190
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS Contribuição à Mensuração de Desempenho de Processos Aplicação em Instituição de Ensino Superior JOÃO ANTONIO SARDELLI NETO Orientador: Dra. Neusa Maria Bastos Fernandes do Santos São Paulo 2006

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

  • Upload
    others

  • View
    10

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS

EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS

Contribuição à Mensuração de Desempenho de Processo s

Aplicação em Instituição de Ensino Superior

JOÃO ANTONIO SARDELLI NETO

Orientador: Dra. Neusa Maria Bastos Fernandes do S antos

São Paulo

2006

Page 2: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

ii

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS

EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS

Contribuição à Mensuração de Desempenho de Processo s

Aplicação em Instituição de Ensino Superior

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Contábeis e Atuariais da PUCSP – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como parte dos requisitos para a obtenção de Título de Mestre em Ciências Contábeis.

JOÃO ANTONIO SARDELLI NETO

Orientador: Dra. Neusa Maria Bastos Fernandes do S antos

São Paulo

2006

Page 3: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

iii

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________

Profª. Dra. Neusa Maria Bastos Fernandes dos Santos Presidente

______________________________________________

Prof. Dr. Marcos Reinaldo Severino Peters Titular

______________________________________________

Prof. Dr. Napoleão Verardi Galegale Titular

Page 4: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

iv

À minha querida mãe, Maria Cafisso Sardelli (in memorian), por ter sido a grande incentivadora dos meus passos na vida escolar. A cultura que ela adquiriu através da leitura, impulsionada pela sede de conhecimento, para mim, foi um exemplo de sabedoria. A impossibilidade de continuar seus estudos regulares não a impediu de tornar-se uma grande “mestra”. Que Deus a abençoe, onde estiver!

Page 5: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

v

AGRADECIMENTOS

À Profª Silvia Kassai e ao Prof. Fábio Frezatti, por terem sugerido o caminho

para o mestrado, na ocasião da entrevista para ingresso no MBA da USP.

Certamente, eles não sabem o quanto contribuíram para a minha decisão.

Ao Prof. Roberto Fernandes dos Santos, pela postura receptiva e acolhedora

desde a primeira entrevista, pelos ensinamentos transmitidos em sala de aula e pela

elegância de conduta nos momentos de turbulência.

Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos da Serasa,

pelo profissionalismo e dedicação no ensino da Contabilidade. Quando finalizei as

tarefas da disciplina Teoria da Contabilidade, tive ímpetos de escrever-lhe para

manifestar minha admiração, porém esta intenção foi encoberta pela timidez.

Ao Prof. Paulo-Roberto da-Silva, por seus ensinamentos, estímulo e apoio

como orientador deste estudo até a fase de qualificação. Os desafios inspirados pela

sua orientação elevaram significativamente o padrão de qualidade desta pesquisa.

Aos membros da banca, Prof. Marcos Reinaldo Severino Peters e Prof.

Napoleão Verardi Galegale, pelas pertinentes sugestões oferecidas na ocasião do

exame de qualificação do projeto de dissertação.

À Profª Neusa Maria Bastos Fernandes dos Santos dedico meus especiais

agradecimentos pela agilidade com que apreciou e avaliou as diversas versões

deste trabalho e pela orientação metodológica que definiu o formato final. Sua

conduta séria, atenciosa e incentivadora, além do seu conhecimento e senso crítico,

foi de extrema importância para que este trabalho fosse concluído com êxito.

Aos companheiros de jornada no mestrado, José Francisco dos Santos e

Paulo Cezar Rosa, por não permitirem que eu me sentisse só nos bons e nos não

tão bons momentos desta trajetória,

Aos meus filhos, Marcos Fernando, Henrique Nelson e Maria Emilia, por

serem simplesmente o motivo de tudo.

À minha esposa Dalila, companheira, aliada e cúmplice, por ter incentivado

esta etapa da minha vida que, sem a sua colaboração, teria sido mais árdua.

A todos vocês, muito obrigado.

Page 6: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

vi

RESUMO

Devido à incapacidade do setor público em prover recursos para suportar a

demanda por ensino superior, nos últimos dez anos, o ensino privado acabou sendo

protagonista de uma expansão sem precedentes. Este crescimento estabeleceu uma

situação de intensa competitividade, devendo sobreviver apenas as instituições que

consigam manter um padrão de qualidade no ensino, apoiada num sistema

adequado para monitoramento dos fatores críticos de sucesso. O foco central do

presente estudo é realizar um ensaio a partir de um referencial teórico para

observação e tratamento dos processos que afetam o desempenho de uma

instituição de ensino superior, mediante pesquisa bibliográfica e proposição de um

modelo que possa ser do interesse dos gestores destas entidades. A proposta se

desenvolve no contexto das instituições de ensino superior, no que se refere à

Mensuração de Desempenho de Processos de apoio acadêmico, visando identificar

oportunidades para eliminação de desperdícios e melhoria contínua. A contribuição

da Contabilidade Gerencial para a implementação e monitoramento de iniciativas de

melhorias operacionais é examinada dentro de um enfoque estratégico. Princípios

gerais da Gestão por Processos são abordados como forma de criar um arcabouço

conceitual para elaboração de indicadores que atendam os requisitos de informação

para orientar o processo de gestão. O estudo apresenta uma análise dos resultados

obtidos, através do modelo proposto para planejamento e controle dos processos

selecionados, demonstrando potencial para eliminação de desperdícios e melhoria

contínua. O conceito de Custeio por Contribuição foi aplicado para classificação dos

cursos por ordem do valor absoluto da sua contribuição para o resultado. O modelo

revelou-se adequado para os objetivos a que se propõe.

Palavras-Chaves : Competitividade; Fatores Críticos de Sucesso; Instituição de Ensino Superior; Mensuração de Desempenho de Processos; Contabilidade Gerencial; Gestão por Processos; Custeio por Contribuição.

Page 7: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

vii

ABSTRACT

Due to the incapacity of the public sector to provide resources to support the demand

for higher education, during the ten last years, the private education system became

protagonist of an unprecedented expansion. Such an expansion created a situation

of intense competition, in which only those institutions that may maintain a certain

standard of quality for education will survive, supported by an appropriate system for

the monitoring of the critical factors for success. The central focus of this study is to

perform a test based upon a theoretical reference in order to observe and to treat the

processes that affect the performance of a higher education institution, through a

bibliographic research and submitting a proposal for a model that may be of interest

of the managers of said entities. The proposal advances within the context of higher

education institutions, in respect to Measuring the Performance of academic support

Processes, in order to identify opportunities to eliminate wastes and to have a

continuous improvement. The contribution of the Managerial Accounting for the

implementation and monitoring of operational improvement initiatives is examined

within a strategic point of view. General principles of Process Management are

broached as a manner to create a conceptual basis for the elaboration of indexes

that comply with the information requirements to guide the management process.

The study submits an analysis of the results achieved, showing the possibility to

eliminate wastes and to have a continuous improvement. The concept of

Contribution Costing was applied for the classification of courses, by order of

absolute value of its contribution towards the final result. The model has shown itself

to be appropriate for the recommended objectives.

Key-Words : Competition; Critical Factors for Success; Higher Education Institution; Measurement of Performance Processes; Managerial Accounting; Process Management; Contribution Costing.

Page 8: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

viii

SUMÁRIO RESUMO ............................................................................................................. vi ABSTRACT .......................................... ............................................................... vii RELAÇÃO DE FIGURAS ................................ .................................................... x RELAÇÃO DE GRÁFICOS ............................... .................................................. xi RELAÇÃO DE QUADROS ................................ ................................................. xii RELAÇÃO DE TABELAS ................................ ................................................... xiii RELAÇÃO DE APÊNDICES .............................. ................................................. xiv

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 1 1.1 Considerações Iniciais ....................................................................... 1 1.2 Relevância do Estudo ........................................................................ 4 1.3 Delimitação do Estudo ....................................................................... 6 1.4 Metodologia ....................................................................................... 7 1.5 Objetivos e Questões a serem respondidas ...................................... 8 1.6 Estrutura do Trabalho ........................................................................ 9

2 INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR: Histórico, Estrutur a e Gestão 11 2.1 Histórico do Ensino Superior ............................................................. 12 2.2 Gestão de Instituições de Ensino Superior ........................................ 18 2.2.1 Estratégia da Atividade ........................................................... 20 2.3 Estrutura Organizacional ................................................................... 24 2.3.1 Gestores de uma Instituição de Ensino Superior ................... 26 2.3.2 A Mantenedora ....................................................................... 27 2.4 Gestão Acadêmica ............................................................................. 27 2.4.1 Apoio Acadêmico .................................................................... 29 2.5 Gestão Administrativa ........................................................................ 31 2.5.1 O conflito entre a Área Acadêmica e a Área Administrativa ... 32 2.5.2 Sistemas de Informações ....................................................... 33

3 REFERENCIAL TEÓRICO ............................... .......................................... 36 3.1 Contabilidade Gerencial com Enfoque Estratégico ........................... 36 3.1.1 Gestão Estratégica de Custos ................................................ 38 3.1.2 Contabilidade de Custos ........................................................ 45 3.1.3 Sistemas de Custos ................................................................ 46 3.2 Gestão por Processos ....................................................................... 55 3.2.1 A Empresa como Sistema ...................................................... 57 3.2.2 O que é Processo? ................................................................. 59 3.2.3 Tipos de Processos ................................................................ 62

Page 9: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

ix

3.2.4 Mudança Organizacional ........................................................ 65 3.2.5 Estágios para Evolução .......................................................... 67 3.2.6 Qualificação dos Processos ................................................... 70 3.3 Gestão de Desempenhos .................................................................. 72 3.3.1 Mensuração de Desempenhos ............................................... 74 3.3.2 Indicadores de Desempenho .................................................. 78 3.3.3 Abordagens Relacionadas ao Tema ...................................... 83 3.4 Síntese ............................................................................................... 86

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................ ..................................... 89 4.1 Resultado da Investigação Teórica .................................................... 89 4.1.1 Definição de Indicadores ........................................................ 91 4.2 O caso da IES – Instituição de Ensino Superior ................................ 91 4.2.1 Estratégia Empresarial ........................................................... 93 4.2.2 Levantamento e Análise de Processos .................................. 100 4.2.3 Mensuração de Desempenho de Processos .......................... 104

5 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS ................. ........................ 122 5.1 Respostas ao Problema da Pesquisa ................................................ 125 5.2 Recomendações ................................................................................ 126 5.3 Considerações Finais ........................................................................ 127 GLOSSÁRIO DE TERMOS ............................... .................................................. 129 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................ ........................................... 134 APÊNDICES ........................................................................................................ 144

Page 10: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

x

RELAÇÃO DE FIGURAS

1 Fatores internos determinantes da competitividade ................................... 3

2 A espiral da morte ....................................................................................... 5

3 Estrutura Organizacional sugerida para uma IES ...................................... 35

4 Três Estratégias Genéricas ........................................................................ 43

5 Objetivos de desempenho, que apóiam o custo ......................................... 44

6 Árvore do Custo .......................................................................................... 48

7 Apropriação de custos pelo Custeio por Absorção ..................................... 50

8 Apropriação de custos pelo Custeio Variável ............................................. 52

9 Apropriação de custos pelo Custeio Direto ................................................ 53

10 Processo de Custeio Baseado em Atividade .............................................. 55

11 Fluxo dos recursos materiais, humanos, financeiros e tecnológicos .......... 58

12 Etapas básicas de um processo ................................................................. 60

13 Fluxo de processo – ineficiente e ineficaz .................................................. 61

14 Fluxo do trabalho horizontal x organização funcional ............................... 64

15 As 5 etapas da Melhoria de Processos ...................................................... 67

16 Exemplo de um fluxograma de blocos ........................................................ 67

17 Os pilares da excelência empresarial ......................................................... 69

18 Mensuração através de indicadores ........................................................... 83

19 As funções de Planejamento e Controle das Operações ........................... 88

20 Processo de Pesquisa de Marketing .......................................................... 95

21 Etapas para análise e racionalização de processos ................................... 102

Page 11: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

xi

RELAÇÃO DE GRÁFICOS

1 Evolução do número de matriculas, 1935-2004 ......................................... 13

2 Matrículas em Cursos de Graduação, por Região ..................................... 15

3 Instituições de Ensino Superior, por Região ............................................... 15

4 Participação do setor de educação (em % do PIB) .................................... 17

5 Evolução do faturamento do setor privado, 1999-2005 .............................. 17

6 Fatores Determinantes da Demanda .......................................................... 97

Page 12: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

xii

RELAÇÃO DE QUADROS

1 Administração Estratégica e Informação Contábil ...................................... 37

2 Fluxo de consumo na metodologia tradicional e ABC ................................ 54

3 Os graus de burocratização das entidades ................................................ 56

4 Comparação entre os diferentes focos ....................................................... 62

5 Categorias básicas de processos ............................................................... 63

6 Níveis de Classificação ............................................................................... 70

7 Níveis de Classificação, de acordo com o Modelo de Maturidade ............. 71

8 Dimensões das medidas de avaliação de desempenho ............................ 77

9 Exemplos de medidas de desempenho ...................................................... 81

10 Organização Departamental x Gestão por Processos ............................. 87

11 As diferenças entre eficiência e eficácia ..................................................... 88

12 Resultado da Pesquisa ............................................................................... 99

13 Matriz Qualidade-Preço .............................................................................. 100

14 Relação dos Processos Identificados e Analisados ................................... 104

15 Relação dos Processos Selecionados ....................................................... 111

Page 13: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

xiii

RELAÇÃO DE TABELAS

1 Evolução do número de matrículas no Ensino Superior, 1997-2004 ......... 14

2 Evolução do número de Instituições de Ensino Superior, 1997-2004 ........ 14

3 Número de matrículas por turno – 2004 ..................................................... 15

4 Projeção da taxa de ociosidade no processo seletivo ................................ 106

5 Fluxo dos Alunos ao Longo das Séries ...................................................... 107

6 Projeção da Taxa de Crescimento Líquida ................................................. 108

7 Desdobramento da Taxa de Evasão .......................................................... 109

8 Projeção do Número de Alunos .................................................................. 110

9 Projeção da Taxa de Ociosidade e Produtividade do Proc. Seletivo ......... 112

10 Projeção do Custo Unitário por Aluno Conquistado ................................... 113

11 Resumo dos Recursos Consumidos pelos Processos Selecionados ........ 113

12 Projeção dos Recursos Consumidos pelos Processos Selecionados ........ 114

13 Exemplo da remuneração de um Docente e o respectivo custo total ........ 116

14 Apuração do custo da atividade docente da 1ª série do curso de

Educação Física .........................................................................................

116

15 Aplicação do conceito de Custeio por Contribuição ................................... 117

16 Classificação dos Cursos pela Margem de Contribuição ........................... 118 17 Painel de Indicadores ................................................................................. 119

18 Comparação entre as Metas e o Realizado ............................................... 121

Page 14: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

xiv

RELAÇÃO DE APÊNDICES

I Roteiro da Pesquisa Mercadológica para Alunos .................................... 144

II Roteiro da Pesquisa Mercadológica para Vestibulandos ......................... 148

III Perfil Sócio-Econômico dos Alunos (2004) .............................................. 151

IV Indicadores de Desempenho Sugeridos .................................................. 153

V Custo Semestral do Processo Seletivo – Atual ........................................ 154

VI Custo Semestral do Processo Seletivo – Projetado (I) ............................ 155

VII Custo Semestral do Processo Seletivo – Projetado (II) ........................... 156

VIII Custo Semestral do Processo Seletivo – Projetado (III) .......................... 157

IX Custo Semestral do Processo Seletivo – Projetado (final) ...................... 158

X Custo Semestral do Processo Seletivo – Realizado (I) ........................... 159

XI Custo Semestral do Processo Seletivo – Realizado (II) .......................... 160

XII Processo 001 – Macro Acadêmico – Graduação ..................................... 161

XIII Processo 001.1 – Processo Seletivo (PS) ............................................... 162

XIV Processo 001.2 – Matrícula Calouros ...................................................... 163

XV Processo 001.2 – Cadastro de Professores ............................................ 164

XVI Processo 001.4 – Enturmação de Alunos ................................................ 165

XVII Processo 001.5 – Lançamento de Notas/Faltas e Aulas Dadas .............. 166

XVIII Processo 001.6 – Fechamento do Período Letivo ................................... 167

XIX Processo 001.7 – Rematrícula ................................................................. 168

XX Processo 002 – Macro Processo Financeiro ........................................... 169

XXI Processo 002.1 – Parametrização Cursos Início de Período Letivo ........ 170

XXII Processo 002.2 – Geração de Boletos .................................................... 171

XXIII Processo 002.3 – Recebimento de Mensalidades ................................... 172

XXIV Processo 002.4 – Negociação de Débitos ............................................... 173

Page 15: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

xv

XXV Processo 002.5 – Depósito de Recebimentos ......................................... 174

XXVI Processo 002.6 – Desistência/Trancamento ........................................... 175

Page 16: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

1

1 – INTRODUÇÃO

1.1 – Considerações Iniciais

Em função das mudanças que vem ocorrendo no ambiente dos negócios, a

Contabilidade Gerencial está sendo obrigada a adaptar-se para atender à

necessidade dos gestores, que passaram a assumir uma atitude pró-ativa na tomada

de decisões. A importância da Contabilidade Gerencial tem sido discutida por

acadêmicos, consultores e profissionais da área contábil, que defendem um papel

mais efetivo desta área do conhecimento no processo de planejamento e controle

das operações e tomada de decisão.

da-SILVA (1993: 2) sugere a constituição de um foco, denominado

“Controladoria de Desempenho ”, de conhecimentos multidisciplinares ou

multifacetados, que reúna os estudos sobre Mensuração de Desempenho, de tal

modo que os indicadores físicos e financeiros sejam integrados entre si e vinculados

a fatores considerados “chave” (críticos) de sucesso. Argumenta que, para apoiar as

ações, deveria existir um sistema capaz de fornecer informações sobre a

concorrência e sobre os fatores críticos de sucesso que, indicados, avaliados e

monitorados, constituiriam elementos essenciais para se atingir as metas

estratégicas e para aumentar a eficácia organizacional.

A necessidade de inter-relação entre os elementos eficácia organizacional,

fatores geradores de sucesso e medidas de desempenho tem sido largamente

reconhecida. No entanto, a implementação dessa integração pode apresentar alguns

problemas, relacionados com a complexidade e a definição precisa desses

elementos como objetos de mensuração, que podem ser influenciados por outros

fatores, tais como: cultura da empresa, condições mercadológicas, tecnologia das

operações, etc.

A eficácia da organização é atingida quando, através de um conjunto de

ações coordenadas, os gestores conseguem atingir as metas e os objetivos do

empreendimento, previamente estabelecidos com base no conjunto de crenças e

valores que definem a missão.

Os objetivos e metas são perseguidos levando-se em conta os fatores críticos

de sucesso, tendo em vista que a missão da empresa se caracteriza pela vontade

dos seus proprietários ou de seus principais executivos, de satisfazer as

Page 17: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

2

necessidades dos clientes e, desta forma, maximizar a riqueza. Estes fatores são

elementos do processo de gestão, que respondem diretamente pela capacidade da

empresa de proporcionar satisfação.

As mudanças fundamentais que vêm ocorrendo nos modelos de gestão das

organizações empresariais – dada a necessidade de sobreviverem no ambiente em

que atuam – começam também a chegar com muita intensidade às instituições de

ensino superior. A educação já movimenta 90 bilhões de reais por ano no Brasil e,

segundo Peter Drucker, deve se transformar numa das maiores fronteiras de

oportunidades das próximas décadas (Revista Exame: p.34-45, Edição 763, Ano 36,

nº 7).

Estudar a Mensuração de Desempenho de Processos das instituições de

ensino superior tornou-se indispensável para gestores e estudiosos graças às

características específicas do segmento no que se refere às relações entre

demanda, oferta e tecnologia, que exigem dos gestores reflexões e ações,

ajustando-se rapidamente às necessidades do seu público-alvo.

Uma ação estratégica requer a realização de escolhas baseadas em

ocorrências externas à empresa nas quais se identificam as oportunidades e as

ameaças para a entidade, e em ocorrências internas, sobre as quais devem ser

tomadas decisões quanto aos preços praticados, abertura de novos cursos e de

novas unidades, gastos em propaganda e publicidade, incentivos à transferência,

investimentos nas instalações e em sistemas informatizados para controle

acadêmico e financeiro das operações.

Para o sucesso competitivo se torna necessário aprimorar os processos das

instituições de ensino superior, desenvolver um programa de capacitação e de

treinamento dos colaboradores, melhorar a comunicação interna e implantar um

sistema de Mensuração de Desempenho para esses processos, conforme proposto

por da-Silva (1993).

Historicamente, a tomada de decisão tem se baseado no equilíbrio econômico

das transações. Atualmente, a análise tem sido expandida para o equilíbrio

estratégico, ou seja, cada entidade procura, ao mesmo tempo, ter o custo total mais

baixo e colocar no mercado bens ou serviços superiores aos da concorrência.

De um modo geral, quanto maior o preço, maiores os lucros e melhores os

resultados. Porém, os limites superiores dos preços são determinados pelo mercado

consumidor e pelo valor percebido e atribuído ao produto ou serviço comercializado.

Page 18: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

3

Identificar, avaliar, aprimorar e, enfim, gerenciar os processos torna-se

fundamental para a redução de custos, evitar desperdícios e aumentar a

competitividade. Baixar o foco nos processos significa alterar drasticamente a linha

de raciocínio sobre a organização. O objetivo passa a ser o desenvolvimento da

melhor prática para atingir, com eficácia, os resultados desejados, com custo menor.

Conforme ensina da-SILVA (1993: 4):

“A competitividade de uma empresa pode ser definida, em sentido amplo, como sua capacidade de desenvolver e sustentar vantagens competitivas que lhe permitam enfrentar a concorrência.”

“..., a competitividade empresarial resulta, em última instância, de decisões estratégicas, através das quais são definidas suas políticas de investimento, de marketing, tecnológica, de gestão da produção, financeira, de recursos humanos, etc. O objetivo de tais decisões deve ser atingir padrões de preço, qualidade e prazo de entrega competitivos com os padrões vigentes nos mercados atendidos pela empresa.”

A Figura 1 apresenta os fatores internos determinantes da competitividade:

Torna-se necessário, também, avaliar o desempenho operacional adotado a

fim de que o gestor saiba o que e como aconteceu , e o que pode ser feito para

obter melhores resultados. Para tanto, ele necessita de indicadores de desempenho

que espelhem os objetivos da organização, a partir de medidas de fatores

quantificáveis, que podem ser comparados com o desempenho anterior e com os

COMPETITIVIDADE

EFICIÊNCIA GLOBAL DA EMPRESA

ESTRATÉGIA COMPETITIVA EMPRESARIAL

ESTRATÉGIA FINANCEIRA

ESTRATÉGIA OPERACIONAL

ESTRATÉGIA DE MARKETING

Figura 1 – Fatores internos determinantes de competitividade Fonte: da-SILVA (1993: 5) adaptada

Page 19: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

4

padrões de performance, para que se consigam atingir situações desejáveis e

tecnicamente viáveis.

Identifica-se, deste modo, a necessidade de oferecer aos gestores de

instituições de ensino superior ferramentas que os ajudem a tomar decisões

oportunas e seguras a respeito dos métodos competitivos adotados.

Com este propósito em mente, o problema que se coloca neste trabalho de

pesquisa está relacionado com a Mensuração de Desempenho de Processos,

aplicável a uma instituição de ensino superior, sem fins lucrativos, visando à

eliminação de desperdícios e à melhoria contínua da s operações.

Trata-se de buscar a compreensão do arcabouço teórico, que permita orientar

o desenvolvimento de um sistema de informações gerenciais, que tenha como

objetivo apoiar o processo decisório, em um contexto estratégico.

1.2 – Relevância do Estudo

As instituições de ensino superior têm se mostrado um importante segmento

da economia em termos de movimentação de recursos, geração de empregos e,

recentemente, atração de capital do mercado internacional.

Devido à incapacidade do setor público em prover recursos para suportar a

demanda por ensino superior, o ensino privado acabou sendo protagonista de uma

expansão sem precedentes nos últimos dez anos. O setor deve continuar a crescer

alavancado pelo maior contingente de jovens que obtiveram acesso ao ensino médio

e pelo retorno aos bancos escolares daqueles que se conscientizaram da

necessidade de aprendizado permanente.

Se, por um lado, este crescimento favorece o aparecimento de novas escolas

particulares, por outro, estabelece uma situação de intensa concorrência. Deverão

permanecer no mercado apenas as instituições que consigam manter um padrão de

qualidade no ensino, apoiada num sistema adequado para monitoramento dos

fatores críticos de sucesso.

Os principais desafios e obstáculos são os seguintes: (i) limite da demanda

com poder aquisitivo, (ii) elevado índice de inadimplência, (iii) evasão escolar, (iv)

falta de financiamento para o aluno, (v) excesso de instituições e vagas e,

conseqüentemente, (vi) forte concorrência no setor.

Page 20: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

5

O processo decisório existente numa instituição de ensino superior deve

proporcionar a condição de que cada estabelecimento e curso sejam avaliados

isoladamente. Para tanto, é fundamental que a contabilidade gerencial ofereça a

necessária transparência em relatórios amigáveis – de fácil interpretação – como

ferramenta gerencial dos gestores.

Figura 2 – A es piral da morte

Fonte: Adaptado de BORNIA 2002: 62

É comum constatarmos que as entidades entrem em um ciclo conhecido

como espiral da morte, o qual é ilustrado na Figura 2:

O ciclo normalmente inicia com a ausência de lucro (superávit, no caso de

instituições sem fins lucrativos), que sugere um aumento no preço de venda, que

conduz a uma queda no volume com aumento do custo unitário e,

conseqüentemente, confirma a ausência de lucro e assim por diante, até a quebra

da empresa ou a interrupção do ciclo pelos gestores.

Esta dissertação, desenvolvida no Programa de Estudos Pós-Graduados em

Ciências Contábeis e Atuariais da PUCSP, procura servir de base para estudo e

reflexão sobre a formulação de um modelo conceitual e instrumental para a

Mensuração de Desempenho de Processos nas instituições de ensino superior, de

modo a gerar uma contribuição adicional ao conhecimento existente e disponível

para tomada de decisões. A eliminação de desperdícios e a melhoria contínua são

AUSÊNCIA

DE LUCRO (início)

AUMENTO

DO PREÇO

QUEDA

NO VOLUME

AUMENTO

DO CUSTO

UNITÁRIO

Page 21: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

6

fundamentais para a sobrevivência destas entidades, inseridas neste contexto de

intensa competitividade.

A aplicação da Mensuração de Desempenho de Processos nas instituições

de ensino superior assume uma importância vital, tendo em vista a alta

competitividade decorrente do crescimento significativo na quantidade de

empreendimentos educacionais. O setor está enfrentando um nível de concorrência

que nunca havia experimentado.

Estudar a elaboração de indicadores de desempenho aplicáveis a uma

instituição de ensino superior se justifica como uma contribuição para orientá-las na

busca do caminho para sobrevivência.

Este trabalho também se justifica pela existência de uma lacuna entre a teoria

e a prática da Contabilidade Gerencial, nas instituições de ensino superior. Trata-se

de uma área interessante devido às características do negócio e à complexidade do

processo de gestão que, como uma indústria, organiza todo um aparato físico para

oferecer um produto eminentemente pessoal, um serviço.

Este estudo contempla a formulação de Indicadores para Mensuração do

Desempenho de Processos, contribuindo para o desenvolvimento de parâmetros

que traduzam em termos físicos e financeiros os objetivos econômicos implícitos na

estratégia empresarial, por meio dos quais as ações implementadas podem ser

monitoradas e o desempenho avaliado.

1.3 – Delimitação do Estudo

O foco central do presente estudo, portanto, consiste em desenvolver um

ensaio para mensuração de alguns processos que afetam o desempenho de uma

instituição de ensino superior, através da formulação de alguns indicadores de

desempenho, que sejam de rápida implantação e de fácil compreensão pelos

gestores, representados por formas bem simples, atributo comum às empresas

inovadoras e de alto padrão.

Conforme PETERS & WATERMAN Jr. (1986: 15): “As formas e sistemas

estruturais que se encontram na base das empresas de alto padrão são de uma

elegante simplicidade ”. (grifo do autor)

O modelo se desenvolve no contexto das instituições de ensino superior, sem

fins lucrativos , no que se refere à Mensuração de Desempenho de Processos

Page 22: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

7

administrativos e financeiros, visando identificar oportunidades para eliminação de

desperdícios e melhoria contínua.

A realização deste trabalho tem como premissa básica a necessidade de os

gestores decidirem sobre os múltiplos fatores que afetam o resultado da organização

e, por isso, precisarem acompanhar e entender seu comportamento e desempenho,

para melhor administrá-los.

Com este propósito, o estudo está voltado para o processo de gestão de uma

instituição superior de ensino, no que respeita à Mensuração de Desempenho de

Processos, por meio dos quais a excelência de classe mundial regularmente é

obtida, excedendo a expectativa de clientes, em atributos e ou custos – despesas.

Nesse sentido, este estudo ficará restrito ao conhecimento e às habilidades

necessárias para gestão das atividades de uma instituição de ensino superior, sem

fins lucrativos e à mensuração, análise e gestão estratégica de alguns processos

integrantes do sistema de apoio acadêmico.

Não se trata, pois, de um estudo para gestão de uma instituição de ensino

superior em sua totalidade, uma vez que não se pretende aprofundar o

conhecimento a respeito dos processos produtivos, substancialmente voltados para

o processo ensino-aprendizagem.

Também não pretende ser um manual ou receituário para implementação de

um sistema infalível, muito pelo contrário, ele permite o exame de vários passos

gerenciais que poderão ser gradativamente utilizados ou adaptados por qualquer

instituição de ensino superior.

1.4 – Metodologia

A pesquisa que resultou nesta dissertação não teve a pretensão de esgotar o

assunto pesquisado, tampouco expor uma visão impassível a críticas e livre das

incorreções pessoais decorrentes das interpretações pessoais do autor sobre o tema

em questão. Mesmo porque, trata-se de uma Dissertação : (i) “estudo teórico, de

natureza reflexiva, que consiste na ordenação de idéias sobre determinado tema”

(SALVADOR apud LAKATOS e MARCONI, 1992: 158), (ii) “aplicação de uma teoria

já existente para analisar determinado problema” (REHEFELDT apud LAKATOS e

MARCONI, 1992: 158).

Page 23: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

8

Esta pesquisa classifica-se como metodológica e, ao mesmo tempo

exploratória, nos termos definidos por VERGARA (1998: 45). O autor partiu de

hipóteses e procurou se aprofundar em uma realidade específica, com a finalidade

de buscar antecedentes e maior conhecimento para, em seguida, planejar a

pesquisa e finalizar com a proposta de um modelo básico.

A pesquisa é metodológica porque é um “estudo que se refere a instrumentos

de captação ou manipulação da realidade. Está associada a caminhos, formas,

maneiras, procedimentos para atingir determinado fim”. (VERGARA, 1998: 45).

A pesquisa também é exploratória, visto que teve a finalidade de permitir a

familiarização, o aprimoramento de uma idéia ainda pouco explorada, notadamente

a utilização da Mensuração do Desempenho de Processos como ferramenta de

gestão das instituições de ensino superior.

O estudo utilizou a pesquisa documental. Foram examinados documentos

internos de duas entidades educacionais, que continham informações relevantes

para o seu desenvolvimento, com o intuito de reunir maiores informações sobre a

gestão das instituições de ensino superior.

Pela natureza do trabalho, a partir da pesquisa bibliográfica e documental foi

desenvolvida uma análise qualitativa das informações obtidas, utilizando-se para

tanto comparações e analogias de conceitos para formar uma base de

conhecimento sobre a Mensuração de Desempenho de Processos, aplicável a uma

instituição de ensino superior, sem fins lucrativos.

Em função do método de pesquisa escolhido, bem como a forma de

tratamento dos dados, as limitações relacionam-se basicamente com a análise

qualitativa e interpretação dos dados coletados, por se tratar de um procedimento

pessoal e sujeito à visão particular do autor.

1.5 – Objetivos e Questões a serem respondidas

O objetivo principal deste estudo é realizar um ensaio a partir de um

referencial teórico para observação e tratamento dos processos que afetam o

desempenho de uma instituição de ensino superior, mediante pesquisa bibliográfica

e proposição de um modelo que possa ser do interesse dos gestores dessas

entidades. Preocupou-se também em questionar o quanto uma organização, que

Page 24: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

9

contribui divulgando e ensinando processos de gestão empresarial, consegue

implantar essas técnicas administrativas ao seu próprio gerenciamento.

Os objetivos específicos procuram responder como a Mensuração do

Desempenho de Processos pode contribuir para:

a) a identificação de insumos susceptíveis a análise de valor para a

conseqüente eliminação de desperdícios;

b) a gestão estratégica de custos melhorar o desempenho das instituições

de ensino superior, com a aplicação de conceitos de Custeio por

Contribuição, sem qualquer alocação e ou rateio;

c) a formulação de indicadores para alguns processos do sistema de

apoio acadêmico; e

d) a análise de alguns indicadores de mensuração de desempenho,

formulados para os processos escolhidos, demonstrando potencial

para eliminação de desperdícios e melhoria contínua.

1.6 – Estrutura do Trabalho

Com o propósito de atender aos seus objetivos, este trabalho divide-se em 5

capítulos, além do Glossário de Termos, das Referências Bibliográficas e dos

Anexos.

O capítulo 1 apresenta os objetivos da pesquisa, descrevendo a importância

do problema, a metodologia a ser utilizada, deixando claro o que se pretende

alcançar no desenvolvimento deste estudo.

O capítulo 2 aborda o histórico, a estrutura e a gestão das instituições de

ensino superior.

O capítulo 3 apresenta o referencial teórico em que se fundamentam a

Contabilidade Gerencial, a Gestão por Processos e a Gestão de Desempenhos. O

entendimento deste capítulo é básico para o enquadramento do leitor na abordagem

e fundamentação teórica deste trabalho.

O capítulo 4 demonstra a Mensuração de Desempenho de Processos

aplicada a alguns processos de uma instituição de ensino superior, partindo de

indicadores físicos. Apresenta uma análise dos resultados obtidos, através do

modelo para planejamento e controle dos processos selecionados para estudo,

demonstrando potencial para eliminação de desperdícios e melhoria contínua.

Page 25: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

10

Conclui aplicando o conceito de Custeio por Contribuição, permitindo a classificação

dos cursos por ordem do valor absoluto de contribuição.

O capítulo 5 apresenta as conclusões e considerações finais ao estudo

proposto, indicando os caminhos para futuras investigações e estudos sobre

matérias similares ao que foi desenvolvido no presente trabalho.

Page 26: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

11

2 – INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR: Histórico, Estr utura e Gestão

A partir da segunda metade do século passado, o ensino superior sofreu

muitas transformações quanto ao seu tamanho, seu público-alvo e principalmente

quanto à conceituação e/ou valorização que a sociedade tem dele.

O crescimento da demanda de menor poder aquisitivo, que almeja possuir um

curso superior, provocou mudanças significativas na forma como era estruturada e

oferecida esta modalidade de ensino no Brasil.

Antes, os membros de uma elite dividiam sua vida em duas: eram estudantes

primeiro e, depois, começavam a preocupar-se em estagiar e ingressar formalmente

no mercado de trabalho. Agora, cada vez mais o ensino superior inclui alunos que já

trabalham e que estão conseguindo encaixar o estudo nas poucas horas

disponíveis.

De um ensino muito restrito, acessível a poucos, e sem grande

transcendência na vida nacional, entramos numa fase de um ensino massivo,

extremamente valorizado pela sociedade, de forma individual como meio de

ascensão profissional e no coletivo, como parte condicionante e fundamental no

desenvolvimento do País.

Passada essa fase de auge, vivemos hoje uma fase de intensa concorrência

entre as instituições de ensino superior privadas. O desafio que se apresenta

consiste na subsistência financeira dessas instituições, seriamente comprometida

pela manutenção dos preços praticados.

Enquanto algumas instituições continuam a expandir seus campi e unidades,

demonstrando plena capacidade econômica para tal, outras, ao contrário, enfrentam

problemas decorrentes de gestões obsoletas, que comprometem a saúde financeira.

Nos últimos sete anos, o número de alunos cresceu 152% na rede privada e

55% nas instituições públicas (INEP/MEC). As escolas superiores cresceram muito

rapidamente, sem estarem preparadas, e as alterações foram muito mais

complexas. Algumas ainda não atentaram para a necessidade de uma gestão

efetivamente profissional. Grande parte, pela sua origem familiar, tem grande

carência de planejamento, conseqüentemente de transparência, porque não

dispõem de controles internos e ferramentas adequadas para uma gestão

estratégica.

Page 27: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

12

A nova conjuntura demanda que os acadêmicos tenham também a visão de

negócio – sem resultados, não se sobrevive, em qualquer esfera de atuação.

2.1 – Histórico do Ensino Superior

No Brasil, o ensino superior não experimentou grandes mudanças até a

década de 60. Nessa época, o ensino superior era uma cópia da universidade elitista

européia: poucos alunos, todos jovens do sexo masculino, de origem aristocrática ou

burguesa. Tudo girava em torno de três cursos nobres: medicina, direito e

engenharia. O produto dessa escola era muito homogêneo e constituía a “elite dos

bacharéis”, cujo papel era servir de sustentáculo para a elite política (BRAGA: 1989).

O sistema de ensino superior compreendia um número restrito de instituições,

dedicadas exclusivamente ao ensino. Como atendiam uma parcela muito pequena

da população, o custo destes estabelecimentos era muito reduzido em relação ao

orçamento da nação, restringindo-se apenas ao pagamento de uns poucos

professores e à manutenção dos edifícios e das bibliotecas (DURHAM: 1993).

A partir da década de 60 e nos anos 70, aconteceu uma série de mudanças

que tornaram o ensino mais democrático, mais massivo. A industrialização, assim

como o processo de urbanização ocorrido, e as mudanças nos regimes políticos,

aumentaram a demanda por vagas no ensino superior. A população feminina e

setores menos “abastados” da sociedade foram incluídos no processo, tornando o

ensino superior público muito mais caro de manter (SCHWARTWMAN: 1993).

A educação passou a ser visualizada como instrumento de qualificação dos

recursos humanos necessários para o desenvolvimento econômico e como

instrumento para melhorar a distribuição da renda. O debate sobre a contribuição da

educação ia além do crescimento econômico, associando-se à questão da

distribuição da renda. Acreditava-se que a escassez de mão-de-obra qualificada era

um dos determinantes da deterioração na distribuição de renda (BRAGA: 1987).

Assim, a expansão do ensino superior aconteceu fundamentalmente através

do número de matrículas, com o crescimento das instituições.

O Gráfico 1 apresenta a evolução das matrículas desde 1935 a 2004. Nela

podemos observar que as matriculas cresceram muito pouco durante a primeira

metade do século passado, passando de aproximadamente 34 mil na década de 30,

a 93 mil no início da década de 60. Nessa década, começa o crescimento que se

Page 28: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

13

acentua nos anos 70, praticamente quadruplicando-se o número de matriculas no

ensino superior.

Gráfico 1 – Evolução do número de matrículas, 1935- 2004

Fonte: ABMES – Associação Brasileira de Mantenedores de Instituição de Ensino Superior

Na década de 80, a taxa de crescimento apresentou uma queda significativa,

voltando a crescer expressivamente nos últimos 14 anos, quando atingiu o patamar

de 170%, ou seja, 35% a mais do que o dobro das matriculas registradas no início

dos anos 90.

O número de alunos tem crescido de forma vigorosa, principalmente na rede

privada de ensino. Cabe ressaltar que apenas 9% da população brasileira entre 18 e

24 anos estão matriculados no ensino superior, enquanto em paises como Bolívia e

Chile esse índice supera 20%, existindo portanto uma expectativa de crescimento

acentuado para os próximos anos.

O Censo da Educação Superior é realizado anualmente pelo Instituto

Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP/MEC) com o

objetivo de oferecer aos gestores das instituições de ensino superior, aos dirigentes

das políticas educacionais e à sociedade em geral uma visão da situação da

educação superior brasileira e das tendências do setor. Por ser uma atividade anual,

1935 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2004

1.540,1

3.000

34,2 27,7

49,0 50

Expresso em milhares de matrículas

93,3

425,5

1.377,3

4.163,7

4.000

2.694,2

100

500

3.500

1.000

1.500

2.500

2.000

Page 29: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

14

os dados permitem a construção de séries históricas, algumas apresentadas a

seguir e outras informações, mais detalhadas, encontram-se na sinopse do Censo,

disponíveis no sítio do INEP (www.inep.gov.br).

As instituições de ensino superior têm 4,2 milhões de estudantes em cursos

de graduação, segundo dados de 2004, tendo apresentado a seguinte evolução nos

últimos sete anos:

Tabela 1 – Evolução do Número de Matrículas no Ensi no Superior, 1997 – 2004 ∆% ANO PÚBLICA (%) PRIVADA (%) TOTAL

PARCIAL ACUMULADA

1997 759.182 39,0 1.186.433 61,0 1.945.615 - - 1998 804.729 37,9 1.321.229 62,1 2.125.958 9,3 9,3 1999 832.022 35,1 1.537.923 64,9 2.369.945 11,5 21,8 2000 887.026 32,9 1.807.219 67,1 2.694.245 13,7 38,5 2001 939.225 31,0 2.091.529 69,0 3.030.754 12,5 55,8 2002 1.051.655 30,2 2.428.258 69,8 3.479.913 14,8 78,9 2003 1.136.370 29,2 2.750.652 70,8 3.887.022 11,7 99,8 2004 1.178.328 28,3 2.985.405 71,7 4.163.733 7,1 114,0

2004/1997 55,2% 151,6% 114,0% Média 11,5% Fonte: Sinopse Estatística 2004 – INEP/MEC

Importante destacar que do conjunto de 2.013 instituições de ensino superior,

1.789, ou seja, 88,9% são privadas. Este percentual, segundo dados do Word

Education Indicators, coloca o sistema de educação superior brasileiro entre os mais

privatizados do mundo, atrás apenas de alguns poucos países (INEP/MEC). A

Tabela 2 apresenta a evolução registrada nos últimos sete anos.

Tabela 2 – Evolução do Número de IES, 1997 – 2004

∆% ANO PÚBLICA (%) PRIVADA (%) TOTAL PARCIAL ACUMULADA

1997 211 23,4 689 76,6 900 - - 1998 209 21,5 764 78,5 973 8,1 8,1 1999 192 17,5 905 82,5 1.097 12,7 21,9 2000 176 14,9 1.004 85,1 1.180 7,6 31,1 2001 183 13,2 1.208 86,8 1.391 17,9 54,6 2002 195 11,9 1.442 88,1 1.637 17,7 81,9 2003 207 11,1 1.652 88,9 1.859 13,6 106,6 2004 224 11,1 1.789 88,9 2.013 8,3 123,7

2004/1997 6,2% 159,7% 123,7% Média 12,2% Fonte: Sinopse Estatística 2004 – INEP/MEC

Atualmente, metade das matriculas concentra-se na Região Sudeste, onde se

localizam 1.001 instituições de ensino superior, das quais 911 (91,0%) são

Page 30: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

15

particulares. Os cursos noturnos oferecidos pelas instituições privadas foram os que

mais impulsionaram o aumento nas matrículas no ensino superior.

Gráfico 2 – Matrículas em Cursos de Graduaçã o, por Região

Sudeste

Sul

Nordeste

Centro-Oeste

2.055.200

793.298

680.029

384.530

Fonte: Sinopse Estatística 2004 – INEP/MEC

O Censo de 2004 revela também que 49,7% das instituições de ensino

superior encontram-se na Região Sudeste, das quais metade localiza-se no Estado

de São Paulo.

Gráfico 3 – Instituições de Ensino Superior , por Região

Sudeste 1.001

Sul

Nordeste

Centro-Oeste

335

215

344

Fonte: Sinopse Estatística 2004 – INEP/MEC

A Tabela 3, a seguir, mostra os números das matrículas na graduação por

turno. Os dados revelam marcantes contradições: (i) o ensino superior, que é

majoritariamente noturno, é também essencialmente privado e pago, e (ii) nas

instituições públicas, o maior número de matrículas ocorre no turno diurno.

Tabela 3 – Número de Matrículas por Tu rno, 2004

TURNO PÚBLICO PRIVADO TOTAL Diurno 753.034 956.351 1.709.385 Noturno 425.294 2.029.054 2.454.348 TOTAL 1.178.328 2.985.405 4.163.733

Fonte: Sinopse Estatística 2004 – INEP/MEC

Segundo o Ministério da Educação (MEC), é possível projetar o crescimento

para os próximos anos, tomando por base o crescimento inercial médio verificado

Page 31: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

16

nos últimos anos. Assim sendo, deverá haver uma elevação de 9% a.a. até 2010,

subindo dos 4,2 milhões de estudantes matriculados em 2004 para 7,0 milhões. Isto

mostra que o Brasil possui grande potencial de crescimento nesta área.

Na sociedade do conhecimento, o ensinar e o aprender abrirão uma fronteira

de negócios de dimensões inimagináveis. O conhecimento tornou-se o principal

recurso exigido pelas organizações e o único marcado pela escassez. E, como ele

se torna rapidamente obsoleto, os trabalhadores que o utilizam precisam retornar

regularmente à escola. Segundo matéria de capa publicada na Revista Exame, em

Abril de 2002, “A educação já movimenta 90 bilhões de reais por ano no Brasil.”

“Existe uma enorme demanda por serviços privados de educação em paises

em desenvolvimento como o Brasil”, disse a Exame Guy Ellena, diretor do

departamento de saúde e educação do International Finance Corporation, braço de

investimentos do Banco Mundial.

Para Ellena, os países latino-americanos, dentre eles o Brasil, mostram-se

altamente promissores no que se refere aos negócios da educação, e oferecem

excelentes oportunidades de investimentos, na medida em que:

• a capacidade de investimentos do poder público é limitada, e

• aumenta a percepção das famílias, principalmente as de classe média,

sobre o valor inestimável de uma boa formação.

Dados levantados por PESSOA (2003: 23) confirmam as assertivas de

ELLENA no que respeita ao crescimento deste setor:

• “O ensino médio registrou 8,4 milhões de matrículas em 2001. Em 2000, esse número se aproximava de 2 milhões. Há sete anos, pouco mais de 900.000 alunos se formavam no colegial”.

• “Em 1965, havia 634 instituições de ensino superior privadas. Desde então, até junho de 2002, foram criadas exatas 1.003 novas faculdades. O número de cursos pulou de 3.500 em 1995 para mais de 14.000 em 2002. Havia mais 2,4 milhões de alunos matriculados nas faculdades privadas em 2002, 1 milhão a mais que em 1985. No início dos anos 60, o sistema universitário brasileiro oferecia apenas 100.000 vagas, e só uma minoria de abastados podia exibir o diploma de curso superior.”

Peter Drucker, citado por PESSOA (2003: 24) afirmou: “Dar seqüência à

formação de adultos será uma grande área de crescimento na sociedade do futuro.

Essa formação não será oferecida apenas pelas instituições tradicionais, que pela

pressão da demanda ou por questões geográficas podem se tornar

insuficientemente acessíveis. Ela acontecerá também por meios alternativos – de

cursos “on line” a seminários de fim de semana – e nos mais variados lugares

Page 32: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

17

– na sala de aula da universidade, no trabalho, em casa . A educação

representará um dos segmentos de maior crescimento nas próximas décadas,

comparável somente ao setor de saúde.”.

É exatamente na educação superior que o ensino particular está crescendo.

No fundamental e no médio, é o setor público que ganha espaço. O governo

Fernando Henrique optou por concentrar seus esforços na educação básica,

deixando a superior para a iniciativa privada, afirma Efrem Maranhão, ex-presidente

do Conselho Federal de Educação. Dos 2,7 milhões de alunos de graduação

universitária em 2000, 67% estavam em escolas particulares. Este movimento está

atraindo investidores profissionais, o que tornará o setor mais competitivo ainda.

A participação da educação no Brasil é superior a outros setores da economia

(em % do PIB) – em 2000, conforme Gráfico 4:

Gráfico 4 – Participação do setor de educação (em % do PIB)

Educação

Telecomunicações

Energia

Petroleo

0% 3% 6% 9%

Fonte: Ideal Invest

A evolução do faturamento do setor privado no ensino superior, em bilhões de

reais, é apresentada no Gráfico 5:

Gráfico 5 – Evolução do faturamento do setor p rivado

Fonte: Ideal Invest

14,1 14,2 14,313,0

11,5 10,2

8,8

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005*

R$ 2,0

R$ 4,0

R$ 6,0

R$ 8,0

R$ 14,0

R$ 10,0

R$ 12,0

R$ 16,0

Page 33: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

18

2.2 – Gestão de Instituições de Ensino Superior

O ensino superior vem, nos últimos anos, sendo exposto a novos desafios

derivados de mudanças significativas ocorridas no setor. Até o início da década

passada, as instituições de ensino superior estavam habituadas a atuar em um

ambiente bem mais “confortável” e “estável” do que o atual: a taxa de crescimento

de matrículas era menor, o clima competitivo entre as instituições era bem menos

hostil, o número de players no mercado e seu porte eram igualmente menores e

seus modelos de operação eram mais convencionais.

Muita coisa mudou desde então. A partir de uma percepção governamental de

que a universidade pública não conseguiria suprir a enorme demanda reprimida por

educação superior no país, uma postura mais aberta foi assumida. Como reflexo

direto, surgiram instituições com modelos de operação desafiadores ao status quo

dominante, pautando sua atuação pela alta escala em termos de matrículas,

mensalidades conscientemente mais baratas e multiplicação no número de campi e

unidades.

Este cenário de transformação está gerando um nível de competitividade

entre as instituições de ensino superior muito mais complexo do que até então se

verificava. Esta nova realidade vem impondo uma nova dinâmica de gestão para as

instituições de ensino superior, que para manterem-se competitivas e oferecer

conteúdos acadêmicos de qualidade vêm buscando a implantação de ferramentas

de gestão cada vez mais sofisticadas.

Setores em transformação, crises econômicas, globalização, aumento da

competitividade, não são variáveis novas para as empresas no mundo. Elas têm que

conviver com esta realidade e criar mecanismos de defesa de sua competitividade

individual e até mesmo do setor como um todo. Um dos mecanismos que tem se

constituído em uma das mais importantes armas das organizações para manterem-

se competitivas e oferecerem soluções cada vez mais completas para seus clientes

é o desenvolvimento de uma estratégia de preços estruturada a partir de uma base

completa de informações.

O desempenho e o valor associado ao serviço que uma instituição de ensino

superior oferece a seus alunos (clientes) é difícil de ser mensurado de forma

consistente e tangível como acontece na aquisição de um objeto. Quando se compra

uma mercadoria, adquire-se a propriedade e o uso dela.

Page 34: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

19

A educação é um negócio e, como tal, deve ser gerenciada como um

empreendimento do mundo corporativo, com base na busca de resultados, tanto

acadêmico quanto financeiro.

Segundo ALVA (2004), presidente do Grupo Apollo International, a missão

principal de uma instituição de ensino superior é buscar o aumento da produtividade

dos estudantes, visando ampliar suas chances de colocação no mercado de trabalho

(Revista Ensino Superior: p.22, Edição 68, Ano 6, Maio de 2004). Para isso, as

instituições precisam: (1) manter projetos pedagógicos modernos para os cursos

oferecidos, (2) tratar as atividades de pesquisa com objetivos definidos, e (3)

empreender sistema de avaliação de cursos e de alunos compatível com as

exigências legais.

Outra iniciativa fundamental consiste em modernas ferramentas de gestão,

com vistas à eliminação de desperdício e melhoria continua, através da

racionalização dos processos. Neste sentido, o objetivo é criar uma estrutura de

controle administrativo e financeiro informatizado e integrado, para que se possa ter

uma visão completa do negócio em tempo real.

Pesquisa realizada por Lobo & Associados, entre setembro e outubro de

2003, sobre Gestão Administrativo-Financeira das Instituições de Ensino Superior

Privadas, constatou, entre outras análises, o seguinte:

“O que existe hoje, na grande maioria das IES, como norteador de decisões, é um espelho mensal de movimento de entrada e saída de recursos ... .”

“O plano de contas é, na verdade, quase um instrumento que se restringe à apresentação de uma classificação contábil, insuficiente para ser considerado propriamente como um plano.”

“Não há tradição na elaboração de documentos que demonstrem a existência de análise de indicadores tradicionais e sinais de alerta.”

“A existência de um sistema de custos bem estruturado e bem administrado é condição necessária à maximização da viabilidade da IES. Uma boa avaliação financeira exige que os custos das diferentes atividades e seus programas sejam bem definidos.”

“Por isso, pode-se avaliar o desempenho de cada área de forma equivocada e ter dificuldade para tomar decisões que possibilitem a correção para redução das discrepâncias.”

A questão da racionalização dos processos administrativos internos surge

como imperativo para redução dos desperdícios e ineficiências, como forma de

liberar recursos financeiros para as atividades fins.

A análise desta pesquisa permite a afirmação de que várias instituições de

ensino superior necessitam de uma reavaliação de sua organização, métodos

Page 35: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

20

administrativos e de controle para continuar no mercado atendendo seus clientes,

crescendo e garantindo sua perenidade.

Conclui ainda que:

“Até hoje, a condução dos rumos administrativos de muitas IES foi centrada na transferência de responsabilidade por políticas, estratégias e resultados às suas Administrações Superiores ou às suas Mantenedoras.”

“Ao agir dessa maneira, os administradores deixaram de realizar as funções de planejamento , organização, direção e controle , tarefas próprias de seus cargos”. (grifo do autor)

2.2.1 – Estratégia da Atividade

Os serviços, de um modo geral, se diferenciam das mercadorias pelos

atributos de: busca, experiência e credibilidade. Aquilo que pode ser avaliado antes

da compra e do uso tem atributos de busca; o que só pode ser avaliado depois de

usado tem atributos de experiência; e o que não pode ser avaliado nem depois de

usado, tem atributos de credibilidade. Em geral, as mercadorias costumam possuir

mais atributos de busca, enquanto os serviços contam com mais atributos de

credibilidade (BERRY & YADAV, 1997: 126).

Os cursos universitários, sem dúvida, podem enquadrar-se na qualidade de

serviços. Os alunos, através de um curso superior, buscam acesso a um bom

emprego, ou um desempenho satisfatório nas funções que estão exercendo, ou

mesmo, a capacidade de transformar ou inovar. Para atestar que o serviço oferecido

conduzirá a esses benefícios levará tempo e ele deverá decidir pela “compra” de um

curso, a partir, principalmente, de atributos de credibilidade e experiência.

A partir desta constatação, a chave para a formação do preço de um curso é

o estabelecimento de uma ligação clara entre o preço pago pelo aluno (cliente) e o

que ele receberá em troca. As estratégias de fixação de preços de cursos

universitários, muitas vezes, se perdem por falta de uma associação objetiva entre

esses dois elementos. Esta situação faz com que boa parte da demanda defina sua

escolha pelas variáveis mais pobres, ou seja, qual a instituição de ensino superior

que oferece o curso mais barato, ou aquela que está mais próxima de sua

residência. Com isso, o resultado é uma mudança no vetor que deveria orientar a

competição entre as instituições de ensino, ou seja, a qualidade acadêmica.

Não há serviço ou produto sem custo, e o custo pode ser levantado sob dois

aspectos: o tangível , de caráter financeiro e aferido de forma mais ou menos precisa

Page 36: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

21

de acordo com a ferramenta gerencial utilizada pela instituição de ensino, e o

intangível , de caráter não-financeiro, como por exemplo: o tempo investido ou a

confiança depositada pelo aluno.

Tendo em vista estas duas naturezas de custo distintas e de mensuração

diversa, as instituições de ensino superior que pretendem diferenciar-se no mercado

e estabelecer preços justos que possibilitem oferecer ensino de qualidade e, ao

mesmo tempo, obterem um resultado financeiro suficiente para novos investimentos

e não-financeiro que as diferenciem das demais, têm como pressuposto que terão

de explicitar de forma clara e convincente os benefícios que seus alunos estão

usufruindo. Porém, antes de expressar tais benefícios, as instituições de ensino

precisam entender o que seus mercados-alvo consideram benefícios.

As estratégias na fixação de preço devem, em última análise, explicitar o

entendimento quanto ao real benefício que seu mercado-alvo está buscando. Desta

forma, ao definir os preços dos cursos a serem oferecidos ao mercado, as

instituições de ensino superior particulares devem optar por estratégias que estejam

integradas por três aspectos fundamentais da gestão de uma instituição moderna:

satisfação , relacionamento e eficiência , de acordo com a sugestão de BERRY &

YADAV (1997: 129).

Estratégia 1: Satisfação

BERRY & YADAV (1997: 129) destacam que:

“O objetivo de uma estratégia de preços baseada na satisfação é diminuir a

incerteza dos clientes. As empresas podem fazer isso de várias maneiras,

recorrendo à garantia de serviços, preços determinados por benefícios, ou

preços fixos.”

Para as instituições de ensino superior brasileiras, oferecer cursos a partir de

estratégias de preços fixos, variando apenas em relação à inflação, tem sido uma

prática comum. Porém, o desafio está na garantia da satisfação dos alunos quanto

aos resultados obtidos a partir do exercício das atividades acadêmicas. Esta garantia

desafia as instituições de ensino superior a desenvolverem estratégias acadêmicas e

de serviços associados que realmente venham a garantir o sucesso esperado por

seus alunos. Como foi dito anteriormente, é fundamental que se entenda

Page 37: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

22

profundamente as expectativas de seus alunos, pois o sucesso no atendimento

dessas expectativas pode demandar uma qualidade acadêmica que lhe possibilite

ter acesso a bons empregos e conseqüentemente, a uma carreira profissional ou

acadêmica brilhante, ou por outro lado, simplesmente ter acesso a um diploma de

nível superior.

Diferentes expectativas demandam diferentes propostas estratégicas e

pedagógicas. É fundamental que as instituições de ensino superior tenham isto em

mente que ajustem suas propostas às expectativas de seu mercado-alvo. Neste

sentido, a formação de preço deverá refletir este posicionamento com sucesso.

O que se observa é que as instituições de ensino superior ajustam seus

preços segundo o mercado que, por sua vez, não demonstra maturidade para

praticar tarifas que reflitam posicionamentos estratégicos estruturados. Isto vem

criando uma situação de grande perigo para o setor, pois gera uma concorrência de

preços predatórios, resultando em grande dificuldade financeira para as instituições

de ensino, atingindo diretamente a qualidade acadêmica dos cursos,

impossibilitando o investimento em modernização dos laboratórios e das tecnologias,

assim como no aprimoramento e na melhoria das condições do seu corpo docente.

Estratégia 2: Relacionamento

Investir no relacionamento com os aluno e, sem dúvida, uma estratégia de

sucesso, pois possibilita através de uma maior proximidade com seu cliente

entender suas demandas e conseqüentemente estar constantemente buscando

atendê-las de forma direta. Isto cria no aluno uma sensação positiva de que a

instituição de ensino está procurando entendê-lo e atendê-lo.

Relacionar-se com milhares de alunos de forma quase que individual é um

desafio sem dúvida de difícil implantação. Porém, esta dificuldade inicial não deve

ser considerada intransponível, dada sua importância para as instituições de ensino.

Infelizmente, as instituições de ensino superior ainda não perceberam que

estratégias de relacionamento com seus alunos, é, sem dúvida, um dos caminhos de

diferenciação e de conquista de uma vantagem competitiva importante, tanto para

fidelizar seus alunos atuais, como na prospecção mais eficiente e econômica de

novos alunos.

Page 38: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

23

Atualmente, as despesas com marketing geradas nas instituições de ensino

superior estão variando entre 5 e 10% do total dos custos diretos e indiretos.

Algumas instituições chegam a gastar cerca de R$3.000,00 por aluno em seu

processo de captação, incluindo todo material institucional que é gasto nas

campanhas publicitárias.

Por outro lado, o índice de evasão gerado a partir do total de alunos que

trocam de instituição, ou simplesmente abandonam o curso é cada vez maior,

causando um prejuízo direto e uma grande frustração para ambas as partes.

A diminuição nos custos de captação e o declínio das taxas de evasão

permitem a geração de margens operacionais mais confortáveis.

Estratégia 3: Eficiência

Compreender, gerenciar e reduzir custos são peças essenciais de uma

política de preços eficiente, sendo que alguns ou todos os ganhos devem ser

repassados para os alunos na forma de novos serviços, melhoria da infra-estrutura

de ensino ou mesmo na diminuição consciente das mensalidades. Isto gera um

aumento na percepção de valor pelo aluno. A redução de custos que resulta em um

serviço menos caro, porém insatisfatório, não obterá sucesso.

Ressaltando a importância do aprimoramento contínuo, da-SILVA (1993: 39)

ensina que: “Não há hipótese de compensação de qualidade (menor) por custo

(menor).”.

Compreender custos é particularmente difícil para as instituições de ensino

superior. Os procedimentos tradicionais da contabilidade de custos foram projetados

para monitorá-los quando estão associados ao consumo de matérias-primas, custos

do serviço direto e dos gastos indiretos de fabricação, voltados para o processo de

transformação da matéria-prima em produto acabado.

Para utilização em instituições de ensino superior, tais procedimentos são

inadequados, porque o produto final é uma composição de desempenhos. O sistema

de custo apropriado deve ser de fácil implantação e interpretação.

A análise dos processos administrativos internos é o primeiro passo,

independente de fronteiras departamentais, para a identificação dos fatores que

levam a empresa a incorrer em custos. A partir desta premissa, é possível avaliar o

quanto as atividades que realmente agregam valor no desempenho do curso

Page 39: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

24

contribuem para a formação de seu custo, assim como os procedimentos

inadequados que não agregam valor estão pesando nos custos daquele mesmo

curso.

Segmentação do Ensino Superior

MIZNE (2003) classificou as instituições de ensino superior da seguinte

maneira:

“Podemos dividir o ensino superior em três grupos principais: (i) instituições

elitizadas, destinadas a formar a “elite intelectual” do país, (ii) instituições que

popularizam o ensino superior, que são justamente aquelas que atenderão

grande parte da demanda que está sendo criada ... e (iii) instituições de baixa

qualidade acadêmica, que formarão um grupo cada vez menor de pessoas.”

Segundo o especialista, o primeiro grupo está crescendo, aproveitando suas

fortes marcas para abrir novas unidades e novos cursos, ou para de alguma maneira

“franquear” sua capacidade de ensino. O terceiro grupo, composto por instituições,

com pouca preocupação acadêmica ou baixa capacidade administrativa, sempre

existirá, como existe em todos os setores.

A expansão do segundo grupo direciona-se na busca das melhores

localizações físicas e maior integração possível como os empregadores próximos de

cada uma de suas novas unidades. O desafio aqui consiste em multiplicar a

capacidade de ensino “agregando valor” aos alunos por um custo que caiba no bolso

de um aluno com renda cada vez menor.

Em resumo, o mercado do ensino privado convive com dois modelos: o

ensino de excelência, focado nas classes A e B, e o de escala, direcionado para as

classes C e D. O crescimento do segundo grupo tem sido muito rápido e tudo indica

que é por aí que a expansão deve continuar.

HADDAD (2003) considera que os dois modelos – de excelência e de escala

– são viáveis e que a participação do setor privado tende a crescer.

2.3 – Estrutura Organizacional

A Lei nº 9.394, de 20/12/96, também conhecida como Lei Darcy Ribeiro, que

estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, dedica o Capítulo IV à

Page 40: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

25

educação superior. Referido Capítulo foi regulamentado pelo Decreto nº 3.860, de

09/07/01, que dispõe sobre a organização do ensino superior, a avaliação de cursos

e instituições, e dá outras providências.

O Art. 45 da Lei de Diretrizes e Bases classifica as instituições de ensino

superior em duas categorias:

“Art. 45. A educação superior será ministrada em instituições de ensino superior, públicas ou privadas, com variados graus de abrangência ou especialização.”

O Decreto nº 3.860/01, em seu Art. 1º, ratifica essa classificação com a

seguinte redação:

“Art. 1º. As instituições de ensino superior classificam-se em:

I – públicas, quando criadas ou incorporadas, mantidas e administradas pelo Poder Público; e

II – privadas, quando mantidas e administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.”

As públicas são financiadas pela distribuição de verbas públicas e, por serem

gratuitas, apresentam alto índice de candidatos por vagas oferecidas. Já, a privadas

sobrevivem pela cobrança de mensalidades e absorvem os alunos excedentes das

escolas públicas. As pessoas jurídicas de direito privado poderão assumir qualquer

das categorias dispostas no Art. 20 da Lei de Diretrizes e Bases:

“Art.20 – As instituições privadas de ensino se enquadrarão nas seguintes categorias:

I – particulares em sentido estrito, assim entendidas as que são instituídas e mantidas por uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas de direito privado que não apresentem as características dos incisos abaixo:

II – comunitárias, assim entendidas as que são instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas, inclusive cooperativas de professores e alunos que incluam na sua entidade mantenedora representantes da comunidade;

III – confessionais, assim entendidas as que são instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas que atendam à orientação confessional e ideologia específicas e ao disposto no inciso anterior;

IV – filantrópicas, na forma da lei.”

As instituições de ensino superior, de acordo com o Art. 7º do Decreto nº

3.860/01, são ainda classificadas em (i) universidades, (ii) centros universitários, e

(iii) faculdades integradas, faculdades, institutos superiores ou escolas superiores.

Page 41: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

26

As universidades caracterizam-se pela autonomia didática, administrativa e

financeira; por cumprirem o preceito constitucional da indissociabilidade, oferecem

ensino, pesquisa e extensão; podem abrir e fechar vagas e cursos.

Os centros universitários têm autonomia como as universidades; seu

compromisso é oferecer excelência de ensino, através de um corpo docente

qualificado; não precisam fazer pesquisa, podendo abrir e fechar vagas e cursos.

As faculdades integradas funcionam conforme um regimento geral, atuando

em diferentes áreas do conhecimento; oferecem ensino profissional e podem fazer

pesquisa e extensão; dependem do CNE – Conselho Nacional de Educação para

abertura de vagas e cursos.

Os institutos e as escolas superiores são entidades voltadas para uma área

do conhecimento; fazem ensino ou pesquisa e para crescer dependem de

autorização do CNE – Conselho Nacional de Educação – CNE.

Dentro desses grupos de instituições de direito privado, este trabalho está

direcionado para as instituições de ensino superior, classificadas como faculdades,

sem fins lucrativos, de acordo com o previsto no Art. 5º do Decreto nº 3.860/01.

A expressão sem fins lucrativos pode significar para alguns que estas

instituições não devem ter lucro e não necessitam de uma gerência altamente

qualificada. Ao contrário desta idéia, as instituições de ensino superior, sem fins

lucrativos, devem perseguir um superávit, que obrigatoriamente será reinvestido

dentro da própria instituição, visando o seu desenvolvimento e criação de novos

projetos.

2.3.1 – Gestores de uma instituição de ensino super ior

É considerado gestor em uma instituição de ensino superior, todo responsável

por uma área, seja ela acadêmica ou administrativa.

Esses gestores podem ser diretores da faculdade, coordenadores de cursos,

de órgãos de pesquisa ou demais áreas acadêmicas, coordenadores, chefes,

encarregados de áreas administrativas, sejam elas divisões, departamentos ou

setores.

Os gestores de uma instituição de ensino superior devem ser avaliados da

mesma forma que um gestor de qualquer outra empresa é avaliado. Sua avaliação

terá como base o resultado que gerou com os recursos que lhe foram confiados.

Page 42: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

27

Sobre avaliação de executivos de empresas sem fins lucrativos, DRUCKER

(1994: 79) ressalta: “Quer os executivos da empresa gostem ou não, o lucro

certamente será usado para medir o seu desempenho”.

Finalizando, o diretor de um curso ou faculdade deve não somente ater-se às

necessidades e problemas acadêmicos, mas também procurar que esta área sob

sua responsabilidade traga retorno econômico e financeiro para a instituição.

2.3.2 – A mantenedora

As instituições de ensino superior, sem fins lucrativos, são geridas por uma

instituição chamada Mantenedora.

Esta Mantenedora tem as mais variadas estruturas, e sempre é a responsável

pela administração organizacional, financeira, pessoal e econômica da instituição de

ensino superior.

Muitas vezes, os membros da Mantenedora possuem algum cargo dentro da

instituição mantida. As instituições mantenedoras são responsáveis pela:

a) aprovação de qualquer projeto novo enviado pela instituição mantida;

b) contabilidade, contratação de pessoal, bem como por todas as

necessidades legais, que forem registradas na entidade mantenedora;

c) contratação, promoção ou demissão de pessoas para cargos acadêmicos

e cargos da alta administração, bem como criação de áreas e novos

cargos;

d) aprovação do orçamento anual da instituição mantida;

e) delegação de nível de autonomia para a instituição mantida;

f) negociação com sindicatos, órgãos governamentais, etc.

A Mantenedora, enfim, é a principal responsável para a continuidade de uma

instituição de ensino superior e para que a mesma consiga atingir seus objetivos e

cumprir sua missão.

2.4 – Gestão Acadêmica

A instituição de ensino superior é uma organização prestadora de serviços,

voltados para a educação superior, com o objetivo de capacitar profissionalmente

pessoas para vencer novos desafios.

Page 43: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

28

Na visão de GARCIA (1978, 31), as instituições de ensino superior “devem

centralizar seus esforços na formação de recursos humanos de alto nível de

qualificação, capazes de contribuir diretamente na transformação das condições de

produção de bens ou serviços, assim como, na melhoria das condições existenciais

e sociais dos indivíduos”.

A Lei de Diretrizes e Bases, no seu artigo 43, determina que a educação

superior ministrada nas instituições de ensino superior tem por finalidade:

“I – estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo;

II – formar diplomados nas diferentes áreas do conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua;

III – incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive;

IV – promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e a comunicação do saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação;

V – suscitar o desejo de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração;

VI – estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade;

VII – promover a extensão, aberta a participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e de pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição.”

Portanto, a gestão acadêmica é a própria razão de ser de uma instituição de

ensino superior, desenvolvendo e administrando as seguintes atividades: (a) ensino;

(b) pesquisa e (c) extensão.

Ensino – Uma instituição de ensino superior é basicamente uma formadora

da força de trabalho, através da preparação de estudantes para as várias carreiras

profissionais, capacitando-os com conhecimentos, métodos e procedimentos

específicos. (VAHL, MEYER Jr., FINGER, 1989 : 59-69)

Representa o último degrau na escala de preparação sistemática, através do

ensino básico de terceiro grau, propiciado por instituição especializada, objetivando

fornecer conhecimentos e desenvolver habilidades.

Pesquisa – Se a instituição de ensino superior atende ao saber, a pesquisa é

o caminho natural do aprofundamento científico. É a oportunidade para que o aluno

desenvolva uma postura crítica perante a ciência. (ibidem, 70-94)

Page 44: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

29

Normalmente a pesquisa, é desenvolvida com base em recursos externos à

instituição e se destina diretamente aos pesquisadores ou, então, à instituição que

assume tais custos com recursos próprios, ou através de convênios até o

recebimento posterior.

Extensão – Conforme VAHL, MEYER Jr. e FINGER (1989: 208-217), a

extensão é um tipo de prestação de serviço que a instituição coloca à disposição da

comunidade.

É direcionada, normalmente ao aperfeiçoamento profissional ou científico.

Não tem característica rotineira nem carga horária definida. Pode ser realizada

através de cursos, palestras, seminários, e outros, abertos à população, ou cursos

fechados direcionados à clientela específica. A realização implica em cobrança aos

participantes.

2.4.1 – Apoio acadêmico

O sistema de apoio acadêmico vem a ser a estruturação orgânica de

atendimento, registro e informação de maneira a garantir aos estudantes,

professores e ao próprio pessoal de apoio, o pleno exercício de suas atividades.

(RIBEIRO, 1977: 49-61)

Este sistema estabelece o fluxo racional de procedimentos, obedecidos os

aspectos normativos impostos pelos órgãos superiores da administração acadêmica,

colegiados ou unitários, além das determinações legais.

Basicamente, este sistema gerencia a vida escolar do aluno e de tudo que lhe

diz respeito, desde o ingresso até sua saída da faculdade.

Não existe um modelo preestabelecido; a literatura disponível apresenta

proposições teóricas sempre decorrentes dos aspectos legais existentes e da

capacidade econômico-financeira da instituição. Assim, os instrumentos de apoio

acadêmico podem variar conforme a instituição, cabendo a cada uma delas

estabelecer os seus, de maneira clara e objetiva, pois as condições estruturais

podem ser muito diferenciadas.

De maneira geral, as atividades de apoio acadêmico como veremos adiante,

se concretizam através das seguintes funções: (FINGER, 1988: 81-86)

Page 45: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

30

a) Ingresso ou admissão do aluno (por processo seletivo ou transferência)

A função de ingresso é responsável pela seleção, recepção e entrada do aluno na instituição de ensino superior. A Lei nº 9.394/96, através do Inciso II do Art. 44, define que o acesso ao ensino superior deverá ser aberto aos candidatos que hajam concluído o ensino médio ou equivalente e tenham sido classificados em concurso vestibular até o limite de vagas fixados no edital. Este dispositivo foi regulamentado pelo Art. 15 do Decreto nº 3.860/01.

b) Matrículas

A matrícula universitária, mesmo sendo um ato legal, meramente burocrático, representa um compromisso de altíssima responsabilidade por parte das instituições, pois estará recebendo um elemento da sociedade que, após um período de enriquecimento intelectual, estará devolvendo-o à mesma sociedade. (RIBEIRO, 1977: 49-61)

c) Definição de currículos

O inciso II do Art. 53 da Lei nº 9.394/96 possibilita que as universidades brasileiras definam que cursos colocar à disposição da sociedade, que CURRÍCULOS deveriam sustentá-los e a forma como ministrar tais conhecimentos. O currículo é o caminho que o aluno deve percorrer para certificar-se.

d) Avaliação das atividades escolares

A aferição do rendimento acadêmico do aluno é a etapa final no processo de aprendizagem. É o momento onde se confronta o ensino ministrado e sua assimilação pelo aluno. (RIBEIRO, 1977: 49-61)

e) Integralização curricular

A integralização curricular vem a ser o tempo total no qual o aluno completa seu curso. A legislação disciplina que as instituições poderão aproveitar o “patrimônio curricular do aluno” em outros cursos para que este não perca o tempo de estudo já realizado. Este tópico é muito importante para os alunos transferidos de outras instituições.

f) Certificação

È o ato formal pelo qual o aluno recebe sua certificação pelo desempenho acadêmico e a universidade assume um papel cartorial concedendo através de um cerimonial próprio além de um documento, os direitos e obrigações assumidas pelo formando a partir deste momento perante a sociedade e com validade em todo o território nacional. (RIBEIRO, 1977: 49-61)

g) Ambientação universitária

Trata, em síntese, dos espaços acadêmicos, não só das salas de aula e laboratórios, mas também daqueles destinados a bibliotecas, hemerotecas, videotecas, recursos audiovisuais, salas de professores, lazer, praça de alimentação, esportes, etc.

Page 46: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

31

h) Secretaria Geral Acadêmica

A Secretaria Geral Acadêmica é uma unidade importante na efetivação prática da administração acadêmica, pois centraliza burocraticamente todo sistema de apoio acadêmico. O efetivo exercício das atividades de registro, controle, acompanhamento e certificação do aluno, torna esta unidade o elo de ligação entre o aluno, instituição e o mundo exterior, principalmente quando ao prestar informações sobre a vida escolar de um aluno, o documento emitido se reveste de todas as condições de fidedignidade pública. É uma atitude cartorial com todo amparo legal e de ampla validade no País. (RIBEIRO, 1977: 49-61)

O sistema de apoio acadêmico é responsável pela geração das informações

requeridas pela Área Financeira para o controle contábil, estatístico e financeiro da

atividade acadêmica, que se inicia com a emissão dos carnês para cobrança das

mensalidades escolares.

Outros serviços solicitados pelos alunos, tais como certificados referentes à

sua vida acadêmica, serão requeridos à Secretaria Geral, mediante formulários

próprios e pagamento das taxas devidas.

2.5 – Gestão Administrativa

A atividade econômica normalmente é uma atividade conjunta da

mantenedora com a instituição de ensino, pois os orçamentos elaborados pela

instituição passam pela aprovação e viabilização da mantenedora.

O planejamento universitário deve apresentar como definição que os

eventuais déficits de algumas unidades serão mantidos no âmbito da própria

instituição de ensino, através de compensações ou transferências de superávits de

outras unidades.

Este trabalho está direcionado para as instituições de ensino superior,

classificadas como faculdades integradas, sem fins lucrativos.

A expressão sem fins lucrativos não significa ausência de superávit, que deve

ser obrigatoriamente perseguido para reinvestimento dentro da própria instituição,

visando o seu desenvolvimento e criação de novos projetos. A expressão sem fins

lucrativos também não dispensa a necessidade de uma gerência altamente

qualificada. Compete à Mantenedora buscar frentes de financiamentos para cobrir

eventuais déficits acadêmicos, assim como orientar o destino dos superávits.

Page 47: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

32

A mantida poderá desenvolver, através de suas unidades de negócios,

algumas fontes próprias de recursos pela atuação em pesquisa, extensão, prestação

de serviços e assistência técnica.

“A gestão econômica desenvolvida pela mantenedora não se distancia do entendimento generalizado que se tem sobre o assunto, ou seja, deve respaldar-se em um sistema organizado, voltado para resultados, que permitam assegurar a continuidade da instituição” (RIBEIRO, 1977: 63).

A atividade financeira surge da necessidade de fundos, sua obtenção e a

aplicação desses recursos. A atividade financeira também tem a grande

preocupação de assegurar a continuidade da instituição.

A grande fonte de receita de uma instituição é a mensalidade cobrada dos

alunos, mas, em contrapartida, parcela significativa das receitas totais é absorvida

pela folha de pagamento, pois a instituição de ensino superior exerce suas

atividades com uso intensivo de serviço direto prestados pelas pessoas.

“À medida que uma instituição de ensino superior se preocupa com a melhoria da qualidade de ensino, desenvolvendo sistematicamente a pesquisa e extensão, mais recursos se tornam necessários e mais dificuldades na sua obtenção são encontrados, se não bastasse o custo elevado da atividade básica de ensino” (LINGUITTE, 1995: 65).

“A experiência em outros paises demonstra a necessidade das instituições de ensino superior se integrarem com a comunidade, principalmente industrial, visando a seu próprio aperfeiçoamento como também dos setores econômico-financeiros que a cercam” (MEYER Jr., 1991: 13-29).

2.5.1 – O conflito entre a Área Acadêmica e a Área Administrativa

Como vimos, existem nas instituições de ensino superior duas grandes áreas:

a acadêmica e a financeira. Essas duas áreas são de grande importância e

finalidade dentro da instituição, porém, não havendo uma definição clara das

funções e responsabilidades de cada uma, poderão entrar em rota de colisão.

A área acadêmica desenvolve a atividade fim da instituição, sendo a razão da

existência desta. A área financeira exerce uma atividade de apoio para consecução

dos objetivos da instituição.

Por mais que a finalidade de uma instituição de ensino superior seja

acadêmica, é necessário que a área financeira quantifique os projetos e busque os

recursos para financiá-los. A área financeira, como controladora dos recursos

financeiros da instituição, acaba controlando as atividades da área acadêmica.

Page 48: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

33

Nesta mesma linha, sobre as instituições sem fins lucrativos, BARBOSA et al

(1994:10) admite que: “Embora o processo mais importante da escola seja o

processo ensino-aprendizagem, ela e outras instituições da área de educação não

podem prescindir dos processos administrativos de apoio”.

Para LINGUITE (1995), um fator de conflito, é que os gestores da área

acadêmica são titulados, seu trabalho é demasiadamente complexo e por se

sentirem intelectualmente superiores, não aceitam sugestões, conselhos, controles

ou qualquer tipo de supervisão por parte da área financeira, que, na opinião deles,

só se interessa por números.

Sobre a importância de ambas as áreas, LINGUITTE (1995:59) descreve:

“Uma Instituição de Ensino Superior para atingir plenamente seus objetivos

institucionais necessita apoiar sua gestão em dois componentes básicos, em

torno dos quais girarão todas as suas atividades. Um deles trata da Gestão

Acadêmica e outro, da Gestão Administrativa.”

A complementaridade das duas áreas se resume no seguinte: de que

adiantaria ter bons professores, cursos e currículos bem montados, se faltasse

materiais, insumos, pagamento dos salários e recebimento das receitas. Assim como

de nada adiantaria ter uma perfeita organização administrativa se não houvesse

bons professores, cursos bem definidos e organizados pedagogia e

academicamente.

As instituições de ensino superior, como todas as empresas, estão

convergindo para melhor desenvolvimento de sua produtividade, de seu ambiente

organizacional, de seu faturamento e satisfação dos que nela trabalham, deverão

procurar delegar mais autoridade e autonomia aos seus gestores e envolvê-los em

todos os ideais da instituição.

2.5.2 – Sistemas de Informações

A grande diversificação dos negócios, as inúmeras tarefas nas mais distintas

áreas da organização, incluindo o distanciamento físico entre elas e a terceirização,

tem exigido o desenvolvimento de um novo processo de informações, também

conhecido como tecnologia da informação, com vistas ao aprimoramento dos

Page 49: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

34

processos produtivos, coordenação de tarefas e tomada de decisões.

(FIGUEIREDO, CAGGIANO, 1992: 30-32)

A tecnologia da informação não deve ser analisada apenas sob o enfoque da

automação, mas sim, e sobretudo, como um processo em constante evolução que

deve auxiliar na melhoria da operacionalização das atividades chaves, no

estabelecimento de menor tempo de resposta, redução de custos e equilíbrio na

utilização dos recursos da instituição. (OSTRENGA, 1992: 17-31)

A informação deve ser vista como algo dinâmico que, após sua geração, é

dirigida a um gestor, atravessando um processo que culmina, normalmente, com a

tomada de decisão e que, dependendo da sua natureza, pode ser vital para a

instituição.

Neste caso, segundo NAKAGAWA (1993: 13-18), a informação passa a ser

utilizada na dimensão gerencial.

Por se tratar de mais um recurso, como foi dito, a informação gerencial deve

conter alguns atributos intrínsecos que valorizam sua implementação e uso que na

visão de HAMPTON (1992: 421-466) são os seguintes:

1) O custo de geração da informação deve ser menor do que o benefício que irá proporcionar. O mesmo raciocínio deve ser feito relativamente à maior precisão da informação.

2) A informação deve ser integrada, útil e deve influenciar decisões. Se a decisão foi tomada sem o uso e análise da informação que lhe serviria de base, ela se torna inoportuna e inútil.;

3) A informação deve estar à disposição no momento da tomada da decisão. A periodicidade pré-definida para informações rotineiras condiciona o gestor a programar suas atividades após ter em mãos todos os dados necessários.

4) A informação deve ser destinada ao gestor que tomará decisões ou corrigirá distorções.

Esta análise revela alguns aspectos importantes do sistema de informações

gerenciais, nos seus aspectos conceituais e abrangentes, mas é claro que cada

empresa deverá estabelecer o seu sistema adaptando às suas peculiaridades

rotineiras e às situações particulares ou essenciais. (NAKAGAWA, 1991: 79-85)

Nas instituições de ensino superior, as duas linhas básicas que sustentam o

sistema de informações são aquelas voltadas ao acadêmico e aquelas puramente

de ordem administrativa. As instituições de ensino superior têm em comum a

finalidade, porém, cabe ressaltar que, devido à alta complexidade de suas áreas,

Page 50: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

35

dificilmente uma estrutura organizacional será padronizada, ou melhor, igual em

todas as instituições de ensino superior.

A Figura 3 apresenta a estrutura organizacional sugerida pelo autor para uma

instituição de ensino superior, classificada como escola superior, de acordo com o

Art. 7º do Decreto nº 3.860/01, partindo de uma nítida divisão entre a Gestão

Administrativa e a Acadêmica, com destaque para as atividades de apoio da

Mantenedora e atividades fins da Mantida.

Figura 3 – Estrutura Organizacional sugerida para u ma IES

ATIVIDADES DA GESTÃOMANTENEDORA ADMINISTRATIVA

R.HUM ANOS PROGAGANDA

SUPRIM ENTOS CONTROLADORIA TESOURARIA PUBLICIDADE

PATRIM ONIO REPRESENTAÇÃO

Contabilidade Contas a pagarCustos Contas a receber

Informações gerenciais Captação e aplicação

Orçamento global Orçamento de caixa

ATIVIDADES DA GESTÃOMANTIDA (IES) ACADÊMICA

SISTEMA DE APOIO ACADÊMICO

FUNÇÃO

FINANCEIRA

EXTENSÃOENSINO PESQUISA

OPERACIONAIS MARKETING

AVALIAÇÃOPlanejamento

Financeiro

MATRÍCULA

SECRETARIA

GERAL ACADÊM ICACERTIFICAÇÃO

INTEGRALIZAÇÃO

CURRICULAR

DEFINIÇÃO CURRICULAR

INGRESSO

O sistema de apoio acadêmico vem a ser a estruturação orgânica de

atendimento, registro e informação de maneira a garantir aos estudantes,

professores e ao próprio pessoal de apoio, o pleno exercício de suas atividades.

(RIBEIRO, 1977: 49-61)

Page 51: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

36

3 – REFERENCIAL TEÓRICO

O objetivo deste capítulo é apresentar e discutir os conceitos e contribuições

acadêmicas que nortearam estudos recentes nas áreas de interesse deste trabalho

e serão utilizados como suporte conceitual para solução do problema enunciado na

presente pesquisa.

Com este propósito serão discutidos os conceitos fundamentais que se

seguem:

• Contabilidade Gerencial com Enfoque Estratégico

• Gestão por Processos

• Mensuração de Desempenho

3.1 – Contabilidade Gerencial com Enfoque Estratégi co

A contabilidade gerencial tem sido praticada levando-se em conta o resultado

da confrontação entre custos e receitas, sob a perspectiva das operações internas

do empreendimento. Atualmente, percebe-se a necessidade, para muitas empresas,

de ampliar a visão proporcionada pela informação contábil para uma perspectiva de

natureza estratégica, considerando os dados sobre os competidores e o ambiente

externo.

Ainda que não seja um conceito novo para os países que têm como tradição a

gestão financeira, tais como Alemanha, França e Estados Unidos, segundo SHANK

(1997: 40), a contabilidade com enfoque estratégico constitui um desafio para países

como o Brasil, Argentina e Espanha, no sentido de incorporar os aspectos

financeiros como “parte valiosa da estrutura de gestão da empresa”.

A área de estudos sobre Gestão Estratégica de Custos, iniciada a partir dos

conceitos do Cost Management System (CMS), de acordo com NAKAGAWA (1991:

31), nasceu da necessidade de se “desenvolver uma forma de integração conceitual

e sistêmica entre os processos de controle gerencial e de gestão de manufatura”, em

face de um ambiente de novas tecnologias, que exigiu uma adaptação dos

processos gerenciais e, conseqüentemente, dos seus instrumentos de mensuração,

avaliação e controle.

Segundo NAKAGAWA (1991:36), a Gestão Estratégica de Custos, apoiada

em informações geradas por sistemas contábeis gerenciais, tem como objetivo

Page 52: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

37

orientar “decisões estratégicas e operacionais, para aquisição e utilização eficiente e

eficaz de recursos produtivos, abrangendo todo o ciclo de vida dos produtos”.

Um dos desafios de uma organização está em desenvolver uma gestão eficaz

de custos. Isso é verdade, especialmente para as instituições de ensino superior,

pois neste setor há benefícios óbvios advindos da redução de custos: tanto das

operações de rotina quanto das atividades estratégicas de marketing. O objetivo é

procurar viabilizar as oportunidades que se apresentam, por meio de estratégias

competitivas de preços e de diferenciação na qualidade dos serviços prestados,

como também buscar um superávit operacional para financiar os investimentos

necessários para sua continuidade.

SHANK e GOVINDARAJAN (1995: 7) definem gestão estratégica de custos

como “o uso gerencial da informação de custos dirigida explicitamente a um ou mais

dos quatro estágios da gestão estratégica”, conforme Quadro 1.

Quadro 1 – Administração Estratégica e Informação C ontábil

ESTÁGIOS DA ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA PAPEL DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL

1 Formular estratégias.

Base para análise financeira, que ajudará na avaliação e escolha de alternativas que produzam retornos financeiros adequados.

2 Comunicar estratégias por toda a organização.

Os relatórios financeiros são os veículos que levam informações relevantes às pessoas, para o sucesso da estratégia.

3 Desenvolver e colocar em prática táticas para implementar estratégias.

Base para análise financeira que ajudará a decidir quais programas táticos serão mais eficazes e ajudarão a empresa a atingir suas metas estratégicas.

4

Desenvolver e implementar controles para monitorar as etapas da implementação e, depois, o sucesso no alcance das metas estratégicas.

As ferramentas de avaliação de desempenho, adaptadas ao contexto estratégico (traduzidas em termos financeiros) oferecem significado aos objetivos econômicos implícitos na estratégia.

Fonte: SHANK e GOVINDARAJAN, 1995: 7, adaptada pelo autor

No quarto estágio da Administração Estratégica, a tarefa de desenvolver e

implementar controles tem como desafio principal traduzir os objetivos definidos na

estratégia em parâmetros que orientem decisões relacionadas com:

a) a aceitação ou abandono de alternativas;

Page 53: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

38

b) avaliação do desempenho das alternativas implementadas.

Estes parâmetros constituem o referencial em face do qual uma situação já

estabelecida pode ser comparada com a desejada; e o resultado desta comparação

gera indicadores de quão bem uma ação foi desempenhada.

Para SHANK (1997: 40), praticar o “custo estratégico” significa

essencialmente entender toda a cadeia de geração de valor, captar todo o potencial

de geração de negócios; aproveitar as oportunidades e se posicionar em relação à

concorrência.

Entender a estrutura de custos da empresa é tão importante quanto a das

interfaces: fornecedores, competidores e consumidores, pois é papel essencial da

gestão estratégica de custos analisar os aspectos financeiros e econômicos das

decisões estratégicas, sobretudo os impactos deles nos custos.

A Contabilidade Gerencial tradicional mostra a análise de custos como um

processo de avaliação do impacto financeiro das alternativas de decisões gerenciais.

Da perspectiva da gestão estratégica de custos, esta análise amplia o seu escopo

para incluir elementos estratégicos, de modo consciente, explícito e formal, na busca

da possibilidade de otimizar o potencial de lucro da entidade. De acordo com

SHANK e GOVINDARAJAN (1995), desta maneira as informações geradas serão

mais úteis ao desenvolvimento de estratégias superiores, que busquem vantagens

competitivas. Os mesmos autores preconizam, ainda, que o papel da contabilidade

deve ser o de facilitar o desenvolvimento e a implementação da estratégia

empresarial.

3.1.1 – Gestão Estratégica de Custos

A busca de excelência, um requisito no ambiente de acirrada competitividade,

tem mudado os padrões competitivos das empresas. Atualmente, o consumidor de

modo geral pode dispor de um vasto leque de oportunidades e, por isso, pode optar

por alternativas que lhe dêem maior retorno, em termos de satisfação das

necessidades.

O acirramento da competição tem impulsionado as empresas a buscar

diferenciais que sustentem vantagens competitivas existentes, ou a criar novos,

relacionados com preço, onde a contabilidade gerencial tem procurado exercer um

papel ativo.

Page 54: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

39

Para GRUNDY (1995: 36), a gestão de custos deve ser desenvolvida para

obter vantagens financeiras e competitivas, tanto a longo quanto a curto prazo. Esta

ligação do custo com o contexto competitivo requer uma disciplinada e coerente

estrutura para o processo de gestão de custos de modo estratégico, e não

puramente tático e operacional.

Os sistemas de gestão de custos são diretamente afetados pela estratégia, do

ponto de vista do controle e dos requisitos de informações, para avaliação de

desempenho; extrapolam a mensuração de processos e atividades, implicando em

planejamento, controle e redução de custos, com vistas à otimização de resultados.

Faz-se necessário, deste modo, entender a análise dos custos das empresas,

em termos de “escolhas estruturais e de habilidades de execução” que moldem a

ação competitiva da empresa, segundo SHANK e GOVINDARAJAN (1995: 193).

De acordo com DIXON (1998), o termo contabilidade gerencial, usado para

descrever o provimento de informações para atividades gerenciais, está

intrinsecamente ligado à estratégia; o que requer do contador gerencial priorizar a

mensuração de desempenho, usando indicadores estratégicos, e não apenas os

exclusivamente táticos.

A contabilidade gerencial deve prover as informações financeiras requeridas,

tanto para monitorar o desempenho em relação ao que foi planejado quanto para

apoiar o processo de formulação das estratégias; e faz parte de um processo

contínuo de planejamento e controle.

A análise estratégica de custos, de acordo com WILSON (1998: 92),

concentra-se “na determinação das posições relativas de custos; nos modos pelos

quais a empresa pode assegurar uma vantagem de custos sustentável; e nos custos

de diferenciação” e desta ênfase na mensuração de custos, volume de vendas e

preços em comparação com os praticados pelos competidores surge a necessidade

de desenvolver habilidades para coleta de informações sobre a concorrência, para

compará-los com as informações internas.

BRIGNALL (1997) propõe a integração do sistema de custeio com o sistema

de mensuração de desempenho, como parte de um amplo sistema de informação

gerencial, no qual se possa mensurar o resultado competitivo, em termos de

participação de mercado, custo unitário, lucro e valor adicionado; e mensurar os

fatores determinantes de sucesso, tais como: qualidade, flexibilidade, utilização de

recursos e inovação.

Page 55: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

40

A gestão de custos reúne ações e funções que conduzem as atividades de

mensuração e custeio, de forma a permitir a comparação entre planejado e

executado, propiciando a identificação e a correção dos desvios.

Tendo-se no custeio um rico e um delicado exercício, com uma longa história

profissional e intelectual que tem oferecido muitas oportunidades de análise

acadêmica, entende-se que os sistemas de custos e desempenho, pela avaliação

precisa dos custos da atividade e pela redução de custos, que se dá por meio de

aprimoramentos contínuos e descontínuos (KAPLAN e COOPER, 1998).

Isto será possível a partir da integração entre formulação e implementação de

estratégias e aprimoramento operacionais, orientada para o futuro; nesse sentido o

Custeio por Atividades tem se mostrado de grande utilidade, conforme enfatizam

KAPLAN e COOPER (1998), especialmente no que se refere a “orientar iniciativas

de melhorias de processos e gerenciar variedade de produtos”

As informações produzidas pela contabilidade gerencial, quando altamente

quantitativa e introspectiva, destinam-se a orientar planejamento e controle

operacionais, o que tende a concentrar a atenção dos gestores nas questões de

rotina, ao invés de detê-los na política e na direção geral da organização. Faz-se

necessário, pois, ampliar a relevância da informação, incluindo dados sobre o

ambiente em que a companhia opera e sobre seus competidores (CLARKE, 1995:

46).

As diferenças significativas entre o enfoque tradicional e o estratégico na

gestão de custos refletem a formação do contador gerencial que tende a pensar em

termos financeiros. Para pensar e agir de forma estratégica é necessário ser pró-

ativo e enfrentar os problemas adotando procedimentos estruturados em termos de

preços menos custos, resultados, divisão de mercados, volume, lucros, relacionados

com a posição dos concorrentes.

Isto certamente modifica o papel do contador gerencial da organização,

quando da necessidade de promover uma análise estratégica ampla, e não apenas

baseada em estimativas financeiras convencionais.

A gestão de custos, segundo SHANK (1997: 62), não pode mais ser praticada

internamente, apenas com base nos custos da empresa, porque “tudo começa no

mercado e está ficando cada vez mais claro que os sistemas de custos das

empresas precisam partir do mercado e ir retrocedendo até chegar à empresa”.

Page 56: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

41

A análise estratégica de custos, segundo WILSON (1998: 33) “é uma técnica

da contabilidade gerencial que permite explicitar os principais enfoques estratégicos

e os objetivos com eles relacionados”, nos quais as informações de custos são

empregadas para desenvolver melhores estratégias. Entende-se estratégia não só

como um plano de longa duração, mas como uma série de procedimentos

administrativos para atingir uma situação futura desejada, por meio da “adaptação

de uma posição competitiva e sujeita a modificações circunstanciais”, relacionada

com uma perspectiva de sustentação por muito tempo.

RELVAS (1998: 46) descreve o processo de gestão de custos a partir de três

dimensões:

a) da gestão de bens e recursos, que, apoiada na Contabilidade Societária, trata da mensuração e controle;

b) da gestão de resultados e desempenhos econômicos, que, apoiada na Contabilidade Gerencial, trata do processo de tomada de decisões, orientando-se para a rentabilidade do negócio;

c) da gestão de resultados e desempenhos estratégicos, que, apoiada na Contabilidade Estratégica, trata da geração de informações relevantes para a busca de vantagens competitivas sustentáveis.

Para SHANK e GOVINDARAJAN (1997: 31) o custo é decorrência de

escolhas estratégicas, e por isso é muito mais útil explicá-lo em termos dos fatores

que moldam a posição competitiva da empresa: suas escolhas estruturais e as

habilidades de execução.

KAPLAN e COOPER (1998: 252) demonstram que as empresas de serviços

enfrentam um ambiente complexo, quando se trata de custeio de produtos e

serviços, porque as decisões geradoras de custos quase sempre são independentes

das decisões que geram receitas, ou seja, aquelas relacionadas aos clientes, que

demandam serviços de várias unidades da organização.

Todas as empresas precisam conhecer o custo e a lucratividade dos seus

vários produtos, porque precisam estar continuamente avaliando preços, qualidade,

receptividade, lançamento e/ou descontinuidade.

O desenho do sistema de custeio de serviços, segundo BRIGNALL (1997:

339), deve levar em conta duas teorias: a do ciclo de vida do negócio e a do tipo de

processo de serviços. O ciclo de vida, entendido como um padrão cronológico cuja

extensão varia de acordo com a natureza do empreendimento, em geral é analisado

segundo quatro fases: lançamento, crescimento, maturidade e declínio; e considera

Page 57: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

42

as variáveis ambientais, a missão do empreendimento e a estratégia genérica do

mesmo.

Por exemplo, em termos de risco, um complexo educacional em fase de

lançamento apresenta-se com muitas incertezas e sua missão ainda não está

completamente consolidada, de modo que enfrenta maiores riscos que os

empreendimentos em fase madura. Por isso, o risco financeiro é mais alto, devido à

possibilidade de fluxos de caixa negativos, uma vez que os investimentos ainda não

foram totalmente recuperados.

As peculiaridades relativas aos estágios de maturidade dos empreendimentos

afetam diretamente a estrutura e o comportamento dos custos e a conseqüente

definição dos sistemas de informações gerenciais, que incluem custeio e

mensuração de desempenho, porque precisam ser capazes de detectar os fatores

críticos de sucesso competitivo para avaliação da estratégia. Portanto, a definição de

sistemas de controle adequados não pode perder a perspectiva de integração entre

a missão do negócio, a estratégia e o ambiente competitivo.

Quanto à forma de desenvolver vantagens competitivas, da-SILVA (1993: 7)

adota a classificação genérica de “baixo custo” e “diferenciação”, proposta por

PORTER (1989), a qual é baseada na noção de valor para o cliente e tem como

focos principais, respectivamente, obter o mais baixo custo em relação aos

concorrentes e diferenciar a oferta de produtos criando, algo que seja percebido pelo

cliente como único.

Os dois tipos básicos de vantagem competitiva combinados com o escopo de

atividades levam a três estratégias genéricas para alcançar o desempenho acima da

média em uma empresa: liderança de custo, diferenciação e enfoque. A estratégia

do enfoque, por sua vez, tem duas variantes: enfoque no custo e enfoque na

diferenciação. As estratégias genéricas são apresentadas na Figura 4.

Page 58: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

43

Figura 4 – Três Estratégias Genéricas

1. Liderança Alvo Amplo de 2. Diferenciação

CustoESCOPO

COMPETITIVO3A. Enfoque 3B. Enfoque

Alvo Estreito no naCusto Diferenciação

Fonte: PORTER, 1989: 10

Cada uma das estratégias genéricas envolve um caminho fundamentalmente

diverso para a vantagem competitiva, combinando uma escolha sobre o tipo de

vantagem buscada com o escopo do alvo estratégico onde ela deve ser alcançada.

Embora a seleção e a implementação de uma estratégia genérica estejam longe de

ser simples, elas são, contudo, os caminhos lógicos para a vantagem competitiva

que devem ser investigados em qualquer ramo de atividade.

SLACK (1993: 100) discorre sobre o ataque direto aos custos como “mera

atividade ritual que apenas aparenta algo relevante em vez do mais necessário,

menos confortável, exercício de repensar sobre as causas ocultas dos custos”.

Quanto mais os custos e a produtividade das tarefas são atacados

diretamente, pior parece ser o resultado, de acordo com o paradoxo da

produtividade, apresentado por SKINNER na edição de jul-ago 85 da revista Harvard

Business Review. O autor do artigo sugere que os custos deveriam ser atacados

indiretamente; “atacar pelos flancos”, melhorar os custos como resultado de

melhoramento de outras coisas, como qualidade, velocidade do fluxo, não “cortando

custos” como tal.

Segundo SLACK (1993: 112) todos os objetivos de desempenho apóiam o

custo. Os objetivos de desempenho referidos são os seguintes:

• Percurso rápido reduz custos . O processo do negócio ágil tem efeito

sobre os custos. O fluxo rápido também encoraja a confiabilidade interna.

• Confiabilidade interna reduz custos . A confiabilidade interna reduz a

necessidade de conferências desnecessárias, permitindo que o fluxo do

processo seja acelerado.

Page 59: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

44

• Qualidade mais alta reduz custos . Menos erros no processo reduzem

diretamente o retrabalho e o desperdício, com reflexos positivos na

velocidade do processo.

• Maior flexibilidade reduz custos . A eliminação da burocracia reduz

custos, aumentando a confiabilidade interna e a velocidade dos processos.

A Figura 5 mostra a relação geral entre todos os objetivos de desempenho

internos, evidenciando os reflexos de um sobre os demais. Todos eles se apóiam e

se reforçam mutuamente.

Figura 5 – Todos os demais objetivos de desempenho apóiam o custo.

Para a gestão cumprir seu papel de planejar , controlar e reduzir custos faz-

se necessário identificar os recursos que são consumidos e o comportamento deste

consumo, de forma a explicar a demanda ao longo do processo. Esta análise tem

como objetivo compreender as relações de causa e efeito entre custos e objetos de

custeio, de modo a evitar medidas arbitrárias que possam levar a decisões

equivocadas.

Custo

Confiabilidade

Flexibilidade Qualidade

Velocidade

Fonte: SLACK, 1993: 112

Page 60: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

45

3.1.2 – Contabilidade de Custos

A Contabilidade Financeira desenvolvida na era mercantilista para as

empresas comerciais, com o advento da revolução industrial, precisou de alguns

ajustes e posteriormente evoluiu com o desenvolvimento empresarial e surgimento

de novas necessidades de informações.

Para apuração de custos na era mercantilista, bastava valorizar o movimento

físico dos estoques. Assim, somando-se as compras do período ao estoque inicial

chegava-se ao total de mercadorias disponíveis para venda. Deduzindo o estoque

final, o Contador da época encontrava, por diferença, o custo das mercadorias

vendidas.

MARTINS (2001: 19) observa que confrontando esse montante com as

receitas obtidas na venda desses bens, obtinha-se o lucro bruto, do qual bastava

deduzir as despesas operacionais – necessárias à administração da entidade, à

obtenção das vendas e ao financiamento das atividades no mesmo período – para

apurar o lucro líquido da operação.

As empresas viviam basicamente do comércio e não da transformação.

Dessa forma, a valorização do movimento físico dos estoques era extremamente

facilitada, bastando consultar os documentos de aquisição.

Com o advento da revolução industrial, tornou-se necessário reunir os

insumos básicos: material direto, serviço direto e os custos indiretos da operação, de

forma agregada e ponderada.

Esta forma de avaliação tem sido utilizada ao longo dos anos em quase todos

os paises, uma vez que foi consagrada pela Auditoria Independente (externa), que

buscava critérios relativamente homogêneos para comparar as demonstrações

contábeis de empresas diferentes, além de comparar as da mesma empresa,

apuradas em datas diferentes.

Por isso, durante muito tempo, a Contabilidade de Custos não serviu como

uma ferramenta de administração e tampouco apresentava evolução. Sua utilização

estava direcionada para o problema da mensuração monetária dos estoques e do

resultado, com a finalidade de atender aos princípios da Contabilidade e às

exigências da fiscalização do imposto de renda.

Com o crescimento das empresas, surgiu a necessidade de instrumentos

para apoiar as decisões gerenciais. MARTINS (2001: 21) lembra que esta

Page 61: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

46

necessidade não data de mais de algumas décadas, e, por essa razão, ainda há

muito a ser desenvolvido.

“Foi basicamente a partir da segunda metade dos anos 70 que os principais

países ocidentais industrializados começaram a sentir o impacto da prática de

uma nova forma de competição global, por parte de países como o Japão,

Coréia do Sul, Taiwan e outros.” (NAKAGAWA 2000: 33)

Com o aumento da competitividade que vem ocorrendo na maioria dos

mercados, a Contabilidade de Custos tornou-se relevante como ferramenta para o

planejamento e controle e de apoio à tomada de decisão.

Qualquer que seja a atividade de prestação de serviços, é possível

estabelecer padrões de controle, orçamento e acompanhamento de custos que

garantirão à empresa a pratica de preços competitivos, determinação dos aspectos

controláveis e não-controláveis e identificação das oportunidades para redução de

custos nos processos do negócio.

Essas ferramentas, nem sempre presentes, podem representar o diferencial

entre o sucesso financeiro do empreendimento (lucro ou superávit) ou o amargo

fracasso (déficit ou prejuízo).

3.1.3 – Sistemas de Custos

Embora não exista consenso entre os pesquisadores do assunto sobre qual é

o vocábulo mais apropriado para definir o processo de custeamento, se é método,

sistema, critério ou abordagem, usaremos “Sistemas de Custos” como expressão

para identificar este processo.

Para VARTANIAN (2000: 4), os principais métodos de custeio são cinco: 1 –

Pleno, 2 – por Absorção, 3 – Direto, 4 – Variável e, 5 – Baseado em Atividades. Este

último tratado como método não tradicional.

Para PADOVESE (1997: 233), existem basicamente duas Modalidades ou

Métodos de Custeio, o Custeio por Absorção e o Custeio Variável ou Direto.

Acrescenta ainda o Método de Custeio Integral aos dois já mencionados.

ROCHA (apud PETER, 2001: 121) por sua vez, considera que são quatro os

Métodos de Custeio, referindo-se a existência do Custeio por Absorção, Custeio

Direto, Custeio Variável e Custeio Pleno.

Page 62: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

47

Já FROSSARD (2003: 107) acrescenta que são considerados como métodos

de custeio tradicional os métodos: pleno, por absorção, direto e o variável.

Segundo NASCIMENTO (1989: 29) são considerados tradicionais os

seguintes métodos de custeio: Pleno/Integral, por Absorção, Direto e Variável.

HORNGREN et ali (2000) se referem a dois sistemas de apuração de custos:

absorção e variável e ao custeio baseado em atividades, estabelecendo uma

distinção entre a abordagem tradicional e a abordagem ABC.

HANSEN e MAWEN (2001) se referem à abordagem de custeio por absorção

e a dois sistemas de gestão de custos classificados como baseados em função e

baseados em atividade. O sistema de gestão de custo baseado em função supõe

que todos os custos podem ser classificados como fixos ou variáveis com respeito

às mudanças nas unidades ou no volume dos produtos produzidos.

HERNANDEZ PEREZ Jr. et ali (2001) destacam três sistemas: (i) sistema de

apuração de custos por absorção, discutido como “custos para fins contábeis”, (ii)

sistema de custeio direto ou variável, discutido como “custos para tomada de

decisões”, e (iii) sistema de custeio por atividades – ABC, tratado como “custos para

melhoria de processos e eliminação de desperdícios”.

BRIMSON (1996: 187) apresenta duas abordagens: abordagem tradicional ao

custeio do produto e abordagem de custeio por atividade.

SAKURAI (1997: 93) sugere três abordagens: custeio variável, procedimentos

aperfeiçoados, e ABC como alternativa ao custeamento por absorção, referido como

procedimento tradicional. Os procedimentos aperfeiçoados buscam uma forma de

apropriação direta, evitando as tradicionais formas de rateio.

WERNKE (2001:20) afirma que os métodos de custeamento mais

conhecimentos ou utilizados são o custeio por absorção, o custeio baseado em

atividades (Actitivity-Based costing – ABC), o custeio direto ou variável e o custeio

pelo método das unidades de esforço de produção (UEP ou UP). A concepção

básica deste método é unificar a medição da produção industrial por meio de uma

unidade direcional abstrata de produção. Trata-se de criar um denominador comum

para todas as atividades fabris desenvolvidas pela empresa.

BORNIA (2002) apresenta, no mesmo capitulo, três sistemas de custos

(custeio por absorção integral, custeio variável e custeio por absorção ideal),

dedicando um capítulo à parte para abordar o custeio baseado em atividades (ABC)

e outro para discutir o método da unidade de esforço de produção (UEP). No custeio

Page 63: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

48

por absorção ideal, os custos relacionados com os insumos não utilizados não são

alocados aos produtos, o que permite a mensuração e, portanto, o controle dos

desperdícios do processo produtivo.

Para CREPALDI (2002: 217) existem dois métodos básicos de custeio:

custeio por absorção e custeio variável ou direto.

MARTINS (2001) descreve os seguintes sistemas de custos: custeio por

absorção, custeio baseado em atividades e custeio variável (ou custeio direto).

Para MARINHEIRO (2003), existem dois sistemas de custeio: custeio direto

ou variável e o custeio por absorção (onde se inclui o custeio pleno). O conceito do

ABC é tratado como método para apropriação e não como sistema. Quanto às

formas de acumulação, este autor apresenta duas técnicas: por ordem e por

processo.

Sobre o tema, da-SILVA (1980) apresenta dois sistemas: custeio integral,

pleno ou global e custeio por contribuição, referindo-se ao custeio direto como

complementar ao custeio variável, na medida em que atribui aos produtos os custos

estritamente diretos, sejam fixos ou variáveis.

Para os objetivos propostos, este estudo apresentará na seqüência a

abordagem de MARINHEIRO, combinada com o enfoque oferecido por da-SILVA,

conforme resumido na Figura 6:

Figura 6 – Árvore do Custo

Fonte: MARINHEIRO: 2003: 58, adaptada pelo autor

Variável

Contribuição

Variável

CUSTOS

Direto

Acumulaçãopor Processo

Direto

AbsorçãoAbsorção

Acumulaçãopor Ordem

Contribuição

Page 64: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

49

Conforme LEONE (1997: 186) apud MARINHEIRO (2003:57), “os sistemas de

custos podem tomar várias formas, dependendo da informação que desejam

produzir”. Essa variedade de formas é decorrente das várias possibilidades de

combinações entre os sistemas de custos e os critérios de apropriação.

Métodos de Acumulação de Custos

A Figura 6 resume o que MARINHEIRO (2003: 57) chamou de árvore de

custos, onde as acumulações de custos por ordem e por processo são derivadas

nos sistemas de custos por absorção e por contribuição .

Conforme MARINHEIRO (203: 58),

“O método de acumulação de custos genericamente nomeado como Método de Acumulação por Ordem de Produção foi concebido com a intenção de permitir à administração o conhecimento de todos os custos decorrentes da execução de uma tarefa, um serviço ou produção em especial. Na verdade, por meio da ordem de produção são registrados todos os custos incorridos para a realização daquela produção em especial, em separado dos demais custos que a empresa possa ter. Esses custos acumulados podem ser diretamente ligados à produção ou se caracterizam como despesas indiretas, desde que identificadas claramente com a produção em foco”.

O método de acumulação de custos por ordem é usado quando as

quantidades de produção são pequenas e feitas especialmente para determinados

fregueses (produção sob encomenda) ou, ainda, em operações de produção nas

quais os custos aplicáveis podem ser, de maneira prática e imediata, atribuídos aos

serviços ou aos produtos.

Para MARINHEIRO (2003: 60), “usa-se a acumulação por processo quando

se fabricam produtos sob condições de processamento contínuo ou de acordo com

métodos de produção em massa”.

Ao listar as condições em que se indica a utilização do método de

acumulação de custos por processo , LEONE (1997: 215) menciona as seguintes

situações:

a) Produção não diversificada bens elaborados de forma contínua e em grande quantidade;

b) Quando há facilidade em se determinar os gastos por processo;

c) Quando é possível levantar os dados quantitativos de cada processo, mesmo no caso em que se fabriquem, ao mesmo tempo, vários produtos e que esses quantitativos possam se relacionar com os respectivos custos e despesas.

Page 65: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

50

Custeio por Absorção

Segundo MARTINS (2001: 41):

“Custeio por absorção é o método de custeio derivado da aplicação dos

princípios de contabilidade geralmente aceitos. (...). Consiste na apropriação

de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção;

todos os gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos para todos

os produtos feitos”.

De acordo com HORNGREN, FOSTER & DATAR (2000: 75), “Custeio por

Absorção é o método de custeio em que todos os custos de fabricação, variáveis ou

fixos, são levados em conta para a avaliação de estoques”.

Já FROSSARD (2003: 114), em complementação, relata que:

“É importante considerar o fato de que este método apropria aos produtos

somente os custos de produção, não apropriando as despesas”.

Na Figura 7, evidencia-se o esquema de apropriação dos custos diretos

variáveis, custos indiretos (fixos ou comuns) e despesas (fixas ou variáveis) com

relação aos produtos elaborados e a Demonstração do Resultado do Exercício.

Figura 7 – Apropriação de custos pelo custeio por a bsorção

CUSTOS DIRETOS(Variáveis)

CUSTOS INDIRETOS(Fixos e variáveis))

DESPESAS(Fixas e variáveis)

DEPTO. PRODUTIVO(Centro de custo X)

DEPTO. AUXILIAR(Centro de custo A)

DEPTO. PRODUTIVO(Centro de custo Y)

DEPTO. AUXILIAR(Centro de custo B)

PRODUTOS EM ELABORAÇÃO

PRODUTOS ACABADOS

PRODUÇÃO VENDIDACusto dos produtos vendidos

DEMONSTRAÇÃO DERESULTADO DO EXERCÍCIO

VENDAS

Fonte: FROSSARD, 2003: 117, adaptada pelo autor

Page 66: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

51

Custeio Variável

MARTINS (2001: 199) considera que, para fins de decisão, as despesas fixas

devem ser deduzidas da margem de contribuição, onde “os encargos fixos podem

provocar problemas nos momentos de decisão e a margem de contribuição tem a

grande virtude de tornar mais clara a situação para tais finalidade”.

Para esse autor, custeio variável “significa apropriação de todos os Custos

Variáveis, quer diretos quer indiretos, e tão somente dos variáveis aos produtos”

(MARTINS, 2001: 215). Os custos fixos são “considerados como despesas do

período, indo diretamente para o resultado; para os estoques só vão, como

conseqüência, custos variáveis” (MARTINS, 2001: 216).

da-SILVA (1980: 46) enfatiza que “o Custeio Variável (...) evita os problemas

naturais dos rateios, mas só de custos fixos, face à dificuldade de sua mensuração,

os custos variáveis indiretos são rateados”.

Dentre as vantagens deste sistema, podem ser elencadas as principais,

segundo os autores a seguir.

Segundo VICECONTI & NEVES (2000: 146-148), são vantagens do sistema

de custeio variável:

I. Impede que aumentos de produção que não correspondem a aumento de vendas distorçam o resultado;

II. É uma ferramenta melhor para a tomada de decisões dos administradores. O uso do Custeio por Absorção pode induzir a decisões errôneas sobre a produção.

KOBATA (1976: 33) considera como sendo as principais vantagens:

• elimina as flutuações dos lucros, causados pelas diferenças entre os volumes de venda e produção;

• aproxima os custos diferenciais dos custos de produção;

• um menor número de alocações se faz necessário;

• a margem de contribuição é facilmente refletida.

KOBATTA (1976: 38), sugere que:

“Do ponto de vista gerencial, talvez não haja nada mais importante em matéria de custos para o administrador do que o perfeito conhecimento da margem de contribuição de cada produto ou serviço produzidos. A perfeita separação dos seus custos e despesas em fixos e variáveis, além de se saber como estes últimos variam, representa o mais importante passo para se poder prever os efeitos de toda e qualquer decisão”.

Page 67: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

52

FROSSARD (2003) evidencia, na Figura 8, como são tratados os custos fixos

e as despesas no método do custeio Variável, demonstrando também a apropriação

dos custos variáveis.

Figura 8 – Apropriação de custos pelo custeio variá vel

CUSTOS VARIÁVEIS CUSTOS FIXOS

PRODUTOS EM ELABORAÇÃO

PRODUTOS ACABADOS

PRODUÇÃO VENDIDACusto dos produtos vendidos

DEMONSTRAÇÃO DERESULTADO DO EXERCÍCIO

VENDAS

Fonte: FROSSARD, 2003: 125, adaptada pelo autor

DESPESAS(Variáveis e Fixas)

Custeio Direto

De acordo com ROCHA (apud PETER, 2001: 122), o custeio direto, consiste

na apropriação aos produtos apenas dos custos diretos, quer fixos quer variáveis,

desde que possam ser perfeitamente identificáveis com o produto.

Segundo NASCIMENTO (1989: 31), o custeio direto (ou específico) é um

método intermediário ou híbrido, “na medida em que incorpora conceitos do Custeio

por Absorção e do Variável”.

A mais antiga referência bibliográfica sobre o custeio direto é encontrada em

da-SILVA (1980: 37):

“O custo direto, segundo nossa opinião, não é bem distinguido do custeio variável. Deveria admitir apenas os custos facilmente identificáveis com produto, fossem variáveis e/ou fixos. (...) Constituir-se-ia em uma melhor aproximação ao custeio integral, pois apropriaria também todos os custos fixos identificáveis naturalmente com o produto e os raros custos variáveis que não fossem diretos.”

O custeio direto, conforme observado por da-SILVA em 1980 não tem

semelhança tão forte com custeio variável, conforme relata a maioria dos autores,

pois o custeio direto apropria os custos diretos aos produtos, que não

necessariamente são apenas variáveis; já no custeio variável, como visto no tópico

anterior, apenas os custos variáveis são considerados nesta apropriação.

Page 68: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

53

Figura 9 – Apropriação de custos pelo custeio diret o

CUSTOS DIRETOS(Variáveis)

CUSTOS DIRETOS(Fixos)

PRODUTOS EM ELABORAÇÃO

PRODUTOS ACABADOS

PRODUÇÃO VENDIDACusto dos produtos vendidos

DEMONSTRAÇÃO DERESULTADO DO EXERCÍCIO

VENDAS

Fonte: FROSSARD, 2003: 121, adaptada pelo autor

CUSTOS INDIRETOS(Fixos e variáveis)

DESPESAS(Fixas e variáveis)

FROSSARD (2003) apresenta a apropriação de custos pelo método de

custeio direto, de forma a visualizar como é dado o tratamento aos custos indiretos e

às despesas, como evidencia a Figura 9, acima.

Custeio baseado em atividades

A globalização da economia mundial trouxe para as empresas a necessidade

de aperfeiçoamento e maior controle de seus processos produtivos, visando a

manutenção da competitividade.

A partir desse momento, as empresas começaram a mudar suas estruturas

produtivas, buscando novas ferramentas de gestão e novas tecnologias,

automatizando os processos industriais.

Com a utilização dessas novas tecnologia e automação industrial, o processo

produtivo passou a ter menos utilização de mão-de-obra direta, tornando maior a

participação relativa dos custos indiretos de fabricação.

O ABC fundamenta-se na premissa de que as atividades desenvolvidas nas

empresas é que geram custos, pois consomem recursos; enquanto produtos e

serviços consomem atividades. Procura, então estabelecer a relação entre

atividades e os objetos de custo através de indicadores que determinam quanto de

cada atividade é consumida por eles. Acredita-se que desta forma o rateio dos

Page 69: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

54

custos indiretos estará mais correto do que aquele determinado pelos métodos

tradicionais, baseados em volume de produção.

O Quadro 2 apresenta uma comparação entre a metodologia tradicional e o

sistema de custeio baseado em atividades, evidenciando os fluxos de consumo de

recursos e as atividades das metodologias mencionadas, conforme CHING (apud

FROSSARD, 2003: 150).

Quadro 2 – Fluxo de consumo na metodologia tradicio nal e ABC

METODOLOGIA TRADICIONAL METODOLOGIA ABC

Assume que os produtos consomem os Rastreia os custos baseados em sua custos. demanda por atividade.

RECURSOS (1º estágio) RECURSOS (1º estágio)

consumidos por

consumidos por

PROCESSOS (2º estágio)

DEPARTAMENTOS (2º estágio) compostos por

ATIVIDADES (3º estágio)

consumidos por

consumidas por

PRODUTOS (3º estágio) OBJETOS DE CUSTEIO (4º estágio)

Fonte: CHING (apud FROSSARD, 203: 150)

Segundo NAKAGAWA (2001: 62),

“Quando se diz que o ABC é uma ferramenta que auxilia os gerentes a descobrirem as rotas de consumo dos recursos da empresa, busca-se, na realidade, colocar à sua frente uma informação muito importante para suas decisões. Baseado nas próprias atividades e produtos que os gerentes conhecem muito bem, o ABC mostra-lhes com clareza e transparência os custos dessas atividades e produtos”.

Todavia, tal como se expressam COOPER, KAPLAN et ali:

“Os sistemas ABC se descrevem, com maior precisão, como sistemas de planejamento gerencial, orçamentário e de controle, mais que como sistemas de custeio. Apesar disso, a fácil aceitação e reconhecimento do nome custeio

Page 70: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

55

baseado em atividades, dificulta contemplar a possibilidade de renomear o conceito de forma mais precisa.”

Na concepção de CHING (2001: 41):

“O ABC é um método de rastrear os custos de um negócio ou departamento para as atividades realizadas e de verificar como essas atividades estão relacionadas para a geração de receitas e consumo de recursos. O ABC avalia o valor que cada atividade agrega para a performance do negócio ou departamento”.

Para OSTRENGA et al (1997: 240), a Figura 10 evidencia perfeitamente a

questão do relacionamento entre o consumo dos recursos e os processos, assim

como o consumo das atividades e os objetos de custeio.

Figura 10 – Processo de custeio baseado em atividad es

CONSUMO DE RECURSOS CONSUMO DE ATIVIDADES

RECURSOSPROCESSOS E

ATIVIDADESOBJETOS DE

CUSTEIO

Fonte: OSTRENGA et a (1997: 240), adaptada pelo autor

Segundo KAPLAN & COOPER (2000: 135), o sistema de custeio por

atividades mede o custo do consumo e não o de aquisição de recursos, pois ambos

adotam conceitos distintos: o custo de aquisição de recursos inclui o custo de

recursos usados mais o custo da capacidade não usada. Essa capacidade é uma

espécie de atividade que não adiciona valor e, se seu custo for devidamente

apurado de forma segregada, a metodologia do ABC poderá ser utilizada para

reduzir ou, até mesmo, eliminar os desperdícios.

3.2 – Gestão por Processos

A burocracia é uma forma de organização baseada na lógica, na forma e no

uso legítimo da autoridade. Max Weber descreveu a burocracia como a forma

organizacional ideal para a sua época (1864-1920).

Para Weber, eficiência é a adequação dos meios aos fins visados. Isto

significa que uma organização é racional se os meios mais eficientes são escolhidos

para a implementação das atividades. A racionalidade impera na organização

Page 71: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

56

burocrática. As seis dimensões da burocracia, segundo Weber, são as seguintes: (1)

divisão do trabalho; (2) hierarquia de autoridade; (3) regulamentação; (4)

comunicação formalizada; (5) impessoalidade; e (6) competência profissional.

Segundo Hall, citado por CHIAVENATO (1999), cada dimensão situa-se

dentro de uma escala que varia da escassez ao excesso de burocracia, com os

reflexos apresentados no Quadro 3.

Quadro 3 – Os graus de burocratização das entidades

ESCASSEZ BUROCRATIZAÇÃO EXCESSO

Falta de especialização DIVISÃO DO TRABALHO Superespecialização

Falta de autoridade HIERARQUIA Autocracia

Extrema liberdade REGULAMENTAÇÃO Falta de liberdade

Informalidade COMUNICAÇÃO FORMALIZADA Excesso de papelório

Ênfase nas pessoas IMPESSOALIDADE Ênfase nos cargos

Apadrinhamento COMPETÊNCIA PROFISSIONAL Excesso de exigências

Esses atributos variam independentemente uns dos outros e o nível de

burocratização pode diferir de uma dimensão para outra, dentro da mesma entidade.

Por volta de 1947, os escritos do sociólogo alemão sobre o modelo

burocrático foram traduzidos para a língua inglesa e provocaram o surgimento da

chamada Teoria da Burocracia na administração.

Segundo CHIAVENATO (1999: 44),

“A organização burocrática foi, durante a era industrial clássica, o modelo

ideal para as grandes organizações enquanto elas funcionavam em um

ambiente estável e de pouca mudança”.

CHIAVENATO afirma ainda que a burocracia se caracteriza pela falta de

flexibilidade e inovação, qualidades que são indispensáveis na atualidade, onde se

verifica intensa mudança e instabilidade. Daí a forte e generalizada tendência à

desburocratização.

Page 72: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

57

O mesmo autor conclui:

“Desburocratizar não é apenas diminuir o papelório, mas, sobretudo reduzir o

excesso de burocratização, ou seja, reduzir o grau de intensidade das

dimensões burocráticas”.

HARRINGTON (1999: 1) sugere que o caminho para a desburocratização é

baixar o foco nos processos administrativos, quando propõe a seguinte questão:

“Por que focalizar os processos administrativos?” (“Why focus in Business

Process?”)

Comparando o desempenho de alguns países asiáticos com os Estados

Unidos, HARRINGTON concluiu que a baixa produtividade situava-se entre os

executivos (white-collar), enquanto podia ser considerada adequada no interior das

fábricas (blue-collar).

Para enfrentar esta situação, HARRINGTON sugere uma nova postura, com

mudanças na forma de pensar, agir e falar, direcionando o foco da atenção para os

processos ao invés de mantê-lo sobre a organização.

3.2.1 – A Empresa como Sistema

Conceitos modernos defendem a idéia da organização como um sistema,

definido por CHIAVENATO (1999: 74) como sendo um “conjunto integrado de partes,

íntimas e dinamicamente relacionadas, que desenvolve uma atividade ou função e é

destinado a atingir um objetivo específico”. Todo sistema faz parte de um sistema

maior (ambiente) e é constituído de sistemas menores (subsistemas).

Conforme BERTALANFFY (1975), idealizador da teoria geral dos sistemas, os

sistemas podem ser abertos ou fechados. Nos sistemas abertos, há um intercâmbio

de informações, energia ou material, com o meio ambiente. Sistemas biológicos ou

sociais são inerentemente sistemas abertos, enquanto que os sistemas mecânicos

podem ser abertos ou fechados.

O sistema aberto pode ser visto como um modelo de transformação: insumo –

transformação – produto ou serviço. Em um relacionamento dinâmico, o sistema

aberto recebe diversos insumos, tais como recursos materiais, humanos, financeiros

e tecnológicos, transformando-os, de alguma forma, em produtos ou serviços.

Page 73: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

58

De acordo com BERTALANFFY (1975), “um sistema aberto é definido como

um sistema de intercâmbio de matéria com seu ambiente, apresentando importação

e exportação, formação e desintegração de seus componentes materiais”. Em

termos organizacionais, pode-se concluir que os sistemas abertos são aqueles que

têm contínuo fluxo de energia, informações ou materiais do ambiente para o sistema

e vice-versa.

O sistema fechado não interage com o ambiente, como é o caso de um

relógio, por exemplo. Já o sistema aberto, como uma instituição de ensino superior

encontra-se em relação biunívoca com o ambiente, influenciando-o e sendo por ele

influenciado.

A sinergia tem um relacionamento intimo com os sistemas. CHIAVENATO

(1999: 76) ensina que: “A sinergia é o resultado multiplicador das partes do sistema.

Essas partes não se somam, mas se ajudam mutuamente, produzindo um efeito

amplificado ou alavancado”. E continua: “Graças à sinergia, o resultado de um

sistema não é a soma de suas partes, mas um efeito exponenciado”. O efeito será

desfavorável se ocorrer entropia, que é a desintegração do sistema quando o

processo não funciona bem.

A Figura 11 apresenta a empresa como um sistema aberto interagindo com o

meio ambiente.

Figura 11 – Fluxo dos recursos materiais, humanos, financeiros e tecnológicos

SUBSISTEMAS:AdministrativoFinanceiroOperacionalMercadológico

EMPRESA: SISTEMA ABERTO

AMBIENTE

RETROALIMENTAÇÃO

ENTRADA SAIDA

Page 74: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

59

A retroalimentação (feedback) é o efeito de retorno da saída sobre a entrada

do sistema, no sentido de regulá-la ou mantê-la dentro de certos parâmetros

(aumentá-la através de retroalimentação positiva ou retroalimentação negativa). A

retroalimentação abastece o sistema com informações de retorno.

Assim, a empresa pode ser visualizada como um sistema aberto constituído

de subsistemas, que são seus departamentos, onde se desenvolvem as atividades,

que são partes integrantes de um processo.

Existem ainda dois conceitos (BERTALANFFY, 1975: 194) que facilitam o

entendimento da empresa como sistema aberto e sua integração com o ambiente:

a) equifinalidade, segundo o qual um mesmo estado final pode ser

alcançado, partindo de diferentes condições iniciais e por maneiras

diferentes; e

b) entropia negativa, que mostra o empenho dos sistemas em se

organizarem para a sobrevivência, por meio de maior ordenação.

OLIVEIRA (2001: 40) esclarece que:

“O processo entrópico decorre de uma lei universal da natureza, na qual todas

as formas de organização se movem para a desorganização e a morte.

Entretanto, os sistemas aberto podem gerar entropia negativa, por intermédio

da maximização da energia importada, o que pode ser obtido via maximização

da eficiência com que o sistema processa essa energia. Assim, os sistemas

sociais podem deter quase indefinidamente o processo entrópico. Apesar

dessa possibilidade, é grande o número de empresas que ao longo da história

deixaram de existir.”

3.2.2 – O que é Processo?

Processo, palavra originária do latim processu, significa “ato de proceder, de ir

por diante; maneira pela qual se realiza uma operação, segundo determinadas

normas; método, técnica” (FERREIRA, 1986: 1395).

Todo trabalho importante realizado nas empresas faz parte de algum

processo. Não existe um produto ou um serviço oferecido por uma empresa sem um

processo.

Em termos gerais, GARVIN (1998: 33) define processo “como uma coleção de

tarefas e atividades que juntas – e somente juntas – transforma entradas em

saídas”.

Page 75: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

60

Segundo HAMMER e CHAMPY (1994: 24),

“Processo é um conjunto de atividades com uma ou mais espécies de entrada e que cria uma saída de valor para o cliente”.

Conforme CRUZ (2003: 63),

“Processo é o conjunto de atividades que tem por objetivo transformar insumos (entradas), adicionando-lhes valor por meio de procedimentos, em bens ou serviços (saídas) que serão entregues e devem atender aos clientes” (CRUZ, 2003: 63).

Para HARRINGTON (1993), processo é qualquer atividade que recebe uma

entrada (input), agrega-lhe valor e gera uma saída (output) para um cliente interno

ou externo.

A Figura 12 apresenta um modelo básico das etapas de um processo.

Figura 12 – Etapas básicas de um processo

PROCESSO

RETROALIMENTAÇÃO

ATIVIDADESENTRADA SAIDA

A estrutura por processos segue o fluxo natural do trabalho dentro da

organização, facilitando a identificação de gargalos. A seqüência do processo facilita

o trabalho, desde o seu início até a sua finalização, estimulando a cooperação entre

as unidades. Os custos operacionais são relativamente mais baixos, porque as

pessoas trabalham focalizadas no andamento do processo, facilitando a

coordenação das diversas etapas.

Verifica-se, portanto, nas definições que, para organizar as empresas por

processos, é necessário colocar o foco no cliente, já que os processos nele

começam e nele terminam.

Page 76: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

61

Para HAMMER (1997: 86), no contexto dos negócios, valor é uma solução

para o problema do cliente no atendimento de suas necessidades.

“Os clientes são pessoas cujo comportamento a empresa deseja influenciar, proporcinando-lhes valor [...] Aparentemente, o relacionamento fundamental entre empresas e clientes tem por bases a troca de produtos ou serviços por dinheiro, mas na verdade é muito mais abrangente do que isso. O relacionamento baseia-se em oferecer valor para influenciar e moldar o comportamento” (HAMMER, 1997: 86).

HAMMER (1997) destaca, ainda, a importância dos clientes para organizar

uma empresa por processos uma vez que, para eles, os processos constituem a

essência de uma empresa. O cliente não está interessado na estrutura

organizacional e nas filosofias gerenciais da empresa, mas sim nos produtos e

serviços produzidos por seus processos.

Isso demonstra a importância dos processos para uma organização, pois eles

permitem enxergar uma linha de atividades que começa com o entendimento exato

do que o cliente deseja e que termina com o cliente adquirindo aquilo que precisa e

deseja de um negócio.

A Figura 13 apresenta a evolução – ineficiente e ineficaz – de um processo

que atravessa várias fronteiras funcionais e controles existentes na empresa.

Portanto, quanto mais serpenteado o fluxo de trabalho em uma organização, isto é,

quanto maior o número de fronteiras que um processo precisa atravessar dentro de

uma entidade, maior será o número de atividades que não agregam valor dentro

desse processo.

Figura 13 – Fluxo de processo – ineficiente e inefi caz

Depto. C

ENTRADA SAÍDA

DIRETOR

Depto. A Depto. B

Page 77: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

62

HAMMER (1997) destaca que as empresas que adotam o foco nos processos

não criam nem inventam seus processos. Eles sempre existiram, mas em um estado

fragmentado, invisível, sem nome e sem gerência, pois os funcionários e

supervisores envolvidos nos processos, não tinham consciência do conjunto, pelo

fato de estarem concentrados em suas próprias tarefas. Com a mudança do foco

para os processos, eles simplesmente passam receber mais atenção.

Aparece um novo padrão para reflexão, quando a ênfase passa a ser o

processo, conforme demonstrado no Quadro 4:

Quadro 4 – Comparação entre os diferentes focos

ÊNFASE NA ORGANIZAÇÃO ÊNFASE NO PROCESSO

• Empregados são problemas. • O processo é o problema.

• Empregados. • Pessoas.

• Fazendo meu trabalho. • Ajudar a execução.

• Entendendo meu trabalho. • Conhecer como meu trabalho interfere no processo total.

• Aferição individual. • Aferindo o processo.

• Trocar pessoas. • Mudar o processo.

• Procurando o melhor empregado. • Procurando o melhor processo.

• Motivando pessoas. • Removendo barreiras.

• Controlando empregados. • Desenvolvendo pessoas.

• Não confiar em qualquer pessoa. • Estamos nisto juntos.

• Quem errou? • O que possibilitou o erro?

• Correção de erros. • Reduzindo variações.

• O resultado dirige. • O cliente dirige.

Fonte: HARRINGTON (1991: 5)

3.2.3 – Tipos de Processos

GONÇALVES (2000b) apresenta três categorias básicas de processos:

• processos de negócios (ou de cliente), que estão ligados ao

funcionamento básico em suas áreas de atuação e são suportados

por outros processos internos, resultado em um produto ou serviço

a um cliente externo;

Page 78: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

63

• processos organizacionais (ou de integração organizacional), que

são centralizados na organização. São imperceptíveis ao cliente

externo, mas são essenciais, garantindo o suporte adequado aos

processos de negócio; e

• processos gerenciais , que são focalizados nos gerentes e nas

suas relações e incluem as ações de medição e ajuste do

desempenho da organização.

Com relação à capacidade de agregar valor, os processos podem ser

divididos em primários, atividades que geram valor ao cliente, e de suporte,

atividades que apóiam o funcionamento dos processos primários. Os processos

organizacionais e gerenciais, como processos de suporte, são considerados

processos de informação e decisão.

O Quadro 5 apresenta essas três categorias básicas de processos:

Quadro 5 – Categorias básicas de processos

PROCESSOS DE NEGÓCIO

PROCESSOS ORGANIZACIONAIS

PROCESSOS GERENCIAIS

Car

acte

ríst

icas

• Ligados à essência do funcionamento da organização

• Típicos da empresa

• Variam de organização para organização

• Produzem resultados imperceptíveis para os clientes externos

• São essenciais para a gestão efetiva dos negócios

• Ações realizadas pelos gerentes para dar suporte aos demais processos de negócio

Exe

mpl

os

• Vendas

• Desenvolvimento de produtos

• Cobrança

• Atendimento de pedidos

• Garantia

• Planejamento estratégico

• Orçamento empresarial

• Recrutamento e seleção

• Custos e contabilidade

• Fixação de metas

• Avaliação do resultado da empresa

• Gestão das interfaces

• Alocação de recursos

Processos primários Processos de suporte

Page 79: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

64

Para CRUZ (2003), os processos podem ser divididos em:

• Processos industriais : são aqueles ligados diretamente à

produção do produto que a organização tem por objetivo

disponibilizar para seus clientes, podendo ser divididos em

processos industriais de manufatura e processos industriais de

serviços;

• Processos administrativos (ou suporte): são os processos que

dão apoio às áreas de produção e, também, às áreas

administrativas de qualquer organização. São conhecidos como

atividades meio, que podem ser permanentes como temporárias.

Um processo administrativo jamais deverá prevalecer sobre um processo

industrial, pois seria uma inversão de valores, uma vez que os processos industriais

dizem respeito ao objetivo fim da organização. No entanto, para CRUZ (2003), os

processos administrativos não devem ser colocados em segundo plano. Esse tipo de

comportamento acaba por comprometer a empresa, ocasionando, entre outros

efeitos, o distanciamento do envolvimento de todos os empregados com os

processos existentes na organização.

Nas organizações tradicionais, os processos são ignorados, enquanto na

organização orientada para processos eles são cuidadosamente projetados,

mensurados e entendidos por todos.

Para obter economia de escala, segundo HARRINGTON, muitas empresas

organizam-se em grupos verticais, reunindo profissionais de diferentes níveis para

obter um grupo capaz de desempenhar qualquer tarefa. Desafortunadamente,

entretanto, o fluxo de muitos processos não é vertical, mas sim horizontal.

Figura 14 – Fluxo do trabalho horizontal x organi zação vertical

Organização

A B C D

1

Fluxo do trabalho

2

Fonte: HARRINGTON (1991: 14)

Page 80: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

65

3.2.4 – Mudança Organizacional

A mudança de organização tradicional (funcional) para processos é muito

difícil (HAMMER, 1998), pois as pessoas têm que aprender a pensar de novas

formas, compreendendo melhor o negócio, assumindo mais responsabilidades

trabalhando em equipe. Em síntese, é necessário que haja comprometimento de

todos para com os objetivos da organização na busca da satisfação do cliente e no

conseqüente aumento da competitividade sustentável em um mercado cada vez

mais dinâmico.

O problema que aparece imediatamente é a resistência declarada ou sutil de

certos indivíduos ou grupos. Há várias razões para que se encontre resistência: (1) a

natural resistência a mudanças; (2) falta de compreensão; (3) preocupação em

relação às conseqüências; (4) discordância quanto à necessidade; (5) expectativa

de maior pressão; e (6) aversão à aferição de desempenho.

Segundo HARRINGTON (1991: 6), existem 10 regras para direcionar a

mudança:

1. A organização precisa acreditar que a mudança é necessária e

indispensável para o seu futuro.

2. Deve existir uma projeção do futuro desejado, que todos vejam e

entendam.

3. Existindo uma barreira potencial, é necessário identificá-la e

removê-la.

4. A organização como um todo precisa acompanhar a estratégia para

atingir o nível desejado de desempenho.

5. Os executivos da organização precisam modelar o processo e servir

como exemplo.

6. Treinamentos são necessários para aquisição das novas

habilidades.

7. Sistemas de mensuração precisam ser desenvolvidos para que os

resultado possam ser quantificados.

8. Divulgar os resultados para todos os envolvidos.

9. Coordenadores precisam providenciar correções para o

desempenho insatisfatório.

Page 81: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

66

10. Sistemas de reconhecimento e recompensas precisam ser

implantados para efetivamente reforçar o desempenho desejado.

Quando não se foca o processo total, não se visualiza todas as necessidades

do negócio, o que leva a uma sub-utilização dos recursos disponíveis. A organização

funcional traz muitos benefícios e a estratégia é avaliada para tirar o máximo da sua

eficácia, assim como assegurar que o processo ofereça o benefício máximo para a

companhia. Esta estratégia se chama Melhoria de Processos , conforme definiu

HARRINGTON (1991: 14).

A Melhoria de Processos assegura a eficiência e a eficácia no uso dos

recursos, instalações, pessoas, equipamentos, tempo, capital e estoques. Os três

principais objetivos da Melhoria de Processos são:

• Tornar o processo eficaz, de forma a viabilizar os recursos

desejados, a eliminação de erros e a minimização de atrasos.

• Tornar o processo eficiente, minimizando o consumo de recursos.

• Tornar o processo flexível, adaptando-o às necessidades variáveis

do usuário e da entidade.

Melhoria de Processos é uma metodologia desenvolvida para auxiliar uma

organização a obter significativos avanços no fluxo das operações. Essa

metodologia ataca o ponto central do problema dos executivos (white-collar), porque

elimina o desperdício e a burocracia. da-SILVA (1993: 40) esclarece que: “O

desperdício é algo que não adiciona valor ao produto.”.

Segundo HARRINGTON (1991: 34), a implantação da Melhoria de Processos

atravessa 5 etapas:

Fase I. Organizando para melhoria . Objetivo: Assegurar sucesso na

formação das lideranças, no entendimento do programa e no compromisso

assumido.

Fase II. Entendendo o processo . Objetivo: Entender a dimensão total

do atual processo de negócio.

Fase III. Aprimorando o processo . Objetivo: Eliminar a burocracia

para torná-lo eficiente e eficaz.

Fase IV. Mensuração e controles . Objetivo: Implementar um sistema

para dirigir o processo para a melhoria.

Fase V. Melhoria continua . Objetivo: Implementar contínua melhoria

no processo.

Page 82: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

67

Figura 15 – As 5 etapas da Melhoria de Processos

Organizando Entendendo Aprimorando Mensuração Melhoria a melhoria o processo o processo e controles contínua

Fonte: HARRINGTON (1991: 23)

3.2.5 – Estágios para Evolução

De acordo com os ensinamentos de HARRINGTON (1991: 86), para

compreensão e análise do processo, é necessário desenhá-lo, utilizando um

fluxograma. Fluxogramas são gráficos que representam o fluxo ou a seqüência das

atividades contidas num processo. Desta forma, o processo se torna transparente,

permitindo a identificação dos gargalos, bem como a seleção dos pontos para o

exercício do controle. A Figura 16 apresenta um fluxograma de blocos, por si só

explicativo.

Figura 16 – Exemplo de um fluxograma de blocos

Prepara opedido de

venda

Digita o pedidono terminal

Terminal

Separa amercadoria

pedida

Embala amercadoria

pedida

1

1

Qual é odestino?

Digita odestinatario

Elabora oconhecimento

Expediçãopara ocliente

Embarquepara ocliente

Elabora oconhecimento

Digita odestinatario

Exterior

Brasil

Prepara opedido de

venda

Emite a NotaFical

Preparadocumentos

para embarque

Page 83: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

68

Para analisar o processo, se faz necessário:

• Levantar e identificar a situação atual, ou seja, desenhar o processo, decompondo as atividades envolvidas;

• Identificar interfaces de comunicação entre as áreas e o fluxo das informações;

• Identificar e avaliar relatórios e documentações que transitam entre as áreas;

• Mapear possíveis conflitos internos, existentes na organização.

O próximo passo consiste em:

• Levantar processos críticos, suas causas e conflitos, priorizando o enfoque, conforme sua importância;

• Destacar indicadores nos processos críticos, medir desempenho e comparar com os concorrentes, quando possível;

• Alinhar nível de melhoria esperado em cada processo;

• Identificar obstáculos que dificultam o bom andamento dos processos;

• Definir pontos de estrangulamento;

• Diagnosticar fatores culturais que possam prejudicar os novos processos;

• Redesenhar os processos, em detalhes, até a obtenção do cenário definitivo: situação desejada.

Deverá ser mantida uma permanente avaliação dos planos, através de

controles de mensuração prática, constante e sistêmica, dos resultados de cada sub-

etapa do processo, com a determinação de metas objetivas e comprometimento dos

envolvidos. Desta forma, deverão ser desenvolvidas as seguintes práticas, na

verificação da produtividade:

• Métricas comparativas, anteriores e posteriores, ao processo de mudança;

• Comparativos de mercado;

• Tempo de tramitação das informações internas e externas à organização;

• Controle de redução dos custos.

HUGE (1988) apud da-SILVA (1993: 40) afirma que a excelência baseia-se

em dois princípios: aprimoramento contínuo e eliminação do desperdício.

Decorrentes desses princípios, o referido autor menciona que a filosofia da

excelência empresarial se apóia em três pilares de fundamental importância:

Page 84: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

69

envolvimento administrativo , fazer as coisas certas pela primeira vez e

preparação extremamente rápida de equipamentos .

Para eliminar desperdícios é necessário fazer as coisas corretas numa única

vez, evitando re-trabalhos, que não agregam valor aos produtos ou serviços.

Segundo da-SILVA (1993: 42), “O envolvimento do funcionário significa a

utilização de energias criativas de todos os funcionários para a solução de

problemas. Requer um elevado grau de compromisso de todos funcionários para

com a empresa.” .

Em se tratando de uma aplicação destes conceitos em instituições de ensino

superior, o autor desta dissertação associou a preparação extremamente rápida de

equipamentos, na versão original, com a agilização da sincronia entre processos ,

que reduz o tempo e, conseqüentemente, otimiza a produtividade operacional.

A Figura 17 apresenta a filosofia da excelência das empresas, com a

adaptação sugerida pelo autor.

Figura 17 – Os pilares da excelência empresarial

Fonte: NAKAGAWA (1991: 24) adaptada pelo autor

FILOSOFIA DA EXCELÊNCIA EMPRESARIAL

MELHORIA CONTÍNUA + ELIMINAÇÃO DE DESPERDÍCIOS

FAÇ

A A

S C

OIS

AS

C

OR

RE

TAM

EN

TE N

A 1

ª V

EZ

EN

VO

LVIM

EN

TO D

AS

P

ES

SO

AS

AG

ILIZ

ÃO

DA

SIN

CR

ON

IA

EN

TRE

PR

OC

ES

SO

S

Page 85: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

70

3.2.6 – Qualificação dos Processos

A melhoria contínua implica na qualificação dos processos. HARRINGTON

(1991: 206) sugere 6 níveis para classificação dos processos, de forma sistemática,

de acordo com o grau de controle que se possui sobre o processo. A escala

proposta por HARRINGTON é crescente, partindo de um estágio em que o processo

ainda não foi determinado em direção ao nível de “classe mundial”.

O Quadro 6 apresenta os níveis de classificação propostos por

HARRINGTON (1991):

Quadro 6 – Níveis de Classificação

Nível Situação Descrição

6 Desconhecido O processo ainda não foi mapeado.

5 Compreendido O fluxograma do processo foi compreendido e está sendo seguido.

4 Eficaz O processo é medido sistematicamente e as expectativas estão sendo atendidas.

3 Eficiente Os desperdícios estão sendo eliminados.

2 Livre de erros O processo é altamente eficiente e livre de erros.

1 Classe Mundial Apresenta desempenho superior e a melhoria continua.

Fonte: HARRINGTON (1991: 206)

Até que a Melhoria de Processos seja implantada, todos os processos são

classificados no nível 6. Na medida em que o processo é aperfeiçoado, sua

classificação progride até atingir o nível 1.

HARRINGTON (1991) ressalta que nem todos os processos precisam atingir

o nível de “classe mundial”. O aperfeiçoamento implica em gastos e, geralmente,

uma entidade tem diversos processos que precisam ser melhorados. Assim sendo, é

prudente estabelecer prioridades, direcionando os recursos disponíveis para os

processos considerados como fatores críticos para o sucesso, no sentido de elevá-

los até nível 1 da classificação.

O guia COBIT – Control Objectives for Information and related Technology é

um padrão disponível para controle da tecnologia da informação, desenvolvido e

Page 86: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

71

promovido pelo IT Governance Institute, sediado em Rolling Meadows, Illinois, USA.

A metodologia COBIT adota um Modelo de Maturidade para classificação de

processos, que consiste numa escala composta por 6 níveis (de 0 a 5). Esta

abordagem é baseada no Modelo de Maturidade utilizado pelo Instituto de

Engenharia de Software da Universidade de Pittsburgh (USA) para definir o grau de

maturidade no desenvolvimento de programas de computador.

Maturidade é a extensão em que o processo é explicitamente definido,

gerenciado, medido, controlado e eficaz. O conceito básico sob o termo maturidade

é de que as organizações maduras fazem as coisas de modo sistemático e de que

as imaturas atingem seus resultados graças aos esforços heróicos de indivíduos,

usando abordagens que eles criam mais ou menos espontaneamente.

O Quadro 7 apresenta a classificação do Modelo de Maturidade adotada pela

ferramenta COBIT.

Quadro 7 – Níveis de Classificação, de acordo com o Modelo de Maturidade

Nível Situação Descrição

0 Não existente Gestão de processos não aplicada até o momento.

1 Inicial O processo está desorganizado.

2 Repetitivo O processo segue uma seqüência regular.

3 Definido O processo está documentado e compreendido.

4 Gerenciado O processo é monitorado e mensurado.

5 Otimizado Melhores práticas são seguidas e automatizadas.

Fonte: COBIT, adaptado pelo autor

O Modelo de Maturidade, aplicado a processos, fornece uma abordagem

disciplinada para identificação dos processos críticos e definição de ações de

melhoria, alinhadas com os objetivos estratégicos do negócio e consistentes com o

estágio de maturidade de seus processos.

Page 87: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

72

3.3 – Gestão de Desempenhos

Para se tornarem competitivas e sobreviverem no mercado, as entidades têm

procurado tornar-se fornecedores de baixo custo, no longo prazo, gerenciando

preços e lucratividade por produto ou serviço, por segmento de mercado e por

cliente.

A gestão de desempenhos tem como objetivo administrar o que e como as

ações são desenvolvidas, a fim de cumprir a missão da organização, desenvolvendo

a capacidade de geração de receita e de valor, para clientes e acionistas. Para

tanto, o Institute of Management Accoutants (IMA) recomenda a definição de um

sistema de gestão orientado de acordo com a perspectiva estratégica, para a

satisfação do consumidor, e baseado em processos essenciais e variáveis críticas

(IMA, 1998: 2).

A gestão do desempenho deve proporcionar uma ligação sistemática entre a

estratégia organizacional, os recursos e os processos, de uma forma estruturada,

para a obtenção de melhorias contínuas, de modo que todos os envolvidos

entendam onde se está e aonde se quer chegar para atender os interesses dos

stakeholders. Para tanto, faz-se necessário definir a visão do estágio desejado para

o futuro, e tal estágio se baseia não apenas no potencial de mercado, mas também

no conjunto de crenças e valores da entidade que define a sua própria missão, e a

partir da qual possibilita traças os caminhos a serem percorridos, guiando-se por

ações específicas, de aproveitamento de oportunidades e superação de problemas.

O processo de gestão visa administrar como estas ações estão sendo

desenvolvidas e se caminham em direção aos resultados desejados. É essa a forma

pela qual a administração comunica e institucionaliza sua estratégia, define medidas

de sucesso, coordena os esforços dos processos-chave em busca de vantagens

competitivas para a entidade.

De acordo com SINK e TUTTLE (1989: 2), o desempenho de uma entidade é

função de uma complexa interação entre sete critérios: eficiência, eficácia,

qualidade, produtividade, qualidade de vida no trabalho, inovação e lucratividade.

Para ATKINSON et al. (1999:83), o sucesso de uma empresa depende do

atendimento dos interesses dos stakeholders, ou seja: os clientes valorizam serviço,

qualidade e custo; os funcionários, satisfação e segurança; enquanto que os sócios

e proprietários priorizam o retorno dos investimentos.

Page 88: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

73

O desempenho organizacional depende das suas unidades de negócio; por

isso o processo de gestão estratégica tem de levar em conta a necessidade de

alinhamento entre as áreas operacionais e as estratégias e políticas da organização

como um todo. Estas áreas precisam ser eficazes no que lhes compete fazer, para

garantirem o cumprimento da missão da entidade.

As metas gerenciais são atingidas por meio de atividades operacionais,

devendo ser planejadas e executadas de acordo com a direção e as metas definidas

para a unidade de negócios, processo, ou nível individual, o que permite ao gestor

alinhar as atividades organizacionais e a alocação de recursos às metas

estratégicas.

Segundo CERTO e PETER (1993: 200) o exame e avaliação de áreas

afetadas pelo processo de administração estratégica é imprescindível, mediante o

que denominam de “auditoria estratégica”, a qual é conduzida a partir de um

conjunto de ferramentas e diretrizes específicas de cada empresa.

Os processos operacionais podem ser considerados os principais elementos

da geração de valor, sejam eles produtivos ou administrativos. A gestão leva em

conta as escolhas e a orientação estratégica, assim como o desenho organizacional

com vistas à maximização do valor gerado. Para tanto, baseia-se num processo que

envolve coordenação de esforços, aprendizagem organizacional, cultura e gestão de

desempenho.

De acordo com ARMISTED et al. (1999: 105) a chave para atingir a eficácia

organizacional é administrar processos operacionais essenciais, valendo-se de

fatores-chave como velocidade, custo, flexibilidade e confiabilidade, os quais

atendem as necessidades dos clientes e, portanto, as necessidades estratégicas da

organização.

CERTO e PETER (1993: 15) sugerem a adoção de esquemas de controle que

visem monitorar e avaliar o processo de administração estratégica, a fim de melhorá-

lo e assegurar-lhe um funcionamento adequado, fazendo com que as estratégias se

desenvolvam da forma como foram planejadas, o que ajuda a alta administração a

atingir as metas organizacionais.

A definição de um sistema de controle deve espelhar os objetivos da

organização e as estratégias competitivas do negócio, de modo a definir as medidas,

a partir de fatores quantificáveis, nas quais as relações entre quantidades de um

evento atual são comparadas às de um evento anterior, ou aos padrões esperados.

Page 89: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

74

A mensuração do desempenho tem, neste contexto, o papel de instrumento

de monitoração no sentido de medir o grau de sucesso na tentativa de atingir um

objetivo.

3.3.1 – Mensuração de Desempenhos

A mensuração do desempenho tem como objetivo prover os gestores com

insights, para que eles possam saber sobre o que se fez, o modo como se fez,

onde pode ser melhorado, e, ainda, quando o sistema está sob ou fora de controle

e, assim, poder motivar e encorajar os elementos da organização a caminhar em

direção aos objetivos estratégicos. Portanto, um sistema de mensuração deve ser

moldado de forma a captar e organizar dados, e comunicar resultados de forma clara

e rápida, permitindo aos gestores tomar as providências cabíveis, no sentido de

melhorar o desempenho.

No contexto competitivo, mensurar o desempenho é essencial porque, o

conhecimento do que e como foi feito , propicia aos gestores saber como obter

melhorias contínuas em busca de lucratividade. No entanto, o uso eficaz de sistemas

de mensuração pode ser dificultado em virtude de alguns paradigmas, segundo

SINK e TUTTLE (1989: 58), como o que considera a mensuração uma ameaça que

deve ser pautada em precisão, enfoca um único indicador, dando ênfase a

produtividade do trabalho, encarando a subjetividade como descuido e os padrões

como fatores limitativos do desempenho.

O sistema de mensuração tem o papel de assegurar que o trabalho seja feito

pontualmente, dentro das especificações, conforme orçado, e com melhoria

constante de desempenho. Faz-se necessário, portanto, conceber o desempenho

organizacional, ou seja, entender qual é o desempenho esperado, para, assim,

poder defini-lo operacionalmente, em termos de critérios de gestão que funcionem

como um painel de instrumentos.

A organização do sistema pressupõe uma boa compreensão das possíveis

ações de melhorias, decisões, problemas e oportunidades de gestão, assim como

das técnicas de coleta, processamento e apresentação das informações que serão

necessárias.

De acordo com CERTO e PETER (1993: 206) as medições do desempenho

podem ser qualitativas, quantitativas, ou podem combinar essas duas formas. As

Page 90: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

75

medições qualitativas são constituídas por dados, resumidos com subjetividade, os

quais envolvem julgamentos e, por isso, podem levar a resultados que limitam a

efetividade e a eficiência da gestão estratégica, contribuindo assim para o fracasso

da organização. As medições quantitativas consistem de dados resumidos

numericamente, tais como unidades de produtos, níveis de rotatividade de

empregados, absenteísmo, dividendos pagos, retorno sobre o investimento,

participação de mercado, etc.

A combinação destes dois tipos de medidas permite estimular a busca de

melhorias contínuas, porque tira o foco do controle de exceções, proporcionado

pelos padrões que criam uma mentalidade de conformidade, em vez de incentivarem

a criatividade e enfraquecerem as forças que promovem uma visão pró-ativa dos

negócios.

Para empresas de serviços, o uso de medidas não financeiras pode prover

uma dimensão adicional valiosa, por fornecer informações que permitem quantificar

o posicionamento competitivo do negócio. Alguns aspectos do desempenho não

podem ser mensurados quantitativamente; e aqueles que podem requerem ainda

algum julgamento, quando os resultados não podem ser claramente previstos.

Para se promover a implementação de um processo de mensuração eficaz é

necessário, inicialmente, fazer uma análise completa das necessidades

operacionais, identificando metas em termos de dimensões críticas, tais como:

tempo, qualidade e custos.

A dimensão dos custos irá proporcionar a compreensão do potencial de

lucratividade, essencial à sobrevivência do empreendimento, tanto sob a perspectiva

dos serviços e atividades, quanto dos clientes, estabelecendo metas realísticas.

A análise dos processos essenciais, das saídas e dos atributos necessários

para apoiar o desempenho requerido, ajudará a desenvolver e alinhar medidas e

metas para cada processo, definindo papéis e responsabilidades, assim como

propiciará o desenvolvimento de um sistema de motivação de todos os envolvidos.

A mensuração de desempenho estruturada tem como objetivo motivar

encorajar a organização a mover-se, unida, em direção aos objetivos estratégicos; o

que se dá por meio de coleta de dados, organização e comunicação do desempenho

de forma abrangente; os gestores ganham mais tempo para planejar e desenvolver

negócios, por terem que se preocupar menos com o que saiu errado, uma vez que

Page 91: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

76

toda a equipe de trabalho tem acesso a todos os detalhes de seu desempenho; e as

técnicas bem sucedidas são copiadas com rapidez.

Para MEYER (2000: 96) a mensuração do desempenho deve maximizar a

eficácia das equipes e, portanto, estas devem se concentrar em processos capazes

de melhorar o fornecimento de produtos e serviços aos clientes, através de

indicadores de processo que monitorem tarefas e atividades geradoras de

resultados.

Para esse autor, os indicadores de resultados evidenciam o cumprimento de

metas, esclarecem como se chegou a elas, e, ainda, mais importante, o que fazer

para melhorar o desempenho continuamente. Na gestão de processos, um

pressuposto básico é a excelência; então a busca de melhorias contínuas, como um

pré-requisito, deve ser sistematicamente avaliada.

É importante, reforça MEYER (2000: 99), que se componha um painel de

indicadores simples, enxuto e específico para cada processo, de modo que permita

à equipe atingir sua missão, explorando em plenitude a capacidade de executar

tarefas com eficiência.

SHARMAN (1995) adverte que o trabalho de desenvolvimento de um sistema

de mensuração de desempenhos requer uma equipe multifuncional formada por

elementos da alta administração, facilitadores internos, e uma equipe de consultoria,

de modo a assegurar o alinhamento e adaptabilidade de mudanças, na estratégia,

pela identificação de atividades ineficientes, ou de processos que não adicionam

valor às atividades produtivas.

Esse autor destaca que um passo importante para o desenvolvimento de um

sistema de mensuração de desempenho consiste na definição dos processos. Essa

definição tem como objetivo promover a compreensão de todos os componentes do

processo, o que envolve a identificação de pontos de partida e de chegada e as

relações entre os processos, formando-se um mapa detalhado dos processos que

afetam diretamente o cliente.

O desenvolvimento de medidas, realizado por grupos representativos das

áreas funcionais, começa pela saída esperada para o fim do processo, traduzida, em

termos financeiros ou não financeiros, que posteriormente deverão ser validadas ou

refinadas.

A mensuração do desempenho pressupõe a existência de um Sistema de

Informação Gerencial (SIG), que deve levar em conta seis dimensões de

Page 92: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

77

desempenho: duas relacionadas com o resultado do sucesso competitivo e quatro

com os aspectos determinantes deste sucesso. Essas dimensões têm como

medidas do resultado do sucesso competitivo, os indicadores de “competitividade”

(participação de mercado) e os financeiros (custo unitário, lucro e valor adicionado).

E há as medidas dos aspectos determinantes do sucesso competitivo: qualidade,

flexibilidade, utilização de recursos, e iniciativas de inovação, conforme ilustrado no

Quadro 8:

Quadro 8 – Dimensões das Medidas de Avaliação de De sempenho

DIMENSÕES MEDIDAS DE AVALIAÇÃO

• Competitividade: Participação de Mercado Resultado do sucesso competitivo

• Financeiras: Custo unitário, lucro e valor adicionado

• Qualidade

• Flexibilidade

• Utilização de recursos

Determinantes do sucesso competitivo

• Inovação

Fonte: BRIGNALL , 1997: 39, adaptado pelo autor.

As empresas que mantém estratégias de “liderança em custos” tendem a

enfocar as medidas de utilização de recursos e custos, e as que optam pela

“diferenciação” inclinam-se para o mix e para ponderações de medidas

determinantes de diferenciação, tais como qualidade, flexibilidade e inovação.

Porém, as medidas de competitividade serão necessárias para qualquer uma destas

estratégias. Naturalmente, deverá haver uma interação e equilíbrio entre as seis

dimensões, embora sejam diferentes as prioridades.

A análise de lacunas, também é indicada por SHARMAN (1995: 36) como

uma etapa importante para desenvolvimento de um sistema de mensuração de

desempenho, na medida em que essa análise tem como objetivo identificar

oportunidades de melhorias e adoção de ferramentas apropriadas, assim como

avaliar a distância entre onde se está (desempenho atual) e onde se quer chegar

(metas).

Page 93: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

78

3.3.2 – Indicadores de Desempenho

As medições constituem um aspecto fundamental no modo de vida dos

indivíduos. As pessoas têm o costume de medir tudo: o tempo de existência, este

em segundos, minutos, horas, dias, meses e anos; o peso em gramas, quilos,

toneladas; a altura, em centímetros, metros; a velocidade do carro, em quilômetros

por hora; a distância entre os lugares, em quilômetros e assim com a temperatura,

as roupas, os calçados. Enfim, em cada momento de nossa existência, pode-se

dizer que há uma medida. A integração entre medições e a vida das pessoas é

tanta, que seria quase impossível viver sem tamanho referencial.

Sem medição não há controle; sem controle não há avaliação e sem

avaliação não se implementam melhorias. Os indicadores, como unidades de

medidas, permitem que o monitoramento, o controle e a avaliação possam ser feitos

em bases contínuas e mais realistas.

De acordo com HARRINGTON (1991: 417), um sistema de medição é

importante porque:

“Medir é entender; entender é ganhar conhecimento; ter conhecimento é ter poder. Desde os primórdios dos tempos, o que distingue os seres humanos dos outros animais é sua capacidade de observar, medir, analisar e usar essas informações para realizar mudança.”

Segundo HARRINGTON (1991: 211), as medições são importantes para o

aperfeiçoamento por diversos motivos:

1) “concentram a atenção em fatores que contribuem para a realização da missão organizacional;

2) mostram a eficiência com que os recursos são empregados;

3) ajudam a estabelecer metas e monitorar tendências;

4) fornecem dados para determinar as causas básicas e as origens dos erros;

5) identificam oportunidades para aperfeiçoamento contínuo;

6) proporcionam aos funcionários uma sensação de realização;

7) fornecem meios de se saber se está ganhando ou perdendo; e

8) ajudam a monitorar o desenvolvimento.”

Segundo KAPLAN e NORTON (1997), para manter o rumo da excelência

empresarial os gestores necessitam de indicadores sobre os vários aspectos do

ambiente e desempenho organizacional.

Page 94: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

79

SINK & TUTTLE (1193: 146) dizem que “a mais importante e talvez a única

razão realmente válida para se medir a performance de um sistema organizacional é

apoiar e aumentar a melhoria”. De acordo com estes autores uma das necessidades

inatas do ser humano é a necessidade de feedback, ou seja, de saber como se

saíram.

De acordo com HARRINGTON (1993: 98), as medições são fundamentais

porque “se você não puder medir o processo, não poderá controlá-lo; se não puder

controlá-lo, não poderá gerenciá-lo; e se não puder gerenciá-lo, não poderá

aperfeiçoá-lo”. No entendimento do autor, as medidas de desempenho informam o

que as pessoas estão fazendo, como as mesmas estão se saindo e se estão agindo

como parte do todo.

HARRINGTON (1993) afirma que as medições são o ponto de partida para as

melhorias, porque as mesmas possibilitam entender onde a organização se encontra

e fixar metas que auxiliem a organização a chegar onde deseja.

Medir é importante para fornecer aos gerentes novas percepções tais como:

por que o sistema está tendo determinada performance, onde se pode melhorar o

sistema, quando o sistema está ou não sob controle, dentre outros. A razão principal

para medir a performance de uma organização é a busca de uma melhoria contínua.

SINK & TUTTLE (1993: 163) afirmam que “o papel mais importante da medição é

como ferramenta de melhoria”.

Os objetivos da mensuração de qualquer atividade, processo ou unidade de

negócio são monitorar, controlar e orientar decisões. As medidas de monitoramento

procuram acompanhar o histórico do desempenho do processo. As medidas de

controle procuram acompanhar o desempenho do processo em andamento, e são

usadas para orientá-lo na direção dos objetivos. E as medidas de orientação são

definidas com o intuito de motivar ações das pessoas para que se chegue aos

objetivos perseguidos.

As medidas de desempenho são definidas tendo-se em vista a perspectiva da

atividade ou de produtividade. Quando são baseadas na atividade, o foco está na

eficiência e na eficácia do esforço do trabalho principal, mas nem sempre no

desempenho do processo, como um todo. Em geral, são expressas em termos de

tempo.

Uma das mais relevantes contribuições para o processo de gestão estratégica

mediante o uso de indicadores deve-se ao Balanced Scorecard, que complementa

Page 95: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

80

os indicadores financeiros, mostrando o resultado das ações do passado com

“indicadores operacionais, relacionados com a satisfação dos clientes, com

processos e com a capacidade da organização de aprender e melhorar – atividades

que impulsionam o desempenho financeiro futuro.” (KAPLAN & NORTON, 2000:

117)

Para satisfazer seus clientes, a organização empenha-se em garantir a

excelência (elevado nível de serviço) dos seus processos, havendo, portanto, a

necessidade de identificar e mensurar as competências essenciais, assim como os

métodos necessários para atendê-las.

O processo de gestão visa fazer com que as coisas aconteçam do modo

como foram planejadas, e requerem, portanto, que se defina o resultado esperado

das ações implementadas. O controle desse processo será exercido mediante

medição, comparação do real com objetivos e metas, e implementação de ações

corretivas, quando necessárias. (CERTO e PETER, 1993: 197)

O estabelecimento de padrões é parte do planejamento e deve estar em

conformidade com a estratégia, mediante os recursos e procedimentos adotados. Os

padrões, segundo CERTO e PETER (1993: 11), são “medidas de desempenho que

possibilitarão ao negócio atingir seus objetivos de longo prazo com sucesso”.

Enfim, é necessário operacionalizar medidas úteis e consistentes sobre o que

se deseja administrar. Deve-se, segundo SINK e TUTTLE (1989: 243), definir como:

a) “Coletar os dados necessários para a medida;

b) Decidir o que é contábil para a medida, e qual a escala será usada e qual atributo;

c) Decidir ou determinar como estocar e recuperar os dados, eficaz e eficientemente;

d) Determinar quais são os processos, o tratamento e a transformação de dados, em informação e no correspondente relato.”

Para operacionalizar as medidas que irão avaliar o desempenho é importante

entender a dimensão estratégica deste, ou seja, detectar o que ele deve refletir, em

termos dos fatores estratégicos do negócio, das bases competitivas, das

competências e dos métodos essenciais, a serem adotados para o sucesso

organizacional; tais fatores devem ser representados por números que possam ser

computados como atributos.

SINK e TUTTLE (1989: 248) reúnem os exemplos de medidas de

desempenho, apresentados no Quadro 9.

Page 96: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

81

Quadro 9 – Exemplos de medidas de desempenho EFICÁCIA

Percentual de vendas / vendedor Rotatividade de clientes por região e produto Participação de mercado (real e potencial) Nível de reputação dos clientes Percentual de embarques pontuais

LUCRATIVIDADE Vendas reais X vendas orçadas Variâncias excedentes dos níveis meta Percentual de lucros sobre o capital total empregado (ROI) Percentual de lucros sobre as vendas (ROS) Lucro por empregados Percentual de aumento nos dividendos

EFICIÊNCIA Níveis máximo, mínimo ou abaixo da meta Percentual de falta de material na produção Variação no custo médio total de manuseio de uma requisição Relatório de itens de estoque abaixo do mínimo Taxas de desperdício Tempo de manutenção de máquinas Taxas de mão-de-obra (direta e indireta) Tempo médio de processamento Utilização de espaço

QUALIDADE DAS RELAÇÕES HUMANAS Taxa de absenteísmo e rotatividade de empregados Número de queixas de empregados Número de acidentes Horas-extras trabalhadas por empregado

INOVAÇÃO Número de novos métodos de produção adotados Economias de tempo e custos, pelo emprego de novos métodos e tecnologia.

QUALIDADE Percentual de rejeição nos itens recebidos Quantidade de trabalhos de correção Taxa de reclamações dos clientes

PRODUTIVIDADE Vendas por empregado Produção por empregado Tempo de entrada da matéria-prima até o produto acabado

Fonte: SINK e TUTTLE, 1989: 248

Fica claro que ter um painel de indicadores é essencial para a condução dos

negócios, e estes tanto podem ser de resultado, para a empresa como um todo,

como de processos.

Page 97: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

82

Os indicadores de processo são específicos e devem ser elaborados pela

equipe com a participação da administração, para garantir a convergência de

interesses em direção às metas definidas.

Diante de uma grande quantidade de termos usados alternativamente na área

de mensuração, é recomendável que estas equipes definam uma terminologia

própria, que facilite a compreensão dos participantes.

Do mesmo modo, vários autores recomendam caminhos, descobertos e/ou

realizados por eles, para a definição de indicadores eficazes, mas fica bem claro que

cada equipe, específica por empresa, tem a condição plena de captar a essência do

que deve ser medido e como essa medida deve se apresentar para ser bem

utilizada.

Para apoiar efetivamente o processo de gestão, o indicador de desempenho

tem de ser capaz de traduzir a estratégia em termos das iniciativas que tragam

melhorias operacionais.

Para TACHIZAWA e ANDRADE (2002: 120), o conjunto de indicadores a ser

utilizado no âmbito de uma instituição de ensino superior deve levar em conta três

níveis de abrangência:

• Indicadores de negócio destinam-se a avaliar a instituição de

ensino superior como uma entidade prestadora de serviços aos

seus clientes atuais e potenciais, através do processo de interação

com o meio ambiente externo;

• Indicadores de desempenho global visam avaliar o desempenho

da instituição de ensino superior como um todo e devem ser objeto

de análise permanente dos gestores;

• Indicadores de qualidade buscam relacionar o grau de expectativa

do cliente com o serviço efetivamente recebido e normalmente

medem a qualidade e os custos.

• Indicadores de desempenho constituem pontos de controle e

verificação do processo, procurando medir sua eficiência em

relação aos recursos utilizados (mão-de-obra, equipamento,

energia, instalações, etc.)

A Figura 18 apresenta a relação entre os indicadores no contexto de uma

instituição de ensino superior.

Page 98: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

83

Figura 18 – Mensuração através de indicadores

I D G I N G

Processo Z.....

Processo BProcesso A

I D

FORNECEDOR TAREFA 1 T 2 T 3 CLIENTE

I Q

Fonte: TACHIZAWA e ANDRADE, 2002: 121

3.3.3 – Abordagens Relacionadas ao Tema

Atualmente, existe uma preocupação geral com a mensuração. Como foi visto

anteriormente, aquilo que não se consegue medir, não se consegue controlar e

tampouco melhorar. A mensuração é importante para direcionar a entidade, seja em

um processo de simples melhoria, diversificação ou mudança radical.

Todas as empresas, sejam elas com finalidade lucrativa ou não, possuem

algum tipo de sistema para mensuração de seu desempenho, geralmente calcado

em informações econômico-financeiras. Entretanto, estudos relacionados com a

gestão dos negócios iniciados no século passado passaram a incorporar também os

indicadores não financeiros no suporte e mensuração do desempenho, que até

então não eram considerados relevantes.

HAMMER e CHAMPY (1994) preconizaram um novo modelo de gestão

chamado de “Reengenharia”, que trouxe em seu núcleo uma mudança de foco das

operações para os processos e do aumento da importância da inovação

organizacional em detrimento da inovação tecnológica. Reconhecendo que a

reengenharia não sedimentou as suas teorias, em entrevista exclusiva à HSM

Manegement, HAMMER (1998: 6) afirma que “um novo conceito gerencial atrelado a

ela vem subindo muito e com força: a organização voltada para processos.”

Page 99: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

84

Para HAMMER (1998: 6), “Em uma organização orientada para processos,

eles são cuidadosamente projetados, mensurados e, o que é mais importante, todos

os entendem.”

Nos últimos anos, as empresas estão aprimorando práticas avançadas de

gestão, que possibilitam tomadas de decisões baseadas em informações mais

precisas, otimizando os resultados obtidos, através do efetivo controle de seus

processos internos.

Dentro deste contexto, destaca-se também o Tableau de Bord como um dos

modelos de controle de performance global da empresa, através da apresentação de

indicadores de desempenho, de forma sumarizada. O objetivo do Tableau de Bord é,

baseado em dados físicos, gerar informações para a tomada de decisão.

O Tableau de Bord considera a organização como um sistema. A visão e a

missão da organização devem ser traduzidas em um conjunto de objetivos, a partir

dos quais as entidades identificam seus fatores críticos de sucesso, que depois são

traduzidos em indicadores chaves de desempenho, quantitativos.

Segundo BESSIRE (2000: 2), o Tableau de Bord foi criado e desenvolvido em

1930 na França por engenheiros de produção que procuravam uma maneira de

melhorar e entender as relações de causa e efeito dos processos de produção. A

autora acrescenta que o Tableau de Bord, antes do Balanced Scorecard, recorreu a

um conjunto mínimo de indicares para ajudar o gestor a tomar decisões na pilotagem

do negócio, a partir da estratégia.

O Balanced Scorecard, por sua vez, traduz a missão e a estratégia das

empresas em um conjunto abrangente de medidas de desempenho que serve de

base para um sistema de medição e gestão estratégica (KAPLAN e NORTON,

1997). Esse desempenho organizacional é medido sobre quatro perspectivas

equilibradas: financeira, do cliente, dos processos internos e do aprendizado e

crescimento, que formam a estrutura do Balanced Scorecard.

Segundo KAPLAN e NORTON (1997), as medidas financeiras não são mais

suficientes para orientar uma organização. Elas contam parte, mas não toda a

história das ações passadas e não fornecem orientações adequadas para as ações

que devem ser realizadas hoje e amanhã para criar valor financeiro. No entanto, elas

não devem ser desprezadas.

Na perspectivas de processos internos, as organizações buscam identificar

quais os processos mais críticos para a realização dos objetivos dos clientes e

Page 100: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

85

acionistas. Normalmente, os objetivos e medidas de desempenho para essa

perspectiva são desenvolvidos após a formulação das perspectivas financeira e do

cliente e descrevem como executar a estratégia de modo a cumprir a proposição de

valor.

Segundo a NBR ISO 9000, gestão da qualidade é um conjunto de “atividades

coordenadas para dirigir e controlar uma organização no que diz respeito à

qualidade” (ABNT, 2000: 8). A homologação da norma “NBR ISO 9001 Sistemas de

gestão da qualidade – Requisitos” em dezembro de 2000 trouxe muitas novidades

em relação aos conceitos e fundamentos da gestão da qualidade. Um dos aspectos

mais marcantes é o relacionado ao enfoque por processos, cujo conceito básico

prevê uma nova forma de estruturar e gerenciar os processos e as próprias

organizações, de forma sistemática e integrada, integrando as expectativas dos

clientes à eficácia da organização como um todo.

Os princípios de gestão da qualidade podem ser utilizados pela alta direção

para conduzir a organização à melhoria do seu desempenho. Dentre esses

princípios, destacam-se aqueles relacionados a processos, extraídos na integra da

NBR ISO 9000:

• “Abordagem de processo – Um resultado desejado é alcançado mais eficientemente quando as atividades e os recursos relacionados são gerenciados como um processo.”

• “Abordagem sistêmica para a gestão – Identificar, entender e gerenciar os processos inter-relacionados como um sistema contribui para a eficácia e eficiência da organização no sentido de esta atingir os seus objetivos.”

O termo processo tem sido muito enfatizado ultimamente, procurando

direcionar os gestores para uma visão correta das atividades internas, abolindo o

conceito departamentalista, que vigorou durante muito tempo.

Os Critérios de Excelência são, atualmente, o mais completo referencial sobre

gestão empresarial no mercado nacional e internacional. São doze fundamentos,

que se constituem no alicerce da gestão, e oito critérios, que dão a sustentabilidade

ao modelo, permitindo mensurar, de forma estruturada, a gestão empresarial das

organizações, por meio da avaliação do Prêmio Nacional da Qualidade – PNQ.

Dentre os fundamentos em que se baseiam os Critérios da Excelência do

PNQ destaca-se a abordagem por processo , definida como a “compreensão e

gerenciamento da organização por meio de processos, visando à melhoria do

desempenho e à agregação de valor para as partes interessadas” (PNQ, 2005: 16).

Page 101: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

86

A identificação e a análise de processos levam ao melhor entendimento de como

funciona a organização, permitindo assim a definição adequada de

responsabilidades, o uso eficiente dos recursos e a eliminação de atividades

redundantes.

A incorporação dos fundamentos da excelência às praticas da organização é

enfatizada pelo Modelo de Excelência do PNQ, onde estão inseridos oito critérios,

cabendo destaque para o item Processos , que “examina os principais aspectos da

gestão dos processos da organização” e “como a organização administra seus

recursos financeiros, de maneira a suportar sua estratégia, seus planos de ação e a

operação eficaz de seus processos” (PNQ, 2005: 39).

Como vimos, existem várias abordagens relacionadas à mensuração do

desempenho de processos, porém o presente trabalho está baseado nos

ensinamentos de HARRINGTON (1991), considerado o precursor na melhoria dos

processos empresariais. Segundo esse autor, os processos devem ser controlados

em função da sua eficácia e eficiência. A eficácia avalia como as saídas de cada

processo satisfazem as necessidades dos clientes. A eficiência sinaliza como a

utilização dos recursos é minimizada, incluindo uma preocupação com a eliminação

dos desperdícios.

3.4 – Síntese

Resumindo, pode-se concluir na leitura das Seções 3.2 e 3.3 que administrar

é planejar , controlar e melhorar os processos relevantes para a entidade.

O trabalho é viabilizado através de uma rede de processos; as pessoas fazem

parte de um processo; todo processo gera um produto (saídas); todo processo tem

um cliente (interno ou externo); todo processo requer entradas e todo processo tem

fornecedores.

A Gestão por Processos tem as seguintes implicações:

• A organização precisa identificar seus processos críticos a partir da estratégia e gerenciá-los, com base em um enfoque sistêmico e integrado.

• Os esforços de mapeamento devem ser concentrados nos processos críticos, para que sejam identificadas oportunidades de melhoria significativas.

Page 102: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

87

• A elaboração de fluxogramas, também chamada de diagramação lógica ou de fluxo, é uma ferramenta inestimável para se entender o funcionamento interno e os relacionamentos entre as atividades que compõem o processo.

• O mapeamento dos processos é um meio e não um fim, em si mesmo. O que realmente importa é o cumprimento dos objetivos e metas estabelecidos.

• Os processos críticos devem ser gerenciados por um gestor, que assume a responsabilidade pelos seus resultados.

• Indicadores de desempenho devem ser utilizados para avaliar e monitorar a performance dos processos.

• Melhorias em processos devem ser atingidas a partir de abordagens estruturadas, que possibilitem o desenvolvimento e a implementação de mudanças, que produzam efeitos benéficos e sustentáveis ao desempenho do processo.

As diferenças entre a organização departamental e a gestão por processos

encontra-se resumida no Quadro 10.

Quadro 10 – Organização Departamental x Gestão po r Processos

ATRIBUTOS ORGANIZAÇÃO DEPARTAMENTAL

GESTÃO POR PROCESSOS

1. Foco Chefe Cliente

(interno ou externo)

2. Relacionamento Cadeia de comando

(vertical) Cliente – Fornecedor

(horizontal)

3. Orientação Hierárquica Processo

4. Quem toma decisão Gerência Todos os participantes

5. Estilo Autoritário Participativo

Com o objetivo de facilitar a compreensão e o sentido com que as expressões

são empregadas ao longo do presente documento, convém estabelecer as

diferenças entre eficiência e eficácia. A eficiência significa fazer as coisas bem e

corretamente, enquanto que a eficácia atingir os objetivos e resultados. Ambas estão

relacionadas com a utilização de recursos e com o alcance dos objetivos, conforme

demonstrado no Quadro 11.

Page 103: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

88

Quadro 11 – As diferenças entre eficiência e eficác ia

Baixa Boa

Eficaz, mas Eficaz e eficiente,não eficiente. objetivos atingidos

Atinge objetivos e recursos bem

mas alguns recursos utilizadossão disperdiçados. Alta produtividade e

elevado desempenho.

Nem eficaz e Eficiente, masnem eficiente. não eficaz.

Objetivos não atingidos, Recursos são bem

recursos disperdiçados aplicados, mas os objetivosno processo. não são alcançados.

Desempenho precário. Desempenho precário.

Alc

an

ce d

e o

bje

tivos

Utilização de Recursos

Alto

Ba

ixo

Fonte: CHIAVENATO, 1994: 45 – adaptada pelo autor

A Figura 19 resume as responsabilidades do gestor no que respeita ao

planejamento e controle das operações.

Figura 19 – Funções de Planejamento e Controle das Operações

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

CONTROLE

MENSURAÇÃO DO DESEMPENHO DO NEGÓGIO

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO

Fonte: Autor deste trabalho

ONDE ESTAMOS? ONDE QUEREMOS CHEGAR?

MERCADOEVOLUÇÃO EXPECTATIVA

Page 104: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

89

4 – ANÁLISE DOS RESULTADOS

O objetivo deste estudo, conforme definido na Seção 1.5, é fornecer uma

base conceitual para observação e tratamento dos processos que afetam o

desempenho de uma instituição de ensino superior, mediante pesquisa bibliográfica

e proposição de um modelo que possa ser do interesse dos gestores dessas

entidades.

Através dos objetivos específicos buscou-se compreender como a

Mensuração do Desempenho de Processos pode contribuir para:

a) a identificação de insumos susceptíveis a análise de valor para a

conseqüente eliminação de desperdícios;

b) a gestão estratégica de custos melhorar o desempenho das instituições

de ensino superior, com a aplicação de conceitos de Custeio por

Contribuição, sem qualquer alocação e ou rateio;

c) a formulação de indicadores para alguns processos do sistema de

apoio acadêmico; e

d) a análise de alguns indicadores de mensuração de desempenho,

formulados para os processos escolhidos, demonstrando potencial

para eliminação de desperdícios e melhoria contínua.

Neste capítulo são apresentados os resultados da investigação teórica e

empírica, o modelo sugerido para consolidação destes achados e um ensaio para

testar a sua eficácia.

4.1 – Resultado da Investigação Teórica

A competitividade crescente e a velocidade cada vez maior com que estão

ocorrendo mudanças no ambiente dos negócios apresentam constantes desafios

para os gestores.

Empresas de todos os segmentos passam por dificuldades sem entendê-las

e, muitas vezes, nem identificá-las. Por mais que o gestor esteja preparado e seja

experiente, e a empresa, bem administrada, ocorrem problemas, e conseguir

controlá-los passa ser o verdadeiro desafio.

Page 105: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

90

As necessidades de reduzir custos e melhorar continuamente o desempenho

das empresas sempre estarão presentes, forçando os gestores a buscar ferramentas

adequadas para vencer estes desafios.

A literatura pesquisada sugere que a excelência empresarial está baseada em

dois princípios: melhoria contínua e eliminação de desperdício. Estes dois princípios

combinados ou mesmo isoladamente contribuem para a redução de custos

operacionais.

A redução de custos, por sua vez, vai de encontro com o escopo competitivo

de buscar uma liderança em custo para enfrentar a concorrência. Porém, os custos

não caem automaticamente ou por acidente, mas sim com um trabalho árduo e de

uma constante atenção. No caso de uma instituição de ensino superior, a atenção

deve estar voltada para a melhoria constante dos processos, buscando

compreendê-los, racionalizá-los para evitar re-processos e agilizá-los para aumento

da produtividade.

Não se pode aceitar que os custos sejam suficientemente baixos e esta

postura exige um constante monitoramento dos processos na busca de

oportunidades para uma melhoria contínua e eliminação de desperdício.

Como visto na Subseção 3.1.2, a Contabilidade de Custos assume duas

funções relevantes: como ferramenta de controle e apoio à tomada de decisão. No

que diz respeito ao controle, deve fornecer dados para o estabelecimento de

padrões, orçamentos e outras formas de previsão e planejamento, para, em seguida,

comparar o que foi efetivamente realizado com valores anteriormente definidos.

Qualquer que seja a atividade de prestação de serviços, é possível

estabelecer padrões de controle, orçamento e acompanhamento de custos que

garantirão à empresa a pratica de preços competitivos, determinação dos aspectos

controláveis e não-controláveis e identificação das oportunidades para redução de

custos nos processos.

Essas ferramentas, nem sempre presentes, podem representar o diferencial

entre o sucesso financeiro do empreendimento (lucro ou superávit) ou o amargo

fracasso (déficit ou prejuízo).

Acompanhar o desempenho em termos de tendência, conforme afirmado na

Seção 3.3, permitirá ao gestor identificar os desvios, analisar as causas e intervir

oportunamente no sentido de melhorar o curso em relação às metas estabelecidas.

A identificação de desvios remete o gestor a investigar as causas e promover as

Page 106: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

91

ações corretivas necessárias procurando atingir as metas finais. O objetivo é

identificar o seu deslocamento em direção à meta uma vez que, será resultado do

aprendizado das pessoas envolvidas e que deve acontecer progressivamente.

4.1.1 – Definição de Indicadores

A definição dos indicadores de desempenho tem a finalidade de identificar a

contribuição dos respectivos fatores para o resultado final da entidade. Esta

perspectiva é orientada para a obtenção de resultados futuros, eliminando

desperdícios e ineficiência quando da identificação das causas e das fontes de

problemas, e da adoção de melhorias contínuas, respaldada no equilíbrio entre os

custos e os benefícios.

Trata-se de uma perspectiva estratégica, na qual a avaliação do desempenho

deve ser realizada sobre bases específicas, que contribuam para o sucesso da

organização como um todo. Isto requer a definição de um conjunto de metas de

desempenho e a identificação das ações necessárias para atingi-las.

Acompanhar o desempenho em termos de tendência permitirá ao gestor

identificar os desvios, analisar as causas e intervir oportunamente no sentido de

melhorar o curso em relação às metas estabelecidas. A identificação de desvios

remete o gestor a investigar as causas e promover as ações corretivas necessárias,

procurando atingir as metas finais. O objetivo é identificar o seu deslocamento em

direção à meta uma vez que, será resultado do aprendizado das pessoas envolvidas

e que deve acontecer progressivamente.

4.2 – O caso da IES - Instituição de Ensino Superio r

A Instituição de Ensino, objeto deste trabalho, completou 57 anos de

existência no dia 25 de janeiro deste ano. Fundada em 1949 por um dos milhares

imigrantes italianos que contribuíram – e ainda contribuem – para o progresso

paulista, iniciou suas atividades, no bairro de Moema, como modesta Escola de

Datilografia, com uma única sala de aula, formando pessoal para a prática comercial

e de serviços.

Em 1951, iniciou sua ação no ensino formal, obtendo autorização para

funcionamento de um curso primário, tal como prescrevia a legislação da época.

Page 107: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

92

Dois anos depois, em 1953, surgia o curso comercial básico; em seguida, o curso

ginasial, o ginásio orientado para o trabalho e o curso comercial técnico, sob o

abrigo e orientação do Ministério de Educação e Cultura de então.

Em 1972, a Instituição de Ensino, com a experiência e a tradição

conquistadas no ensino dos níveis inferiores, ingressou no ensino superior, obtendo

autorização para funcionamento da FACULDADE, com os dois primeiros cursos de

graduação: Administração e Ciências Contábeis. Esses cursos foram reconhecidos,

pelo Governo Federal, em menos de quatro anos, fato inédito, à época.

A FACULDADE consolidou-se e buscou a autorização de mais dois cursos,

para fortalecer sua área de atuação – a das ciências sociais aplicadas: Comércio

Exterior, como habilitação nova para o curso de Administração existente e

reconhecido, e o curso superior de Tecnologia em Processamento de Dados - TPD.

A habilitação Comércio Exterior e o curso de TPD, também, foram reconhecidos no

prazo legal.

Em 1994, a FACULDADE deu início a um projeto de expansão. Adquiriu um

imóvel localizado no bairro de Santo Amaro, com área de 17.000 m², promoveu

intensa reforma para abrigar salas de aula, biblioteca, piscina, laboratórios, ginásio

poliesportivo e um teatro. Este espaço constitui um Centro de Educação e Cultura,

destinado ao ensino e aperfeiçoamento das ciências e das artes.

Em 1997, a nova unidade foi inaugurada com o início do ensino médio.

Obtendo autorização de funcionamento, ao longo de 1998, instalou, já em 1999 os

cursos de graduação em Pedagogia, Secretariado Executivo Bilíngüe, Educação

Física e Fisioterapia.

Após 27 anos de funcionamento, em 1999, incrementou os cursos de pós-

graduação (latu-senso), a realização de pesquisas e programas de extensão (cursos

e serviços), na sua área de atuação, consolidando-se como uma instituição de

ensino superior de qualidade.

Atualmente, a FACULDADE oferece os seguintes cursos:

� Na área de Ciências Sociais Aplicadas: Ciências Contábeis, Secretariado Executivo e Administração com habilitações em Administração Geral, Comércio Exterior e Marketing;

� Na área de Ciências Biológicas e da Saúde: Enfermagem e Fisioterapia;

� Na área de Tecnologia: Tecnologia da Informação; e

Page 108: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

93

� Na área de Formação de Professores: Licenciaturas em Educação Física e Pedagogia.

4.2.1 – Estratégia Empresarial

O Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado em janeiro de 2001,

estabelece as prioridades e metas da educação brasileira para os próximos 10 anos.

O plano orientará as ações do governo e da sociedade para melhorar a qualidade e

superar os desafios da educação brasileira.

Dentre as principais metas do Plano Nacional de Educação, destacam-se

aquelas focadas no ensino superior, quais sejam:

� ”Diversificar e expandir as vagas no ensino superior, de modo que possa atender, no mínimo, 30% da população na faixa etária de 19 a 24 anos;

� Ampliar o programa de Crédito Educativo; e

� Criar políticas que facilitem às minorias o acesso à educação superior.”

A FACULDADE está inserida na Grande São Paulo, a maior e mais

importante região metropolitana do Brasil, com cerca de 20 milhões de habitantes. É,

ainda, região de peso na economia nacional, particularmente, nos setores

secundário e terciário. A área de serviços, com ênfase nas instituições financeiras, é

a mais desenvolvida do País.

Considerando-se a educação como um bem superior, o acesso ao ensino de

terceiro grau é uma aspiração legitima da sociedade para a conquista da cidadania.

O abrandamento das políticas econômicas recessivas e a recuperação do

crescimento econômico devem aumentar a procura pelo ensino superior

aproximando os números da demanda efetiva da demanda potencial. Se não

bastasse, particularmente em São Paulo, as modificações no ambiente de trabalho

exigem profissionais crescentemente qualificados, cuja porta de entrada é,

indiscutivelmente, ensino de terceiro grau.

Ao lado do perfil econômico e social da cidade de São Paulo, destacam-se as

características da região de Santo Amaro, localização da principal unidade da

FACULDADE, com capacidade de atrair o público potencial da região. De um total

de aproximadamente 36.000 pessoas na faixa de 0 a 29 anos, 6.643 têm entre 25 e

29 anos, com segundo grau concluído (Fundação SEADE, 1997).

Page 109: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

94

É para este ambiente, de elevada potencialidade sócio-econômica, que a

FACULDADE está direcionando suas atividades. Os cursos e programas oferecidos

estão adequados ao mercado de trabalho regional e ao perfil das organizações

empregadoras. Trata-se de uma região fértil para o empreendedorismo, campo

propício ao tipo de profissional que a FACULDADE vem formando, em sua jornada

histórica.

A alta administração da FACULDADE declara como missão “desenvolver o

ensino, visando o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício

da cidadania e sua qualificação para o trabalho, tendo sempre presentes os valores

éticos”.

Com este propósito, define como estratégia oferecer elevado padrão de

qualidade, agilidade no atendimento, garantia de preços acessíveis ao público-alvo e

inspirar confiança.

Para desenvolver esta estratégia, coloca-se como prioritário:

a) reconhecimento do público-alvo;

b) eficiência operacional;

c) superávit.

O reconhecimento do público-alvo será demonstrado pelo crescimento

semestral do número de alunos e da receita, a preços constantes.

A eficiência operacional será demonstrada pela capacidade de

implementação de melhorias nos processos que levem a aumentos de

produtividade, redução dos desperdícios de tempo e recursos, assim como melhoria

nas relações de trabalho.

O tempo é uma variável que consome recursos. A produtividade, por sua vez,

é uma medida da eficiência na utilização dos recursos. Custo é o gasto relativo aos

recursos consumidos na produção de bens e serviços, que é o caso da

FACULDADE.

O superávit resultará do reconhecimento do público-alvo, que deverá

propiciar o aumento da receita e da eficiência operacional, que reduzirá os custos. A

simples redução de custos, ainda que mantido o nível das receitas, acarreta o

aumento da lucratividade.

O grau de satisfação do aluno será medido por meio de pesquisa direta. Para

eficácia deste processo, a coleta dos dados será feita semestralmente, dentro das

salas de aula, em datas definidas para esta atividade. Essa pesquisa abrangerá a

Page 110: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

95

instalações em geral, corpo docente, biblioteca e os serviços administrativos de

apoio, tais como secretaria, departamento financeiro e setor de atendimento ao

aluno.

Pesquisa de Marketing

A pesquisa de marketing é assim definida por KOTLER e FOX (1994: 77):

“Pesquisa de marketing é o planejamento sistemático, coleta, análise e relatório de dados e descobertas relevantes de uma situação de marketing específica ou problema enfrentado por uma instituição.”

A fim de analisar o perfil dos alunos e prospects da FACULDADE, foi

realizada uma pesquisa mercadológica qualitativa junto aos alunos e vestibulandos

das duas unidades de ensino, apresentada como fonte secundária neste estudo.

A Figura 20 apresenta as quatro etapas básicas da pesquisa de marketing.

Figura 20 – Processo de pesquisa de marketing

Objetivos da Levantamento Análise dospesquisa e Pesquisa formal e/ou dados edefinição do explanatória pesquisa apresentação

problema experimental do relatório

Fonte: KOTLER e FOX (1994: 78)

O objetivo primário era definir o perfil sócio-econômico-cultural dos atuais

clientes e do público-alvo, a percepção que os mesmos tem de seu composto de

marketing, assim como suas necessidades e expectativas em relação a um curso

superior. O objetivo secundário era avaliar:

� o meio pelo qual tomou conhecimento da FACULDADE;

� a imagem percebida da FACULDADE;

� a percepção em relação aos preço praticado pela FACULDADE e

por suas concorrentes;

� a percepção em relação ao produto/serviço oferecido aos alunos e

vestibulandos em comparação aos seus concorrentes;

� a percepção em relação à localização das unidades educacionais;

� a percepção em relação à comunicação praticada e sua eficiência;

Page 111: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

96

� necessidades e expectativas em relação à FACULDADE;

� os fatores influenciadores na escolha de uma determinada

instituição de ensino superior;

� motivos pelos quais optou pela FACULDADE;

� curso que realiza ou pretende realizar;

� hábitos de consumo e de mídia;

� sugestões e críticas.

Inicialmente, foi realizado um teste, aplicando-se 2 questionários por público

pesquisado para possibilitar uma estimativa de tempo médio por entrevista, além de

evidenciar a necessidade de alguns ajustes.

A coleta dos dados foi feita através da gravação das entrevistas baseadas na

aplicação de roteiros. Como amostra final, obtiveram-se respostas de 104 pessoas,

sendo 59 alunos e 45 vestibulandos, quantidades limitadas ao tempo disponível para

aplicação dos questionários (final de semestre e diminuição da circulação de

alunos).

De acordo com KOTLER e FOX (1994: 89), a etapa final do processo de

pesquisa de marketing é desenvolver informações e descobertas significativas para

apoiar a tomada de decisões específicas, por parte dos gestores.

A pesquisa qualitativa foi realizada no período compreendido entre os dias 15

de junho e 2 de julho de 2004. Os roteiros encontram-se anexos como apêndices

(Apêndice I e II), porém os resultados não podem ser divulgados na íntegra, por se

tratarem de informações extremamente valiosas e, portanto, revestidas de

confidencialidade. O perfil sócio-econômico dos alunos encontra-se no Apêndice III.

Fatores Determinantes da Demanda

Os fatores determinantes da demanda são características, condições ou

variáveis que, quando adequadamente sustentadas e gerenciadas, podem ter

significativo impacto sobre o sucesso competitivo de uma instituição de ensino

superior.

É vital para uma instituição educacional assegurar-se que a sua imagem

refletida no mercado corresponde à realidade interna (KOTLER e FOX, 1994: 59).

Os fatores determinantes da demanda identificados na pesquisa realizada

foram resumidos no Gráfico 6.

Page 112: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

97

Localização 40%Preço (custo-benefício)25%Comunicação 20%Produto (cursos)10%Qualidade de Ensino5%

Gráfico 6 - Fatores Determinantes da Demanda(identificados na pesquisa realizada em 2004)

Localização

Preço (custo-benefício)

Comunicação

Produto (cursos)

Qualidade de Ensino

40%20%

10%

5%

25%

O fator localização se torna de extrema importância, uma vez que os alunos

estão inseridos no mercado de trabalho e procuram instituições de ensino superior

próximas aos locais onde trabalham ou que estejam no caminho de sua residência.

O preço foi considerado um dos fatores primordiais para o sucesso, na

medida em que a FACULDADE está direcionada para um público de baixa renda.

Durante o período de duração do curso, os alunos terão que reservar uma parte

significativa de sua renda para pagamento das mensalidades.

Os gastos com propaganda são indispensáveis porque, sendo o serviço

prestado pelas instituições de ensino superior uma compra passível de comparação,

a comunicação deve ser intensiva e específica. A visibilidade da instituição de

ensino superior está diretamente relacionada com os investimentos em

comunicação.

A FACULDADE tem hoje 10 cursos de graduação, sendo que os

concorrentes diretos apresentam um portfólio maior de produtos/serviços. A

Page 113: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

98

diversificação inibiria a perda de alunos para os concorrentes. Cursos com duração

de 2 anos vem sendo extremamente requisitados pelo mercado, devido à

necessidade de graduação mais rápida para reduzir os gastos com educação.

Foi constatado que a qualidade de ensino não é o fator de maior ênfase

para a escolha de uma faculdade. Apesar desta constatação, a qualidade de ensino,

associada a um preço acessível, representa uma vantagem competitiva sustentável.

Análise SWOT

De acordo com KOTLER (1998: 86), a análise SWOT é uma ferramenta de

gestão muito utilizada por empresas privadas como parte do planejamento

estratégico dos negócios. O termo SWOT vem do inglês e representa as iniciais das

palavras “Streghts” (potencialidades), “Weaknesses” (fragilidades), “Opportunities”

(oportunidades) e “Threats” (ameaças).

O planejamento estratégico de marketing julga, com base na missão

institucional ou do negócio a sua realidade interna (forças e fraquezas) e no

mercado externamente (oportunidades e ameaças), fazendo os ajustes necessários

para que seus objetivos, capacidades e oportunidades se harmonizem da melhor

forma possível ao ambiente competitivo, o qual está em constante mutação, exigindo

acompanhamento periódico (KOTLER, 1998: 87).

Os pontos fortes e fracos identificam as vantagens e as desvantagens

internas da entidade em relação aos seus concorrentes. As potencialidades são

fatores capazes de diferenciar a empresa, quando bem aproveitados, enquanto que

as fragilidades influenciam negativamente.

Oportunidades e ameaças residem no ambiente externo e podem fazer

crescer ou comprometer a vantagem competitiva da empresa.

De um modo geral, essa pesquisa permitiu que a FACULDADE levantasse as

potencialidades, as fragilidades, as ameaças e as oportunidades, apresentadas no

Quadro 12:

Page 114: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

99

Quadro 12 – Resultado da Pesquisa

POSITIVO NEGATIVO

POTENCIALIDADES FRAGILIDADES

Tradição - 55 anos Comunicação interna e externa deficientePreço dos cursos Pouco conhecidaBoa avaliação dos alunos Ausência de banco de dadosBom atendimento Desconhecimento do público-alvoLocalização Gestão empresarial mal estruturadaTeatro Falta de comunicação entre as unidades

OPORTUNIDADES AMEAÇAS

Crescimento da demanda por cursos de Baixa barreira de entrada (vestibular) curta duração Investimento crescente em comunicaçãoMercado crescente no setorTransformação em Centro Universitário Setor saturadoExplorar o fluxo de pessoas Maior mix de produtos dos concorrentesUtitlização da capacidade ociosa Baixa renda

INTE

RN

OE

XTE

RN

O

Visando contribuir para o sucesso da estratégia, a IES desenvolverá as

seguintes vantagens competitivas:

� preço baixo com qualidade;

� instalações modernas, dentro de um projeto arquitetônico,

mesclando o desenho clássico com o moderno;

� serviço diferenciado;

� rapidez no atendimento;

� corpo docente com vivência profissional e academicamente titulado;

� localização de fácil acesso; e

� bom relacionamento entre o corpo discente e a FACULDADE.

Tendo em vista que o público da FACULDADE tem como importante fator de

escolha o critério “preço”, é fundamental que os preços praticados sejam

condizentes com essa expectativa. O perfil sócio-econômico dos alunos pode ser

visualizado no Apêndice III.

A estratégia de preço adotada pela FACULDADE está de acordo com as

praticas realizadas pelo mercado, apresentando preços acessíveis com qualidade

média, refletindo-se, portanto num VALOR ADEQUADO, conforme demonstrado no

Quadro 13.

Page 115: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

100

Quadro 13 – Matriz Qualidade-Preço

Alto Alta

PremiumMédio Média

Alto Valor ExcessivoBaixo Baixa

Super Valor Valor Médio Assalto ao Cliente

Falsa Economia

EconomiaQUALIDADE PREÇO

Preço

Valor adequado

4.2.2 – Levantamento e Análise de Processos

Em entrevista exclusiva à HSM Management, HAMMER (1998) esclareceu

que “a idéia central de um processo é a reunião de tarefas ou atividades isoladas,

para alcançar certos resultados”.

Um processo, no sentido administrativo do termo, é uma seqüência de

atividades interdependentes, visando a concretização de um determinado objetivo.

Pode-se, assim, dizer que o processo é a parcela mínima inteligível das operações

de uma empresa.

O processo seletivo de um candidato é um exemplo de processo.

Os processos, algumas vezes desdobráveis em subprocessos, dividem-se,

para efeito de análise, em atividades. Estas últimas são definidas, como tudo aquilo

que, consumindo recursos, é executado em uma entidade para a concretização de

um processo.

A correção das provas aplicadas é uma das atividades que compõem o

processo seletivo acima citado para efeito de exemplo.

Page 116: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

101

Assim, as atividades compõem os processos que, por sua vez, compõem as

funções da entidade: o processo seletivo é parte integrante da função de apoio

acadêmico.

É raro que a concretização de um processo se limite a um único

departamento, ou seja: quase sempre a realização de um processo implica na

participação de dois ou mais departamentos.

A análise convencional, por departamento, prende-se à visão funcional da

empresa, orientando-se, basicamente, pela estrutura do seu organograma.

Enquanto isso, a análise de processos reflete uma tendência mais objetiva, porque

se concentra no fluxo do trabalho em si, criando condições para um gerenciamento

racional (HARRINGTON, 1991).

A análise de processos possibilita a identificação e a eliminação dos

desperdícios, que são elementos incompatíveis com as tendências atuais do

mercado, entre as quais destaca-se a redução de custos para enfrentar a crescente

competitividade.

Em princípio, deve-se avaliar criteriosamente a possibilidade de eliminação de

tudo o que não agrega valor (HARRINGTON, 1991: 141). Por falta de sistemas

informatizados, isto nem sempre será possível de imediato. Entretanto, na medida

em que as novas tecnologias da informação forem implantadas, espera-se que um

número crescente de atividades sem valor possa ser suprimido. Um exemplo disto é

a inscrição do candidato no processo seletivo através da Internet, que substitui o

processamento manual desta atividade onerosa e que não agrega valor ao

processo.

Pelo exame da literatura, conclui-se que a principal razão por que se

recomenda a prática contínua da análise de processos é sua utilidade gerencial,

notavelmente superior àquela da análise meramente funcional ou departamental.

Permitindo visualizar, com razoável precisão, o fluxo dos processos e das

atividades que os compõem, essa análise oferece a possibilidade de identificação

das atividades supérfluas ou desnecessariamente complexas, que podem ser

eliminadas ou simplificadas sem prejuízo da sua finalidade.

Isso representa um considerável avanço sobre a técnica do gerenciamento de

gastos, baseada apenas no organograma da empresa e, portanto, tendente a gerar

problemas como, por exemplo, a compensação de supostas economias em curto

prazo. Essa compensação fundamenta-se, principalmente, nos seguintes fatos:

Page 117: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

102

1. O corte de gastos orientado, exclusivamente, pela análise

departamental não impede que a atividade eliminada num

departamento seja transferida para outro também envolvido na

execução do mesmo processo.

2. Sem análise do processo, a economia que se pretendia realizar pode

ser eliminada ou reduzida sob o disfarce da terceirização ou, ainda,

pela reativação das atividades.

A implantação do gerenciamento por processos exige, como pré-requisito, a

análise das atividades desempenhadas em uma empresa, gerando uma

considerável carga de trabalho suplementar.

Além disso, existem tradições e influências políticas que podem impedir ou,

pelo menos, atenuar qualquer mudança que possa abalar o prestígio ou a segurança

de pessoas acostumadas a uma suposta invulnerabilidade. Portanto, a adoção do

sistema exige, sempre, o irrestrito apoio da alta administração.

Genericamente, os principais processos encontrados em uma instituição de

ensino superior são:

• Processos gerenciais, relacionados com o planejamento das

atividades;

• Processos de ensino-aprendizagem, relacionados com a prestação

dos serviços educacionais;

• Processos de apoio, relacionados com recursos humanos, finanças,

secretaria, etc.

• Processos seletivos, incluindo as ações de marketing, relacionados

com a captação de alunos.

Melhoria de Processos

De acordo com a fundamentação teórica apresentada na Subseção 3.2.4, a

seqüência para análise e racionalização dos processos é apresentada na Figura 21:

Figura 21 – Etapas para análise e racionalização de processos

Levantamento Análise Identificação Processos Redução dedos atuais dos atuais dos eficientes e custos e processos processos desperdícios eficazes despesas

Page 118: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

103

Seguindo esta seqüência, o levantamento desenvolvido na FACULDADE no

segundo semestre de 2004 procurou:

• Otimizar os recursos humanos e financeiros, para reduzir os custos

operacionais;

• Possibilitar maior integração das informações entre os

departamentos envolvidos;

• Agilizar e desburocratizar o processo, eliminando as atividades

duplicadas e, conseqüentemente, o desperdício de tempo;

• Possibilitar a padronização de documentos; e

• Rever atribuições de cada função dentro dos departamentos,

possibilitando ganho de qualidade e tempo nas atividades

realizadas.

Considerando que “um desenho é equivalente a mil palavras”

(HARRINGTON, 1993: 86), os processos críticos foram desenhados sob a forma de

fluxogramas.

O levantamento total consumiu três meses de trabalho, totalizando

aproximadamente 360 horas, assim distribuídas:

DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE HORAS

• Levantamento dos atuais processos ............................... 50

• Esboço dos processos atuais .......................................... 60

• Validação dos processos atuais juntos aos responsáveis 30

• Análise dos atuais processos .......................................... 70

• Desenho dos novos processos ........................................ 100

• Validação da proposta junto aos responsáveis ............... 30

• Ajustes finais para implantação ....................................... 20

Nesse período, foram mapeados e analisados 20 processos, identificados no

Quadro 14, sendo que a representação gráfica de cada um encontra-se anexa como

Apêndice, a título meramente ilustrativo. (Apêndices de XII a XXVI).

Page 119: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

104

Quadro 14 – Relação dos Processos Identificados e A nalisados

APÊNDICE PROCESSO DENOMINAÇÃO

XII 001 MACRO PROCESSO ACADÊMICO - GRADUAÇÃO

XIII 001 1 Processo Seletivo

XIV 001 2 Matrícula Calouros

XV 001 3 Cadastro de Professores

XVI 001 4 Enturmação de Alunos

XVII 001 5 Lançamento de Notas, Faltas e Aulas Dadas

XVIII 001 6 Fechamento de Período Letivo

XIX 001 7 Rematrícula

XX 002 MACRO PROCESSO FINANCEIRO

XXI 002 1 Parametrização de Cursos

XXII 002 2 Geração de Boletos

XXIII 002 3 Recebimento das Mensalidades

XXIV 002 4 Negociação de Débitos

XXV 002 5 Depósito de Recebimentos

XXVI 002 6 Desistência / Trancamento

A análise de processos se apresenta como uma ferramenta eficaz para

identificação dos desperdícios de tempo e recursos, sendo sua implantação um

programa eficaz para a redução de gastos. Para as instituições de ensino superior

está técnica se impõe como condição para sobrevivência.

4.2.3 – Mensuração de Desempenho de Processos

De acordo com TACHIKAWA e ANDRADE (2002: 124), a definição sobre o

que medir deve estar relacionada com os fatores críticos que afetam o

comportamento da entidade e a sua sobrevivência. Inicialmente, o referencial deve

ser externo à instituição de ensino superior, através da pesquisa de indicadores

Page 120: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

105

divulgados pelas associações, entidades de classe, sindicatos, órgãos

governamentais e publicações especializadas no setor educacional.

No processo de avaliação de cursos e instituições de ensino superior, o

Ministério da Educação e Cultura (Decreto nº 2026/96) apura alguns indicadores de

desempenho global do sistema nacional de ensino superior, por região e unidade da

Federação, segundo as áreas de conhecimento e o tipo ou a natureza das

instituições de ensino, quais sejam:

� taxas de disponibilidade e de utilização de vagas para ingresso;

� taxas de evasão e de produtividade;

� tempo médio para conclusão dos cursos;

� índices de qualificação do corpo docente;

� relação média de alunos por docente;

� tamanho médio das turmas.

Esses indicadores são medidas representativas da situação do mercado,

constituindo, portanto, referências para aferição de produtividade, extremamente

úteis para comparação com os indicadores internos, sugeridos no Apêndice IV.

As metas estratégicas de uma instituição de ensino superior, do ponto de

vista das atividades de apoio, estão direcionadas para: (i) a captação de alunos,

através do processo seletivo; (ii) o acompanhamento das taxas de evasão; (iii) o

combate à inadimplência, administrando a evasão provocada pela falta de

flexibilidade nas negociações; (iv) a eficiência do processo de registro acadêmico; e

(v) o acompanhamento dos custos envolvidos nesses processos.

Taxa de Ociosidade

A taxa da ociosidade mede a porcentagem de vagas não preenchidas pelo

processo seletivo. Quanto menor for este indicador, maiores serão os benefícios

econômicos e mercadológicos, gerando aumento no volume da receita, ao mesmo

tempo em que melhora o nível de utilização da capacidade instalada.

Para tanto, será necessário intensificar os gastos com publicidade e envolver

os veteranos no processo de captação de novos alunos. A campanha “Indique um

Amigo” tem um apelo financeiro muito forte, na medida em que assegura um

desconto de 20% sobre o valor de uma mensalidade por aluno indicado que efetuar

a matrícula.

Page 121: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

106

Uma vez implementadas estas ações, espera-se que 50% do aumento no

preenchimento das vagas disponíveis sejam preenchidas pela indicação dos

próprios alunos.

Estas iniciativas estratégicas repercutem diretamente na produtividade do

processo seletivo.

Tabela 4 – Projeção da Taxa de Ociosidade no Proces so Seletivo

EVOLUÇÃO PARCIAL ATUAL

I II III FINAL

34% 27% 18% 15% 10%

Taxa de Evasão e de Conquista

O primeiro desafio é atrair o aluno e o segundo é mantê-lo até o final do

curso. O acompanhamento da vida escolar não deve se limitar apenas aos registros

de notas e faltas.

Semestralmente, os alunos devem ser estimulados a participar de uma

pesquisa qualitativa para avaliação institucional, abrangendo os seguintes aspectos:

• Qualidade do curso

• Atendimento pela Coordenação

• Limpeza das salas de aula / banheiro

• Recursos tecnológicos / laboratórios

• Acervo da biblioteca

• Qualidade do atendimento do pessoal da biblioteca

• Processos ou regras adotados pela Secretaria

• Qualidade do atendimento do pessoal da Secretaria

• Processos ou regras adotados pelo Financeiro

• Qualidade do atendimento do pessoal do Financeiro

• Qualidade do Site

• Nível de segurança interna

• Qualidade do restaurante / cantina

Page 122: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

107

A rematrícula de um aluno a cada semestre é um fato relevante. Traduz a

satisfação e a confiança depositada na instituição de ensino. A evasão, por sua vez,

precisa ser analisada para distinguir os motivos que levaram o aluno a interromper o

curso.

O indicador de evasão calculado deve ser analisado, baixando-se o foco no

fluxo das rematrículas periódicas, conforme demonstrado na Tabela 5.

Tabela 5 – Fluxo dos Alunos ao Longo das Séries

Série N-1 Atual (N) Novos Rematr. Perdas Evasão Conquista1ª 54 56 56 42 12 22% 104%2ª 60 57 15 46 14 23% 25%3ª 34 62 16 24 10 29% 47%4ª 47 36 12 34 13 28% 26%5ª 34 39 5 30 4 12% 15%6ª 42 32 2 41 1 2% 5%7ª 37 42 1 36 1 3% 3%8ª 15 36 15 100%

323 360 107 253 70 22% 33%

Indíce

Neste caso, calcula-se a evasão dividindo-se o número de alunos que não se

matricularam na série seguinte pelo número de alunos que terminaram a série base.

Acompanhando este indicador, podemos estudar as relações de causa e efeito

sobre a desistência do curso ou mudança para outra instituição de ensino.

A análise do movimento dos alunos permite também monitorar a capacidade

em conquistar novos alunos. A taxa de conquista é a relação entre o número de

alunos novos pelo total de alunos em cada série. O acompanhamento isolado do

número de alunos matriculado por série é insuficiente, pois pode esconder

problemas de evasão e conquista.

A captação de alunos em séries mais adiantadas acontece por transferência.

Como as grades curriculares não são uniformes, constata-se um desencontro entre

as disciplinas oferecidas pela faculdade de origem e as disciplinas constantes do

programa da faculdade de destino. Este inconveniente é compensado por um

desconto de 20% nas mensalidades dos alunos transferidos.

Neste caso, a expectativa é de que a taxa de conquista seja superior à taxa

de evasão para apresentar uma taxa líquida positiva. A Tabela 6 apresenta a

evolução dessa taxa.

Page 123: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

108

Tabela 6 – Projeção da Taxa de Crescimento Líquida

EVOLUÇÃO PARCIAL TAXA ATUAL

I II III FINAL

CONQUISTA 33% 34% 35% 36% 37%

EVASÃO 22% 21% 20% 19% 18%

LÍQUIDA 11% 13% 15% 17% 19%

Aqui, também a simplicidade deve ser perseguida, porque métricas

demasiadamente complexas perdem o vínculo com a realidade.

Taxa de Inadimplência

A evasão pode acontecer por iniciativa do aluno ou pelo bloqueio da

rematricula motivada pela falta de pagamento de uma ou várias mensalidades do

semestre anterior. Não existe forma eficiente de cobrança das mensalidades não

pagas durante o próprio semestre. O montante de atrasos chega a representar até

um mês de faturamento.

O Código de Defesa do Consumidor impede a inscrição do débito em prazo

inferior a 90 dias contados a partir da data do vencimento. Isto quer dizer que a

mensalidade não paga em fevereiro somente poderá ser inscrita em maio ; a

mensalidade vencida em março poderá ser inscrita em junho e assim

sucessivamente. A efetiva cobrança ocorre semestralmente, quando o aluno em

débito fica impedido de efetuar a sua rematricula.

Os atrasos se concentram, invariavelmente, nos três primeiros semestres de

cada curso, cuja soma chega a representar 66% do valor total de mensalidades não

pagas, ou seja: 38% na primeira série, 15% na segunda e 13% na terceira.

O valor da semestralidade é dividido em 6 parcelas mensais e iguais, com

vencimento no dia 7 de cada mês. O comprovante de pagamento da primeira

parcela, que corresponde à matricula, deve ser apresentado no ato da sua

efetivação. Dessa forma, cinco parcelas em atraso é o máximo que um aluno pode

acumular durante um semestre. Estes atrasos chegam a atingir 30% dos alunos,

Page 124: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

109

cujo débito varia de uma até cinco mensalidades, com a média situando-se ao redor

de duas mensalidades e meia atrasadas por aluno.

Dentro de parâmetros previamente estabelecidos a negociação dos débitos

acarretará a perda de alunos, cuja capacidade financeira não consegue suportar o

valor da mensalidade.

O acompanhamento da taxa de evasão deve permitir o desmembramento da

taxa de perda por bloqueio da rematricula e por iniciativa do próprio aluno.

Tabela 7 – Desmembramento da Taxa de Evasão

EVOLUÇÃO PARCIAL TAXA DE EVASÃO DE

ALUNOS ATUAL

I II III FINAL

BLOQUEADOS 12% 12% 11% 11% 10%

LIBERADOS 10% 9% 9% 8% 8%

TOTAL 22% 21% 20% 19% 18%

Projeção do Número de Alunos

Atualmente, a FACULDADE possui 56 salas de aula com dimensões

variadas, totalizando 3.161,70 m², assim distribuídas:

• Unidade Moema: 26 salas de aula, ocupando 1.269,70 m²

• Unidade Santo Amaro: 30 salas de aula, ocupando 1.892,00 m²

São oferecidos 2 cursos na parte da manhã e 8 cursos no horário noturno.

Apenas 2 cursos noturnos tem duração de 6 semestres, enquanto que os demais

possuem carga horária distribuída em 8 semestres. Todos os cursos foram

reconhecidos pelo MEC, e estão autorizados a funcionar com vagas limitadas por

curso e por vestibular.

Existe uma capacidade nominal instalada para receber 3.210 alunos por

turno. Considerando a quantidade de vagas autorizadas para os cursos oferecidos

no período da manhã, a FACULDADE poderia matricular 3.930 alunos. Na situação

atual, estão matriculados 1.463 alunos, indicando uma ociosidade no espaço físico

autorizado a ser ocupado de 63%.

Page 125: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

110

Levando em conta as metas definidas para a Taxa de Ociosidade no

Vestibular, a Taxa de Evasão e de Conquista, a projeção do número de alunos é

apresentada na Tabela 8.

Tabela 8 – Projeção do Número de Alunos

EVOLUÇÃO PARCIAL TAXA DE EVASÃO DE ALUNOS ATUAL

I II III FINAL

TOTAL N-1 1.318 1.463 1.653 1.901 2.224

Processo Seletivo 341 375 423 438 463

Transferências 94 122 156 246 360

CONQUISTA 435 497 579 684 823

Evasão 290 307 331 361 400

TOTAL N 1.463 1.653 1.901 2.224 2.647

Taxa Líquida (N/N-1) 11% 13% 15% 17% 19%

Seleção dos Processos

No início deste terceiro milênio, a sobrevivência das instituições de ensino

superior dependerá muito mais intensamente de desempenho de resultados de suas

respectivas vantagens competitivas sustentáveis, em diferenciações e ou também de

custos.

Para assegurar a sobrevivência num ambiente de intensiva competitividade,

as instituições de ensino superior deverão apresentar desempenho de resultados

obtidos através de suas vantagens competitivas sustentáveis, em nível igual ou

superior ao desempenho médio desse segmento de mercado, característica de

excelência de classe mundial. Por esse motivo, alguns indicadores de mensuração

de desempenho de seus processos precisam ser monitorados e periodicamente

comparados com os indicadores de outras entidades.

Para formulação de um modelo conceitual e instrumental para a Mensuração

de Desempenho de Processos, incluindo a simulação da aplicação de indicadores –

Page 126: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

111

físicos e ou monetários – foram selecionados os seguintes processos

administrativos, relacionados no Quadro 15.

Quadro 15 – Relação dos Processos Selecionados

APÊNDICE PROCESSO DENOMINAÇÃO

XIII 001 1 Processo Seletivo

XIV 001 2 Matrícula Calouros

XV 001 3 Cadastro de Professores

XVI 001 4 Enturmação de Alunos

XVII 001 5 Lançamento de Notas, Faltas e Aulas Dadas

XVIII 001 6 Fechamento de Período Letivo

XIX 001 7 Rematrícula

XXI 002 1 Parametrização de Cursos

XXII 002 2 Geração de Boletos

XXIII 002 3 Recebimento das Mensalidades

XXIV 002 4 Negociação de Débitos

XXV 002 5 Depósito de Recebimentos

XXVI 002 6 Desistência / Trancamento

Conforme demonstrado no Apêndice V, para captar 435 alunos num

semestre, o processo seletivo consumiu R$402.500,00, com uma taxa de ociosidade

de 34%. Neste nível, considerando uma mensalidade média de R$425,00, o

processo seletivo gerou uma receita total de R$1.109.250,00 no semestre.

Descontada a taxa de evasão por inadimplência de 12%, temos uma receita líquida

de R$976.140,00

A melhoria da produtividade apresentada na Tabela 9 indicará a eficiência na

utilização de recursos. Isso acontece em virtude da redução da taxa de ociosidade,

que leva ao uso mais eficiente da estrutura montada. (Apêndices de V a IX)

O aumento do volume de produção torna o custo médio unitário mais baixo

pelo aumento na utilização das vagas disponíveis, mas serviços não podem ser

Page 127: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

112

estocados, de modo que aumentar o volume de produção dependerá tanto de

fatores internos (eficiência) quanto externos (demanda).

Tabela 9 – Projeção da Taxa de Ociosidade e Produti vidade do Processo Seletivo

EVOLUÇÃO PARCIAL Expresso em R$000 ATUAL

I II III FINAL

Taxa de Ociosidade 34% 27% 18% 15% 10%

a) Receita semestral 976,14 1.115,27 1.314,04 1.552,34 1.888,79

b) Custo semestral 402,50 420,38 432,25 445,47 460,67

Produtividade 2,43 2,65 3,04 3,48 4,10

O cálculo da produtividade apresentado na Tabela 9 baseia-se nos

ensinamentos de SINK (1985: 3) ao definir que “produtividade é simplesmente a

relação entre a receita gerada por um processo com o custo dos insumos

consumidos na geração daquela receita”.

A redução do custo médio por aluno captado, demonstrada na Tabela 10,

decorre da expectativa de reforçar o ingresso por processo seletivo, incentivando a

transferência de alunos de outras instituições e/ou o resgate de alunos desistentes

em semestres anteriores. Ainda que o custo total do processo seletivo aumente em

valor absoluto, ocorre uma redução no custo unitário pelo aumento mais do que

proporcional no número de alunos ingressos.

Tabela 10 – Projeção do Custo Unitário por Aluno Co nquistado

EVOLUÇÃO PARCIAL Expresso em R$ ATUAL

I II III FINAL

Alunos ingressos (Q) 435 497 579 684 823

Custo mensal por aluno (R$) 154,21 140,97 124,42 108,55 93,29

O resumo dos recursos consumidos pelos processos selecionados está

demonstrado na Tabela 11. Para cada processo foi apurado o custo semestral,

Page 128: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

113

composto essencialmente de gastos com recursos humanos, exceção feita ao

Processo Seletivo, demonstrado em detalhe anteriormente.

Tabela 11 – Resumo dos Recursos Consumidos pelos Pr ocessos Selecionados

DENOMINAÇÃOCUSTO POR PROCESSO

QUANT. SEMESTRE MÊS

Taxa de ociosidade 34%Taxa de conquista 33%Taxa de evasão - bloqueados 12%Taxa de evasão - liberados 10%

Processo Seletivo 402.500,00 435 925,29 154,21 Matrícula de Alunos Novos 36.312,50 435 83,48 13,91 TOTAL 438.812,50 1.008,76 168,13

Cadastro de Professores 14.275,00 1.463 9,76 1,63 Enturmação de Alunos 14.275,00 1.463 9,76 1,63 Lançamento de Notas e Faltas 28.550,00 1.463 19,51 3,25 Fechamento de Período Letivo 28.550,00 1.463 19,51 3,25 Parametrização de Cursos 22.037,50 1.463 15,06 2,51 Geração de Boletos 62.100,00 1.463 42,45 7,07 Recebimento das Mensalidades 28.860,00 1.463 19,73 3,29 Depósito de Recebimentos 28.860,00 1.463 19,73 3,29 TOTAL 227.507,50 155,51 25,92

Rematrícula 44.075,00 1.028 42,87 7,15 Negociação de Débitos 62.100,00 410 151,60 25,27 Desistência / Trancamento 14.275,00 146 97,57 16,26

CUSTO POR ALUNO

Igualmente, é possível projetar a custo mensal de um aluno correspondente a

cada processo analisado, levando em contas as metas estratégicas definidas.

Assim, a Tabela 12 apresenta essa projeção para cada processo selecionado.

Page 129: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

114

Tabela 12 – Projeção dos Recursos Consumidos pelos Processos Selecionados

DENOMINAÇÃO ATUAL I II III FINAL

Taxa de ociosidade 34% 27% 18% 15% 10%Taxa de conquista 33% 34% 35% 36% 37%Taxa de evasão - bloqueados 12% 12% 11% 11% 10%Taxa de evasão - liberados 10% 9% 9% 8% 8%

Processo Seletivo 154,21 140,97 124,42 108,55 93,29 Matrícula de Alunos Novos 13,91 12,18 10,45 8,85 7,35 TOTAL 168,13 153,15 134,88 117,39 100,64

Cadastro de Professores 1,63 1,44 1,25 1,07 0,90 Enturmação de Alunos 1,63 1,44 1,25 1,07 0,90 Lançamento de Notas e Faltas 3,25 2,88 2,50 2,14 1,80 Fechamento de Período Letivo 3,25 2,88 2,50 2,14 1,80 Parametrização de Cursos 2,51 2,22 1,93 1,65 1,39 Geração de Boletos 7,07 6,26 5,44 4,65 3,91 Recebimento das Mensalidades 3,29 2,91 2,53 2,16 1,82 Depósito de Recebimentos 3,29 2,91 2,53 2,16 1,82 TOTAL 25,92 22,94 19,95 17,05 14,32

Rematrícula 7,15 6,35 5,56 4,77 4,03 Negociação de Débitos 25,27 22,36 18,77 16,05 13,03 Desistência / Trancamento 16,26 15,99 13,91 13,37 11,24

A análise dos custos, ao focar os processos que geram produtos e serviços,

procura chegar o mais próximo possível do objeto de custeio. O objetivo é captar a

direção dos custos por série e curso, para confrontá-la com as receitas geradas e

avaliar a lucratividade.

A Receita

A receita é apurada por série e curso mediante a multiplicação do número de

alunos matriculados em cada série pelo valor da mensalidade cobrada naquela

série, deduzidos os descontos e as bolsas concedidas.

Descontos Praticados

Para combater a inadimplência, a FACULDADE concede 10% de desconto

para pagamento antecipado. Esse desconto aumenta para: (i) 15% no caso de

parentes de primeiro grau, durante o tempo em estudarem juntos, e (ii) 20% no caso

de funcionários de empresas conveniadas.

Page 130: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

115

Para estimular as transferências e compensar eventuais desencontros nas

grades curriculares, é oferecido um desconto de 20% ao aluno ingresso por

transferência.

O Custo da Atividade Docente

Foram considerados custos da atividade docente aqueles diretamente

relacionados com a atividade de ensino. As atividades de pesquisa estão inseridas

dentro de uma disciplina orientada por um professor remunerado com base em

horas-aula. Portanto, com exceção do coordenador de curso, todos os envolvidos

diretamente nas atividades de ensino-aprendizagem foram considerados como custo

direto ao longo do tempo, permanecendo fixo ao longo de um semestre.

Neste caso, o semestre está sendo considerado como o intervalo relevante,

no qual os custos da atividade docente permanecem fixos. O comportamento do

número de alunos de um semestre para outro determina: (i) a manutenção do

quadro de professores, (ii) a redução, se a expectativa for de queda constante, (iii) a

transferência para outros cursos, que apresentem crescimento, ou (iv) a contratação,

se o cenário projetado indicar aumento.

Os encargos sociais, sejam compulsórios ou voluntários, devem ser

incorporados como custo da atividade docente, na mesma proporção em que

incidem sobre o salário nominal. No caso da FACULDADE, esses encargos

representam 80% sobre a folha de pagamento.

A grade curricular do curso é composta por várias disciplinas, às quais os

professores estão vinculados. Essas disciplinas são distribuídas entre as séries de

duração do curso, possuindo cada qual uma carga horária semanal, que é base para

remuneração da atividade docente. Conseqüentemente, o custo da atividade pode

ser apurado por série e curso. Ainda que o professor lecione para mais de um curso,

o cálculo para identificação da sua remuneração total está baseado nas horas

semanais requisitadas por disciplina.

Exemplificando, a Tabela 13 detalha a composição da remuneração de um

Professor, que leciona em três cursos.

Page 131: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

116

Tabela 13 – Exemplo da Remuneração de um Docente e o Respectivo Custo Total

SÉRIE NOMETIT ( A )

TT ( B )

V.AULA ( C )

TOTAL (D)

ENCARGOS (E)

CUSTO ( F)

1 Antonio D 4 35,03 772,41 617,93 1.390,34 1 Antonio D 2 35,03 386,21 308,96 695,17 1 Antonio D 3 35,03 579,31 463,45 1.042,76

9 1.737,93 1.390,34 3.128,27

LEGENDA:A Corresponde à titulação do docente: Graduado (G), Especialista (E), Mestre (M) e Doutor (D),

que é base para sua remuneração por hora-aula.B Quantidade de horas-aula de 50 minutos atribuídas por semanaC Valor da remuneração por hora-aula.D Corresponde ao provento mensal, considerando 4,5 semanas por mês, mais 1/6 de

Descanso Semanal Remunerado (DSR), com 5% de Hora-Atividade adicionada ao total, ouseja: D = (( B x 4,5 x C x 1,16667) x 1,05.

E 80% de encargos sociais aplicados sobre a coluna D.F Custo total para a FACULDADE.

CURSO

TOTAIS

EDUCAÇÃO FÍSICAENFERMAGEMFISIOTERAPIA

A Tabela 14 apresenta a totalização do custo da atividade docente para a

primeira série do Curso de Educação Física.

Tabela 14 – Apuração do custo da atividade docente da 1ª série do curso de Educação Física

DISCIPLINA SÉRIE NOME TIT 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª Sáb TT V.AULA CUSTOBIOLOGIA 1 Antonio D 2 2 4 35,03 1.390,34 NATAÇÃO 1 Marcos D 4 4 35,03 1.390,34 ANATOMIA 1 Ricardo G 4 4 17,07 677,51 GINÁSTICA 1 Lais E 2 2 4 18,10 718,39 BASQUETE 1 Waldlir D 4 4 35,03 1.390,34 FILOSOFIA 1 Daniela E 4 4 18,10 718,39

4 4 4 4 4 4 24 6.285,31 TOTAIS

A titulação do professor, Graduado (G), Especialista (E), Mestre (M) e Doutor

(D), define o valor da hora-aula. A remuneração mensal é produto do valor da hora-

aula vezes a carga horária semanal multiplicada por quatro semanas e meia. Ao

resultado, adiciona-se um sexto referente ao descanso semanal remunerado, para,

em seguida, acrescentar ao total 5% relativos à hora-atividade, que é acordada na

Convenção Coletiva para remunerar o tempo aplicado, fora da sala de aula, em

atividades pertinentes às aulas dadas, tais como preparação de aulas, correção de

trabalhos e provas.

O custo da atividade docente representa aproximadamente 50% dos gastos

totais da FACULDADE.

Page 132: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

117

Análise da Contribuição de cada Curso e Série

A contribuição de cada série e curso será determinada pelo confronto das

receitas com o custo da atividade docente. Esta análise permite identificar as classes

que apresentam déficit e o número mínimo de alunos necessário em cada sala de

aula.

A Tabela 15 apresenta, em caráter ilustrativo, essa análise aplicada aos

cursos de Pedagogia e Educação Física.

Tabela 15 - Aplicação do conceito de Custeio por Co ntribuição

Q Atual VALOR Q Min Q Atual VALOR Q MinRECEITA 13.851,00 12.948,00 DOCENTE 5.467,39 6.285,31 MARGEM 8.383,61 6.662,69 RECEITA 7.376,00 17.498,00 DOCENTE 4.516,46 5.810,51 MARGEM 2.859,54 11.687,49 RECEITA 3.648,00 9.412,00 DOCENTE 4.760,56 5.330,15 MARGEM (1.112,56) 4.081,85 RECEITA 7.432,00 16.744,00 DOCENTE 5.492,64 4.958,17 MARGEM 1.939,36 11.785,83 RECEITA 2.976,00 4.056,00 DOCENTE 3.854,72 3.259,04 MARGEM (878,72) 796,96 RECEITA 7.320,00 7.020,00 DOCENTE 3.988,47 4.795,72 MARGEM 3.331,53 2.224,28 RECEITA 4.992,00 5.980,00 DOCENTE 7.897,35 4.997,24 MARGEM (2.905,35) 982,76 RECEITA 17.712,00 10.192,00 DOCENTE 8.676,56 4.036,94 MARGEM 9.035,44 6.155,06 RECEITA 65.307,00 83.850,00 DOCENTE 44.654,15 39.473,08 MARGEM 20.652,85 44.376,92 % s/RECEITA 31,6% 52,9%

TOTAL 173 89 189 115

PEDAGOGIA EDUCAÇÃO FISICA

21

37

17

12

29

39

12

45

43

19

10

18

7

19

1ª série

2ª série

3ª série

4ª série

5ª série

6ª série

7ª série

8ª série 9

13

13

9

10

13

23

10

17

ATUAL

19

22

14

13

12

11

8

12

11

A aplicação do conceito de Custeio por Contribuição a todos os cursos

permite direcionar a atenção para aqueles que apresentam uma margem de

lucratividade abaixo da média da entidade. A Tabela 16 apresenta a classificação

dos cursos por ordem do valor absoluto de contribuição.

Page 133: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

118

Tabela 16 – Classificação dos Cursos pela Margem de Contribuição

O resultado parcial demonstrado na Tabela 16 foi apurado com a aplicação do

conceito de Custeio por Contribuição, sem qualquer alocação e ou rateio de custos.

Painel de Indicadores

O acompanhamento das metas estratégicas implica na necessidade de medir

o grau de sucesso na tentativa de atingir um objetivo. Para atender essa

necessidade, existem diversos sistemas de acompanhamento, entre eles destacam-

se o Tableau de Bord e o Balanced Scorecard.

O sistema de acompanhamento é o painel que informará a organização sobre

o seu desempenho e indicará a rota a ser seguida, ou, em outras palavras, medirá o

seu progresso na busca da excelência.

KAPLAN & NORTON (1997) defendem que a medição é importante, pois, “o

que não é medido não pode ser gerenciado”.

O painel de indicadores resume os diversos indicadores com o objetivo de

divulgar as metas . O acompanhamento permitirá ao gestor identificar os desvios,

analisar as causas e intervir oportunamente no sentido de melhorar o curso em

relação às metas estabelecidas. A identificação de desvios remete o gestor a

CURSO Q RECEITA DOCENTES MARGEM %

Administração 268 107.496,00 25.593,80 81.902,20 76,2%Adm - Marketing 139 56.856,00 8.718,66 48.137,34 84,7%Educação Física 189 83.850,00 39.473,08 44.376,92 52,9%Enfermagem 133 58.266,00 19.600,47 38.665,53 66,4%Ciências Contábeis 117 47.664,00 15.389,12 32.274,88 67,7%Adm - Comex 110 44.904,00 15.318,32 29.585,68 65,9%Fisioterapia 156 93.494,00 70.560,30 22.933,70 24,5%Pedagogia 173 65.307,00 44.654,15 20.652,85 31,6%Secretariado 94 36.624,00 23.871,42 12.752,58 34,8%Tecnologia da Informação 84 31.464,00 21.443,08 10.020,92 31,8%

TOTAL 1.463 625.925,00 284.622,40 341.302,60 54,5%

menos: Custo da Coordenação dos Cursos ......... 29.286,08 Custo dos Processos Selecionados ..... 131.128,33

igual: RESULTADO PARCIAL ................................. ...........................180.888,19

Page 134: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

119

investigar as causas e promover as ações corretivas necessárias procurando atingir

as metas finais.

O conjunto de indicadores sugeridos na subseção 4.2.3 é apresentado na

Tabela 17.

Tabela 17 – Painel de Indicadores

EVOLUÇÃO PARCIAL DESCRIÇÃO ATUAL

I II III FINAL

Taxa de Ociosidade no Processo Seletivo 34% 27% 18% 15% 10%

Taxa de Conquista 33% 34% 35% 36% 37%

Taxa de Evasão:

• Bloqueados

• Liberados

• Total

12%

10%

22%

12%

9%

21%

11%

9%

20%

11%

8%

19%

10%

8%

18%

Taxa de Crescimento 11% 13% 15% 17% 19%

Total de Alunos 1.463 1.653 1.901 2.224 2.647

a) Receita Semestral (expresso em R$000) 976,14 1.115,27 1.314,04 1.552,34 1.888,79

b) Custo Semestral (expresso em R$000)

402,50 420,38 432,25 445,47 460,67

Produtividade 2,43 2,65 3,04 3,48 4,10

Alunos ingressos 435 497 579 684 823

Custo Mensal por aluno captado

(expresso em R$) 154,21 140,97 124,42 108,55 93,29

A mera possibilidade de conhecer e mensurar certa quantidade de

indicadores não é suficiente. É preciso que haja uma sistemática comparação entre

o nível desejado (orçado) para tais indicadores e os efetivamente obtidos, assim

como introduzir uma central de alarme, que será acionado sempre que um indicador

estiver distante do parâmetro estabelecido.

Page 135: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

120

Avaliação da Implementação dos Indicadores Sugerido s

A mensuração de todos os processos selecionados ficou prejudicada pelo

atraso na implantação do software adquirido para controle acadêmico e financeiro

das operações da FACULDADE. Um equívoco ocorrido no cadastramento dos dados

obrigou um esforço adicional para reimplantação, com término previsto para o final

de 2006.

Este inconveniente impede a apresentação dos resultados finais em sua

totalidade, porém não invalida o modelo sugerido, porque a aplicação no processo

seletivo comprovou sua eficácia como ferramenta para planejamento e controle dos

esforços dispendidos na direção dos objetivos estratégicos.

As duas primeiras avaliações revelam que as metas parciais foram atingidas

pela FACULDADE. Tanto no período I quanto no período II, o aumento no número

de alunos revelado pela taxa de crescimento se justifica mais pela diminuição na

taxa de evasão do que pelo desempenho da taxa de conquista.

Por sua vez, a taxa de evasão revela um aumento da perda de alunos

liberados para matrícula como um sinal de alerta para esta particularidade. Em

contrapartida, a flexibilidade na negociação com os alunos inadimplentes derrubou

pela metade a evasão motivada pela falta de pagamento, com um reflexo

diretamente proporcional na taxa liquida de crescimento.

Em valores absolutos, a redução da inadimplência aumentou a receita do

semestre de forma mais do que proporcional ao aumento no número de alunos,

fortalecendo o fluxo de caixa da instituição e contribuindo para melhorar a

produtividade.

A queda no custo mensal por aluno captado traduz o aumento na eficácia do

processo seletivo, de tal modo que o aumento no custo semestral deste processo

não teve conseqüências desfavoráveis. Os apêndices X e XI apresentam o custo

efetivo do processo seletivo nos períodos I e II, respectivamente.

Desta forma, a aplicação parcial do modelo proposto no presente trabalho

permitiu vislumbrar uma série de informações relevantes para gestão da

FACULDADE, no que respeita a alguns processos de apoio acadêmico.

Na Tabela 18 encontra-se a comparação entre as metas e o que foi realizado

nas duas primeiras avaliações do modelo proposto. Convém ressaltar que alguns

dados financeiros foram arredondados, sem contudo distorcer os resultados finais.

Page 136: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

121

Tabela 18 – Comparação entre as Metas e Realizado nas Primeiras Avaliações

APLICAÇÃO PARCIAL DESCRIÇÃO ATUAL

META I REAL I META II REAL II

Taxa de Ociosidade no Processo Seletivo 34% 27% 23% 18% 15%

Taxa de Conquista 33% 34% 33% 35% 34%

Taxa de Evasão:

• Bloqueados

• Liberados

• Total

12%

10%

22%

12%

9%

21%

8%

9%

17%

11%

9%

20%

6%

11%

17%

Taxa de Crescimento 11% 13% 16% 15% 17%

Total de Alunos

ÍNDICE

1.463

100

1.653 1.701

116

1.901 1.987

136

a) Receita Semestral (expresso em R$000)

INDICE

976,14

100

1.115,27 1.126,08

115

1.314,04 1.380,67

141

b) Custo Semestral (expresso em R$000)

ÍNDICE

402,50

100

420,38 432,80

108

432,25 455,60

113

Produtividade 2,43 2,65 2,60 3,04 3,03

Alunos ingressos 435 497 480 579 576

Custo Mensal por aluno captado

(expresso em R$)

INDICE

154,21

100

140,97

150,28

97

124,42

131,83

85

A investigação tem como ponto de partida a base para a qual é atribuído para

os valores absolutos o índice 100. A evolução ao longo do tempo é observada

através do conceito de análise horizontal, na qual o índice vai assumindo uma

grandeza relativa quando comparado ao ponto de partida.

Page 137: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

122

5 – CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo teve como objetivo fornecer uma base conceitual para

observação e tratamento dos processos que afetam o desempenho de uma

instituição de ensino superior, mediante pesquisa bibliográfica e proposição de um

modelo que possa ser do interesse dos gestores dessas entidades, sem ter a

pretensão de se transformar num receituário a ser implantado indiscriminadamente.

Conforme relatado no Subseção 3.3.3, durante a pesquisa bibliográfica, o

autor deparou-se com propostas e modelos altamente elaborados, que despertaram

o interesse, porém viu-se obrigado a resistir a este impulso na medida em que a

implementação está direcionada para uma entidade, em fase inicial de

profissionalização.

A cultura organizacional existente, de origem familiar, recomendava a

implantação de um modelo de fácil compreensão, sem, contudo, desprezar a

necessária eficácia como ferramenta para a tomada de decisão.

As decisões, até então, apoiavam-se exclusivamente no saldo de caixa. O

resultado econômico dava sinais de alerta que não eram captados pelos gestores,

por acreditarem que o problema estava relacionado apenas com a impossibilidade

de reajustar as mensalidades e com a obrigatoriedade de conceder desconto para

atrair alunos.

Este estudo teve um caráter exploratório, e o caso possibilitou a compreensão

das quatro questões inicialmente levantadas e respondidas no Capítulo 4, que

podem ser resumidas como segue:

1. Como a Mensuração de Desempenho de Processos pod e contribuir para a

identificação de insumos susceptíveis a análise de valor para a

conseqüente eliminação de desperdícios?

As condições de competitividade enfrentadas pelas instituições de ensino

superior impõem aos gestores uma especial atenção para as oportunidades de

redução de custos. Para tanto, eles precisam utilizar métodos que abram a “caixa

preta” onde se escondem os desperdícios de tempo e recursos, a fim de eliminá-los,

o que seguramente reduzirá os custos operacionais.

Page 138: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

123

A estrutura departamental verticalizada representa um nuvem de fumaça que

impede a focalização dos desperdícios. Dentro desta estrutura se escondem

atividades desenvolvidas em duplicidade, retrabalhos e conferências

desnecessárias.

As atividades que compõem um processo interno não são executadas

verticalmente, muito pelo contrário, fluem horizontalmente pelos departamentos. O

desenho do fluxograma do processo permite identificar, através de análise,

eventuais gargalos, atividades duplamente executadas, assim como o desperdício

de tempo.

O redesenho do processo requer a compreensão por parte dos envolvidos do

que é fundamental para a próxima atividade, de modo que este entendimento

melhora o desempenho pessoal.

Do ponto de vista organizacional, direcionando o foco para os processos, os

gestores deixam de se preocupar com “quem errou” e passam a procurar a falha

existente no processo, com a ajuda de todos os envolvidos. Esta mudança de

atitude melhora o clima e o ambiente organizacional, motivando as pessoas para o

trabalho.

2. Como a Mensuração de Desempenho de Processos pod e contribuir a

gestão estratégica de custos melhorar o desempenho das instituições de

ensino superior, com a aplicação de conceitos de Cu steio por Contribuição,

sem qualquer alocação e ou rateio.

A contabilidade gerencial tem buscado adequar-se às exigências que o

ambiente competitivo tem imposto às entidades. Neste sentido, procura capacitar-se

para gerar informações de apoio a iniciativas que oferecerem maior competitividade

dentre deste ambiente, baseadas em estratégias economicamente sustentáveis.

Atividades são geradoras de custos e as vantagens obtidas resultam do

exercício de atividades de forma mais eficiente, da melhor utilização dos recursos,

da redução do retrabalho e da eliminação dos desperdícios.

O uso da informação de custo para esta finalidade tem se revelado de grande

utilidade, principalmente, sob o enfoque da gestão estratégica de custos, que

procura evidenciar as variáveis relevantes dentro do processo decisório.

Page 139: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

124

As instituições de ensino superior, também inseridas num contexto de alta

competitividade, têm procurado desenvolver vantagens competitivas, tais como

aqueles sugeridos por PORTER. Porém, a contabilidade praticada nesses

estabelecimentos ainda não se mostra plenamente integrada no contexto para gerar

informação de natureza estratégica, especialmente no que se refere a captar e

mensurar os efeitos de iniciativas inovadoras.

3. Como a Mensuração de Desempenho de Processos pod e contribuir para a

formulação de indicadores para alguns processos?

Para apoiar efetivamente o processo de gestão das instituições de ensino

superior, o indicador de desempenho tem de ser capaz de traduzir a estratégia em

termos das iniciativas que tragam melhorias operacionais, estabelecendo uma

relação sistemática e estruturada com recursos e processos.

Aspectos relevantes da mensuração dos processos devem ser evidenciados,

com o objetivo de apoiar o desenvolvimento de indicadores de desempenho das

iniciativas específicas.

O acompanhamento através de indicadores de performance requer que estes

indicadores estejam disponíveis no momento oportuno, a fim de possibilitar que a

análise das relações de causa e efeito recomende a manutenção ou alteração do

rumo na direção dos objetivos traçados.

4. Como a Mensuração de Desempenho de Processos pod e contribuir para a

simulação de análise de alguns indicadores de desem penho, formulados

para os processos escolhidos, demonstrando potencia l para eliminação de

desperdícios e melhoria contínua?

Nas organizações tradicionais, os processos são ignorados. Em uma

organização orientada para processos, eles são cuidadosamente projetados,

mensurados e, o que é mais importante, todos os entendem.

Nas organizações tradicionais, os funcionários têm foco restrito e, a visão

mais geral do quadro cabe unicamente aos gerentes. Nas organizações voltadas

para processos, todos os envolvidos têm uma visão ampla.

Page 140: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

125

A idéia central de um processo é a reunião de tarefas ou atividades isoladas.

Este direcionamento coloca em evidencia eventuais atividades desenvolvidas em

duplicidade, possibilitando sua eliminação.

Nas organizações tradicionais, o funcionário realiza uma tarefa comandado

pelo seu chefe. Nas empresas voltadas para processos, o funcionário também

trabalha com outras pessoas, mas não seguindo ordens e sim em um espírito de

equipe com o propósito de alcançar determinados resultados e objetivos definidos.

Sem conhecer os objetivos do negócio fica impossível criar os processos que

devem suportá-lo. Os objetivos do negócio devem estar diretamente ligados ao

plano estratégico.

Definidas as metas estratégicas, a Mensuração de Desempenho dos

Processos garantirá o direcionamento dos esforços para os objetivos definidos,

evitando o desperdício de tempo e recursos.

5.1 – Respostas ao Problema da Pesquisa

Aspectos conceituais, levantados na pesquisa bibliográfica, levaram a propor,

como resposta para o problema da pesquisa enunciado no Capítulo 1, um modelo

para Mensuração do Desempenho de alguns processos existentes nas instituições

de ensino superior, cumprindo as seguintes etapas:

1. O ponto de partida é a análise estratégica que leva em conta os recursos

disponíveis, as oportunidades e ameaças do ambiente.

2. A mensuração da iniciativa estratégica é o meio para se estabelecer uma

ligação entre os objetivos e metas da entidade com os fatores de sucesso

competitivo.

3. O desenvolvimento de medidas, quando realizado pelos indivíduos que

compõem os diversos níveis da organização, traduz o significado das

crenças e valores da entidade e, conseqüentemente, facilita a

compreensão e utilização dos indicadores decorrentes.

Para ilustrar esta resposta, foi simulada a elaboração de um conjunto de

indicadores, partindo-se de uma situação fictícia, na qual a implementação de um

método competitivo foi avaliada em termos de critérios de desempenho relacionados

à eficácia, eficiência, produtividade e lucratividade.

Page 141: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

126

Ainda que possa vir a ser considerada pelos estudiosos da metodologia em

contabilidade uma solução de pouca profundidade, não resulta em prejuízo, aos

usuários deste trabalho, uma visão pragmática da aplicação dos conceitos

apresentados através de um de um exemplo numérico.

As proposições apresentadas não encerram nenhuma teoria normativa,

tampouco um manual de instruções de como elaborar indicadores de desempenho.

Trata-se de uma contribuição para o estudo dos instrumentos de gestão e que

coloca em evidência a necessidade de cada instituição de ensino superior descobrir

as ferramentas adequadas para gestão dos negócios, dentro da cultura

organizacional existente.

5.2 – Recomendações

No momento em que se procura encontrar a relevância perdida pela

Contabilidade (KAPLAN e JOHNSON, 1986), sugerindo sofisticadas ferramentas de

gestão, torna-se necessária uma reflexão sobre a indiscriminada propaganda desses

recursos administrativos, sem levar em conta a cultura organizacional.

Existem modelos já consagrados, porém complexos para a compreensão

dentro de um curto espaço de tempo. A complexidade do modelo pode provocar

uma resistência natural à mudança, como forma de defesa contra o desconhecido.

Será necessário implantar um programa de treinamento para desenvolver

habilidades reconhecidamente incorporadas, fazendo com que a performance

melhore a cada dia. Porém, se não existe essa habilidade, é necessário iniciar

processo pelo ensinamento para suprir as carências.

Mesmo um modelo consagrado não funciona, se não houver um

entendimento claro sobre os conceitos incorporados, a metodologia utilizada e os

resultados esperados. A solução deve ser dimensionada para a capacidade de

compreensão dos gestores, caso contrário, corre-se o risco de produzir um estudo

para ficar engavetado, caindo no desuso, por falta de competência para o seu

manuseio, análise e conclusões.

O simples também pode ser útil. Modelos complexos são absorvidos com

muita facilidade por organizações maduras, cujos cargos são preenchidos por

profissionais altamente qualificados para ocupá-los.

Page 142: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

127

Um projeto complexo, de eficácia comprovada, sugerido a uma empresa em

fase de profissionalização, ainda que em estágio adiantado, pode ser descartado

rapidamente, não trazendo os benefícios constatados em outras entidades.

Não sendo observada esta recomendação, corremos o risco de provocar um

distanciamento muito grande entre a teoria e a prática. O conhecimento adquirido é

um ativo, haja vista que dele se esperam benéficos futuros. O processo de obtenção

desse conhecimento deve ser gradual, permitindo aos gestores incorporar o

conhecimento, sem traumas.

Para tanto, é recomendável pesquisar a bibliografia existente e selecionar a

teoria, que, uma vez praticada possa mostrar resultados compreendidos pelos

gestores, no sentido de motivá-los a mergulhar com mais profundidade nos aspectos

relacionados.

Mesmo dentro de uma instituição de ensino superior, que contribui divulgando

e ensinando processos de gestão empresarial, encontra-se dificuldade para

aplicação dessas técnicas administrativas no seu próprio gerenciamento.

5.3 – Considerações Finais

Espera-se que este trabalho contribua efetivamente para a formação de uma

base conceitual coerente, capaz de reduzir a lacuna entre a teoria e a pratica da

contabilidade nas instituições de ensino superior, a partir da compreensão das suas

particularidades, assim como da importância do desenvolvimento e gestão de

desempenho de habilidades essenciais, com base em indicadores que traduzam os

objetivos econômicos implícitos na estratégia empresarial.

É de se esperar também que desperte a atenção para a análise dos

processos, como uma ferramenta de extrema eficácia na identificação dos

desperdícios de tempo e recursos, como forma para redução de custos. Esta

metodologia é pouco difundida no Brasil, sendo de fácil compreensão e aplicação

prática.

Existe, finalmente, uma expectativa para que os gestores das instituições de

ensino superior incorporem a teoria sobre a Mensuração de Desempenho de

Processos, que consiste no exercício do controle, atividade essa inerente à função

administrativa, amplamente ensinada nas salas de aula dessas entidades.

Page 143: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

128

Ao mesmo tempo em que se contribuiu com um modelo para Mensuração de

Desempenho de Processos, abriram-se possibilidades para novos estudos.

A reflexão sobre este modelo pode ser benéfica à gestão de programas de

qualidade e ponto de partida para estudo da influência dos indicadores de

desempenho físicos nos resultados finais de uma instituição de ensino superior,

visando estabelecer uma relação de causa e efeito.

Neste trabalho de pesquisa não foram exploradas as vantagens que o Custeio

Baseado em Atividades – ABC pode oferecer a uma instituição de ensino superior.

Um passo adicional a ser dado, em trabalhos futuros, seria o desenvolvimento de

estudos visando à aplicação do Gerenciamento Baseado em Atividades (ABM), cuja

espinha dorsal consiste no custeio por atividades. Esta abordagem permitiria uma

análise de valor das atividades em relação aos objetivos finais de uma instituição de

ensino superior para melhoria de todos os seus processos organizacionais.

Resta, por último, a recomendação no sentido de que futuras investigações

sobre este assunto sejam orientadas para responder as seguintes questões:

• Como a mensuração do desempenho de processos pode contribuir na

formação dos preços dos serviços prestados pelas instituições de

ensino superior?

• Como modificar a cultura organizacional das instituições de ensino

superior, objetivando valorizar os instrumentos gerencias disponíveis?

• Como melhorar a qualidade dos sistemas de informações gerenciais

utilizados pelas instituições de ensino superior, para que possam

contribuir efetivamente para a tomada de decisão em tempo oportuno?

Page 144: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

129

GLOSSÁRIO DE TERMOS

Para evitar que um mesmo termo ou expressão possa assumir diferentes

significados, dependendo do contexto em que está inserido e de referências

anteriores, segue-se um breve glossário de termos com o objetivo de facilitar a

compreensão e o sentido com que os mesmos estão sendo empregados ao longo

do presente documento.

Ainda que se tenha procurado observar os conceitos consagrados pelas

autoridades acadêmicas nos assuntos específicos e aplicáveis a cada situação ou

circunstância implícita na sua citação, não constitui objeto deste estudo a sua

transcrição integral no corpo deste trabalho.

Atividade – ação que consiste no consumo de recursos para obtenção de

bens e/ou serviços.

Atividade primária – conjunto de procedimentos ou ações que a empresa

desenvolve para transformar recursos em produtos ou serviços necessários para

atingir os objetivos da organização.

Atividade secundária – conjunto de procedimentos ou ações que a empresa

desenvolve, que se caracterizam como apoio às atividades primárias.

Avaliação – julgamento mediante objetivos, padrões e critérios estabelecidos.

Benchmarking – processo contínuo e sistemático de pesquisa para avaliar

produtos, serviços e processos de organizações que são reconhecidas como líderes,

com o propósito de aprimoramento organizacional.

Centro de custo – menor unidade de acumulação de custos dentro de uma

organização.

Centro de investimento – unidade de acumulação de receitas, custos e

investimentos.

Centro de resultado – unidade de acumulação de receitas e custos.

Classe Mundial – nível elevado de qualidade de um produto ou serviço que

pode ser oferecido em todo o mundo com plena satisfação por parte dos usuários ou

clientes.

Competência – qualidade de quem é capaz de analisar uma situação,

apresentar soluções e resolver assuntos ou problemas.

Contabilidade Gerencial – enfoque especial conferido a várias técnicas e

procedimentos contábeis, colocados numa perspectiva diferente, num grau de

Page 145: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

130

detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada,

de maneira a auxiliar os gestores no processo decisório, na mensuração de

desempenho ou no planejamento estratégico, através de indicadores físicos e ou

monetários.

Controle – função administrativa que monitora as atividades a fim de manter

a organização no caminho para o alcance dos objetivos, através das necessárias

correções.

Consistência – critério de avaliação, que leva em conta os mesmos

procedimentos para obtenção dos dados.

Custo – valor econômico dos bens e serviços consumidos para se atingir

determinado objetivo.

Custeio por Contribuição – modelo de custeio que leva em conta apenas os

custos, sejam variáveis e/ou fixos, facilmente e diretamente identificáveis, sem

qualquer atribuição, alocação ou rateio. O Custeio por Contribuição admite que

alguma contribuição à recuperação dos custos e despesas fixos e indiretos é sempre

melhor do que nenhuma.

Departamento – composto por um gerente ou supervisor e todos os

colaboradores que se reportam a ele ou a ela para o desenvolvimento de atividades

secundárias.

Desempenho – representa o cumprimento de uma tarefa, isto é a realização

de uma atividade ou conjunto de atividades.

Desempenho organizacional – capacidade de uma organização de atingir

seus objetivos pelo uso eficiente e eficaz dos recursos disponíveis.

Eficácia (1) – capacidade de cumprimento da missão da empresa, a partir de

um conjunto adequado e consistente de decisões do seu conjunto de gestores,

tendo em vista o impacto das variáveis internas e externas à organização (enfoque

administrativo).

Eficácia (2) – sob o enfoque de avaliação de desempenho, é cumprir os

planos e as metas.

Eficiência – significa fazer as coisas bem e corretamente: produzir o máximo

de resultado com uso mínimo de recursos.

Estratégia competitiva – definição de metas e objetivos, levando-se em

conta recursos disponíveis, condições e desafios ambientais, busca de posição

lucrativa e sustentável a longo prazo.

Page 146: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

131

Evento – ocorrência que modifica a estrutura patrimonial de uma

organização.

Fatores críticos de sucesso – parâmetros sob os quais os produtos e

serviços são avaliados, tendo em vista a satisfação do cliente e, conseqüentemente,

o sucesso mercadológico do empreendimento. Por exemplo: flexibilidade,

velocidade, conformidade, consistência, custo, qualidade, prazo e localização.

Função – atividade exercida por uma pessoa ou departamento.

Gestão estratégica – processo contínuo de integração da estrutura da

empresa ao meio ambiente, a partir de análise do ambiente, estabelecimento de

diretrizes, formulação, implementação e controle de ações estratégicas.

Gestão por processo – enfoque administrativo que busca a otimização e

melhoria dos processos, assegurando o melhor desempenho possível do sistema

integrado a partir da mínima utilização de recursos e do máximo índice de acerto.

Inputs – palavra de origem inglesa que significa entrada (insumos) em algum

processo.

IES – Instituição de Ensino Superior

Manufatura de classe mundial – manufatura de um produto ou prestação de

um serviço de alta qualidade, próximo ou ao preço de mercado, ao mais baixo custo

possível.

Melhoria Contínua – processo avançado pelo qual os gestores,

continuamente, resolvem problemas e pesquisam métodos para reduzir e eliminar

desperdícios, melhorar a qualidade e reduzir defeitos, encurtar respostas e ciclos de

tempo, projetar produtos que são mais simples de fabricar, entregar e prestar

serviços.

Mensuração – ato ou efeito de medir ou mensurar; determinar as dimensões

de ou ter por medida.

Mensuração de Desempenho – ato de medir o cumprimento de uma tarefa,

expressando o sentido quantitativo do termo avaliação; refere-se à quantificação de

atributos de um objeto, com o intuito de expressá-lo numericamente.

Mensuração de Desempenho de Processos – forma sistêmica de avaliar a

produtividade na transformação de insumos (inputs) em produtos ou serviços

(output).

Métodos competitivos – modo único de realização de tarefas e atividades

que tornam uma empresa diferente, face à concorrência e única aos olhos do cliente.

Page 147: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

132

Missão – conjunto de propósitos de um empreendimento, relacionado ao

atendimento das necessidades dos seus clientes, mediante a produção e

comercialização de bens e serviços.

Modelo conceitual – conjunto de conceitos, princípios e definições utilizadas

para representar de forma ideal um objeto ou um sistema.

Negócio – conjunto de elementos (pessoas, processos, TI) que tem por

objetivo criar valor para os sócios ou acionistas.

Operação – conjunto das ações que se combinam para obtenção de

utilidades na forma de um bem ou serviço.

Organização – conjunto de formas sistemáticas de cooperação humana para

a produção e o intercâmbio para a produção de bens e serviços.

Outputs – palavra de origem inglesa que significa saída (bens ou serviços)

em algum processo.

Planejamento – processo de estabelecer objetivos e determinar o que

precisa ser feito para alcançá-los.

Preço de mercado – expressão monetária do valor atribuído pelo mercado a

um bem ou serviço, consideradas as condições do negócio.

Processo – seqüência de atividades que possuem um “input” (entrada),

adicionam valor a ele, e fornecem um “output” (saída) para um cliente interno ou

externo, tendo em vista um resultado definido.

Processo do negócio – conjunto de atividades que tem por objetivo

entradas, através de procedimentos, em saídas (bens ou serviços) que serão

entregues a clientes externos.

Processo produtivo – qualquer processo acompanhado de contato físico

(com máquinas e equipamentos, além dos processos auxiliares), até o ponto em que

o produto é embalado, para ser entregue a um cliente externo. Não inclui o

embarque e/ou distribuição.

Produtividade – relação entre produção de bens e serviços (outputs) e os

recursos utilizados (inputs).

Produto – bem ou serviço gerado pelas atividades.

Receita – valor econômico dos bens ou serviços produzidos pelas atividades.

Page 148: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

133

Recursos – disponibilidades financeiras, materiais e humanas utilizadas nas

atividades.

Resultado – termo genérico utilizado para referir-se indistintamente a todos

os produtos ou serviços decorrentes das atividades.

Resultado econômico – diferença entre receitas e custos.

Serviço superior – serviço com elevado padrão de qualidade para atender

ou superar expectativas e necessidades dos consumidores.

Sistema – conjunto de elementos interdependentes organizados em função

de um objetivo.

Stakeholders – todas as pessoas interessadas no desempenho dos negócios

de uma organização, na qual tenham, de algum modo, comprometido recursos

próprios ou de terceiros, tais como: acionistas ou proprietários, empregados,

clientes, fornecedores, parceiros, governo, sindicatos, comunidade local, etc.

Teoria da Contabilidade – conjunto coerente de princípios hipotéticos,

conceituais e pragmáticos que formam um quadro geral de referência para

investigação de natureza contábil.

Transação – ocorrência de um evento específico.

Vantagem competitiva – modo pelo qual as organizações se capacitam a

enfrentar desafios competitivos do seu ambiente.

Page 149: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

134

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, L.G. Gestão de Processo e a Gestão Estratégica . Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002.

ALMEIDA, Marco Antônio Gomes de. Uma Contribuição do Estudo do Potencial do Custeio ABC – Activity Based Costing como Suport e à Otimização do Resultado de uma Entidade Privada de Ensino Superio r sem fins Econômicos – Estudo de Caso . São Paulo : 2003. Dissertação de mestrado apresentada à FEA/USP.

ALVA, Jorge Klor de. O business e a educação . Revista Ensino Superior, São Paulo : Editora Segmento, p. 22, Edição 68, Ano 6, Maio de 2004.

ALVEZ-MAZZOTTI e GEWANDSZNADJER, Fernando. O Método nas Ciências Naturais e Sociais: Pesquisa Quantitativa e Qualita tiva . São Paulo : Pioneira, 1998.

ANDRADE, Guy Almeida. Contabilidade de entidade sem fins lucrativos . In: Curso sobre temas contábeis. Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo. Vol 4. São Paulo: Atlas, 1991.

ANSOFF, I. Administração Estratégica . Tradução de Mário Ribeiro da Cruz. São Paulo: Atlas, 1988.

ARMISTED, C., PRITCHARD, J., MACHIN, S.. Strategic Business Process Management for Organizational Effectiveness . Long Range Planning, (32), Janeiro, 1999, 96-106.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. Sistemas de Gestão da Qualidade – Fundamentos e Vocabulários: NBR ISO 9000. Rio de Janeiro, 2000.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. Sistemas de Gestão da Qualidade – Requisitos: NBR ISO 9001. Rio de Janeiro, 2000.

ATKINSON, Anthony A., BANKER, Rajiv D., KAPLAN, Robert S., YOUNG, S. Mark. Contabilidade Gerencial . São Paulo : Atlas, 2000.

BACKER, Morton, JACOBSON, Lyle E.. Contabilidade de Custos: um Enfoque para Administração de Empresas . Vol. 2, São Paulo : Mcgraw-Hill, 1976.

BARBOSA, Eduardo Fernandes e outros. Gerencia na Qualidade Total na Educação . Belo Horizonte: Fundação Christiano Ottoni, 1994.

BERRY, Leonard L., YADAV, Manjit S. Quanta Custa um Serviço . HSM Management, nº 5, novembro-dezembro, 1997.

BERTALANFFY, Ludwig Von. Teoria Geral de Sistemas . 2ª ed. Petrópolis : Vozes, 1975.

BESSIRE, Dominique. French Tableau de Bord versus American Balanced Scorecard: Misery and Glory of Metaphors . University of Manchester : July, 2000.

BORNIA, Antonio Cezar. Análise Gerencial de Custos: Aplicação em Empresas Modernas . Porto Alegre : Bookman, 2002.

Page 150: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

135

BRAGA, Carlos Alberto. Educação e Desenvolvimento: os Desafios da Crise da Dívida Externa . São Paulo : IPE/USP, mimeo, 1987.

BRAGA, Roberto. Fundamentos e Técnicas de Administração Financeira . São Paulo : Atlas, 1989.

BRAGA, Ronald. Qualidade e Eficiência do Ensino Superior Brasileir o: uma Reflexão Crítica . São Paulo : NUPES/USP, Documento de Trabalho nº 10/87, 1989.

BRASIL. Decreto nº 2.026, de 10 de outubro de 1996. Estabelece procedimentos para o processo e avaliação dos cursos e instituiçõ es de ensino superior . 2ª ed. rev. Bauru : Edipro, 2001 (Série legislação)

BRASIL. Decreto nº 3.860, de 9 de julho de 2001. Dispõe sobre a organização do ensino superior, a avaliação de cursos e instituiçõ es, e dá outras providências . 2ª ed. rev. Bauru : Edipro, 2001 (Série legislação).

BRASIL. Lei nº 10.172, de 9 de Janeiro de 2001. Aprova o plano nacional de educação e dá outras providências . 2ª ed. rev. Bauru : Edipro, 2001 (Série legislação).

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei Darcy Ribeiro). Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional . 2ª ed. rev. Bauru : Edipro, 2001 (Série legislação).

BRIGNALL, Stan. A Contingent Rationale for Cost System Design in Se rvice . Management Accounting Research, 1997.

BRINSOM, James A. Contabilidade por Atividades: uma Abordagem de Cust eio Baseado em Atividades . São Paulo : Atlas, 1996.

CARVALHO, Baiard Guggi, BERBEL, Maurício Costa. Marketing Educacional: como Manter e Conquistar mais Alunos . 2ª ed. São Paulo : Alabama, 2001.

CATELLI, Armando, GUERREIRO, Reinaldo. Uma análise crítica do sistema ABC – Activity Based Costing . São Paulo: Boletim IOB – Temática Contábil e Balanços, nº 39, 1994

CERTO, Samuel C., PETER, J.Paul. Administração Estratégica: Planejamento e Implantação da Estratégia . São Paulo : Makron Books, 1993.

CHIAVENATO, Idalberto. Administração nos Novos Tempos . 2 ed. Rio de Janeiro : Campus, 1999.

CHING, Hong Yuh. Gestão Baseada em Custeio por Atividades . 3ª ed. São Paulo : Atlas, 2001.

CLARKE, Peter J. The Old and the New in Management Accounting . Management Accounting : June, 1995.

COBIT Framework 3rd Edition . Released by the COBIT Steering Committee and the IT Governance InstituteTM. Rolling Meadows : July, 2000, disponível na internet: http://www.galegale.com.br

COGAN, Samuel. Modelos de ABC/ABM: Inclui Modelos Resolvidos e Metodologia Original de Reconciliação de Dados para o ABC/ABM . Rio de Janeiro : Qualitymark, 1997.

Page 151: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

136

COOPER, Robin, KAPLAN, Robert S. The Design of Cost Management System: Text and Cases . 2ª ed. New Jersey : Prentice-Hall, 1998.

COSTA, Aloysio Teixeira. Administração de entidades sem fins lucrativos . São Paulo: Nobel, 1992.

CRC/SP, Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo. Custo Como Ferramenta Gerencial . São Paulo : Atlas, 1995.

CREPALDI, Silvio Aparecido. Curso Básico de Contabilidade de Custos . 2. ed. São Paulo : Atlas, 2002.

CRUZ, T. Sistemas, Métodos & Processos: Administrando Organi zações por meio de Processos de Negócios . São Paulo: Atlas, 2003.

da-SILVA, Paulo-Roberto da. Uma Contribuição à Contabilidade de Custos na Formação de Preços de Venda na Indústria de Bens de Consumo . São Paulo, 1980. Dissertação de mestrado apresentada à FEA/USP. ,

da-SILVA, Paulo-Roberto. Mensuração de Desempenho Estratégico e Operacional na Excelência de Manufatura de Classe M undial: Integração para a Vantagem Competitiva . São Paulo, 1993. Tese de doutorado apresentada à FEA/USP.

DAVENPORT, T. H. Reengenharia de Processos: Como inovar na Empresa através da tecnologia da informação . Rio de Janeiro: Campus, 1994.

DIXON, Rob. Accounting for Strategic Management: a Practical Ap plication . Long Range Planning : April, 1998.

DRUCKER, Peter F. Administração de Organizações sem fins Lucrativos . 2 ed. Rio de Janeiro : Pioneira, 1994.

DURHAM, Eunice Ribeiro. Uma Política para o Ensino Superior . São Paulo : NUPES/USP, Documento de Trabalho nº 2/93, 1993.

FERREIRA, A.B.H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa . Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 1986.

FIGUEIREDO, Sandra Maria Aguiar, CAGGIANO, Paulo César. Controladoria: Teoria e Prática . São Paulo : Atlas, 1992.

FINGER, Almeri Paulo (Org.). Universidade, Organização, Planejamento e Gestão . Florianópolis : UFSC/CPGA/NUPEAU, 1988.

FISCHMANN, A. A., ZILBER, M.A. Utilização de Indicadores de Desempenho Como Instrumento de Suporte à Gestão Estratégica . In Anais do 23º Encontro da ANPAD, Foz do Iguaçu, 1999.

FROSSARD, Afonso Celso Pagano. Uma Contribuição ao Estudo dos Métodos de Custeio Tradicionais e do Método de Custeio Base ado em Atividades (ABC) Quanto a sua Aplicação Numa Empresa Pesqueira Cearense para fins de Evidenciação de Resultado . São Paulo, 2003. Dissertação de mestrado apresentada à FEA/USP.

FUENTES, Verônica Peñaloza. Custos do Ensino Superior: um Ensaio para a Universidade de São Paulo . São Paulo, 1997. Tese de doutorado apresentada à FEA/USP.

Page 152: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

137

FUNDAÇÃO PARA O PRÊMIO NACIONAL DA QUALIDADE – FNPQ. Critérios de Excelência 2005 . São Paulo : FNPQ, 2005.

GALLORO & ASSOCIADOS, Auditores Independentes. Introdução à Contabilidade de Custos . In: Curso sobre Contabilidade de Custos. CRC/SP. São Paulo : Atlas, 1992.

GARCIA, Walter E. (Org.). Educação Brasileira Contemporânea: Organização e Funcionamento. São Paulo : McGraw-Hill, 1978

GARVIN, D.A. The processes of organization and management . Sloan Management Review, 33-50, Summer, 1998.

GASPARINI, Yatyr. Contribuição ao Estudo dos Métodos de Custeio Utili zados na Gestão de Preços . São Paulo, 2001. Dissertação de mestrado apresentada à FEA/USP.

GIL, A.C. Técnicas de Pesquisa em Economia e Elaboração de Mo nografias . São Paulo: Atlas, 2000.

GIL, Antonio C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa . São Paulo : Atlas, 1988.

GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira: Essencial . 2 ed. Porto Alegre : Bookman, 2001.

GOLDRATT, E. M. A Síndrome de Palheiro: Garimpando Informação num Oceano de Dados . São Paulo: Educator, 1991.

GONÇALVES, J.E.L. A necessidade de Reinventar as Empresas . RAE – Revista de Administração de Empresa, São Paulo, v.38, n.2, p.6-17, abr./jun., 1998.

GONÇALVES, J.E.L. As Empresas são Grandes Coleções de Processos . RAE – Revista de Administração de Empresa, São Paulo, v.40, n.1, p.6-19, jan./mar., 2000a.

GONÇALVES, J.E.L. Os Novos Desafios da Empresa do Futuro . RAE – Revista de Administração de Empresa, São Paulo, v.37, n.3, p.10-19, jul./set., 1997.

GONÇALVES, J.E.L. Processo, que Processo ? RAE – Revista de Administração de Empresa, São Paulo, v.40, n.4, p.8-19, out./dez., 2000b.

GOUVÊA, Célia Maria Centeno Pereira de. Contribuição para a Escolha de um Sistema de Custos em Instituições de Ensino Superio r Privado . São Paulo, 2003. Dissertação de mestrado apresentada à PUC/SP.

GROPELLI, A. A., NIKBAKHT, Ehsan. Administração Financeira . São Paulo : Saraiva, 2001.

GRUNDY, Tony. Beyond the Numbers Game: Introducing Strategic Cost Management . Management Accounting : March, 1995 (p.36-37).

GUIMARÃES, Marcos Freire. Contabilidade de Custos . 3ª ed. Brasília : Vestcon, 2000.

HADDAD, Cláudio. Ensino Superior revela-se um bom negócio. Revista da ANUP – Associação Nacional das Universidades Particulares. Brasília : ANUP, Ano 2, nº 15, 24/abril/2003.

Page 153: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

138

HAMMER, M. Além da Reengenharia: Como Organizações Orientadas Para Processos Estão Mudando Nosso Trabalho e Nossas Vid as. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

HAMMER, M. Empresa Voltada Para Processos . HSM Management, n.9, ano 2, jul/ago, 1998.

HAMMER, M., CHAMPY, J. Reengenharia: Revolucionando a Empresa em Função dos Clientes, da Concorrência e das Grandes Mudanças da Gerência . Rio de Janeiro: Campus, 1994.

HAMMER, M., STANTON, S. How Process Enterprises Really Work . Harvard Business Review, v. 77, n. 6, 108-118, nov./dec;. 1999.

HAMPTON, David R. Administração Contemporânea: Teoria, Prática e Caso s. 2 ed. São Paulo : Makron Books, 1992.

HANSEN, Don R., MOWEN, Maryanne M. Gestão de Custos: Contabilidade e Controle . São Paulo : Pioneira, 2001.

HARRINGTON, H.J. Aperfeiçoando Processos Empresariais . São Paulo: Makron Books, 1993.

HARRINGTON, James H. Business Process Improvement: the Breakthrough Strategy for Total Quality, Productivity, and Compe titiveness . New York : McGraw-Hill, 1991.

HELFERT, Erich A. Técnicas de Análise Financeira: um Guia Prático par a Medir o Desempenho de Negócios . 9. ed. Porto Alegre : Bookman, 2000.

HENDRIKSEN, Eldon S., VAN BREDA, Michael F. Teoria da Contabilidade . São Paulo : Atlas, 1999.

HERNANDEZ PEREZ Jr., José, OLIVEIRA, Luís Martins de, COSTA, Rogério Costa. Gestão Estratégica de Custos . 2. ed. São Paulo : Atlas, 2001.

HOJI, Masakazu. Administração Financeira: uma Abordagem Prática: Matemática Financeira Aplicada, Estratégias Finance iras, Análise, Planejamento e Controle Financeiro . 3 ed. São Paulo : Atlas, 2001.

HORNEGREN, Charles T., FOSTER, George, DATAR, Srikant M. Contabilidade de Custos . 9ª ed. Rio de Janeiro : LTC, 2000.

INSTITUTE MANAGEMENT ACCONTANTS, Statements on Management Accouting: Practices and Techniques: Tools and Tech niques for Implementing Integrated Performance Managements Sys tems . Montvale, NJ, Statement n. 4DD, May 15, 1998.

JOHNSON, Robert W. Administração Financeira . 2 ed. São Paulo : Pioneira, 1969.

KAPLAN, Robert S., COOPER , R. Custo e Desempenho: Administre seus Custos para ser mais Competitivo . São Paulo: Futura, 1998.

KAPLAN, Robert S., COOPER, R. Custo e Desempenho: Administre seus Custos para ser mais Competitivo . São Paulo : Futura, 2000.

KAPLAN, Robert S., JOHNSON, H. Thomas. Relevance Lost: The Rise and Fall of Management Accounting . Boston : Harvard Press, 1986.

Page 154: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

139

KAPLAN, Robert S., NORTON, David P. Organização Orientada para a Estratégia: Como as Empresas que Adotam o Balanced Scorecard Prosperam no Novo Ambiente de Negócios . Rio de Janeiro : Campus, 2000.

KERLINGER, Fred N. Metodologia da Pesquisa em Ciências Sociais: um Tratamento Conceitual . São Paulo : E.P.U., 1980.

KOBATA, Cecília Akemi. Alocação dos Custos Fixos: um Modelo de Programação Linear . São Paulo, 1976. Dissertação de mestrado apresentada à FEA/USP.

KOTLER, Philip, FOX, Karen F.A. Marketing Estratégico para Instituições Educacionais . São Paulo : Atlas, 1994.

KOTLER, Philip. Administração de Marketing: Análise, Planejamento, Implementação e Controle . 5 ed. São Paulo : Atlas, 1998.

KOTTER, J.P. Liderando Mudança . Rio de Janeiro: Campus, 1997.

LAKATOS, Eva M., MARCONI, Marina de A. Metodologia Científica . São Paulo : Atlas, 1986.

LAKATOS, Eva Maria, MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos da Metodologia Científica . São Paulo : Atlas, 1985.

LEONE, George Sebastião Guerra. Curso de Contabilidade de Custos . São Paulo : Atlas, 1997.

LINGUITTE, Hedemar Vicente. Custos Educacionais de uma Instituição de Ensino Superior – I.E.S.: uma Visão Gerencial para Tomada de Decisões . São Paulo, 1995. Dissertação de mestrado apresentada à PUC/SP.

MANO, C. Sem essa de cada um na sua: Como a Gestão por Proce sso está Mudando a Rotina e os Resultados da Johnson e Johns on no Brasil . Revista Exame. São Paulo, edição 800, p.74-77.

MARCONI, Maria A., LAKATOS, Eva M. Metodologia Científica . São Paulo: Atlas, 1996.

MARINHEIRO, José Áureo. Custeio Baseado em Atividades: uma Avaliação da Utilização do ABC Costing para as Empresas Localizadas na Região do Grande ABC . São Paulo, 2003. Dissertação de mestrado apresentada à FECAP.

MARTINS, A. Manual para Elaboração de Monografias e Dissertaçõe s. 2ª ed. São Paulo : Atlas, 1994.

MARTINS, Eliseu (organizador). Avaliação de Empresas: da Mensuração Contábil à Econômica . São Paulo : Atlas, 2001.

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos: Inclui o ABC . 8ª ed. São Paulo : Atlas, 2001.

MARTINS, Gilberto de Andrade, LINTZ, Alexandre. Guia para Elaboração de Monografias e Trabalhos de Conclusão de Cursos . São Paulo : Atlas, 2000.

MARTINS, Gilberto de Andrade. Manual para Elaboração de Monografias e Dissertações . São Paulo : Atlas, 2000.

Page 155: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

140

MASTELLA, Alexandra Silveira. Proposta de Modelo para a Gestão de Cursos Superiores em Instituições de Ensino Superior Priva das . São Paulo, 2004. Tese de doutorado apresentada à FEA/USP.

MEC/INEP. Sinopse Estatística da Educação Superior 2004 . Brasília : INEP, 2005.

MEYER Jr., Victor. Planejamento Estratégico: uma Renovação na Gestão d as Instituições Universitárias . Temas de Administração Universitária, Florianópolis: UFSC, 1991.

MEYER, Christopher. Como os Indicadores Adequados Contribuem para a Excelência das Equipes , in Harvard Business Review, Medindo o desempenho empresarial. Rio de Janeiro : Campus, 2000.

MICHAELIS: Moderno Dicionário da Língua Portuguesa . São Paulo : Cia. Melhoramentos, 1998.

MIZNE, Oliver. O mundo da Educação . Revista @prender Virtual. Edição Maio/Junho de 2003.

NAKAGAWA, Masayuki. ABC: Custeio Baseado em Atividades . 2ª ed. São Paulo : Atlas, 2001.

NAKAGAWA, Masayuki. Gestão Estratégica de Custos: Conceitos, Sistemas e Implementação, JIT/TQC . São Paulo : Atlas, 2000.

NAKAGAWA, Masayuki. Introdução à Controladoria: Conceitos, Sistemas, Implementação . São Paulo : Atlas, 1993.

NASCIMENTO, Diogo Toledo do. Bases para a Eficácia de Sistema de Custeio para Gestão de Preços . São Paulo, 1989. Tese de doutorado apresentada à FEA/USP.

NUNES, Rogério da Silva. Administração Universitária: Concepções, Modelos e Estratégias . São Paulo, 1998. Tese de doutorado apresentada à FEA/USP.

OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Sistemas, Organização e Métodos: uma Abordagem Gerencial . 12 ed. São Paulo : Atlas, 2001.

OSTRENGA, Michael, OZAN, Terence R., HARWOOD, Marcus D., MCILHATTAN, Robert D. Guia de Ernst & Young para a Gestão Total dos Custo s. 3 ed. Rio de Janeiro: Record, 1997.

OSTRENGA, Michael. Guia de Ernst & Young para Gestão Total de Custos . Rio de Janeiro : Record, 1992.

PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade Gerencial . São Paulo : Atlas, 1997.

PADOVEZE, Clóvis Luís. Controladoria Estratégica e Operacional: Conceitos, Estrutura e Aplicação . São Paulo : Pioneira Thomson, 2003.

PEÑALOZA FUENTES, Verônica. Custos do Ensino Superior: um Ensaio para a Universidade de São Paulo . São Paulo, 1997. Tese de doutorado apresentada à FEA/USP.

PESSOA, Carlos. Gestão Estratégica para Instituições de Ensino . Belo Horizonte : Advice, 2003.

Page 156: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

141

PETER, Maria da Glória Arrais. Proposta de um Sistema de Custos para as Universidades Federais Brasileiras Fundamentado no Activity Based Costing: uma Abordagem de Controladoria Estratégica . São Paulo, 2001. Dissertação de mestrado apresentada à FEA/USP.

PETERS, Thomas J., WATERMAN Jr., Robert H.. Vencendo a Crise: Como o bom Senso Empresarial pode Superá-la . 23 ed. São Paulo : Harbra, 1986.

PIOVESANA, Antonio César. O Planejamento Como Instrumento de Gestão Estratégica na Organização Universitária . São Paulo, 1999. Dissertação de mestrado apresentada à PUC/SP.

PORTER, Michael E. Vantagem Competitiva: Criando e Sustentando um Desempenho Superior . 18ª ed. Rio de Janeiro : Campus, 1989.

RELVAS, Tânia R. S. Estudo das Bases Conceituais para Desenvolvimento d e Modelos de Previsão Voltados para a Gestão Estratég ica de Custos . São Paulo, 1998. Dissertação de mestrado apresentada à FEA/USP.

REVISTA EXAME, O Meganegócio da Educação , p.34-45. São Paulo : Editora Abril, Edição 763, Ano 36, nº 7, 3/abril/2002.

RIBEIRO, Nelson de Figueiredo. Administração Acadêmica Universitária: a Teoria e o Método . Rio de Janeiro : Livros Técnicos e Científicos, 1977.

ROCHA, Carlos Henrique, GRANEMANN, Sérgio Ronaldo (organizadores). Gestão de Instituições Privadas de Ensino Superior . São Paulo : Atlas, 2003.

ROSA, Mauro Ribeiro. Aspectos do Papel da Controladoria em uma Instituiç ão de Ensino Superior . São Paulo, 1999. Dissertação de mestrado apresentada à PUC/SP.

SAKURAI, Michiharu. Gerenciamento Integrado de Custos . São Paulo : Atlas, 1997.

SALOMON, Délcio Vieira. Como Fazer uma Monografia . 10ª ed. São Paulo : Martins Fontes, 2001.

SAMPAIO, H. Ensino Superior no Brasil . 2ª ed. São Paulo : Hucitec, 2000.

SANTOS, Luis Paulo Guimarães dos. Modelo Conceitual de Avaliação de Desempenho das Universidades Federais Brasileiras: um Enfoque Fundamentado no Sistema de Gestão Econômica – GECON . São Paulo, 2002. Dissertação de mestrado apresentada à FEA/USP.

SANTOS, Roberto Vatan dos. Modelagem de Sistemas de Custos . Revista de Contabilidade do CRC/SP, Ano II, n. 4, março de 1998.

SANVICENTE, Antonio Zoratto. Administração Financeira . 2 ed. São Paulo : Atlas, 1983.

SCHWARTZMAN, DURHAM e GOLDEMBERG. A Educação no Brasil em uma Perspectiva de Transformação . São Paulo : NUPES/USP, Documento de Trabalho nº 5/93, 1993.

SERRA NEGRA, Carlos Alberto, SERRA NEGRA, Elizabete Marinho. Manual de Trabalhos Monográficos de Graduação, Especialização , Mestrado e Doutorado . São Paulo : Atlas, 2003.

Page 157: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

142

SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico . 14ª ed. São Paulo : Cortez, 1986.

SHANK, John, GOVINDARAJAN, Vijay. Gestão Estratégica de Custos: a Nova Ferramenta para a Vantagem Competitiva . Rio de Janeiro: Campus, 1995.

SHANK, John. A revolução dos Custos: Como Reinventar e Redefinir sua Estratégia de Custos para Vencer em Mercados Cresce ntemente Competitivos . 2 ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

SHARMAN, Paul. How to Implement Performance Measurement in your Organization . CMA Maganize, May, 1995, 33-37.

SILVA, Antonio Carlos Ribeiro da. Metodologia da Pesquisa Aplicada à Contabilidade: Orientações de Estudos, Projetos, Ar tigos, Relatórios, Monografias, Dissertações, Teses . São Paulo : Atlas, 2003.

SINK, D. Scott, TUTTLE, Thomas C. Planejamento e Medição para a Performance . Rio de Janeiro: Qualitymark, 1993.

SINK, D. Scott, TUTTLE, Thomas C. Planning and Measurement in your Organization of the Future . Norcross, Georgia: Industrial of Industrial Engineers, 1989. Custos

SINK, D. Scott. Produtictivity management : planning, measurement and evaluation, control and improvement . John Wiley & Sons: USA, 1985.

SLACK, N. et al. Administração da Produção . São Paulo: Atlas, 1999.

SLACK, Nigel. Vantagem Competitiva em Manufatura: Atingindo Competitividade nas Operações Industriais . São Paulo: Atlas, 1993.

TACHIZAWA, Takeshi, DE ANDRADE, Rui Otávio Bernardes. Gestão de Instituições de Ensino . 3ª ed. São Paulo : FGV Editora, 2002.

TACHIZAWA, Takeshi, DE ANDRADE, Rui Otávio Bernardes. Tecnologias da Informação Aplicadas às Instituições de Ensino e às Universidades Corporativas . São Paulo : Atlas, 2003.

TACHIZAWA, Takeshi, MENDES, Gildásio. Como Fazer Monografia na Prática . 6ª ed. São Paulo : Editora FGV, 2001.

TEIXEIRA, Fabrício Souza. Mensuração do Grau de Eficácia do Balanced Scorecard em Instituição Privada de Ensino Superior . São Paulo, 2003. Dissertação de mestrado apresentada à FEA/USP.

TRUJILLO, Alfonso Ferrari. Metodologia da Pesquisa Científica . São Paulo : Mcgraw-Hill, 1982.

TURABIAN, Kate L. Manual para Redação: Monografias, Teses e Dissertaç ões . São Paulo : Martins Fontes, 2000.

VAHL, Teodoro Rogério, MEYER Jr., Victor, FINGER, Almeri Paulo (Orgs). Desafios da Administração Universitária . Seminário Internacional de Administração Universitária. Florianópolis : UFSC, 1989.

VARTANIAN, Grigor Haig. O método de Custeio Pleno: uma Análise Conceitual e Empírica . São Paulo, 2000. Dissertação de mestrado apresentada à FEA/USP.

Page 158: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

143

VERGARA, Sylvia C. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração . 3ª ed. São Paulo : Atlas, 2000.

VICECONTI, Paulo Eduardo Vilchez, NEVES, Silvério das. Contabilidade de Custos: um Enfoque Direto e Objetivo . 6ª ed. São Paulo : Frase, 2000.

WAGNER, Edda. A utilização do Benchmarking nas Instituições de En sino Superior . São Paulo, 2000. Dissertação de mestrado apresentada à PUC/SP.

WEBSTER´s: Dicionário Inglês-Português . 12ª ed., atual. Rio de Janeiro : Record, 2001.

WELSCH, Glenn A. Orçamento Empresarial . 4 e. São Paulo : Atlas, 1996.

WELSCH, Glenn A., HILTON, Ronald W., GORDON, Paul N. Budgeting: Profit and Planning Control . 5ª ed. New Jersey : Prentice-Hall, 1988.

WERNKE, Bornia. Gestão de Custos: uma Abordagem Prática . São Paulo : Atlas, 2001.

WESTON, J. Fred, BRIGHAM, Eugene F. Fundamentos da Administração Financeira . 10ª ed. São Paulo : Makron, 2000.

WILSON, Richard M. S. Análise Estratégica . Trad. Carlos Antonio de Rocchi. Porto Alegre : Revista CRC RS, jan/mar. 1998.

YIN, Robert K. Estudo de Caso: Planejamento e Métodos . 2ª ed. Porto Alegre : Bookman, 2001.

Endereços da Internet consultados:

www.abmes.org.br

www.camara.gov.br

www.galegale.com.br

www.hsmmanagement.com.br

www.idealinvest.com.br

www.inep.gov.br

www.loboassociados.com.br

www.mec.gov.br

www.senado.gov.br/legislação

www.unicamp.br

Page 159: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

144

Apêndice I – ROTEIRO DA PESQUISA MERCADOLÓGICA PARA ALUNOS

INTRODUÇÃO

Nós estamos fazendo uma pesquisa sobre o Ensino Superior em São Paulo.

Você poderia nos ajudar respondendo algumas perguntas, porque sua opinião é

muito importante.

GERAL

1. Qual é o seu nome?

2. Qual é a sua idade?

3. Em que bairro você mora?

4. Você trabalha?

• Em que área?

• Em qual bairro?

• Que cargo você ocupa?

5. Em que tipo de instituição você se formou no ensino médio? (pública,

particular, supletivo, técnico, militar, etc)

6. O que influenciou na hora de escolher a faculdade? (localização, preço,

qualidade, acessibilidade, etc)

• A localização da faculdade é um fator decisivo? Por exemplo: estar

perto do trabalho, de casa, do metrô, do ponto de ônibus, de avenidas

conhecidas, etc.

7. A nota obtida pela faculdade no Provão do MEC influencia sua percepção

em relação à mesma?

• Por que?

8. Você considerou cursar outras faculdades?

• Qual (is)?

• Algum curso diferente do que você está cursando?

• Por qual motivo?

9. Você já cursou alguma outra faculdade?

Page 160: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

145

• Qual?

• Concluiu?

• Se não, por que parou?

10. Você considerou o grau de dificuldade do vestibular antes de escolher a

faculdade?

• Você chegou a prestar algum outro vestibular?

• Você passou?

• Se sim, por que não cursou?

11. Qual é o seu objetivo ao cursar o ensino superior? (sucesso profissional,

dinheiro, conhecimento, etc)

FACULDADE

12. Que curso você faz?

13. Por que optou por este curso?

14. Qual foi o principal motivo da escolha por esta Faculdade? Por que?

(qualidade, preço, localização, infra-estrutura, etc)

15. Sua empresa tem convênio com a Faculdade?

• Se sim, isso influenciou a sua escolha pela Faculdade?

• Se não, sua empresa estimulou a cursar o ensino superior? Ela deu

algum benefício ou disponibilizou algum recurso?

16. A instituição onde você se formou tem convênio com a Faculdade?

17. Como você conheceu a Faculdade? (propaganda, indicação, passou na

frente, etc)

18. Por que você escolheu esta Faculdade?

19. Quais eram as suas expectativas antes de ingressar na Faculdade?

• Foram atendidas?

20. Como você avalia a Faculdade quanto:

• Atendimento (secretaria, recepção, diretoria, etc)

• Infra-estrutura (sala de aula, laboratórios, recursos disponíveis)

• Qualidade do ensino (no geral)

• Qualificação dos professores

• O processo seletivo (dificuldade, facilidade, método, etc)

Page 161: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

146

• Apoio ao aluno com palestras, aulas-extras, etc

• Comunicação interna (entre faculdade / aluno)

• Localização

21. Na sua opinião, quais são os pontos fortes da Faculdade?

• E quais são os pontos fracos?

22. Você acha que há algum ponto relevante na Faculdade que não foi citado

e que poderia sobre mudanças?

23. Como você acredita que a Faculdade é vista no mercado?

24. Se você optasse por fazer outro curso, que não o seu, acredita que o faria

nesta Faculdade ou em outra faculdade?

25. Qual sua imagem / percepção dos cursos oferecidos pela Faculdade?

26. Você recomendaria a Faculdade para um amigo?

• Por que?

27. Você tem alguma crítica ou sugestão?

HÁBITOS DE MÍDIA

28. Qual é o veículo de comunicação que você utiliza para se informar?

29. Dentre os veículos de comunicação abaixo quais os que mais você utiliza?

• Jornais

• Revistas

• Programa de televisão e canais

• Internet (áreas de interesse, sites prediletos)

• Rádio

30. Você já viu alguma propaganda desta Faculdade?

• Onde?

• O que você achou dela(s)?

• É pertinente com o que você vê ou vive aqui?

• Por que?

Mostrar uma peça publicitária ao entrevistado.

31. O que você acha deste anúncio?

Se gostou:

• Do que?

Page 162: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

147

• Por que?

Se não gostou:

• Do que?

• Por que?

• Como você acha que deveria ser?

32. De que forma você acha que ela (Faculdade) deveria se comunicar?

• Por que meio?

• Você acha que isso é importante?

33. O que você acha da promoção “Indique um amigo” ?

HÁBITOS DE CONSUMO

34. Quais são seus hobbies e o que você gosta de fazer nas horas de lazer?

35. Que lugares você costuma freqüentar nas horas de lazer?

36. Quais shoppings você mais freqüenta?

37. Que estilo de roupa você costuma usar?

38. Em quais lojas de roupas (e em quais localidades) você costuma comprar

e porquê?

• Que outros tipos de produtos você compra nessas lojas, além de

roupas?

• Com que freqüência?

39. Quais restaurantes você costuma freqüentar?

• Em que ocasião?

• Com que freqüência?

• Quais os outros lugares que você costuma freqüentar? (Parques,

museus, cinemas, teatros, etc)

40. Além da faculdade você faz algum curso extracurricular?

• Qual?

Page 163: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

148

Apêndice II – ROTEIRO DA PESQUISA PARA VESTIBULANDO S

INTRODUÇÃO

Nós estamos fazendo uma pesquisa sobre o Ensino Superior em São Paulo.

Você poderia nos ajudar respondendo algumas perguntas, porque sua opinião é

muito importante.

GERAL

1. Qual é o seu nome?

2. Qual é a sua idade?

3. Em que bairro você mora?

4. Você trabalha?

• Em que área?

• Em qual bairro?

• Que cargo você ocupa?

5. Em que tipo de instituição você se formou/formará no ensino médio?

(pública, particular, supletivo, técnico, militar, etc)

6. Qual é o seu objetivo ao cursar o ensino superior? (sucesso profissional,

dinheiro, conhecimento, etc)

7. Aonde você procurou informações sobre faculdades e cursos? (guia do

estudante, stands, Internet, indicação, etc)

8. Você está prestando ou pretende prestar algum outro vestibular?

• Para qual curso?

• Em qual faculdade?

• Por que?

FACULDADE

9. Para que curso você está prestando o vestibular?

10. Sua empresa tem convênio com a Faculdade?

• Se sim, isso influenciou a sua escolha pela Faculdade?

Page 164: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

149

• Se não, sua empresa estimulou a cursar o ensino superior? Ela deu

algum benefício ou disponibilizou algum recurso?

11. A instituição onde você se formou/formará tem convênio com a

Faculdade?

12. Por que você decidiu prestar o vestibular nesta Faculdade? (localização,

preço, qualidade, acessibilidade, etc)

• A localização da faculdade é um fator decisivo? Por exemplo: estar

perto do trabalho, de casa, do metrô, do ponto de ônibus, de avenidas

conhecidas, etc.

13. O que você espera do vestibular desta Faculdade?

• Se aprovado, você pretende cursar?

14. Qual é a imagem que você tem do curso que você escolheu?

• E dos outros cursos?

15. Quais são suas expectativas em relação a esta Faculdade?

16. Você já cursou alguma outra faculdade?

• Qual?

• Concluiu?

• Se não, por que parou?

17. Como você avalia esta Faculdade em relação às outras faculdades que

você conhece?

HÁBITOS DE MÍDIA

18. Como você conheceu esta Faculdade? (propaganda, indicação, passou na

frente, etc)

19. Considerou as informações disponíveis suficientes?

20. Qual é o veículo de comunicação que você utiliza para se informar?

21. Dentre os veículos de comunicação abaixo quais os que mais você utiliza?

• Jornais

• Revistas

• Programa de televisão e canais

• Internet (áreas de interesse, sites prediletos)

• Rádio

Page 165: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

150

HÁBITOS DE CONSUMO

22. Quais são seus hobbies e o que você gosta de fazer nas horas de lazer?

23. Que lugares você costuma freqüentar nas horas de lazer?

24. Quais shoppings você mais freqüenta?

25. Que estilo de roupa você costuma usar?

26. Em quais lojas de roupas (e em quais localidades) você costuma comprar

e porquê?

• Que outros tipos de produtos você compra nessas lojas, além de

roupas?

• Com que freqüência?

27. Quais restaurantes você costuma freqüentar?

• Em que ocasião?

• Com que freqüência?

• Quais os outros lugares que você costuma freqüentar? (Parques,

museus, cinemas, teatros, etc)

28. Além da faculdade você faz algum curso extracurricular?

• Qual?

Page 166: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

151

Apêndice III – PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO DOS ALUNOS (2 004)

1 – IDADE

FAIXA ETÁRIA (em anos) (%)

de 15 a 35 anos 39% de 26 a 35 anos 45% de 36 a 45 anos 14% acima de 46 anos 2%

TOTAL 100%

2 – SEXO

Masculino 50% Feminino 50%

TOTAL 100%

3 – ESTADO CIVIL

Solteiro 58% Casado 37% Viúvo 0% Separado/Desquitado/Divorciado 5%

TOTAL 100%

4 – PREFERÊNCIA PELA LOCALIZAÇÃO

Moema 65% Santo Amaro 35%

TOTAL 100%

5 – RENDA MENSAL FAMILIAR

até R$500,00 7% de R$501,00 a R$1.000,00 27% de R$1.001,00 a R$2.600,00 42% de R$2.601,00 a R$6.000,00 17% acima de R$6.001,00 7%

TOTAL 100%

Page 167: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

152

6 – POSSUEM COMPUTADOR EM CASA

Sim 78% Não 22%

TOTAL 100%

7 – POSSUEM E-MAIL

Sim 85% Não 15%

TOTAL 100%

8 – DADOS PROFISSIONAIS

8.1 - CONDIÇÃO

Emprego Efetivo 73% Empresário 4% Não trabalha 1% Estagiário 10% Desempregado 10% Outros 2%

TOTAL 100%

8.2 – SETOR EM QUE ATUA

Indústria 19% Serviços 58% Comércio 19% Outros 4%

TOTAL 100%

8.3 – CARGO ATUAL

Diretor 3% Gerente/Chefe/Supervisor 33% Operacional/Funcionário 64%

TOTAL 100%

Page 168: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

153

Apêndice IV – INDICADORES DE DESEMPENHO SUGERIDOS

1. TAXA DE DISPONIBILIDADE E DE UTILIZAÇÃO DE VAGAS PARA INGRESSO

Fórmula: Candidatos inscritos no vestibular

Vagas disponíveis

Mede o grau de preferência e a tendência mercadológica da atualidade.

2. TAXA DE PRODUTIVIDADE ADMINISTRATIVA

Fórmula: Valor do faturamento no semestre

Número de funcionários

Mede o grau médio da receita por funcionário (produtividade administrativa).

3. TAXA DE PRODUTIVIDADE ACADÊMICA

Fórmula: Valor do faturamento semestre

Número de professores

Mede o grau médio da receita por professor (produtividade acadêmica).

4. TAXA GERAL DA EVASÃO

Fórmula: Número de alunos formados por curso

Número de alunos ingressantes por curso

Mede o grau de desistência no percurso.

5. TAMANHO MÉDIO DAS TURMAS

Fórmula: Número de alunos ativos

Número de disciplinas

Mede a quantidade de alunos em cada disciplina.

6. CUSTO MÉDIO POR ALUNO

Fórmula: Custo total do semestre Número de alunos ativos

Mede o custo médio por aluno.

7. INADIMPLÊNCIA (perspectiva financeira)

Fórmula: Volume dos boletos não pagos Volume das receitas contratual

Mede o grau de inadimplência, sob um enfoque financeiro.

8. INADIMPLÊNCIA (perspectiva física)

Fórmula: Número de alunos com o pagamento em atraso

Número de alunos pagantes

Mede o grau de inadimplência, sob o enfoque do número de alunos.

Page 169: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

154

Apêndice V – CUSTO SEMESTRAL DO PROCESSO SELETIVO

ATUAL

Valor Atividades

Discriminação Q. Unit. Total por

Semestre Processo Seletivo Outras

Recursos Humanos 183.600

Salários 102.000

Gerente de Marketing 1 6.000 36.000 36.000

Assistentes 2 3.000 36.000 36.000

Encarregado 1 1.500 9.000 9.000

Auxiliares 7 500 21.000 21.000

Encargos Sociais 81.600

Diversos 218.900

Campanha Mídia 152.450

Campanha “Indique um Amigo”

Material Publicitário 60.000

Telefones 6.450

TOTAL R$402.500

Vagas disponíveis (autorizadas) 515

Alunos ingressos por processo seletivo 341

Alunos ingressos por transferência 94

TOTAL DE ALUNOS INGRESSOS 435

Taxa de ociosidade 34%

Aumento na Campanha Mídia 0

Valor médio por aluno matriculado por indicação R$8 5,00

Custo médio por aluno captado por semestre R$925,29

Custo mensal por aluno captado R$154,21

Page 170: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

155

Apêndice VI – CUSTO SEMESTRAL DO PROCESSO SELETIVO

PROJETADO (I)

Valor Atividades

Discriminação Q. Unit. Total por

Semestre Processo Seletivo Outras

Recursos Humanos 183.600

Salários 102.000

Gerente de Marketing 1 6.000 36.000 36.000

Assistentes 2 3.000 36.000 36.000

Encarregado 1 1.500 9.000 9.000

Auxiliares 7 500 21.000 21.000

Encargos Sociais 81.600

Diversos 236.780

Campanha Mídia 167.695

Campanha “Indique um Amigo” (31) 2.635

Material Publicitário 60.000

Telefones 6.450

TOTAL R$420.380

Vagas disponíveis (autorizadas) 515

Alunos ingressos por processo seletivo 375

Alunos ingressos por transferência 122

TOTAL DE ALUNOS INGRESSOS 497

Taxa de ociosidade 27%

Aumento na Campanha Mídia 10%

Valor médio por aluno matriculado por indicação R$8 5,00

Custo médio por aluno captado por semestre R$845,84

Custo mensal por aluno captado R$140,97

Page 171: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

156

Apêndice VII – CUSTO SEMESTRAL DO PROCESSO SELETIVO

PROJETADO (II)

Valor Atividades

Discriminação Q. Unit. Total por

Semestre Processo Seletivo Outras

Recursos Humanos 183.600

Salários 102.000

Gerente de Marketing 1 6.000 36.000 36.000

Assistentes 2 3.000 36.000 36.000

Encarregado 1 1.500 9.000 9.000

Auxiliares 7 500 21.000 21.000

Encargos Sociais 81.600

Diversos 248.650

Campanha Mídia 176.080

Campanha “Indique um Amigo” (72) 6.120

Material Publicitário 60.000

Telefones 6.450

TOTAL R$432.250

Vagas disponíveis (autorizadas) 515

Alunos ingressos por processo seletivo 423

Alunos ingressos por transferência 156

TOTAL DE ALUNOS INGRESSOS 579

Taxa de ociosidade 18%

Aumento na Campanha Mídia 5%

Valor médio por aluno matriculado por indicação R$8 5,00

Custo médio por aluno captado por semestre R$746,55

Custo mensal por aluno captado R$124,42

Page 172: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

157

Apêndice VIII – CUSTO SEMESTRAL DO PROCESSO SELETIV O

PROJETADO (III)

Valor Atividades

Discriminação Q. Unit. Total por

Semestre Processo Seletivo Outras

Recursos Humanos 183.600

Salários 102.000

Gerente de Marketing 1 6.000 36.000 36.000

Assistentes 2 3.000 36.000 36.000

Encarregado 1 1.500 9.000 9.000

Auxiliares 7 500 21.000 21.000

Encargos Sociais 81.600

Diversos 261.874

Campanha Mídia 184.884

Campanha “Indique um Amigo” (124) 10.540

Material Publicitário 60.000

Telefones 6.450

TOTAL R$445.474

Vagas disponíveis (autorizadas) 515

Alunos ingressos por processo seletivo 438

Alunos ingressos por transferência 246

TOTAL DE ALUNOS INGRESSOS 684

Taxa de ociosidade 15%

Aumento na Campanha Mídia 5%

Valor médio por aluno matriculado por indicação R$8 5,00

Custo médio por aluno captado por semestre R$651,28

Custo mensal por aluno captado R$108,55

Page 173: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

158

Apêndice IX – CUSTO SEMESTRAL DO PROCESSO SELETIVO

PROJETADO (FINAL)

Valor Atividades

Discriminação Q. Unit. Total por

Semestre Processo Seletivo Outras

Recursos Humanos 183.600

Salários 102.000

Gerente de Marketing 1 6.000 36.000 36.000

Assistentes 2 3.000 36.000 36.000

Encarregado 1 1.500 9.000 9.000

Auxiliares 7 500 21.000 21.000

Encargos Sociais 81.600

Diversos 277.086

Campanha Mídia 194.128

Campanha “Indique um Amigo” (194) 16.490

Material Publicitário 60.000

Telefones 6.450

TOTAL R$460.668

Vagas disponíveis (autorizadas) 515

Alunos ingressos por processo seletivo 463

Alunos ingressos por transferência 360

TOTAL DE ALUNOS INGRESSOS 823

Taxa de ociosidade 10%

Aumento na Campanha Mídia 5%

Valor médio por aluno matriculado por indicação R$8 5,00

Custo médio por aluno captado por semestre R$559,74

Custo mensal por aluno captado R$93,29

Page 174: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

159

Apêndice X – CUSTO SEMESTRAL DO PROCESSO SELETIVO

REALIZADO (I)

Valor Atividades

Discriminação Q. Unit. Total por

Semestre Processo Seletivo Outras

Recursos Humanos 190.944

Salários 106.080

Gerente de Marketing 1 6.000 36.000 36.000

Assistentes 2 3.000 36.000 36.000

Encarregado 1 1.600 9.600 9.600

Auxiliares 8 510 24.480 24.480

Encargos Sociais 84.864

Diversos 241.855

Campanha Mídia 171.510

Campanha “Indique um Amigo” (58) 4.930

Material Publicitário 58.500

Telefones 6.915

TOTAL R$432.799

Vagas disponíveis (autorizadas) 515

Alunos ingressos por processo seletivo 394

Alunos ingressos por transferência 86

TOTAL DE ALUNOS INGRESSOS 480

Taxa de ociosidade 23%

Aumento na Campanha Mídia 13%

Valor médio por aluno matriculado por indicação R$8 5,00

Custo médio por aluno captado por semestre R$901,66

Custo mensal por aluno captado R$150,28

Page 175: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

160

Apêndice XI – CUSTO SEMESTRAL DO PROCESSO SELETIVO

REALIZADO (II)

Valor Atividades

Discriminação Q. Unit. Total por

Semestre Processo Seletivo Outras

Recursos Humanos 202.716

Salários 112.620

Gerente de Marketing 1 6.000 36.000 36.000

Assistentes 2 3.000 36.000 36.000

Encarregado 2 1.600 19.200 19.200

Auxiliares 7 510 21.420 21.420

Encargos Sociais 90.096

Diversos 252.880

Campanha Mídia 181.800

Campanha “Indique um Amigo” (87) 7.395

Material Publicitário 56.400

Telefones 7.285

TOTAL R$455.596

Vagas disponíveis (autorizadas) 515

Alunos ingressos por processo seletivo 438

Alunos ingressos por transferência 138

TOTAL DE ALUNOS INGRESSOS 576

Taxa de ociosidade 15%

Aumento na Campanha Mídia 6%

Valor médio por aluno matriculado por indicação R$8 5,00

Custo médio por aluno captado por semestre R$790,97

Custo mensal por aluno captado R$131,83

Page 176: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

161

Page 177: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

162

Page 178: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

163

Page 179: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

164

Page 180: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

165

Page 181: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

166

Page 182: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

167

Page 183: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

168

Page 184: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

169

Page 185: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

170

Page 186: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

171

Page 187: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

172

Page 188: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

173

Page 189: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

174

Page 190: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE … · elegância de conduta nos momentos de turbulência. Ao Prof. José Carlos Marion, meu colega de trabalho nos tempos

175