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PESQUISA QUANTITATIVA PESQUISA QUALITATIVA Felipe José Rocha Vieira Roberto Pizzi Gomes Neto

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PESQUISA QUANTITATIVA

PESQUISA QUALITATIVA

Felipe José Rocha Vieira

Roberto Pizzi Gomes Neto

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O REAL NÃO EXISTE!!!

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Os objetos com que a razão pode se ocupar classificam-se em:

Relação de ideias

Matérias de fato

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Matérias de fato

Derivam-se das relações causais.

Entretanto há um sério problema,

podem levar a muitas direções diferentes.

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Consequência do Raciocínio

Desta forma, poderemos realizar o

programa de não dizer mais que aquilo

que os fatos nos autorizam.

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Se os conflitos se observam apenas ao

nível das interpretações, vamos nos

manter ao nível dos fatos.

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O cientista é o juiz. Faz perguntas. E

pergunta porque a sua razão só se

satisfaz ao compreender o complô, a

trama, a teia de relações que torna os

fatos inteligíveis.

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Os mesmos fatos adquirem sentidos

totalmente diferentes, dependendo do

contexto explicativo em que são

colocados. Parar ao nível dos fatos pode

evitar os conflitos. Mas nos deixa aquém

da explicação.

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O conhecimento das relações causais

não exige o exercício da reflexão. Ele se

encontra aquém do conhecimento

científico.

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Aqui nós nos encontramos ao nível dos

hábitos, dos automatismos, do costume. E

enquanto as coisas funcionam nas

sequências de sempre, nós simplesmente

as aceitamos como fatos.

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A ciência surgiu exatamente quando

certas pessoas, repentinamente, se

perguntaram das razões por que coisas

corriqueiras ocorriam da forma como

ocorriam.

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Esse conhecimento dos fenômenos, por

sua vez, limitava-se à expressão de uma

relação funcional de causa e efeito que só

podia ser medida como uma função

matemática.

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Esse modelo de conhecimento

científico, denominado positivista,

adequou-se perfeitamente à apreensão e

ao manejo do mundo físico.

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Métodos quantitativos: Observação

sistemática ou estruturada, questionário,

entrevista dirigida

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Sociologia Positivista

Os objetos sociais têm uma existência

independente do observador e do seu

interesse

Correlacionar fatos sociais permite

descobrir as causas

Exemplos: Comte e Durkheim

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Psicologia Comportamentalista

Causas – Estímulos

Efeitos – Respostas

Exemplos: Pavlov e Skinner

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Quando o homem era considerado

como um objeto puramente natural, seu

conhecimento deixava escapar

importantes aspectos relacionados com

sua condição específica de sujeito.

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Não é a ciência social que é falha, seu

objeto de estudo é dinâmico.

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No paradigma interpretativo-idealista,

o estudo da vida social humana em

termos de analogia com as ciências

físicas era incorreto.

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Para Dilthey, há divergências em

relação às atitudes dos investigadores, ao

modo de fazer pesquisa e aos objetivos

de suas pesquisas.

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Não há forma de se distanciar dos

eventos da vida para descrever o que

significam.

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A busca de regularidades ou leis

causais não se aplica.

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Erklären – Explicar

Verstehen - Entender

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Experiência sensorial – gera leis sobre

a uniformidade da natureza

Experiência interna – consciência de

nós mesmos e dos outros, imediata e

direta

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A tarefa do pesquisador é engajar-se

numa compreensão interpretativa.

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Compreender (Verstehen) é conhecer o

que alguém está experienciando por meio

de uma re-criação daquela experiência

em si mesmo.

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O processo de interpretação implica

um constante movimento entre as partes

e o todo, no qual não há começo absoluto

nem ponto final.

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Sobretudo, Dilthey questionou a

possibilidade de separar o pesquisador da

coisa pesquisada.

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Segundo Rickert, as diferentes

metodologias são necessárias porque os

pesquisadores têm interesses diferentes

nas duas áreas.

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A seleção de um evento específico para

pesquisa é feito com base no critério

valor-relevância.

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Max Weber rejeitou o pensamento de

que somente uma abordagem pode ser

chamada de científica.

Page 33: PESQUISA QUANTITATIVA PESQUISA QUALITATIVA Felipe José Rocha Vieira Roberto Pizzi Gomes Neto

A diferença fundamental entre as

ciências está baseada mais no tipo de

questão que preocupa o pesquisador do

que no objeto (Rickert).

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Não há ponto de partida definido para

qualquer estudo em particular.

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O valor-relevância coloca o

pesquisador numa relação íntima com o

mundo que é objetivo da investigação.

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É diferente usar valores para

determinar a escolha do objeto de estudo

e usar valores para julgar o valor do

objeto de estudo.

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O conceito de Verstehen permite que

os pesquisadores lidem com o que é

peculiarmente humano (Dilthey).

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O primeiro nível de Verstehen

corresponde à compreensão direta.

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O segundo nível de Verstehen

corresponde à compreensão explanatória.

O aspecto “o que” da ação é agora

acrescido do “por que”.

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Com uma reinterpretação da ideia de

causalidade, haveria algum processo de

verificação, para o qual o pesquisador

desenvolveria hipóteses causais passíveis

de verificação ou rejeição empírica.

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Tipo ideal.

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É interessante ressaltar que não se

trata de pesquisa ou modalidade de

metodologia, mas sim uma questão de

abordagem e referências

epistemológicas.

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De acordo com Boaventura de Sousa

Santos, todo o conhecimento científico-

natural é científico-social.

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A distinção dicotômica entre ciências

naturais e ciências sociais começa a

deixar de ter sentido e utilidade.

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O conhecimento do paradigma

emergente tende assim a ser um

conhecimento não-dualista.

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É preciso conhecer o sentido e

conteúdo dessa superação.

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O fato de a superação da dicotomia

ciências naturais/ciências sociais ocorrer

sob a égide das ciências sociais não é,

suficiente para caracterizar o modelo de

conhecimento no paradigma emergente.

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O que antes era a causa do maior

atraso das ciências sociais é hoje o

resultado do maior avanço das ciências

naturais.

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A concepção humanística das ciências

sociais enquanto agente catalisador da

progressiva fusão das ciências naturais e

ciências sociais coloca o que hoje

designamos por natureza no centro da

pessoa.

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Referências

Metodologia do Trabalho Científico –

Antônio Joaquim Severino. 23ª Edição

Pesquisa educacional: quantidade,

qualidade – Santos Filho e Gamboa. 6ª

Edição

Filosofia da Ciência - Rubem Alves.

Um Discurso Sobre as Ciências –

Boaventura de Sousa Santos. 5ª Edição