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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Departamento de Odontologia
A INFLUÊNCIA DOS MEIOS DE DIAGNÓSTICO: INSPEÇÃO CLÍNICA,
RADIOGRAFIA DIGITAL, MICROSCÓPIO OPERATÓRIO E TOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA CONE BEAM NA IDENTIFICAÇÃO DO CANAL MÉSIO-
MEDIANO EM PRIMEIROS MOLARES INFERIORES
KÊNIA MARIA PEREIRA SOARES DE TOUBES
Belo Horizonte
2010
Kênia Maria Pereira Soares de Toubes
A INFLUÊNCIA DOS MEIOS DE DIAGNÓSTICO: INSPEÇÃO CLÍNICA,
RADIOGRAFIA DIGITAL, MICROSCÓPIO OPERATÓRIO E TOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA CONE BEAM NA IDENTIFICAÇÃO DO CANAL MÉSIO-
MEDIANO EM PRIMEIROS MOLARES INFERIORES
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Odontologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Odontologia, área de concentração Clínicas Odontológicas – Ênfase em Endodontia.
Orientadora: Profª. Dra. Maria Ilma de Souza Gruppioni Côrtes
Belo Horizonte
2010
FICHA CATALOGRÁFICA Elaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Toubes, Kênia Maria Pereira Soares de
T722i A influência dos meios de diagnóstico: inspeção clínica, radiografia digital, microscópio operatório e tomografia computadorizada cone beam na identificação do canal mésio-mediano em primeiros molares inferiores. / Kênia Maria Pereira Soares de Toubes. Belo Horizonte, 2010.
70f. : il. Orientadora: Maria Ilma de Souza Gruppioni Côrtes
Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Programa de Pós-Graduação em Odontologia.
1. Canal Radicular - Tratamento. 2. Tomografia computadorizada de feixe
cônico. 3. Molares. 4. Microscopia. I. Côrtes, Maria Ilma de Souza Gruppioni. II. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Programa de Pós-Graduação em Odontologia. III. Título.
CDU: 616.314.16
FOLHA DE APROVAÇÃO
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu marido, Rodrigo Pontes de Toubes, que em todos os momentos
de nossas vidas, esteve ao meu lado, apoiando e incentivando o meu crescimento profissional
e científico. Agradeço seu papel de mãe e babá, e o seu amor incondicional.
À minha filha Victória Soares de Toubes, minha grande amiga e companheira, que precisou
crescer e amadurecer com o meu afastamento. Que você seja uma mulher determinada, feliz
e que conquiste seus sonhos.
Aos meus pais, José Faria Soares e Kleuma Pereira Soares, referenciais da minha vida, por
toda a dedicação, investimento e afeto.
AGRADECIMENTOS
Agradeço,
A Deus, por guiar meus passos e permitir minha existência com saúde para alcançar este
objetivo.
Ao meu esposo Rodrigo Toubes e minha filha Victória Toubes, pela compreensão que
demonstraram nos momentos de retiro que os estudos me impunham, pelo apoio e pela
cumplicidade.
Ao meu pai José, pelas correções e sugestões na redação deste trabalho.
Aos meus irmãos Dagmar, Kátia e Antônio, por todo o incentivo e pela amizade. Amo vocês!
Ao professor De DEUS, por ter me ensinado a conhecer, amar e entender os caminhos
aberrantes dos sistemas de canais radiculares.
À professora Maria Ilma Cortês, por seu exemplo de dedicação. Pelos ensinamentos e pelo
crescimento científico que me proporcionou. Pudera todos conhecessem a magnitude do
profissional e ser humano que é. Orgulho-me de ser sua orientanda e agradeço a confiança
depositada. Muito obrigada.
Ao professor Frank ferreira Silveira e ao Professor Eduardo Nunes, obrigada pelo exemplo e
pela competência, pelo dinamismo e pela colaboração na realização e montagem de aulas, e
pelas sugestões construtivas na formação de um mestre. Obrigada por me fazerem amar cada
dia mais a Endodontia.
Às professoras Luciana Fonseca e Fernanda Fonseca, pela forma prestativa e gentil que
sempre me receberam em sua clínica radiológica, pela amizade, disponibilidade e seriedade
que demonstraram durante a realização e análises das tomadas radiográficas e tomográficas.
Agradeço também ao Sávio Fonseca pelo suporte técnico e a documentação das imagens.
Ao professor Pedro Alves MMpos, pela minuciosa identificação e seleção dos dentes que
foram utilizados neste trabalho.
Ao professor Welligton Correia Jansen, pelas sugestões e idéias para a confecção dos
templates radiográficos e tomográficos.
Aos Professores João Paulo Haddad e Miguel Houri pela orientação, carinho e a análise
estatística da pesquisa.
A todos os professores da PUC-MG que MMinharam comigo durante esta fase de minha vida.
Ao professor Dr. Roberval de Almeida Cruz, por toda orientação e dedicação.
À minha grande amiga e irmã de coração, Maria Alice Valadares, que em todos os momentos,
tanto de alegria quanto de desespero, esteve presente ao meu lado.
A minha querida parceira, Ana Cristina Carvalho de Araujo, pela feliz convivência destes dois
anos, pela cumplicidade e amizade em todas as etapas deste mestrado.
Aos colegas do mestrado pela troca amiga, produtiva e pelas horas agradáveis de convivência.
A Ângela G. Deliga Schroder, Yuri Fonseca Ferreira, Juliana Pelinsari Lana e Vinícius
Machado que me ajudaram na execução do Projeto Piloto.
Aos funcionários da biblioteca, que sempre se dispuseram a me enviar os artigos selecionados
de prontidão.
A Angélica Paradizi Rodrigues e Silvania Martins Ferreira pelo assessoramento ao programa
de mestrado, minha eterna gratidão pelo carinho e amizade.
À Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, onde recebi todas as condições para a
realização deste trabalho.
Aos funcionários do Departamento de Mestrado da Pontifícia Universidade Católica de Minas
Gerais, por toda presteza.
A Suzana Miranda representante da MAILLEFER - Brasil pela doação das limas ProTaper
necessárias ao desenvolvimento deste trabalho.
A minhas secretárias Daiana e Arlete pelo pronto atendimento a todas as minhas solicitações.
A todos os amigos e familiares que me apoiaram e me incentivaram e de alguma forma,
contribuíram para esta etapa profissional.
A todos vocês, meu MUITO OBRIGADO!
RESUMO
Um dos objetivos do tratamento endodôntico é a eliminação de restos orgânicos e bactérias do
interior do Sistema de canais radiculares, o que apenas se torna possível através do
conhecimento da anatomia deste sistema, e de suas variações. Muitas são as possibilidades de
exames para a identificação do número dos canais radiculares. Todavia, poucos são os estudos
que comparam os diversos exames. O presente estudo in vitro comparou os exames de
diagnóstico para a identificação do canal mésio-mediano (MM) em raízes mesiais de
primeiros molares inferiores através dos exames: Inspeção clinica (IC), da Radiografia Digital
(RD), do Microscópio Operatório (MO) e da Tomografia computadorizada Cone Beam
(TCCB). Foram selecionados 44 dentes que satisfizeram os critérios de inclusão. Estes
espécimes foram escaneados utilizando o tomógrafo i-CAT New Vision, onde a raiz mesial foi
avaliada quanto à presença do canal MM nas imagens dos cortes axiais. A seguir, foram
realizadas radiografias digitais dos mesmos dentes, nas posições orto, disto e mésio-radial,
avaliadas quanto à presença ou ausência do canal MM. Posteriormente foi realizada a abertura
coronária em cada espécime, e o soalho da câmara pulpar foi inspecionado a olho nu (IC),
onde a presença ou ausência do canal MM foi registrada. Logo a seguir, as mesmas raízes
foram avaliadas ao MO e os canais identificados foram explorados e instrumentados pelo
sistema rotatório ProTaper. Após o término do preparo, a raiz mesial foi observada ao MO e
os dados obtidos foram registrados. Neste presente estudo, ao MO, identificou-se o canal MM
em 30,0% (IC-95% 15,5 - 43,6) das amostras, onde 84,5% dos canais identificados foram
limpos e formatados. Com a TCCB, foram identificados 12 canais MM (27,27%) (IC-95%
13,6 - 40,9), onde 58,33% foram instrumentados. Istmos foram observados através da TCCB
em 77% das amostras. Ao exame RD não foi possível visualizar o canal MM em nenhum
espécime. Na IC foram identificados 15 orifícios de entrada dos canais (34%) (IC-95% 19,51
- 48,7), onde 46,67% se confirmaram com a instrumentação. Conclui-se que houve diferença
estatisticamente significativa na identificação do canal MM entre os quatro tipos de exames
utilizados. A melhor concordância foi entre MO e TCCB. A IC não foi tão precisa quanto a
MO e TCCB. Visualmente a TCCB permitiu observar toda morfologia do canal em toda sua
extensão, enquanto que o MO, somente a porção reta do canal. A RD não foi um método
adequado para a identificação do canal MM.
Palavras chave: Canal radicular. Microscópio operatório. Molar inferior. Tomografia
computadorizada de feixe cônico.
ABSTRACT
One of the goals of the endodontic treatment is to remove organic debris and bacteria from the
root canal system, which becomes possible only through knowledge of the anatomy of this
system and its variations. There are several tests for the diagnosis and identification of the
number of root canals, However, there are few studies comparing the various examinations.
This study compared the diagnostic tests to identify the middle mesial canal (MM) in mesial
roots of first molars by clinical Inspection (CI), digital radiography (DR), dental operating
microscope (DOM) and cone beam computed tomography (CBCT). Forty-four teeth were
selected the inclusion criteria previously established. The teeth were scanned using the i-CAT
scanner New Vision, where the mesial root was evaluated for the presence of MM canal
during the analysis of axial slices. Digital radiographic images of the same teeth were taken in
the ortho, distal and mesio-radial positions, to evaluate the presence of the MM canal. The
access cavity preparation was performed next and the floor of pulp chamber was explored
with the naked eye (NE), in order to identify the presence of the MM canal. The same roots
were evaluated with the aid of DOM and the canals were identified, explored and
instrumented with the ProTaper rotary system. After finishing the preparation, the mesial root
was observed under DOM and the data were recorded. In this study the MM canal was
identified with the aid of the DOM in 30.0% (95% CI, 15.5 to 43.6) of the samples, where
84.5% of the canals identified were cleaned and shaped. With the TCCB, 12 MM canals were
identified in 27.27% (CI-95% 13.6 to 40.9), where 58.33% of canals were instrumented.
Isthmuses were observed in 77% of samples. The examination throughout the RD did not
allow the observation of the MM canal in any specimen. With the CI 15 possible canals were
identified (34%) (CI-95% from 19.51 to 48.7), and 46.67% were confirmed with the
instrumentation. In conclusion there was a statistically significant difference in the
identification of the MM canal when the four types of tests were compared. The best
agreement occurred when the DOM was compared to the CBCT. The CI was not as precise as
the DOM and CBCT. With the aid of the CBCT it was possible to observe the entire
morphology of the root canal along its entire length, while the DOM only the straight portion
of the canal. The DR was not an efficient method for identifying the MM canal.
Key-words: Cone beam computed tomography. Mandibular molar. Operating microscope.
Roots canals.
LISTA DE ABREVIATURAS
CI - Canal instrumentado
CEJ - Cemento-enamel junction
CCD - Charge-couple device
CPC - Comprimento de patência do canal
CT - Comprimento de trabalho
CMOS - Óxido de metal semicondutor complementar
DOM - Dental optical microscope
EUA - Estados Unidos da América
FOV - Field of view
G1 - Grupo 1
G2 - Grupo 2
NaOCl - Hipoclorito de sódio
h - Horas
IC- Índice de concordância
IC - Inspeção clínica
Ic - Istmo completo
IP - Istmo parcial
K - Kerr
MM - Canal mésio-mediano
MC - Mésio-central
ML - Mésio-lingual
MV - Mésio-vestibular
MV2 - Mésio-vestibular 2
µm - Micrometro
MO - Microscópio operatório
mL - Mililitro
mm - Milímetro
MS - Molar superior
p - Nível de significância
n° - Número
ON - Olho nu
% - Percentagem
PSP - Placa de Fósforo
KVp - Potencial de pico
RD - Radiografia digital
SCR - Sistema de canais radiculares
TC - Tomografia computadorizada
TCCB - Tomografia computadorizada Cone Beam
3D - Três dimensões
TACT - Turned-aperture computed tomography
X- Vezes
x- Versos
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO............................................................................................................... 12
2. CONSIDERAÇÕES GERAIS....................................................................................... 15
2.1 Estudos utilizando o método de observação da radiografia........................................... 15
2.2 Estudos utilizando o método de observação da RD................................................. 16
2.3 Estudos utilizando o método de observação da TCCB.................................................. 17
2.4 Estudos utilizando o método de observação com o MO.......................................... 20
2.5 Estudos utilizando diferentes métodos na identificação do número de canais e istmos 22
3. OBJETIVOS................................................................................................................... 28
3.1 Objetivos gerais......................................................................................................... 28
3.2 Objetivos específicos.............................................................................................. 28
REFERÊNCIAS.................................................................................................................. 29
APÊNDICE-Artigo............................................................................................................. 37
ANEXO 1............................................................................................................................. 67
Quadro1-Presença de istmo na raiz mesial de primeiros molares inferiores.................
Quadro2-Número de canais presentes na raiz mesial de primeiros molares inferiores
ANEXO 2- Declaração de origem dos dentes..................................................................
ANEXO 3-Aprovação do projeto pelo Comitê de ética em pesquisa.............................
67
68
69
70
12
1 INTRODUÇÃO
Um dos principais objetivos do tratamento endodôntico é a eliminação de restos
orgânicos e bactérias presentes no interior do sistema de canais radiculares (SCR) e seu
completo selamento (KAKEHASHI; STANLEY; FITZGERALD, 1965; BYSTROM et al.,
1987; SJOGREN et al., 1997). Isto se torna possível através do amplo e detalhado
conhecimento da anatomia dos canais radiculares principalmente de suas variações
(VERTUCCI, 1984; FABRA-CAMPOS, 1985).
O primeiro molar inferior é o primeiro dente posterior a entrar em erupção, e o mais
acometido pela doença cárie, o que resulta em risco da necessidade de tratamento endodôntico
(VERTUCCI; HADDIX; BRITO, 2006). Estes dentes apresentam um grande desafio técnico
para o profissional por apresentar uma grande variação anatômica em seus sistemas de canais
radiculares (HESS; ZURCHER, 1925; SKIDMORE; BJORNDAL, 1971; REEH, 1998;
JUNG et al., 2002; AHMED, 2007; KONTAKIOTIS; TZANETAKIS, 2007;
KRITHIKADATTA et al., 2010), sendo possível identificar de um a quatro canais em sua raiz
mesial, com um alto índice de intercanais e anastomoses (SKIDMORE; BJORNDAL, 1971;
VERTUCCI, 1984; GULABILAVA et al., 2001; MANNOCCI, 2005; KONTAKIOTIS;
TZANETAKIS, 2007; GU et al., 2009).
A formação da raiz mesial de primeiros molares inferiores parece inicialmente bem
explicada por Hess (1925), ao afirmar que durante o desenvolvimento radicular, as largas
paredes da raiz mesial são fortemente comprimidas para o centro, se tornando bem próximas
uma da outra, e pela contínua deposição de novas camadas de dentina ao longo da vida,
podem se tornar bloqueadas e intransponíveis. Porém a deposição desta dentina pode por
vezes formar paredes verticais criando três canais (MARTINEZ-BERNA; BADANELLI,
1985, FABRA-CAMPOS, 1985). Com a introdução de novas tecnologias de identificação da
morfologia dental, cada vez mais, pode-se confirmar a existência deste terceiro canal
acessório (MM), com a frequência de 1 a 15% (POMERANZ et al., 1981; FABRA-
CAMPOS, 1989; GOEL et al., 1991; JACOBSEN et al.,1994; RICUCCI, 1997;
CARVALHO; ZUOLO, 2000; GULABILAVA et al., 2002; NAVARRO, 2007;
KARAPINAR-KAZANDAG; BASRANI; FRIEDMAN, 2010), terminando em sua porção
apical confluente ao canal mésio-vestibular (MV) ou mésio-lingual (ML) ou em forame
independente (POMERANZ et al., 1981). Todavia, profissionais têm levantado a hipótese
desse espaço entre os canais MV e ML, não constituir um verdadeiro canal, mas sim um istmo
13
possível de ser limpo e formatado (MORTMAN; AHN, 2003; KARAPINAR-KAZANDAG;
BASRANI; FRIEDMAN, 2010).
Hoje, o conceito de SCR expressa melhor a realidade da anatomia dentária,
sustentando a existência de uma trama orgânica conectada, que nutre o dente e se distribuiu
no interior da raiz, servindo de múltiplas vias que, penetrando pelo ápice radicular, abrem-se
em um grande leque em direção à câmara pulpar (FABRA-CAMPOS, 1985; MARTINEZ-
BERNA; BADANELLI, 1985; GU et al., 2009). A Identificação e desinfecção deste sistema
de canais se tornam um dos principais pré-requisitos para o sucesso da terapia endodôntica,
principalmente nos últimos cinco milímetros apicais (MANNOCCI et al,.2005; GU et al.,
2009), onde o procedimento de limpeza e desinfecção se mostra de grande desafio para o
clínico.
Tradicionalmente, a inspeção clínica (IC) e a radiografia foram utilizadas na
identificação de canais radiculares. Recentemente a introdução da radiografia digital veio
agilizar a gestão de problemas endodôntico com a geração instantânea de imagens, menor
dose de radiação (comparada ao filme D-speed), facilidades de arquivamento e transmissão à
longa distância (NAOUM, H. J.; CHANDLER, N. P.; LOVE, R. M. 2003, NAIR, P. 2007).
Contudo, a eficácia da IC continua dependendo diretamente do conhecimento e habilidade do
operador (CORCORAN et al., 2007; VANDE VOORDE, 1975), ao passo que as radiografias
são limitadas a fatores técnicos, como contraste, angulação e outros (BENDER; SELTZER,
1961, HESSION, 1977; JANIK, 1984). Portanto, ambas as abordagens têm limitações, o que
contribui para uma taxa relativamente elevada de canais não identificados, especialmente
quando o número de canais presentes e a sua localização se desviam da regra (CARVALHO;
ZUOLO, 2000; YOSHIOKA; KOBAYASHI; SUDA, 2002).
Com a introdução da ampliação, seja ela realizada através de lupas ou MO,
possibilitou-se um aumento significativo de publicações de relato de casos clínicos
mencionando a existência do aludido canal (MM), que antes passavam despercebidos a olho
nu, e conduzindo, vezes, ao insucesso da terapia endodôntica (RICUCCI, 1997;
CARVALHO; ZUOLO, 2000; NAVARRO, et al., 2007, KARAPINAR-KAZANDAG;
BASRANI; FRIEDMAN, 2010). A despeito das vantagens do MO na terapia endodôntica,
sua limitação está no alcance da imagem, que se limita à parte reta do canal.
A tomografia computadorizada Cone Beam (TCCB) representa uma nova proposta
tecnológica, não invasiva, que vem superar as desvantagens da IC, RD e MO, porque permite
ao operador visualizar as características morfológicas das amostras, vistas em "fatias", em três
dimensões, e sem a destruição do espécime (PATEL et al., 2007; SCARFE; FARMAN;
14
SUCOVIC, 2006; ESTRELA et al., 2008). A TCCB tem se tornado uma realidade na
odontologia e vem sendo sugerida como meio auxiliar no diagnóstico e identificação de
canais e istmos (TEIXEIRA et al., 2003; VON ARX, 2005; MANNOCCI, 2005; NAVARRO
et al., 2007; COTTON et al., 2007; GU et al., 2009; GU et al., 2010).
Portanto várias são as possibilidades de exames para o diagnóstico e identificação do
número dos canais radiculares. Entretanto poucos são os estudos in vitro que comparam os
diversos exames. Por isso, justificou-se o presente estudo in vitro que teve como objetivo
avaliar entre a IC, a RD, o MO e a TCCB, qual seria o melhor meio de identificação do canal
MM na raiz mesial de primeiros molares inferiores. No presente trabalho avaliou-se também a
frequência, localização, término apical e capacidade do canal MM de ser instrumentado.
.
15
2 CONSIDERAÇÕES GERAIS
Fez-se pertinente uma revisão de literatura abordando os métodos aqui utilizados para
o estudo da anatomia interna dos primeiros molares inferiores e os trabalhos relacionando o
número de canais e istmos presentes na raiz mesial de primeiros molares inferiores, que serão
descritos por tópicos.
2.1 Estudos utilizando o método de observação da radiografia
Edmund Kells foi o primeiro profissional que, na Odontologia, se dedicou à utilização
dos raios X como elemento indispensável ao exame clínico, demonstrando a importância de
se tomar radiografias usando ângulos corretos e posicionadores padronizados para melhor
visualização da anatomia radicular (KELLS apud ÁLVARES; TAVANO, 2002).
Pineda e Kuttler (1972) estudaram radiograficamente 7.275 raízes, sendo dessas 300
de primeiros molares inferiores. Todas as raízes, devidamente separadas dos dentes, foram
radiografadas nos sentidos vestíbulo-lingual e mésio-distal.
Bramante e Berbert (2002) indicaram a utilização de técnicas radiográficas, com
variação do ângulo vertical e horizontal, no intuito de auxiliar o diagnóstico e observar a
anatomia dos canais radiculares, tais como as técnicas de Clark e de rastreamento triangular.
Friedman (2002) relatou que radiografias foram usadas por muito tempo como a
principal medida para avaliar o resultado da terapia endodôntica, entretanto mencionou
também que as radiografias estão sujeitas a mudanças decorrentes de angulação e contraste,
bem como da interpretação dos examinadores. Devido a estas inconsistentes e tendenciosas
interpretações, as radiografias podem comprometer a confiabilidade dos resultados. O autor
sugeriu que exames às cegas, utilizando uma padronização na interpretação de radiografias,
são uma componente essencial do processo avaliativo.
Whaites et al. (2003) concluíram que as radiografias possuem limitações de
diagnóstico, pelo fato de se obter imagem bidimensional de um objeto tridimensional e
superposição de imagens, o que proporciona a limitação da avaliação da forma total do objeto
e a avaliação correta da localização e da forma das estruturas no interior de um objeto.
16
Omer et al. (2004) compararam a técnica de diafanização com a radiográfica na
visualização da anatomia dos canais radiculares de primeiros molares superiores. Os autores
analisaram o número e os tipos de canais, seguindo as classificações de Vertucci (1984), a
presença de canais laterais, a presença de comunicações, a posições e os números de forames
apicais. Como conclusão, o estudo demonstrou um limitado valor da técnica radiográfica em
analisar certos aspectos anatômicos. Já a diafanização foi considerada de grande valor para
ensino e pesquisa, porém limitada a estudos in vitro.
Segundo Scarfe, Farman e Sukovic (2006), o exame radiográfico é um componente
essencial no entendimento e na administração dos problemas endodôntico. É fundamental em
todos os aspectos como diagnóstico e planejamento do tratamento endodôntico para avaliar
resultados. No entanto, a quantidade de informações conseguidas em radiografias
convencionais é limitada pelo fato de que a anatomia tridimensional estar sendo compactada
em uma imagem bidimensional. Como resultado dessa superposição de imagens, a radiografia
revela limitados aspectos da anatomia tridimensional.
Nakata et al. (2006), observaram que na terapia endodôntica, a qualidade e quantidade
de informações obtidas de exames radiográficos são de suma importância, porque afetam,
diretamente, o diagnóstico, o planejamento do tratamento e a estabilidade do prognóstico.
Entretanto, no exercício da clínica diária, existem vários casos em que a radiografia intra-oral
convencional não fornece informações suficientes para condições patológicas, formas e
estruturas anatômicas e relação de posições.
2.2 Estudos utilizando o método de observação da RD
Naoum et al. (2003) enfatizaram que as recentes melhorias nos sistemas de radiografia
digital introduziram muitos benefícios para a prática endodôntica: a geração instantânea de
imagens de alta resolução, manipulação ou processamento da imagem capturada com um
melhor desempenho diagnóstico, menor dose de radiação comparado com D-speed filme;
facilidade de arquivamento, transmissão e consulta a longa distância bem como a
interpretação de imagens e documentação digital do prontuário são algumas das vantagens da
radiografia digital, mas em seu trabalho as radiografias convencionais obtiveram um resultado
superior ao sistema digital. Entretanto os autores enfatizaram que fatores no delineamento
experimental podem ter contribuído para este resultado.
17
Nair et al. (2007) relataram, que várias modalidades de imagem digital estão
disponíveis hoje no mercado e que a aquisição das imagens é facilitada com o uso de diversas
tecnologias que incorporam o uso de sensores no estado sólido, como charge-coupled device
(CCD), óxido de metal complementar semicondutor (CMOS), placa de fósforo (PSP), que é
por vezes referida como uma modalidade de aquisição de semi-direta ou indireta, e métodos
indiretos, tais como o uso de scanners lisos ou câmeras de vídeo.
2.3 Estudos utilizando o método de observação da TCCB
Nance et al. (2000) relataram que o sistema digital da TACT foi superior ao filme
convencional na identificação de canais radiculares em molares humanos e pode ser útil para
a detecção de canais radiculares que não foram visualizados nas radiografias convencionais.
Eles alertaram para o fato que se um canal não pode ser identificado pela TACT, isto não
implicaria necessariamente ausência do mesmo. Os autores concluíram que a TACT deve ser
utilizada como auxiliar na identificação do canal e nunca deve tomar o lugar do exame clínico
minucioso.
Sukovic (2003) afirmou que a tomografia computadorizada cone beam (TCCB) tem o
potencial de reduzir o tamanho e o custo da tomografia convencional, produzindo imagens
com sub-milímetros de resolução isotrópica, sendo indicada para o uso na Odontologia.
De acordo com Grondahl e Huumonen (2004), os novos tomógrafos Cone beam são de
alta resolução podendo exibir objetos em 3D com melhor visualização das estruturas
anatômicas, com formação de imagens de geometria e contraste adequados, além de
possibilitar um diagnóstico com maiores detalhes.
Segundo Winter et al. (2005), a tecnologia volumétrica 3D requer menos radiação para
a aquisição da imagem em uma única rotação. Essa inovação tecnológica permite melhores
imagens com menor distorção do que as TC médicas, sendo mais precisas que a radiografia
periapical, apresentando um excelente custo/benefício para os pacientes.
Scarfe, Farman e Sukovic (2006) relataram as aplicações clínicas da TCCB, na prática
odontológica. A TCCB é capaz de obter, em sub-milímetros de resolução, imagens de alta
qualidade para diagnóstico, com pequeno tempo de obtenção (10-70s) e níveis de dosagem de
radiação até 15 vezes menores que a TC convencional, sendo uma nova tecnologia que provê
18
a reprodução da imagem tridimensional dos tecidos mineralizados maxilo-facial, com mínima
distorção.
Garib et al. (2007) afirmaram que os primeiros relatos sobre a tomografia
computadorizada de feixe cônico para uso na odontologia ocorreram muito recentemente, ao
final da década de 1990. Segundo os autores, o pioneirismo dessa nova tecnologia cabe aos
italianos Mozzo et al.(1998) da Universidade de Verona, que apresentaram os resultados
preliminares de um novo aparelho de TC volumétrica para imagens odontológicas, baseado na
técnica do feixe em forma de cone, batizado como NewTom-9000. Os autores reportaram a
alta precisão das imagens, assim como uma dose de radiação equivalente a 1/6 da liberada
pela TC tradicional.
Patel et al. (2007) descreveram a importância da TCCB no manejo dos problemas
endodôntico e relataram que a maior vantagem da TCCB é a precisão na imagem
tridimensional, onde os cortes sagitais, axiais e coronais eliminam a sobreposição de
estruturas anatômicas (processo zigomático, osso alveolar e raízes adjacentes), permitindo que
a anatomia das raízes e canais de molares superiores fossem bem visualizados.
Navarro et al. (2007) realizaram dois estudos in vitro. Um por meio de tomografia
computadorizada e o outro com microscopia eletrônica de varredura, visando avaliar a
morfologia dos canais radiculares da raiz mesial de primeiros molares permanentes. No
primeiro estudo in vitro, utilizaram 27 primeiros molares inferiores que foram observados
com cortes de secções realizados pela tomografia computadorizada. O outro estudo in vitro,
utilizou 25 primeiros molares inferiores extraídos que foram fixados em resina e cortados em
três níveis, e obtiveram-se as imagens com o microscópio eletrônico de varredura. As imagens
obtidas da morfologia dos sistemas de canais foram gravadas em um sistema de vídeo. Os
autores concluíram com o estudo tomográfico dos 27 dentes, que a frequência de um terceiro
canal na raiz mesial de primeiros molares inferiores foi de 14,81%; e com o estudo
microscópico de varredura dos 25 dentes, somente três molares inferiores apresentaram três
canais nas raízes mesiais, correspondendo a 12%. Clinicamente, o autor relata que o terceiro
canal é difícil de ser encontrado e exibe uma morfologia muito variável, que podem
apresentar anastomoses com os outros canais. Concluiu que falhas na limpeza e no preparo do
sistema de canais radiculares da raiz mesial durante o tratamento endodôntico convencional
podem resultar em insucessos. A alta frequência de istmos, existentes entre os dois canais
principais indica a necessidade de um exame cuidadoso da anatomia radicular para que todos
os caminhos e possíveis portais existentes sejam limpos e vedados.
Reuben et al. (2008) avaliaram a morfologia radicular de 125 primeiros molares
19
inferiores na população indiana usando o spiral computed tomography scan. Os dentes foram
analisados por secções transversais e longitudinais, com espessura constante de fatias com
0,65 mm e uma constante espiral ou velocidade de mesa de 0,75 e 120 KVp. As informações
foram transmitidas para um sistema avançado de computação (GE systems, Milwaukee, W1),
onde foram avaliados: o número de canais, distância entre a fissura central e o teto do soalho
da câmara pulpar. Para encontrar o número de canais presentes em cada raiz, a secção
transversal foi realizada. Os resultados foram analisados estatisticamente, e os autores
identificaram de um a quatro canais nestas amostras. A junção cemento-esmalte coincidiu
com o assoalho da câmara pulpar em 37,09% das amostras.
Matherne et al. (2008) realizaram um trabalho in vitro comparando a TCCB a RD na
identificação do SCR. Utilizaram 72 espécimes sendo 24 molares superiores, 24 pré-molares
inferiores, e 24 incisivos inferiores que foram radiografados. Estes dentes foram coletados
aleatoriamente e inseridos em quatro arcos de espuma com 18 dentes. Cada arco constou de
seis primeiros molares superiores, seis primeiros pré-molares inferiores, e seis incisivos
inferiores. Quando comparados os sistemas digitais e a TCCB, os resultados das radiografias
digitais foram inferiores aos resultados da TCCB.
Baratto Filho et al. (2009) analisaram a anatomia interna de primeiros molares
superiores in vivo (clínico e TCCB) e in vitro (microscópio operatório, raios X e diafanização)
onde concluíram que a TCCB é uma tecnologia importante e que pode ser utilizada como um
bom método inicial de diagnóstico na identificação da morfologia interna de primeiros molar
superior, principalmente no que se refere à raiz MV que apresenta grande variabilidade sendo
causa de insucesso nos tratamentos endodôntico.
La et al. (2010) publicaram um relato de caso, em que utilizaram as imagens da
tomografia cone beam para identificar o canal MM enfatizando a grande utilidade deste
exame para se obter informações clínicas mais precisas da morfologia do sistema de canais,
quando comparado ao exame radiográfico convencional. Eles mencionaram também a
escassez de publicações de casos clínicos que tenham feito uso da TCCB na identificação do
canal mésio-mediano.
Blattner et al. (2010) avaliaram a capacidade do i-CAT unidade de tomografia
computadorizada (TCCB) em identificar com precisão a presença do segundo canal na raiz
mesio-vestibular (MB2) em primeiros e segundos molares superiores em humanos. Os
autores utilizaram vinte primeiros e segundos molares completamente intactos. A existência
do canal MB2 foi avaliada por três métodos: (1) radiografia periapical, (2) TCCB, e (3) cortes
clínicos. Os resultados demonstraram que com aparelho i-CAT foi possível identificar a
20
presença do canal MB2 em 78,95% das amostras. Estatisticamente não houve diferença
significativa entre TCCB para detectar o canal MB2 quando comparado com o padrão ouro de
secção clínica (p> 0,5). Os resultados desta investigação in vitro podem ser interpretados para
mostrar que o método da TCCB foi capaz de detectar o canal MB2 quando comparado com o
padrão ouro de corte dos espécimes.
2.4 Estudos utilizando o método de observação com o MO
Baumann (1977) sugeriu aos dentistas utilizar os beneficios do microscópio, onde as
imagens se tornariam grandes e claras. Menciona em seu artigo que o microscópio
proporcionaria um campo bem iluminado, sem sombras, possibilitando a visualização de
pequenos detalhes.
Rubinstein (1997) declarou que o MO foi o grande avanço na área da endodontia
cirúrgica. Os resultados clínicos superaram as expectativas e sua utilização se expandiu para
outros procedimentos tais como: melhor visualização do campo operatório, precisão da
técnica cirúrgica, uso de um menor número de radiografias, orientações aos pacientes através
das imagens captadas por vídeo e possibilidade de se utilizar as imagens em palestras,
marketing profissional e menor stress de trabalho.
Ricucci (1997) relatou um caso clínico, realizado em um primeiro molar inferior, onde
encontrou três canais na raiz mesial, sugerindo que a utilização de um bom equipamento de
ampliação auxiliaria na localização dos canais e esta seria uma condição rara.
Saunders e Saunders (1997) relataram que o MO permitiu uma melhor visualização do
campo de trabalho, possibilitando que a anatomia do dente fosse bem explorada, esgotando-se
todas as possibilidades de identificação dos canais, o que provavelmente resultaria no maior
sucesso do tratamento endodôntico. Os autores sugeriram também que o MO poderia ser
utilizado em outras áreas da odontologia, tanto pelo clínico geral como pelo especialista.
Carvalho e Zuolo (2000) realizaram um estudo em 204 molares inferiores, sendo 93
primeiros molares e 111 segundo molares, que foram observados a olho nu e ao MO. Nas
raízes mesiais dos primeiros molares, os autores encontraram um aumento de 8,6% do número
total de canais localizados com o auxílio do MO, quando comparado com o exame a olho nu.
21
Vertucci, Haddix e Britto apud Cohen e Hargreaves (2007) mostraram que o uso do
MO na endodontia promoveu melhor iluminação e visualização, proporcionando ao clínico
maior habilidade para localizar e instrumentar os canais.
Yoshioka, Kobayashi e Suda (2002) utilizaram os dados coletados por dois estudantes
de medicina, que avaliaram 260 dentes incisivos, pré-molares e molares superiores e
inferiores, com o objetivo de comparar a taxa de identificação do número de canais
radiculares utilizando três diferentes métodos: olho nu, lupas cirúrgicas e microscópio. Após a
localização dos canais, tinta nanquim foi injetada na câmara pulpar e todos os dentes foram
diafanizados para determinar o número real dos orifícios de entrada dos canais observados.
Houve diferença significativa na identificação do número de canais entre os três métodos. O
método microscópico pôde detectar com maior precisão os orifícios de entrada dos canais que
os outros métodos utilizados.
Karapinar-Kazandag, Basrani e Friedman (2010) publicaram recentemente um estudo
com o objetivo principal de avaliar a capacidade de identificar e instrumentar os canais
acessórios localizados na raiz mesial de primeiros e segundos molares inferiores, com o
auxílio de lupas de aumento e microscópio. O objetivo secundário foi o de caracterizar os
canais identificados no que diz respeito à prevalência, localização, e a possibilidade de
exploração. Com o microscópio, o número de canais acessórios identificados na raiz mesial
de primeiros molares aumentou de 8 (16%) a 9 (18%) e 8 (16%) a 11 (22%) em segundos
molares. Os canais acessórios explorados na raiz mesial aumentaram de 6 (12%) a 7 (14%) e
de 5 (10%) a 9 (18%) no primeiro e segundo molares, respectivamente. Todos os 20 canais
acessórios explorados na raiz mesial foram localizados no sulco mesial, mais perto do canal
ML (45%), no meio (30%), ou mais perto do canal MV (25%). Todos os canais acessórios
explorados na raiz mesial fundiram-se com um dos dois canais principais. Os cortes
transversais das raízes confirmaram que outros canais acessórios não estavam presentes, além
daqueles explorados. Os autores concluíram que, dentro das limitações daquele estudo, os
canais acessórios foram mais detectados e explorados quando utilizando o microscópio do que
quando utilizando as lupas.
22
2.5 Estudos utilizando diferentes métodos para identificação do número de canais e
istmos
Skidmore e Bjorndal (1971) avaliaram a morfologia dos canais radiculares de 45
primeiros molares inferiores, que foram preenchidos com resina de poliéster vermelha e
depois diafanizados. Foi observado que três dentes (6,7%) tinham dois canais, 29 dentes
(64,4%) tinham três canais e 13 dentes (28,9%) tinham quatro canais. Os examinadores
verificaram que em 25 espécimes (59,5%) a raiz mesial possuía dois canais separados com
dois forames distintos e em 17 dentes (40,5%) a raiz mesial tinha dois canais confluentes em
um único forame, com as anastomoses ao longo de todo o dente.
Pineda e Kutler (1972) investigaram em um estudo in vitro a influência da idade em
relação ao número de canais, suas divisões em cada raiz, as direções das curvaturas, presença
de ramificações, localização dos forames e frequência de deltas apicais. O estudo foi realizado
em 7275 canais radiculares. Os espécimes foram classificados em três grupos: o primeiro
pertencia a pessoas com idade até 25 anos; o segundo, a pessoas entre 35 e 45 anos e o
terceiro a pessoas acima de 55 anos de idade. Os dentes foram radiografados em duas
direções. Na metade das amostras as radiografias foram realizadas na direção MD, e na outra
metade na direção vestíbulo-lingual. Para dentes multirradiculados, foi necessário separar as
raízes e as tomadas radiográficas foram feitas separadamente para se evitar a superexposição.
Os autores observaram que a maioria das raízes não era reta, possuíam sempre algum tipo de
curvatura, em direções variadas, com ramificações e deltas ao longo da raiz e que o diâmetro
dos canais reduzia com o aumento da idade. Eles concluíram que as radiografias intra-orais,
bem como as radiografias in vitro no plano MD, reproduziam uma imagem diferente da
observada no plano vestíbulo lingual.
Pomeranz et al. (1981) fizeram considerações sobre o tratamento do canal MC de
primeiros e segundos molares inferiores. Foi realizada uma avaliação clínica de 100 primeiros
e segundos molares inferiores, onde os autores descreveram a ocorrência, instrumentação e
obturação do canal MC em paciente. O canal MC foi classificado em: estreito quando em
qualquer fase durante a exploração, o instrumento percorre livremente entre o canal ML ou
MV e o canal MC; confluente quando o canal MC possui um orifício independente e seu
término converge ao MV ou ML; independente quando o canal inicia e termina em um
forame independente. Após o preparo dos canais MV e ML, o istmo foi sondado e investigado
para a verificação da existência do canal MC. A concrescência de dentina foi removida com
23
uma broca longa em baixa rotação. Com um explorador endodôntico foi realizada a
exploração do canal MC, que era encerrada na ausência deste. Quando um orifício era
encontrado, uma lima número 08 era inserida na tentativa de exploração do canal. O
alargamento do canal MC foi mais limitado em relação aos outros canais. O canal MC foi
identificado e instrumentado em 12 casos, sendo sete primeiros molares e cinco segundos
molares. Os canais MC identificados convergiam a um dos outros dois e em uma amostra de
primeiro molar inferior foi encontrado independente, terminando em um forame separado. Os
autores sugeriram também que pacientes mais jovens tinham uma maior predisposição a
possuir o canal MC devido à contínua deposição de dentina ao longo da vida.
Fabra-Campos (1983) avaliou 219 primeiros molares inferiores tratados em clínica
particular. O autor observou que em 46,58% dos casos, os primeiros molares inferiores
apresentavam se com três canais. Em 49,32% apresentavam quatro canais e em 4,10% cinco
canais.
Vertucci (1984) avaliou a anatomia radicular de 2400 dentes humanos que foram
diafanizados, e preenchidos com corante hematoxilina. Os espécimes foram avaliados e
classificados quanto número de canais, seus tipos, as ramificações dos canais principais, a
localização do forame apical, a presença de anastomoses, e a frequência de deltas apicais. O
autor sugeriu realizar um exame meticuloso do assoalho da câmara pulpar em busca de pistas
para o tipo da configuração e canais presentes. Eles também mencionaram que deveriam ser
realizadas tomadas radiográficas em angulações variadas, com instrumentos no interior dos
canais, para melhor visualização.
Fabra-Campos (1985) avaliou clinica e radiograficamente a anatomia radicular de 145
primeiros molares inferiores, com tratamento endodôntico. Verificou que desses dentes
examinados 73 (50,3%) apresentaram três canais (dois mesial e um distal), 69 (47,6%)
apresentavam quatro canais (dois mesial e dois distais), e três deles (2,07%) tinham cinco
canais. Dos 69 molares que possuíam quatro canais, em um existiam três canais localizados
na raiz mesial, em três casos, o canal MM unia–se com o MV e em um caso ao ML. Em todos
os casos, a entrada deste terceiro canal era independente dos canais MV e ML.
Fabra-Campos (1989) realizou em pacientes jovens, com idade variando entre 11 e 36
anos, um estudo clínico avaliando 760 primeiros molares que foram instrumentados e
obturados, investigando a presença do canal MM na raiz mesial através do exame do exame
radiográfico. O autor observou que dos 760 primeiros molares inferiores, somente em
20(2,6%) foi possível identificar a presença de um canal MM. Dos 20 dentes, 13 (65%)
tinham os canais MM unindo-se ao MV no terço apical. Em seis dentes o canal MM unia-se
24
ao ML no terço apical, e somente em uma raiz o canal MM terminava em um forame
independente.
Hsu e Kim (1997) consideraram istmos como sendo qualquer conexão entre dois
canais, e então, avaliaram a existência dos istmos em cortes transversais de raízes. Os autores
relataram que há maior incidência de istmos nas raízes mesiais dos molares superiores, do que
nas raízes mesiais de molares inferiores, pré-molares inferiores e superiores, incisivos
inferiores e em canais em forma de C. Os autores explicaram como os istmos se formam ao
longo da raiz, sua incidência ao longo dos seis mm finais a partir do ápice, sua influência na
clínica e sua classificação. Os autores relataram que no passado, os istmos eram
subestimados, e difíceis de serem preparados. Atualmente, com o uso do microscópio
operatório em cirurgias periapicais, os clínicos podem ter uma visão melhor da porção
radicular seccionada, com condições adequadas para visualização e preparo dos istmos com
pontas ultra-sônicas.
Ricucci (1997) relatou um caso de tratamento endodôntico realizado em um primeiro
molar inferior com três canais na raiz mesial. O canal MM estava localizado no centro entre
os outros dois principais, terminando em forames distintos. O autor mencionou que particular
atenção deve ser dada ao soalho da câmara pulpar para a localização de possíveis orifícios de
canais. O autor sugere a utilização de um bom equipamento de ampliação, que possa ver
detalhes como em casos de dentes com polpa vital, em que um pequeno ponto de sangramento
entre estes dois canais pode sugerir a presença do canal MM.
Gulabilava et al. (2001) avaliaram 139 primeiros molares inferiores extraídos de
pacientes indígenas da Birmânia. Os espécimes foram preenchidos com tinta nanquim,
diafanizados, e avaliados sob a ampliação de três vezes de aumento para se observar as
características morfológicas dessa classe de dentes. Os resultados demonstraram que a
maioria dos primeiros molares inferiores tiveram duas raízes distintas, sendo que em 7,1% das
amostras encontraram o canal MM na raiz mesial deste dente.
Gulabilava et al. (2002) investigaram a raiz e a morfologia de 351 molares inferiores
permanentes coletados a partir de um população Tailandesa, que foram diafanizados e
preenchidos com tinta nanquim. Foram feitas as seguintes observações: (i) número de raízes e
sua morfologia, (ii) o número de raízes canais por dente, (iii) o número de canais radiculares
por raízes; (iv) e a configuração do canal. Dos 118 primeiros molares inferiores, quatro
apresentavam cinco canais, sendo três na raiz mesial, representando 6,7% da amostra.
Teixeira et al. (2003) realizaram um estudo in vitro para verificar a incidência e
posição de istmos em 50 primeiros molares inferiores e 50 primeiros molares superiores,
25
escolhidos aleatoriamente. A parte coronária dos dentes foi seccionada, e as raízes mesial
separadas e embutidas em resina acrílica. A partir do ápice, os autores realizaram seis cortes
transversais com espessura de 1mm. A superfície cortada foi pigmentada com corante
nanquim e examinada através de um estéreo-microscópio com aumento de 30 vezes. Dois
examinadores avaliaram as imagens simultaneamente e determinaram o número de canais
bem como a presença de istmos. Os autores classificaram os istmos em completos e parciais
seguindo a classificação de Hsu e Kim (1997). Os autores concluíram que, das raízes mesial
dos primeiros molares inferiores, 41% tinha um canal, enquanto 59% tinham dois canais. Em
algumas seções mais que dois canais foram encontrados perto do forame apical. Dos istmos
presentes 22% eram completos e 37% parciais em primeiros molares inferiores Os autores
chegaram à conclusão que a incidência de istmos nas raízes MV de molares superiores e
mesial de molares inferiores são alta, principalmente nas seções entre três e cinco mm a partir
do ápice e concluíram que a limpeza dos istmos é o fator de maior desafio durante o
tratamento endodôntico.
Hilú e Vazquez (2004) avaliaram in vitro a morfologia, número de canais, presença de
istmos e intercomunicações, através de cortes transversais examinados ao microscópio óptico
com aumento de 40X de 25 primeiros molares. Os dentes foram fixados em tubos
transparentes de plástico e preenchidos com acrílico auto-polimerizável. Após polimerização
do acrílico, cortes transversais foram realizados a 1,5mm, 3,5mm e 5,5mm a partir do ápice.
As informações obtidas foram analisadas estatisticamente usando o teste Qui-quadrado ou
análise de variância. Foi observado que a variação da morfologia dos canais (fitas ou formas
arredondadas) teve uma diferença significativa entre os cortes realizados a 1,5 e 3,5mm e
entre os cortes feitos a 1,5 e 5,5mm, mas não houve uma diferença significativa entre os
cortes feitos a 3,5 e 5,5mm. A presença de istmos e intercomunicações entre os canais
mostrou diferença estatisticamente significativa entre os cortes realizados a 3,5 e 5,5mm e
nenhuma diferença entre os cortes feitos a 1,5 e 3,5mm e entre 1,5 e 5,5mm. O estudo
demonstrou a grande variação na quantidade e morfologia dos canais radiculares, bem como,
a presença de intercomunicações entre os dois canais da raiz mesial dos primeiros molares
inferiores. Os autores afirmaram que os resultados obtidos mostraram que as raízes mesial dos
primeiros molares inferiores podem apresentar um, dois ou três canais, que podem comunicar-
se e terem distintas formas como canais arredondados ou em forma de fita, sendo que estes
formatos podem variar desde o terço cervical até o apical.
Mannocci et al. (2005) avaliaram a morfologia e prevalência de istmos radiculares
presentes a 5mm dos ápices das raízes mesial de 20 primeiros molares inferiores, através de
26
exame por tomografia micro-computadorizada onde as raízes mesial foram separadas
incrustadas em resina epóxica em um tubete transparente, até a junção cemento-esmalte. As
raízes mesiais foram radiografadas, usando um scanner de alta resolução (G.E. ensaio não
destrutivo Lab, Cincinnati, OH, USA). Em cada um dos cinco milímetros apicais das 20
raízes examinados, 40 seções foram observadas, somando um total de 800 pontos, observados
em cada grupo. Os dados obtidos foram avaliados e os resultados demonstraram que as seções
transversais no primeiro MM apical tinham menos istmos do que esperado, e que seções no
terceiro mm do ápice tinham mais istmos do que esperado. Os autores concluíram que os
istmos estavam presentes na grande maioria dos canais observados e que bactérias
remanescentes podem sobreviver, podendo trazer complicações clínicas.
Von Arx (2005) analisou o número de canais, a freqüência e o tipo de istmos nos
primeiros molares inferiores, detectados pela inspeção com um endoscópio, em 56 molares
inferiores e 32 primeiros molares superiores durante cirurgias para-endodônticas. Os istmos
foram classificados de acordo com a classificação de Hsu e Kim (1997). Para a ampliação e
visualização, foi utilizado um endoscópio rígido (Hopkins Tele-Otoscope 70, Karl Storz
GmbH, Tuttlingen, Germany) (Von Arx et al. 2002) colocado próximo à porção final da raiz.
A ampliação foi de 500X a 100X dependendo da distância entre as lentes e o final da raiz. No
total, 124 raízes foram cortadas (80 raízes inferiores e 44 raízes superiores). O autor concluiu
que nos primeiros molares inferiores 83% das raízes mesial tinham dois canais com um istmo.
O autor confirmou a elevada incidência de istmos radiculares nas raízes MV de primeiros
molares superiores, e em raízes mesial de molares inferiores. Nenhum dos canais teve os
istmos preenchidos pelo tratamento convencional.
Jung et al. (2005) investigaram os tipos de configurações, prevalência, localização e as
variações anatômicas do canal MV em 47 molares superiores, e as raízes mesial de 42
primeiros molares permanentes inferiores após a instrumentação. O número e o tipo de canais
foram determinados antes da instrumentação com métodos convencionais. Os canais foram
preparados com instrumentos rotatórios # 30 Profile taper 04 no sentido Crown-down e, em
seguida, preenchidos com um cone único de guta-percha e cimento. Seções transversais de
1mm de espessura foram realizadas com dois, três, quatro e cinco milímetros do ápice,
coradas e em seguida examinadas em um microscópio. A configuração do canal, tipo,
prevalência, bem como a localização dos istmos e canais acessórios foram avaliados. A
Frequência de dois canais foi de 80,8% e 95,2% nos molares superiores e inferiores
respectivamente.
27
Lisba Gu et al. (2009) investigaram in vitro, a presença de istmos nas raízes mesiais de
36 primeiros molares inferiores na população chinesa através de um estudo micro-
computadorizado tomográfico. As amostras foram selecionadas de acordo com a idade dos
pacientes, tempo de extração e foram divididas em três grupos. Cada grupo foi constituído por
12 dentes. Os trinta e seis dentes foram digitalizados, utilizando um sistema MCT (GE
Explorar Locus SP), do ápice para a coroa, com tamanhos de 15 X 15 X 15 µm. A seção
transversal foi perpendicular ao longo eixo da raiz. Para cada dente, 400 seções foram
examinadas nos seis milímetros apicais das raízes mesial, perfazendo um total de 4.800
pontos para análise em cada grupo. Três examinadores observaram simultaneamente cada
seção e determinaram a presença e tipo de istmo. O istmo foi considerado completo (IC)
quando existia uma abertura contínua entre os dois canais radiculares principais, enquanto um
istmo foi considerado parcial (PI), quando somente foi verificada uma projeção de um estreito
canal radicular em direção ao outro canal. Os autores observaram que as principais
características morfológicas dos istmos na raiz mesial de primeiros molares inferiores é a
presença de uma fita que liga os dois canais principais. Das 36 raízes mesial, 32 tinham
istmos em algum ponto ao longo do comprimento dos seis milímetros apicais. Apenas sete
das 32 raízes tiveram um istmo que foi contínuo a partir da porção coronária até o término
apical, enquanto as outras 25 raízes mostraram um padrão de seções com e sem istmo.
Concluiu-se que a freqüência de istmos nas raízes mesiais de primeiro molares inferiores foi
bastante alta, particularmente nos quatro a seis milímetros apicais em jovens entre 20 a 39
anos (mais de 81%). A freqüência de istmos decresce com a idade. A inabilidade de se tratar
os istmos pode ser uma das causas de falhas do tratamento endodôntico em molares inferiores.
Gu et al. (2010) estudaram 122 primeiros molares inferiores permanentes coletados
entre 2006-2009 de nativos chineses escolhidos aleatoriamente. Os dentes foram extraídos
pela presença de cárie extensa, doença periodontal, trauma, indicações ortodônticas, e outras
razões, devidamente catalogados. Foram utilizados 20 molares com três raízes (grupo
experimental), 25 molares com duas raízes (grupo controle). As raízes foram digitalizadas
usando um micro-scanner CT (SP explorar Locus, GE). Cada amostra foi digitalizada ao
longo do eixo dos dentes com tamanho voxel de 21 mm. A frequência de três raízes nos
primeiros molares inferiores foi de 31,97%. A raiz mesial predominantemente continha dois
canais. Somente em um espécime foram encontrados três canais separados na raiz mesial.
Eles chegaram à conclusão que os primeiros molares inferiores com três raízes possuem
normalmente quatro canais separados com alta incidência de canais acessórios na raiz mesial
e disto vestibular.
28
2 OBJETIVOS DO ESTUDO
2.1 Objetivo Geral:
O objetivo desta pesquisa foi comparar quatro métodos de identificação do canal MM na raiz
mesial de primeiros molares inferiores extraídos de humanos, através da: inspeção clínica,
radiografia digital, microscópio óptico e exame de tomografia computadorizada Cone Beam,
além de descrever e classificar as configurações do referido canal, definir sua localização e
capacidade de ser instrumentado.
2.2 Objetivos Específicos:
2.2.1 Avaliar através da inspeção clínica, radiografia digital, microscópio operatório e
tomografia computadorizada cone beam:
2.2.1.1 A frequência do canal MM na raiz mesial de primeiros molares inferiores;
2.2.1.2 A frequência de canais MM instrumentados por tipo de exame.
2.3 Descrever e classificar as configurações do canal MM através dos achados clínicos,
radiográficos, microscópicos ou tomográficos.
2.3.1 A localização do canal MM na raiz mesial de primeiros molares inferiores ao MO;
2.3.2 O término apical do canal MM na raiz mesial de primeiros molares inferiores pela RD.
2.4 Caracterizar as configurações dos istmos presentes na raiz mesial de primeiros molares
inferiores através o MO e TCCB.
29
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37
APÊNDICE- ARTIGO
A INFLUÊNCIA DOS MEIOS DE DIAGNÓSTICO: INSPEÇÃO CLÍNICA,
RADIOGRAFIA DIGITAL, MICROSCÓPIO OPERATÓRIO E TOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA CONE BEAM NA IDENTIFICAÇÃO DO CANAL MÉSIO-
MEDIANO EM PRIMEIROS MOLARES INFERIORES
THE INFLUENCE OF MEANS OF DIAGNOSIS: CLINICAL INSPECTION, DIGITAL
RADIOGRAPHY, OPTICAL MICROSCOPE AND Cone beam COMPUTED
TOMOGRAPHY IN IDENTIFYING THE MIDDLE MESIAL CANAL IN MANDIBULAR
FIRST MOLAR
Kênia Maria Pereira Soares de Toubes*
Maria Ilma Cortês **
Resumo
Um dos objetivos do tratamento endodôntico é a eliminação de restos orgânicos e bactérias do
interior do Sistema de canais radiculares, o que apenas se torna possível através do
conhecimento da anatomia deste sistema, e de suas variações. Muitas são as possibilidades de
exames para a identificação do número dos canais radiculares. Todavia, poucos são os estudos
que comparam os diversos exames. O presente estudo in vitro comparou os exames de
diagnóstico para a identificação do canal mésio-mediano (MM) em raízes mesiais de
primeiros molares inferiores através dos exames: Inspeção clinica (IC), da Radiografia Digital
(RD), do Microscópio Operatório (MO) e da Tomografia computadorizada Cone Beam
(TCCB). Foram selecionados 44 dentes que satisfizeram os critérios de inclusão. Estes
espécimes foram escaneados utilizando o tomógrafo i-CAT New Vision, onde a raiz mesial foi
avaliada quanto à presença do canal MM nas imagens dos cortes axiais. A seguir, foram
realizadas radiografias digitais dos mesmos dentes, nas posições orto, disto e mésio-radial,
avaliadas quanto à presença ou ausência do canal MM. Posteriormente foi realizada a abertura
coronária em cada espécime, e o soalho da câmara pulpar foi inspecionado a olho nu (IC),
onde a presença ou ausência do canal MM foi registrada. Logo a seguir, as mesmas raízes
foram avaliadas ao MO e os canais identificados foram explorados e instrumentados pelo
sistema rotatório ProTaper.
Após o término do preparo, a raiz mesial foi observada ao MO e os dados obtidos foram
registrados. Neste presente estudo, ao MO, o canal MM foi identificado em 30,0% (IC-95%
38
15,5 - 43,6) da amostra, onde os canais identificados foram limpos e formatados em 84,5%.
Com a TCCB, 12 canais MM (27,27%) (IC-95% 13,6 - 40,9) foram identificados, onde
58,33% foram instrumentados. Istmos foram observados através da TCCB em 77% da
amostra. Ao exame RD não foi possível visualizar o canal MM em nenhum espécime. Na IC
foram identificados 15 orifícios de entrada dos canais (34%) (IC-95% 19,51 - 48,7), onde
46,67% se confirmaram com a instrumentação. Conclui-se que houve diferença
estatisticamente significativa na identificação do canal MM entre os quatro tipos de exames
utilizados. A melhor concordância foi entre MO e TCCB. A IC não foi tão precisa quanto a
MO e TCCB. Visualmente a TCCB permitiu observar toda morfologia do canal em toda sua
extensão, enquanto que o MO, somente a porção reta do canal. A RD não foi um método
adequado para a identificação do canal MM.
Palavras chave: Canal radicular. Microscópio operatório. Molar inferior. Tomografia
computadorizada de feixe cônico.
Introdução
Um dos principais objetivos do tratamento endodôntico é a eliminação de restos
orgânicos e bactérias presentes no interior do sistema de canais radiculares (SCR) e seu
completo selamento (KAKEHASHI; STANLEY; FITZGERALD, 1965; BYSTROM et al.,
1987; SJOGREN et al., 1997). Isto se torna possível através do amplo e detalhado
conhecimento da anatomia dos canais radiculares principalmente de suas variações
(VERTUCCI, 1984; FABRA-CAMPOS, 1985).
O primeiro molar inferior é o primeiro dente posterior a entrar em erupção, e o mais
acometido pela doença cárie, o que resulta em risco da necessidade de tratamento endodôntico
(VERTUCCI; HADDIX; BRITO, 2006). Estes dentes apresentam um grande desafio técnico
para o profissional por apresentar uma grande variação anatômica em seus sistemas de canais
radiculares (HESS; ZURCHER, 1925; SKIDMORE; BJORNDAL, 1971; REEH, 1998;
JUNG et al., 2002; AHMED, 2007; KONTAKIOTIS; TZANETAKIS, 2007;
KRITHIKADATTA et al., 2010), sendo possível identificar de um a quatro canais em sua raiz
mesial, com um alto índice de intercanais e anastomoses (SKIDMORE; BJORNDAL, 1971;
VERTUCCI, 1984; GULABILAVA et al., 2001; MANNOCCI, 2005; KONTAKIOTIS;
TZANETAKIS, 2007; GU et al., 2009).
39
A formação da raiz mesial de primeiros molares inferiores parece inicialmente bem
explicada por Hess (1925), ao afirmar que durante o desenvolvimento radicular, as largas
paredes da raiz mesial são fortemente comprimidas para o centro, se tornando bem próximas
uma da outra, e pela contínua deposição de novas camadas de dentina ao longo da vida,
podem se tornar bloqueadas e intransponíveis. Porém a deposição desta dentina pode por
vezes formar paredes verticais criando três canais (MARTINEZ-BERNA; BADANELLI,
1985, FABRA-CAMPOS, 1985). Com a introdução de novas tecnologias de identificação da
morfologia dental, cada vez mais, pode-se confirmar a existência deste terceiro canal
acessório (MM), com a frequência de 1 a 15% (POMERANZ et al., 1981; FABRA-
CAMPOS, 1989; GOEL et al., 1991; JACOBSEN et al.,1994; RICUCCI, 1997;
CARVALHO; ZUOLO, 2000; GULABILAVA et al., 2002; NAVARRO, 2007;
KARAPINAR-KAZANDAG; BASRANI; FRIEDMAN, 2010), terminando em sua porção
apical confluente ao canal mésio-vestibular (MV) ou mésio-lingual (ML) ou em forame
independente (POMERANZ et al., 1981). Todavia, profissionais têm levantado a hipótese
desse espaço entre os canais MV e ML, não constituir um verdadeiro canal, mas sim um istmo
possível de ser limpo e formatado (MORTMAN; AHN, 2003; KARAPINAR-KAZANDAG;
BASRANI; FRIEDMAN, 2010).
Hoje, o conceito de SCR expressa melhor a realidade da anatomia dentária,
sustentando a existência de uma trama orgânica conectada, que nutre o dente e se distribuiu
no interior da raiz, servindo de múltiplas vias que, penetrando pelo ápice radicular, abrem-se
em um grande leque em direção à câmara pulpar (FABRA-CAMPOS, 1985; MARTINEZ-
BERNA; BADANELLI, 1985; GU et al., 2009). A Identificação e desinfecção deste sistema
de canais se tornam um dos principais pré-requisitos para o sucesso da terapia endodôntica,
principalmente nos últimos cinco milímetros apicais (MANNOCCI et al,.2005; GU et al.,
2009), onde o procedimento de limpeza e desinfecção se mostra de grande desafio para o
clínico.
Tradicionalmente, a inspeção clínica (IC) e a radiografia foram utilizadas na
identificação de canais radiculares. Recentemente a introdução da radiografia digital veio
agilizar a gestão de problemas endodôntico com a geração instantânea de imagens, menor
dose de radiação (comparada ao filme D-speed), facilidades de arquivamento e transmissão à
longa distância (NAOUM, H. J.; CHANDLER, N. P.; LOVE, R. M. 2003, NAIR, P. 2007).
Contudo, a eficácia da IC continua dependendo diretamente do conhecimento e habilidade do
operador (CORCORAN et al., 2007; VANDE VOORDE, 1975), ao passo que as radiografias
são limitadas a fatores técnicos, como contraste, angulação e outros (BENDER; SELTZER,
40
1961, HESSION, 1977; JANIK, 1984). Portanto, ambas as abordagens têm limitações, o que
contribui para uma taxa relativamente elevada de canais não identificados, especialmente
quando o número de canais presentes e a sua localização se desviam da regra (CARVALHO;
ZUOLO, 2000; YOSHIOKA; KOBAYASHI; SUDA, 2002).
Com a introdução da ampliação, seja ela realizada através de lupas ou MO,
possibilitou-se um aumento significativo de publicações de relato de casos clínicos
mencionando a existência do aludido canal (MM), que antes passavam despercebidos a olho
nu, e conduzindo, vezes, ao insucesso da terapia endodôntica (RICUCCI, 1997;
CARVALHO; ZUOLO, 2000; NAVARRO, et al., 2007, KARAPINAR-KAZANDAG;
BASRANI; FRIEDMAN, 2010). A despeito das vantagens do MO na terapia endodôntica,
sua limitação está no alcance da imagem, que se limita à parte reta do canal.
A tomografia computadorizada Cone Beam (TCCB) representa uma nova proposta
tecnológica, não invasiva, que vem superar as desvantagens da IC, RD e MO, porque permite
ao operador visualizar as características morfológicas das amostras, vistas em "fatias", em três
dimensões, e sem a destruição do espécime (PATEL et al., 2007; SCARFE; FARMAN;
SUCOVIC, 2006; ESTRELA et al., 2008). A TCCB tem se tornado uma realidade na
odontologia e vem sendo sugerida como meio auxiliar no diagnóstico e identificação de
canais e istmos (TEIXEIRA et al., 2003; VON ARX, 2005; MANNOCCI, 2005; NAVARRO
et al., 2007; COTTON et al., 2007; GU et al., 2009; GU et al., 2010).
Portanto várias são as possibilidades de exames para o diagnóstico e identificação do
número dos canais radiculares. Entretanto poucos são os estudos in vitro que comparam os
diversos exames. Por isso, justificou-se o presente estudo in vitro que teve como objetivo
avaliar entre a IC, a RD, o MO e a TCCB, qual seria o melhor meio de identificação do canal
MM na raiz mesial de primeiros molares inferiores. No presente trabalho avaliou-se também a
frequência, localização, término apical e capacidade do canal MM de ser instrumentado..
Material e Métodos
1 Seleção e preparo dos dentes
Inicialmente foram selecionados 125 primeiros molares inferiores extraídos de
humanos por diversas razões, doados por clínicas particulares ao Banco de Dentes da PUC
Minas com a devida aprovação do projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa −
CAAE – 0159.0.213.000-09 (ANEXO).
41
Após a desinfecção prévia, conforme sugestão do Ministério da Saúde (BRASIL,
1989), os espécimes foram lavados em água corrente e os tecidos remanescentes aderidos à
superfície radicular foram removidos, com cureta periodontal números 13-14 (Dentsply
Maillefer, Ballaigues-Swiss) e mantidos em solução de timol a 0,1% até o uso. Dentes com
rizogênese incompleta, com presença de reabsorções internas e externas, com raízes
demasiadamente curvas ou dilaceradas e, dentes com cárie e restaurações extensas que
dificultassem a identificação dos dentes, foram excluídos. Não foi considerada a idade, gênero
e a etnia. Os dentes tiveram como critério de inclusão, ser primeiro molar, ter o ápice
completamente formado e possuírem dois canais na raiz mesial, quando avaliados
radiograficamente. Ao fim desta pré-seleção foram obtidos 44 espécimes.
1.1 Preparo dos dentes para TCCB
Inicialmente foram confeccionadas cinco plataformas em monômero metacrilato de
metila (UNIGEL, São Paulo, Brasil), medindo 7,5cm x 7,5cm de largura por 3,0cm de altura,
perfurada com nove furos de 1,5cm de diâmetro. Os furos foram preenchidos com Silicona
Adsil (Vigodente, Rio de Janeiro, Brasil) e os dentes foram individualmente introduzidos
nesta massa até sua junção cemento esmalte previamente delimitada. Após a presa do
material, o template de acrílico foi posicionado sobre a plataforma de suporte do tomógrafo,
i-CAT VISION (Imaging Scences International, Inc., Hatfield, USA), FOV de 06 cm, Voxel
de 0,2mm e tempo de exposição de 40,0s, digitalizadas da coroa para o ápice. A aquisição e
analise das imagens foram executadas com o auxilio do Software XoranCat versão 3.0.34
(Xoran Technologies, Ann Arbor, Michigan). A presença do canal MM na raiz mesial dos
primeiros molares inferiores foi observado através da navegação nos cortes tomográficos
axiais.
1.2 Preparo dos dentes para RD
Inicialmente, foram criados dois anteparos em monômero metacrilato de metila
(UNIGEL, São Paulo, Brasil), do tamanho exato do filme digital, sendo um com angulação de
(90) graus reproduzindo a posição orto-angulada e outro com a angulação de (30) graus
reproduzindo as posições mésio e disto anguladas. Posteriormente, foi confeccionado
individualmente para cada dois dentes, um template com a silicona Adsil (Vigodente, Rio de
42
Janeiro, Brasil), padronizado às medidas internas do anteparo em metacrilato. Os dentes
foram posicionados neste template para as tomadas radiográficas nas posições orto, mesio e
disto radial. Para garantir o paralelismo do cabeçote do aparelho de Rx, utilizou-se a parte
inferior do suporte de radiografia AGFA (São Paulo, Brasil). Para cada um dos 44 dentes,
foram realizadas três radiografias digitais, utilizando o aparelho RX (Dabi Atlante, São Paulo,
Brasil) com 0,28s para as tomadas na posição orto e 0,63 para as tomadas anguladas e
digitalizadas utilizando o Sistema Digora Optime (Soredex, Helsink, Finlândia).
Leitura das imagens
Para a leitura das imagens tomográficas e radiográficas foram constituídos dois
grupos G1 e G2, formado por um especialista em Endodontia e um Especialista em
Imaginologia, que trabalharam em par. Os profissionais foram selecionados devido à sua larga
experiência e familiaridade com a localização e identificação de imagens de canais
radiculares.
O exame da TCCB foi feito em momento específico, no tempo máximo de 10
minutos por dente e as amostras foram codificadas para que os examinadores não as
identificassem. A visualização das imagens foi realizada em uma sala escura e o contraste
ideal das imagens da TCCB foi criado antes do examinador realizar a avaliação. Somente
foram considerados três canais quando estes estavam separados dos demais por uma estrutura
hiperdensa, independente de sua localização ao longo da raiz.
Figura 1 - Visualização dos canais através da TCCB, no terço cervical (A), terço médio (B) e
terço apical (C) em espécimes diferentes.
Para a leitura das imagens radiográficas foi realizado um estudo piloto e um padrão
de leitura foi estipulado. Na avaliação radiográfica os examinadores foram instruídos a só
considerar um canal se 75% do mesmo pudesse ser visualizado do soalho da câmara pulpar
43
até o ápice. As imagens puderam ser trabalhadas com diferentes filtros que auxiliassem na
identificação dos canais. Um acordo foi alcançado entre os dois pares de examinadores sobre
as imagens que tiveram diferenças. Uma vez calibrados e sentindo confiança no controle dos
critérios estabelecidos para a identificação dos canais, o número de canais foi observado e
registrado para cada dente. Os dados obtidos para cada dente foram tabulados e
posteriormente encaminhados a análise estatística e mantiveram-se lacrados e em sigilo para o
pesquisador, até o final do estudo.
1.2 Preparo dos dentes para IC
Após executadas as tomadas radiográficas iniciais, cada espécime foi posicionado e
fixado individualmente em uma morsa (Somar, Joinville, Brasil), onde as raízes foram
envoltas em uma gaze para se evitar trincas e fraturas. O acesso à câmara pulpar foi realizado
inicialmente a olho nu, com as brocas 1557 e endo Z (Dentsply Maillefer, Ballaigues-Swiss),
ficando a superfícies vestibulares e linguais paralelas e a superfície mesial ligeiramente
divergente para oclusal, facilitando dessa forma o acesso e visualização dos canais. O
conteúdo da câmara pulpar foi removido com um escavador de dentina duplo (Dentsply
Maillefer, Ballaigues-Swiss), sob irrigação abundante com solução de hipoclorito de sódio a
5,2% (Lenza Farmacêutica, Belo Horizonte, Brasil). Logo em seguida a câmara pulpar foi
seca, utilizando-se uma cânula de aspiração endodôntica, acoplada a uma bomba de sucção de
alta potência (Dabi Atlante, São Paulo, Brasil). Para o mapeamento do istmo a olho nu (IC),
utilizou-se um explorador endodôntico de ponta reta DG 16 (Hu-friedy Inc., Chicago, EUA),
sob iluminação do refletor-Reflex (Dabi Atlante, São Paulo, Brasil). Iniciou-se a sondagem da
entrada do canal MV, percorrendo o sulco ou fissura localizada entre os dois canais
principais, buscando a entrada do canal ML. Se a ponta do explorador se prendesse em
qualquer reentrância que pudesse sugerir um canal, esta seria anotada como uma possível
embocadura de um canal acessório. Se a sonda exploradora não revelasse a possível
existência do canal MM, a exploração era encerrada para não danificar o espécime para o
próximo exame.
44
Figura 2: Padronização de sondagem do canal de MV para ML
1.4 Preparo dos dentes para visualização ao MO
Logo após a inspeção clínica, foi realizada uma segunda inspeção com o auxílio do
Microscópio Óptico DOM M900 (DF Vasconcelos, São Paulo, Brasil), utilizando-se um
aumento de 13 vezes, com uma objetiva de 200mm. Nesta etapa, fotografias foram realizadas,
com uma câmera fotográfica Digital (NIKON D60) acoplada ao microscópio óptico através
de um adaptador (DF Vasconcelos, São Paulo, Brasil), como auxiliar na documentação visual.
Figura 3: Imagem do soalho da câmara pulpar do dente 19
antes da Instrumentação através do MO
Neste momento, qualquer concrescência de dentina que existisse recobrindo a
entrada dos canais MV e ML e que estivessem dificultando a visualização direta dos orifícios,
foi removida, utilizando-se a ponta ultra-sônica TU17 (Triniti, São Paulo, Brasil), acoplada ao
aparelho ultra-sônico ENAC (Osada, Inc., Tokyo, Japão), em baixa potência.
45
Figura 4: Imagem do soalho da câmara pulpar após a utilização
da ponta ultra-sônica TU 17 - Dente 19
Após o preparo do istmo, novo mapeamento da raiz mesial foi realizado sob o MO.
O número de canais foi registrado. Todos os canais identificados foram esvaziados
passivamente de forma Crown-Down até que uma lima tipo K nº 10 (Dentsply Maillefer,
Ballaigues-Swiss) alcançasse o CPC (comprimento patente do canal). Uma segunda tomada
radiográfica foi realizada nas posições orto, mesial e disto angulada, com os dentes em seus
respectivos templates e as limas posicionadas em seus respectivos canais, permitindo-se a
confirmação da odontometria e a verificação do término apical de todos os canais
identificados.
Figura 5: Radiografia de odontometria nas posições orto, mesio e disto anguladas.
Após a confirmação do CPC, os espécimes foram instrumentados com limas
rotatórias Protaper (Dentsply Mailllefer, Ballaigues-Swiss), seguindo a técnica Protaper, até
que a lima F1 alcançasse o CPC. Se em algum espécime, outro canal fosse identificado
somente durante a instrumentação, este seria novamente radiografado para a confirmação do
46
CPC. Em todos os espécimes em que se identificou o terceiro canal MM, seu alargamento foi
mais limitado do que os outros principais (MV e ML), para se evitar perfurações laterais.
Figura 6: Imagem antes (A) e após (B) da abertura coronária - Dente 28
Figura 7: Imagem antes da localização (C) e após a instrumentação (D) dos canais - Dente 28
Em todo o espécime em que o canal MM foi localizado realizou-se novas tomadas
radiográficas nas posições orto, mésio e disto radial com as limas no CT.
47
Figura 8: Ponto de união do canal MM
Neste trabalho avaliou-se a frequência, localização, término apical e capacidade do
canal MM ser instrumentado.
Resultado
A concordância entre as avaliações da tomografia computadorizada cone beam, dos
dois grupos de examinadores foi analisada através do teste de Kappa. Os dois grupos de
examinadores que avaliaram os resultados da radiografia digital concordaram em 100% dos
resultados, onde não foi identificado nenhum espécime com o canal MM por este método. O
índice de concordância adotado para todo o estudo foi de 95%.
Tabela 1
Kappa entre grupos de examinadores da TCCB
Agreement Expected
Agreement Kappa Std. Err. Z Prob>Z
93,18% 61,36% 0,8235 0,1505 5,47 0
Analisando os dados da tabela 1, pôde-se observar que houve convergência de
resultados entre os grupos de examinadores da TCCB quanto aos espécimes em que se
identificaram a canal MM em 93,18% da amostra, com um Kappa igual a 0,82 (p< 0,001).
Tabela 2
Número e freqüência de possíveis canais MM identificados na raiz mesial de primeiros molares inferiores
Exame IC (IC) RD (IC) TCCB (IC) MO (IC)
Número de possíveis canais
MM identifiocados 15 0 12 13
Percentagem 34% (19,5 - 48,7) 0% 27% (13,6 - 40,9) 30% (15,5 -43,6)
48
Os resultados para a comparação entre o melhor método de identificação do canal
MM foram tabulados e analisados estatisticamente pelo teste não paramétrico de McNemar
(Software estatístico STATA versão 11.1). A concordância entre testes também foram
realizadas utilizando o Kappa como estimador de concordância (Tab.3).
Tabela 3
Comparação entre exames – McNemar e Kappa
Comparação entre exames Comparação entre exames
Resultado McNemar Resultado Kappa
Exame Valor do test P<0,05 Exame Valor do test Concordância P<0,05
IC X TCCB 8,25 P<0,010 IC X TCCB 0,3 71% P<0,019
IC X MO 7,5 P<0,010 IC X MO 0,2 70% P<0,0367
TCCB X MO 9,25 p<0,010
TCCB X
MO 0,5 80% p<0,0005
Pode-se observar na tabela 3 que houve diferença estatística entre os exames com o
P<0,01.
Tabela 4
Identificação do número de espécimes identificados pela concordância dos exames.
Concordância entre exame
Numero de Dentes
Canais Identificados
0 21 -
1 11 IC - 6 - (13,64%) TCCB - 2 - (4,55%) MO - 3 (11,36%)
2 7 IC x TCCB -2 - 4,55%) IC x MO - 2 -(4,55%) MO x TCCB - 3 - ( 6,82%)
3 5 IC x TCCB x MO - 5 - 11,36%
Total 44
Mostra-se na tabela 4 que em 21 dentes não foi possível identificar o canal MM por
nenhum exame. Em 11 espécimes o canal foi detectado por um exame somente. Em sete
espécimes os resultados coincidiram entre dois exames, e em cinco espécimes entre três
exames simultaneamente.
49
Gráfico1. Frequência do número de canais MM instrumentados por exame
Mostra-se na Tabela 2 e no gráfico 1 que neste estudo, através da IC, foram
identificados 15 possíveis canais MM (34%) (IC-95% 19,51 - 48,7), mas somente 46,67% se
confirmaram com a instrumentação. Ao exame RD não foi possível visualizar o canal MM em
nenhum espécime (Tab.2). Através da TCCB, foram identificados 12 canais MM (27,27%)
(IC-95% 13,6 - 40,9), onde 58,33% dos canais MM identificados foram instrumentados. Ao
MO, identificou-se o canal MM em 30,0% (IC-95% 15,5 - 43,6) das amostras, onde 84,5%
dos canais identificados foram possíveis de serem limpos e instrumentados, contudo,
respeitando sua anatomia restrita.
Tabela 5
Localização e Término do canal MM ao MO
Término apical do MM SIM % IC NÃO % IC
CERVICAL 7 54% 22,5 - 85,2 6 46% 19,2 - 74,9
MÉDIO – APICAL 5 38% 7,9 - 69,0 8 62% 31,6 - 86,1
APICAL 1 8% 9,0 - 24,5 12 92% 64,0 - 99,8
TOTAL 13 100%
Localização do MM SIM % IC NÃO % IC
Próximo ao MV 6 46% 14,8 – 77,5 7 54% 25,1 – 80,8
Próximo ao ML 4 31% 17,3 – 59,8 9 69% 38,6 – 90,9
No centro do MV e ML 3 23% 0 – 49,6 10 77% 46,2 – 94,9
TOTAL 13 100%
50
Os canais MM identificados se localizavam dentro do istmo entre os canais MV e
ML, próximo ao MV (46%), no centro (23%) ou próximo ao ML (31%) (Tab.5) (Fig.9 e 10).
Figura 9- Foto do canal MM próximo ao canal MV ou ML.
Figura 10- Foto do canal MM no meio dos canais MV e ML.
Dos 13 canais MM identificados pelo MO, sete canais (54%) se uniram ao MV e
cinco (38%) se uniram ao ML, e em um espécime (8%) terminou no terço apical em um
forame independente (Tab.5) (Fig. 11 c e 12).
51
Figura 11. Término apical do Canal MM
Figura 12: Término apical do Canal MM
Tabela 6
Identificação dos istmos nas raízes mesiais de primeiros molares inferiores através da TCCB
Identificação dos istmos nas raízes mesiais de primeiros molares inferiores
Identificação do istmo TCCB Localização Frequência TCCB
Presente % 77% 1/3 cervical 25%
Ausente % 23% 1/3 médio 45%
- 1/3 apical 64%
Nos cortes axiais da TCCB foi possível identificar a presença de istmos em 77% das
amostras, sendo 25%, 45% e 64% respectivamente nos terços cervical, médio e apical (Tab.
6) (fig.13).
52
Figura 13: Imagens obtidas da TCCB com cortes axiais de 4/4 MM do terço cervical ao apical
Tabela 7
Identificação dos istmos nas raízes mesiais de primeiros molares inferiores através do MO
Identificação dos istmos nas raízes mesiais de primeiros molares inferiores
Localização Configuração do istmo ao MO Frequência MO
1/3 cervical Parcial fechado 91%
Total fechado 9%
1/3 médio - 0%
1/3 apical - 0%
Total - 100%
Ao MO se pôde avaliar que 91% (78,3 – 97,5)dos istmos se mostravam parcialmente
fechados, enquanto 9% (2,5 – 21,6) apresentavam os istmos completamente fechado (Tab. 6)
(Fig. 14, 15 e 16).
53
Figura 14: Istmo parcialmente fechado em forma barbatana.
Figura 15: Istmo parcialmente fechado preenchido por estrutura amorfa.
Figura 16: Istmo completamente fechado.
Discussão
Desde quando Pomeranz et al (1981) publicaram o relato de 12 casos clínicos com a
existência de um terceiro canal na raiz mesial de molares inferiores, grande tem sido o
interesse e a preocupação com a identificação do canal MM (VERTUCCI, 1984;
MARTINEZ-BERNA; BADANELLI, 1985; FABRA-CAMPOS, 1989; GOELet al., 1991;
CARVALHO; ZUOLO, 2000; NAVARRO et al., 2007; GU et al., 2010). Inúmeras foram as
publicações de relatos de casos, mencionando a existência do aludido canal (POMERANZ et
al,.1981; WEINE, 1981; BEATTY; INTERIAN, 1985; BEATTY; KRELL, 1987;
HOLTZMAN, 1997; MORTMAN; AHN, 2003, BAUGH; WALLACE, 2004). Contudo,
poucos foram os trabalhos experimentais em busca do melhor método de diagnóstico para a
sua identificação.
A proposta inicial do presente estudo in vitro foi comparar quatro meios utilizados
para avaliar a presença de canais radiculares: IC, RD, MO e TCCB, com o objetivo de
54
verificar a eficiência dos mesmos na identificação do canal MM, na raiz mesial de primeiros
molares inferiores. A literatura pertinente é escassa em relação a estudos comparativos que
tenham feito o uso da TCCB na identificação do canal MM (LA et al., 2010). Matherne et al.
(2008) compararam a TCCB com a RD na identificação do número de canais em dentes
anteriores e pré-molares, mas não trabalharam com molares. Baratto et al. (2009) avaliaram a
presença do canal MV2 em molares superiores, utilizando a TCCB, RX e diafanização, mas
também não trabalharam com molares inferiores. Blattner et al. (2010) avaliaram o aparelho i-
CAT para a identificação do canal MV2 comparando-o com a radiografia e cortes
transversais, somente em molares superiores. Carvalho e Zuolo (2000) compararam o número
de canais identificados em molares inferiores, a olho nu e MO, mas não utilizaram a RD e
TCCB. Recentemente Karapinar-Kazandag, Basrani e Friedman (2010), compararam a
eficiência do MO e lupas na identificação do canal MM na raiz mesial de primeiros molares
inferiores, mas não utilizaram a TCCB.
A identificação do canal MM é realmente um grande desafio técnico para o clínico
devido à sua localização e dificuldade de visualização a olho nu. Um adequado acesso
coronário e o uso do MO se tornam de importância fundamental para se vencer estes desafios
(INGLE et al., 1984; FABRA-CAMPOS, 1985; CARR, 1992; BARKER et al., 1994;
RICUCCI, 1997; CARVALHO; ZUOLO, 2000, BUHRLEY et al., 2002; KARAPINAR-
KAZANDAG; BASRANI; FRIEDMAN, 2010; GU et al., 2010). Contudo, a IC a olho nu
continua a ser o meio de diagnóstico mais utilizado pela maioria dos clínicos. Segundo
Corcoran et al.(2007), a capacidade de se localizar canais radiculares depende da habilidade e
experiência do operador. Porém é interessante ressaltar que neste estudo, mesmo com
comprovada experiência profissional do pesquisador, a IC se mostrou menos confiável para a
identificação do canal MM, quando comparado com o MO e a TCCB.
A radiografia digital tem se mostrado um excelente recurso de imagem (HESSION,
1977; GRONDAHL; HUUMONEN, 2004; SOGUR; BASKSI; GRONDAHL, 2007).
Entretanto, nas condições deste estudo, as informações fornecidas pela RD não foram
suficientes para possibilitar a identificação do canal MM, ainda que realizadas tomadas
radiográficas em diferentes angulações, nas posições orto, mésio e disto radial (NANCE et al.,
2000; NAOUM; CHANDLER; LOVE, 2003). Podemos especular que tais achados ocorreram
devido à compactação de imagens tridimensionais em imagens bidimensionais como relatado
por Whaites et al. (2003), Grondahl e Huumonen, (2004). Friedman (2002) concluiu que a
interpretação das imagens radiográficas pode estar sujeita a mudanças decorrentes de
55
angulação e contraste, bem como da interpretação dos examinadores. Na expectativa de
superar estas inconsistentes e tendenciosas interpretações radiográficas e não comprometer a
confiabilidade dos resultados, foram utilizados, neste estudo às cegas, examinadores das áreas
de Endodontia e Imaginologia, altamente qualificados e familiarizados com a leitura de
imagens. O índice de concordância (teste de Kappa) entre os mesmos foi de 100%, permitindo
concluir que, nas condições deste trabalho, a RD não foi um método eficiente para se
identificar o canal MM. Entretanto, as informações radiográficas devem ser utilizadas como
auxiliares na identificação dos canais e o exame clínico minucioso não deve ser subestimado
(ESTRELA et al., 2004). No presente estudo, confirma-se a maior confiabilidade na IC,
quando comparado com a RD, uma vez que através da IC identificou-se maior número de
canais MM.
A utilização da TCCB atraiu notável atenção neste estudo como auxiliar na
identificação de canais e istmos. Através da navegação nos cortes tomográficos axiais da
TCCB, somente foi considerado um orifício correspondente ao canal MM, aquele que
estivesse totalmente circunscrito por dentina, conforme o estudo de GU et al. (2009). O
exame tomográfico permitiu visualizar previamente a morfologia da raiz mesial dos primeiros
molares inferiores, uma vez que os cortes de 2 mm de espessura foram visualizados desde o
terço coronário até o apical, oferecendo uma imagem de alta resolução e sem comprometer a
preservação dos espécimes. Estes achados foram confirmados por outros autores (ARAY et
al., 1999; NANCE et al., 2000; NAVARRO et al., 2007; MATHERNE et al., 2008; LA et al.,
2010). A presença de istmos foi claramente identificada através da TCCB, onde foram
encontrados em 77,0% dos espécimes, sendo 25% no terço cervical, 45,0% no terço médio e
61,0% no terço apical, resultado este condizente com estudos que relataram sua presença entre
17% e 83%, variando a localização ao longo da raiz (SKIDMORE; BJORNDAL, 1971;
TEIXEIRA et al., 2003; HILÚ; VÁZQUEZ, 2004; VON ARX, 2005; MANNOCCI et al.,
2005; GU et al., 2009).
O canal MM foi identificado em 12 espécimes (27,27%), número superior aos
relatados por Navarro et al. (2007) (14,81%), provavelmente devido a diferenças
metodológicas. O índice de concordância (valores de Kappa) entre os examinadores da TCCB
foi de 0,82, sendo este considerado alto, mostrando que os examinadores estavam treinados e
calibrados para a leitura das imagens, descartando a experiência individual como um fator de
interferência. Quando comparada a TCCB com os outros meios de diagnóstico (IC x RD x
MO), pôde-se observar que esta apresenta uma maior convergência de resultados com o MO.
56
Em 11,36% (cinco amostras), coincidiram IC, TCCB e MO; em 6,82% (três amostras),
coincidiram TCCB x MO, e em 4,55% (duas amostras), coincidiram IC x TCCB. Em 4,55%
dos espécimes o canal MM foi identificado somente pela TCCB, e por mais nenhum dos
outros meios de diagnóstico utilizado. Na revisão da literatura não foram identificados artigos
que tenham empregado metodologia semelhante à utilizada no presente estudo.
O uso do MO foi adotado neste estudo, por permitir a visualização da entrada e da
parte reta do canal, sob ampliação e potente iluminação, onde a ranhura entre os dois canais
principais pôde ser observada e explorada com precisão, com o auxílio de uma ponta ultra-
sônica, que mostrou ser de grande importância para a limpeza do istmo cervical,
possibilitando a identificação da maioria dos canais MM. Trabalhos anteriores confirmam esta
conclusão (VERTUCCI, 1984; WEINE, 1996; CHRISTIE; THOMPSON, 1994;
CARVALHO; ZUOLO, 2000; YOSHIOKA; KOBAYASHI; SUDA, 2002; KARAPINAR-
KAZANDAG; BASRANI; FRIEDMAN, 2010; GU et al., 2010).
Os istmos observados ao MO, neste estudo, se apresentavam parcialmente fechados,
em 91% dos espécimes, podendo ser encontrados em forma de barbatana, parcialmente
fechados e preenchidos por estrutura amorfa entre os canais MV e ML, ou completamente
fechados, coincidindo com os achados da literatura (RICUCCI, 1997; HSU; KIM, 1997;
MANNOCCI et al.,2005; VON ARX, 2005; JUNG et al., 2005). É interessante ressaltar, que
somente 9% dos espécimes apresentaram o istmo completamente fechado, quando observado
ao MO.
Neste trabalho, ao exame no MO, o canal MM foi identificado em 13 espécimes
sendo 30,0% do total. Seis espécimes (46%) apresentavam o canal MM próximo ao MV,
quatro espécimes (31%), próximo ao ML e em três casos (23%), o canal MM se apresentou
com as entradas independentes, no terço cervical da raiz (centralizado entre o ML e o MV).
Dos 13 canais identificados pelo MO, sete (54%) se uniram ao MV ou ML antes do terço
médio da raiz; cinco outros se uniram na região entre o terço médio e o apical, dados estes
coincidentes com os achados de Karapinar-Kazandag, Basrani, e Friedman (2010), e
Holtzmann (1997). Em um espécime, o canal MM terminou em um forame independente,
relato este, raro na literatura (JACOBSEN et al.,1994; FABRA-CAMPOS, 1985).
Carvalho e Zuolo (2000) e Karapinar-Kazandag, Basrani, e Friedman (2010),
utilizando o MO, relataram um aumento no número de canais identificados em 7,1% e 18%
57
respectivamente. No presente trabalho, o resultado na identificação do canal MM foi superior
(30%), devido ao fato de todos os canais identificados nos espécimes terem sido
instrumentados e formatados, independentemente da localização dos mesmos. Karapinar-
Kazandag, Basrani e Friedman (2010) relataram que 7% dos canais avaliados em seu estudo,
não puderam ser identificados, mesmo com o uso do microscópio, e que, alguns destes canais,
poderiam ter sido localizados após a limpeza e formatação, fato este confirmado no presente
estudo, onde quatro canais foram localizados apenas durante a limpeza e modelagem dos
SCR. Tal achado confirma, portanto, ser a instrumentação um passo muito importante para a
identificação do canal MM. No presente estudo, foi possível avaliar que dos canais MM
instrumentados, 84,62% foram identificados pelo MO, 58,33% e 46,67% pela TCCB e IC,
respectivamente. A formatação do canal MM deve respeitar a configuração da raiz, segundo
Martinez-Berna e Badanelli (1985) e Navarro et al. (2007).
Apesar dos resultados deste estudo apontarem que a identificação do canal MM
através da TCCB foi inferior ao MO, a grande valia da TCCB foi a possibilidade de
visualização da morfologia do trajeto do canal, principalmente do terço médio e apical, o que
não ocorreu com o uso do MO cuja visualização limitou-se à porção reta do canal. Nance et
al. (2000), afirmaram que se um canal não pudesse ser identificado pela TCCB, isto não
implicaria, necessariamente, na sua ausência e acrescentam que a TCCB quando necessária
deve ser utilizada como coadjuvante na identificação do canal, não devendo substituir o
exame clínico minucioso.
Embora variações anatômicas nos primeiros molares inferiores sejam bem
documentadas na literatura, muitos profissionais desconhecem esta informação (HOMMEZ;
BRAEM; DE MOOR, 2003). Neste estudo, a raiz mesial dos primeiros molares inferiores
analisadas, apresentaram grande complexidade anatômica, onde dois e três canais foram
identificados, interconectados por uma vasta e aberrante quantidade de istmos concordando
com Jung et al. 2002, Gu et al. (2009) e Gu et al.( 2010). Particular atenção foi dada à
inspeção da câmara pulpar, com o objetivo de identificar o canal mésio-mediano. Apesar das
pesquisas relatarem a ocorrência do terceiro canal entre 0 e 15% (QUADRO2 – ANEXO 1),
neste estudo, os percentuais encontrados foram superiores, justificados talvez, pela
visualização ao MO, antes e durante a instrumentação endodôntica, e pela utilização da
TCCB.
Os exames do MO e da TCCB não foram capazes de identificar um canal totalmente
58
independente desde a porção cervical à apical em nenhum dos espécimes. Este estudo sugere
que o canal MM não seja na realidade um canal propriamente dito, mas sim um istmo, com
espaço livre suficiente para ser penetrado, limpo e formatado, assim como relataram
Kazandag; Basrani; Friedman (2010) e Mortman; Ahn (2003). Portanto, durante a intervenção
endodôntica, este deve ser tratado como um verdadeiro canal, onde o esvaziamento do espaço
facilitará a penetração da solução irrigadora nas regiões mais apicais, diminuindo a
possibilidade de bactérias sobreviverem, contribuindo assim para o sucesso do tratamento. A
observação dos resultados nos permitiu concluir que os canais MM identificados por um só
exame, foram os que menos se confirmaram durante a instrumentação, enquanto que os canais
MM identificados por mais de um exame, tiveram uma maior confirmação durante a
instrumentação.
Conclusão
Nas condições deste estudo in vitro, foi possível concluir que:
1. Houve diferença entre os quatro métodos de identificação do canal MM na raiz mesial de
primeiros molares inferiores.
2. Microscópio operatório apresentou melhor resultado, seguido da TCCB e IC
3. A RD não foi um método adequado para a identificação do canal acessório mesial.
4. Quanto mais identificado o canal MM por diferentes tipos de exames maior a sua
possibilidade de ser instrumentado.
5. Todos os canais MM identificados se localizavam no istmo entre os dois canais principais,
ocupando uma posição centralizada, próximo ao canal MV ou ao canal ML.
6. Através da RD foi possível verificar que o canal MM na maioria das vezes tem o término
apical convergindo para um dos canais (MV ou ML), no terço cervical e médio-apical. Foi
raro o término do canal MM em um forame independente.
7. Através da TCCB, foi possível observar que istmos foram encontrados em toda extensão da
raiz, localizados principalmente no terço médio e apical.
8. A TCCB permitiu observar a morfologia do canal em toda a sua extensão, enquanto que o
MO permitiu visualizar somente a porção reta do canal.
59
9. O canal MM sugere não ser um canal propriamente dito, mas sim parte de um istmo, que
quando identificado deve ser tratado como um verdadeiro canal, para que se atinjam os
objetivos do tratamento endodôntico.
60
A INFLUÊNCIA DOS MEIOS DE DIAGNÓSTICO: INSPEÇÃO CLÍNICA,
RADIOGRAFIA DIGITAL, MICROSCÓPIO OPERATÓRIO E TOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA CONE BEAM NA IDENTIFICAÇÃO DO CANAL MÉSIO-
MEDIANO EM PRIMEIROS MOLARES INFERIORES
Kênia Maria Pereira Soares de Toubes*
Maria Ilma Cortês ** ABSTRACT
One of the goals of the endodontic treatment is to remove organic debris and bacteria from the root
canal system, which becomes possible only through knowledge of the anatomy of this system and its
variations. There are several tests for the diagnosis and identification of the number of root canals,
however few studies allow comparison of the comparing the various methods of examination. This
study compared the diagnostic tests to identify the middle mesial canal (MM) in mesial roots of first
molars by clinical Inspection (CI), digital radiography (DR), dental operating microscope (DOM) and
cone beam computed tomography (CBCT). Forty-four teeth were selected the inclusion criteria
previously established. The teeth were scanned using the i-CAT scanner New Generation, where the
mesial root was evaluated for the presence of MM canal during the analysis of axial slices. Digital
radiographic images of the same teeth were taken in the ortho, distal and mesio-radial positions, to
evaluate the presence of the MM canal. The access cavity preparation was performed next and the
floor of pulp chamber was explored with the naked eye (NE), in order to identify the presence of the
MM canal. The same roots were evaluated with the aid of DOM and the canals were identified,
explored and instrumented with the ProTaper rotary system. After finishing the preparation, the
mesial root was observed under DOM and the data were recorded. In this study the MM canal was
identified with the aid of the DOM in 30.0% (95% CI, 15.5 to 43.6) of the samples, where 84.5% of
the canals identified were cleaned and shaped. With the TCCB, 12 MM canals were identified in
27.27% (CI-95% 13.6 to 40.9), where 58.33% of canals were instrumented. Isthmuses were observed
in 77% of samples. The examination throughout the DR did not allow the observation of the MM
canal in any specimen. With the CI 15 possible canals were identified (34%) (CI-95% from 19.51 to
48.7), and 46.67% were confirmed with the instrumentation. In conclusion there was a statistically
significant difference in the identification of the MM canal when the four types of tests were
compared. The best agreement occurred when the DOM was compared to the CBCT. The CI
was not as precise as the DOM and CBCT. With the aid of the CBCT it was possible to observe
the entire morphology of the root canal along its entire length, while the DOM only the straight
portion of the canal. The DR was not an efficient method for identifying the MM canal.
Key-words: Cone beam computed tomography. Mandibular molar. Operating microscope. Roots
canals.
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ANEXO 1
QUADRO 1 PRESENÇA DE ISTMO NA RAIZ MESIAL DE PRIMEIROS
MOLARES INFERIORES
A tabela a seguir resume os métodos de identificação dos istmos, presentes na raiz
mesial dos primeiros molares inferiores.
Tabela 12. Presença de istmos na raiz mesial de primeiros molares inferiores.
Autores Ano Método usado Número de raízes Nível a partir do ápice Istmos % Idade
1/3 Coronal 6.1
1/3 Médio 18.1
1/3 Apical 60.6
1/3 Coronal 7.6
1/3 Médio 47.3
1/3 Apical 8.2
Hsu & Kim 1997 Dentes seccionados Não 1 a 6 mm 6 a 80
Teixeira 2003 Dentes seccionados 50 1 a 6 mm 6.7 a 33.3
Hilu & Vazquez 2004 Microscópio óptico 40X 25 1,5 a 5,5mm Não cita
Von Arx 2005 Endoscópio in vivo 56 3/4mm 83
Mannocci 2005 Tomografia 20 1 a 5mm 17.3 a 50.3
Gu 2009 Tomografia 12 1 a 6 mm 22 a 8120 a 39 anos
50% istmos
Gu 2009 Tomografia 12 1 a 6 mm 2840 a 59 anos
41% istmos
Gu 2009 Tomografia 12 1 a 6 mm 10 a 3320 a 39 anos
24% istmos
Skidmore Plástico fundido 451971
Vertucci Diafanização 1001984
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QUADRO 2 NÚMERO DE CANAIS PRESENTES NA RAIZ MESIAL DE
PRIMEIROS MOLARES INFERIORES.
A tabela a seguir resume os métodos de identificação dos canais, o número de dentes
e a porcentagem da presença de três canais na raiz mesial dos primeiros molares inferiores.
Tabela 13. Presença de canais na raiz mesial de primeiros molares inferiores.
Autores Ano Número de Dentes Método usado Três canais
Skidmore & Bjorndol 1971 45 Plástico fundido In Vitro 0%
Pineda & Kuttler 1972 300 Radiografia 0%
Pomeranz et al. 1981 100 In Vivo 12%
Martinez-Berna 1983 1418 In vivo 1,30%
Vertucci 1984 100 Diafanização In Vitro 1%
Fabra-Campos 1985 145 In vivo 2,10%
Fabra-Campos 1989 760 In Vivo 2,60%
Goel 1991 60 In Vivo 15%
Carvalho & Zuolo 2000 93 Microscópio óptico 8-13X-
Dente extraído 8,60%
Gulabilava et al. 2001 139 Diafanização In Vitro 7,10%
Gulabilava et al. 2002 118 Diafanização In Vitro 5.9%
Navarro 2007 25 Microscópia de varredura 14,81%
Navarro 2007 27Tomografia
Computadorizada 12%
Reuben 2008 125 Tomografia computadorizada 0%
Kazandag, Bascani,Friedman 2010 48 Microscópio óptico & Lupa 18%
Yongchun Gu et. al . 2010 112Tomografia computadorizada
Micro computadorizada 0,90%
In vivoTCCB
La et al 1 100%2010
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ANEXO 2
DECLARAÇÃO DE ORIGEM DOS DENTES
Declaro ao Comitê de Ética em Pesquisa da PUC/MG que eu Kênia Maria Pereira Soares de
Toubes a fim de viabilizar a execução do meu Projeto de Pesquisa intitulado: A influência dos
meios de diagnóstico: inspeção clínica, radiografia digital, microscópio operatório e
tomografia computadorizada cone beam na identificação do canal mésio-mediano em
primeiros molares inferiores, obtive espécimes de dentes extraídos nas clínicas da PUC Minas
sendo que os mesmos foram armazenados em solução de formaldeído 10%, sem identificação
dos doadores.
Afirmo que a indicação da extração fundamentou-se em exames clínicos e/ou radiográficos,
não tendo relação com o desenvolvimento da pesquisa científica.
As informações acima mencionadas são verdadeiras e de minha inteira responsabilidade,
sendo que estou ciente das suas eventuais repercussões cíveis e penais.
Belo Horizonte, ___ de __________________ de _______.
Nome:________________________________________
Assinatura:____________________________________
CRO:________________________________________
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ANEXO 3
APROVAÇÃO DO PROJETO PELO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA
Belo Horizonte, 03 de novembro de 2009
De: Profa. Maria Beatriz Rios Ricci
Coordenadora do Comitê de Ética em Pesquisa
Para: Kênia Maria Pereira Soares de Toubes
Programa de Mestrado em Odontologia
Prezado (a) pesquisador (a),
O Projeto de Pesquisa CAAE – 0159.0.213.000-09 “Estudo in vitro comparativo do número
de canais na raiz mesial de primeiros molares inferiores utilizando o exame tátil e visual,
microscópio operatório e tomografia computadorizada cone beam” foi aprovado pelo Comitê
de Ética em Pesquisa.
Atenciosamente,
Profª. Maria Beatriz Rios Ricci
Coordenadora do Comitê de Ética em Pesquisa – PUC Minas