestado, em 2002, foi de 2.460 kg/ha, apresentando uma elevação de 18 % em relação aoano anterior.

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Piscicultura - Paraná – Produção, Área de Cultivo e Número de Piscicultores por Região2002

Regiões Produção Área de Cultivo(toneladas) (ha)

Número dePiscicultores

Sul e Litoral 1.387 1.850 6.800Norte 5.613 2.016 2.405

Central 420 289 1.704Sudoeste 1.412 1.318 5.184

Oeste 9.408 1.941 4.707Total Estado 18.239 7.414 22.550

Fonte: EMATER/PR

Em 2002, considerando-se a produção estadual de peixes cultivados, o grupo dastilápias participou com 71%, vindo a seguir as espécies nativas (14%) e as carpas com 13% dototal.

Médico Veterinário Guilherme Oscar [email protected]

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SERICICULTURA

O Paraná, na safra 2002/2003, foi responsável por 89,6% da produção nacional decasulos verdes. Apesar dessa hegemonia na produção de casulos, a industrialização da sedase divide quase que eqüitativamente entre São Paulo (46,3%) e Paraná (53,6%).

Sericicultura – Paraná – Distribuição Geográfica da Produção

Fonte: SEAB/DERAL concentração da produção

No âmbito social, a sericicultura contribui expressivamente na fixação do homem nocampo, por ser uma excelente alternativa de diversificação da propriedade, gerandoreceitas mensais durante 8 meses do ano, além de possibilitar um melhor aproveitamento damão de obra ao longo do ano. Na safra 2002/2003, a sericicultura gerou em torno de35.000 empregos diretos e indiretos.

No Paraná, a produção de casulos verdes se concentra na Região Noroeste. Em2002/2003, as Regiões de Maringá, Umuarama e Paranavaí, juntas, produziram 5.579.553,9kg de casulos verdes, sendo responsável por 63% da produção total.

Sericicultura – Paraná – Comparativo de dados entre as safras 2001/2002 e 2002/2003

Safra 2001/02 2002/03Nº de criadores 7.190 6.535Nº de barracões 8.143 7.343Área de Amoreira (ha) 23.532,42 21.110,33Toneladas de CasulosVerdes 9.153 8.929Fonte: EMATER – Paraná

A Sericicultura é uma atividade desenvolvida por pequenos produtores. Na RegiãoNoroeste predomina o sistema de parceria.

Indústrias de Fiação

No estado do Paraná existem três grandes indústrias de fiação, a COCAMAR-Cooperativa de Cafeicultores de Maringá, na cidade de Maringá, a Kanebo Silk do Brasil, emCornélio Procópio e a BRATAC, que possui três unidades produtivas, duas em São Paulo(Bastos e Duartina) e uma em Londrina.

Essas indústrias são responsáveis pela compra da maior parte dos casulosproduzidos no Estado e pela sua transformação em fios de seda.

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A indústria da COCAMAR, instalada em Maringá, encontra-se com uma capacidadede produção instalada de 500 toneladas de fios ao ano. A comercialização do produto érealizada no mercado interno e externo (Europa e Ásia).

Outra grande indústria é a Kanebo Silk do Brasil, que abriu perspectivas de uminvestimento de R$5 milhões na instalação de uma unidade de produção de fios de seda emUmuarama, devendo empregar 200 a 300 pessoas nos próximos três anos. A Kanebo foiatraída àquela região pela qualidade do fio produzido em Umuarama. No campo, a ampliaçãoda sericicultura deve garantir renda para 1.300 famílias.

A BRATAC é a maior empresa do setor no mundo, sendo 100% brasileira, de capitaltotalmente nacional.

Na última safra, 2.002/2003, a atividade sericícola foi desenvolvida em 225municípios paranaenses, com destaque para Nova Esperança, com 557 criadores queproduziram 1.386.085,7 Kg de casulos verdes, e ainda é considerada a Capital Nacional daSeda.

Sericicultura – Evolução da produção de Casulos Verdes no Paraná e no Brasil1993/94 a 2002/03

Safra Nº de Criadores Nº deBarracões

Área deAmoreira (ha)

Casulos Verdes (em toneladas)Paraná Brasil PR/BR %

1.993/94 7.890 9.857 41.404 13.807 18.260 75,6 1.994/95 7.342 8.926 37.940 12.506 16.260 78,8 1.995/96 7.319 8.411 35.724 12.446 15.368 81,0 1.996/97 7.650 8.874 34.546 12.381 14.811 83,6 1.997/98 7.914 8.956 32.426 12.763 14.594 87,5 1.998/99 6.618 7.539 26.635 9.048 10.305 87,8 1.999/00 5.677 6.402 21.182 7.530 8.473 88,9 2.000/01 5.952 6.681 21.271 8.854 9.916 89,3 2.001/02 7.190 8.143 23.532 9.153 10.238 98,4 2.002/03 6.535 7.343 21.110 8.929 9.966 89,6 Fonte: EMATER/PR

O principal comprador da seda brasileira é o Japão. Esse país adquire 73,2% dototal exportado pelo país. Além do Japão, também merecem destaque como importadores:Índia, Coréia do Sul, França, Estados Unidos, Turquia e Itália.

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Sericicultura - Paraná – Comparativo das Safras 2001/02 e 2002/03

A produção de casulos verdes no Estado do Paraná, após uma sensível quedaobservada na safra de 1997/1998, vem enfrentando pequenas oscilações. Uma dasexplicações para a pequena queda na produção da safra de 2001/2002, seria a diminuição nonúmero de produtores que abandonaram a atividade. A melhora dos preços pagos pelo quilodo casulo verde no ano de 2003, e o incentivo do governo à sericicultura devem estimular osprodutores a investirem mais na atividade, resultando no aumento da produção. Além disso,os estudos realizados com novas variedades de amoreiras e técnicas de produção maisavançadas poderão melhorar muito a produtividade, tornando essa atividade ainda maisrentável.

Médico Veterinário Fabio Mezzadri

[email protected]

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0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

nº de criadores nº de barracões área de amoreira (ha) ton. de casulosverdes

Fonte: SEAB/DERAL

2.001/022.002/03

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SUINOCULTURA

A produção nacional de carne suína vem apresentando índices consideráveis de crescimentonos últimos 22 anos, média de 4% ao ano. Avanços genéticos, nutricionais e a especializaçãodo produtor, associados aos constantes esclarecimentos à população sobre a qualidade dacarne suína através da campanha de marketing promovida pela Associação Brasileira de

Criadores de Suínos, traduzem-se nos principais fatores para o bom desempenho do setor.

Suínos - Brasil - Evolução do rebanho, abate e produção - 1980 - 2003

Discriminação 1980 1990 2000 2001 2002 2003(*)

Rebanho (milhões de cabeças) 32,5 30,0 37,3 37,5 38,0 37,3 Abate (milhões de cabeças) 17,7 16,0 32,3 34,9 37,6 35,0 Disponibilidade (Kg/hab. /ano) 9,7 7,1 14,3 14,3 13,8 12,5 Produção Carne (mil toneladas) 1.150,0 1.040,0 2.556,0 2.730,0 2.872,0 2.720,0Importação (mil toneladas) 1,0 2,0 5,0 2,0 1,0 1,0 Exportação (mil toneladas) 0,2 13,1 127,9 265,2 475,9 520,0

Fonte: MAPA/SIF/IBGE/FAO/ABIPECS/ABCS - (*) Previsão

Aproximadamente 65% dos abates de suínos do país são realizados nas indústriassob inspeção Federal (SIF), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento -MAPA, que estão localizadas principalmente na região Sul, sendo os outros 35% dos abatesinspecionados realizados através dos Sistemas de Inspeção Estadual (SIE) e Municipal(SIM).

As principais indústrias frigoríficas de suínos do país são: SADIA, PERDIGÃO,AURORA, SEARA, CHAPECÓ, RIOSULENSE, FRANGOSUL, AVIPAL, COTREL, SUDCOOP,PIF PAF, PALMALI, MODELO/SALERMO, PORCOBELLO, SAUDALI, COTRIGO, SINODOS ALPES, PERSA, CASTILHENSE, MABELLA, AGROPESA, COSUEL, COTRIJUÍ,PERSA, COOPAVEL GUARUPAL E AGROPESA.

Suínos – Brasil - ABATE COM SIF – REGIÃO SUL - 2002(em milhões de cabeças)

4,75

3,47

6,677,05

0,01,02,03,04,05,06,07,08,0

Sta. Catarina R.G.do Sul Paraná OutrosFonte: MAPA - SIF/02

O Paraná possui o terceiro maior rebanho do país, estimado em 3,9 milhões decabeças, sendo 2,9 milhões de suíno tipo carne, denominado rebanho comercial, totalizando

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cerca de 30.000 produtores que participam efetivamente do mercado e equivalente a24,0% de todas as propriedades do estado que possuem suínos.

Em 2002, a produção total de carne inspecionada alcançou um volume de 320.000toneladas, representando o terceiro maior estado produtor, participando com 11% do totalnacional.

A exportação paranaense, em 2002, alcançou o patamar de 52.000 toneladas decarne suína e derivados, representando 16% da produção estadual inspecionada e 11% dasexportações brasileiras, um aumento de 117% em relação ao ano anterior.

Suínos – Paraná - Balanço da Oferta e Demanda – 2001 - 20032001 2002 2003 (*)

Rebanho (mil cabeças) 4250 3900 4200Produção (mil toneladas) 269 329 350Exportação (mil toneladas) 24 52 60

FONTE: SEAB/DERAL; APS; IBGE; ABIPECS - (*) Previsão

Considerando-se o abate inspecionado total de suínos no Paraná, cerca de 94,0%referem-se a frigoríficos com inspeção federal (SIF).

Suínos – Paraná - Abate Inspecionado – 2002

SISTEMA DE INSPEÇÃO PARTICIPAÇÃO (%)ABATES PRODUÇÃO(cabeças) ( t )

Total S.I.F. 94 3.468.510 312.166 Total S.I.P. 4 142.500 11.400 Total S.I.M. 2 68.951 5.516 Total Geral 100 3.678.961 329.082

FONTE: SEAB/DERAL; SINDICARNE-PR.obs: SIF = Sist. de Insp. Federal; SIP = Sist. de Insp. do Paraná; SIM = Sist. de Insp. Municipal

O maior pólo abatedor do estado encontra-se na Região de Toledo (41,0%), seguidoda Região de Ponta Grossa (24,0%) e Cascavel (13%).

Suínos – Paraná – Abate Inspecionado por Núcleo Regional da SEAB – 2002

Fonte: SEAB/DERAL/DEFIS

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CASCAVEL13%

PATO BRANCO7%PONTA

GROSSA24%

TOLEDO41%

CURITIBA3%

LARANJEIRAS DO SUL

6%

OUTROS6%

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Apesar do bom desempenho da produção de carne suína em 2002, a remuneraçãomédia dos produtores atingiu o patamar mais baixo dos últimos sete anos, conformedemonstrado na tabela abaixo.

Suínos – Paraná – Evolução dos preços médios mensais recebidos pelos produtores2001/2002 ( em R$/Kg )

PERÍODO 2001 2002VARIAÇÃO %

2002/2001Janeiro 1,22 1,37 12

Fevereiro 1,05 1,26 20Março 1,09 1,18 8Abril 1,24 1,11 -10Maio 1,21 1,00 -17

Junho 1,24 1,04 -16Julho 1,26 1,05 -17

Agosto 1,22 1,00 -18Setembro 1,20 1,06 -12Outubro 1,26 1,20 -5

Novembro 1,42 1,32 -7Dezembro 1,40 1,46 4

Média Anual 1,23 1,16 -6FONTE: SEAB/DERAL

Esta situação caracterizou-se como um dos piores momentos para a suinoculturaparanaense durante todo o ano de 2002 e primeiro semestre de 2003, levando os criadoresa reduzir em 6% o número de matrizes do plantel estadual, o equivalente a 65.000 cabeças.A recuperação do mercado ocorreu a partir de julho de 2003, voltando o setor aapresentar margens de comercialização positivas.

Suínos – Paraná – Evolução dos preços médios recebidos pelos produtores - 2001 - 2003(em R$/Kg)

Médico Veterinário Guilherme Oscar [email protected]

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0,500,700,901,101,301,501,701,902,102,30

jan-01 mai-01 set-01 jan-02 mai-02 set-02 jan-03 mai-03 set-03

Fonte: SEAB/DERAL

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VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA DO PARANÁ

Para a composição do Valor Bruto da Produção – VBP, foram pesquisados 485produtos na safra 2001/2002, agregados nos seguintes grupos: grãos, pecuária, produtosflorestais, hortaliças, frutas e flores, nos 399 municípios do Estado.

O total da produção agropecuária paranaense, foi de R$19,04 bilhões, em 2002,correspondendo a um incremento de 29,9% sobre o valor do ano anterior que foi deR$14,66 bilhões, em valores correntes.

Evolução do Valor Bruto da Produção Agropecuária no Paraná - 1994 - 2002(em R$ milhões)

-

4.000

8.000

12.000

16.000

20.000

24.000

28.000

1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 *

Fonte: SEAB/DERAL (*) Estimativa.

O crescimento verificado reflete o aumento da quantidade produzida, a diversidadeda base de produção e, naturalmente, a variação dos preços.

VBP – Paraná - Participação das Regiões – 2002

Sul30%

Norte23%

Oeste20%

Sudoeste12%

Noroeste8%

Centro Oeste

7%

Fonte: SEAB/DERAL

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Divisão Regional do Paraná – SEAB/DERAL

REGIÃO NÚCLEOS REGIONAISCENTRO-OESTE Campo Mourão.NOROESTE Umuarama e Paranavaí.

NORTE Apucarana, Cornélio Procópio, Ivaiporã, Jacarezinho,Londrina e Maringá.

OESTE Cascavel e Toledo.SUDOESTE Francisco Beltrão e Pato Branco.

SUL Curitiba, Guarapuava, Irati, Laranjeiras do Sul, Paranaguá, Ponta Grossa e União da Vitória.

O Núcleo Regional de Cascavel, com 10,4% do total, apresentou a maior participaçãono VBP (R$1,97 bilhão), seguido pelos Núcleos Regionais de Toledo (R$1,91 bilhão), PontaGrossa (R$1,79 bilhão), Francisco Beltrão (R$1,53 bilhão) e Campo Mourão (R$1,26 bilhão).

Dos 20 Núcleos Regionais, 15 têm nos grãos de verão a sua maior fonte de renda.Nos Núcleos Regionais de Paranavaí e Umuarama, os bovinos ocupam o lugar de destaque,enquanto que Curitiba destaca-se pelas hortaliças; Paranaguá pelas frutas e União daVitória pelos produtos florestais.

VBP - Participação dos Núcleos Regionais – 00/01 e 01/02.(em R$ milhões)

- 200 400 600 800 1.000 1.200 1.400 1.600 1.800 2.000

UNIÃO DA VIT. .

UMUARAMA .

TOLEDO .

P. GROSSA .

P. BRANCO .

PARANAVAÍ .

PARANAGUÁ .

MARINGÁ .

LONDRINA .

LAR. DO SUL .

JACAREZINHO .

IVAIPORÃ .

IRATI .

GUARAPUAVA .

FR. BELTRÃO .

CURITIBA .

C. PROCÓPIO .

CASCAVEL .

C. MOURÃO .

APUCARANA .

Fonte: SEAB/DERAL

00/01 01/02

VBP – Grupos de Produtos

O grupo das principais culturas, que compreende os grãos de verão, grãos deinverno, algodão, fibras e sementes, lidera o VBP com 50% de participação.

A pecuária (animais, silagens, capineiras, pescados, adubo orgânico e produçãopecuária comercial), representa 35%.

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Os produtos florestais têm 8,3% de participação no VBP.

As hortaliças e as especiarias representam 4,2%, enquanto que as frutas e floresrespondem por 2,7%.

VPB – Participação por Grupos de Produtos – 2001/2002

Principais Culturas49,9%

Pecuária35,0%

Fruticultura2,5%

Hortaliças e Especiarias

4,2%Produtos Floretais

8,3%

Floricultura0,2%

Fonte: SEAB/DERAL

Os produtos que tiveram maior participação no VBP em 2001/2002 foram: a soja(R$4,2 bilhões), o milho (R$2,2 bilhões), o frango de corte (R$1,6 bilhão), o boi gordo(R$781,77 milhões) e o leite e os suínos tipo carne (R$707,00 milhões) cada.

O café faturou 572% a mais neste ano, por conta da recuperação da produção e dospreços, após a pequena safra de 2001 (pós geada).

O feijão das águas, devido à baixa oferta, com conseqüentes altos preços, tambémregistrou acréscimo elevado (104%).

Estimativa do VBP para 2003

Com o avanço da colheita e da comercialização, estima-se um valor de R$27,3bilhões para o ano-safra 2002/2003. Essa projeção leva em consideração o desempenho daprodução estadual e da comercialização dos 20 principais produtos da agropecuária que temaproximadamente um peso de 72% na composição total do Valor Bruto da Produção.

Adm. Empresas Gilka Cardoso [email protected]

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POLÍTICAS AGRÍCOLAS ESPECIAIS

APRESENTAÇÃO

O Departamento de Economia Rural – DERAL, através da Divisão de PlanejamentoAgropecuário – DPA, coordenou a elaboração do Programa Políticas Agrícolas Especiais,sendo um dos três grandes Programas priorizados pela Secretaria da Agricultura e doAbastecimento - SEAB e que faz parte do Plano de Governo – Plano Pluri Anual (PPA 2003-2007), sob a coordenação geral da Secretaria do Planejamento e Coordenação Geral –SEPLAN.

JUSTIFICATIVA

O aprofundamento da desigualdade regional, demonstrado através dos baixosÍndices de Desenvolvimento Humano (IDH) e mapeamento da pobreza rural, vêm ocorrendo,principalmente, em função da concentração de renda, do emprego, do crescimentoeconômico, associado à falta de motivação empreendedora e, no médio prazo, não apresentaqualquer tendência de aparente reversão.

O Governo Federal tem atuado em duas frentes: uma coordenada pelo Ministério daAgricultura, cujo foco principal é a produção agrícola empresarial e a participação nosmercados internacionais; e outra coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário,cujo foco é a agricultura familiar e a questão agrária.

Ao longo da década de 90, o Governo Federal implementou políticas liberalizantes,com a abertura comercial, a formação do Mercosul, a restrição da intervenção nosmercados, a diminuição dos estoques reguladores e a redução do volume de crédito aosetor. Por outro lado, o Governo Federal passou a implementar um programa defortalecimento da agricultura familiar, o PRONAF, valorizando e beneficiando parte dosagricultores responsáveis pela maior parte de alimentos básicos produzidos no País e damão-de-obra ocupada.

Os volumes de recursos disponibilizados nos últimos anos agrícolas, na década de 90,apesar de representarem contínuos incrementos a cada ano, são muito inferiores aosmontantes disponibilizados nas décadas de 70 e 80, quando chegou a alcançar mais de 50bilhões de reais (valor expresso em moeda atual, corrigido pelo IGP). No entanto, aprodução agrícola vem apresentando um crescimento marcante. O País produzia em torno de30 milhões de toneladas de grãos em 1970, passando para 50 milhões de toneladas em 1980,e atingindo quase 60 milhões de toneladas em 1990. Para este ano agrícola, o GovernoFederal estima uma colheita superior a 115 milhões de toneladas de grãos e, mesmo assim, oBrasil vem importando produtos como pescado, trigo, arroz e até mesmo feijão, para supriro consumo doméstico.

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Falta ainda ao Brasil a elaboração de uma política agrícola de médio ou longo prazo,que não se resuma no anúncio do volume de recursos e das taxas de juros a serem aplicadasem uma safra específica, mas que sirva para o planejamento das atividades de produção, decomercialização e de abastecimento alimentar, principalmente em harmonia com os demaisparceiros do Mercosul.

Neste sentido, o Governo Estadual, como agente gestor, tem por dever inserirmecanismos de políticas públicas e, para tanto, deve enfrentar o desafio de exercitar astécnicas de planejamento estratégico, concatenando os instrumentos atuais existentes,tanto a nível federal como estadual, e criando novos, às necessidades de políticas regionaisde desenvolvimento econômico sustentável, visando principalmente à agricultura familiar.

OBJETIVO

Implementar um conjunto de medidas destinadas aos setores da agricultura,pecuária, aqüicultura, pesca e florestas, cujos objetivos são promover o desenvolvimentosustentado em zonas rurais, incentivar a modernização e promover a diversificação dosdiferentes setores agropecuários. Considerando-se, principalmente, o interesse específicoregional em relação à correta aplicação de instrumentos, notadamente no que se refere àscondições de aplicação dos apoios financeiros para:

a) promoção e desenvolvimento sustentado em zonas rurais através de incentivos àmodernização e diversificação do setor agropecuário e florestal;

b) apoio do desenvolvimento da pesca e aqüicultura;c) a melhoria da competitividade, da sustentabilidade dos processos produtivos e sua

compatibilização com a defesa e a valorização dos recursos naturais e do ambiente;d) a redução de assimetrias estruturais, econômicas e sociais entre as várias regiões, das

diferenças de rendimento entre os produtores rurais, o rejuvenescimento do tecidoprodutivo e o aumento da contribuição das florestas para a economia e para a melhoriado ambiente.

Os apoios financeiros a conceder podem assumir, cumulativamente ou não, a formade: equalização de juros; subvenção financeira a fundo perdida; preços mínimos paraprodutos estratégicos; estoque regulador para produtos estratégicos; fundo de aval paraagricultura familiar; estímulo às exportações de produtos agropecuários; cadastro ruralmultifinalitário; regularização fundiária e ações de desenvolvimento econômico eplanejamento estratégico regional sustentável, com foco na agricultura familiar.

PROJETOS ESPECIAIS

1- FUNDO DE AVAL

O Fundo de Aval é um instrumento econômico de política agrícola, criado peloGoverno de Estado do Paraná, em parceria com a sociedade, para facilitar o acesso dosagricultores familiares ao crédito rural oriundo do PRONAF. Constitui-se em uma espéciede “âncora” financeira, que permitirá a aplicação de volume de recursos maior e ampliaçãodo número de beneficiários no Paraná.

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A existência de um Fundo de Aval tem por objetivo oferecer garantia em termos decrédito rural, através de Aval, por parte do Governo do Estado, alavancando um maiorvolume de recursos a serem aplicados no Estado, bem como ampliando os benefícios para asunidades familiares de produção, hoje marginalizadas do processo. Preferencialmente,deverá ser dada ênfase aos créditos de investimento agropecuário.

2- CADASTRO TÉCNICO RURAL MULTIFINALITARIO GEOREFERENCIADO

A existência de um Cadastro Rural objetiva auxiliar a execução de ações planejadasrelativas a implantação de projetos nos setores agrícolas, ambientais e fundiários quepropiciem resultados a curto e médio prazo e, promovam o desenvolvimento equilibrado dasatividades humanas, a longo prazo, garantindo-se desta forma a sustentabilidade daspresentes e futuras gerações no rural paranaense. O Cadastro Técnico Rural conteráinformações referentes a:

Situação de posse (dominial); Área de cada propriedade rural; Localização georeferenciado da propriedade; Áreas de cada exploração agrícola; Rebanhos, por espécie, existentes na propriedade; Benfeitorias existentes; Máquinas e implementos utilizados; Utilização de Energia Elétrica; Utilização de água; Existência de Matas Ciliares; Existência de jazidas, recursos minerais; Composição Familiar Mão-de-Obra empregada

3- PARANÁ PARA O EXTERIOR – PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

Diante do grande potencial paranaense em Agronegócios, o Projeto PARANÁ PARAO EXTERIOR contemplará ações de fomento e implementação da exportação do setor, nosentido de ampliar o número de exportadores paranaenses. O projeto deve contemplar asdiretrizes para o exportador e constituir-se em modelo de referência aos agentesenvolvidos no processo. Tendo por finalidades:

Estruturar ações articuladas, em parcerias institucionais públicas eprivadas, para inserção das empresas paranaenses no mercado internacional;

Inserir 600 novas pequenas e médias empresas no universo exportador doParaná num Horizonte de Planejamento de quatro anos;

Diversificar a pauta de exportações paranaenses com relação a produtosagropecuários e destinos exportadores.

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4- PREÇOS MÍNIMOS PARA PRODUTOS ESTRATÉGICOS

Esse mecanismo de intervenção do Estado no processo de comercialização visaassegurar um nível mínimo de remuneração aos agricultores familiares, em condiçõesespeciais (até a maturação do projeto) e para produtos estratégicos.

O Estado do Paraná, com recursos orçamentários, observados as normas dozoneamento agroecológico, pagará aos agricultores familiares, produtores de culturasestratégicas e integradas em algum projeto, a diferença entre o preço que se quer garantir(preço meta ou preço mínimo) e aquele praticado pelo mercado, durante determinadointervalo de tempo a ser definido em regulamento.

Objetiva que o Estado do Paraná implante um mecanismo capaz de sustentar preços,em situações especiais e estratégicas para o desenvolvimento de comunidades deagricultores familiares ou para a maturação de projetos.

5- SEGURO SAFRA PARA PRODUTOS ESTRATÉGICOS

A agricultura é uma atividade de elevado grau de risco e incertezas, apesar de todoavanço técnico nas últimas décadas, pois trata-se de uma atividade biológica, em que a maior

parte da produção é feita a “céu aberto” ”, isto é, em ambiente não controlado, estandosujeita, portanto, a problemas climáticos adversos como geadas, estiagens, granizo,inundações, incêndios, etc, além de pragas e doenças sem métodos ou práticas eficazes deprevenção e controle.

O seguro agrícola é um importante instrumento de política agrícola, permitindo aoprodutor proteger-se contra perdas decorrentes de fenômenos climáticos adversos. Osetor público intervém diretamente, através de programas de suporte, para redistribuircom o resto da sociedade os riscos da atividade agrícola. Citem-se os Estados Unidos e aEspanha, como exemplos de países com elevado nível de proteção do risco agrícola.NoBrasil, a cultura do seguro agrícola é incipiente (estima-se que apenas cerca de 1,5 a 2,5%do risco agrícola esteja protegido), o que prejudica o desenvolvimento do setor. A expansãodo hábito do produtor rural fazer seguro está associada ao barateamento do prêmio, o quesó se consegue com a modernização das coberturas e da forma do seguro, com um bomsistema de avaliação de riscos (avanço do zoneamento agroclimático e pedoclimático) e comsubsídios por parte do poder público. Onde há uma grande massa segurada há a presença dogoverno. Acresce que o seguro agrícola, além de importante para a estabilidade da renda,induz ao uso de tecnologias adequadas, inclusive reduzidoras de riscos e permite maiorfacilidade de acesso a créditos e à venda antecipada da produção. O Governo Federal vemagindo nessa direção. Primeiro estabeleceu o zoneamento agrícola; depois, reestruturou oFundo de Estabilidade do Seguro Rural (destinado à cobertura dos riscos catastróficos) epermitiu o financiamento do prêmio do seguro dentro do crédito rural. O passo seguinte foia preparação de projeto de Lei que visa obter a autorização do legislativo para que a Uniãopague parte do custo de contratação do seguro pelos agricultores. A Lei, além de autorizara concessão de subvenção econômica ao premio do seguro, que poderá ser diferenciada porproduto, por categoria de produtores e por regiões, deverá definir os requisitos mínimos,eventos cobertos e outras exigências. O Estado do Paraná, o principal produtor agrícola doBrasil, está na faixa de transição climática e tem na chamada agricultura de base familiar a

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geração da maior parte do produto. Proteger a produção, a renda e o patrimônio dessesagricultores significa um considerável avanço de percepção da sociedade. Por isso, aproposta para que o Estado subvencione parte do premio do seguro agrícola para osagricultores familiares.

A instituição de seguro agrícola encontra amparo na Lei Agrícola Federal (8171/91)e na Lei Agrícola Estadual (9917/92). Ademais, o subsídio ao seguro rural enquadra-se na“caixa verde” das regras da OMC, podendo ser adotado pelos países membros.

A subvenção econômica será limitada a 25% do prêmio do seguro agrícolacontratado por agricultores familiares, assim definidos como aqueles que se enquadram nasregras estabelecidas pelo PRONAF, para olerícolas, cereais, frutícolas, oleaginosas,destinadas à cobertura de riscos de incêndios e raios, tromba d’água, ventos fortes eventos frios, granizo, geada, chuvas excessivas, seca, variação excessiva da temperatura.

6- DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E PLANEJAMENTO ESTRATÉGICOREGIONAL

Promover o desenvolvimento econômico equilibrado das diferentes regiões doEstado, com alternativas de negócios inovadores e motivação de empreendedores,alicerçado em eficiência setorial, desempenho concorrencial, análise de vantagenscomparativas, análise de pré-investimento e projetos de viabilidade econômica e desustentabilidade regional.

Elaboração de estudos setoriais de competitividade de : produtos, atividadesagroindústrias de pequeno e médio porte, visando a implementação de projetos específicos,estratégicos e inovadores no âmbito das diferentes regiões, considerando algumas ações ediretrizes selecionadas, como:

Diversificação de produtos de exportação de pequenas e médias empresas; Tecnologia, normalização e qualidade; Potencial de novos produtos e inovação; Projetos setoriais integrados; Produtos de maior valor agregado; Escolas Rurais Agrotécnicas; Projeto de equalização de juros/equivalência produto; Regularização fundiária; Reflorestamento de pequenos e médios estabelecimentos; Pesca e aqüicultura; Ecoturismo; Sistema de Produção Orgânica; Sistema de Informação de Mercado Agrícola; Alianças Mercadológicas; Projeto de Assentamentos Rurais; Associativismo Rural (Cooperativas).

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MAPA DO PARANÁ – NÚCLEOS REGIONAIS DA SECRETARIA DA AGRICULTURA E DOABASTECIMENTO

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EQUIPE TÉCNICA – NÚCLEOS REGIONAIS

APUCARANA – Economista PAULO SÉRGIO FRANZINI, Téc Agríc. JOSE ROBERTO DANELUTI.

CAMPO MOURÃO – Engº Agrº EDILSON SOUZA E SILVA, Téc. Agríc. GILBERTO LUIZ VIANA, Agente Inf.Agrop. JOÃO DIMAS DO NASCIMENTO, Téc. Agríc. LUIZ JOSÉ COELHO.

CASCAVEL – Economista JOVIR ESSER,, Téc. Agríc. EDSON PAULO MAGGI, Téc. Agríc. MANOEL ALVES DEOLIVEIRA (Foz do Iguaçu), Téc. Agríc. JOVELINO JOSÉ PERTILE.

CORNÉLIO PROCÓPIO – Engº Agrº RUBENS PIMENTA DE PÁDUA, Economista SANTO PULCINELLI FILHO,Engº Agrº PARAILIO ZANINI, Agente Inf. Agrop. DEVANIR LADEIRA, Téc.Agric..MARCOS ADAMI

CURITIBA – Engº Agrº MÁRCIO GARCIA JACOMETTI, Téc.Agríc. DAIL DE OLIVEIRA, Téc. Agríc. HÉLIO DEANDRADE, Ag. Inf. Agrop. SÉRGIO PEREIRA (CEASA), Téc. Agríc. ANTONIO CARLOS TONON (Lapa).

FRANCISCO BELTRÃO – Téc. Agríc. ANTONINHO FONTANELLA, Téc. Agríc. AGOSTINHO GIRARDELLO,Estagiária ADRIANA TAUCHER.

GUARAPUAVA – Engº Agrº ARTHUR BITTENCOURT FILHO, Estagiária MERYLISA FURLAN, EstagiárioFREDSON LOPES RIBEIRO.

IRATI –Engª Agrª ADRIANA BAUMEL, Estagiária NEREIDE SLOMPO.

IVAIPORÃ – Adm. Emp ANTONIO VILA REAL, Téc. Agríc. MÁRIO IURINO (São João do Ivaí), Engº AgrºSÉRGIO CARLOS EMPINOTTI.

JACAREZINHO –Economista JOSÉ ANTONIO GERVÁSIO, Adm Emp. HAROLDO SIQUEIRA DE OLIVEIRA(Ibaiti), Téc. Agríc. VALMIR RIBEIRO DOS REIS, Estagiário JOÃO PAULO MARCUR..

LARANJEIRAS – Téc. Agríc. JORGE SCHIPANSKI.

LONDRINA – Engº Agrº ROSÂNGELA ZAPAROLI VIEIRA, Economista ANTONIO JOSÉ DA SILVA, Téc. Agríc.PEDRO GUGLIELMI JR, Agente Inf. Agrop. JOSÉ AFONSO CAETANO.

MARINGÁ –Economista DORIVAL APARECIDO BASTA, Economista WILLIAN ARC MENEGHEL, ZootecnistaMOISÉS ROBERTO BARION BOLONHEZ, Agente Inf. Agrop. ÊNIO ALVES DA SILVA.

PARANAGUÁ – Economista PAULO ROBERTO CHRISTÓFORO.

PARANAVAÍ – Geógrafo ENIO LUIZ DEBARBA, Adm. Emp. VITOR I. DAVIES LAGO (Loanda), Adm Empr.APARECIDA DE LOURDES BOCALON, Estagiária ANTONIA LUZIA MENDES.

PATO BRANCO – Engº Agrº JOSEMAR B. FONSECA (Palmas), Téc. Agríc. IVANO LUIZ CARNIEL, Téc. Agríc.LUÍS ANTONIO ALVES DE MATOS.

PONTA GROSSA – Engº Agrº JOSÉ ROBERTO TOSATO, Economista CARLOS ROBERTO OSTERNACK(Palmeira),,Economsta LUIZ ALBERTO VANTROBA, Estagiária SAMANTHA MARIA PEDROSO.

TOLEDO – Engº Agrº JEAN MARI APARECIDA FERRARINI TRICHES, Téc. Agríc. JOÃO LUIZ NOGUEIRA,Téc. Agríc. PAULO OLIVA.

UMUARAMA – Economista ÁTICO LUIZ FERREIRA, Economista FÁBIO BORGES CAMARGO (Cianorte),IVANILDO RODRIGUES DAS NEVES.

UNIÃO DA VITÓRIA – Téc. Agríc. MARCOS MARCOLIN, Téc. Agríc. LUIZ CARLOS OTOMAIER, EstagiárioCASSIANO DE FREITAS.

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SEDE/NÚCLEOS E ESCRITÓRIOS REGIONAIS

SEAB/DERAL/SEDE: R. dos Funcionários, 1559 CURITIBA: R. dos Funcionários, 1560Fone: 0055 (41) 313-4000 - (041) 313-4010 Fone/Fax: (41) 313-4089Fax: 0055 (41) 313-4031 cx. P.464 Cx.Postal 46480035-050 - CURITIBA - PR - BR 80035-050- CURITIBA - PR

APUCARANA - Av: Munhoz da Rocha, 51 F. BELTRÃO: R: Tenente Camargo, 1.312Fone/Fax: (043) 422-7822 Fone: (046) 524-3144-FAX 524-317586800-100 - APUCARANA - PR 85605-090 - FRANCISCO BELTRÃO-PR

CAMPO MOURÃO: Av: João Bento, 1.899 GUARAPUAVA: Vicente Machado, 1.827Fone/Fax: (44) 525-1410 Fone: (042) 623-2252 - FAX: 623-80987301-030 - CAMPO MOURÃO - PR 85010-260 - GUARAPUAVA - PR

CASCAVEL: R: Antonina, 974 - São Cristovão IRATI: R. Alfredo Bufren, 366Fone/Fax: (045) 225-1845 - Caixa Postal 295 Fone/Fax: (042) 422-544485809 - 030 - CASCAVEL - PR 84500 - 000 - IRATI - PR

CORNÉLIO PROCÓPIO: Av. Minas Gerais, 1.351 IVAIPORÃ: Av: Souza Naves, 2.410Fone: (043) 524-1962 Fax: 524-1954 Fone/Fax: (043) 472-486686300 - 000 - CORNÉLIO PROCÓPIO - PR 86870-000 - IVAIPORÃ - PR

JACAREZINHO: R: do Rosário, 641-Cx.Postal 232 PATO BRANCO: R: Silvera Martins, 456 Fone: (043) 527-2311 Fax: 527-2312 Fone/Fax: (046) 225-3144 - Cx.P. 43186400 - 000 - JACAREZINHO - PR 85504-020 - PATO BRANCO - PR

LARANJEIRAS DO SUL: R. Diogo Pinto, 1.320 P. GROSSA: R. Nestor Guimarães, 166Fone: (042) 635-2379 Fax: 635-2113 Fone/Fax: (042) 225-274485301-290 - LARANJEIRAS DO SUL 84040-130 - PONTA GROSSA - PR

LONDRINA: R. da Palheta, 103 - Bairro Aeroporto TOLEDO: R: Sarandi, 294Fone: (043) 3325-7911 Fone: (045) 277-1101 Fax: 277-121986038-080 - LONDRINA - PR 85900 - 000 - TOLEDO - PR

MARINGÁ: R. Artur Thomas, 410 UMUARAMA: P. Exposições,PR 323Fone: (044) 226-5658 Fax: 269-2364 Cx.P. 180 Fone:(044) 639-2311 Fax: 639-279687013 - 250 - MARINGÁ - PR 87500 - 000 - UMUARAMA - PR

PARANAGUÁ: R.Comendador Corrêa Júnior, 320 UNIÃO VITÓRIA: R. Profª Amazília, 747Fone/Fax: (041) 422-6311 Fone/: (042) 522-1248 Fax: 522-149983203 - 560 - PARANAGUÁ - PR 84600-000 - UNIÃO DA VITÓRIA - PR

PARANAVAÍ: R: Antonio Vendramin, 2.235Fone: (044) 423-1919 Fax: 423-149887708-030 - PARANAVAÍ - PR

ENDEREÇOS DOS ESCRITÓRIOS //SEAB

Esc.Regional de Cianorte Esc. Regional de IbaitiR: Manoel de Nobrega, 13 R: Rui Barbosa, 75 - FundosFone/Fax: (044) 629-3800 Fone/Fax: (046) 263-152587200 - 000 - CIANORTE - PR 86590-000 - IBAITI - PR

Esc.Regional da Lapa Esc. Regional de LoandaR: Caetano Munhoz da Rocha, 1741 R: Mato Grosso, 354Fone/Fax: (041) 622-2977 Fone/Fax: (044) 425-140183750-000 - LAPA - PR

Esc.Regional de Palmas Esc. Regional de PalmeiraR: Padre Aquiles Saporiti, 1.220 R: Antiga Estação Ferroviária, s/nºFone/Fax: (043) 846-2650 Fone/Fax: (042) 252-389385504-020 - PATO BRANCO - PR 84130-000 - PALMEIRA - PR

Esc.Regional de S.João do IvaíAv: Curitiba, 22 Fone (43) 188286930-000- S.JOÃO DO IVAÍ – PR

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