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2009 SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE LONDRINA DIRETORIA DE EPIDEMIOLOGIA E INFORMAÇÕES EM SAÚDE PERFIL EPIDEMIOLÓGICO

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO - Portal da Prefeitura de … · Banco de Dados do Sistema Único de Saúde DC ... Distribuição do número de casos de Meningite Viral, por semana epidemilógica

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2009

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE LONDRINA

DIRETORIA DE EPIDEMIOLOGIA E INFORMAÇÕES EM SAÚDE

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO

Prefeitura do Município de Londrina i

GESTÃO MUNICIPAL

HOMERO BARBOSA NETO

PREFEITO DO MUNICÍPIO DE LONDRINA

ANA OLYMPIA VELLOSO MARCONDES DORNELLAS

SECRETÁRIA MUNICIPAL DE SAÚDE

MÁRCIO MAKOTO NISHIDA

DIRETOR EXECUTIVO DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE

SANDRA REGINA CALDEIRA MELO

DIRETORA DE EPIDEMIOLOGIA E INFORMAÇÕES EM SAÚDE

LÉIA PEREIRA

GERENTE DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

MARIA LUIZA HIROMI IWAKURA

GERENTE DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE

Prefeitura do Município de Londrina ii

AUTORES

ANA ELVIRA DE BARROS JÓIA

CHRISTIANE LOPES BARRANCOS LIBERATTI

CRISTINA MARIA KIYOTA

LÉIA PEREIRA

DRª. LUCI TITOCE ENDO HIRATA

LÚCIA HELENA DE LIMA

MARA LÚCIA ROCHA RAMOS

MARIA ANGELINA ZEQUIM NEVES

MARIA LUIZA HIROMI IWAKURA

ROSÂNGELA TOMIKO SAITO

SANDRA REGINA CALDEIRA MELO

DRª. SIMONE GARANI NARCISO

SÔNIA FERNANDES

DIGITAÇÃO E DESIGN GRÁFICO

PEDRO MARTINS PEREIRA JÚNIOR

Prefeitura do Município de Londrina iii

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO......................................................................................................................................... 1

INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................. 2

AIDS ................................................................................................................................................................. 3

AIDS em Indivíduos com 13 anos ou mais de Idade (ADULTOS) ............................................ 4

AIDS em Indivíduos menores de 13 anos (CRIANÇAS) ............................................................... 12

ANIMAIS PEÇONHENTOS ....................................................................................................................... 16

COQUELUCHE .............................................................................................................................................. 20

DENGUE ......................................................................................................................................................... 23

DIFTERIA ...................................................................................................................................................... 28

DOENÇA DE CHAGAS ................................................................................................................................ 29

ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA ....................................................................................................... 31

HANSENÍASE ............................................................................................................................................... 34

HEPATITES VIRAIS ................................................................................................................................... 41

Hepatite A ..................................................................................................................................................... 41

Hepatite B ..................................................................................................................................................... 44

Hepatite C ...................................................................................................................................................... 47

INFLUENZA .................................................................................................................................................. 49

INTOXICAÇÕES ........................................................................................................................................... 51

LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA ................................................................................ 56

Prefeitura do Município de Londrina iv

LEPTOSPIROSE ........................................................................................................................................... 58

MENINGITES ................................................................................................................................................ 61

POLIOMIELITE ............................................................................................................................................ 65

RAIVA ............................................................................................................................................................. 67

RUBÉOLA ...................................................................................................................................................... 71

SARAMPO ...................................................................................................................................................... 74

SÍFILIS CONGÊNITA .................................................................................................................................. 76

TÉTANO ......................................................................................................................................................... 80

TUBERCULOSE ............................................................................................................................................ 82

Tuberculose – Todas as Formas ........................................................................................................... 83

Tuberculose Pulmonar ............................................................................................................................ 87

Tuberculose Extrapulmonar ................................................................................................................. 91

PERFIL DE MORTALIDADE .................................................................................................................... 92

MORTALIDADE ........................................................................................................................................... 93

Mortalidade Infantil .................................................................................................................................. 96

Mortalidade Materna ................................................................................................................................ 99

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................... 100

Prefeitura do Município de Londrina v

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AIDS ......................... Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (do inglês, Acquired Immunodeficiency Syndrome)

AIH ........................... Autorização de Internação Hospitalar

Anti-HBc ................... Anticorpo Contra o HBsAg

CCI............................ Centro de Controle de Infecções

CDC .......................... Center for Disease Control and Prevention

CENTROLAB ............. Laboratório Central de Patologia Clínica

CID10 ....................... Classificação Internacional de Doenças – 10ª Revisão

CISMEPAR ................ Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema

CMI .......................... Coeficiente de Mortalidade Infantil

Coef. Inc. .................. Coeficiente de Incidência

DATASUS .................. Banco de Dados do Sistema Único de Saúde

DC ............................ Dengue Clássico

DCC .......................... Dengue Com Complicação

DENV ........................ Dengue Vírus

DEPIS........................ Diretoria de Epidemiologia e Informações em Saúde

DPT .......................... Vacina Contra a Difteria, Tétano e Coqueluche (do inglês, Diphtheria, Pertussis and Tetanus Vaccine)

DST ........................... Doença Sexualmente Transmissível

dT ............................. Vacina Contra Difteria e Tétano (do inglês, Diphtheria and Tetanus Vaccine)

FHD .......................... Febre Hemorrágica do Dengue

FTA-Abs .................... Fluorescent Treponemal Antibody Absorption Test

GIS ........................... Gerência de Informações em Saúde

Hab .......................... Habitantes

HBsAg ...................... Antígeno de Superfície do Vírus da Hepatite

HC ............................ Hospital de Clínicas

Prefeitura do Município de Londrina vi

HIV ........................... Vírus da Imunodeficiência Humana (do inglês, Human Immunodeficiency Virus)

HU ............................ Hospital Universitário

IBGE ......................... Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IgM........................... Imunoglobulina da Classe M

Incid ......................... Incidência

ITR ............................ Índice de Tipos de Recipientes

LACEN ...................... Laboratório Central do Paraná

LIRAa ........................ Levantamento de Índice Rápido de Aedes aegypti

LTA ........................... Leishmaniose Tegumentar Americana

MDR ......................... Multidrogaresistência

MS............................ Ministério da Saúde

NIM .......................... Núcleo de Informações em Mortalidade

NT ............................ Não Tipado

NV ............................ Nascido Vivo

OMS ......................... Organização Mundial de Saúde

PAVS ........................ Programação das Ações de Vigilância em Saúde

PCID ......................... Protocolo Complementar de Investigação Diagnóstica

PECH ........................ Programa Estadual de Controle da Hanseníase

PFA ........................... Paralisia Flácida Aguda

PML .......................... Prefeitura do Município de Londrina/PR

PNCH ........................ Programa Nacional de Controle da Hanseníase

PNI ........................... Programa Nacional de Imunização

PNTC ........................ Programa Nacional de Controle da Tuberculose

PVHA ........................ Pessoas Vivendo com HIV/AIDS

RN ............................ Recém-Nascido

S. mansoni ............... Schistosoma mansoni

SCD .......................... Síndrome do Choque do Dengue

SESA ......................... Secretaria de Saúde

Prefeitura do Município de Londrina vii

SICLOM .................... Sistema de Controle Logístico de Medicamentos

SIDA ......................... Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

SIM........................... Sistema de Informações em Mortalidade

SINAN....................... Sistema de Informações de Agravos de Notificação

SISCEL ...................... Sistema de Controle de Exames Laboratoriais

SMS .......................... Secretaria Municipal de Saúde de Londrina/PR

SNC .......................... Sistema Nervoso Central

SRC ........................... Síndrome da Rubéola Congênita

SUS ........................... Sistema Único de Saúde

TB ............................. Tuberculose

TT ............................. Vacina Antitetânica (do inglês, Tetanus Toxoid Vaccine)

TV ............................. Transmissão Vertical

UBS .......................... Unidade Básica de Saúde

UEL ........................... Universidade Estadual de Londrina

VDRL ........................ Veneral Diseases Research Laboratory Test

WHO ........................ World Health Organization

Prefeitura do Município de Londrina viii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 ......... Taxa de Incidência (por 100.000 hab.) de AIDS em adultos, segundo o ano de diagnóstico. Londrina, 1998 – 2010 ......................................................................................... 5

Figura 2 ......... Número e Coeficiente de Detecção dos Casos Novos de Hanseníase por 100.000 habitantes. Londrina, 2004 a 2009* ........................................................................................ 35

Figura 3 ......... Distribuição de casos de Hepatite A, por região. Londrina, 2008 ............................................ 43

Figura 4 ......... Distribuição espacial dos casos de Hepatite A, por região. Londrina, 2008 ............................ 43

Figura 5 ......... Algoritmo dos casos de Hepatite B e taxa de detecção (por 100.000 habitantes), segundo resultados de marcadores virais. Londrina, 2009 ..................................................... 45

Figura 6 ......... Distribuição de casos de Hepatite B, por região. Londrina, 2008-2009 ................................... 46

Figura 7 ......... Casos confirmados de Hepatite B, segundo forma clínica. Londrina, 2008-2009.................... 47

Figura 8 ......... Distribuição de casos de Hepatite C, por região. Londrina, 2008-2009 ................................... 48

Figura 9 ......... Número de casos notificados de Influenza A, por semana epidemiológica. Londrina, 2009 ......................................................................................................................................... 50

Figura 10 ....... Número de casos de Meningite, segundo etiologia. Londrina, 2008-2009 ............................. 63

Figura 11 ....... Distribuição do número de casos das Meningites Bacterianas, segundo etiologia. Londrina, 2008-2009 ................................................................................................................ 63

Figura 12 ....... Distribuição do número de casos de Meningite Viral, segundo região. Londrina, 2008-2009 ................................................................................................................................ 64

Figura 13 ....... Distribuição do número de casos de Meningite Viral, por semana epidemilógica. Londrina, 2008-2009 ................................................................................................................ 64

Figura 14 ....... Taxa de incidência de Tuberculose (todas as formas). Londrina, 2004 a 2009* ...................... 85

Figura 15 ....... Taxa de incidência da Tuberculose Pulmonar. Londrina, 2004 a 2009* .................................. 87

Figura 16 ....... Taxa de incidência de casos novos de Tuberculose Pulmonar. Londrina, 2004 a 2009* ....................................................................................................................................... 90

Figura 17 ....... Coeficiente de mortalidade geral (por 1.000 habitantes), residentes em Londrina, 1995 a 2009 ............................................................................................................................. 93

Figura 18 ....... Mortalidade proporcional, segundo faixa etária. Londrina, 1994 a 2009 ............................... 94

Figura 19 ....... Total de óbitos por acidente de transporte e homicídios. Londrina, 1994 a 2009* ................ 95

Figura 20 ....... Coeficientes de mortalidade infantil. Série histórica de Londrina, 1990 a 2009* ................... 96

Figura 21 ....... Mortalidade infantil, segundo grupos de causas. Londrina, 2009* ......................................... 97

Prefeitura do Município de Londrina ix

Figura 22 ....... Coeficiente de mortalidade materna (por 100.000 nascidos vivos). Londrina, 1985 a 2009 ......................................................................................................................................... 99

Figura 23 ....... Coeficiente de mortalidade materna (por 100.000 nascidos vivos), por triênios. Londrina, 1986 a 2009 ............................................................................................................. 99

Prefeitura do Município de Londrina x

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 ........ Taxa de incidência (por 100.000 hab.) de AIDS em adultos, segundo o ano de diagnóstico. Londrina, 1998 - 2010. ......................................................................................... 5

Tabela 2 ........ Número de casos de AIDS em adultos por ano de diagnóstico, segundo sexo e razão de sexo. Londrina, 1985 - 2010. ............................................................................................... 6-7

Tabela 3 ........ Número de casos de AIDS em adultos por ano de diagnóstico, segundo a faixa etária de 13 a 59 anos. Londrina, 1985 – 2010. ....................................................................... 7-8

Tabela 4 ........ Número de casos de AIDS em indivíduos com 60 anos ou mais de idade por ano de diagnóstico, segundo sexo e razão de sexo (M:F). Londrina 1985 – 2010. .............................. 9

Tabela 5 ........ Número de casos de AIDS em adultos por ano de diagnóstico, segundo a categoria de exposição. Londrina, 1985 –2010. ...................................................................................... 10

Tabela 6 ........ Número e percentual de casos de AIDS em adultos por ano de diagnóstico, segundo a evolução. Londrina, 1985 - 2010. .......................................................................................... 11

Tabela 7 ........ Número de casos de AIDS em crianças por ano de diagnóstico, segundo a faixa etária no momento do diagnóstico. Londrina, 1989 - 2010. ................................................... 12-13

Tabela 8 ........ Número de casos de AIDS em crianças por ano de diagnóstico, segundo a evolução. Londrina, 1989 - 2010. ............................................................................................................. 13

Tabela 9 ........ Número de casos de AIDS em crianças por ano de diagnóstico, segundo a categoria de exposição. Londrina, 1989 - 2010. ...................................................................................... 14

Tabela 10 ...... Número de crianças expostas ao HIV por transmissão vertical, segundo o ano de nascimento e características selecionadas. Londrina, 2001 - 2010. ........................................ 15

Tabela 11 ...... Número de casos de acidentes por animais peçonhentos, por sexo. Londrina, 2007 a 2009. ..................................................................................................................................... 17

Tabela 12 ...... Número de casos de acidentes por animais peçonhentos, por faixa etária. Londrina, 2007 a 2009. ............................................................................................................................ 17

Tabela 13 ...... Número de casos de acidentes por animais peçonhentos, por tipo de acidente. Londrina, 2007 a 2009. ............................................................................................................ 17

Tabela 14 ...... Número de casos notificados de acidentes por animais peçonhentos, por zona de ocorrência. Londrina, 2007 a 2009. ......................................................................................... 18

Tabela 15 ...... Número de acidentes por animais peçonhentos, por classificação do caso. Londrina, 2007 a 2009. ............................................................................................................................ 18

Tabela 16 ...... Número de acidentes por animais peçonhentos, por local do acidente. Londrina, 2007 a 2009. ............................................................................................................................ 18

Tabela 17 ...... Número de acidentes por animais peçonhentos, por gênero de serpente. Londrina, 2007 a 2009. ............................................................................................................................ 19

Prefeitura do Município de Londrina xi

Tabela 18 ...... Número de acidentes por animais peçonhentos, por gênero de aranha. Londrina, 2007 a 2009. ............................................................................................................................ 19

Tabela 19 ...... Número de acidentes por animais peçonhentos, por gênero de lagarta. Londrina, 2007 a 2009. ............................................................................................................................ 19

Tabela 20 ...... Nº de casos de coqueluche confirmados e coeficiente de incidência (por 100.000 hab). Londrina, 1999 a 2009. ................................................................................................... 20

Tabela 21 ...... Distribuição de casos de coqueluche, segundo faixa etária, número de casos, porcentagem e coeficiente de incidência. Londrina, 2009. ..................................................... 21

Tabela 22 ...... Distribuição de casos de coqueluche, segundo idade e doses recebidas de vacina antipertussis. Londrina, 2009. .................................................................................................. 22

Tabela 23 ...... Distribuição de casos de coqueluche, por região e Unidade Básica de Saúde (UBS). Londrina, 2009. ........................................................................................................................ 22

Tabela 24 ...... Número de casos e incidência de casos positivos de Dengue no Brasil, no Paraná e em Londrina. Série histórica de 2001 a 2009. .......................................................................... 24

Tabela 25 ...... Casos de Dengue confirmados e incidência pela população, por faixa etária, de residentes em Londrina. 2005 – 2009. ..................................................................................... 24

Tabela 26 ...... Número e porcentual de casos graves de Dengue, residentes em Londrina. 2007 a 2009. ........................................................................................................................................ 25

Tabela 27 ...... Casos de Dengue positivos, por regiões geográficas do município de Londrina. 2005 a 2009. ..................................................................................................................................... 25

Tabela 28 ...... Índice de infestação predial obtido pelo LIRAa. Londrina, 2007 a 2009. ................................. 26

Tabela 29 ...... Índice de tipo de depósitos, obtido pelo LIRAa. Londrina, 2007 a 2009. ................................. 27

Tabela 30 ...... Número de casos confirmados de Difteria em Londrina, no Paraná e no Brasil. Série histórica de 1997 a 2009. ......................................................................................................... 28

Tabela 31 ...... Número de investigações entomológicas em alguns distritos rurais de Londrina, Paraná. 2009. ........................................................................................................................... 30

Tabela 32 ...... Número de casos de esquistossomose em Londrina, no Paraná e no Brasil. Série histórica de 1996 a 2009. ......................................................................................................... 31

Tabela 33 ...... Classificação de casos de esquistossomose, segundo transmissão. Londrina, 2009. .............. 32

Tabela 34 ...... Número de casos de esquistossomose, conforme o sexo. Londrina, 2009. ............................ 32

Tabela 35 ...... Distribuição de casos de esquistossomose, de acordo com a faixa etária. Londrina, 2009. ........................................................................................................................................ 33

Tabela 36 ...... Distribuição de casos de esquistossomose, segundo a região de abrangência. Londrina, 2009. ........................................................................................................................ 33

Tabela 37 ...... Número de casos de esquistossomose e percentual, por faixa etária. Londrina, 2006 a 2009. ..................................................................................................................................... 33

Prefeitura do Município de Londrina xii

Tabela 38 ...... Número e Coeficiente de Detecção dos Casos Novos de Hanseníase por 100.000 habitantes. Londrina 2004 a 2009. .......................................................................................... 36

Tabela 39 ...... Número de casos de Hanseníase, por faixa etária, segundo ano de diagnóstico. Londrina, 2004 a 2009. ............................................................................................................ 36

Tabela 40 ...... Número e porcentual de casos de Hanseníase, por sexo, segundo ano de diagnóstico. Londrina, 2004 a 2009. ........................................................................................ 37

Tabela 41 ...... Número e percentual de casos de Hanseníase, por classificação operacional, segundo ano de diagnóstico. Londrina, 2004 a 2009. ............................................................. 37

Tabela 42 ...... Número de casos de Hanseníase e percentual, por modo de entrada, segundo ano de diagnóstico. Londrina, 2004 a 2009. ................................................................................... 38

Tabela 43 ...... Número de casos de Hanseníase e percentual, por forma clínica, segundo ano de diagnóstico. Londrina, 2004 a 2009. ........................................................................................ 39

Tabela 44 ...... Número de casos de Hanseníase e percentual, por grau de incapacidade no diagnóstico, segundo ano de diagnóstico. Londrina, 2004 a 2009. ......................................... 39

Tabela 45 ...... Percentual dos contatos de Hanseníase examinados, segundo ano de diagnóstico. Londrina, 2004 a 2009. ............................................................................................................ 40

Tabela 46 ...... Número de casos de Hanseníase e percentual, por tipo de alta, segundo ano de diagnóstico. Londrina, 2004 a 2009. ........................................................................................ 40

Tabela 47 ...... Distribuição de casos de hepatite A por sexo. Londrina, 2008-2009. ...................................... 42

Tabela 48 ...... Distribuição de casos de Hepatite A por faixa etária. Londrina, 2008- 2009. .......................... 42

Tabela 49 ...... Distribuição de casos de Hepatite B por sexo. Londrina, 2008 e 2009. ................................... 45

Tabela 50 ...... Distribuição de casos de Hepatite B por faixa etária. Londrina, 2008-2009. ........................... 46

Tabela 51 ...... Distribuição de casos de Hepatite C por sexo. Londrina, 2008 e 2009. ................................... 47

Tabela 52 ...... Distribuição de casos de Hepatite C, por faixa etária. Londrina, 2008- 2009. ......................... 48

Tabela 53 ...... Número de casos confirmados de Influenza A – H1N1, por critério de confirmação e por faixa etária. Londrina, 2009. .............................................................................................. 50

Tabela 54 ...... Número de casos de Intoxicação Exógena, segundo agente tóxico, por ano de notificação, residentes em Londrina. ....................................................................................... 52

Tabela 55 ...... Casos registrados de Intoxicação Humana, por agente tóxico e sexo. Brasil, 2008. ............... 53

Tabela 56 ...... Número de casos de Intoxicação Exógena, segundo agente tóxico e sexo, residentes em Londrina, 2008. .................................................................................................................. 54

Tabela 57 ...... Número de casos de Intoxicação Exógena, segundo agente tóxico. Residentes em Londrina, 2009. ........................................................................................................................ 54

Tabela 58 ...... Número de casos de Intoxicação Exógena, segundo agente tóxico e faixa etária. Residentes em Londrina, 2009. ................................................................................................ 55

Prefeitura do Município de Londrina xiii

Tabela 59 ...... Distribuição dos casos confirmados de Leishmaniose, por região. Londrina, 2009. ............... 56

Tabela 60 ...... Distribuição dos casos confirmados de Leishmaniose, por faixa etária. Londrina, 2009. ........................................................................................................................................ 57

Tabela 61 ...... Distribuição dos casos confirmados de Leixhmaniose, segundo a origem dos casos. Londrina, 2006 a 2009. ............................................................................................................ 57

Tabela 62 ...... Número de casos confirmados de Leptospirose, por região. Londrina, 2008 e 2009. ............ 58

Tabela 63 ...... Número de casos confirmados de Leptospirose, por faixa etária. Londrina, 2008 a 2009. ........................................................................................................................................ 59

Tabela 64 ...... Exposição a situações de risco nos casos de Leptospirose. Londrina, 2008 a 2009. ............... 59

Tabela 65 ...... Manifestações clínicas mais evidentes de Leptospirose. Londrina, 2008 e 2009. ................... 60

Tabela 66 ...... Número de casos de Meningite e incidência (por 100.000 hab.), segundo tipo. Londrina, 1999 a 2009. ............................................................................................................ 61-62

Tabela 67 ...... Distribuição de número de casos, incidência por 100.000 habitantes, óbitos, letalidade e sorogrupo da Doença Meningocócica, por faixa etária. Londrina, 2008 e 2009. ........................................................................................................................................ 62

Tabela 68 ...... Número de casos de Paralisia Flácida Aguda (PFA) em menores de 15 anos, residentes em Londrina. Londrina, 2004 – 2009. .................................................................... 66

Tabela 69 ...... Número de casos de Agressão Animal, por sexo. Londrina, 2008 e 2009. .............................. 68

Tabela 70 ...... Número de casos de Agressão Animal, segundo tipo de exposição. Londrina, 2008 e 2009. ........................................................................................................................................ 68

Tabela 71 ...... Número de casos de Agressão Animal, segundo localização do ferimento. Londrina, 2008 e 2009. ............................................................................................................................ 69

Tabela 72 ...... Número de casos de Agressão Animal, por tipo de ferimento. Londrina, 2008 e 2009. ........................................................................................................................................ 69

Tabela 73 ...... Número de casos de Agressão Animal, por espécie do animal agressor. Londrina, 2008 e 2009. ............................................................................................................................ 69

Tabela 74 ...... Número de casos de Agressão Animal, por espécie do animal agressor. Paraná, 2008 e 2009. ............................................................................................................................ 70

Tabela 75 ...... Número de casos notificados e confirmados de Rubéola e incidência. Londrina, 1997 a 2009. ............................................................................................................................ 72

Tabela 76 ...... Número de casos confirmados de Rubéola em Londrina, no Paraná e no Brasil. 1997 a 2008. ..................................................................................................................................... 73

Tabela 77 ...... Casos confirmados de Sarampo. Paraná e Brasil, 1997 a 2009. .............................................. 74

Tabela 78 ...... Casos notificados e confirmados de Sarampo. Londrina, 1997 a 2009. .................................. 75

Prefeitura do Município de Londrina xiv

Tabela 79 ...... Número de casos confirmados de Sífilis Congênita. Londrina, Paraná e Brasil, 1998 a 2009. ..................................................................................................................................... 77

Tabela 80 ...... Número de casos de Sífilis Congênita e incidência (por 1.000 nascidos vivos), por sexo. Londrina, 2009. ............................................................................................................... 77

Tabela 81 ...... Número de casos de Sífilis Congênita e percentual, segundo características maternas. Londrina, 2009. ....................................................................................................... 78

Tabela 82 ...... Número de casos de Sífilis Congênita, segundo a região de residência e áreas de abrangência das Unidades Básicas de Saúde – UBS. Londrina, 2009. ..................................... 78

Tabela 83 ...... Número de casos confirmados de Tétano Acidental. Londrina, Paraná e Brasil, 1999 a 2009. ..................................................................................................................................... 80

Tabela 84 ...... Série histórica dos casos de Tétano Acidental. Londrina, 1994 a 2009. .................................. 81

Tabela 85 ...... Número de casos de Tuberculose (todas as formas) e percentual, segundo ano de diagnóstico e faixa etária. Londrina, 2004 a 2009*. ................................................................ 83

Tabela 86 ...... Número de casos de Tuberculose (todas as formas) e percentual, segundo ano de diagnóstico e sexo. Londrina, 2004 a 2009*. ........................................................................... 83

Tabela 87 ...... Número de casos de Tuberculose (todas as formas) e percentual, segundo ano de diagnóstico e tipo de entrada. Londrina, 2004 a 2009*. ......................................................... 84

Tabela 88 ...... Número de casos de Tuberculose (todas as formas) e percentual, segundo ano de diagnóstico e forma de entrada. Londrina, 2004 a 2009*. ...................................................... 84

Tabela 89 ...... Número de casos de Tuberculose (todas as formas) e percentual, segundo ano de diagnóstico e agravos associados. Londrina, 2004 a 2009*. .................................................... 85

Tabela 90 ...... Número de casos de Tuberculose (todas as formas) e percentual, segundo ano de diagnóstico e resultado da sorologia de HIV. Londrina, 2004 a 2009*. ................................... 86

Tabela 91 ...... Número de casos de Tuberculose (todas as formas) e percentual, segundo ano de diagnóstico e situação de encerramento. Londrina, 2004 a 2009*. ........................................ 87

Tabela 92 ...... Número de casos de Tuberculose Pulmonar e percentual, segundo ano de diagnóstico e tipo de entrada. Londrina, 2004 a 2009*. ......................................................... 88

Tabela 93 ...... Número de contatos de pacientes de Tuberculose Pulmonar Bacilífera registrados, número e percentual de contatos examinados, segundo ano de diagnóstico. Londrina, 2007 a 2009*. .......................................................................................................... 89

Tabela 94 ...... Número de casos de Tuberculose Pulmonar e Tuberculose Pulmonar+Extrapulmonar – recidiva e reingresso após abandono, segundo ano de diagnóstico e cultura de escarro. Londrina, 2004 a 2009*. ..................................................... 89

Tabela 95 ...... Número de casos de Tuberculose Pulmonar e percentual, segundo ano de diagnóstico e situação de encerramento. Londrina, 2004 a 2009*. ........................................ 90

Tabela 96 ...... Número de casos de Tuberculose Extrapulmonar e percentual, segundo ano de diagnóstico e localização. Londrina, 2004 a 2009*. ................................................................. 91

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Tabela 97 ...... Óbitos segundo grupos de causas (Cap CID10). Londrina, 2009. ............................................. 94

Tabela 98 ...... Coeficiente de mortalidade infantil neonatal e pós-neonatal (por 1.000 nascidos vivos). Londrina, 1995 a 2009*. ............................................................................................... 98

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APRESENTAÇÃO

A Secretaria Municipal de Saúde, por intermédio da Diretoria de Epidemiologia e Informações em Saúde, tem a satisfação de apresentar o “Perfil Epidemiológico – 2009”.

O Perfil Epidemiológico – 2009, cumpre o papel de informar e atualizar os profissionais e dirigentes sobre as informações referentes às doenças e agravos de notificação compulsória, bem como as informações referentes à mortalidade, no município de Londrina.

Esta publicação sistematiza as informações coletadas do Sistema Nacional de Agravos de Notificação – SINAN e do Sistema de Informação em Mortalidade – SIM, contribuindo na condução da política de saúde deste município.

Estes dados não devem ser considerados apenas mera estatística, mas indicadores da saúde da população londrinense, que norteiam as prioridades no planejamento das ações para promoção da saúde e prevenção de doenças, no intuito de fortalecimento da atenção primária em saúde e redes de atenção à saúde.

Ressalta-se que são dados coletados tanto no sistema público quanto do sistema complementar de saúde, que permitem visualizar o impacto das ações efetivadas e quais as propostas que contribuirão para controle e erradicação destas entidades patológicas.

Secretaria Municipal de Saúde

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INTRODUÇÃO

Segundo a Lei 8.080 o conceito de vigilância epidemiológica é “conjunto de ações

que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores

determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de

recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.”

Portanto a Informação em Saúde é um instrumento estratégico e o ponto de partida para muitas ações, assumindo um importante papel, o de servir de base para diagnóstico, planejamento visando a (re)organização de serviços, sejam assistenciais, preventivos ou de cura/reabilitação.

O Perfil epidemiológico de Londrina de 2009, desta forma, torna possível conhecermos as diferentes situações dos agravos de notificação compulsória, possibilitando estabelecer metas, análises estratégicas e tomada de decisões.

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AIDS

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é uma doença caracterizada por uma disfunção grave do sistema imunológico do indivíduo infectado pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Sua evolução é marcada por uma considerável destruição de linfócitos T CD4.

A transmissão ocorre pela via sexual, sanguínea (parenteral, da mãe para o filho, no curso da gravidez ou durante ou após o parto) e pelo leite materno.

O período de latência, compreendido entre a infecção pelo HIV e os sinais e sintomas que caracterizam a doença por ele causada - a AIDS, atualmente está entre 05 e 10 anos, dependendo da via de infecção.

Desde o ano de 1986, a notificação de casos de AIDS é obrigatória a médicos e outros profissionais de saúde no exercício da profissão, bem como os responsáveis por organizações e estabelecimentos públicos e particulares de saúde em conformidade com a lei e recomendações do Ministério da Saúde (Lei 6.259 de 30/10/1975 e Portaria nº. 2.472 de 31 de agosto de 2010).

Conforme o protocolo - “Critérios de Definição de Casos de AIDS em Adultos e Crianças” - Ministério da Saúde 2004, os portadores do HIV passam a serem considerados casos de AIDS.

Desde o ano de 2007, apenas os casos de AIDS em indivíduos menores de 13 anos (CRIANÇAS) e indivíduos com 13 anos ou mais de idade (ADULTOS), são notificados através da Ficha de Notificação/Investigação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), no banco de dados - SINAN Net.

E desde o ano de 2001, a Notificação/Investigação das Gestantes HIV+ infectadas (portadoras ou doentes) é obrigatória em todo o território nacional, através de uma ficha específica para gestantes HIV+.

Em 2009, por orientação da Coordenação Estadual de DST / AIDS, o banco de dados do SINAN Windows (utilizado para notificar os casos de HIV+ e AIDS até o ano de 2006) foi corrigido, isto é, foram corrigidas as inconsistências, excluídas as duplicidades e também foram excluídos todos os casos de pacientes notificados como HIV+.

Até novembro de 2010, Londrina tem notificado um total acumulado de 1839 casos de AIDS em adultos e de 55 casos em crianças. Importante ressaltar que a fonte de obtenção destes dados é o SINAN e, que este sofre influencia com o atraso das notificações ou o sub-registro dos mesmos.

A seguir apresenta-se a análise descritiva dos casos de AIDS em adultos e em crianças.

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AIDS em Indivíduos com 13 anos ou mais de Idade (ADULTOS)

Em Londrina, o primeiro caso de AIDS em adulto foi diagnosticado no ano de 1.985. Com o aumento do número de casos, em 1.992, foi criado o Centro de Referência em DST/HIV/AIDS Dr. Bruno Piancastelli Filho que junto com o Hospital das Clínicas/UEL, passaram a atender os casos ambulatoriais de pessoas vivendo com o HIV/AIDS (PVHA) de Londrina e dos municípios pertencentes à 17ª Regional de Saúde. Além da parte assistencial, o Centro de Referência era responsável pelo controle das notificações e atividades preventivas na área de abrangência da Regional de Saúde.

Com a municipalização das ações em saúde, a Autarquia Municipal de Saúde (AMS) de Londrina gradativamente foi assumindo as ações referentes ao controle das DST/AIDS. Em 1.994 as ações de prevenção a estes agravos passaram a serem exercidas pelo município e mais tardiamente, em 2.002, as ações de vigilância epidemiológica, foram municipalizadas.

A taxa de incidência de AIDS no Brasil, embora em patamares elevados, encontra-se estabilizada desde 2000. No ano de 2008 a taxa de incidência foi de 18,2 por 100.000 habitantes (taxa calculada com dados obtidos através das Notificações no Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN, declarados no SIM (Sistema de Informação em Mortalidade) e registrados no SISCEL/SICLOM.

Com relação à incidência da doença, há grandes diferenças regionais, no período de 2000 a 2008, observou-se declínio da taxa de incidência nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, e aumento nas regiões Norte, Nordeste e Sul.

Em 2008 a região Sul apresentou taxa de incidência elevada devido aos estados do Rio Grande do Sul (a maior do Brasil com 41,2/100,000 hab) e Santa Catarina (29,6/100.000 hab), já o Paraná apresentou taxa de incidência de 17,1/100.000hab (BRASIL, 2008).

Em Londrina (Figura 1 e Tabela 1), a taxa de incidência de AIDS em adultos calculada com os dados obtidos no SINAN, entre 1998 a 2010 mantém-se elevada, comparada com as taxas do Paraná e Brasil.

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Figura 1 - Taxa de incidência (por 100.000 hab.) de AIDS em adultos, segundo o ano de diagnóstico. Londrina, 1998 – 2010.

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Tabela 1 – Taxa de incidência (por 100.000 hab.) de AIDS em adultos, segundo o ano de diagnóstico. Londrina, 1998 - 2010.

Ano do Diagnóstico Nº de Casos População

(Idade ≥ 13 anos) Incidência

(por 100.000 habitantes)

1998 99 325.333 30,43

1999 91 330.242 27,55

2000 93 346.891 26,8

2001 107 339.501 31,51

2002 125 357.634 34,95

2003 79 362.616 21,78

2004 96 367.591 26,11

2005 106 378.877 27,97

2006 86 384.626 22,35

2007 104 390.325 26,64

2008 94 409.135 22,97

2009 109 416.336 26,18

2010* 70 416.336 16,81

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML; População IBGE (para o calculo de 2010 foi utilizado a população 2009). * Dados preliminares

0

5

10

15

20

25

30

35

40

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

*

Ano de diagnóstico

Tax

a de

incidê

ncia

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Em Londrina (Tabela 2), observamos que a razão de sexo (M:F) desde o início da epidemia vinha diminuindo até o ano de 2002 (1,2:1), mas em seguida voltou a aumentar, chegando em 2009 a 2,0:1 e em 2010 (dados preliminares) a 2,7:1.

No Brasil, de 1980 até junho de 2009, os casos acumulados de AIDS chegaram a 544.846. Pela estimativa de 2006, cerca de 630.000 indivíduos entre 15 a 49 anos viviam com o HIV/AIDS no Brasil.

De 1980 até junho de 2009, foram identificados 356.427 casos de AIDS no sexo masculino e 188.396 no sexo feminino. Observou-se que a razão de sexo (M:F) diminuiu consideravelmente do início da epidemia para os dias atuais. Em 1986, a.razão era de 15,1:1 e, a partir de 2002, estabilizou-se em 1,5:1 (BRASIL,2009).

A transmissão heterossexual passou a ser a principal via de transmissão do HIV, a qual vem apresentando maior tendência de crescimento em anos recentes, acompanhada de uma expressiva participação das mulheres na dinâmica da epidemia (BRASIL, 2010).

Tabela 2 - Número de casos de AIDS em adultos por ano de diagnóstico, segundo sexo e razão de sexo. Londrina, 1985 - 2010.

Ano do Diagnóstico Masculino Feminino Total Razão M:F

1985 1 0 1 -

1986 1 0 1 -

1987 4 1 5 4,0

1988 9 2 11 4,5

1989 10 2 12 5,0

1990 22 6 28 3,7

1991 28 9 37 3,1

1992 47 14 61 3,4

1993 69 22 91 3,1

1994 49 13 62 3,8

1995 55 25 80 2,2

1996 64 30 94 2,1

1997 65 32 97 2,0

1998 62 37 99 1,7

1999 62 29 91 2,1

2000 56 37 93 1,5

2001 71 36 107 2,0

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML Dados preliminares.

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Tabela 2 - Número de casos de AIDS em adultos por ano de diagnóstico, segundo sexo e razão de sexo. Londrina, 1985 - 2010. (continuação)

Ano do Diagnóstico Masculino Feminino Total Razão M:F

2002 69 56 125 1,2

2003 58 21 79 2,8

2004 64 32 96 2,0

2005 67 39 106 1,7

2006 52 34 86 1,5

2007 72 32 104 2,2

2008 61 33 94 1,8

2009 73 36 109 2,0

2010 51 19 70 2,7

Total 1242 597 1839 2,1

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML Dados preliminares.

Em Londrina (Tabela 3), os grupos etários que mais concentram os casos notificados são os de 30 a 39 anos de idade com um total acumulado de 734 casos. Observamos uma redução nos últimos anos dos casos na faixa etária de 15 a 19 anos, sendo que desde 2007 não tivemos nenhuma notificação. A partir de 1993, observa-se um aumento na faixa etária de 40 a 49 anos e a partir de 1996 a faixa etária de 50 a 59 anos com importante aumento a partir de 2003.

Importante lembrar que estas faixas etárias referem-se à idade no momento do diagnóstico da doença e que a AIDS manifesta-se, em média entre 5 a 10 anos após a infecção.

Tabela 3 - Número de casos de AIDS em adultos por ano de diagnóstico, segundo a faixa etária de 13 a 59 anos. Londrina, 1985 – 2010.

Ano do Diagnóstico Faixa Etária (anos)

13 – 14 15 – 19 20 – 29 30 – 39 40 – 49 50 – 59

1985 0 0 0 1 0 0

1986 0 0 1 0 0 0

1987 0 0 1 2 1 1

1988 0 1 4 5 0 1

1989 0 0 5 4 1 2

1990 0 2 12 9 3 1

1991 0 1 20 11 3 2

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML Dados preliminares.

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Tabela 3 - Número de casos de AIDS em adultos por ano de diagnóstico, segundo a faixa etária de 13 a 59 anos. Londrina, 1985 – 2010. (continuação)

Ano do Diagnóstico Faixa Etária (anos)

13 – 14 15 – 19 20 – 29 30 – 39 40 – 49 50 – 59

1992 0 2 28 28 2 1

1993 0 7 44 30 8 2

1994 1 0 28 26 7 0

1995 0 1 27 36 13 2

1996 0 1 34 39 14 6

1997 0 2 29 42 18 4

1998 1 1 34 42 15 5

1999 0 1 21 47 13 6

2000 0 0 23 49 11 6

2001 0 2 32 40 27 5

2002 0 4 30 56 28 5

2003 0 1 15 29 19 10

2004 0 1 11 38 21 16

2005 0 1 20 43 23 11

2006 0 3 17 32 24 5

2007 0 0 20 39 27 11

2008 0 0 15 30 26 19

2009 0 0 21 37 33 15

2010 0 0 17 19 21 11

Total 2 31 509 734 358 147

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML Dados preliminares.

Na tabela 4 observa-se que em Londrina, nos últimos 10 anos, houve um aumento importante dos casos de AIDS em indivíduos com 60 anos ou mais, principalmente no sexo masculino, a razão de sexo (M:F) chegou a 6,0:1 em 2007.

Desde a identificação da AIDS na década de 1980, até os dias atuais, o perfil dos pacientes vivendo com a doença foi modificado. Atualmente, um dos principais desafios para os profissionais de saúde é lidar com o crescimento do número de casos nesta faixa etária.

Segundo pesquisas, a reinvenção da virilidade pelas drogas contra a disfunção erétil fez com que a vida sexual do brasileiro se prolongasse. No entanto, a sexualidade das pessoas idosas, na família e na sociedade, ainda está cercada de tabus e ligada a uma maior resistência ao uso de preservativos.

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Campanhas de prevenção precisam ser dirigidas a este público específico, a fim de desmistificar o sexo na terceira idade e promover a saúde.

Tabela 4 - Número de casos de AIDS em indivíduos com 60 anos ou mais de idade por ano de diagnóstico, segundo sexo e razão de sexo (M:F). Londrina 1985 – 2010.

Ano do Diagnóstico Masculino Feminino Total Razão M:F

1985 0 0 0 -

1986 0 0 0 -

1987 0 0 0 -

1988 0 0 0 -

1989 0 0 0 -

1990 1 0 1 -

1991 0 0 0 -

1992 0 0 0 -

1993 0 0 0 -

1994 0 0 0 -

1995 0 1 1 -

1996 0 0 0 -

1997 2 0 2 -

1998 1 0 1 -

1999 1 2 3 0,5

2000 1 3 4 0,33

2001 0 1 1 -

2002 1 1 2 1,0

2003 3 2 5 1,5

2004 5 4 9 1,25

2005 5 3 8 1,7

2006 4 1 5 4,0

2007 6 1 7 6,0

2008 2 2 4 1,0

2009 3 0 3 -

2010 2 0 2 -

Total 37 21 58 1,7

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML Dados preliminares.

A principal categoria de exposição da AIDS em Londrina (Tabela 5) é a sexual, com um acumulado de 1499 casos (81,51%), em seguida vem o uso de drogas com 328 casos acumulados (17,83%).

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Tabela 5 – Número de casos de AIDS em adultos por ano de diagnóstico, segundo a categoria de exposição. Londrina, 1985 –2010.

Ano do Diagnóstico

Ignorado Sexual Drogas Sangue Transmissão

Vertical Total

1985 0 1 0 0 0 1

1986 0 1 0 0 0 1

1987 0 5 0 0 0 5

1988 0 7 3 1 0 11

1989 0 6 6 0 0 12

1990 0 12 16 0 0 28

1991 0 19 18 0 0 37

1992 0 33 28 0 0 61

1993 0 43 47 1 0 91

1994 0 45 17 0 0 62

1995 0 48 32 0 0 80

1996 0 66 27 1 0 94

1997 0 75 22 0 0 97

1998 0 83 15 1 0 99

1999 0 81 10 0 0 91

2000 0 79 14 0 0 93

2001 0 89 16 2 0 107

2002 0 114 10 0 1 125

2003 1 70 8 0 0 79

2004 1 85 10 0 0 96

2005 0 94 12 0 0 106

2006 3 80 3 0 0 86

2007 0 99 5 0 0 104

2008 0 90 4 0 0 94

2009 0 108 1 0 0 109

2010 0 66 4 0 0 70

Total 5 1499 328 6 1 1839

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML Dados preliminares.

No Brasil, de 1980 a 2008 foram declarados no Sistema de Informação em Mortalidade 217.091 óbitos por AIDS, sendo 6.407 (3%) na região Norte, 21.974 (10%) na Nordeste, 143.367 (66%) na Sudeste, 35.183 (16%) na Sul e 10.160 (5%) na região Centro-Oeste. Após a introdução da política de acesso universal ao tratamento antirretroviral, em 1996, a mortalidade caiu e a sobrevida aumentou. (BRASIL, 2005).

Ainda hoje muitas das notificações de casos novos de AIDS são feitas no espaço intra-hospitalar, com fechamento do diagnóstico pouco antes do óbito ou no óbito. Pode-se observar este fato em Londrina na Tabela 6, onde dos 70 casos de AIDS diagnosticados em 2010, 14,3% ou seja, 10 casos foram a óbito em 2010.

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Tabela 6 – Número e percentual de casos de AIDS em adultos por ano de diagnóstico, segundo a evolução. Londrina, 1985 - 2010.

Ano do Diagnóstico Vivo Morto Total

Nº. % Nº. % Nº. %

1985 0 0,0 1 100,0 1 0,1

1986 0 0,0 1 100,0 1 0,1

1987 0 0,0 5 100,0 5 0,3

1988 1 9,0 10 91,0 11 0,6

1989 2 16,7 10 83,3 12 0,7

1990 6 21,4 22 78,6 28 1,5

1991 3 8,1 34 91,9 37 2,0

1992 5 8,2 56 91,8 61 3,3

1993 24 26,4 67 73,6 91 4,9

1994 17 27,4 45 72,6 62 3,4

1995 28 35,0 52 65,0 80 4,3

1996 45 47,9 49 52,1 94 5,1

1997 52 53,6 45 46,4 97 5,3

1998 61 61,6 38 38,4 99 5,4

1999 49 53,8 42 46,2 91 4,9

2000 52 55,9 41 44,1 93 5,1

2001 74 69,2 33 30,8 107 5,8

2002 90 72,0 35 28,0 125 6,8

2003 54 68,4 25 31,6 79 4,3

2004 67 69,8 29 30,2 96 5,2

2005 80 75,5 26 24,5 106 5,8

2006 68 79,1 18 20,9 86 4,7

2007 79 76,0 25 24,0 104 5,7

2008 83 88,3 11 11,7 94 5,1

2009 86 78,9 23 21,1 109 5,9

2010 60 85,7 10 14,3 70 3,8

Total 1086 59,0 753 41,0 1839 100,0

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML Dados preliminares.

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AIDS em Indivíduos menores de 13 anos (CRIANÇAS)

O Hospital Universitário/Ambulatório do Hospital das Clínicas/UEL é a única instituição em Londrina que presta atendimento às crianças expostas, as soropositivas e às doentes.

O primeiro caso de aids em criança foi diagnosticado em Londrina no ano de 1989, ocorrido por transmissão vertical. A transmissão da infecção pelo HIV da mãe para o concepto, denominada transmissão vertical (TV) é decorrente da exposição da criança à infecção durante a gestação, parto, e / ou aleitamento materno / cruzado.

Até novembro de 2010 o total acumulado chegou a 55 casos de AIDS em crianças.

A Tabela 7 mostra que em Londrina, após dois anos de notificação negativa, apresentou em 2009, um caso de AIDS em criança.

A criança a que se refere na Tabela 7, tinha 3 anos quando teve o diagnóstico de AIDS no ambulatório do Hospital das Clínicas (HC). A partir do diagnóstico da criança diagnosticou-se caso de AIDS da mãe e o estado de soro positivo do pai. A mãe realizou o pré-natal no ambulatório do HC por apresentar hipertensão arterial e o parto ocorreu no HU. Até o parto a mãe era HIV NEGATIVO. Provavelmente a criança foi infectada por transmissão vertical, através do aleitamento materno.

Tabela 7 – Número de casos de AIDS em crianças por ano de diagnóstico, segundo a faixa etária no momento do diagnóstico. Londrina, 1989 - 2010.

Ano do Diagnóstico

Faixa Etária Total

< 1 1 – 4 5 – 9 10 – 12

1989 1 0 0 0 1

1990 0 0 0 0 0

1991 0 0 0 0 0

1992 2 1 0 0 3

1993 5 0 0 0 5

1994 1 0 0 1 2

1995 3 0 0 0 3

1996 4 1 0 0 5

1997 4 4 0 0 8

1998 0 3 0 0 3

1999 6 1 0 0 7

2000 2 2 0 0 4

2001 2 3 1 0 6

2002 0 1 0 1 2

2003 0 0 1 0 1

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML Dados preliminares.

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Tabela 7 – Número de casos de AIDS em crianças por ano de diagnóstico, segundo a faixa etária no momento do diagnóstico. Londrina, 1989 - 2010. (continuação)

Ano do Diagnóstico

Faixa Etária Total

< 1 1 – 4 5 – 9 10 – 12

2004 0 0 0 1 1

2005 1 1 0 0 2

2006 0 0 1 0 1

2007 0 0 0 0 0

2008 0 0 0 0 0

2009 0 1 0 0 1

2010 0 0 0 0 0

Total 31 18 3 3 55

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML Dados preliminares.

Segundo a evolução dos casos registrados no SINAN, em Londrina, como é apresentado na Tabela 8, dos 55 casos de AIDS em crianças, 33 casos estão vivos (60%) e 22 foram a óbito (40%).

Tabela 8 – Número de casos de AIDS em crianças por ano de diagnóstico, segundo a evolução. Londrina, 1989 - 2010.

Ano do Diagnóstico Vivo Morto Total

1989 0 1 1

1990 0 0 0

1991 0 0 0

1992 0 3 3

1993 2 3 5

1994 1 1 2

1995 0 3 3

1996 1 4 5

1997 8 0 8

1998 3 0 3

1999 4 3 7

2000 3 1 4

2001 4 2 6

2002 2 0 2

2003 1 0 1

2004 1 0 1

2005 1 1 2

2006 1 0 1

2007 0 0 0

2008 0 0 0

2009 1 0 1

2010 0 0 0

Total 33 22 55

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML Dados preliminares.

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Na Tabela 9 pode-se observar que em Londrina a transmissão vertical é responsável por quase a totalidade dos casos de AIDS em crianças notificados até novembro de 2010 com 53 casos.

Tabela 9 – Número de casos de AIDS em crianças por ano de diagnóstico, segundo a categoria de exposição. Londrina, 1989 - 2010.

Ano do Diagnóstico Heterossexual Transfusão Transmissão

Vertical Total

1989 0 0 1 1

1990 0 0 0 0

1991 0 0 0 0

1992 0 0 3 3

1993 0 0 5 5

1994 1 0 1 2

1995 0 0 3 3

1996 0 0 5 5

1997 0 0 8 8

1998 0 0 3 3

1999 0 0 7 7

2000 0 1 3 4

2001 0 0 6 6

2002 0 0 2 2

2003 0 0 1 1

2004 0 0 1 1

2005 0 0 2 2

2006 0 0 1 1

2007 0 0 0 0

2008 0 0 0 0

2009 0 0 1 1

2010 0 0 0 0

Total 1 1 53 55

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML Dados preliminares.

Como já definido anteriormente a transmissão vertical é decorrente da exposição da criança à infecção durante a gestação, parto, e / ou aleitamento materno / cruzado.

Imediatamente após o nascimento da criança, se o teste materno for positivo, institui-se a quimioprofilaxia com antirretroviral para evitar a transmissão do vírus à criança exposta, contra indica-se o aleitamento materno e com acompanhamento pelo ambulatório HC.

É fundamental, e se preconiza que durante o pré-natal – no primeiro e no terceiro trimestres da gestação – a mulher faça o teste para HIV. Para que assim o médico saiba se a mulher é portadora do HIV, e sejam tomadas as medidas necessárias para prevenir a contaminação do bebê.

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Mesmo realizando o teste durante o pré-natal e este for negativo, ela pode continuar com vida sexual ativa e, portanto, há risco de se infectar ainda durante a gravidez e dar a luz sem saber que está contaminada. Por isso, o teste rápido na maternidade para diagnóstico do HIV, torna-se uma ferramenta importante para prevenir e evitar a transmissão do vírus da mãe para filho (transmissão vertical), principalmente durante o parto e o aleitamento durante a amamentação.

Segundo literatura a maior parte dos casos de TV vertical do HIV (aproximadamente 65%) ocorre durante o trabalho de parto e no parto propriamente dito; os 35% restantes ocorrem intra-útero, principalmente nas últimas semanas de gestação, e pelo aleitamento materno, que representa risco adicional de transmissão de 7% a 22%.

Já no primeiro exame da carga viral, se a criança apresentar resultado indetectável, é um bom indicativo de que não houve transmissão vertical.

A notificação das gestantes infectadas é obrigatória em todo o território nacional desde o ano de 2001, devendo as crianças expostas serem acompanhadas para diagnóstico e assistência adequados.

A partir de 2007, com a implantação da nova Ficha de Investigação de Gestante HIV+ para o SINAN Net, o acompanhamento da criança não é contemplado na ficha, sendo assim, não digitado no SINAN.

Na Tabela 10 pode-se observar a série histórica das crianças expostas ao HIV por transmissão vertical e seu acompanhamento até o encerramento do caso, infectado ou não infectado.

Tabela 10 - Número de crianças expostas ao HIV por transmissão vertical, segundo o ano de nascimento e características selecionadas. Londrina, 2001 - 2010.

Ano de Nascimento

Casos Encerrados Perda de Seguimento

Em Acomp./to Total Infectado Não Infectado

2001 2 12 2 0 16

2002 0 13 2 0 15

2003 1 10 7 0 18

2004 2* 10 2 0 14

2005 0 17 2 0 19

2006 2** 16 2*** 0 20

2007 0 23 - 0 23

2008 0 0 - 0 09

2009 0 0 1*** 16 17

2010 0 0 0 05 05

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML Dados preliminares. Nota: *) 1 caso confirmou AIDS critério CDC adaptado em 2005, transmissão vertical aleitamento materno e 1 caso confirmou AIDS critério Óbito em 2005. **) 1 criança apresentava duas cargas virais detectáveis, sem outros critérios para notificar AIDS criança, mudou-se para o estado de SP aos sete meses de vida e 1 criança confirmou AIDS critério CDC adaptado em 2009 por transmissão vertical aleitamento materno. ***) 1 caso de Aborto em 2006 e outro em 2009.

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ANIMAIS PEÇONHENTOS

Os acidentes por animais peçonhentos não constituem doença transmissível, porém têm sido abordados juntamente com as zoonoses, uma vez que se trata de agravo, a exemplo da raiva, onde ocorre agressão por um animal e o quadro clínico é conseqüente à ação de toxinas inoculadas pelas picadas.

Os animais peçonhentos são aqueles que possuem veneno e são capazes de injetá-lo por meio de dentes ou ferrões, exemplo: serpentes, aranhas, escorpiões, lacraias, abelhas vespas, marimbondos e arraias. Dependendo da espécie do animal, os acidentes podem até levar a morte, caso a pessoa não seja socorrida e tratada adequadamente com soro específico.

As serpentes, escorpiões e aranhas são os principais agentes causadores de envenenamento.

Mais recentemente, acidentes com lagartas do gênero lonomia e envenenamento causado por enxames de abelhas têm merecido atenção devido à gravidade e à alta letalidade.

Uma análise de dados do Ministério da Saúde revela que, nos últimos seis anos, o número de acidentes com animais peçonhentos cresceu 32,7%, em todo o Brasil. Em 2003, foram 68.219 notificações, contra 90.558 em 2009. No ano passado, os escorpiões lideraram o ranking com 45.721 acidentes, seguido pelas serpentes com 22.763. Aranhas e lagartas foram responsáveis por 18.687 e 3.387 notificações, respectivamente. Dados preliminares indicam ainda, que acidentes com esses animais foram responsáveis por 309 mortes no Brasil, em 2009.

No Paraná, no mesmo período, o crescimento foi de 30%. Foram 9.947 notificações em 2003 contra 12.765 registros de acidentes em 2009, de acordo com dados da Secretária de Estado da Saúde (BRASIL, 2009).

Os meses entre dezembro e fevereiro, que incluem as férias escolares, correspondem em boa parte do país, à época de maior incidência de acidentes por animais peçonhentos, devido ao aumento na atividade dos animais e à movimentação dos indivíduos em áreas rurais para lazer. O fluxo de pessoas em parques e áreas utilizadas para prática de ecoturismo aponta para um aumento no risco de contato com esse tipo de animal peçonhento.

A interferência humana sobre o meio ambiente está muito provavelmente implicada no incremento dos casos de escorpionismo, araneísmo (particularmente aranhas do gênero Loxosceles). Por outro lado, em que pese o processo crescente de urbanização, não se verifica diminuição dos acidentes ofídicos, sugerindo uma possível aproximação e adaptação das serpentes às periferias das cidades, onde as precárias condições de saneamento básico propiciam a proliferação de roedores, que servem de alimento para esses animais.

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Paralelamente às ações de prevenção e controle dos animais peçonhentos, tem-se buscado o fortalecimento das atividades de capacitação dos profissionais de saúde no diagnóstico e tratamento, com ênfase na correta administração dos soros específicos, visando a redução da freqüência de seqüelas e da letalidade dos acidentes.

Em Londrina foram notificados 1.145 casos de acidentes por animais peçonhentos entre 2007 e 2009, sendo 524 casos no sexo feminino e 621 no masculino (Tabela 11).

Tabela 11 – Número de casos de acidentes por animais peçonhentos, por sexo. Londrina, 2007 a 2009.

Ano Masculino Feminino Total

2007 231 226 457

2008 196 144 340

2009 194 154 348

Total 621 524 1.145

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Observa-se na Tabela 12 que a faixa etária mais atingida foi entre 20 a 34 anos.

Tabela 12 – Número de casos de acidentes por animais peçonhentos, por faixa etária. Londrina, 2007 a 2009.

Ano Faixa Etária (anos)

Total < 1 1-4 5-9 10-14 15-19 20-34 35-49 50-64 65-79 ≥ 80

2007 15 71 47 35 31 83 91 49 31 4 457

2008 6 52 47 32 22 63 62 40 15 1 340

2009 14 30 36 26 25 84 65 43 21 4 348

Total 35 153 130 93 78 230 218 132 67 9 1.145

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Em relação ao tipo de acidentes ocorridos na população residente no município de Londrina, encontrou-se 353 casos de acidente com lagarta (Tabela 13), ou seja, 30,8% do total de casos ocorridos entre 2007 a 2009.

Tabela 13 – Número de casos de acidentes por animais peçonhentos, por tipo de acidente. Londrina, 2007 a 2009.

Ano Ignorado Branco

Serpente Aranha Escorpião Lagarta Abelha Outros Total

2007 37 23 95 9 147 39 107 457

2008 27 15 58 17 115 32 76 340

2009 38 17 102 16 91 34 50 348

Total 102 55 255 42 353 105 233 1.145

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

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Na distribuição dos casos por zona de ocorrência, Tabela 14, observa-se que 887 (77,4%) do total dos casos ocorreram na zona urbana.

Tabela 14 – Número de casos notificados de acidentes por animais peçonhentos, por zona de ocorrência. Londrina, 2007 a 2009.

Ano Ignorado Branco

Urbana Rural Periurbana Total

2007 16 354 79 8 457

2008 8 290 40 2 340

2009 13 243 89 3 348

Total 37 887 252 13 1.145

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Quanto à análise do acidente por classificação, encontrou-se 890 casos do tipo leve (Tabela 15).

Tabela 15 – Número de acidentes por animais peçonhentos, por classificação do caso. Londrina, 2007 a 2009.

Ano Ignorado Branco

Leve Moderado Grave Total

2007 33 350 71 3 457

2008 16 257 66 1 340

2009 12 283 50 3 348

Total 61 890 187 7 1.145

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Visualiza-se na Tabela 16 a localização do local do acidente, sendo que 33,7% dos casos ocorreram na mão ou no dedo da mão.

Tabela 16 – Número de acidentes por animais peçonhentos, por local do acidente. Londrina, 2007 a 2009.

Ano

Ign

ora

do

bra

nco

Cab

eça

Bra

ço

An

te-

Bra

ço

Mão

Ded

o d

a

mão

Tro

nco

Co

xa

Per

na

Ded

o d

o

Tota

l

2007 29 40 25 37 120 36 24 11 47 66 22 457

2008 23 30 27 23 88 23 30 11 34 42 9 340

2009 18 29 18 26 70 49 20 7 26 52 33 348

Total 70 99 70 86 278 108 74 29 107 160 64 1.145

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Dos 55 casos referentes a acidentes por serpente (Tabela 17), 19 casos referem-se ao gênero Bothrops cujas principais representantes deste grupo são: jararaca, jararacuçu, urutu e caiçara.

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Tabela 17 – Número de acidentes por animais peçonhentos, por gênero de serpente. Londrina, 2007 a 2009.

Ano Ignorado Branco

Bothrops Crotalus Não Peçonhenta Total

2007 4 9 2 8 23

2008 3 6 0 6 15

2009 8 4 2 3 17

Total 15 19 4 17 55

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Em relação aos 255 acidentes por aranha ocorridos entre 2007 a 2009, observa-se na Tabela 18 que 90 casos foram do gênero Phoneutria (armadeira), 07 casos do gênero Loxosceles (aranha marrom), 01 caso do gênero Latrodectus (viúva negra) e 100 casos não identificados.

Tabela 18 – Número de acidentes por animais peçonhentos, por gênero de aranha. Londrina, 2007 a 2009.

Ano Ignorado Branco

Phoneutria Loxosceles Latrodectus Outros

Gêneros Total

2007 45 20 3 0 27 95

2008 26 15 2 0 15 58

2009 30 55 2 0 15 102

Total 100 90 7 01 57 255

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Quanto ao gênero das lagartas observa-se 08 casos referente a Lonomia, 295 casos dos outros gêneros e 50 não identificado (Tabela 19).

Tabela 19 – Número de acidentes por animais peçonhentos, por gênero de lagarta. Londrina, 2007 a 2009.

Ano Ignorado / Branco Lonomia Outros Gêneros Total

2007 17 1 129 147

2008 20 7 88 115

2009 13 0 78 91

Total 50 8 295 353

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

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COQUELUCHE

Doença infecciosa aguda, transmissível, de distribuição universal, popularmente conhecida como tosse comprida; causada pela Bordetella pertussis, que compromete especificamente o aparelho respiratório (traquéia e brônquios) e se caracteriza por paroxismos de tosse seca. Em lactentes pode resultar em número elevado de complicações e até a morte.

No Brasil, a Coqueluche passou a ser notificada a partir de 1975, subsidiada somente pelos dados clínicos e epidemiológicos.

O Estado do Paraná, em 2005, estabeleceu os municípios de Curitiba e Londrina como unidades sentinelas para Coqueluche.

O evento sentinela para a Coqueluche compreende proceder a notificação e investigação epidemiológica de todo caso suspeito e seus comunicantes sintomáticos, bem como utilizar métodos laboratoriais padronizados pelo Laboratório Central do Paraná – LACEN, para isolamento do bacilo buscando confirmação dos casos e comunicantes, a fim de contribuir no monitoramento e vigilância desse agravo.

Conforme Tabela 20, no município de Londrina, na última década, a Coqueluche manteve-se com casos confirmados, com exceção dos anos de 2001 e 2007, nos quais foram notificados e investigados casos suspeitos, porém todos eles foram descartados por critérios clínicos ou laboratoriais.

A Tabela 20 também mostra um aumento significativo de casos de coqueluche a partir do ano de 2003. Acredita-se que este aumento pode estar relacionado ao fato de que o serviço de vigilância epidemiológica tornou-se mais sensível para o “pensar” na doença, visto o comportamento epidemiológico desse agravo em outros serviços.

Tabela 20 – Nº de casos de coqueluche confirmados e coeficiente de incidência (por 100.000 hab). Londrina, 1999 a 2009.

Ano Nº DE CASOS CONFIRMADOS Coeficiente de Incidência

1999 04 0,92

2000 01 0,22

2001 00 0,00

2002 02 0,45

2003 10 2,13

2004 10 2,11

2005 6 1,22

2006 10 2,00

2007 0 0,00

2008 8 1,58

2009 10 1,96

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

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Em 2009, foram notificados e investigados 42 casos suspeitos, destes, 32 casos foram descartados e 10 casos confirmados. Dos casos confirmados, 02 casos pelo critério laboratorial, 1 caso por critério clínico epidemiológico e 07 casos pelo critério clínico.

A Tabela 21 apresenta a distribuição de casos confirmados de coqueluche e coeficiente de incidência segundo faixa etária. Dos 10 casos confirmados, 70% ou seja, 7 casos acometeram menores de 1 ano de idade, com incidência de 1,37/100.000 habitantes. Observou-se também 2 casos da doença em crianças com 1 ano de idade e 1 caso em adolescente de 14 anos, com incidência de 0,58/100.000 habitantes.

É possível observar ainda, que houve concentração dos casos na faixa etária menor de 6 meses.

Estes dados observados no município não diferem do panorama epidemiológico nacional conforme apresentado no Guia de Vigilância Epidemiológica, (BRASIL, 2010).

Tabela 21 – Distribuição de casos de coqueluche, segundo faixa etária, número de casos, porcentagem e coeficiente de incidência. Londrina, 2009.

Faixa etária Nº de casos confirmados

% Coef. Inc.(100.000 hab.)

0 – 2 meses e 29 dias 4

70% 1,37/100.000 hab. 3 meses – 4 meses e 29 dias 2 5 meses – 6 meses e 29 dias 1 7 meses – 11 meses e 29 dias 0

1 – 2 anos 2 30% 0,58/100.000 hab.

≥ 2 anos 1

Total 10 100% 1,96/100.000 hab

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Conceitua-se como pessoa adequadamente vacinada, de acordo com o Ministério da Saúde, aquela que recebeu 3 doses da vacina contra a coqueluche. A esse respeito analisando-se a Tabela 22, pode-se afirmar que dos casos apresentados, todas as crianças estavam com a vacinação em dia, em relação a idade cronológica. Porém, 07 crianças ainda não haviam completado as 3 doses de vacinas preconizadas pelo calendário nacional de imunização.

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Tabela 22 – Distribuição de casos de coqueluche, segundo idade e doses recebidas de vacina antipertussis. Londrina, 2009.

Idade Nº de Casos Nº de Doses Recebidas

29 dias 1 Não se aplica

1 mês 3 Não se aplica

3 meses 1 1 dose

4 meses 1 2 doses

5 meses 1 2 doses

1 ano 2 3 doses

14 anos 1 3 doses + 1 reforço

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Quanto à distribuição de casos por Unidade de Saúde e Região, percebe-se que a Região Oeste concentrou o maior número de casos (Tabela 23). É provável que esse quadro tenha sofrido influência das condições socioeconômicas como precária condição de moradia, possibilitando aglomeração e transmissão da doença.

Tabela 23 – Distribuição de casos de coqueluche, por região e Unidade Básica de Saúde (UBS). Londrina, 2009.

Nº de Casos Região UBS

1 Rural Lerroville

1 Sul Itapoã

2 Centro Centro Social Urbano

Vila Brasil

2 Leste Marabá

Vila Ricardo

4 Oeste

Jardim do Sol Leonor Panissa

Santiago

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

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DENGUE

Principal problema de saúde pública atual, a Dengue é uma doença viral aguda que pode ter curso benigno ou grave, dependendo da forma como se apresente: infecção inaparente; Dengue Clássico (DC); Febre Hemorrágica do Dengue (FHD); Síndrome do Choque do Dengue (SCD); ou, Dengue Com Complicação (DCC).

Sua ocorrência e disseminação são comuns em países tropicais, onde as condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e a proliferação do Aedes aegypti (mosquito vetor).

A primeira epidemia, confirmada laboratorialmente, ocorrida no Brasil foi em 1981 – 1982, em Boa Vista/RR, causada pelos vírus tipo 1 e tipo 4. Em 1996, ocorreram epidemias que atingiram o Rio de Janeiro e o Nordeste. Desde então, o Brasil vem apresentando casos da doença de forma continuada, intercalando-se com a ocorrência de epidemias, geralmente associadas à introdução de novo sorotipo viral. Saliente-se “que os picos epidêmicos tem sido cada vez maiores, em períodos que se repetem a cada 3 – 5 anos, quase de maneira regular” (BRASIL, 2009).

No Paraná, os primeiros registros de casos de Dengue ocorreram no ano de 1991. Desde então, o Estado vem apresentando regularmente casos da doença, seguindo o padrão nacional. Saliente-se que, no Estado do Paraná atualmente 70% dos municípios apresentam infestação do vetor e, por conseqüência, casos da doença.

Em Londrina, os 2 primeiros casos da doença foram registrados em 1994 (ambos os casos importados da Bahia). Em 1996, foi registrada uma importante elevação do número de casos da doença (401 casos). Em 2003, registrou-se a primeira grande epidemia na cidade. Desde então, regularmente o município vem registrando casos da doença.

Na Tabela 24, apresenta-se o número de casos e incidência registrados no Brasil, Paraná e Londrina, no período de 2001 a 2009. Analisando a tabela, observa-se que o Município de Londrina não segue o padrão nacional de ocorrência de casos de Dengue. Com relação ao Estado do Paraná, só em 2003, Londrina representou 75% dos casos da doença; em 2006 e 2007, representou apenas 7% e 3%, respectivamente, com elevação de sua participação percentual nos anos de 2008 (15,5%) e 2009 (11.6 %).

Com relação ao sorotipo viral circulante, o município tem encontrado dificuldade no índice de positividade, além de coletar poucas amostras para a identificação do sorotipo. Apesar disto, em 2009 foi identificada a circulação do DENV 2; em 2006 e 2007, foi identificada a circulação do DENV 3; em 2005 e 2008 não foram identificados os sorotipos circulantes. Este padrão de circulação viral reflete o que foi identificado nacionalmente, visto que à partir de 2004 há a circulação simultânea dos sorotipos do tipo DENV 1, DENV 2 e DENV 3, com predominância do DENV 3. Em 2006, o DENV 2 passou a ter predominância, com sua substituição pelo DENV 1 em 2009 (o que ainda não ocorreu no município).

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Tabela 24 – Número de casos e incidência de casos positivos de Dengue no Brasil, no Paraná e em Londrina. Série histórica de 2001 a 2009.

Ano Brasil Paraná Londrina

Nº de Casos Incidência Nº de Casos Incidência Nº de Casos Incidência

2001 382.480 221,8 1.288 12,11 190 41,77

2002 697.998 339,7 5.164 48,29 495 107,39

2003 281.005 158,9 9.438 93,17 7.153 1.530,6

2004 72.481 40,5 107 0,57 15 3,16

2005 150.827 81,9 989 8,59 10 2,04

2006 259.514 143,2 1.141 7,99 80 16,13

2007 475.496 251,0 25.988 238,49 829 164,79

2008 585.769 308,9 1011 8.09 156 30,87

2009 393.583 205,5 893 7,33 104 20,36

Fonte: DATASUS

No Brasil, a substituição do DENV 3 pelo DENV 2, levou à predominância dos casos da doença em adultos jovens, com aumento significativo dos casos graves e hospitalizações de crianças.

Tabela 25 – Casos de Dengue confirmados e incidência pela população, por faixa etária, de residentes em Londrina. 2005 – 2009.

Faixa Etária (anos)

2005 2006 2007 2008 2009

Nº Incid. Nº Incid. Nº Incid. Nº Incid. Nº Incid.

< 1 10 113,40 2 32,79 3 50,89

1 – 4 11 32,67 16 46,18 4 15,38

5 – 9 3 6,99 43 98,84 19 48,64 11 28,38

10 – 19 1 1,09 17 18,35 138 146,78 32 38,95 26 31,69

20 – 49 6 2,64 44 19,11 440 188,36 67 28,12 48 19,92

50 – 64 3 5,28 12 20,83 129 220,69 16 22,11 7 9,31

≥ 65 4 12,90 58 184,32 4 9,94 5 11,91

Total 10 2,04 80 16,13 829 164,79 156 30,87 104 20,36

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

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Na Tabela 25, temos o número de casos e incidência do Dengue em Londrina, por faixa etária, de 2005 a 2009, onde se observa que somente em 2007 foram identificados os primeiros casos da doença em menores de 4 anos. Se em 2007 a maior incidência da doença ocorreu na faixa etária de 50 a 64 anos, já em 2008 se situou na faixa etária de 5 a 9 anos, porém com um índice também elevado nas faixas etárias menores de 5 anos. Em 2009, o risco maior permaneceu em menores de 9 anos, com destaque para a faixa etária menor de 1 ano; destacando-se, desta forma, a ampla ocorrência da doença em crianças e a necessidade de implementação da assistência a esta faixa etária, visto que a Dengue pode se apresentar apenas como síndrome febril nesta faixa etária.

Com relação aos casos graves da doença, se em 2005 e 2006 não foram registrados casos, de 2007 e 2009 foi registrado 1 caso de Febre Hemorrágica do Dengue por ano, sendo os outros casos graves enquadrados como Dengue Com Complicação. Nestes anos não foram registrados óbitos por Dengue. No mesmo período foi verificado um aumento significativo na proporção de casos graves, conforme pode ser observado na Tabela 26.

Tabela 26 – Número e porcentual de casos graves de Dengue, residentes em Londrina. 2007 a 2009.

Ano Nº de Casos Positivos Nº de Casos Graves % de Casos Graves

2007 829 9 1,08

2008 156 2 1,28

2009 104 2 1,92

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Com relação à distribuição espacial dentro do município, a Tabela 27 mostra que não há uma predominância de região na sua distribuição. Observa-se que a Zona Rural, com suas características próprias em relação às demais, é sempre a menos afetada. No entanto, se fosse analisada a incidência por distrito rural, poderia ser verificada grande variação da incidência entre eles, em função do maior risco de ocorrência da doença em alguns deles.

Tabela 27 – Casos de Dengue positivos, por regiões geográficas do município de Londrina. 2005 a 2009.

Ano Centro Norte Sul Leste Oeste Rural

Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº %

2005 2 20 2 20 2 20 0 0 4 40 0 0

2006 17 21 19 24 17 21 7 9 17 21 3 4

2007 148 18 103 12 101 12 302 36 164 21 11 1

2008 26 16 35 23 36 23 29 19 24 15 6 4

2009 13 13 21 20 30 29 12 12 23 22 5 4

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

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Em relação à zona urbana do município, ainda que pese suas diversidades geográfica, econômica e de infra-estrutura, não há um predomínio de uma região sobre as demais. Verifica-se que, anualmente, a Dengue é mais detectada em determinada região. Em 2005, a região oeste representou 40% dos casos positivos no município, índice que diminuiu e estabilizou-se nos anos seguintes. A região leste, por sua vez, não teve casos registrados em 2005, mas em 2007 chegou a 36% do total de casos, diminuindo sua participação nos anos seguintes.

Outro dado importante para a análise do comportamento da Dengue é o Índice de Infestação Predial. Desde 2007, o município adotou o levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa), cujos dados são apresentados na Tabela 28.

Tabela 28 – Índice de infestação predial obtido pelo LIRAa. Londrina, 2007 a 2009.

Ano Ciclo

1º 2º 3º 4º

2007 1,1 0,2 0,1 0,5

2008 1,3 0,9 0,4 0,3

2009 0,7 1,4 0,4 1,3

Fonte: DISA/SMS/PML

Se comparados os dados das Tabelas 24 e 28, observa-se que em 2007, apesar do grande número de casos registrados de Dengue, o Índice de Infestação Predial foi o mais baixo nos três anos desde a adoção do LIRAa. Observa-se, ainda, que mesmo quando o Índice de Infestação Predial esteve abaixo ou muito próximo do recomendado, ainda assim houve circulação viral, ou seja, casos positivos da doença. Um dado importante trazido pelo LIRAa e que auxilia no desenvolvimento das ações de controle do vetor é o Índice de Tipo de Recipiente (ITR), que é apresentado na Tabela 29.

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Tabela 29 – Índice de tipo de depósitos, obtido pelo LIRAa. Londrina, 2007 a 2009.

Depósitos1 A1 A2 B C D1 D2 E LIRAa

2007

1º 1,0 9,0 36,0 8,0 7,0 35,0 4,0 1,1

2º 0,0 9,5 33,3 19,0 0,0 38,1 0,0 0,2

3º 0,0 18,2 45,5 0,0 0,0 36,4 0,0 0,1

4º 2,6 12,5 23,6 7,8 5,2 50,0 0,0 0,5

2008

1º 1,7 11,7 32,5 10,8 7,5 33,3 2,5 1,3

2º 0,0 7,9 18,4 2,6 10,5 59,2 1,3 0,9

3º 6,5 12,9 38,7 3,2 12,9 22,6 3,6 0,4

4º 0,0 26,1 47,8 4,3 8,7 13,0 0,0 0,3

2009

1º 8,1 16,1 38,7 8,1 3,2 25,8 0,0 0,7

2º 2,5 12,3 18,9 13,1 7,4 43,4 2,5 1,4

3º 2,6 5,1 33,3 7,7 16,3 4,1 0,0 0,4

4º 0,9 16,5 23,5 8,7 10,4 36,5 3,5 1,3

Fonte: DISA/SMS/PML

Nota-se a manutenção de índices elevados dos depósitos do tipo B. Entretanto, são “depósitos” fixos, geralmente pequenos, com potencial gerador também pequeno, mas, em função da característica de serem fixos, possibilitam a perpetuação de focos dentro do domicílio. Outro tipo de depósito predominante pertence ao grupo D2, que tem a característica de ser “renovável” e inevitável, no entanto, mesmo com boa coleta de resíduos no município, está associado ao padrão cultural e econômico, o que dificulta a sua eliminação e representa um importante fator de geração de novos vetores.

A Educação ambiental que já é realizada pelo município com as crianças deve ser ampliada para modificar esta situação no futuro.

1 Classificação de depósitos para o Índice de Tipo de Depósito: a) A1: Caixa d’água elevada ligada à rede; b) A2:

Depósitos ao nível do solo para armazenamento doméstico (tonel, tambor, barril, etc); c) B: Vasos de flor, material de construção, recipiente de degelo de refrigerador, pequenas plantas ornamentais; d) C: Piscinas, lajes, calhas, tanques em obras e borracharias, floreiras em cemitérios; e) D1: Pneus e outros materiais rodantes; f) D2: Lixo (recipientes plásticos, latas, sucatas em pátios e entulhos); g) E: “Ocos de árvore” e plantas.

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DIFTERIA

Doença transmissível aguda, toxi-infecciosa, causada por bacilo toxigênico que frequentemente se aloja nas amígdalas, na faringe, na laringe, no nariz e, ocasionalmente, em outras mucosas e na pele.

No Brasil, o número de casos de difteria vem decrescendo progressivamente. No ano 1997, registrou-se 140 casos de difteria, e nos anos de 2006 e 2007 foram apenas 11 e 05 casos, respectivamente, apresentando diminuição significativa dos casos no país (DATASUS, 2007).

No Paraná os três últimos casos ocorreram no ano de 2005, tendo um óbito com coeficiente de letalidade de 33,33%.

Em Londrina, conforme a Tabela 30, foram confirmados 02 casos em 2009. Estes casos foram confirmados por critério clínico, apesar de terem sido coletados materiais para pesquisa do agente. Ambos receberam soro antidiftérico e antibioticoterapia intrahospitalar.

Quanto ao coeficiente de incidência de difteria no município de Londrina em 2009, obteve-se 0,39/100.000 hab.

Tabela 30 – Número de casos confirmados de Difteria em Londrina, no Paraná e no Brasil. Série histórica de 1997 a 2009.

Ano

19

97

19

98

19

99

20

00

20

01

20

02

20

03

20

04

20

05

20

06

20

07

20

08

20

09

Londrina 1 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 2

Paraná 1 2 1 1 0 0 1 0 3 0 0 0 *

Brasil 140 81 58 58 29 53 50 19 23 11 5 * *

*dados não disponíveis Fonte: DATASUS/SINAN/DEPIS/SMS/PML

Em ambos os casos foram realizados busca e investigação dos contatos com coleta de material para cultura de secreção nasofaríngea.

Em relação à faixa etária, um caso ocorreu em criança com nove meses de idade e um caso aos dois anos de idade, todos adequadamente vacinados para a idade e ambos evoluíram para cura.

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DOENÇA DE CHAGAS

Doença infecciosa, de curso clínico crônico, que se caracteriza por fase inicial aguda, com sinais ou sintomas quase sempre inespecíficos, quando presentes, e que pode evoluir para a fase crônica, com comprometimento cardíaco (cardiopatia chagásica) ou digestivo (megaesôfago e megacólon), podendo se manifestar sob várias formas:

Fase Aguda – Caracterizada por miocardite difusa, com vários graus de severidade, às vezes só identificada por eletrocardiograma ou ecocardiograma. Pode ocorrer pericardite, derrame pericárdico, tamponamento cardíaco, cardiomegalia, insuficiência cardíaca congestiva, derrame pleural, outras manifestações. A meningoencefalite chagásica, que é rara, tende a ser letal, e ocorre geralmente em casos de reativação (imunodeprimidos) ou em lactentes.

Relatos em surtos de transmissão por via oral demonstraram a ocorrência de icterícia, lesões em mucosa gástrica, alterações nas provas de coagulação e plaquetopenia.

Fase Crônica – Forma Indeterminada, Forma Cardíaca, Forma Digestiva, Forma Mista, Forma Congênita e outras Formas.

Agente Etiológico – Trypanosoma cruzi, protozoário flagelado.

Vetores – Triatomíneos hematófagos, podem viver em meio silvestre, o peridomicílo ou intradomicílio. Conhecidos como “barbeiros” ou “chupões”.

Transmissão – A transmissão pode ocorrer de diversas maneiras:

• Forma Vetorial - pela passagem do protozoário nas excretas dos triatomíneos através da pele lesada ou de mucosas do ser humano, durante ou logo após o repasto sanguíneo;

• Forma Transfusional: por meio de hemoderivados ou transplante de órgãos contaminados;

• Forma Vertical: durante a gestação ou no parto;

• Forma Oral: através da ingestão de alimentos contaminados;

• Forma Acidental: contato com material contaminado com pele lesada ou com mucosas.

A notificação da Doença de Chagas é necessária somente para os casos de forma aguda, os casos de reativação ou crônicos não são notificados.

No município de Londrina, a Coordenação de Endemias, com sua equipe de controle de triatomíneos, sistematicamente, realiza a vigilância entomológica na região rural, com objetivo de detectar a presença, aplicação de inseticida e prevenir a formação de colônias domiciliares do vetor.

Na Tabela 31 observa-se que no ano de 2009 foram investigadas 1764 casas, das quais encontrado triatomíneo em apenas uma casa, sendo que o mesmo não estava contaminado.

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Tabela 31 – Número de investigações entomológicas em alguns distritos rurais de Londrina, Paraná. 2009.

Distrito Casas Trabalhadas Local com Triatomídeo Triatomídeo

Contaminado

Guaravera 733 01 00

Paiquerê 406 00 00

Lerroville 468 00 00

Warta 157 00 00

Total 1764 01 00

Fonte: DISA/SMS/PML

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ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA

Endemia causada pelo parasita Schistosoma mansoni, que requer caramujos do gênero Biomphalaria encontrados em água doce, parada ou com pouca correnteza, como hospedeiros intermediários para completar o ciclo de desenvolvimento, cujo homem é o principal reservatório.

É uma doença de evolução crônica, de gravidade variada, no homem habita os vasos sanguíneos do fígado e intestino e a sintomatologia depende da localização do parasita.

Entre as parasitoses que afetam o homem, a esquistossomose é uma das mais difundidas no mundo.

A esquistossomose é de notificação obrigatória. Trata-se de uma doença de ocorrência tropical, que fundamentalmente resulta da ausência ou precariedade de saneamento básico. No Paraná a transmissão é focal não atingindo grandes áreas.

Alguns fatores pré-patogênicos são contribuintes para a difusão e manutenção dessa doença como hábitos culturais, comportamento e valores pessoais. Como exemplo, tem-se: contato freqüente com água contaminada através do trabalho, lazer, obtenção de água para consumo; desuso de aparelhos sanitários ou a inexistência de esgoto, fossas; a pobreza; inexistência de água encanada e a presença do caramujo em coleções hídricas.

No Brasil, o número de casos de esquistossomose vem se mantendo alto (BRASIL, 2008).

No Paraná ocorre grande oscilação nos dados entre 1996 a 2007.

Em Londrina, conforme a Tabela 32, o número de casos vem decrescendo.

Tabela 32 – Número de casos de esquistossomose em Londrina, no Paraná e no Brasil. Série histórica de 1996 a 2009.

Ano Londrina Paraná Brasil

1996 - 0 38.894 1997 - 8 112.334 1998 91 210 106.902 1999 46 646 16.930 2000 29 79 76.940 2001 33 0 97.001 2002 44 249 143.995 2003 28 310 141.676 2004 39 205 112.832 2005 26 261 118.283 2006 26 31 108.817 2007 13 373 113.712 2008 17 * * 2009 5 * *

Fonte: MS/SINAN/DEPIS/SMS/PML *dados não disponíveis

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Quanto ao coeficiente de incidência da esquistossomose no município de Londrina obteve-se 0,97/100.000 hab. para o ano de 2009.

No município de Londrina, a Coordenação de Endemias com sua equipe de controle da Esquistossomose, realiza sistematicamente o Inquérito Coproscópico e a pesquisa malacológica.

O inquérito coproscópico consiste em coletar fezes dos moradores próximos a uma coleção hídrica considerada de risco, para identificação dos portadores para a transmissão do S.mansoni por apresentar presença de caramujos do gênero Biomphalaria identificados através da pesquisa malacológica. Em Londrina os locais são divididos por região e a periodicidade dos exames é realizado a cada 2 anos.

Em 2009, foram coletadas através do inquérito coproscópico 4.709 amostras de fezes analisadas pelo Laboratório de Extensão e Pesquisa em Enteroparasitoses – UEL. Dessas, 04 apresentaram positividade para o S. mansoni. Além destas, 01 amostra pelo CENTROLAB – PML também foi positiva, totalizando 05 casos de esquistossomose no município de Londrina.

Dos 5 casos de esquistossomose do ano de 2009, 4 foram importados e 1 foi autóctone, segundo a tabela 33.

Tabela 33 – Classificação de casos de esquistossomose, segundo transmissão. Londrina, 2009.

Origem da transmissão Nº de Casos

Autoctone 1

Importado 4*

Total 5

* Jataizinho (2), Dois Vizinhos (1), Sergipe (1) Fonte: MS/SINAN/DEPIS/SMS/PML

Conforme tabela 34, a maior parte dos casos de esquistossomose em 2009, ocorreu no sexo feminino com 4 casos e 1 no masculino.

Tabela 34 – Número de casos de esquistossomose, conforme o sexo. Londrina, 2009.

Sexo Nº de Casos

Feminino 4

Masculino 1

Total 5

Fonte: MS/SINAN/DEPIS/SMS/PML

A faixa etária acima de 20 a 29 anos foi a que mais apresentou casos de esquistossomose,com 2 casos, de 40 a 49 anos teve 1 caso, e de 50 a 59 anos e ≥ 60 anos com 1 caso cada,como demonstra a tabela 35, em 2009.

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Tabela 35 – Distribuição de casos de esquistossomose, de acordo com a faixa etária. Londrina, 2009.

Faixa Etária (anos) <

1

1 -

4

5 -

9

10

- 1

4

15

- 1

9

20

- 2

9

30

- 3

9

40

- 4

9

50

- 5

9

≥ 6

0

Tota

l

Nº de Casos 0 0 0 0 0 2 0 1 1 1 5

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Em Londrina, a região leste foi o local que apresentou mais casos de esquistossomose em 2009, de acordo com a tabela 36.

Tabela 36 – Distribuição de casos de esquistossomose, segundo a região de abrangência. Londrina, 2009.

Região Unidade de Saúde Nº de Casos

Leste UBS Novo Amparo 3

Norte UBS Vivi Xavier 1

Sul UBS San Izidro 1

Total 5

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

A equipe de controle de esquistossomose, no ano de 2009, realizou os inquéritos coprológicos, nos seguintes locais: Novo Amparo, Povoado Cambezinho, Jd. Santa Luzia, Distrito Selva, Lerroville, Distrito São Luis, Jd. Felicidade, Estrada do Limoeiro, Distrito de Paiquerê e Jd. São Jorge.

Observa-se na Tabela 37 que a concentração dos casos ocorre na faixa etária entre 15 a 59 anos, no período de 2006 a 2009.

Tabela 37 – Número de casos de esquistossomose e percentual, por faixa etária. Londrina, 2006 a 2009.

Faixa Etária (anos) 2006 2007 2008 2009

Nº % Nº % Nº % Nº %

5 a 9 0 0,00 2 15,38 1 5,90 0 0,00

10 a 14 0 0,00 2 15,38 2 11,76 0 0,00

15 a 19 1 11,11 2 15,38 0 0,00 0 0,00

20 a 29 2 22,22 1 7,70 5 29,41 2 40,00

30 a 39 1 11,11 2 15,38 5 29,41 0 0,00

40 a 49 3 33,34 1 7,70 2 11,76 1 20,00

50 a 59 1 11,11 2 15,38 2 11,76 1 20,00

60 a 69 1 11,11 1 7,70 0 0,00 0 0,00

70 e mais 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1 20,00

Total 9 100,00 13 100,00 17 100,00 5 100,00

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

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HANSENÍASE

Doença crônica proveniente de infecção causada pelo Mycobacterium leprae. Esse bacilo tem a capacidade de infectar grande número de indivíduos (alta infectividade), no entanto poucos adoecem (baixa patogenicidade); propriedades essas que não são em função apenas de suas características intrínsecas, mas que dependem, sobretudo, de sua relação com o hospedeiro e o grau de endemicidade do meio, entre outros aspectos.

O domicílio é apontado como importante espaço de transmissão da doença, outro provável fator de risco está relacionado ao ambiente social. O alto potencial incapacitante da hanseníase está diretamente relacionado ao poder imunogênico do M.

leprae.

A hanseníase parece ser uma das mais antigas doenças que acomete o homem. As referências mais remotas datam de 600 a.C. e procedem da Ásia, que, juntamente com a África, podem ser consideradas o berço da doença. A melhoria das condições de vida e o avanço do conhecimento científico modificaram significativamente o quadro da hanseníase, que atualmente tem tratamento e cura. No Brasil, cerca de 47.000 casos novos são detectados a cada ano, sendo 8% deles em menores de 15 anos.

O Programa Nacional de Controle da Hanseníase (PNCH) assume como objetivo de saúde pública o controle da doença (WHO, 2010) e privilegia, nesse aspecto, o acompanhamento epidemiológico por meio do coeficiente de detecção de casos novos, em substituição ao indicador de prevalência pontual, optando pela sua apresentação por 10.000 habitantes, para facilitar a comparação com outros eventos. O foco é a atenção integral e uma ação integrada em regiões, estados e municípios envolvidos nos clusters identificados, que representam áreas com maior risco, onde se encontra a maioria dos casos, para reduzir as fontes de transmissão.

O coeficiente de detecção em menores de 15 anos é prioridade da política atual de controle da hanseníase no país, por indicar focos de infecção ativos e transmissão recente. Essa informação fortalece o esforço pelo alcance da meta do MS, de redução do coeficiente de detecção dos casos novos em menores de 15 anos de idade em 10,0%, no país, até 2011. A hanseníase apresenta tendência de estabilização dos coeficientes de detecção no Brasil, mas ainda em patamares muito altos nas regiões Norte, Centro-oeste e Nordeste.

O coeficiente de detecção de casos novos é função da incidência real de casos e da agilidade diagnóstica dos serviços de saúde. O valor médio do indicador para o Brasil, no período, foi de 25,44/100.000 habitantes, tendo oscilado de 29,37/100.000, em 2003, para 20,52/100.000, em 2008. A comparação entre os coeficientes na população total e em menores de 15 anos permite observar semelhança no comportamento evolutivo dos indicadores, com queda mais acentuada na série temporal de menores de 15 anos, ao final do período estudado. O valor médio do coeficiente em menores de 15 anos, no período acompanhado, foi de 7,01/100.000 habitantes, variando de 5,74/100.000, em 1994, a 8,28/100.000, em 1997, com tendência de queda ao final do período (BRASIL, 2008).

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Para a operacionalização e eficácia da vigilância epidemiológica da hanseníase na obtenção e fornecimento de informações fidedignas e atualizadas sobre a doença, seu comportamento epidemiológico e atividades de controle, faz-se necessário um sistema de informação efetivo e ágil.

O sistema de informação é componente fundamental da vigilância epidemiológica, subsidiando-a na tomada de decisão de planejamento das atividades de controle da doença, bem como na sua execução: informação – decisão – ação.

As informações geradas são úteis para o diagnóstico e a análise da situação de saúde da população e para o processo de planejamento (identificação de prioridades, programação de atividades, alocação de recursos, avaliação das ações). Portanto, é necessário que todos os profissionais de saúde, bem como a comunidade, tenham acesso a essas informações.

Na Figura 2 e na Tabela 38, observa-se uma redução na detecção de casos novos de hanseníase. Esta redução pode ter ocorrido pela falta de diagnóstico.

Figura 2 - Número e Coeficiente de Detecção dos Casos Novos de Hanseníase por 100.000 habitantes. Londrina, 2004 a 2009*. * = dados sujeitos a revisão. Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

0

10

20

30

40

50

60

70

2004 2005 2006 2007 2008 2009

Ano Diagnóstico

Caso Novo Coeficiente de Detecção

Perfil Epidemiológico 2009

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Tabela 38 – Número e Coeficiente de Detecção dos Casos Novos de Hanseníase por 100.000 habitantes. Londrina 2004 a 2009.

Ano de Diagnóstico Número de Casos Novos Coeficiente de Detecção

2004 66 13,93

2005 56 11,46

2006 57 11,49

2007 53 10,53

2008 48 9,50

2009 31 6,06

Dados sujeitos a revisão. Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Na Tabela 39 observa-se o diagnóstico de Hanseníase em menores de 15 anos, o que indica focos de infecção ativos e transmissão recente.

Tabela 39 – Número de casos de Hanseníase, por faixa etária, segundo ano de diagnóstico. Londrina, 2004 a 2009.

Faixa Etária (anos)

Ano de Diagnóstico Total

2004 2005 2006 2007 2008 2009

≤ 14 3 0 1 3 1 0 8

≥ 15 77 68 63 57 53 41 359

Total 80 68 64 60 54 41 367

Dados sujeitos a revisão. Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Observa-se na Tabela 40 que na serie histórica dos casos de Hanseníase o sexo feminino apresentou metade dos diagnósticos, exceto em 2005 e 2007.

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Tabela 40 – Número e porcentual de casos de Hanseníase, por sexo, segundo ano de diagnóstico. Londrina, 2004 a 2009.

Dados sujeitos a revisão. Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Observa-se na Tabela 41 que o maior percentual de casos de hanseníase é multibacilar, sendo que foram 70,73% no ano de 2009. Os doentes multibacilar sem tratamento são capazes de eliminar grande quantidade de bacilos para o meio exterior (carga bacilar cerca de 10 milhões de bacilos presentes na mucosa nasal). Por isso a importância do diagnóstico e tratamento rápido e adequando para interromper a cadeia de transmissão.

Tabela 41 – Número e percentual de casos de Hanseníase, por classificação operacional, segundo ano de diagnóstico. Londrina, 2004 a 2009.

Dados sujeitos a revisão. Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Ano de Diagnóstico

Masculino % Feminino % Total

2004 39 48,75 41 51,25 80

2005 44 64,70 24 35,29 68

2006 31 48,43 33 51,56 64

2007 38 63,33 22 36,66 60

2008 24 44,44 30 55,55 54

2009 20 48,78 21 51,21 41

Total 196 53,40 171 46,60 367

Ano de Diagnóstico

Paucibacilar % Multibacilar % Total

2004 37 46,25 43 53,75 80

2005 31 45,58 37 54,42 68

2006 31 48,43 33 51,57 64

2007 24 40,00 36 60,00 60

2008 27 50,00 27 50,00 54

2009 12 29,26 29 70,74 41

Total 162 44,14 205 55,86 367

Perfil Epidemiológico 2009

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Na Tabela 42 observa-se que do total de casos, 84,74% são casos novos e 9% recidiva.

Tabela 42 – Número de casos de Hanseníase e percentual, por modo de entrada, segundo ano de diagnóstico. Londrina, 2004 a 2009.

Modo de Entrada Ano de Diagnóstico

Total 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Caso Novo 66 56 57 53 48 31 311

% 82,50 82,35 89,06 88,33 88,88 75,60 84,74

Tran

sfer

ênci

as

Serviços 0 0 0 1 1 0 2

% 0,00 0,00 0,00 1,66 1,85 0,00 0,54

Município 1 2 0 0 1 1 5

% 1,25 2,94 0,00 0,00 1,85 2,43 1,36

Estado 3 3 1 0 1 0 8

% 3,75 4,41 1,56 0,00 1,85 0,00 2,20

País 0 1 0 0 0 0 1

% 0,00 1,47 0,00 0,00 0,00 0,00 0,27

Recidiva 9 6 5 3 2 8 33

% 11,25 8,82 7,81 5,00 3,70 19,51 9,00

Outros Reingressos 1 0 1 3 1 1 7

% 1,25 0,00 1,56 5,00 1,85 2,43 1,90

Total 80 68 64 60 54 41 367

Dados sujeitos a revisão. Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Observa-se na Tabela 43 que não tivemos mais casos onde a forma clínica ficou ignorada ou não classificada, provavelmente falhas no preenchimento da notificação.

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Tabela 43 – Número de casos de Hanseníase e percentual, por forma clínica, segundo ano de diagnóstico. Londrina, 2004 a 2009.

Forma Clínica Ano de Diagnóstico

Total 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Ignorado 0 1 0 0 0 0 1

% 0,00 1,47 0,00 0,00 0,00 0,00 0,30

Indeterminada 9 6 11 9 11 5 51

% 11,25 8,82 17,18 15,00 20,37 12,19 13,89

Tuberculóide 28 24 21 16 16 9 114

% 35,00 35,29 32,81 26,66 29,62 21,95 31,06

Dimorfa 21 13 17 14 11 16 92

% 26,25 19,11 26,56 23,33 20,37 39,02 25,06

Virchowiana 20 24 15 21 16 11 107

% 25,00 35,29 23,43 35,00 29,62 26,82 29,15

Não Classificado 2 0 0 0 0 0 2

% 2,50 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,54

Total 80 68 64 60 54 41 367

Dados sujeitos a revisão. Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Na Tabela 44, observam-se, ainda, casos de grau II de incapacidade, demonstrando diagnóstico tardio. Nos anos de 2006 e 2007 apresentam alto percentual de pacientes não avaliados

Tabela 44 – Número de casos de Hanseníase e percentual, por grau de incapacidade no diagnóstico, segundo ano de diagnóstico. Londrina, 2004 a 2009.

Grau de Incapacidade

Ano de Diagnóstico Total

2004 2005 2006 2007 2008 2009

Ignorado 0 0 1 0 0 0 1

% 0,00 0,00 1,56 0,00 0,00 0,00 0,27

Grau Zero 40 41 33 7 4 3 128

% 50,00 60,29 51,56 11,66 7,40 7,31 34,90

Grau I 29 24 10 20 39 35 157

% 36,25 35,29 15,62 33,33 72,22 85,36 42,80

Grau II 5 3 1 5 11 3 28

% 6,25 4,41 1,56 8,33 20,37 7,31 7,62

Grau III 2 0 0 0 0 0 2

% 2,50 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,54

Não Avaliado 4 0 19 28 0 0 51

% 5,00 0,00 29,68 46,66 0,00 0,00 13,89

Total 80 68 64 60 54 41 367

Dados sujeitos a revisão. Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

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Na Tabela 45, observa-se que no ano de 2009, foram examinados 95,55% dos contatos de hanseníase, o melhor resultado na serie histórica apresentada.

Tabela 45 – Percentual dos contatos de Hanseníase examinados, segundo ano de diagnóstico. Londrina, 2004 a 2009.

Contatos de Hanseníase

Ano de Diagnóstico Total

2004 2005 2006 2007 2008 2009

Registrados 214 152 158 159 215 90 988

Examinados 84 76 32 38 132 86 448

% 39,25 50,00 20,25 23,89 61,39 95,55 45,34

Dados sujeitos a revisão. Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Na Tabela 46, observam-se casos não encerrados no SINAN em todos os anos. É preciso rever estes casos e encerrá-los.

Tabela 46 – Número de casos de Hanseníase e percentual, por tipo de alta, segundo ano de diagnóstico. Londrina, 2004 a 2009.

Tipo de Alta Ano de Diagnóstico

Total 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Aberto 4 4 13 0 1 17 39

% 5,00 5,88 20,31 0,00 1,85 41,46 10,62

Cura 71 52 43 56 48 22 292

% 88,75 76,47 67,18 93,33 88,88 53,65 79,56

Transf. Município 3 2 1 0 2 0 8

% 3,75 2,94 1,56 0,00 3,70 0,00 2,80

Transf. Estado 1 0 3 0 1 0 5

% 1,25 0,00 4,68 0,00 1,85 0,00 1,36

Óbito 1 2 0 3 1 0 7

% 1,25 2,94 0,00 5,00 1,85 0,00 1,90

Alta Estatística 0 8 4 1 1 0 14

% 0,00 11,76 6,25 1,66 1,85 0,00 3,81

Erro de Diagnóstico 0 0 0 0 0 2 2

% 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,87 0,54

Total 80 68 64 60 54 41 367

Dados sujeitos a revisão. Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Perfil Epidemiológico 2009

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HEPATITES VIRAIS

As hepatites virais são doenças provocadas por diferentes tipos de vírus, sendo os mais comuns os vírus A, B, C, D e E. Todos esses vírus agem nas células do fígado, mas apresentam características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais distintas.

Essas doenças podem ser classificadas, de acordo com as formas de transmissão como a hepatite A e E, fecal-oral, cujo mecanismo de infecção está relacionado às condições socioeconômicas, de saneamento básico e de higiene pessoal.

As hepatites B, C e D são de transmissão sanguínea, da mãe para o filho durante a gravidez e parto (transmissão vertical), pelo contato sexual ou por meio de procedimentos cirúrgicos, odontológicos, compartilhamento de material contaminado para uso de drogas, higiene pessoal ou colocação de tatuagens e piercings e transfusão de sangue/hemoderivados e hemodiálise em que não se aplicam as normas de biossegurança adequadas.

A infecção provocada pelos vírus A e E causa apenas formas agudas de hepatite, das quais o indivíduo pode recuperar-se, eliminando o vírus do organismo. As formas graves ocorrem em menos de 1% dos casos.

Nas hepatites B, C e D podem evoluir para eliminação dos vírus ou, na falha desse mecanismo, tornam-se infecções crônicas, principal determinante da ocorrência de cirrose e câncer de fígado nos indivíduos afetados.

Uma importante característica das hepatites virais é sua distribuição heterogênea nas diferentes regiões brasileira, dadas as especificidades dos agentes etiológicos, mecanismos de transmissão e evolução clínica (BRASIL, 2010).

Hepatite A

No Brasil em 2008 e 2009 foram confirmados, respectivamente, 11.749 e 10.912 casos de hepatite A conforme informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN.

A taxa de incidência (por 100.000 habitantes) foi de 6,2 em 2008 e 5,7 em 2009.

As crianças menores de 12 anos representaram o grupo mais acometido e não foram observadas diferenças de ocorrências entre os sexos.

Ocorreram 50 óbitos em 2008 com coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) de 0,03 e em 2009, 46 óbitos com coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) de 0,02 (BRASIL, 2009).

No Paraná em 2008 foram confirmados 793 casos, com coeficiente de incidência de 7,5/100.000 habitantes.

Perfil Epidemiológico 2009

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Em Londrina em 2008 foram confirmados 127 casos de hepatite A, sendo 120 casos confirmados por critério laboratorial e 07 casos por critério clínico-epidemiológico, com incidência (por 100.000 habitantes) de 25,13. Não foi registrado óbito de hepatite A.

Em relação à faixa etária e sexo, mantêm o mesmo padrão apresentado pelo Ministério da Saúde (Tabelas 47 e 48).

No Brasil no ano de 2009, foram confirmados 10.912 casos de hepatite A com incidência de 5,7/100.000 habitantes. Os casos de Hepatite A vêm decrescendo gradativamente no Brasil. As regiões Norte e Centro Oeste destacam-se com as maiores taxas de 17,5 e 10,5 respectivamente.

No Paraná em 2009 foram confirmados 510 casos, com coeficiente de incidência de 4,8/100.000 habitantes (BRASIL, 2009).

Em 2009 não foi registrado caso de Hepatite A no município de Londrina.

Tabela 47 - Distribuição de casos de hepatite A por sexo. Londrina, 2008-2009.

Sexo 2008 2009

Feminino 62 0

Masculino 65 0

Total 127 0

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Tabela 48 - Distribuição de casos de Hepatite A por faixa etária. Londrina, 2008- 2009.

Faixa Etária (anos) 2008 2009

< 5 30 00

5 - 12 54 00

13 - 19 21 00

20 - 24 10 00

25 - 29 05 00

30 - 34 03 00

35 - 39 01 00

40 - 49 00 00

50 - 59 01 00

≥ 60 02 00

Total 127 00

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Prefeitura do Município de Londrina

Observa-se na Figura rural acompanhada pela sul com 66,

Figura 3 – Distribuição de casos de Hepatite A, por região. Londrina, 2008.Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Na Figura 4, notalocalizados próximos a córregos/rios.

Figura 4 – Distribuição espacial dos casos de Hepatite A, por região. Londrina, 2008.Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Rural

43

Org.: Geoprocessamento/GIS/DEPIS/AMS/PMLFonte: SINAN - GIS/DEPIS/AMS/PML

3.0000 1.500

meters

Perfil Epidemiológico 2009

Prefeitura do Município de Londrina

se na Figura 3 que a região de maior ocorrência de casos em 2008 foi na rural acompanhada pela sul com 66,9% do total de casos.

Distribuição de casos de Hepatite A, por região. Londrina, 2008.

nota-se que a maioria dos casos ocorridos na zona urbana estão localizados próximos a córregos/rios.

Distribuição espacial dos casos de Hepatite A, por região. Londrina, 2008.

Rural Sul Leste Norte Centro Oeste

42

22

11

5 4

Org.: Geoprocessamento/GIS/DEPIS/AMS/PML

Perfil Epidemiológico 2009

Página 43

que a região de maior ocorrência de casos em 2008 foi na

dos casos ocorridos na zona urbana estão

Oeste

Região Norte

Região Sul

Região Leste

Região Oeste

Região Centro

Ocupações Irregulares

(favelas e assentamentos)

Caso de Hepatite tipo A

Perfil Epidemiológico 2009

Prefeitura do Município de Londrina Página 44

Hepatite B

No Brasil a confirmação da doença aumentou no decorrer dos anos, atingindo principalmente adultos jovens (BRASIL, 2010).

Em 2008 foram confirmados 13.389 casos com taxa de detecção de 7,1/100.000 habitantes. As regiões Sul e Norte destacam-se com as maiores taxas de 13,7 e 11,6, respectivamente.

No Paraná em 2008 foram confirmados 1319 casos, com taxa de detecção de 12,5/100.000 habitantes.

Em Londrina em 2008 foram detectados 74 casos com taxa de detecção de 14,64/100.000 habitantes. Destes, 10 casos foram detectados durante a gestação no programa de pré natal onde o HBsAg é realizado rotineiramente. Sendo que todas foram encaminhadas para avaliação com infectologista e foram solicitados marcadores virais para os seus contatos.

Em 2009, no Brasil, foram detectados 14.601 casos com taxa de detecção de 7,6/100.000 habitantes. As regiões Norte e Sul destacam-se com as maiores taxas de 13,4 e 13,0 respectivamente.

No Paraná em 2009 foram confirmados 1.293 casos, com taxa de detecção de 12,1/100.000 habitantes (BRASIL, 2009).

No município de Londrina, em 2009 foram detectados 90 casos com taxa de detecção de 17,62/100.000 habitantes (Figura 5). Destes, 10 casos foram detectados durante a gestação no programa de pré natal onde o HBsAg é realizado rotineiramente. Sendo que todas foram encaminhadas para avaliação com infectologista e foram solicitados marcadores virais para os seus contatos.

Perfil Epidemiológico 2009

Prefeitura do Município de Londrina Página 45

Figura 5 – Algoritmo dos casos de Hepatite B e taxa de detecção (por 100.000 habitantes), segundo resultados de marcadores virais. Londrina, 2009. Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Entre os anos de 2008 e 2009 não houve variação significativa no número de casos em relação ao sexo (Tabela 49).

Quanto ao sexo feminino, no ano de 2008 foram detectados 10 casos de hepatite B em gestantes durante o pré-natal e em 2009 foram detectados 02 casos. As gestantes foram encaminhadas para avaliação do infectologista no Ambulatório de Especialidades do CISMEPAR, bem como seus comunicantes foram avaliados sorologicamente.

Tabela 49 - Distribuição de casos de Hepatite B por sexo. Londrina, 2008 e 2009.

Sexo 2008 2009

Feminino 34 49

Masculino 40 41

Total 74 90

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Em 2008 foram detectados 04 casos de hepatite B em menores de 19 anos, em relação ao esquema vacinal, 02 casos não constam de informações no sistema de informação, 01 caso com esquema vacinal incompleto e 01 caso com esquema completo mais com a idade de início foi acima de 05 anos.

HEPATITE B

90 casos

taxa de detecção: 17,62

HBs Ag reagente

43 casos

taxa de detecção: 8,41

Anti HBc IgM reagente

4 casos

Coeficiente de incidência: 0,78

Caso Agudo

Anti HBc total reagente

39 casos

taxa de detecção: 7,63

Portador Crônico

HBsAg não reagente/

Anti HBc reagente

2009: 47 casos

Cicatriz Sorológica

Prefeitura do Município de Londrina

Em 2009 foram identificados 03 casos de hepatite B em menor de 19 anos sendo 02 casos com esquema vacinal completo, porém 01 caso com início após 02 meses de vida com mãe HBsAg reagente e 01 caso após 04 anos e 01 caso não consistema (Tabela 50).

Tabela 50 - Distribuição de casos de Hepatite B por faixa etária. Londrina, 2008

Faixa Etária (anos)

< 5

5 - 12

13 - 19

20 - 24

25 - 29

30 - 34

35 - 39

40 - 49

50 - 59

≥ 60

Total

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Observa-se na Figura hepatite B tanto em 2008 e 2009.

Em 2008 destacaram as regiões norte e sul e em 2009 as regiões Nota-se que a região rural também teve aumento do número de casos devido a campanha de hepatite virais ocorrido no 1º semestre de 2009.

Figura 6 – Distribuição de casos de Hepatite B, por região. Londrina, 2008Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Na Figura 7 observadiminuição na detecção da forma crônicatambém a detecção de casos com cicatriz sorológica

0

5

10

15

20

25

30

NORTE SUL

17 1619

Perfil Epidemiológico 2009

Prefeitura do Município de Londrina

Em 2009 foram identificados 03 casos de hepatite B em menor de 19 anos sendo 02 casos com esquema vacinal completo, porém 01 caso com início após 02 meses de vida com mãe HBsAg reagente e 01 caso após 04 anos e 01 caso não con

Distribuição de casos de Hepatite B por faixa etária. Londrina, 2008-2009.

2008

00

00

04

10

04

16

10

10

12

08

74

se na Figura 6 que todas as unidades básicas detectaram casos de hepatite B tanto em 2008 e 2009.

Em 2008 destacaram as regiões norte e sul e em 2009 as regiões se que a região rural também teve aumento do número de casos devido a campanha

de hepatite virais ocorrido no 1º semestre de 2009.

Distribuição de casos de Hepatite B, por região. Londrina, 2008-2009.

observa-se a diminuição dos casos de hepatite B da forma aguda e a diminuição na detecção da forma crônica, entre os anos de 2008 e 2009também a detecção de casos com cicatriz sorológica no ano de 2009.

CENTRO LESTE OESTE RURAL

1512 11

3

10

1412

27

Perfil Epidemiológico 2009

Página 46

Em 2009 foram identificados 03 casos de hepatite B em menor de 19 anos sendo 02 casos com esquema vacinal completo, porém 01 caso com início após 02 meses de vida com mãe HBsAg reagente e 01 caso após 04 anos e 01 caso não consta informações no

2009

00

01

02

06

08

11

11

27

13

11

90

que todas as unidades básicas detectaram casos de

Em 2008 destacaram as regiões norte e sul e em 2009 as regiões oeste e sul. se que a região rural também teve aumento do número de casos devido a campanha

se a diminuição dos casos de hepatite B da forma aguda e a , entre os anos de 2008 e 2009. Observa-se

RURAL

8

2008

2009

Prefeitura do Município de Londrina

Figura 7 – Casos confirmados de Hepatite B, segundo forma clínica. Londrina, 2008 Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Hepatite C

Em 2008 no Brasil 10,5/100.000 habitantes.

No Paraná em 2008 foram confirmados 8,0/100.000 habitantes.

Em Londrina em 2008 foram detectados 10,88/100.000 habitantes.

Em 2009, no Brasil, foram detectados 20.54610,7/100.000 habitantes. Dos Estados brasileiros, o Acre destacadetecção de 22,7/100.000 hab.em 2009

No Paraná em 2007,6/100.000 habitantes (BRASIL, 2009).

No município de Londrina,detecção de 7,44/100.000 habitantes.

Observa-se na Tabela 5casos.

Tabela 51 - Distribuição de casos de Hepatite C por sexo. Londrina, 2008 e 2009.

Sexo

Feminino

Masculino

Total

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

59

2008

Agudos Crônicos

Perfil Epidemiológico 2009

Prefeitura do Município de Londrina

Casos confirmados de Hepatite B, segundo forma clínica. Londrina, 2008 – 2009.

no Brasil foram confirmados 19.831 casos com taxa de detecção de

No Paraná em 2008 foram confirmados 843 casos, com taxa de detecção de

Em Londrina em 2008 foram detectados 55 casos com taxa de detecção de

no Brasil, foram detectados 20.546 casos com taxa de detecção de Dos Estados brasileiros, o Acre destaca-se com a maior taxa de

detecção de 22,7/100.000 hab.em 2009.

No Paraná em 2009 foram confirmados 816 casos, com taxa7,6/100.000 habitantes (BRASIL, 2009).

No município de Londrina, em 2009 foram detectados 38/100.000 habitantes.

se na Tabela 51 que o sexo masculino apresenta o maior número de

Distribuição de casos de Hepatite C por sexo. Londrina, 2008 e 2009.

2008 2009

22 13

33 25

55 38

15

Crônicos

4

47

2009

Agudos Crônicos

Perfil Epidemiológico 2009

Página 47

2009.

casos com taxa de detecção de

, com taxa de detecção de

casos com taxa de detecção de

casos com taxa de detecção de se com a maior taxa de

, com taxa de detecção de

38 casos com taxa de

que o sexo masculino apresenta o maior número de

Total

35

58

93

39

Crônicos Cicatriz

Prefeitura do Município de Londrina

Em relação a faixa etgestante de 19 anos com marcadores virais reagentes para hepatite B e C, onde foi exposta a múltiplos parceiros e tatuagem/piercing (Tabela

Tabela 52 - Distribuição de casos de Hepatite C

Faixa Etária (anos)

< 5

5 - 12

13 - 19

20 - 24

25 - 29

30 - 34

35 - 39

40 - 49

50 - 59

≥ 60

Total

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Observa-se na Figura nos anos 2008 e 2009, seguidas pelas regiões Norte e Oeste.

Figura 8 – Distribuição de casos de Hepatite C, por Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

0

2

4

6

8

10

12

14

Centro Norte

1413

98

Perfil Epidemiológico 2009

Prefeitura do Município de Londrina

Em relação a faixa etária foi detectado 1 caso na entre 13 a 19 anos, sendo uma gestante de 19 anos com marcadores virais reagentes para hepatite B e C, onde foi exposta a múltiplos parceiros e tatuagem/piercing (Tabela 52).

Distribuição de casos de Hepatite C, por faixa etária. Londrina, 2008- 2009.

2008

0

0

0

0

1

4

8

16

16

10

55

se na Figura 8 que houve maior concentração de casos na região Centro nos anos 2008 e 2009, seguidas pelas regiões Norte e Oeste.

Distribuição de casos de Hepatite C, por região. Londrina, 2008-2009.

Norte Oeste Leste Sul

12

9

7

0

7 76

Perfil Epidemiológico 2009

Página 48

ária foi detectado 1 caso na entre 13 a 19 anos, sendo uma gestante de 19 anos com marcadores virais reagentes para hepatite B e C, onde foi exposta a

2009.

2009

0

0

1

0

2

1

4

14

9

7

38

que houve maior concentração de casos na região Centro

Rural

01

2008

2009

Perfil Epidemiológico 2009

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INFLUENZA

Influenza é uma infecção viral aguda do trato respiratório, com distribuição universal e elevada transmissibilidade.

Apresenta-se com início de febre abrupta, tosse seca, mialgia e dor de garganta.

Trata-se de doença autolimitada, de curta duração, que apresenta desde quadros assintomáticos, uma grande freqüência de casos leves ou oligossintomáticos, podendo apresentar também quadros graves, que podem evoluir ao óbito. Nas infecções assintomáticas há a possibilidade de portadores sadios (transmissão assintomática).

Em virtude da ausência de sintomatologia específica torna-se difícil uma clara diferenciação clínica com outros agentes de doenças respiratórias.

O comportamento é marcadamente sazonal. Apresenta maior incidência no inverno, determinada pela maior resistência do vírus no ambiente em baixas temperaturas.

A maior concentração de pessoas, em ambientes não ventilados aumenta o risco de transmissão pelo contágio direto.

Em 2009 o município de Londrina apresentou epidemia de Influenza A H1N1 com 13.158 notificações de casos suspeitos sendo que destes 4.904 foram descartados, 4.188 através do critério clínico epidemiológico e 716 através do resultado laboratorial negativo; 8.254 casos foram confirmados, 7.861 através do critério clínico epidemiológico, 313 através do resultado laboratorial positivo e 80 através do critério de vínculo epidemiológico. Dos casos positivos tivemos 4 óbitos, sendo 3 positivos laboratorialmente e 1 através do critério clínico epidemiológico.

Observa-se na Tabela 53 que a faixa etária mais atingida nos três critérios, foi de 20 a 34 anos, num total de 2.539 casos, ou seja, 30,76% do total de casos confirmados, apesar de termos tido casos em todas as faixas etárias.

Perfil Epidemiológico 2009

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Tabela 53 – Número de casos confirmados de Influenza A – H1N1, por critério de confirmação e por faixa etária. Londrina, 2009.

Idade (anos) Clínico

Epidemiológico Vínculo

Epidemiológico Laboratorial Total

< 1 201 0 17 218

1 - 4 968 7 24 999

5 - 9 648 13 32 693

10 - 14 801 11 27 839

15 - 19 815 5 34 854

20 - 34 2.403 29 107 2.539

35 - 49 1.158 4 38 1.200

50 - 64 623 8 28 659

65 - 79 211 2 6 219

≥ 80 33 1 0 34

Total 7.861 80 313 8.254

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Na Figura 9 observa-se que o pico das notificações ocorreu na semana epidemiológica 38, com 1082 casos notificados.

Figura 9 – Número de casos notificados de Influenza A, por semana epidemiológica. Londrina, 2009. Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

0

200

400

600

800

1000

1200

Perfil Epidemiológico 2009

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INTOXICAÇÕES1

Intoxicação é a manifestação, através de sinais e sintomas, dos efeitos nocivos produzidos em um organismo vivo como resultado da sua interação com alguma substância química (exógena). É o efeito nocivo que se produz quando uma substância tóxica é ingerida ou entra em contato com a pele, os olhos ou as mucosas.

As intoxicações constituem problema de saúde pública em todo o mundo. Também, existem diferenças geográficas, sociais, econômicas e culturais que determinam perfis diferentes entre os países.

Entre os mais de 12 milhões de produtos químicos conhecidos, menos de 3.000 causam a maioria das intoxicações acidentais ou premeditadas. Contudo, praticamente qualquer substância ingerida em grande quantidade pode ser tóxica.

As fontes comuns de venenos incluem drogas, produtos domésticos, produtos agrícolas, plantas, produtos químicos industriais e substâncias alimentícias. A identificação do produto tóxico e a avaliação exata do perigo envolvido são fundamentais para um tratamento eficaz.

A intoxicação pode ser um acidente ou uma tentativa deliberada de assassinato ou de suicídio. As crianças, especialmente aquelas com menos de três anos de idade, são particularmente vulneráveis à intoxicação acidental, assim como as pessoas idosas, os pacientes hospitalizados (por erros de medicação) e os trabalhadores da agricultura pecuária e da indústria.

As intoxicações, acidentais ou intencionais, são importantes causas de doenças. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 1,5 a 3% da população é intoxicada anualmente. Para o Brasil, isto representa até 4.800.000 novos casos a cada ano. Aproximadamente 0,1 a 0,4 % das intoxicações resulta em óbito (ZAMBOLIM et al, 2008).

Mais de 70% das intoxicações são agudas, isto é, ocorrem em menos de 24 horas. Em cerca de 90% delas, a exposição ao(s) agente(s) tóxico(s) ou toxicante(s) ocorre por via oral.

Atualmente, o Brasil conta com 32 Centros de Controle de Intoxicação (CCI) localizados em 17 estados, onde são realizados atendimentos das intoxicações agudas ou processo de agudização do fenômeno crônico nos trabalhadores (BRASIL, 2008).

Estima-se que em torno de 60% das tentativas de suicídio no Brasil são por ingesta abusiva de medicamentos e 20% por venenos e agrotóxicos, sobrando o restante apenas com cortes e perfurações. A intoxicação proposital por medicamentos é a principal causa de tentativas de suicídios nos países desenvolvidos.

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O suicídio e a tentativa de suicídio são, do ponto de vista epidemiológico, fenômenos que ocorrem em populações diferentes. Os homens são mais suscetíveis ao suicídio, tentam menos freqüentemente, mas com métodos mais eficazes e, portanto, apresentam êxito em mais números de vezes. As mulheres tentam mais freqüentemente e têm menos êxito, por visarem a drogas menos tóxicas, devido à maior incidência de quadros psicóticos e orgânicos entre os homens do que nas mulheres (ZAMBOLIM et al, 2008).

Em relação ao total de casos de intoxicação exógena notificada entre o período de 2007 a 2009, observa-se que o agente tóxico mais freqüente 685 casos (40,1%) estão relacionadas a medicamentos (Tabela 54).

Tabela 54 - Número de casos de Intoxicação Exógena, segundo agente tóxico, por ano de notificação, residentes em Londrina.

Agente Tóxico Ano

Total 2007 2008 2009

Ign/Branco 39 10 24 73

Medicamento 269 208 208 685

Agrotóxico agrícola 46 24 21 91

Agrotóxico doméstico 41 16 18 75

Agrotóxico saúde pública 0 1 3 4

Raticida 32 20 39 91

Prod. veterinário 12 8 12 32

Prod. uso domiciliar 61 61 58 180

Cosmético 8 7 4 19

Prod. químico 53 19 18 90

Metal 4 4 5 13

Drogas de abuso 21 29 29 79

Planta tóxica 14 21 13 48

Alimento e bebida 121 54 23 198

Outro 5 16 8 29

Total 726 498 483 1.707

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Na Tabela 55 observa-se que dos 26.384 casos são referentes a intoxicação por medicamento no Brasil, 61,2% foram no sexo feminino, 38,1% no sexo masculino e 0,64 ignorado.

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Tabela 55 - Casos registrados de Intoxicação Humana, por agente tóxico e sexo. Brasil, 2008.

Agente Tóxico Sexo

Total Masculino Feminino Ignorado

Medicamento 10.060 16.156 168 26.384

Agrotóxicos/uso agrícola 2.595 1.454 25 4.074

Agrotóxico/uso doméstico 1.316 1.485 19 2.820

Produtos Veterinários 593 481 10 1.084

Raticidas 1.348 1.571 17 2.936

Domissanitários 5.010 5.442 102 10.554

Cosméticos 627 650 9 1.286

Produtos Químicos Industriais 3.271 2.209 46 5.526

Metais 255 137 3 395

Drogas de Abuso 3.040 802 13 3.855

Plantas 683 604 16 1.303

Alimentos 376 341 21 738

Animais Peç/Serpentes 2.355 824 10 3.189

Animais Peç/Aranhas 1.437 1.499 1 2.937

Animais Peç/Escorpiões 3.276 3.613 23 6.912

Outros Animais Peç/Venenosos 2.447 2.093 9 4.549

Animais não peçonhentos 1.758 1.415 5 3.178

Desconhecido 994 949 14 1.957

Outro 1.132 1.054 62 2.248

Total 42.573 42.779 573 85.925

Fonte: MS/FIOCRUZ/SINITOX

No ano de 2008, do total de 498 casos de intoxicações exógenas em Londrina, o sexo masculino abrangeu o maior número de casos com 250 e o feminino com 248, conforme a Tabela 56.

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Tabela 56 - Número de casos de Intoxicação Exógena, segundo agente tóxico e sexo, residentes em Londrina, 2008.

Agente Tóxico Sexo

Total Masculino Feminino

Ign/Branco 3 7 10

Medicamento 80 128 208

Agrotóxico agrícola 16 8 24

Agrotóxico doméstico 10 6 16

Agrotóxico saúde pública 1 0 1

Raticida 8 12 20

Prod. veterinário 5 3 8

Prod. uso domiciliar 29 32 61

Cosmético 2 5 7

Prod. químico 9 10 19

Metal 4 0 4

Drogas de abuso 25 4 29

Planta tóxica 11 10 21

Alimento e bebida 35 19 54

Outro 12 4 16

Total 250 248 498

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Conforme Tabela 57, no ano de 2009, do total de 483 casos de intoxicações exógenas em Londrina, o sexo feminino apresentou o maior número de casos com 250, e o masculino com 233.

Tabela 57 – Número de casos de Intoxicação Exógena, segundo agente tóxico. Residentes em Londrina, 2009.

Agente Tóxico Masculino Feminino Total

Medicamento 75 133 208

Agrotóxico agrícola 19 2 21

Agrotóxico doméstico 8 10 18

Agrotóxico saúde pública 3 0 3

Raticida 17 22 39

Prod. veterinário 8 4 12

Prod. uso domiciliar 21 37 58

Cosmético 3 1 4

Prod. químico 12 6 18

Metal 3 2 5

Drogas de abuso 23 6 29

Planta tóxica 8 5 13

Alimento e bebida 12 11 23

Outro 7 1 8

Ign/Branco 14 10 24

Total 233 250 483

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

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Na Tabela 58, observa-se que do total de 208 casos de intoxicação por medicamento em Londrina, a maior incidência ocorreu na faixa etária de 20 a 34 anos, com 57 casos, seguido da faixa etária de 1 a 4 anos, com 48 casos, de 35 a 49 anos foi de 34 casos, de 15 a 19 casos ocorreu 29 casos e menor de 1 ano de 12 casos.

Tabela 58 - Número de casos de Intoxicação Exógena, segundo agente tóxico e faixa etária. Residentes em Londrina, 2009.

Agente Tóxico

Faixa Etária (Anos)

Total <1

1-4

5-9

10

-14

15

-19

20

-34

35

-49

50

-64

65

-79

≥ 8

0

Medicamento 12 48 7 6 29 57 34 9 3 3 208

Agrotóxico agrícola 0 0 1 1 2 7 5 5 0 0 21

Agrotóxico doméstico 0 5 1 0 3 7 2 0 0 0 18

Agrotóxico saúde pública 0 0 0 0 0 2 0 1 0 0 3

Raticida 6 13 0 1 4 7 2 2 3 1 39

Prod. veterinário 1 1 0 0 1 7 2 0 0 0 12

Prod. uso domiciliar 3 31 4 2 3 8 3 1 2 1 58

Cosmético 2 1 1 0 0 0 0 0 0 0 4

Prod. químico 2 6 1 0 2 3 4 0 0 0 18

Metal 0 1 2 0 0 1 1 0 0 0 5

Drogas de abuso 0 1 0 1 8 13 5 1 0 0 29

Planta tóxica 1 6 2 1 1 0 1 0 0 1 13

Alimento e bebida 0 2 3 0 0 10 6 2 0 0 23

Outro 0 2 2 0 0 2 2 0 0 0 8

Ign/Branco 1 11 0 2 0 2 5 2 1 0 24

Total 28 128 24 14 53 126 72 23 9 6 483

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

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LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA

Doença infecciosa, não contagiosa, causada por protozoário do gênero Leishmania e transmitida através da picada do mosquito flebotomíneo, conhecido também como mosquito palha, birigui e outros, acomete os animais e pode afetar o homem quando o mesmo se expõe nos locais de circulação do vetor.

A LTA pode apresentar-se na forma cutânea, geralmente com lesões ulceradas, indolores. Pode apresentar-se também na forma mucosa, em geral secundária à forma cutânea, acometendo a mucosa nasal com comprometimento septo cartilaginoso, cavidade oral, faringe e laringe. Embora não cause comprometimento de órgãos internos, merece atenção pelo risco de deformidades e outras seqüelas que pode causar, além do envolvimento psicológico do paciente, muitas vezes, convivendo durante meses com lesões na pele, as quais podem prejudicar a vida social do acometido.

O ciclo desta zoonose ocorre naturalmente nas matas nativas do município de Londrina, em função das características propícias (clima, tipo de vegetação, tipo de fauna), o que favorece o aparecimento dos casos em pessoas. É, portanto uma endemia, mas pode ocorrer surto eventual.

A leishmaniose tegumentar americana é de notificação obrigatória. Analisando a sua evolução no Brasil, observa-se uma expansão geográfica com tendência a um crescimento da endemia, em decorrência das modificações sócio-ambientais, como o desmatamento e o processo migratório do homem para a região urbana (BRASIL, 2005).

Em 2009 foram diagnosticados 23 casos de Leishmaniose Tegumentar Americana em Londrina, com coeficiente de incidência de 4,5/100.000hab.

Dos 23 casos de LTA, a forma clinica - cutânea foram diagnosticadas em 19 casos e a forma clinica mucosa em 04 casos.

Entre os casos classificados como autóctones, 08 casos são residentes na região Rural, 07 casos na região Sul, 02 na região Leste, 02 na região Norte, conforme consta na Tabela 59.

Tabela 59 – Distribuição dos casos confirmados de Leishmaniose, por região. Londrina, 2009.

Região Número de Casos

Rural 8

Sul 7

Norte 3

Leste 2

Oeste 3

Centro 0

Total 23

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

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A Tabela 60 aponta que a faixa etária com maior número de casos foi entre 20 a 59 anos, com 14 casos; 60 anos e mais com 05 casos; a faixa etária entre 1 a 4 anos com 02 casos; 01 caso entre 05 a 09 anos e 10 e 14 anos com 01 caso cada.

Tabela 60 – Distribuição dos casos confirmados de Leishmaniose, por faixa etária. Londrina, 2009.

Faixa Etária (anos) Número de Casos

1 – 4 2

5 – 9 1

10 – 14 1

15 – 19 0

20 – 59 14

≥ 60 5

Total 23

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

A classificação, no ano de 2009, segundo a origem dos casos, ficou assim distribuído: 21 autóctones, 1 importado e 1 indeterminado (tabela 61).

Tabela 61 – Distribuição dos casos confirmados de Leixhmaniose, segundo a origem dos casos. Londrina, 2006 a 2009.

Origem 2006 2007 2008 2009

Autóctones 39 23 27 21

Importados 8 7 9 1

Indeterminados 4 2 1 1

Total 51 32 37 23

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

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LEPTOSPIROSE

Doença infecciosa febril de início abrupto; pode variar desde um processo inaparente até formas graves.

É uma zoonose de grande importância social e econômica.

Sua ocorrência está relacionada às precárias condições de infra-estrutura sanitária e alta infestação de roedores infectados.

As inundações propiciam a disseminação e a persistência do agente causal no ambiente, facilitando a eclosão de surtos.

A infecção humana resulta da exposição direta ou indireta à urina de animais infectados. A penetração da leptospira dá-se através da pele lesada ou mucosa da boca, narinas e olhos. Pode ocorrer pela pele íntegra quando imersa em água por longo tempo. A transmissão inter-humana é muito rara.

Em Londrina no ano de 2008 foram investigados 21 casos, sendo 03 casos confirmados por laboratório, com incidência de 0,59/100.000 habitantes, sendo os 03 casos do sexo masculino e em 2009, foram investigados 14 casos, sendo 04 confirmados por laboratório, todos os casos do sexo masculino, com incidência de 0,78/100.000 habitantes.

A Região Rural é a que mais se destaca com 01 caso em 2008 e 02 casos em 2009, por apresentar situações de maior risco em adquirir a doença (Tabela 62).

Tabela 62 – Número de casos confirmados de Leptospirose, por região. Londrina, 2008 e 2009.

Região 2008 2009

Sul 01 01

Oeste 01 01

Rural 01 02

Total 03 04

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

A faixa etária mais acometida nos anos de 2008 e 2009 foi os maiores de 20 anos, período de atividade profissional (Tabela 63).

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Tabela 63 – Número de casos confirmados de Leptospirose, por faixa etária. Londrina, 2008 a 2009.

Faixa Etária (anos) 2008 2009

< 1 00 00

1 – 4 01 00

5 – 9 00 00

10 – 14 00 00

15 – 19 00 00

20 – 29 00 02

30 – 49 01 00

≥ 50 01 02

Total 03 04

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Em relação à situação de risco em adquirir a doença, todos os pacientes apresentaram mais de uma situação, porém destaca-se a criação de animais, local com sinais de roedores e uso de rios, córregos, lagoas ou represa, terreno baldio e lavoura (Tabela 64).

Tabela 64 – Exposição a situações de risco nos casos de Leptospirose. Londrina, 2008 a 2009.

Situação de Risco 2008 2009

Fossa, caixa de gordura ou esgoto 00 00

Criação de animais 02 00

Local com sinais de roedores 02 02

Lixo e entulhos 02 00

Plantio/colheira (lavoura) 00 02

Armazenamento de grãos/alimentos 00 01

Água ou lama de enchente 01 02

Rio, córregos, lagoa ou represa 02 00

Terreno baldio 01 02

Contato direto com roedores 01 01

Limpeza de caixa d’água 00 00

Outras 00 00

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Entre os sinais e sintomas mais evidentes em 2008 foram: febre e náuseas/vômitos, mialgia, diarréia e prostração; e no ano de 2009: febre, icterícia, mialgia, cefaléia e outras (Tabela 65).

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Tabela 65 – Manifestações clínicas mais evidentes de Leptospirose. Londrina, 2008 e 2009.

Manifestações Clínicas 2008 2009

Febre 03 03

Icterícia 02 03

Mialgia 03 03

Cefaléia 01 03

Náuseas/vômito 03 02

Alterações respiratórias 00 02

Meningismo 00 00

Diarréia 03 01

Outras hemorragias 00 00

Prostração 03 02

Outras 01 03

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

A Vigilância Epidemiológica realiza um trabalho conjunto com a Vigilância Sanitária e as Unidades Básicas de Saúde na suspeita do caso, como visita nos locais prováveis de contaminação seja no domicílio do paciente ou trabalho, realizando orientações sobre prevenção da doença, manejo e boas práticas, além da coleta de exames laboratoriais.

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MENINGITES

Infecções do Sistema Nervoso Central (SNC), com acometimento das meninges, causadas por múltiplas etiologias e caracterizadas por: febre, cefaléia intensa, vômitos, sinais de irritação meníngea e alterações de Líquido Céfalo Raquidiano (LCR). Seu prognóstico depende do diagnóstico precoce e início imediato do tratamento.

Em Saúde Pública, algumas etiologias são de especial importância, a saber: Meningococo (Neisseria meningitidis), bacilo da tuberculose (Mycobacterium tuberculosis),

Haemophillus influenzae tipo B, pneumococos e as meningites virais, pela magnitude da ocorrência,potencial de transmissão, patogenicidade e relevância social. Todavia, é fundamental que todas as meningites sejam investigadas para a correta definição do agente etiológico, com vistas a tratamento adequado, diagnóstico e análise da situação epidemiológica, resultando no planejamento das ações necessárias para prevenção e controle das situações específicas.

As meningites têm distribuição mundial e sua expressão epidemiológica varia de região para região, dependendo principalmente da existência de aglomerados populacionais, fatores climáticos, (as meningites bacterianas têm maior incidência nos períodos de inverno e as virais no período de verão), agentes virulentos, falta de acesso e infra-estrutura adequada de serviços de saúde (BRASIL, 2005).

Observa-se na Tabela 66 que nos anos de 2008 e 2009 as meningites virais apresentaram o maior número de casos seguido pelas meningites bacterianas não especificadas. Nos casos de doença meningocóccica, foram desenvolvidas ações de investigação dos comunicantes e bloqueio pela Vigilância Epidemiológica.

Tabela 66 – Número de casos de Meningite e incidência (por 100.000 hab.), segundo tipo. Londrina, 1999 a 2009.

Do

ença

Men

ingo

cóci

ca

Men

ingi

te

Tub

ercu

losa

Men

ingi

te

Hae

mo

ph

ilus

Men

ingi

te

Pn

eum

ocó

cica

Men

ingi

te V

iral

Ou

tras

Etio

logi

as

Não

Esp

ecif

icad

a

Bac

teri

ana

Não

Esp

ecif

icad

a

Po

r O

utr

as

Bac

téri

as

1999 Nº de Casos 14 1 1 16 373 13 3 47 --

Incidência 3,20 0,23 0,23 3,69 86,00 3,00 0,69 10,85 --

2000 Nº de Casos 9 3 -- 10 99 15 4 15 --

Incidência 20,50 0,68 -- 2,27 2,56 3,41 0,91 3,41 --

2001 Nº de Casos 5 1 1 8 209 10 3 36 --

Incidência 1,12 0,22 0,22 1,79 46,94 2,24 0,67 8,08 --

2002 Nº de Casos 11 2 1 7 338 5 3 36 --

Incidência 2,38 0,43 0,43 1,51 73,33 1,08 0,65 7,86 --

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Perfil Epidemiológico 2009

Prefeitura do Município de Londrina Página 62

Tabela 66 – Número de casos de Meningite e incidência (por 100.000 hab.), segundo tipo. Londrina, 1999 a 2009. (continuação)

Do

ença

Men

ingo

cóci

ca

Men

ingi

te

Tub

ercu

losa

Men

ingi

te

Hae

mo

ph

ilus

Men

ingi

te

Pn

eum

ocó

cica

Men

ingi

te V

iral

Ou

tras

Etio

logi

as

Não

Esp

ecif

icad

a

Bac

teri

ana

Não

Esp

ecif

icad

a

Po

r O

utr

as

Bac

téri

as

2003 Nº de Casos 7 -- 1 6 269 9 1 31 --

Incidência 1,49 -- 0,21 1,28 57,56 1,92 0,21 6,12 --

2004 Nº de Casos 12 1 1 7 257 8 1 29 --

Incidência 2,53 0,21 0,21 1,47 54,24 1,68 0,21 6,12 --

2005 Nº de Casos 10 2 1 4 185 5 1 39 --

Incidência 2,04 0,40 0,20 0,81 37,88 1,02 0,20 7,98 --

2006 Nº de Casos 3 1 -- 3 278 5 2 33 --

Incidência 0,61 0,20 -- 0,61 56,08 1,00 0,40 6,65 --

2007 Nº de Casos 8 -- -- 8 403 -- 1 27 --

Incidência 1,59 -- -- 1,59 80,11 -- 0,19 5,36 --

2008 Nº de Casos 5 -- -- 1 150 4 3 13 4

Incidência 0,98 -- -- 0,20 29,69 0,79 0,59 2,57 0,79

2009 Nº de Casos 6 1 -- 4 91 3 1 23 --

Incidência 1,17 0,19 -- 0,78 17,81 0,58 0,19 4,50 --

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Em 2008 tivemos 5 casos de doença meningocócica com 2 óbitos sendo 1 caso não tipado e 01 caso por Neisseria meningitidis do grupo B. Em 2009 tivemos 01 óbito por Neisseria meningitidis do grupo B (Tabela 67).

Tabela 67 – Distribuição de número de casos, incidência por 100.000 habitantes, óbitos, letalidade e sorogrupo da Doença Meningocócica, por faixa etária. Londrina, 2008 e 2009.

Faixa Etária (anos)

2008 2009

Casos Inc. Óbitos Letal. Sorog. Casos Inc. Óbitos Letal. Sorog.

< 1

1 – 4 2 3,37 1 50% NT 2 7,69 1 50% B, C

5 – 9 1 2,58 B

10 – 14 2 5,13 B, NT

15 – 19

20 – 49 2 0,83 W135

NT 1 0,41 W135

≥ 50 1 0,88 1 100% B

Total 5 0,98 2 40% 6 1,17 1 16,6%

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Prefeitura do Município de Londrina

Observa-se na Figura 10de meningite viral em relação a 2008, e um aumento nos casos de meningite bacteriana.

Figura 10 – Número de casos de MeningiteFonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

No ano de 2009 houve um pequeno aumento no número de casos de meningite meningocóccica e pneumocóccica em relação a 2008 e observamos também que aumentaram o número de casos de meningite bacteriana não especificada, delineando que os resultados de cultura esparmazenamento, transporte inadequado ou por uso de antibiótico prévio a realização deste exame, alterando os resultados (Figura

Figura 11 – Distribuição do número de casos das Meningites Bacterianas, segundo etiologia. Londrina, 2008 2009. Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

0

20

40

60

80

100

120

140

160

20

150

bacteriana

0

5

10

15

20

25

30

D.meningocócica

Outras bactérias

Perfil Epidemiológico 2009

Prefeitura do Município de Londrina

Figura 10 que houve em 2009 um decréscimo no número de casos de meningite viral em relação a 2008, e um aumento nos casos de meningite bacteriana.

de Meningite, segundo etiologia. Londrina, 2008 – 2009.

ano de 2009 houve um pequeno aumento no número de casos de meningite meningocóccica e pneumocóccica em relação a 2008 e observamos também que aumentaram o número de casos de meningite bacteriana não especificada, delineando que os resultados de cultura específica ainda estão a desejar, ou seja, por coleta, armazenamento, transporte inadequado ou por uso de antibiótico prévio a realização deste exame, alterando os resultados (Figura 11).

número de casos das Meningites Bacterianas, segundo etiologia. Londrina, 2008

2008 2009

33

150

91

4 33 1

bacteriana viral outras etiologias não especificada

2008 2009

5

0144

1

13

D.meningocócica H.influenza S.pneumoniae

Outras bactérias bactérias não espec.

Perfil Epidemiológico 2009

Página 63

que houve em 2009 um decréscimo no número de casos de meningite viral em relação a 2008, e um aumento nos casos de meningite bacteriana.

2009.

ano de 2009 houve um pequeno aumento no número de casos de meningite meningocóccica e pneumocóccica em relação a 2008 e observamos também que aumentaram o número de casos de meningite bacteriana não especificada, delineando que

ecífica ainda estão a desejar, ou seja, por coleta, armazenamento, transporte inadequado ou por uso de antibiótico prévio a realização deste

número de casos das Meningites Bacterianas, segundo etiologia. Londrina, 2008 –

1

não especificada

23

S.pneumoniae

Prefeitura do Município de Londrina

Em relação à localização dos casos de meningite viral, em 2008 houve um maior número, na região Leste e Norte, regiões mais populosas e comjovens. Em 2009 o maior número de casos ocorreu também na região Norte e na região Sul (Figura 12).

Figura 12 – Distribuição do número de casos de Meningite Viral, segundo região. Londrina, 2008 Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Na Figura 13 observamais acentuada nos meses de setembro a novembro, coincidindo com o início da primavera, sendo que em 2009, este acréscimo foi mais evidente com picos entre a semana epidemiológica 44 e 45.

Figura 13 – Distribuição do número de casos de Meningite Viral, por semana epidemiológica. Londrina, 2008 2009. Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

0

10

20

30

40

50

18

3441

Oeste Leste

0

2

4

6

8

10

12

14

Perfil Epidemiológico 2009

Prefeitura do Município de Londrina

Em relação à localização dos casos de meningite viral, em 2008 houve um maior número, na região Leste e Norte, regiões mais populosas e com maior número de adultos jovens. Em 2009 o maior número de casos ocorreu também na região Norte e na região Sul

Distribuição do número de casos de Meningite Viral, segundo região. Londrina, 2008

observa-se que a distribuição de casos de meningite viral sempre é mais acentuada nos meses de setembro a novembro, coincidindo com o início da primavera, sendo que em 2009, este acréscimo foi mais evidente com picos entre a semana

Distribuição do número de casos de Meningite Viral, por semana epidemiológica. Londrina, 2008

2008 2009

12 13

41

2329 26

2114

61

Leste Norte Sul Centro Rural

2008 2009

Perfil Epidemiológico 2009

Página 64

Em relação à localização dos casos de meningite viral, em 2008 houve um maior maior número de adultos

jovens. Em 2009 o maior número de casos ocorreu também na região Norte e na região Sul

Distribuição do número de casos de Meningite Viral, segundo região. Londrina, 2008 – 2009.

se que a distribuição de casos de meningite viral sempre é mais acentuada nos meses de setembro a novembro, coincidindo com o início da primavera, sendo que em 2009, este acréscimo foi mais evidente com picos entre a semana

Distribuição do número de casos de Meningite Viral, por semana epidemiológica. Londrina, 2008 –

14

3 0

Ignorado

Perfil Epidemiológico 2009

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POLIOMIELITE

A Poliomielite ou “paralisia infantil” é uma doença infecto contagiosa viral aguda, caracterizada por quadro de paralisia flácida de início súbito. O déficit motor instala-se subitamente e a evolução dessa manifestação, frequentemente não ultrapassa três dias. Acomete geralmente membros inferiores, tendo como principal característica a flacidez muscular, com sensibilidade conservada e arreflexia no segmento atingido.

Em 1994, a Organização Pan-americana de Saúde/OMS certificou a erradicação da transmissão autóctone do poliovírus selvagem nas Américas, após três anos sem circulação desse vírus no Continente. Desde então, todos os países da região assumiram o compromisso de manter altas e homogêneas as coberturas vacinais, bem como uma vigilância epidemiológica ativa e sensível para identificar, imediatamente, a reintrodução do poliovírus selvagem em cada território nacional e adotar medidas de controle capazes de impedir a sua disseminação. Chama-se atenção também para o risco de importações de casos de países onde ainda há circulação endêmica do poliovírus selvagem como na Nigéria, Índia, Paquistão e Afeganistão, que demanda ações permanentes e efetivas de vigilância da doença e níveis adequados de proteção imunológica a população. Lembramos que em 2004 a 2009, ocorreram surtos envolvendo 6 países (Nigéria, Congo, Miamar, Niger, Camboja e Indonésia) totalizando 226 casos.

No Brasil, o último caso isolado de poliovírus selvagem foi em 1989. Portanto o Ministério da Saúde utiliza como estratégia para erradicação da doença no país, a realizações da campanhas de vacinação em massa com a vacina oral contra pólio, que além de propiciar imunidade individual, aumenta a imunidade de grupo na população em geral, através da disseminação do poliovírus vacinal no meio ambiente, em curto espaço de tempo.

O Ministério da Saúde, com base na estimativa mundial de incidência de casos de Paralisia Flácida Aguda (PFA) preconiza que a taxa de notificação destes casos seja 01 caso para cada 100.000 habitantes menores de 15 anos, por ano (BRASIL, 2005).

Em Londrina o último caso foi em 1980, e para que não deixe de ser detectada uma hipotética reintrodução do poliovírus, o setor de Vigilância Epidemiológica realiza busca ativa semanal dos casos de paralisias flácidas agudas de membros inferiores em menores de 15 anos de idade, nos hospitais e clínicas neurológicas.

Na Tabela 68, observa-se os casos investigados de paralisia flácida aguda em Londrina de 2004 a 2009, sendo todos os casos descartados a poliomielite. Em 2008 e 2009 não houve casos notificados de PFA, mas foram investigados nas autorizações de internações hospitalares (AIHs) diagnósticos diferenciais de pólio e outras PFA.

Perfil Epidemiológico 2009

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Tabela 68 – Número de casos de Paralisia Flácida Aguda (PFA) em menores de 15 anos, residentes em Londrina. Londrina, 2004 – 2009.

Ano Número de Casos

2004 2

2005 1

2006 4

2007 1

2008 0

2009 0

Total 8

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

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RAIVA

É uma antropozoonose viral, que se caracteriza como uma encefalite progressiva aguda e letal. Apresenta letalidade de 100% e alto custo na assistência às pessoas expostas ao risco de adoecer e morrer. Apesar de conhecida desde a Antiguidade, a Raiva continua sendo um problema de saúde pública nos países em desenvolvimento, especialmente a transmitida por cães e gatos, em áreas urbanas, mantendo a cadeia de transmissão animal doméstico/homem.

O vírus rábico é neurotrópico e sua ação, no sistema nervoso central, causa um quadro clínico característico de encefalite aguda, decorrente da sua multiplicação entre os neurônios. O ciclo silvestre (aéreo e terrestre) adquire, na atualidade, particular gravidade para a área da saúde pública, e sua expansão vem sendo influenciada por certas intervenções e/ou modificações ambientais. O vírus rábico penetra no organismo por meio de soluções de continuidade produzidas por mordeduras ou arranhaduras. Podem ocorrer hiperestesia e parestesia nos trajetos de nervos periféricos, próximos ao local da mordedura, e alterações de comportamento. A infecção progride, surgindo manifestações de ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes, febre, delírios, espasmos musculares involuntários generalizados e/ou convulsões. Ocorrem espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua, quando o paciente vê ou tenta ingerir líquido, apresentando sialorréia intensa. Os espasmos musculares evoluem para quadro de paralisia, levando as alterações cardiorrespiratórias, retenção urinária e obstipação intestinal. O período de evolução do quadro clínico, depois de instalados os sinais e sintomas até o óbito, varia, em média, de 5 a 7 dias. A característica mais determinante da evolução clínica da doença é a forma furiosa e/ou paralítica.

Estima-se que ocorram anualmente mais de 55.000 casos de raiva humana no mundo com a variante de cães. O Brasil reduziu enormemente o número de casos humanos transmitidos por cães e gatos devido às atividades de vigilância, controle e profilaxia humana adotadas. A campanha de vacinação contra a raiva canina e felina é a principal atividade para a prevenção de casos humanos e o controle da doença no seu ciclo urbano e permitiu a redução de casos humanos transmitidos por cães e gatos de 52 em 1990, para 02 casos em 2009, estando próxima a sua eliminação. No Brasil são vacinados cerca de 24 milhões de cães e gatos ao ano, sendo que os estados da região sul não realizam mais as campanhas de vacinação contra raiva nesses animais (BRASIL, 2005).

Atualmente, a atividade fundamental do Programa de Controle da Raiva deve ser a Vigilância Epidemiológica, que nada mais é que uma atividade contínua e sistemática de coleta, análise e interpretação de dados, com a finalidade de monitorar eventos na saúde da população detectando precocemente epizootia e casos humanos, e desenvolver estratégias de prevenção e controle e conhecer os principais reservatórios.

A integração dos serviços de atendimento médico e médico veterinário, a análise do tipo e das circunstâncias da exposição, a avaliação do animal potencialmente transmissor do vírus e do risco epidemiológico da raiva, na região de sua procedência, são fatores decisivos para a adoção da conduta adequada.

Perfil Epidemiológico 2009

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A Profilaxia de Raiva Humana pode ser realizada em duas circunstâncias, em esquema de pré-exposição, utilizando apenas a vacina, ou em pós-exposição, após uma agressão ou acidente com mamífero, utilizando apenas a vacina ou a vacina e o soro.

Dentro da Profilaxia da Raiva Humana nos casos de pós-exposição, a avaliação do risco de infecção pelo vírus da raiva, depende da natureza da exposição e espécie animal, cujas informações são registradas na notificação da agressão animal (ficha de atendimento anti-rábico humano).

Observa-se na Tabela 69 que o quantitativo de agressão animal diminuiu de 2008 para 2009, mas a relação entre os sexos continua aproximadamente 50%.

Tabela 69 – Número de casos de Agressão Animal, por sexo. Londrina, 2008 e 2009.

Sexo 2008 % 2009 %

Masculino 1036 52,21 690 51,34

Feminino 948 47,79 654 48,66

Total 1984 100,00 1344 100,00

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Em relação ao tipo de exposição, as mordeduras representaram 1216 casos e as arranhaduras com 198 casos do total de 1459 agressões por animal, em 2009, segundo a Tabela 70.

Tabela 70 - Número de casos de Agressão Animal, segundo tipo de exposição. Londrina, 2008 e 2009.

Tipo de Exposição 2008 2009

Contato Indireto (fômites/ inalação)

16 8

Mordedura 1.789 1.216

Lambedura 37 28

Arranhadura 278 198

Outro (contato da saliva, secreções ou

tecidos infectados) 12 9

Total 2.132 1.459

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Conforme a Tabela 71, a maior ocorrência segundo a localização do ferimento foi nas mãos e pés, com 515 casos de 1506, no ano de 2009.

Perfil Epidemiológico 2009

Prefeitura do Município de Londrina Página 69

Tabela 71 - Número de casos de Agressão Animal, segundo localização do ferimento. Londrina, 2008 e 2009.

Local do Ferimento 2008 2009

Mãos/pés 782 515

Membros inferiores 614 440

Membros superiores 390 288

Cabeça/pescoço 212 147

Tronco 155 88

Mucosa 52 28

Total 2.205 1.506

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Quanto ao tipo de ferimento, no ano de 2009, do tipo profundo foi apontado em 745 casos do total de 1415. (Tabela 72)

Tabela 72 – Número de casos de Agressão Animal, por tipo de ferimento. Londrina, 2008 e 2009.

Tipo de Ferimento 2008 2009

Profundo 1.018 745

Superficial 979 561

Dilacerante 165 109

Total 2.162 1.415

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Na Tabela 73, observa-se que nos anos de 2008 e 2009 do total de casos de Londrina, a espécie canina representou 91,58% e 92,35% respectivamente.

Tabela 73 – Número de casos de Agressão Animal, por espécie do animal agressor. Londrina, 2008 e 2009.

Espécie Animal 2008 2009

Canina 1.772 1.231

Felina 147 94

Quiróptera 3 0

Primata 1 1

Raposa 0 0

Herbívoro doméstico 3 2

Outros 9* 5**

Total 1.935 1.333

* = esquilo (1), gambá (1), porco (4), rato (3); ** = coelho (1), gambá (1), porco (1), rato (2). Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

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Na Tabela 74, observa-se que nos anos de 2008 e 2009 do total de casos do Paraná, a espécie canina representou 93,08% e 92,35%, respectivamente.

Tabela 74 – Número de casos de Agressão Animal, por espécie do animal agressor. Paraná, 2008 e 2009.

Espécie Animal 2008 2009

Canina 35.816 14.392

Felina 1.733 657

Quiróptera 107 76

Primata 69 36

Raposa 11 5

Herbívoro doméstico 123 124

Outros 609 291

Ignorado/Branco 09 02

Total 38.477 15.583

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Perfil Epidemiológico 2009

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RUBÉOLA

Doença exantemática viral aguda, causada pelo vírus RNA, gênero Rubivírus, família Togaviridae, caracterizada por febre baixa, exantema máculo-papular, que se inicia na face, couro cabeludo e pescoço, espalhando-se para tronco e membros, acompanhada por linfoadenopatia generalizada, principalmente suboccipital, pós-auricular e cervical posterior, geralmente precedendo o exantema em 5 a 10 dias. Adolescentes e adultos podem apresentar poliartralgia, poliartrite, conjuntivite, coriza e tosse. Cerca de 25 a 50% das infecções pelo vírus da Rubéola são subclínicas, ou seja, as infecções que se desenvolvem sem apresentar sinais e sintomas clínicos característicos da doença.

A rubéola é de importância epidemiológica pela ocorrência da Síndrome da Rubéola Congênita (SRC), que atinge o feto ou recém-nascido, cujas mães se infectaram durante a gestação. A infecção na gravidez acarreta inúmeras complicações para a mãe (aborto e natimorto) e para os recém-nascidos (malformações congênitas – surdez, malformações cardíacas, lesões oculares e outras).

A rubéola foi introduzida na lista de doenças de notificação compulsória no Brasil, somente na segunda metade da década de 90.

A implantação do plano de eliminação do sarampo em âmbito nacional, em 1992, impôs a vigilância ativa das doenças febris exantemáticas, e no período de 1993 a 1996, constatou que cerca de 50% dos casos descartados de sarampo foram diagnosticados como rubéola, sendo que, desses, 70 a 80% tiveram confirmação laboratorial.

Em 1993, com aumento da incidência de rubéola em vários estados, foi preconizada pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), a vacina Tríplice Viral no esquema básico (BRASIL, 2009).

A redução dos casos de rubéola ficou visível com a vacinação de mulheres realizada a partir de 2001, no entanto não conseguiu interromper a circulação do vírus, e em conseqüência, foram registrados surtos em 2006 que se estendeu até 2007, conforme a Tabela 75.

Perfil Epidemiológico 2009

Prefeitura do Município de Londrina Página 72

Tabela 75 – Número de casos notificados e confirmados de Rubéola e incidência. Londrina, 1997 a 2009.

Ano Casos Notificados Casos Confirmados Incidência

1997 381 34 8,09

1998 185 28 6,56

1999 180 16 3,69

2000 180 4 0,91

2001 113 -- --

2002 118 1 0,21

2003 92 -- --

2004 63 -- --

2005 118 -- --

2006 51 -- --

2007 105 5 0,99

2008 68 -- --

2009 32 -- --

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Em 2006, surtos de rubéola ocorreram nos estados de MG, RJ, PR, CE, SP, MS e MT. Apenas no estado do RJ, o surto estendeu-se ate 2007. A faixa etária mais acometida é a de 20 - 34 anos de idade e 70% dos casos confirmados ocorreram no sexo masculino.

Em 2008 foi realizada a maior Campanha Nacional de Vacinação para Eliminação da Rubéola no mundo, na faixa etária de 20 a 39 anos para homens e mulheres.Esta campanha em Londrina, teve a cobertura vacinal de 81,72% em mulheres e 82,88% em homens.

Em Londrina, observa-se na Tabela 76 que os casos confirmados seguem o padrão nacional.

Em 2007, decorrente dos surtos em outros estados, houve aumento do número de notificações de casos suspeitos, sendo confirmados 05 casos de rubéola, 02 autóctones e 03 importados. Ressaltamos que os casos de rubéola confirmados são 04 homens na faixa etária de 18 a 26 anos não vacinados e 01 mulher de 24 anos não vacinada. Como diagnóstico diferencial, foram confirmados 09 casos de parvovirus B19 e 01 caso de mononucleose.

Em 2008 e 2009 não houveram casos confirmados de rubéola, no entanto foram diagnosticados em 2008, 07 casos de parvovírus B19 e em 2009, 06 casos de parvovírus B19 e 01 caso de dengue.

Perfil Epidemiológico 2009

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Tabela 76 – Número de casos confirmados de Rubéola em Londrina, no Paraná e no Brasil. 1997 a 2008.

Ano Londrina Paraná Brasil

1997 34 1.194 32.825

1998 28 477 6.794

1999 16 72 14.502

2000 4 58 15.413

2001 -- 17 5.867

2002 1 4 1.480

2003 -- -- 563

2004 -- -- 401

2005 -- 2 233

2006 -- 3 1.631

2007 5 68 8.683

2008 -- 22 2.085

Fonte: MS/SINAN/DEPIS/SMS/PML

Em relação à Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) não tivemos nenhum caso em Londrina no período de 2004 a 2009, sendo que no Brasil foram confirmados 29 casos de SRC em 2007 e nenhum caso no Paraná. Em 2008, houve 47 casos na Brasil e 01 caso no Paraná. Em 2009, foram confirmados 14 casos (dados atualizado em agosto/2010, sujeito a alterações) e nenhum caso no Paraná.

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SARAMPO

Doença infecciosa aguda, causado por um vírus RNA, Vírus do Sarampo, pertencente ao gênero Morbillivirus, família Paramyxoviridae, transmissível e extremamente contagiosa, comum na infância. A viremia, causada pela infecção provoca vasculite generalizada, responsável pelo aparecimento das diversas manifestações clínicas, inclusive pelas perdas consideráveis de eletrólitos e proteínas, gerando o quadro espoliante característico da infecção. Além disso, as complicações infecciosas contribuem para a gravidade do sarampo, particularmente em crianças desnutridas e menores de 1 ano de idade.

No Brasil, o sarampo é doença de notificação compulsória desde 1968.

O sarampo acometia de 2 a 3 milhões de crianças nos anos epidêmicos na década de 70. Em 1991 a 2000, houve uma redução da incidência de sarampo, sendo que em 2001 alcançou-se a eliminação da circulação do vírus autóctone, apesar do surto ocorrido em 1997. O comportamento cíclico da doença, com a ocorrência de epidemias periódicas em média a cada cinco anos, ocorre pela velocidade em que se acumulam susceptíveis, caso não sejam alcançadas altas coberturas na vacinação de rotina (mais de 95% em crianças de 1 ano de idade) e investigação imediata de todos os suspeitos de sarampo.

Em 1992, o Brasil adotou a meta de eliminação do sarampo para o ano 2000. Em 1997 após um período de 4 anos de controle, houve o ressurgimento do sarampo que iniciou no final de 1996 pelo Estado de Santa Catarina e que se estendeu para os outros 18 Estados em 1997, registrando um total de 53.664 casos confirmados, conforme Tabela 77.

Tabela 77 – Casos confirmados de Sarampo. Paraná e Brasil, 1997 a 2009.

Ano Paraná Brasil

1997 546 53.664

1998 909 2.781

1999 1 908

2000 2 36

2001 -- 1

2002 -- 1

2003 -- 2

2004 -- --

2005 -- 6

2006 -- 57

2007 * *

2008 * *

2009 * *

* = dados não disponíveis. Fonte: Ministério da Saúde/SVS

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Observa-se na Tabela 78 que o último caso confirmado de sarampo no município de Londrina foi em 1998.

Tabela 78 - Casos notificados e confirmados de Sarampo. Londrina, 1997 a 2009.

Ano Casos Notificados Casos Confirmados

1997 158 19

1998 28 1

1999 11 --

2000 -- --

2001 11 --

2002 5 --

2003 2 --

2004 1 --

2005 1 --

2006 -- --

2007 1 --

2008 -- --

2009 2 --

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

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SÍFILIS CONGÊNITA

A Sífilis é uma doença secular. Foi a partir da segunda metade do século XIX que, na maioria dos países ocidentais, a Sífilis e outras doenças venéreas emergiram como problema de saúde pública de grande magnitude. Durante esse século a doença praticamente renasceu, tamanha a importância social e epidemiológica que passou a ter.

Após a Segunda Guerra Mundial, com o uso da Penicilina, houve um imenso declínio da Sífilis no Brasil e no mundo. No entanto, a total eliminação da doença nunca foi conseguida e a Sífilis continua atingindo milhões de pessoas. Segundo estimativa da Organização Mundial de Saúde – OMS, em 1999 o número de casos novos de Sífilis no mundo foi de 12 milhões.

Em 1993, o Ministério da Saúde propôs um projeto de eliminação da Sífilis Congênita como um problema de saúde pública, em consonância com a proposta de controle do agravo nas Américas, formulado pela Organização Mundial e Pan-Americana de Saúde, definindo o seu alcance com a meta de uma incidência menor ou igual a 1 caso/1000 nascidos vivos.

Desde 1986, é uma doença de notificação compulsória e é sabido que ainda existe sub-registro das notificações.

Em dezembro de 2004, a Portaria nº 766 expandiu para todos os estabelecimentos hospitalares integrantes do SUS a realização do exame VDRL para todas as parturientes internadas, com registro obrigatório deste procedimento nas AIH de partos, sendo que o resultado do exame de VDRL deverá ser anexado ao prontuário da paciente.

A Sífilis Congênita é o resultado da disseminação hematogênica do Treponema pallidum, da gestante infectada não tratada ou inadequadamente tratada para o seu concepto, por via transplacentária.

A transmissão vertical do Treponema pallidum pode ocorrer em qualquer fase gestacional ou estágio clínico da doença materna. Os principais fatores que determinam a probabilidade de transmissão vertical do Treponema pallidum são o estágio da Sífilis na mãe e a duração da exposição do feto no útero.

A taxa de infecção da transmissão vertical do Treponema pallidum em mulheres não tratadas é de 70 a 100%, nas fases primária e secundária da doença, reduzindo-se para aproximadamente 30% nas fases tardias da infecção materna (latente tardia e terciária). Há possibilidade de transmissão direta do Treponema pallidum por meio do contato da criança pelo canal de parto, se houver lesões genitais maternas. Durante o aleitamento, ocorrerá apenas se houver lesão mamária por Sífilis. Ocorre aborto espontâneo, natimorto ou morte perinatal em aproximadamente 40% das crianças infectadas a partir de mães não tratadas.

No Brasil, o número de casos de sífilis congênita vem crescendo progressivamente. No ano 1998, registrou-se 3778 casos, e nos ano de 2007 foram 5102 casos, apresentando crescimento significativo dos casos no país. (DATASUS, 2010).

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No Paraná, ocorreram 88 casos no ano de 2007.

Em Londrina, conforme a Tabela 79, foram confirmados 16 casos em 2009. Estes casos foram confirmados por critério laboratorial. Este aumento no numero de casos é corroborado com os dados nacionais, visto que houve um aprimoramento na detecção dos casos, do ponto de vista laboratorial, ao mesmo tempo que pelos critérios do Ministério da Saúde, todo parceiro não tratado, o RN será considerado Sífilis Congênita.

Tabela 79 - Número de casos confirmados de Sífilis Congênita. Londrina, Paraná e Brasil, 1998 a 2009.

Ano Londrina Paraná Brasil

1998 2 106 3.778

1999 1 142 3.410

2000 1 31 4.161

2001 1 66 3.949

2002 2 104 3.933

2003 7 101 5.213

2004 9 66 5.202

2005 8 82 5.819

2006 5 92 5.892

2007 5 88 5.102

2008 7 * *

2009 16 * *

* = dados não disponíveis. Fonte: DATASUS/MS/SINAN/DEPIS/SMS/PML

A incidência de Sífilis Congênita em Londrina, em 2009, foi 2,43 por mil nascidos vivos (Tabela 80).

Tabela 80 – Número de casos de Sífilis Congênita e incidência (por 1.000 nascidos vivos), por sexo. Londrina, 2009.

Sexo Número de Casos Taxa de Incidência

Masculino 5 --

Feminino 11 --

Total 16 2,43

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Observa-se na tabela 81 que segundo as características maternas, 62,5% apresentava idade entre 20 e 29 anos, 87,5% das mães realizaram pré-natal, sendo que 56,25% tiveram o diagnóstico de Sífilis Congênita durante o pré-natal. No entanto, seus parceiros não foram tratados adequadamente ou em tempo hábil, ou seja, até 30 dias antes do parto.

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Vale ressaltar que, para 43,75% das gestantes, o diagnóstico não foi feito no pré-natal – 5 delas tiveram o diagnóstico no momento do parto e 2 após o parto.

Tabela 81 – Número de casos de Sífilis Congênita e percentual, segundo características maternas. Londrina, 2009.

Característica Número Percentual (%)

Faixa Etária (anos) 15 – 19 4 25,00

20 – 29 10 62,50

30 – 39 1 6,25

40 – 49 1 6,25

Realização do Pré-Natal Sim 14 87,50

Não 2 12,50

Sífilis Diagnosticada Durante a Gravidez Sim 9 56,25

Não 7 43,75

Parceiro Tratado Sim 0 0,00

Não 16 100,00

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

A Tabela 82 permite observar que na região leste ocorreu o maior número de casos, sendo que na Vila Ricardo obtivemos 3 casos que estão relacionados com condições socioeconômicas e culturais.

Tabela 82 – Número de casos de Sífilis Congênita, segundo a região de residência e áreas de abrangência das Unidades Básicas de Saúde – UBS. Londrina, 2009.

Região Nº de Casos UBS Nº de Casos

Centro 2 UBS Casoni 1

UBS Vila Nova 1

Leste 7

UBS Armindo Guazzi 1

UBS Ernani 1

UBS Ideal 1

UBS Marabá 1

UBS Vila Ricardo 3

Oeste 1 UBS Alvorada 1

Norte 4

UBS João Paz 1

UBS Parigot 2

UBS Vivi Xavier 1

Sul 2 UBS Itapoã 1

UBS União da Vitória 1

Total 16 Total 16

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

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Em relação à evolução do caso, tivemos um óbito por Sífilis Congênita em 2009. Segue, abaixo, o relato do caso:

Paciente, 37 anos, residente no município de Londrina, amasiada, Gesta 3 Para 1 Cesária 1, com 2 filhos vivos, sendo que o último parto ocorreu em 20/03/2003. Esta gestação foi a primeira do atual parceiro. Fez pré-natal na rede pública municipal, com 6 consultas. Colheu exames do pré-natal, porém realizou VDRL em 02/02/2009 (1º trimestre), não tendo sido repetido posteriormente.

RN nasceu em 04/07/2009, de parto cesárea (indicação por diminuição dos movimentos fetais), com peso de 2560 gramas, estatura de 42 cm, em mau estado geral, apgar 2/2, bradicárdica, cianótica, hipotônica. Foi considerada pré-termo e peso adequado para idade gestacional. Conforme os registros de prontuário, os diagnósticos foram os seguintes: Desconforto Respiratório; Anóxia Neonatal Grave; Hepatoesplenomegalia a Esclarecer; e Suspeita de Infecção Congênita, confirmado com FTA-ABS IgM reagente em 05/07/2009.

Clinicamente estava ictérica, anêmica com plaquetopenia e Meningite.

Evoluiu com cianose perioral e de extremidades, desconforto respiratório, bradicardia, queda da pressão arterial, fez septicemia e foi a óbito em 16/07/2009.

Apesar do exame para diagnóstico de Sífilis ser disponível em todas as UBS e também incorporado na rotina de pré-natal, faz-se necessário estabelecer e seguir os protocolos e diretrizes para realização de 3 sorologias de VDRL para diagnóstico de Sífilis na gestação, com o intuito de diminuir a transmissão vertical e incrementar as ações de diagnóstico e prevenção.

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TÉTANO

O tétano é uma doença transmissível, não contagiosa, podendo ser dividida em formas de ocorrência: acidental e neonatal. O tétano acidental acomete pessoas não imunizadas, que entram em contato com o bacilo tetânico. Quanto ao tétano neonatal, este é causado pela contaminação do coto umbilical do recém-nascido através de instrumentos não esterilizados ou por substâncias (Brasil, 2002).

Observa-se que o último caso de tétano acidental ocorreu no ano de 2006, o que sugere maior imunidade da população pela vacinação.

Tabela 83 – Número de casos confirmados de Tétano Acidental. Londrina, Paraná e Brasil, 1999 a 2009.

Ano Londrina Paraná Brasil

1999 1 51 744

2000 1 27 520

2001 -- 34 571

2002 -- 35 598

2003 1 28 494

2004 -- 23 467

2005 -- 22 452

2006 1 26 493

2007 -- 23 *

2008 -- 7 *

2009 -- * *

* = dados não disponíveis. Fonte: DATASUS/MS/SINAN/DEPIS/SMS/PML

Na Tabela 84, observa-se que todos os casos não possuíam o esquema vacinal completo. Quanto à faixa etária, tivemos 05 casos entre 20 e 49 anos, e 10 casos acima de 50 anos.

Em relação ao período entre 1994 a 2009, obtivemos uma taxa de letalidade de 33,33%.

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Tabela 84 – Série histórica dos casos de Tétano Acidental. Londrina, 1994 a 2009.

Sexo Idade Porta de Entrada Antecedentes

Vacinais (DPT/dT/TT)

Reg. de Resid.

Ocup. Evol.

1994 – 1 CASO

Masc. 51 Ferimento punctório (pé) Não vacinado Rural Fiscal de Lavoura

Alta

1995 – 4 CASOS

Masc. 38 Acidente de carro (lacerações, fratura, escoriações)

Ref. 1 dose dT/TT Norte Pastor Alta

Masc. 44 Gengivite Não vacinado Rural Lavrador Alta

Masc. 54 Escoriações Ignorado Oeste Pedreiro Alta

Masc. 54 Ferimento perfuro-cortante (braço)

Ref. 1 dose dT/TT Centro Carpinteiro Óbito

1996 – 1 CASO

Masc. 51 Ferimento em olho (farpa de madeira)

Ignorado Sul Jardinagem Alta

1997 – 3 CASOS

Masc. 31 Escoriações múltiplas (acidente de moto)

Ref. s/ comprov. Oeste Ignorado Alta

Masc. 57 Queimaduras por fogos de artifício

Não vacinado Centro Comerciante Alta

Masc. 66 Punctório (pé) Ignorado Sul Comerciante Óbito

1998 – 2 CASOS

Masc. 36 Provável cárie/gengivite Não vacinado Oeste Serralheiro Óbito

Fem. 79 Fratura exposta Não vacinado Centro Aposentada Óbito

1999 – 1 CASO

Masc. 68 Provável processo infeccioso/ gengivite/cárie

1 dose dT Centro Aposentado Alta

2000 – 1 CASO

Masc. 75 Possível ferimento no pé 1 dose Leste Aposentado Óbito

2001 / 2002 – SEM NOTIFICAÇÕES

2003 – 1 CASO

Masc. 31 Fratura exposta 2 doses Oeste Servente Alta

2004 / 2005 – SEM NOTIFICAÇÕES

2006 – 1 CASO

Masc. 60 Lesão em pé (Tunguíase) Não vacinado Rural Alta

2007 / 2008 / 2009 – SEM NOTIFICAÇÕES

Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

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TUBERCULOSE

Segundo algumas evidências, a tuberculose existe desde os tempos pré-históricos. Foram encontrados esqueletos de múmias do antigo Egito (3000 a.C.) e, mais recentemente, uma múmia pré-colombiana no Peru com sinais da doença.

O diagnóstico só foi possível a partir de 1824, após a invenção do estetoscópio. Em 1882, o famoso bacteriologista inglês Robert Koch identificou o agente causador da enfermidade, a bactéria Mycobacterium tuberculosis, também chamada de Bacilo de Koch em homenagem ao seu descobridor. A invenção do raio X, no final do Século 19, permitiu a produção (visualização) das imagens das partes internas do corpo, facilitando o diagnóstico da tuberculose.

No Brasil e em outros 21 países em desenvolvimento, a tuberculose é um importante problema de saúde pública. Nesses países encontram-se 80% dos casos mundiais da doença. Segundo estimativas, cerca de um terço da população mundial está infectada com o Mycobacterium tuberculosis, com o risco de desenvolver a enfermidade. Todos os anos são registrados por volta de 8 milhões de novos casos e quase 3 milhões de mortes. Pessoas idosas, minorias étnicas e imigrantes estrangeiros são os mais atingidos nos países desenvolvidos. Nos países em desenvolvimento, o predomínio é da população economicamente ativa (de 15 a 54 anos) e os homens adoecem duas vezes mais do que as mulheres.

No Brasil, estima-se que mais de 50 milhões de pessoas estão infectadas pelo bacilo da tuberculose. Por ano, são notificados aproximadamente 100 mil casos novos e de 5 mil a 6 mil mortes em decorrência da doença. Com o surgimento da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (SIDA/ Aids), em 1981, observa-se, tanto em países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento, um crescente número de casos notificados de tuberculose em pessoas infectadas pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). A associação dessas duas enfermidades constitui um sério problema de saúde pública, podendo levar ao aumento da morbidade e mortalidade pela TB em muitos países (BRASIL, 2010).

Os principais fatores que contribuem para a manutenção e agravamento do problema são a persistência da pobreza em nossa sociedade e a ocorrência da Aids nos grandes centros. O aumento da ocorrência da resistência medicamentosa e da Multidrogaresistencia (MDR) é outra preocupação do Programa Nacional de Controle da Tuberculose.

O objetivo do PNCT é cumprir a metas mundiais de controle da tuberculose, ou seja, localizar no mínimo 70 % dos casos estimados anualmente para tuberculose e curar no mínimo 85% destes.

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Tuberculose - Todas as Formas

Em Londrina (Tabela 85), entre os anos de 2004 a 2009, foram notificados 833 casos de Tuberculose (todas as formas), destes, 23 (2,76%) menores de 14 anos e 810 (97,24%) maiores de 15 anos.

Tabela 85 – Número de casos de Tuberculose (todas as formas) e percentual, segundo ano de diagnóstico e faixa etária. Londrina, 2004 a 2009*.

Ano de Diag. ≤ 14 Anos % ≥ 15 Anos % Total

2004 5 3,57 135 96,42 140

2005 7 4,82 138 95,17 145

2006 4 2,70 144 97,29 148

2007 4 3,33 116 96,66 120

2008 1 0,73 135 99,26 136

2009 2 1,38 142 98,61 144

Total 23 2,76 810 97,24 833

* = dados provisórios, sujeitos a revisão. Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

A Tabela 86 apresenta os casos de Tuberculose (todas as formas) segundo o sexo. Observamos que dos 833 casos notificados, 597 (71,67%) foram no sexo masculino e 236 (28,33%) no sexo feminino.

Tabela 86 – Número de casos de Tuberculose (todas as formas) e percentual, segundo ano de diagnóstico e sexo. Londrina, 2004 a 2009*.

Ano de Diag. Masculino % Feminino % Total

2004 94 67,14 46 32,86 140

2005 104 71,72 41 28,27 145

2006 99 66,89 49 33,10 148

2007 89 74,20 31 25,83 120

2008 98 72,00 38 27,94 136

2009 113 78,47 31 21,52 144

Total 597 71,67 236 28,33 833

* = dados provisórios, sujeitos a revisão. Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

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A Tabela 87 apresenta os casos de Tuberculose (todas as formas) segundo o tipo de entrada. Observamos que dos 833 casos notificados, 730 (87,63%) foram casos novos, 32 (3,84%) recidiva, 36 (4,32%) reingresso após abandono, 3 (0,36%) o paciente não sabia informar e 32 (3,84%) transferência.

Tabela 87 – Número de casos de Tuberculose (todas as formas) e percentual, segundo ano de diagnóstico e tipo de entrada. Londrina, 2004 a 2009*.

Ano de Diagnóstico

Caso Novo Recidiva Reingresso

pós-Abandono

Não Sabe Transferência Total

2004 121 11 4 0 4 140

86,42% 7,85% 2,85% -- 2,85%

2005 129 2 8 0 6 145

88,96% 1,37% 5,51% -- 4,13%

2006 135 4 5 2 2 148

91,21% 2,70% 3,37% 1,35% 1,35%

2007 105 4 5 0 6 120

87,50% 3,33% 4,16% -- 5,00%

2008 113 7 9 1 6 136

83,08% 5,14% 6,61% 0,73% 4,41%

2009 127 4 5 0 8 144

88,19% 2,77% 3,47% -- 5,55%

Total 730 32 36 3 32 833

87,63% 3,84% 4,32 0,36% 3,84%

* = dados provisórios, sujeitos a revisão. Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

A Tabela 88 apresenta os casos de Tuberculose segundo a forma de entrada. Observamos que dos 833 casos notificados de Tuberculose entre 2004 a 2009, 590 (70,85%) foram na forma pulmonar, 192 (23,05) extrapulmonar e 50 (6%) pulmonar+extrapulmonar.

Tabela 88 – Número de casos de Tuberculose (todas as formas) e percentual, segundo ano de diagnóstico e forma de entrada. Londrina, 2004 a 2009*.

Ano de Diagnóstico Pulmonar Extrapulmonar Pulmonar +

Extrapulmonar Total

2004 102 72,85% 30 21,42% 8 5,71% 140

2005 106 73,10% 27 18,62% 12 8,27% 145

2006 102 69,38% 35 23,64% 10 6,75% 148

2007 83 69,16% 30 25,00% 7 5,83% 120

2008 86 63,23% 42 30,88% 8 5,88% 136

2009 111 77,08% 28 19,44% 5 3,47% 144

Total 590 70,85% 192 23,05% 50 6,00% 833

* = dados provisórios, sujeitos a revisão. Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

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A Figura 14 apresenta a Taxa de Incidência (por 100.000 habitantes) da Tuberculose (todas as formas) no município de Londrina, entre 2004 a 2009. Observamos que entre os anos de 2004 a 2006 o indicador não apresentou alterações, mas no ano de 2007 apresentou uma queda importante (23,85/100.000hab.), voltando a subir nos anos seguintes.

Figura 14 – Taxa de incidência de Tuberculose (todas as formas). Londrina, 2004 a 2009*. * = dados provisórios, sujeitos a revisão. IBGE – População. Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

A Tabela 89 apresenta os casos de tuberculose (todas as formas) segundo os agravos associados informados na ficha de investigação e notificados no SINAN. Observamos que dos 833 casos notificados, 116 apresentavam também o AIDS, 123 alcoolismo, 57 diabetes, 21 doença mental e 111 outros agravos. Importante analisarmos que em 405 casos, o SINAN, apontou como sem agravos ou em branco (não foi informado pela fonte notificadora) ou ignorado.

Tabela 89 – Número de casos de Tuberculose (todas as formas) e percentual, segundo ano de diagnóstico e agravos associados. Londrina, 2004 a 2009*.

Ano de Diagnóstico

Ignorado Aids Alcoolismo Diabetes Doença Mental

Outros Agravos

Total

2004 89 13 13 5 3 17 140

2005 75 28 25 6 1 10 145

2006 91 14 16 15 3 9 148

2007 57 17 20 8 2 16 120

2008 36 28 23 10 11 28 136

2009 57 16 26 13 1 31 144

Total 405 116 123 57 21 111 833

* = dados provisórios, sujeitos a revisão. Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

0

5

10

15

20

25

30

Inci

denc

ia

Ano Diagnóstico

Incidencia 29,55 29,69 29,85 23,85 26,92 28,19

2004 2005 2006 2007 2008 2009

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A Tabela 90 apresenta os casos de Tuberculose (todas as formas) segundo a sorologia de HIV. Observamos que dos 833 casos de notificados, 118 (14,16%) o resultado foi Positivo, 393 (47,17%) Negativo, 83 (9,96%) o exame foi coletado e o banco do SINAN não foi alimentado com o resultado e 239 (28,69%) não foi realizado. Importante salientar que precisamos melhorar a alimentação do SINAN e realizar em 100% dos pacientes de Tuberculose a sorologia de HIV.

Tabela 90 – Número de casos de Tuberculose (todas as formas) e percentual, segundo ano de diagnóstico e resultado da sorologia de HIV. Londrina, 2004 a 2009*.

Ano de Diagnóstico

Positivo Negativo Andamento Não Realizado Total

2004 15 10,71% 40 28,57% 15 10,70% 70 50,00% 140

2005 30 20,68% 40 27,58% 22 15,20% 53 36,55% 145

2006 10 6,75% 64 43,24% 20 13,50% 54 36,48% 148

2007 17 14,16% 68 56,66% 12 10,00% 23 19,16% 120

2008 29 21,32% 80 58,82% 5 3,67% 22 16,17% 136

2009 17 11,80% 101 70,13% 9 6,25% 17 11,80% 144

Total 118 14,16% 393 47,17% 83 9,96% 239 28,69% 833

* = dados provisórios, sujeitos a revisão. Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

A Tabela 91 apresenta a situação de encerramento dos casos de Tuberculose (todas as formas). Ate o mês de novembro de 2010 ainda encontramos 7 (0,84%) casos em tratamento no Centro de Referencias. Dos 833 casos notificados apenas 573 (68,78%) apresentaram cura, a taxa de abandono considerada alta 107(12,84%), 11 (1,32) óbito por TB, 66 (7,92) óbitos por outras causas, 55 (6,60%) de transferência e 14 (1,68%) mudança de diagnóstico.

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Tabela 91 – Número de casos de Tuberculose (todas as formas) e percentual, segundo ano de diagnóstico e situação de encerramento. Londrina, 2004 a 2009*.

Situação Ano de Diagnóstico

Total 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Em Tratamento

0 0 0 0 0 7 7

-- -- -- -- -- 4,86% 0,84%

Cura 108 94 102 88 98 83 573

77,14% 64,82% 68,91% 73,33% 72,05% 57,63% 68,78%

Abandono 12 25 15 11 14 30 107

8,57% 17,24% 10,13% 9,16% 10,29% 20,83% 12,84%

Óbito por Tuberculose

0 0 0 3 5 3 11

-- -- -- 2,50% 3,67% 2,08% 1,32%

Óbito por Outras Causas

8 14 18 9 9 8 66

5,71% 9,65% 12,20% 7,50% 6,61% 5,55% 7,92%

Transferência 12 11 10 5 5 12 55

8,57% 7,58% 6,75% 4,16% 3,67% 8,33% 6,60%

Mudança de Diagnóstico

0 1 3 4 5 1 14

-- 0,68% 2,02% 3,33% 3,67% 0,69% 1,68%

Total 140 145 148 120 136 144 833

* = dados provisórios, sujeitos a revisão. Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

Tuberculose Pulmonar

A Taxa de Incidência (por 100.000 habitantes) de Tuberculose Pulmonar (casos novos+recidiva+reingresso após abandono+transferência) 2004 a 2009* encontra-se em torno de 21 casos por 100.000 habitantes. Em 2007 e 2008 observa-se uma redução na incidência (Figura 15).

Figura 15 – Taxa de incidência de Tuberculose Pulmonar. Londrina, 2004 a 2009*. * = dados provisórios, sujeitos a revisão. IBGE – População. Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

0

5

10

15

20

25

Ano diagnóstico

Incide

ncia

Incidencia 21,53 21,7 20,57 16,49 17,02 21,73

2004 2005 2006 2007 2008 2009

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A Tabela 92 – apresenta os casos de Tuberculose Pulmonar segundo o tipo de entrada. Dos 590 casos notificados, 511 (86,61%) casos novos, 26 (4,4%) de recidiva, 28 (4,74%) de reingresso após abandono, 2 (0,33%) a fonte notificadora não soube informar e 23 (3,89%) transferência.

Tabela 92 – Número de casos de Tuberculose Pulmonar e percentual, segundo ano de diagnóstico e tipo de entrada. Londrina, 2004 a 2009*.

Ano de Diagnóstico

Caso Novo Recidiva Reingresso

pós-Abandono

Não Sabe Transferência Total

2004 85 9 4 0 4 102

83,33% 8,82% 3,92% -- 3,92%

2005 91 2 7 0 6 106

85,84% 1,88% 6,60% -- 5,66%

2006 90 4 5 1 2 102

88,23% 3,92% 4,90% 0,98% 1,96%

2007 73 2 4 0 4 83

87,95% 2,40% 4,81% -- 4,81%

2008 72 6 3 1 4 86

83,72% 6,97% 3,48% 1,16% 4,65%

2009 100 3 5 0 3 111

90,09% 2,70% 4,50% -- 2,70%

Total 511 26 28 2 23 590

86,61% 4,40% 4,74% 0,33% 3,89%

* = dados provisórios, sujeitos a revisão. Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

A Tabela 93 apresenta o percentual de contatos examinados referentes aos casos de Tuberculose Pulmonar Bacilífero notificados. Por inconsistências de informações do banco de dados do SINAN, analisamos somente os anos de 2007 a 2009. Observa-se baixos percentuais de contatos examinados, provavelmente os contatos não tenham sido examinados ou houve falhas na alimentação do SINAN.

Os casos de tuberculose pulmonar bacilífera são responsáveis pela alta transmissão da doença em meio intradomiciliar. Dessa forma, a investigação epidemiológica dos contatos é necessária para identificar precocemente a infecção de forma a impedir a propagação da doença.

A meta ideal pela PAVS para 2010 é de 70% de contatos de tuberculose pulmonar bacilífero examinados e para 2011 é de 90%.

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Tabela 93 – Número de contatos de pacientes de Tuberculose Pulmonar Bacilífera registrados, número e percentual de contatos examinados, segundo ano de diagnóstico. Londrina, 2007 a 2009*.

Ano de Diagnóstico Contatos Registrados Contatos Examinados %

2007 261 127 48,65

2008 168 32 19,00

2009 264 194 73,48

* = dados provisórios, sujeitos a revisão. Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

A Tabela 94 apresenta os casos de recidiva e reingresso após abandono de Tuberculose Pulmonar segundo a cultura de escarro. Observamos que de 60 casos, 12 (20%) apresentaram resultado de cultura positivo, 3 (5%) negativo, 12(20%) não houve alimentação do SINAN e 33 (55%) a cultura não foi realizada/solicitada.

Conforme o Programa de Controle da Tuberculose - Ministério da Saúde é preciso ampliar a realização de cultura para os casos de retratamento de tuberculose (recidiva e reingresso após abandono de tratamento). Através da Programação das Ações de Vigilância em Saúde 2010 – 2011(PAVS) a meta ideal é realizar cultura em 40% dos casos em 2010 e 60% em 2011.

A cultura possibilita identificar a presença do Mycobacterium tuberculosis,

primeira parte de um processo que detecta a resistência aos medicamentos utilizados para o tratamento de tuberculose. Para os casos de recidiva e reingresso após abandono, que já realizaram algum tipo de tratamento prévio a realização de cultura pode auxiliar a identificação precoce de casos de resistência às drogas administradas.

Em Londrina, as culturas positivas são encaminhadas ao Laboratório Central do Paraná (Lacen), em Curitiba, onde é realizado o teste de sensibilidade às drogas.

Tabela 94 – Número de casos de Tuberculose Pulmonar e Tuberculose Pulmonar+Extrapulmonar – recidiva e reingresso após abandono, segundo ano de diagnóstico e cultura de escarro. Londrina, 2004 a 2009*.

Ano de Diagnóstico

Positivo Negativo Andamento Não Realizado Total

2004 0 -- 0 -- 4 28,57% 10 71,42% 14

2005 2 18,18% 0 -- 3 27,27% 6 54,54% 11

2006 3 33,33% 0 -- 3 33,33% 3 33,33% 9

2007 0 -- 0 -- 0 -- 7 100,00% 7

2008 3 27,27% 3 27,27% 0 -- 5 45,45% 11

2009 4 50,00% 0 -- 2 25,00% 2 25,00% 8

Total 12 20,00% 3 5,00% 12 20,00% 33 55,00% 60

* = dados provisórios, sujeitos a revisão. Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

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A Tabela 95 apresenta os casos de Tuberculose Pulmonar segundo a situação de encerramento. Observa-se baixo percentual de cura na série histórica (67,62%), com alto percentual de abandono (13,72%) e totalizando 9 óbitos no período de 2004 a 2009.

Tabela 95 – Número de casos de Tuberculose Pulmonar e percentual, segundo ano de diagnóstico e situação de encerramento. Londrina, 2004 a 2009*.

Situação Ano de Diagnóstico

Total 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Em Tratamento

0 0 0 0 0 6 6

-- -- -- -- -- 5,40% 1,01%

Cura 73 67 71 58 64 66 399

71,56% 63,20% 69,60% 69,87% 74,41% 59,45% 67,62%

Abandono 9 20 10 8 7 27 81

8,82% 18,86% 9,80% 9,63% 8,13% 24,32% 13,72%

Óbito por Tuberculose

0 0 0 3 4 2 9

-- -- -- 3,61% 4,65% 1,80% 1,52%

Óbito por Outras Causas

8 10 13 8 4 5 48

7,84% 9,43% 12,74% 9,63% 4,65% 4,50% 8,13%

Transferência 12 9 8 4 3 4 40

11,76% 8,49% 7,84% 4,81% 3,48% 3,60% 6,77%

Mudança de Diagnóstico

0 0 0 2 4 1 7

-- -- -- 2,40% 4,65% 0,90% 1,18%

Total 102 106 102 83 86 111 590

* = dados provisórios, sujeitos a revisão. Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

A Figura 16 apresenta a Taxa de Incidência de casos novos de Tuberculose Pulmonar. Observa-se uma queda importante no ano de 2007 e um aumento em 2009.

Figura 16 – Taxa de incidência de casos novos de Tuberculose Pulmonar. Londrina, 2004 a 2009*. * = dados provisórios, sujeitos a revisão. IBGE – População. Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

0

5

10

15

20

25

Ano diagnóstico

Incide

ncia

Incidencia 17,94 18,63 18,15 14,51 14,25 19,58

2004 2005 2006 2007 2008 2009

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Tuberculose Extrapulmonar

A Tabela 96 apresenta os casos de Tuberculose extrapulmonar segundo a localização. Observamos que 241 casos foram notificados, destes, 96 (39,83%) Pleural, 41 (17,01%) Gânglios Periféricos, 12 (4,97%) Geniturinária, 15 (6,22%) Óssea, 17 (7,05%) Ocular, 26 (10,78%) Miliar, 7 (2,90%) Meningoencefálico, 27 (11,20%) Outras – cutânea, laríngea, etc.

Tabela 96 – Número de casos de Tuberculose Extrapulmonar e percentual, segundo ano de diagnóstico e localização. Londrina, 2004 a 2009*.

Localização Ano de Diagnóstico

Total 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Pleural 14 11 19 18 21 13 96

37,83% 28,20% 42,22% 48,64% 42,00% 39,39% 39,83%

Gânglios Periféricos

10 6 6 7 8 4 41

27,02% 15,38% 13,33% 18,91% 16,00% 12,12% 17,01%

Geniturinário 3 2 4 1 1 1 12

8,10% 5,12% 8,88% 2,70% 2,00% 3,03% 4,97%

Óssea 3 2 3 1 4 2 15

8,10% 5,12% 6,66% 2,70% 8,00% 6,06% 6,22%

Ocular 2 3 3 3 4 2 17

5,40% 7,69% 6,66% 8,10% 8,00% 6,06% 7,05%

Miliar 3 8 5 0 5 5 26

8,10% 20,51% 11,11% -- 10,00% 15,15% 10,78%

Meningo-encefálica

0 3 0 3 1 0 7

-- 7,69% -- 8,10% 2,00% -- 2,90%

Outras 2 4 5 4 6 6 27

5,40% 10,25% 11,11% 10,81% 12,00% 18,18% 11,20%

Total 37 39 45 37 50 33 241

* = dados provisórios, sujeitos a revisão. Fonte: SINAN/DEPIS/SMS/PML

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PERFIL DE MORTALIDADE

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MORTALIDADE

Em 2009 foram registrados 2.995 óbitos no Sistema de Informações sobre Mortalidade, de ocorrência e residência em Londrina.

O Coeficiente de Mortalidade Geral (expressa o número de óbitos para cada grupo de 1.000 habitantes) foi de 5,8/1000 habitantes, valor idêntico ao ano de 2008 e que não tem apresentado muitas variações nos últimos anos (figura 17).

Figura 17 – Coeficiente de mortalidade geral (por 1.000 habitantes), residentes em Londrina, 1995 a 2009. Dados preliminares, sujeito a alterações. Fonte: NIM/GIS/DEPIS/SMS/PML

A Mortalidade Proporcional por faixa etária, que constitui uma representação segundo grupos etários prefixados, inclui os óbitos infantis (menor de 1 ano), crianças e adolescentes de 1 a 4 anos e 5 a 19 anos, adultos jovens (20 a 49 anos) e pessoas acima de 50 anos. No ano de 1994, o percentual de pessoas que morriam com mais de 50 anos era de 67,5 e em 2009, esse valor passou para 78,5%, o que indica um bom nível de saúde, segundo o índice proposto por Moraes. O percentual atingido pelo município para os óbitos ocorridos com pessoas com 50 anos ou mais de idade é comparável a países como Suécia, Estados Unidos e Japão (Figura 18).

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Figura 18 – Mortalidade proporcional, segundo faixa etária. Londrina, 1994 e 2009. Fonte: SIM/NIM/GIS/DEPIS/SMS/PML

Em relação as causas de óbitos de 2009, as doenças do aparelho circulatório foram responsáveis por 29,2% do total das mortes, seguido pelas neoplasias (21,1%) e causas externas de morbidade e mortalidade (13,6%) (Tabela 97).

Tabela 97 - Óbitos segundo grupos de causas (Cap CID10). Londrina, 2009.

Causa (Cap CID10) Freqüência %

Doenças do aparelho circulatório 848 29,2

Neoplasias (tumores) 614 21,1

Causas externas de morbidade e mortalidade 394 13,6

Doenças do aparelho respiratório 321 11,0

Doenças do aparelho digestivo 156 5,4

Doenças do sistema nervoso 112 3,9

Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 99 3,4

Algumas doenças infecciosas e parasitárias 89 3,1

Doenças do aparelho geniturinário 75 2,6

Sint sinais e achad anorm ex clín e laborat 49 1,7

Transtornos mentais e comportamentais 42 1,4

Algumas afec originadas no período perinatal 39 1,3

Malf cong deformid e anomalias cromossômicas 29 1,0

Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivo 17 0,6

Demais causas 21 0,7

Total 2.905 100,0

Fonte: SIM/NIM/GIS/DEPIS/SMS/PML

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Quanto aos óbitos por causas externas, os acidentes de transporte apresentam uma tendência crescente desde o ano de 2000, mantendo-se até 2009. Situação semelhante para as mortes por homicídios foi observada até o ano de 2004, quando houve redução no número de mortes, porém mantendo-se elevada até o último ano analisado (Figura 19).

Figura 19 – Total de óbitos por acidentes de transporte e homicídios. Londrina, 1994 a 2009*. Dados preliminares, sujeito a alterações. Fonte: SIM/NIM/GIS/DEPIS/SMS/PML

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Mortalidade Infantil

No ano de 2009 ocorreram 70 óbitos de crianças menores de 1 ano de residentes em Londrina. Em 3 casos, o óbito ocorreu em outro município (Cambé, Arapongas e Tamarana).

O Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI) para 2009 foi de 10,67 óbitos por 1000 nascidos vivos. Em 1990, esse valor era de 22,62 óbitos infantis por 1000 nascidos vivos. A redução para o período de 1990 a 2009 foi de 61,1%.

Nos últimos 10 anos o CMI de Londrina tem apresentado valores entre 10 e 14 óbitos por cada grupo de 1000 nascidos vivos, sendo que em 2004 registrou-se o menor valor para o município, que foi de 8,97/1000 NV (Figura 20).

Figura 20 – Coeficientes de mortalidade infantil. Série histórica de Londrina, 1990 a 2009*. * = Dados preliminares, sujeito a alterações. Fonte: 1990 a 2008 – CID/ISEP/SESA/PR; 2009 – SIM/NIM/GIS/DEPIS/SMS/PML

Do total de mortes de crianças menores de 1 ano, as afecções do período perinatal foram responsáveis por 56,7% (38 casos) do total de óbitos. As malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas foram a segunda causa mais freqüente, com 28,4% (19 casos) e as mortes por causas externas foram responsáveis por 6 óbitos (9,0%). As doenças do aparelho respiratório e digestivo corresponderam a 3,0%, mesmo percentual obtido pelas demais causas (Figura 21).

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Figura 21 – Mortalidade infantil, segundo grupos de causas. Londrina, 2009*. * = Dados preliminares, sujeito a alterações. Fonte: 1990 a 2008 – CID/ISEP/SESA/PR; 2009 – SIM/NIM/GIS/DEPIS/SMS/PML

Do total de óbitos infantis de ocorrência e residência em Londrina, 59,7% ocorreram no período neonatal, que compreende do nascimento até o 28º dia de vida. Entre as mortes deste período, 28 foram no período neonatal precoce, que vai do nascimento até 7º dia de vida e, 12 foram no período neonatal tardio, que é do 7º dia de vida até o 27º dia. No período pós neonatal morreram 27 crianças (40,3%), ou seja, acima de 28 dias até um ano de idade. Os Coeficientes de Mortalidade Infantil, Neonatal e Pós Neonatal de 1995 a 2009 estão apresentados na Tabela 98.

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Tabela 98 – Coeficiente de mortalidade infantil neonatal e pós-neonatal (por 1.000 nascidos vivos). Londrina, 1995 a 2009*.

Ano C.M.I. Neonatal C.M.I. Pós-neonat. C.M. Infantil

1995 11,51 5,44 16,95

1996 8,98 5,62 14,6

1997 7,33 5,74 13,07

1998 9,65 4,44 14,09

1999 9,7 3,85 13,55

2000 9,79 4,40 14,19

2001 6,52 4,85 11,37

2002 7,42 3,57 10,98

2003 7,72 4,23 12,19

2004 5,76 2,95 8,99

2005 6,56 3,71 10,29

2006 8,76 3,50 12,26

2007 9,6 2,13 11,73

2008 8,01 2,77 10,79

2009 6,10 4,11 10,67

* = Dados preliminares, sujeito a alterações. Fonte: SIM/NIM/GIS/DEPIS/SMS/PML

Londrina tem um índice de mortalidade considerado baixo, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que classifica mortalidade infantil alta quando ocorre uma média de 50 mortes de criança de até um ano de idade ou mais por mil nascidos vivos; média quando fica entre 20 a 49 por mil nascidos e, baixo quando o índice fica em menos de 20 mortes.

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Mortalidade Materna

Figura 22 – Coeficiente de mortalidade materna (por 100.000 nascidos vivos). Londrina, 1985 a 2009. Fonte: SIM/NIM/GIS/DEPIS/SMS/PML

Figura 23 – Coeficiente de mortalidade materna (por 100.000 nascidos vivos), por triênios. Londrina, 1986 a 2009. Fonte: SIM/NIM/GIS/DEPIS/SMS/PML

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância Epidemiológica. 6.ed. Brasília, 2005.

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Diretrizes Nacionais para Prevenção e Controle de Epidemia de Dengue. Brasília, 2009.

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Boletim Epidemiológico – Hepatites Virais. Ano II. N.1. Brasília, 2010.

ZAMBOLIM, C.M.; OLIVEIRA, T.P., et al. Perfil das intoxicações exógenas em um hospital universitário. Revista Médica de Minas Gerais. 2008; 18(1):5-10.

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