52
EDIÇÃO 3 - ANO 1 - MARÇO / ABRIL 2014 Especial

PneuPress - Edição Março e Abril

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Revista especializada na informação da indústria de pneus, recapagem e de insumos (borracha sintética e natural).

Citation preview

Page 1: PneuPress - Edição Março e Abril

EDIÇÃO 3 - ANO 1 - MARÇO / ABRIL 2014

Especial

Page 2: PneuPress - Edição Março e Abril
Page 3: PneuPress - Edição Março e Abril

peso do setor agrícola na economia nacional é, destacadamente, o maisexpressivo na série dos últimos anos, e não poderia deixar de ser sobreo segmento de pneus, cujos números de produção dedicada ao

segmento são crescentes, assim como a participação desse setor dentro do corebusiness das empresas.

Um claro sinal disso são os investimentos (da Bridgestone e da Titan) naexpansão de suas capacidades de produção e ampliação do leque de produtos,outro é o foco da indústria na pesquisa e no desenvolvimento de novastecnologias e inovações que permitam reduzir o custo do produtor rural, dar-lheganhos expressivos de produtividade e caminhar, lado a lado, com a modernizaçãode máquinas e equipamentos que ficam, a cada dia, mais potentes, robustas emelhor apropriadas às necessidades do campo.

Nesta edição especial traçamos um quadro geral do mercado agrícola voltadoaos pneus, ouvindo empresas líderes como Pirelli, Bridgestone, Michelin e Titan,focando a discussão da radialização dos pneus agrícolas e falando com aqueles quefazem a manutenção das vias rurais do Estado de São Paulo: a Codasp.

Apresentamos um teste feito pela Michelin com a nova gama de pneus radiais deúltima geração para aplicação agrícola, a gama Ultraflex que, entre seus principaisatributos possibilita ganhos dos mais expressivos em termos de produtividade eeconomia de combustível para o produtor rural. Nesse ponto, a questão radialversus diagonal pôde ser acompanhada por jornalistas especializados, produtoresrurais e técnicos da Michelin, em experiência validada pela Fundação Vanzolini. Osresultados são incríveis, o que chama a atenção para o ainda incipiente volume deradiais agrícolas em um País com a força que possui no campo.

Assim como a radialização do pneu agrícola pode fazer a diferença para aprodutividade do campo, a Pneupress também focou a discussão sobre o pneu decarga na medida 305, um produto nitidamente superior aos pneus de medidas 295 e11.00, cujas vendas em mercados maduros como a Europa e Estados Unidos são dasmais crescentes - são pneus que permitem maior volume de carga, são mais altos,mais largos, mais seguros, garantem maior economia ao transportador e maiorsegurança, mas que no Brasil poucas são as empresas que o conhecem. O pneu namedida 305 é produzido aqui, pela Pirelli, Bridgestone e Goodyear, mas serve maispara exportação do que para substituição dos modelos 295 e 11.00, algo que poderiaser revisto pelas empresas e transportadoras diante de sua colossal superioridade.

Tipler e NSA Pneutec são os destaques no segmento de reforma de pneus,um setor que está às vésperas da maior feira do gênero, a PneuShow Recaufair, quereúne as principais lideranças do mundo dos pneus em São Paulo, entre os dias23 e 25 de abril, no Expo Center Norte.

Esperamos que você curta essa edição especial que também traz balançosde produção e vendas de pneus, de máquinas agrícolas, e projeções para oagronegócio, assim como o balanço consolidado das maiores empresas depneus do mundo.

Boa Leitura!

Editorial

A força da agriculturae seus reflexos sobre

a indústria de pneus

Edição 3 - Ano 1Março / Abril de 2014

Diretor de RedaçãoFernando Bortolin (MTB nº 20.658)

[email protected]

Projeto Gráfico, Diagramação e ArteAndré Luiz Pache

[email protected]

WebdesignFernanda Mestriner

[email protected]

Redação e CorrespondênciaRua Princesa Maria da Glória, 59 - Vila

Guiomar - Santo André (SP)CEP: 09091-010 - Telefones: (11) 4438.4449

e (11) [email protected]

Publicidade e demais informações sobreos produtos e kits de mídia, fale com:

[email protected]@pneupress.com

Publicação eletrônica:com acesso gratuito, a audiência supera

20.000 visualizações mensais.

Quem somosO site www.transportepress.com, a

revista Pneupress e o braço de comuni-cação www.versomidia.com, são iniciati-vas da Bortolin Comunicação LTDA, instala-da em Santo André, no ABC Paulista.

O portal Transportepress.com reúneinformações sobre os setores: Rodoviário,Portos & Navios, Aéreo, Ferroviário,Automotivo e de Pneus.

Através do portal são divulgadas asedições eletrônicas da Pneupress - publicaçãoque dedica 100% de seu conteúdo editorial aosegmento de pneumáticos e reforma de pneus.

Na área de comunicação e consultoriaatuamos através da Versomidia, empresadedicada à criação e elaboração de projetosgráficos, editoriais e de mídias eletrônicas(sites e web design), além de consultorias eestudos para empresas de transporte, auto-motivo e pneus.

O

MARÇO/ABRIL 13

Page 4: PneuPress - Edição Março e Abril

A força da agricultura e seus reflexos sobre a indústria de pneus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3

Como administrar um ativo pneu de R$ 12 milhões anuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6

Titan mostra a que veio: vendas crescem mais de 32% no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12Feiras agrícolas, um campo de

negócios e lançamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14

O diagonal para caminhões na vida da Titan . . . . . . . . . .15

Um pouco de história . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .16

Bridgestone dobra capacidade de

produção de pneus agrícolas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18

Características dos pneus agrícolas Firestone . . . . . . . .20

Na Michelin, divisão agrícola foi a

que mais cresceu em 2013 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21

A radialização de pneus agrícolas no Brasil . . . . . . . . . .23

Teste realizado pela Michelin . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24

Editorial

Pneupress Pergunta

Visão da Indústria

Especial - Teste de Pneus

4 MARÇO/ABRIL

ÍND

Page 5: PneuPress - Edição Março e Abril

ULTRAFLEX Xeobib compactou solo em apenas 16,5 cm, contra 24,5 cm dos pneus diagonais . . . . . . . . .26Radiais agrícolas, o segmento que mais cresce no setor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28

Produtos agrícolas garantem 15% do faturamento da Pirelli . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .30Codasp já recuperou 11 mil km de estradas rurais . . . .32

A safra agrícola alavanca setor de pneus . . . . . . . . . . . .34A força do Brasil está no campo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .35

Cinco empresas concentram 80% das vendas globais de pneus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .36Recua a produção e a venda de máquinas agrícolas . . .38

Tipler, referência em inovação e tecnologia na reforma de pneus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .40

Medida 305: o pneu que substitui o 295 e 11.00 . . . . . . .44

Cinco perguntas e respostas sobre reforma de pneus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .46

Banda de RodagemVisão da Indústria

Em Números

MARÇO/ABRIL 15

Tecnologia

Ponto de Vista

DICE

CapaFoto: Alberto Coutinho,AGECOMArte: André l. Pache

Page 6: PneuPress - Edição Março e Abril

Pneupress Pergunta com Victor Simas

6 MARÇO/ABRIL

Como administrar um ativo pneu de R$ 12 milhões

ual a importância dos pneus para uma frotacomposta por 13.430 veículos, 2.000motocicletas, 2.600 automóveis e comerciais

leves e 630 empilhadeiras? Como é feita a gestãodesse ativo que consome R$ 12 milhões em compras(de pneus novos e reformas por ano) e como isso seinsere na dinâmica de uma logística de distribuiçãoque envolve 1,0 milhão de pontos de vendasespalhados por todo o território brasileiro?

Estamos falando da Confederação Nacional dasRevendas da Ambev e das Empresas de Logística da

Distribuição (Confenar), uma entidade que reúne140 revendas afil iadas, mais de 1.000 empresários

ligados à atividade e que gera 23 mil empregosdiretos e 70 mil indiretos em todo o Brasil.

A logística da maior rede de distribuição debebidas do País apresenta uma planilha de

custos com números superlativos,como gastos anuais de R$ 210

milhões em combustíveis elubrificantes, R$ 30 milhões em

seguros, R$ 15 milhões emautopeças, R$ 12 milhões em

pneus, R$ 4 milhões emuniformes e R$ 3

milhões emtreinamentos e

capacitações.Nessa

entrevistaexclusiva para aPneupress , opresidente da

Confenar, VictorSimas, relata o modus

operandi da Confederação noquesito pneus - a quarta maior

conta referente a gastos entre seusdistribuidores -, e pontua os cuidadoscom o ativo, além de destacar como seestabelecem as escolhas porfornecedores e como essas empresasdevem operar para que haja sinergiaentre as partes. Confira os principaistrechos da entrevista.

Q

Page 7: PneuPress - Edição Março e Abril

MARÇO/ABRIL 17

Pneupress - Como a maior rede dedistribuição de bebidas do Brasil administra oativo pneu, uma conta que chega aos R$ 12milhões por ano. Qual a relevância desseinsumo dentro da gestão de frota empreendidapelos revendedores associados à Confenar.

Victor Simas - As discussões começam dentrodo que chamados de fóruns regionais. Temosregionais no Rio Grande do Sul, Santa Catarina,Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, noCentro-Oeste, Norte e Nordeste. Pela abrangênciageográfica, um dos caminhos são as reuniões quefazemos dentro desses fóruns e ai discutimos tudoe dentre essas discussões abordamos o insumopneu que é um ativo fundamental para o negócio dadistribuição.

Dentro desses fóruns são expressos casesinteressantes, como a experiência realizada por umde nossos associados que apresentava problemaspara manter a pressão correta dos pneus em suafrota de distribuição. Esse associado tinha muitadificuldade para sensibilizar o seu pessoal para anecessidade de manter a pressão adequada dospneus e então decidiu fazer uma experiência com otime.

Reuniu duas equipes de motoristas, pegou doiscarrinhos de mão - um com o pneu na pressãocorreta e outro com a pressão abaixo daespecificada -, colocou um saco de 50 quilos emcada carrinho e cada equipe teve de carregar oscarrinhos por um determinado trajeto. A equipeque ficou com o carrinho com pneu murcho tinhade fazer maiores esforços para empurrá-lo e ai oscompetidores começaram a reclamar, pois estavamperdendo a disputa para a equipe rival devido àscondições desiguais dos pneus. Terminado oexercício, todos se reuniram e discutiram sobre oque aconteceu.

Essa experiência serve para mostrar qual aimportância do ativo pneus para nós. Essa foi umamaneira interessante de sensibilizar pessoas comnível de conhecimento básico a acreditar que apressão correta de um pneu tem forte impacto nãoapenas na segurança do transporte em si, mas,principalmente, no consumo de combustível e navida útil do pneu.

A partir daí uma das soluções que encontramosfoi eleger uma pessoa responsável por monitorar emanter a pressão correta nos caminhões: omotorista. Essa responsabilidade passou a fazerparte da remuneração variável dele, de seu salário.Então, toda vez que um caminhão vai sair para

realizar a distribuição é feito um check point desegurança, que inclui uma avaliação por amostragemda pressão e das condições dos pneus naqueleveículo.

Essa é uma forma de garantir o cuidadocotidiano com uma variável que é fundamental paranós, o controle da pressão dos pneus. O motoristasempre corre o risco de comprometer aremuneração variável dele se ele não cuidar disso.Portanto, em todas as associadas espalhadas peloBrasil é feita a conferência de carga e a checagemdos pneus.

*Nota da Redação: segundo a Michelin, umexcesso de pressão de 20% reduz a vida útil de umpneu em 28%, e uma pressão abaixo de 20%representa a perda de vida útil em 22%.

Pneupress - Por ser uma operação nacional,as condições de temperatura, pressão, de ruas eestradas diferem muito no Norte ou noNordeste, em comparação com as condições noSul ou no Sudeste. Como vocês medem essesdiferenciais?

Victor Simas - As diferenciações geográficasfazem com que tenhamos condições de usoextremamente difíceis e diferentes para cada caso.Normalmente, quando estamos fazendo umanegociação de compra de pneus com umfornecedor, ou quando estamos desenvolvendo umfornecedor potencial, a gente aperta para que elenos entregue a expectativa que aquele pneu terá eisso sempre é uma dificuldade porque, em geral,esse fornecedor apresenta números que ele obtémde testes feitos em campos de prova que,teoricamente, oferecem uma mescla de todos ostipos de piso pelos quais aquele pneu irá ou vairodar, mas esses testes nunca vão definir de formaexata a intensidade com a qual nós estamos usandoos pneus. Rodamos sobre pisos extremamenteabrasivos e com temperaturas que acabam porinfluenciar as condições de uso do pneu. De fato, osfornecedores de pneus nos apresentam uma vidaútil ao produto e ai pegamos essas informações e ascomparamos com nossas planilhas. Medimos ocusto, o consumo, a vida útil, mas temos um padrãoque se baseia na média de uso que temos e essainformação é muito mais importante do que ainformação que o fabricante nos dá.

Pneupress - Comparadas as métricas dosfabricantes versus as da Confenar, como é feitaou tomada a decisão de escolha e compra?

Page 8: PneuPress - Edição Março e Abril

Pneupress Pergunta

8 MARÇO/ABRIL

Victor Simas - Todas as revendas associadasfazem esse trabalho e todas elas alimentam umbanco de dados centralizado na confederação e queserve a todos. A gente analisa fornecedor porfornecedor e vê, por exemplo, que o fornecedor Aapontou que o seu pneu roda, por exemplo, 60 milKm. Comparamos com os nossos números e vemosque naquela medida e para aquele tipo de veículo eaplicação o pneu dessa marca não está alcançando40 mil Km. Numa situação dessas chamamos essefornecedor e lhe apresentamos os números,pedindo a ele alternativas. Ao fazermos issoganhamos muito com a aproximação e, hoje, defato, temos uma evolução muito grande nesseaspecto, com reflexos muito importantes no quesitopós-venda de pneus junto à rede de associados, eos fornecedores se preocupam com os resultadosque seus pneus estão dando e sabem que esseindicador baseia uma decisão de compra. Para quenós compremos uma marca, uma medida de pneu avariável chave é o cumprimento de nossosindicadores.

Pneupress - Em geral, as empresas baseiamsua decisão de compra apenas no preço, sem sepreocupar se aquele pneu é realmente o maisadequado para aquela aplicação.

Victor Simas - Não há dúvida de que o preço seinsere dentro de nossas variáveis e tem um pesobem alto no ato de decisão e escolha. Não apenas agente, mas todo o setor de transportes precisa depreço, mas em nosso caso precisamos muito maisde capilaridade. Nossos fornecedores de pneusprecisam nos atender em todo o territórionacional, precisa atender todo o nosso volume denegócios.

Pneupress - Ou seja, você tem volume eabrangência nacional e seu fornecedor precisaestar onde você está.

Victor Simas - Não basta vender o pneu, precisater pós-venda, precisa ter um revendedor dedicado,que vá até nós, que meça as ranhuras, que verifiqueo quanto a carcaça é de fato boa e pode serreutilizada. Durabilidade e preço são questões quetêm definido nossas decisões de compra de pneus,mas a assistência direta em nossas garagens ecentros de manutenção é algo que faz a diferençaentre um fornecedor que queremos e um que nãoqueremos. Tivemos uma experiência com um pneuque era extremamente competitivo em preço, mas aempresa não conseguia oferecer assistência para a

rede no Brasil todo, portanto deixamos de adquiriresse produto.

Pneupress - Pelo que você está dizendo, umpneu importado tem poucas chances de rodarna frota, caso esse importador não tenha adimensão nacional para lhe dar assistência.

Victor Simas - A participação de importadosrodando em nossa frota é mínima, mas relato duasexperiências nesse sentido. Fizemos doismovimentos para buscar alternativas fora do País.Estivemos em duas grandes feiras no exterior, umana China e outra na Alemanha. O objetivo eraavaliar a compra de pneus e empilhadeiras, masacabamos não avançando nessas duas frentes.Quando a gente foca um produto que não é ou estáconceituado, estimulamos o fornecedor a fazer umpiloto, mas fazer isso com um produto de fora écomplicado. O chinês é tão desconfiado da gentequanto nós somos dele, então acabamos nãoevoluindo nisso.

Pneupress - Pneus com chips, pneus queenvolvem sistemas de telemetria são usados ouchegam até vocês?

Victor Simas - Chegam sim, mas o custo nãotorna a tecnologia atrativa, até porque temoscontroles internos, não tão tecnológicos assim, masque trazem resultados semelhantes, como porexemplo, marcar o pneu com uma numeração quenão é necessariamente a numeração que vem defábrica - o número de fogo. Com essa ação simplesvocê consegue avaliar a vida do pneu. Malcomparando, é como se a gente tivesse um númerode tombamento daquele pneu dentro do patrimôniopara poder fazer o seu acompanhamento por toda asua vida útil.

Pneupress - Vocês já chegaram a recomendarmudanças na composição, construção ou bandade rodagem junto aos fabricantes em possíveispilotos?

Victor Simas - Isso é mais comum com asmontadoras de veículos. Já buscamos montadoraspara que elas fizessem ajustes em cabines e coisasassim visando adequação ao nosso uso e ao nossonegócio. Com o fabricante de pneus não entramosno detalhe da fabricação dos pneus.

Pneupress - Quando vocês escolhem umcaminhão para a frota, vocês também escolhemo pneu que deve vir nesse caminhão?

Page 9: PneuPress - Edição Março e Abril

MARÇO/ABRIL 9

Victor Simas - Na partida, quando compramoscaminhões eles já vêm com o pneu originalescolhido pela montadora, mas no caso deimplementos não. Aqui nós é que escolhemos ospneus que queremos usar e ai vale nossametodologia de compra. A performance doscaminhões é muito mais próxima de nossa média,mas a performance dos pneus não. Entendemos queos pneus estão expostos a condições muito maisseveras e a muitas variações de piso, asfalto, terra,condições climáticas que propriamente oscaminhões.

Pneupress - Ao aceitar o pneu que amontadora escolhe você não incorre no risco deter pneus de uma marca A em sua frota, ereceber veículos com uma marca B, que nãoatende suas expectativas?

Victor Simas - Pode e acontece, especialmente,em momentos em que a economia está maisaquecida e o produto que você precisa fica maisraro na praça, então você compra o que a fábricatem para entregar e nessas condições recebemosprodutos que as vezes não passaram em nossosrequisitos de qualidade.

Pneupress - E a reforma de pneus, vocês têmisso incorporado à gestão do ativo também?

Victor Simas - Sim e sempre pensando nonúmero de recapagens que um pneu pode dar. Essaé uma das grandes dificuldades que temos emtermos de assistência nacional. Nunca conseguimosdesenvolver uma solução nacional para a reformade pneus. As reformadoras nos atendem direito,mas não conseguem ter uma estrutura nacional.

Pneupress - Nem mesmo as fabricantes, comsuas divisões de reforma de pneus, conseguemisso?

Victor Simas - Os fabricantes de pneus estãoestimulando suas redes de reforma a buscar umasolução que nos atenda, o que envolve tambémum estreitamento da parceria que temos com eles- no caso do fornecimento e assistência em pneusnovos. Uma das questões aqui é buscar associar avenda do equipamento original à reforma de suamarca própria ou de empresas parceiras, masnunca conseguimos isso e acabamos por buscarreformadoras de pneus locais. O lado muito ruimdisso é que perdemos a condição de medir aeficiência e a boa utilização das bandas derodagem que passam a ser incorporadas às

carcaças dos pneus originais.

Pneupress - Em geral, as fabricantes de pneusdão ênfase ao ciclo total de vida do pneu, queenvolve o pneu novo, o controle desse ativo erecapagens futuras. Isso então é apenasdiscurso?

Victor Simas - Se a indústria de pneus e asreformadoras facilitassem minha vida seria o melhordos mundos, até porque meu core business não épneu, é distribuição de bebidas. O caminhão, ocombustível, o pneu representam o meio pelo qualeu faço o meu trabalho. Se um fabricante ou umareformadora fizesse o controle do ciclo total domeu ativo pneu eu não teria mais que mepreocupar com isso e seria ótimo me concentrarem meu core business.

Pneupress - Você disse que a partir dareforma perde a condição de medir odesempenho dos pneus. Pode explicar melhor?

Victor Simas - O negócio carcaça é dofabricante e é bem verdade que se você não pegauma reformadora técnica, eficiente, correta, areforma do seu pneu acaba por comprometer acarcaça. Esse estreitamente entre quem fabrica equem reforma é que é importante. A Michelin, porexemplo, tem sua própria divisão de reforma e suacarcaça é uma das melhores do mercado. Essa éuma alternativa. Eu acho que a indústria e areformadora têm de evoluir muito no pós-venda eposso dizer que a preocupação do fabricante e deseu concessionário melhorou bastante, mas ainda hámuito a ser feito.

Pneupress - Pelas condições geográficasdiferenciadas no Brasil, um associado podesimplesmente dizer que a recomendação feitapela rede Confenar não se adequa as suasnecessidades e por isso ele tem liberdade paracomprar uma marca B, ao invés de umarecomendação pela marca A?

Victor Simas - Nossas compras sãocentralizadas. Fazemos a negociação e indicamospara a rede, que em geral, é uma negociaçãovantajosa, mas toda vez que um revendedor buscauma alternativa que não é a nossa alternativatentamos chegar nele e verificar o que estáacontecendo. É um problema de desempenho, deassistência? Essa aproximação é feita pela área denegócios e essa área verifica a questão com ofornecedor-problema. Em geral, o fornecedor

Page 10: PneuPress - Edição Março e Abril

10 MARÇO/ABRIL

Pneupress Pergunta

concorda com nosso diagnóstico, faz as correções ebusca atingir, junto àquele revendedor específico, asmetas de desempenho.

Pneupress - Por compras centralizadas possoentender que os produtos alvo são de umaúnica marca ou o conceito defende multimarcaspara um mesmo insumo.

Victor Simas - Nós temos marcas preferenciais.Na frota, para o insumo caminhões pesados esemipesados essas marcas são Volkswagen eMercedes-Benz e no extrapesado Volvo e Mercedes-Benz. Até o ano passado a Scania era um forteparceiro nosso e uma marca preferencial. Eles têmum market share dos mais relevantes dentro darede, mas não entendemos o posicionamento damarca, se eles acham que estão em uma zona deconforto ou senão tem mais interesse ounecessidade de ampliar essa participação.

Pneupress - Em pneus, quais as marcaspreferenciais?

Victor Simas - Pirelli. Os pneus da marca têmdado resultados dentro de nossas expectativas e aassistência técnica e atenção ao pós-venda fazem adiferença para que a marca predomine em nossafrota. No passado, outras marcas foram dominantes,mas eu tenho visto como diferença fundamental aatenção que eles nos dão no pós-venda. Osrevendedores demonstram interesse pela frota,pelos pneus que estão rodando, vão às garagens emedem as ranhuras, acompanham os problemas,buscam maximizar o desempenho e capacitam asequipes para o bom uso do pneu. Essascapacitações e sensibilizações das equipes faz partede nosso objetivo e de nossa cultura e quando seufornecedor de pneus faz isso é uma grandediferença.

Pneupress - Por falar em Pirelli, eles acabamde lançar a 01 Séries, um pneu comcaracterísticas de pneu verde, com maiorrendimento quilométrico, maior número derecapes. Como se insere a questão do pneuverde dentro das métricas de sustentabilidade emeio ambiente da Confenar.

Victor Simas - Temos um compromisso claroem relação à questão ambiental e o pneu é uminsumo que se insere nesse contexto na medida emque ele pode lhe propiciar uma maior economia decombustível (que vai na direção do menor consumode combustíveis fósseis), e, consequente redução na

emissão de CO2 (que afeta o Efeito Estufa) e umamaior longevidade do produto (que representamenor uso intensivo de novos pneus). Comoconseguimos dar, em média, duas reformas em umamesma carcaça, temos mais uma variável que apoianossos indicadores ambientais. Há dois anos aConfenar lançou o selo Revenda Sustentável que éum reconhecimento para os associados que seenquadram nas métricas que temos para a questãoe entre os pontos para que esse associado possater o selo está a boa prática na utilização de pneuse na correta destinação do pneu inservível.

Pneupress - Como vocês incentivam areciclagem dos pneus?

Victor Simas - Incentivamos nossas revendaspara que busquem essas ações junto as empresas dereforma de pneus e que essas empresas façam adestinação correta do pneu que é inservível. Comoa reformadora de pneus tem toda a estrutura paraisso, elas fazem o descarte e nos dão um certificadode que aquele pneu teve a destinação correta.

Pneupress - Vocês também precisam decertificados para apresentação ao Ibama. Eu seique os fabricantes e importadores de pneusprecisam.

Victor Simas - Eu não preciso, mas acho quevou precisar, pois as exigências legais vão acabarnos alcançando dessa maneira. Por isso exigimosque nossos revendedores tenham as certificaçõesde que seus pneus inservíveis foram destinadospara correto processo de reciclagem e essescertificados são contabilizados pela Confenar paragarantir que o revendedor possa ter o selo deRevenda Sustentável.

Pneupress - Ao ler essa entrevista, muitosfornecedores deverão ficar interessados emparticipar do ciclo de negócios com a Confenar.Como eles chegam a vocês?

Victor Simas - Todos os nossos fornecedores(de caminhões, uniformes, combustíveis, seguros,pneus) têm a possibilidade de participar de nossafeira anual. Nesse evento, cerca de 80% a 90% dosnossos revendedores estão presentes e podem serfeitos contatos diretos, seja para o estabelecimentode contatos ou para troca de dados, informações eaté mesmo discussões sobre o rendimento doproduto e problemas com assistência e pós-venda.Neste ano, o encontro está marcado para agosto,em Atibaia, no interior do Estado de São Paulo.

Page 11: PneuPress - Edição Março e Abril
Page 12: PneuPress - Edição Março e Abril

Titan mostra a que veio: vendascrescem mais de 32% no Brasil

Visão da Indústria

12 MARÇO/ABRIL

Titan International é destacadamente uma dasempresas do setor de pneus que mais cresce nasérie dos últimos cinco anos. Baseada no binômio

pneus agrícolas e fora de estrada, a empresa norte-americana consolida sua trajetória de forte expansãotambém no Brasil, mercado em que atua desde 2011,quando assumiu a fábrica, maquinários, funcionários e aslinhas de produção de pneus Goodyear Farm Tires e a linhade pneus diagonais de caminhões e caminhonetes daGoodyear do Brasil - instalada no tradicional bairro doBelenzinho, na cidade de São Paulo (veja box).

Qualquer pneu agrícola com a marca Goodyear, nomundo, é na verdade Titan. "Esse é um grande trunfo quetemos nas mãos, bem como a aquisição de toda ainfraestrutura industrial já montada, e uma rede autorizada

com mais de 600 pontos de comercialização no Brasil", dizo gerente de vendas da Titan Pneus do Brasil, LeandroPavarin.

"Assumimos o negócio em abril de 2011, e, emboratenhamos virado a chave Goodyear para Titan, tivemos umbreve momento de transição e começamos a operarapenas no segundo semestre daquele ano. 2012 foi umperíodo de consolidação e de lançamentos de novosprodutos em uma fábrica que passou a receber aporte deR$ 40 milhões voltados à modernização de equipamentos,expansão de suas linhas de produção e novos produtos",descreve. Ele mesmo foi um profissional que trocou aGoodyear pela Titan, assim como outros executivos efuncionários lotados no local.

"Posso dizer que no período 2012/2013 a Titanapresentou ao mercado brasileiro mais de 140 novasmedidas de pneus agrícolas, mas, especificamente aqui,acabamos por assumir uma linha de pneus diagonais decaminhões e caminhonetes que a Goodyear não queriamais. Só aqui no Brasil é que a Titan tem essa linha deprodutos e, por incrível que possa parecer, esses diagonaisacabaram por se transformar em um sucesso de vendas.Do momento que assumimos esses produtos das mãos da

A

Empresa está investindo R$ 40milhões em fábrica local,

já lançou 140 novas medidas ejá estrutura a produção

de pneus gigantes

Page 13: PneuPress - Edição Março e Abril

MARÇO/ABRIL 13

Goodyear dobramos as vendas", dizPavarin (na foto ao lado).

Como dissemos no início, a Titanrepete no Brasil uma das maisdinâmicas trajetórias de desempenhoentre as empresas do setor. SegundoLeandro Pavarin, a empresa cresceu32% no mercado brasileiro em 2013."Só na reposição estamos avançando15% ao ano e isso sem grandesmudanças e abertura de novas contas",relata o executivo ao apontar oatendimento dos mercados deequipamentos originais, reposição e exportação.

"O que estamos fazendo é montar um portfólio melhor,adequar a nossa distribuição e oferecer o pneu certo, nolugar certo e com preço competitivo", sintetiza. Essametodologia simples já garantiu à Titan um salto de 19%para 25% do mercado de reposição e um cartel de clientesde peso no segmento OE (Equipamentos Originais), comoa CNH,AGCO,Caterpillar e John Deere.

"De tudo o que produzimos 2/3 seguem para asmontadoras e 1/3 se divide entre exportação e reposição.Dada a sazonalidade do setor agrícola, há momentos em queisso fica na base de 50% para cada segmento", diz LeandroPavarin ao destacar que a rede Titan já conta com cerca de30 pontos de venda no País. "Nós usamos a rede autorizadaGoodyear, que é excelente, com mais de 50 anos de Brasil euma abrangência de 600 pontos de vendas. Porém,não são

todas as revendas que vendem pneusagrícolas, assim como só podemosvender nesses locais os pneus GoodyearFarm Tires.Não podemos vender osagrícolas Titan, por isso estamos criandonossa rede própria focada nos agrícolasde nossa marca", explica.

INVESTIMENTOS E METASOutro ponto de ataque da Titan no

Brasil está na área de investimentos.Até 2016 a empresa pretende aplicar asoma de R$ 40 milhões na total

adequação do sítio produtivo que tem no Belenzinho, emSão Paulo. Expansão estrutural, de capacidade, novasmáquinas, novos produtos estão no cerne desseinvestimento que permitirá avanço de 7% na produção depneus diagonais para caminhões e caminhonetes, 15% nalinha de pneus agrícolas e aqui a grande novidade: "Vamosconstruir pneus OTR (Fora de Estrada).A intenção éproduzir uma gama completa de pneus Titan até o aro 51",destaca Leandro Pavarin. "Eu não diria que nessa linhahaverá uma expansão em termos de unidades de pneus,mas com certeza teremos uma expansão em peso etecnologia empregada na produção", diz.

"Creio que temos todas as condições para manter amédia anual de expansão de 15% ao ano que já tivemosdesde 2012.A ideia é avançar cada vez mais nos mercadosagrícola e OTR e viver disso", aponta.

Estande da Titan na Expodireto Cotrijal 2014, uma das principais feiras agrícolas do País, realizada na cidade gaúcha de Não-me-toque. Aempresa superou metas de vendas em 12% no evento.

Page 14: PneuPress - Edição Março e Abril

Visão da Indústria

14 MARÇO/ABRIL

As feiras agrícolas representam hoje uma das açõesmais fortes da Titan para a apresentação de seusprodutos e para a realização firme de negócios.Até ofechamento desta edição, a Titan já havia marcadoterreno em duas feiras do gênero - a Coopavel e aCotrijal - e estava se preparando para a Agrishow,programada para entre os dias 28 de abril e 02 de maio,em Ribeirão Preto (SP).

"Já superamos as metas de vendas traçadas nas duasfeiras, com expansão de negócios na média de 12%", dizo gerente de vendas da Titan Pneus do Brasil, LeandroPavarin, ao destacar que nesses eventos a empresabusca sempre apresentar grandes novidades.

Foi assim no Show Rural Coopavel 2014, que serealizou em Cascavel (PR), entre os dias 03 e 07 defevereiro, momento em que a Titan lançou um novoradial para tratores acima de 140 cavalos, o DT924 namedida 710/70R38 e os novos modelos diagonais SuperArrozeiro II e 400/60-15.5 Superflot II, recomendadospara implementos agrícolas e plantadoras.

Já na 15ª Expodireto Cotrijal, que aconteceu entre osdias 10 e 14 de março, na cidade gaúcha de Não-me-

toque, o Super Arrozeiro II, produzido na medida 18.4-26, foi o grande destaque.

"Já apresentamos ao mercado cerca de sete novasmedidas de pneus neste ano e sempre superando asexpectativas de vendas", diz o executivo que já acenacom novo lançamento no Agrishow.

COMO A TITAN DEFINE OS PNEUS?"Não somos de fazer testes que demandam anos e

anos para obtenção de resultados, mas sim, como gostode dizer 'amassamos o barro'. Um método muitoeficiente é ir a campo e pesquisar o que o agricultorprecisa. O Super Arrozeiro II é um bom exemplo.Queríamos atender a cultura do arroz e nossaspesquisas passaram por questões como o desenho debanda que o usuário gosta e elogia e aquele que ele nãogosta, por exemplo. Feito isso, trabalhamos a quatromãos com a filial nos Estados Unidos, fazemos o pneu evamos lá, com as pessoas que conversamos e damos ospneus para eles testarem. Dessa ação, tiramos correçõese aperfeiçoamentos e de forma empírica definimos seaquele modelo irá efetivamente a mercado", diz.

Feiras agrícolas, um campo de negócios e lançamentos

Gama de pneus agrícolas da linha Goodyear Farm Tires, produzida e comercializada pela Titan

Page 15: PneuPress - Edição Março e Abril

MARÇO/ABRIL 15

Um dos destaques do atual portfólio da Titan no Brasil éa linha de pneus diagonais para caminhões e caminhonetesadquirida da Goodyear. Só no Brasil a Titan opera com essetipo de produto, mas aqui cabe um questionamento: o queleva a Titan a assumir uma linha de pneus diagonais paracaminhões e caminhonetes, cuja existência, não apenas noBrasil, mas em todo o mundo, é considerada pela indústriacomo um produto em extinção?

"Todos sabemos que há uma corrente muito forte emtodo o mundo para o fim do pneu diagonal", explica ogerente de vendas da Titan, Leandro Pavarin. "Mas todossabemos também que no Brasil, das cerca de 1,0 milhãode estradas existentes, apenas 200 mil Km sãopavimentadas.A maior parte do Brasil se move porestradas de terra, portanto, há demanda e se há demandanós vamos atendê-la", diz.

"Quando assumimos essa linha de produtos daGoodyear veio a grande pergunta. Quem vai usar pneudiagonal? Como nosso trabalho é no campo, fomos visitarcooperativas localizadas nas fronteiras agrícolas de todo o

País e o que verificamos? Que o agricultor que faz a colheitade sua lavoura usa pneus diagonais em seus caminhões epicapes. Ele colhe, leva para o silo da cooperativa e lá, nacooperativa, o caminhão que vai levar essa produção para oporto, ou para as capitais brasileiras, esse caminhão usaradial. Então percebemos o quê com isso? Que o agricultornão vai investir em um radial de altíssima tecnologia parapor na colheita de sua safra.Ali ele prefere um diagonalcomo o Papaléguas G8 da Titan, cuja resistência da carcaçapermite até nove recapes. Já para levar essa produção aoporto, por exemplo, ai usa-se o radial", relata Pavarin.

"O que foi que nós aprendemos com isso? Que hádemanda, há espaço e há mercado para o diagonal, tantoque o Papaléguas G8 é um dos campeões de vendas daTitan no Brasil. Por isso, o que favorece a existência dopneu diagonal aqui é a falta de infraestrutura. Enquantotivermos falta de infraestrutura, vamos ter pneusdiagonais. Por isso eu digo que não é a indústria de pneusque vai ditar o fim do diagonal no Brasil, mas sim ainfraestrutura de nossas estradas."

O diagonal para caminhões na vida da Titan

G8 Papaléguas, odiagonal campeão de

vendas (à esq.) e o TitanND LCM (à dir.)

Page 16: PneuPress - Edição Março e Abril

16 MARÇO/ABRIL

Visão da Indústria

A construção da marca Titan - nos Estados Unidose no mundo - passa pela trajetória de ajustesestruturais empreendidos pela Goodyear ao longo dotempo.

Segundo o gerente de vendas da Titan Pneus doBrasil, Leandro Pavarin, tudo começou em 1983,quando o então empreendedor e hoje presidente eCEO da Titan International, Maurice Taylor, comprouuma fábrica de rodas pertencente à Firestone nosEstados Unidos.

Nessa fábrica, Taylor já adotava uma de suasmarcas administrativas, de gestão e de negócios.Resolveu as questões trabalhistas vigentes, e

posicionou a unidade para nichos de mercado que atéentão todas as demais empresas do ramo não davam'bola'. Esses mercados eram os de pneus agrícolas efora de estrada.

"Ele começou a produzir rodas para máquinas eimplementos agrícolas e ganhou um grande cliente, aJohn Deere", narra Pavarin. "Com o passar do tempo aTitan foi ganhando a confiança das demaismontadoras e buscou o mercado de ações, em WallStreet, para se capitalizar visando à compra de umafábrica de pneus agrícolas da Pirelli,localizada em Des Moines, noestado norte-americano de Iowa".

A partir dai aTitan já produziarodas e pneusagrícolas e foiquando o presidentee CEO da empresaprofetizou que seudesejo era comprar adivisão de pneusagrícolas daGoodyear na Américado Norte.

"Quando eleanunciou esse desejo,a Goodyear tinha amaior fábrica depneus agrícolas domundo em Freeport,no estado de Illinois.E ele foi ao mercadode ações, capitalizoua Titan e comprou a então maiorfábrica de pneus agrícolas do mundo,mas com dois adendos especiais:manter o nome Goodyear Farm Tires eo pagamento de royalties para aGoodyear", conta Pavarin.

"Para a Goodyear, a compra feita pelaTitan foi fantástica porque o setoragrícola não era o core business daGoodyear e para a Titan foi maisfantástico ainda porque, além de assumira maior fábrica de pneus agrícolas domundo, ainda podia usar o nomeconsagrado da Goodyear. Ou seja, foibom para os dois lados", diz o executivo.

Um pouco de história

Page 17: PneuPress - Edição Março e Abril

MARÇO/ABRIL 17

O BRASIL NISSO TUDOSegundo Leandro Pavarin, o

interesse da Titan Internationalsobre o Brasil começou a serrevelado em 2004, quando aempresa apresentou à Goodyearuma proposta de negociação pelaaquisição da divisão agrícola local. Ocontrato de aquisição foi fechadoem 2011, quando a Titan assumiu afábrica da Goodyear, instalada notradicional bairro paulistano doBelenzinho, e compreendeu todas as

operações compneus agrícolas naAmérica Latina.

"Esse fato éinteressanteporque a partirdisso todos ospneus GoodyearFarm Tirescomercializadosnas Américaspassaram a serproduzidos pelaTitan", destacaPavarin. No casoespecífico doBrasil, a aquisiçãoabriu umprecedente inéditonas relaçõesTitan/Goodyear atéentão. "Aqui noBrasil, a Titan também assumiu alinha de pneus diagonais para

caminhões e camionetes, algo que só existe aqui e emnenhum outro lugar do mundo", diz o gerente de vendas.

Ok, você se pergunta sobre qual a relevância delevar, na negociação, a linha de pneus diagonais, umproduto cujo mercado assume como ultrapassado ecom tendência de desaparecer?

"Essa linha de produtos diagonais caiu muito bempara a Titan no Brasil", afirma Pavarin que explica omotivo: "Todos nós sabemos que a indústria força oprocesso de radialização de pneus, em detrimento dodiagonal.Quando a Titan assumiu essa linha denegócios, a própria Goodyear apontava que esse tipode pneu não tinha mais vida e que morreria em cincoou seis anos. Para nós, essa linha de pneus diagonaismelhorou nossa competitividade, deu volume para a

fábrica e, lembrando da origem da Titan, que éatender nichos que o mercado não dá 'bola', demosfoco nesses diagonais e sabe o que aconteceu?Dobramos as vendas. Do momento em que assumimoso negócio, as vendas cresceram 100%", diz o gerentede vendas da Titan.

A relação Titan/Goodyear continua de vento empopa e se mantém em altíssimo nível aqui e nosEstados Unidos. "Lá é comum o comercial da Titansentar junto com o pessoal da Goodyear e traçarestratégias semelhantes e formas conjuntas de açãocom revendedores. Aqui temos o apoio integral da redede autorizadas da Goodyear, uma rede com mais de50 anos de experiência. Eu diria que a compra dafábrica local da Goodyear e a linha diagonal foi umgrande trunfo da Titan, mas o grande pilar que nossustenta é a rede autorizada Goodyear", diz.

Page 18: PneuPress - Edição Março e Abril

importância do setor agrícola para aBridgestone/Firestone pode ser medida noprojeto de expansão da capacidade de produção

da fábrica de Santo André, localizada no ABC Paulista,local onde estão sendo aplicados US$ 14 milhões para ainstalação de equipamentos de última geração voltadospara a produção de pneus radiais para aplicaçãoagrícola.

A empresa vai dobrar a atual capacidade deprodução e passará a ter processos, insumos etecnologias equivalentes as utilizadas pelas unidadesBridgestone/Firestone dos Estados Unidos e Turquia, e,seu portfólio de produtos crescerá 100% a partir demaio de 2015, momento em que o projeto de expansãoestará concluído.

Fato relevante a ser mencionado é a ênfase que aempresa vem dando para a marca Firestone - a pontade lança para o segmento agrícola brasileiro e mundial -,bem como os projetos continuados de ter pneusagrícolas com a marca Bridgestone, algo que se tornourealidade em novembro do ano passado, emapresentação feita durante uma das maiores feiras dosetor agrícola do mundo,a Agritechnica realizada naAlemanha.

"A expansão de nossa planta industrial de SantoAndré acompanha a demanda do mercado brasileiro. Omercado de pneus agrícolas radiais no Brasil vem seconsolidando nos últimos anos e atualmente járepresenta uma fatia importante da demanda dasmontadoras de equipamentos agrícolas instaladas noPaís", diz o diretor comercial da Bridgestone Bandag,Marcos Aoki.

O executivo chama a atenção para a tendênciacrescente observada junto aos agricultores brasileirosque a cada ano vêm buscando a mecanização de suas

atividades agrícolas em prol de maior produtividade,melhor aproveitamento das áreas agrícolas disponíveispara plantio e colheita e menores custos.

"Os equipamentos agrícolas produzidos ecomercializados hoje têm se tornado mais sofisticadospara atender a essa demanda dos agricultores e, semdúvida, os pneus agrícolas radiais já fazem parte dessanova realidade, seja pela sua melhor performance, sejaem termos de compactação do solo e tração, seja naconquista de melhores taxas de aproveitamento durantea colheita e, consequentemente, maiores lucros aoprodutor agrícola", diz.

Mas como a maior empresa produtora de pneus domundo trabalha para identificar as necessidades dosagricultores, como ela opera as nuances de culturas esolos, bem como o uso de fertilizantes diferenciadospara cada região e para cada lavoura em um País

18 MARÇO/ABRIL

A

Bridgestone dobra capacidade deprodução de pneus agrícolas

Visão da Indústria

Unidade do ABC Paulista está recebendo aporte de

R$ 14 mi em novas máquinas, insumos e

tecnologias e até 2015 terá portfólio

ampliado em 100% em 100%

Marcos Aoki é o diretor comercialda Bridgestone Bandag

Page 19: PneuPress - Edição Março e Abril

MARÇO/ABRIL 19

continental como o Brasil? Um dos pilares dessa ação se concentra no

Departamento de Operações de Engenharia para aAmérica do Sul, que conta com o apoio do centro dedesenvolvimento para produtos agrícolas, localizado nosEstados Unidos. "Nossa equipe de engenharia atua emconjunto com as principais montadoras do País nodesenvolvimento de soluções futuras para o segmento ecomo empresa baseada em inovação e tecnologiaestamos sempre buscando o melhor desempenho paracada tipo de aplicação.Cada cultura possui suaspeculiaridades e requerimentos e a Bridgestone mantémpesquisas constantes que visam soluções para a melhorperformance para a máquina e implemento agrícola epara cada necessidade do agricultor. É através desseprocesso de inovação que nossos pneus alcançam altonível de reconhecimento no segmento, dotados de altatecnologia, performance e resistência às diversascondições a que são submetidos", relata Aoki.

Segundo o diretor comercial da Bridgestone/Bandag osprodutos para uso agrícola da empresa têm como foco deconcentração o atendimento de algumas premissasessenciais dos agricultores, como, por exemplo, osrequisitos de tração, tipo de terreno, solo e cultura queserá trabalhado e a menor compactação do solo.

A BRIGA RADIAL X DIAGONALTodas as premissas traçadas por Aoki - como tração,

tipo de terreno e menor compactação do solo -, vêmsendo atendidas hoje por um produto de qualidadesuperior, que é o pneu construído com a tecnologiaradial, em detrimento e substituição (paulatina, frise-se),do pneu com tecnologia diagonal.

"Sem dúvida que dentre as vantagens do pneu radialpodemos citar a maior tração, menor compactação dosolo e maior produtividade, que são demandas queestamos buscando atender junto ao agricultor, mas, emverdade, o mercado em geral está em uma fase deintrodução do produto radial. Dependendo do tipo decultura e do tamanho da propriedade, o uso de pneusagrícolas radiais é mais bem aceito ou não", diz Aoki.

Para o executivo, "apesar de o pneu radial já ser umarealidade, o pneu diagonal ainda possui um mercadosignificativo que, no momento, não pode serdesconsiderado, mas não há restrições à utilização dopneu radial em nenhuma cultura. Entretanto na aberturade novas áreas para o plantio recomenda-se a utilizaçãode pneus florestais", destaca.

Entre os diferenciais da Bridgestone/Firestone nosegmento,Aoki destaca a oferta de uma gama completade pneus para tratores, colheitadeiras, pulverizadores,pivôs de irrigação e implementos, com destaque para o

uso da tecnologia AD2 (Advanced Deflection Design -conceito que referenda maior carga, maior área decontato com o solo, maior tração, menor compactaçãodo solo e maior produtividade).

Dentro desse conceito se sobrepõe a linha deprodutos SUPER ALL TRACTION 23° de classificaçãoR-1W, indicada para tratores, colheitadeiras e outrosequipamentos. "Esses pneus são desenvolvidos combarras regulares para uso em terrenos secos emolhados e serviços gerais que exijam excepcionaltração, maior estabilidade dirigibilidade e durabilidade",diz Aoki. Ele ressalta que a marca é a única no mundoque oferece garantia de oito anos para seus produtos eexclusivo ângulo de 23 graus das barras -, queproporciona maior tração do pneu, menor compactaçãodo solo e maior produtividade.

Outro diferencial relevante em um País continentalcomo o Brasil - e áreas cultiváveis tão díspares em seusposicionamentos e condições geográficas -, é a amplarede de pontos de vendas, treinamento e pós-venda."Atualmente contamos com mais de 130 pontos devenda para este tipo de produto e uma equipeespalhada por todo o território nacional, treinada ecapacitada para dar o melhor suporte ao produtorrural", afirma Aoki.

O PESO DA FIRESTONEOutro diferencial se dá sobre a marca Firestone no

Brasil. "A Firestone tem sido reconhecida pelosúltimos 11 anos consecutivos como Top of Minddentre as empresas que atuam no agronegócio, o quecomprova sua excelente reputação de qualidade juntoao produtor rural, agricultores e pecuaristas", ressaltao executivo.

Sem citar cifras,Aoki aponta apenas que a Firestonedetém um market share expressivo do mercadonacional de pneus agrícolas e,em função do potencialagrícola que o País tem, a marca e seus pneusassumem posição relevante no posicionamentoestratégico do grupo.

Com base em números da Associação Nacional daIndústria de Pneumáticos (ANIP), Aoki chama aatenção para o crescimento da produção de pneus decarga, usados em caminhões, concomitantemente aodesempenho da safra agrícola e da linha de produtospara o segmento.

"Houve uma alta de 15,2% na produção de pneus decarga em 2013 em razão do avanço da safra agrícola",diz Aoki. "Por essa razão e considerando o nível decomercialização dos equipamentos apostamos em umaintensa reposição desses pneus em curto e médioprazo", diz.

Page 20: PneuPress - Edição Março e Abril

Firestone Radial All Traction RCIF 380/90R46 R-1W (168D) -Essepneu foi desenvolvido com base natecnologia AD2 e suporta umacapacidade de carga e velocidadesuperiores na comparação com pneusradiais comuns. Segundo a Firestone,ele suporta 20% mais carga com amesma pressão que um radial comum eé indicado para aplicação empulverizadores.

Firestone Super All Traction II23° - Indicado para tratores ecolheitadeiras, tem barras regularespara uso em terrenos secos e serviçosgerais. Uma de suas principaiscaracterísticas é a tração eestabilidade, além da menorcompactação do solo. A classificação doproduto é R-1W e conta comtecnologia AD2 - maior carga, maiorárea de contato com o solo, maiortração, menor compactação do solo emaior produtividade.

Radial All Traction DT - Comclassificação R-1W, esse radial contacom maior profundidade no centro dabanda - aproximadamente 25% a mais.Seu talão com perfil especial permiteassentamento perfeito do pneu no aroevitando o acúmulo de detritos. Oproduto é indicado para terrenos ondese exige maior tração.

Radial Deep Tread 23 - Esseradial conta com barras na classificaçãoR-1W de maior profundidade nocentro da banda e ângulo de 23 grausdas barras -, que proporcionam maiortração do pneu, menor compactaçãodo solo e maior produtividade. Oproduto é indicado para equipamentosde alta potência.

Característicasdos pneus agrícolasFirestone

Visão da Indústria

20 MARÇO/ABRIL

Page 21: PneuPress - Edição Março e Abril

MARÇO/ABRIL 21

Na Michelin, divisão agrícola foi aque mais cresceu em 2013

ecnologia aplicada às necessidades dosagricultores. Em síntese, essa é a base sobre aqual a divisão de pneus agrícolas da Michelin vem

atuando no mercado brasileiro, um segmento onde élíder na venda de pneus radiais agrícolas para reposiçãocom 53,3% de market share - tendo avançado essaposição em 10 pontos (de share) só no ano passado,momento em que o setor agrícola participou com 23%do Produto Interno Bruto (PIB) e ajudou a impulsionar avenda de máquinas agrícolas em 18,4%.

Máquinas mais potentes, uso mais intensivo deequipamentos e implementos agrícolas no preparo,plantio e colheita de culturas são uma tendênciacrescente e irreversível no meio rural brasileiro emundial, e, é nesse contexto que a tecnologiaproporcionada pelos pneus radiais se insere, e, evidente, aMichelin, a empresa que criou o pneu radial emsubstituição ao diagonal.

"A divisão de pneus agrícolas da Michelin foi a queapresentou o maior crescimento no ano passado", afirmao diretor de marketing e vendas de pneus agrícolas daMichelin para a América do Sul, Christian Mendonça, ementrevista exclusiva para a Pneupress, ano em que aempresa obteve uma marca recorde no País: a venda de1,0 milhão de pneus.

"Na busca pela tecnologia o produtor rural encontranos pneus radiais Michelin um grande aliado para oaumento da produtividade, economia de combustível,menor compactação do solo e maior durabilidade", relatao executivo, ao apontar que o segmento de pneusagrícolas radiais vem se solidificando não apenas noBrasil, mas em toda a América do Sul.

"A Michelin coloca à disposição do produtor ruralbrasileiro a tecnologia MICHELIN Ultraflex que consegueotimizar a pressão dos pneus, independente da carga e davelocidade.Testes auditados pela Fundação Vanzolinicomprovaram que a utilização dos pneus Michelin radiaisUltraflex nas máquinas agrícolas proporcionaram 30% de

economia de combustível e 45% menos de compactaçãode solo", diz Christian Mendonça, (Veja teste na pág 24).

A tecnologia Ultraflex se caracteriza, principalmente,por um novo perfil de carcaça, que proporciona oaumento da área de flexão dos flancos. Com isto, ospneus agrícolas são capazes de funcionar com as taxas dedeflexão (a porcentagem de flexão do pneu sob carga)sem penalizar a aderência nem a vida útil dos pneus.Mesmo quando a carga ou a velocidade aumentam, apressão dos pneus é sempre menor do que a dos pneusconvencionais diagonais que desempenhariam o mesmopapel.

Empresa é líder na venda de pneus radiais agrícolas

para reposição com 53,3% do mercado

T ChristianMendonça é odiretor demarketing evendas de pneusagrícolas daMichelin para aAmérica do Sul

Page 22: PneuPress - Edição Março e Abril

22 MARÇO/ABRIL

Visão da Indústria

DIFERENCIAIS DOS PNEUS MICHELINSegundo Christian Mendonça, o diferencial inovador

presente nas gamas de pneus fabricados com a tecnologiaMICHELIN Ultraflex está em seu design. "Os aros sãomais amplos e os ombros reforçados para oferecer maiorresistência, mesmo com o alto nível de flexão", diz."Dessa forma, há aumento na resistência do revestimentomesmo com profundas tensões mecânicas provocadaspela carga ou pela velocidade."

Outro ponto relevante são os compostos de borrachade baixa histerese, que limitam a geração de calor,fazendo com que o pneu dure mais. Já a banda derodagem - mais plana - reduz a compactação do solo eassegura uma vida longa ao pneu. Christian Mendonça,destaca que a área de flexão é a mais ampla possível, como objetivo de aumentar a flexibilidade dos flancos epermitir uma direção altamente confortável.

"Todas essas características fazem com que os pneusfabricados com a tecnologia Ultraflex possam suportar asmesmas cargas que os pneus convencionais, mas compressão inferior. Os pneus Michelin Ultraflex estão

disponíveis para todas as máquinas agrícolas, tais comotratores, pulverizadores, plantadeiras e colheitadeiras",relata.

Um ponto relevante lembrado pelo diretor demarketing e vendas de pneus agrícolas da Michelin para aAmérica do Sul, é que tudo isso é comprovado emtestes. "Os maiores diferenciais dos pneus radiaisagrícolas Michelin estão comprovados por testesauditados pela Fundação Vanzolini e testemunhos deimportantes clientes brasileiros", diz Christian Mendonça,ao apontar as variáveis de desempenho superior emcinco pontos: maior produtividade, maior economia decombustível, menor compactação do solo, maiordurabilidade e maior conforto ao dirigir uma máquinaagrícola.

Entre os produtos com maior volume de vendas estãoos pneus para transbordo (implementos agrícolas)denominados CarggoxBib, os pneus destinados a tratoresde média potência - denominados AgriBib e de altapotência MachXBib, e os pneus estreitos destinados apulverizadores SprayBib.

Page 23: PneuPress - Edição Março e Abril

MARÇO/ABRIL 23

Não apenas no Brasil e não apenas no segmento agrícola,mas parece ser um consenso entre as indústrias do setor para ofim do pneu diagonal, em detrimento da tecnologia radial. E nadamelhor do que falar sobre o tema com a Michelin, a empresaque criou e difundiu a radialização de pneus ao redor do mundo.Com as respostas, o diretor de marketing e vendas de pneusagrícolas da Michelin para a América do Sul, Christian Mendonça.

Pneupress - Como a Michelin avalia a questão do usodo pneu diagonal para aplicações agrícolas.A tendênciavem sendo pela maximização de uso de pneus radiais edentro disso qual é a taxa de penetração de radiais emsubstituição aos diagonais?

Christian Mendonça - No Brasil apenas cerca de 5% dospneus agrícolas vendidos no mercado de reposição são radiais,enquanto na Europa 85% já são radiais. Mas o produtor ruralbrasileiro já abriu os olhos para esta tecnologia e entende quepode ganhar produtividade para seu negócio. Em 2013, dados daAssociação Nacional da Indústria de Pneumáticos mostram queas vendas de pneus radiais no segmento de reposição cresceram37%, enquanto os pneus diagonais apenas 7% ante 2012. Outrosnúmeros revelam que o mercado de pneus radiais paraequipamentos originais avançou 176% contra 18% decrescimento para os pneus diagonais. Isto demonstra claramenteque o consumidor brasileiro vem solicitando para as montadorasque suas máquinas agrícolas venham com pneus radiais.

Pneupress - Tecnicamente falando, todas as aplicaçõesagrícolas podem ser feitas com pneus radiais? O agricultortem noção disso?

Christian Mendonça - Sim. Os pneus radiais têm melhorperformance em todas as culturas agrícolas brasileiras.Atravésde visitas técnicas, testes comparativos e acompanhamento deperformance nossa equipe técnica Michelin informa o agricultorbrasileiro sobre a importância de ter pneus radiais em suasmáquinas agrícolas, pneus de alta tecnologia para o aumento daprodutividade de sua lavoura.

Pneupress - Tecnicamente falando, um pneu agrícolapara a lavoura da soja é o mesmo que o pneu agrícolapara a lavoura do feijão, do arroz, da cana de açúcar? Acomposição do solo, a especificidade do fertilizanteutilizado, as intempéries normais de cada região agrícoladefinem os compostos dos pneus, a tecnologia Radial ouDiagonal. Como sua empresa pesquisa, desenvolve, produze vende esse pneu, dadas as condições de cada regiãoagrícola do Brasil.

Christian Mendonça - Existem pneus agrícolas para cadaaplicação: plantio, colheita, pulverização. Cada solo e culturatambém requer um perfil de produto diferenciado. Nósdesenvolvemos uma linha completa de pneus radiais para asdiferentes culturas e tipos de solo brasileiro e esse portfólio de

pneus agrícolas é resultado de muito investimento e trabalhoem pesquisa e desenvolvimento.

São mais de 600 milhões de euros aplicados pela empresapor ano e 6.600 pessoas trabalhando em pesquisa edesenvolvimento de pneus no Grupo Michelin.

Temos técnicos que atuam junto a montadoras, usineiros efazendeiros brasileiros. Monitoramos a performance dos nossosprodutos aqui no Brasil, realizamos testes comparativos e juntoscom a equipe Michelin França desenvolvemos os melhoresprodutos para cada condição.

O trabalho é realizado conjuntamente.Atuamos em parceriacom as principais montadoras de máquinas agrícolas no Brasil eexterior. Exemplo disso foram as inúmeras máquinas de altatecnologia expostas com pneus Michelin na última Agrishow -maior feira do segmento agrícola brasileiro.

Pneupress - Diante de tantos esforços, como suaempresa 'vende' ao agricultor, esse diferencial tecnológico?

Christian Mendonça - A marca Michelin é sinônimo de altatecnologia no campo. Nossos responsáveis de conta visitamregularmente os clientes em suas lavouras e juntos com eleschegam as melhores soluções técnicas. Não é por acaso que aMichelin é, segundo a ANIP, líder absoluta em pneus radiais parao mercado de reposição. Só no último ano ganhamos 10 pontosde market share frente aos nossos concorrentes.

Hoje temos cerca de 120 pontos de vendas ativos quecomercializam os pneus agrícolas Michelin rotineiramente.Soma-se a isto toda rede de distribuição de pneus de carga epasseio que eventualmente contribuem para nossa distribuição.

Pneupress - O que a Michelin espera para 2014?Christian Mendonça - Esperamos continuar avançando,

continuar a ser a marca líder na radialização dos pneus agrícolasna América do Sul, continuar a ser a referência tecnológica domercado de pneus para o agricultor brasileiro e avançar juntocom o produtor rural compartilhando inovação e o expertiseque temos em outros países do mundo.

O crescimento do agronegócio no Brasil beneficia toda aindústria de pneus. O mercado precisa de mais caminhões paratransportar a carga, os produtores e trabalhadores ruraiscompram mais automóveis e motos e todos sabemos que oBrasil tem o maior estoque de terras disponíveis paraagricultura no mundo, a situação é muito boa e tende amelhorar.

Pneuspress - Em termos de máquinas e implementos odesempenho pode repetir 2013?

Christian Mendonça - Consultores especializados afirmamque mercado não é capaz de repetir o desempenho de 2013.Espera-se uma pequena queda nas vendas de tratores em 2014,isso parece ser um consenso entre os principais fabricantes demáquinas agrícolas.

A radialização de pneus agrícolas no Brasil

Page 24: PneuPress - Edição Março e Abril

24 MARÇO/ABRIL

ESPECIAL - TESTE DE PNEUS

Teste realizado pela Michelcomprova a qualidade superior

ara mostrar a superioridade dos pneus radiaisagrícolas, a Michelin realizou na última quinta-feira,03 de abril, em área de 85 metros de

comprimento por 100 metros de largura, junto ao HotelFazenda Dona Carolina, em Itatiba, no interior do Estadode São Paulo, um teste que envolveu o uso de um pneudiagonal comum - usado pela maior parte dos agricultoresbrasileiros - um pneu radial Michelin de primeira geração(modelo série 65 Multibib) e um pneu radial de novageração Michelin Ultraflex, o modelo Xeobib.

Foram usados dois tratores: um de 180 hp (na fotoabaixo), e outro de 345 hp. O de 180 hp recebeu umleitor de carga frontal e duas provetas graduadas de 0 a100 cm, com 90 cm de diesel. O trator principal, o de180 hp, teve como experiência de trabalho puxar otrator de 345 hp.Ambos operaram na velocidade de 3km, a 1.800 rpm, sendo a inclinação lateral do campo detestes entre 10% e 15%.

Como foram testados três pneus, os tratorestiveram de fazer o trajeto de 85 metros três vezes e,em cada uma delas, um tipo de pneu diferente foicolocado no trator de 180hp. Idem para oreabastecimento de 90 cmde diesel realizado a cadaprova.

Na primeira passagem com o pneu diagonal, o tratorpuxou entre 4800 kN - 5100 kN (quilonewtons) econsumiu 56 centímetros de combustível. Com o radialMichelin de primeira geração, o trator puxou entre4900 kN - 5400 kN (quilonewtons), nas mesmascondições do teste anterior, e consumiu 45,8centímetros de diesel, o que representou uma economiade 18% sobre o consumo gerado com o pneu diagonal.Realizado em primeira marcha, o pneu diagonal exigiuum desempenho do motor de cerca de 2.000 rpm e oradial Michelin de primeira geração de 1.750 rpm.

A terceira passagem foi feita com o novo radial desegunda geração Utraflex. O trator puxou entre 5100kN - 5400 kN (quilonewtons), e o consumo de dieselfoi de 40,2 centímetros, o que equivaleu a umaeconomia de 12,23% sobre o radial de primeira geraçãoMichelin e de 28,2% sobre o pneu diagonal. O tratorcom radial de primeira geração girou com cerca de2.000 rpm, enquanto o radial Ultraflex com 1.600 rpm.

O mesmo teste também havia sido realizado no diaanterior, destaca o diretor de comércio e marketing depneus agrícolas da Michelin América do Sul, ChristianMendonça, com a presença de 120 expectadores - entreeles clientes da Michelin, profissionais de vendas etécnicos da empresa. O nosso teste contava comjornalistas especializados.

P

Page 25: PneuPress - Edição Março e Abril

MARÇO/ABRIL 25

lin no interior de São Paulo r dos radiais agrícolas Ultraflex

"Os números relativos ao teste de consumo decombustível se situam entre 25%, 28% e 31%", destacouo executivo. "Se considerarmos 2.000 horas trabalhadaspor máquina ao ano e um consumo médio de 10 litrospor hora, a economia anual com a redução de consumode combustível para 30 tratores pode chegar aaproximadamente R$ 400.000,00. Se levarmos em contaos demais ganhos de produtividade, com a menorcompactação do solo, esse número ainda aumentaria deforma significativa", relata Christian Mendonça.

CARTAS TESTEMUNHOAlém de basear a experiência comparativa de pneus,

a Michelin destaca cartas testemunho de usuários danova tecnologia de radiais agrícolas Michelin Ultraflex.Um desses usuários é o produtor de hortaliças baseadoem Mogi das Cruzes (SP), no chamado Cinturão Verdeda Região Metropolitana de São Paulo, Marcelo Sato, daMJR Sato.

"Com a tecnologia Michelin Ultraflex tive umaredução de cinco litros de combustível por horatrabalhada, equivalente a uma economia de 20%, alémdo aumento de produtividade de 16%. O que antes eurealizava em 5h00 de trabalho passei a realizar em 4horas e 10 minutos", diz o produtor rural.

Julio Malvestiti, da Ferrari Agroindústria S.A., dePorto Ferreira (SP), apresentou durante o evento os

resultados obtidos nos últimos dois anos com aintrodução dos pneus radiais Michelin em sua empresa."Reduzi 45% o número de reparos nos pneus e 82% ocusto de mão de obra para realizá-los. Isso, semmencionar os ganhos com a redução no consumo decombustível e no valor investido na compra de novospneus.Aumentei a produtividade e reduzi os custos demanutenção em uma frota de mais de 700equipamentos", afirma Malvestiti.

O endosso é compartilhado pela Fazenda SãoCristovão, na região de Boa Esperança, em NovaUbiratã (Mato Grosso), que recentemente iniciou aavaliação do desempenho dos pneus radiais Michelin,montados em uma plantadeira, em relação ao pneudiagonal.

"Notamos que os pneus diagonais estouraram comcerca de 40 km percorridos. Já os pneus radiais comtecnologia Michelin já percorreram 120 km e continuamem perfeito estado de utilização. Com esse resultado,temos um ganho de área plantada em menor tempo, emrazão da não parada do equipamento para manutençãodos pneus", explica Adelir Antonio Pase, proprietário daempresa.

Todos os testes realizados no Hotel Fazenda DonaCarolina foram auditados pelo consultor da FundaçãoVanzolini, Bruno Brusaferri, responsável peloacompanhamento e validação dos mesmos.

Page 26: PneuPress - Edição Março e Abril

26 MARÇO/ABRIL

UULLTTRRAAFFLLEEXX XXeeoobbiibb ccoommppaaccttoouussoolloo eemm aappeennaass 1166,,55 ccmm,, ccoonnttrraa

2244,,55 ccmm ddooss ppnneeuuss ddiiaaggoonnaaiiss

ESPECIAL - TESTE DE PNEUS

Além do teste de consumo de combustível, a Michelin tambémapresentou no Hotel Fazenda Dona Carolina, em Itatiba (SP), outrocomparativo para mostrar o nível de compactação do solo provocadopelo contato dos pneus diagonal versus os radiais de primeira esegunda geração da marca. E os resultados, de novo, surpreenderam.

O teste baseou-se na construção de uma cova com 10 metros decomprimento, 5,0 metros de largura e 1,0 metro de profundidade, comseis camadas alternadas de calcário (5 cm) e 6 camadas de terra (7cm), conforme pode ser verificado nas imagens.

"O mesmo operador do trator foi usado em três passagens, com oequipamento de 180 cv sempre no mesmo peso. O objetivo foi obtero footprint do eixo traseiro", destaca o diretor de marketing eprodutos da Michelin,Antonio Koller.Após as passagens (feitas pelotrator - equipado com o pneu diagonal, depois com o radial deprimeira geração e depois o radial de segunda geração da Michelin), foifeito um corte na cova para demonstrar a profundidade do footprint,relata o executivo.

A experiência mostrou que a compactação do solo gerada pelopneu diagonal foi de 24,5 centímetros de profundidade. Já o pneu radialMichelin série 65 Multibib gerou uma compactação de 18,5centímetros de profundidade, enquanto o Ultraflex Xeobib - radial deterceira geração - apenas 16,5 centímetros de profundidade.

A conclusão do teste é que o pneu com tecnologia Michelin radialcompacta 25% menos o solo que o pneu diagonal. Já o pneu comtecnologia Michelin Ultraflex essa compactação é 33% menor que agerada pelo pneu diagonal.

Todos os testes realizados no Hotel Fazenda Dona Carolina foramauditados pelo consultor da Fundação Vanzolini, Bruno Brusaferri,responsável pelo acompanhamento e validação dos mesmos.

O diretor de marketing e produtos daMichelin, Antonio Koller, explica ametodologia do teste para medir a

compactação do solo.

Page 27: PneuPress - Edição Março e Abril

MARÇO/ABRIL 27

A Michelin preparou uma cova com 10 metros de comprimento, 5,0 metros de largura e 1,0 metro deprofundidade, com seis camadas alternadas de calcário (5 cm) e 6 camadas de terra (7 cm), para medir o graude compactação gerado pelos pneus diagonal, radial Michelin série 65 Multibib, de primeira geração e o novopneu radial agrícola, o Ultraflex. Da esquerda para a direita estão as marcações: diagonal compactou 24,5 cm,

o Multibib 18,5 cm e o Ultraflex apenas 16,5 cm.

Page 28: PneuPress - Edição Março e Abril

Radiais agrícolas, o segmento que mais cresce no setor

Apesar da qualidade superior dos pneus radiaisagrícolas sobre os diagonais, o mercado brasileirocontabiliza apenas 5,8% de participação dos radiais sobreos diagonais no campo. "94,2% dos pneus agrícolasusados no Brasil são diagonais", destaca o diretor decomércio e marketing de pneus agrícolas da MichelinAmérica do Sul, Christian Mendonça, ao destacar que naEuropa essa proporção é a inversa. "Lá, 87% dos pneususados pelos agricultores são radiais e apenas 13% sãodiagonais. Nos Estados Unidos, essa relação é de60%/40%", diz.

Mas como mudar esse jogo no Brasil? A respostaquem dá é Christian Mendonça. "Como líderes naprodução e vendas de pneus radiais agrícolas, cabe a nós,Michelin, mostrar as qualidades superiores desses pneusfrente aos diagonais. Se na Europa o mercado para osradiais atinge um nível de consolidação, no Brasil oenorme diferencial entre radial e diagonal agrícola abreum enorme potencial de crescimento para nós", diz.

Tudo indica que a cabeça do agricultor e também acabeça das montadoras de máquinas e equipamentosvêm mudando e de forma bem rápida por aqui. "No ano

passado, o mercado de pneus agrícolas cresceu 16%,sendo que o segmento diagonal avançou 13% e o radial107%", diz o executivo da Michelin.

"No segmento de reposição de pneus junto ao varejoos dados mostram que os pneus diagonais avançaram 7%em vendas, um patamar que ficou abaixo da média demercado, de 8%. Já os radiais venderam 37% mais nosegmento de reposição no ano passado. No segmento depneus originais, que serve diretamente as montadoras, omercado cresceu 22%, os diagonais 18% e os radiais176%", apontou.

Na soma das duas pontas (varejo e OE), a conclusão éuma só: a de que o consumidor agrícola e a montadorade máquinas e implementos entendem e assimilam aqualidade superior dos radiais sobre os diagonais, sendoque demanda por esses pneus só cresce.

"Certamente teremos no setor agrícola algo que já érealidade nos segmentos de veículos de passeio e carga,onde 85% dos pneus em mercado hoje são radiais.Aradialização já foi feita nesses segmentos de mercado,está um pouco atrasada no setor agrícola, mas é umcaminho sem volta", diz o executivo.

ESPECIAL - TESTE DE PNEUS

28 MARÇO/ABRIL

Page 29: PneuPress - Edição Março e Abril

Técnico da Michelin confere sea ampola do teste conta com 90cm de diesel para que a provapossa ser realizada. Naprimeira passagem, o pneudiagonal consumiu 56centímetros de combustível. Nasegunda passagem, o Michelinde primeira geração consumiu45,8 centímetros de diesel e naterceira passagem o tratorcalçado com o MichelinUltraflex gastou apenas 40,2centímetros de diesel.

O trator de 180 hp - que puxa o de 345 hp - recebeu umleitor de carga frontal e duas provetas graduadas de 0 a

100 cm, com 90 cm de diesel. Na imagem, o teste dearrasto a uma velocidade média de 3 km a 1.800 rpm e

inclinação lateral que oscilou entre 10% e 15%.

MARÇO/ABRIL 29

Page 30: PneuPress - Edição Março e Abril

30 MARÇO/ABRIL

ano de 2013 foi espetacular, ancorado sobre recorde da safrade grãos, cana de açúcar, café, e a Pirelli tem investido cadavez mais em produtos, serviços e tecnologias voltadas para o

campo, cuja produtividade fará do Brasil uma potência agrícola global até2020, quando seremos o terceiro ou quarto maior produtor do mundo."

A frase proferida pelo diretor de marketing para produtos agriculturae caminhão da Pirelli na América do Sul, Flavio Bettiol, em entrevistaexclusiva para a Pneupress, sintetiza por si a importância do segmentoagrícola para a maior produtora de pneus do Brasil, uma divisão quegarante 15% do faturamento global da companhia e que dá a liderança devendas para equipamentos originais, com participação de 40%, sendooutra fatia das mais expressivas no segmento de reposição, de 27%.

"Em função da produtividade frenética do campo, as montadoras demáquinas e implementos começam a produzir equipamentos de grandepotência e para calçar essas máquinas são necessários pneus com teortecnológico mais avançado, que permitam maior tração, maior resistênciaa picotamentos e lacerações durante o plantio e a colheita", aponta FlavioBettiol.

"Temos parcerias com as principais montadoras do setor eexecutamos pesquisas e desenvolvimentos conjuntos.Todas as ideias denovos pneus e novas aplicações nascem assim", relata o executivo quenomina dentro de seu cartel de clientes empresas como a CNH,AGCOe John Deere.

Neste momento a empresa conta com a segunda geração do que eladenomina linha PHP, radiais agrícolas que tiveram sua primeira geraçãolançada no Brasil em 2009 e que hoje abrange mais de 20 medidas, anteas seis da primeira geração.

"Essa nova geração traz avanços tecnológicos claros, aplicação denovos compostos e banda de rodagem que possibilita um rendimentohorário até três vezes superior ao de um pneu convencional equivalente",diz Bettiol, ao apontar para outras características dessa gama de pneus,como capacidade de tração superior, maior economia de combustível,menor emissão de CO², menor compactação do solo e melhordirigibilidade.

O IMPACTO DAS FEIRASAs feiras e eventos agrícolas são um dos caminhos que a Pirelli adota

para alavancar seus negócios. "As feiras agrícolas são o terreno onde maisfazemos negócios", relata Flavio Bettiol que espera, por exemplo, por umagrande Agrishow, a maior feira agrícola do Brasil, que se realiza entre osdias 28 de abril e 02 de maio, em Ribeirão Preto, no interior do Estado deSão Paulo.

Líder em vendas de equipamentos originais, com 40% domercado, empresa também responde por 27% na reposição

Visão da Indústria

Produtos agrícolas garantem 15%do faturamento da Pirelli

“O

Page 31: PneuPress - Edição Março e Abril

MARÇO/ABRIL 31

"Nas duas primeiras feiras do ano, em Cascavel (PR) eem Não-me-toque (RS), alcançamos bons volumes denegócios. Neste momento estamos prontos para as demaisfeiras do gênero na Bahia, no Mato Grosso do Sul e SãoPaulo", diz. No Paraná e no Rio Grande do Sul, doisdestaques se deram sobre os PHP radiais nas medidas520/85R38 e 520/85R42.

A Pirelli conta também com linhas de pneus agrícolasconvencionais destinadas a tratores, colheitadeiras, pivôsde irrigação, carretas agrícolas, implementos,pulverizadores e microtratores nas gamas TM95,TM75,MB39, PD22, HF75 e RA45.

Além de produtos inovadores, a Pirelli reforça o negócioagrícola através do suporte de uma rede formada por maisde 600 pontos de venda em todo o território nacional comequipes focadas em produtos e serviços agrícolas nasregiões Centro-Oeste, Nordeste e Sul do Brasil.

"Contamos com um programa chamado Pirelli Perto deVocê e Pirelli de Portas Abertas que permitem umaaproximação com o produtor rural.Nesses programas damostoda a infraestrutura necessária, treinamentos, capacitações,realização de manutenção de pneus nos veículos foco, além deorganizar grupos de visitantes que podem ver como sãofeitos os pneus que eles usam durante visita de um dia emnossa fábrica", relata Flavio Bettiol.

O executivo que responde pelas linhas de pneus de cargae agrícola da Pirelli para toda a América do Sul destaca que oimpacto do setor de agribusiness brasileiro não se dá apenasnos produtos para aplicação no segmento,mas como vasocomunicante acaba por gerar negócios também emsegmentos como os de pneus de carga - usados emcaminhões - e os pneus de caminhonetes,o veículopreferido por agricultores.

"Há uma nova fronteira agrícola se abrindo no Tocantinsonde empresas como a Toyota, por exemplo, tem suasmelhores vendas no País, e isso se deve a força daagricultura. Para a Pirelli também funciona assim. Quandoa safra agrícola é boa temos um impacto imediato nãoapenas sobre produtos agrícolas, mas sobre pneus decarga e picapes. Nesse momento de escoamento da safra degrãos, por exemplo, há uma demanda muito forte sobrepneus de caminhão que são usados para escoar a safra atéos portos", diz.

Segundo Bettiol em momentos como hoje, no períodode fevereiro a abril, é comum o maior avanço das vendasdos chamados pneus mistos de carga, uma gama deproduto que permite ir dentro da lavoura para a realizaçãoda colheita, bem como sair dali e rumar para estradas emdireção às capitais e portos brasileiros. "O pneu para SUV epicapes também apresenta maior demanda, reflexo domovimento crescente das colheitas."

Assim como a empresa usa as feiras para apresentar

seus produtos eminentemente agrícolas, também o faz naapresentação de sua gama de pneus para transporte decargas, como a 01 Series. Essa linha permite o transportede carga, de passageiros e o emprego misto e urbano.

Apesar do bom desempenho traçado por Flavio Bettiol,o executivo não crê que a economia brasileira como umtodo acene para um cenário azul. "Estamos em umarecessão técnica, com um primeiro semestre que prometeser difícil e um segundo semestre preocupante.A safra e osetor agrícola continuam fazendo a diferença, a Copa doMundo e as eleições nos faz estar em compasso de espera",conclui.

Page 32: PneuPress - Edição Março e Abril

32 MARÇO/ABRIL

Codasp já recuperou11 mil km de

estradas rurais

aior produtor mundial deaçúcar, etanol, cana-de-açúcare laranja, o Estado de São

Paulo responde por uma das maisexpressivas fronteiras agrícolas doBrasil: são cerca de 21 milhões dehectares de onde se geram 43% detodas as exportações de produtosindustrializados do agronegóciobrasileiro.

O objetivo da Pneupress foi falardas estradas - vicinais e rurais - queservem aos micro, pequenos, médiose grandes produtores e para falar dotema ninguém melhor que o diretorpresidente da Companhia deDesenvolvimento Agrícola de SãoPaulo (Codasp), Jairo Machado Junior.

A Codasp é uma empresadedicada à realização de obras eserviços de motomecanização einfraestrutura para o setor agrícola e

Visão da Indústria

M

Page 33: PneuPress - Edição Março e Abril

MARÇO/ABRIL 33

exerce esse papel sobre os cerca de 220mil km de estradas rurais existentes noEstado de São Paulo.

"Fazemos nossos serviços através do ProgramaMelhor Caminho, uma iniciativa do governo doEstado que firma convênios com municípiospaulistas e possibilita a realização de obras derecuperação de estradas rurais", diz JairoMachado. Desde 1997 já foram recuperados maisde 11 mil km de estradas - que depois de prontaspassam a ser mantidas pelas prefeituras locais.

"Temos uma equipe de 250 profissionaisdivididos em quatro centros operacionaisinstalados em locais estratégicos do Estado eessa estrutura nos permite realizar desde apreservação como a recuperação emodernização das vias. Esse é um trabalhoimportante na medida em que uma estrada ruralem boas condições garante o tráfego de pessoase de bens, além de reduzir custos de transporteem um Estado com culturas tão importantes eum agronegócio que é líder nacional", diz.

Os centros operacionaisficam em Campinas, Bauru, Presidente

Prudente e São José do Rio Preto e estãorealizando obras de recuperação equivalentes a 300km em estradas vicinais e de terra neste momento.

Em relação à conta pneus, Jairo Machadoaponta um gasto mensal de R$ 200 mil com agestão do ativo. "Recentemente fizemos umpregão eletrônico em que tivermos, pela primeiravez, a participação de pneus chineses das marcasTornel,Westlake, S-Way,Vikrant e Goodride eestamos testando para ver o desempenho", disse.

A Pneupress falou com o chefe de manutençãoda Codasp-Bauru, Marcelo Salgueiro, sobre o temae, segundo ele, ainda é cedo para ter um quadrogeral do desempenho desses pneus na frota."Estão rodando há menos de seis meses e atéagora tivemos só um problema: um pneu 175/14,usado em comercial leve, que rodou só 20 mil kmquando deveria rodar 40 mil km, mas é algopontual e não podemos dizer que vale para asdemais marcas e lotes comprados", disse.

Page 34: PneuPress - Edição Março e Abril

34 MARÇO/ABRIL

Em Números

A safra agrícola alavanca setor de pneus

indústria brasileira de pneus encerrou oprimeiro bimestre do ano com a soma de11.682.000 pneus produzidos, um número que

representa expansão expressiva de 9,4% ante os10.678.000 pneus que saíram das linhas de produçãodas 12 empresas associadas à Associação Nacional daIndústria de Pneumáticos (ANIP), que identificou umaexpansão de 7,5% nas vendas no período.

O desempenho da produção, que envolve as famíliasde pneus de passeio, picapes, carga, duas rodas,agrícola, industrial, OTR e aviação, teve como especialdestaque o segmento de produtos para aplicaçãoagrícola, ou associados a ele, como pneus decaminhões e picapes, cuja demanda mais forte nocampo se reflete em maior consumo desses produtos,seguindo a lógica: colheita mais robusta exige maismáquinas agrícolas, que consomem mais pneus, emuma dinâmica que envolve o transporte da safra porcaminhões, que prescindem de mais pneus e picapesque são veículos preferenciais de uso do segmentorural - e que também demandampneus.

Essas três linhas de produtostiveram expansões de 6,6% empneus agrícolas (152 milunidades), de 8,9% em picapes(1,5 milhão de unidades) e 9,2%em pneus da carga (1,34 milhãode unidades) ao longo doprimeiro bimestre, marcas queficaram atrás da observada nalinha de passeio, que ampliou aprodução em 10,7%, para 5,5milhões de unidades.

Em informe ao mercado, opresidente executivo da ANIPAlberto Mayer, chama atençãopara o desempenho das vendasjunto ao segmento de reposição,com expressivo aumento de19,3% no período e o defornecimento de pneus comoequipamentos originais para asmontadoras, que subiu 6,0%.Atémesmo as exportações, que sãoum dos grandes desafios do

segmento cresceram de forma exponencial: 48,3%."As vendas externas aumentaram 2,8% passando de

2,16 para 2,29 milhões de unidades no primeirobimestre de 2014, comparado ao mesmo período doano anterior, principalmente pela demanda de novospneus de carga pela Argentina", aponta o executivo.

A

Page 35: PneuPress - Edição Março e Abril

MARÇO/ABRIL 35

A força doBrasil

está nocampo

agronegócio vem sendo o carro-chefe da economiabrasileira nos últimos anos e continuará sendo assim nasérie dos próximos anos.Quem corrobora esse fato

são as orientações da política econômica do atual governoestratificadas em estatísticas e projeções do Banco Central.

A Pneupress levantou os dados atualizados e elesapontam que o Produto Interno Bruto (PIB) do setoragrícola será quase o dobro do PIB nacional em 2014. Osdados do BC acenam para uma expansão de 3% do PIBagrícola neste ano contra apenas 1,7% do PIB nacional -que inclui um crescimento estimado de 2% para o PIBIndustrial e 1,89% para o PIB Serviços, ambos correndomuito abaixo da geração de riquezas do agribusiness.

Entre 2015 e 2017, a geração de riquezas do campoaponta para expansão média de 3,5% ao ano, o querepresenta um acumulado entre 2014 e 2017 de 14,2% noperíodo, ante 10,7% do PIB Industrial e 10,2% do PIBServiços, comparativamente. Segundo o BC, o PIB nacionaldeve crescer, de forma cumulativa, 9,83% no mesmoperíodo, ou 4,37 pontos abaixo do PIB do setor agrícola.

Ok, no meio do caminho há um processo eleitoral queevoca possível mudança - ou não - do poder instalado emBrasília, mas no meio econômico e financeiro o sentimentogeral expresso em números corrobora que é a agricultura,o agronegócio, o agribusiness o centro dinâmico daeconomia nacional na série dos próximos anos, independente das mudanças quepossam vir no foro político.

BASE TRIMESTRALNo momento em que estamos

fechando essa edição e falando sobre oPIB, montadoras de caminhões abremférias coletivas e Programas deDemissão Voluntária (PDV)motivadas,em parte,pelo travamentodas liberações de financiamentos doBNDES- junto ao Programa deSustentação do Investimento (PSI) -, em

parte pelo sucessivo quadro de elevações de juros peloComitê de Política Monetária do Banco Central, em partepela falta de uma política sustentável de expansão denegócios da indústria e do setor de serviços - condizentecom o peso do Brasil no foro regional e global.

Uma frase importante e que deve ser levada emconsideração é a do diretor de marketing para produtosagricultura e caminhão da Pirelli na América do Sul, FlavioBettiol, que em entrevista exclusiva para a Pneupress evocaum processo de recessão técnica no atual momento.

Mas, quando o assunto são os números do agronegócio,essa recessão, mesmo técnica, está bem longe de acontecer.Os números continuam firmes, em que pese os dissaboresda política econômica do governo Dilma Rousseff.

Apenas neste segundo trimestre o PIB agrícola apontapara uma expansão que será quase o dobro do estimadopara o PIB nacional: 2,05% contra apenas 1,2%do PIBnacional - para uma taxa de câmbio que deve ficar entreum piso de R$ 2,28 e um teto de R$ 2,43.

Para o setor automotivo e para o segmento de pneus, aaposta está clara. Basta verificar as projeções que podemcontribuir, senão para a definição de estratégias demercado, ao menos corroborar para algo incontestável: oBrasil segue em ritmo forte para ser não mais umapotência industrial, mas sim, uma potência agrícola.

O

Page 36: PneuPress - Edição Março e Abril

36 MARÇO/ABRIL

Em Números

Cinco empresas concentram 80%das vendas globais de pneus

eleção de 11 das maiores empresas produtorasde pneus do mundo mostra que as vendas em2013 chegaram aos US$ 136,6 bilhões, refletindo

avanço de 3,4% ante o mesmo período de 2012, com ascinco maiores companhias do mundo (Bridgestone,Michelin, Goodyear, Continental e Pirelli), representando79,7% de todas as receitas de vendas geradas noperíodo, da ordem de US$ 108,8 bilhões.

Em números bem básicos, equivale a dizer que dasreceitas geradas com a venda de 10 pneus nos cincocontinentes, cerca de oito foram apuradas pelas cincograndes marcas de pneus globais, com predomínio paraprodutos Bridgestone/Firestone que contabilizammarket share de 25% do mercado internacional.AMichelin detém 20%, a Goodyear 14%, a Continental13% e a Pirelli 6% (o mesmo percentual da segundamaior empresa produtora de pneus do Japão, aSumitomo Rubber).

A busca pela geração de valor ao acionista,corroborada pela ênfase na criação de produtosinovadores e com tecnologias cada vez mais avançadas -visando servir aos desafios do setor automotivo e dopúblico consumidor continua sendo a tônica de todas as

empresas analisadas, com especial atenção ao foco deconcentração sobre os chamados pneus UHP - dealtíssimo desempenho -, em empresas como Pirelli,Hankook e Yokohama - assim como o desenvolvimentode produtos para máquinas agrícolas cada vez maispotentes - pela Titan, Michelin, Bridgestone/Firestone.

Vale citar também as novas tecnologias voltadas parapneus de caminhões e ônibus, cujas premissas de maiorpotência de motores e capacidade de transporte,evidenciam produtos melhores, mais seguros, com maiorrendimento quilométrico e maior capacidade derecapagem, como os apresentados pela Pirelli,Bridgestone, Goodyear e Michelin.

Das 11 empresas que analisamos apenas trêsapresentaram vendas menores no ano passado,comparativamente a 2012: Michelin, Goodyear e Nokian.Resultados superlativos foram alcançados pela Yokohamae Toyo. No caso da Toyo, em apenas 12 meses a empresaelevou suas receitas em quase US$ 1 bilhão. Isso mesmo,as vendas que haviam sido de US$ 2.637,73 bilhões em2012 avançaram para US$ 3.600,00 bilhões em 2013.

Fundada em 1945 no Japão, a Toyo tem em seuportfólio pneus UHP, de passeio, SUV e de caminhões etem a Bridgestone, Mitsubishi,Toyota e Yokohama emsua composição acionária.A Bridgestone detém 7,87%do capital da Toyo, a Mitsubishi 5,06%, a Toyota 3,75% ea Yokohama 1,57%.

A Toyo é uma empresa ímpar no segmento e temuma conduta que a torna especial.Ao anunciar umaumento de preços em seus pneus, por exemplo, aempresa relata, de forma simultânea ao mercado

De US$ 136,6 bilhões geradosem receitas de vendas no ano

passado, Bridgestone, Michelin,Goodyear, Continental e Pirelli

ficaram com 79,7%

S

Page 37: PneuPress - Edição Março e Abril

MARÇO/ABRIL 37

financeiro, revendedores e consumidores, que fará esseaumento em dia determinado, explica porque estáaumentando seus preços e ainda pede desculpas porestar fazendo isso, uma conduta corporativa que éraríssima em todo o mundo, mas que mostra atransparência de suas atitudes e, porque não, o respeitocom as partes interessadas, mesmo que essa notícia sejaum aumento de preços.

Não apenas pela excelência de seus produtos, peloconjunto de acionistas que tem e pela geração deresultados consecutivos que vem tendo ano a ano, aToyo é hoje a ação do setor de pneus listada em bolsamais rentável de 2014.

Dentro de uma cesta de 14 ações de empresas dosetor em bolsas globais, a Toyo detém a maiorvalorização no ano (18,4%) a segunda maior valorizaçãonos últimos três meses (20,6%), atrás do desempenhodas ações da Goodyear (20,6%), e só perde para aContinental (33%) no rendimento acumulado dosúltimos seis meses (26,4%).

AS EMERGENTESTrês são as empresas mais emergentes dentro do

TOP 10 da indústria global de pneus. Duas delas são decapital japonês: a Sumitomo e Yokohama e a terceira é aHankook. No caso da Sumitomo - que dá os primeirospassos como indústria produtora de pneus no Brasil -há um fator a ser ponderado: há uma questão pendentecom a Goodyear.

A gigante norte-americana quer o fim da aliança de15 anos que mantém com a segunda maior produtorade pneus do Japão, uma questão que vem sendoarbitrada junto à Câmara de Comércio Internacional ecujos resultados devem ser conhecidos proximamente.

Em relação à Yokohama (a terceira maior empresaprodutora de pneus do Japão), a empresa japonesa deuum passo importante na assinatura de parceria com a

Kumho sul-coreana. O trabalho conjunto em pesquisa edesenvolvimento de novas tecnologias visa à construçãode pneus Premium, em acordo que também prevê atroca de licenciamentos entre as marcas.

Mas das emergentes citadas, se há uma empresa quedeve ser olhada nesse momento essa empresa se chamaHankook - a maior produtora de pneus da Coreia doSul.Além de ser um centro disseminador de produtosde altíssima tecnologia - que rivaliza com marcaspoderosas como os pneus Premium da Pirelli, aHankook celebrou acordo dos mais relevantes com umadas maiores produtoras de insumos para pneus dofuturo: a Lanxess.

Novas classes de borrachas sintéticas de altodesempenho para aplicação em pneus Premium e emPneus Verdes - mais resistentes, econômicos esilenciosos que os pneus normais -, estão no bojo dessaaliança estratégica.Vale destacar que a Hankook é umadas companhias mais visadas e desejadas para aconstrução de fábrica nas Américas, sendo dois os polosde disputa para isso: os Estados Unidos e o Brasil.

Page 38: PneuPress - Edição Março e Abril

38 MARÇO/ABRIL

Em Números

Recua a produção e a venda de máquinas agrícolas

rodutores de arroz, feijão, soja e trigo conseguemhoje adquirir um trator 4 x 2 de 75 cavalos commais facilidade. Quem atesta isso é a Companhia

Nacional de Abastecimento (Conab), através de estimativade relação de troca de um trator por produtosselecionados (veja o gráfico).

No ano passado, por exemplo, um produtor de trigoprecisou apenas de 2.667 quilos de arroz (saca de 60quilos), para comprar um trator 4 x 2 de 75 cavalos. Noano anterior ele precisava de 2.948 quilos do mesmoproduto para fazer essa aquisição, contra 3.048 quilos em2011. Em números de sacas, o agricultor 'economizou' 4,68sacas em 2013 sobre 2012 e 6,35 sacas sobre 2011.

Para quem produz soja, a tendência verificada no trigoteve comportamento semelhante dequeda gradual ao longo dos anos.Em 2013 eram necessários 1.573quilos do insumo para trocar porum trator do gênero, contra 1.828quilos em 2011 - (255 quilos menosou cerca de 4,25 sacas de 60 quilos).

Diferentemente das lavouras dearroz, feijão, soja e trigo, quem plantamilho, por exemplo, está tendo de'dar' mais sacas de sua produção emuma eventual relação de troca porum trator. Hoje são necessáriascerca de 61 sacas do insumo paracomprar um trator 4 x 2 de 75 cv,contra 57,1 sacas em 2012 e 59sacas em 2011.

Esses e demais números sãofundamentais para a definição deestratégias do setor de pneusagrícolas, por exemplo, cujosnúmeros reportados pela AssociaçãoNacional dos Fabricantes de VeículosAutomotores (Anfavea) mostram-seexcelentes em 2013, mas não tãoeloquentes neste encerramento de

primeiro trimestre de 2014.Enquanto em 2013 a indústria de máquinas e

implementos agrícolas bateu recorde de produção - forammais de 100 mil unidades produzidas - e vendas - forammais de 98 mil unidades comercializadas -, entre janeiro emarço deste ano as coisas não vão tão bem como antes.Só a produção geral caiu 14,9%, observando-se expansãoapenas no segmento de colheitadeiras motorizadas comaumento de 45,9% no período.

A maior parcela dos executivos ouvidos pelaPneupress expressa um sentimento de que o segmentode máquinas e implementos, vital para o fornecimento deequipamentos originais, pode, no mínimo, empatar com odesempenho de 2013, mas, dificilmente, irá superar amarca recorde obtida no ano passado.

Em que pese esse fato, é esperado por um maiormovimento no segmento de reposição, valendo a máximade que toda vez que as montadoras recuam produção evendas, quem assume o posto do negócio é o bom e velhovarejo: a venda direta ao consumidor.

No primeiro trimestre, produção caiu 14,9%, mas

continua firme emcolheitadeiras

P

Page 39: PneuPress - Edição Março e Abril
Page 40: PneuPress - Edição Março e Abril

40 MARÇO/ABRIL

Banda de Rodagem

Tipler é destacadamente uma das empresasreferência no Brasil quando o assunto é reformade pneus. Focada na inovação e tecnologia, a

empresa de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, vemrealizando um programa consolidado de investimentos emontando estratégias de crescimento, cujos númerosapontam para receitas 9% maiores e uma rede deautorizadas em expansão de 21%.

Para falar da empresa, suas ações e projetos, aPneupress entrevistou o gerente comercial da Tipler,Fabiano Fratta, que aponta dois indicadores importantesno radar da empresa: o crescimento do setor agrícola e odesempenho de vendas dos segmentos de caminhões ede pneus. Confira os principais trechos da entrevista.

PNEUPRESS - Quais os destaques que a Tiplerapresenta hoje ao mercado? Quantos lançamentos enovos produtos já foram realizados e estão sendoprogramados?

Fabiano Fratta - A Tipler apresenta ao mercado trêsimportantes conceitos de tecnologias para o segmentode reforma de pneus: Bandas AA, Optima e Tipler ID.

A Optima é uma tecnologia que permite unirdiferentes compostos de borracha na mesma banda,através do processo de co-extrusão. Os benefícios desseconceito pioneiro da Tipler são oferecer maiores emelhores soluções em bandas pré-moldadas aosrecapadores e transportadores.

Já a Tipler ID é mais uma tecnologia pioneira em nívelmundial desenvolvida pela empresa.Tipler ID são asprimeiras bandas equipadas com chip, que permitemidentificação por radiofrequência.Além de transmitir asinformações contidas no chip, o usuário pode implantarnovas informações, como a vida útil do pneu equilometragem, através de software compatível comsistema RFID. Gestão automatizada e controlepatrimonial são alguns dos benefícios dessa inovação.

Além dessas tecnologias é importante frisar as bandasRT74 e RT51 Ecomais, que em 2013 receberamclassificação A em frenagem em piso molhado eresistência ao rolamento, respectivamente, pelo TÜV SUDAutomotive GmbH, maior e mais conceituadolaboratório de testes da Europa. Essa certificação é umaimportante conquista e reforça o compromisso da Tiplercom a qualidade de seus produtos.

PNEUPRESS - Um dos marcos de 2013 foi oinvestimento de R$ 40 milhões em novo parquefabril. Qual era a capacidade de produção e paraquanto foi. Foram abertas novas vagas paracolaboradores? Foram agregadas novas linhas deprodutos?

Fabiano Fratta - Os produtos marca Tipler sãofabricados na Unique Rubber Technologies em SãoLeopoldo (RS), segunda maior fabricante de produtospara recapagem e compostos de borracha da AméricaLatina. Essa empresa investiu pesadamente em linhas demistura, extrusão e prensagem, essas últimas contandocom equipamentos únicos no mundo para fabricação de

Tipler, referência em inovação etecnologia na reforma de pneus

Às vésperas de completar 40anos, a empresa gaúcha avança

sobre um mercado dos maiscompetitivos e quer ampliar sua

participação em 9% neste ano

A

Tipler

Fabiano Fratta é gerentecomercial da Tipler

Page 41: PneuPress - Edição Março e Abril

bandas pré-moldadas de alta qualidade em elevadovolume.

A Unique tem capacidade de processamento de 6.600toneladas/mês de composto de borracha, 3.200toneladas/mês de bandas pré-moldadas e 2.000toneladas/mês em Camelback, contando hoje com 550colaboradores treinados em seus quadros.

PNEUPRESS - Qual é hoje a estruturaoperacional da Tipler. Suas divisões de negócios,número de revendedores autorizados, número defuncionários e o que cada base operacional executa?

Fabiano Fratta - A Tipler completará 40 anos em2015, consolidada no mercado de recapagem e sendoreferência em tecnologia e inovação.Atualmente a Redede Concessionários da Tipler é composta por 82reformadores, espalhados por todo Brasil, Chile, Uruguaie Argentina e a primeira - e até agora única - a operarcom o conceito de rede aberta, proporcionando maiorliberdade ao Concessionário.A operação é compostapelo suporte técnico, área comercial, administrativo,marketing, gerência de negócios e direção.

PNEUPRESS - Como a empresa analisa o ano de2014. Quais suas metas de crescimento e em quaisáreas? Produtos, treinamento, equipamentos, rede defranqueados?

Fabiano Fratta - A Tipler avalia o ano de 2014 comoum ano de grandes oportunidades.A safra agrícola, avenda e emplacamentos de caminhões e a produção depneus bateram recordes em 2013 e se projetamfavoráveis para 2014. O cenário é propício aocrescimento de volume de produção da Rede deConcessionários, dados os ensejos do micro ambiente.

A expansão da Rede de Concessionáriostambém se faz presente entre as metas para2014, principalmente através da políticacomercial da Tipler, que trabalha comconceito de Rede Aberta, disponibilizandodiferenciais competitivos aos recapadoresque integram a Rede e deixando-os livrespara decidir os rumos do seu próprionegócio.A Tipler tem por meta alcançar 21%de crescimento em 2014.

PNEUPRESS - Em relação àcapacitação e treinamento. Como aTipler atua e desenvolve isso? A empresatem um centro de treinamento físico,móvel, voltado para os funcionáriosinternos e para a rede autorizada? Nessesentido, quantos treinamentos e pessoas

foram capacitadas em 2013 e a meta para 2014.Fabiano Fratta - A Tipler há muito tempo já

dissemina o conhecimento sobre pneus e melhorespráticas do mercado de recapagem através do CTT,Centro de Treinamentos Tipler, braço do SuporteTécnico.Através do CTT, transportadores, colaboradorese todos os integrantes da Rede de Concessionários daTipler têm acesso à informação, inclusive de maneiraremota, através dos cursos disponibilizados no CTTOnline, plataforma de qualificação pioneira lançada pelaempresa. Em 2013, o CTT treinou mais de 3.553 pessoas,um recorde até então.As projeções para 2014 são aindamais audaciosas, superando os ótimos números obtidosem 2013.

PNEUPRESS - Como a empresa analisa omercado de reforma de pneus neste momento. Emtermos gerais vai crescer? Empatar com 2013? Qual omarket share da companhia no mercado brasileiro.

Fabiano Fratta - O mercado de reforma de pneustende a continuar crescendo, uma vez que o cenário nosmostra isso anualmente, com aumento constante nonúmero de pneus reformados na comparação com aprodução de pneus novos.

Oportunidades para que o mercado cresça estãosendo oferecidas pelo micro ambiente.Acreditando nisso,a Tipler quer ampliar a sua participação no mercadonacional, que atualmente é de 9% em 2014.

Atualmente 75% do mercado de recapagem no Brasilestá concentrado em marcas com Rede, ou seja, oreformador sente a necessidade de estar amparado poruma marca e que pode lhe oferecer suporte.A Tipleroferece esses atributos a todos os Concessionários queintegram a sua Rede.

MARÇO/ABRIL 41

Divulgação

Page 42: PneuPress - Edição Março e Abril

42 MARÇO/ABRIL

A entrada de cada vez mais pneus asiáticos noBrasil gera conflito entre preço e qualidade, uma vezque muitas dessas marcas trazem preços maiscompetitivos, o que influencia o mercado como umtodo. O ramo de reforma de pneus ganha cada vezmais evidência, principalmente pela questão dasustentabilidade que está atrelada ao processo derecapagem, e isso se torna um diferencial perante osegmento de pneus novos.

PNEUPRESS - Quais são os produtos campeõesde vendas da Tipler, ou os principais de cada linha deprodutos?

Fabiano Fratta - Entre os campeões de vendasdestacamos quatro bandas de rodagem:

A RT74 para aplicação em eixos de tração regional erodoviário é uma referência no segmento. Disponível naslinhas Ultra (Desempenho Quilométrico) e Ecomais(Economia de Combustível) é certificada pelo TÜV SUDAutomotive GmbH com conceito A em frenagem empiso molhado.

A RT30 para aplicação em eixos livres e traçãomoderada é solução ideal para transporte urbano(exclusiva da linha Ultra - Desempenho quilométrico)

A RT51 para aplicação em eixos livres é uma bandacom ombros arredondados para minimizar os efeitos derodagem e arraste nos pneus dos 1º e 3º eixos decarretas e ônibus truckados (disponível na linha Ecomaise certificada pelo TÜV SUD Automotive GmbH comconceito A em resistência ao rolamento)

Destacamos também a RT61 para aplicação em eixoslivres, que é uma banda com abas que protegem o ombrodo pneu e propicia um sistema anti-arraste para pneus de

1º e 3º eixos de carretas e ônibustruckados. Essa é uma tecnologiacriada pela Tipler.

PNEUPRESS - A rede Tiplerjá conta com a certificação doInmetro - portaria 444? Comoa empresa ajuda a rede a obteressa e demais certificações?

Fabiano Fratta - A Tipler,através de sua recapadora, foi aprimeira reformadora do Brasil areceber a certificação doINMETRO. Hoje, todos osConcessionários atuam dentrodas especificações da RAC 444.Através de Suporte Técnicoespecializado - dedicadoexclusivamente para esse fim -, a

Tipler mostra que está comprometida em prestar auxílioà sua Rede de Concessionários na obtenção emanutenção do certificado do INMETRO.Atender asexigências dos órgãos reguladores e proporcionar maiorqualidade ao setor de reforma de pneus é compromissoda Tipler.

PNEUPRESS - Em termos de tecnologia, quantoaplica nesse segmento? Qual a relevância dacertificação das bandas RT74 e RT51 para omercado brasileiro? Entendo que a Tipler é umareferência em tecnologia de sistemas e produtos e seantecipa as tendências do mercado, mas o mercadobrasileiro está avançado para receber produtos demaior excelência? Como a Tipler mostra isso aofrotista e ao transportador?

Fabiano Fratta - A Tipler é referência em tecnologia,pois além da certificação europeia de suas bandas, aindalançou conceitos pioneiros em nível mundial, inovadorese eficientes, tanto para transportadores, quanto pararecapadores, como Ellipse, Optima e Tipler ID.

A certificação das bandas da Tipler por laboratóriomundialmente conceituado mostra, entre outras coisas,que o mercado sempre demanda produtos, tecnologias esoluções diversas, e que a Tipler pode fornecer produtose serviços diferenciados para todos os públicos.

No caso das bandas RT74 e RT51, essas são bandas deportfólio da Tipler, não foram produtos desenvolvidosexclusivamente para a obtenção dessa certificação, ouseja, isso demonstra o grau de excelência que a Tiplertem com seus produtos e com o transportador.A Redede Concessionários da Tipler já entrega essas soluções aomercado, e ela é uma peça fundamental para que o

Banda de Rodagem

Divulgação

Page 43: PneuPress - Edição Março e Abril

MARÇO/ABRIL 43

transportador perceba o valor agregado desses produtos.A Rede de Concessionários mostra ao público os

benefícios da utilização desses produtos de altodesempenho através de depoimentos detransportadores e testes comparativos queexemplificam a eficiência e reforçam os conceitos detecnologia e excelência.

PNEUPRESS - Quais são os planos específicospara a divisão Unique em 2014?

Fabiano Fratta - A Unique Rubber Technologies é afabricante dos produtos marca Tipler e tem seus planosde crescimento para 2014 como qualquer outra empresa.No caso especifico da marca Tipler, ela nos dá a segurançade capacidade de produção, qualidade de manufatura epresteza de entrega que suportam as necessidades decrescimento da marca Tipler para o ano de 2014.

A empresa foi criada em setembro de 2013 eapresentou crescimento de 20% naprodução de bandas pré-moldadas, queresultaram no alcance de 21% emparticipação neste mercado no Brasil, emais expressiva ainda na produção decamelback, chegando a 20% departicipação de mercado.

Atualmente, a Unique produz seismarcas de produtos para recapagem,entre elas Borex, vice-líder no mercadogeral de produtos para recapagem,Tipler,líder do segmento premium, Rede RodarBorrachas, marca com forte atuação nasregiões Sul e Sudeste, BorrachasBaptista, marca de um dos maioresgrupos de recapagem do Brasil,RecMaxx, marca criada pela DPaschoal, ecamelbacks Novateck, marca deprodutos para recapagem da Pirelli.

Consolidada como a segunda maiorfabricante de produtos para recapagem ecompostos de borracha da AméricaLatina, a Unique Rubber Technologiesprojeta um ano de 2014 com expressivocrescimento a partir de negociações jáem curso, algumas delas com entrada emprodução ainda no primeiro semestredeste ano.A empresa concluiurecentemente investimentos naampliação da capacidade produtiva desua Unidade Fabril Sul e projetaexpansão tanto no mercado nacionalquanto internacional a partir destaoperação.

PNEUPRESS - Qual a infraestrutura daUnique?

Fabiano Fratta - A Unique Rubber Technologiesadota o sistema de minifábricas, no qual cada etapa doprocesso produtivo atua como fornecedora da etapaseguinte. Conta também com dois laboratórios,equipados com aparelhos para ensaios deelastômeros, que permitem a pesquisa edesenvolvimento de novos compostos e controle emtempo real de todo processo de fabricação dasborrachas produzidas.

Isso tudo garante que os produtos fabricadosatendam padrões de qualidade exigidos por cada umdos clientes, independentemente de suaspeculiaridades, permitindo customizar produtos paracada um a um custo extremamente competitivo e emvelocidade de disponibilidade ao mercado muito maisrápida do que a concorrência.

Divulgação

Page 44: PneuPress - Edição Março e Abril

segmento de transporte de cargas no Brasilnotabiliza-se pelo uso de pneus nas medidas11.00R22 e 295/80R22.5. São sobre esses

pneus que a maior parte dos caminhões 'tocados'por motoristas autônomos, pequenas, médias egrandes empresas rodam, mas é bom que saiba quehá no portfólio das grandes empresas produtoras depneus e importadores, a medida 305, que substituicom enormes vantagens as duas medidas de pneuscitadas acima.

Quais são essas vantagens? Primeiro, o pneu namedida 305 tem maior circunferência, algo que sereflete entre 5% e 15% a mais em termos derendimento quilométrico. Sua largura maiorpossibilita que o modelo garanta melhor distribuiçãode carga e, consequente desgaste mais regular.Enquanto um 305 tem capacidade de carga de 3.750quilos, um 295 chega a 3.550 quilos.

Uma das características mais latentes do 305 ésua maior distância do tambor de freio, o quepermite que o pneu e o tambor de freio operem emmenores níveis de temperatura, ganhando-seduplamente em segurança - porque os freios agemde forma mais dinâmica e trabalham emtemperaturas mais ideais -, e a carcaça do pneu, porestar mais longe do tambor de freio, refrigera mais ese mantém com qualidade superior por mais tempo -abrindo-se aqui a possibilidade de um melhor índicede recapagens. Dependendo das condições de uso,

fontes ouvidas pela Pneupress destacam até trêsreformas sobre a mesma carcaça.

"Esse é mais um pneu dentro de nosso portfólio",diz o gerente sênior de marketing de pneuscomerciais, Fábio Garcia, ao destacar que a medida305 pode ser vista como uma tendência futura emrelação à substituição de pneus nas medidas11.00R22 e 295/80R22.5. "É um pneu que abandonao uso de câmaras e protetores, tem uma montagemmais agilizada e dinâmica e conta com performancemuito superior", diz.

Trata-se de um pneu para aplicação regional quepode ser usado no transporte de carga e passageirosem vias pavimentadas e sinuosas, com aclives edeclives acentuados.

"A maior distância do pneu com o tambor defreio faz o 305 rodar mais frio", diz Fábio Garcia, aodestacar o calor como um dos grandes inimigos dopneu. "Só esse fato já garante ao 305 umalongevidade e uma durabilidade maior, além de umíndice de recapabilidade que é muito superior ao11.00 e 295. "Há ganhos evidentes também no maiorcontato com o solo, maior distribuição da carga e noaumento do rendimento quilométrico", cita.

Em termos de capacidade, a medida 305 chega ater 5,3% mais capacidade de carga que um 295,destaca o executivo da Goodyear, ao chamar aatenção para a maior segurança do pneu 305 ante asdemais medidas. "Por ter uma área de contato maior

Tecnologia

44 MARÇO/ABRIL

Medida 305 dá maisrendimento quilométrico,

maior índice derecapagem e capacidade

de carga.

Pneu medida 305,o substitutonatural do

11.00R22 e do295/80R22.5

O

Page 45: PneuPress - Edição Março e Abril

com o solo há reflexos claros no quesitoconforto e dirigibilidade o que o tornaum pneu ideal para o transporte depassageiros", diz.

G658 É FEITO EM AMERICANAO modelo 305 da Goodyear é

feito na fábrica da empresa emAmericana (SP).Trata-se do G658,cujo fabricante recomenda o aro9.00. O pneu tem diâmetroexterno de 1.080 milímetros ou36 milímetros maior que o do295/80R22 e 52 milímetrosmenor que o 11.00R22. Umadas tecnologias aplicadas aesse produtos é a Duralife -que oferece maior resistênciada carcaça com a otimizaçãode compostos, elevando suarecapabilidade média em 7%.

"O G658 representa asegunda geração do modeloque foi lançada em 1998com o G358 e que atendeaos mercados de reposição,equipamentos originais eexportação", afirma.

A Pneupress fez umasondagem junto ao mercadoe descobriu que a maiordemanda pelo 305 ocorre, emprimeiro lugar, sobre ostransportadores autônomosque buscam substituir o11.00R22. Em segundo,empresas rodoviárias detransporte de pessoas têm umaproporção maior de uso, também.Nenhuma delas quis falar com agente. Motivo: o 305 vai tão bemque está fazendo a diferença namargem de lucro e não querem'atrapalhar' as condições preferenciaisque têm com seus fornecedores. Umadessas empresas chega a comprar o 305a R$ 900,00, um pneu de qualidade muitosuperior a um 295 que não sai por menosde R$ 1.300,00 e de um 11.00R22, porvolta de R$ 1.600,00.A esse preço econdição, melhor mesmo é ficar de bicocalado, certo!

MARÇO/ABRIL 45

Page 46: PneuPress - Edição Março e Abril

46 MARÇO/ABRIL

troca de pneus é uma atividade comumpara qualquer tipo de veículo, mas étambém um processo que gera altos

custos, principalmente para frotistas etransportadores, que têm essa necessidadeampliada, se comparado a automóveis ou outrosveículos.

É por esse motivo que a reforma de pneustem se tornado uma prática cada vez maisreconhecida no Brasil, o que faz o País figurarcomo o segundo maior mercado de reforma depneus do mundo, representando uma economiapara o setor de transporte de R$ 5,6 bilhões porano.

Entre os principais benefícios da reformaestão o prolongamento na vida útil do produto,evitando descarte no ambiente sem necessidadee reuso do produto com mesma segurança queum pneu novo, a economia de 57 litros de

Cinco perguntas e respostas sobre reforma de pneus

Saiba quais os benefícios,cuidados e o momento certo

da recapagem.A

Ponto de Vista

Page 47: PneuPress - Edição Março e Abril

MARÇO 47

Page 48: PneuPress - Edição Março e Abril

48 MARÇO/ABRIL

Ponto de Vista

petróleo por pneu reformado e o mesmorendimento quilométrico que os pneus novos,mas com redução de custo de até 70%, ou seja,um número representativo para um frota decaminhões e ônibus.

Pensando nessa prática e nos benefícios paraa frota e para o meio ambiente, o diretorcomercial da NSA Pneutec, Giulio Cesar Claro,esclarece as principais dúvidas sobre a reformade pneus. Confira:

Pneupress - Quando eu sei que já é hora dereformar os pneus?

Giulio Cesar Claro - O desgaste máximo deum pneu, considerado como limite desegurança, é de 1,6 milímetro de profundidadedos sulcos.Abaixo dessa medida, o pneu já éconsiderado "careca".

Além disso, existe um indicador chamadoTWI (um filete de borracha ressaltado entre ossulcos) para identificar este limite de desgaste.Quando a altura dos gomos atingir o TWI estána hora de reformar o pneu.

A retirada realizada no tempo certo (com3,0 milímetros ou mais), a carcaça do pneu ficapreservada para ser reformada. É precisoconsiderar ainda, que a medição deve ser feitana raia com menor milímetro de sulco. É elaque vai determinar a hora da retirada do pneu,mesmo que as outras raias apresentem sulcossuperiores.

Inclusive, esse é o critério para aplicação deinfrações de trânsito para os pneus "carecas".

Pneupress - Qual o benefício econômicoquando escolho pela reforma de pneus?

Giulio Cesar Claro - O principal benefício é ageração de menor custo para o usuário final. Orendimento quilométrico de um pneureformado é igual ou superior ao pneu novo,com o custo até 70% menor, sendo que, umpneu é reformado, em média, duas vezes,gerando três vidas para a carcaça.

Essa economia ocorre, pois o material e atecnologia empregados são feitas sob medidapara atender a necessidade da operação decada segmento. Com isso, há redução doscustos das empresas, o que traz e benefíciospara a comunidade em geral. Como, porexemplo, o menor preço nas passagens dotransporte coletivo ou rodoviário.

Page 49: PneuPress - Edição Março e Abril

Pneupress - Como posso prolongar a vida útildos pneus?

Giulio Cesar Claro - É muito importantemanter os pneus calibrados de acordo com arecomendação do fabricante e sempre calibrá-los em seu estado frio (em temperaturaambiente) ou depois de terem rodado nomáximo três quilômetros. Se for calibradodepois que o carro rodou muito, o pneu estarácom uma temperatura elevada e o ar dedentro estará expandido.

Além disso, é importante verificar ageometria do veículo, como o alinhamento ebalanceamento, realizar rodízio dos pneus acada 10.000 km ou se for observado odesgaste irregular e, também, observar folgasde cubo, rolamento, buchas e atravessamentodos eixos.

Pneupress - A reforma de pneus é sustentável?Giulio Cesar Claro - Sim, pois tem uma

demanda menor de utilização de recursosnaturais não renováveis. Por exemplo, cadapneu reformado economiza aproximadamente57 litros de petróleo na linha caminhão/ônibuse 17 litros na linha automóvel, o que gera umaeconomia total de 500 milhões de litros/anode petróleo.Além disso, a reforma de pneuscontribui para minimizar a geração deresíduos sólidos de difícil destinação e,consequentemente, ameniza o efeito doaquecimento global.

Pneupress - Quais os cuidados que devo ter aodecidir reformar os pneus?

Giulio Cesar Claro - O principal cuidado éque procure por uma reformadora de pneusque possua o registro INMETRO. Esta é agarantia de que a empresa pode exercer aatividade. Sem a regulamentação, asreformadoras de pneus não poderão prestareste serviço e causam riscos ao consumidor aooferecer um produto sem nenhum critério desegurança.

Além disso, verifique a certificação da ISSO9001, e as garantias que a reformadoraestabelece.A NSA Pneutec é certificada NBRISO 9001| 2008 e registrada no INMETRO, queabrange selo de conformidade para pneus deautomóveis, caminhonetas, caminhonetes eseus rebocados, além de pneus de carga.

MARÇO/ABRIL 49

Page 50: PneuPress - Edição Março e Abril
Page 51: PneuPress - Edição Março e Abril
Page 52: PneuPress - Edição Março e Abril